Qual parte do Espírito Tríplice constitui o “Eu Superior”? Será o Espírito Divino? Afirma-se no Livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” que o Espírito Humano é o Ego. O Espírito de Vida não é uma parte do Ego? O Ego inteiro fica no plano físico durante a vida terrena, ou somente parte dele, conforme o ensinamento hindu?
Resposta: O “Eu Superior” é o Espírito Tríplice, o Ego: o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano, mas não se deve conceber esses três como separados um do outro. O Espírito é indivisível, como a luz branca que vem do Sol através do espaço interplanetário, mas da mesma forma que a luz pode ser refratada em três cores primárias – azul, amarelo e vermelho – ao atravessar a atmosfera mais densa da Terra, o Espírito Virginal também aparece como sendo tríplice durante a manifestação, em virtude de estar rodeado por envoltórios de matéria de densidade variável.
Quando envolto apenas na substância do Mundo do Espírito Divino, é o Espírito Divino; quando o Espírito Divino recebe, em acréscimo, um envoltório de material oriundo do Mundo do Espírito de Vida, é um Ego manifestado de forma dupla; e quando, finalmente, é revestido na matéria da Região do Pensamento Abstrato, despertando o seu veículo Espírito Humano, é um Ego manifestado de forma tríplice: um Tríplice Espírito. É por isso que o Espírito Virginal, enredado nessas três camadas de matéria, está apartado de toda consciência de seu Pai Divino e, estando tão encoberto pela matéria que não consegue mais ver as coisas do ponto de vista cósmico, ao atingir o exterior, ele volta sua consciência para dentro e vê-se separado e isolado de todos os outros. Por isso, ele é um Ego – um indivíduo. Nesse ponto nasce o egoísmo, e começa a busca individual.
Quando o Espírito Humano atrai ao redor de si, para uma melhor expressão, os veículos inferiores e mais concretos – a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital submergindo neles, e mesmo descendo até o Mundo Físico, ele adquire a consciência das coisas externas. A partir desse momento, tendo perdido o conhecimento do Mundo de Deus, de onde veio originalmente, ele começa a conquistar o Mundo Físico e a dominá-lo para atingir seus próprios fins.
Individualidade e Personalidade são iguais? Qual a diferença?
Não há outro inimigo, senão nós mesmos. Enquanto houver dentro de nós um resquício de Personalidade, haverá separação.
Na Fraternidade Rosacruz, distinguimos nitidamente entre Personalidade e Individualidade. Personalidade é a “persona”, o conjunto enganoso, provisório e em constante mudança formado pelas nossas sensações, emoções, nossos desejos, sentimentos e modo de expressar o pensamento. São os laços de sangue, as tradições, os elos do mundo, essas coisas mais fortes que algemas de aço, tudo a que o Cristo simbolicamente chamava de “o reino dos mortos”. O mundo, a família, os bens, tudo isso é meio de aprendizagem indispensável a nós – o Ego –, no presente estado evolutivo. Contudo, há o perigo de nos identificarmos com eles, de pensar que nos pertencem ou que lhes pertencemos, olvidando nossa origem celestial, nossa condição de espírito livre, em peregrinação e aprendizagem.
“Aquele que quiser ser meu discípulo, deve abandonar pai, mãe, irmãos, amigos, tudo” (Lc 14:26), nos ensinou o Cristo. Com isso não quis significar que devamos desleixar nossos deveres de pais, filhos, irmãos ou amigos Cristãos. Ao contrário, o verdadeiro Cristão é um excelente marido, pai, irmão, amigo, uma excelente esposa, mãe, porque oferece a sua afeição e trabalho o mais puro pensamento, sentimento, emoção, desejo e esforço. Oferece e não espera receber; ama e não espera ser amado; compreende e não espera ser compreendido. As ingratidões não lhe suscitam ressentimentos, mas o cuidado de verificar se não contribuiu para isso. O verdadeiro Cristão busca a amorosa tentativa de reconciliação; ora e espera pela pessoa que é teimosa e rancorosa.
Ser Cristão é exemplificar AMOR, em seu sentido lato. É deixar que o Cristo, em si, fale, viva, ame.
Individualidade é a expressão do “Eu” real (o que somos de fato, Espírito), verdadeiro e superior, comandando os pares físicos, morais e mentais como instrumentos de ação.
A Personalidade é a nossa expressão, de baixo para cima, o “homem invertido”, os valores instintivos, colorindo desordenadamente nosso modo de ser; é o nosso (Ego, Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado) amordaçamento e o nosso condicionamento às conveniências instintivas. Um pentagrama com a ponta superior para baixo…
A Individualidade não prescinde da bagagem de experiências anímicas; ao contrário, vale-se dela de um modo próprio, original, epigenético, criador. Porém, nós, o Espírito, é quem mandamos e orientamos. Como disse S. Paulo: “Não sou mais eu quem vive, mas o Cristo em mim” (Gl 2:20); e o próprio Cristo-Jesus: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30).
É certo que essa condição vamos atingindo gradativamente, em uma luta constante entre a natureza inferior e a superior, entre as trevas e a luz dentro de nós. Por isso, a lenda dos Maniqueus, referindo-se internamente ao ser humano e ao mundo, fala da guerra dos Filhos das Trevas contra os Filhos da Luz. Esses acabam vencendo aqueles; entretanto, sendo bons, não podem exterminá-los. Incorporam, pois, o reino das trevas ao da Luz; ou seja, efetuam a transmutação dos valores inferiores em valores espirituais. Os alquimistas medievais faziam o mesmo, quando falavam sobre transformar os metais inferiores em ouro. Também entre os manuscritos encontrados no soterrado mosteiro dos Essênios, Qumran, às margens do Mar Morto, há um que fala da guerra dos Filhos das Trevas contra os Filhos da Luz.
Goethe, o grande Iniciado e autor de “Fausto”, falou, pela boca de um de seus personagens: “Duas almas — ai! — lutam dentro do meu peito pela posse de um reino indivisível; uma buscando alçar-se aos Céus em ilibados anseios, enquanto a outra se agarra à Terra, em passionais desejos”. São Paulo, o apóstolo, igualmente dizia: “Pobre homem sou! O bem que desejaria fazer, não faço; o mal que não desejaria fazer, esse eu faço”.
Tudo isso mostra, de sobejo, o que todas as Escolas (como a Fraternidade Rosacruz) e Ordens ocultistas (como a Ordem Rosacruz) ensinam.
Todo Aspirante sincero à espiritualidade “ora e vigia”, sobretudo quando se acha à frente de um movimento espiritualista e deve viver o que ensina. Ao mesmo tempo, o claro entendimento dessa luta dentro de cada um de nós nos torna rigorosos conosco e tolerantes com os demais, de modo a unir e não desunir, a estimular e não censurar; enfim, “a buscar a divina essência que existe em cada um”, o que constitui a base da Fraternidade Universal que almejamos formar, como precursores da Era de Aquário.
Assim, a Individualidade é a expressão do “Eu” real, verdadeiro e “Eu Superior”, comandando os pares físicos, morais e mentais como instrumentos de ação. A Individualidade não prescinde da bagagem de experiências anímicas, ao contrário, vale-se dela de um modo próprio, original, epigenético, criador. Porém o Espírito é quem manda e orienta. Compõe-se dos veículos Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano.
É o resultado da descida do Espírito dos Mundos superiores durante a Involução (neste Esquema de Evolução) e, por ação recíproca, no mesmo período os Corpos se elevaram. O encontro dessas duas correntes no foco, ou Mente, marca o momento em que nasce o indivíduo, o ser humano, o Ego, quando o Espírito toma posse dos seus veículos.
Consideremos, agora, a doutrina do Renascimento, que postula um processo de lento desenvolvimento, efetuado, persistentemente, por meio de repetidos renascimentos e em formas de crescente eficiência. Por intermédio dessas formas, tempo virá em que todos alcançarão o cume do esplendor espiritual, presentemente, a nós, inconcebível. Nada há nessa teoria que seja irrazoável ou difícil de aceitar. Olhando ao redor, vemos por toda a parte o esforço lento e perseverante, na natureza, para atingir a perfeição. Não vemos nenhum processo súbito de criação ou mesmo de destruição, mas nós vemos, isto sim, “Evolução”. Afinal, aprendemos que Evolução é “a história do progresso do Espírito no Tempo”.
