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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Formação das Almas: você está focando na formação das suas?

Dentro da Filosofia Rosacruz, Alma é definida como o extrato espiritualizado ou a quintessência de cada um dos nossos três Corpos de Desejos, Vital e Denso.

Estes três Corpos são projeções materiais, alguns os chamam de reflexos, outros de sombras dos nossos três poderes essenciais na qualidade de Espírito (Tríplice Espírito).

Assim podemos dizer que faz parte do Plano Divino tornar a matéria física, a matéria etérica e a matéria de desejos espiritualizada. Portanto, esses estados de matéria devem ser espiritualizados. Esse trabalho gera a Tríplice Alma, correspondentes a cada veículo, a saber: Alma Consciente resultante da espiritualização do Corpo Denso; Alma Intelectual constituindo-se no extrato espiritualizado do Corpo Vital; Alma Emocional como sendo a quinta essência do Corpo de Desejos.

Nós, como um Espírito emanado de Deus, possuímos também as três qualidades inerentes: ao Poder Divino, expresso como Espírito Divino; o Amor-Sabedoria, que se manifesta como Espírito de Vida; o Movimento ou Atividade, manifestando-se como Espírito Humano.

Essa herança Divina de Deus para com seus filhos se manifesta de acordo com o grau de nossa consciência espiritual, de onde concluímos que no atual estado evolutivo da nossa Onda de Vida, a humana, essa manifestação se opera de uma maneira ainda imperfeita. Torna-se necessário um esforço no sentido de dinamizar e ativar tais poderes para que a nossa real natureza se manifeste em toda sua plenitude. A vida é um “vir a ser” constante, nos levando a realizar esse objetivo. Os preceitos Cristãos, como são apresentados pela Fraternidade Rosacruz, constitui meios seguros para se conseguir isso. Esse alvo deve ser atingido por etapas, etapas estas que determinam estados de consciência.

Por meio das nossas inúmeras existências estamos desenvolvendo e passando por estados sucessivos de consciência, desde a mais completa inconsciência à plena consciência de vigília.

Esses estados de consciência foram desenvolvidos através de diversas etapas. Assim é que no Período de Saturno o estado de consciência predominante era o de transe profundo; no Período Solar, sono sem sonhos; no Período Lunar, sono com sonhos. Na metade Marciana do Período Terrestre houve uma recapitulação dos Períodos anteriores, sendo que na Época Atlante houve a aquisição da Mente instintiva e na presente Época Ária surgiu o estado de consciência apoiado na razão e no pensamento. Não podemos pensar em formação de Almas sem considerarmos as faculdades de raciocinar e de pensar, as quais bem desenvolvidas equivalem a um processo iluminador, ou ainda, a ter mais consciência de vigília.

A presente etapa nos habilitará a alcançar a luminosidade e transparência da Sexta Época – a Nova Galileia. A nossa consciência deverá se sincronizar com esse processo de iluminação, de aparecimento gradual da transparência, processo iniciado no Período de Saturno, devendo atingir o seu ponto alto na Sexta Época.

Dentro do aspecto que nos caracterizará Época Nova Galileia devemos ressaltar o fato de que a vigília tenderá a se prolongar, o que implicará numa redução das horas de repouso e consequente aumento de atividade. Então chegaremos ao ponto essencial no cumprimento da finalidade da existência humana: a Atividade. Dessa forma nos sincronizaremos com Deus, que é sempre ativo.

Como não podemos fugir a essa conjuntura, nos tornaremos consciente de nossa filiação Divina, nos tornando luminosos, porque “Deus é Luz”. É óbvio que para alcançar esta fase gloriosa, necessitaremos de meios apropriados; auxílio este que em última análise é representado pelo Cristianismo Esotérico. Começamos a praticá-lo de modo imperfeito, restringindo o seu alcance e limitando, a princípio, a universalidade própria dos princípios outorgados pelo Grande Arcanjo, Cristo, aos nossos próprios interesses. Gradualmente, porém, a amplidão dos conceitos Cristãos vai se alargando na nossa consciência, e isto se evidencia mais ainda no Estudante Rosacruz ativo, que de início procura tornar a sua própria vida num serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós, para com os irmãos e as irmãs no seu entorno.

Desde os primeiros Períodos sempre houve um propósito: o alargamento da consciência. Esta expansão é uma constante. Todo processo de ampliação da nossa consciência depende de um veículo de expressão. A consciência de vigília, nossa característica na Época Ária, não seria possível ou não teria nenhuma utilidade se não existisse o Corpo Denso.

E na Sexta Época como será expressa a nossa consciência? A Filosofia Rosacruz nos ensina que se expressará em uma forma mais elevada do que aquela que expressamos no Período Solar – consciência de sono com sonhos – mas, conscientemente, isto é, nossa visão será interna e externa, simultaneamente.

E como cada estado de consciência pressupõe o uso de um novo veículo, a Filosofia Rosacruz nos ensina que para a Sexta Época necessitaremos de um novo veículo, o Corpo-Alma, o Vestido Dourado de Bodas, formado pelos dois Éteres Superiores do Corpo Vital (Éter Luminoso e Refletor). Este Corpo luminoso está se formando pela ação Crística do amor, isto é, justa e somente pelo serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós, para com os irmãos e as irmãs no seu entorno. S. Paulo designou essa forma de serviço quando afirmou: “Não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). A perfeita luminosidade vivia nele!

A fórmula número um está expressa por: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15:12), representando uma forma de vivência que elabora o Corpo-Alma. Portanto, o amor será uma atividade peculiar à Sexta Época.

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz de junho/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Hoje a Palavra Proferida por Nós é Morta e Não tem Poder

Sabemos que, atualmente, a nossa força sexual criadora, quando nos manifestamos aqui na Região Química do Mundo Físico, está dividida: metade flui para cima para manter um cérebro e uma laringe, por meio dos quais nós podemos controlar esses instrumentos e nos expressar em pensamentos e palavras; e a outra metade é impelida para baixo, para os nossos órgãos criadores, para reprodução.

