Arquivo de tag Cristianismo Esotérico

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “EU” Universal: como nos expandir

O “EU” Universal: como nos expandir

O grande universo está sempre aberto para nós, mas estaremos nós sempre abertos para ele? Estaremos livres para nos expandirmos, para aspirarmos grandes alturas, para nos elevarmos em pensamento além dos limites materiais sobre os quais devemos construir a nossa presente vida? Ou estaremos tão ligados a problemas relativamente inconsequentes do cotidiano aos quais damos tanta importância que não percebemos a grandeza que existe além deles?

A resposta a essas perguntas depende inteiramente do grau com que for regida a nossa personalidade superior ou inferior. Se for a personalidade inferior que comanda, estaremos tão presos às suas reivindicações que muito tempo e muitos talentos preciosos serão desperdiçados.

Em cada ato egoísta afundamo-nos um pouco mais no pântano material tornando, às vezes, difícil sairmos dele. Estamos, na verdade, olhando para baixo, desviando nossa visão dos mundos elevados, sem saber que tesouros eles escondem.

Se, porém, nossa personalidade superior estiver nos controlando, tudo o que diz respeito ao egoísmo não nos influenciará. Estaremos no processo de construir nossos corpos espirituais utilizando os dois Éteres superiores. Portanto, o desejo vulgar, forte e possessivo, característico do egoísmo e do mal não se encontrará em nós e nos sentiremos mais leves do que quando estávamos ainda presos à Personalidade Inferior. Olhamos para cima e para fora e, por vezes, achamos que realmente estamos “no Mundo (Físico), mas não pertencemos a ele”.

Há um universo interno e um externo aos quais podemos nos apegar, mas não alcançaremos nenhum se não estivermos soltos para “voar alto”.

O universo externo abrange o infinito. O universo interno é aquele que aparece quando o Cristo, dentro de nós, desperta.

A pessoa que só pensa em si não tem ideia do que perde, até que comece a abandonar sua maneira egoísta de ver as coisas. Ao invés de se preocupar só com problemas pessoais, que cerceiam a própria liberdade, procurar voltar sua atenção para problemas amplos e gerais e ficará, muitas vezes, surpresa ao ver até que grau seu horizonte se abre. Toma conhecimento da beleza que a cerca, tanto na Natureza, como em muitos dos seus companheiros. Vê cenas que lhe são familiares com novos olhos e começa a ver ao seu redor coisas que jamais havia percebido antes.

O pôr-do-sol, apreciado com admiração, torna-se significativo como uma evidência da grandeza do Criador, assim como flores, árvores e pássaros. A pessoa começa a ver qualidades em alguns velhos conhecidos e a “divina chama interior” vai crescendo nela.

Há um interesse cada vez maior em ajudar as pessoas e isto faz com que utilize e aumente seus talentos muito mais do que quando os usava para seu próprio benefício. À medida que a pessoa desperta para ser útil, seu potencial criativo e seu círculo de influência aumentam. Em resumo, a pessoa cresce e ao fazê-lo seu universo interior se expande e ela se torna mais ligada ao universo externo.

Depois que tivermos aprendido as lições através de muitos outros Períodos de Manifestação, teremos nos tornado semelhantes a Deus e capazes de construir os nossos próprios Sistemas Solares. Embora muitos e muitos anos tenham que se passar e um incrível grau de progresso humano tenha que ser alcançado antes que possamos atingir esse estágio, não é tão difícil poder começar a levá-lo em consideração, no atual ponto de nosso desenvolvimento. É, afinal, nossa meta, para a qual estamos trabalhando — ápice da perfeição humana como foi imaginada para um futuro Dia de Manifestação.

Como podemos esperar construir e manter um Sistema Solar nosso, se não começarmos agora a responder criativamente àquele no qual vivemos? Como seremos capazes de compreender as dificuldades para aguentar o nosso Sistema Solar se não dominarmos, primeiro, os enigmas do dele?

Podemos discutir isso agora desde que, no desenrolar natural dos acontecimentos, ao término do Período de Vulcano, tenhamos aprendido o que deveríamos aprender. Logicamente nesse trajeto muitas lições profundas serão aprendidas e cuja essência pertencem aos ainda distantes Períodos de Júpiter, Vênus ou Vulcano, porém, não seremos capazes de trabalhar em nenhum desses Períodos se não tivermos, primeiro, absorvido e dominado nossas lições terrenas.

