Aprendemos nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que na quarta Época, a Época Atlante, evoluímos além do estado animal, ou seja: além do Tríplice Corpo, ganhamos a Mente. A partir daí a atividade de manifestar o pensamento enquanto estamos renascidos aqui esgota as células nervosas do nosso Corpo Denso; mata, destrói e leva à decomposição. Por isso, o alimento do Atlante – ou seja, de quando estávamos evoluindo durante a Época Atlante – era, por analogia, constituído de carcaças mortas de animais. Matávamos para comer e é por isso que a Bíblia afirma que “Nimrod era um caçador poderoso” (Também grafado como: Ninrode, Nemrod (Gn 10:9)). Nimrod representa o estereótipo do ser humano da Quarta Época.
Nesse meio tempo nós descemos mais profundamente na matéria. Formamos o esqueleto interno que se tornou sólido. Desde aquela Época até a Época Ária já conseguimos aperfeiçoar enormemente o processo de manifestação do nosso pensamento aqui, por meio do nosso cérebro e da nossa laringe. E, também, já passamos pelo ponto de inflexão nesse Esquema de Evolução: de “para frente e para baixo” – Involução – para “para frente e para cima” – Evolução. E para conseguirmos evoluir nessa nova fase não há outra solução, senão reduzir a cristalização do nosso Corpo Denso, a fim de aumentar a nossa capacidade de reter mais Éter Luminoso e Éter Refletor no nosso Corpo Vital para conseguirmos criar o novo Corpo que precisamos: o Corpo-Alma.
Estudamos no livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz que: “Seria tolice alguém mudar sua dieta normal alimentar, que usou durante anos, para seguir outra dieta, sem uma observação prévia e cuidadosa do melhor que possa servir aos seus propósitos. A mera eliminação da carne animal da dieta alimentar cotidiana para pessoas que estão acostumadas a comer carne animal, com toda a certeza, produziria desarranjos na saúde da maioria. A única maneira segura é, primeiramente, experimentar e estudar o assunto com discernimento. A alimentação é uma coisa tão individual que não é possível estabelecer regras fixas.” “A força obtida de uma dieta de vegetais ou de frutos permanece mais do que a derivada de uma dieta de carne. Não é necessário ingerir com tanta frequência quantidades de alimento vegetal. Proporcionalmente, esse alimento fornece mais energia porque, para assimilá-lo, é necessária menor energia. O alimento obtido de Corpos animais se compõe de partículas que foram trabalhadas e interpenetradas por um Corpo de Desejos individual, e individualizadas. Esta individualização é muito maior que a das partículas vegetais. No animal, cada célula se constitui numa Alma celular individual compenetrada pelas paixões, e desejos do animal. É necessária uma energia considerável, primeiramente para dominá-la e, depois, para poder ser assimilada. No entanto, nunca fica completamente incorporada ao Corpo como os constituintes duma planta, que não tem tendências individuais tão fortes. Resultado: o carnívoro necessita de quantidade maior de alimento que o frugívoro e tem de comer mais frequentemente. Ainda mais: a luta interna das partículas da carne provoca desgaste e destruição maior do Corpo, o que torna o carnívoro menos ativo e menos paciente do que o vegetariano, como tem sido demonstrado em provas realizadas pelos partidários de um e do outro regime.”
Podemos dizer que o ser humano comum ingere a carne animal para obter rapidamente o teor necessário de albumina. No entanto, ovos, leite e derivados, queijo, nozes e legumes, que promovem a saúde do Corpo Denso também tem albumina, sendo mais favorável ao progresso espiritual. Outrossim, o efeito dessas albuminas obtidas desses alimentos perdura por tempo mais extenso. Os tempos estão chegando, quando a albumina não será mais necessária a nenhum de nós, e uma nova substância tomará o seu lugar. Estamos sendo preparados, gradualmente, para essa mudança e a carne animal será eliminada da alimentação. Há aqueles que ainda não estão preparados para aderir a essa importante mudança dietética, e para eles, uma mudança radical e abrupta não é recomendada. Essa alteração para um novo tipo de dieta deveria ter sua origem na força de vontade da própria pessoa, quiçá originada pela compaixão para com as vítimas mortas dos nossos irmãos menores para atender gula dela.
“Contudo, podem ser usados vários produtos animais muito importantes, como ovos, leite, queijo e a manteiga e outros derivados do leite. Tais produtos são o resultado de processo de vida. Transformá-los em alimento não causa nenhum sofrimento. O leite, fator importantíssimo para o Estudante ocultista, não contém substâncias terrosas e, por conseguinte, exerce influência como nenhum outro alimento.”.
“Nenhum indivíduo que mate pode chegar muito acima no caminho da santidade. Notemos, todavia que, comendo a carne, agimos pior do que se realmente matássemos.”. Aqueles que consomem carne animal forçam alguns de seus irmãos e das suas irmãs a providenciarem a carne animal que tanto deseja. Tornam-se assim responsáveis pelos sentimentos cada vez mais rudes e embolados daqueles forçados a trabalhar nos matadouros, frigoríficos, açougues e lugares afins, cuja aspiração para uma vida mais elevada se torna praticamente nula.
A dieta à base de carne animal nos torna, sem dúvida alguma, mais grosseiro, tendendo a fomentar um interesse voltado exclusivamente para o campo material, impedindo assim, o desenvolvimento espiritual numa certa extensão. Tanto o intelecto, como a lógica e a ciência são atributos maravilhosos. Devem outrossim, se subordinar ao desenvolvimento espiritual.
Já foi provado, conclusivamente, que é possível a contaminação do ser humano através de carne animal ingerida proveniente de um animal enfermo.
