Arquivo de categoria Estudos Bíblicos

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“Paz na Terra e Boa Vontade entre os Homens”

E, então, se seguiu um novo serviço, como leitura e resposta sem alguém para pronunciar qualquer palavra. Sozinho, eu falei com o que “eu sou”: — “Você deve conhecer a paz exterior”. “Vou procurá-la, ah! Que seja assim por dentro!”.

“Você não deve procurar, mas saber que encontrou. Posso viver de acordo com o que sei? Ah, que eu possa ficar aqui para sempre! Não, viver é a única maneira de provar o que você encontrou. Viva no Reino dia após dia”

Esse é o Reino lá fora, onde doses de amargura são drenadas até o fim? Sim, quando você sabe que é assim e sabe de quem é o cálice que você compartilha. Alegria potencial, suficiente para emocionar o mundo, foi anunciada quando as Hostes do Céu cantaram: “Paz na Terra e boa vontade aos homens” (Lc 2:14).

Então, quanto a mim, aceitarei o máximo que foi feito por mim e, quando deixar de viver como “em memória”, com profunda humildade, também aceitarei o perdão. — Então conduza a Luz Mais Gentil para fora, para este Reino próximo… Olhei para trás, para o caminho por onde vim. Eu me virei. E então o “eu sou” falou: “Se o seu coração está certo, sua vontade é a minha e você não voltará por onde veio. Quando você puder perceber, saberá que suas dores foram carregadas na cruz”. Eu lentamente me deixei cair cada vez mais para baixo, para testar minha fé; então entreguei minha dor a Ele.

A entrada do julgamento, bem atrás da porta da tristeza, lamentável, foi selada; a Terra cedeu e bloqueou o caminho. E avancei por outro caminho, a Estrada da Ressurreição. Embora eu não pudesse medir o amor Divino, elevei todo o meu ser e disse: “Ó Deus, se este meu amor humano que tudo consome é infinitesimal quando medido pelo Teu amor por mim, encha-me com tanto amor quanto eu posso sentir para torná-lo universal como o Teu”.

Ajoelhei-me para receber a bênção e, muito sagrado e distante para colocar em palavras, foi o derramamento avassalador daquela fonte de Amor transbordante e permanente da qual nenhuma altura ou profundidade, ou coisas acima, ou coisas abaixo, pode ser alcançada.

(Publicado no Echoes de Mount Ecclesia, nº 8 de 10 de janeiro de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Uso da Oração do Estudante Rosacruz e as Obras

Aumenta o nosso amor por Ti, ó Deus

Para que possamos servir-Te melhor a cada dia que passa

Faze com que as palavras dos nossos lábios

E as meditações dos nossos corações

Sejam sempre agradáveis à Tua presença.

Ó Senhor, nossa força e nosso redentor.”

Esta oração define o procedimento correto que o Estudante Rosacruz deve ter, cotidianamente. É necessário viver em conformidade com o espírito dessa oração; mais do que necessário, é imprescindível, visto que as ações revestidas de tal caráter têm efeitos contagiantes e são “agradáveis ao Senhor”.

Afinal, deve existir a fé e devem existir as obras, pois a “fé sem obras é morta”, e as obras sem a fé são de pouco valor. A fé, em nós, é a força que abre os canais que nos comunicam com Deus e é mediante a fé, que podemos nos pôr em contato com Sua vida e Seu poder.

A oração e a meditação constituem bases absolutamente essenciais para o Crescimento da Alma.

Porém, se dependermos somente da oração que sejam apenas palavras, pouco crescimento espiritual alcançaremos. Para obter resultados verdadeiros toda nossa vida deve ser uma oração, uma perene aspiração.

Devemos nos dar conta de que não são as palavras que mencionamos durante a oração que contam, senão a própria vida que conduz à oração. Só há uma maneira de provarmos nossa fé: é mediante as obras que realizamos dia a dia.

O fator determinante que sanciona corretamente se a classe de trabalho que fazemos é espiritual ou material é a atitude que adotamos ao fazê-lo. Lembremo-nos sempre disso!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1968-Fraternidade Rosacruz-SP) 

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O Crescimento Espiritual por meio do servir ao irmão e à irmã

 “Diga aos israelitas que me tragam uma oferta. Receba-a de todo aquele cujo coração o compelir a dar.” (Ex 25:2).

E, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos Céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10:7-8).

A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.” (Lc 12:48).

Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês.” (Lc 6:38).

E digo isto: ‘Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria’.” (IICor 9:6-7).

Esses belos versos, tão plenos de verdade espiritual, vêm sendo violados através de idades, muitas vezes por esforços intencionais de indivíduos frívolos, com propósito de ganho monetário em movimentos de ordem temporal ou programas efêmeros de ação. Faremos bem em tornarmo-nos como crianças, lendo esses versos sempre uma vez mais como se fora pela primeira vez. O tempo da lei passa lentamente. Não mais devemos ordenar nossas vidas conforme preceitos obscuros, como o que diz que “o Espírito, em si mesmo, vem aprendendo a cooperar com as Leis Universais que são as Leis de Deus, não por meio do medo, mas por intermédio de uma vaga consciência de interesse próprio”.