A lição terrena que mais devemos avaliar e a que parece a mais difícil de se aprender, é o cultivo daquele sentimento de amor e fraternidade universal — o verdadeiro Cristianismo Esotérico. Amor é a essência do universo — o fator base que une tudo que existe. Uma vez que o ditado hermético diz “como é em cima é embaixo”, conclui-se que qualquer que seja a natureza do nosso Sistema Solar, é inevitável que ele se baseará também no princípio do amor absoluto.

Para cultivar esse amor temos que sair dos “casulos” do interesse próprio que tecemos ao nosso redor e tomar conhecimento do que existe além disso, esforçando-nos para penetrar na “divina chama interior” e todo nosso conceito de humanidade se desenvolverá. Talvez estejamos amedrontados e com razão, pelos danos causados pela poluição em nosso meio ambiente e no próprio Planeta, mas, agindo com força e coragem e juntando-nos a outros que pensam da mesma maneira, possamos ainda mudar o curso das coisas e consertar muito do que foi feito erroneamente. Talvez estejamos deprimidos ao ver a pobreza e o sofrimento em que vivem tantos dos nossos irmãos, mas, devemos olhar para o futuro ajudando e sobretudo orientando cada ser a trabalhar conscientemente de modo a garantir melhorias de ordem material e também maturidade espiritual, no entendimento da missão evolutiva de cada um.

Quanto mais nos expandirmos além do pequeno e pessoal “eu”, mais amplos serão nossos horizontes e mais certos estaremos da redução das limitações anteriores de nossa capacidade de aprender, conquistar, compreender, discriminar, interpretar, julgar e concluir.

Aumentaremos e refinaremos nossos pontos de vista e nossa compreensão à medida que formos capazes de “sair para fora” de nós mesmos e abandonarmos aquele pequeno “eu'” cheio de problemas e solicitações pessoais.

Para nossa alegria e certeza em Deus, surgirá aquele “eu” completo, de dimensão universal, para o qual estamos destinados.

(Publicada na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – jul/ago/88)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Respeito do Ser Humano pelo Ser Humano

O Respeito do Ser Humano pelo Ser Humano

O respeito do ser humano pelo ser humano, como semelhante centelha espiritual, deixa muito a desejar. Nunca o mundo precisou tanto de amor como nos atuais tempos de materialismo, tão perigoso ao nosso normal desenvolvimento interno. Por isso, o mais deplorável na hora presente é o desânimo dos seres humanos de boa vontade. Psicólogos e educadores estudam as causas dos problemas sociais, mas não podem perscrutar profundamente o problema, enquanto não considerarem o ser humano em sua integralidade, como ser humano e espiritual. A menos que sejamos alimentados em todos os aspectos, haverá fome de algum lado: haverá deficiências, haverá enfermidades jamais sonhadas pelos materialistas, porque a função faz o órgão e a negligência de certos aspectos, justamente os mais complexos e elevados da natureza humana, trará consequências desastrosas!

A técnica moderna, em vez de servir ao ser humano, veio escravizá-lo, em benefício de alguns. As máquinas avassalaram os operários, reduzindo-os a peças, cujos movimentos são estudados para cada vez mais produzir. As vidas egoístas e intensas das grandes cidades ilham-nos num círculo vicioso pouco edificante. É uma indústria de neuróticos. Os hospitais de doenças nervosas se multiplicam. Contam as estatísticas que, dentre as pessoas com cursos superiores, os que mais se suicidam são os médicos; e dentre eles os psiquiatras!

Na América do Norte é alarmante o número das pessoas que morrem de enfarte nervoso, antes dos 50 anos. Na Europa, justamente nos países mais adiantados (Suíça, Suécia, Dinamarca) ocorrem os maiores índices de suicídios. Por quê? Se o objetivo do ser humano fosse meramente material, se o ser humano fosse apenas um conjunto orgânico que se desfaz na morte, por que essa angústia? A resposta é simples: estão esquecendo o ser humano real! As criaturas andam famintas de amor, de apreciação, de estímulo, de criatividade, de motivação! O ser humano precisa ser compreendido em sua inteireza. De novo surge, do fundo das idades, a Esfinge gigantesca e repete o desafio: ou me decifras, ou te devoro! De novo, o Cristo dentro de nós inquire a nossa consciência: Tu me amas? Então, apascenta as minhas ovelhas!

O Cristianismo Esotérico tem uma tremenda responsabilidade, um grande dever: divulgar, por todos os meios ao seu alcance, os aspectos integrais do ser humano e o modo de torná-lo realmente feliz, realizado, segundo, não o ponto de vista material, imediatista, porém, amplo, que atente não só ao presente, como ao futuro.