Quando estudamos a composição química dos alimentos, vemos que a Natureza providenciou todos os medicamentos necessários, e se comermos e pensarmos corretamente, nos dedicando cada vez mais a nossa vida espiritual Cristã aqui, ficaremos imunes à doenças e enfermidades.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – novembro/1974 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Resposta: A missão do Cristo é unificadora, promovendo o sentimento de fraternidade entre todos nós, portanto, todos os esforços dispendidos para dissolver barreiras de Raça, Religião, etc., realizando uma justa união de toda a Humanidade são profundamente elogiáveis.
Analisando-se racionalmente o problema das querelas existentes entre os credos Cristãos, observa-se certa incoerência ou um contraste aos ensinamentos básicos do Cristianismo. Cristianismo, em essência, é amor e não conflitos.
Hoje, quando a unificante força de Cristo se manifesta em cada fase da realização humana, não nos é estranho que pessoas como o Stanley Jones, expoente da Religião Cristã Protestante, promovam movimentos de unificação. Há premência de trabalhos dessa natureza num período crítico de transição, como este pelo qual passamos.
Com referência ao tema de unificação das Igrejas Cristãs é mister recordarmos certas afirmações de Max Heindel num artigo que escreveu, aludindo-se à importância de se oficiar os Rituais: “cada uma das Religiões Cristãs Protestantes luta atualmente para resolver o problema da vida segundo suas próprias concepções. Em cada uma delas soa uma nota diferente. Falham, portanto, ao passo que a Religião Católica ainda mantém forte ascendência sobre seus seguidores, em virtude do ajustado poder do Ritual”[1].
Sem dúvida alguma há certa união no seio do Catolicismo, porquanto não se cogita de empreender disputas inúteis em relação a detalhes. Os fatores “livre arbítrio e predestinação” não constituem motivos de dissidência entre os católicos. As palavras de Abraham Lincoln: “Na essencial unidade, e não na essencial liberdade, devem ser observadas antes de qualquer iniciativa visando à união das Igrejas” [1].
“O emprego do ritual nas Igrejas Cristãs Protestantes poderia ser observado sob dois ou talvez três aspectos. Poderia consistir na leitura de certos trechos bíblicos, dispostos de maneira a se tornarem um serviço conectado e consecutivo. Alguns Rituais poderiam ser elaborados de modo a se adaptarem a determinadas festividades, ao passo que outro poderia ser utilizado nas práticas mais corriqueiras. As cerimonias da Igreja Protestante Episcopal poderiam ser adaptadas em sua forma atual ou em outra modificada. Poder-se-ia utilizar um ritual elaborado especialmente por um ocultista com possibilidades de manter-se em contato com as fontes cósmicas de conhecimento. Esse talvez seja o mais eficiente para a realização do fim colimado, porém, antevemos uma série de dificuldades quanto a sua aplicação. Antes de qualquer ritual produzir o efeito sobre um grupo de pessoas, estas deverão se sintonizar com ele. Esta ação diz respeito ao trabalho sobre seus Corpos Vitais”.
“O Corpo Vital é o veículo da memória. O ritual católico afeta diretamente o Corpo Vital de seus seguidores. As orações repetidas, o tempo e a tonalidade dos vários cantos e o incenso exercem uma influência toda especial no veículo etérico, gravador por excelência. Eis porque os sacerdotes católicos concentram seus esforços de uma maneira bem acentuada sobre as crianças. ‘Dai-nos uma criança até aos sete anos e ela será nossa para sempre’. Através da repetição imprimem suas ideias nos Corpo Vitais dos infantes, extraordinariamente maleáveis. Não importa que seja o ritual oficiado em língua desconhecida para os assistentes, pois essa mensagem vibratória é um canto divino e colorido, intangível por todos os Espíritos”.
“Os ministros protestantes operam com a natureza emocional (via Corpo de Desejos), demonstrando não compreenderem a inutilidade de seus esforços, pois estão lidando com um veículo que impulsiona o ser humano, despertando emoções e sentimentos dos mais variados, induzindo os membros das igrejas a buscarem algo novo e sensacional. Eis a razão do número inconstante de fiéis nas seitas protestantes” [1].
“Alguns católicos postam-se contra sua igreja de origem. Alguns chegam mesmo a combatê-las, porém, subconscientemente permanecem católicos até o derradeiro dia de suas existências. O Corpo Vital é difícil de ser mudado. As linhas de força nele produzidas durante o seu período gestatório são mais fortes do que qualquer esforço individual” [4].
“Se desejamos mudar as tendências do mundo, impelindo os seres humanos à busca de ideias superiores devemos antes de qualquer coisa iniciar o trabalho pelas crianças. Se as reunirmos diante de um altar, ensinando-lhes a amar a Casa de Deus e imprimirmos em seus Corpos Vitais as vibrações de determinadas preces, formaremos belos caráteres, estreitamente ligados ao ideal. Construiremos gradativamente ao redor da estrutura de pedra, um templo invisível de luz e da vida, tal como descreve Manson no “The Servant in The House” [1].
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – outubro/1968 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: da Pergunta nº 161 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” Volume II -Fraternidade Rosacruz – Max Heindel.
O Estudo Bíblico Rosacruz é fundamental para o Estudante Rosacruz a fim de ajudá-lo a equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, ocultista-místico Cristão.
Sabemos que os eventos na vida de Cristo representam etapas sucessivas no Caminho da Iniciação para os Cristãos (Místicos e Ocultistas) que estão trilhando esse caminho, que na Fraternidade Rosacruz é o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
Nesse Estudo vamos detalhar a significância esotérica desses dois ensinamentos que o próprio Cristo nos mandou nos tornarmos.