Hoje a palavra que então aprendemos a falar é morta e destituída de poder. Na próxima Época, a Época Nova Galileia (não a confundir com a Era de Aquário) teremos desenvolvido um órgão etérico, construído no interior da cabeça e da garganta pela força sexual economizada (o qual órgão é visto pelos Clarividentes voluntários como a haste de uma flor que ascende da parte inferior do tronco). Esse órgão é, verdadeiramente, um órgão criador capaz de emitir a palavra, a vida e o poder. Notemos que a palavra atual é produzida por movimentos musculares rudimentares que combinam laringe, língua, lábios e outras partes do nosso Corpo Denso, de tal modo que a passagem do ar saído dos pulmões gera determinados sons. No entanto, o ar é um veículo pesado, difícil de se mover, comparado as forças mais sutis da Natureza como a eletricidade, que se propaga no Éter, de modo que, quando aquele órgão tiver alcançado pleno desenvolvimento, teremos o poder de falar a “palavra da vida” e infundir vitalidade nas substâncias que até ali estiverem inertes. O alimento principal para a construção desse órgão para falar a “palavra da vida” é a prática constante do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focado na divina essência oculta que há em cada um de nós, aos nossos irmãos e a nossas irmãs que estão no nosso entorno.

Atualmente, as pessoas que se esforçam e praticam o serviço desta forma e fielmente executam o Exercício Esotérico noturno Rosacruz de Retrospecção estão construindo aquele órgão. Elas estão aprendendo a usá-lo aos poucos, como Auxiliares Invisíveis, quando fora de seus Corpos Densos à noite e usando o Corpo-Alma (que naturalmente é construído pelas práticas acima), enquanto dormem aqui, precisam emitir a “palavra de poder” para eliminar as doenças e enfermidades de irmãos e irmãs doentes.

Vamos dar um exemplo da força das palavras por meio de uma pequena sentença, fornecida pelo inspirado Apóstolo S. João quando ele escreveu: “Deus é Luz”. Essas três palavras são tão esclarecedoras para a Mente, quanto outras tantas palavras são confusas. Qualquer pessoa que utilize essa passagem como assunto para os Exercícios Esotéricos Rosacruzes (como, p. exe., o de Concentração ou o de Meditação) encontrará, seguramente, uma recompensa maravilhosa a sua espera. Afinal, não importa quantas vezes tomemos essas palavras repetindo-as nesse contexto de Exercício Esotérico, nosso próprio desenvolvimento, conforme os anos passam, nos assegura uma compreensão cada vez mais completa e melhor. Cada vez que mergulhamos nessas três palavras, nos sentimos preenchidos por uma fonte espiritual de profundidade inesgotável e, a cada vez, alcançamos mais minuciosamente as profundezas divinas e nos aproximamos mais do nosso Deus-Pai celestial.

Como um verdadeiro Aspirante à vida superior buscamos espiritualizar todo o nosso ser, e quando estivermos sob a influência da verdadeira Religião Cristã Esotérica, teremos aprendido o autodomínio e nos tornaremos um auxiliar altruísta do nosso irmão ou da nossa irmã ao nosso lado. Poderemos, então, ser um firme guardião do poder mental, pelo qual seremos capazes de formar ideias exatas e prontas para serem cristalizadas de imediato em coisas úteis. Tudo isso se efetuará por meio da laringe, que emitirá a Palavra Criadora.

Afinal, todas as coisas da Natureza vieram à existência pelo “Verbo que se fez carne” (Jo 1:14). O som, ou pensamento falado, é a nossa próxima força a se manifestar, uma força que nos fará criadores quando, mediante nosso atual aprendizado, nos tivermos capacitados para o uso de tão grande poder para o bem de todos, a despeito dos nossos próprios interesses.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Carta de Max Heindel: A Batalha que se trava internamente

Março de 1916

De tempos em tempos, ficamos chateados ao receber cartas de Estudantes Rosacruzes domiciliados em países que estão em guerra1, nos repreendendo por não tomarmos partido por não defendermos o lado deles. Não houve um só dia, desde que se iniciou este amargo conflito[1], que não tenhamos lamentado profundamente esta pavorosa mortandade, embora reconfortados pelo conhecimento de que ele está ajudando, como nenhuma outra coisa o poderia fazer, a quebrar a barreira entre os vivos e os mortos. Assim, a guerra contribuirá muito para abolir o pesar, que agora as pessoas experimentam, quando se veem separadas dos seus entes amados. Além disso, o sofrimento atual está afastando a maioria dos povos ocidentais dos prazeres do mundo, reconduzindo-os à devoção a Deus. Não houve uma só noite em que não tivéssemos trabalhado diligentemente com os mortos e os feridos, aliviando suas angústias mentais e suas dores físicas.
O patriotismo foi muito bom em outros tempos – bem antigamente –, mas Cristo disse: “Antes de Abraão, Eu sou[2] (Ego sum). As raças e as nações, incluídas no termo “Abraão”, são fatos evanescentes, mas o “Ego”, que existiu antes de Abraão, o “pai da raça”, ainda existirá quando as nações forem uma coisa do passado. Portanto, a Fraternidade Rosacruz prescinde das diferenças nacionais e raciais, se esforçando por unir todos os seres humanos em um vínculo de amor para que travem a Grande Guerra – a única guerra em que, inflexivelmente e sem trégua, um verdadeiro Cristão deve lutar – a guerra contra a sua natureza inferior. S. Paulo disse: “Eu sei que o bem não mora em mim, isto é, na minha carne. Pois o querer o bem está ao meu alcance, não, porém o praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero. Ora, se eu faço o que não quero, já não sou eu que estou agindo, e sim o pecado que habita em mim. Verifico pois esta lei: quando eu quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Eu me comprazo na lei de Deus segundo o homem interior; mas percebo outra lei em meus membros, que peleja contra a lei da minha razão e que me acorrenta à lei do pecado que existe em meus membros. Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte?”.[3]
S. Paulo não descreve aqui com muita precisão o estado de toda alma aspirante? Não todos sofremos espiritualmente por causa do conflito que se desenrola dentro de nós? Eu espero que haja uma só resposta a essas perguntas, isto é, que esta guerra interna está sendo travada feroz e incansavelmente por cada Estudante da Fraternidade Rosacruz; pois onde não há luta, há uma indicação segura de coma espiritual. E o Corpo de Pecado tem, então, a vantagem. Mas, quanto mais feroz for a luta, mais esperançoso será nosso estado e progresso espiritual.
Aqui, nos Estados Unidos da América, ouvimos falar muito sobre “neutralidade”, “preparação” com fins “defensivos”. Na guerra mais nobre que devemos travar, não pode haver “neutralidade”. Ou há paz, e “a carne” nos governa e nos mantém em sujeição abjeta, ou há guerra travada agressivamente tanto pela “carne” quanto pelo Espírito. E enquanto continuarmos vivendo nesse “corpo de morte”, essa guerra prosseguirá, pois até mesmo Cristo foi tentado, e não podemos esperar uma situação melhor do que Ele.
“Preparação” é um ato edificante. Cada dia torna-se mais necessário nos preparar, pois, da mesma maneira que um inimigo físico tenta encurralar e emboscar um adversário mais poderoso, em vez de se arriscar em uma batalha aberta, assim também as tentações que nos afligem no “Caminho” se tornam mais sutis a cada ano que passa.
Escritores, como Tomás de Kempis[4], costumavam falar de si mesmos como “vermes vis” e usar termos como “auto-humilhação”, porque conheciam o sutil e imenso perigo da “autoaprovação”. Mas, mesmo isso pode ser levado longe demais, e podemos sentir que somos “muito, muito bons” e até “mais santos” que os demais, porque abusamos de nós mesmos; e podemos fazer isso pelo prazer que sentimos ao ouvir outras pessoas nos contradizerem. Na verdade, as armadilhas do Corpo de Desejos são inescrutáveis.
Há uma maneira de estar preparado, e ela é segura: “Olhe para Cristo”, e conserve a sua Mente ocupada em todos os momentos de vigília quando não estiver envolvido em seu trabalho diário, estudando como você pode servi-Lo. Esforce-se, por todos os meios disponíveis, para executar de forma prática as ideias assim concebidos. Quanto mais de perto imitarmos Cristo, mais lealmente seguiremos os ditames do “Eu Superior”, mais seguramente venceremos a natureza inferior e venceremos a única batalha guerra que vale a pena vencer.