“Não só de pão vive o ser humano”. O dia em que se ensejarem a cada ser humano os meios e motivações de crescimento interior, ver-se-á que eles hão de florescer a dimensões jamais sonhadas, em todos os aspectos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de 01/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Origem do Cristianismo Esotérico: Essênios, Iniciações e Christian Rosenkreuz

A Origem do Cristianismo Esotérico: Essênios, Iniciações e Christian Rosenkreuz

Encontramos suas raízes entre a devota ordem dos Essênios, ao tempo de Cristo. Não são mencionados nos Evangelhos porque foram precisamente eles que dirigiram sua redação. Os manuscritos do Mar Morto, descobertos desde 1947, em aparente acaso, às margens do Mar do mesmo nome, nas cercanias do soterrado Mosteiro de Qumran, mostram inequívoca relação daquela Ordem com os Evangelhos, principalmente com o de São João Evangelista e as cartas de São Paulo. Efetivamente, José e Maria, pais de Jesus; Zacharias e Izabel, pais de João Batista; Jesus, João Batista e os seguidores de ambos, todos foram Essênios

Lázaro, Iniciado por Cristo na simbólica passagem de sua ressurreição, renasceu depois como Christian Rosenkreuz, fundador da Ordem Rosacruz. Jesus foi educado pelos Essênios e com eles privou no período omitido pelos Evangelhos, dos onze aos vinte e nove anos, preparando-se em Qumran e posteriormente na Pérsia (onde havia a mais completa biblioteca daqueles tempos), para a missão transcendental de sua União a Cristo, no batismo do Jordão. As passagens principais da vida de Jesus Cristo são “passos” Iniciático do desenvolvimento de cada Aspirante à vida superior. Com esse fim os Evangelhos foram escritos: como fórmulas de Iniciação, sob a singela aparência de narrativa a respeito da vida de Jesus Cristo.

Essas nove Iniciações, pela ordem, são: Batismo, Tentação, Transfiguração, Última Ceia, Lavapés, Getsemani, Estigmatização, Crucificação e Ressurreição.

Assim a Fraternidade Rosacruz visa a uma grandiosa finalidade e encaminha os Aspirantes vencedores a ilimitado desenvolvimento posterior para serviço do mundo. Não constitui uma confissão religiosa, no sentido comum do termo, porque não é dogmática; todavia no mais lato sentido, é uma escola de religiosidade, que oferece os mais eficientes meios de religar o ser humano a Deus, através de Seu Filho, o Verdadeiro Caminho.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/79 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Porque o Método Rosacruz de Desenvolvimento é Ocidental

Porque o Método Rosacruz de Desenvolvimento é Ocidental

Dizer que a Fraternidade Rosacruz é uma escola preparatória aos mistérios do ocidente não contradiz o sentido de universalização para que tende o Cristianismo Esotérico. Tal como o Sol vem de leste para oeste, a luz da espiritualidade seguiu a mesma direção ao longo da evolução humana.

Confúcio na China; Buda na Índia, Pitágoras na Grécia, foram progressivos marcos da trajetória brilhante do Sol da espiritualidade, dirigindo a evolução religiosa cada vez mais para o oeste. Depois surgiu Cristo. Sua influência predomina, por enquanto, no ocidente até que por todo o mundo os demais Egos se universalizem e se libertem dos laços restritivos da raça e da tradição. No ocidente estão os seres mais evoluídos da Terra, em sentido geral, seres que em outras vidas já tiveram encarnações no oriente.

Agora renascem nessa parte do globo para receberem ensinamentos equivalentes ao seu estado evolutivo. Pode parecer, ao menos avisado, que o oriente, em questão espiritual esteja na vanguarda. Engano. Aqueles Egos se encontram na curva descendente da evolução, prestes a atingir o nadir da materialidade, pelo qual já passaram os ocidentais. Em futuro não muito distante viverão os mesmos problemas que nós, para adquirirem a experiência da vida material. Já se afastam, pouco a pouco, das vivências predominantemente subjetivas para mergulharem na conquista do mundo material, requisito indispensável à evolução, no presente estágio de desenvolvimento da humanidade. Entretanto, os ocidentais, subindo o arco ascendente da escala evolutiva, estão alcançando condições cada vez mais espiritualizadas, Corpos físicos mais refinados e Mentes mais dinâmicas.