Para saber mais sobre esses assuntos é só clicar aqui: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 5 – Versículos de 13 a 16
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Resposta: Esse é um fenômeno etérico. Uma pessoa cujo Corpo Vital está frouxamente conectado ao Corpo Denso se torna um canal para o fluxo das correntes etéricas que fluem em volta e interpenetra a Terra. Éter é uma forma de matéria física – ou seja, pertence ao Mundo Físico –, embora altamente atenuada. No entanto, um fluxo de Éter é capaz de produzir, sob certas circunstâncias, um fenômeno físico.
Há uma conexão magnética entre as correntes de água no Primeiro Estrato do Planeta (Estrato Terra Mineral) e as correntes etéricas na atmosfera. Uma pessoa que tem uma conexão frouxa entre o Corpo Vital e o seu Corpo Denso é capaz de torna-se um tipo de chave ou estação de conexão entre as correntes etéricas acima e as correntes etéricas abaixo da superfície da Terra. As correntes acima podem ser consideradas como positivas e as correntes ao redor da água ou sob a água, como negativas.
Então, quando a conexão é estabelecida através do Corpo Vital de uma pessoa, essas correntes fluem através dela e através da vara dobrada que ela tem em suas mãos, que é também um condutor para as correntes etéricas. Isso produz uma atração ou tensão magnética na vara, tendendo-a a puxar para baixo em direção as correntes na Terra a fim de estabelecer uma linha mais direta de conexão entre as correntes etéricas mais elevadas e mais baixas. Assim, nós temos o fenômeno da vara dobrada para baixo nas mãos da pessoa que a segura. Pessoas cujos Corpos Vitais não estão tão frouxamente conectados não são capazes de agir como chave ou estação de conexão como explicado acima. Portanto, a vara de radiestesia não funcionará para elas e estas não podem localizar as correntes subterrâneas de água.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – Outubro/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Recentemente, um amigo, que vem fazendo o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz já a algum tempo, me escreveu pedindo um esclarecimento sobre um assunto que lhe causa alguma preocupação; e como essa dúvida pode ocorrer a outros Estudantes que não tiveram a oportunidade de expressá-la, achamos melhor utilizar essa Carta para esclarecer esse assunto. Tal assunto será de grande utilidade, mesmo para os que não o tenham observado sob o ponto de vista do nosso amigo. Ele não pretendeu reclamar, mas disse que solicitou o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz na esperança de obter algo que o ajude no seu desenvolvimento espiritual. Em vez disso, recebe mensalmente um pequeno sermão amável e, ainda queadmita queisso possa ser útil tanto para os iniciantes quanto para os Estudantes adiantados, pergunta: onde está propriamente a instrução? Outros autores de outras “filosofias” fornecem certos exercícios que ajudam os seus seguidores; e pergunta: por favor, poderíamos lhe oferecer alguns exercícios que desenvolvesse sua faculdade de escrever bem e com qualidade?
Não, não podemos fazer isso. Os Ensinamentos Rosacruzes foram elaborados para promover o progresso espiritual, em vez da prosperidade material, e não conhecemos nenhum exercício esotérico que traga riqueza material, quer diretamente quer por um estímulo anormal de um talento latente. Se o fizéssemos, não o ensinaríamos, pois tal uso do poder oculto ou esotérico é magia negra. “Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e todas as outras coisas vos virão por acréscimo”[1], disse Cristo, e nós nunca cometeremos erros se seguirmos Seus conselhos. Se o nosso amigo ou qualquer outra pessoa quiser desenvolver uma faculdade latente somente para o bem, essa aspiração espiritual irá, em um determinado momento, se converter em realidade sem a necessidade de um exercício oculto ou esotérico específico, se for persistentemente executado e fortalecida pelo esforço físico por meio de atos, obras e ações.
Acerca das lições que são “pequenos sermões amáveis” podemos dizer que assim parecem, se lidas superficialmente. Mas se forem estudadas profundamente, há nelas uma grande quantidade de conhecimento oculto ou esotérico que é muito mais benéfico para o Estudante do que um exercício, como o que nosso amigo deseja. Há, no entanto, uma razão ou estratégia por trás disso que, pode à primeira vista parecer algo caótico ou sem sentido, ao fornecermos os Cursos dessa maneira. Talvez isso não tenha ficado claro para os Estudantes e, portanto, tentaremos esclarecer melhor o assunto. No entanto, tenha em mente que a comparação a seguir é feita com um legítimo propósito; não como uma crítica.
Além do fato de que a Escola Oriental de Ocultismo baseia os seus ensinamentos no Hinduísmo, enquanto a Escola dos Ensinamentos de Sabedoria Ocidental preconiza o Cristianismo – Esotérico, a Religião do Ocidente – há uma grande discrepância fundamental e irreconciliável entre os ensinamentos dos modernos representantes do Oriente e os dos Rosacruzes. De acordo com a versão do Ocultismo Oriental, o Corpo Vital – chamado “Linga Sharira” – é comparativamente sem importância, pois é incapaz de se desenvolver como um veículo de consciência. Ele serve apenas como um canal para a força solar, “prana”, e é um “elo” entre o Corpo Denso e o Corpo de Desejos, que é chamado “Kama Rupa”, também chamado de “Corpo Astral”. Esse, dizem eles, é o veículo do Auxiliar Invisível.