(Carta nº 64 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: refere-se à Primeira Guerra Mundial

[2] N.T.: Jo 8:58

[3] N.T.: Rm (7:18-24)

[4] N.T.: também conhecido como Tomás de Kempen, Thomas Hemerken, Thomas à Kempis, ou Thomas von Kempen (1380-1471), Monge e escritor alemão. Tomás de Kempis produziu cerca de quarenta obras representantes da literatura devocional moderna. Destaca-se o seu livro mais célebre, Imitação de Cristo, composto por quatro volumes, no qual apela a uma vida seguida no exemplo de Cristo, valorizando a comunhão como forma de reforçar a fé.

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Desejo e Apego: os Cuidados do Aspirante à Vida Espiritual

No Novo Testamento, Cristo afirma: “Eu não sou deste mundo, como vós deste mundo não sois.” (Jo: 17-16). Significa que aqui estamos (no Mundo Físico) apenas de passagem; que este Mundo deve ser encarado como uma Escola – a Escola da Vida, o baluarte da nossa evolução atualmente –, um meio de aprendizagem e que, portanto, sua duração é efêmera. Vivemos num plano onde predomina a impermanência. Tudo é fugaz e nada tem razão de ser nosso objeto de desejo e apego, nem deve servir de base para a definição de nossos valores pessoais.

O apego é o resultado de nossa identificação com esse Mundo e com suas coisas. Quando nos tornamos conscientes da transitoriedade da forma e de sua sedução, o apego diminui. O desapego permite observarmos os acontecimentos, em vez de ficarmos presos dentro deles.

Há várias formas de apego óbvias e notórias, como por exemplo, se apegar a bens materiais, a dinheiro, roupas, objetos, à fama, ao poder mundano, a cargos remunerados ou honoríficos, à familiares (não significa que não devemos amá-los, protegê-los e apoiá-los). Mas também há formas mais sutis, quase imperceptíveis para quem convive com a pessoa ou até para a mesma. Trata-se de apego a ideias, hábitos, emoções e padrões de comportamento que já não acrescentam mais nada à nossa evolução. Talvez estejamos bloqueando nossa Mente à entrada de novos conceitos e visões de mundo.

Por que isso acontece? Qual a razão desse apego a ideias e coisas concretas?

Simplesmente porque muitos de nós se identifica com elas. Quando renascemos, representamos ou encenamos um papel no palco da vida perante o mundo e às pessoas. Quando lhe perguntam quem ele é, responde, por exemplo, nestes termos: “Sou fulano de tal, brasileiro, casado, católico, economista, natural de São Paulo, etc.”. Mas isso é um equívoco. A verdade não é bem essa. Ele não é nada disso, porém se identifica com tudo isso. É apenas a manifestação do Ego no Mundo visível, é a maneira como ele se apresenta aos olhos do mundo.

A identificação e o consequente (ou inconsequente) apego são algumas das razões do sofrimento aqui no Mundo Físico. É o que acontece quando há identificação com o Corpo Denso que, nasce, se desenvolve, decai e morre. Há que cuidar dele, por meio de uma boa alimentação, exercícios físicos e hábitos saudáveis. Ele é o nosso Templo sagrado, porém não é o Ego, a verdadeira essência (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui).

Os casos de baixa autoestima com o Corpo Denso ou com a aparência são sinais evidentes de identificação. Acontece muito nos casos de obesidade e de problemas na pele. A pessoa sofre porque se imagina daquele jeito, identificando-se justamente com o que lhe traz sofrimento. Sua autoimagem é negativa. Na realidade somos muito mais do que nossa aparência corporal. Somos mais importantes do que nossas características físicas, e muito mais importantes do que nossas emoções, nossos desejos, sentimentos, nossos pensamentos.

É preciso entender que quando o Corpo Denso começa a perder seu viço, a luz da consciência consegue brilhar mais facilmente através da Forma que se extingue aos poucos, enquanto a Vida permanece para sempre. Livre-se de sua crosta e o diamante resplandecerá mais!

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

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Carta de Max Heindel: A Concentração no Trabalho Rosacruz

Enquanto meditava sobre o quão faz bem a Fraternidade Rosacruz, uma questão surgiu em minha Mente: “Qual é o maior obstáculo que impede o nosso progresso no trabalho espiritual?”. E a resposta foi: “A falta de concentração”.

Todos nós temos nossas famílias que anseiam e tem direito a uma parte da nossa atenção. Nosso trabalho no mundo não deve ser negligenciado sob pretexto algum. Estamos aqui para executar certas tarefas e aprender por meio delas. Depois de atender a esses deveres, ainda resta para cada um de nós um pouco de tempo que podemos usar de forma justa e adequada para o nosso desenvolvimento espiritual, e é tão importante que usemos adequadamente esse tempo extra quanto é importante que atendamos aos nossos deveres mundanos, a nossa família e as nossas obrigações sociais.

