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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há sensibilidade na matéria?

Resposta: O que determina a conformação da substância química do Mundo Físico, na múltipla variedade de formas observadas ao nosso redor, é o Espírito Universal manifestando-se no Mundo visível como quatro grandes correntes de vida, em diferentes estágios evolutivos.

Este quádruplo impulso espiritual molda a matéria química da Terra nas variadas formas dos quatro Reinos de Vida: mineral, vegetal, animal e humano.

Quando uma forma serviu de veículo de expressão a alguma corrente de vida, as forças químicas desintegram-na, devolvendo-a ao seu estado primitivo, tornando-a aproveitável na construção de novas formas.

O Espírito ou vida que molda a forma, como uma expressão de si mesmo, é um estranho para a matéria, assim como pedreiro constitui algo à parte, independente, da casa que constrói.

Como todas as formas do mineral, vegetal, animal e a forma humana são químicas, elas devem, logicamente, estar como mortas e isentas de sensibilidade ou sentimento (como matéria química neste estado primitivo). Alguns cientistas sustentam haver sensibilidade em todo o tecido vivo ou morto, seja qualquer Reino de Vida a que pertença. Incluem igualmente as substâncias normalmente classificadas como minerais nesta afirmação. Nem todos os cientistas afirmam isso. Outra classe de cientistas afirma não haver sensibilidade no Corpo Denso, exceto no cérebro. Sustentam que é o cérebro e não o dedo que sente a dor quando o último sofre uma lesão. Cada um é parcialmente correto. Depende do que entendemos por sensibilidade. Se a configuramos como uma simples resposta a um impacto, semelhantemente ao pique de uma bola de borracha atirada ao chão, certamente é admissível atribuir sensibilidade ao mineral, vegetal e ao tecido animal. Seria absurdo, porém, atribuir sentimentos tais como prazer e sofrimento, amor e ódio, alegria e tristeza, às formas inferiores de vida.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz setembro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Estação da Alegria

No seu sermão no Dia de Pentecostes S. Pedro proferiu: “Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida, com a Tua face me encherás de júbilo.” (At 2:28), quando Cristo apareceu com a descida do Espírito Santo em cumprimento da promessa do Cristo, e os Apóstolos anunciavam uma alegria espiritual de felicidade futura. Foi seguindo o conhecimento da vida conforme Cristo ensinou que S. Pedro conseguiu a intensa alegria dessa vida. S. Pedro foi, sem dúvida, a figura principal na formação do Cristianismo do primeiro século, pois ele foi a pedra sobre a qual Cristo construiria a Religião Cristã manifestada aqui e a ele foram fornecidas as simbólicas “chaves” do Reino do Céus. Crê-se que S. Pedro foi martirizado durante o reinado de Nero no ano 65, aproximadamente.

S. Pedro, um pescador galileu, na organização do Cristianismo recebeu ajuda e assistência do douto e missionário S. Paulo. A Religião Cristã se desenvolveu como uma instituição promotora de uma fé e de uma teologia.

A alegria de S. Pedro se baseava na prova e na fé de sua crença na Ressurreição, fortalecida pela vinda do Confortador ou Espírito Santo no Dia de Pentecostes. Esse é o ponto crucial de toda Religião Cristã: não existe a morte: “Creio na Ressurreição do Corpo e na Vida Eterna”.

Como isto é verdadeiro nesta estação do ano! Tempo de prazer e de alegria, com a natureza ornada ao máximo. Este tempo de beleza é o trabalho d’Ele, que deseja nos confortar e trazer Alegria ao Mundo, radiante e expressiva. O canto de alegria surge dos pássaros, dos animais e das plantas que dão tudo em troca do amor que lhes deu o Cristo que partiu. Descem sobre o Místico, vibrações de consciência que podem enchê-lo de alegria à sua aproximação, como sucedeu com S. Pedro.

Este período de júbilo, esta harmonia de formas, é o triunfo do Espírito sobre a Terra, e a manifestação do ritmo do amor. O Senhor nos mostrou Sua face e foi benigno conosco. Com o Espírito Santo ou, como ensina a Filosofia Rosacruz, com o Espírito Humano assumindo o trabalho do Cristo nesta estação lembremo-nos do primeiro dos três passos a dar, isto é, que pela união com o “Eu Superior” nos sobrepomos a nossa natureza interior.

Este primeiro passo é o que mais nos interessa atualmente. O primeiro auxílio que nos foi dado para consegui-lo foram as Religiões de Raça que nos ajudaram a conquistar o Corpo de Desejos, preparando-nos para a nossa união com o Espírito Santo a fim de ser extraída a Alma Emocional. O efeito total deste auxílio se viu no Dia de Pentecostes, pois o Espírito Santo é o Deus de Raça e todas as línguas são Sua expressão. Quando os Apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo, falaram várias línguas. Seus Corpos de Desejos haviam sido suficientemente purificados para produzir a união necessária e isto nos mostra o que o Discípulo conseguirá algum dia: o poder de falar todas as línguas, pois, então, a diferenciação em Raças separadas terá terminado.

As Religiões do Espírito Santo, as Religiões de Raça, se destinam a elevação da Onda de Vida humana por meio do sentimento de parentesco limitado a um grupo, família, tribo ou nação, e é este Deus de Raça que recebe as preces pelas vitórias nas batalhas, pelas chuvas, pelo aumento material dos rebanhos e pela repleção dos celeiros. Como essas preces são feitas pelo Corpo de Desejos por coisas temporais, não são puras como deveriam ser para conseguirem nosso desenvolvimento espiritual.  Bem diferente da parte da Oração do Senhor (O Pai-Nosso) que pede pelo Corpo de Desejos é: “Não nos deixes cair em Tentação” – a tentação de desejar as coisas dos outros seres humanos.

Esta alegre estação do ano fornece expressão a sua vibração em palavras para exprimir o pensamento, que é o nosso mais elevado privilégio. Para podermos fazer isso precisamos de uma laringe vertical que nos permita falar. Foi quando nós, o Ego, entramos na posse dos nossos veículos que se tornou necessário usar parte da nossa força sexual criadora para a construção do cérebro e da laringe. A laringe foi construída enquanto o Corpo Denso estava curvado, do mesmo modo que fica o embrião humano, quando em gestação. À medida que o Corpo Denso se endireitava e ficava em pé, parte do órgão criador permaneceu com a parte superior do Corpo Denso e mais tarde se transformou em laringe e cérebro. Dessa forma obtivemos a consciência cerebral do Mundo externo a custa da metade do nosso poder criador, que antes era usado, integralmente, para exteriorizar outro ser.

Agora temos o poder de criar e exprimir o pensamento aqui. A laringe é mantida pelo poder da força sexual criadora que, quando purificada, se torna o poder anímico que, a seu tempo, invalidará os órgãos sexuais e nós, então, falaremos o Verbo criador.

No Simbolismo Rosacruz achamos a Rosa de brancura imaculada colocada no centro da Cruz, representando o lugar da laringe, pois aí está o poder criador puro que gera a magia da cura.

Durante este mês o Sol está passando pelo segundo Signo da Trindade Criadora, o Signo do princípio criador materno, Touro, regido pela senhora do amor, Vênus, e assistido pela Rainha da Noite, a Lua. A riqueza da Mãe Terra se espalha diante de nós para nosso júbilo e felicidade.

Acabamos de passar pelo mês apaixonado de Marte, introdutor, no início do Ano Novo, do princípio gerador masculino, no qual dominaram as atividades materiais, e estamos agora gozando o produto feminino da Senhora da Graça, Vênus, no qual o crescimento espiritual é manifestado na beleza da vida na forma.

