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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Luz do Mundo: onde, de fato, ela está?

Os quatro Evangelhos, que são fórmulas de Iniciação, começam com a narração da Concepção Imaculada e terminam com a Crucificação – ambas, ideais maravilhosos que alcançaremos algum dia, porque cada um de nós é um Cristo em formação, e tem que passar pelo nascimento e morte místicos, tal como se descreve nos Evangelhos. Por meio do conhecimento podemos apressar a chegada desse dia.

O maior drama já representado neste nosso velho Planeta teve lugar há, aproximadamente, dois mil anos. As rodas do destino haviam estado muito ativas durante séculos, reunindo todos os Egos renascidos aqui, que deveriam participar desse drama e cujas vidas serviriam de canais para essa magna realização. Antes dessa época Jeová tinha nosso Planeta a seu cargo e o dirigia de fora. Seu poder o mantinha na órbita e Ele era então o Deus Supremo. Tudo isso foi necessário para o nosso desenvolvimento naquele momento; no entanto, isso produziu a separação, e fomentou o egoísmo porque nos deu Leis que nos mantiveram refreada. Mas, havia chegado o momento na nossa evolução em que era necessário algo mais que a obediência às Leis. Havíamos alcançado a etapa de desenvolvimento em que poderíamos responder ao amor, alentado pelos impulsos espirituais recebidos diretamente do Sol, em lugar de recebê-los indiretamente de Jeová, refletidos da Lua, que é parte do Corpo Denso de Jeová. Para conseguir essa mudança, era necessário trabalhar com a Terra, de dentro, e temos assim o sublime Mistério do Gólgota que deu à Terra seu Redentor, o Cristo.

Nasceu um menino em Belém, e a vida dele afetou toda a vida sobre a Terra, bem como a própria Terra. A fim de prover um corpo de pureza superlativa que pudesse ser usado pelo grande Iniciado Jesus, e mais tarde, durante três anos, por um raio do Cristo Cósmico, foi escolhida a flor da Humanidade para ser os pais de Jesus, e esse grande privilégio recaiu sobre Maria e José – ambos elevados Iniciados – tal como narram os Evangelhos.

Assim, o belo personagem que conhecemos como Maria de Belém era um alto Iniciado. Durante muitas vidas havia renascido em corpos masculinos, positivos, porquanto os Iniciados geralmente escolhem o sexo masculino. Por que se lhes permite escolher o sexo? Porque a essa altura espiritual seu Corpo Vital já se tornou positivo, e esse, unido a um Corpo Denso positivo lhes proporciona um instrumento de máxima eficiência. Mas, às vezes, as exigências do caso exigem um Corpo Denso feminino para proporcionar um veículo do tipo mais elevado, que possa alojar um Ego de grau superlativo de desenvolvimento. Nesses casos, o Iniciado pode escolher um Corpo Denso feminino e passar novamente pelas experiências da maternidade, depois de havê-las dispensado em suas últimas vidas anteriores. Tal foi o caso de Maria de Belém.

José era também um alto Iniciado. José foi chamado de “carpinteiro”, mas isso não significava que ele fosse um “trabalhador de madeiras”, e sim um construtor num sentido mais elevado. Deus é o Grande Arquiteto do Universo e os Iniciados são “arche-tektons” — construtores na essência primordial em sua benéfica obra em prol da Humanidade. Há muitos construtores (tektons) de diferentes graus de poder espiritual, todos eles empenhados no trabalho de construir “o templo da alma”. José não era uma exceção, e quando lemos na Bíblia que Jesus era um “carpinteiro” e “filho de um carpinteiro”, devemos entender que ambos eram construtores nas ramas cósmicas. Nessa vida José se consagrou inteiramente à trilha do ocultismo, e quando chegou o momento para que se encarnasse o maior de todos os Mestres – Cristo –, ele foi escolhido para proporcionar a semente fertilizante do Corpo Denso para ser utilizado por Cristo.

Foi providenciado, desse modo, um Corpo Denso tão maravilhoso como jamais se viu na Terra, antes e nem depois. Era o tipo mais puro e livre de paixão, de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, e com as investigações na Memória da Natureza, pois essa era a condição de Maria e José quando foi concebido o Corpo Denso formado em volta do Átomo-semente do Corpo Denso de Jesus. O grande Espírito Jesus veio à vida sabendo que era sua missão preparar seu Corpo Denso (e, portanto, o Corpo Vital, já que esse é cópia fidedigna daquele) da maneira mais pura possível. Deveria lhe pertencer somente por trinta anos, findos os quais deveria ser entregue a Cristo. Já se disse que Maria e José tiveram mais “filhos”, devido ao fato de que os Evangelhos dizem que “os irmãos de Jesus estavam presentes”. Mas, quando examinamos a palavra grega que foi traduzida como “irmãos”, verificamos que ela significa parentes ou primos.

A Imaculada Concepção, como muitos outros mistérios sublimes, foi arrastada até a baixeza da materialidade. Quando o ato gerador é efetuado de forma brutal, corrompido pelo desejo e pela paixão, degrada o ser humano ao nível do animal. Quando, pelo contrário, os pais em perspectiva se preparam, por meio da oração e de aspirações elevadas, para o ato da fecundação como um Sacramento (sacr significa “portador do germe”, assim: um sacr-amento nesse caso abre o caminho para transmissão de um Átomo-semente físico do pai para a mãe) e não para satisfação própria, a concepção é então Imaculada. A virgindade física não é o que importa como uma virtude, já que todos são virgens quando nascem; é a pureza e a castidade da alma o que faz a virgem pura no pai ou na mãe; uma pureza que levará seu possuidor ao Sacramento do matrimônio sem mancha de paixão, e que permitirá à mãe levar seu filho em suas entranhas com amor puro, desprovido de sexo. Ter nascido de uma Virgem pressupõe uma vida anterior espiritualizada para a pessoa assim nascida, e nós devemos cultivar caracteres tão puros e incorruptíveis que nos tornem merecedores de nascer em Corpos Densos concebidos imaculadamente.

De acordo com os Ensinamentos Rosacruzes é muito importante distinguir claramente entre Jesus e Cristo. Quando se busca na Memória da Natureza, verificamos que o Ego nascido no Corpo de Jesus era muito avançado e puro; era o mesmo Ego que, em uma vida anterior, tinha renascido como Rei Salomão. Essa grande alma havia alcançado uma espiritualidade sublime através de muitas vidas de santidade e serviço abnegado. Mas, quanto ao caso de Cristo, não há testemunhas que indiquem uma encarnação anterior, pois Ele não pertence à nossa Onda de Vida.

É um fato contestável que ninguém pode construir um determinado corpo, a menos que o houvesse aprendido por meio da evolução. Grande e poderoso como é o Espírito Solar Cósmico de Cristo, Ele não pode construir um Corpo Denso na matriz da mãe física, nem mesmo usando os métodos mágicos dos Adeptos, visto que Ele nunca havia tido a experiência no Mundo Celeste onde se constroem os arquétipos dos Corpos Densos, tampouco havia tido Ele a experiência de construir Corpos Densos tal como nós tivemos por muitos anos. Ele é adiantado em duas Ondas de Vida a mais que nós. Ele é o Iniciado mais elevado dos Arcanjos (que alcançou o estágio “humanidade” no Período Solar), e cuja evolução na matéria só alcançava o Mundo do Desejo – a matéria mais densa que tal Onda de Vida alcançou nesse Esquema de Evolução. Por isso Ele não podia construir um Corpo de densidade maior que o da matéria do Mundo do Desejo. Ou seja, o Corpo de Desejos é o Corpo mais denso que ele sabe e poderia construir.

Os Evangelhos nos relatam muito pouco sobre a infância de Jesus depois de sua visita aos sábios do Templo. Mas, a tradição oculta nos diz que Ele passou os primeiros dias de sua infância com pleno conhecimento da missão que devia cumprir nesta vida. Foi colocado aos cuidados dos Essênios, nas margens do Mar Morto. Os Essênios eram uma comunidade de caráter muito devocional. Entre eles o menino Jesus teve seus primeiros exercícios. Mais tarde foi à Pérsia. A escola dos Essênios era um grande centro de sabedoria, e na grande biblioteca dela Jesus absorveu um imenso conhecimento oculto, reavivando o que havia aprendido em vidas anteriores. Aos trinta anos Jesus havia purificado seu Corpo Denso de tal forma que ele pôde ser ocupado pelo grande Ser a que chamamos Cristo.

Cristo é a mais alta revelação da verdade que já recebemos de Deus. Ele é o Grande Revelador. Ele nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6). Quando observamos as ocorrências de Seus três anos de Ministério na Terra, sabemos que além de serem meios de adiantamento na vida de um ser cósmico, representam também o Caminho de cada um de nós quando despertamos na busca pela verdade, estando renascido aqui. Representam, além disso, o caminho que conduz à libertação no Gólgota.

Se alguém tivesse vivido num Planeta distante e, de lá, examinado clarividentemente nossa Terra, teria observado uma mudança cada vez para pior nos Mundo do Desejo e no Mundo do Pensamento dela. Esses Mundos vinham se saturando cada vez mais de vibrações inferiores, baixas, más e sombrias. Nós, em nossa infância cósmica, não conseguíamos dominar nossos impulsos, porque o domínio do Corpo de Desejos predominava em cada um de nós e, portanto, ao morrer, éramos obrigados a permanecer no Purgatório a maior parte do tempo entre um e outro renascimento. O progresso era muito lento porque a vida no Segundo Céu, na Região do Pensamento Concreto, onde aprendemos o trabalho de criar, era quase estéril. Se Cristo não tivesse vindo à Terra como Redentor e Salvador, teríamos cristalizado o Planeta e a nós mesmos, de maneira semelhante aos nossos irmãos que estão no cone sombrio da Lua, que se atrasaram da nossa Onda de Vida e vão a caminho do caos, onde terão que esperar um novo Dia de Manifestação, a fim de que possam começar novamente em um novo Esquema de Evolução. O Clarividente, que pode ler na Memória da Natureza, vê que para escapar a essa calamidade foi exercida a influência benéfica de Cristo, de fora da Terra, muito tempo antes de Seu Advento, ou seja: da sua primeira vinda. Ele estava se preparando para atuar como o Espírito Planetário interno da nossa Terra e, assim, elevar as vibrações dela para purificar a toda atmosfera mental, emocional e moral.

Cristo se apoderou dos Corpos Denso e Vital de Jesus por ocasião do Batismo, e Jesus então se retirou deles. Entregou-os ao Espírito de Cristo para que Ele os usasse como ponte entre Deus e nós. Por outras palavras, Cristo possuía assim os doze veículos necessários para funcionar nos sete Mundos do nosso Sistema Solar (desde um Corpo formado de material da Região Química do Mundo Físico, um Corpo Denso, até um Corpo formado de material do Mundo de Deus). S. Paulo nos esclarece a respeito desse Ser elevadíssimo, dizendo-nos: “Não há outro mediador entre Deus e o ser humano, exceto Cristo Jesus” (ITim 2:5); só Ele conhece nossas debilidades e nossos sofrimentos e pode levar nossas orações ao Trono do Pai; só o Cristo compreende completa e perfeitamente isso.