Tal princípio faz parte de uma técnica esotérica que apela para o interesse próprio, sob a justificativa de que não podemos alcançar a realização espiritual de uma só vez e esse é um meio indireto do indivíduo controlar seus poderes latentes e conquistar a expansão de consciência, tornando-se, então, apto para melhor trabalho ao próximo. Todavia, pensando bem, essa é uma forma sutil de egotismo, de fazer o indivíduo concentrar-se em si mesmo e acostumar-se a pensar em seu crescimento espiritual, apenas. É contrário ao princípio de “buscar primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça para que o resto venha por acréscimo” (Mt 6:33). Ademais, que alegria pode advir desse esforço?

Na Filosofia Rosacruz aprendemos a viver a tônica: SERVIR. Permanecendo como um canal aberto ao influxo vitalizante e amoroso da Luz Divina, devemos manter nosso poder de projeção. Contudo, é preciso usar nossas energias com discernimento, evitando a pretensão de fazer pelos outros aquilo que eles devem fazer por si mesmos. Ajudar é preparar os mais débeis a não depender dos outros e a servir conscientemente.

É certo que o serviço implica desempenho do papel de servo. Porém, a fase Cristã de “servo e sofredor” está quase a findar. Devemos olhar para a frente, para a igualdade da Fraternidade, quando, então, poderemos chamar a cada um: Amigo. Do nosso ponto de vista terreno e no estado de semi-cegueira em que nos encontramos, o caminho parece conter muitos altares e neles somos convidados a sacrificar nossos preciosos seres inferiores.

Dentro de nossa família não precisamos ser outra coisa senão aquilo que somos, autênticos, porque ela nos conhece por meio do conhecimento que o coração dá. Acaso somos suficientemente convictos e coerentes, de modo que os outros saibam o que está mais profundamente oculto em nossos corações? Experimentamos estranha alegria, no fato de nos encontrarmos vivos e conscientes? O gesto mais simples ou a lágrima compassiva, um sorriso acompanhado de um amor altamente desenvolvido, possuem o poder inerente de fazer fluir a vida de nosso irmão em paz inefável. Possamos consultar muitas vezes os nossos corações, dando o melhor de nosso amor e compreensão, a fim de que nossos amados irmãos não precisem depender de nossos serviços, mas possam desenvolver-se conosco, como iguais, fortes e confiantes em espírito, servindo conosco junto aos mais débeis nessa essencial obra de libertação humana e preparação da família de Aquário.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Um Período de Depressão

O assunto deste artigo foi retirado de pensamentos contidos nas seguintes passagens da Primeira Epístola aos Tessalonicenses (4-11): “Mas, irmãos, nós vos rogamos para que procureis estar quietos e tratar dos vossos próprios negócios”; e do Evangelho Segundo São Lucas (2-49), “Cristo Jesus disse: ‘Não sabeis que devo tratar dos negócios de meu Pai?’”.

Na vida de todo buscador sincero da verdade, como o é o Estudante Rosacruz, após o primeiro entusiasmo do despertar para suas possibilidades espirituais e da admiração por sua alegria recém-encontrada, chega um período de depressão em que tudo parece falhar e uma sombra de desânimo, quase uma falta de fé, parece se espalhar sobre ele. Em sua Mente surgem questionamentos, a princípio fugazes, depois cada vez mais persistentes: “Afinal, essa grande mudança que ocorreu em minha vida vale o esforço que fiz para abrir mão de velhos ideais e condições e remodelar minha vida? Essas novas ideias são práticas? Ou são meros sofismas efêmeros que falham em minha hora de necessidade? E tudo que já ouvi na Fraternidade Rosacruz, não são advindos de seres humanos cheios de fragilidades como eu, sem algo para me dar que eu já não tenha?”.

Um grande medo o possui de que as condições o derrotem e o obriguem a retomar a velha rotina de sua vida anterior, sem esperança e sem poder entrar em contato com o poder espiritual que o sustentou no início. Todas as suas belas experiências de alma, observadas a partir deste “Pântano do Desespero”[1], agora parecem ter sido apenas imaginações fantásticas e o grito surge: “Qual é a utilidade de toda essa luta?”. Nesse ponto, a menos que algum entendimento da Lei de Deus seja apreendido, o buscador está prestes a retroceder, a repudiar todas as boas resoluções e votos que fez ao seu “Eu Superior” e, como o ser humano de quem o espírito impuro foi expulso, ele então traz para si outros sete espíritos[2] imundos de preocupação, dúvida, medo e desânimo: seu último estado é pior do que o primeiro.

Se ele se voltar para o Salmo 23, encontrará: “Sim, ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum”. Este “Pântano do Desespero” é de fato o “vale da sombra da morte”, um vale que está entre duas alturas e, se ele persistir em subir e descer o vale por falta de coragem de tentar alcançar a altura mais adiante, a sombra irá descer e envolvê-lo.