Os métodos de realização oriental e ocidental são bem distintos, conquanto tenham em comum alguns princípios doutrinários como a Lei do Renascimento, a Lei de Causa e Efeito, etc. No método oriental, o neófito se subordina ao guru (Mestre) e condiciona seu desenvolvimento à completa aceitação do que lhe é ensinado. No método ocidental, fundamentalmente individualista, se busca, desde o princípio, libertar o neófito de todas as influências externas que lhe dificultam a livre manifestação do Ser.

O método ocidental respeita em cada aspirante o acervo individual de experiências passadas que lhe formaram a natureza, a índole, o temperamento, o caráter, enfim, sua particular e total estrutura Egóica, diferente da de qualquer orientador externo. O método ocidental lhe dá, ao mesmo tempo, meios de realização e deixa o desenvolvimento na dependência exclusiva de sua iniciativa, esforço e perseverança.

A questão Iniciática não é simples, como podem fazer crer os ignorantes e os charlatães. A Escola Rosacruz exorta seus membros a não pensar em voos de alma e a se dedicar de todo coração e vontade ao aprimoramento do caráter, mediante o serviço amoroso e altruísta aos demais, pelos meios de iluminação que põe dadivosamente à disposição de todos. Isso concorda com os Evangelhos: “procure primeiramente o Reino dos Céus e Sua justiça e o demais virá por acréscimo”.

É importante que saibamos distinguir, para nossa orientação e dos demais, o método ocidental de desenvolvimento. 

Como diz Max Heindel: “Buda pode ter sido a luz da Ásia, mas Cristo é a luz do mundo”. Assim como a luz do Sol

ofusca o brilho das mais radiantes estrelas, tempo chegará em que o verdadeiro cristianismo ofuscará todos os demais sistemas doutrinários para inteiro benefício da própria humanidade

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/73 – fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Missão da Sede Mundial: corresponde a um moderno Tabernáculo com missão especial para o Ideal de Aquário e o Cristianismo Esotérico, a religião do futuro

A Missão da Sede Mundial: corresponde a um moderno Tabernáculo com missão especial para o Ideal de Aquário e o Cristianismo Esotérico, a religião do futuro

O ser humano, ao nascer, não está formado ainda. Sabemos, à luz da ciência e da Filosofia Rosacruz, que ele desenvolve o Corpo Denso até os sete anos. Então nasce o Corpo Vital e é desenvolvido até cerca dos catorze anos, em que a puberdade marca o nascimento do Corpo de Desejos. Desenvolvemos o Corpo de Desejos até perto dos 21 anos, quando nasce a Mente e o indivíduo é considerado (não sem razão, portanto) pelas leis civis, como cidadão, capaz de exercer seus deveres e direitos. Nesse desenvolvimento, há a chamada idade perigosa, que medeia entre os catorze anos e vinte anos. É quando o jovem, começando a formar seu próprio sangue, começa a mostrar sua verdadeira natureza, inteiramente pessoal, distinta dos pais e demais ascendentes (porque a hereditariedade afeta apenas a parte física).

A Mente ainda não se formou e sob os impulsos do Corpo de Desejos, o jovem, sentindo íntima necessidade de autoafirmação, começa a reagir contra as ordens dos pais. Julga-se homem/mulher, dono (a) de seu nariz, como se costuma dizer. É uma idade difícil. Se os pais não conquistaram a confiança e amor do filho ou da filha, pelo exemplo e coerência de atitudes, amorosas e justas, terão dificuldade nessa fase de sua educação. Assim, também, no desenvolvimento de qualquer coisa, inclusive da Fraternidade Rosacruz. Max Heindel, profundo e inteligente como era, previu-o. Disse ele que, em seu desenvolvimento, como qualquer outra organização, a Fraternidade Rosacruz teria problema quando seus membros estivessem passando a maturidade espiritual. É inevitável. O Estudante, sentindo seu avanço, a influência que vai exercendo em seu meio ambiente imediato, a facilidade que vai tendo na compreensão de tudo, graças às “chaves” que recebeu na Rosacruz começa a envaidecer-se. Ele mesmo não a percebe; é um sentimento perigoso, sutil, insinuante, com feições de legítimo, mas, no fundo, VAIDADE. Daí Max Heindel chamar ao grau mais adiantado de estudante, de Probacionista, ou seja, aquele em que se é provado. Não provas dramáticas contra dragões e perigos horripilantes, quixotescos. Não, provas sutis, segundo o ponto fraco de cada um. Max Heindel comparou a ascensão do Aspirante a uma torre de igreja, larga na base e que vai estreitando à medida que sobe, até que há um ponto suportando a cruz. No caminho da regeneração, também, tudo é definido no começo. Muitas coisas são permitidas, porque a medida da instrução é o que o aluno pode aprender e não o que a Escola pode ensinar. Mas, à medida que ele avança, as relatividades aumentam em tudo e o rigor de consciência desperta a tortura em cada desvio. Então, a diferença entre o bem e mal é sutil. Ele já não responde facilmente como antes. Há muitos fatores a considerar. É como o fio de uma lâmina de navalha.

