Ainda hoje observamos em muitas construções antigas de igrejas católicas quatro estátuas em cima do frontispício, representativas dos quatro Evangelistas – S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João –, tendo aos pés os símbolos dos quatro Signos Fixos que outrora compunham a esfinge: Escorpião (representado por uma águia), Leão (por um leão), Touro (por um touro) e Aquário (representado por um ser humano). É uma influência da primitiva igreja, pois os antigos “Pais da Igreja” conservavam o conhecimento dos Mistérios Cristãos e sabiam muito bem a parte Esotérica e a relação entre as Forças Cósmicas (Astrologia Espiritual) e a evolução humana. Os Evangelhos são Fórmulas de Iniciação diferentes: dentre as coletâneas feitas pelos diferentes Discípulos de Cristo-Jesus e por seus seguidores diretos, foram escolhidas apenas essas quatro, que hoje, divididas em capítulos, constituem os Evangelhos. As demais foram consideradas apócrifas ou não inspiradas. Contudo, havia uma razão de ser nessa escolha. Tais Evangelhos ou métodos iniciáticos formam as linhas angulares que determinariam o horóscopo e evolução do Cristianismo.
Podem alguns estranhar que Escorpião seja ali representado pela águia, como o foi na esfinge misteriosa. É que Escorpião representa a força sexual criadora, em que se fundamenta todo o nosso poder potencial encerra vários símbolos. Cada um deles exprime um estágio evolutivo.
As forças ocultas no ser humano são um mistério, cujo conhecimento e domínio nos abre as portas da regeneração e libertação, para a reconquista da condição de Filhos de Deus (religação ou a verdadeira Religião). Por isso, Escorpião rege o sexo e a força motriz emotiva. Por isso, Escorpião rege a oitava Casa do horóscopo, que expressa a regeneração ou a degeneração, segundo os Astros e Aspectos de cada horóscopo.
Na fase primitiva da evolução, Escorpião rasteja na paixão, escravizando o nativo às exigências dos sentidos. No aspecto espiritual, gira por detrás, com a cauda, mostrando o lado negativo em que vivíamos, como Clarividentes involuntários grandemente influenciados e dirigidos de fora. Aqueles que alcançam a Iniciação e, com isso o desenvolvimento positivo das suas faculdades (a Clarividência voluntária) eram relacionados com a serpente, que pica pela frente, mostrando o aspecto positivo, independente. Nos mistérios egípcios, os Najas, ou serpentes, levavam uma serpente que parecia sair da raiz do nariz (lugar da consciência individual, do Espírito Divino). Esses eram desenvolvidos positivamente nos mistérios. Eram Clarividentes voluntários! Os Clarividentes involuntários traziam uma serpente desenhada no ventre, na altura do Plexo Celíaco ou Plexo Solar. Essas posições da serpente mostravam que, no desenvolvimento positivo (da Clarividência voluntária) é a própria pessoa que alcança a possibilidade de “voos d’alma”, saindo e entrando do seu Corpo Denso, pela cabeça (entre as comissuras dos ossos parietais e occipital), ao passo que, no desenvolvimento negativo (da Clarividência involuntária) é um irmão desencarnado ou uma irmã desencarnada (que chamamos de “espírito apegado à Terra” e que, portanto, não entrou no Purgatório) ou um Elemental (um ser de uma Onda de Vida sub-humana) que expulsa a pessoa residente e penetra no Corpo Denso dela pelos órgãos sexuais ou pelas paredes etéricas, rompidas, do Plexo Celíaco ou Plexo Solar.
Na Bíblia temos várias passagens elucidativas desses dois estados. Os israelitas tomaram a palavra “Naja” e modificaram-na, com o sufixo, negativo feminino “OTH”, que nos dá NAIOTH, para a Clarividência involuntária, e o final positivo masculino “IM” para a Clarividência voluntária. Saul foi a Naioth (foi tomado por um “espírito” e divertiu os outros com tiradas proféticas).
Cristo-Jesus foi Naim e ressuscitou o Filho da Viúva (Iniciação de Lázaro).
Mercúrio, o símbolo da razão, também leva uma serpente a lhe sair do chapéu; é indicação de que, com o chapéu de Mercúrio, a razão, chave evolutiva da presente Época Ária, o ser humano é livre e independente de influência externa para evoluir.
Quando, no antigo Egito, a pessoa levava duas serpentes a lhe sair da fronte, indicava exercer dois poderes: de Rei e Sacerdote.
Naja (Uraeus) é um emblema de Sabedoria. Cristo se refere aos detentores dessa Sabedoria quando aconselhou a sermos “sábios como as serpentes”. Na Índia, os guardiães dos mistérios eram chamados “nagas” ou serpentes. Nos “Eddas” de Islândia, vemos que Siegfried, investigador sincero, degolou a serpente, provou seu sangue e se converteu num sábio. Ora, o veneno é um símbolo da força sexual criadora. Siegfried o bebeu e se tornou sábio. Quem usa o veneno (poder, força sexual criador) de forma indevida, pica por detrás e se torna réu ou vítima do próprio veneno como o escorpião ao se matar, diante do perigo. Contudo, quem usa essas forças de forma positiva e justa, pica pela frente, como a serpente (razão).
Um estudo sobre Escorpião mostra como essa força age e a necessidade de ela ser transmutada, transubstanciada. Quando, pela regeneração da natureza criadora, transubstanciamos essa força sexual criadora dentro de nós, alcançamos a condição de águias, a que voa em busca das alturas, não com as asas de cera do falso desenvolvimento de um Ícaro, mas com asas reais, que nos torna possível deixar a prisão da ilha do nosso Corpo Denso.
Os alquimistas costumavam comparar o ser humano a um forno e representavam-no com uma chama inferior para queimar e sublimar em forma de vapor, a líquida natureza da força de Escorpião. De fato, sabemos que na medula espinhal do ser humano circula um gás, a força de Netuno que rege as faculdades supranormais. Esse gás pode converter-se no líquido passional que procura exteriorização pelo sexo ou pode ser incendiado pela aspiração e prática de ideais superiores, caso em que, eleva-se pelo tubo (medula) do forno (corpo humano) e vai fazer vibrar os dois centros espirituais da cabeça (da Glândula Pineal e da Pituitária), estabelecendo, com a persistência do processo regenerativo, uma ponte vibratória entre esses dois centros.
Abrem-se, então, os olhos espirituais e alcançamos a visão dos planos internos da natureza, atualmente encobertos pelos nossos olhos carnais.
Ora, o que cegou o ser humano foi a “Queda do Homem”, o uso da bebida alcoólica e de outros excitantes. Por isso, a Fraternidade Rosacruz recomenda aos Aspirantes à vida superior – o Estudante Rosacruz – o abandono da carne animal (mamífero, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins) – que está impregnada pela paixão animal, pois como diz a Bíblia, “a alma da carne está no sangue”[1] –, das bebidas alcoólicas, do fumo (de qualquer tipo e de qualquer forma) e de outros tóxicos que dificultam o processo regenerativo.
O modelo divino do Tabernáculo no Deserto, dado a Moisés no Monte, previa precisamente a elevação humana da degeneração em que estavam, para a regeneração. O Altar dos Sacrifícios simboliza a força sexual criadora voltada para satisfação egoísta de todos os desejos do ser humano. Ela deve ser queimada (sublimada) com sal (arrependimento). O odor que se elevava da queima agradava ao Senhor. Contudo, naquele tempo não estávamos preparados, ainda, para o sacrifício de nós mesmo e os Seres Superiores determinaram que sacrificássemos as nossas posses (machos bovinos e ovinos) além dos dízimos. Com o advento de Cristo e a purificação dos Estratos da Terra, alcançamos a possibilidade de fazer de nós mesmos, sob uma orientação racional, um sacrifício vivente. O Tabernáculo no Deserto, que era “uma sombra das coisas que viriam”[2], antecipava essa possibilidade expressa por S. Paulo Apóstolo quando diz na sua Epístola aos Efésios 4:22 a 24: “que nos despojemos do homem velho e nos revistamos do homem novo, em novidade de espírito”. E, ainda mais, na sua Primeira Epístola aos Coríntios 15:42: “ressuscitarmos da corrupção para a incorrupção, de corpo animal para o corpo espiritual”. O Tabernáculo no Deserto é nosso Corpo Denso, o Templo de Deus Vivo, o Deus Interno. Se queremos trabalhar eficazmente a serviço da Humanidade, alcançando para nós, ao mesmo tempo, a verdadeira felicidade, é necessário que passemos além de seres humanos comuns, que funcionam apenas no Átrio externo do Tabernáculo no Deserto, no lado inferior. Aprendendo a queimar os atos errôneos de cada dia, com o fogo da consciência, durante o Exercício Esotérico noturno de Retrospeção, podemos nos lavar e nos purificar, a fim de entrar, durante o sono, no Sanctum (Sala Oriental do Tabernáculo no Deserto) e lá trabalhar como Auxiliares Invisíveis inconscientes, a serviço da Humanidade. Contudo, não basta isso, é necessário que durante o dia aproveitemos todas as oportunidades de bem agir, ou seja, de servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) a divina essência oculta em cada irmão e irmã – que é a base da Fraternidade – que está ao nosso redor. Só podemos ser eficientes Auxiliares Invisíveis quando aprendemos a ser, aqui e agora, Auxiliares Visíveis provados pela prática, e não simplesmente em teoria e aspiração. Aí sim, o bem agir e um Exercício Esotérico noturno de Retrospeção bem-feito nos permite extrair a essência do serviço prestado, para oferecê-la aos semelhantes durante o trabalho noturno, a que nos consagramos diariamente.
Desse modo — afirma Max Heindel com o conhecimento de causa — o maior criminoso pode transformar-se radicalmente. É um trabalho de repetição no bem, de automatização do certo, deixando de lado, procurando esquecer o lado inferior, que morrerá de inanição, aos poucos, e um dia chegará em que, suficientemente equilibrados para nos dirigir seguramente no Mundo do Desejo, somos visitados pelo Irmão Maior e convidados a entrar no Sanctum Sanctorum (Sala Ocidental do Tabernáculo no Deserto). Esse extremo ocidental do Tabernáculo no Deserto é a nossa cabeça, onde estão os dois Querubins (Glândula Pineal e Pituitária ligando suas asas, ponte vibratória) sobre a arca, onde estão as Tábuas da Lei (a observância consciente e espontânea nas Leis de Deus), a Vara de Aarão (o fogo espinhal de Netuno, com todo seu poder potencial) e o Maná (o Espírito).
Contudo, essa transubstanciação é assunto delicado. Por isso fazemos o presente artigo, na esperança de reforçar e assegurar uma boa compreensão.
Precisamos nos conhecer sobre o assunto (Nosce Te Ipsum), por um estudo criterioso do nosso horóscopo (calculado e levantado ponto a ponto por nós mesmos – utilizando a Astrologia Rosacruz –, e não por outrem e, muito menos por meios automatizados), tomar consciência dos nossos pontos frágeis e fortes e depois trabalhar vigilantemente por nossa regeneração, seguindo um roteiro pessoal. Os pontos frágeis, principalmente os complexos impulsos emocionais e sexuais, não são sublimados pelo combate. Cristo recomenda mui oportunamente que “não resistamos ao mal”[3], isto é, que não pensemos nele, que não lhe demos consideração pois, cada vez que pomos uma ideia na consciência fortificamo-la com nossa atenção. Conseguir bons resultados, nos mantém sempre ocupados em coisas nobres e prazerosas. Os Santos são, muitas vezes, representados pisando uma serpente. S. Jorge, por exemplo, matou o dragão; também nós, para dominar a força emocional de Escorpião, devemos unicamente estar alertas contra seu automatismo astuto e sutil e pensar e agir unicamente no que seja construtivo.
Há muitas coisas por aí a conspirar contra nosso aperfeiçoamento. Não faz mal. Não podemos ficar num convento ou num mosteiro. A oficina de aperfeiçoamento é aqui mesmo, no meio da tentação, na vida que nós mesmos escolhemos no Terceiro Céu. É a única forma de provarmos para nós mesmos se estamos seguros para enfrentar provas maiores. Estejamos alertas contra as insidiosas sensações e imagens que, pela mídia, pelos canais de comunicações, podem acumular-se e insidiosamente incitar-nos a natureza inferior. Olhemos o lado bom de cada coisa, desconcertando o mecanismo do subconsciente instintivo. Isto é, “vigiai e orai”[4].
E, como ainda não somos santos, cuidadosamente demos vazão ao vapor da natureza emocional que se acumular, porque senão estoura a caldeira. Escorpião rege esse impulso de liberação e devemos ser prudentes. Contudo, entre ser prudentes e condescendentes com o instinto, vai uma grande distância!
Há, ainda, o perigo do recalque, isto é, não sublimar natural e inteligentemente a força sexual criadora e apenas querer contê-la à força de vontade ou por inibição. Isso é realmente um perigo. Na Lenda de Parsifal, Klingsor, buscando ser um dos cavaleiros do Graal (ser repentinamente elevado), mutilou-se, vedando a si mesmo a satisfação instintiva.
Contudo, com a vista espiritual o Guardião do Castelo percebeu o íntimo tenebroso e passional de Klingsor e não lhe permitiu o ingresso. É o problema da circuncisão debatido por S. Paulo Apóstolo. O Corpo de Desejos é distinto do Corpo Denso, se bem se expresse através dele, como Klingsor fazia com Kundry, quando a despertava antes que os Cavaleiros do Graal o fizessem, utilizando-a em propósitos egoístas. Klingsor morava no “vale”, indicativo da parte baixa do Corpo Denso, onde se situam os órgãos sexuais, expressão inferior da força emocional. O Castelo do Graal estava no “monte”, isto é, na cabeça. Os Cavaleiros são o gás netuniano. Atraídos e seduzidos pela flores-deusas deixam-se exterminar por Klingsor.
Parsifal foi tentado e venceu a prova. Contudo, teve, ademais, que provar seu valor altruístico, sofrendo e servindo, usando seu poder em benefício dos demais e nunca para si.
Assim, também nós, temos tudo isso dentro do nosso reino interno e é mister alcançar o mérito de Parsifal não insensatamente como Amfortas, mas sabiamente, como “serpentes” que desejam se transmutar em águia.
E das cinzas da queima da natureza inferior se elevará, gloriosamente, em repetidos renascimentos, cada vez mais luminosos, a Fênix!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1966-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Lev 7:11
[2] N.R. Hb 10:13
[3] N.R. Mt 5:39
[4] N.R.: Mt 26:41)
Mais uma vez é atingido o ponto culminante do ano, o maior de todos os eventos cósmicos: o Natal, a renovação do impulso Crístico na Terra.