A Escola dos Ensinamentos de Sabedoria Ocidental nos ensina, como sua máxima fundamental, que “todo o desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital”, e o autor, como seu representante oficial e público, tem estado constantemente empenhado, desde o princípio do nosso movimento, tentando reunir e disseminar os conhecimentos referentes aos quatro Éteres e ao Corpo Vital. Muitas informações foram fornecidas no Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” e nos livros que se seguiram da biblioteca da Fraternidade Rosacruz, mas as lições e Cartas mensais contêm os resultados das nossas investigações recentes e atualizadas. Constantemente estamos dissertando sobre esse Corpo Vital (vital num duplo sentido) diante das Mentes dos Estudantes para que, conhecendo e refletindo sobre ele, bem como lendo e prestando bastante atenção aos “pequenos sermões amáveis”, contidos nessas informações, possam de uma maneira consciente e inconscientemente tecer o “Dourado Manto Nupcial”[2]. Aconselhamos a todos que estudem essas lições cuidadosamente, ano após ano; pode haver nelas algo que pode até ser considerado sem valor ou superficial, mas há muito mais ouro nelas.
Desejamos a vocês um crescimento espiritual abundante durante o Ano Novo.
(Carta nº 74 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Mt 6:33
[2] N.T.: Traje Nupcial de Bodas ou Vestimenta Dourada para o Casamento Místico entre o “eu inferior” e o “Eu superior”, o “Soma psuchicon” ou o Corpo-Alma.
Resposta: Decididamente sim. Sob o ponto de vista de uma única vida, tais métodos, como por exemplo, aqueles empregados pelos curadores do movimento Immanuel[1], sem dúvida alguma, são muito produtivos com uma imensa quantidade de ser fazer o bem. Coloca-se o paciente numa cadeira, faz-se com que adormeça e, em seguida, são-lhe dadas algumas “sugestões”. Ele se levanta e está curado do seu mau hábito; de um bêbado inveterado, ele se torna um respeitável cidadão que zelará pela sua esposa e família, e por esse aspecto os efeitos benéficos parecem ser inegáveis.
Mas, considerando isso do ponto de vista mais profundo do ocultismo, que encara essa vida como apenas uma entre muitas, ao avaliarmos o caso, a partir do efeito que isso exerce sobre os veículos invisíveis do ser humano, tudo é muitíssimo diferente. Quando uma pessoa é posta em sono hipnótico, o hipnotizador lhe faz “passes”, os quais têm o efeito de expulsar o Éter da cabeça do Corpo Denso do hipnotizado que é substituído pelo Éter do próprio hipnotizador. Desse modo, o indivíduo – ou hipnotizado – é perfeitamente dominado pelo outro, não tendo livre-arbítrio e, portanto, as assim chamadas “sugestões” são, na realidade, ordens às quais a vítima não tem outra opção a não ser obedecer. Além disso, quando o hipnotizador retira o seu Éter e desperta a vítima, ele é incapaz de remover todo o Éter que colocou no hipnotizado. Usando uma comparação: assim como uma pequena parte do magnetismo infundido num dínamo elétrico, antes que este seja posto a funcionar pela primeira vez, é deixada para trás e permanece como magnetismo residual a fim de excitar os campos do dínamo sempre que este é acionado, assim também permanece uma pequena parte do Éter do Corpo Vital do hipnotizador na medula oblongata[2] da vítima, que se torna um trunfo que o hipnotizador mantém sobre a vítima durante toda a vida dela, e é devido a esse fato que as sugestões, que serão usadas num período subsequente ao despertar da vítima, são invariavelmente seguidas.
Dessa maneira, a vítima de um curador hipnótico não domina o mau hábito pela sua própria força de vontade, mas fica tão escravizada como se estivesse numa reclusão solitária e, embora nesta vida possa parecer uma pessoa melhor, quando retornar à Terra terá a mesma fraqueza e terá que lutar até vencer, por si própria, essa tentação.
(Pergunta nº 39 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: ou Movimento Emmanuel foi uma abordagem psicológica para cura religiosa introduzida em 1906 como um alcance da Igreja Emmanuel em Boston, Massachusetts. Na prática, o elemento religioso foi desvalorizado e as modalidades primárias foram terapia individual e em grupo. Os padres episcopais Elwood Worcester e Samuel McComb estabeleceram uma clínica na igreja que durou 23 anos e ofereceu serviços médicos e psicológicos. A principal influência de longo prazo do movimento, no entanto, foi no tratamento do alcoolismo.
[2] N.T.: A medula oblongata, também conhecida como medula oblonga, bulbo raquidiano ou bulbo, é a parte inferior do tronco encefálico, que se localiza entre a ponte e a medula espinhal.
Por que este número três?
Seria por causa de S. Mateus que só menciona três presentes: ouro, incenso e mirra – atribuindo-se, assim, simplesmente um presente para cada Rei?
O texto evangélico não diz mais, além do que os “Magos vieram do Oriente à Jerusalém” (Mt 2:1) onde perguntaram a todos pelo recém-nascido – “Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Com efeito, vimos a sua estrela no seu surgir e viemos homenageá-lo” (Mt 2:2).
Segundo S. Mateus, os Magos encontraram o Menino Jesus e Maria em “Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes” (Mt 2:1). Quem seriam esses Magos? Max Heindel dá-nos uma resposta rica em detalhes de conhecimento oculto: “Nos tempos antigos antes da vinda de Cristo, somente uns poucos escolhidos podiam seguir o caminho da Iniciação” (do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz). Era um privilégio ao alcance de uma minoria, tais como os Levitas, Druidas, Trotes. Estes eram levados aos Templos, onde lá permaneciam. Casavam-se em condições determinadas. Alguns se preparavam para fins definidos, como por exemplo, desenvolver um apropriado afrouxamento entre os Corpos Vital e Corpo Denso, cuja separação é necessária para a Iniciação. Tem de haver esta separação para que se possam desprender os dois Éteres Superiores e deixar os outros dois Éteres Inferiores. Isso não se podia fazer com a Humanidade comum daquele momento evolutivo. A maioria das pessoas estava, ainda, muito aferrada ao Corpo de Desejos, e por isso, devia aguardar até mais tarde, quando as condições evolutivas dessa maioria fossem melhores.