Confiando na Lei de Deus para corrigir as faltas dos outros, você perceberá a alegria que vem de tal conquista e quando parar de se preocupar, será como um fardo físico rolando dos seus ombros.

(Publicado no Echoes de Mount Ecclesia, nº 3 de 10 de agosto de 1913 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: O “Pântano do Desespero” é um pântano fictício e profundo da obra de John Bunyan, The Pilgrim’s Progress, no qual o protagonista Christian afunda sob o peso de seus pecados e seu sentimento de culpa por eles.

[2] N.T.: Lc 11:24-26

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Pergunta: A Bíblia e os fatos concretos fornecem indícios referentes às mudanças futuras?

Pergunta: A Bíblia e os fatos concretos fornecem indícios referentes às mudanças futuras?

Resposta: A Bíblia não deixa nenhuma dúvida a respeito das mudanças. Cristo disse que o acontecido nos dias de Noé aconteceria nos dias do porvir.

A ciência e a imaginação descobrem condições desconhecidas anteriormente.

É um fato científico que o consumo do oxigênio, na alimentação da indústria, está se tornando alarmante.

Também os incêndios nos bosques consomem, consideravelmente, este importante elemento e contribuem para o processo de dissecação da atmosfera.

Cientistas eminentes assinalaram que, um dia, nosso globo não poderá suster a vida dependente da água e do ar. Suas ideias não provocaram muita ansiedade, por ser distante a data no futuro prevista. Contudo, por mais afastado que seja este dia, o destino dos tipos de Corpos que construímos durante essa Época Ária é tão inevitável, como o foi dos Atlantes (ou seja: dos corpos que construíamos quando estávamos passando pela Época Atlante).

(Revista Serviço Rosacruz – 07/74 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Sigamos o Caminho de Cristo e não mais o dos Espíritos de Raça

Irmãos, caso alguém seja apanhado em falta, vós, os espirituais, corrigi esse tal com espírito de mansidão, cuidando de ti mesmo, para que também tu não sejas tentado. Carregai o peso uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo. ” (Gl 6:1-2).

Esse pedido, simples, mas grandemente significativo, cheio do fervor de um coração completamente dedicado à causa do Cristo, apresenta uma verdade muitíssima importante para todo Estudante Rosacruz, cuja verdade é tão vital hoje como quando foi escrita há cerca de mais de dois mil anos. Aqueles que a seguem porfiadamente são sábios, pois ela constitui uma pedra fundamental para o edifício espiritual. É um ideal entesourado por aqueles que seguem o Caminho de Cristo.

É prática comum, mesmo entre os que se dizem Cristãos, criticar e julgar, quando não condenar, quando um irmão ou uma irmã é “surpreendido ou surpreendida em falta”, esquecido ou esquecida do fato de que todos nós somos um no grande corpo de Deus, e que cada um de nós é responsável, em certa medida, pelas “faltas” dos nossos irmãos e das nossas irmãs, os quais estão indissoluvelmente ligados a nós pelos laços do Espírito (o que realmente somos: Espíritos Virginais da Onda de Vida humana, todos criados por Deus). E quem de nós está sem faltas, para se julgar no direito de julgar ou condenar outro?
Se ainda não desenvolvemos o “Cristo Interno” ao ponto de podermos seguir o ensinamento fornecido por São Paulo no verdadeiro “espírito de mansidão“, ou espírito de humildade, faríamos bem em seguir o ensinamento de Cristo Jesus: “Não julgueis para não serdes julgados, pois, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos[1].

Todavia, não é suficiente que apenas deixemos de julgar e de condenar. Devemos tomar a iniciativa e nos esforçar no serviço aos nossos semelhantes. Devemos desenvolver a humildade e a compaixão que nos habilitará a tomarmos carinhosamente a carga dos outros, e assim cumprir a Lei de Cristo.

Cumprir a Lei de Cristo! Sim, essa é a tarefa com a qual nos defrontamos hoje. A época dos Espíritos de Raça, durante a qual a separatividade e o egoísmo foram cultivados, deve ceder lugar à época do Cristo, durante a qual deverá prevalecer a unidade e a fraternidade. Passamos agora por um período de transição entre essas duas épocas. Podemos dizer que uma última oportunidade está sendo oferecida àqueles que queiram subir ao próximo degrau da escada da evolução. Este é o tempo em que uma decisão deve ser tomada: seguir sob a bandeira de Cristo do desprendimento e do serviço amoroso e desinteressado, focado na divina essência oculta, para com o irmão e a irmã que estão ao seu lado, ou então ficarmos para traz no nosso progresso. Não existe terceira escolha.

Os Estudantes Rosacruzes têm maior responsabilidade do que os outros no esforço de cumprir a Lei de Cristo, pois já possuem o conhecimento que lhes foi dado para satisfazer a Mente, no que concerne aos mistérios da vida. Eles compreendem o grande mistério cósmico do Cristo, isto é, que Ele, o mais elevado de todos os Arcanjos, veio à Terra por Sua livre e espontânea vontade, para tornar-Se o Espírito Planetário dela a fim de que pudéssemos sermos libertados do nosso egoísmo e do materialismo que insistimos em praticar.