Na Noite Santa, o solene tanger dos sinos invoca a presença dos fiéis para reverenciar a magna data. É a colimação cíclica de um processo irresistível e irreversível.
Novamente, o acendrado amor de Cristo por cada um de nós se faz sentir por meio da manifestação da Sua energia, sensibilizando os nossos corações para as esferas superiores da vida. É a observação fiel de um compromisso, cujo término se condiciona ao nosso próprio livre arbítrio, perdurando até que uma boa parte de nós desenvolva o Corpo-Alma, o “soma psuchicon”, identificando-se então com o próprio Cristo, por isso que é chamado, também, de Cristo interno.
Hoje, tal promessa é tão viva, tão real, tão sonora como o foi há mais de dois mil anos! Sentimos a presença do Cristo em cada ato de benevolência. Ouvimos a voz d’Ele nas palavras consoladores, nas pregações sinceras, nas músicas sublimes. Observamos os milagres d’Ele na ação pura dos idealistas. Cada novo Cristão é um Lázaro que ressurge. Cada novo Cristão é um participante da multidão alimentada com o “pão da vida”.
Mais de vinte séculos são decorridos e as vitórias do Cristianismo se sucedem. Forjado com o sangue dos mártires imolados em Roma e na Ásia Menor, resistiu a todas as procelas: aos tenazes perseguidores, às incompreensões e divergências internas, ao materialismo dos nossos tempos.
Força irresistível! Sobreviveu a todas as tentativas de destruição que lhe fizeram.
Estamos atravessando um momento crítico nesse Esquema de Evolução. Nunca carecemos tanto da presença de Cristo como agora, e nunca Ele esteve tão próximo, empenhando-se em nos despertar a nossa verdadeira vocação espiritual.
Somos uma massa heterogênea. Formamos um conglomerado de virtudes e defeitos, de injustos, justos e injustiçados, de crentes e indiferentes, de altruístas e egoístas, de explorados e exploradores. A cada Natal, a força Crística reinicia o processo de transmutação dessa massa, sensibilizando as nossas faculdades espirituais. É essa energia dinâmica na verdadeira acepção da palavra que procura romper a barreira das nossas limitações. É ela que nos inspira no aprimoramento do nosso caráter. Ela nos enleva ante uma estátua esculpida na algidez de uma pedra. Ali não deparamos meramente com a figura estática, mas sentimo-la vivente, palpitante.
Essa energia nos deixa extasiados ao examinarmos um quadro, em que os contornos e as cores sugerem sentimentos. Ela nos eleva e aquieta ao som de uma Sinfonia de Beethoven, de uma composição de Bach ou Haendel.
Nessas contemplações transcendemos a forma, penetramos no âmago, no espírito das coisas.
A esse propósito, queridos irmãos e irmãs, almejemos cada vez mais penetrar no Espírito do Natal, identificando-nos com ele. O verdadeiro Natal é interno. Consiste no nascimento do Cristo em nosso mundo interior.
Convertamos nossos corações em humildes manjedouras para receber Aquele que salva. E quais Reis Magos, depositemos aos Seus pés nossas oferendas: o ouro, o incenso e a mirra, traduzidos simbolicamente no Corpo, na Alma e no Espírito. Reverentes e gratos, entreguemos nossas dádivas Àquele que em si mesmo é a dádiva perpétua, a oferta perfeita, o Cristo que salva, que redime, que consola, que eleva, que encontra uma réplica microcósmica em cada ser humano, e que, ano após ano, generosamente, oferece-nos sua ajuda no sentido de ampliarmos Sua imagem em nós, até que todas formem uma só aura, uma só força, um só poder, no grande dia das Bodas Místicas.
Que este Natal nos encontre unidos em torno do nosso ideal, o ideal do Cristo!
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – dezembro/1973–Fraternidade Rosacruz–SP)
Resposta: S. Pedro não ressuscitou Dorcas dentre os mortos, nem o Cristo ressuscitou Lázaro ou qualquer outro, e nenhum deles afirmou isso. Cristo disse: “Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo”[1]”.
Para que esse assunto seja bem compreendido, explicaremos o que ocorre na morte e em que ponto a morte é diferente do estado de transe, pois as pessoas mencionadas estavam em transe quando se sucederam os supostos milagres.
Durante o estado de vigília, quando o Ego está funcionando conscientemente no Mundo Físico, seus vários veículos estão concêntricos – eles ocupam o mesmo espaço – mas à noite, quando o Corpo Denso dorme, ocorre uma separação. O Ego, junto com a Mente e o Corpo de Desejos, liberta-se do Corpo Denso e do Corpo Vital, que são deixados sobre a cama ou outro lugar em que a pessoa esteja dormindo. Os veículos superiores pairam acima ou próximo ao Corpo Denso. Eles estão conectados aos veículos mais densos pelo Cordão Prateado, um fio tênue e reluzente que assume a forma de dois números seis, tendo uma extremidade ligada ao Átomo-semente no coração e a outra ao vórtice central do Corpo de Desejos[2].
No momento da morte, esse tênue fio se rompe no Átomo-semente do coração e as forças desse Átomo-semente passam ao longo do nervo pneumogástrico[3], através do terceiro ventrículo do cérebro e, daí para fora através da sutura parieto-occipital do crânio, ao longo do Cordão Prateado até aos veículos superiores. Simultaneamente a essa ruptura, o Corpo Vital também se desprende e junta-se aos veículos superiores que estão flutuando sobre o Corpo Denso sem vida. Permanece ali cerca de três dias e meio. Em seguida, os veículos superiores se desprendem do Corpo Vital que, nos casos comuns, se desintegra sincronicamente com o Corpo Denso.
No momento dessa última separação, o Cordão Prateado também se rompe ao meio, e o Ego está livre do contato com o Mundo material.
Durante o sono, o Ego também se retira do Corpo Denso, mas o Corpo Vital permanece com o Corpo Denso e o Cordão Prateado permanece intacto.
Algumas vezes acontece que o Ego não retorna ao Corpo Denso pela manhã para acordá-lo, como de costume, mas permanece fora por um tempo que varia de um a um número indefinido de dias. Então, dizemos que o Corpo Denso está em um estado de transe natural. Mas, o Cordão Prateado não se rompeu em nenhum dos dois pontos mencionados acima. Quando ocorrem essas rupturas, não há restauração possível. O Cristo e o Apóstolo eram clarividentes; eles viram que nenhuma ruptura ocorrera nos casos mencionados, por isso, disse: “Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo”. Eles também possuíam o poder de forçar o Ego a retornar a seu Corpo Denso e restaurar a condição normal. Assim, os chamados milagres foram realizados por eles.
(Pergunta nº 113 do Livro “Filosofia Perguntas e Repostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Jo 11:11
[2] N.T.: onde está o Átomo-semente do Corpo de Desejos, na posição referencial do fígado físico.
[3] N.T.: também chamado de nervo vago.
Ao contrário do que é costume fazer-se devemos ver o Evangelho Segundo São João como um todo, buscando analisá-lo em seus pontos principais. Desde os primeiros capítulos, vê-se pela composição e pelo estilo, que esta obra é o documento mais completo que existe no mundo. Porém, não é com uma leitura superficial que se verificará essa asserção. É mister compreender-se o que está oculto em suas palavras.
Notemos que o Evangelho enumera sete milagres até a ressurreição de Lázaro:
Partamos de um ponto chave, para esboçar o estudo deste último e maravilhoso acontecimento: “Os chefes dos sacerdotes decidiram, então, matar também a Lázaro” (Jo 12:10). Por que matar a Lázaro? Cristo-Jesus havia beneficiado outros e os sacerdotes não procuraram matá-los… Isto nos leva a conclusão de que o ato da ressurreição de Lázaro foi a prova pública, dada por Cristo, de que a Iniciação estava aberta para todo aquele que quisesse. Ora, isso era a derrocada do regime sacerdotal. Só havia, pois, uma solução: matar o autor e também a obra, para que nenhum testemunho ficasse. Mas, façamos um estudo mais detalhado.
Dentre os milagres acima enumerados atribuídos a Cristo-Jesus, devemos dar um significado muito especial à ressurreição de Lázaro. Tudo concorre para dar ao fato aí narrado o lugar principal no Novo Testamento. Lembremo-nos de que esse fato é citado no Evangelho Segundo São João apenas, isto é, o Evangelho que, desde suas palavras iniciais, reclama interpretação precisa de todo o seu conteúdo.
São João começa dizendo: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus (…). E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade”. (Jo 1:1 e 14)
Quem inicia um relatório com tais palavras indica claramente que todo o relatório deve ser interpretado em sentido particularmente profundo. Não nos podemos cingir a raciocínios superficiais. Então, que o Apóstolo São João quis dizer com estas palavras de introdução? Disse claramente de algo eterno, que existia desde o começo. Os fatos narrados por São João não se endereçam à vista nem aos ouvidos; reclamam maturidade interior e lógica. O “Verbo” que agiu no princípio está oculto em todos os fatos. Os fatos são, para ele, os veículos nos quais se exprime em sentido superior. Pode-se, pois, supor, que por baixo do fato da ressureição de um homem de entre os mortos (fato difícil de conceber pelos olhos, pelos ouvidos e pela inteligência material) esconde-se um sentido mais profundo.
A isso vem juntar-se outra coisa: não há nenhuma dúvida de que a ressurreição de Lázaro teve influência decisiva sobre a morte de Jesus. Pois, por que o fato de ter Cristo-Jesus ressuscitado um morto, tornou-O tão perigoso aos seus adversários? É preciso admitir, com efeito, que Cristo-Jesus fez algo particularmente importante para justificar palavras como estas: “Então, os chefes dos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e disseram: “Que faremos? Esse homem realiza muitos sinais.” (Jo 11:47).
É preciso reconhecer que todo o Evangelho Segundo São João está envolto em um mistério. Verificaremos isto num instante. Se o seu conteúdo fosse tomado ao pé da letra, que sentido teriam estas palavras: “A essa notícia, Jesus disse: ‘Essa doença não é mortal, mas para a glória de Deus, para que, por ela, seja glorificado o Filho de Deus’” (Jo 11:4)? E o que dizer ainda destas palavras: “Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (Jo; 11:25). Seria muito fútil acreditar que Cristo-Jesus quisesse significar: “Lázaro adoeceu para dar oportunidade a Jesus de mostrar sua arte”. Seria também muito fútil atribuir a Cristo-Jesus o pensamento de que a fé n’Ele fazia reviver os mortos. E que haveria de extraordinário num homem ressuscitado dentre os mortos e que depois da ressurreição continuasse a ser o mesmo de antes? E como poderíamos atribuir a esse homem o sentido dado pelas palavras: “Eu sou a ressurreição e a vida”? A vida e o sentido entram nas palavras de Cristo-Jesus se as tomarmos simbolicamente e, em seguida, de certo modo literalmente, tal como estão no texto. Cristo-Jesus não disse que Ele personificava a ressurreição havida com Lázaro e que Ele é a Vida que vive em Lázaro? Tome-se ao pé da letra o que é o Cristo no Evangelho de São João: “O Verbo feito carne“. Ele é o eterno que era desde o começo. Ora, se de fato Ele é a ressurreição, é também a vida primordial que foi despertada em Lázaro. Trata se aqui de uma evocação do “Verbo” eterno e este Verbo é a Vida a qual Lazaro foi despertado. Trata-se de uma doença que não leva a morte, mas a “glória de Deus”. Se o Verbo eterno ressurgiu em Lázaro, então, todo esse acontecimento manifesta a glória de Deus, de vez que, por esse processo, Lázaro tornou-se outro. Antes disso, o Verbo, o Espírito, não vivia nele; agora, o Espírito nele vive. Esse espírito foi gerado em sua alma.
É claro que todo nascimento é acompanhado de doença. Ora, essa doença não leva à morte, mas a uma vida nova.
Onde está o túmulo onde nasceu o Verbo? Para responder a esta pergunta basta pensar no iniciado Platão[1], que chama o corpo do ser humano de “o túmulo da alma”. E Platão falou também duma espécie de ressurreição quando fez alusão ao despertar da vida espiritual no corpo. O que Platão chamou de “alma espiritual”, São João o designa por Logos, Verbo ou a Palavra. Platão poderia ter dito “quem se torna espiritual ressuscitou o divino do túmulo de seu corpo”. E para São João a vida de Cristo é essa Ressurreição. Nada de espantoso, pois ele disse de Cristo: “Eu sou a Ressurreição”.
Não há como duvidar de que o episódio de Betânia é uma ressurreição no sentido espiritual. É bastante caracterizar esse fato com as palavras dos que se iniciaram nos mistérios, e seu sentido logo aparece. Que disse Plutarco[2] do propósito desses mistérios? Que eles serviam para desprender a alma da vida corporal e uni-la ao Divino. E eis como Schelling[3] descreve as sensações de um Iniciado: “O Iniciado tornava-se pela Iniciação um membro da cadeia mágica; era recebido num organismo indestrutível e, como exprimem as velhas inscrições, associado ao exército dos deuses superiores. Não se pode designar de modo mais significativo a reviravolta que se produzia na vida do ser humano que recebia a Iniciação, do que pelas palavras de Edésio[4] a seu discípulo, o imperador Constantino: “Um dia, quando tomares parte nos Mistérios, terás vergonha de teres nascido como ser humano”.
Quando nossa alma ficar penetrada por esse sentimento, o acontecimento de Betânia aparecerá em sua verdadeira luz. Então, a narração de São João nos fará viver algo em particular. Mal se entreve a certeza de que não podemos dar nenhuma interpretação, nenhuma explicação racional. Um mistério, no verdadeiro sentido da palavra está diante de nossos olhos. “O Verbo Eterno” penetrou em Lázaro. Ele tornou-se, falando na linguagem dos Mistérios, um verdadeiro Iniciado. E o acontecimento que São João nos conta é um fenômeno de Iniciação.