Evolução é um processo de espirais dentro de espirais. Cada volta da espiral é um ciclo. Cada ciclo funde-se com o seguinte e, como as espirais são contínuas, cada ciclo é o produto melhorado do precedente e o criador de estados sucessivos de maior desenvolvimento.
Pela Lei de Consequência sabemos que “os Anjos do Destino estão acima de todo erro e dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para seu desenvolvimento.” Afinal, “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” (IICor 5:10).
“Todas as Leis da Natureza, inclusive a Lei de Consequência, e suas aplicações na vida humana, encontram-se sob a direção de Grandes Seres de sublime espiritualidade e sabedoria superlativa. A Lei não opera às cegas, regendo-se pelo princípio do ‘olho por olho e dente por dente’. Os Grandes Seres e Seus colaboradores administram as coisas com sabedoria muito além da compreensão da nossa Mente finita. Alguns julgam não haver meio de escapar às dívidas do passado. Mas, há. Reiteradas vezes afirmamos: Deus, a Natureza ou os colaboradores da Grande Lei nunca a empregam com todo o seu rigor. Encontramo-nos aqui, neste grande Esquema de Evolução, resguardados por essas Leis, que foram instituídas para nos beneficiar e não para nos prejudicar, ainda que nos limitem de certo modo, de maneira idêntica como limitamos a liberdade concedida a nossos filhos menores visando a protegê-los contra os perigos de sua inexperiência”.
“Mediante nossas ações passadas deixamos dívidas em pendência (lições a serem aprendidas nessa Escola da Vida), sujeitas ao resgate, ou seja: a mostrar para nós mesmo que aprendemos a lição. No entanto, reconhecendo nossas falhas, procuramos escrever uma nova página de nossa vida, em harmonia com as Leis outrora infringidas. Essa transformação apaga as consequências dos erros passados e os agentes da Grande Lei, ao observarem isso, abstêm-se de nos infringir os sofrimentos dos quais fizemo-nos merecedores. Aí está a diferença entre os pontos de vista espiritual e fatalista. A mão de Deus, por intermédio de Seus agentes, encontra-se em toda parte, desde os acontecimentos mais importantes, como a passagem de um Planeta por sua órbita, até o mais simples como a queda de uma folha. Tudo está sob Seu cuidado amoroso e, por conseguinte, o que nos sucede harmoniza-se com o Grande Plano Divino. E tal Plano certamente não pode ser “fatalista”.
Vamos ver, agora, as fases da vida Terrestre e Celestial: em um ciclo de vida, temos a parte superior denominada “Celestial” e a parte inferior, “Terrestre”.
De cima para baixo, como Egos estamos no Terceiro Céu no Mundo do Pensamento Abstrato com uma vontade clara e intensa de adquirir mais experiências (por meio de aprendizagem de mais lições) e, assim, obter um Crescimento Anímico, somos atraídos para mais um renascimento ao qual escolhemos nosso Panorama de Vida (dentre alguns possíveis nos mostrados pelos Anjos do Destino) e partimos para o Segundo Céu, também no Mundo do Pensamento, mas na Região do Pensamento Concreto ao qual reunimos materiais para formar uma nova Mente. Partimos para o Primeiro Céu, que se situa no Mundo do Desejo, reunindo materiais para um novo Corpo de Desejos e, por fim, adentramos ao Mundo Físico na Região Etérica e, também, reunindo materiais para posterior construção do Corpo Vital e, auxiliados mais de perto pelos Anjos do Destino nos preparamos para mais um nascimento aqui (Nascimento do Corpo Denso).
Ao nascer, após o primeiro suspiro (primeira respiração) iniciamos nossa jornada na Vida Terrestre. A cada 7 anos, aproximadamente, temos o “nascimento” dos Corpos:
E a cada 7 anos temos uma mudança de fase na nossa vida (quer façamos ou não):
Após mais uma morte aqui, vemos o Panorama da nossa Vida recém-finda e, assim, se encerra mais uma jornada terrestre aqui, a qual é revista e gravada toda a experiência que acumulamos no Átomo-semente do Corpo Denso e é passada, via Átomo-semente do Corpo Vital, para o Átomo-semente do Corpo de Desejos. Essa gravação é a base da nossa nova vida celeste.
Na “subida”, inicia-se o retorno para mais uma vida celestial, nós aqui com o Corpo de Desejos (que assume o formato do Corpo Denso) e o veículo Mente, seguimos para o Purgatório, onde por meio do sofrimento purgamos o que de mal fizemos, e a Essência da Dor se incorpora em nós como consciência; de depois passamos para o Primeiro Céu, onde tudo que fizemos de bom se incorpora em nós como bons hábitos e/ou virtudes.
Ao entrar no Segundo Céu, vivemos com a Mente (que temos aqui) e se aqui nos esforçamos para viver uma vida cuidando mais da parte espiritual dela, temos a chance de trabalhar sobre novos ambientes, novos Corpos e veículos para os outros e para o nosso próximo renascimento.
Por fim retornamos para o Terceiro Céu e a essência da Mente do “reto pensar” e essência Anímica de “reto sentir” são incorporadas em nós como bases para futuros “atos de retidão”.
Encerra-se um ciclo de vida e aguardamos uma nova oportunidade de renascimento para aprendermos as lições que nos faltam, “pelo amor ou pela dor”.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
É o Cordão Prateado que une os veículos superiores e inferiores. Durante os primeiros vinte dias do período de gestação, o sangue do feto é nucleado pela vida da mãe e ela regula o processo de construção do Corpo Denso. Então o Ego, de fora, inicia o trabalho no feto, da mesma forma que um Espírito-Grupo trabalha com os seres da espécie que está sob a tutela dele. Nesse momento, alguns corpúsculos são nucleados e a vida celular é dominante em certa medida. O Ego está no útero, mas ainda não permeou seus veículos. Então a parte inferior do Cordão Prateado começa a crescer a partir do Átomo-semente do Corpo Denso no coração e se eleva enquanto a parte superior inicia seu crescimento a partir do vórtice central do Corpo de Desejos, no qual o Ego está revestido.
À medida que o Espírito, na 4ª Época, a Época Atlante, começou a atrair seus veículos e, gradualmente, os interpenetrou e se tornou dinamicamente ativo, o Espírito individual começou a permear o feto no quarto mês e progressivamente tomou posse do organismo em formação. Quando as partes inferior e superior do Cordão Prateado se unem, começa, então, a vida senciente e temos o período de aceleração. Assim como o Átomo-semente do Corpo Denso está na posição referencial do ápice do ventrículo esquerdo do coração, o Átomo-semente do Corpo de Desejos está na posição referencial do grande lóbulo no fígado.
O Átomo-semente do Corpo Vital durante o dia está localizado no ponto vulnerável chamado plexo celíaco. Esse Átomo-semente é formado pelos dois Éteres inferiores (Químico e de Vida) e é a raiz daquela parte do Corpo Vital em que se dá a morte a cada renascimento. É por meio do Átomo-semente do Corpo Vital, com seu dois Éteres inferiores, que forma ao redor a matriz do novo Corpo Vital, quando o Ego desce para o nascimento. Não há Átomo-semente dos dois Éteres superiores, pois eles são a parte imortal ou a parte capaz de se tornar imortal.
Os Éteres são, por assim dizer, os eflúvios do nosso sangue após a oxidação. Assimilamos fisicamente as partículas físicas do sangue, mas assimilamos etericamente as partes etéricas. Essa mudança está constantemente ocorrendo, e as vibrações do Átomo-semente do Corpo Denso constituem a nota-chave. Os vampiros se alimentam dos eflúvios do sangue que irradiam do Corpo. Esses eflúvios são conhecidos como “magnetismo animal”. Nos matadouros, os elementais repugnantes pairam sobre as poças de sangue, banqueteando-se com os eflúvios daquele sangue.
Os eflúvios mais sutis, representando nossas boas ações e experiências, pairam e formam uma aura turva e dourada, talvez, com um profundo tom azulado próximo ao Corpo. As partes azul e dourada estão aproximadamente nas mesmas proporções e na mesma relação entre si que a parte azul e amarela de uma chama de gás, com a qual tudo se mescla. O fogo que arde na medula espinhal, nos ventrículos do cérebro e no topo da cabeça forma uma chama ardente que possui uma aparência belíssima; é a Luz.