Até àqueles que se encontravam reunidos nos Templos era perigoso o trabalho de libertá-los fora de certas épocas; e a mais longa noite do ano, a noite de Natal, era uma das mais apropriadas para a Iniciação.
Quando o maior impulso espiritual estava presente, havia melhor oportunidade para estabelecer contato com Ele, do que em qualquer outra parte do ano. Na Noite Santa do Natal era costume dos Seres Sábios – os Magos – que estavam, evolutivamente, acima da Humanidade comum, levar ao Templo aqueles que se estavam tornando sábios e, portanto, com direito a serem Iniciados. Realizavam-se determinadas cerimônias e os candidatos eram mergulhados numa espécie de transe. Naquele tempo não se lhes podia conceder a Iniciação em estado de completa vigília, como hoje. Quando despertada a sua percepção espiritual, podiam ver através da Terra que para a sua visão espiritual tornava-se transparente, por assim dizer, e viam a Estrela da Meia-Noite, o Sol espiritual do outro lado do globo terrestre.
Porém, essa estrela não brilhava somente nessa época. É mais fácil vê-la agora, porque Cristo alterou as vibrações da Terra e desde então o seu aperfeiçoamento se efetiva. Ele rasgou o véu do templo, e fez o Santo dos Santos – o lugar da Iniciação – accessível a todo aquele que, de coração devoto, queira alcançar a Iniciação. Desde então não mais foi necessário o transe ou estados subjetivos. Há uma chamada consciente dentro do Templo para todo aquele que deseja entrar.
Temos de considerar outra coisa: as oferendas dos Magos, postas aos pés do Salvador recém-nascido. Segundo a lenda um trouxe ouro, outro mirra e o terceiro incenso.
Sempre temos ouvido falar do ouro, como símbolo do Espírito. O Espírito é simbolizado deste modo no Anel dos Nibelungos[1]. Na primeira cena vemos o ouro do Reno. O rio é tomado como emblema da água e ali se vê o ouro brilhando sobre a rocha, simbolizando o Espírito Universal em perfeita pureza. Mais tarde roubam-no e o convertem em anel. Isto o fez Alberico, simbolizando a Humanidade na parte média da Atlântida em cuja época o Espírito penetrou nos veículos humanos. Depois o ouro foi adulterado, perdeu-se e foi à causa de toda a tristeza sobre a Terra. Os Alquimistas dizem ser possível transmutar os metais baixos ou vis em ouro puro; este é o modo espiritual de dizer que eles queriam purificar o Corpo Denso, refiná-lo e extrair dele a essência espiritual, pela sublimação dos instintos, e não pela sua supressão ou pelo recalcamento.
Portanto, o presente de um dos reis Magos, o ouro, simboliza o Espírito puro.
A Mirra é extraída duma planta aromática, cultivada na Arábia. Por esse motivo simboliza aquilo que extraímos de nós mesmos quando nos purificamos, libertando o nosso sangue da paixão que nos consome. Deste modo, nos convertemos em algo semelhante às plantas, na nossa castidade e pureza. Então, o nosso Corpo Denso se torna uma essência aromática. É certo que existem homens e mulheres tão santos que emitem de si um aroma agradável, e daí dizer-se que morreram em odor de santidade. A mirra representa a essência da alma, extraída da experiência realizada enquanto se vive em Corpos Densos. Por isso ela simboliza a Alma.
O incenso é uma substância física de um caráter muito sutil e usada muito amiúde, nos serviços religiosos, onde serve de veículo físico para as forças invisíveis, simbolizando assim o Corpo Denso.
Esta é a chave dos três presentes oferecidos pelos Magos, ou seja: o Espírito, a Alma e o Corpo.
Cristo afirmou: ” Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens” (Mt 19:21). Não deve ficar com coisa alguma. Tem que dar o Corpo, a Alma e o Espírito, tudo, pela Vida Superior para Cristo, não para um Cristo exterior, mas para o Cristo Interno, o Cristo que está dentro de cada um de nós. Os três Magos, segundo diz a lenda, eram: um amarelo, outro negro e outro branco. Representavam as três Raças existentes sobre a Terra: a Mongólia – amarela; da África – a negra; e do Cáucaso – a branca. A lenda demonstra que seu tempo todas as Raças se unirão na benéfica Religião do Cristo, porque “diante d’Ele todo o joelho se dobra” (Rm 14:11). E cada um, a seu tempo, será guiado pela Estrela de Belém.
(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – dezembro/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)
[1] N.R.: O Anel de Nibelungo é, na mitologia nórdica, um anel mágico que daria ao seu portador um grande poder. Na Fraternidade Rosacruz, essa obra é estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz.
Resposta: Em cada um dos quatro Evangelhos vemos que Cristo pregou o Evangelho da saúde. Curou a todos os que chegaram a Ele e enviou aos seus Discípulos ao mundo com dois mandamentos: Pregar o Evangelho e Curar ao Enfermo.
Estes dois mandamentos são dados também aos Rosacruzes, que são médicos da alma, porque a enfermidade se manifesta primeiro no Corpo Vital, que é o veículo da alma, e a cura se manifesta mais por meio deste veículo invisível aos olhos físicos.