Imaginemos a cena como sendo uma Iniciação. Cristo Jesus ama Lázaro. Não é uma amizade no sentido vulgar da palavra. Isso seria contrário ao sentido do Evangelho Segundo São João, onde Cristo-Jesus é “O Verbo”. Cristo-Jesus amou Lázaro porque viu que ele estava “maduro”, pronto para despertar do “Verbo” em si. Existiam relações entre Cristo-Jesus e a família de Lázaro. Isso quer dizer que Cristo havia preparado tudo nessa família para o ato final do drama: a ressurreição de Lázaro. Este é o discípulo de Cristo-Jesus. É um discípulo no qual Cristo-Jesus tem a certeza de que a ressureição se completará. O último ato da ressureição consistia em uma ação simbólica. O ser humano não devia compreender apenas as palavras: “morre e volta”; devia justificá-las com um ato. Devia repelir sua parte terrestre, aquela da qual o indivíduo superior, no dizer dos mistérios, deve ter vergonha. O ser humano terrestre devia morrer. Seu corpo era mergulhado durante três dias num sono letárgico. Prodigiosa transformação vital, então, se produzia nele. Mas esse processo dividia a vida do místico em duas partes. Quem não conhece, por experiência própria, o conteúdo superior de semelhante ato, não o pode compreender. Pode apenas ter uma ideia aproximada por meio de uma comparação.
Resumamos, por exemplo, em algumas palavras, a substância da tragédia do Hamlet, de Shakespeare. Quem compreendeu esse resumo, pode dizer que conhece Hamlet, em certa medida. Pela lógica, conhece-o de fato. Outro conhecimento, porém, teria quem assistisse ao desenrolar de toda a tragédia, com toda a sua riqueza. Este teria compreendido sua essência e nenhuma descrição poderia substituir a sensação viva obtida por ter assistido ao desenrolar da tragédia. Para ele, Hamlet tornou-se um acontecimento artístico, uma experiência da alma.
O que se passa na imaginação do expectador durante uma representação dramática passa-se no ser humano, em plano superior da consciência, no acontecimento mágico e significativo da ressurreição que é o coroamento à Iniciação. O ser humano vive simbolicamente em si aquilo que adquiriu espiritualmente. O Corpo Denso está, de fato, morto durante três dias. Do seio da morte brota a nova vida. A alma imortal sobrevive à morte. Ela surge com a consciência de sua imortalidade, pois venceu a morte.
Foi isso que aconteceu com Lázaro. Cristo-Jesus o havia preparado para a ressurreição. A doença de que se fala no Evangelho de São João é, ao mesmo tempo, simbólica e real. É uma prova da Iniciação que deve conduzir o Iniciado, depois de um sono de três dias, a uma vida verdadeiramente nova.
Lázaro estava pronto para sofrer esta metamorfose em si mesmo. Veste a túnica de linho dos místicos, cai na letargia, que é o símbolo da morte. Adoece na cripta. Quando Cristo-Jesus chegou já se haviam passado três dias. Tiraram, pois, a pedra. E Cristo-Jesus, levantando os olhos para o Céu, disse: “Pai graças Te dou, por me haveres ouvido” (Jo 11:41).
O Pai havia ouvido Cristo-Jesus, pois Lázaro chegara ao ato final do grande acontecimento. Tinha reconhecido como chegar a ressureição. Acabava-se de cumprir uma Iniciação aos Mistérios. A Iniciação, como era feita na antiguidade, se havia consumado à luz do dia, publicamente. Cristo-Jesus fora o Iniciador.
As palavras de Cristo-Jesus que se seguiram a esse ato, são significativas: “Eu sabia que sempre me ouves; mas digo isso por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que me enviaste.” (Jo 11:42). No fundo, este acontecimento era para Cristo-Jesus o meio e não o fim. Ele o provocou, para que os que não criam na ressurreição, senão como uma cerimônia, acreditassem na Sua palavra. Para Ele, o principal é a ressurreição da alma, da qual a ressurreição do corpo é apenas o símbolo. Conclui-se, portanto, que haveria outra ressurreição e que esta era exatamente a do próprio Cristo. Mas, a ressurreição deveria produzir efeito sobre toda a humanidade. Deveria ser para todos os indivíduos, o que era para os Iniciados, a Iniciação nos mistérios. Lázaro, o ressuscitado, devia ser o testemunho consciente do grande acontecimento histórico da ressurreição de Cristo. Em Cristo-Jesus a tradição personificou-se. E o evangelista assim teve o direito de dizer: “n’Ele o Verbo se fez carne”. Teve o direito de ver em Cristo-Jesus um mistério corporificado. Eis porque o Evangelho Segundo São João é um mistério. É preciso lê-lo pensando que os fatos nele narrados são de natureza espiritual.
Na exclamação de Cristo: “Lázaro, sai para fora” pode-se reconhecer a voz dos Iniciadores antigos, chamando à vida de todos os dias, seus discípulos colocados no túmulo e mergulhados no sono letárgico para morrer para as coisas terrestres e receber o mundo divino num êxtase. Mas Cristo-Jesus havia divulgado o segredo dos mistérios. Havia tornado pública a Iniciação, privilégio de determinada casta.
Compreende-se, pois, que os Judeus quisessem punir tal atitude e buscassem meios de matar, não somente Cristo-Jesus, senão também a Lázaro (Jo 12:10). Mas Cristo-Jesus não dava nenhuma importância ao processo exterior da Iniciação: “ Eu sabia que sempre me ouves; mas digo isso por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que me enviaste.” (Jo 11:42).
Na Iniciação antiga provocava-se a convicção da imortalidade da alma por processos sábios e secretos. Antigamente se podia dizer: “Felizes os Iniciados; pois eles viram”. Mas, Cristo-Jesus queria dar essa felicidade a todos. Por isso, Ele fez dizer pela boca do Apóstolo: “Felizes os que não viram, mas que, assim mesmo, creram“[5].
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – outubro/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)
[1] N.R.: filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental.
[2] N.R.: historiador, biógrafo, ensaísta e filósofo médio platônico grego.
[3] N.R.: Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling foi um filósofo alemão, um dos representantes do idealismo alemão.
[4] N.R. filósofo neoplatônico e místico.
[5] N.R. Jo 20:29
Um correspondente deseja saber o que determina a época da Páscoa a cada ano e, sendo maçom, também deseja saber qual a conexão entre a ressurreição de Cristo na Páscoa e a ressurreição de Hiram Abiff na simbologia maçônica.
Terminada a nossa série sobre a Iniciação Cristã Mística, continuaremos o assunto com outro artigo que trata da Iniciação e se chama “Maçonaria e Catolicismo”. Nesses artigos, o assunto mencionado por nosso correspondente será amplamente debatido. Enquanto isso, esboçaremos brevemente a lenda maçônica que é necessário conhecer para compreender o assunto a que se refere.
A lenda maçônica diz que no início Iahweh criou Eva e o espírito de Lúcifer, Samael, uniu-se a ela; dessa união nasceu Caim. Então Samael deixou Eva e ela se tornou virtualmente uma viúva; assim, Caim era filho de uma viúva e dele descenderam todos os artesãos do mundo, incluindo Hiram Abiff, o grande mestre-de-obras do templo de Salomão, a quem Iahweh revelou o projeto para o Seu templo; mas, Salomão foi incapaz de executar o projeto e, portanto, compelido a contratar Hiram Abiff, um artesão exímio, filho de Caim e, portanto, filho de uma viúva.
Os elevados maçons místicos reconhecem o fato de que, do ponto de vista cósmico, Hiram Abiff é simbolizado pelo Sol. Enquanto o Sol (Hiram) está nos Signos do norte — Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem — ele está entre amigos e seguidores fiéis, mas quando, no decorrer do ano, ele entra nos Signos do sul — Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes — ele é atacado pelos três conspiradores, conforme registrado na lenda maçônica, e finalmente morto no Solstício de Dezembro, para ser novamente ressuscitado enquanto sobe em direção ao equador, que ele cruza no Equinócio de Março.
A lenda maçônica relata que a Rainha de Sabá viajou de longe para ver o sábio Salomão de quem ela tanto ouvira falar. Ela também viu o belo templo e quis ver o exímio artesão, o mestre-de-obras e seus operários, que haviam forjado tal maravilha. Mas, sempre houve inimizade entre os filhos de Caim e os filhos de Seth. Mesmo quando eles cooperaram, nunca confiaram totalmente um no outro e Salomão temia que sua bela noiva pudesse se apaixonar por Hiram Abiff; portanto, ele se esforçou para chamar os trabalhadores pessoalmente, mas nenhum respondeu. Eles “conheciam a voz do seu pastor”, Hiram Abiff (o Sol em Áries, o Signo do cordeiro). Eles foram treinados para obedecer ao seu chamado e não atenderiam a outra voz. Portanto, Salomão foi finalmente forçado a mandar chamar Hiram Abiff e pedir que ele chamasse seus artesãos; no momento em que ergueu o seu martelo (1 grau de Áries, que é o Signo de sua autoridade e exaltação), eles vieram em uma multidão que não poderia ser contada, cada um ansioso para fazer a sua vontade.
Em meados de março o Sol (Hiram) ingressa em Áries a 1 grau, Signo de sua Exaltação. Esse Signo tem a forma do martelo que Hiram ergueu e todos os trabalhadores do templo (o Universo) correm para cumprir suas ordens e continuar seu trabalho, quando ele ascender ao trono de sua dignidade e autoridade nos céus do Norte. Ele é o seu pastor porque no Equinócio de Março ele entra no 1° grau de Áries, o Signo do carneiro ou cordeiro. Eles o ouvem, mas essas forças da natureza assumem o comando de ninguém menos que o Sol em Áries, o Sol da Páscoa.
Essa é a interpretação cósmica, mas de acordo com a Lei da Analogia, Hiram, o filho de Caim, também deve ser elevado a um grau superior de Iniciação e somente o Espírito-Sol, prestes a subir aos céus, poderia realizar a façanha. Portanto, Hiram renasceu como Lázaro e foi levantado pelo forte aperto da pata do Leão. Ele havia sido um líder dos artífices durante o regime de Iahweh e Seu filho Salomão. Por essa Iniciação ele foi elevado com o propósito de ser um líder no Reino de Cristo e ajudar as mesmas pessoas em uma fase superior de sua evolução. Portanto, ele se tornou Cristão, encarregado de explicar os mistérios da Cruz e como símbolo desse mistério a Rosa foi adicionada a ele; essa missão foi incorporada em seu nome simbólico, Christian Rosenkreuz.
Em geral, a rosa é chamada de emblema do mistério; mas, a maioria das pessoas não sabe que essa adição da rosa à cruz foi a origem desse significado simbólico. A rosa é o emblema do mistério da cruz porque explica o caminho da castidade, a transmutação do sangue da paixão em amor. Lázaro, portanto, tornou-se Cristão Rosa-Cruz e os Rosacruzes são os mensageiros especiais de Cristo para os filhos de Caim, como Jesus é para os filhos de Abel.
Os fariseus sabiam muito sobre a origem oculta dessas duas classes da humanidade e, portanto, o milagre de Lázaro foi para eles o grande crime do Cristo. Eles ficaram seriamente alarmados com o fato de que sua Religião nacional seria substituída por outra, se mais sinais fossem realizados, pois eles sentiram que fosse uma Iniciação de natureza mais elevada do que eles conheciam e um presságio da entrada em um ciclo superior. Antes de Cristo, todas as Religiões eram Religiões de Raça, adequadas às pessoas a quem foram dadas e apenas a elas. Todas essas Religiões eram Religiões de Iahweh, pois assim como o Pai foi o mais elevado Iniciado do Período de Saturno e Cristo, o Filho, foi o mais elevado Iniciado do Período Solar, Iahweh, o Espírito Santo, foi o mais elevado Iniciado do Período Lunar. De Iahweh, então, vêm as Religiões de Raça, que se empenham em preparar a humanidade no caminho da evolução por meio da lei. Essas Religiões de Raça serão substituídas pela Religião universal do Espírito-Sol Cristo, que unirá todos os seres humanos em uma fraternidade. A mudança de uma para outra e o fato de que a Religião do Deus lunar Iahweh deve preceder a Religião do Espírito-Sol Cristo é simbolizada pela maneira como a Páscoa é determinada.
A regra em uso atual para determinar o tempo da Páscoa é que ela aconteça no primeiro domingo após a Lua Cheia pascal. Isso foi adotado pelos primeiros Cristãos, que tinham conhecimento e consideração pelo significado oculto, mas logo pessoas ignorantes começaram cismas e fixaram-na em diferentes épocas. Isso ocasionou grande controvérsia. No segundo século surgiu uma disputa sobre esse ponto entre as Igrejas orientais e ocidentais. Os Cristãos orientais celebravam a Páscoa no 14º dia do primeiro mês ou Lua judaica, considerando-a equivalente à Páscoa judaica. Os Cristãos ocidentais celebravam no domingo, após o 14º dia, sustentando que fosse a comemoração da ressurreição de Jesus.
O Primeiro Concílio de Nicéia, 325 d.C., decidiu a favor do uso ocidental, marcando a prática oriental com o nome de heresia. Isso, no entanto, apenas estabeleceu a norma de que a Páscoa não deveria ser celebrada em um determinado dia do mês ou da Lua, mas em um domingo. O ciclo astronômico adequado para calcular a ocorrência da Lua da Páscoa ainda não tinha sido determinado, mas eles finalmente adotaram o antigo método de fixar o festival pela Lua e, assim, o antigo costume original foi finalmente revivido. Dessa forma, a Páscoa, agora, é celebrada no mesmo dia exigido pela tradição oculta e necessária para simbolizar adequadamente o significado cósmico do evento. A esse respeito, tanto o Sol quanto a Lua são fatores necessários, porque a Páscoa não é meramente uma festa solar. O Sol não deve apenas ultrapassar o Equador, como acontece em 21 de março, mas também a Lua Cheia após o Equinócio de Março, e então o domingo seguinte é a Páscoa, o dia da Ressurreição. A luz do Sol de Março ou Abril deve ser refletida por uma Lua Cheia antes que esse dia possa raiar na Terra e há, como foi dito, um profundo significado oculto por trás desse método de determinar a Páscoa; a saber, que a humanidade não está suficientemente evoluída para ter a Religião do Sol, a Religião Cristã da fraternidade universal, até que ela tenha sido totalmente preparada através das Religiões da Lua, que segregaram e separaram a humanidade em grupos, nações e raças; isso é simbolizado pela ascensão anual do Espírito do Sol na Páscoa, sendo adiada até que a Lua Jeovística tenha refletido completamente a luz do Sol da Páscoa.