Considere, agora, que na vida cotidiana não tentamos nos tornar, por exemplo, médicos e exercer medicina hoje, trabalhar em uma oficina mecânica amanhã e, a cada dois dias, começar uma nova atividade. Sabemos que tal procedimento não nos levará a lugar nenhum na vida. Nem vivemos em uma família como, por exemplo, marido ou esposa hoje e assumimos relações semelhantes em outra família amanhã; nem mudamos nosso círculo social com a mesma frequência que trocamos de roupa ou sapatos. Tais condições profissionais e sociais seriam absolutamente impossíveis. Pelo contrário, seguimos uma linha de trabalho no mundo; cuidamos de uma família; concentramos nossos esforços nesses departamentos da nossa vida, excluindo todos os outros.

Por que não aplicar o mesmo bom senso aos nossos esforços espirituais? Estudamos muito para os nossos negócios, planejamos com antecedência e trabalhamos com todas as nossas forças para tornar nossos negócios um sucesso. Também nos dedicamos a resolver as necessidades da nossa família e planejamos para conseguirmos ser bem-sucedido nisso. Sabemos que o sucesso, tanto o progresso social e como profissional depende da quantidade de concentração e de planejamento que fazemos. Se, então, somos tão sábios em relação às coisas mundanas, que duram apenas os poucos anos de nossa vida terrena, não podemos usar o mesmo bom senso para nos aplicar igualmente com todo o nosso Coração e toda a nossa Mente às coisas espirituais que são eternas?

Na Época Atlante, quando os Semitas Originais foram chamados dentre seus irmãos, muitos deles consideraram isso uma grande dificuldade. Eles, os “Filhos de Deus”, se casaram com as “filhas dos homens”, com o resultado que conhecemos pelo nosso estudo do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz.

Estamos hoje em outra grande bifurcação de caminhos. Uma “Ecclesia”, ou conjunto de seres humanos, está sendo “chamada” como pioneira da próxima grande Raça. “Muitos caminhos levam a Roma” e, da mesma forma, muitos caminhos levam ao Reino de Cristo, mas se desperdiçarmos nosso tempo caminhando por um hoje e amanhã escolhendo outro caminho, certamente fracassaremos; e, portanto, peço a todos os Estudantes que simpatizam com as ideias da Fraternidade Rosacruz que abandonem todas as outras sociedades religiosas – se excetuando as Igrejas Cristãs e Ordens Fraternais[1] – e dediquem todo o seu Coração, toda a sua Mente e todo o seu Espírito a viver e espalhar nossos ensinamentos.

Para nossas atividades terrenas necessitamos de trabalhadores treinados, qualificados e dedicados. No Reino celestial, a lealdade e a devoção também são fatores primordiais.

Vamos memorizar e nos concentrar nos três primeiros versículos do primeiro Salmo[2], pois, certamente, queremos colher a maior colheita possível dos nossos esforços espirituais e materiais.

(Carta nº 52 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Religiões Católica ou Protestante que professam o Cristianismo.

[2] N.T.: 1Feliz o homem que não vai ao conselho dos ímpios, não para no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores. 2Pelo contrário: seu prazer está na lei de Iahweh, e medita sua lei, dia e noite. 3Ele é como árvore plantada junto d’água corrente: dá fruto no tempo devido e suas folhas nunca murcham; tudo o que ele faz é bem-sucedido.

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O Símbolo Rosacruz: uma Maravilhosa Fonte de Inspiração para a Meditação

O simbolismo é o meio pelo qual o Espírito tenta se expressar na Mente em que ele está se manifestando. É o nosso meio de comunicação com os outros. A palavra é o símbolo de uma ideia e, assim, toda a literatura, a música, a arte, a dança, todo o drama ou muitas outras coisas simbolizam a ideia que uma Mente deseja transmitir a outra.

Em épocas passadas, as Mentes mais altamente evoluídas transformaram a ideia de Deus em imagem ou outra forma para os menos evoluídos. Muitas vezes as pessoas menos desenvolvidas espiritualmente adoravam o símbolo, não sendo capaz de aprender sobre o que é Espírito e o que é Forma.

Hoje, a palavra “Deus” significa muito para alguns de nós; contudo, não sentimos ou expressamos reverência e adoração a palavra, mas o ideal que ela traz à Mente. Até a meditação sobre a palavra “Deus” pode fornecer muito alimento ao Espírito. Então, imagine quanto mais podemos obter como alimento ao Espírito a partir de um Símbolo tão rico como o Símbolo Rosacruz! Ele é fornecido a nós como alimento espiritual. Não há transubstanciação, para acharmos que a coisa em si seja santa, embora saibamos que um Símbolo utilizado há anos gradualmente absorva algumas das vibrações do Serviço para que é usado. Ele, também, exterioriza novamente para todos os que o utilizam, de modo que uma pessoa sensível às vibrações espirituais pode senti-las. O ideal por trás de um Símbolo pode ser de grande valor espiritual nas vidas daqueles que o utilizam de maneira compreensivamente.

Atualmente, temos uma pequena palavra de apenas uma letra e ela nos representa inteiramente: Corpo, Mente e Espírito. É usada por nós para representar qualquer uma das nossas partes ou o todo, de acordo com o nosso conhecimento. Esta “palavra”, ou Símbolo, foi usada para representar o nosso Corpo, quando nossa consciência começava a enxergar o fato de que nós tínhamos um Corpo Denso: a letra “I”. Esse é o braço inferior da cruz. Quando a nossa compreensão sobre nós mesmos foi além, adicionamos um braço ao topo e depois o outro, fazendo o “tau[1]” ou “T”. Essa é a Chave Egípcia da Vida. Essa linha horizontal simboliza a nossa vitalidade e nossa natureza emocional. Quando começamos a manifestar nossos pensamentos aqui, o topo foi adicionado, criando a verdadeira cruz romana. Isso completa o nosso quádruplo veículo – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente. É nessa cruz de matéria que o Ego tem sido crucificado desde a fundação do mundo, e nós aí permaneceremos até os dias de libertação, quando conheceremos a “liberdade gloriosa dos Filhos de Deus[2]. Até agora, enquanto nossos ideais permanecem materialistas, a cruz é negra, símbolo da matéria; mas quando espiritualizarmos nossos ideais por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós, tornaremos a cruz branca. Atualmente, a Humanidade é, em termos simbólicos, como uma cruz branca com uma linha preta contornando-a. Estamos reconhecendo os direitos dos outros, os ideais de fraternidade e o autossacrifício pelos outros estão crescendo. A cruz branca e pura simboliza a casta vida dedicada de um servo da Humanidade, um Auxiliar Invisível. A cruz do Símbolo Rosacruz possui três meios círculos no final de cada braço – por isso é uma cruz trilobada –, totalizando doze. Esse é o símbolo do ser humano cósmico, do qual o humano é o microcosmo. Representa as doze Hierarquias Criadoras que se manifestam como Signos do Zodíaco e nos ensina a governar esse veículo quádruplo, no qual trabalham junto conosco, o Ego. São necessárias doze esferas para cobrir uma esfera do mesmo tamanho; do mesmo jeito, os grandes mestres espirituais tiveram doze Discípulos e o Ego tem doze faculdades psíquicas que cobrem o ser humano espiritual.