Contudo, se o Estudante não for cuidadoso e prudente na observação de si mesmo poderá, facilmente, escorregar de um lado para outro, entre o fanatismo e a indiferença; pode interpretar como legítima sua vontade de mudar as coisas e, como o jovenzinho de nosso exemplo, passa a criticar os pais chamando-os de antiquados, de prepotentes, etc.

É uma fase; uma idade perigosa. Foi por isso que surgiram ramificações por aí, com nomes de Rosacruz, “independentes” como o mocinho carente de mentalidade e equilíbrio e, principalmente, carente de um elo superior, no caso a Ordem Rosacruz.

É certo que os Irmãos Maiores, como educadores sapientíssimos, sabem compreender tudo isto e ajudam seus filhos a vencer a prova; todavia dão muito mais possibilidades aos que exercitam sua Epigênese dentro do ideal traçado. Liberdade mal orientada é Epigênese desperdiçada, se bem que as consequências evidenciam o erro e reconduzem ao caminho.

Isto se dá em todas as organizações e Centros. Já vivemos estas experiências, mas temos a felicidade de compreender nossa adolescência e a sabedoria de nossos pais, simbolicamente, aqui, o Cristo, os Irmãos Maiores, Max Heindel que se expressam através da Sede Mundial em Mount Ecclesia (Oceanside) sempre leal às diretrizes de seus fundadores.

Este problema, esta prova de julgar-se cerceado em sua liberdade, de querer ser diferente, é natural da adolescência, mas não traz maiores consequências quando os pais souberam educar seus filhos. Em nosso caso, a orientação da escola Rosacruz sabemos que ela respeita acima de tudo o livre arbítrio de cada um e procura emancipar os aspirantes de toda limitação de sua personalidade e dependências externas para que seja um “perfeito cidadão do mundo e um pregador do bem”. Logo, se existe esta impressão, é interna, é pessoal, Epigênese a serviço da vaidade, do personalismo que se vê acuado, ameaçado e luta por seu reino, como Herodes ao tempo em que nasceu Jesus. Um é o reino do mundo e o outro o dos céus. Este deve conquistar aquele, mas a luta custará à vida de muitos ideais, de muitos esforços.

Suscitamos este tema por vários motivos: primeiro porque é sempre atual; segundo, porque já temos muitos Probacionistas que precisam ficar alertas contra as armadilhas de sua natureza inferior; terceiro, porque é preciso compreender-se que o movimento Rosacruz não é uma Escola de cegos, sem lastro para a Iniciação, senão que, reúne princípios superiores, inalteráveis ao nosso esforço Crístico. Ao mesmo tempo, por trás de toda atividade individual ou grupal, há uma ajuda esclarecida, há um observador consciente que nos respeita a liberdade, que nos estimula, que nos compreende como um pai maravilhoso, um pedagogo incomparável, que é o Irmão Maior; quarto, porque a Fraternidade não são sedes nem diretorias, se bem que elas sejam instrumentos de ação, que nem sempre estão de nosso agrado. Fraternidade é algo interno, vivente, que se forma com a aspiração, com o esforço, com o pensamento convergente, harmonioso, concordante de todos os seus membros, na consecução de um Ideal superior, qual seja, a elevação de mundo à altura de Cristo, nosso Mestre e Guia.

Isso não quer dizer que a Sede Mundial não tenha um efeito especial, como fulcro físico. Tem sim. Max Heindel, Iniciado pelos Irmãos Maiores, escolheu aquele lugar, não por acaso, mas porque sabia tratar-se de um dos sete centros de irradiação espiritual, no corpo da Terra, de modo a favorecer a difusão dessa nova tônica do movimento cristão pelo mundo inteiro, de forma que não seria possível com apenas os recursos de seus membros. Além do mais, conforme Max Heindel o testemunhou, a Sede Mundial corresponde a um arquétipo previamente formado nos planos mentais pelos Irmãos Maiores, com o propósito de alimentar o corpo de nosso ideal até o tempo previsto na Era Aquariana. Além do que podem ver nossos olhos físicos, além do que nossos limitados sentidos de neófitos, há uma força espiritual mantenedora da Fraternidade Rosacruz, que precisa de seu esforço e do meu, mas que não depende apenas de nós para sua sobrevivência.

