Por Corinne Heline
CAPÍTULO IX – NONA SINFONIA – RÉ MENOR – OPUS 125
(Com Coro Final “Ode à Alegria” – poema de Schiller)
A música é a entrada não corpórea no mundo superior do conhecimento que abrange a humanidade, mas que a humanidade não pode compreender. Por sua transparente beleza de ideia, há pouco no mundo da música que possa se aproximar desta obra prima em beleza melódica. Suas ideias são tão ricas em variedade, tão delicadas em orquestração e, também, tão profundamente simpáticas, que deve ser um ouvinte endurecido de fato aquele que escuta este movimento sem alguma percepção de uma visão dos céus se abrindo e um olhar distante no mundo além deste. Aqui, temos Beethoven como um expoente do sublime … Ninguém pode negar que aqui está uma obra prima inigualável na tremenda vastidão de sua concepção e inigualável por sua originalidade, poder e belezas prodigamente espalhadas.
Autor Desconhecido
Mais de dez anos se passaram depois da performance inicial da Oitava Sinfonia antes que Beethoven trouxesse à luz sua sucessora, a Nona e última, em 7 de maio de 1824. Durante esse intervalo houve, evidentemente, uma profunda preparação em seu interior para poder criar o glorioso clímax que é a Nona Sinfonia.
Quando os Senhores do Destino procuram um mensageiro cuja missão beneficiará o mundo e elevará a humanidade, muito tempo e cuidado são dedicados à sua escolha. Precauções especiais são tomadas para que o escolhido não se transforme em uma presa das seduções do mundo material. Beethoven foi um mensageiro escolhido. Ele nasceu na pobreza e se criou sob as mais adversas circunstâncias. Todos os anos de sua vida foram cheios de solidão, desapontamento e desilusão com as coisas do mundo exterior.
Um mensageiro assim escolhido para uma grande missão no mundo raramente conhece as alegrias do companheirismo humano, que é privilégio da maioria dos mortais. Ele tem necessariamente que viver uma vida mais ou menos isolada. Muito tempo tem que ser gasto sozinho para que possa alcançar aquelas alturas inspiradas que o capacitará a se tornar um canal claro e livre para seu objetivo.
No funeral de Beethoven foi dito: “ele não tinha esposa para chorar por ele, filho, filha – mas o mundo todo lamenta junto ao seu ataúde”. A vida de uma pessoa como ele não está centrada em um, mas em muitos. Então, quando Beethoven chegou ao apogeu da vida, chegou para ele, de acordo com a compreensão humana, a maior desgraça que pode acontecer a um músico – a perda da audição. No entanto, do ponto de vista espiritual, talvez isso foi sua maior bênção. Ele era um mensageiro da gloriosa música celestial das Hierarquias Criadoras. Essa música é tão sublime e etérea que os sons dissonantes e desarmônicos da Terra não podiam obstruir e prejudicar sua pureza e beleza. E, assim, quando Beethoven perdeu sua audição física, ele se tornou cada vez mais sensível às harmonias dos planos internos e, por isso, um transmissor mais perfeito para essa música celeste. Muito embora o espírito possa estar ciente de seu elevado destino, enquanto ele está confinado dentro do corpo humano, terá que lutar com as limitações de seu instrumento mortal. E, assim, havia momentos em que Beethoven dava espaço à melancolia e ao desespero, às vezes, voltando-se contra o destino.
O verdadeiro propósito do sofrimento é servir de agente purificador e redentor. No livro “Luz no Caminho” lê-se que “antes que os olhos possam ver, eles devem ter perdido seu senso de separatividade, e que antes que os ouvidos possam ouvir, eles devem ter perdido sua sensibilidade, e que antes que os pés possam estar na presença dos Mestres, eles devem ser lavados no sangue do coração”.