Aparentemente, do centro da cruz irradia a estrela dourada de cinco pontas com uma ponta para cima. Este é o Símbolo do Manto Nupcial – Corpo-Alma – que um de nós está tecendo para nós próprios por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós. À medida que a cruz se torna mais branca, a estrela surge mais luminosa, até chamar a atenção de um dos Grandes e Compassivos Seres, que colocará a pessoa em contato com a Escola de Mistérios (Iniciações), a Ordem Rosacruz, onde ela terá um crescimento muito mais rápido em espiritualidade do que se estivesse sozinha na jornada para Deus. A estrela é dourada e está próxima da cor do amor de Cristo, que deve ser o motivo da ação. O amarelo é símbolo do segundo Aspecto da Deidade, o Filho ou Cristo; mas atualmente a Humanidade não pode manifestar o amarelo puro do amor de Cristo. Precisamos transformá-lo na cor laranja-avermelhada. Necessitamos desenvolver o Corpo-Alma ou, nas palavras de Cristo, o Manto Nupcial, antes que o Filho possa nascer em nós ou que possamos participar da festa do Casamento Místico. Atrás da estrela e da cruz está um campo infinito feito de azul celeste, que é o símbolo do puro Espírito do mesmo jeito que o céu azul simboliza o caos do qual surgiu a manifestação. Esse é o primeiro Aspecto da Divindade, o Deus-Pai. Cristo disse que Ele deve submeter todas as coisas a Si mesmo para, então, entregar o Reino ao Pai. Sabemos pouco sobre o que esse Reino deva ser ou sobre seus poderes e esse pouco chega a nós por intermédio dos ensinamentos do Filho. Portanto, o azul é tingido de amarelo e não é puro, sendo mais como a turquesa, muito translúcido e cheio de vida.

Pendurada na cruz está a coroa de sete rosas vermelhas, com sementes desprovidas de paixão, o símbolo da força sexual criadora e divina purificada e elevada a uma posição superior. O vermelho simboliza o terceiro Aspecto da Deidade, o Espírito Santo. Essa é a única cor pura mostrada no símbolo e, hoje, a Humanidade é capaz de manifestar o seu pensamento abstratamente, que é o poder do Espírito Santo. A nossa, do Ego, vida está no sangue e, portanto, devemos purificar e elevar a vibração do sangue mediante uma vida de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós, antes que possamos manifestar a Estrela da Esperança e atrair o Mestre para nós. Assim como a rosa é o produto mais elevado do mundo das flores, também nós, que transmutamos as forças impuras da vida do sangue cheio de paixão na força criadora da vida pura do Espírito de Vida, alcançamos o mais elevado estado humano.

Assim, vemos que o Símbolo Rosacruz é um símbolo da nossa evolução passada, da nossa posição atual e dos ideais pelos quais devemos trabalhar no futuro. É uma maravilhosa fonte de inspiração para a Meditação.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross em 05/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: Tau (Τ ou τ; em grego: ταυ) é a décima nona letra do alfabeto grego.

[2] N.T.: Rm 8:21

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A Casa do Nosso Pai – Os Membros Distantes de Nossa Família

Cristo considerou a morte o maior dos terrores e sabia que somente Ele poderia restaurar a fé do ser humano em uma vida imortal e lhe dar a certeza de ser um Espírito glorificado. Ele deixou essas palavras de conforto, que devem trazer consolo e fé a todos os que acreditem n’Ele: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, credes também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas: se não fosse assim, eu teria contado a vocês. E se eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e vos receberei para mim mesmo; para que onde eu estou, vós também estejais.” (Jo 14:1-3).

Quer saber mais sobre isso? É só acessar aqui: A Casa do Nosso Pai – Os Membros Distantes de Nossa Família

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Resultados de uma Morte em Circunstâncias Fatídicas

Quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude de circunstâncias fatídicas, tais como incêndio, desastre, subitamente pela queda de um edifício ou de uma montanha, numa batalha, ou quando em certos níveis de lamentações dos parentes ao redor de um morto recente se tornam impossível a pessoa recém-falecida se concentrar no Panorama da Vida recém-finda, então a fixação dos eventos nesse Panorama nos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, e a gravação desse Panorama no Átomo-semente no Corpo de Desejos não se efetua ou se efetua em uma qualidade tão baixa que não servirá para nada. Nesses casos a pessoa não perde a consciência. A colheita da vida perdeu-se.

Bem diferente de quando uma pessoa passa ao outro Mundo em circunstâncias comuns. Nesses casos o Átomo-semente do Corpo Denso é removido do coração e o Cordão Prateado rompido, e vem um período de inconsciência que dura até três dias e meio, e durante esse período o Panorama da Vida recém-findada é gravado totalmente e com ótima qualidade no Átomo-semente do Corpo de Desejos.

Na imensa maioria das vezes, quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude das circunstâncias fatídicas detalhadas acima, não houve fixação dos eventos do Panorama da Vida recém-finda nos veículos mais sutis, como acontece normalmente; assim a pessoa não passa pelo Purgatório; isto é, não colhe o que semeou, não há sofrimento em consequência de seus erros, e não há sentimentos de alegria e amor em vista do bem que praticou, no Primeiro Céu. Repetindo: a colheita da vida perdeu-se!

Para contrabalançar este grande desastre, o Ego, ao entrar em sua próxima vida terrena, é forçado a morrer na infância (no que se refere ao Corpo Denso) – eis aqui uma das razões da mortalidade infantil. Porém, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente (que normalmente não nascem senão quando o Corpo Denso tem sete, quatorze e vinte e um anos, respectivamente) permanecem com o Ego em transição, pois, o que não foi vivificado não pode morrer; o Ego permanece então no Segundo Céu de um a vinte anos, recebendo instruções e lições objetivas tais como lhes seriam ensinadas pelo Panorama de sua Vida passada, se não tivesse sido interrompido por uma circunstância fatídica. Desse modo renasce pronto a tomar seu lugar correto no Caminho de Evolução.

