Curar é uma palavra mágica. Uma palavra capaz de fazer soar uma corda dentro de todos os corações. Quem, dentre nós, nunca sentiu interiormente um movimento de piedade e desejou possuir mãos com o dom de curar? Que coração não se comoveu ante a possibilidade de suprimir a dor, o sofrimento e a enfermidade, obstáculos a limitar a livre expressão de nossos irmãos? Tantos pediram esse poder divino em suas orações. Tão poucos se dão conta do que pedem e do sacrifício que isso encerra.
Através das idades, o ser humano vem buscando incessantemente a fórmula mágica – a panaceia – para remover os males do Corpo e da Mente. Durante a marcha dos séculos apareceram curadores divinos que verdadeiramente procuraram extrair a água da “Fonte da Cura”, oferecendo-a aos sofredores.
Esses curadores, todavia, não eram a fonte, nem a água. Eram unicamente canais, instrumentos para a condução da Graça Divina à Humanidade enferma. O maior curador de todos os tempos foi Cristo-Jesus, o canal mais perfeito que já caminhou sobre a Terra. Foi o mais exaltado instrumento através do qual a Luz, a Vida e o Amor do Pai puderam encontrar expressão. Amiúde dizia: “Não sou Eu, mas o Pai em Mim que faz as obras”[1]. Ele mesmo nos deixou a promessa de que faríamos tudo o que fez. Ressaltou a possibilidade de convertermo-nos em canais por onde possam expressar-se atos de misericórdia e cura.
Para seguirmos Seus passos, tornando-nos canais radiantes de luz e força curadora, devemos aspirar a sermos curadores. A aquisição do conhecimento, embora se constituindo em um mero princípio nesse trabalho, é um passo necessário. Do devido uso do conhecimento surge o poder.
A aquisição do conhecimento constitui sempre um prelúdio para sua utilização. A Fraternidade Rosacruz ensina como as leis operam sobre os planos físico, mental, emocional e espiritual. À proporção que se medita sobre eles, as portas da inteligência começam a se abrir, ampliando nossa consciência. Desenvolvem, também, nossa intuição e percepção interna, se convertendo, gradativamente, em uma ferramenta mais eficiente, um instrumento mais útil para conduzir a “Água da Vida” aos outros.
Contudo, para que nos convertamos realmente em verdadeiros canais de cura, um preceito deve ser entendido e consolidado em nosso interior: “o Cristo” – o Senhor da Cura – é a encarnação do Princípio do Amor Divino. E se desejamos aprender a curar, cumpre-nos, antes de tudo, aprender a amar. O amor não é meramente um sentimento, nem uma emoção, mas um princípio atual, um poder divino latente em cada um de nós. É a influência que sustenta, reserva e protege toda a criação. E, naturalmente, toda cura está contida no amor. É fácil ver em proporção ao nosso desenvolvimento do Princípio de Cristo – poder do amor dentro de nós – se crescemos em graça e habilidade para curar e abençoar.
Cristo-Jesus, como sabemos, produziu milagres na arte de curar, era possuidor da habilidade de curar instantaneamente aqueles que mereceram essa benção.
Como se verificaram esses milagres? Max Heindel nos oferece uma explicação iluminadora: o Cristo encarna dentro de Si mesmo a síntese das vibrações astrais, assim como a oitava encerra todos os sons da escala. Emitia de Si mesmo a verdadeira e correta influência astrológica, necessária em cada caso particular de cura. Era capaz de perceber a desarmonia da pessoa enferma ou doente. Sabia como eliminá-la em seguida, pela virtude de seu exaltado desenvolvimento, pois Ele é o canal de cura perfeito. Não necessitava mais reparação, pois obtinha resultados imediatos substituindo a discórdia astrológica – causadora da enfermidade ou da doença– pela harmonia.
Essa referência às vibrações astrológicas em relação à cura é um ponto vital a ser considerado na arte de curar. Portanto, contemplemos os Astros, pois ali encontramos a Escritura de Deus estampada. Ali, no firmamento, existem verdades sagradas ocultas, reveladas apenas àqueles que aspiram a ler as inscrições astrais.
Na ciência da Astrologia Rosacruz, a sexta Casa se associa à enfermidade e à saúde. O Regente natural desse departamento da vida é Virgem, a Virgem Imaculada, o símbolo da pureza, do discernimento e do serviço. O maior de todos os curadores nasceu da Virgem. À medida que crescemos em qualidade de serviço e pureza, apressamos o nascimento do Cristo-Menino dentro de nós. Enquanto não houver o nascimento de Cristo dentro de nós, não poderemos nos converter em curadores afortunados. Está aí uma lição ensinada por Virgem.
Observemos agora o Signo que rege a cura. Vejamos o dinâmico Escorpião representado pelo escorpião, pela serpente e pela águia. A serpente representou sempre a força criadora: envelhecida se converte em escorpião ou degeneração. Elevada e transmutada, porém, se transforma no símbolo da águia, a regeneração. É interessante observar uma característica das pessoas com Ascendente em Escorpião: possuem uma habilidade natural para curar.
Nos velhos livros de astronomia a constelação de Escorpião abrangia também a de Libra. Assim, Virgem e Escorpião permaneceram lado a lado nos céus. Depois, parte da constelação de Escorpião serviu para formar os pratos da balança (Libra). Isso, em si mesmo, é muito significativo. Em um lado dos céus estrelados permanecia Virgem, a Imaculada Virgem; no outro, está Escorpião. E reluzindo entre eles, em refinada beleza, estão os pratos de Libra, formando uma verdadeira ponte de amor, harmonia, beleza, equilíbrio e proporção unindo os dois Signos representativos da saúde e cura.
Que formosas lições podemos aprender contemplando esses Signos zodiacais. As Hierarquias celestiais expressando-se através deles nos ajudarão a desenvolver poderes divinos, convertendo-nos em canais individuais de cura. Encontramos a pureza, o discernimento e o serviço simbolizados por Virgem devendo mesclar-se com o amor, beleza e equilíbrio de Libra, além de combinar-se com o poder de cura de Escorpião.
Com esse ideal como nossa meta – pois sem ideais elevados não faríamos nenhum progresso – nossos Corpos se transformam em canais radiantes, tornando-nos dignos de confiança e capazes de fazer bom uso do poder curador.
Em nossa contemplação dos símbolos celestiais destacamos Libra, a ponte celestial entre Virgem e Escorpião. No palácio de Libra mora o amor, o Princípio Crístico – a chave mágica para a verdadeira cura. Como seus companheiros naturais notamos a beleza, a harmonia, a música, o equilíbrio, a justiça e a proporção.
Libra carrega os pratos da alegria e da tristeza. Se cruzarmos sem perigo a ponte de Libra, conduzindo desde Virgem à terra misteriosa de Escorpião (cura), devemos primeiramente equilibrar tais pratos. Em um deles permanece Vênus – o Regente desse Signo – símbolo da alegria. No outro encontramos Saturno – Exaltado em Libra – representando a tristeza. Este equilíbrio da alegria e tristeza em nossas vidas pessoais encerra uma poderosa lição e um grande desafio. Não se pode encontrar uma melhor descrição desse equilíbrio que nas palavras do poeta Khalil Gibran:
“Vossa alegria é vossa tristeza descoberta.
E do manancial onde aflora vosso riso, jorram amiúde vossas lágrimas.
E como mais poderia ser?
Enquanto se aprofunda vossa tristeza, mais alegria poderá obter.
Alguns dirão: A alegria é maior que a tristeza;
E outros afirmarão: A tristeza é maior.
Porém, eu vos digo que são inseparáveis.
Juntas vêm, e enquanto uma permanece só à mesa,
Recorde que a outra está dormindo em vosso leito.
Certamente estais suspensos, como os pratos,
Entre vossas alegrias e tristezas”.
Somente quando aprendermos a equilibrar alegria e tristeza em nossas reações às experiências da vida poderemos adentrar a casa do tesouro de Libra.
Assim, ao delinearmos, individualmente, o modelo de nossas vidas, investimo-nos das qualidades positivas exemplificadas por esses nobres Signos. Ao fazê-lo, nos capacitaremos para a missão de Curadores Divinos. Esforcemo-nos em nos converter não em curadores, mas em canais puros, através dos quais o poder de cura do nosso Pai Celestial possa fluir. Cristo nos ensinou isso na expressão: “Não se faça a minha vontade, mas a Sua, Pai”[2]. Assim não correremos o risco de fazer uso indevido desse poder celestial.
Um poeta desconhecido nos enseja a chave nestas palavras:
“Se possuis o coração compassivo,
o cérebro onisciente, a mão que cura,
A sempre radiante coroa de sabedoria e amor,
Se podes obter tudo isto e ser um Deus,
Não busques a fama: unicamente o Serviço Amoroso
Obtém este poder”.
Essas últimas palavras nos deixam entrever o segredo da cura, como pode ser observado nos céus: serviço (Virgem) no amor (Libra); esse dom pode ser adquirido (Escorpião).
Os céus indicam o caminho da cura. Nós, Aspirantes à vanguarda do trabalho espiritual, podemos e devemos nos converter em uma verdadeira legião de luz – canais de luz – pois, como Filhos de Deus, temos o privilégio de apressar o dia quando o “Sol da retidão levantar-se-á com a Cura em suas asas”[3].
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – outubro/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Jo 14:10
[2] N.R.: Lc 22:42
[3] N.R.: Ml 4:2
Aquela Sonhadora que tem Mercúrio e Vênus em Aquário sonhou, e em seu sonho viu, estendendo-se por todos os lados até o horizonte, um vasto deserto, inteiramente coberto de pedras; pedras que não eram raras nem preciosas, nem mesmo pitorescas, mas disformes, feias, incrustadas de terra e poeira — uma visão cansativa. E a voz que fala sem palavras disse a ela: “Essas pedras são as almas do mundo”. Então, a Sonhadora voltou seus olhos para o céu e viu mais beleza do que o mundo das almas das pessoas sonhava, pois na abóbada azul surgiu uma grande cruz, branca e luminosa, e suas extremidades pareciam desabrochar em flores.
Do seu centro irradiavam-se cinco correntes de raios dourados e, pendendo sobre a cruz, parecia haver uma coroa de flores. Mas, a Sonhadora mal prestou atenção a isso, absorta na maravilha da estrela de cinco pontas, porque seus raios eram mais dourados do que o ouro mais fino e cada um, embora em número incontável, era claro e individual como um cabelo brilhante. Dos dois fluxos estelares inferiores os raios caíam nas pedras e ela viu que um raio ia para cada pedra. E eis que não eram mais pedras: cada uma delas havia se tornado uma rosa. E a voz que fala sem palavras disse: “Veja como cheiram estas rosas”. E a Sonhadora riu ao pensar que o perfume pudesse ser visto.
O mundo estava agora completamente coberto de rosas, e ela viu como cada rosa (que fora uma pedra), em resposta aos raios da estrela, enviou um raio de resposta, mas não um puro brilho dourado como aqueles lançados pela estrela; no entanto, belos raios cheios de cor e matiz, extrema e infinitamente variados. Pois cada rosa enviava seu próprio raio responsivo e não havia duas iguais, já que todas as cores da Terra dos Sonhos estavam lá, incomparáveis em beleza e variedade, muito além de qualquer uma vista por aqueles que pensam que estão acordados!