Aquilo que fora paixão, agora foi transformado em amor por intermédio do Cristo, o Confortador, inundando a Terra com alegria e felicidade, à medida que a Voz da Natureza se faz ouvir pela Música das Esferas. Os trabalhadores foram convocados, o Fiat Criador foi proferido e a restauração do Templo na Terra está em andamento. Coalisão e unidade sob o vínculo da Deusa do Amor reflete a vida do Cristo.

Neste tempo, em que a aquisição das necessidades físicas é soberana para a preservação, é bom para nós lembrarmos que nós, o Ego, assim como o nosso Corpo, também precisamos de alimento para nosso crescimento e evolução. Nosso alimento consiste em atos e feitos de bondade, de consideração para com os outros e no esquecimento de nós mesmos.

A canção de júbilo em nossos corações, por aquilo que nos tem sido feito, deve encontrar seu eco nos outros quando, por nossa parte, fizermos algo por eles, pois, o Crescimento da Alma depende das Ações. Nossa Alma enfraquecerá se só a alimentá-la com livros, pois isso não acrescentar um átomo ao nosso Corpo-Alma. A menos que ponhamos em prática o que aprendemos, o conhecimento não produzirá dano considerável, pois somos responsáveis pelo que conhecemos e devemos pôr em bom uso os nossos talentos.

No juízo final será perguntado o que fizemos e não o que sabemos. “E, se Deus assim veste a erva que está no campo e amanhã é lançada ao forno, quanta mais a vós, homens de pouca fé” (Mt 6: 30).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Uma pessoa pode ser influenciada durante um sono normal da mesma forma que é influenciada sob um sono hipnótico, ou existe alguma diferença?

Resposta: Sim, há uma diferença. No sono normal, o Ego, revestido do veículo Mente e do Corpo de Desejos, se retira do Corpo Denso e, geralmente, paira sobre esse Corpo Denso, ou pelo menos permanece perto dele, e a ele conectado pelo Cordão Prateado, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso permanecem em repouso sobre a cama.

Então, nessa situação é possível influenciar a pessoa, instilando em seu cérebro pensamentos e ideias que desejamos comunicar a ela. No entanto, nós não podemos induzi-la a fazer coisa alguma ou alimentar ideias que não estejam de acordo com suas inclinações ou predisposições naturais. É impossível dar ordens para que ela faça algo e forçar obediência, como acontece quando alguém é expulso do seu cérebro pelos passes de um hipnotizador, pois é o cérebro físico que move os músculos, e durante o sono normal o cérebro está interpenetrado pelo Corpo Vital da pessoa, ficando ela em pleno controle de si, enquanto que, durante o sono hipnótico os passes do hipnotizador retiram o Éter do Corpo Vital da pessoa que envolve o cérebro físico dela, que cai sobre os ombros dela; esse Éter fica enrolado ao redor do pescoço, lembrando uma gola de um suéter.

O cérebro denso está, então, aberto ao Éter do Corpo Vital do hipnotizador, que substitui o Éter do próprio dono. Consequentemente, no sono hipnótico, a vítima não tem escolha quanto às ideias que nutre ou aos movimentos que faz com o corpo dela, enquanto, no sono normal, a pessoa está sempre no controle. Na verdade, esse método de sugestão durante o sono é algo que as mães acharão extremamente benéfico no cuidado com crianças teimosas, pois se a mãe se sentar ao lado da cama da criança que dorme, segurar a mão dela, falar com ela como se estivesse acordada, incutir no cérebro da criança ideias da natureza que ela gostaria que a criança nutrisse, descobrirá que, no estado de vigília, muitas dessas ideias terão criado raízes.

Também, ao lidar com uma pessoa que é doente ou é viciada em bebida alcoólica, se a mãe, enfermeira ou outras pessoas usar esse método, descobrirá que é possível instilar esperança e cura, promovendo fisicamente a recuperação ou auxiliando no autocontrole da pessoa doente ou viciada. É claro que esse método pode ser usado para o mal, mas não podemos deixar de publicá-lo, já que acreditamos que o bem que pode ser feito desse modo irá compensar mais do que os poucos casos em que pessoas de má índole possam usar o método com propósito errado.

(Pergunta nº 32 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume 1, Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Atividade, a Essência da Saúde

Indolência é uma palavra feia. Está intimamente associada à estagnação e à decadência e essas são palavras repulsivas para a Mente saudável. A indolência é a precursora da decadência e da morte. A atividade é o promotor do crescimento, do desenvolvimento e da força. Isso é verdade para o sistema muscular, para todos os órgãos do Corpo Denso e para o sangue, que é a vida. Também é verdade para o cérebro; um cérebro não pode ser alimentado com sono e ser saudável e forte; para triunfar, requer ainda mais exercício do que o Corpo Denso. A inatividade causa a degeneração do Ego e do Corpo Denso.

O Corpo Denso foi feito para ser ativo e o bem-estar do corpo exige isso. A natureza é o melhor exemplo de atividade. A natureza nunca adormece no sentido de desperdício ou improdutividade. Nos meses frios, ela está ocupada armazenando energia para os meses produtivos.

As grandes e pequenas criaturas vivem vidas ativas, ensinando a nós o valor do tempo e a brevidade da vida. Quem não observou os pássaros quando chegam a primavera? Começam a construir os seus ninhos, porque a Terra continua a se mover, sem perder um único segundo de tempo e, assim, e em breve, chegarão os dias em que terão de procurar climas mais quentes. A abelha há muito que é vista nós como uma criatura de atividade e indústria. A abelha é a própria encarnação da atividade e não tolera a indolência. Ela segue o ditado bíblico: “Quem não trabalhar também não comerá”; mas, no caso da abelha temos: “Quem não trabalhar também não viverá”.

Mas, há outro lado da vida ativa e completa. Tal como a saúde do Corpo Denso e do Ego não pode ser saboreada na ausência de uma vida ativa, também a felicidade e o contentamento não podem existir num ambiente de ociosidade. Parece que a inatividade enche o Corpo Denso com uma matéria estranha que envenena a felicidade, pois se somos ociosos não podemos ser felizes. Vemos outro exemplo disso novamente na Natureza. As aves na época do acasalamento, quando estão mais ativas, são felizes e cheias de canto. A miséria e a ociosidade caminham juntas, enquanto a felicidade e o contentamento acompanham uma vida ativa. Se todos os que estão cansados da monotonia da existência saíssem da luxuosa ociosidade, a vida teria um encanto e os dias seriam muito curtos em vez de ser muito longos.

A ociosidade tem sanções que afetam a nossa própria existência. A ação é a lei do nosso ser, é a lei do crescimento. A ociosidade é fraqueza; a ação é tão favorável ao crescimento físico e mental como o simples fato de dormir em um ginásio o é para a força de um atleta. O trabalho gera força, enquanto a ociosidade é perda de força. Até o menor talento se desvanecerá se não for utilizado. O poder de fazer as coisas deserda a pessoa, quando ela não age. Quando a energia é desligada, a máquina para; quando ficamos ociosos e nos esquivamos da nossa responsabilidade de trabalhar, a energia nos abandona. Nunca se deve permitir que o poder mental diminua. A perda de energia, a falta de confiança e uma capacidade executiva deficiente são os castigos.

O ocioso é um inadaptado, porque fica estacionário em um mundo ativo e se torna impotente, porque a Natureza lhe retira o talento que possuía. Aquele que abandona a vida ativa pela aposentadoria – por exemplo – apresenta um triste espetáculo, porque a infelicidade e não o prazer é o resultado inevitável. A classe ociosa apresenta uma vista infeliz. O trabalhador pode ser pobre, mas feliz; o ocioso pode ser rico, mas miserável. Ele não se encaixa na Natureza; está fora de harmonia com Deus e com o ser humano. O segredo da saúde e da felicidade é a atividade.