Todos os fundadores das Religiões de Raça — Hermes, Buda, Moisés, etc. — foram Iniciados nos mistérios jeovistas. Eles eram Filhos de Seth. Em sua Iniciação, eles foram animados por seu Espírito de Raça particular e Ele, falando pela boca de tal Iniciado, deu leis a seu povo, como, por exemplo, o Decálogo de Moisés, as leis de Manu ou as nobres verdades de Buda. Essas leis manifestavam pecado porque o povo não as guardava e não podia mantê-las em seu estágio de evolução. Em consequência disso os povos fizeram uma certa dívida de destino. Esse destino, o Iniciado humano fundador da Religião teve que assumir e então precisou nascer de novo e de novo para ajudar seu povo. Assim, Buda nasceu como Shankaracharya e teve vários outros renascimentos. Moisés renasceu como Elias e João Batista; mas Cristo, por outro lado, não precisava nascer, em primeiro lugar. Ele o fez de livre e espontânea vontade para ajudar a humanidade, para revogar a lei que traz o pecado e emancipar a humanidade da lei do pecado e da morte.
As Religiões de Raça do Deus lunar Iahweh transmitiam a vontade de Deus à humanidade de maneira indireta por meio de videntes e profetas, que eram apenas instrumentos imperfeitos como os raios lunares que refletem a luz do Sol. A missão dessas Religiões é preparar a humanidade para a Religião universal do Cristo Sol-Espírito, que Se manifestou entre nós sem intermediário, como a luz que vem direto do Sol, e “vimos a Sua glória como o unigênito do Pai”, quando ensinou o Evangelho do Amor. A Religião Cristã não oferece leis, mas prega o Amor como o cumprimento da lei; portanto, nenhuma dívida de destino é gerada sob ela e assim, o Cristo, que não teve necessidade de nascer, não será atraído para o renascimento sob a Lei de Consequência, como foram os fundadores das Religiões lunares da Raça, que devem carregar de vez em quando os pecados de seus seguidores. Quando Ele aparecer, será em um corpo feito dos dois Éteres superiores — o Éter de Luz e o Éter Refletor — o Dourado Manto Nupcial, chamado de soma psuchicon ou Corpo-Alma por São Paulo, que é muito enfático em sua afirmação de que “carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus”. Ele afirma que seremos transformados e seremos semelhantes a Cristo; ora, se não podemos entrar no Reino em um corpo carnal, seria absurdo supor que o Rei da Glória usaria uma roupa tão grosseira e pesada!
O Sacerdócio, do qual Iahweh tirou Seus representantes, os profetas, os fundadores de Religiões e os construtores de templos espirituais, são os Filhos de Seth. Os Filhos de Caim ainda sentem no peito a natureza divina do seu ancestral; eles repudiam o método indireto de salvação pela fé da Igreja e insistem em encontrar a luz da Sabedoria eles mesmos pelos métodos diretos do trabalho, aperfeiçoando-se nas artes e ofícios e construindo o templo da civilização material pela indústria e estadismo, de acordo com o plano de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, sendo Cristo “a principal Pedra Angular” e cada maçom místico uma “pedra viva”.
Com o tempo, porém, essas duas grandes correntes dos Filhos de Seth e dos Filhos de Caim devem se unir para alcançar os portais do Reino de Cristo. Antes do Seu tempo, não havia como tal amálgama ocorrer, mas quando Cristo, o grande Espírito do Sol, veio, Salomão renasceu como Jesus, em quem o Cristo-Espírito entrou no Batismo e Hiram Abiff renasceu como Lázaro. Quando Lázaro foi levantado pelo forte aperto da pata do Leão de Judá, Hiram e Salomão, os antigos antagonistas, apagaram suas diferenças, conforme solicitado pelo Espírito de Cristo, e ambos estão trabalhando agora para o estabelecimento do Reino de Cristo. Foi isso que os fariseus, de alguma forma, sentiram ou presumiram e daí seus temores de que esse Jesus iniciaria muitas pessoas e as retiraria da Religião de Raça com a qual eles (os fariseus) estavam fiéis seguidores.
(por Max Heindel – Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio/1917 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
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1.Para acessar a Edição digital, clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Janeiro de 2023
2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras):
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.
Sumário
Fevereiro – Sol transitando pelo Signo de Peixes.
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de janeiro:
Ano Novo – Momento de aspirarmos as coisas espirituais.
Perdoar assegura novos começos!
1. Pergunta: Devemos usar a Prece decorada ou a Prece feita de Coração?.
Informação
As atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado, devido a pandemia da COVID-19. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de janeiro/2023:
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https://www.instagram.com/frc_max_heindel/ e
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Fevereiro – Sol transitando pelo Signo de Peixes
Nesse mês de fevereiro é quando o Sol entra no Signo de Peixes. A Hierarquia de Peixes é o lar dos Espíritos Virginais, a Onda de Vida da qual fazemos parte.
O modelo cósmico que prevalece sobre a Terra por essa Hierarquia é o do ser humano perfeito, criado à imagem e semelhança de Deus e manifestando a divindade de seu interior.
O ser humano feito a semelhança de Deus é a nota chave de Peixes.
De fato, o aperfeiçoamento do ser humano é e tem sido o divino trabalho de todas as Doze Hierarquias Criadoras desde o começo da evolução humana.
Quando chegue a seu término, será sob o ministério da Hierarquia de Peixes.
A constelação de Peixes será a morada da Onda de Vida humana, quando todos os seus indivíduos hajam alcançado a perfeição.
Os que aprenderam a caminhar na Trilha da Santidade e seguir a Cristo até esse último e elevado objetivo concluíram seus ciclos terrestres de renascimentos.
Suas dívidas de Destino Maduro foram saldadas e todos os laços terrenos, cortados.
Tais seres humanos são conhecidos como “os Compassivos”, os “Irmãos Maiores”, que já não necessitam das lições terrenas.
São livres para passar a uma existência gloriosa na constelação de Peixes.
No entanto, esses grandes seres podem voltar, por vontade própria, na obediência ao preceito espiritual de que aquele que mais ame é aquele que melhor serve.
Frequentemente renunciam aos privilégios e às oportunidades daquele plano, com o objetivo de servir aos membros menos adiantados da Onda de Vida humana, nós. Humildade, obediência e serviço são as notas-chaves das suas vidas.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – Antigas Verdades em Novas Roupagens – Parte 2
Região Química do Mundo Físico
No começo do século XX, os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz reconhecem a necessidade de serem divulgados publicamente alguns ensinamentos da Escola. Depois de vencer várias provas Max Heindel é o escolhido.
Em 1909, a Fraternidade Rosacruz é constituída por de Max Heindel, após vencer várias provas. Ela tem a missão de divulgar publicamente alguns ensinamentos da Escola aqui no Mundo Físico.
Era de Touro
Época Atlante
Movimento Exotérico: Religião Católica ou Protestante
Movimento Esotérico: Fraternidade Rosacruz
Nenhuma
Passou por uma (pelo menos a 1ª) ou mais Iniciações de Ministérios Menores
Graduado nas Iniciações de Mistérios Menores e, também, já passou pela primeira das quatro Iniciações Maiores.
Porque a Fraternidade Rosacruz é uma Escola Preparatória para a Ordem Rosacruz, que é uma Escola de Iniciação ocidental e, como tal, busca desde o início (desde os primeiros passos do Estudante) emancipar gradativamente de toda e qualquer dependência dos outros até atingir o mais alto grau de confiança em si mesmo, o que lhe possibilita permanecer só, não importando as circunstâncias e más condições para lutar.
Quais foram as Iniciações que Christian Rosenkreuz alcançou?
Todas as existentes: 9 Iniciações Menores, 4 Iniciações Maiores e a do Libertador
Quem foi o mesmo ser humano de elevado grau de espiritualidade estava renascido no tempo em que Christian Rosenkreuz renasceu como Hiran Abiff e depois quando renasceu foi Lázaro?
O ser humano Jesus, que na época em que Christian Rosenkreuz renasceu como Hiram Abiff, Jesus estava renascido como Salomão.
Jesus é, provavelmente, o Ego mais avançado de nossa humanidade. É um Irmão Maior.
Com seu alto nível de desenvolvimento espiritual, ele foi capaz de construir um Corpo Denso e um Corpo Vital suficientemente puro para que eles pudessem ser usados pelo Arcanjo Cristo.
Com isso, o Grande Espírito Solar pode se manifestar entre os seres humanos e penetrar dentro da nossa Terra, após os acontecimentos do Gólgota.
Desde então, Jesus trabalha com igrejas, a partir dos Mundos invisíveis; e ele se esforça para levar a Cristo aqueles que crescem na fé. Enquanto, Christian Rosenkreuz (o discípulo a quem Jesus amava) prossegue o mesmo objetivo com aqueles que se desenvolvem pelas obras.
Foi no Batismo que Cristo tomou posse do Corpo Denso e Corpo Vital de Jesus.
Se todos os instrutores da humanidade estão agrupados seguindo a regra 12+1, onde está o Décimo Terceiro nesse quadro que representa os 12 Apóstolos de Cristo?
Cristo Jesus que está no centro da mesa da Santa Ceia
Na Fraternidade Rosacruz e na Ordem Rosacruz quem é o que pode ser chamado de Rosacruz?
Quem atingiu o grau de Irmão Maior, ou seja, é graduado nas 9 Iniciações Menores e as 4 Iniciações Maiores.
E os demais, desde o Estudante Preliminar até o Adepto, como deve ser chamado ou se intitular?
Como Estudante Rosacruz.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – Iniciação
O que é Iniciação?
Quando uma pessoa tem uma vida de pureza e de serviço amoroso e desinteressado prestado considerando somente a divina essência oculta no irmão ou na irmã que está ao seu lado, ela acumula, dentro dela, algumas forças, as quais, ela mesmo, geralmente, desconhece, mas que podem ser transformadas, um dia, em forças dinâmicas.
É esta transformação, o desenvolvimento destas potências, que é a Iniciação.
Podemos conseguir a Iniciação através de alguém que se apresente como um mestre e peça algum tipo de pagamento?
Não. Nas Iniciações nos vários graus das verdadeiras Fraternidades Ocultas o que conta é o mérito. Exclusivamente o mérito. Portanto, não adianta procurar alguém que, rotulado de “mestre”, ofereça-nos a Iniciação mediante uma determinada quantia de dinheiro ou até mesmo de qualquer outro tipo de cobrança
Qual o papel desse Iniciador?
Mostrar ao candidato as faculdades latentes, os poderes adormecidos,
iniciá-lo no seu uso, explicando-lhe ou demonstrando-lhe, pela primeira vez, como o candidato pode despertar essa energia estática, convertendo-a em poder dinâmico.
Lembramos que nenhuma Iniciação pode efetuar-se até tenham sido acumulados internamente, pelo Aspirante à vida superior, os poderes latentes que a Iniciação ensina a empregar dinamicamente.
Como o Instrutor (Iniciador) sabe que a pessoa está pronta?
Porque toda ação boa e desinteressada vai aumentando a luminosidade e o poder vibratório da aura do candidato,
Quando a pessoa alcançou o desenvolvimento requerido, o brilho da aura luminosa estará tamanha, que atrairá o instrutor.
O que é que retarda o progresso do Aspirante à vida superior?
A busca pela riqueza material, pelas satisfações dos desejos egoístas, dos prazeres, do orgulho e da sensualidade, o sofrimento, a doença física e a degradação moral.
A vida é destinada ao aprendizado da renúncia material, ao esforço permanente do domínio das paixões e da elevação moral.
Quais as renúncias necessárias para trilhar o Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz?
Desprendimento progressivo dos laços que ligam o indivíduo à vida e à experiências materiais, para ampliar o domínio de sua vida moral e espiritual
Progressivamente, ir dirigindo as forças sexuais para cima, ao invés de desperdiçá-la para satisfazer suas paixões
O que significa a expressão “tomar a sua cruz” que aparece várias vezes na Bíblia?
Aceitar aprender aquilo que planejamos aprender nessa vida;
Aceitar nossas imperfeições – nós as escolhemos no Terceiro Céu;
Romper com as nossas fraquezas – a hipocrisia, a avareza, o egoísmo, a mentira, a astúcia, a ignorância;
Pararmos de dissimularmos, de utilizar a nossa Personalidade como máscara, achando que estamos enganando a todos;
Renunciar aos impulsos da personalidade;
Dominar as paixões e desejos inferiores.
Os antigos sistemas de Iniciação, diziam que o candidato era mergulhado em transe, durante um período de três dias e meio. O que isso queria dizer?
Não significa dias de 24 horas, como conhecemos aqui no Mundo Físico. Estamos falando aqui dos estágios passados:
Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – A Fraternidade Rosacruz
Porque os eventos (tanto de inauguração, como de fundação e mesmo de reuniões, seminários, oficinas, etc.) na The Rosicrucian Fellowship, além do dia/mês e ano também tem o horário?
Porque é útil e importantíssimo utilizarmos a Astrologia Horária como preconizada por Max Heindel e Augusta Foss Heindel, que utilizamos por meio das tabelas das “horas planetárias”
Exemplo: Domingo, é regido pelo Sol, portanto: 1ª hora é regida pelo Sol; a 2ª hora é regida por Vênus, a 3ª hora é regida por Mercúrio, a 4ª hora é regida pela Lua, a 5ª hora é regida por Saturno, a 6ª hora é regida por Júpiter, a 7ª hora é regida por Marte. Então, novamente voltam as horas regidas Sol, Vênus, Mercúrio, Lua, Saturno, Júpiter, Marte. Essa sucessão continua em sequência ininterrupta
Por que a busca de Max Heindel em fundar a The Rosicrucian Fellowship na costa oeste dos EUA?
Nas palavras de Max Heindel; “O sul da Califórnia oferece excepcionais oportunidades para crescimento espiritual porque o Éter contido em sua atmosfera é mais concentrado do que em qualquer outra parte do mundo”.
Ao entrar na Escola Fraternidade Rosacruz o que é orientado um Aspirante à vida superior fazer em relação a tudo que já aprendeu de ocultismo?
Esquecer de tudo o que aprendeu ao ser-lhe ministrado um novo ensinamento, a fim de que não predomina o juízo antecipado nem o da preferência, mas para que mantenha a Mente em estado de calma e de digna expectativa.
Por que é sugerido ao Aspirante à vida superior de que quando ele entrar na Escola Fraternidade Rosacruz ele se comportar como uma “criança”?
Porque a criança não está imbuída do sentimento dominador de superioridade, nem inclinada a tomar aparência de sábio ou ocultar, sob um sorriso ou um gracejo, sua ignorância em qualquer assunto. É ignorante com franqueza, não tem opiniões preconcebidas e nem julga antecipadamente, portanto é eminentemente ensinável.
Qual é o próximo grau que um Estudante Rosacruz deve ter como objetivo depois de alcançar o grau de Estudante Regular e por que se dá esse nome?