Durante o sono, quando nos libertamos do nosso Corpo Denso e podemos funcionar nos Mundos espirituais, a cura é mais rapidamente adquirida. Os Estudantes Rosacruzes, a partir do nível de Probacionistas, podem ser treinados para esse trabalho particular.
Vamos aqui contar um evento que ocorreu em Mount Ecclesia, lá pelos idos de setembro de 1914:
“Você não pode me vender vinte e cinco libras de sua farinha de trigo integral?”, disse uma vozinha melancólica, vinda de uma jovem que parou com o seu cavalo em frente ao prédio da Administração; “Mamãe está doente, e não há outra ajuda para ela.” A falante era filha de um homem de Oceanside, cuja esposa sofreu por muitos anos de constipação crônica (que é uma condição caracterizada por dificuldade persistente em evacuar, com fezes duras e ressecadas, e sensação de bloqueio no trato gastrointestinal inferior), a quem o médico havia dito que havia apenas um remédio para ela, ou seja, ir para outro lugar; ele havia esgotado toda sua habilidade com ela e não podia fazer mais nada. Algum tempo antes, dissemos ao homem para usar farinha de trigo integral e, como resultado, sua filha nos disse que sua mãe estava bem desde então. Mas o único empório em Oceanside não encomenda farinha de trigo integral moída para ninguém, exceto quando recebe um pedido grande de Mount Ecclesia. Como consequência, o suprimento da família não pôde ser reposto e o problema retornou. A menina também nos disse que toda a família se sentiu muito melhor desde que eles adotaram a dieta que havíamos prescrito para sua mãe, e é claro que não podíamos nos recusar a dar a farinha, embora nosso próprio suprimento estivesse escasso. Também demos a ela um remédio para aliviar a condição em que a mãe se encontrava, e ela foi embora feliz.”.
Estamos dizendo isso para que você saiba algo sobre como fazemos a cura. Não é totalmente uma questão espiritual. Usamos meios físicos, sempre que possível. Há momentos até mesmo em que enviamos nossos pacientes a um médico para que eles possam obter alívio rápido dele por um certo tratamento, que não podemos dar tão prontamente por outros métodos.
A dieta dos pacientes também recebe atenção cuidadosa, pois naturalmente, como o Corpo Denso é construído de substâncias físicas (Sólidos, Líquidos e Gasosos), estamos fornecendo “remédios” por meio do alimento certo. Mas, além disso, a cura é realizada pelos Irmãos Maiores, por meio de um grupo de Auxiliares Invisíveis, que eles estão instruindo.
Quem, então, são esses Auxiliares Invisíveis? Seria a próxima pergunta; e a isso podemos responder que eles são Probacionistas ativos, fiéis e Cristãos que durante o dia vivem uma vida digna de utilidade e, assim, se adaptam ou ganham para si o mérito de poderem ser úteis por meio da instrumentalidade dos Irmãos Maiores à noite, quando estão dormindo. Esses Probacionistas são reunidos em grupos de acordo com as Leis de Compatibilidade e de Receptividade Sistemática e, claro, de suas habilidades. Eles estão sob a instrução de outros Probacionistas que são profissionais da saúde (médicos, médicas, enfermeiros, enfermeiras, terapeutas e afins), e todos eles trabalham sob a orientação dos Irmãos Maiores, que naturalmente são os que lideram todo o trabalho. Certas qualificações são necessárias antes que esse grupo de Auxiliares Invisíveis possa trabalhar com um paciente. Em primeiro lugar, eles devem ter parte do eflúvio do Corpo Vital do paciente.
Isso é obtido fazendo com que o paciente escreva, toda semana, uma data (na “Data de Cura”) e uma assinatura, podendo, adicionar uma pequena carta consistindo de algumas palavras ou algumas linhas com caneta à base de tinta nanquim líquida que tem uma ponteira em forma de uma fenda cônica ou paralela no centro (que serve para transportar a tinta para baixo) – ou uma caneta tipo “mosquitinho”, que é conhecida como canetas bico de pena, que utilizam uma ponteira chamada de pena para imitar o efeito da escrita do antigo bico de pena); isso garante a gravação do eflúvio do Corpo Vital no papel em uma quantidade adequada para permanecer por mais de um mês em um grau suficiente para poder ser “lido”. Isso é importante, pois o eflúvio do Corpo Vital é um condutor maior de magnetismo e eletricidade do que se um lápis ou outro tipo de caneta fosse usado. O Éter, que assim impregna o papel no qual o paciente escreve semana após semana, dá uma indicação de qual é a condição naquele momento específico e fornece uma chave de entrada para o organismo do paciente. É algo que ele deu voluntariamente e com o propósito expresso de fornecer acesso para os Auxiliares invisíveis. Sem que o paciente faça sua parte a esse respeito, os Auxiliares Invisíveis são incapazes de fazer qualquer coisa com ele ou ela; por isso que é da maior importância manter as assinaturas semanais e o envio ao fim das Datas de Cura do mês para o Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz.
Os Auxiliares Invisíveis também são obrigados a fazer algo semelhante e pelo mesmo motivo. No momento em que assumem o compromisso, eles juram naquele casamento místico dos “Eu superior” e “eu inferior” que dedicarão suas vidas, na medida em que forem consistentes com seus deveres no mundo, para ajudar a Humanidade; e por esse voto eles ficam sob a proteção dos Irmãos Maiores, que estão na mesma posição em relação a essa dupla: o “Eu superior” e o “eu inferior”, sendo assim que os Irmãos Maiores concordam em preservar a integridade da união, desde que as condições sejam mantidas.