Os raios das rosas refletiam em sua fonte e caíam na coroa de rosas que estava pendurada na cruz. Assim, como os raios da Cruz haviam transformado as pedras em rosas, agora os raios das rosas operavam uma transformação maravilhosa, pois ao tocá-las a Sonhadora não viu uma coroa de rosas, mas um halo formado de seres celestiais como fogo brilhante que rodopiava e girava como roda, tão brilhantemente luminoso que com grande alegria a Sonhadora acordou.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro de 1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Comece de dentro para fora! Deus se manifesta do centro de cada coisa criada, num sentido de expansão: de dentro para fora. Grave bem isto, traçando um círculo com um ponto no centro: o centro é você, um Espírito, um Deus individualizado, do qual devem emanar as manifestações espirituais, em direção à periferia (a Personalidade) e daí ao próximo, ao mundo.
Expande-se a luz, a partir do centro gerador. Você é luz, porque Deus é Luz e você foi feito (a) à Imagem e Semelhança d’Ele. A luz não deve ser colocada sob o alqueire (escondida na Personalidade), mas exposta no candeeiro, para iluminar a todos. Assim brilhe a sua luz, para que seja glorificado o seu Cristo Interno.
Irradia-se o calor, a partir do foco central; expande-se o som, a partir do instrumento que o produziu.
Assim também você, qual uma sementinha de Deus, enterrada no plano evolutivo, deve expandir-se, lançar as raízes, erguer a haste, atingir a superfície da realização espiritual. Depois você crescerá por uma nova vida (Iniciações) até se converter numa árvore, com sua sombra protetora e amena; dando os frutos que alimentam os famintos de verdade; espalhando sementes que possam cumprir a mesma missão expansiva de realização e de serviço.
Tal é a ordem da natureza. Ninguém pode limitar, sufocar ou impedir esse centrífugo impulso de Deus em tudo. Se sufocamos o calor, ele se acumula e se transforma em fogo, destruindo-nos de algum modo. Se sufocamos o ar e o comprimimos além de certo limite, ele acaba explodindo e nos explodindo. Se limitamos um caudal de água e não lhe permitimos o fluxo, ele acaba destruindo as barreiras, provocando grandes danos.
O mesmo se dá com a manifestação centrífuga do Espírito, através de seus veículos, Ele deve cumprir uma tarefa de dinamização e expansão de faculdades latentes, no cumprimento de seu destino evolutivo. O corpo há de ser exercitado e superutilizado; as emoções e a Mente há de purificar-se e aprimorar-se. O que não se exercita, cristaliza-se, fatalmente. Doutro lado, se a Mente se entretém apenas com pensamentos negativos, acaba se envenenando e comprometendo o ser. Se as emoções se contêm no ódio, no ressentimento, na inveja, nos medos de toda espécie, tristezas, um dia, como um vulcão, entrará em erupção, devastando-nos o corpo. No aspecto físico, a má alimentação, em qualidade e quantidade, provoca retenção de tóxicos, anormalidades várias. Tudo isto somado, explica os males e sofrimentos da chamada “moderna civilização”.
A ciência acadêmica reconhece essas evidências. O médico sabe que a úlcera foi de origem nervosa; que a diabetes foi ocasionada por traumas; que os infartos e derrames (acidentes vasculares) são produzidos por esta vida agitada, egoísta, angustiada, insatisfeita, ignorante – apesar da (pseudo) cultura. A Astrologia Rosacruz explica bem estas correlações.
Por exemplo, tomemos Vênus num horóscopo: ele rege a glândula Timo, a circulação venosa – no aspecto físico; rege o amor, a simpatia, a coalizão, a doçura, o senso estético – no aspecto emocional; rege o relacionamento financeiro, conjugal e social – no aspecto mental.
Se Vênus está com Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e algumas das Conjunções), todas essas atividades ficam limitadas, prejudicadas, desvirtuadas, segundo o Signo, a Casa e o Astro com os quais esteja configurado adversamente. De modo geral podemos dizer que seu Aspecto adverso tende a uma má ligação (Timo), atraindo pais ou responsáveis desamorosos ou indiferentes; a circulação venosa não fluirá livre e normalmente; a pessoa terá dificuldades em trabalhos de equipe; será desalinhada em seus hábitos; terá carência de compreensão e aceitação das pessoas, provocando-lhes e atraindo idêntica atitude; falhará no harmonioso relacionamento com o (a) cônjuge e sócios; não terá equilíbrio e justeza no modo de adquirir recursos e empregá-los.
Justamente por falta dessas capacidades, a pessoa não poderá tomar consciência de suas falhas; buscará justificar-se; se revoltará com as dificuldades que atrai a sua vida. Só a sofrimento poderá despertá-la, tirando-lhe o indevido apoio nos recursos externos e materiais – sabendo que tudo depende de seu íntimo, de sua consciência, para a relação com o exterior.
É claro que, nessa expansão justa das faculdades, para conservarmos a harmonia com o mundo, é mister a prudência, o equilíbrio, a vigilância, o conhecimento de si, o discernimento em cada situação, tudo isto dependendo das configurações de Saturno e Mercúrio. Tais qualidades são desejáveis de cultivar – para substituir os comuns recursos de esperteza, de astúcia, de desonestidade, de negligência, de egoísmo, enfim que obstruem a força centrífuga de Deus em nós. A Personalidade não pode nem deve conter a natural expansão do Espírito, em sua ânsia evolutiva.
Vejam como a força de uma semente em expansão vai rompendo os obstáculos, contornando os mais difíceis ou, se necessário, rompendo-os à sua passagem! Já vi árvores romperem rochas enormes, para poderem abrir caminho para o alto.
Além de nos prejudicarmos, quando ignorantemente tentamos obstruir a expansiva ação do Divino interno, fechamo-nos ao cicio natural de reabastecimento; negamo-nos a entrar no ritmo divino. Isto é pior que tudo.
O ciclo de Lavoisier oferece uma clara ilustração deste ponto: a fonte jorra livremente; seu fio d’água desce a montanha e se junta em sua jornada, a outros fios d’água, formando regatos; estes formam os rios menores que oferecem tributo na formação dos maiores, que finalmente desaguam no mar. É uma aglutinação de esforços; uma jornada de serviço, fertilizando terras, alimentando, dessedentando. No oceano, as águas se evaporam pelo calor, formam-se as nuvens que se deslocam para as montanhas e desfazem-se em chuva. Esta mergulha na terra e vai reabastecer os canais abertos das fontes. É um trabalho dos elementos, a serviço das Hierarquias Criadoras. As fontes continuam a fluir constantemente reabastecidas, sem necessidade da inteligência e recursos humanos.
Se a fonte se fechasse, negando sua contribuição – ou as águas a romperiam com a pressão ou tratariam de encontrar nova saída. O importante é saber: sem esvaziar-se ela não pode ser suprida novamente; sem dar, ela não pode receber.
Cada um de nós é uma fonte – porém, uma fonte diferente, porque, mercê de nosso nível evolutivo, temos consciência própria, ignorantemente usada, por causa de nossos vícios e condicionamentos. Temos condições de dar uma água muito mais valiosa ao mundo, mas incoerentemente, somos aquela fonte citada na Epístola de São Tiago 1:3: “que jorra, ao mesmo tempo, água doce e amarga“. E, às vezes, nem jorramos. Abusamos de nossa prerrogativa e nos fechamos. As consequências aí estão nesse mundo de desarmonias que todos conhecem.
Importante é sabermos que, pelo conhecimento e regeneração de nossa Personalidade, podemos nos transformar numa fonte maravilhosa, cujos canais, à medida da evolução, se alargam e recebem, mais e mais, do suprimento divino interno, quando sabem jorrar com discernimento e amor.
Em tudo, no microcosmo como no macrocosmo, o que gradua a evolução é a capacidade de dar, de fazer jorrar do manancial interno o fluxo irresistível de Deus em expansão. Um galho produz mais que o outro, quando seus canais internos se abrem mais ao fluxo da seiva comum da árvore; uma estrela brilha mais que outra, quando dinamizou internamente maior potencial de luz.
No ser humano esse reabastecimento resulta do trabalho evolutivo. Temos um manancial interno – que se encontra inativo; um potencial. Só o dinamizamos em parte e essa parte é que constitui nosso atual nível evolutivo, nosso grau de consciência, nosso fluxo anímico, expresso pelos recursos pessoais. O resto não se pode medir, porque é infinito; é a própria herança de Deus, e cujo dinamizar nos torna “perfeitos como o Pai celestial” – segundo o convite evangélico.
Precisamos jorrar, isto é, dinamizar as faculdades latentes e pô-las a serviço do divino. A única dificuldade que existe reside na Personalidade viciosa, que não deseja esvaziar-se dos condicionamentos para encher-se do novo ser, da nova consciência. Ela é que anestesia nossa vontade e procura dissuadir-nos desse despertar. No entanto, à medida que vamos nos regenerando, o impulso centrífugo do Cristo interno irá abrindo caminho a manifestação das potencialidades divinas, rumo ao destino que o impele.
Assim, sempre, o trabalho é interno, é individual, é de dentro para fora!
(Por Gilberto A V Silos – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)
O “Serviço do Templo” – o Ritual Devocional do Serviço do Templo – da Fraternidade Rosacruz, isto é, o Ritual oficiado nos Centros Rosacruzes e por cada Estudante Rosacruz – todos os dias, excetuando os dias em que se oficia o Ritual Devocional do Serviço de Cura, ou o “Serviço de Cura” – e também os Rituais Devocionais dos Serviços de Equinócios, Solstícios e Véspera de Natal – nas datas específicas – são sempre iniciados cantando todos ou declamado por um Estudante Rosacruz o Hino Rosacruz de Abertura.
Sua música está composta em Ré Maior, cuja clave leva dois sustenidos; sua vibração põe em ação o poder da Onda de Vida de Libra, os Senhores da Individualidade. Consequentemente, ajuda cada ouvinte a equilibrar suas forças e vibrar em equilíbrio, justiça, cortesia e esperança. De todos os Planetas, Vênus é quem melhor traduz para nós o poder vibratório dessa Onda de Vida. Vênus infunde amor, harmonia e unidade, pela combinação das forças de atração e de coesão.
A clave de Ré Maior, governada pelo amor venusino, pode ser comparada a uma corrente confluente de tons. Quando vibra um tom, todos os demais (as pessoas reunidas), dentro do raio da onda de vibrações, respondem automaticamente e cantam em uníssono quando pertencem ao mesmo diapasão. Note-se que o poder-clave de Vênus é “amor” e rege a Onda de Vida de Libra. O amor está correlacionado com o segundo aspecto de Deus e do ser humano. Portanto, o ser humano responde a essa nota vibratória quando se toca a nota-chave de Libra. A princípio, a ressonância do tom em nós é deficiente. Porém, pouco a pouco a repetição, em cada oficiação do Ritual com o canto ou a declamação do Hino de Abertura, em Ré Maior, vem despertar o amor nos ouvintes, levando-os, com o tempo, à sua maior expressão, ao seu maior poder e ao sentido de unidade de cada um com todos. Sobre o princípio desse elevado ideal se apoiam todos os anelos da Fraternidade Rosacruz. Daí a repetição do Hino com sua maravilhosa letra, representativos de um ideal de amor-sabedoria.
A letra desse Hino foi escrita por Max Heindel. Suas palavras encerram um significado de enorme iluminação. Analisemos bem, a seguir, suas estrofes e busquemos penetrar algo do muito que elas contêm.
“Seguindo a órbita a girar” – cada estrela é o corpo de uma poderosa individualidade, tem seu próprio caminho nos céus, completamente independente das outras.