Todo o nosso ambiente, ao nosso redor, fala de atividade, de desenvolvimento, de utilidade; ensina-nos que devemos utilizar o tempo, devemos prestar atenção e respondermos aos monitores e às sirenes da atividade que nos rodeiam. A indolência é um crime que a Natureza não perdoa. Devemos trazer no nosso Corpo Denso as marcas da inatividade. Porque, com isso, rouba o nosso Corpo Denso e o nosso cérebro; nosso Corpo Denso não pode ser forte e saudável nem o nosso cérebro, desenvolvido. O Corpo Denso se fortalece com exercício, assim como o cérebro se fortalece e expande com a expressão do pensamento que criamos, como Egos.

Será que a Natureza perdoa esse crime de indolência? Não! Temos que confessar os nossos pecados; temos que ser obedientes; temos que limpar o nosso “Templo de Deus”, porque a Doutora Natureza sabe o que é melhor. A Natureza é o único “médico” verdadeiro; devemos então obedecê-la e começar a trabalhar.

O exercício mantém o Corpo Denso jovem ao promover a flexibilidade de todos os músculos e articulações. O exercício mantém o Corpo Denso saudável ao evitar a estagnação e expulsar as matérias estranhas do Corpo. Para saborear o maior grau de saúde, todos os órgãos, músculos e ligamentos do Corpo Denso devem ser exercitados, não só os membros, mas também a maquinaria interna. É aqui que o verdadeiro exercício tem valor. Quando deixamos de nos exercitar, a “idade se faz sentir”: músculos flácidos e articulações rígidas são alguns dos resultados e dos castigos.

O cérebro deve ser exercitado regularmente para se desenvolver e se manter jovem. Em pouco tempo o Corpo Denso e o cérebro enfraquecem, se forem negligenciados. Certamente é um crime matar o cérebro de fome, enfraquecer esse órgão maravilhoso com o qual Deus tanto nos abençoou. Tal como o Corpo Denso enfraquece sem exercício, também o cérebro enfraquece, caso não seja mantido ativo. Tão importante é o exercício e o uso adequado do cérebro, que cada um de nós deve prestar contas no grande julgamento pelo uso do tempo e do talento. Seremos obrigados a prestar contas rigorosas pela condição do “Templo de Deus”, o Corpo. Uma recompensa só pode ser concedida a um Templo limpo, incluindo o Corpo Denso e o cérebro.

O caminho que leva para cima é difícil de escalar. Significa trabalho árduo; mas, na escalada, ganha-se força, energia, coragem, persistência e consistência; o sucesso nos espera e o prazer na escalada é o companheiro diário. “Tudo que a tua mão encontrar para fazer, faça com a tua força” (Ecl 9:10). Há poder no trabalho. Aquele que não trabalha com o coração no seu trabalho não trabalha bem nem age bem.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A importância do Fósforo para Aspirante ansioso de se empregar em trabalhos mentais e espirituais

Como estudamos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”: “O cérebro é o mecanismo coordenador por meio do qual os movimentos do Corpo são controlados e as nossas ideias são expressas. É constituído pelas mesmas substâncias que as demais partes do Corpo, com a adição do fósforo, que é peculiar somente ao cérebro.

A conclusão lógica é que o fósforo é o alimento particular por meio do qual o Ego é capaz de expressar pensamentos e influenciar o Corpo Denso físico. É, também, um fato que a proporção e a variação dessa substância estão diretamente associadas ao estado e ao estágio de inteligência do indivíduo. Pessoas afetadas com deficiência intelectual extrema têm muito pouco fósforo; os pensadores marcados por uma consciência inteligente hábil e viva têm muito; e no Reino Animal o grau de consciência e de inteligência está em proporção direta à quantidade de fósforo contida no cérebro.

Portanto, é de suma importância que o Aspirante ansioso de se empregar em trabalhos mentais e espirituais dê ao cérebro esta necessária substância.”

Apesar de pouco lembrado, ele é extremamente importante e tem um mecanismo delicado que precisa de um mínimo de atenção por parte dos veganos e vegetarianos.

Vamos ver para o que serve o fósforo: ingerir alimentos que são fontes de fósforo é importante porque assim você garante estrutura e força para ossos e dentes. O fósforo também compõe os ácidos nucleicos DNA e RNA, responsáveis pelo código genético e pela reprodução e reparação celular, e ainda faz parte da composição de muitas enzimas e hormônios. Ele participa do metabolismo de músculos, carboidratos e gorduras. Também equilibra o pH do sangue e é necessário para a produção de energia e o transporte de ácidos graxos (gorduras). Todas as células do corpo contêm o mineral, mas 85% dele você encontra depositado nos ossos e nos dentes.

Encontramos o fósforo na maioria dos vegetais (principalmente legumes, leguminosas, sementes, nozes e cereais integrais, mas também em verduras), frutas, quinoa, amaranto contém certa quantidade de fósforo. Maiores concentrações: uvas, cebolas, sálvia, feijões, abacaxi, alhos, e nas folhas e talos de muitos vegetais. Também no suco da cana de açúcar, mas não no açúcar refinado. A maior quantidade se encontra sempre nas folhas, geralmente desprezadas. Isso porque as plantas retiram o fósforo disponível no solo para fortalecer raízes, folhas e frutos.

O Corpo Denso de um adulto tem de 600 g a 900 g de fósforo: 85% presentes em ossos e dentes na forma de fosfato e o restante dividido entre tecidos e líquido extracelular. Quando você consome alimentos que são fontes de fósforo, entre 55% e 70% do mineral será absorvido no intestino. Em uma dieta vegetariana, essa porcentagem vale inclusive para o fósforo presente nos ovos (orgânicos) e leite (orgânico).

Para melhor absorvimento do fósforo o pH do intestino tem que estar certo e saudável. Após a absorção, o fósforo cai na corrente sanguínea onde se junta ao cálcio, magnésio, sódio e às proteínas para chegar aos ossos, onde se deposita.

Deixar as leguminosas de molho na água por oito horas antes de cozinhar é fundamental para eliminar o fitato, um antinutriente que atrapalha a absorção do ferro, do cálcio e do zinco. Isso reduz o fitato, mas também o fósforo. Por isso que é importante uma alimentação baseada em vegetais. Entretanto, alguns alimentos, as bactérias intestinais e o levedo utilizado na fabricação de pães possuem a enzima fitase que decompõe o fósforo do fitato, sendo que esses alimentos e essas bactérias contribuem para tornar disponível certa quantidade de fósforo para absorção no trato gastrointestinal. Assim: cuide bem da flora intestinal e garanta um bom aporte de fósforo.

Além do mais, o fósforo melhora o desempenho físico porque ele faz um papel importante na produção de energia e atua na contração muscular, reduzindo a fadiga, quando você faz um esforço muscular muito grande.

Agora, como tudo, o excesso faz mal. Seu excesso no sangue é associado a maior risco de doença cardiovascular e mortalidade em pessoas com ou sem doença renal.

Seu excesso também prejudica a síntese da vitamina D e acelera o funcionamento da tireoide, que, por sua vez, pode atrapalhar a vida dos ossos, principalmente, se a ingestão de cálcio for inadequada.

Aparentemente as pessoas estão consumindo mais fósforo do que o necessário, porque aditivos fosfatos aparecem em alimentos industrializados e refrigerantes.

As deficiências do fósforo são raras, exceto em doenças que afetam a absorção do mineral, como diabetes, ou em casos extremos de fome total. Alguns sintomas de deficiência: perda de apetite, fraqueza muscular, fragilidade óssea, dormência nas extremidades, suscetibilidade a infecções e raquitismo em crianças.