Como Edward Carpenter[1] escreve sobre Beethoven em seu livro Angel´s Wings:“Embora sua vida exterior, pela surdez, doença, pelas preocupações financeiras e pela pobreza fosse despedaçada em mil miseráveis fragmentos, em seu grande coração ele abraçou toda a humanidade; penetrou intelectualmente em todas as falsidades até atingir a verdade e, em seu trabalho artístico, deu um esboço aos religiosos, aos humanos, aos democráticos, aos amores, ao companheirismo, às individualidades ousadas e a todos os altos e baixos do sentimento, o esboço de uma nova era da sociedade. Ele foi de fato e deu expressão a um novo tipo de ser humano. O que essa luta deve ter sido entre suas condições internas e externas – de seu “eu real” com os solitários e pobres arredores nos quais estava encarnado – nós só sabemos através de sua música. Quando nós a ouvimos, compreendemos a tradição antiga de que, de vez em quando, uma criatura divina dos céus distantes toma uma forma mortal e sofre para que isso possa abraçar e redimir a humanidade”.
A nota-chave espiritual da Nona Sinfonia é Consumação. Nove é o mais importante número relacionado com o presente estágio de evolução da humanidade. É o número da humanidade. É, também, o número da Iniciação, aquele reto e estreito caminho pelo qual o ser humano retorna à união com Deus.
Notou-se previamente que as Sinfonias de Beethoven retratam uma variedade de experiências. Essas experiências são recapituladas nos passos sempre ascendentes ao caminho espiritual da realização, cada repetição proporcionando força aumentada e glória de desdobramento da alma, até a consumação alcançada na divina unidade tão magnificamente interpretada pela Nona Sinfonia.
Como foi dito anteriormente, as Sinfonias ímpares corporificam os atributos masculinos e as pares, os femininos, enquanto a última, ou a Nona, os dois atributos são trazidos em perfeito equilíbrio, um estado de unidade que, em linguagem esotérica, é chamada de Matrimônio Místico. Essa união marca o supremo alcance do ser humano sobre as coisas terrenas. Beethoven captou o lindo coro do Querubim na glória da Nona Sinfonia para que os ouvidos humanos pudessem sentir a poderosa efusão de seu poder espiritual.
O escritor John Naglee Burk[2], em seu livro “Life and Works of Beethoven”, se refere a esses ecos celestiais como “murmúrios misteriosos”; então, é como se os murmúrios do mundo celestial que Beethoven interiormente percebia se tornaram cada vez mais claros e mais fortes; enquanto o tema inicial se desenvolvia, há “um crescendo de suspense até que o tema em si é revelado… e proclamado fortíssimo pela orquestra toda em uníssono. “Ninguém”, ele acrescenta, “igualou esse poderoso efeito – nem mesmo Wagner que teve por essa página em particular uma mística admiração e que, sem dúvida, lembrou-a quando descreveu a serenidade elementar do Reno de maneira muito parecida na abertura de O Anel dos Nibelungos”.
“A Nona Sinfonia”, escreve Ralph Hill[3] em seu trabalho intitulado The Symphony, “é comparável aos vigorosos trabalhos como a Eroica e a Quinta Sinfonia, num plano psicológico tonalmente diferente que levanta questões mais amplas do que nas composições sinfônicas anteriores de Beethoven. Cada um de seus movimentos é incomparável em poder construtivo e na extensão e magnitude de suas ideias musicais. A abertura é de um mistério e intensidade. De uma região na qual tudo parece nebuloso e mal definido emerge o primeiro tênue prenúncio de um tema que é presentemente atirado violentamente com a força dos raios de Júpiter. Essa abertura portentosa é em seguida reformulada… e o tema todo é transferido, ainda fortíssimo, para o tom de Si Bemol. Por enquanto, é a terminação desse tema gigante que temos e esse, em sequências que se elevam, marcha para frente sem remorso até encontrarmos a transição para o segundo tema que se supõe conter leve semelhança com a Alegria, tema do Finale”.
“É difícil se encontrar algo mais requintado em toda a música”, escreve E. Markham Lee[4] no livro “The Story of the Symphony”, “do que o movimento de abertura, tão serenamente simples e ao mesmo tempo tão majestoso em suas ideias. Tecnicamente, sua complexa manipulação do material é maravilhosa e suas qualidades expressivas… são excelentes”.