“Lei firme, o Astro vem mostrar” – a órbita de cada Astro é determinada por leis cósmicas, fixas e imutáveis.
“do eterno Deus ele é expressão” – cada Astro expressa não apenas um poder particular de Deus pelo qual foi criado, senão também revela que existiu um propósito definido em sua criação.
“Quais ciclos de alternação” – a trajetória de cada Astro é invariável. Tampouco muda o poder particular nele incorporado. Fixo e invariavelmente, expressa o poder divino nele subjacente, chegando a alcançar os resultados espirituais para qual foi criado.
“O astro dança em linha oval” – embora aparentemente estacionário, nos seus giros vai descrevendo quase círculos ao redor de um ponto central, que é o centro da consciência divina, o Criador.
“No espaço e tempo em espiral” – o caminho de cada Astro, embora elíptico, também forma espirais, pois ele avança através do espaço, jamais repetindo as mesmas condições, dentro de seu ciclo evolutivo.
“E as harmonias ao girar” – sua verdadeira forma é esférica e se movem ao redor de seus eixos. Cada Astro emite um tom harmônico perfeitamente concordante com os tons dos demais Astros.
“de esferas vão ressoar” – a música das esferas não se detém enquanto dura a manifestação e penetra todo o Sistema Solar. Ainda mais, se essa harmonia se detivesse por uns segundos, o Sistema Solar inteiro se desintegraria.
“Por não saber a lei geramos” – achamo-nos longe de conhecer todas as Leis regentes do cosmos. Mais que isso, vimos transgredindo quase todas as Leis que nos têm sido reveladas. Vejamos, por exemplo, os Dez Mandamentos:
“a dor, a morte e desarmonia” – a desobediência do ser humano aos Dez Mandamentos tem sido a principal fonte de toda a discórdia e tristeza humanas. Ainda mais, é a causa da morte, tal como a conhecemos hoje.
“sofrendo, agora, procuramos/ ter, de novo, paz e harmonia” – a harmonia não poderá prevalecer até que o ser humano incorpore em si mesmo os Dez Mandamentos e espontaneamente os viva. Deve também conhecer a Lei de Causa e Efeito, juntamente com a Lei de Renascimento.
“A Lei buscamos aprender” – ao nos dispormos a estudar as leis da natureza com real sinceridade e devoção, para conhecê-las e vivermos como Deus manda, podemos alcançar a completa felicidade, a paz e evolução.
“e a Verdade conhecer” – conhecendo as causas passadas e deduzindo as estreitas relações com os atos presentes, podemos evitar a inconveniência de sua repetição futura. As imutáveis e sempre operantes Leis da Natureza emanam de Deus. Jamais se detêm em seu trabalho para trazer a perfeição a tudo que foi criado em embrionária forma.
“e o que encontrarmos da verdade/ dar ao bem da humanidade” – quando tenhamos alcançado a verdadeira compreensão de Deus e de suas Leis, o que somos, o porquê estamos aqui, o processo da saúde física e mental, o desenvolvimento anímico, a eternidade do Espírito e a unidade de toda vida, então e só então, estaremos verdadeiramente qualificados para bem servir à humanidade e à Evolução. Então poderemos ser mestres completos, aptos para levar a mensagem a todos os que estejam amadurecidos para recebê-la, libertando-os de todos os laços de ilusões e de exterioridades.
“Cumpramos todos o dever/ do nobre e reto proceder/ sem ódio por amor agir/ e nunca ao nosso dever fugir” – esse conhecimento não pode ser alcançado sem esforços. Devemos nos consagrar diligentemente a esse entendimento que, por si só, uma vez alcançado, nos reclama vivê-lo, para que se converta em real valor na disseminação da Luz.
“Sabendo por amor obrar/ e o repetindo sem cessar/ o medo e o pecado, assim, / iremos dominar enfim” – é certo que não basta conhecer a Lei. É indispensável praticá-la, não apenas quando tenhamos vontade, senão quando convém ao bem dos outros, cada hora, cada dia e todos os anos. Quando tenhamos provado nossa diligência no serviço desinteressado, a recompensa será inteiramente nossa e nos tornará verdadeiramente livres. Viajaremos com inteira liberdade onde nos agrada, sem qualquer limitação, deixando em repouso nosso “corpo de carne”, sobre o leito. Porém, quando chegamos à Iniciação não ficamos dispensados de nosso dever sagrado de ajudar, em todos e de todos os planos em que funcionarmos. Ao contrário, impomo-nos a nós mesmos, mais definidamente, esse dever e nos tornamos mais capacitados a prestá-lo com mais eficiência.
“Com a tocha da razão por guia/ nós buscamos restaurar/ a juventude e a harmonia/ que só a verdade pode dar” – munidos da Luz de um verdadeiro conhecimento e da razão (atributo do Poder da Vontade), o Iniciado se guinda a novos poderes para mais eficazmente fomentar a harmonia no mundo carente. Transmitindo convictamente esse conhecimento de Deus e das Leis Cósmicas d’Ele, governantes de nosso e outros Sistemas Solares, podemos ajudar cada um a viver em harmonia consigo mesmo e com os demais, criando condições para estabelecimento de uma futura fraternidade, em que se restauram a saúde e a paz. O serviço altruísta, amoroso e desinteressado em favor dos demais é o caminho mais curto, o mais seguro e mais agradável que nos conduz a Deus.
“Falhando, embora, vamos ver/ a persistência há de vencer/ e num crescendo gradual/ o bem sublimará o mal.” – bendita afirmação! Se resistimos, embora fracassemos muitas vezes e nos levantemos sempre, aprenderemos nossas lições. Sem tréguas, sem descanso, mas também sem ansiosa pressa, nossos esforços prevalecerão finalmente. E todo o aparente mal, existente em nós e no mundo, no desvirtuamento das realidades divinas, irão desaparecendo pela gradativa afinação às Leis do Criador, mediante a aplicação ordenada desses princípios infalíveis e científicos que encerram amor para tudo vencer e purificar.
Quando analisamos cuidadosamente as palavras desse Hino, chegamos à conclusão de que encerram uma completa fórmula de Iniciação!
(traduzido do folheto da The Rosicrucian Fellowship e publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1968-Fraternidade Rosacruz-SP)
(*) Advertência:
A descrição aqui apresentada é mais exata conforme a cúspide da 1ª Casa esteja mais próxima do ou no segundo decanato do Signo (10º grau até 20º grau);
Quando os 3 últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os 3 primeiros graus ascendem no momento do nascimento, diz-se que a pessoa nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, a natureza básica dos Signos envolvidos são mescladas no corpo dela.
Astros nas Casas:
Em tais casos o Estudante deve usar seu conhecimento do caráter dos Astros em conjunto com a descrição do Signo.
(Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – O Signo Ascendente – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)
“Aqueles que sabem não contam; aqueles que contam não sabem”. Essa observação, atribuída ao filósofo chinês Lao Tse, é digna de meditação. Expressa uma profunda verdade espiritual e uma característica de Libra.
Os nativos de Libra podem possuir uma forte segurança interior, se usarem a força que está ao seu alcance. Reflexão tranquila e a calma são as forças desse Signo. Os nativos de Libra sabem que tudo precisa acontecer de acordo com a medida exata da lei e que nenhuma interferência humana alterará princípios ou fatos. Libra reconhece, com naturalidade, que um fato que nos aparece é uma coisa suprema para o qual não há apelação e que, diante dele, a única atitude a tomar é trabalhar com humildade quase religiosa.
As qualidades dos nativos de Libra, equilíbrio e cautela, estão encobertas pelo trabalho das leis da vida. Todo valor essencial ao bem-estar de cada chama individual de Deus tem um lugar seguro no caminho evolutivo do Espírito, desde a consciência profunda do essencial até a manifestação da vida sobre o plano físico, como é de nosso conhecimento, hoje.
A Hierarquia Criadora de Libra aumenta a Individualidade que, por sua vez, amplia os poderes do Espírito desperto.
Cada estágio de desenvolvimento alcançado pelo Aspirante à vida superior eleva a consciência a um grau, até agora, nunca atingido.
Com a iluminação divina veio a certeza da consciência de Deus em tudo da vida e a Individualidade do ser humano se amplia para que tudo seja incluído em um modelo harmonioso.
Isso é Libra, reconhecendo, consciente ou inconscientemente, o valor em todas as fases da vida. Libra representa a sétima das Hierarquias Zodiacais e, além disso, é o ponto decisivo no Zodíaco. Libra é aberta e profunda. Nessa Hierarquia estão contidas forças de vida, isoladas e reservadas, para serem usadas pelo ser humano à medida que se esforça para a libertação de sua escola terrena. Como ponto decisivo, Libra representa um estágio em que as condições passadas, presentes e futuras são pesadas e testadas para descobrir-se o que é necessário para o contínuo bem-estar e progresso de vida.
Estudamos, anteriormente, as forças em potencial contidas nos domínios muito além da consciência humana, mas agora chegamos mais próximos das forças que, na verdade, movimentam nosso esquema atual de vida.
Com a aspiração de divindade e com as forças das Hierarquias anteriores (de Áries até Virgem) como base, os nativos de Libra têm uma tarefa a cumprir e um propósito para viver. Observou-se que somos, geralmente, julgados pela maneira como agimos e Libra percebe isso. Libra sente as responsabilidades da vida, mas esse contato é ainda pequeno. No momento em que a divindade, dentro do coração do ser humano, seja transformada em luz e a chama da vida faça com que a humanidade fique mais próxima à realização da Verdade Cósmica, então, as possibilidades dos nativos de Libra desabrocharão.
Esse é um desafio para que todos procurem e encontrem a luz que levantará o véu de escuridão da fronte perturbada de um mundo faminto de verdades espirituais, que elevem a alma.
Chave para Harmonia Rítmica
A chave para a harmonia rítmica é encontrada na realização da paz e do equilíbrio infinito. As chamas da vida movimentam-se nas profundezas da consciência do ser humano e, em estágios anteriores de desenvolvimento, ele estava mais intimamente ligado às forças da divindade. Com a soma das forças de cada Hierarquia sucessiva e com Libra, a consciência plena do Espírito Virginal se perde. À medida que a Individualidade aumenta, o Espírito do ser humano reveste-se, aos poucos, de faculdades adquiridas de percepção material até parecer que perdeu todo contato com sua Fonte. Gradualmente, porém, o Espírito é forçado a dirigir sua consciência para dentro, para encontrar-se a si próprio como um Ego, separado e distinto, mas, ao mesmo tempo, unido e unificado a todos os outros. O Espírito criou um sentimento de separação com a finalidade de crescer, mas agora precisa libertar-se dessa ilusão e trazer de volta a plena consciência do divino.
A força da Criação está contida em todo Signo do Zodíaco. Cada Hierarquia sucessiva oferece faculdades ou condutores de percepção (expressão) que são acrescentadas à última força em desenvolvimento.