À medida que o sangue corre pelo coração, o Éter é extraído e flui ao longo do Cordão Prateado até o plexo celíaco, onde está localizado o Átomo-semente do Corpo Vital. Esse Átomo-semente parece ter sobre o Éter o mesmo efeito que um prisma tem sobre a luz, pois a corrente de prata é refratada por ele nas três cores primárias, vermelho, amarelo e azul, embora a proporção dessas cores não seja a mesma, como na chama externa que queima acima da cabeça. Nas pessoas que se dedicam a uma vida puramente material, o vermelho é esmagadoramente predominante, mas à medida que nos elevamos espiritualmente, o amarelo se torna perceptível e, mais tarde, o azul. A corrente vermelha se aglutina com a corrente incolor do Éter solar que corre constantemente através do baço, e é o agente que transforma esse Éter incolor em um rosa pálido e fornece a todo o Corpo Vital seu tom delicado parecida com a da flor de pessegueiro recém-aberta.
Os raios amarelos e azuis são refratados na medula espinhal oca e ali está a fonte de luz. À medida que crescemos espiritualmente, a agregação cumulativa desses raios transborda e envolve a cabeça e mais tarde todo o Corpo. É o chamado soma psuchicon[1] no qual podemos viajar (nos planos invisíveis) quando o tivermos liberado do veículo denso; é um metal básico transformado pela alquimia em ouro espiritual, que é a Pedra Filosofal.
E, para finalizar, o Átomo-semente da Mente está entre os dois sinus frontais na testa e o segmento do Cordão Prateado que chega até ele parte do Átomo-semente do Corpo de Desejos.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross – Janeiro/1928 – Este artigo provém de anotações a lápis até então inéditas deixadas por Max Heindel – traduzidos pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Como estudamos no Capítulo 15 da 1ª Epístola de São Paulo aos Coríntios, em que S. Paulo ensina a doutrina do Renascimento por meio dos Átomos-sementes, tão claramente quanto a dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental de hoje.
Na versão inglesa, o versículo 44 diz: “Existe um corpo natural e um corpo espiritual”; mas o Novo Testamento não foi escrito em inglês e, como os tradutores nada sabiam dos Ensinamentos ocultos não tinham ideia de como traduzir a palavra grega que para eles parecia sem sentido; por isso, a traduziram como a compreenderam. A palavra que é usada e traduzida como “corpo natural” é soma psuchicon. Soma é uma palavra grega que, todos concordam, é Corpo – não há dúvidas quanto a isto. Mas psuchicon – psuche – (psyche) – a alma – um Corpo-Alma do qual nunca ouviram falar; provavelmente pareceu-lhes tolice, de maneira que traduziram a palavra como “corpo natural”. É verdade que S. Paulo diz na 1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:23, que somos “Espírito, Alma e Corpo”, mas, provavelmente, eles interpretaram Alma e Espírito como sinônimos. Existe, porém, uma grande diferença, como é explicado nos Mistérios Rosacruzes: “Este Corpo-Alma é o veículo a que S. Paulo se refere e no qual encontraremos Cristo. É composto de Éter e, portanto, capaz de levitação e de passar por paredes, uma vez que toda matéria densa é permeada com Éter. Os Auxiliares Invisíveis o usam hoje, como Cristo o fez, na Sua primeira vinda aqui”.
Nós, a Humanidade, estamos passando, atualmente, pela quinta Época que chamamos de Época Ária. Sob a direção de uma grande Entidade, a Raça Semitas Originais – a quinta e mais importante das sete Raças atlantes – foi levada para leste até a grande extensão das estepes da Ásia Central, atualmente denominada Deserto de Gobi. Ali ela foi preparada para se converter na semente das sete Raças da Época Ária, nutrindo-a, potencialmente, das qualidades que deviam ser desenvolvidas por seus descendentes.
Esse nome se deu em virtude da Ásia Central ter sido o berço das Raças Árias, descendente dos Semitas Originais, que aperfeiçoou a Mente e a razão, e à qual pertencemos.
Nessa Época conhecíamos o uso do fogo e de outras forças, que nos foram intencionalmente ocultadas nas Épocas anteriores, para que pudéssemos usá-las livremente para os propósitos mais elevados do nosso próprio desenvolvimento.
Pois, durante as primeiras quatro Épocas, tínhamos um conhecimento maior dos Mundos espirituais. Porém, houve a necessidade de despertarmos completamente para a grande importância desta existência concreta. Por isso, fomos privados da recordação da existência espiritual superior nesta quinta Época. Assim, fomos obrigados a aproveitar e viver a vida intensamente, visando nosso crescimento no conhecimento do que tínhamos a disposição.
No início da Época Ária, os mais avançados da nossa Humanidade obtiveram as Iniciações Maiores para que pudessem ocupar o lugar dos Mensageiros de Deus, ou seja, dos Senhores de Vênus.
Esses Iniciados humanos foram, desde então, os únicos mediadores entre nós e Deus. Embora não apareçam publicamente nem mostrem sinais ou maravilhas são Líderes. Ficamos completamente livres para procurá-los ou não, quando quiséssemos.
Na metade da Época Atlante, nós, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado, penetramos completamente nos nossos veículos e começamos a trabalhar no veículo Mente, produzindo a manifestação do Pensamento e da Razão: a habilidade de deduzir uma causa pelo efeito da atividade do próprio pensamento. A faculdade de raciocínio ou lógica se desenvolveu mais completamente na Época Ária. Os Semitas Originais constituíram um “povo escolhido”, destinado a levar essa faculdade germinal a tal ponto de maturação que impregnasse completamente seus descendentes, para se converterem em uma Nova Raça.
Com a manifestação do pensamento e a aquisição da Mente – ainda no seu primeiro estágio de desenvolvimento, o mineral –, exercemos, presentemente, o nosso poder, apenas sobre os minerais e as substâncias químicas.
Não pode exercer o menor poder sobre a vida animal ou vegetal. Utilizam nas indústrias, madeiras, diversas substâncias vegetais, e certas partes do animal, substâncias que, em última análise, são todas matérias químicas animadas pela vida mineral, da qual se compõem todos os Corpos, conforme já se explicou. Atualmente, podemos ter domínio sobre todas essas variedades de combinações químico-minerais.
No final da nossa Época atual, o mais elevado Iniciado aparecerá publicamente, quando suficiente número de pessoas da humanidade comum desejar submeter-se voluntariamente a um Líder. Constituirão, dessa forma, o núcleo para a última Raça, que aparecerá no princípio da Sexta Época. Depois disso as Raças e nações deixarão de existir, a Humanidade formará uma Fraternidade Espiritual, como antes do fim da Época Lemúrica.
Os nomes das Raças que apareceram sobre a Terra durante a Época Ária, até agora, são os seguintes:
1) A Ariana, que se dirigiu para o sul da Índia,
2) A Babilônica-Assíria-Caldaica,
3) A Persa-Greco-Latina,
4) A Céltica e
5) A Teuto-Anglo-Saxônica.
Da mescla das diferentes nações, como atualmente acontece na América, virá a “semente” para a última Raça, no início da Sexta Época.
Duas Raças mais se desenvolverão na nossa Época atual, uma delas a Eslava. Quando, no transcurso de algumas centenas de anos, o Sol, em virtude da Precessão dos Equinócios, tenha entrado no Signo de Aquário, o povo russo e as Raças eslavas em geral alcançarão um grau de desenvolvimento espiritual que os levarão muito além de sua condição atual. A música será o fator principal para que isso aconteça, pois nas asas da música a Alma, que está sintonizada com ela, pode voar para o próprio Trono de Deus, onde o mero intelecto não pode alcançar.
Entretanto, o desenvolvimento assim obtido não é permanente, porque é unilateral e, portanto, não está em harmonia com a lei da evolução, que demanda que o desenvolvimento, para ser permanente, deve ser uniformemente equilibrado – em outras palavras, a espiritualidade deve se desenvolver através do, ou pelo menos igualmente com o, intelecto. Por esse motivo, a civilização eslava será de vida curta, mas será grande e muito feliz enquanto durar, porque terá nascido da dor e do sentimento de tristeza, de pesar e de sofrimento sem conta, e a lei de Compensação lhe levará ao oposto, a seu devido tempo.
Dos eslavos descenderá um povo que formará a última das sete Raças da Época Ária. Da América descenderá a última de todas as Raças desse Esquema de Evolução, que começará seu curso ao princípio da Sexta Época.