O segundo movimento, um Scherzo, embora realmente não rotulado assim, foi considerado por muitos críticos musicais como uma das mais notáveis realizações de Beethoven. Um escritor se referiu a seu “ágil modo de andar” como “fortemente misturado com uma mística veia, um pouco como uma dança”. Berlioz o comparou ao ar puro e claro que acompanha o nascer do Sol numa manhã brilhante de maio.
“As palavras nos faltam”, escreve Markham Lee, “para comentar adequadamente o Adagio (terceiro movimento), uma das mais perfeitas e lindas peças de música orquestral que já foram escritas”. Bernard Shore[5], falando desse terceiro movimento em seu trabalho “Sixteen Symphonies”, afirma que é música que “deve estar nos céus” e nota como o incomparável Toscanini[6] ao apresentar essa parte “fez todo o esforço para transferir o toque de brilhante e incisiva vitalidade para a mais silenciosa e suave ternura. ‘No Paraíso!’, ele exclamava. As cordas acariciam particularmente sua música e nunca foi permitido que se tornassem apaixonadas – só etéreas.
Os três primeiros movimentos da Nona Sinfonia estão no mais alto plano de toda a música. O tema de abertura do primeiro movimento é grandioso em inspiração, vigoroso em poder. O Scherzo é talvez o melhor de Beethoven. O Adagio começa com uma melodia de extrema nobreza – perfeito em curva e de uma serenidade maravilhosa. O sentimento de misticismo devoto e admiração aumenta até o coro final”.
UM ARAUTO MUSICAL DA NOVA ERA
Beethoven experimentou uma grande liberdade interior de espírito, um grande estado enlevado de alma. Consequentemente, ele foi capaz de transcrever para a audição humana a mais sublime música que esse mundo já conheceu. Sigmund Spaeth[7] em seu livro “A Guide to Great Orchestral Music” exprimiu perfeitamente: “A Sinfonia alcançou em Beethoven o seu apogeu. Durante o século que veio após o dele, grandes músicos compuseram muita música bonita na forma, mas nós temos só que contemplar Beethoven para compreender que o zênite está ultrapassado e que toda a música daí por diante é música numa longa tarde”.
Ludwig Von Beethoven foi um dos mais importantes evangelhos da Nova Era que vieram à Terra. Em cada uma e em todas as suas composições magníficas soa a nota da liberdade, da emancipação, da igualdade e da eventual e permanente conquista do bem sobre o mal.
Beethoven também mostrou sua completa harmonia com os impulsos da Nova Era em seu ideal de feminilidade e no profundo respeito e reverência que ele dedicou ao sexo feminino. Ele nunca pôde entender como Mozart pôde usar seu grande gênio retratando tantas mulheres superficiais e frívolas. Beethoven deu ao mundo só uma ópera, Fidélio[8], o fiel. Em sua heroína, Leonora, ele dá um quadro perfeito da mulher da Nova Era. Na última das três aberturas de Leonora, que é ouvida no ato final da ópera, está uma rapsódia descritiva da exaltação do Divino Feminino que tem que ser despertado em toda a humanidade antes que as verdades gloriosas que pertencem à Nova Era possam se tornar realidade sobre a Terra. A ópera Fidélio conclui com um triunfante Coral retratando o alegre dia em que a liberdade e a fraternidade se tornarão universais. São essas mesmas notas de Liberdade, Fraternidade e Universalidade que são ouvidas no coral com o qual ele conclui seu trabalho final e supremo, a Nona Sinfonia.
O CORAL DA NONA SINFONIA
O cantor está traduzindo sua canção em canto, sua alegria em formas e o ouvinte tem que traduzir o canto de volta em alegria original; então, a comunhão entre o cantor e o ouvinte é completa. A alegria infinita está manifestando-se em múltiplas formas, levando em si a servidão da lei e preenche nosso destino quando voltamos da forma para a alegria, da lei para o amor, quando desatamos o nó do finito e voltamos para o infinito.