A tradição oculta diz que depois do Batismo, Cristo Jesus foi em busca dos Essênios. Ele, como entidade cósmica, não conhecia muita coisa a respeito de um Corpo Denso. Esse veículo era uma prisão para Seu grande e glorioso Espírito, e teria sido destruído por suas poderosas vibrações, se Ele não tivesse se retirado ocasionalmente dele para deixar os átomos livres de sua acelerada frequência vibratória. A Bíblia fala de seus quarenta dias e quarenta noites de retiro no deserto para ser tentado por Satanás e, também, para que as vibrações do Seu Corpo Denso e Corpo Vital, recém adquiridos, fossem ajustados por aqueles que sabiam fazê-lo (os Essênios). Em várias passagens dos Evangelhos lemos que durante todos os seus três anos de Ministério Ele se separava de Seus Discípulos a intervalos periódicos, com esse propósito.

O verdadeiro Ministério de Cristo começou depois da Transfiguração. A Transfiguração é um processo alquímico por meio do qual o Corpo Denso, que é formado por processos químico-biológicos, é convertido em um diamante vivo, tal como se menciona no Livro da Revelação, o Apocalipse de S João. No atual estado de nossa evolução, o Corpo Denso obscurece eficazmente o resplendor do Espírito morador interno, que somos realmente nós, o Ego. Mas, podemos derivar esperança ainda da ciência química, que não há nada na Terra de tão raro e precioso como o rádio, o extrato luminoso do denso mineral negro chamado pechurana, ou seja, o óxido natural de urânio. Tampouco nada há de mais raro que o precioso extrato do Corpo Denso; o radiante princípio Crístico. Foram os veículos de Jesus os que se transfiguraram provisoriamente pelo Espírito morador interno, Cristo. Mas, embora reconhecendo o enorme poder de Cristo para efetuar a Transfiguração, é evidente que Jesus forçosamente deve ter sido um personagem sublime, único entre os seres humanos, pois a Transfiguração como pode se ver na Memória da Natureza, revela seu Corpo Denso de uma cor branca deslumbrante, o que demonstra sua dependência do Pai, o Espírito Universal.

Podemos ver um dos incidentes mais significativos do Ministério de Cristo na Última Ceia. Ela teve um significado mais profundo do que a de uma última refeição com seus amados Discípulos. Ele sabia que entregando Sua vida no Calvário ganharia a entrada ao centro da Terra e poderia, assim, difundir Sua própria vida em tudo o que vive nela. O pão que comemos cada dia é Seu próprio corpo. Se meditarmos sobre essa vida que se derrama anualmente a partir do Equinócio de Março, nos daremos conta de que se trata de algo de gigantesco e imponente; uma torrente de luz que transforma num instante uma Terra morta de frio em uma vida rejuvenescida. A vida que se difunde na germinação de milhões e milhões de plantas, é a vida do Espírito Planetário da Terra (Cristo). Dele vêm, ambos, o trigo e a uva. Eles são o corpo e o sangue do Espírito aprisionado da Terra, dado a nós para seu sustento durante a presente fase da evolução. Devemos comer esses alimentos dignamente, do contrário seremos comidos debaixo da dor, da enfermidade ou mesmo da morte.

Quando Cristo se ajoelhou no Getsemani, com a dor do mundo sobre as espáduas, este mundo que Ele veio salvar da destruição, produzida pela cristalização, e que O desprezou, foi para que Ele compreendesse a nossa agonia e aflição, quando tudo havia culminado naquilo que o Getsemani representa. Se Ele não tivesse provado desse cálice, não teria compreendido a dor e a solidão das almas que morrem diante de sua Crucificação. Se Ele nos tivesse falhado, como falhamos nós tão frequentemente, não teria havido o amanhã da Ressurreição. O nosso destino para este ciclo estava vinculado ao Seu.

Na Crucificação vemos que o Mistério do Gólgota não foi um acontecimento humano, mas cósmico. Cristo era um ser Único, cósmico até esta época, e que através do mistério do Gólgota se vinculou à evolução da Terra. Era um Ser que em Seu próprio Reino nunca havia conhecido a morte. Desceu à Terra para dar um impulso espiritual à vida em evolução, e para salvar tantos atrasados quanto Lhe fosse possível, elevando as vibrações do Corpo de Desejos da Terra. Desde então Ele vive nas almas humanas. Por seu grande sacrifício, adiantou-se para uma etapa superior de Sua própria evolução. Quando no Calvário, o sangue fluiu das feridas em Suas mãos, dos seus pés e do flanco do Corpo Denso, o grande Ser Cristo saiu do Corpo Denso de Jesus, difundiu-se por toda a Terra e se converteu no Espírito Planetário do Planeta. A libertação do Espírito Solar Cristo do Corpo Denso de Jesus produziu uma grande luz deslumbrante que, não obstante, produziu uma sensação de escuridão, da mesma forma, quando alguém fixa os olhos numa luz brilhante e entra rapidamente num quarto escuro tudo lhe parece escuro. A sensação de escuridão se deveu à libertação do glorioso Espírito de Cristo que cobriu a Terra, mas tão logo a Terra absorveu Suas vibrações, tudo voltou às suas condições normais. As vibrações, assim iniciadas, contudo, purificaram e puseram em ordem rítmica os Mundos superiores da Terra, e deram um impulso espiritual que não teria sido possível ser dado de outra maneira. Foi esse impulso que lavou e tirou os pecados do mundo, e é essa influência continuada, ainda trabalhando em cada um de nós, que está trazendo o espírito de amor e altruísmo cada vez mais para os nossos corações.

Depois dos acontecimentos do Gólgota, fomos dotados da faculdade que nos capacita a levar conosco, através do umbral da morte, aquilo que nos salva do isolamento nos Mundo espirituais. Aquilo que aconteceu na Palestina foi o aspecto central, não somente da nossa evolução física, como também da evolução nos outros Mundos. Depois de consumada a Crucificação, Cristo apareceu no Purgatório, onde a grande maioria de nós vive por um tempo depois da morte aqui, e fixou um limite ao poder da morte. Desde esse instante, o Purgatório a que os gregos chamavam de as “regiões da sombra” foi iluminado pela Luz do Seu Espírito, indicando a seus moradores que a “Luz” haveria de vir. O grande sacrifício levou luz até aos Mundos espirituais.

O que fluiu na nossa evolução com a aparição de Cristo atuou como uma semente, e as sementes amadurecem lentamente. No passado remoto a conexão entre nós e os Mundos espirituais se mantinha ativa por meio dos Mistérios (ou Iniciações), abertas somente a alguns escolhidos. Por meio desses, os Iniciados, em condições peculiares de alma, podiam receber a revelação dos Mundos espirituais.

Não fora por Belém, por Getsemani, pelo Calvário, e pelo que eles representam, teríamos demorado uma eternidade para atingir o presente grau evolucionário – se é que conseguiríamos! A maior parte da nossa Onda de Vida teria, possivelmente, perdido a chance de continuar se desenvolvendo nesse Esquema de Evolução.

A morte é o grande revelador, e a morte de Cristo Jesus revelou Sua vida. Em alguma etapa da nossa evolução, quando por meio da Iniciação aprendermos a pronunciar o nome deste grande Espírito Planetário, nossa consciência se abrirá à Sua Presença Onipenetrante. Um dos revelados à nossa consciência pela Iniciação é a realidade vivente do Espírito Planetário, o Cristo. Mas, nós estaremos sempre cegos à Sua presença e surdos à Sua voz, até que despertemos nossa natureza espiritual latente. Contudo, uma vez que a tenhamos despertado, essa natureza nos revelará o “Senhor do Amor” como uma realidade. Por isso, Cristo disse: “Eu Sou o Bom Pastor e conheço minhas ovelhas e sou conhecido por elas” (Jo 10:14). No passado, estivemos buscando uma luz externa, mas hoje chegamos à condição em que devemos buscar o Cristo interno e imitá-lo, convertendo-nos em sacrifícios vivos como Ele o está fazendo. Na Fraternidade Rosacruz, quando se desenvolve a percepção interna dos Mistérios mediante o Conhecimento Direto, os resultados são estéreis a menos que sejam acompanhados por constantes atos, ações e obras do serviço amoroso e desinteressado ao irmão ou à irmã que está ao nosso lado, esquecendo os defeitos de cada um e focando exclusivamente na divina essência, oculta em cada um, e que é a base da Fraternidade. A expressão intensa desta qualidade aumenta a luminosidade fosforescente e a densidade dos dois Éteres Superiores (Éter Luminoso e Éter Refletor) do nosso Corpo Vital. À medida que transcorre o tempo, Cristo, por Seu Ministério benéfico, atrai cada vez mais a luz e, com isso, o Éter Luminoso e o Éter Refletor interplanetário vão tornando o Corpo Vital da Terra mais luminoso. Com o tempo, estaremos caminhando em um mar de luz, e quando tenhamos aprendido a abandonar nossos hábitos egoístas e nossa Personalidade (aquilo que achamos que somos, a ilusão de ser), por meio do contato persistente com essas vibrações benéficas de Cristo, nos tornaremos também luminosos.

A Páscoa da Ressurreição é o ato final do drama cósmico que envolve a descida do raio Solar de Cristo para dentro da matéria do Planeta Terra. A Ressurreição foi o cumprimento da missão de Cristo. Os Ensinamentos Rosacruzes nos dizem que durante os três dias que ficou no túmulo, o Corpo Denso de Jesus, que foi usado pelo Cristo, foi desintegrado pelas poderosas vibrações celestiais. Os dois Éteres superiores do Corpo Vital vibraram mais intensamente que os dois Éteres inferiores. Quando nós, por meio de pensamentos e atos, obras e ações espirituais, atrairmos para nós mesmos um grande volume desses dois Éteres superiores, que passam a fazer parte em maioria de quantidade do nosso Corpo Vital, a vibração do nosso Corpo Denso se torna mais intensa, e quando o abandonamos ao morrer, se desintegrará mais rapidamente.

Quando Cristo apareceu ressuscitado a Seus Discípulos, atraiu para Si, por meio de Sua vontade, matéria física suficiente para Se revestir em um Corpo Denso. Foi assim possível a seus Discípulos tocá-Lo e apalpá-Lo. Os Auxiliares Invisíveis Iniciados, que já passaram pelas portas da morte, aprenderam a atrair ou a repelir matéria física à vontade, e podem se materializar, a despeito do fato de que o Arquétipo de seus Corpos já tenha deixado de funcionar.

O Cristo está, naturalmente, à frente de Seres dessa categoria, e lhe foi fácil passar através da parede em Seu Corpo Vital, e uma vez no interior, materializar Seu Corpo Denso por meio de Sua vontade. Cristo usou o Corpo Vital de Jesus até o momento da Ascensão. Depois disso ele foi entregue aos Irmãos Maiores. Esse Corpo Vital está guardado no interior da Terra onde só os elevados Iniciados podem penetrar. Uma guarda constante cuida desse Corpo Vital precioso, pois se ele fosse destruído estaria também destruída a única via para Cristo sair do centro da Terra, e Ele ficaria prisioneiro na Terra até o final deste Dia de Manifestação, quando a Noite Cósmica dissolvesse a Terra no Caos.

O Domingo de Ressurreição é um símbolo anual que fortalece nossas almas, para continuarmos em nosso trabalho de regeneração, a fim de que surja em nós o Dourado Manto Nupcial, que nos fará filhos de Deus no sentido mais elevado e mais sagrado. Esse Corpo-Alma é construído aumentando, em quantidade, o Éter Luminoso e o Éter Refletor do nosso Corpo Vital. Quando essa substância dourada nos envolver com suficiente densidade, estaremos preparados para imitar o Sol da Ressurreição, e nos elevar a esferas mais altas.

A vinda de Cristo à Terra foi o princípio de um novo reinado que perdurará. A preparação para esse reinado começou 12.000 anos atrás quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, estava no Signo de Libra. Cristo trouxe a nós o amor espiritual que é independente da “carne e do sangue”.