Há nessas considerações grandes soma de alimento espiritual. A grande percentagem de mortalidade infantil de nossos dias tem suas raízes, por exemplo, nas guerras de épocas anteriores. As perdas de vida foram relativamente pequenas, embora as mortes decorrentes de guerras patrióticas tivessem seu número bastante aumentado por duelos, rixas e querelas comuns, onde armas mortais foram usadas naqueles tempos. Não obstante a soma total dessas ocorrências parece insignificante, quando comparada à espantosa carnificina de nossos dias. E se isso tiver de ser corrigido da mesma maneira, as futuras gerações terão uma colheita de lágrimas. Mas, como já deixamos bem claro em outras ocasiões, cada lágrima derramada por alguém a quem amamos, está dissolvendo a crosta que recobre nossos olhos, até o dia em que possamos ver com bastante clareza a fim de penetrar o véu que agora nos separa daqueles a quem chamamos erradamente de mortos. Virá então a vitória sobre a morte, e estaremos aptos a exclamar: “Ó, Morte, onde está teu aguilhão? Ó Túmulo, onde está tua vitória?[1].

(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross” de fevereiro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: ICor 15:55

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Conceitos Rosacruzes para Saúde e Cura

O Esoterismo, como preconizado pela Fraternidade Rosacruz, é um conhecimento transformador. É uma forma de espiritualidade elevada. Podemos considerá-lo como um “caminho para a salvação”. E, sim, existe um elo entre o Esoterismo da Fraternidade Rosacruz e a questão da doença ou enfermidade e da cura definitiva.

O Método de Cura da Fraternidade Rosacruz tem fundamentos filosóficos. Por um lado, aceita os ganhos das ciências material sobre doença, anatomia, fisiologia e, por outro lado, se baseia em uma concepção do universo que abrange uma história do Universo, da Terra e da Humanidade; bem como da Astrologia Rosacruz, anatomia, fisiologia e das Leis que regem o ser humano e o Universo. Nesse sentido, sabemos que nós somos dotados de vários Corpos e veículos. O conceito de “Corpo” não deve ser entendido no sentido da anatomia clássica, ou seja, de elementos individualizados. O conceito de “Corpo” tem a ver com realidades virtuais, de Mundos e suas Regiões e não de conjuntos de órgãos, tecidos, sistemas e membros relacionados entre si. Se o Corpo Denso está ao alcance dos órgãos sensoriais, o mesmo ocorre com os outros Corpos que são apenas perceptíveis por quem desenvolveu a visão dos Mundos onde esses Corpos ou veículos funcionam. Por exemplo, quem desenvolveu a visão do Mundo do Desejo veem o Corpo de Desejos como uma espécie de “envelope ovoide que se estende 40 ou 50 centímetros para fora do Corpo Denso. Podemos resumir as funções de cada Corpo assim: Corpo Denso é o instrumento da ação nessa Região Química do Mundo Físico; Corpo Vital é o que proporciona a vitalidade, se compõe de Éteres e funcionamos nele na Região Etérica do Mundo Físico; Corpo de Desejos que estimula à ação; a Mente pela qual manifestamos nossos pensamentos aqui e que refreia os impulsos, proporcionando um objetivo à ação. Assim, somos um Ego (um Espírito Virginal manifestado aqui como um Tríplice Espírito) que agimos e reunimos as experiências da ação. A cada parte do Corpo Denso há a mesma parte no Corpo Vital. No Corpo de Desejos há centros de percepção que quando estão em atividade se parecem com vórtices permanecendo sempre na mesma posição relativa com respeito ao Corpo Denso.

Sabemos que o Universo atua e se transforma com energia. Essa energia é percebia por nós sob a forma de quatro Éteres do Corpo Vital, que são Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor. A densidade e a consistência deles é que determinam o estado de saúde. Por exemplo: o Éter Químico nos permite assimilar nosso alimento e a nos desenvolver, mas o Éter Refletor é o Éter da memória que armazena experiências passadas.

A energia solar entra no nosso Corpo Denso pelo baço etérico. De lá, por meio dos nervos etéricos, chega ao Plexo Celíaco, ou Plexo Solar, onde está o Átomo-semente do Corpo Vital. E aqui se transforma no Fluido Vital Solar. Esse Fluido é que mantém a saúde do nosso Corpo Denso. Quando não o temos suficiente, ficamos doentes ou enfermos.

Assim, a saúde resulta de vários elementos: a saúde é o resultado da harmonia entre todos os nossos componentes do nosso Corpo Denso e da harmonia cósmica (harmonia com as Leis de Deus). A doença é uma realidade cosmobiológica e espiritual. No entanto, há casos em que é necessário passar pela doença ou enfermidade para nos fazer mudar, mas sob essas circunstâncias a doença é um precursor de um desenvolvimento espiritual correspondente. Naturalmente, neste caso, a doença ou enfermidade deve ser considerada uma bênção e não uma maldição. Primeiro de tudo, ela decorre de uma falta de harmonia, ou seja, uma não conformidade com o que acabamos de descrever acima. Também pode resultar de uma condição de Destino Maduro. Por exemplo, muitas vezes as doenças nos órgãos que compõe o sentido da visão são causadas por crueldade extrema em uma vida passada.

No entanto, se a doença ou enfermidade é uma consequência de atos, ações ou obras de vidas passadas, não é uma punição, pois Deus não pune, e a doença tem um valor pedagógico. Dor e sofrimento são feitos para nos fazer aprender lições que não quisemos aprender de outra forma.

Não há causas hereditárias para a doença ou enfermidade, porque explicar o comportamento pela Lei da Hereditariedade cancela a responsabilidade e a hereditariedade é usada como um álibi para maus hábitos. O que parece ser “hereditariedade” é, na verdade, a expressão da Lei de Associação e quanto mais cedo reconhecermos que devemos vencer os nossos maus hábitos e cultivar a virtude em seu lugar, em vez de atribuí-los à Lei da Hereditariedade, tanto melhor para nós. Por outro lado, a doença ou enfermidade pode ser causada pelo consumo de bebidas alcoólicas e todas as formas tabaco.

O Método de Cura da Fraternidade Rosacruz está de acordo com a cosmobiologia. Nesse Método, existem dois tipos de remédios para doenças: aqueles da medicina clássica e, em um nível mais alto, aqueles que se baseiam principalmente no poder espiritual chamado de Panaceia Universal ou Panaceia de Cura. Nesse Método, os Curadores (que são todos Auxiliares Invisíveis) transmitem ao Paciente o Poder Divino ou a Força Divina de Cura. A Panaceia pode ser sempre utilizada para curar qualquer tipo de doença ou enfermidade. Com o seu uso as partículas cristalizantes que envolvem os centros espirituais do Corpo do Paciente são dissipadas.