Rabindranath Tagore[9]
Como mencionado anteriormente, Beethoven foi um mensageiro selecionado para transcrever a música cósmica para a audição humana. Essa “pressão interna levou-o a escolher uma vida de autoabnegação e retidão. Ele via através, por cima e além das ilusões e tentações do mundo numa época, e entre pessoas amplamente entregues à busca do prazer”.
Por música cósmica, queremos dizer música das Hierarquias Celestes. Foi a música triunfal soada pelos Querubins e Serafins na celebração dos Ritos do Matrimônio Místico da nona Iniciação que Beethoven gravou no magnífico Coral da Nona Sinfonia.
A humanidade não poderá vivenciar a alta exaltação espiritual desse Rito até que tenha aprendido a construir e a viver em um Mundo Unificado – um mundo em que a Paternidade de Deus e a Irmandade dos Homens se tornará realidade. Promover o ideal da fraternidade universal foi seu supremo objetivo; para esse fim, seu grande gênio estava completamente dedicado.
Para o Coral, Beethoven usou o poema de Schiller[10], Ode à Alegria. Esse poema, que foi escrito durante a Revolução Francesa, apresenta em seu tema a Fraternidade Universal.
Ó, amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce voo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora! [11]
Por razões políticas, Schiller não usa a palavra “Liberdade” e a substitui pela palavra alegria. Beethoven entendeu assim. Para ele, o poema era sua expressão de liberdade espiritual. Queria dizer a emancipação da alma; a liberdade do espírito de todas as limitações físicas e materiais. Significava liberdade para perambular à vontade através dos planos espirituais superiores, para contatar seres celestes que habitam aqueles planos e ouvir a gloriosa música das esferas.
No primeiro movimento, os céus emitem poderosos sons de evocação através do profundo misticismo do Ré Menor que é proclamado pela orquestra toda em uníssono. Mais tarde, o tema é repetido e a orquestra toca a mesma nota de triunfo em Ré Maior que nos diz musicalmente que as proclamações do coro celeste desceram ao plano terrestre.
O segundo movimento, Berlioz descreve em toda a sua inata beleza como parecendo com o “efeito do ar fresco da manhã e os primeiros raios do sol nascente de maio”.
O Adagio se expressa em variações de crescente complexidade e ornamentação melódica daquela rara e indescritível beleza que caracteriza Beethoven no seu apogeu. Cada movimento de suas Sinfonias é uma divina aventura em espírito. O Espírito, quando despertado (iluminado), não pode estar completamente satisfeito com apenas as dádivas que este plano físico tem para oferecer.
O Finale nos fala sobre isso. Ele questiona e procura avidamente por mais luz. Uma sugestão dessa alta realização cantada pelo tema coral ecoa suavemente nas madeiras de sopro. O tema é então gradualmente desdobrado em Ré Maior (ainda uma experiência no plano terrestre).
No quarto movimento, Beethoven, pela primeira vez, introduz palavras numa Sinfonia. A “Ode à Alegria” de Schiller é a base do Finale cantada por solo, quarteto e pelo coro. Beethoven usou essa Ode para expressar solidariedade humana. Esse coro sublime eleva a Terra para perto do Céu e aproxima os seres celestiais em comunhão mais íntima com os mortais. Ela soa a mais alta nota-chave da realização humana que é a emancipação própria.
A Nona Iniciação
A nona Iniciação conduz ao coração da Terra. Nesse centro, está refletido o plano espiritual mais elevado, o Mundo de Deus. Esse é um plano onde reside o Absoluto. Aqui, o Espírito se une com a matéria, o finito funde-se com o Infinito e Deus e o ser humano se encontram face a face.
É aqui que os Deuses de outros Sistemas Planetários comungam com o Deus deste Sistema. É aqui que os sagrados Mistérios da Criação são revelados. Nenhuma música que tenha sido dada a este Planeta pode traduzir a maravilha e a glória dessa sublime experiência, excetuando o magnífico Coral com o qual o mestre Beethoven conclui a Nona Sinfonia.