O Probacionismo. Porque diferente dos dois graus anteriores, no Probacionismo, o Estudante Regular é submetido as provas a fim de verificar se ele consegue, de fato, utilizar os Ensinamentos Rosacruzes para resolver os problemas que estão ao seu entorno e se ele não fracassa, desistindo de tudo.
Apesar de todo alerta sobre Aspirante à vida superior que se tornou um Estudante Rosacruz não ficar “pulando de galho em galho” atrás de “novidades ocultistas”, você acredita que existem esses irmãos e essas irmãs que têm esse comportamento? Se sim, o que deles se podem esperar? Se não, por que não existem?
Existem sim. Definitivamente não trilham o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, porque não vibram com a nota-chave da Fraternidade Rosacruz.
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de janeiro:
Ano Novo – Momento de aspirarmos as coisas espirituais
Inicia-se o “Ano Novo” e com ele estamos cheios de ideias, de vontade, pensando somente coisas boas, altruístas, desejando paz, saúde, amor, alegrias, etc., etc.,
Então este é o momento também de aspirarmos as coisas espirituais, com firme vontade de trabalharmos para o bem comum, prestando serviço aos demais, amorosa e desinteressadamente, vamos ser voluntários em nossa comunidade, compartilhando nossos talentos, de acordo com as necessidades, onde e quando for preciso, sejamos bondosos e corteses em nossos lares, conscientes no trabalho, leais aos amigos e perdoando nossos inimigos.
Vamos dar “Bom dia, boa tarde, boa noite”, de coração, a cada pessoa que encontramos, mesmo que ela não responda.
Estejamos sempre com Espírito de Amor em nosso interior, esforçando-nos pela elevação física, moral e espiritual de todos, à estatura de Cristo, o Senhor e a Luz do Mundo. Este é um grande momento para isso.
Que o nosso propósito seja sempre o de viver com honestidade, sendo íntegros. Vamos nos esforçar cada dia mais para construir um caráter impecável, sendo exemplo em tudo, amando a todos os nossos semelhantes.
Procuremos ter um temperamento equilibrado, cultivando uma atitude otimista e positiva de ver sempre o Bem em tudo e em todos.
Vamos colaborar com os Irmãos Maiores, transmutando os pensamentos de gratificação sensual, cobiça, egoísmo, inveja, ciúmes, posse, materialismo, etc., em amor, benevolência, altruísmo e aspiração espiritual.
Aproveitemos este início de ano para nos libertar das armadilhas e ilusões do mundo material, pois: “estamos neste Mundo, mas não pertencemos a este Mundo”.
Saibamos fazer um excelente “Ano Novo” e não apenas desejar feliz ano novo!
Responsabilidade
Vamos então focar em “Responsabilidade”.
Vamos nos tornar autoconfiantes no mais alto grau; vamos aprender a permanecer só em todas as circunstâncias, enfrentando todas as condições, principalmente adversas. Vamos começar sem medo, firmes no nosso propósito de mudanças, de crescimento espiritual; firmes em procurar nossos talentos individuais internos, pesquisando como dominar nosso egoísmo, como transmutar nossos vícios em virtudes, acelerando nossa promoção à condição de Auxiliar Invisível Consciente. Vamos nos nutrir com coisas boas.
Cada pensamento, sentimento ou ação constrói a Alma, o veículo que será incorporado a nós, um Ego da Onda de Vida humana, daí a nossa responsabilidade em nos mantermos com bons pensamentos, boas emoções, bons desejos, sentimentos, boas palavras, obras, ações e bons atos.
Todas as provas nos chegam como lições nesta Escola da Vida. Elas nos ajudam a descobrir a ordem perfeita dos planos de Deus, onde estamos inseridos.
Procuremos colocar em prática o que conseguimos aprender dos Ensinamentos Rosacruzes, servindo com empatia e de coração os que buscam nossa ajuda, consolando e confortando, enfim: mostrando o caminho. Tenhamos compaixão, ensinemos o outro a se fortalecer também.
Sejamos exemplos vivos nas ações e não somente nas palavras, encorajando e inspirando os demais para tentarem melhorar suas vidas, entender: “de onde vieram, porque estão aqui e para onde irão”. Vamos promover o desenvolvimento anímico nos outros e em nós.
Ano novo é para nos renovarmos, darmos passos largos no nosso crescimento espiritual, nos ajudando e ajudando nossos irmãos e nossas irmãs, independentemente da cor, do credo, da raça, do partido político, etc.; vamos servir aqui e agora.
Que a nossa missão mais importante seja a de plantar o bem, amar o próximo e transmitir paz, com nossos corações cheios da Luz de Cristo. Tenhamos cada vez mais o CRISTO como nosso único Ideal a seguir.
Lembremos sempre: “Que seja feita a vontade de Deus em tudo”!
A Dor e a doença
Dor e doença são causadas pelas transgressões às Leis de Deus, transgressão das leis da vida – esse é um Ensinamento Rosacruz.
Muitas vezes aprendemos somente pela dor, pois pegamos o caminho errado; ou seja, não pegamos o caminho do amor, e optamos pelo caminho da dor.
Jamais seremos curados ou poderemos ajudar no processo de cura, de uma dor, de uma doença, se nós não estivermos com nossos Corpos limpos e puros, assim como a nossa Mente, limpa e pura. Um instrumento manchado com impurezas diluirá parte do poder inerente à força de Cura, do mesmo modo que uma lente suja não pode reproduzir uma imagem perfeita.
Precisamos evitar pensamentos de crítica, intolerância, ódio, vingança, e outros da mesma espécie: negativos e destrutivos, ou estaremos nos prejudicando e prejudicando a outros também.
Procuremos ajudar a quem esteja doente, seja qual for a doença, emitindo bons pensamentos (solidariedade, compaixão, misericórdia, compreensão, piedade, amor, altruísmo e outros da mesma espécie: positivos e construtivos), fazendo orações, oficiando os Rituais Rosacruzes e, ainda, terminar sempre as nossas preces com a frase: “Seja feita a Tua vontade (a de Deus) e não a minha”. Precisamos estar atentos aos efeitos dos nossos pensamentos, sentimentos, desejos nossas emoções, palavras, nossos atos, nossas obras e ações. Se não vamos ajudar a outrem ou a nós mesmos, fiquemos em silêncio. Oremos uns pelos outros, “sem cessar”.
Cristo nos disse por palavras e exemplos o que devemos fazer. Vamos olhar para a vida d’Ele aqui na Terra e fazer o esforço de viver de forma que nossas próprias vidas sejam preenchidas com o amor e a tolerância que Ele trouxe ao mundo.
Perdoar assegura novos começos!
Perdoar é um grande passo para termos boa saúde, vivermos alegres, termos uma vida correta, consertar o que foi quebrado, inovar de fato e verdadeiramente.
Difícil? Sim é lógico!! Se não fosse, não teria sido preciso vir o Filho, Cristo, nascer aqui (“homem entre os homens”), se sacrificando a um nível que nós nunca conseguiremos alcançar a completa compreensão, para ensinar como se faz, nos dando (pela graça de Deus, e por nenhum mérito nosso!) a doutrina Cristã do Perdão dos Pecados.
Significa que os problemas foram irrevogavelmente colocados de lado, que foram liquidadas velhas rusgas.
Perdoar é ficar livre de ressentimentos, mágoas, tristezas, que nos impedem de viver bem, em harmonia com as Leis de Deus. É ficar livres do passado, de episódios, às vezes, muito antigos (frutos de rancores, mágoas e ressentimentos), dos quais temos uma vaga lembrança, mas que nos perturbam.
Para perdoarmos completamente, precisamos nos livrar dos mínimos ressentimentos, eliminá-los de nossas Mentes, evitando, assim, ficarmos doentes ou enfermos. Vamos então descartar as lembranças desagradáveis e construir nossas relações com todos que “nos magoaram”, com base no amor e sabedoria, limpando nossas Mentes e nossos Corações. Se o “outro lado” não quer, não tem nenhum problema. Livre arbítrio serve para isso! O importante é que do “nosso lado” não sobrou nada a não ser compaixão e amor.
Mais uma vez: é fácil? Não, não é. Mas não é impossível. Peçamos a Deus nosso Pai, que nos ajude, oremos sem cessar, e mais: tenhamos uma grande vontade de que isso aconteça, de que sejamos puros de coração.
Deus é Luz. Busquemos essa Luz e tudo ficará mais fácil.
Perdoar é ser humilde, é deixar todo orgulho de lado. Dê o primeiro passo!!
A gratidão é uma palavra que deveria ser usada por nós a todo momento – durante o dia e durante a noite: “muito grato”, “grato”, “obrigado”, “obrigada”, “muito obrigado”, “muito obrigada”, “’brigado”, “’brigada”.
Estarmos vivos já é motivo de gratidão.
Abrir os olhos, andar, se movimentar, ler, ouvir, falar, tudo isso é maravilhoso. Não fazer nada disso também tem seu motivo; é só procurarmos sabê-lo, o que não quer dizer que não devemos ser gratos, tudo tem sua razão de ser.
Se formos gratos sem questionar, tudo se torna mais fácil.
Sejamos fiéis e gratos à vontade do Pai que nos criou. Ele conhece os nossos corações, nos acompanha a cada passo e sabe o que é melhor para cada um de nós. Ele nos dá exatamente aquilo que precisamos: nem mais, nem menos. Nós é que, na nossa ignorância, insistimos em achar que não!
Max Heindel, por meio dos Ensinamentos Rosacruzes, nos informa que toda a nossa vida deveria irradiar gratidão, toda condição e todo lugar em que estamos deveria ser um testemunho de nossa gratidão. Viver em determinadas famílias (por difícil que, na nossa ignorância, achamos), em determinadas comunidades, cidades, etc., tudo está certo com o que nos propomos fazer lá no Terceiro Céu. Aceitemos ou não, é uma escolha. Esta é uma grande verdade.
Tudo aqui é um grande aprendizado, então se formos gratos, se aceitarmos com alegria, passamos sem tantos sofrimentos. Lembrem-se: aqui é passagem, peregrinação, passageiro… “tudo passa!”.
Passar, viver, não tem escolha, então escolhamos passar sem questionar, vivendo da melhor maneira possível, com fé e sendo gratos.
Tem dificuldades em compreender tudo isso? Então se esforce e estude! A Fraternidade Rosacruz lhe dará as respostas que você precisa!
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que o Clarividente Voluntário (a pessoa que domina seus próprios corpos e exerce a faculdade da clarividência à sua vontade) deve, antes de tudo, dar provas de desinteresse. O Clarividente Voluntário não tem “dias livres” nem, de nenhum modo, é como um espelho negativo, dependente dos reflexos que de qualquer forma o possam atingir. Em qualquer momento, pode olhar e ver os pensamentos e planos dos demais, sempre que dirija sua atenção especialmente para isso.
Já o Clarividente Voluntário e treinado, pelo voto mais solene, obriga-se a não empregar jamais esse poder para servir seus interesses individuais, sequer em grau mínimo, nem para salvar-se de qualquer dor ou tormento.
O Clarividente Voluntário e treinado, o que realmente tem algo a dar, não aceitará jamais nenhum donativo ou qualquer compensação para exercer sua faculdade. Mas, dará e dará desinteressadamente, tudo o que considere necessário ou compatível com o destino gerado ante a Lei de Consequência pela pessoa a quem vá ajudar. Usa a clarividência desenvolvida para investigar os fatos ocultos. É a única que serve realmente para esse objetivo. Portanto, o Clarividente Voluntário e treinado sente um desejo santo e desinteressado de ajudar a humanidade e não um desejo de satisfazer uma tola curiosidade. Enquanto esse desejo superior não exista, não se pode fazer progresso algum em direção à Clarividência Voluntária!
A Fraternidade Rosacruz, desde os seus primórdios, vem despontando como a precursora da Era Aquariana ou Era de Aquário, da mentalidade aquariana, oferecendo por meio das verdades que proclama uma nova alternativa de vivência.
Como Escola Filosófico Cristã, pois tem o Cristo como seu único Ideal a ser seguido, tem como mensagem e Missão: “Uma Mente Pura, Um Coração Nobre e Um Corpo São”.
Seus Ensinamentos são totalmente gratuitos, abertos ao público e, como toda Escola de Mistérios ou Escola preparatória para Iniciações, tem um passo a passo, onde todo Aspirante à vida superior, com determinação, sobe degraus, avançando na sua espiritualidade, pela sua dedicação e persistência.
O que a Fraternidade Rosacruz deixa sempre claro é que nada acontece da noite para o dia, mas todo aquele que quiser, obterá uma expansão maior de consciência, do que essa de vigília que possui, de um modo seguro, ocidental e direto, sem aparatos sejam humanos ou físicos entre o Aspirante e os Mundos espirituais.
Outro dado importante é que por meio dos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz buscamos o equilíbrio “cabeça-coração”, imprescindível hoje!
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola preparatória para a Ordem Rosacruz, sabendo que essa se encontra na Região Etérica do Mundo Físico, e é uma Escola de Iniciação ocidental.
É uma Escola que está sempre difundindo as verdades dessa nova Era Aquariana que se aproxima (pois já estamos na Órbita de Influência de Aquário, por Precessão), com clareza de detalhes a serem comprovados.
Aqui também, através de Cursos, Livros, Site, Redes Sociais, etc., aos poucos vamos descobrindo: “De onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos”.
Não é maravilhoso sabermos tudo isso? E, também, não é uma dádiva podermos nos preparar para a nova Era que se aproxima?
Pergunta: Devemos usar a Prece decorada ou a Prece feita de Coração?
Resposta: Depende do conceito da palavra “decorada”. Se quer dizer poder repetir uma oração “de cor” sem compreender e internalizar cada palavra da oração, repetindo como faz um papagaio ou como muita gente faz (rezando e pensando em outras coisas, e até em afazeres que se dedicará assim que “acabar isso”), ela não surtirá nenhum efeito, será perda de tempo e a pessoa digna de compaixão por utilizar aqui a famosa astúcia, reminiscência trazida da Época Atlante, e que tanto nos atrapalha atualmente.