Existem três fatores no Método de Cura Rosacruz: primeiro, o Poder Curador do nosso Pai Celestial; a seguir, o Curador, um Auxiliar Invisível e, por fim o ânimo obediente do Paciente sobre o qual possa agir o Poder Curador de Deus-Pai por intermédio do curador, de tal forma que dissipe todas as doenças ou enfermidades do Corpo. Assim, a cura decorre de um ato de fé que mobiliza o Paciente e o torna o agente de sua cura. Nesse sentido há uma distinção entre tratar (ato em que o Paciente é passivo, também chamado de remediar) e curar (processo em que o Paciente é ativo). O Paciente tem que compreender que a doença ou a enfermidade é a consequência da violação das Leis da Natureza, e se voltar ou continuar fazendo as mesmas coisas que fazia, a doença ou a enfermidade retornará. Note que o tratar ou remediar é um processo físico. Já o curar é radicalmente diferente porque, neste caso, se exige que o Paciente coopere espiritual e fisicamente com quem cura.

Foi assim que os milagres de Cristo-Jesus, “o mestre curador”, foram obtidos. Cristo mobilizava o Poder do Espírito para curar pessoas que tinham fé neste poder. Como evidência da necessidade de se ter fé no Método de Cura, podemos estudar na Bíblia: “E Ele não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13:58).

O Poder Divino é chamado de a Panaceia Universal. A Panaceia é enviada por Deus para curar o ser humano. Essa “essência espiritual” é enviada a nós e nos fornece um impulso para que nos recomponhamos e retomemos o controle das células do nosso Corpo para restabelecer o funcionamento físico harmonioso.

Podemos nos perguntar: como um Paciente pode se beneficiar da Panaceia Universal? Note que a Cura Rosacruz opera a partir da transferência. Há sim a necessidade do comprometimento do Paciente. Se pelo contrário, o Paciente não acredita no poder de cura do Curador, seria melhor chamar um médico ou uma médica em quem ele confie, porque a saúde e a doença dependem muito do estado de espírito da pessoa que sofre.

Uma ponte deve ser estendida entre os planos superiores e inferiores. Quando Cristo utilizou o Corpo de Jesus na Terra e curou os enfermos, Ele, que era o Senhor do Sol, encerrava em Si a síntese das vibrações dos Astros, da mesma maneira que a oitava musical contém todas as tonalidades da escala e, portanto, podia emitir de Si mesmo a influência astral corretiva necessária e suficiente em cada caso. Ele sentia a desarmonia e sabia imediatamente como desfazê-la em virtude de Seu exaltado desenvolvimento. Diferentemente dos Curadores de hoje, Cristo não precisava despertar um Poder de Dura. Ele não precisava de preparação prévia, mas alcançava resultados imediatos ao substituir, com harmonia, a discórdia astral causadora da doença ou enfermidade que ele queria curar. Só em um caso recorreu à lei superior e disse: “Levanta-te; teus pecados estão perdoados” (Lc 5:23-24 e Mc 2:9-11).

Cristo, impregnado de Lei superior, portanto com Poder Divino, pôde curar restabelecendo uma harmonia que não se limita à harmonia biológica, mas tem a ver também com a harmonia cósmica que contribui para o funcionamento tanto dos Corpos como da Mente.

Sabemos que temos uma concepção biocósmica e o tratamento da doença ou enfermidade deve ser qualificado como tal. A cura passa, também, por um diagnóstico astrológico do Paciente, pois o Método de Cura da Fraternidade Rosacruz depende do conhecimento das dissonâncias astrais, que são a causa da doença ou da enfermidade, e do conhecimento da influência que remediará essa discórdia.

Ou seja, também é uma questão de Astroterapia que é tão útil quanto, de acordo com suas Leis de Compatibilidade e Receptividade, o Paciente se curar com menos esforço sob posições astrais favoráveis. Portanto, os Curadores levantam o horóscopo do paciente e então, conhecendo a doença ou enfermidade, eles entram em um estado de receptividade por meio de Exercícios Esotéricos Rosacruzes. Estes últimos são os meios mais eficientes para entrar em harmonia com Cristo. A prática desses Exercícios conduz a um dom de intuição que permite perceber o sofrimento dos outros, enquanto se encontra uma forma de lhes dar consolo e apoio.

Por que curar? Porque, do ponto de vista do ocultismo, o fato de vivermos ou morrermos é irrelevante, pois a morte não significa aniquilação, mas apenas uma mudança de consciência em relação a outras esferas. Prolongar a vida do veículo, que é o Corpo Denso aqui, permite reunir experiências e estender o desenvolvimento espiritual da pessoa aqui na Terra, que é o baluarte da evolução. O ato de curar é, portanto, tornado relativo. A vida aqui é importante, a saúde também, mas a vida aqui e a saúde vêm depois do desenvolvimento espiritual.

Na verdade, uma pessoa doente pode invocar energia por si mesma. A doença ou enfermidade física pode ser curada pelo poder espiritual, mas há que ter uma noção de “quantidade de Poder”, união de poderes introduzida pelo elemento social. Uma pessoa doente ou enferma recebe ajuda de um grupo de indivíduos: os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Esses irmãos são auxiliados mundialmente pelos Estudantes Rosacruzes e por qualquer pessoa que queira ajudar, a cada semana, quando a Lua passa por um Signo Cardinal – as chamadas Datas de Cura – que colocam seus pensamentos em uníssono em um momento chamado 18h30, independentemente dos fusos horários ou qualquer outro horário, pois o pensamento é um fluido transmitido por todo o Planeta que atingirá seu objetivo (se quiser se preparar para facilitar criar tais pensamentos de Cura, antes de se concentrar, oficie o Ritual do Serviço Devocional de Cura). O número de pessoas focadas nesse momento aumenta o poder espiritual em uma progressão geométrica.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É justificável a atitude dos médicos que permitem que uma criança afetada com deficiência intelectual extrema e fisicamente indefesa morra, quando uma cirurgia ou um procedimento médico permitiria que ela vivesse? Uma pessoa afetada com deficiência intelectual extrema ou em um estado mental que impede a percepção, o comportamento e/ou a interação social normais – chegando a ser doente mental muito grave – ganhará alguma experiência compensadora no decorrer da vida dela? O Ego está consciente da deficiência da Mente e do Corpo durante tal vida? Em tais condições, ele consegue aprender alguma coisa? Podemos classificar uma pessoa afetada com insanidade como uma doença hereditária?