Com Libra vem um resumo de tudo, e os filhos desse Signo bebem da fonte da eterna juventude desde que se abram ao potencial indicado por essa Hierarquia Criadora. Libra é representada por mãos estendidas segurando os pratos de uma balança, pois aqui está o ponto de equilíbrio. Aqui o fluxo constante da vida interior e exterior está dividido e dirigido. Libra está no limiar de uma grande aventura. No passado houve todo tipo de experiência – associações com seres criadores além da compreensão, desde Áries, o Senhor de tudo, até Virgem, a quieta, bondosa e suave alma da divina castidade e a vida fluiu em abundância. À frente de Libra está a terra escura e misteriosa de Escorpião e os princípios de vida cada vez mais absorventes que se manifestam nas Hierarquias Criadoras remanescentes. Como Libra olha do passado, no presente, para o futuro, há uma completa sondagem da profundeza do caráter daqueles que irão avançar para além do horizonte da compreensão mortal. Libra possui o segredo do tempo (Saturno é exaltado aqui) e esses filhos exemplificam um estágio de desenvolvimento ajustado a um grau de ritmo e harmonia delicadamente afinados, mas requerem disciplina rígida para manter um equilíbrio na escola da vida.
Igualdade e beleza são as virtudes de Libra e indicam a relação de Vênus com esse Signo. Libra não é nem macho nem fêmea; seu amor é muito perfeito, pois não é perturbado pelo mistério do sexo. Libra adquiriu estabilidade e equilíbrio. O total de experiências na vida, uma vez preservadas em perfeito equilíbrio, leva à paz derivada de uma existência completa e profunda. Libra tem o gosto pelos assuntos do mundo e, enquanto aprecia a experiência valiosa que irá adquirir daí, também reconhece uma existência superior, bem longe dos prazeres comuns e das coisas em geral.
Signo da Beleza
Libra é beleza, uma beleza adquirida do reflexo suave, da luminosidade da alma, de um Espírito desperto. Aqui, o Ego chega a um ponto, em sua viagem evolutiva, em que ele é colocado na balança de Libra, o lado escuro em contraposição ao claro, o material em contraposição ao espiritual, e mostra sua medida exata de crescimento. Libra possui um compartimento secreto profundo e escondido, através do qual toda vida precisa passar. Muitas coisas secretas podem ser aprendidas pela meditação e pela atenção aqui, pois os Deuses reúnem e dirigem tudo para seus devidos lugares.
Libra nos diz para ouvirmos nossos corações, para procurarmos, nesse compartimento interior, o tribunal da verdade. Libra precisa ir para o interior, encontrar justiça e amor e fazer tudo novo, à medida que a vida caminha. Nas reflexões interiores esses nativos sempre receberão uma resposta, particularmente no ponto em que são levados pelo amor, piedade e devoção. Libra também sabe falar firme e severamente. Isso veste o filho de Libra de um manto de justiça e ele pode expressar julgamentos valiosos quando requeridos.
Os nativos de Libra estão livres das muitas armadilhas da vida. Muitos problemas e distúrbios da humanidade desaparecem antes que o ser humano venha sob a influência de Libra, porque as lições da vida Terrena deverão ser absorvidas de maneira mais delicada.
Libra tem a facilidade de aprender pela observação e desde que casos e problemas sejam julgados do ponto de vista mais elevado e mais amplo, os filhos do Signo do equilíbrio recebem toda consideração no crescimento e desenvolvimento.
Os filhos de Libra são belos e delicados, amando o lar e lugares sossegados e escondidos. Não são viajantes, pois seus pensamentos se voltam para lugares e as lições da vida. Esses nativos precisam estar com quem amam; muito importante, para eles, compartilhar devoção com aqueles que estão perto de seus corações. Frequentemente ficam deprimidos se deixados sozinhos, pois não são tão autossuficientes quanto outros, nesse aspecto. Porém, Libra, por si mesma, expressa uma força, um desejo e uma Individualidade que ampliam a consciência do ser humano e ele começa a movimentar-se como jamais o fizera antes. Libra pode resolver melhor os problemas da vida indo para lugares quietos e ficando na solidão.
Sensível ao extremo, Libra, naturalmente, sente os impactos da vida mais do que, normalmente, se tem conhecimento. Libra não se curvará a um extremo violento, embora “paz a qualquer preço” seja uma consideração importante na vida desse nativo. Sua política de tato é baseada não no medo ou fraqueza, mas em uma compreensão dos valores construtivos da vida que dão ênfase à estabilidade, sob todas as circunstâncias. Uma rápida identificação de situações perturbadoras solicita a atitude quieta e atenciosa de Libra que, por sua vez, frequentemente, pode dominar o problema antes que fique fora de controle.
Libra diz: pare e examine seus problemas com calma. Pese e julgue todas as coisas com cuidado. Todo sacrifício abnegado é válido, quando leva à paz e à prosperidade. A ação destrutiva retarda o crescimento; a construtiva e o equilíbrio trazem uma renovação de vida.
Os nativos de Libra, misturando suas faculdades interiores equilibradas, geralmente sabem o que pretendem alcançar. Usando justiça e excelente julgamento – características positivas do nativo de Libra – quase sempre exercem controle sobre decisões tomadas e ações executadas. Quando reconhecem seu débito para com a sociedade e aceitam as responsabilidades envolvidas, os serviços prestados levam a um grau de felicidade nunca alcançadas de outra maneira.
Saturno, exaltado em Libra, traz uma mensagem significante. Muito frequentemente a destruição é considerada como a chave de Saturno, mas também salienta responsabilidades que precisam ser reconhecidas, aceitas e conduzidas. Assim, embora Saturno seja conhecido pela obstrução, seu raio é, na verdade, construtivo e substancial. Toda tendência à indolência ou preguiça é condenada; Saturno não suporta negação, falta de atenção e indisciplina a fatos e detalhes.
As forças espirituais de muitas pessoas foram mal-usadas ou enfraquecidas em vidas passadas, porque se concentraram em ganhos materiais em detrimento de forças mais elevadas. Para cada sucesso recebido na vida, Libra precisa pagar em alguma medida. Caso contrário haverá um desequilíbrio que terá que ser retificado. As pessoas de Libra precisam expressar critérios elevados, se esperam algum grau de paz interior e serenidade. São muitos influenciados pelo pensamento e pela vibração. Seus próprios pensamentos são muito importantes para seu bem-estar e sentem a necessidade de construir harmoniosamente para a felicidade. As pessoas de Libra deveriam aprender, desde cedo, que céu e inferno estão em suas próprias Mentes. Desânimo ou melancolia não são suficientes para impedi-los de serem bem-sucedidos, mas passam por muitos problemas desnecessários por causa de suas fortes emoções. Quando Libra equilibra seus pratos haverá mais segurança para eles e maiores vantagens para aqueles que estão intimamente associados a esses filhos da luz.
Libra pode facilmente ficar amuado e sentir-se sempre insultado. Obviamente, essa não é uma característica positiva, mas a ação construtiva em direção a um objetivo definido pode vencer essa irritação pessoal. Com Libra, excessos ou ações incorretas levam à melancolia e ao ciúme. Se essas peculiaridades forem expressas, terão uma tendência a envelhecer o indivíduo prematuramente, esgotando o sistema nervoso. Normalmente os iluminados nativos de Libra não toleram estagnação, perda de esforço ou tristeza por algo que poderia ter sido feito. O sucesso está na habilidade de olhar para a frente, para oportunidades maiores e mais amplas.
Os nativos de Libra fazem bem ao perguntarem: “Como posso viver melhor a vida; o que pode ser eliminado para produzir maior felicidade para um número maior de pessoas?”.
A necessidade de fazer essa pergunta resulta da decepção e dos problemas em encontrar felicidade nas coisas comuns e materiais do mundo. Depois de muitas lições, durante muitas vidas, Libra adquire estabilidade e equilíbrio, qualidades enfatizadas nessa Hierarquia Criadora individualizada.
Os nativos de Libra gostam de se apresentar elegantes e asseados e sua aparência é sempre impecável. Com a faculdade de estar bem-vestidos, sob todas as circunstâncias, usam roupas que, naturalmente, os faz sobressair em qualquer grupo. Seja devido à aparência pessoal, ao lar ou negócios, há um orgulho e uma dignidade suave nesse nativo, dignas de atenção e respeito especiais.
Embora os nativos de Libra não sejam muito apegados aos estudos é surpreendente o quanto aprendem ouvindo atentamente os outros. Vênus, o governante de Libra, acrescenta uma fartura de talento e harmonia na expressão, o que dá os meios para o sucesso através de inspiração e julgamento. A realização não é “miraculosa” para Libra; é obtida pela atenção e prontidão mais a vontade de viver positivamente. Qualquer um pode seguir a mesma prática, até com maior sucesso, se tiver vontade.
A consciência de Libra não é inerte; a Mente, profundamente penetrante desses indivíduos, equilibra todas as coisas cuidadosamente. Ambição pessoal, aclamação do mundo e outras coisas semelhantes precisam ser secundárias em suas vidas. Os nativos de Libra serão inteligentes se procurarem satisfação servindo e abençoando os outros, sem tentar ganhar vantagens compensadoras para si próprios.
(De Thomas G. Hansen – com prefácio da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP)
Einstein afirmou em certa ocasião: “Nunca perca a sua santa curiosidade”. E que dádiva maravilhosa essa santa curiosidade nos outorgou! Por seu intermédio encontramos ensinamentos capazes de nos explicar tão claramente a época tão conturbada em que vivemos, ajudando-nos a manter uma conduta serena em meio ao rugir das tempestades.
Enquanto aprofundávamo-nos à procura das respostas, nem imaginávamos quão bem ocultas estavam as pérolas tão avidamente almejadas. Cristo-Jesus asseverou: “Conhecereis a verdade e a verdade vós libertará”[1]. Pôncio Pilatos tão somente soube perguntar: “O que é a verdade?” Como não recebia respostas do seu mundo interior, nenhuma resposta lhe foi dada do exterior.
Muitos encontram fragmentos da verdade e por eles combatem tenazmente. Julgando único seu fragmento, investem desabridamente contra todos os outros. Esse não é um bom método para se alcançar a verdade. Há verdades de maior ou menor profundidade. Há ângulos enfocando certas fases dessa verdade e há profundezas que o nosso entendimento não alcança.
O Hino Rosacruz de Abertura[2] nos ensina que, tendo a tocha da razão por guia, compreenderemos pontos até então completamente obscuros. Suas palavras irradiam essa verdade: pelo uso da razão e pela persistência, seremos capazes de anular a discórdia produzida no mundo.
Nesses poucos versos do hino, Max Heindel procurou imprimir ênfase a cada palavra para que obtenhamos respostas às nossas indagações: como? Por quê? Qual o método? Qual o nosso raio de ação? O fundador da Fraternidade Rosacruz sempre destacou o fator tempo. Sua vida nos mostrou essa imagem: cada hora tem de ser aproveitada; não há imobilismo, nem pausas, tampouco saltos ou recuos para outras sendas. Assegurou-nos de que assim agindo, seremos capazes de sublimar o mal do mundo pelo bem do qual somos canais.
Todas as Religiões e todas as ciências ocultas velam as suas verdades transcendentais. Há acesso somente para aqueles conhecedores da chave indispensável à percepção da verdade no meio das falsas explicações, mitos e símbolos. Esses servem para iludir aqueles que merecem ser iludidos, preservando a verdade da qual ainda devem ser afastados. A verdade é perigosa para quem é destituído de mérito ou preparo, da mesma forma como o fogo oferece riscos a uma criança. Siegfried teve de deixar pai e mãe, credo, convencionalismos, ideias preconcebidas, opiniões e desejos mundanos antes de iniciar sua busca, como lemos no livro “Mistérios das Grandes Óperas”.