Agora…se o conceito aqui é repetir a mesma oração sempre, compreendendo o significado de cada palavra emitida e a internalizando no seu objetivo, aí a oração “decorada” produz o seu efeito maravilhoso! Lembremos sempre que a repetição é a chave do desenvolvimento do nosso Corpo Vital, veículo esse que temos e de onde tiramos os insumos básicos para a construção do Corpo-Alma, o que estamos construindo (consciente ou inconscientemente) para dar o nosso próximo passo nesse Caminho da Evolução. Como exemplo para entendermos o que é uma oração “decorada” “bem-feita”, veja a Oração do Pai-Nosso: a Oração do Senhor é uma fórmula abstrata de melhoramento e purificação de todos os nossos veículos. Cada aspecto do Tríplice Espírito, começando pelo inferior, expressa adoração ao aspecto correspondente da Divindade. Quando os três aspectos do espírito estão colocados ante o Trono da Graça, cada um emite uma oração apropriada às necessidades da sua contraparte material. No fim os três unem-se para proferir a oração da Mente. O Espírito Humano se eleva à sua contraparte, o Espírito Santo (Jeová), dizendo: “Santificado seja o Vosso Nome”. O Espírito de Vida reverencia-se ante sua contraparte, o Filho (Cristo), dizendo: “Venha a nós o Vosso Reino”.
O Espírito Divino ajoelha-se ante sua contraparte, o Pai, e diz: “Seja feita a Vossa Vontade…”.
Então, o mais elevado, o Espírito Divino, pede ao mais elevado aspecto da Divindade, o Pai, para a sua contraparte, o Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje”. O cuidado a prestar ao Corpo Denso está expresso nas palavras: “o pão nosso de cada dia dai-nos hoje”.
O próximo aspecto, em elevação, o Espírito de Vida, roga ao Filho, pela sua contraparte em natureza inferior, o Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. O Corpo Vital é a sede da memória. Nele estão arquivadas subconscientemente as lembranças de todos os acontecimentos passados, bons ou maus, isto é, tanto a injúria como os benefícios feitos ou recebidos. Lembremos que, ao morrer, as recordações da vida são tomadas desses arquivos imediatamente depois de abandonar-se o Corpo Denso e que todos os sofrimentos da existência pós-morte são resultado dos acontecimentos aí registrados como imagens.
Se pela oração contínua obtemos o perdão ou esquecimento das injúrias que tenhamos praticado e procuramos prestar toda compensação possível, purificamos nossos Corpos Vitais.
O aspecto inferior do espírito, o Espírito-Humano, dirige o seu pedido ao aspecto mais inferior da Divindade para o mais elevado do tríplice Corpo, o de Desejos: “Não nos deixeis cair em tentação”. O desejo, o grande tentador da humanidade, é o grande incentivo para a ação. É bom quando cumpre os propósitos do espírito, mas quando se inclina para algo degradante, para algo que rebaixa a Natureza, certamente devemos rogar para não cair em tentação.
Por último, os três aspectos do Tríplice Espírito juntam-se para a mais importante das orações, o pedido pela Mente, dizendo em uníssono: “Livrai-nos do mal”. A Mente é a ligação entre as naturezas superiores e inferiores. Admite-se que os animais sigam os seus desejos sem nenhuma restrição. Nisso nada há de bom nem de mau porque lhes falta a Mente, a faculdade de discernir. Os meios de proteção empregados para com os animais que roubam e matam são muito diferentes do empregado em relação aos seres humanos que fazem tais coisas. Mesmo quando um ser humano de Mente anormal faz isso não se considera da mesma forma que ao animal. Agiu mal, mas porque não sabia o que fazia é isolado.
O ser humano conheceu o bem e o mal quando seus olhos mentais se abriram. Aquele que realiza a ligação da Mente ao Eu superior permanentemente, é pessoa de elevado entendimento. Se, pelo contrário, a Mente está ligada à natureza emocional inferior, a pessoa tem mentalidade inferior.
Por tais razões, a oração para a Mente traduz a aspiração de nos libertarmos das experiências resultantes da aliança da Mente com o Corpo de Desejos e de tudo quanto tal aliança origina.
No aspirante à vida superior, a união entre as naturezas superior e inferior é realizada pela Meditação sobre assuntos elevados, pela Contemplação que consolida essa união e, depois, pela Adoração que, transcendendo os estados anteriores, eleva o espírito ao Trono.
A introdução, “Pai nosso que estais no Céu” é somente um indicativo de direção. A adição: “Porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre, Amém” não foi dada por Cristo, mas é muito apropriada como adoração final do Tríplice Espírito por encerrar a diretriz correta para a Divindade.
Resposta: Quem disse que o objetivo de uma vida está em se casar? Se o irmão ou irmã tem plenas condições financeiras, emocionais, sociais, espirituais e de saúde deve fazer o sacrifício de ajudar a disponibilizar um Corpo para o irmão e a irmã que está na fila para renascer (e a fila é enorme!). No entanto, não há necessidade de se casar! Basta um relacionamento fraterno, de bem-querer, responsável e com amor ágape para a situação estar bem encaminhada! A amizade cultivada com as pessoas que estão a sua volta deve ser sempre fundamentada no mesmo amor entre um casal. Afinal somos todos irmãos e como tal é que devemos nos relacionar, e não se limitar em padrões externos: marido e esposa, pai e filho, mãe e filha, vizinho e vizinha, etc. Valorize a amizade e verá que maravilha!
Muitas vezes a solidão existe porque insistimos em querer nos relacionar com as pessoas que queremos e não as que estão a nossa volta! E pasme: fomos nós mesmos que escolhemos TODAS as pessoas a nossa volta!! Então, por que a rejeição agora? Semelhante sempre atrai semelhante!
Resposta: Não ficam em coma até o instante em que sua vida devesse acabar naturalmente, conforme programado no Terceiro Céu. Morrem e seguem o seu caminho naturalmente. Se tiver que passar pelo Purgatório, passará e depois pelo Primeiro Céu e assim por diante. O motivo? É porque no horóscopo do assassino e do assassinado estava a tendência de tal ocorrência. Se o assassino comete, caiu na tentação (não aprendendo a lição, o ensino não será suspenso e em uma próxima vida será lhe apresentada novamente a lição, com um grau a mais de dificuldade e não necessariamente tendo o outro lado esse mesmo irmão (ã) assassinado (a)); agora se o assassinado perdoar o assassino (durante o tempo em que rompe o seu Cordão Prateado e a sua entrada no Purgatório/Primeiro Céu) ao invés de ficar “apegado à Terra” promovendo a vingança no assassinado, então ele aprendeu a lição e não passará por ela novamente. Se não perdoar, então, o ensino não será suspenso e em uma próxima vida será lhe apresentada novamente a lição, com um grau a mais de dificuldade e não necessariamente tendo o outro lado esse mesmo irmão (ã) assassino (a) que será lhe apresentado como potencial assassinado (a).
Resposta: Não ficam em coma até o instante em que sua vida devesse acabar naturalmente, conforme programado no Terceiro Céu. Morrem e seguem o seu caminho naturalmente. Se tiver que passar pelo Purgatório, passará e depois pelo Primeiro Céu e assim por diante. O motivo? É porque no horóscopo do assassino e do assassinado estava a tendência de tal ocorrência. Se o assassino comete, caiu na tentação (não aprendendo a lição, o ensino não será suspenso e em uma próxima vida será lhe apresentada novamente a lição, com um grau a mais de dificuldade e não necessariamente tendo o outro lado esse mesmo irmão (ã) assassinado (a)); agora se o assassinado perdoar o assassino (durante o tempo em que rompe o seu Cordão Prateado e a sua entrada no Purgatório/Primeiro Céu) ao invés de ficar “apegado à Terra” promovendo a vingança no assassinado, então ele aprendeu a lição e não passará por ela novamente. Se não perdoar, então, o ensino não será suspenso e em uma próxima vida será lhe apresentada novamente a lição, com um grau a mais de dificuldade e não necessariamente tendo o outro lado esse mesmo irmão (ã) assassino (a) que será lhe apresentado como potencial assassinado (a).
Resposta: O Mundo do Desejo é o Corpo de Desejos planetário, ou o Corpo de Desejos da Terra. Do momento do nascimento até próximo dos 14 anos, os desejos, sentimentos e emoções de um ser humano advém do Corpo de Desejos Planetário. Por isso que as emoções das crianças são de pequena duração e superficiais. Próximo aos catorzes anos, o Corpo de Desejos individual nasce da matriz do Corpo de Desejos macrocósmico, ficando então livre para trabalhar no seu Corpo Denso. O crescimento excessivo é controlado e a força, até aí utilizada para tal propósito, pode ser agora empregada na propagação, no florescimento e na frutificação da planta humana. Por isso o nascimento do Corpo de Desejos pessoal marca o período da puberdade. Daí em diante começa a atração pelo sexo oposto, especialmente desenfreada e ativa nesse terceiro período setenário da vida – de catorze aos vinte e um anos – por não ter nascido, ainda, a Mente refreadora. Veja mais sobre isso no livro O Corpo de Desejos, aqui: https://fraternidaderosacruz.com/livro-o-corpo-de-desejos-max-heindel/
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:
Fevereiro: 02, 10, 16, 22
Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas-novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. – Mateus 9:35
A Sabedoria descrita nesse versículo dos Provérbios (“Obtenha sabedoria e compreensão” (Pr 1:2)) representa o princípio feminino de Deus, o fluir da revelação cósmica, enquanto a Compreensão representa o princípio masculino, que é alcançado pelo emprego da Vontade e da Razão (Logos). A temática do presente artigo aborda esses dois polos básicos que fundamentam qualquer desenvolvimento humano – até mesmo o desenvolvimento inconsciente que, mesmo sendo respeitado, não é sugerido aos Estudantes Rosacruzes, pois somente pelo emprego correto desses polos é que coisas originais podem ocorrer, de fato. Lembrando que a originalidade aqui mencionada, sempre será fundamentada no Amor, que também é o propósito de toda Ação, de todo o Poder e de toda a Sabedoria. Qualquer criação fundamentada fora do Amor é vaidade.
Duas figuras representam, em seu mais elevado grau, os polos feminino e masculino: a Virgem Maria que personifica o polo feminino e Hiram Abiff – o Construtor do Templo de Salomão – que representa o polo masculino. Lázaro, por sua vez, representa o fruto dessa união, ou o ser andrógeno ressuscitado pelo Leão de Judá, o Cristo. Ele, junto a Jesus, alcançou a vida eterna pela união dos dois polos. Essa androgenia foi majestosamente representada por Leonardo da Vinci na obra ‘A Última Ceia’, em que São João Evangelista é representado como um ser andrógeno.
Originalmente, o mundo foi concebido em equilíbrio e cooperação perfeita entre os polos masculino e feminino. Aqui todos os elementos da Natureza operam em consonância para a benignidade e para a vida. Condição conhecida na Bíblia como Jardim do Éden. Com o evento conhecido por “Queda do Homem” tanto o ser humano como a Natureza passaram a ser divididos: ao mesmo tempo em que a Natureza nos fornece a vida e o alimento de cada dia, há vírus, micróbios, vermes, infectuosos, animais e plantas que sugam, parasitam, lutam e matam. Catástrofes e desgraças provindos da Natureza, passaram a ocorrer após a “Queda do Homem”. Esse fenômeno é ilustrado por Ezequiel no Capítulo 31, versículos 16-17: “Ao som da sua queda fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno, com os que descem à cova; e todas as árvores do Éden, a flor e o melhor do Líbano, todas as árvores que bebem águas, se consolavam nas partes mais baixas da terra. Também estes com ele descerão ao inferno a juntar-se aos que foram traspassados à espada, sim, aos que foram seu braço, e que habitavam à sombra no meio dos gentios”.
Do mesmo modo, passamos a ter duas Naturezas pós-queda: uma superior (Imagem de Deus) e outra inferior (que atualmente é dessemelhante a Deus). A busca pelo reestabelecimento da condição antiga é meta do Aspirante a vida superior – o Estudante Rosacruz – e a Nova Jerusalém só poderá ser uma verdade quando essa condição for alcançada por nós.
O principal motivo pelo qual não atingimos esse estágio ocorre pelo fato de não compreendermos o Mistério do Divino Feminino e da não aplicação desse saber em nossa vida. A pureza é o elemento fundamental que transcende a experiência humana para além da representação ou do conhecimento cerebral (sombra da real essência pensante do Ego). Ao se buscar a pureza, alimenta-se a Virgem Maria interior, que desperta um saber acima do intelecto e permite a experiência da verdadeira Vida.
A quinta essência do polo masculino, conhecida na Fraternidade Rosacruz como quintessência da linhagem de Caim, se alimentada isoladamente, deslocada da pureza, seduzirá a pessoa ao ponto de acreditar ser detentora de grande poder e que pode bastar em si mesma.
O polo masculino isolado, então, jamais produzirá um poder epigenético (originalidade) colaborativo à Grande Obra. A originalidade sem pureza é muito perigosa, sendo sua expressão máxima manifestada em alguns sistemas econômicos atuais. Por exemplo, o capitalismo, que tem foco na produção e no lucro, induz seus adeptos (ainda que inconscientes em sua maioria) para a necessidade de ambição e originalidade. Estabelece, assim, a competição entre as pessoas. Pelo modo como esse sistema é aplicado hoje (sem pureza), aquele que tiver a melhor ideia (ou a ideia mais lucrativa) ganhará sua promoção ou recompensa. Por ser unilateral, possui efeitos colaterais como a exacerbação do individualismo, da vaidade e a periferia econômica-social.
Obviamente que os conceitos de: dinheiro, poder, amor e fama são os elementos colocados pelos Grandes Líderes da humanidade como fonte motivacional para que saíamos da inércia e dinamizamos nossos poderes latentes, por meio da obtenção de experiências e aprendizagem (ainda que isso pareça um absurdo quando se contempla a miséria que um sistema unilateral, como o acima mencionado, promove).
Lembrando o que estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos: “O Amor, a Fortuna, o Poder, a Fama! Eis os quatro grandes motivos de toda ação humana. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo por que o ser humano faz ou deixa de fazer algo. Os grandes Líderes da humanidade agiram sabiamente quando lhe deram tais incentivos para a ação, a fim de obter experiências e aprender. O Aspirante à vida superior deve continuar usando-os como motivos de ação, firmemente, mas deve transmutá-los em algo superior. Por meio de nobres aspirações, deve saber transcender o amor egoísta que busca a posse de outro Corpo, e todos os desejos de fortuna, poder e fama fundamentados em razões pessoais egoísticas. O Amor pelo qual se deve aspirar é unicamente o da Alma; que abarca todos os seres, elevados e inferiores e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe. A Fortuna pela qual se deve lutar é somente a abundância de oportunidades para servir os semelhantes. O Poder que se deve desejar é o que atua melhorando a humanidade. A Fama pela qual se deve aspirar é a que possa aumentar nossa capacidade de transmitir a boa nova, a fim de os sofredores poderem encontrar o descanso para a dor do seu coração.”