Lembremos sempre que antiácidos contendo alumínio reduzem a absorção de fósforo na dieta pela formação de fosfato de alumínio, que o corpo é incapaz de absorver. Quando consumidos em altas doses, esses antiácidos podem produzir níveis muito baixos de fósforo no sangue, bem como agravar a deficiência do mineral. Também: redução da acidez estomacal, reposição hormonal em mulheres na pós-menopausa e doses excessivamente altas de forma ativa da vitamina D podem provocar uma diminuição dos níveis do fósforo no Corpo Denso.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Cerimônia de Casamento na Pró-Eclésia

No dia 12 de setembro de 1917 tivemos o prazer de solenizar o primeiro casamento na Pro Ecclesia em Mount Ecclesia, quando dois membros do Centro Rosacruz de Los Angeles, EUA deram as mãos para uma parceria de vida.

Embora essa seja a época do ano em que o sul da Califórnia é mais árido de flores, várias pessoas em Mount Ecclesia conseguiram reunir o suficiente para decorar a Pro Ecclesia da maneira mais bonita, e na hora marcada fechamos os escritórios e gráficas para que todos pudessem estar presentes na cerimônia. Quando todos estavam sentados, os acordes inspiradores da Marcha Nupcial ressoaram do órgão com acompanhamento de violino, enquanto Max Heindel conduzia os noivos pelo corredor central até a frente, onde os noivos se sentaram, enquanto Max Heindel tomava seu lugar em um ambão. Depois que as tensões comoventes da Marcha Nupcial diminuíram, ele fez substancialmente o seguinte discurso:

Minhas queridos Irmãos, Irmãs e Amigos,

Nós nos reunimos aqui, hoje, para testemunhar uma cerimônia muito importante que unirá em casamento de dois de nossos amigos. É para eles uma ocasião muito importante e, de fato, para todos nós, pois a vida ou vidas vividas por indivíduos se refletem na comunidade; a vida doméstica é o pano de fundo e a base da vida pública. Se os nossos jovens amigos, que agora começam juntos a vida matrimonial, estiverem dispostos a se sacrificar um pelo outro, cada um procurando sempre o bem do outro e tentando se conformar ao outro, como nós sinceramente esperamos e oramos para que eles façam, isso resultará uma vida de companheirismo ideal que é, de fato, uma antecipação do Céu na Terra; então cada um deles será abençoado por isso e, juntos, eles irradiarão do lar que eles fizeram uma influência do maior benefício possível para a comunidade. Por outro lado, se cada um persistir em seguir seu próprio caminho, independentemente do conforto e da felicidade do outro, eles terão diante de si uma vida de tal miséria que será realmente um inferno na Terra; a influência irradiada de tal casa só poderá ser prejudicial para a comunidade em que vivem. Todos devemos orar fervorosamente para que eles tomem cuidado com as rochas e os baixios do egoísmo, que certamente destruirão a felicidade da vida, e cultivem aquela solicitude conjugal pelo bem-estar um do outro, o que levará a uma vida de bem-aventurança celestial.

O casamento, então, é um perigo e para entender por que uma condição tão perigosa, que é, infelizmente, muitas vezes fonte de tristeza, foi imposta à humanidade é necessário examinar os registros ocultos e tomar uma visão mais ampla da jornada evolutiva da humanidade, mais ampla do que a geralmente aberta à grande maioria das pessoas. Houve um tempo, chamado pelos ocultistas da Escola de Sabedoria Ocidental, de Época Hiperbórea, quando o ser humano-em-formação era como uma planta em sua constituição e, assim, macho-fêmea, conforme registrado pela Bíblia. Portanto, ele podia, naquela época, como muitas plantas hoje, fertilizar-se e reproduzir sua espécie sem cooperação externa. Com o tempo, o corpo humano endureceu e se tornou como o dos animais em sua construção. Mas o Ego humano, o ser humano real, é uma inteligência criadora e divina, aprendendo na escola da vida; somos todos deuses-em-formação e a criação de coisas físicas por meios físicos é apenas uma lição elementar. Eventualmente, devemos aprender a imitar os métodos criadores de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, que por Sua Palavra falada trouxe todas as coisas à existência, como tão maravilhosamente ensinado naquela joia de misticismo, o primeiro capítulo do Evangelho Segundo São João, em que se diz: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Tudo o que foi feito foi feito por Ele e nada do que tem sido feito foi feito sem Ele. N’Ele estava a vida e a vida era a luz do homens; a luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam”.

Expressar o pensamento criador aqui, no entanto, requer um cérebro no Mundo Físico e falar o Fiat Criador requer uma laringe; portanto, era necessário que esses órgãos fossem fornecidos ao ser humano-em-formação para que ele pudesse crescer gradualmente até a estatura divina. Portanto, as grandes Hierarquias Criadoras, que guiaram e alguns continuando guiando a nossa evolução, desviaram uma parte da força criadora do ser humano-em-formação para cima, para que pudesse construir esses órgãos. Em alguns, expressaram o polo negativo (passivo) dessa força criadora e surgiu a fêmea; nos outros, expressaram o polo positivo (ativo) da força criadora e surgiu o macho. Mas, isso deixou apenas metade da força criadora disponível para a reprodução da Onda de Vida humana aqui e, assim, a partir de então, a humanidade foi dividida em sexos, como os vemos hoje, e se tornou necessário que cada um busque seu complemento para que a dupla força criadora, masculina e feminina, possa ser combinada para perpetuar a espécie humana e possa fornecer novos veículos para os Egos que perdem os seus devido à morte aqui. Naqueles primeiros dias, quando os Anjos da Guarda estavam encarregados da humanidade infantil, eles reuniam seus protegidos em grandes templos, em certas épocas do ano, quando as linhas de força interplanetárias eram propícias à procriação, e a geração era realizada como um sacramento, um sagrado rito religioso.

Se essa condição continuasse, a humanidade também permaneceria até hoje infantil e inocente, dócil e feliz, como as crianças. Mas à medida que o cérebro foi gradualmente formado, os Anjos caídos, chamados na Bíblia de Espíritos de Lúcifer, ensinaram à humanidade o uso desenfreado, ou melhor, o abuso, da função criadora para a satisfação dos sentidos físicos, independentemente das condições astrais. Assim, o amor deu lugar à luxúria, o parto tornou-se doloroso e a morte, mais frequente. O ser humano caiu de um estado santificado para um estado pecaminoso e desde então uma era de angústia, tristeza profunda, sofrimento, luta e conflito tem ocorrido na Terra; se analisarmos as condições ao máximo, hoje, descobriremos que toda forma de tristeza e doença é devida a essa relação sexual anormal. Portanto, aguardamos ansiosamente o tempo da vinda de Cristo para o estabelecimento do Reino de Deus, quando não haverá casamento nem entrega em casamento, porque cada um terá o poder dentro de si para falar a palavra criadora e a morte será engolida pela imortalidade.

No entanto, enquanto mantemos esses ideais em relação à condição futura, devemos lidar com os fatos como os encontramos hoje e há grandes e maravilhosas lições a serem aprendidas dentro do estado do matrimônio. Portanto, devemos fazer o nosso melhor para torná-lo frutífero — tanto fisicamente como mental, moral e espiritualmente. Sempre devemos lembrar que é um esforço para a unidade que só pode ser alcançado pelo esquecimento de si mesmo. Deve haver no lar apenas um pensamento, uma voz e um objetivo na vida, mas esses devem ser um pensamento, uma voz e um objetivo compostos. Ambas as partes devem se esforçar para combinar suas ideias para o bem comum; e se for descoberto, como indubitavelmente será, que nenhum acordo pode ser alcançado em alguns pontos, então deve-se evitar tais assuntos com tato até que o tempo tenha mudado um, o outro ou ambos. Deve haver um respeito mútuo pelos direitos de cada um e o naufrágio do interesse próprio pelo bem comum. Rezamos fervorosamente para que nossos jovens amigos aqui, que estão entrando nesta grande aventura, esforcem-se desde o início para viver a vida amorosa, que é tão essencial para criar um adequado ambiente doméstico para a criação dos filhos, que será um crédito para a comunidade.