A esse respeito Max Heindel nos ensina em “Cartas aos Estudantes”: “devemos viver nas condições e ambiente em que nos encontramos, procurando aprender as lições que essas condições proporcionam. Quem flutua nas nuvens em busca de ideias espirituais, negligenciando seus deveres no mundo, erra da mesma forma como aqueles que batalham no lodo do materialismo impelidos pela ambição, atraídos pelas luzes multicores da glória, ou por outros valores mundanos”.
As duas categorias de pessoas necessitam de ajuda, porém em direções diferentes. Uns devem colocar firmemente seus pés na Terra. Outros devem elevar-se até enxergar as luzes do céu, para onde cumprem dirigir seus esforços na acumulação de tesouros de valor mais permanente.
Max Heindel afirma que só há uma Grande Verdade: Deus. Esse, porém, possui infinitas facetas, ou várias formas de manifestação. Essa é a razão de todas as Religiões. Cada agrupamento tem a sua lição a aprender. A criança na fase pré-escolar recebe um ensinamento; no curso fundamental outro; no universitário tem direito a um currículo mais avançado. E o que é verdadeiro para o filósofo, não o será necessariamente para o camponês. Cada Mente recebe a verdade de modo diferente. Todos nós já palmilhamos muitos caminhos em nossas vidas: sob o raio de Marte, impelindo-nos à atividade e à paixão, muitas vezes às custas dos nossos semelhantes; sob a suavidade de Vênus, ou a austeridade de Saturno, ou ainda sob a benevolência de Júpiter. Alegramo-nos na esperança de perceber a amplitude de consciência que nos será outorgada pelo raio de Urano, mesmo que devamos nos contentar, hoje, com o raio de Mercúrio. Estamos ascendendo para a Luz Branca, do Sol, e que unirá todas os outros matizes.
Como podemos considerar-nos afortunados por viver em uma época em que esses conhecimentos foram liberados pelos Irmãos Maiores para todos que os procuram. Antigamente eram acessíveis unicamente aos Iniciados. Após a crucificação de Cristo Jesus, porém, o Véu do Templo rasgou de alto a baixo, revelando-nos que a Luz Branca é um reflexo ainda imperfeito da Grande Luz. Por isso, é exortado que usemos “a tocha da razão por guia”. É por isso que Max Heindel escreveu: “Devemos ser capazes de reconhecer a verdade internamente”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro/1977 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.T.: Jo 8:32
[2] N.T.: Hino Rosacruz de Abertura
Seguindo a órbita a girar
lei firme, o astro vem mostrar;
do eterno Deus ele é expressão
quais ciclos de alternação.
O Astro dança em linha oval;
no espaço e tempo em espiral,
e as harmonias ao girar
de esferas vão ressoar.
Por não saber a lei geramos dor,
a morte e desarmonia;
sofrendo, agora, procuramos
ter, de novo, paz e harmonia.
A lei buscamos aprender
e a verdade conhecer,
e o que encontrarmos da verdade
dar ao bem da humanidade.
Cumpramos todos o dever
do nobre e reto proceder;
sem ódio por amor agir
e nunca ao nosso dever fugir.
Sabendo por amor obrar
e o repetindo sem cessar,
o medo e o pecado, assim,
iremos dominar enfim.
Co’a tocha da razão por guia
nós buscamos restaurar
a juventude e harmonia
que só a verdade pode dar.
Falhando, embora, vamos ver
a persistência há de vencer,
e num crescendo gradual
o bem sublimará o mal.
O assunto da influência planetária é tão vasto que certamente está além da compreensão de um cérebro humano. Portanto, nunca tentamos o estudo da astrologia mundial, que trata das influências planetárias sobre as massas, mas limitamos nossa observação inteiramente ao efeito dos Astros sobre o ser humano como indivíduo. No entanto, às vezes, não se pode deixar de entrar em contato com o aspecto cósmico das influências planetárias e certos fatos se estabeleceram definitivamente em nossa Mente. Entre outras, a verdade da afirmação feita pelos antigos astrólogos de que as perturbações celestes produzem catástrofes terrestres. O macrocosmo consiste do Sol, dos Planetas e dos seus satélites dentro do nosso Sistema Solar e esses estão tão indissoluvelmente ligados uns aos outros e aos Seres que os habitam que, como um dedo ou um dente dolorido é sentido por todo o nosso corpo e perturba o nosso organismo em um grau compatível com a gravidade da aflição, assim também as perturbações planetárias em um corpo celeste são sentidas por todos os outros membros do Sistema Solar.
Também não é preciso argumentar que as perturbações no Sol se fariam sentir mais agudamente do que as condições em qualquer um dos outros Astros, porque o Sol é muito maior em massa do que os orbes que em marcha o circundam. A ciência estabeleceu o fato de que existem distúrbios periódicos do Sol, que ela chama de “manchas solares”. Essas foram descobertas pela primeira vez por Galileu e Scheiner, mas então as pessoas não acreditaram que o Sol pudesse ter “defeitos” em sua superfície; elas imaginavam que ele fosse puro demais para isso. No entanto, logo ficou provado que elas existem e, também, se descobriu que estão sujeitas a mudanças, que variam muito em tamanho e que mudam de um lugar para outro. Em algumas ocasiões, uma mancha era tão grande que podia ser vista a olho nu. Observou-se também que em alguns momentos havia poucas manchas e em outros, muitas, cobrindo vastas áreas; finalmente descobriu-se que o ciclo das manchas solares é de onze anos.
Sabemos que as influências planetárias têm um efeito sobre a humanidade e essa atividade de manchas solares, recorrente em ciclos de onze anos, é realmente a inspiração e a expiração desse vasto corpo cósmico e composto. É a sístole e diástole do coração cósmico, enviando toda a força da vitalidade solar para os confins mais distantes do nosso organismo e depois atraindo-a de volta, mas contaminada com o veneno da paixão, gerado por bilhões de seres na luta pela existência em todos os diferentes Mundos.
Assim, essa força é, por analogia, semelhante ao sangue arterial que sai puro e limpo do nosso coração e é enviado para todas as partes do nosso corpo, mas retorna pelas veias carregado do venenoso dióxido de carbono, gerado pelo processo de decomposição acontecendo em cada parte do nosso corpo. Que maravilha, portanto, os períodos de baixa atividade das manchas solares, quando a máxima força solar é enviada e flui sobre o Sistema Solar como o vento que foi soprado pelos campos de trevo ou feno recém-cortado, vento carregado com o perfume agradável aos nossos sentidos, e que infunde uma sensação de alegria e bem-estar.
Por outro lado, que maravilha se, no momento em que as manchas solares são maiores e mais numerosas, a força solar, retornando de sua visita aos vários Planetas e trazendo consigo um sentimento de tristeza e sofrimento dos vários seres ali localizados, que estão lutando pelo processo de evolução; que maravilha se essa corrente solar, juntamente do fracasso das colheitas, do frio extremo e outros desconfortos adicionais, gera na humanidade uma sensação de mal-estar adicional. E não sabendo a causa dos novos desconfortos, que maravilha que um culpe o outro e seja gerada desconfiança e antipatia por nossos vizinhos.
Além disso, com a recorrência desse sentimento em determinados períodos, várias vezes, não é maravilhoso que esse sentimento de antipatia e desconfiança atue como uma solução saturada de sal, cristalizando-se quando o último grão é adicionado? Assim, a desconfiança e a aversão universais que são geradas pelas forças solares que retornam no momento da maior atividade das manchas solares também podem, em um período em que a humanidade fica saturada de mal-estar, resultar um surto como foi o caso dessa grande guerra mundial[1].
Se alguém duvida desses efeitos planetários e gerais, é muito fácil fazer um experimento para provar que eles existem. Tudo o que é necessário é selecionar uma efeméride e verificar em quais dias do mês a Lua está em Conjunção com Marte, o deus da guerra; então, basta observar as pessoas naquele dia. Veremos que elas são mais temperamentais, mais dispostas a se ofender e mais facilmente magoadas em seus sentimentos do que em qualquer outro momento. Por outro lado, se selecionarmos um dia em que a Lua está em Conjunção com Júpiter, o Planeta da benevolência, ou com Vênus, o Planeta do amor, descobriremos que elas, geralmente, estão com o humor diferente: será muito mais fácil ficar junto delas e estarão muito mais dispostas a ser joviais e gentis. Se tais efeitos são observáveis no indivíduo e em suas ações, por que não seriam nas massas e em suas ações?
Tudo isso, é claro, é o que era de se esperar e se harmoniza perfeitamente com os Ensinamentos Rosacruzes de que os Espíritos Planetários, que são os Regentes e líderes da evolução, provocam guerras e similares, do nosso ponto de vista aparentes calamidades, quando necessário para a evolução daqueles que eles governam.
E assim, em toda a nossa tristeza e sofrimento, temos pelo menos o conhecimento de que isso seja para o nosso bem e que, em última análise, as bênçãos resultarão dos sofrimentos presentes; esperamos que o véu que nos separa do reino dos mortos-vivos possa ser rasgado para um número muito grande de pessoas ver, para que o testemunho dos poucos de nós que agora vemos seja fortalecido por esse testemunho adicional, a fim de que nossa palavra tenha mais peso do que tem agora na mente da maioria das pessoas, que pensam que sejamos loucos ou desonestos. Enquanto isso, nós nos perguntamos se a guerra provocada pela atividade das manchas solares deve continuar por mais um ano ou dois, até que tenha diminuído completamente. Oramos para que não continue.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de Julho/1918 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: refere-se à Primeira Grande Guerra Mundial
Assim como a água se congela pelas linhas de força etérica nela contidas, invisíveis, mas presentes durante todo o tempo, e tomando formas sólidas de vários contornos que chamamos cristais de gelo, assim também o alimento que nós liquefazemos como sangue, congela ao longo das linhas etéricas no nosso Corpo Vital e tomando formas diferentes como cartilagens, ossos, etc., formando-se cada espécie do tecido congruentemente com as linhas etéricas dessa parte particular do Corpo.
Os chamados “mortos”, os que estão renascidos aqui, são os agentes principais do processo da assimilação. Eles são os construtores, enquanto os “vivos”, os que estão renascidos aqui, são os destruidores. Os “vivos” têm mais força para destruir que os “mortos” para construir e é por essa razão que a doença ou a enfermidade se origina.
A missão da Fraternidade Rosacruz é: ensinar as leis da natureza e como viver em harmonia com elas ajudando as pessoas a corrigir enganos passados. Daí o caráter curativo obra da Fraternidade Rosacruz! Os profissionais da saúde (médicos, médicas, enfermeiros, enfermeiras, terapeutas e afins) são particularmente úteis nesse trabalho, e aqueles que se juntaram a nós como Probacionistas são, cuidadosamente, ensinados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz a tratar seus pacientes – definidos aqui como os irmãos e irmãs com algum problema de saúde que se inscreveram e cumprem com o que lhe é solicitado em um Departamento de Cura de um Centro que possui tal serviço – durante a noite, quando ambos, paciente e Probacionista, estão fora dos seus Corpos Densos, pois estão em estado de sono. Os Probacionistas leigos na arte de tratar de doenças e enfermidades, quando estão aqui em estado de vigília, são como assistentes dos Probacionistas profissionais de saúde, variando seu número de acordo com as circunstâncias.
A Lua é o corpo celeste promotor dos eventos. Embora os acontecimentos sejam regidos por outros Astros (Sol e Planetas), tais acontecimentos não se realizam enquanto a Lua não os provocar.
Há dentro do Corpo Denso um fluxo e um refluxo (uma maré), assim como há no Mundo exterior. Há períodos críticos em certas doenças e enfermidades que podem ser previstos, com segurança, pela Lua. É muito importante que todos conheçam a enorme influência desse nosso satélite natural.