E assim Ele continuará sofrendo os grilhões de Sua confinação à Terra, enquanto fornece a Sua poderosa Força de Amor para remir a humanidade.

E somente vivendo de acordo com os preceitos que Ele nos ensinou é que poderemos libertá-Lo desta Sua prisão.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – agosto/1961 – Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.R.: Mt 7:1-2

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Companheirismo

Três mendigos desceram à Samaria; um surdo, outro cego e o terceiro, aleijado.

E enquanto iam, um disse: “Certamente sou um pecador — sendo surdo”; e o segundo disse: “Eu sou cego, certamente também sou pecador”; e o terceiro também reconhecia seus pecados, dizendo: “Por causa disso, sou um aleijado”.

Então eles se lembraram de como sempre estavam os três juntos e disseram um ao outro: “Eu posso ouvir, porque eu tenho a ti e sois como ouvidos para mim”. E o seguinte disse: “Posso ver, porque tenho a ti por olhos”. E o último disse: “Certamente vós sois os meus pés”.

Então, todos os três louvaram a Deus e se alegraram. E, ao viajarem para Samaria, encontraram alguém cuja boca estava coberta e tinha na mão um badalo, porque era leproso.

Ele ficou longe e implorou uma esmola para eles, mas eles disseram: “Nós somos mendigos e não temos coisa alguma; descemos à Samaria em busca de esmolas, pois os samaritanos são bons doadores”. O leproso gritou alto e disse: “Embora tenham nada, ainda são muito abençoados — sendo três. Mas eu sou um pecador e devo morar sem companheiros”.

Quando os três amigos ouviram isso, disseram uns aos outros: “Nós também somos pecadores, mas andamos acompanhados”. Então seu coração os atingiu com compaixão pelo solitário e com um consentimento eles o chamaram: “Todos nós somos pecadores e fomos afligidos pelo Senhor. Venha agora e seja do nosso grupo”.

O leproso se alegrou muito ao ouvir isso e disse: “Então vamos a Belém esta noite; em sonho alguém me mostrou que o Messias nasceu ali”.

A estrada para Belém era pedregosa, íngreme e a noite caiu, mas o cego conhecia o caminho.

Já era noite quando chegaram ao estábulo em Belém e temeram bater à portinhola. Já dentro, José dormia, mas Maria vigiava a criança; ela ouviu o barulho de pés e homens sussurrando, então ela se levantou e abriu a portinhola.

Um belo raio de luz jorrou na escuridão e pela portinhola Maria perguntou quem eles eram e por que tinham vindo. Eles responderam: “Somos todos pecadores e justamente afligidos pelo Senhor, porém ouvimos que o Messias nasceu e, portanto, nós viemos”. A Virgem perguntou: “Que presente trouxestes? Ninguém pode entrar aqui a não ser que traga uma oferta”.

Os mendigos baixaram os olhos e não responderam coisa alguma porque as suas mãos estavam vazias.

Maria perguntou-lhes: “Quem é o quarto homem que está um tanto afastado?”.

Os três ficaram com muito medo e prostraram-se de joelhos, clamando: “Verdadeiramente somos pecadores, porque unimos este homem, que é leproso, a nós; além disso, ele é samaritano”. Então Maria escancarou a porta, eles entraram e viram o Salvador. O cego viu; o surdo ouviu; o coxo deu um salto. Esperavam que o leproso fosse curado; mas ele havia partido. Então eles perceberam que tinha sido um Anjo do Senhor.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de junho/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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Os Mistérios dos Céus: Sete Parábolas e suas Correlações com os Períodos Evolutivos

1ª) “E disse-lhes muitas coisas em parábolas: ‘Eis que o semeador saiu para semear. E ao semear, uma parte da semente caiu à beira do caminho e as aves vieram e a comeram. Outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra. Logo brotou, porque a terra era pouco profunda. Mas, ao surgir o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou. Outra ainda caiu entre os espinhos. Os espinhos cresceram e a abafaram. Outra parte, finalmente, caiu em terra boa e produziu fruto, uma cem, outra sessenta e outra trinta.‘” (Mt13:3-8).

2ª) “Propôs-lhes outra parábola: ‘O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e foi-se embora. Quando o trigo cresceu e começou a granar, apareceu também o joio. Os servos do proprietário foram procurá-lo e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Como então está cheio de joio?’ Ao que ele respondeu: ‘Um inimigo é que fez isso’. Os servos perguntaram-lhe: ‘Queres, então, que vamos arrancá-lo?’ Ele respondeu: ‘Não, para não acontecer que, ao arrancar o joio, com ele arranqueis também o trigo. Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; quanto ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’.” (Mt 13:24-30).

3ª) “Propôs-lhes outra parábola, dizendo: ‘O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce é a maior das hortaliças e torna-se árvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos.‘” (Mt 13:31-32).

4ª) “Contou-lhes outra parábola: ‘O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e pôs em três medidas de farinha, até que tudo ficasse fermentado.‘” (Mt 13:33).

5ª) “O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo; um homem o acha e torna a esconder e, na sua alegria, vai, vende tudo o que possui e compra aquele campo.” (Mt 13:44).