Um deve carregar os fardos do outro. Jovem esposo, não limite seu interesse aos negócios ou ao escritório e implore para ser dispensado de compartilhar as preocupações inerentes ao cuidado de uma casa e dos filhos. Jovem esposa, não alimente a ideia de que seus problemas e provações no lar sejam primordiais e que seu marido não tenha preocupações em comparação com as suas. Lembre-se: esta é uma parceria em tudo e qualquer coisa. Tenha interesse inteligente no negócio dele; encoraje-o em suas ambições e o incentive a maiores esforços por meio da apreciação inteligente. Quanto mais vocês souberem dos assuntos um do outro, mais próxima será sua parceria, mais fácil vocês suportarão os fardos da vida e conseguirão fazer com que seu empreendimento matrimonial seja valioso. E todos nós oramos para que Deus possa dar Sua maior bênção a vocês dois e que essa união possa estar cheia de lições que os elevarão tanto fisicamente como moral, mental e espiritualmente na grande escola da vida.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro/1917 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Significado Oculto de Babilônia e de Nova Jerusalém

Lemos na Bíblia que havia duas cidades muito parecidas, mas completamente opostas. Uma era a cidade de Babilônia, o berço da confusão, de onde os seres humanos deixaram de se considerar irmãos e se separaram uns dos outros. Estava localizada sobre sete colinas. Entre essas sete colinas passava um rio. Essa cidade era governada por um rei; seu nome: Lúcifer, o lucífero, filho da manhã, a “estrela do dia”, o dador de luz. Então, Lúcifer era o rei de Babel-On (a Porta do Sol). Ali a humanidade cessou de atuar como uma só nação e se separou em nações guerreiras. Babilônia é a semente de todas as enfermidades e doenças que se possa imaginar.

No Livro de Isaías, capítulo 13 e 14 lemos a queda da cidade de Babilônia: “A Babilônia, pérola dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, destruídas por Deus”.

Babilônia havia se convertido em uma abominação, e a chamavam de prostituta, provocando guerras, perturbações e desolações em todos os povos da Terra. No Livro de Isaías, 14, lemos: “O Senhor quebrou a vara dos perversos e o bastão dos dominadores que feria os povos com furor com golpes incessantes, que dominava com cólera as nações perseguindo-as implacavelmente.”.

De um lado totalmente oposto temos outra cidade chamada Nova Jerusalém, uma outra “Luz do Mundo”, um “Brilhante Luzeiro da Manhã”, a chamada Noiva. Também está sobre sete colinas. Mas não há nenhum rio fluente, e sim um Mar de Cristal. Tem como rei um outro dador de luz. É a cidade da paz, cujas portas nunca se fecham. Dentro dela está a Árvore da Vida. Não existe noite e nem iluminação externa. A luz é interior. Essa cidade não é uma cidade desse mundo, mas sim uma cidade que veio do céu. No Livro do Apocalipse 21:2 lemos: “Vi a cidade santa, a Nova Jerusalém, que descida céu do lado de Deus, ornada como uma esposa se enfeita para o esposo”.

Que significa a existência dessas duas cidades? Supondo ter existido Babilônia, não terá sido como foi descrita literalmente. Já Nova Jerusalém é contrária a todas as leis da natureza. Assim, as duas cidades são simbólicas.

Para entender essa simbologia vamos retroceder até a um longínquo passado, quando o ser humano não havia alcançado o desenvolvimento que alcançou atualmente.

Quando nós, como Espíritos Virginais manifestos, entramos no Período Terrestre, o quarto Período do nosso Esquema de Evolução, começamos o trabalho de união entre nós, o Ego, e o nosso Tríplice Corpo. O objetivo desse trabalho foi modificar os Corpos para serem interpenetrados pela Mente, o veículo mais novo que hoje possuímos.

No Corpo Denso começamos a construir a testa, para abrigar o cérebro, e seus dois hemisférios – hemisférios cerebrais –, e a dividir o Sistema Nervoso em Voluntário e Involuntário, criando a Medula Espinhal. Perceba que só com um Sistema Nervoso Voluntário é que podemos ter meios de estimular nosso Corpo Denso a fazer movimentos orientados por nós e não somente por impulsos externos.

No Corpo Vital, as modificações foram feitas para que esse continuasse com a forma do Corpo Denso, criando, assim, um cérebro vital e os Sistemas Nervosos Voluntário e Involuntário vital. Também, o ponto da raiz do nariz da parte etérica e da parte física foram colocados na mesma posição relativa, ou seja, concentrizados.

No Corpo de Desejos foi efetuada uma divisão em duas partes: uma superior e outra inferior.

Com isso, as Hierarquias Criadoras, as que nos auxiliavam nas modificações e aquisições de novas ferramentas para utilização nesse Mundo Físico, puderam nos dar as seguintes orientações:

  • Os Senhores da Mente (Hierarquia Zodiacal de Sagitário) cuidaram da parte superior do Corpo de Desejos, estimulando-nos a gerar desejos e emoções altruístas, superiores;
  • Os Senhores da Mente (Sagitário), também, nos deram o germe da Mente;
  • Os Arcanjos (Hierarquia Zodiacal de Capricórnio) foram ativos na parte inferior do Corpo de Desejos, dando-nos possibilidade de termos desejos e emoções inferiores;
  • Foi feita a divisão dos sexos. Metade da força sexual criadora foi utilizada para construirmos o cérebro e a laringe, órgãos indispensáveis para criar e se expressar no Mundo Físico.

Estava criada a base para a expressão individual aqui na Região Química do Mundo Físico. E com as modificações atmosféricas da Época Atlante, o ser humano pode ver os objetos da Região Química do Mundo Físico com claridade e nitidez. Como diz a Bíblia: “Eles olharam-se, seus olhos foram abertos e viram que estavam nus.”.

Foi daí por diante que o ser humano pode guiar a si mesmo, aprendendo a ser independente, assumindo responsabilidade por seus próprios atos. Os seres humanos eram infantis no Mundo Físico. A nossa consciência está toda voltada para os Mundos espirituais.

Como em toda Onda de Vida, também na Onda de Vida dos Anjos, houve seres atrasados. A esses seres conhecemos como Anjos Caídos ou Anjos Lucíferos ou, ainda, Espíritos Lucíferos, ou, simplesmente, Lucíferes. Estes estavam numa situação estranha. Os Anjos não necessitam de cérebro para adquirir conhecimento e, portanto, não havia necessidade de construir um. O ser humano necessita e sabe construir um. Os Anjos Lucíferos necessitam, mas não sabem construir um.

Quando os Anjos Lucíferos viram que o ser humano desenvolveu um cérebro e a medula espinhal, eles viram uma oportunidade de evoluir ajudando o ser humano a focar a sua consciência na Região Química do Mundo Físico.

Através de quando o ser humano renascia como mulher, que expressa o polo negativo da força criadora, a imaginação, eles conseguiram nos ajudar a entender que o ser humano possuía um Corpo Denso, que o Mundo Físico era também realidade, que podia aprender muito aqui, e que podia comer da Árvore do Conhecimento. Quando o ser humano renascia como mulher ajudava quando o ser humano renascia como homem a entender isso também e, desde então, “os seus olhos se abriram e conheceram o bem e o mal”.

Então, os Lucíferos apareceram como “Dadores de Luz”, aquele que mostrou o caminho do conhecimento. Incitaram o ser humano a tomar em suas mãos o domínio do uso da força sexual criadora. Incitaram – ou seja: tentaram – o ser humano a exercitar o egoísmo, a ambição, o abuso da força criadora e a conhecer a morte. Criaram um ponto de contato – que eles tanto necessitavam para seu desenvolvimento. Esse ponto é o lado esquerdo, ou o hemisfério esquerdo, do nosso cérebro. Esse lado tende para o egoísmo. Aí está assentado os Anjos Lucíferos, aí está a cidade da Babilônia.