Como disse muito bem o irmão Juan Jose Pena, do Centro Rosacruz de Rosário de Santa (Argentina), quando de sua visita a Sede Central do Brasil: “A Sede Mundial, fundada pelo Sr. Max Heindel, sob orientação dos Irmãos Maiores, corresponde a um moderno Tabernáculo com missão especial para o Ideal de Aquário e o Cristianismo Esotérico, a religião do futuro”.

Realmente assim é. Não importa o nome dos pedreiros, a construção continua, seguindo as linhas traçadas previamente por um arquétipo. Nenhum esforço errado poderá subsistir.

Encerramos com São Paulo, apóstolo: “Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus. Nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (ICor 3; 6-9). “O fundamento é Cristo. Se alguém edifica sobre o fundamento em ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um, pois o dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará” – (ICor 3; 11-13).

Sejamos, pois, sempre como células ativas, tecidos vivos, órgãos normais no corpo da Fraternidade, sem jamais inquirir, como células, a que a outra faz; o propósito da Fraternidade Rosacruz é o desenvolvimento individual, para que o corpo cresça em eficiência, como Deus cresce com o pequenino acréscimo de nossa evolução individual. Deus é Amor. O amor une e edifica. Quem vive em amor vive em Deus e Deus nele.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 08/65 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

INTRODUÇÃO

O mundo ocidental é, sem dúvida, a vanguarda da Raça humana e, por motivos que indicaremos nas páginas seguintes, os Rosacruzes sustentam que nem o Judaísmo nem o “Cristianismo Popular”, mas sim o verdadeiro Cristianismo Esotérico será a Religião mundial.

Buda, grande e sublime, pode ser a “Luz da Ásia”, mas Cristo ainda será reconhecido como a “Luz do Mundo”. Assim como o Sol ofusca a luz das mais brilhantes estrelas nos céus e dissipa todo o vestígio de trevas, iluminando e vivificando todos os seres, assim, em futuro não muito distante, a verdadeira Religião de Cristo há de superar e anular todas as outras Religiões, para eterno benefício da humanidade.

Em nossa civilização, o abismo que se abre entre a Mente e o Coração torna-se maior e mais profundo e, enquanto a Mente voa de uma à outra descoberta nos domínios da ciência, o abismo aprofunda-se e amplia-se ainda mais, ficando o coração cada vez mais distante. A Mente busca com ansiedade e se satisfaz apenas com explicações materialmente demonstráveis acerca do ser humano e demais seres do mundo fenomenal. O Coração sente instintivamente que algo de maior existe, e anela por aquilo que pressente como verdade de ordem tão elevada que só pode ser compreendida pela Mente. A Alma humana subiria nas asas etéreas da intuição e banhar-se-ia na eterna fonte de luz espiritual e amor; mas os modernos pontos de vista científicos lhe cortaram as asas, deixando-a acorrentada e silenciosa, atormentada por aspirações insatisfeitas, tal como o abutre em relação ao fígado de Prometeu.

É necessário que seja assim? Não haverá um terreno comum onde possam encontrar-se cabeça e coração, a fim de que, ajudando-se mutuamente, possam tornar-se mais eficientes na investigação da verdade universal, satisfazendo-se por igual?

Tão seguramente como a luz preexistente criou o olho que a pudesse ver; tão seguramente como o desejo primordial de crescimento criou o sistema digestivo e assimilador para a consecução daquele fim; tão seguramente como o pensamento existiu antes do cérebro, construiu-o e continua construindo-o para sua expressão; tão seguramente como agora a Mente procura arrancar os segredos da natureza unicamente pela força da audácia, assim também o coração há de encontrar um meio de romper suas cadeias e satisfazer suas aspirações. Atualmente ele se encontra sujeito ao cérebro dominador. No entanto, algum dia adquirirá a força necessária para despedaçar os grilhões e converter-se em um poder maior que a Mente.

É igualmente certo que não pode haver contradição na natureza, portanto o coração e a Mente devem ser capazes de unir-se. O objetivo desse livro é, precisamente, mostrar como e onde a Mente, ajudada pela intuição do coração, pode penetrar nos mistérios do ser, muito mais profundamente do que cada um poderia fazê-lo por si só; mostrar como o coração, unido à Mente, pode ser defendido do erro, e como cada um tem plena liberdade de ação sem se violentarem mutuamente, mas ambos satisfazendo suas aspirações.