6ª) “O Reino dos Céus é ainda semelhante a um negociante que anda em busca de pérolas finas. Ao achar uma pérola de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra. O Reino dos Céus é ainda semelhante a uma rede lançada ao mar, que apanha de tudo. Quando está cheia, puxam-na para a praia e, sentados, juntam o que é bom em vasilhas, mas o que não presta, deitam fora. Assim será no fim do mundo: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos e os lançarão na fornalha ardente. Ali haverá choro e ranger de dentes. Entendestes todas essas coisas?” Responderam-lhe: ‘Sim’.” (Mt 13:45-51.).

7ª) “Então lhes disse: “Por isso, todo escriba que se tornou discípulo do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que do seu tesouro tira coisas, novas e velhas.” (Mt 13:52).

Há sete interpretações igualmente válidas e verdadeiras para cada parábola.  Algumas dessas interpretações são mais profundas em seu significado do que as outras. A maior parte das pessoas está familiarizada com as interpretações exotéricas ou ao pé da letra. Agora, com o “Conceito Rosacruz do Cosmos” foi levantado o primeiro véu e podemos deixar em segundo plano essa forma de interpretação literal. A chave para entendimento das parábolas transcritas está no último versículo; algumas coisas são velhas e outras são novas; algumas são do passado, ao passo que outras virão ainda. Os outros Evangelhos fazem apenas menção das quatro primeiras parábolas. Por isso consideramos esse capítulo como a apresentação completa do símbolo.

A primeira parábola refere-se ao semeador – Deus – lançando a semente de uma nova Onda de Vida, os Espíritos Virginais (a presente humanidade) foram diferenciados pela primeira vez, dentro de Deus ou “plantados”.

A segunda parábola narra o fato de o semeador encontrar joio em seu campo, preferindo deixá-lo crescer juntamente com o trigo, a fim de não haver o perigo de destruir a boa semente. Alude ao Período Solar, onde surgiram pela primeira vez a luz e as trevas. Segundo uma tradição de origem oculta, alguns componentes dessa onda de vida recusaram-se a emergir na matéria, retardando, dessa forma, a nossa evolução. Deram margem a um primeiro esboço de egoísmo ou joio, em nossa onda de vida.

A terceira parábola, do grão de mostarda, refere-se ao Período Lunar, quando o ser humano recebeu o germe do Corpo de Desejos. A semente da mostarda, embora pequenina, desenvolve-se até transformar-se numa árvore de grandes dimensões. A mostarda é um condimento excitante do Corpo de Desejos. Seu uso desmedido pode afetar negativamente nossa natureza emocional.

A quarta parábola, a da pequena quantidade de fermento, corresponde ao Período Terrestre. No Velho Testamento todo o pão sacramentado deveria ser levedado, porque desse modo Jeová poderia manter o povo sob seu jugo. Mas Cristo iniciou a Nova Era – a Era de Aquário, ainda como anunciador – em que, lenta, mas seguramente, o amor altruísta vem sendo difundido. “No peito de cada indivíduo a força do altruísmo trabalha como se fora um fermento. Desse modo transforma-se o selvagem numa pessoa civilizada e com o tempo, esse, num Deus.” (“Conceito Rosacruz do Cosmos”).

A quinta parábola, do tesouro escondido, sugere o Período de Júpiter. Naquele longínquo período futuro, os seres componentes do atual reino mineral passarão por um estado de consciência análogo ao das plantas e nós trabalharemos com eles com a mesma desenvoltura com que os Anjos operam atualmente com o Reino Vegetal.

O desenvolvimento de nossas faculdades imaginativas habilitar-nos-á também a vitalizá-las. Dessa maneira, os “tesouros do reino dos céus no Período de Júpiter, não permanecerão escondidos no campo de nossos corpos nem na Terra. Contudo, deve desde já despender os melhores esforços a fim de desenvolver estas faculdades futuras”.

A sexta parábola, a da pérola de alto preço, assinala as condições do Período de Vênus, quando os minerais atuais alcançarão um estado de consciência semelhante ao dos nossos animais. A pérola é a única gema originária da ação de uma criatura viva: a ostra.

Segundo Max Heindel, no final do Período em questão, o ser humano estará em condições de revestir de cores e tons as formas por ele engendradas e vitalizadas. Assim, tal como o comprador de pérolas, o ser humano tudo fará para adquirir essa faculdade.

A sétima parábola, a da semelhança do escriba instruído com o pai de família, refere-se ao período derradeiro – o Período de Vulcano – quando as influências particulares do Espírito Divino serão as mais fortes, porquanto foi vivificado no correspondente Período de Saturno. Nesse período o joio será removido do trigo e estaremos prontos para o repouso cósmico.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Livro sem Prefácio

Desde o seu início, o Cristianismo vem sendo deturpado por interpretadores levianos, por entidades dogmáticas, por pretensiosos e pseudomestres, desavisados transmissores dos seus ensinamentos, os ensinamentos de Cristo, os ensinamentos Cristãos.