O diagrama 18 do livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” mostra a escada de ascensão celestial. Poucos existem sobre a Terra que tenham alcançado seus mais altos degraus. Somente aqueles que trocaram o pessoal pelo impessoal, o terrestre pelo celeste, o humano pelo divino e que se tornaram verdadeiramente indivíduos Cristianizados alcançando as mais elevadas esferas da consciência. Porém, esse é o alto e glorioso destino que está esperando por toda a humanidade até que ela se faça merecedora da ascensão divina.
Na Noite Santa, quando a nona Iniciação é celebrada, inumeráveis hostes angélicas enchem o ar com sua canção de êxtase. Os ecos dessa gloriosa música dos céus foram captados por Beethoven e dados ao mundo no sublime Coral de sua grande Nona Sinfonia.
No coração da Terra, há três centros de poder que se relacionam com os três centros principais no corpo-templo humano, que são a cabeça, o coração e os órgãos reprodutivos. Entre a cabeça e os centros reprodutores há uma íntima relação. Entre esses dois pontos focais das energias criadoras, há uma constante corrente de força vital sagrada. Ela toma a forma de lemniscata, o ponto de junção sendo o coração. Um modelo igual de energias criadoras divinas está em ação dentro do coração da Terra.
A participação na nona Iniciação é possível somente depois que as correntes acima descritas alcançaram um estado de perfeito equilíbrio, com a Mente espiritualmente iluminada, o Coração um transmissor da ainda pequena voz interna e o centro reprodutor um assento da força vital regenerada. Essa realização alcança o clímax se encontrando face a face com o supremo Senhor deste mundo, o Abençoado Cristo. É essa a gloriosa experiência que espera a alma que alcança o nono degrau da escada da vida, a nona Iniciação.
A única música que pode adequadamente descrever o êxtase da alma dessa experiência é a magia que Beethoven teve o sucesso de tecer na Nona Sinfonia. É só por meio dessa música celestial que sua importância espiritual pode ser entoada. É música que pode vir somente da mais profunda experiência espiritual da qual o ser humano é capaz de registrar em sua presente e limitada existência. É a principal dádiva sem preço de um mágico à humanidade para ajudar em sua realização consciente e inconsciente para cima, para recapturar algo mais do seu puro estado divino.
Com a composição da Nona Sinfonia, o trabalho de Beethoven estava completo; seu destino se cumpriu. Esse é o seu canto do cisne, sua mais magnífica realização. Essa composição incomparável, como foi dito anteriormente, foi dada ao mundo em 1824. Três anos mais tarde, em 1827, ele recebeu a chamada para subir. Então, sem dúvida, ele também se tornou capaz de estar diante da divina presença e ouvir as palavras benignas que têm soado através dos tempos, “Muito bem, servo bom e fiel! Vem alegrar-te com o teu Senhor!”[12].
[1] N.T.: Edward Carpenter (1844-1929) foi um poeta inglês, socialista, filósofo, antologista e um dos primeiros ativistas políticos.
[2] N.T.: (1891-1967) escritor estadunidense.
[3] N.T.: (1900-1950) foi um escritor sobre música inglês.
[4] N.T.: Ernest Markham Lee (1874-1956) foi um compositor, autor, conferencista, pianista e organista inglês.
[5] N.T.: (1896-1985) foi um violista e autor inglês.
[6] N.T.: Arturo Toscanini (1867-1957) foi um maestro italiano. Um dos mais aclamados músicos do século XIX e XX, ele foi renomado pela sua brilhante intensidade, seu inquieto perfeccionismo, seu fenomenal ouvido para detalhes e sonoridade da orquestra e sua memória fotográfica. Ele é especialmente considerado um competente intérprete das obras de Giuseppe Verdi, Ludwig van Beethoven, Johannes Brahms e Richard Wagner.
[7] N.T.: Sigmund Gottfried Spaeth (1885-1965) foi um musicólogo americano.
[8] N.T.: Fidelio (em português Fidélio), Op. 72b, é um Singspiel em dois atos, de Ludwig van Beethoven, com libretto de Joseph Sonnleithner e Georg Friedrich Treitschke baseado no libreto de Léonore ou L’Amour Conjugal (1798), peça em “prosa entremeada de canto”, de Jean-Nicolas Bouilly, baseada nas memórias do autor sobre os acontecimentos da França durante o Terror, quando ele era promotor público do Tribunal Revolucionário de Tours.