Só quando essa cooperação for alcançada e aperfeiçoada poderá o ser humano chegar a mais elevada e verdadeira compreensão de si próprio e do mundo de que é uma parte. Somente isso lhe poderá dar uma Mente ampla e um grande Coração.

A cada nascimento passa a existir entre nós o que parece ser uma vida nova. Vemos a pequena forma viver e crescer, e converter-se pouco a pouco em fator de nossas vidas durante dias, meses ou anos. Chega por fim um dia em que a forma morre e se decompõe. A vida que veio, não sabemos de onde, passa ao invisível além, e então com tristeza indagamo-nos: De onde veio? Por que esteve aqui? Para onde foi?

A forma esquelética da morte projeta sua horrenda sombra em todos os umbrais. Velhos ou jovens, sãos ou enfermos, ricos ou pobres, todos, todos nós devemos passar através dessa sombra, do modo que em todas as idades tem-se escutado o clamor de angústia pela solução do enigma da vida – do enigma da morte.

Para a grande maioria da humanidade as três grandes perguntas: “De onde viemos?”, “Por que estamos aqui?” e “Para onde vamos?” permanecem sem resposta até hoje. Lamentavelmente formou-se a opinião, aceita pela maioria, de que nada podemos conhecer definitivamente sobre tais assuntos do mais profundo interesse para a humanidade. Nada mais errôneo do que semelhante ideia. Todos e cada um, sem exceção, podem tornar-se aptos para obter informações diretas e definidas sobre o assunto; podem pessoalmente investigar o estado do espírito humano tanto antes do nascimento como depois da morte. Não há favoritismo nem se requerem dons especiais. Todos temos, inerente, a faculdade de conhecer tudo isso, mas! – Sim, há um “mas”, e um “MAS” que deve ser escrito em maiúsculo. Essa faculdade está presente em todos, mas latente na maioria das pessoas. Requer um esforço persistente para despertá-la, embora isto pareça um poderoso dissuasivo. Se estas faculdades de “despertar e conscientizar” pudessem ser obtidas por meio do dinheiro, ainda que por preço elevado, muitos pagariam sem hesitação só para desfrutar dessa imensa vantagem sobre os seus semelhantes. Todavia, bem poucos são realmente os que se prestam a viver a vida necessária para despertá-las. Só um esforço paciente e perseverante pode realizar esse despertar, que não pode ser comprado nem atingido por caminhos fáceis.

Todos admitem que seja necessária prática para aprender-se a tocar piano, e que seria inútil pretender-se ser relojoeiro sem antes passar-se pelo aprendizado. No entanto, quando se trata da Alma, da morte, do além ou das origens do ser, muitos creem saber tanto quanto qualquer outro e avocam-se o direito de emitir opinião, apesar de nunca terem consagrado a tais assuntos ao menos uma hora de estudo.

É evidente que ninguém pode esperar que sua opinião sobre um assunto fosse considerada, se nele não é versado. Em assuntos jurídicos, quando são chamados peritos a opinar, examina-se em primeiro lugar a sua competência. Sua opinião de nada valerá se não ficarem comprovados sua proficiência e conhecimento sobre o assunto em causa.

Todavia, se pelo estudo e prática eles são considerados aptos a emitir parecer digno de crédito, esse será acatado com o maior respeito e consideração. E se o testemunho de um perito é corroborado pelo de outros igualmente capacitados, aumenta mais o valor e a veracidade do quanto foi evidenciado pelos primeiros.

O testemunho irrefutável de tal perito vale muitíssimo mais do que o de uma dezena ou o de um milhão de pessoas que nada sabem do assunto, posto que o nada mesmo quando multiplicado por um milhão, sempre resulta em nada. Isto é tão certo em matemática como em qualquer outro assunto.

Como já afirmamos, acatamos prontamente argumentos dessa natureza quando se referem a assuntos materiais, mas quando se discutem coisas acima do mundo dos sentidos, coisas sobre os Mundos suprafísicos, ou quando se tem de demonstrar as relações entre Deus e o ser humano, e explicar os mistérios mais íntimos da divina centelha imortal impropriamente chamada Alma, todos esperam que suas opiniões sejam ouvidas, que se dê toda consideração às suas ideias sobre coisas espirituais. E que lhes conceda tanto valor como às emitidas pelo sábio o qual, mediante uma vida paciente e laboriosa investigação, adquiriu sabedoria de tão elevadas coisas.

Ainda mais, muitos não se contentarão em pedir igual mérito às próprias opiniões, mas tentarão até escarnecer e ridicularizar as palavras do sábio, buscando impugnar o seu testemunho como fraudulento e, com a suprema confiança da mais profunda ignorância, afirmarão que como eles nada sabem sobre tal assunto é também absolutamente impossível que qualquer outra pessoa o saiba.