Como lemos no Livro do Apocalipse 17:4: “A mulher se vestia de púrpura e escarlate, estava adornada de ouro e pedras preciosas e pérolas (…). Na fronte trazia escrito um nome: ‘Babilônia, a grande, mãe das prostitutas e das abominações da terra’”. E as “sete colinas (ou montes) sobre as quais a mulher (ou a prostituta) está sentada.” (Apo 17:9) são os sete lugares de observação localizados na cabeça: os dois ouvidos, as duas fossas nasais, a boca e os dois olhos. Sobre esses lugares se apoia o cérebro, donde o “Dador de Luz”, a razão, o raciocínio, o intelecto, governa o pequeno mundo, o microcosmo, os veículos dos seres humanos.

Aliás, os dez veículos que nós possuímos: o Tríplice Espírito, a Tríplice Alma, o Tríplice Corpo e a Mente, que os une, são os dez cornos da besta que São João fala no Livro do Apocalipse 17:12: “Os dez chifres que vês são dez reis, que ainda não receberam a realeza, mas com a besta receberão poder de reis por uma hora. Eles, de comum acordo, emprestarão à besta seu poder e autoridade”.

Os Espíritos Lucíferos nos ajudaram a enfocar a nossa consciência no Mundo Físico e a conquistá-lo, mas com isso sofremos e ficamos sujeitos a tristeza, a dor e a morte.

Agora está na hora de voltar. Como estudamos na parábola do Filho Pródigo.

Devemos nos livrar desse caminho de sofrimento, de dor, de tristeza. Mas como, se só sabemos conhecer algo através do raciocínio, da razão, da utilização do hemisfério esquerdo do nosso cérebro?

Aqui é nos dado outro meio de adquirir o conhecimento. É através da Intuição, que quer dizer, conhecimento interno. É uma faculdade espiritual, igualmente presente em todos nós, mas mais proeminente quando renascemos em um corpo feminino.

Sabemos que utilizamos muito pouco o hemisfério direito do nosso cérebro. Também sabemos que o coração está se movendo lentamente da esquerda para a direita. E também que se trata de um órgão que possui fibras musculares cruzadas, tipo este que está sob o controle da nossa vontade. Entretanto, não podemos controlá-lo…ainda.

Aos poucos, com as nossas ações altruísticas, de serviço, de amor desinteressado, de Fraternidade Universal, de utilização apropriada da força sexual criadora estamos construindo mais fibras cruzadas no coração de modo que, a devido tempo, poderemos controlá-lo.

Quando isso ocorrer, poderemos recusar enviar o sangue para o Hemisfério Esquerdo de nosso cérebro, a Babilônia e a cidade de Lúcifer cairá.

Então, poderemos enviar o sangue para o hemisfério direito do cérebro teremos construído a Nova Jerusalém, a cidade da Paz (Jer-u-Salem — ali haverá paz).

Concomitante a isso, nosso Corpo Denso se fará mais sutil, mais próximo de se fundir ao Corpo Vital, formado de Éteres. Isso faz parte da preparação para entrada na nova Época que se aproxima, a Época Nova Galileia, onde teremos outro novo veículo, o Corpo-Alma, formado dos dois Éteres superiores e construído por meio da quinta essência do nosso serviço amoroso e desinteressado prestado a todos os seres vivos. Tal Corpo não se cansará nunca! Portanto, não existirão noites (“Não existe noite.” Ap 21:25). As doze portas para o assento da consciência, que são os doze nervos cranianos, nunca estarão fechadas (“As portas nunca se fecharão.” Ap 21:25).

A Nova Jerusalém será formada de Éter Luminoso e deixará transluzir a luz solar. (“A cidade não tem necessidade de sol nem de lua que a ilumine.” Ap 21:23).

O amor será altruísta e a razão aprovará seus ditames. Cada um trabalhará para o bem de todos. A Fraternidade Universal abarcará todos os seres, unidos pelo amor e guiados por Cristo, que terá retornado (“Os seus servos o servirão e verão a sua face e trarão seu nome nas fontes.” Ap 22:4).

Não haverá morte porque a Árvore da Vida, a faculdade de gerar a força vital, estará lá e se fará possível para todos.

Para que tudo isso ocorra, temos que trabalhar muito, com o objetivo sempre voltado para “frente e para cima” por meio do nosso serviço amoroso e desinteressado para com os outros. O objetivo, agora, não é mais a conquista da Região Química do Mundo Físico, mas sim a Região Etérica do Mundo Físico, já no caminho de “volta para a casa do Pai”, onde seremos colaboradores conscientes do seu maravilhoso Esquema de Evolução.

Mas, como disse São Paulo: “devemos formar o Cristo dentro de nós”. Caso contrário, não estaremos prontos para a sua segunda vinda.

Terminamos repetindo Ângelus Silésius:

“Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém,

Se não nasce dentro de ti, tua alma seguirá extraviada.

Buscará em vão a cruz do Gólgota,

Enquanto ela não se levantar dentro de ti mesmo.”

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Cérebro: Oficina Física do Ser Humano

O cérebro está dividido em três partes principais: o cérebro (grande cérebro superior), o cerebelo (pequeno cérebro central) e a medula oblongata (pequeno cérebro inferior).

O cérebro é usado pelo Espírito para expressar a consciência física e o pensamento direto. É o instrumento usado pelo Espírito para expressar seus poderes mais elevados da vontade no plano físico.

O cerebelo é a parte do cérebro que o Espírito usa para realizar a coordenação em relação aos movimentos do corpo, ligando as separadas atividades dos nervos a uma ação equilibrada e harmoniosa através do poder unificante da coesão. O cerebelo está correlacionado ao segundo aspecto do ser humano, a Sabedoria.

A medula oblongata (bulbo raquidiano, medula oblonga ou simplesmente bulbo) é a parte do cérebro usada pelo Espírito para controlar as pulsações do coração, a contração dos vasos sanguíneos e a respiração. Sem esta atividade do cérebro, os processos da vida física não poderiam continuar. A medula oblongata está, portanto, ligada ao terceiro poder do ser humano, sua Atividade em manifestação.

O cérebro é permeado pelas substâncias do Corpo Vital, do Corpo de Desejos e do Pensamento Abstrato e Concreto. É, portanto, a oficina física particular do Espírito, com seu material próprio e com todos os seus veículos convenientemente reunidos e prontos para serem usados. Impressões causadas pelo mundo exterior atingem o Espírito por meio de um ou dos cinco sentidos físicos e por meio do canal do Corpo Vital.

O Espírito, Ego, o ser humano real, é o pensador. O processo de pensar é o seguinte: a vontade desperta a imaginação e ela visualiza uma ideia composta de substância do pensamento abstrato que permeia o cérebro. Esaa ideia do pensamento abstrato é, então, projetada pelo poder da vontade na lente da Mente, que transfere a ideia para a substância do pensamento concreto contida naquela parte da Mente do ser humano e que permeia o cérebro. Aqui, a ideia é envolvida pela substância do pensamento concreto e agora é um pensamento-forma. O pensamento-forma, assim criado, é projetado na substância do Mundo do Desejo que permeia o cérebro. Essa substância do Mundo do Desejo, estando correlacionada à atividade, dá ao pensamento forma e poder para agir, o que geralmente resulta em algum tipo de manifestação.

No estudo do pensamento e da Mente lembremos que o pensamento é um poder do Espírito e a Mente, composta de substância do pensamento concreto, é o veículo que liga o Espírito ao seu cérebro etérico e físico. A Mente está harmonizada com Fá maior ou um bemol e sua escala começa com Fá. O Corpo Vital está harmonizado com o Dó natural e sua escala começa com Dó. O Corpo Denso está com Lá sustenido maior, que tem quatro sustenidos e três duplos sustenidos. Portanto, toda música escrita nesses três tons tem um efeito decisivo sobre a Mente, sobre o cérebro do Corpo Vital e o cérebro do Corpo Denso. Estão intimamente ligados ao Espírito e ao desenvolvimento de seus poderes potenciais que são: Vontade (poder do Espírito Divino), Sabedoria (poder do Espírito de Vida), e Atividade de germinação (poder do Espírito Humano).