O sacrifício de Cristo não foi um acontecimento que, tendo lugar no Gólgota, se efetuou em umas poucas horas, de uma vez para sempre. Os místicos nascimentos e mortes de Cristo são eventos cósmicos contínuos. Esse sacrifício é necessário para nossa evolução física e espiritual durante a presente fase de nosso desenvolvimento, até que um número suficiente de nós se tenha espiritualizado o bastante para manter a Terra em levitação, em sua órbita, libertando esse grande Espírito de Sua Crucificação anual. Como diz Max Heindel em relação a essa ocorrência anual: “No decorrer da noite mais escura do ano, quando a Terra dorme profundamente a partir do Equinócio de Setembro, quando as atividades materiais estão em seu ponto mais baixo, uma onda de energia espiritual traz em sua crista a Divina Palavra Criadora, desde os Céus até a Terra, no nascimento místico do Natal. Como uma nuvem luminosa, esse impulso espiritual envolve e penetra o mundo que não o conheceu”. Essa divina Palavra criadora tem uma mensagem e uma missão: “Nasceu para amar o mundo e dar Sua vida por ele, e é necessário que sacrifique Sua Vida para levar a cabo o rejuvenescimento da Natureza. Gradualmente se espalha dentro da Terra e começa a infundir sua energia vital entre as milhões de sementes que jazem dormentes no seio da Terra. Sussurra o alento de vida, a Palavra Criadora, nos ouvidos das aves e dos animais, até que esse Evangelho de boas novas tenha alcançado toda a criatura vivente”.

“Esse sacrifício atinge sua consumação no Domingo da Ressurreição. Cristo, dessa forma, morre na cruz da Terra nesta data – em um sentido místico – enquanto lança seu último grito triunfante, ‘Consumado está’. A criação inteira faz eco à essa canção celestial, e uma legião de línguas a repete sem cessar. As pequenas sementes do seio da Terra-mãe começam a germinar, e seus rebentos, a sair em todas as direções. Das tribos de animais e aves, a palavra de vida ressoa como uma canção de amor que as incita a multiplicarem-se. Geração e multiplicação estão por todas as partes. O espírito elevou-se para uma vida mais abundante”.

Essa onda anual de vida leva consigo toda a consciência do Cristo Cósmico. A conexão entre a morte do Salvador na cruz da Terra por ocasião da Páscoa, e a energia vital que se expressa tão profusamente a partir do Equinócio de Março, é “a chave” de um dos mais sublimes mistérios encontrados pelo Espírito humano em sua peregrinação, desde seu estado mais rudimentar até Deus.

Quando alcançamos a etapa em que desejamos a total libertação da dor, mais que nenhuma outra coisa, e começamos a trilhar o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, por meio da pureza e do sacrifício próprio, somos instruídos nos Mistérios do Gólgota, no Cálice do Graal, no Sangue Purificador e na Cruz de Rosas. Cristo, em Sua última reunião com Seus Discípulos, tomou o Cálice como um símbolo do Novo Testamento. Ele não é uma taça comum na qual se possa verter qualquer líquido, nem foi o líquido em si que possuía a potência para ratificar o novo convênio. O grande Mistério está no fato de que o cálice e seu conteúdo eram partes integrantes e indispensáveis de um Todo Sublime. A palavra alemã para cálice é “kelch”; a latina “calix”; ambas representam a envoltura exterior da semente e da flor. A palavra grega para cálice é “potarion”, que significa receptáculo. As palavras inglesas potente e impotente, significativas da posse ou da falta de virilidade, nos mostram o profundo significado da palavra grega que obscurece nossa evolução de ser humano a super-homem.

Estamos sofrendo de uma ferida que não cicatriza, uma ferida feita pelo abuso da força sexual criadora. Perdemos esse poder devido aos excessos de nossa natureza baixa ou inferior. Desde os tempos de Adão e Eva – que simboliza cada um de nós – comeu da do fruto da Árvore do Conhecimento (geração sexual quando e como quiser), o uso errôneo e o abuso dessa força sexual criadora tem sido a causa da nossa fraqueza. Toda a “carne” foi concebida em paixão e pecado.

A geração da planta, pelo contrário, é pura e imaculada. A flor perfumada, especialmente a rosa, se destaca simbolicamente em oposição direta à carne apaixonada. A flor é o órgão gerador da planta. Ela nos diz que a Imaculada Concepção, em amor e pureza, é o caminho para a paz, para a felicidade e para o progresso. A paixão animal nos afasta do caminho, e foi o conhecimento da necessidade absoluta de castidade por parte daqueles que tiveram um despertar espiritual (exceto quando a procriação seja necessária), que ditaram as palavras de Cristo ao dar o Cálice como um símbolo da Nova Dispensação. O Cálice representa o recipiente da flor em que se conserva a essência da vida, a semente. O Cálice do Graal representa cada um de nós e o nosso poder criador sem mancha. É o ideal através do qual o Místico que despertou, aprende a respeito do “Sangue Purificador de Cristo”. S. Paulo, o Apóstolo, afirmou que todo aquele que participa do cálice da comunhão indignamente, sem viver uma vida de pureza, está em perigo de doença e morte.

O sagrado mistério desse Cálice da Nova Dispensação é a chave para o Mistério do Gólgota. Quando tivermos aprendido, por meio do sofrimento e da dor, a beber desse cálice dignamente, encontraremos a “Luz” dentro de nós mesmos, “Luz” que nos guiará ao Senhor do Amor. “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar.” (Apo 3:8).

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – julho/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Na busca de Cristo: quem você acha que Ele realmente é?

Existe só um Cristo. Atualmente, no mundo existem mais de bilhões de Cristãos – um bilhão, mil bilhões de cristãos – entretanto, desse um bilhão de cristãos, quantos serão capazes de chegar a um acordo quanto a “quem” aquele Cristo único é?

Existe só um Cristo e, através dos séculos, os homens e mulheres têm-no buscado. Muitas foram as sendas que seguiram. Algum seguiram o caminho ortodoxo, enquanto outros seguiram o oculto. Ainda outros, seguiram o caminho do Coração, enquanto outros seguiram o da Mente.

Existe só um Cristo. Entretanto, olhando através dos mais de dois mil anos passados encontramos diferentes ensinamentos, cada um deles proclamando ser aquele, o único, o verdadeiro ensinamento de Cristo.

Existe só um Cristo, mas muitos, vendo as divisões dos séculos passados, ficaram confusos e espantados, frustrados e de corações feridos sem saber qual desses grupos pregava o verdadeiro Cristo.

Desde que há só um Cristo, muitos acreditam que deve haver só uma Religião Cristã, um Ensinamento ou Doutrina. Procuram a “Verdadeira Igreja” e a “Religião Cristã Original”. Aqueles que proclamam ter encontrado àquela e única Religião Cristã fazem-no por ignorar ou alterar os fatos históricos. Quando olhamos para trás e estudamos o desenvolvimento do Cristianismo desde seu início, chegamos à conclusão de que nunca houve uma unidade completa entre os Cristãos.

Os primeiros Cristãos eram judeus e pregavam só para os judeus (At 11:19). E eram influenciados pelo ambiente, pela educação e pelos conhecimentos a que estavam habituados. Depois de algum tempo, os gentios foram também atraídos para estes novos ensinamentos. Em breve houve Cristãos Judeus e Cristãos Gentios, assim como Cristãos com tradições gregas, egípcias e até romanas.

O erro mais comum que foi cometido na procura do verdadeiro Cristo foi procurá-lo baseado em provas exteriores. Na realidade a única evidência que pode ser aceita, como prova absoluta, deve vir de dentro. Não é o que foi escrito em tábuas de argila ou de ouro, papiro ou papel o que conta; ou ainda quem escreveu ou disse. A única coisa que importa é o que está escrito nos nossos corações. A mensagem de Cristo não é de molde a estar enredada em dogmas teológicos. É pura e simples como são as palavras Luz e Amor.

Ninguém se interpõe entre o indivíduo e Cristo. Não é necessário ninguém nos dizer o que Cristo quis dizer e o que nós devemos ou não fazer. Fique tranquilos. Escute e Cristo falará. “Procura e encontrarás” (Mt 7:7-8).

Cristo não veio para uma igreja ou para um povo ou nação. Cristo veio para todos… Cristo é universal… Cristo é.

Como estudamos no poema Credo ou Cristo, de Max Heindel, no início do Conceito Rosacruz do Cosmos:

“Não ama a Deus quem ao semelhante odeia,

e lhe espezinha a Alma e o coração.

Aquele que se vale da ameaça do inferno para limitar

e anuviar-nos a Mente, não compreendeu ainda nossa meta final.

Todas as Religiões são dádivas abençoadas de Deus

e Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Por Deus mandado para aliviar o que leva pesado fardo

e dar paz ao triste, ao pecador e ao que luta.

Eis que o Espírito Universal veio

a todas as igrejas; não a uma apenas;”

O problema dos Cristãos primitivos, as perguntas que faziam, os problemas que enfrentavam e as divisões que se deram são as mesmas questões, problemas e divisões que enfrentamos hoje.

Não é indo atrás do tempo que podemos encontrar uma forma pura de Cristianismo. Devemos nos desligar do passado. Devemos olhar em frente na direção de um novo dia e uma nova Terra. O que nos consideramos como uma Religião Cristã hoje em dia, é, na realidade uma sombra do que está para vir. Afinal, “a Religião Cristã não teve ainda o tempo necessário para realizar o seu grande objetivo, que é unir todos nós em uma Fraternidade Universal, tendo Cristo como Irmão Maior. Até agora muitos de nós estão, ainda, sob a influência do dominante Espírito de Raça, pois os ideais do Cristianismo ainda são demasiado elevados para eles.

Cristo não pode ser encontrado em Sua forma completa nos escritos ou nas crenças dos primeiros tempos. Cristo pode ser encontrado no coração de todos a cada um de nós.

Que o Espírito de Cristo nos preencha a todos.

(Traduzido da Revista “Rays From The Rose Cross” e publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – outubro/1979-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Três Cidades Que Hospedaram o Cristo

Três pequenas cidades podem orgulhar-se de haver hospedado o Cristo Jesus — a maior Luz que a Terra jamais conheceu: Belém, Nazaré e Cafarnaum.

A cidade de Belém, “Casa do pão”, onde a criança santa nasceu; a cidade de Nazaré, o lugar onde o tempo é utilizado para a vida pessoal, usado para crescer em fortaleza e conhecimento.

Vamos detalhar mais sobre a terceira cidade, a de Cafarnaum que significa “cidade do Consolador”. Ficava no território da tribo de Neftali, limítrofe do da tribo de Zabulon. No Evangelho Segundo S. Mateus estudamos como ele relacionou o Cristo ao trecho do Livro do Profeta Isaías (8:23 a 9:1): “No passado, o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali. No futuro, glorificará o caminho do mar, a outra margem do Jordão e a Galileia dos gentios: o povo que caminhava nas trevas viu grande luz; sobre os habitantes da terra das sombras uma luz brilhou”.

O “caminho do mar” ia de Damasco ao Carmelo, através do Jordão (também chamada “Peréia”, do grego peran, que significa “além”, e que hoje é denominada “Transjordânia”).

A Galileia dos gentios é a cidade de Cafarnaum, porque nela havia grande mistura de judeus e gregos e constituía um forte entreposto comercial, com ligações por terra e mar com os distritos circunvizinhos e que demandavam Horã, Tiro, Sidon, Síria e Egito. Daí serem tidos os cafarnaitas, pelos ortodoxos da Judeia, como “livres-pensadores” e como “heréticos sincretistas”. Mas justamente por isso o terreno era fértil para a pregação de Cristo Jesus, com almas sinceras, sem hipocrisia, podendo manifestar livremente suas crenças.