No entanto, a questão que fica é o modo como utilizar os conceitos de fortuna, poder, amor e fama: se houver correspondência aos raios inferiores de Marte e Vênus, tem-se uma vida comum e materialista; por e outro lado, se houver preenchimento destes conceitos com coragem, bravura, intrepidez, simetria, simpatia e Amor, pode-se despertar o raio universal de Urano e concretizar, aqui e agora, a Nova Jerusalém.
Atualmente, o polo masculino impera de modo invertido na grande maioria das pessoas, principalmente nas pessoas que possuem Mentes com poder material e que determinam aquilo que seguramente as massas aderirão. Aqui existem dois problemas:
O foco unilateral no polo feminino (linhagem de Água) também possui seus efeitos colaterais: mesmo que promova a experiência de fidelidade e pureza, induz o ser humano a mergulhar no “Eu verdadeiro” – o Ego, a Individualidade – e suspender todas as suas faculdades pessoais. Quem busca o “Eu verdadeiro” suprimirá o centro falso que é o “Eu inferior” (alimentado isoladamente pelo polo masculino isolado). Nessa libertação radical se atinge o estado de consciência sem sopro e sem reflexão. Aqui se alcança a transcendência do fenômeno de existir no “Eu inferior”; de qualquer senso de consciência do tempo, espaço e causa. Chega-se na dissolução do senso do ser individual. Em outras palavras, mata-se a Personalidade!
Entretanto, o método inaugurado por Cristo-Jesus – o Cristianismo – é o mais eficaz no propósito de reequilibrar a Natureza e o ser humano. Nele, o Fogo se encontra com o Água e nada se extingue na Personalidade humana. Ao contrário, tudo nela se abrasa. Esta é, de fato, a experiência do binário legítimo ou a união das duas substâncias separadas na essência única (Deus). Em outras palavras, as substâncias continuam separadas (Espírito e Corpo – Binário) para não serem privadas daquilo que é o mais precioso em toda a existência: a aliança livre no amor. Por isso no Cristianismo se diz sobre o dom das lágrimas, pois a Personalidade permanece. O próprio Cristo Jesus chorou na ressureição de Lázaro, que é a personificação da união perfeita entre os polos masculino e feminino.
Neste sentido, o Amor, que é a base do ensinamento do Cristo, só pode se manifestar se houver um binário; se houver um Amante e um Amado; se houver um “Eu” e um “Tu”; se houver Sopro (Espírito, Fogo) e Reflexão (Corpos, Água). Este é o motivo pelo qual Cristo sempre dizia, “Em verdade, em verdade”, referenciando a consonância entre o Espírito (primeiro “em verdade”) e o Corpo (segundo “em verdade”), e que dessa fecundação, nascerá a Alma, que são os poderes anímicos, como aprendemos na Fraternidade Rosacruz, que é a Tríplice Alma: Alma Consciente, Alma Intelectual e Alma Emocional. Também este é o verdadeiro motivo pelo qual Ele curou um doente (fruto do círculo fechado) num Sábado, reabrindo a espiral em que Deus vem até o ser humano e o ser humano vai até Deus.
O principal meio para alcançarmos a união verdadeira entre os polos masculino e feminino (Originalidade-Pureza) é o Amor. Não é possível amar unilateralmente. Para o Amor se manifestar, deve haver os dois polos, em relação. Um alimenta o outro, sendo a Cristificação o fruto deste casamento. Somente assim a Nova Jerusalém se tornará uma realidade.
Do ponto de vista prático ou do cotidiano, dois são os meios que se pode atingir da união de complementares (Masculino-Feminino; Eu-Tu; Hiram-Rainha de Sabá; Espírito-Corpo; Sopro-Reflexão; Originalidade-Pureza): no nível pessoal (regeneração da Personalidade) e no nível coletivo (serviço amoroso e desinteressado aos outros), sendo que um aprimoramento não pode existir sem o outro. Isso está de acordo com a lógica de “espirais dentro de espirais” ou “de como é em cima, é embaixo”. Em ambos os níveis, a Imaculada Concepção e a Glória de Shekinah são alcançadas.
Os alquimistas revelaram uma grande verdade quando declararam que a Pedra Viva (o corpo da Nova Era) era formada pela união do Sol (polo masculino) e da Lua (polo feminino), e o percurso dos Astros no Sistema Solar, o Corpo-Templo de Deus, possui um correlato similar do Corpo-Templo do ser humano. Este é um dos maiores simbolismos do Corpo Humano.
A Semente Sol e a Semente Lua, conforme o Estudante Rosacruz se torna dedicado na busca espiritual, a cada ano, imediatamente após o Solstício de Junho, a Semente-Sol, ou semente masculina, inicia seu circuito anual através do corpo, simulando o caminho do Sol em seu curso pelo céu. As correntes vitais no ser humano e na Natureza estão sempre em sincronia, a menos que atrapalhemos esta harmonia. No Equinócio de Setembro a Semente-Sol alcança o centro do coração e no Solstício de Dezembro, o Sol alcança sua maior declinação, no Sul. Na humanidade comum, este ponto é onde fica o Plexo Celíaco. No Equinócio de Março, toca novamente o coração e, finalmente, no Solstício de Junho a semente-Sol toca a sua “Casa” que é a Glândula Pineal. Mas neste caso, temos as correntes vitais de um Adepto (um ser humano que já possui as Nove Iniciações Menores e uma Maior). Podemos utilizar a figura de uma lemniscata para ilustrar esse ponto: aqui, o ponto de maior declinação sul é na base do coração, enquanto em nós, humanidade comum, o ponto mais baixo é na região do Plexo Celíaco. Do mesmo modo, o ponto onde há o cruzamento do fluxo da energia vital, no Adepto ocorre na Laringe, seu novo órgão criador, enquanto em nós, ocorre no coração. Concomitante ao ciclo do Sol ocorre o ciclo da Lua.
A Semente-Lua (princípio feminino) segue o caminho da Lua. Na Lua Cheia, temos a ativação do centro da geração (Plexo Celíaco) – se a força sexual permanecer na pessoa, então ela subirá: “Qualquer um que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.” (1Jo: 3-9). Quando ocorre a Lua Cheia, a ativação da força de vida é sempre abundante, mas, a maior parte de nós acaba por derramá-la no robustecimento da incongruência entre Espírito, Alma e Corpo. Para aqueles que buscam uma vida casta, que é o esforço consciente para manter a sincronia entre Espírito (Céu), Alma (Purgatório) e Corpo (Terra), a semente permanecerá nele. Assim, o fluxo de energia de vida seguirá sua ascensão, a cada mês e, na Lua Nova, tem-se a ativação da Glândula Pituitária ou Corpo Pituitário. Se o Estudante Rosacruz for capaz de, a cada mês, trilhar o caminho da santidade, que é a mais solene preparação e com a maior reverência e devoção, então a semente permanecerá nele (12 sementes a cada ano, uma a cada ciclo da Lua em um Signo do Zodíaco). Assim, quando ocorrer o Solstício de Junho, as 12 sementes Lunares (polo feminino) serão unificadas a uma semente Solar (polo masculino). A fusão entre as sementes ocorre no terceiro ventrículo cerebral, que é a ponte entre as Glândulas Pituitária e Pineal. Por isso o terceiro ventrículo chamado de a cama da lua de mel, em que a Criança Santa (a união entre as sementes Lunar e Solar) é concebida e nascida. Também é chamado de “manjedoura” e as Glândulas Pituitária e Pineal denominadas: Pai e Mãe. O desequilíbrio desse processo, fruto da “Queda do Homem” no Jardim do Éden, causou a perturbação da sincronia entre as correntes de força cósmica e as correntes de força humana, que têm a mesma origem (“como em cima, é embaixo”). Este foi o nosso pecado, quando vivemos na antiga Lemúria (na Época Lemúrica), desperdiçamos nossas sementes sem levar em conta a lei e sem considerar o amor. Mas é nosso privilégio, enquanto Cristãos, nos redimir, pela pureza de nossa vida, em memória do Senhor. São João diz: “Sua semente permanece n’Ele” e este é o significado oculto “do pão e do vinho”. Vale lembrar que santidade é algo muito maior do que ter ou não ter relação sexual. “Não é o uso, mas o abuso que produz todas as perturbações e que interfere com a vida espiritual. Não há necessidade alguma de abandonar a vida superior quando não se possa ser casto, nem é necessário ser estritamente casto para passar pelas Iniciações Menores” (Max Heindel). A força sexual deve ser direcionada para outros propósitos, de modo a, gradativamente, sublimarmos a tendência passional e egoísta de satisfação pessoal, e a empregarmos em fins espirituais. Astrologicamente, isso é feito pela transmutação da paixão de Marte e do amor de Vênus (sensual e pessoal) no altruísmo de Urano exaltado em Escorpião, o Signo da regeneração.
“A Sala Oeste do Tabernáculo era tão escura como os céus o são quando a luz menor – a Lua – encontra-se na parte oeste do céu em oposição ao Sol, isto é, na Lua Nova, quando começa um novo ciclo num novo Signo do Zodíaco. Na parte mais ocidental deste escuro santuário ficava a Arca da Aliança com os Querubins pairando acima dela, e, também, a ardente Glória de Shekinah, da qual saía a Luz do Pai que comungava com Seus adoradores, mas que para a visão física era invisível, portanto, escura” (Max Heindel em Iniciação Antiga e Moderna). Para a compreensão do que é a Glória de Shekinah, devemos ter em mente que o elemento Fogo está presente em todo o universo. Não há nada que exista que não esteja envolvido por tal elemento. Talvez seja difícil compreendermos este fato, pois associamos fogo com chama. Mas bem sabemos que o fogo guarda a mesma relação com a chama que o Espírito tem com o Corpo; o Espírito é invisível assim como o fogo, e o corpo representa a chama, que é o fogo manifestado. Assim como a Árvore da Vida possui seu correlato no corpo do ser humano, assim também as partes do Tabernáculo do Deserto possuem correlatos anatômicos e funcionais com nosso Corpo-Templo. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (ICor 3:16). A cabeça é o correlato anatômico da Sala Oeste do Tabernáculo do Deserto. Essa Sala é também conhecida como o Santo dos Santos ou Sanctum Sanctorum. Nenhum mortal poderia passar o véu que separava a Sala Leste da Sala Oeste, somente o Sumo Sacerdote em uma ocasião especial do ano, chamado Yom Kippur, o Dia da Expiação, é que podia ali adentrar. O Tabernáculo inteiro era o santuário de Deus, mas, neste lugar, sentia-se o imponente poder de Sua presença, a morada excepcional da Glória de Shekinah, e qualquer mortal tremeria dentro deste recinto sagrado, como devia acontecer ao Sumo Sacerdote no dia da Expiação (Max Heindel). Mesmo assim, essa entrada pelo Sumo Sacerdote, era feita após a mais solene preparação e com a maior reverência e devoção. É justamente sobre esta preparação que a Imaculada Concepção possui sua importância, pois somente “os puros verão a Deus”. No mundo existe matéria-prima dada por Deus, que é simbolizada pelo trigo. Ora, do mesmo modo que o trigo é a matéria-prima para elaboração e consumo do pão, os eventos de cada dia se apresentam como oportunidades de trabalho (originalidade) com a matéria-prima (gratidão, devoção e pureza), dadas por Deus, para elaboramos o “Pão da Vida”, que alimenta o Espírito. Note que a cada evento que nos deparamos, todos os dias, podemos enfocar nossa Mente sobre ele, e aqui trabalharemos com a matéria-prima do Mundo do Pensamento. Transformando o trigo em pão pelo emprego da duplicidade Originalidade-Pureza. O mesmo para os sentimentos que são despertados em nós na vivência dos fatos da vida. Se deixarmos que a nossa Natureza emocional degenerada sempre permaneça, sairemos da vida com o mesmo temperamento que entramos. Isso significa que não trabalhamos com a matéria-prima (trigo) do Mundo do Desejo que nos foi dada e, por isso, não produzimos nenhum pão. “Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.” (Mt 25:29). O mesmo para os hábitos que são o resultado que fazemos com o Corpo Vital. Se adquirirmos vícios e maus hábitos nesta vida, significa que estamos destruindo nosso Corpo-Templo que Deus habita e, nas próximas vidas, teremos mais doenças e morte. Finalmente, se não cuidamos de nosso Corpo Denso e do ambiente que vivemos (nossos lares e todos os locais que passamos), também deixamos de construir o “Pão da Vida”. Aqueles que já desenvolveram suas capacidades estão envolvidos nos sistemas acadêmicos, religiosos, políticos e artísticos, promovendo melhorias em nível coletivo, alcançaram consciência e capacidade que permitiram que seu círculo de ação fosse expandido. Veja que a vida se torna muito mais do que ter de trabalhar, comer, beber, nos momentos livres dedicar-se as distrações, prazeres e descansar. Se não criarmos vias originais para que a energia sexual floresça, com certeza ela fluirá para os órgãos sexuais e jamais a Imaculada Concepção permitirá a abertura dos olhos para ver o Fogo Invisível ou a Glória de Shekinah. O contato com o Altíssimo jamais ocorrerá, pois “somente os puros verão a Deus”. Com os “olhos abertos”, vendo face a face, um maior alcance de serviço amoroso nos será inaugurado e poderemos servir lá, como aqui procuramos servir. A Nova Jerusalém será, então, uma verdade. “E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu Deus. Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais: Assolada; mas chamar-te-ão: O meu prazer está nela, e à tua terra: A casada; porque o Senhor se agrada de ti, e a tua terra se casará. Porque, como o jovem se casa com a virgem, assim teus filhos se casarão contigo; e como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus” (Is 62:3-5).
(Trecho do Livro The Life and Mission of the Blessed Virgin – Corinne Heline – traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz-Campinas-SP-Brasil)
Foi dito que Gêmeos, os gêmeos, é o Signo dos opostos: positivo e negativo, alto e baixo, branco e preto. Sob a influência dessa Hierarquia a humanidade conhece o caminho da luz e o caminho das sombras, como conheceram Lázaro e o homem rico na parábola bíblica.
O homem rico tinha grandes posses terrenas, enquanto Lázaro era um mendigo que vivia na miséria. Ambos simbolizam os dois polos da riqueza e da pobreza, o “tem” e o “não tem”, uma classificação que é causa de inumeráveis guerras ao longo da história. O homem opulento da parábola se vestia de linho puro e púrpura real. Todos os dias se dedicava a se divertir e se distrair, enquanto Lázaro, em sua extrema miséria, acudia cada dia para mendigar as migalhas de sua mesa.