O ser humano que se conscientiza de sua ignorância deu o primeiro passo na direção do conhecimento.

O caminho para o conhecimento direto não é fácil. Nada realmente valioso se obtém sem esforço persistente. Nunca será demasiado repetir que não existem coisas tais como “dons” e “sorte”. Tudo o que somos ou possuímos é resultado de esforço. O que falta a um, em comparação com outro, está latente em si mesmo e pode ser desenvolvido quando se empregam os meios apropriados.

Se o leitor, que compreendeu bem essa ideia perguntar o que deve fazer para obter o conhecimento direto, terá na seguinte história a ideia fundamental do ocultismo:

Certo dia um jovem foi visitar um sábio, a quem perguntou: “Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio? “. O sábio não se dignou responder. Depois de repetir a pergunta certo número de vezes sem melhor resultado, o jovem foi embora, mas voltou no dia seguinte com a mesma pergunta. Não obtendo resposta ainda, voltou pela terceira vez e novamente fez a pergunta: “Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio? “.

Finalmente o sábio deu-lhe ouvidos, e então desceu a um rio próximo. Entrou na água convidando o jovem e levando-o pela mão. Quando eles alcançaram certa profundidade o sábio, pondo todo seu peso sobre os ombros do rapaz, submergiu na água, apesar dos esforços que esse fazia para livrar-se. Por fim o sábio largou-o, e quando o jovem recuperou alento perguntou-lhe:

“Meu filho, quando estavas debaixo d’água o que mais desejavas?”.

O jovem respondeu sem hesitar: “Ar, ar! Eu queria ar!”.

“Não terias antes preferido riquezas, prazeres, poder ou amor, meu filho? Não pensaste em nenhuma dessas coisas?” – Indagou o sábio.

“Não, senhor! Eu desejava ar, só pensava no ar que me faltava” – Foi a resposta imediata.

“Então”, disse o sábio, “para te tornares sábio deves desejar a sabedoria com a mesma intensidade com que desejavas o ar. Deves lutar por ela e excluir de tua vida qualquer outro objetivo. Essa e só essa deve ser, dia e noite, tua única aspiração. Se buscares a sabedoria com esse fervor, meu filho, certamente tornar-te-ás sábio”.

Esse é o primeiro e fundamental requisito que todo Aspirante ao conhecimento oculto deve possuir – um desejo firme, uma sede abrasadora de conhecimento, e um entusiasmo insuperável para conquistá-lo. No entanto, o motivo supremo para a busca desse conhecimento oculto deve ser um desejo ardente de beneficiar a humanidade, esquecendo-se inteiramente de si mesmo, a fim de trabalhar para os outros. A não ser por essa motivação, o estudo do ocultismo é perigoso.

Sem possuir tais qualificações – especialmente a última – em certa medida, qualquer tentativa para seguir o caminho árduo do ocultismo seria um empreendimento perigoso. Outro pré-requisito para aspirar ao conhecimento direto é o estudo do ocultismo indiretamente. A investigação direta requer certos poderes ocultos que permitem estudar os assuntos relacionados com os estados pré-natal e pós-morte do ser humano, mas ninguém deve se desesperar por não ter desenvolvido ainda poderes ocultos para adquirir conhecimento direto sobre esses assuntos. Assim como uma pessoa pode conhecer a África indo lá pessoalmente ou lendo as descrições de viajantes que ali estiverem, assim também, para conhecer os Mundos suprafísicos, visita-os, se estiver habilitado para fazê-lo, ou estuda o que outros já capacitados contam como resultado de suas investigações.

Cristo disse: “a Verdade vos libertará”, mas a Verdade não é encontrada de uma vez e para sempre. A Verdade é eterna e eterna deve ser a sua busca. O ocultismo desconhece qualquer “crença transmitida de uma vez e para sempre”. Há certas verdades básicas que permanecem, mas que podem ser encaradas sob diversos ângulos, cada um apresentando um aspecto diferente que complementa os anteriores. Portanto, naquilo que até o presente podemos saber, não há meio possível de chegar-se a última Verdade.

Embora essa obra seja diferente de outras obras filosóficas, as diferenças resultam de pontos de vista também diferentes. Contudo, respeitosamente nos inclinamos ante as ideias e conclusões emitidas por outros investigadores. É sincero desejo do autor que o estudo das páginas seguintes possa tornar as ideias dos Estudantes mais completas e amplas do que eram antes.

Idiomas