A Época Ária corresponde ao sétimo dia da Criação, quando os Elohim, como Criadores e Líderes, descansaram do seu trabalho e a humanidade foi deixada ao próprio cuidado.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Resposta: Sim. Os Ensinamentos Rosacruzes “tiram”, da morte, o aguilhão da dor, porque eles preparam o Estudante Rosacruz para o que deve esperar na vida futura.
Uma viagem para países estrangeiros se torna agradável quando estamos preparados e sabemos algo do país ao qual nos dirigimos. De modo semelhante, conforta muito conhecer as condições existentes naquelas paragens que se nos apresentam tão misteriosas, em virtude da sombra negra que tem pesado sobre muitas pessoas quando chegam a fase que conhecemos como “terceira idade” ou pessoas idosas, ou “melhor idade”, ou pessoas senis, incluindo aqui alguns casos de pessoas doentes ou enfermas de qualquer idade.
O conhecimento da vida além da tumba conforta mais ainda aqueles que perderam seus entes queridos.
Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, com seu conhecimento superior dos Mundos espirituais, nos trazem a prova de uma existência desses sublimes Mundos. Muitos Estudantes Rosacruzes avançados também têm recebido provas positivas de uma vida depois da morte. Para eles, tal vida já não consiste apenas em uma teoria, mas, sim em uma verdade.
É possível, com o desenvolvimento de um sentido mais sutil, experimentar e ver realmente as condições que existem nessa invisível “terra dos mortos que vivem”. Ela interpenetra nosso Mundo Físico, denso, embora não seja vista pelos que têm unicamente desenvolvido o sentido da vista física. Na Fraternidade Rosacruz o Estudante Rosacruz pratica Exercícios Esotéricos que o ajudam nesse desenvolvimento.
John Mc Creery em seu belo poema diz:
“Eles não estão mortos.
Eles apenas passaram além da névoa que aqui nos cega,
para uma vida nova e maior,
naquela esfera mais serena”.
A morte é, para um Estudante Rosacruz, que pratica os Ensinamentos Rosacruzes, somente uma mudança de consciência. É tirar um vestido usado (o Corpo Denso) para funcionar somente com o Corpo de Desejos (que toma a forma do Corpo Denso) na nossa vida celeste e depois funcionar só com a Mente na nossa passagem pela Região do Pensamento Concreto e, por fim, vivenciarmos sem nenhum Corpo ou veículo, mas com toda a potência do Tríplice Espírito que é o que realmente somos: um Ego!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Apesar das tentativas em menosprezar a maternidade é caracterizada como algo enfadonho; essa quando analisada sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes é um dos atos mais nobres a que uma mulher pode aspirar além de ser um dos mais importantes a que possa se submeter.
As responsabilidades e os privilégios da maternidade, se encarada com reverência e seriedade, pode ser uma das experiências mais gratificantes no plano físico, além de proporcionar grande crescimento anímico, crescimento da alma da pessoa.
A mãe providencia o veículo inicial que irá ser utilizado pelo Ego que está a caminho do renascimento. Ela, mais do que qualquer outra pessoa, está em condição de determinar o ambiente no qual a criança cresce e as influências a que está sujeita durante os seus anos de desenvolvimento. Os veículos em formação da criança se desenvolverão de acordo com o tratamento e as atitudes que a mãe teve para com os seus próprios veículos físico, emocional e mental (Corpo Denso, Corpo de Desejos e Mente, respectivamente).
Sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes, tentativas de conceber somente deveria ser feita quando as linhas de forças astrais (Sol, Lua e Planetas) estiverem favoráveis. A energia criadora deve ser canalizada para a atividade mental.
Jamais utilizada para se obter prazer. Do ponto de vista astrológico, existem duas condições importantes a serem consideradas se desejamos que um Ego renasça sob condições harmoniosas. Em primeiro lugar os pais devem possuir afinidades, e em segundo a concepção deve ocorrer quando as forças astrais estiverem em relação harmoniosa indicada no horóscopo dos pais. Por “relação harmoniosa”, não queremos dizer presença de Trígonos, Sextis ou Conjunções benéficas, mas também equilíbrio entre as dissonâncias.
Apesar de ser verdade que a “Queda do Homem” teve como causa a má utilização do ato criador, não devemos esperar que este ato seja retificado somente pela concepção sob condições astrais favoráveis. A Humanidade tem se desenvolvido consideravelmente desde aquela época, sendo que as necessidades do ser humano moderno são maiores.
Existe uma verdade na Astrologia Rosacruz que infelizmente é ignorada por muitas pessoas: um horóscopo não pode prometer mais do que é inerente a sua natureza. Consequentemente devemos nos perguntar: qual é o valor de verificarmos condições astrais favoráveis se ao mesmo tempo não avaliamos o nosso estágio físico, mental e espiritual? Se tais atributos são pobres independente da natureza das condições astrais, os resultados não são satisfatórios. Dessa forma se desejamos conceber crianças saudáveis, não devemos atentar somente para as condições astrais, mas também nos purificarmos o melhor que pudermos. Assim, quando as condições internas indicadas pelas posições astrais sejam favoráveis, podemos esperar a concepção de Egos qualificados. Como a maior parte da Humanidade não alcançou um estágio evolutivo considerável, é óbvio que uma vida de celibato é algo difícil de se esperar. Como consequência, a maioria das crianças continua sendo concebida em momentos indevidos.
Uma vez ocorrida a concepção – deliberadamente ou não – a primeira obrigação dos pais é para com a criança. Ambos são responsáveis pelo Ego que está a caminho do renascimento. Conveniente ou não os pais devem procurar desempenhar tal tarefa da melhor maneira possível, não somente por causa do Ego que está para renascer, mas também por seus próprios futuros. A tranquilidade com a qual a gravidez é muitas vezes interrompida, por conveniência, é repreensível, e os envolvidos incorrerão em pesados débitos do destino.
A síntese da maternidade se encontra em Maria, a mãe de Jesus. No Cristianismo Popular, ela é reverenciada como uma Virgem Imaculada de pureza inviolável. O Cristianismo Esotérico também a reverencia pela sua pureza e espiritualidade, porém relata que a “concepção imaculada” se refere ao fato de que Maria e José, dois seres que possuem elevadas Iniciações, foram capazes de realizar o ato criador sem paixão, somente com o propósito de fazer com que um Ego conhecido como Jesus, renascesse na Terra. Jesus, cuja missão era desenvolver o seu Corpo Denso e seu Corpo Vital para ser usado por Cristo, foi sem dúvida o ser humano mais puro e desenvolvido espiritualmente. A mãe dele também teve que se purificar, pois somente assim seria capaz de gerar um ser tão nobre. Assim sendo, uma vida pura, vivida sob os ditames das Leis de Deus, é o melhor preparo para a maternidade. Quanto mais experiência a mãe adquire ao procurar dar o melhor tratamento possível aos seus veículos, mais capaz ela será de trabalhar com a criança. Certamente, não importa que direção a vida tenha tido nos anos anteriores à concepção; tão logo uma mulher tome consciência de que está grávida, é de sua responsabilidade se esforçar para ter bons pensamentos e praticar atos que beneficiem seu futuro filho.
Hábitos Nocivos
Estudos científicos têm revelado que os maus hábitos como fumar tabaco ou afins, tomar bebidas alcoólicas e utilizar drogas causam danos consideráveis ao feto em desenvolvimento. Felizmente a ciência material está ajudando a convencer as mulheres que desejam ser mães, a mudar seus comportamentos. Parece que o bom senso é o suficiente para mostrar que esses hábitos são perigosos tanto para o feto quanto para a mãe.
A mesma coisa vale para os alimentos que a mãe consome, particularmente no período da gestação. Uma dieta rica em nutrientes ajuda a realizar o seu trabalho de forma eficaz, além de fornecer um melhor material para a construção dos veículos do Ego que está a caminho.
Ao contrário, uma dieta pobre formada basicamente de produtos refinados, doces, carnes, embutidos e outros elementos nocivos, prejudica ambos os Egos.