Idênticas situações existem no mundo hoje em dia. Contudo, tais iniquidades não podem durar, posto que vivemos em um mundo regido pela lei moral. O ajuste de contas, no entanto, requer maior tempo do que compreende uma só encarnação terrestre. Isso é o que ensina a parábola, que revela o modo de operar a lei, tanto nos planos externos como nos internos.
Lázaro e o homem rico morrem. O primeiro foi transportado para os Céus, enquanto o segundo foi para o Purgatório a fim de sofrer pelo seu ócio, sua improdutividade e perda de tanto tempo. Essa justiça não é, no entanto, de natureza vingativa. O ser humano colhe o que semeou. Ainda que Lázaro vivia na pobreza, as sementes que ele semeou produziram uma rica colheita em comparação com a produzida pelo homem rico, que falhou na hora de fazer o uso correto de suas riquezas e aproveitar a ocasião que foi lhe dada, de prestar um serviço a alguém menos afortunado que ele. O modo de operar da lei é simplesmente corretivo. Reconhecendo a colheita de sua própria semente, o ser humano obtém a compreensão e a compaixão e se dá conta que é um com toda a humanidade.
A parábola ensina, também, que a natureza da experiência do ser humano após a morte está determinada por sua vida sobre a Terra. Quando o homem rico sentiu sede, viu o estado de felicidade de Lázaro no seio do Pai Abraão e suplicou a esse que permitisse a Lázaro lhe dar um gole de água para matar a sede. A isso, Abraão replicou: “Entre nós e vós existe um grande abismo”. Essa barreira é formada por uma vibração. Se uma pessoa do Purgatório pudesse elevar sua consciência ao plano celeste, não continuaria confinada no plano inferior do Mundo do Desejo.
A parábola mostra, ainda, outro ensinamento. O conjunto das experiências humanas está constituído, principalmente, pelas emoções do prazer e da dor. Aceitada com conhecimento, a dor constrói o degrau na escada da realização. Porque a dor torna a compaixão mais profunda e a simpatia mais ampla e incrementa a humildade e a beleza do próprio caráter, que são as características de tudo o que se encontra na verdadeira trilha do Discipulado.
Vivendo uma boa vida, aqui e agora, e evitando os diversos perigos de nossa Terra, podemos preparar-nos para o Céu e evitar uma perda de tempo no Purgatório.
Então, quando renascermos, o faremos em melhores circunstâncias, poderemos continuar no caminho, fazer mais rápidos progressos e situar-nos para melhor servir a Deus, onde quer que estejamos. Não podemos avançar sozinhos. Precisamos ser ajudados pelos mais avançados no Caminho, mas nós também devemos ajudar aos outros na senda e socorrê-los em seu avanço.
A vida é uma jornada desde o berço até a tumba e mais além e de novo ao berço; e assim, de vida em vida. Cada vida é como um dia na escola.
Aprendemos umas poucas lições da vida, cada vez que regressamos à Terra e, a seu tempo, devemos tê-las aprendido todas; então estaremos preparados para conhecer a Deus.
Deveríamos nos preparar para o encontro com a morte enquanto gozamos de boa saúde. Se esperarmos até que nos surpreenda alguma enfermidade, pode ser muito tarde para fazer a necessária preparação.
A morte pode vir de repente.
Em nossos dias, milhares de pessoas morrem todo ano em acidentes de automóvel ou de outro tipo. Em tais casos, não há tempo para se preparar para a morte.
Vamo-nos tal como somos, tanto se estamos prontos, como se não.
O Purgatório é um lugar muito real e todos serão julgados depois da morte.
Será fácil, para qualquer um que esteja presente, ver se vivemos vidas boas ou não, pois nossos Corpos de Desejos assim o revelarão.
Cada um de nós deveria se esforçar por construir um bonito Corpo de Desejos sem mancha nem defeito.
Um Corpo de Desejos composto de delicados matizes de ouro, azul, rosa, verde claro, azul claro com traços de lilás e branco brilhante indica um Ego avançado, que viveu uma vida útil, como um auxiliar da humanidade.
Consideremos a história do homem rico e de Lázaro:
“Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e cada dia se banqueteava com requinte. Um pobre, chamado Lázaro, jazia à sua porta, coberto de úlceras. Desejava saciar-se do que caía da mesa do rico… E até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, em meio a tormentos, levantou os olhos e viu ao longe Abraão e Lázaro em seu seio. Então exclamou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo para me refrescar a língua, pois estou torturado nesta chama’. Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante tua vida, e Lázaro por sua vez os males; agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. E além do mais, entre nós e vós existe um grande abismo, a fim de que aqueles que quiserem passar daqui para junto de vós não o possam, nem tampouco atravessem de lá até nós’. Ele replicou: ‘Pai, eu te suplico, envia então Lázaro até à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; que leve a eles seu testemunho, para que não venham eles também para este lugar de tormento’. Abraão, porém, respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam’. Disse ele: ‘Não, pai Abraão, mas se alguém dentre os mortos for procurá-los, eles se arrependerão’. Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam nem a Moisés nem aos Profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se convencerão’”.” (Lc 16:19-31).
O rico não estava preparado para conhecer a Deus, mas Lázaro sim. Isto nos mostra a vantagem de viver uma vida boa e estar pronto para ir ao Céu em vez de ao Purgatório.
Aqui uma linda passagem da Bíblia que nos faz refletir sobre tudo isso:
“Precavei-vos cuidadosamente de qualquer cupidez, pois, mesmo na abundância, a vida do homem não é assegurada por seus bens”.
E contou-lhes uma parábola: “A terra de um rico produziu muito. Ele, então, refletia: ‘Que hei de fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Depois pensou: ‘Eis o que vou fazer: vou demolir meus celeiros, construir maiores, e lá hei de recolher todo o meu trigo e os meus bens. E direi à minha alma: Minha alma, tens uma quantidade de bens em reserva para muitos anos; repousa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus lhe diz: ‘Insensato, nessa mesma noite ser-te-á reclamada a alma. E as coisas que acumulaste, de quem serão?’ Assim acontece àquele que ajunta tesouros para si mesmo, e não é rico para Deus.” (Lc 12:15-21).
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Pergunta: Uma ideia geralmente aceita que cada alma individual teve um começo, não obstante constituída de tal maneira a ser imperecível. Isso foi posto em dúvida por uma pessoa que acredita ser a morte o fim de todas as coisas; eu gostaria de encontrar alguns argumentos ou passagens da Bíblia de modo a poder convencê-la de que está equivocada. Poderia me ajudar?
Resposta: Embora haja um número considerável de meios pelos quais é possível demonstrar que a morte não é o fim de tudo, tememos que nem mesmo “uma montanha” de argumentos convencerá uma pessoa daquilo que ela não está pré-disposta a crer. O questionador deve estar lembrado da parábola contada por Cristo, a respeito da morte de um rico e de um mendigo chamado Lázaro (Lc 16:19-31). Quando o rico desejou que fosse permitido a Lázaro voltar à Terra para avisar seus irmãos, Abraão disse: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite“. Essa é a questão. Já ouvimos cientistas jactarem-se de não crer na vida post-mortem mesmo que vissem realmente um Espírito. A lógica e a razão os tornaram convictos, para sua inteira e completa satisfação, de que não há Espírito. E considerariam estarem sofrendo de alucinações se vissem realmente um fantasma.
Também não nos é possível extrair citações categóricas da Bíblia. A palavra “imortal” não parece no Antigo Testamento. Aparece a expressão “mortal, deves morrer”, e a vida longa era olhada como uma recompensa à obediência. A palavra “imortal” também não ocorreu nos quatro Evangelhos, porém nas Epístolas de São Paulo ela aparece seis vezes. Em uma das passagens ele fala de Cristo ter trazido à luz a imortalidade por meio da revelação. Noutra ele nos diz que “essa mortalidade deve revestir-se de imortalidade“. Na terceira passagem ele torna claro que a imortalidade é proporcionada aos que a procuram. Num quarto trecho ele fala de nosso estado, “quando este mortal revestir-se de imortalidade“. Numa quinta passagem, declara que “somente Deus é imortal“, e na sexta passagem é uma adoração do Rei Eterno, imortal e invisível. Vemos, pois, que a Bíblia não ensina, por nenhum meio, que a alma é imortal, mas por outro lado ela diz enfaticamente, “a alma que peca deve morrer“. Isto seria uma impossibilidade se a alma fosse inerente e intrinsecamente imperecível. Também não podemos provar a imortalidade da alma usando passagens tais como lemos no Evangelho Segundo São João no capítulo 3 e versículo 16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”. Se basearmo-nos nessa citação, para provar que a alma é eterna, possuída de uma vida interminável, também devemos aceitar as passagens que dizem serem as almas condenadas a um tormento eterno, como o exigem algumas denominações ortodoxas. Na realidade, essas passagens nada provam de uma felicidade ou um tormento eterno. Se tomarmos o dicionário Grego de Liddel e Scott, veremos que a palavra traduzida por “eterno” na Bíblia, corresponde à palavra grega “aionian”, que significa “um tempo, um período indefinido, uma vida toda”, etc. Vemos essa expressão empregada corretamente na Epístola de São Paulo a Filemon, quando lhe devolve o escravo Onésimo com as seguintes palavras: “Pois acredito que ele veio a ser afastado de ti temporariamente, a fim de que o recebas para sempre”. A palavra “para sempre” é a mesma palavra “aionian” que é traduzida como “eterna” quando se refere à condenação e à salvação e, facilmente, podemos ver que, nesse caso, pode significar apenas uma parte de uma vida, pois nem São Paulo nem Filemon, dessa forma, viveriam para sempre.
Qual é, pois, a solução? Será a imortalidade apenas uma invenção da fantasia, incapaz de ser comprovada? Certamente que não, porém é necessário que façamos uma diferença rigorosa entre alma e Espírito. Essas duas palavras são tomadas, frequentemente, como sinônimas, sem o serem. Temos na Bíblia a palavra hebreia Ruach, e a palavra grega Pneuma, ambas significando Espírito, enquanto que a palavra hebreia Neshammah e a grega Psuke significam alma. Em acréscimo a essas, temos a palavra hebreia Nephesh, que significa sopro, respiração, mas que foi traduzida por vida em alguns lugares e por alma em outros, de acordo com as conveniências dos tradutores da Bíblia. É isso que causa a confusão. Por exemplo, narra-se no Livro do Gênesis que Jeová formou o ser humano do pó da terra e soprou em suas narinas a respiração, o fôlego (nephesh) e o ser humano tornou-se uma criatura que respira (nephesh chayim), e não uma alma vivente tal como está no Livro do Gênesis, capítulo 2, versículo 7.
Com referência à morte, lemos no Livro do Eclesiastes capítulo 3, versículo 19-20, e também em outros trechos, que não há diferença entre o ser humano e o animal, “como morre um, assim morre o outro; e todos tem o mesmo folego (nephesh, novamente)”. Isso parece indicar que o ser humano não tem preeminência sobre as bestas e que todos vão para o mesmo lugar. Há, porém uma distinção bem definida entre Espirito e corpo, pois sabemos que “quando o Cordão Prateado se rompe, o corpo volta ao pó de onde foi tirado e o Espírito retorna a Deus, de onde saiu”. A palavra morte em parte alguma está associada a Espírito, e a doutrina da imortalidade do Espírito é ensinada de modo conclusivo pelo menos uma vez na Bíblia Evangelho Segundo São Mateus capítulo 11, versículo 14, onde Cristo diz, referindo-se a João Batista: “É este o Elias“. O Espírito que deu alma ao corpo de Elias renasceu como Joao Batista. Deve, pois, ter sobrevivido a morte corporal e ter sido capaz de continuar a viver. Para obter ensinamentos mais profundos e definitivos sobre este assunto, devemos, porém procurar um ensinamento místico, e aprendemos no Livro “Conceito Rosacruz de Cosmos” que os Espíritos Virginais, enviados as asperezas deste mundo como Raios de Luz da Chama Divina (que é nosso Pai que está nos céus), devem primeiro sofrer um processo de involução na matéria, cristalizando-se cada raio num Tríplice Corpo. Receberam, então, uma Mente que se tornou o ponto de apoio sobre o qual a Involução se transforma em Evolução. E a Epigênese, a divina habilidade criadora do Espírito, é a alavanca com a qual o Tríplice Corpo espiritualiza-se em Tríplice Alma e amalgama-se com o Tríplice Espírito, sendo a alma o extrato da experiência com a qual o Espírito é levado da ignorância até a onisciência, da impotência à onipotência, tornando-se, finalmente, semelhante a seu Pai que está nos céus.
É-nos impossível, com nosso intelecto racional limitado, compreender a magnitude dessa tarefa, mas percebemos (intuitivamente) que há um caminho longo para chegar à onisciência e a onipotência. E isso deve exigir muitas vidas. Vamos, portanto a Escola da Vida do mesmo modo que as crianças vão as escolas aqui na Terra. E, assim como há noites de descanso entre um dia escolar e outro, há também noites (a morte) entre nossos dias na Escola da Vida. A criança sempre retoma a lição no ponto em que foi deixada no dia anterior. Também nós, quando voltamos a renascer, retomamos as lições da vida no ponto em que foram deixadas na existência anterior.
Quanto à pergunta de porque não nos lembramos de nossas existências passadas, a resposta é simples. Não nos lembramos claramente do que fizemos há um mês, um ano ou há vários anos atrás; como, pois, esperamos lembrar-nos do que está muito mais recuado no tempo? Só se tivéssemos um cérebro diferente, harmonizado a consciência de vidas anteriores. Não obstante, há pessoas que recordam de suas existências passadas, e muitas mais pessoas estão cultivando essa faculdade cada ano que passa, pois é uma faculdade latente em todos os seres humanos.
Portanto, o neófito que transpôs os umbrais da Iniciação para os Mundos invisíveis é sempre levado ao leito de uma criança moribunda. Ele vê o Espírito sair e cuida de observar esse Espírito no Mundos invisíveis até que ele se apresente para um novo renascimento. Uma criança é escolhida para esse fim, pois está destinada a renascer dentro de um ou dois anos. Desse modo, dentro de um espaço de tempo relativamente curto, o neófito vê com seus próprios olhos como um Espírito cruza os umbrais da morte e volta a entrar na vida física, através do ventre materno. Ele tem, então, a prova. A razão e a fé devem bastar aqueles que não estão preparados para o conhecimento direto, que “não é cobrado em ouro, mas por meio uma vida de abnegado e amoroso serviço aos demais”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 04/1974 – pela Fraternidade Rosacruz – SP – traduzido da Revista Rays From the Rose Cross)