Uma das obrigações que os Probacionistas ativos, fiéis e Cristãos assumem é enviar a cada mês à Mount Ecclesia um relatório dos Exercícios que realizaram, e esse relatório, se escrito em caneta à base de tinta nanquim líquida que tem uma ponteira em forma de uma fenda cônica ou paralela no centro, absorve os eflúvios de suas mãos diariamente quando entram em contato com o papel e isso fornece aos Irmãos Maiores a chave pela qual eles são capazes de direcionar os Probacionistas durante o sono.
Somos exatamente os mesmos depois que dormimos, como somos durante nossas horas de vigília. Se durante o dia tentamos se esquivar de tudo que deveríamos fazer e não fazemos, a fim de obter tudo para nós mesmos, para cultivar em todas as ocasiões a natureza inferior e seguindo agindo de formas afins a isso, não somos selecionados como Auxiliares Invisíveis só porque simplesmente nos retiramos para dormir à noite; mas se durante o dia nos esforçamos sinceramente e com todo o nosso coração e alma para agarrar cada oportunidade que surge em nosso caminho para servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos nossos irmãos e das nossas irmãs, focando na divina essência oculta neles e em nós – que é a base da fraternidade, ou melhor, se procuramos oportunidades para ajudar aos outros — se, em vez de perguntar: “O que posso obter com isso?”, tentamos ver em cada fase da vida uma oportunidade de ajudar; se, em vez de dizer: “Por que devo fazer isso, aquilo ou aquela outra coisa?” aprendemos a dizer: “Se uma coisa tem que ser feita, por que eu não deveria fazê-la?; se aprendermos a considerar todas as coisas como honrosas na linha de trabalho e do serviço e nunca menosprezamos nada como servil, mas estivermos tão prontos para ir e fazer o serviço mais inferior quanto o serviço mais elevado, como o vemos — então também à noite ganharemos a oportunidade de entrar em contato com o trabalho sob a orientação dos Irmãos Maiores nesta gloriosa obra de Cura Rosacruz.
Escrevi este pequeno artigo para responder a uma pergunta que nos chegou de várias fontes. Parece ser a impressão geral de que a Cura Rosacruz é executada por Max Heindel e por Augusta Foss Heindel, mas essa é uma impressão absolutamente errada. Pessoalmente, somos apenas os representantes dos Irmãos Maiores. Mount Ecclesia é o foco por onde eles trabalham, mas são eles que fazem o trabalho. O resto de nós trabalha apenas sob a orientação deles. Claro, no final, reconhecemos também que eles são servos e que, na análise final, é nosso Pai Celestial que é o Grande Médico, e a quem devemos dar todo o louvor.[1]
(Publicado na Revista Echoes from Mount Ecclesia de 10 de setembro de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Quer saber mais sobre a Cura Rosacruz? Encontre material para estudos aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/como-curam-os-rosacruzes-os-enfermos/
Os Arquétipos são criados por forças arquetípicas que trabalham nas quatro Regiões inferiores do Mundo do Pensamento Concreto.
Arquétipos vivem, movem-se e criam, como a qualquer coisa mecânica feita pelo ser humano – mas sem racionalidade.
Quando o Arquétipo é construído e colocado em vibração, e enquanto a forma continuar vibrando, a vida é sustentada. Quando o Arquétipo cessa de vibrar, a forma se desintegra.
Se quiser saber mais sobre esse interessante assunto é só acessar aqui: Audiobook – Arquétipos – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Bem no fundo do nosso coração existe o anseio místico que foi implantado no primeiro Natal, quando a luz de Cristo fixou um lugar definido dentro e sobre este denso Planeta Terra.
A história do nascimento de Cristo quer seja entendida literal, mística ou simbolicamente, traz a cada um de nós uma verdade fundamental que eleva todo o nosso ser a uma altura não alcançada até então, à medida que nossas faculdades espirituais evoluem e funcionem para perceber e aceitar tal verdade.
Para o Aspirante à vida superior, as palavras de Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6) carregam um significado transcendente. Parsifal pergunta: “Quem é o Graal?”. E a resposta indica uma elevada percepção espiritual:
Se tu foste por Ele convidado,
De ti o fato não será afastado…
À terra para Ele nenhum caminho conduz,
E a busca só nos afasta mais d’Ele, até,
Quando Ele próprio o Guia não é.
Uma verdadeira interpretação da lenda do Natal requer, antes de tudo, um entendimento. Por mais obscuro que ela seja no início, o nascimento do menino Jesus na manjedoura, no estábulo entre os animais, simboliza o primeiro e tênue nascimento da consciência de Cristo dentro de nós.
A minúscula chama interior, que é a chama de Cristo, está adormecida dentro de nós. Ela agora recebe um estímulo suficiente para crescer e se ampliar até que, afinal, nos tornemos um fator poderoso na nossa própria e o primeiro passo em direção a Deus-Pai, por meio do Cristo, o Deus-Filho.
Já alcançamos um estágio nesse Esquema de Evolução que percebemos o nosso veículo de expressão, um conjunto de Corpos e uma Mente, já o vivificamos, de modo que, entre os “animais” da nossa natureza inferior, na manjedoura ou no local de alimentação das nossas faculdades animais, o “bebê” da Consciência Crística nasce. A manjedoura, o berço do Menino Jesus, é um lugar de santuário.
Uma grande manifestação solar se concretiza no Natal. Os grupos de forças que compõem essa manifestação foram personalizados ao longo dos tempos. A história bíblica, quando interpretada corretamente, contém uma aproximação da verdade real. Toda a história do Natal é um símbolo universalmente aplicável.