Ambiente Harmonioso
Igualmente importante são os pensamentos que a mãe dirige para a criança. O tempo de retorno à Terra é, particularmente, difícil para um Ego. Ele deixa a segurança e a harmonia dos Mundos espirituais e retorna ao tumultuado e doloroso Mundo Físico. Não importa quanto ansioso esteja por vivenciar as experiências terrestres; o “se envolver na matéria” não pode ser indeciso. Qualquer ajuda que o Ego receba nesse momento, que o faça se sentir amado e desejado, será de um valor incalculável. Se ele sente que a família em que irá nascer e, particularmente, os seus pais estão preparados para recebê-lo de braços abertos, as vicissitudes da vida futura tendem a se tornar mais amenas. Talvez até, seja mais verídico para um Ego que está para renascer do que para aquele que tenha estado de algum modo preso à Terra, que a presença do amor diminua o peso do destino, enquanto a sua ausência aumenta até mesmo os aborrecimentos mais triviais. Importante, também, é a atmosfera em que a mãe se situa. Se a vida da mãe no lar é calma, se ela é rodeada de amor e carinho pelo marido, pela família e pelos conhecidos, se dá valor às questões espirituais, se aprecia a boa música, a natureza, leituras elevadas, e coisas afins, tudo isto se refletirá, não somente em seu estado mental, como também na criança que traz dentro de si. Desarmonia, amoralidade e atividades de gosto questionáveis, penetram na consciência da mãe e perturbam não só a sua serenidade, como também a da criança.
O Ego e as Leis
A Fraternidade Rosacruz evidencia que tanto a Lei de Consequência quanto a Lei de Atração determinam o lugar em que o Ego irá renascer, assim como a família e o ambiente em que irá viver.
Relacionamentos inimigos em vidas passadas perduram até o momento em que estes sejam solucionados com amor. Isso explica os antagonismos tão comuns entre membros de uma família. Às vezes há o antagonismo entre mãe e filho, desde o começo. Esse é o caso de dois Egos que estão tendo a oportunidade de reconciliarem-se. Tal situação requer sabedoria e boa vontade por parte da mãe, sentimentos que se refletem na criança que ela educa.
Por outro lado, relações harmoniosas entre membros de uma família, é o resultado da boa conduta que os envolvidos tiveram em vidas passadas. A Lei de Consequência irá determinar de que forma o Ego, que está para renascer, irá viver. A falta de cuidado que teve com os seus veículos em vidas passadas resulta em veículos fracos na atual existência. Os débitos do destino indicam que o Ego irá ser privado de algo.
As Leis de Deus não podem ser infringidas e as lições têm que ser aprendidas, muitas vezes, sem a ajuda da mãe, que se verá impossibilitada de aliviar o sofrimento que a criança tem que enfrentar.
Se, o Ego tem que passar a sua existência em um veículo debilitado, a mãe tem a prerrogativa e até mesmo o dever de lhe ensinar as regras de higiene e alimentação, que o capacitarão a utilizar, da melhor maneira possível, o veículo que possui atualmente. Os pais podem não dispor de recursos materiais suficientes para oferecer à criança, porém devem se doar, lhe transmitindo amor e confiança. Agindo dessa forma, moldarão a criança aos mais elevados padrões morais, além de fazer com que se torne um ser humano autossuficiente e confiável.
A Astrologia Rosacruz como um recurso
Uma vez que a criança nasceu, convém que a mãe verifique o horóscopo natal da criança o quanto antes. Será bom que procure adquirir conhecimentos suficientes de Astrologia Rosacruz a fim de que possa interpretar o horóscopo. Caso contrário, a interpretação do horóscopo da criança, feita por um verdadeiro Astrólogo Rosacruz qualificado, poderá ser devidamente estudada. As configurações astrais, quando a criança respira pela primeira vez, revelam as debilidades ou fortalezas com que o Ego está retornando à Terra, características que são determinadas conforme os atos praticados nas últimas existências.
Conhecendo os pontos fortes e fracos a que sua criança está sujeita, a mãe deve orientá-la devidamente nos seus primeiros anos de vida a fim de que o Ego evolua. Caso perceba que a criança é propensa à indulgência sensual, uma ênfase na moderação é fator importante. Porém se tende a ser hostil para com os demais, a mãe poderá fazer com que a criança conviva com os seus amigos, auxiliando-os quando necessário.
Se há uma inclinação para a supremacia material ou prestígio intelectual, deve-se procurar explicar à criança a sua natureza espiritual, sendo que tal entendimento é de extrema importância.
Educação
Cabe lembrar que o conhecimento adquirido pelas crianças nos planos superiores ainda está latente e que o ceticismo, cinismo e ilusão do Mundo Físico estão desconhecidos.
Uma educação baseada nos conhecimentos da Filosofia Rosacruz, que é Cristã Esotérica, será de incomensurável valor, fazendo com que as crianças se tornem adultos capazes de conduzir suas próprias vidas.
Os preceitos básicos da Filosofia Rosacruz e particularmente o conceito de Fraternidade Universal e Amor podem ser ministrados desde a mais tenra idade. Como as crianças não são críticas, mas muito imitativas, as atitudes e hábitos dos que estão próximos, em particular da mãe, exercem nelas uma influência considerável.
Assim sendo a mãe deve ser cuidadosa a respeito da sua própria expressão, mesmo quando perceba que a criança não a está observando. Não deve ter medo de expor suas experiências de vida, procurando sempre demonstrar confiança e otimismo frente a criança. Também deve se esforçar por viver uma vida de pureza, procurando transmutar os impulsos de sua natureza inferior. É óbvio que a paciência é um fator de extrema importância a cultivar, caso a mãe ainda não a tenha adotado.
Até no ambiente familiar mais afável, os problemas para manter um lar, uma família, cuidar dos filhos e demais afazeres, estressam a mulher. Porém é nessa hora, que o seu desenvolvimento e compreensão a ajudam, pois as forças superiores estão sempre prontas para auxiliar a quem pede orientação e proteção.
O desenvolvimento dos veículos
O Corpo Denso da criança se desenvolve principalmente nos primeiros sete anos de vida, sendo que nesse período a criança é muito curiosa. A mãe pode canalizar esta energia de modo que contribua para o desenvolvimento da criança, bem como para o seu futuro autocontrole e autoconfiança.
É certo que é difícil ser razoável com a criança nessa idade; caso não responda favoravelmente às sugestões de comportamento alternativo, a disciplina se faz necessária, sendo muito mais eficiente do que dizer muitos “nãos”. O tipo de disciplina que a mãe fornece para a criança, mais uma vez, demonstra o seu nível de desenvolvimento. O castigo corporal, a ira, a raiva, os gritos e coisas afins servem apenas para reprimir emoções ou reforçar o senso de superioridade sobre a criança. O efeito é totalmente negativo!
Se a disciplina se faz necessária, a negação de favores e a não concessão de privilégios, se torna mais eficiente. Tal política irá conscientizar a criança a respeito de sua conduta, com toda certeza.
Outra responsabilidade da mãe durante esse período é submeter a criança ao som e ritmo da boa música (com melodia, harmonia e ritmos elevados). Tudo o que existe no Universo é criação do Mundo Cósmico. Apesar de não podermos ouvir a música das esferas, podemos trabalhar os Corpos (Denso, Vital de Desejos) e a Mente da criança através da música terrena.
As cantigas de ninar possuem um ritmo maravilhoso. Quanto mais uma criança aprende a falar e a cantar, e quanto mais música é incorporada ao seu dia a dia, mais fortes e sadios serão os seus veículos nos anos futuros.
Crianças que possuem menos de 14 anos, ainda são uma parte de seus pais, pois na Glândula Timo está armazenada a essência do sangue dos pais, que a criança utiliza para gerar o seu próprio sangue no período da infância. A Glândula Timo é maior antes do nascimento, sendo que diminui à medida que a criança cresce.
Por volta dos 14 anos o Ego já está apto a gerar o seu próprio sangue. Aqui começa a ter identidade própria.
É uma pena que a maioria das mães, atualmente, não possuam habilidade e nem condições de entender as brincadeiras de suas crianças com seus “amigos invisíveis”. É muito comum as crianças terem visões etéricas, verem Gnomos, Duendes, Ondinas, Fadas e Anjos e insistirem que o seu companheiro invisível a acompanhem. Elas não estão inventando estórias. “Amigos invisíveis” são entidades reais e fazem parte das brincadeiras das crianças. A mãe, que é compreensível, entende isso, mesmo não estando consciente da presença de tais entidades. A imaginação ocupa um lugar importante na vida da criança. Da imaginação surge a criatividade, e sem imaginação uma vida criativa não é possível. A mãe que permite que a criança passe horas em frente de uma televisão, de um computador, de um celular, de um jogo eletrônico, que lhe oferece uma grande quantidade de brinquedos (especialmente os que estão prontos, elétricos ou eletrônicos) sem lhe dar oportunidades de criar suas próprias brincadeiras, está fazendo com que a criança não adquira capacidade suficiente para lidar com os problemas que venham ocorrer no futuro. Mães que incentivam a criatividade em seus filhos, jamais ouvem deles frases do tipo: “estou aborrecido” ou “não tenho nada para fazer”.