O pensamento está correlacionado com a Vontade, o primeiro poder do Espírito. Ele expressa-se primeiro como uma ideia que ainda não adquiriu forma. Depois, o segundo poder do Espírito, a Sabedoria, atrai substância do pensamento concreto para a ideia e temos um pensamento-forma. Um pensamento-forma pode ser puramente mental se não for alterado pelo desejo. Contudo, em nosso atual estágio de evolução, poucos pensamentos estão isentos de algum grau de desejo.

O Mundo de Pensamento é o reino da música e o lar da Onda de Vida sagitariana, os Senhores da Mente. Consequentemente, seria quase impossível produzir um pensamento forma separado da música. Quando o pensamento-forma está revestido pela substância de desejo, a cor é acrescentada a ele, uma vez que o Mundo do Desejo é o reino da cor.

Para resumir a construção do pensamento-forma: o Espírito desperta sua vontade. O poder da Vontade produz uma vibração irradiante, musical, que se manifesta como som. O som produz uma ideia. A ideia adquire forma, e um pensamento passa a existir. O pensamento-forma é colorido pela substância de desejo. Uma forma flutuante colorida é produzida. Pensamentos não são silenciosos. Eles falam uma linguagem inconfundível; exprimem-se muito mais acuradamente que a intenção das palavras, e permanecem até que a força que seu criador empregou para produzi-los tenha sido gasta. Eles soam em um tom peculiar à pessoa que os gerou, portanto, é comparativamente fácil para o ocultista experiente descobrir sua procedência, buscar a fonte que os originou.

Falta espontaneidade aos pensamentos-forma; eles agem mais ou menos como autômatos. Movem-se e atuam somente em uma direção, de acordo com a vontade do pensador, que é o poder motivador interno.

Quem estudou este assunto, sabe quantas pessoas são ativadas pelos pensamentos-forma que pensam ser delas mesmas, mas que, na verdade, se originaram na Mente de outra pessoa. A opinião pública é formada dessa maneira. Pensadores poderosos, que possuem determinadas ideias sobre algum assunto em particular, criam e irradiam pensamentos-forma de si próprios. Outros, menos positivos ou simpatizantes da ideia expressa naqueles errantes pensamentos-forma, julgam que os pensamentos se originaram dentro deles e os adotam como seus.

Assim, gradualmente, uma opinião pode crescer até que o pensamento originado por um único indivíduo pode, não só ser aceito, como defendido por toda uma comunidade, estado ou mesmo uma nação. Pensamentos expressos em palavras faladas tornam se muito mais poderosos, particularmente se pronunciados por um orador vigoroso.

(Leia mais no Livro A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cooperação entre o Cérebro e o Coração

“Um novo e importante papel atribuído ao coração, como regulador dasreações cerebrais, foi proposto pelodr. John I. Lacey, do Centro de Pesquisas de Fels, em Yellow Springs,Ohio. A teoria do dr. Lacey baseia-se em evidências sobre animais e humanos e contradiz teorias já reconhecidas, segundo as quais o sistema cardiovascular reflete, mas não controla, o dinamismo mental. Diz Lacey que o ritmo do coração e da pressão sanguínea varia com a atividade mental.

A desaceleração cardíaca e queda de pressão sanguínea se associam a um aumento da atividade cerebral. Até agora supunha-se que a aceleração do batimento cardíaco aumentava a atividade mental e física. Dr. Lacey vê o sistema cardiovascular como um canal para estímulo do cérebro. Ao chegar o estímulo ao cérebro, esse imediatamente decide se deve ou não o atender, comunicando, em seguida, ao Coração, a sua decisão. Seguidamente a atividade cardíaca atua sobre o cérebro, para inibi-lo ou acioná-lo. Por que o coração deveria ser envolvido em trabalho tão importante? Não está esclarecido. Mas serão necessárias investigações complementares para comprovar estados de atenção mental e expansão física”.

(Revista: Selected News)

COMENTÁRIO: Os cientistas ocultistas declaram, há séculos, que o coração, bem como o cérebro, tem parte preponderante sobre o consciente e inteligência do corpo. O Coração é de fato nomeado como sede de um aspecto da Mente Supraconsciente, o reino da intuição. Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, tais como foram expostos por Max Heindel em “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, ensinam que a fortaleza do Espírito de Vida (consciência Crística), tem sua principal Sede no Corpo Pituitário (hipófise), no crâneo, e uma segunda fortaleza no coração. O Espírito Humano ou Ego tem sua primeira fortaleza na Glândula Pineal (epífise) e segunda fortaleza no cérebro, como um todo. O Espírito Divino, o Observador Silencioso, tem sua fortaleza na raiz do nariz, mas não em uma glândula. O Espírito Divino é chamado “O Princípio do Pai”. Ele inclui o Espírito de Vida, o princípio Crístico. O princípio do Pai é o da criatividade cósmica ou da vontade, ou ainda, a força da Epigênese. A Epigênese permite ao Espírito Virginal criar novas ideias no Universo e desse modo manifestar novas condições, tornando-se num Criador livre e positivo. Os cientistas, até agora, não admitiam que o coração pudesse interferir na inteligência manifestada pelo cérebro. Dr. Lacey vem trazer valiosa contribuição ao meio científico. De longa data vêm os ocultistas ensinando que as atividades mentais superiores dependem de relaxação e calma. Mergulham-se numa profunda tranquilidade, para possibilitar à Mente libertar-se das solicitações e pressões externas e iniciar as atividades internas e superiores. Essa condição de tranquilidade não é dormir porque a Mente está desperta e a pessoa consciente de si, de seu corpo e derredor.

Mesmo assim, deliberadamente, ela fecha, pelo poder da vontade, os sentidos, a tudo que no exterior possa distrai-la. Uma vez estabelecida a indispensável quietude, a supraconsciência mental procede como num espetáculo, ou projeção de quadros, fato conhecido como clarividência, telepatia, clariaudiência, consciência cósmica, etc. O indivíduo, em tal estado, pode sentir, às vezes, que está deixando o Corpo
Denso, podendo funcionar independentemente em outros planos da Natureza, nos quais colabora com Hierarquias Criadoras. Seu batimento cardíaco e pulso estão reduzidos e não excitados.

O coração toma parte especial nesse desempenho, em virtude de sua conexão com o Cristo Interno e o Corpo Pituitário (Hipófise), é popularmente considerado como a sede do amor humano. No entanto, quer nutramos amor material, quer elevadamente espiritual, estamos cônscios de correntes fluindo na região cardíaca. Max Heindel fala de um “lírio”, órgão etérico que se desenvolve entre a laringe e os dois centros cerebrais, para habilitar o Adepto a falar a palavra criadora. Esse lírio é construído pela força sexual criadora conservada, elevada através da coluna espinhal ao coração e desse ao cérebro. A conservação espiritual dessa força sexual criadora é mais que mero acúmulo de força sexual. Esclarecemos isso para orientação de pessoas que julgam bastar, para isso, a continência, sem crescimento da alma pelo altruísmo e amor. Essa conservação envolve também a justa aplicação da palavra, pelo controle da língua e usada edificantemente, sem desperdícios, o mais possível. força sexual criadora é igualmente conservada pela disciplina da atividade mental, por sua focalização em assuntos nobres e superiores, por pensamentos criadores da melhoria do ser humano e de suas condições.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Nossa Palavra

Max Heindel escreveu que o uso das palavras para expressar o pensamento é o mais alto privilégio humano. Podemos encontrar na Bíblia diversas passagens que expressam o poder da palavra.