Vem sendo erroneamente ou mesmo inconscientemente confundido nos seus ensinamentos. Confundidos, sim, por aqueles que apenas o leram, sem entendimento e conhecimento de seu profundo significado oculto.

Essa verdade aqui exposta, sem nenhum sentimento ou propósito não fraternal, nós a encontramos se nos transportarmos aos textos do próprio Livro sem prefácio, a Bíblia. Esse livro que se constitui num verdadeiro manancial de ensinamentos revividos pelos apóstolos de Cristo e seguidos, retamente, por aqueles que possuem internamente a sua chave de interpretação.

Até mesmo nas suas traduções, esse fenômeno de deturpação se generalizou, se anotou de maneira muitas vezes grosseira, pois quase que a totalidade dos seus tradutores se julgaram privilegiados portadores da verdade, ao traduzi-la e entregá-la ao sabor de interpretadores menos capacitados.

Entretanto, nós sabemos que nenhum deles, ou melhor, a maioria deles não nos apresentou uma tradução do texto original, havendo, consequentemente, uma disparidade nas suas variadas traduções, encontrando-se, na maioria delas, a marca das funestas e nefastas influências de poderosos grupos da época de escribas, de fariseus interessados numa versão ajustada às conveniências e interesses desses mesmos grupos predominantes e, não raras vezes, fugindo à lógica da sua cristalina interpretação.

Dessa confusão e dessa disparidade caracterizada nas suas traduções surgiu o catolicismo, o protestantismo, enfim, a divisão de centenas de grupos e seitas religiosas, todas elas, porém, mantendo o sufixo “ismo”, o que, vale dizer, sem se afastarem do Cristianismo.

O movimento Rosacruz (cabendo aqui salientar: que não é uma seita ou organização religiosa, mas sim uma grande Escola de Pensamento Filosófica Cristã, também conhecida como a Escola dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental), no entanto, sem se preocupar com tais disparidades de traduções, sem pretender dar novas formas aos seus textos, vem procurando interpretar e “prefaciar” a Bíblia dentro da sua não deturpável realidade oculta, buscando, nas suas entrelinhas, a sua real e efetiva significação esotérico-espiritual, sem se preocupar com as razões ou interesses de variados grupos guiados por preconceitos egoísticos, finalidades não definidas e por vezes danosas aos superiores interesses do Cristianismo, corretamente aplicado.

Com a segurança dessa interpretação, com a convicção das verdades existentes no texto oculto da Bíblia, vem a Fraternidade Rosacruz, com seus respectivos Centros e Grupos de Estudos, conquistando a aprimoração e difusão dos seus ensinamentos, que muito vêm ajudando os nossos irmãos, as nossas irmãs, as nossas amigas e os nossos amigos nessa preocupação constante de sobreviverem na verdade, unicamente na verdade, no desejo de constituir uma humanidade mais Cristã, mais Fraternal, mais humana.

A trajetória percorrida pela Fraternidade Rosacruz, nessa espiral de evolução, vem se pontilhando e se purificando no grande sacrifício de uma luta constante, difícil e, muitas vezes, incompreendida, porém profundamente gloriosa.

Nessas circunstâncias, aos Estudantes Rosacruzes não recomendamos a leitura pura e simples do livro sem prefácio, a Bíblia, porém, que cada um procure estudá-la sem interesses outros que não sejam aqueles de, constantemente, aprender a interpretá-la na imperativa missão de fazer prevalecer a verdade dos seus ensinamentos e nunca as conveniências de grupos que consciente ou inconscientemente vêm contribuindo para dificultar o estabelecimento da tão aspirada Fraternidade humana.

Afinal, não nos esquecemos do que repetimos todas as vezes que oficiamos o Ritual do Serviço Devocional do Templo: “A Bíblia foi dada pelos Anjos do Destino que estando acima de todos os erros dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”.

E, mais, como estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos: “Há muito boas razões para que a Bíblia – que contém não uma, mas duas Religiões, a Cristã e a Judaica – fosse dada ao Ocidente. Se procurarmos a luz diligentemente veremos a Suprema Sabedoria oferecida por esta dupla Religião, apropriada como nenhuma outra Religião atual, às nossas necessidades especiais. Esclarecendo melhor esse assunto tratemos, nesse capítulo, de alguns pontos já examinados em outras partes desse livro.”

“A Bíblia, portanto, contém os ensinamentos de que necessitam, especialmente, os povos ocidentais.”

“Não pretendemos defendê-la (na forma atual comumente conhecida) como a única, verdadeira e inspirada Palavra de Deus, não obstante, ser verdade que ela contém muitos conhecimentos ocultos inestimáveis. Isso é, em grande extensão, escondidos sob interpolações e obscurecidos pela supressão arbitrária de certas partes julgadas “apócrifas”. O ocultista cientista que, claro, sabe o que se quis expressar pode ver facilmente quais as partes originais e quais as que foram interpoladas.”