A Segurança do Amor
Em tudo o que a mãe faça, o objetivo principal deve ser o amor, a compaixão e a compreensão o que, com certeza, será muito benéfico para a criança em formação. Não é fácil ser criança. As restrições a perseguem e tudo parece estar contra ela. Existem mais coisas que precisam ser disputadas e aprendidas do que aquelas que ofereçam satisfação. Logo, a certeza de que está segura no amor materno, a paciência e a compreensão tornarão o processo educativo da criança muito mais fácil, além de transmitir a autoconfiança que será de grande valor nos anos posteriores.
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
Podemos dizer que a principal característica dessa Época estava na constituição da atmosfera do nosso Campo de Evolução, no caso, a Terra. Pois do norte do Planeta Terra vinham os blocos de gelo da região boreal e do sul vinha o sopro ardente dos vulcões, que ainda estavam muito ativos. O continente atlante era o ponto de encontro dessas duas correntes e, consequentemente, a atmosfera estava sempre sobrecarregada por um nevoeiro espesso e pesado.
A água não era tão densa como agora, pois continha uma proporção maior de ar e de outros elementos gasosos em suspensão. Além disso, havia muita água suspensa na atmosfera pesada e nebulosa desse lugar que chamávamos de Atlântida. Nesse início da Época Atlante ainda não havia chuva e a atmosfera era uma névoa úmida e quente, através da qual o Sol parecia como uma de nossas lâmpadas incandescentes num dia de neblina; além disso, o fenômeno do arco-íris era uma impossibilidade de acontecer (já que se trata de um fenômeno ótico e meteorológico que se forma quando a luz branca solar entra em contato com as gotas de água na superfície, sofrendo os fenômenos de reflexão e refração da luz, que ocasionam a dispersão da luz em todas as suas sete tonalidades: vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta.). Assim, o arco-íris teve condições de aparecer na próxima Época – a presente Época Ária – quando a névoa se condensou em chuva, inundou as bacias da Terra e deixou a atmosfera clara, como descrita na história de Noé (relatada na Bíblia), e que com isso apontou o início dos ciclos da Lei das Alternâncias que trazem o que temos hoje, como o dia e a noite, o verão e o inverno.
Até meados da primeira parte da Época Atlante estávamos sob a orientação direta das Hierarquias Criadoras. Nós éramos incapazes de tomar iniciativas; as mudanças ocorriam mediante grandes cataclismos naturais planejados pelas Hierarquias Criadoras encarregadas da nossa evolução.
Uma das doze Hierarquias Criadoras ou Zodiacais, conhecida como os Senhores da Mente, irradiaram de si mesmo o germe da Mente para cada um de nós. O veículo Mente nos foi fornecida como um ponto focal entre nós, o Ego, e o nosso Tríplice Corpo, completando a nossa constituição que ficou, então, equipada para conquistar o mundo e gerar força anímica pelo seu esforço e experiência, tendo individualmente vontade própria e livre-arbítrio, exceto quando limitado pelas leis da natureza e por suas próprias ações anteriores.
Como o nosso – Ego – domínio era excessivamente débil e a nossa natureza passional (de desejos) muito forte, a Mente nascente uniu-se ao Corpo de Desejos, originando a astúcia, causa de todas as debilidades dos meados do último terço da Época Atlante. Portanto, a astúcia foi desenvolvida, produto da Mente não governada por nós. A astúcia une-se ao desejo sem ter em conta se esse é bom ou mau, ou se pode trazer alegria ou dor.
Até a segunda das três partes da Época Atlante ainda estávamos na fase “Involução” do Esquema de Evolução, ou seja, nós, o Ego – o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, ou o Tríplice Espírito, ainda estávamos tomando posse do nosso Tríplice Corpo. No final da segunda parte da Época Atlante alcançamos o nadir da materialidade, isto é, o ponto mais denso em matéria (na Região Química do Mundo Físico) que devemos passar em todo o atual Esquema de Evolução, ou seja: findamos a parte de “Involução” e começamos a subir na parte “Evolução” deste Esquema de Evolução.
A construção dos nossos olhos, como temos atualmente, começou na Época Lemúrica e progrediu, mas, até o final da Época Atlante, não havia o sentido da visão, como hoje o conhecemos.
No último terço da Época Atlante, o ponto do Corpo Vital uniu-se ao ponto correspondente do Corpo Denso. Desde esse momento obteve a plena visão e percepção do Mundo Físico. A maioria perdeu gradualmente a capacidade de perceber os Mundos superiores. Por isso, nossa consciência foi se focalizando no Mundo Físico, se bem que as coisas não apareceram com nitidez até a última parte da Época Atlante. Só então começamos a conhecer a morte como solução de continuidade que se produzia na consciência, ao passar para os Mundos superiores depois de morrermos, e quando retrocedíamos ao Mundo Físico para renascermos aqui.
O nosso cérebro e a nossa laringe foram construídos durante a última parte da Época Lemúrica e os primeiros dois terços da Época Atlante, até que nos convertemos em um ser pensante, que raciocina: completamente consciente no Mundo Físico.
Em meados do último terço da Época Atlante, começavam a surgir as nações separadas. Grupos de pessoas entre si notavam gostos e costumes semelhantes, abandonavam os antigos lugares e fundavam uma nova colônia. Porém, recordavam os antigos costumes e, no possível, seguiam-nos em seus novos lugares, criando ao mesmo tempo outros em harmonia com novas ideias e necessidades particulares.
No final da Época Atlante o Sol brilhou pela primeira vez sobre nós, tal como o conhecemos hoje. Podemos dizer que foi quando “nascemos pela primeira vez no mundo atual”. Foi quando contemplamos as montanhas e seus contornos, deparamos com a beleza das campinas, das criaturas que se moviam, dos pássaros, ou melhor, quando tomamos conhecimento de nós mesmos na Região Química do Mundo Físico.
Como em todas as Épocas, o alimento era escolhido especificamente para servir às necessidades. A atividade do pensamento esgota as células nervosas; mata, destrói e leva à decomposição. Por isso, o alimento do Atlante era, por analogia, constituído de carcaças mortas. Eles matavam para comer, razão pela qual a Bíblia diz que “Nimrod era um caçador poderoso”. Nimrod representa o ser humano da Quarta Época.
Depois da imersão da Atlântida – continente que existiu entre a Europa e a América, no lugar ocupado agora pelo Oceano Atlântico – os que se salvaram da destruição começaram a cultivar a videira e a fazer vinho, conforme conta a Bíblia na história de Noé. E Noé simboliza os remanescentes da Época Atlante, núcleo da quinta Raça e, portanto, nossos progenitores.
Noé cultivou a vinha e forneceu uma bebida alcoólica para estimular o ser humano dessa Época Atlante. Dessa forma, equipado com uma constituição heterogênea, com uma dieta apropriada à ocasião e leis divinas para guiá-lo, nos tornamos responsáveis por nossas próprias iniciativas na batalha da vida.
Essa Época é mencionada na Bíblia (Gn 1:24-27) como o Sexto dia da criação.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Resposta: Absolutamente, não. Tal ideia estaria correta se fôssemos apenas um ser material. Nesse caso, nossas necessidades estariam limitadas a esse plano. Mas, sabemos que somos um ser complexo e nossas necessidades abrangem os diversos veículos pelos quais nos expressamos: material (Corpo Denso), etérico (Corpo Vital), emocional (Corpo de Desejos) e mental (a Mente) além do que realmente somos: um Ego, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui. A ajuda deve atender a todos esses aspectos. Ainda mais, sabemos que a vida material, as condições deste mundo, são apenas reflexos e consequências dos outros planos casuais: mental e emocional.
Se não sabemos expressar nosso pensamento corretamente nem sentimos nobremente, nossa vida material será, logicamente, prejudicada. E, desse modo, ajudar alguém a expressar o pensar e sentir segundo os ditames do Ego, acordes com os princípios evangélicos, será a maior ajuda, que não depende de condição econômica, pois, ao homem e mulher de boa vontade há sempre algum tempo para isso. É claro que não vamos impor nossas ideias a ninguém, nem pregar nas praças públicas. O bom exemplo acabará atraindo nossos familiares e amigos a ouvir nossa opinião, e então a daremos despretensiosamente, deixando que o livre-arbítrio escolha livremente a forma de agir.