Desde o início da criação em Gênesis 1:1 (“Deus disse: ‘Faça-se a luz’! E a luz se fez. ‘Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras’. E Deus fez o firmamento”) até no Novo Testamento com os ensinamentos de Cristo, como, por exemplo, quando Cristo-Jesus acalma a tempestade quando Ele e seus discípulos estavam num barco, em Mateus 8:24-27: “…Ele levantou-se e intimou aos ventos e ao mar e se fez grande bonança. E os homens se admiraram dizendo: ‘Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?’”. Ou em João 1:1: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Tudo o que feito, foi feito por ele e nada do que tem sido feito foi feito sem ele”, Onde se mostra o Segundo aspecto do Ser Supremo que, por meio da palavra, trouxe a existência tudo que há.

E assim é porque a palavra é criadora. Agora, por que ela é criadora? Porque ela advém de uma parte da nossa força sexual criadora.

Tudo começou ainda quando éramos todos, hermafroditas, capazes de nos reproduzir sozinhos, mas éramos inconscientes dos nossos Corpos e, portanto, incapazes de criar e de se expressar nesse Mundo Físico.

Quando tomamos posse desses nossos Corpos (ou veículos de expressão) foi necessário construir o cérebro e a laringe para podermos criar nesse Mundo Físico. Estávamos na Época Lemúrica. Por falar nela, vale lembrar aqui, que nessa Época considerávamos a palavra como algo santo. Era empregada sobre a orientação das Hierarquias Criadoras que nos guiavam. Cada som emitido por nós lá tinha poder: sobre os semelhantes, os animais e sobre a Natureza circundante. Oras, trata-se de dois órgãos físicos criadores, portanto, necessitaram de força criadora para serem construídos!

Assim, metade da nossa força criadora sexual foi utilizada para a construção desses dois importantes órgãos. A laringe se formou em nós, quando nossos Corpos Densos ainda tinham a forma de um saco dilatado. Podemos ter a ideia de como era observando um embrião humano, quando passamos pela fase Lemúrica da gestação.

Conforme o Corpo Denso foi tomando a posição vertical, como é hoje, parte dessa força sexual criadora permaneceu com a parte inferior do Corpo Denso, nos órgãos sexuais, e parte com a parte superior convertendo-se na laringe e no cérebro. Assim, o poder da palavra é criador!

Como lemos em Gênesis: 1:26: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança”. Ou seja: a habilidade criativa de Deus está refletida em nós. Nós somos deuses em formação e, toda vez que falamos nós estamos exercitando esse poder dado por Deus. Nós estamos aprendendo, por tentativa e erro e por meio da Lei de Causa e Efeito, de tudo que nós criamos. Cristo disse: “Toda palavra que o homem falar, ele deve dar conta dela no dia do seu julgamento. Pelas suas palavras será justificado e pelas suas palavras será condenado” (Mt 12:36). Isso está se referindo ao processo da criação do nosso pessoal “Livro da Vida”. O Éter que respiramos junto com o ar está carregado com uma precisa quantidade e qualidade de todas as nossas: pensamentos, sentimentos, emoções, desejos e palavras, ações, atos e obras. Esses são transmitidos dos pulmões para o sangue que circula pelo coração a cada instante da nossa vida. Na sua passagem pelo ápice no ventrículo esquerdo do coração é gravada toda essa imagem fidedigna no Átomo-semente do Corpo Denso que lá está, e que constitui o nosso “Livro da Vida” pelo qual seremos julgados após o término de cada existência aqui na Terra. Por isso é que devemos evitar o quanto pudermos o bulício dos seres humanos no nosso ambiente ao redor.

Mas, por que razão nos atraem as falas e conversas supérfluas, a imensa maioria calcada no inferior, na fofoca, no mal? Gostamos tanto de falar porque pretendemos, com essas conversas, sermos consolados uns pelos outros e desejamos aliviar o coração fatigado por preocupações diversas que se resumem na falta de fé em Deus.

E, assim, perdemos o nosso precioso tempo sentindo prazer em falar e pensar, ora nas coisas que muito amamos e desejamos, ora nas que nos contrariam. Mas que ilusão a nossa!

Em vão buscamos esse tipo de consolação exterior que decididamente afasta a verdadeira consolação que é a interior e divina. Cumpre, portanto, de nos vigiar e orar, para que não passemos o nosso tempo ociosamente. Se for lícito e oportuno falar, que seja de coisas edificantes!

É certo que o mau costume e o descuido do nosso progresso espiritual concorrem muito para o desenfreamento de nossa língua. E o descuido do nosso progresso espiritual está com a eterna desculpa de falta de tempo.

Se nos abstivermos de conversações supérfluas como também de ouvir novidades e boatos acharemos tempo suficiente e adequado para cuidarmos do nosso progresso espiritual.

Como disse Sêneca na Epístola n.7: “Sempre que estive entre os homens, menos homem voltei”. Isso experimentamos muitas vezes, quando falamos muito. Mas fácil é calar de todo, do que não tropeçar em alguma palavra. Portanto, utilizemos o uso da nossa palavra o mais santamente que possamos.

Sabemos que a Fraternidade Rosacruz simboliza o futuro desenvolvimento do ser humano. Quando ficamos de pé, com os braços estendidos de modo que formemos uma cruz, nós encontramos que a posição da laringe corresponde a posição da rosa branca do Símbolo Rosacruz. O sangue sem paixão da planta ascende através do seu caule até o seu órgão reprodutor, o cálice da planta. Assim também, quando dirigimos toda a nossa força sexual criadora para cima, a laringe se torna espiritualizada, tornando-se o receptáculo da purificada, conservada e transmutada força sexual criadora. A voz terá o poder: da benção, da cura e da criação. A mesma cura pela palavra que vemos feita por Cristo em diversas passagens na Bíblia, como por exemplo, na cura do paralítico em Jerusalém, em João 5:8: “Ordenou-lhe Cristo-Jesus: ‘levanta-te, toma o leito e anda’. No mesmo instante aquele homem ficou curado, tomou o leito e andou”. A mesma criação que vemos feita por Cristo em diversas passagens na Bíblia, como por exemplo, na multiplicação dos pães em João 6:10-13: “Disse André a Cristo-Jesus: ‘está aqui um menino que tem cinco pães e dois peixes, mas o que é isso para tanta gente?’ Sentaram-se, pois, os homens em número de uns cinco mil. Cristo-Jesus, então, tomou os pães e, dando graças, deu aos que estavam sentados e, também, os peixes, tanto quanto quiseram. Depois de saciados, disse aos seus discípulos: ‘recolhei os pedaços que sobraram, para não se perderem’ Recolhendo, encheram doze cestos de pedaços que dos cinco pães de cevada sobraram”.

Ou seja: a laringe falará a Palavra Perdida, ou Fiat Criador no passado empregado por nós, sob a orientação das Hierarquias Criadoras na Época Lemúrica. Seremos um criador de verdade e não na forma relativa e convencional do presente. Empregando a palavra apropriada poderemos criar um corpo. Portanto, tratemos de expressar palavras unicamente quando houver oportunidades de serem construtivas. Caso contrário, guardemos em nosso silêncio. Como dizem, o silêncio é de ouro. Na verdade, através dele podemos guardar a nossa força sexual criadora expressa em nossas palavras a fim de ser utilizada quando realmente for necessário.

E como lemos nos Preceitos para o Estudante Rosacruz: “Considerando que o silêncio, em verdade, é um dos maiores auxiliares para o crescimento da alma, procuremos sempre no ambiente onde se encontramos predominar: a paz, a harmonia e a calma”.

Vamos, então, fazer cada esforço para sermos guiados pelo nosso Cristo interno, contraparte do Cristo externo, nosso guia e salvador, falando somente o que é bom e nos esforçando para exercitar nossas habilidades criativas para a glória de Deus.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

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