Há uma força cósmica que culmina por ocasião da Lua Nova e outra quando da Lua Cheia. Tudo o que se inicia desde a Lua Nova aumenta em intensidade e culminando quando a Lua estiver Cheia.
Esse período marca o fluxo de vida que vem do Sol, refletido pela Lua. Essa força é um grande auxiliar na recomposição do Corpo Denso e para conservá-lo em estado saudável. Da Lua Cheia até a Lua Nova, essa grande força se torna cada vez mais diminuída e tudo que é iniciado nesse período tende a definhar e a morrer gradualmente.
Sabendo que a Lua tem essa influência, conforme aumente ou diminua em intensidade luminosa, concluímos que esse fator deve ser levado em consideração quando aplicarmos algum tratamento. Todos os tratamentos podem ser divididos em duas classes gerais: estimulantes e sedativos. A primeira classe tem efeito mais acentuado e é mais bem aplicada durante o aumento da luz da Lua (Lua Nova até a Lua Cheia – período dito da Lua crescente). A outra é melhor empregá-la durante o período decrescente da Lua (Lua Cheia até a Lua Nova – período dito da Lua decrescente ou minguante).
A regra geral é: desde a Lua Nova até a Lua Cheia os estimulantes produzem mais efeito e os sedativos, menor. Diminua a dose de estimulantes e aumente a dos sedativos. A única exceção a essa regra é quando a Lua crescente se aproxima de uma Conjunção com Saturno. Neste caso, dê doses maiores de estimulantes e menores doses de sedativos.
Quando a Lua crescente se aproxima de uma Conjunção com Marte e Mercúrio, os estimulantes têm seu máximo efeito e os sedativos o mínimo.
Quando a Lua crescente está em Aspecto benéfico (Conjunção, Sextil ou Trígono) com Júpiter e Vênus, os estímulos cardíacos produzem seu efeito mais duradouro. A palpitação é tratada com melhores resultados quando a Lua está decrescendo e faz Aspectos benéficos (Conjunção, Sextil ou Trígono) com esses dois Planetas. Aplique estimulantes cardíacos com muita cautela quando a Lua estiver com Aspectos adversos (Quadratura ou Oposição) com esses dois Planetas, especialmente durante uma Lua Nova. Os anestésicos também, nessas ocasiões, poderão produzir resultados fatais. Se inibimos o nervo pneumogástrico em certa medida, aquietamos a ação do coração e, assim, estamos aplicando o que em medicina chama-se um sedativo. A manipulação desse nervo de modo a estimular sua ação tem valor similar ou equivalente à aplicação de um estimulante medicinal.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 4/72, traduzido da revista Rays from the Rose Cross – Fraternidade Rosacruz – SP)
Sabemos que há milhões de anos atrás, na Época Lemúrica desse Período Terrestre, metade da nossa força sexual criadora foi dirigida, pelos Anjos, para cima, para o lugar onde fica agora a nossa cabeça, para construirmos o nosso cérebro e a nossa laringe. Eles utilizaram a medula espinhal para transportar essa metade da força sexual criadora.
O objetivo disso foi transformar o nosso estado antigo de criadores divinos passivos, orientados em tudo por seres superiores, para criadores dinâmicos, conscientes e verdadeiros auxiliares de Deus no Seu atual Plano Divino. Portanto, através do uso do cérebro e da laringe podemos, agora, criar nesse Mundo Físico.
Assim, como o cérebro e a laringe foram criados a partir da metade da nossa força sexual, há uma forte relação deles com essa força sexual. Podemos perceber isso: no desenvolvimento pré-natal do feto, na mudança de voz que ocorre quando o menino alcança a puberdade e em alterações da capacidade mental consciente que se segue quando há abuso desenfreado da função geradora.
O ser humano é impelido a gerar filhos físicos pelo raio de amor de Vênus. Também, o ser humano é impelido a gerar filhos mentais e a expressá-los através da fala, pela laringe, pelo raio da razão de Mercúrio.
Portanto, Mercúrio e Vênus são criadores em suas funções: Vênus no plano físico e Mercúrio no plano mental. Ambos relacionados com os nossos Corpo Denso (ou físico) e Mente presentes.
Netuno é a oitava superior de Mercúrio. Porque é de sua mesma natureza. Só que Mercúrio é o portador da luz para o Sol físico, enquanto Netuno é o portador da luz para o Sol espiritual, chamado Vulcano entre os ocultistas, o qual é visível atrás do Sol visível. Por isso, poucos seres humanos atuais são capazes em absoluto de poder responder a ele.
Mercúrio é associado à razão e inteligência humana. Ele rege o sistema nervoso cérebro-espinhal – a bem da verdade, no cérebro, somente o hemisfério direito – meio de comunicação entre o espírito incorporado e a Região Química do Mundo Físico.
Netuno é associado à razão e inteligência sub e super-humana. Ele rege o canal espinhal ou medula espinhal, meio de comunicação entre o espírito e os mundos superiores.
Enquanto Mercúrio rege o hemisfério cerebral direito, Netuno rege sua oitava superior: a Glândula Pineal.
Enquanto Mercúrio rege o sistema nervoso cérebro-espinhal, Netuno rege sua oitava superior: a medula espinhal.
A intelectualidade, regida por Mercúrio, elevou-nos acima do animal e nos fez seres humanos.
A espiritualidade, regida por Netuno, a seu tempo, nos elevará acima do estado humano, fazendo-nos divinos.
É através de Netuno, que nós, com o nosso Espírito Divino, expressamos a luz e a vida do nosso Deus Pai como Vontade.
É essa Vontade que nós focalizamos no nosso Sistema Nervoso Voluntário do nosso Corpo Denso, governado por Mercúrio, e que, agindo através do cérebro, estimula o nosso corpo para a palavra e para a ação.
Assim expressamos a nossa vontade nesse Corpo Denso que agora habitamos.
Urano é a oitava superior de Vênus. Porque é de sua mesma natureza em um grau muito mais sutil, pois suas atrações são tão espirituais que não podem ser sentidas pelo ser humano comum de maneira completa. Por isso que o ser humano comum responde mais o lado negativo de Urano.
Vênus é associado às ligações amorosas e às relações consanguíneas. Ele rege a laringe meio de expressão entre o espírito incorporado e a Região Química do Mundo Físico.
Urano é associado a um amor mais abrangente, o altruísmo. Ele rege a segunda medula espinhal, meio de transmutação de todo o amor pessoal e inferior de Vênus em altruísmo, aquele sentimento que não exige correspondência no amor concedido aos outros.
Enquanto Vênus rege a laringe, Urano rege sua oitava superior: a Corpo Pituitário.
É através de Urano, que nós, com o nosso Espírito de Vida, expressamos o amor do Cristo. É esse amor que nós focalizamos no nosso Corpo Vital, onde Vênus estimula o nosso corpo a buscar a propagação da espécie e seu crescimento.
Assim expressamos o nosso amor e imaginação nesse Corpo Denso que agora habitamos.
O objetivo da construção dessa segunda medula espinhal, através da transmutação do amor de Vênus pelo altruísmo de Urano, é conquistar o domínio sobre o segmento simpático da atual medula espinhal e sobre o hemisfério cerebral esquerdo.
Assim, através da dupla medula espinhal tornamo-nos uma unidade criadora completa tanto no plano físico como no plano espiritual, pois voltamos totalmente a força sexual criadora para cima através dessa dupla medula, iluminada e elevada em energia potencial pelos fogos espirituais da espinha provenientes de: Netuno (vontade) e Urano (amor e imaginação).
“Quanto mais inferior seja o grau de consciência ocupado por um ser humano, na escala de evolução, tanto mais responderá aos raios astrais. Contrariamente, quanto mais elevado seja esse grau de consciência na subida da realização, mais o ser humano controlará e sobreporá as vibrações referidas, libertando-se das rédeas das Hierarquias Divinas” – Augusta Foss e Max Heindel.
As Hierarquias Zodiacais nos vigiam, similarmente a vigilância exercida amorosamente, tal como os pais responsáveis para impedir que seus filhos pequenos, em sua ignorância, cometam tolices que poderiam prejudicá-los ou invalidá-los para o resto da vida. Só que no caso das Hierarquias Divinas, são utilizados os Aspectos astrais (Sol, Lua e Planetas).
Na Época Lemúrica recebemos o que atualmente conhecemos como Átomo-semente do nosso Corpo de Desejos e o domínio do nosso Corpo Denso tornou-se um pouco maior com o desenvolvimento do sangue vermelho.
Houve a separação dos sexos e começamos a construir o cérebro e a laringe. A partir daqui temos seres humanos do sexo masculino e do sexo feminino e a necessidade da união entre eles para a procriação da espécie humana no Planeta Terra. O Mundo do Desejo era real para nós. Víamos o Mundo do Desejo tão nítido como vemos hoje o Mundo Físico. Nesse último tudo era novidade.
Corríamos perigo permanentemente porque pouco conhecíamos desse Mundo Físico. Perigo de destruir nossos veículos (Corpo Denso, Vital e de Desejos). Com o objetivo de nos ajudar a aprender utilizar esses nossos corpos, fomos colocados sob regras, leis e mandamentos.
O temor era a nota-chave daquela dispensação, pois: “o temor a Deus é o princípio da sabedoria.” (Pb 9:10).
A fim de que pudéssemos ter todas as gradações evolutivas individuais necessárias para o nosso desenvolvimento – e assim, aprender – foi adotada a influência dos Astros como instrumento. A vantagem disso é manter o livre arbítrio – pois “as estrelas compelem, mas não impelem” – e garantir todo tipo de gradação possível, como uma escada contínua de aprendizagem.
Nessa primeira etapa vieram as influências de Marte e da Lua. O regime era de disciplina. De Marte tínhamos a disposição em conquistar, em ganhar, em acumular, em garantir a sobrevivência aqui nesse Planeta com os nossos veículos. Isso nos ajudou muito a focar toda a nossa atenção aqui na Região Química do Mundo Físico. Através de suas influências inferiores buscávamos apenas a gratificação ilimitada dos nossos desejos inferiores, nas relações com os nossos semelhantes e, mais praticamente, com o sexo oposto.
Da Lua tínhamos a disposição em procurar o sexo oposto para procriar, garantindo a espécie humana no Planeta Terra e a focalização da nossa atenção na nossa incipiente personalidade: Corpo Denso, Vital e parte inferior do Corpo de Desejos. Para frear esse ímpeto descontrolado, o que poria em risco as pessoas em sua volta, já que incitava o egoísmo na conquista desse Mundo, veio a influência de Saturno.
A disciplina foi o preço pago pela liberdade ignorante de ação. Através de Saturno veio o látego da necessidade. As enérgicas manifestações se revelavam como: raios, trovões, terremotos e epidemias.
Já na Época Atlante, terminamos de construir o cérebro e a laringe e recebemos o, que hoje conhecemos como, Átomo-semente da Mente. Precisávamos desenvolvê-la e aprender a usá-la. Saturno muito ajudou nisso.
A disciplina individual feita por meio de: mandamentos, ordens e leis, de tributos a serem pagos aos Guias Divinos, os sacrifícios dos melhores bens materiais que cada um possuía, conforme a ofensa que houvesse cometido contra a lei, foi ajudando-nos a entender como tudo funcionava nesse Mundo Físico.