O dinheiro ou os recursos financeiros, como tudo o mais que Deus, como talentos, pôs a nossa disposição, depende do emprego deles. Dar dinheiro, indiscriminadamente, é muitas vezes um mal, embora nossa intenção seja boa. Somos a favor da ajuda material, feita inteligentemente e como complemento da ajuda primordial, causal, que é a difusão de ideias conducentes a uma vida mais feliz. Cada Estudante Rosacruz pode e deve valer-se da orientação da Fraternidade Rosacruz, para aprender e realizar corretamente essa nobilitante ajuda à Humanidade carente.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz maio/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Abril de 1918
Depois de escrever a lição dos Estudantes Rosacruzes e pensar sobre as várias fases da Páscoa e os eventos que aconteceram naquela época de acordo com a história na Bíblia, ocorreu-me que a Bíblia é um livro selado para aqueles que não têm os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental e um conhecimento da Astrologia Rosacruz, que é esotérica. Então decidi usar essa carta para elucidar um dos pontos que se apresentaram diante da minha Mente.
Você, provavelmente, se lembra que, de acordo com o Evangelho Segundo S. Lucas (Capítulo 22[1]), Cristo enviou S. Pedro e S. João com instruções para procurar um homem que carregava um cântaro de água e entrar na casa para onde ele fosse, pois ali seria realizada a Páscoa. Mais tarde, naquele local, somos informados que Ele deu aos Apóstolos o pão e a água que constituíam a Nova Aliança, declarando que não beberia mais do fruto da videira. Isso é totalmente mal compreendido. Para a grande maioria, o homem com o cântaro de água não tem significado, nem o fato de que a Páscoa foi celebrada na casa dele e não em algum outro lugar. As pessoas também acreditam que Cristo deu vinho para beber aos Seus Discípulos, enquanto a Bíblia diz exatamente o contrário. Há um grande significado nessa história, quando a lemos tal como está escrita e a examinamos à luz do ensinamento esotérico.
Primeiro, lembremo-nos de como os líderes da Humanidade deram a cada nova Raça um certo alimento apropriado, conforme elucidado minuciosamente no livro Conceito Rosacruz do Cosmos. Resumidamente, o vegetal foi dado a Caim, o ser humano da Segunda Raça da Época Atlante[2], que era semelhante a uma planta e tinha um Corpo Vital. Para Abel, o ser humano da Terceira Raça, que tinha um Corpo de Desejos, o leite foi fornecido. Para Nimrod, o ser humano da Quarta Raça, que tinha uma Mente, foi dado carne animal.
O vinho foi fornecido para Noé, o ser humano da Quinta Raça[3]. Isso fez dele um egotista sem Deus, de modo que a “desumanidade do homem para com o homem” se tornou uma palavra de ordem; mas também o ajudou a atingir o nadir da materialidade de sua evolução material. Agora, porém, o foco na evolução espiritual é a palavra de ordem, e as ideias altruístas devem ser fomentadas, ou pelo menos começar a germinar, para que essas possam ser expressos pela última Raça que teremos na Sexta Época[4]. Isso, novamente, requer uma mudança na dieta.
Enquanto essas etapas da evolução foram ocorrendo o Sol, pelo movimento da Precessão dos Equinócios, circulou o Zodíaco muitas vezes. Mas cada etapa foi inaugurada sob um Signo específico, e cada uma foi precedida e sucedida por ciclos menores que eram réplicas das grandes Eras e Épocas evolutivas. Assim, os últimos seis ou sete mil anos – enquanto o Sol passava, por meio do movimento da Terra que conhecemos como Precessão dos Equinócios, por Touro, o Signo do touro, Áries, o Signo do carneiro, e Peixes, o Signo de Água e fluídico – testemunhamos Eras de desenvolvimento material, fomentadas “pela carne e pelo vinho”. Até mesmo Cristo, no início do Seu ministério, transformou a água em vinho, ratificando o seu uso contínuo durante a Era de Peixes. Mas no final de Sua primeira vinda aqui, Ele enviou Seus Discípulos para preparar a Páscoa na casa do Aguadeiro, e ali aboliu “a carne e o vinho”, dando “o pão e a água” como a Nova Aliança para o Reino de Deus, onde Ele reinará como o Príncipe da Paz.
Alguma coisa poderia ser mais clara? Cristo é o Espírito do Sol, e quando o Sol passar sobre o equador no Equinócio de Março no Signo do Aguadeiro, a Era de Aquário será inaugurada, na qual a dieta sem carne animal e sem bebidas alcoólicas da Nova Aliança estará em voga e uma Era de altruísmo irá nascer. Estamos começando a sentir essa influência benéfica agora, embora ainda esteja a séculos de distância, e estamos aqui para ajudar a nos preparar para aquele momento.
Portanto, cabe a nós purificar-nos fisicamente, moralmente, mentalmente e espiritualmente para que possamos ser um exemplo brilhante para os outros e, assim, conduzi-los à grande Luz que tivemos a sorte de ver. Lembremo-nos também de que quanto maior for o nosso conhecimento, maior será também a nossa responsabilidade pela sua correta utilização e, a menos que vivamos de acordo com estes ideais, mereceremos maior condenação.
(Carta nº 89 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Lc 22:7-13: Veio o dia dos Ázimos, quando devia ser imolada a Páscoa. Cristo-Jesus então enviou Pedro e João, dizendo: “Ide preparar-nos a Páscoa para comermos”. Perguntaram-lhe: “Onde queres que a preparemos?”. Respondeu-lhes: “Logo que entrardes na cidade, encontrareis um homem levando uma bilha de água. Segui-o até à casa em que ele entrar. Direis ao dono da casa: ‘O Mestre te pergunta: onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos?’ E ele vos mostrará, no andar superior, uma grande sala, provida de almofadas; preparai ali”. Eles foram, acharam tudo como dissera Cristo-Jesus, e prepararam a Páscoa.
[2] N.T.: as 7 Raças atlantes: Rmoahals foi a primeira Raça dos Atlantes; a segunda Raça atlante foi a dos Tlavatlis; os Toltecas formaram a terceira Raça atlante; os Turânios originais foram a quarta Raça atlante; os Semitas Originais foram a quinta e mais importante das sete Raças atlantes; os Acádios foram a sexta e os Mongóis a sétima das Raças atlantes.
[3] N.T. da Época Atlante: a Raça dos Semitas Originais.