Dentre as interpretações bíblicas, a que se relaciona com a Astrologia Rosacruz diz que Jacó tinha 4 esposas (Lia, Raquel e suas Amas) que representam as 4 fases da Lua. Com elas gerou 13 filhos, sendo uma filha, Diná, que representa o único Signo feminino: Virgem. Dois filhos, Simeão e Levy, representam o Signo de Gêmeos; e os demais 10 filhos, os outros Signos do Zodíaco. A região de Neftali está ligada a Capricórnio; Neftali era um dos filhos de Jacó, representado por uma corça que partia em corrida até vencer um ano (iniciado pelo Solstício de Dezembro). Deduzimos, pois, dentro dessa simbologia, que Neftali era um lugar de provas, de séria concentração, de análise, atributos saturninos valiosos na evolução espiritual.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

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O Mistério da Imaculada Conceição ou Concepção

O mistério mais profundo ligado à evolução humana é o da Imaculada Conceição. Sua verdade foi velada, propositadamente, da Mente da Humanidade comum que é inteiramente incapaz de compreendê-la. O Rito da Imaculada Conceição sempre foi uma parte dos Mistérios, mas à medida que o materialismo cresceu, uma a uma, as portas das Escolas de Mistérios foram se fechando, assim também o termo Imaculada Conceição chegou a não ter significado especial.

Como um exercício preparatório durante essa época do ano – a mais Santa – é recomendado ao Estudante Rosacruz estudar sobre a Anunciação no Evangelho de S. Lucas 1:26-38[1]. Ajudará muito abrir a compreensão do Estudante Rosacruz ao significado espiritual do que segue:

A Imaculada Conceição representa a maior conquista da feminilidade. Significa uma conquista tão maravilhosa, misteriosa e sagradamente bela que meras palavras são inadequadas para revelar seu verdadeiro significado. Podemos conhecê-lo plenamente no profundo silêncio da alma.

Maria, a mãe de Jesus, simboliza o Eterno Feminino, o princípio do amor. Eva, a Mãe Universal, em quem a “Queda” deste princípio torna-se Maria, a mãe do imaculadamente concebido, quando este princípio amoroso, que tinha sofrido a “Queda”, é erguido e redimido.

Maria era uma mulher terrena, mas perceba um mistério: “Ela purificou sua natureza de tal modo, que a criança que ela concebeu e a quem ela deu à luz era de tal pureza e perfeição que Ele se tornaria um veículo para o Cristo. A vida e as obras de Maria, de José e de Jesus são proféticas da Nova Era – a Era de Aquário –, quando todo Ego será bem-nascido, tendo seus Corpos gerados em amor por pais puros e castos. Só então um novo tipo de seres humanos, unidos em comunhão e bondade fraterna, desdobrará as asas da imortalidade e manifestará um mundo em que habitarão paz, alegria, saúde e abundância. Isso, verdadeiramente, mostrará a “Santidade ao Senhor”.

A Santíssima Virgem Maria é a mais elevada Iniciada que jamais veio à Terra vestindo um corpo feminino. Há uma dupla razão para isso. Ela veio como um perfeito tipo-padrão para o aperfeiçoamento de todas as mulheres. Ela também veio para dar ao ser humano um dos maiores dons do céu, ou seja, o Santo Mistério da Imaculada Conceição.

Os primeiros alquimistas pronunciaram uma verdade profunda quando declararam que a Pedra Viva (Corpo da Nova Era) seria formada pela união do Sol e da Lua. É dentro das duas joias da coroa que adornam a cabeça (a Glândula Pineal e a Glândula Pituitária) que este trabalho divino é principalmente consumado. Um verdadeiro princípio de luz, uma semente solar, forma-se na Glândula Pineal de cada ser humano. É uma parte de sua herança Cristã. No entanto, essa semente de luz permanece adormecida – permanece latente – até que uma pessoa seja sábia o suficiente para entender como usá-la. À medida que o Aspirante à vida superior se torna suficientemente dedicado e espiritualizado, cada ano, imediatamente após o Solstício de Junho, essa semente solar inicia um circuito anual através do corpo, simulando o caminho do Sol em seu curso pelos céus (as correntes da vida no ser humano e na natureza estão sempre de acordo, a menos que o próprio ser humano perturbe essa harmonia). Pelo Equinócio de Setembro, a semente solar chega ao centro do coração, e no Solstício de Dezembro, quando o Sol chega à sua declinação mais ao sul, toca o Plexo Celíaco (ou Plexo Solar). É por esta razão que nos antigos Mistérios o centro do Plexo Celíaco foi denominado o “Padroeiro do templo do corpo humano”. Após a ascensão do Sol, o princípio de luz novamente toca o centro do coração no momento do Equinócio de Março, e no Solstício de Junho é levado para sua casa na Glândula Pineal quando, mais uma vez, o Sol atinge sua posição mais setentrional.

Durante este circuito anual da semente do Sol, o Corpo é eletrificado com nova vida, novo esplendor e os poderes que fazem para a eterna juventude; daqui aqueles que percorrem o caminho para o conhecimento direto são iluminados sempre com uma luz de brilho muito raro. Eles se tornaram um com a glória daquela luz interior que nunca se encontra na terra ou no mar.

Enquanto isso, concomitante ao ciclo solar, a cada mês na Lua Nova forma na Glândula Pituitária um princípio lunar.

Esta semente lunar segue o caminho da Lua. Até a Lua Cheia a semente chega ao centro da geração. A Lua Cheia, portanto, marca o momento crucial do mês. No Corpo de uma pessoa que vive a vida ordinária do mundo, o princípio lunar é dissipado e seus poderes de vida perdidos. No Aspirante à vida superior consagrado, entretanto, o princípio lunar é conservado e erguido, outra vez, do seu repouso na Glândula Pituitária à altura da Lua Nova, onde suas forças se fundem com as do princípio lunar recém-formado. Agora, no Solstício de Junho, para quem percorre o caminho da santidade, uma verdadeira Missa de Cristo é celebrada no templo-Corpo purificado, pois é então que os doze princípios lunares, conservados ao longo do ano, se unem ao princípio solar. Seu lugar de fusão é o terceiro ventrículo, que é a ponte entre a Glândula Pineal e a Glândula Pituitária.

O terceiro ventrículo torna-se, assim, o leito matrimonial sobre o qual a “Criança” Sagrada (união das sementes Solar e Lunar) é concebida e nascida. É também chamado de “manjedoura”, sendo a Glândula Pineal e a Glândula Pituitária os “santos Pais” que participam na união alquímica.

Assim, isso é um breve esboço do processo oculto fundamental que está subjacente ao Rito da Imaculada Conceição.

(Traduzido do livro: The Life and Mission of the Blessed Virgin – Corinne Heline, pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: 26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28Entrando onde ela estava, disse-lhe: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”. 29Ela ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. 30O Anjo, porém, acrescentou: “Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. 31Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim”. 34Maria, porém, disse ao Anjo: “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?”.35O Anjo lhe respondeu: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril.37Para Deus, com efeito, nada é impossível”. 38Disse, então, Maria: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”. E o Anjo a deixou.

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O Significado Esotérico do Tempo do Advento antes da Noite Santa

O tempo do Advento – do latim Adventus: “chegada”, do verbo Advenire: “chegar a” – (quatro domingos) é conhecido como um tempo de purificação e preparação. É o momento em que o Aspirante à vida superior se sincroniza mais intensamente com os regozijos do próximo fluxo de Cristo no Natal, que se aproxima. E se você sabe algo sobre o significado da Iniciação Cristã Mística, entrará com uma compreensão muito mais profunda nas disciplinas de tempo do Advento.

Os primeiros Discípulos de Cristo observavam esse período como muito apropriado para receberem novas revelações do alto, particularmente propícias para o desenvolvimento espiritual deles. Realizavam uma preparação específica para o que eles esperavam receber quando o Advento alcançasse seu cume no momento da Noite Santa.

Note que em harmonia com as influências zodiacais, o Advento ocorre quando o Sol está passando pelo Signo de Sagitário. Esse é o Signo do verdadeiro êxtase da alma e da vidência. Os antigos devotos, frequentemente, se referiam a esse período de Sagitário como o “Festival de Luz”, uma vez que é o momento em que a radiação da luz de Cristo permeia a Terra de forma mais completa!

Normalmente, o Advento começa no último domingo de novembro e culmina na áurea glória do Solstício de Dezembro. Para o Cristão esotérico abarca as três etapas ou graus que alcançam seu máximo à meia-noite da Noite Santa. Esse período de preparação e progresso se refere não somente às quatro semanas de Advento, mas também a determinados estágios de desenvolvimento espiritual relacionados com essas quatro semanas.

Durante a semana que segue o primeiro domingo do Advento, o trabalho é preparatório ou de primeiro grau: grau da Anunciação. O grau da Anunciação se relaciona, especialmente, com o cultivo da pureza: pensamentos, sentimentos, palavras e atos.

Durante a semana que segue o segundo domingo do Advento cultivemos o segundo grau: grau da Imaculada Concepção. O grau da Anunciação se relaciona, especialmente, com o cultivo de que um dia a morte não mais existirá – como achamos que existe. E como ela, não existirão mais enfermidades, doenças e sofrimentos, pois a concepção de novos seres humanos será imaculada, sem mácula, fruto de uma relação em que a fraternidade e o verdadeiro amor estarão presentes continuamente.

Durante a semana que segue o terceiro e quarto domingo do Advento cultivemos o terceiro grau: grau do Sagrado Nascimento. Aqui nos aproximamos de coração nos Mistérios Cristãos: Cristo veio como supremo indicador do Caminho! O que Ele alcançou, alcançaremos algum dia. Aqui cabe o que o místico alemão Angelus Silesius expressou quando disse: “Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém, se não nascer dentro de ti, tua alma seguirá extraviada”.

Por Corinne Heline no livro O Mistério do Christos

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O Céu dentro de Nós

A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Cristianismo Esotérico, isto é, diferente do Cristianismo Exotérico ou Popular. Ela procura transferir as realidades do Cristianismo para o interior de cada indivíduo, visando convertê-lo no centro de uma realidade espiritual, num microcosmo, feito à imagem e semelhança de Deus em realidade. Afinal: “Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?[1].

Esse reino interno de Cristo é concebido por Virgem, a Virgem Celestial, em cooperação com José. Virgem é o símbolo da pureza e do serviço e mostra que o Cristo se forma pela pureza e serviço amoroso e desinteressado, mediante o esforço bem orientado da vontade humana consciente (José).

A história de Cristo Jesus é a nossa. Jesus nasceu em Bethlehem (“casa do pão”), o Corpo Denso. Somos nós, o Espírito interno, que aguardamos a nossa purificação ou o nosso batismo, a fim de que comecemos, de fato, a dirigir nosso destino. Depois é tentado, transfigurado e, finalmente, entra em Jerusalém (Jer-u-salém, “onde haverá paz”), e ali Seu primeiro ato foi expulsar os mercadores do Templo, mostrando que para haver paz dentro do Templo do nosso Corpo é preciso limpá-lo dos desejos, sentimentos e das emoções inferiores.

Nessa trajetória, Cristo Jesus pregou e curou, vivendo os mandamentos básicos da Sua mensagem e mostrando os meios de elevação para cada um de nós: autoaperfeiçoamento e serviço amoroso e desinteressado ao próximo, esquecendo os defeitos desse e focando na divina essência oculta nele, que é a base da Fraternidade. Por isso chamou os hipócritas fariseus de “túmulos caiados de branco por fora e podre por dentro[2].