“Antes de proceder com uma análise, é necessário dizer que as palavras da língua hebraica, especialmente no estilo antigo, sucedem-se umas às outras sem a separação ou a divisão que é de uso em nossa língua. Acrescentando a isso, havia o costume de retirar as vogais da escrita, de maneira que sua leitura dependia muito donde fossem colocadas, se verá quão grandes são as dificuldades a vencer para apurar o significado original. Uma ligeiríssima mudança pode alterar inteiramente o significado de qualquer sentença.

Além dessas grandes dificuldades, devemos também saber que dos quarenta e sete tradutores da versão do Rei Jaime  (a mais comumente usada na Inglaterra e América) unicamente três conheciam bem o hebraico e, desses três, dois morreram antes da tradução dos Salmos. A ata que autorizava a tradução, tenhamos também em atenção, proibia aos tradutores todo o parágrafo que pudesse desviar grandemente ou perturbar as crenças já existentes. É evidente, portanto, que as probabilidades de se conseguir uma tradução correta eram bem escassas.

Tampouco foram mais favoráveis as condições na Alemanha. Lá, Martin Lutero , o único tradutor, mesmo ele não a traduziu do texto original hebraico, mas tão só de um texto latino. A maioria das versões empregadas pelos protestantes dos diversos países é simples traduções em diferentes idiomas da tradução de Lutero.

Certamente tem havido revisões, mas não tem melhorado grandemente a matéria. Além disso, há grande número de pessoas que insiste em considerar o texto inglês da tradução do Rei Jaime como absolutamente exata, da primeira à última letra, como se a Bíblia tivesse sido escrita originalmente em inglês e a versão do Rei Jaime fosse uma cópia fidedigna do manuscrito original. Assim, os erros subsistem apesar dos esforços que se têm feito para eliminá-los.

Deve-se também notar que os que originalmente escreveram a Bíblia não pretenderam dar a verdade de maneira a poder tê-la quem quisesse. Nada estava mais distante de sua Mente do que a ideia de escrever ‘um livro aberto de Deus’.”

“Originalmente, a Bíblia Judaica foi escrita em hebraico, mas não possuímos nem uma só linha da escritura original. No ano 280 antes de Cristo fez-se uma tradução para o grego, a ‘Septuaginta’. Ainda em tempos de Cristo, havia já uma confusão tremenda e diversidade de opiniões relativas ao que se devia admitir como original e ao que tinha sido interpolado.

Só depois da volta do desterro da Babilônia, começaram os escribas a compendiar as diferentes escrituras. Pelo ano 500 D.C. apareceu o Talmud (um livro sagrado dos judeus, um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o judaísmo rabínico), com o primeiro texto semelhante ao atual. Em vista dos fatos mencionados, não pode ser perfeito.

O Talmud esteve em mãos da escola Massorética que, desde o ano 590 até 800 D.C., permaneceu, principalmente, em Tiberíades. Depois de enorme e pacientíssimo trabalho, escreveu-se um Antigo Testamento Hebreu, o mais próximo ao original que temos atualmente.

Esse texto massorético será utilizado na elucidação seguinte sobre o Gênesis e, não confiando no trabalho de um único tradutor, será suplementado por uma tradução alemã de três eminentes estudiosos do hebreu: H. Arnheim, M. Sachs e Jul. Furst que cooperou com um quarto, Dr. Zunz, sendo esse último também o editor.”[1]

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.E.: atualmente, em português, temos uma versão que atende à fidelidade descrita nesse parágrafo por Max Heindel em uma versão da “Bíblia de Jerusalém, edição brasileira (1981, com revisão e atualização na edição de 2002) da edição francesa Bible de Jérusalem, que é assim chamada por ser fruto de estudos feitos pela Escola Bíblica de Jerusalém, em francês: École Biblique de Jérusalem. De acordo com os informativos da Paulus Editora, a edição “revista e ampliada inclui as mais recentes atribuições das ciências bíblicas. A tradução segue rigorosamente os originais, com a vantagem das introduções e notas científicas.” Essas notas diferenciais em relação às outras traduções prestam-se a ajudar o leitor nas referências geográficas, históricas, literárias etc. Suas introduções, notas, referências marginais, mapas e cronologia — traduções de material elaborado pela Escola Bíblica de Jerusalém — fazem dela uma ferramenta útil como livro de consulta, para quem precisa usar passagens bíblicas como referência literária ou de citações. A Bíblia de Jerusalém é considerada atualmente, pela grande maioria dos linguistas, como uma das melhores bíblias para o estudo, aplicável não apenas ao trabalho de teólogos, religiosos e fiéis, mas também para tradutores, pesquisadores, jornalistas e cientistas sociais, independentemente de serem católicos, protestantes, ortodoxos ou judeus, ou mesmo de qualquer outra religião ou crença e ateus.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que Jesus foi chamado “o Filho do Homem”?