[4] N.T.: As Raças são traços evanescentes da evolução. É ligada ao Deus de Raça, Jeová, o Espírito Santo. Ele é autor das Religiões de Raça. Estão com Jeová, nessa função, alguns Arcanjos que aqui são chamados de Espíritos de Raça. Antes do aparecimento de Jeová, quando a Terra era ainda parte do Sol, havia um Espírito-Grupo-comum, composto de todas as Hierarquias Criadoras, que governava toda a família humana. Porém, como se desejava fazer de cada corpo o templo e o instrumento flexível e adaptável de um espírito interno, isto se traduzia numa divisão infinita de guias. Jeová veio com seus Anjos e Arcanjos e fez a primeira grande divisão em Raças, tornando influente em cada grupo, como guia, um Espírito de Raça, um Arcanjo. Raças só ocorrem quando se passa pelo Nadir da Materialidade. Nesse Esquema de Evolução existirão 16 Raças: uma na Época Lemúrica, 7 na Época Atlante, 7 na Época Ária e 1 Época Nova Galileia. Não devemos no identificar com a Raça. Com a primeira vinda do Cristo foi inaugurada a “miscigenação das Raças”. Antes de terminar a Época Lemúrica houve um povo eleito, o antecessor das Raças atlantes, diferente da Humanidade comum daquele tempo. Da quinta Raça Atlante foi selecionado outro “povo escolhido”, de que descenderam as Raças árias (sete ao total). Cinco Raças árias já passaram (a Ariana, que se dirigiu para o sul da Índia; a Babilônica-Assíria-Caldaica; a Persa-Greco-Latina; a Céltica; a Teuto-Anglo-Saxônica) e haverá mais duas Raças que se desenvolverão na nossa Época atual (uma delas é a Eslava.). Antes do começo de uma nova Época, haverá “um novo Céu e uma nova Terra” (Ap 21:1), isto é, mudarão os caracteres físicos da Terra. Sua densidade diminuirá também. Da mescla das diferentes nações como, por exemplo, atualmente acontece nos Estados Unidos da América, virá a “semente” para a última Raça, no início da Sexta Época, a Época Nova Galileia. Depois, desaparecerá todo o pensamento ou sentimento de Raça. A Humanidade constituirá uma vasta fraternidade sem qualquer distinção. As Raças são simples degraus evolutivos pelos quais devemos passar; caso contrário não haveria progresso algum para os espíritos que nelas renascem. Porém, embora necessários, são degraus extremamente perigosos e obrigam os Líderes da Humanidade a agir com muito cuidado. Eles chamam a essas dezesseis Raças “os dezesseis caminhos da destruição”, porque nas Épocas precedentes, quando não havia Raças, as mudanças só se efetivavam depois de enormes intervalos, o que permitia à maioria das entidades prepararem-se com mais facilidade. Porém, as dezesseis Raças nascem e morrem em tempo tão relativamente curto que existe o perigo muito grave de adesão demasiada a condições que devem ser deixadas atrás. Ou seja, as Raças, comparativamente, são fugazes. Por isso, deve-se agir com muito cuidado a fim de impedir a aderência demasiada dos espíritos aos caracteres raciais. Cristo é o Grande Unificador da Sexta Época, a Época Nova Galileia, e anunciou esta lei quando pronunciou estas palavras pouco compreendidas: “Se alguém vem a mim e não abandona seu pai, sua mãe, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida, não pode ser meu Discípulo” (Mt 10:37). “Quem quiser ser meu Discípulo, que tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). “… quem não abandonar tudo o que tenha não pode ser meu Discípulo” (Lc 14:26). Isto não quer dizer que devemos deixar ou desprezar os laços familiares, mas que devemos elevar-nos acima deles. Pai e mãe são “Corpos” e todas as relações são questões da Raça, pertencentes à Forma. As Almas devem reconhecer que não são Corpos, nem Raças, mas sim Egos lutando pela perfeição. Se um ser humano se esquece disto e se identifica com a Raça – aderindo a ela com fanático patriotismo – é o mesmo que fossilizar-se, enquanto seus companheiros passam a outras alturas do Caminho da Realização.
Há somente dois caminhos no labirinto que é a vida. Um leva ao abismo insondável onde os corpos e as almas se movem velozmente num mundo de trevas feito pelo ser humano.
O outro leva às regiões elevadas onde Deus, o Bem, a Verdade e a Beleza reinam para sempre, onde as Mentes e as almas se fortalecem, vivem e crescem eternamente. É isso que Cristo nos ensinou aqui: “Vinde a mim todos os que trabalhais e vos achais carregados, e eu vos aliviarei.” (Mt 9:28). Aqui há flores de variados perfumes e fragrâncias, ouve-se o canto dos pássaros, o céu é mais azul e o ar mais limpo. A visão é fortalecida e é capacitada para penetrar mais profundamente nesse céu azul. Aqui a luz segue iluminando mesmo depois que o Sol se põe, as estrelas se movem mais rapidamente e o mistério da Páscoa da Ressurreição é revelado ao feliz mortal. O Espírito de Amor, o Cristo, luta ano após ano, no coração da Natureza; as aves, os rios, as flores, cada fibra de uma planta se entregam alegre e graciosamente para receberem em seu seio a carícia desse presente de amor, no dia de Páscoa – o presente do Pai, que nos dá seu Próprio Filho, ano após ano, para que tenhamos vida e a tenhamos abundantemente.
A Páscoa traz consigo um tão grande Poder Cósmico que pode romper todas as cadeias do sofrimento e da dor criadas pelas fraquezas e os erros dos seres humanos. Todo aquele que crucificar o corpo de pecado de seu interior por um esforço de vontade, poderá receber durante essa época, essa infusão de vida, que vem de Cristo, que se dá a nós, sem limites.
Pode ser um Jacó que, praticando a astúcia e o engano que lhe trazem prosperidade material, aprenda que isso lhe tira a paz da Mente e da Alma. E quando o tumulto do mundo cessa e o Espírito fala quietamente ao Espírito no silêncio da noite, sua alma clama e a luz se faz nela.
Pode ser uma Madalena que, desiludida e penitente se afasta do mundo em que tudo é engano, miragem, ilusão e sem piedade, para crucificar-se, a si mesma, na solidão e no desamparo. Mas, quando a tranquilidade e o sossego são mais intensos, maior é a eloquência do Espírito, porque aí o Espírito é chamado pelo próprio Espírito e pode ouvir a sua voz. O coração que se inclinar sincera e humildemente é elevado, sua alma recebe a palavra de Perdão, a graça tão esperada. Com lágrimas de felicidade prosseguirá seu caminho, confiantemente, enquanto repete alegremente: “Uma Nova Vida”, “Vai e não Voltes a Pecar”. O Cristo de Amor que tudo perdoa, nasceu dentro de si.
Pode ser um José, lutando por perdoar, consciente da miséria que seu ressentimento acarreta. Ou um Tomé que, desejoso de vida abundante, se agarra ao invólucro da dúvida e do ceticismo, que lhe roubam a doçura e o poder da fé que redime. “Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos“, disse-lhe Cristo. Depois de convencê-lo disse novamente: “Tu crestes, Tomé, porque me viste, bem-aventurados os que não viram e creram.” (Jo 20: 27-28).
Na Páscoa, os braços universais do engrandecimento espiritual estão estendidos, prontos para elevar, todo aquele que o mereça, ao Reino dos Céus. Não podemos seguir dois caminhos – temos que escolher um e nos afastar do outro. Os Anjos se regozijam cada vez que um Aspirante à vida superior escolhe o caminho reto! Na Páscoa, legiões desses seres elevados esperam-nos ansiosos, com os braços estendidos para nos ajudar.
Que esta Páscoa seja para você, realmente, o Domingo da Ressurreição!
(Publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – fevereiro/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Resposta: Sim, há uma diferença. No sono normal, o Ego, revestido do veículo Mente e do Corpo de Desejos, se retira do Corpo Denso e, geralmente, paira sobre esse Corpo Denso, ou pelo menos permanece perto dele, e a ele conectado pelo Cordão Prateado, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso permanecem em repouso sobre a cama.
Então, nessa situação é possível influenciar a pessoa, instilando em seu cérebro pensamentos e ideias que desejamos comunicar a ela. No entanto, nós não podemos induzi-la a fazer coisa alguma ou alimentar ideias que não estejam de acordo com suas inclinações ou predisposições naturais. É impossível dar ordens para que ela faça algo e forçar obediência, como acontece quando alguém é expulso do seu cérebro pelos passes de um hipnotizador, pois é o cérebro físico que move os músculos, e durante o sono normal o cérebro está interpenetrado pelo Corpo Vital da pessoa, ficando ela em pleno controle de si, enquanto que, durante o sono hipnótico os passes do hipnotizador retiram o Éter do Corpo Vital da pessoa que envolve o cérebro físico dela, que cai sobre os ombros dela; esse Éter fica enrolado ao redor do pescoço, lembrando uma gola de um suéter.
O cérebro denso está, então, aberto ao Éter do Corpo Vital do hipnotizador, que substitui o Éter do próprio dono. Consequentemente, no sono hipnótico, a vítima não tem escolha quanto às ideias que nutre ou aos movimentos que faz com o corpo dela, enquanto, no sono normal, a pessoa está sempre no controle. Na verdade, esse método de sugestão durante o sono é algo que as mães acharão extremamente benéfico no cuidado com crianças teimosas, pois se a mãe se sentar ao lado da cama da criança que dorme, segurar a mão dela, falar com ela como se estivesse acordada, incutir no cérebro da criança ideias da natureza que ela gostaria que a criança nutrisse, descobrirá que, no estado de vigília, muitas dessas ideias terão criado raízes.
Também, ao lidar com uma pessoa que é doente ou é viciada em bebida alcoólica, se a mãe, enfermeira ou outras pessoas usar esse método, descobrirá que é possível instilar esperança e cura, promovendo fisicamente a recuperação ou auxiliando no autocontrole da pessoa doente ou viciada. É claro que esse método pode ser usado para o mal, mas não podemos deixar de publicá-lo, já que acreditamos que o bem que pode ser feito desse modo irá compensar mais do que os poucos casos em que pessoas de má índole possam usar o método com propósito errado.
(Pergunta nº 32 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume 1, Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)