Para nós, Estudantes Rosacruzes, Cristo é o ideal que buscamos atingir, ajudados pelos Ensinamentos Rosacruzes, tal como foram fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, conhecedores da natureza humana e que nos previnem racional e devocionalmente como realizar essa gigantesca tarefa.

Não é uma Escola para a maioria, compreendemos, mas para verdadeiros Aspirantes à vida superior que buscam a realização pelo Cristianismo Esotérico, escolhidos por seus valores morais, pela sinceridade de propósito, provados na prática do trabalho coletivo. Não é certo que “pelos frutos se conhecem árvores[3]?

O Cristianismo Popular (Exotérico) ainda não compreendeu esse sentido ativo que ele deve imprimir a cada seguidor. “Ajuda-te que Deus te ajudará[4]. “Tome o Reino de Deus por assalto[5].

No Evangelho segundo S. Lucas (6:45) estudamos: “O homem bom, do bom tesouro do coração, tira o bem; e o mau, do mau tesouro tira o mal porque a boca fala do que está cheio o coração”. O que presenciamos atualmente que amostra nos dá dos corações dos seres humanos?

No entanto, os erros dos outros não justificam os nossos. Dizer que somos compelidos a errar por força das circunstâncias ou do meio em que vivemos é uma desculpa irrazoável. Afinal, a “ocasião não faz o ladrão”, mas, simplesmente, mostra o que a pessoa realmente é. Afinal, a ocasião faz o ladrão só quando há uma decisão para ser um ladrão; assim, não é a ocasião, mas o possível ladrão que decide. Portanto, a decisão continua a ser determinada pela pessoa e nunca pela circunstância. Uma pessoa pode e deve ser um Cristão consciente em qualquer meio, embora pareça difícil manter a coerência interna e externa. É uma questão de prudência e de boa compreensão do Cristianismo Esotérico.

Por outro lado, a elevação da pessoa não é tarefa impossível. Muitas a realizaram e nós também podemos levá-la a efeito. Uma história para ilustrar essa possibilidade: contam que certo embaixador, na antiguidade, visitou o rei de Esparta, que lhe mostrou toda a cidade. No fim da excursão o visitante estranhou: “Mas, onde estão as famosas muralhas de Esparta? O rei lhe respondeu: “Volte amanhã que lhe mostrarei”. No dia seguinte o rei levou o visitante às planícies fora da cidade, onde os Espartanos faziam exercícios, com escudos e lanças reluzindo ao Sol. Mostrando os soldados, disse o rei: “Eis as muralhas de Esparta. Cada homem é um tijolo”. E nós dizemos: “orai e vigiai[6], agindo como um real Cristão, no próprio aprimoramento interno e na prestação do serviço amoroso e desinteressado ao irmão e a irmã que estão ao seu lado, sempre focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, o melhor possível cada dia que passa e verá como se forma um “homem novo[7] de pequenos esforços, constantemente alinhados num plano de regeneração. Ao mesmo tempo passaremos a constituir, cada um de nós, um tijolo na obra de reerguimento do mundo, de que a pedra angular é o Cristo.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1963-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: (ICor. 3:16)

[2] N.R.: Mt 23:27

[3] N.R.: Lc 6:44

[4] N.R.: Mt 7,7-8

[5] N.R.: Mt 11:12

[6] N.R.: Mt 26:41 e Mc 13:33

[7] N.R.: Ef 4:22-24 e Cl 3:10-11

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Fatos Interessantes sobre a Bíblia

O Antigo Testamento é cerca de 3,5 vezes maior do que o Novo Testamento.

Os livros de história cobrem metade do Antigo Testamento.

Os livros de poesia cobrem um quinto do Antigo Testamento.

O Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia escritos por Moisés) é quase do tamanho do Novo Testamento.

Os Evangelhos ocupam quase a metade do Novo Testamento.

O Antigo Testamento foi quase todo escrito em hebraico.

O Novo Testamento foi todo escrito em grego.

O Livro Imortal sobreviveu a três grandes perigos: a negligência dos amigos, as falsas doutrinas baseadas nele e a guerra daqueles que o odeiam.

A Bíblia interpreta a perfeita vontade de Deus, a condição pecaminosa do ser humano e o maravilhoso plano de salvação. Sua lei é perfeita, seus ensinos, unificados e seus registros, fiéis.

Leia-a para ser sábio.

Creia nela para estar seguro.

Pratique-a para ser santo.

Leia a Bíblia devagar. Com frequência e em espírito de oração.  Ela merece a mais alta consideração e recompensará o estudante ávido de conhecê-la.

Encontramos nos livros de história antiga muitas afirmações erradas.

Com a Bíblia, porém, isso não acontece. Há apenas uns anos, a história de José do Egito e os sete anos de fome foram declarados mito, pelos historiadores. A ideia de o Nilo transbordar suas margens durante sete anos era inconcebível. Recentemente a autora desta obra teve o prazer de visitar o Alto Egito, e ver o que a picareta do arqueólogo descobriu.

Gravados em tábuas e monumentos que cobriam as paredes de túmulos ocultos durante séculos, liam-se registros de história até os mais insignificantes pormenores.

Cinco mil lugares mencionados na Bíblia foram definitivamente localizados pelos geógrafos e exploradores. Confirmações absolutamente maravilhosas têm sido feitas. Quanto mais fundo a picareta do arqueólogo penetra, tanto mais alto ascende a cronologia e a história bíblica. Deus está conservando um registro de tudo isso.

Pensavam alguns que Belsazar não tivesse sido rei no tempo da destruição da Babilônia, e sim Nabonido (Dn 5:1-30). Diziam que não tinha sido capturado, nem morto, mas escapara numa batalha fora da capital, fora açoitado, aprisionado e feito governante, sob o domínio do conquistador, tendo vivido em luxo e morrido em paz.

Por isso, Belsazar foi riscado da Bíblia. Acontece, porém, que há cerca de vinte e cinco anos, nas elevações que marcam o quase esquecido sítio da antiga grande cidade da Babilônia, foi encontrado um cilindro recoberto de curiosas inscrições, que diziam ter sido Belsazar, filho de Nabonido e regente sob o domínio deste, de cujo trono participou. Foi morto na Babilônia, ao passo que o pai escapou e sobreviveu.

Das ruínas de cidades soterradas surgem novas testemunhas da Palavra.

Nunca tenha receio da verdade dos registros bíblicos. A Bíblia é um livro, uma história, a de Deus. Examinando-a com cuidado você encontrará nela um grande propósito. Não pense que, lendo apenas fragmentos dessa grande revelação de Deus, você irá   ter uma ideia das maravilhas da Palavra. “A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma, o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos simples. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos.” (Sl 19: 7-8).

De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a Tua palavra.” (Sl 119:9).

E que desde a infância sabes as Sagradas letras, que podem tornar-se sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” (Tm 3:15).

Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2Tm 3:16,17).

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes.” (Hb 4:12).

Porque nunca, jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (IIPe 1:21).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1982 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus

Há 2 meios de você acessar esses Estudos Bíblicos Rosacruzes:

1.Em formato PDF (para download):

Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 1 – Versículos de 1 a 25

Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 2 – Versículos de 1 a 23

2.Para ler no próprio site:

Introdução

O Estudo Bíblico Rosacruz é fundamental para o Estudante Rosacruz a fim de ajudá-lo a equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, ocultista-místico Cristão.

Afinal, já sabemos que a Bíblia é um livro de “chaves” e mistérios e, nesse sentido, em nada ela difere de todos os livros sagrados das antigas Religiões, que tinham uma parte pública (exotérica) e outra oculta (esotérica).

S. Paulo mesmo em suas Epístolas, nos adverte que até o dia de hoje, na leitura do “Antigo Testamento, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo ele é tirado; contudo, até hoje, sempre que leem a Moisés, está posto um véu sobre o coração deles; mas todas as vezes que algum deles se “converter” ao Senhor, o véu lhe é tirado.” (IICor 3:14-16).

E isso porque somos “ministros não da letra, mas do espírito, pois a letra mata, mas o espírito vivifica” (IICor 3:16). Assim, mostremos, pois, nessas aparentes contradições, o sentido oculto nas entrelinhas, “o espírito da letra”.

Sabemos, por meio dos nossos estudos dos Ensinamentos Rosacruzes que os quatro Evangelhos são fórmulas de Iniciação. O de S. Mateus começa no Natal ou no Sagrado Nascimento porque é um dos 3 que são as fórmulas dos Mistérios ou Iniciações Menores.

Texto do Capítulo 1

Vamos ao texto do Capítulo 1, que vai do versículo 1 ao 25:

1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão: 2Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó, Jacó gerou Judá e seus irmãos, 3Judá gerou Farés e Zara, de Tamar, Farés gerou Esrom, Esrom gerou Aram, 4Aram gerou Aminadab, Aminadab gerou Naasson, Naasson gerou Salmon, 5Salmon gerou Booz, de Raab, Booz gerou Jobed, de Rute, Jobed gerou Jessé, 6Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, daquela que foi mulher de Urias, 7Salomão gerou Roboão, Roboão gerou Abias, Abias gerou Asa, 8Asa gerou Josafá, Josafá gerou Jorão, Jorão gerou Ozias, 9Ozias gerou Joatão, Joatão gerou Acaz, Acaz gerou Ezequias, 10Ezequias gerou Manassés, Manassés gerou Amon. Amon gerou Josias, 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos por ocasião do exílio na Babilônia. 12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel, Salatiel gerou Zorobabel, 13Zorobabel gerou Abiud, Abiud gerou Eliacim, Eliacim gerou Azor, 14Azor gerou Sadoc, Sadoc gerou Aquim, Aquim gerou Eliud, 15Eliud gerou Eleazar, Eleazar gerou Matã, Matã gerou Jacó, 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus chamado Cristo. 17Portanto, o total das gerações é: de Abraão até Davi, quatorze gerações; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze gerações; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze gerações. 18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. 19José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo. 20Enquanto assim decidia, eis que o Anjo do Senhor manifestou- se a ele em sonho, dizendo: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados”. 22Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel, o que traduzido significa: ‘Deus está conosco’. 24José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher. 25Mas não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus.”

Genealogia de Jesus, segundo S. Mateus

Antes de falarmos da genealogia de Jesus, como nos foi dado por S. Mateus, lembremos que Jesus pertence à nossa Humanidade, ou seja é um ser humano, ou um Espírito Virginal da Onda de Vida humana, exatamente como um de nós. Assim, estudando o ser humano Jesus na Memória da Natureza podemos segui-lo em suas vidas anteriores, renascido aqui inúmeras vezes: durante um certo tempo na sua evolução, de 1000 em 1000 anos (com a manifestação de sexo aqui alternado: uma vez homem, outra vez mulher) e depois, evoluindo espiritualmente, não mais de 1000 em 1000 anos e nem mais alternadamente homem e mulher.

Já quando renasceu como Jesus não era um indivíduo comum. Tinha desenvolvimento uma Mente singularmente pura, muito superior à grande maioria da nossa presente Humanidade. Um Corpo Denso mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo Denso construído por qualquer outro ser humano. E, obviamente, um Corpo Vital mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo Vital construído por qualquer outro ser humano. E, com certeza absoluta, um Corpo de Desejos mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo de Desejos construído por qualquer outro ser humano. Além de um Corpo Mental, ao invés de um veículo Mente, como temos. Pois esteve percorrendo o Caminho da Santidade através de muitos renascimentos aqui, preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser humano.