Resposta: Na realidade, Ele não foi chamado assim; Ele chamou a Si mesmo assim “Quem dizem os homens que Eu sou o Filho do Homem?[1]. Ele foi chamado de “Filho do Homem” por Ele possuir um corpo humano, mas há nisso uma referência oculta ao Signo de Aquário, no qual explicaremos à frente. Então, o “Filho do Homem” retornará. Houve um tempo em que a humanidade adorou o Touro, quando o Sol, por Precessão de Equinócios, passava pelo Signo do Touro[2]. Todo ano, o Sol dirige-se para o norte e, em torno de 21 de março ele atinge o Equador. Isso é o que chamamos o primeiro grau do Signo de Áries. Em seguida, ele percorre todo o círculo e, em torno de 21 de março seguinte atinge novamente o Equador, mas chega um pouco antes – ele precede. No Equinócio de Março, quando o Sol passa pelo Equador, chegará um pouco antes ao primeiro grau de Áries do ano anterior, e assim, por Precessão dos Equinócios, o Sol percorre todos os Signos. Quando ele atravessou o Signo do Touro, como foi mencionado, os povos adoravam o Touro. Em seguida, ele passou pelo Signo de Áries, e adorar o “bezerro de ouro” tornou-se um pecado mortal. Deus convocou o Seu povo: “Saiam do Egito. Não adoreis mais o Touro, mas pelo sangue do Cordeiro tereis a vossa Páscoa[3]. Por essa razão, a verga e as ombreiras das portas foram aspergidas com o sangue do cordeiro e eles foram salvos pelo sangue do Cordeiro.

Então, Cristo nasceu, e Ele disse àqueles que queria como Seus Discípulos: “Afastai-vos do lugar onde se adora o cordeiro.”. (…) “Eu vou tornar-vos pescadores de homens”[4]. Ele, então, preparou para essa Era, quando o Sol está transitando pelo Signo de Peixes, nesses últimos 2000 e poucos anos. No decorrer desses 2.000 e poucos anos muitos de nós comem peixe às sextas-feiras, durante a estação da Quaresma, etc. Logo após a morte de Cristo, houve uma grande controvérsia: deveria Ele ser representado pelo símbolo de um cordeiro ou de um peixe? É por essa razão que os bispos usam uma mitra em forma de cabeça de peixe. O Salvador é assim indicado pelo Signo que o Sol percorre por Precessão dos Equinócios. Agora, ele está se aproximando da cúspide do Signo de Aquário, o grande Signo intelectual. Deixará, brevemente, o Signo da devoção, Peixes, onde as pessoas tem vivido uma fé cega. Nós estamos nos aproximando de Aquário e já começamos a sentir a sua influência, o grande Signo intelectual do “Filho do Homem”. Se estudarmos a nossa Bíblia corretamente e sem opiniões preconcebidas, verificaremos que o primeiro milagre de Cristo Jesus foi a transformação de água em vinho, nas bodas de Caná[5]. Não obstante, ao chegar ao término do Seu ministério, Ele revogou a antiga aliança, enviando Seus Discípulos a um local onde pudessem comer a refeição pascal. Ele disse-lhes:

Logo que entrardes na cidade, encontrareis um homem levando uma bilha de água. Segui-o até à casa em que ele entrar. Direis ao dono da casa: ‘O Mestre te pergunta: onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos?’ E ele vos mostrará, no andar superior, uma grande sala, provida de almofadas; preparai ali”. Eles foram, acharam tudo como dissera Jesus, e prepararam a Páscoa[6]. Eles seguiram as Suas instruções e, então, Ele veio, partiu o pão e deu graças. Depois passou a taça e disse: “Então, tomando um cálice, deu graças e disse: ‘Tomai isto e reparti entre vós; pois eu vos digo que doravante não beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus[7]. Este é o ponto, a questão. Ele disse aos seus Discípulos que procurassem um homem com uma bilha ou um jarro de água – o Signo de Aquário. Há somente um Signo em todo o Zodíaco em que aparece um homem, e Aquário está ali, com uma bilha que despeja água. Cristo Jesus chamou a Si mesmo de o “Filho do Homem” porque Ele trouxe a Religião da Era Aquariana, da Era de Aquário.

(Do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Pergunta nº 93 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 16:13

[2] N.T.: a Era de Touro, na Época Atlante.

[3] N.T.: Ex 12:13

[4] N.T.: Mt 4:19

[5] N.T.: No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus foi convidado para o casamento e os seus discípulos também. Ora, não havia mais vinho, pois o vinho do casamento tinha-se acabado. Então a mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Que queres de mim, mulher? Minha hora ainda não chegou’. Sua mãe disse aos serventes: ‘Fazei tudo o que ele vos disser’. Havia ali seis talhas de pedra para a purificação dos judeus, cada uma contendo de duas a três medidas. Jesus lhes disse: ‘Enchei as talhas de água’. Eles as encheram até à borda. Então lhes disse: ‘Tirai agora e levai ao mestre-sala’. Eles levaram. Quando o mestre-sala provou a água transformada em vinho — ele não sabia de onde vinha, mas o sabiam os serventes que haviam retirado a água — chamou o noivo e lhe disse: ‘Todo homem serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já estão embriagados serve o inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora!’. Esse princípio dos sinais, Jesus o fez em Caná da Galileia e manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele.” (Jo 2:1-11).

[6] N.T. Lc 22:10-13

[7] N.T.: Lc 22-17-18

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