Gradualmente, o construtivo Marte e o sagaz Saturno fertilizaram o cérebro lunar em aprimoramento e, com o tempo, aprendemos a construir instrumentos físicos que nos ajudaram a realizar nossas primitivas ambições, a utilizar a astúcia e a se comunicar uns com os outros.
Ainda hoje em dia, uma boa parte da humanidade não evoluiu muito a esse respeito. Responde quase só à natureza inferior e às paixões animalescas. Seus prazeres são grosseiros e sensuais. Seu lema é: “vamos comer, beber e se divertir”. Seus prazeres se encaminham principalmente às bebidas alcoólicas e à prática do sexo. Para um homem assim, a mulher é um objeto de prazer egoísta e um animal de carga, e para a mulher, em relação ao homem, o mesmo raciocínio vale. Nesse caso, só o látego da necessidade, expresso por Saturno, o fará adiantar na senda da evolução.
Conforme fomos evoluindo, respondendo e aprendendo com as influências da Lua, de Marte e Saturno, adquirimos a oportunidade de aprendermos mais lições de como melhor utilizar nossos veículos aqui na Região Química do Mundo Físico.
Foi então que apareceram as influências de Mercúrio e Vênus.
Mercúrio para nos dar novo impulso ao nosso desenvolvimento mental e moral e elevar a bestial imaginação lunar a fim de respondermos ao mais inteligente e lógico raciocínio de Mercúrio.
Vênus para refinar as nossas emoções e elevar a bestial paixão marciana, a fim de respondermos ao mais formoso e terno amor de Vênus.
Vênus, ou como se expressaram, os Senhores de Vênus ensinaram-nos as artes plásticas, a pintura e a escultura (isso explica o mistério dos antigos monumentos). Ajudaram a colocar: beleza, leveza e harmonia nas nossas formas físicas, no nosso Corpo Denso. Ou seja: os ensinamentos de Vênus eram dados para serem inculcados e tornarem-se parte da nossa vida, do nosso corpo e da nossa alma.
Mercúrio, ou como se expressaram, os Senhores de Mercúrio ensinaram-nos a como utilizar o pensamento para o nosso proveito e proveito do próximo. Ajudaram-nos a pensar, raciocinar antes de sair agindo.
Naturalmente, na mulher predomina a faculdade da imaginação de Vênus, em razão da sua função maternal, cuja faculdade modela o Corpo. Daí que a compleição feminina apresente as graciosas linhas de uma beleza natural, ao passo que o homem predomina o intelecto, patrocinado por Mercúrio, tornando-se expoente da razão.
Também, nesse momento, aos poucos, o Sol começou a iluminar o nosso ponto de vista sobre a vida. Ajudando-nos a trabalhar com a nossa Individualidade (Tríplice Espírito), vamos dissipando parcialmente as nuvens de Saturno.
De Vênus aprendemos a dar tudo de nós aos que nos amamos, mas somente aos que nos amamos. Bem diferente de Marte, que sempre quer que retenhamos tudo para nós mesmos. Para chegar a isso tivemos que aprender a nos dominar até certo ponto, pelo menos para convertermos em um ser civilizado e participar da família dos tempos modernos.
Agora não faz mais sentido admirar as proezas típicas de Marte, e que considerávamos virtude, a valentia de atacar os outros e arrebatar-lhes as propriedades.
Triste é ver que ainda hoje esse impulso primitivo se impõe nas guerras econômicas e de conquista. A esperança é que os vislumbres que presenciamos do amor de Vênus substituindo os traços egoístas de Marte se tornem cada vez mais frequentes.
De qualquer modo, até agora, falamos do nosso desenvolvimento buscando somente o interesse pelas coisas que temos direito de propriedade: meu dinheiro, a minha família, os meus bens, os meus filhos, etc.
Os outros não nos importa. Somente importa a nós e a aqueles a quem amamos. Orgulhamo-nos das qualidades morais – orgulho de Vênus – e das qualidades intelectuais – orgulho de Mercúrio – dos nossos entes queridos. Dos outros chega a até ser difícil reconhecer se há alguma qualidade.
Ora, para evoluirmos, precisamos substituir o desejo de apropriação e aquisição egoísta de bens pelo impulso de beneficiar o nosso semelhante. Ou devemos substituir esse nosso egoísmo pelo altruísmo. Mas, como?
Através do advento da influência de Júpiter. Tal influência assinala aquele proeminente estado de altruísmo. Assim, para que possamos responder prontamente à influência de Júpiter devemos cultivar o altruísmo e vencer o egoísmo proveniente do poder raciocinador de Mercúrio, da valentia e paixão instintiva da Lua e de Marte.
O amor de Júpiter reconhece a essência e não leva em conta o Corpo. Responder a influência de Júpiter significa ter um grande coração e o manifestar em qualquer assunto ou momento relacionado com suas emoções ou com as coisas do mundo.
Nesse ponto a nossa natureza emocional terá, necessariamente, de ser elevada. E para isso, a influência de Urano inicia. Urano nos confere uma sabedoria intuitiva, independente do raciocínio. No mesmo instante ele transforma o amor que fixa num só objeto ou ser em compaixão, que se expande e incluí tudo o que vive, tudo o que se move e existe.
Aqui, então, podemos fazer o seguinte resumo:
Sob a influência da Lua éramos dóceis e aceitávamos tudo sem questionar. Gostávamos de sermos guiados e orientados em tudo. Tínhamos uma mentalidade parecida com as das crianças, isto é, facilmente controlável, de modo a estar sempre pronto a ceder. Vivíamos num mundo de ilusões e sonhos, completamente autômatos.
Quando estávamos prontos, veio Mercúrio e nos ajudou a formar ideias e pensamentos. A utilizar a Mente como veículo poderoso para vivermos aqui nesse Planeta. Aprendemos a raciocinar. Mas é o frio poder raciocinador de Mercúrio que nos ajuda a alimentar o nosso egoísmo e como levar vantagens sobre os nossos semelhantes.
Aprendemos a raciocinar logicamente e chegar a conclusões através dessa sequência. Aprendemos a deduzir. Ou seja, aprendemos a ser frios e calculistas, a ter uma atitude mental constante.
Entretanto, não podemos explicar a razão do porquê a resposta que sempre encontramos é adequada e correta. Mas deve existir um modo de conseguir isso. Mas, como? Através da influência de Netuno. Só através dele é que podemos obter a resposta a qualquer pergunta, com a vantagem de poder explicar a razão por que aquela resposta é adequada e correta.
Aqui, então, podemos fazer o seguinte resumo:
Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz
Todas as forças do Universo estão potencialmente contidas no ser humano e o seu Corpo Denso representa as forças da natureza. “Tanto em cima, como em baixo”, mas primeiro em cima e depois em baixo. Não devemos somente comparar o microcosmos e o macrocosmos porque eles são essencialmente um em suas forças; na verdade é o mesmo na constituição de seus elementos. A Astrologia é incompreensível para aqueles que não podem perceber o verdadeiro caráter dos Astros.
Nossas vidas são construídas sobre princípios superiores, elaborados em detalhes sob leis definidas. Existem grandes Seres que incorporam esses princípios e cujas atividades são as leis da criação. Do mesmo modo encontramos hostes de seres inferiores que agem como veículos para essas atividades.
Ao meditarmos sobre a amplitude da ação das órbitas celestes, percebemos que o Corpo Denso é apenas uma reprodução das mesmas forças que formaram as estrelas no céu. O sucesso do ser humano em absorver, por completo, as forças destas Hierarquias Criadoras depende exclusivamente dele próprio. Embora a vida e as forças coesivas do universo, exemplificadas nas duas primeiras forças de vida, Áries e Touro, se associem para produzir um campo de ação de força intensa e grande potencialidade, a essência espiritual do ser humano vem da mais elevada emanação de Deus, o Pai. As estrelas não nos compelem a nada que não queiramos aceitar, a nada que não desejamos.
A Individualidade do ser humano é respeitada
Deus respeita a Individualidade do ser humano e não penetrará em sua consciência até que essa se abra para lhe dar as boas-vindas. O Estudante Rosacruz anseia tirar a tristeza dos ombros da humanidade atormentada, porém, uma das lições mais difíceis de se aprender é que a atitude de cada inteligência espiritual em relação ao Espírito evolutivo é aquela de esperar pelo convite que dissipará a escuridão. Não é falta de compreensão, é uma sabedoria profunda. O ser humano não deve ser compelido; ele precisa ser livre. A vida evolui e o ser humano não é um escravo, mas um Deus em formação e seu crescimento não pode ser forçado, mas sim desejado, de dentro. A liberdade de ação é a força inerente do Espírito.
O Corpo, através do qual a vida opera, seja Astro ou ser humano, vem dos elementos e é uma partícula cristalizada formada com o propósito de adquirir experiências. A Alma vem das estrelas e o Espírito de Deus. Tudo que o intelecto pode conceber vem das estrelas e por estrelas não estamos nos referindo aos corpos físicos dos Planetas, mas a estados de consciência que existem no cosmos e que são representados pelas estrelas. Essas nobres e sublimes Hierarquias Divinas ou Hierarquias Criadoras, suas vidas, leis e seus princípios, são incorporados sob formas que permitem, a essa grande consciência, criar meios de vida e atividades futuras em uma escala muito maior do que a anterior.
Para realizar esse imenso projeto as Hierarquias Criadoras – Áries e Touro, em especial – trabalharam por livre vontade, para estabelecer uma base sobre a qual manifestações futuras da vontade do Pai possam se tornar evidentes.
Sendo uma força unificadora importante – um símbolo do princípio feminino na natureza – Touro surge para unir e combinar suas suaves e doces influências místicas com o poder arrebatador e a força enfatizada na atividade dinâmica da primeira das grandes Hierarquias Criadoras, Áries.
Através do poder da palavra, Deus criou tudo que existe no Universo, mas a manifestação completa dessa criação ainda não foi alcançada. As faculdades potenciais latentes estão sempre presentes, mas até que uma consciência se desenvolva e seja capaz de dirigir a força de maneira inteligente, não haverá um canal apropriado para a ação completa. Nosso próprio Esquema setenário de Evolução foi fundamentado no princípio de vida ligado ao princípio do amor e fez-se evidente sob a forma de duas grandes Hierarquias Criadoras: Áries e Touro.
Touro: Manifestação Feminina
Touro é a manifestação feminina da vida e sua expressão é suave, sedutora, doce, delicada e calma. Touro tem uma força nascida do amor, uma força unificadora que desafia a vontade dos elementos quando se propõe, com firme propósito, a realizar sua missão na Terra.
Touro é a grande mãe da Terra, que dá a vida e fertilidade. Todas as coisas vivas provêm de seu seio. Seu amor é um grande amor pela natureza e pelos seres humanos, criativo e possessivo, pois ela é muito pessoal e materna. O amor de Touro é um amor de sacrifícios e o maior sacrifício é dar a vida, algumas vezes no Mundo Físico outras nos Mundos superiores.
Touro une e funde seu corpo no abraço apaixonado de Áries. Não se quebra sob uma força intensa, mas adapta-se à vontade de seu amante. É nessa reação calorosa, nessa força unificante que se cria tudo que há de vir. Touro não se entrega sem reservas, abranda e resfria o temperamento de seu amante com delicadeza, paciência nascida da compreensão, amor, carinho firme e duradouro. Está ciente de que ele nada pode fazer por si só e, então, de própria vontade, sacrifica seu corpo pela criação de coisas ainda maiores do que as anteriores.