Vamos enumerar a genealogia de Jesus, conforme nos fornecido por S. Mateus:

  1. Abraão
  2. Isaac
  3. Jacó
  4. Judá
  5. Farés
  6. Esrom
  7. Aram
  8. Aminadab
  9. Naasson
  10. Salmon
  11. Booz
  12. Jobed
  13. Jessé
  14. Davi
  15. Salomão
  16. Roboão
  17. Abias
  18. Asa
  19. Josafá
  20. Jorão
  21. Ozias
  22. Joatão
  23. Acaz
  24. Ezequias
  25. Manassés
  26. Amon
  27. Josias
  28. Jeconias
  29. Salatiel
  30. Zorobabel
  31. Abiud
  32. Eliacim
  33. Azor
  34. Sadoc
  35. Aquim
  36. Eliud
  37. Eleazar
  38. Matã
  39. Jacó
  40. José, o esposo de Maria, da qual nasceu
  41. Jesus

Nesse Capítulo S. Mateus mostra 41 gerações sendo que na última ele considera a geração vinda de Maria, totalizando 42 gerações. Obviamente não se quis mostrar aqui todos os renascimentos de Jesus aqui (com certeza houve muito mais!) e muito menos que todas essas pessoas foram renascimentos anteriores de Jesus. O único que é nos revelado como um renascimento anterior de Jesus foi Salomão. E só nos foi revelado porque há coisas importantes para compreendermos com essa revelação, como já estudamos na Filosofia Rosacruz.

Há que se tomar muito cuidado em interpretações usando o significado dos nomes aqui expostos: devido a dificuldades de grafia, a chance de “fantasiar” é enorme. Sugerimos não perder tempo, nem em tentar, nem em ler. Dentre várias coisas que S. Mateus quis ensinar aqui, da parte esotérica, podemos ver alguns exemplos (muitos outros podemos ter, mas vamos nos ater ao tempo limitado):

  • Como alguns grandes Iniciados, por meio de fornecer Corpos para vários Egos, foram auxiliando para que Jesus pudesse chegar a esse nível de perfeição no Corpo Denso e, consequentemente, no Corpo Vital. Imaginem se alguns deles não quisessem ter filhos pelos motivos que hoje ouvimos: “dá muito trabalho”, “deforma meu corpo”, “colocá-lo nesse mundo? Nem pensar!”, “cria-lo é um preço de apartamento ou de um carrão!”.
  • Se decompormos 42 pela Matemática Esotérica, teremos 4+2 = 6; 1+2+3+4+5+6=21; 2+1=3. Ou seja: como sempre o número 3 significa “chegou-se a um nível necessário e suficiente para atender o era preciso”. No caso de Jesus: ter os melhores Corpos possíveis para que Cristo pudesse iniciar o seu Plano de Salvação estando aqui, entre nós.
  • Uma dica e estudar a vida e os acontecimentos de alguns desses nomes, como Davi, Salomão, Jeconias e outros na Bíblia e veja a evolução espiritual deles, para se ter mais exemplos.

A Revelação à José

Vamos ver agora a questão da revelação à José sobre o nascimento de Jesus (vers. 18 a 25). Para isso, lembremos que Maria, a mãe de Jesus, a Virgem Maria, possuía a mais elevada pureza humana, por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus. Já era uma elevada Iniciada. O pai, José, também era um elevado Iniciado, capaz de realizar o ato de fecundação como um sacramento, sem nenhum desejo ou paixão pessoal.

Em consequência, o formoso, puro e amoroso espírito conhecido pelo nome de Jesus de Nazaré veio ao mundo num Corpo puro e sem paixões. Como falamos antes, esse Corpo era o melhor, o mais próximo à perfeição que se podia produzir na Terra. A tarefa de Jesus, nesse renascimento, era cuidar e desenvolver o seu Corpo até o maior grau de eficiência possível para o grande propósito a que devia servir. Jesus surgiu do povo comum, não foi um levita, classe para quem era uma herança o sacerdócio. Ainda que não surgisse de uma classe de instrutores, seus ensinamentos foram superiores aos de Moisés.

Quando fazemos o Curso Bíblico Rosacruz, aprendemos que “conhecer alguém” no contexto colocado significa ter que se relacionar sexualmente para, por meio de um sentimento de paixão e posse, egoisticamente, criar condições de fornecer um Corpo Denso a um Ego com um único interesse: garantir que em renascimentos futuros, também se tenha a condição de receber um Corpo Denso.

José e Maria, como dissemos, como elevados Iniciados não precisavam disso. Iniciados quando precisam fazer o sacrifício de terem relações sexuais a fim de garantir um Corpo Denso a um ser até mais elevado do que os dois, o faz sem “conhecer”, ou seja, sem paixão ou sentimento algum inferior. Por isso é feito como sacrifício, ou seja, um SACRO-OFÍCIO. Depois desse sacrifício, nunca mais tiveram relações sexuais. Por quê? Porque não precisaram mais fazer o sacrifício para fornecer um Corpo Denso a algum ser elevado.

Imagine o regozijo de Maria e de José quando descobriram que tal SACRO-OFÍCIO redundou na fecundação e em todo um período de gravidez (em uma época que a taxa de natimorto era enorme!) que terminou bem-sucedido com o nascimento de um ser humano tão elevado que seria o que cederia os Corpos Denso e Vital para o Arcanjo Cristo!

Outros Pontos de Significância Esotérica

  • No versículo 22: “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel”. Isso se refere à Isaias no Capítulo 7 e versículo 14 do seu Livro no Antigo Testamento. No Novo Testamento veremos muitas confirmações dos Profetas que manifestaram suas profecias no Antigo Testamento.
  • O “Anjo do Senhor” aqui é o Anjo Gabriel, o que guarda e guia o Espírito da Maternidade. Ele envia Anjos ministros para abençoar toda mãe. Esses mensageiros angélicos cuidam e dirigem um espírito para a mãe e o lar onde ele vai se desenvolver. Todas as canções de ninar e de acalanto compostas por inspirados músicos acham-se sintonizadas com a palavra-chave do Anjo Gabriel.
  • Logicamente, José, segundo um elevado Iniciado, podia funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico e conversar tranquilidade com os seres que vivem lá, inclusive os Anjos.
  • Sobre: “grávida pelo Espírito Santo”. Sabemos que o Espírito Santo (Jeová) é a energia criadora da Natureza, e a energia sexual é seu reflexo no ser humano. Tudo que se relaciona com a propagação da espécie humana, quando tal ato é executado como um Sacro-ofício (como era feito antes da “Queda do Homem”) é executado sob a direção dos Anjos, por sua vez, guiados por Jeová. Ou seja, todas as vezes que utilizamos a energia sexual criadora do modo santo, como se deve, manifestamos o Espírito Santo. Exatamente como fez José e Maria.

Muitos outros pontos de significância Esotérica para os Estudos Bíblicos Rosacruzes existem nesse Capítulo, mas como se repetirá ao longo desse Evangelho e dos outros que estudaremos, a fim de não ficar extenso – e, também, porque em outras partes do Novo Testamento alguns desses eventos é mais detalhado – vamos tratá-los nesses momentos mais oportunos.

Você pode complementar esse Estudo assistindo o vídeo no nosso canal do YouTube (Canal de Vídeos da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil) da nossa Reunião de Estudos Bíblicos, onde há mais informações e ótimas perguntas para se aprofundar nesses assuntos. Eis o link: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 1 – versículo de 1 a 25.

Texto do Capítulo 2

Vamos ao texto do Capítulo 2, que vai do versículo 1 ao 23:

“A visita dos magos — 1 Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram magos do Oriente a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Com efeito, vimos” a sua estrela no céu surgir e viemos homenageá-lo”. 3Ouvindo isso, o rei Herodes ficou alarmado e com ele toda Jerusalém. 4E, convocando todos os chefes dos sacerdotes e os escribas do povo, procurou saber deles onde havia de nascer o Cristo. 5Eles responderam: “Em Belém da Judéia, pois é isto que foi escrito pelo profeta: 6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és o menor entre os clãs de Judá, pois de ti sairá um chefe que apascentará Israel, o meu povo”. 7Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e procurou certificar-se com eles a respeito do tempo em que a estrela tinha aparecido. 8E, enviando-os a Belém, disse-lhes: “Ide e procurai obter informações exatas a respeito do menino e, ao encontrá-lo, avisai-me, para que, também, eu vá homenageá-lo”. 9A essas palavras do rei, eles partiram. E eis que a estrela que tinham visto no céu surgir ia à frente deles até que parou sobre o lugar onde se encontrava o menino. 10Eles, revendo a estrela, alegraram- se imensamente. 11Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o homenagearam. Em seguida, abriram seus cofres e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho que não voltassem a Herodes, regressaram por outro caminho para a sua região.

Fuga para o Egito e massacre dos inocentes — 13Após sua partida, eis que o Anjo do Senhor se manifestou em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar”. 14Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito. 15Ali ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que dissera o Senhor por meio do profeta: Do Egito chamei o meu filho.16Então Herodes, percebendo que fora enganado pelos magos, ficou muito irritado e mandou matar, em Belém e em todo seu território, todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo de que havia se certificado com os magos. 17Então cumpriu-se o que fora dito pelo profeta Jeremias: 18Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação: Raquel chora seus filhos e não quer consolação, porque eles já não existem.

Retorno do Egito e estabelecimento em Nazaré — 19Quando Herodes morreu, eis que o Anjo do Senhor se manifestou em sonho a José, no Egito, 20e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel, pois os que buscavam tirar a vida ao menino já morreram”. 21Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel. 22Mas, ouvindo que Arquelau era rei da Judéia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Tendo recebido um aviso em sonho, partiu para a região da Galileia 23e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareu.”

A visita dos magos

Reparem que S. Mateus já inicia com a “visita dos Magos”. E aqui é para mostrar que a “vinda de Cristo” já era sabida por muitos e há muito tempo se prepararam para esse momento.

Quando o Sol passava, por Precessão dos Equinócios, no Signo de Libra, aproximadamente há dez mil anos atrás, começaram os preparativos para a vinda de Cristo.

Foram enviados mestres Iniciados às mais diferentes partes do mundo, todos com uma mensagem similar: formar um círculo próximo de Discípulos para esse glorioso acontecimento que é a vinda da Luz do Sol, que haveria de se converter na Luz do Mundo.

À medida que o tempo passava a preparação foi se tornando mais definida.

Na China apareceu Lao Tsé e a adoração de Kwan Yin, que representa a Divindade Feminina. No Egito, a adoração se centrou em Osíris e Isis; na Babilônia, em Izdubar e Isthar; na Grécia, em Apolo e Atena; na Índia, Buda e sua mãe Maia; na Pérsia, Zoroastro (ou Zaratrusta) e Ainyahita (ou Anahita); e, finalmente, na Palestina, Jesus e a Virgem Maria.

Assim, ao longo de todos os tempos esses Discípulos que eram conscientes da “encarnação por vir” estiveram preparando-a. E é aqui que cabem também os três Magos do Oriente.

Há vários significados esotéricos da “Visita dos Magos”. Citemos alguns:

Os três homens sábios representam o Corpo, a Alma e o Espírito; e os seus presentes, a suprema dedicação ao Mestre.

A mirra é o símbolo da Alma e significa a amargura da dor e da pena, antes de que a natureza inferior do Aspirante tenha sido transformada; o incenso é o símbolo do Corpo Denso, o caminho da transmutação, eterizando o nosso Corpo; o ouro, nós, o Espírito, que refina a natureza inferior e, finalmente, a submete.