Resposta: Suponha que uma criança sofreu um acidente enquanto brincava, uma pancada na cabeça e, em consequência, tornou-se deficiente ou, talvez, tenha sido colocada estado de coma. Ninguém hesitaria nem por um só momento em submetê-la, por exemplo, a uma cirurgia de trepanação[1] para que, ao aliviar a pressão exercida no crânio, a criança pudesse ser trazida ao seu estado normal de consciência. Então, por que uma criança com alguma deficiência intelectual não deveria receber os mesmos cuidados, e tudo que estiver ao alcance para ajudá-la? Seria considerado um ato criminoso permitir que uma criança normal morra por falta de cuidados e é igualmente imperdoável e indefensável essa omissão no caso de uma criança que nasceu destinada a ter uma deficiência intelectual, pois quando o Ego passa pelo útero, a fim de adquirir as experiências desta vida física, é nosso dever apoiar os esforços dele de todas as maneiras possíveis.

O Ego adquire experiência por meio de uma vida onde ele se manifesta aqui com alguma deficiência intelectual, mas o Ego em si mesmo nunca tem ou terá alguma deficiência intelectual. O que produz a deficiência intelectual é uma conexão falha ou imprópria entre os vários veículos dele, isto é, entre a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso. Quando a conexão entre os centros cerebrais do Corpo Denso e o Corpo Vital é imperfeita, temos o deficiente intelectual, frequentemente um melancólico, mas geral e inteiramente inofensivo. Quando a conexão defeituosa é entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, as condições são um tanto semelhantes, mas incluem a classe de pessoas cujo controle muscular é defeituoso ou falho (imperfeito em forma, estrutura ou função), como na epilepsia, na dança de São Vito[2], etc. Quando a conexão entre o Corpo de Desejos e a Mente é rompida ou falha, temos o maníaco delirante, violento e perigoso. E quando a conexão entre o Ego e a Mente é defeituosa ou falha (imperfeita em forma, estrutura ou função), temos o que poderíamos chamar de um ser humano sem alma, o mais perigoso de todos, dotado de uma astúcia que é usada, geralmente, em algum momento inesperado, da forma mais diabólica.

Se considerarmos o Corpo, ou os diferentes Corpos ou veículos, como instrumentos musicais nos quais o Ego se expressa, então, quando cada conexão é perfeita , o Ego pode produzir uma sinfonia de vida mais ou menos bela, de acordo com o seu estágio evolutivo. Mas quando as conexões se apresentam falhas ou estão rompidas, o Ego é como um músico forçado a exercer o seu talento com um instrumento onde, por exemplo, faltam várias cordas e, em consequência, ele é incapaz de produzir nada além de sons dissonantes. Para o músico, seria torturante ser forçado a tocar num instrumento tão defeituoso; e o mesmo ocorre com o Ego aprisionado num Corpo cujo controle normal lhe foi tirado. Por razões que podem ser procuradas em vidas passadas, ele é forçado a permanecer dentro de um Corpo que não pode controlar, e sofre mais ou menos intensamente de acordo com o seu estágio evolutivo; assim, ele está aprendendo uma determinada lição na escola da vida, que é necessária para torná-lo perfeito. E uma condição triste, mas embora o tempo de uma vida pareça ser muito longo, é apenas um momento fugaz dentro na vida infinita do Espírito; e podemos nos consolar com o conhecimento de que quando tal Ego retornar à Terra, ele terá um Corpo normal, desde que, é claro, a lição tenha sido aprendida.

Com relação à última parte da pergunta, se a deficiência intelectual é ou não hereditária, podemos responder afirmativa ou negativamente, de acordo com a fase do problema que estamos considerando. Do ponto de vista espiritual não é hereditária, pois, como já foi dito, a deficiência intelectual não é um defeito do Ego. Devido a um desvio de seu caráter, ele não consegue construir um Corpo ou um veículo normal e, por associação, é atraído para uma família que sofre de problemas semelhantes. Isto se baseia no mesmo princípio de que pessoas de carácter semelhante sempre buscam a companhia uma das outras; como diz o velho ditado: “cada qual com o seu igual”. Os músicos se reúnem em casas de shows, nos concertos e outros lugares afins. Eles, também, buscam nascer em famílias de músicos, porque lá encontrarão os instrumentos que necessitam – como dedos longos e esguios e um ouvido com canais semicirculares dispostos de forma adequada – o que lhes conferirá condições para se expressar por meio da música. Os esportistas e os jogadores se reúnem em pistas de corridas e nas casas de jogo. Os ladrões têm seus refúgios, e assim por diante. Da mesma forma, aqueles com um certo defeito de caráter são atraídos por famílias que tem o mesmo defeito. Portanto, se encararmos o problema de deficiência intelectual pelo lado da forma, pode-se dizer que ela é hereditária.

Muitos cientistas, que só consideram o assunto inteiramente do ponto de vista da forma, são da opinião que ao limitar a reprodução dos deficientes intelectuais, podem erradicar as doenças. Mas, assim como as secreções suaves do Corpo do caracol são expelidas gradualmente para que se cristalizem formando a concha dura e pedregosa que ele carrega nas costas, também os atos do Ego que, gradualmente, se cristalizam em um Corpo dentro do qual o Espírito deve residir até que surtam o efeito desejado. O alívio nunca será conseguido trabalhando apenas com e sobre o Corpo Denso, da mesma forma que um caracol doente nunca será curado, se tratarmos apenas a concha.

Emerson[3] disse verdadeiramente que: “todo ser humano é um canalha quando fica doente”, pois foi descoberto quebrando as Leis da Natureza. Os deficientes intelectuais estão nessa categoria, e se quisermos curá-los, precisamos usar os meios espirituais de educação. Todos os outros métodos são simplesmente paliativos; eles não alcançam a fonte ou a causa da doença.

(Pergunta nº 40 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Repostas” – Volume 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: é um procedimento cirúrgico que consiste em fazer um ou mais furos no crânio. Pode ser usada para: Descompressão craniana, Acessar estruturas cerebrais, Implantar dispositivos.

[2] N.T.: Ou Coreia reumática de Sydenham ou dança de São Guido é um transtorno neurológico que afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática, mais frequente entre meninas e/ou crianças e adolescentes. A descrição mais famosa da doença foi feita em San Vito, Itália, em 1686, por Sydenham no livro Schedula Monitoria.

[3] N.T.: Ralph Waldo Emerson (1803-1882) foi um famoso escritor, filósofo e poeta estadunidense. Conhecido por ter sido o criador da escola de filosofia “transcendentalista” norte-americana. A citação faz parte do seu ensaio “Considerações” de sua coleção “A Conduta da Vida”.

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