Em uma data, que hoje chamamos de 25 de dezembro, nasceu o Irmão Maior Jesus, o ser humano que teve a benção de ceder seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital – depois, quando tinha 30 anos de idade – ao Cristo, a Luz do Mundo, o portador da Luz espiritual para todos nós. Desde a antiguidade, muitos mitos dizem respeito ao nascimento do “Cristo místico”. Quer tenha nascido em uma caverna, um estábulo ou em outro lugar, esse nascimento tem dois grandes significados simbólicos:
1. O nascimento da “paz na terra aos homens de boa vontade”. A entrega de uma nova Lei a nós, expressa aqui: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13:34).
2. O nascimento da consciência Crística para aqueles que, verdadeiramente, aspiram às alturas da verdade espiritual. Nenhuma contradição pode contrariar essa verdade universal.
Em sentido Cósmico, o Natal celebra a descida da Luz Divina, o Espírito penetrando e permeando a matéria. No sentido humano, é a descida do Filho de Deus, a Luz Espiritual, à matéria, a entrada do “Ego no Corpo Denso”.
A Véspera de Natal, entre 24 e 25 de dezembro, é considerada a noite mais sagrada do ano, porque nessa meia-noite as influências espirituais são as mais fortes. Na Iniciação, o candidato, por meio da visão espiritual, vê a mística Estrela de Belém, o Sol espiritual que brilhou na Noite Santa, que o conduz ao Cristo interior. Em seu coração ecoa uma canção profética e imortal: “Paz na terra e boa vontade para os homens. (Lc 2:14). Alegrai-vos, filhos da Terra, porque hoje vos nasceu um Rei” (Lc 2:11), os Serafins cantaram naquela Noite Santa, muito tempo atrás.
Presentes foram trazidos para o nascimento de Jesus no casebre do pastor — preciosas dádivas de ouro, incenso e mirra: poder espiritual, sabedoria e movimento foram derramados sobre a criança recém-nascida, a Luz Crística no coração humano, o bebê nos braços de sua mãe, a grande mãe Terra que carrega, nutre e preserva o minúsculo veículo vital. Esses dons, ou qualidades, foram derramados pelos gloriosos Magos dos reinos Cósmicos, que abençoam e enriquecem cada nascimento espiritual e individual.
Esses poderes, em relação à e irradiados pela luz prateada da esplêndida Estrela Crística, derramam sobre nós, ainda que fracos e sofredores, sua influência e força estimulantes, sem as quais o curso nesse Esquema de Evolução seria, para cada um de nós, muito mais difícil e prolongado.
Os Magos, elevados Iniciados, foram atraídos para o lugar sagrado por sua percepção interior e pelo conhecimento do evento cósmico que aconteceria: o nascimento do “Salvador do mundo”. Os três Reis Magos representam aqueles Egos avançados que foram reunidos em propósito comum das três Raças primárias. Seus dons significam as várias faculdades ou invólucros humanos que entram no processo de manifestação. Eles são conduzidos pela gloriosa Estrela ao “Salvador do Mundo”, cujo objetivo da forma física era fornecer um veículo material e etérico para um Espírito universal, o Cristo.
Um dos Reis Magos trouxe ouro, designado simbolicamente como o emblema do Tríplice Espírito.
O outro trouxe o incenso, que é uma substância física de natureza muito leve, frequentemente usada em serviços religiosos, simbolizando o nosso Tríplice Corpo.
E o outro trouxe mirra. É o extrato de uma planta aromática muito rara. Simboliza aquilo que nós (por meio do nosso Tríplice Espírito), trabalhando sobre o nosso Tríplice Corpo, extraímos por meio da experiência no Mundo Físico: a Tríplice Alma.
Maria, a mãe, era o foco da luz, o sagrado crisol etérico onde acontecia a transmutação dos elementos. Ela representa o ideal da pureza, devoção e humildade que torna possível o renascimento do mais evoluído dos Egos humanos.
Os pastores que viram a Estrela caracterizam a visão interior do Fogo Divino, conforme esse Fogo vem para aqueles no plano terrestre, cuja piedade abriu a janela da alma e ativou a Clarividência. O discernimento deles lhes permitiu ver a glória nos Céus e sentir os impulsos espirituais irradiando da Estrela maravilhosa.
A Estrela que simboliza a chama de forças concentradas para trazer à expressão material uma apresentação física do Logos, o “Salvador do mundo”.
Naquele dia o ar estava reverentemente silenciado, como se prendesse a respiração, pois naquele momento estava arrebatadoramente focado em Belém (que significa nascimento). Silêncio, solidão e adoração desenvolvem o olho perspicaz, o ouvido interno e o Espírito sensível.
Especialmente neste Natal não devemos centralizar nosso pensamento nessas verdades? Não devemos meditar sobre a verdadeira interpretação da sublime narrativa do Natal, aprofundando nosso conhecimento e avivando nossa compreensão sobre esse evento místico? Não devemos centrar nossos esforços na expansão de nossa capacidade de servir?
Celebremos este Natal prestando ao Menino Jesus o amor e a homenagem que Lhe são devidos, além dos nossos dons e bênçãos.
Regozijemo-nos com os pastores: “Porque vimos a Sua Estrela no oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2:2). Ele, que ilumina a cada um de nós que viemos ao mundo, permanecendo iluminando o nosso Caminho (querendo a gente ou não).
Afinal, como símbolo da Verdade e da Vida, a Estrela de Belém revela o caminho que conduz a Deus-Pai. Pois foi Cristo que nos ensinou: “Para onde Eu vou, vós também ireis” (Jo 14:2).
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross novembro/dezembro/1995 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)