Outro significado: as Raças branca, amarela e negra que, antes de Cristo, éramos separados proeminentemente em raças, devido às Religiões de Raça existentes. Um dos resultados da vinda de Cristo é a miscigenação das raças, ou seja, o lento desaparecimento delas, como ainda a conhecemos atualmente.

Vamos, agora, detalhar um pouco a significância da Estrela de Belém, aquela que os Magos disseram que viram e estava seguindo. Sob a “antiga dispensação” (a 1ª e 2ª Dispensações, ou Jeovísticas) o Caminho da Iniciação não estava aberto senão para poucos escolhidos. Alguns podiam procurar o caminho, mas só os guiados ao Templo pelos Hierofantes podiam encontrar a entrada.

Antes da vinda de Cristo, não havia convite algum semelhante ao atual que foi feito por ele: “Todo aquele que queira, pode vir”. Aos escolhidos era ensinado nos Templos de Mistérios ou de Iniciações que há uma força ou energia física no Sol que é o princípio fecundante na Natureza e que sustenta os 3 Reinos de vida, mas que há uma força espiritual, emanada do Sol Espiritual que se tornava visível na noite de 24 de dezembro, considerada a noite mais santa do ano.

Na Noite Santa – três noites após o Solstício de Dezembro – diz-se que o Sol está diretamente abaixo da Terra e as influências espirituais são fortíssimas. Então, a Terra se tornava transparente à visão espiritual e os escolhidos para a Iniciação viam o Sol da meia-noite, e que era a Estrela. Atentem: não era o Sol físico, mas o Espírito do Sol, o Cristo, o nosso Salvador.

A Fuga para o Egito

Sabemos que os eventos na vida de Cristo representam etapas sucessivas no Caminho da Iniciação para os Cristãos que estão trilhando esse caminho. Então, a Fuga para o Egito, que lemos nesse trecho do texto, também é uma dessas etapas.

E, assim, durante as primeiras etapas do desenvolvimento espiritual, nós, Aspirantes à vida superior, experimentaremos, frequentemente, “fugas para o Egito”, ou deslizamentos para as trevas, um evento que simboliza a nossa ascensão temporária e material sobre a natureza divina.

Há dificuldades em se entender essa passagem, mas se lembrarmos: que ainda se trata do ser humano Jesus; que ainda havia necessidade de Jesus experimentar essa subjugação dos sentidos e da escuridão da Mente mortal (simbolizado pelo lugar Egito – não o país atual!), até para mostrar para cada um de nós que não é porque “caímos” que não podemos retomar de onde paramos, então, o entendimento será mais clarificado.

Veja: a inciativa partiu de José, que simboliza a força masculina, a Vontade, a Razão em se afastar do caminho espiritual (não foi da força feminina, da Imaginação, o Coração).

E veja a simbologia de Herodes, como o Mundo material, que encanta, ilude e se justifica por si só!

E veja a simbologia de Egito representando a subjugação dos sentidos e da escuridão da Mente mortal. E é lá no Egito que sentimos a solidão e o abandono; o obscurecimento da nossa Vida interior e o embaraçamento por viver na ilusão material, que separa, que divide e que engana (sentimos “as coisas que vão montadas e cavalgam sobre nós”). Aqui é difícil sentir que somos escravos de tudo aquilo que, por inconsciente ironia, chamamos de “minhas posses” quando, em realidade, são elas que nos possuem!

Assim, a Fuga para o Egito representa a terra da escuridão e o materialismo reflete na nossa vida a luta, em nossos primeiros passos, no desenvolvimento para a Iniciação Cristã.

Retorno do Egito e estabelecimento em Nazaré

Notem nas passagens que até agora estudamos, os nomes dos lugares envolvidos e o seu significado no curso da vida de qualquer Aspirante à Vida Superior que busca o seu desenvolvimento através de uma Escola de Mistérios Cristã:

Tudo começa em Nazaré, que é o lugar onde o tempo é utilizado para a vida pessoal – dia a dia, cotidiana.

Depois devemos deixar Nazaré, e entrar no caminho que conduz a Belém, em preparação para o Sagrado Nascimento (a consciência da existência do nosso Cristo Interno, o Corpo-Alma).

Devemos, então, voltar a Nazaré, pois aqui é o baluarte da nossa evolução.

De vez em quando, caímos e experimentamos o gosto amargo da ascensão temporária e material em nós (o “Eu inferior” que tanto tempo nutrimos com os nossos pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, obras, ações e atos inferiores) sobre a nossa divina natureza (eu inferior sobre o eu superior): a Fuga para o Egito (o lugar da escuridão espiritual).

Então, nos lembramos que “o único fracasso é deixar de lutar” e, se fizermos uma breve reflexão vamos encontrar que as lições mais valiosas que aprendemos foram nos momentos mais sombrios de nossa vida e não nos mais radiantes. É e com essas forças que retornamos a Nazaré para continuar nosso caminho para frente e para cima.

Aí o retorno a Nazaré se torna uma coisa empolgante, o serviço amoroso e desinteressado se torna o mote da nossa vida. A sensação de caminhar a passos largos na evolução e de se tornar cada vez mais útil como colaborador no Plano de Deus nos empolga dia a dia e nos empurra para cima e para frente.

Vamos ver alguns pontos de esclarecimento esotérico

Dentre os sinais do Antigo Testamento que foram fornecidos – e há muitos! – para que quem quisesse soubesse que o Cristo viria, podemos citar:

E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és o menor entre os clãs de Judá, pois de ti sairá um chefe que apascentará Israel, o meu povo.” (Mq 5:1-3)

Do Egito chamei o meu filho.” (Os 11:1)

Ele será chamado Nazareu.” (Is 1:11)

De novo vemos a citação: “Anjo do Senhor” que é o Anjo Gabriel, sendo outro exemplo de que José funciona conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico, ou seja: convive com todos os seres que lá vivem (como nós convivemos aqui)!

Lembrando sempre: muitos outros pontos de significância Esotérica para os Estudos Bíblicos Rosacruzes existem nesse Capítulo, mas como se repetirá ao longo desse Evangelho e dos outros que estudaremos, a fim de não ficar extenso – e, também, porque em outras partes do Novo Testamento alguns desses eventos é mais detalhado – vamos tratá-los nesses momentos mais oportunos.

Você pode complementar esse Estudo assistindo o vídeo no nosso canal do YouTube (Canal de Vídeos da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil) da nossa Reunião de Estudos Bíblicos, onde há mais informações e ótimas perguntas para se aprofundar nesses assuntos. Eis o link: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 2 – versículo de 1 a 23.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Buscando a Verdade no Mundo dos Efeitos e das Causas

Conta uma antiga lenda que a verdade estava certo dia se banhando num rio. Apareceu, então, a mentira que, sorrateiramente, se despiu, deixou sua roupa ali nas proximidades, vestiu a da verdade e foi embora. A verdade, saindo do banho, viu os trajes da mentira, mas se recusou a vesti-los. Dirigiu-se, nua, à cidade e lá tentaram apedrejá-la. Amedrontada, retornou ao rio e vestiu a roupa da mentira. Desde então, anda pelo mundo disfarçada de mentira e está camuflada da verdade.

O que é a Verdade? Cristo disse: “A Verdade vos libertará“. Sabendo do ilusório em que nos envolvemos na questão da verdade, Cristo disse no Evangelho Segundo São João 18:37: “Para isso eu nasci, para isso vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz“.

Será que a Verdade é o que vemos com os nossos olhos físicos? O que sentimos? O que ouvimos? Será que são as nossas posses, nossos recursos: intelectuais, emocionais ou sentimentais? Não. Essas coisas são muito limitadas para ser a verdade.

Essas explicações e outras que são demonstráveis material e concretamente e que tencionam explicar tudo sobre o ser humano e o seu meio só satisfazem ao intelecto, à Mente, pequena parte do todo e, por somente satisfazer tal parte, logo, por desespero, cai-se em: orgulho intelectual, intolerância e impaciência, se se insiste em tentar romper as limitações e restrições inerentes à parte intelectual acima mencionada.

Agora, para uma pessoa que um dia parou para pensar e chegou à brilhante conclusão que não sabe nada sobre o assunto – o que é a Verdade – e, portanto, já começou a compreender a sua ignorância, sente internamente que algo maior existe e aspira a conhecer a Verdade, mesmo sabendo a dificuldade para alcançar apenas com os próprios meios.

Esse “sentir internamente” não é nada mais, nada menos do que o Coração aspirando por esclarecimentos mais profundos. E é aqui que se sente a profundeza do propósito dos Ensinamentos Rosacruzes.

Afinal, é de suprema importância para todo o ser humano que tem a fortuna – ou outro nome que se dê – em possuir uma Mente esquadrinhadora receber todas as informações que deseje, a fim de que o “Coração possa falar quando a Cabeça esteja satisfeita”.

Daqui, já podemos deduzir que o conhecimento intelectual é um meio para se chegar a um fim e não o fim em si mesmo. Quantas vezes estamos trabalhando afincadamente para resolver um problema e por mais que façamos não conseguimos chegar à conclusão alguma. Então, um belo dia, quando menos se espera, um fio de intuição nos dá a solução que satisfaz todos os requisitos. Nesse momento, nos salta à frente o dito popular: “O Coração tem razões que a própria razão desconhece”.

Contudo, podemos entender essa “razão” do Coração. Vamos lá; com certeza afirmamos: todo ato motivado por uma pura intuição raramente deixa de produzir um resultado positivo

Agora, o que é a intuição? Quanto de Verdade ela sempre nos traz? Sem dúvida, ela nos traz a Verdade, senão a intuição falharia.

Para tentarmos entender isso, vamos esclarecer o que é a Memória. Podemos dividir nossa Memória em três partes distintas:

A nossa Memória Consciente, também conhecida como Memória ou Mente voluntária, está relacionada com as experiências desta vida e, basicamente, é formada pelas ilusórias e imperfeitas percepções dos nossos cinco sentidos físicos, manifestações do nosso Corpo Denso utilizados para transferir impressões para a nossa Personalidade.

Quando pensamos estamos trabalhando na Região Abstrata do Mundo do Pensamento.

Estamos criando a ideia. Logo essa ideia toma uma forma mental, e passa a ser um pensamento-forma. Aqui, já estamos trabalhando na Região Concreta do Mundo do Pensamento. Imbuindo esse pensamento-forma de desejos, utilizando o nosso Corpo de Desejos, podemos dar curso à ação de colocar essa ideia em prática. Então vitalizamos um (ou mais) dos nossos cinco sentidos através da força do nosso Corpo Vital e colocamos em prática utilizando os cinco sentidos do nosso Corpo Denso.

Sempre que olhamos ao nosso redor, podemos perceber certas coisas por meio dos sentidos. Essas impressões são gravadas nas células do nosso cérebro e somos capazes de recordá-las conscientemente. No entanto, tais recordações são deficientes em razão das imperfeições apresentadas por nossos sentidos, como, também, em função do mau desenvolvimento da nossa capacidade de observação. É a essa memória que temos acesso instantâneo.

Já a Memória Subconsciente, também conhecida como Memória ou Mente involuntária, tem em certo sentido, como veículo, o sangue. Tentemos entender o porquê: tudo em nossa volta está impregnado pelos quatro Éteres que compõem a Região Etérica do nosso Mundo Físico. O ar está impregnado pelos quatro Éteres. Estamos continuamente respirando ar, portanto, respirando também os quatro Éteres, especialmente o Éter Refletor. E é esse Éter Refletor que nos traz uma imagem fidedigna, com os mais profundos e mínimos detalhes de tudo que está à nossa volta: a cena física, a vitalidade da situação, a emoção do momento e a emanação espiritual do instante.