(*) Advertência:
A descrição aqui apresentada é mais exata conforme a cúspide da 1ª Casa esteja mais próxima do ou no segundo decanato do Signo (10º graus até 20º graus)
Quando os 3 últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os 3 primeiros graus ascendem no momento do nascimento, diz-se que a pessoa nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, a natureza básica dos Signos envolvidos são mescladas no corpo dela
Astros nas Casas:
Em tais casos o Estudante dever usar seu conhecimento do caráter dos Astros em conjunto com a descrição do Signo.
(Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – O Signo Ascendente – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)
Isto não é um amor pessoal, mas, muitas vezes, os nativos de Touro se perdem em vidas possessivas, obscurecendo assim a própria visão. Não é um sacrilégio que esses grandes Seres criadores permaneçam na escuridão, quando a luz do Espírito está sempre esperando elevar a humanidade acima da escravidão pessoal? É fácil ver que as características negativas dos nativos de Touro estão ligadas a fatos materiais da vida humana de hoje e não a potencial força de vida, amor e criação.
A beleza é a criação desse Signo, porque belo é também o nascimento. A beleza na arte e na cor, a força da criação em outro plano, representativa de uma fase de consciência tocada somente por uma profunda onda de sentimento, de grande poder e vida. Vênus, a filha de Touro, portanto, surge com todo seu doce charme, cor, curvas e maciez agradável de se tocar.
Touro não tem nenhum ardor ou fogo real, mas seu amor queima devagar e sempre. Áries é seu marido e amante, e todos os outros Signos são seus filhos. Esses Espíritos são velhos, porém, continuam sempre a trabalhar e a se desenvolver, embora os filhos de Áries e Touro raramente reconheçam seus divinos privilégios.
Emoções vulgares estão muito longe da Mente dos nativos de Touro. A força moral está construída sobre as mais puras intenções e quando os filhos de Touro começam a reconhecer e a desenvolver suas potencialidades criadoras, a mais firme e estável força do bem estará presente. Uma grande força supera a fraca e uma emoção mais forte pode tornar uma mais fraca, inativa. Se a emoção forte for de caráter elevado e nobre, irá, em consequência, elevar a mais baixa. Se a mais baixa for a mais forte, o resultado será a degradação. As emoções superiores evoluem e desenvolvem-se das mais baixas e, através do autocontrole e do esforço próprio, os vícios podem transformar-se em virtudes. Emoções, sentimentos e desejos não podem ser exterminados ou apagados, mas podem ser modificados para níveis mais altos. Os filhos de Touro podem sofrer críticas por suas emoções. O amor tem muitas formas, mas o verdadeiro amor de Touro é a força que une toda partícula do Universo e é o atributo mais forte do Espírito.
Amor é força divina. Corpo, Alma e Espírito tornam-se um só, como resultado da força coesiva dessa Hierarquia Criadora. Toda vez que uma forma é concebida, uma radiação ocorre, como um raio vindo de Deus, que provê o futuro ser humano com o Espírito. A qualidade adicional da Alma é continuamente absorvida e renovada, o que forma a essência espiritual do ser humano.
A experiência em cada renascimento abranda e molda a Vida numa grande força anímica. Somente experiências contínuas constroem a Alma que, por sua vez, juntando-se ao impulso inicial da própria vida, caminha para glorificar para sempre, nosso Pai no Céu.
Atributos divinos acendem uma chama correspondente. A vida surge para o próximo nascimento de uma Alma que, por sua vez, é irradiada e absorvida pelo Espírito.
A espiritualidade não deve ser considerada um estado de alto desenvolvimento intelectual. É o despertar para um estado de consciência completamente diferente e mais elevado do que aqueles geralmente encontrados nos planos materiais. Esse despertar pode ocorrer em pessoas de alto desenvolvimento intelectual, mas acontece com maior frequência naqueles que não são sofisticados e aqueles puros de Coração e de Mente.
Essa força criativa existe em Touro numa intensidade que oprime seus filhos, a menos que seus corações já tenham sido abrandados por um desenvolvimento extenso. Tendências sutilmente femininas expressas com o Sol (Espírito), em um Signo passivo e receptivo, indicam qualidades místicas elevadas.
Os pontos principais do taurino são determinação, autoconfiança, persistência, obstinação em alcançar seu objetivo e, geralmente, conseguem alcançá-lo com esse poder inato, agindo resolutamente, oferecendo uma excelente qualidade de força sobre a qual se pode construir e é bem possível, para os nativos de Touro, renascerem sob as circunstâncias e condições que ofereçam oportunidades para que desenvolvam inteiramente a verdadeira força desse Signo.
Em situação privilegiada, Touro é capaz de dirigir, amparar e ajudar muitos com a beleza, calma e simplicidade de uma personalidade inspirada, transmitindo pensamentos espiritualmente iluminados, que nascem da meditação e da contemplação das forças superiores com uma certeza prática. Touro reconhece a necessidade da perseverança e da concentração para alcançar o sucesso. Os nativos de Touro nada perdem do que está acontecendo ao seu redor, embora possam dar a impressão de que não estejam prestando atenção, mas na realidade estão concentrados nos objetivos que pretendem alcançar, porque vão às raízes de tudo a que se propõem.
Têm certeza de tudo e são completos, esmerados e cautelosos, mas são propensos a sentir rancor por uma familiaridade imprópria, especialmente em amizades recentes. O taurino desenvolvido e intelectual pode exercer uma influência poderosa naqueles que o cercam. Possuem um vigoroso magnetismo que atrai outros, e como a luz do Espírito que cresce em esplendor cada vez maior e aquece tudo que toca, eles preparam os corações dos seres humanos para uma pureza verdadeira, para reconhecerem a bondade em toda criação de Deus.
Touro possui valores venusianos: amor, beleza, arte e harmonia. Possui emoções cheias de graça e os instintos cultos da humanidade.
Têm muito orgulho da dignidade pessoal e muitas vezes não perdoam, e essa é uma manifestação de sua pior característica, a inflexibilidade. Não se adaptam à certas condições o que favorece a cristalização. São constantes e leais com aqueles que amam, mas raramente, ou nunca, demonstram estes sentimentos exteriormente. Têm um grande potencial para a devoção.
Pelo menos exteriormente eles tendem a manter todas as convenções da vida; são conservadores e raramente visionários. Possuem profundas qualidades místicas que estão escondidas dentro deles. No casamento e na afeição são possessivos e minuciosos, embora amorosos, à sua maneira. Uma das principais tarefas para o nativo de Touro é aprender a receber, acatar e adotar novas ideias.
Quando têm tendências dominadoras tornam-se demasiadamente pessoais e possessivos, não estando expressando sua força interior e seu caráter.
Sua natureza calma, delicada e amorosa pode ter dificuldades em expressar seus verdadeiros sentimentos àqueles que não podem ver a beleza que abrigam em seus corações.
A força da natureza interior de um indivíduo será determinada pelo Sol. Para o iluminado taurino, combinações e Aspectos astrológicos benéficos asseguram-lhe meios de expressar a sua mensagem mística. Mesmo naqueles mapas onde muitos Aspectos benéficos estão dirigidos para um Astro, pode-se alertar para a habilidade do indivíduo de usar as faculdades representadas da melhor maneira possível. Contudo, ninguém possui nada que não seja adquirido.
Portanto, as faculdades de que se dispõem devem ter sido adquiridos com um propósito. Quando encontramos o Sol de Touro com Aspectos benéficos com Marte, temos uma indicação positiva de que essa pessoa possuirá fogo e vida, assim como as características mais fracas da natureza feminina. Mesmo quando o Aspecto formado for uma Quadratura: é melhor ter qualquer Aspecto ligado a Marte do que nenhum, porque isso gera atividade e ação que resulta em experiência, em desenvolvimento da alma, em progresso espiritual. Certamente algumas configurações são mais fortes que outras. Procure sempre a relação entre Marte e Saturno. Se estão com Aspectos benéficos, eles mostram onde os esforços constantes devem ser aplicados e algumas vezes com muita luta. Quanto estão com Aspectos adversos, mostram uma possível redenção dos erros passados. Isso, em consequência, produz crescimento e permite uma oportunidade de serviço, que deve ser bem aproveitada nessa vida, aqui e agora. Ao aceitar essa filosofia e ao viver uma existência dedicada àquilo a que se propôs, o nativo de Touro verá aumentada, no futuro, sua esfera de ação para o benefício do Corpo, da Alma e do Espírito. Ele é capaz de combinar os muitos desafios da vida com uma compreensiva aceitação das mensagens iluminadas e significativas que estão a sua disposição nessa grande Hierarquia Criadora.
Touro rege o Cerebelo
Para compreender alguns pontos que virão a seguir, devemos lembrar que Touro governa o cerebelo ou a parte posterior do crânio, o lugar dos movimentos involuntários e, também, o centro dos reflexos. Em uma determinada época, a humanidade que evoluía era guiada por influências externas que agiam diretamente sobre esses centros subjetivos.
Em linha com o progresso evolutivo do ser humano uma individualização acontece. Isso é obtido quando o indivíduo é libertado dessas influências de direção e alcança meios pelos quais a consciência pode desenvolver-se em uma força dinâmica. Sem perder essa força positiva podemos, através da Meditação, colocarmo-nos em harmonia com a Lei Divina.
Ao sermos receptivos e ao corresponder à vontade dessas forças superiores, tornamo-nos canais autoconscientes para uma verdade e uma sabedoria que iluminam verdadeiramente o nosso caminho.
Não devemos supor que a manifestação ativa desses grandes princípios ou Hierarquias atuem ou ajam imediatamente. Ao contrário, essas faculdades são desenvolvidas somente por constante atenção a toda oportunidade disponível e em todos os planos de consciência, vida após vida, através de eons de tempo.
Experiências completas, conseguidas através de todas as tarefas executadas, ajudam o desenvolvimento da alma individual e a visão interior.
Ao mesmo tempo a imaginação é uma das mais fortes características femininas, e seu desenvolvimento consciente ou inconsciente, terá um papel importantíssimo para a natureza de um nativo de Touro.
Num mapa individual, onde indicações femininas estão preponderantemente ativas, será benéfico procurar atividades fortes e equilibradas nos Signos masculinos do Zodíaco. Quando isso acontece, o iluminado taurino pode harmonizar os dois caminhos, o místico e o oculto. Quando for construída uma ponte entre esses pontos radiantes, as limitações materiais enfraquecem e não exercem mais força sobre o Espírito em desenvolvimento. Olhar além das condições temporais, compreender o verdadeiro significado do amor, juntar o valor espiritual, a força produtiva, desenvolver a compreensão, ser um exemplo vivo desses ideais, aí está o verdadeiro desafio para Touro e, também, para aqueles cuja escolha esteja dirigida para as linhas avançadas do esforço. Quanto mais lutarmos por um ideal mais provas e testes encontraremos em nosso caminho.
O sacrifício de Touro produzindo vida contínua é uma qualidade extraordinária. Sem sua força coesiva-unificante, seu poder de unir pelo amor, não haveria muitas das coisas organizadas que existem no Reino de Deus. Essa polaridade, a combinação do positivo com o negativo, do masculino com o feminino, é que fazem a força dos mais inteligentes filhos desse Signo.
(de Thomas G. Hansen – com prefácio da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – Traduzido do original inglês: Zodiacal Hierarchies de Thomas G. Hansen e publicado na revista Rays from the Rose Cross da The Rosicrucian Fellowship, no período de abril de 1980 a março de 1981 – publicada na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz-SP em maio de 1982)