E, junto com o ar inspirado, chega aos nossos pulmões. E tudo isso é absorvido nos pulmões, pelo nosso sangue no processo físico conhecido como oxigenação. Dos pulmões, através das quatro veias pulmonares, tudo isso, agora tendo como veículo o sangue, chega até a aurícula esquerda do nosso Coração. E dessa aurícula passa através da válvula mitral, e tudo isso, com o sangue, chega até o ventrículo esquerdo do nosso Coração. Bem no ápice desse ventrículo esquerdo está localizado o Átomo-semente do nosso Corpo Denso. Assim, o sangue, com tudo aquilo impregnado, ao passar por esse ápice, deixa gravado nesse Átomo-semente toda cena física, vitalidade da situação,
emoção do momento e emanação espiritual do instante.

Portanto, o nosso Átomo-semente do Corpo Denso contém as recordações de toda nossa vida, nos seus mais profundos e mínimos detalhes. Essa é a nossa Memória Subconsciente, base da nossa existência nos Mundos espirituais após a morte. Essa memória está fora do nosso controle. Não podemos acessá-la quando queremos.

Por fim, temos a Memória Superconsciente. Essa nossa Memória, simplesmente, contém todas as faculdades e conhecimentos adquiridos em todas as nossas vidas anteriores. E essas faculdades e esses conhecimentos estão fielmente gravados no nosso veículo Espírito de Vida. Lembremos que o Espírito de Vida é a contraparte superior do nosso Corpo Vital. E que esse nosso veículo Espírito de Vida tem seu assento secundário no nosso Coração. Ou seja: está em estreito contato com o nosso Coração. E que esse nosso veículo Espírito de Vida é aquele que retrata o espírito do amor, da fraternidade, da unidade de nós com todos. Por isso é que o Coração é o foco do amor altruísta. Quando funcionamos no Mundo do Espírito de Vida, com esse nosso veículo, entendemos o porquê do Mundo do Espírito de Vida ser o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade e é onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza.

Logicamente, nós vemos mais claramente nesse Mundo quando utilizamos o nosso, não desenvolvido ainda, veículo Espírito de Vida. Por isso, que quando trazemos de lá as recordações gravadas na Memória da Natureza não conseguimos imprimi-las no cérebro, na área referente aos nossos sentidos físicos. O máximo que atualmente conseguimos é imprimi-las, via Éter Refletor, no nosso Coração. E esse Éter Refletor leva ao cérebro essa impressão trazida do Mundo do Espírito de Vida, através do nervo pneumogástrico. Ou seja: quando estamos com algum problema aparentemente insolúvel, podemos procurar tal solução no Mundo do Espírito de Vida. Ao encontrá-la, enviamos a solução ao Coração como orientação e iniciativa imprimindo-a no Éter Refletor e que, através do nervo pneumogástrico ou nervo vago, leva até ao cérebro. É essa a formação do impulso emanado diretamente da fonte da sabedoria e do amor cósmico. É essa a origem da intuição. O processo é rapidíssimo. O Coração elabora esse processo muito antes da Mente, mais lenta, poder considerar a situação. Normalmente, esse impulso atua como consciência e caráter ou, ainda, compele a ação com uma força tão grande que chega até a contradizer a Mente e o desejo.

Perceba que para compelir a ação, esse impulso não precisa se envolver em matéria mental ou de desejos como ocorre com as nossas ideias, produtos das nossas impressões sobre o mundo.

Pena que na maioria dos casos, após esse rapidíssimo e verdadeiro impulso intuitivo, vem o nosso raciocínio e o nosso cérebro e acaba dominando o nosso Coração.

Em outras palavras: a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos frustram o nosso verdadeiro objetivo e os nossos corpos sofrem as consequências. É certo que a Mente é o instrumento mais importante que nós possuímos e é o nosso instrumento especial no trabalho da criação. O problema é que estando a Mente ligada à natureza dos nossos desejos (parte inferior do Corpo de Desejos), nos traz grande tormento, pois se torna por definição egoísta, sectária e limitada.

Por outro lado, conhecemos a força do Coração na fé do Cristão Místico, aquele que busca Deus através da fé.

Contudo, também não podemos menosprezar a razão, em que a Mente predomina, em que o Cristão Ocultista busca Deus com a ajuda do conhecimento. Vê do exposto que tanto a fé como o conhecimento são meios para se chegar a um fim comum: Deus.

Ou ainda: nem fé (místico), nem conhecimento (ocultista) representam um fim em si mesmo.

É como lemos na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (13:2): “Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tamanha fé (…) se não tiver amor, nada serei“.

Vemos, então que a união entre Cabeça e Coração abrirá o caminho para a verdade. E essa união se dará dentro de cada um de nós com o desenvolvimento do nosso Cristo Interno.

Afinal Cristo disse: “Eu sou a caminho, a Verdade e a Vida“. Essa união constitui os Ensinamentos Rosacruzes, ou seja: fazer com que o Coração e a Mente se unam para equilibrar a fé com as ações.

Quando as perguntas da Mente são respondidas, o Coração está livre para amar. E, ajudada pela intuição, a Mente pode penetrar nos mistérios do ser. Pois quando o Coração se unir a Mente, ele se tornará mais forte, e a Mente o defenderá do erro. E, assim, ambos satisfarão às suas aspirações.

É esse equilíbrio que é fundamental para chegarmos a um conhecimento mais elevado e verdadeiro de cada um de nós e, portanto, de todo o mundo. E é com esse equilíbrio que vamos encontrar a Verdade que cada um de nós vai compreender. Esse equilíbrio nos remete a definir como entender a Verdade, pois, com ele podemos dizer o que é a Verdade, senão buscar viver a vida superior.

Despojar do nosso egoísmo e viver o bem pelo simples prazer de fazer o bem. Se achamos difícil, mas não desistimos é porque já estamos pertos de conseguir o objetivo, pois isso mostra que já compreendemos a luta interna entre o nosso eu superior e o nosso eu inferior.

Chegamos à importante conclusão de que a Verdade não pode ser encontrada aqui no Mundo dos fenômenos, o Mundo dos efeitos, onde vivemos imersos em ilusões e percepções imperfeitas. Devemos buscar a Verdade nos Mundos das causas, nos Mundos suprafísicos.

Só isso nos dá coragem e coloca todas as nossas limitações de lado, pois essas limitações têm a ver com a nossa existência aqui no Mundo Físico e não nos Mundos suprafísicos.

E, assim, como um verdadeiro Aspirante à vida superior estamos prontos a buscar a Verdade, mas a Verdade eterna e estamos conscientes de que como ela é eterna, eterna também será a sua busca!

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Significância Esotérica da palavra “Amém” ou “Amén”

O Cristianismo também usa vários mantras. “Amém” ou “Amén” é um deles. Se essa palavra é traduzida perde todo o valor. Foi por isso que os tradutores a mantiveram inalterada, sendo essa a primeira regra para as utilizar com êxito. É o mais importante mantra Cristão.

Na palavra “amém” ou “amén” há duas vogais orais: “a” e “e”. A passagem de “a” a “e” é uma consoante nasal, “m”. A terminação é também uma nasal, “n” ou “m”. A técnica consiste em concluir a ressonância da letra “a” com o zumbido murmurante final da letra “n” ou “m”. Essa letra “empurra” o som para cima, até ao nariz, produzindo efetivamente uma ressonância no interior das narinas, nas cavidades nasais superiores e na região limítrofe. É a região indicada como o “assento do Espírito interno” ou “centro de energia da testa”. Está diretamente ligada ao Corpo Vital, que é sensibilizado pela oração e o ponto de partida do desenvolvimento espiritual. A ressonância física da letra “n” ou “m” é o prenúncio do despertar desse centro de energia, porque ajuda os veículos internos a organizarem-se.

O efeito físico dos mantras “aum” (oriental) e “amén” é bem diferente. O primeiro faz vibrar a região do ventre e do púbis. O segundo, pelo contrário, faz vibrar a cabeça, a garganta e o tórax. Segundo a maneira de pensar e sentir dos nossos irmãos e nossas irmãs do oriente, o centro da vida humana está no ventre. Bem pelo contrário, no ocidente, nós aqui vivemos “graças a nossa cabeça”. Esse exemplo alerta claramente para a inconveniência de os ocidentais usarem métodos desenvolvidos no oriente.

Cabe ainda referir a segunda condição para a eficácia do mantra: a maneira correta de o dizer, em estado de “consciência mântrica”. Händel (famoso compositor alemão, radicado na Inglaterra) nos fornece uma lição sobre a arte de pronunciar tão importante mantra como é o “amén”, na sua oratória “O Messias” (trecho do “Worthy is the Lamb and Amen[1]):

Worthy is the Lamb and Amen Chorus from – Só o Amén – TRECHO DE MESSIAH de Handel MP3

É onde encontramos uma das suas expressões mais poderosas. E se quisermos outro exemplo poderemos recorrer ao Rosacruciano Johann Sebastian Bach e à sua “Missa em Si menor” para ouvirmos (e sentirmos) o tremendo efeito do “Hosana” (Bach – Messe in h-moll BWV 232 – Osanna in excelsis[2]) (outro mantra Cristão):

Mass in B Minor, BWV 232, Symbolum Nicenum No 25, Osanna in excelsi

Muito mais do que uma vulgar palavra, sinal de pontuação ou fórmula de conclusão o “amén” ou “amém” é, na concepção esotérica, uma palavra de poder equilibrado, um mantra que ajuda a despertar o fogo interior e a abrir os centros de força que nos colocam em sintonia com mundos mais elevados.

Que as rosas floresçam em vossa cruz


[1] N.R.: CHORUS: Worthy is the Lamb… Amen (MESSIAH)

Escute nesse vídeo o grande “Amén”: https://youtu.be/jS2osOLEe0U após os 3:42 minutos (é só mover o cursor até esse tempo na barra de tempo no You Tube onde começa o canto do grande “Amén”)


Worthy is the Lamb that was slain,
and hath redeemed us to God by His blood,
to receive power, and riches, and wisdom, and strength,
and honor, and glory, and blessing.

Worthy is the Lamb that was slain,
and hath redeemed us to God, to God by His blood,
to receive power, and riches, and wisdom, and strength,
and honor, and glory, and blessing.

Blessing and honor, glory and power, be unto Him, be unto him
that sitteth upon the throne, and unto the Lamb,

Blessing and honor, glory and power, be unto Him, be unto him
that sitteth upon the throne, and unto the Lamb,

For ever and ever and ever and ever. Amen.

Blessing and honor, glory and power, be unto Him, be unto him
that sitteth upon the throne, that sittenth upon the throne, and unto the Lamb,

Blessing and honor, glory and power, be unto Him, be unto him
that sitteth upon the throne, that sittenth upon the throne, that sittenth upon the throne, forever

Blessing and honor, glory and power, be unto Him, forever

Blessing and honor, glory and power, be unto Him, be unto him
Blessing and honor, glory and power, be unto Him, be unto him
Blessing! Honor! Glory! And power, be unto Him!
that sitteth upon the throne, that sitteth upon the throne
Forever and ever, Forever and ever.
Forever and ever, Forever and ever.
Forever and ever, Forever and ever.
Forever and ever, Forever and ever.
Forever and ever.
Forever and ever.

Amen

[2] N.R: Mass in B Minor, BWV 232, Symbolum Nicenum No 25, Osanna in excelsi de Johann Sebastian Bach.

Escute nesse vídeo o grande “Hosana”: https://youtu.be/C80eYsl6SZk

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