[9] N.T.: (1861-1941) foi um polímata bengali que trabalhou como poeta, escritor, dramaturgo, compositor, filósofo, reformador social e pintor.
[10] N.T.: Johann Christoph Friedrich von Schiller (1759-1805), mais conhecido como Friedrich Schiller, foi um poeta, filósofo, médico e historiador alemão. Schiller foi um dos grandes homens de letras da Alemanha do século XVIII e, assim como Goethe, Wieland e Herder, é um dos principais representantes do Classicismo de Weimar, e é tido como um dos precursores do Romantismo alemão. Sua amizade com Goethe rendeu uma longa troca de cartas que se tornou famosa na literatura alemã.
[11] N.T.: o original em alemão:
O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern laßt uns angenehmere
anstimmen und freudenvollere.
Freude! Freude!
Freude, schöner Götterfunken
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder,
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der große Wurf gelungen,
Eines Freundes Freund zu sein;
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer’s nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund!
Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott.
Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt’gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.
Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!
Brüder, über’m Sternenzelt
Muß ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such’ ihn über’m Sternenzelt!
Über Sternen muß er wohnen.
[12] N.T.: Mt 25:23
Por Corinne Heline
CAPÍTULO VIII – OITAVA SINFONIA – FA MAIOR – OPUS 93
Nunca a arte ofereceu ao mundo algo tão sereno como as Sinfonias em Lá e em Fá Maior e todos aqueles trabalhos tão intimamente relacionados a elas que o mestre produziu durante o período divino de sua surdez. O seu primeiro efeito sobre um ouvinte é colocá-lo livre de um sentimento de culpa, enquanto dá nascimento a um sentimento de paraíso perdido ao retornar ao mundo dos fenômenos. Desse modo, esses maravilhosos trabalhos preconizam arrependimento e reparação no sentido da divina revelação.
Nesta Sinfonia, há pensamentos musicais intensos, há passagens que, por um momento, soam as profundezas e alcançam as alturas… Sem a grandiosidade da Quinta Sinfonia ou o romance da Sétima, ela contém um final perfeito e um rico estoque de bom humor.
Romaine Rolland[1]
A Oitava Sinfonia teve sua primeira apresentação em Viena, em 20 de abril de 1813. Sua nota-chave espiritual é harmonia.
Os antigos declararam que o número oito contém a marca da divindade e isso é o que a Oitava Sinfonia representa. Berlioz[2] declara que o modelo dessa Sinfonia foi formulado no céu e caiu dentro do cérebro do compositor. Um crítico de arte, escrevendo sobre essa Sinfonia, diz que ela é um brinquedo divino na região do pensamento tonal. Mais adiante, ele diz que a Sétima é uma arte épica ao máximo, então a Oitava Sinfonia é arte lírica em sua plenitude. A Oitava tem sido chamada de “um épico de humor”. Suas quatro divisões são permeadas com um sopro de alegria e transbordam em excêntrico humor. Um leve e caprichoso espírito de felicidade se difunde completamente. É deliciosa em sua totalidade. Dizem que Beethoven olhava-a com ternura e se referia a ela como sua “pequenina”. Talvez fosse por causa de seu espírito despreocupado e, também, porque é a menor das nove.
As duas primeiras partes estão cheias de alegria e suas harmonias extasiantes continuam a tecer e a entretecer através de toda a terceira parte. Ao invés do usual Scherzo, esse terceiro movimento é um lindo e majestoso minueto. Embora delicadamente caprichoso, ele, ao mesmo tempo, toca uma nota mais grave. Foi comparado por alguns escritores a uma exultante risada. E é verdade. Ele soa uma gargalhada triunfante de uma alma emancipada que encontrou sua própria herança divina de imortalidade consciente e a divina bem-aventurança da liberdade cósmica. Como Pitts Sanborn diz “não é o riso de regozijo infantil ou de frivolidade desesperante e imprudente”. Pelo contrário, é o “vasto e interminável riso de que Shelley[3] fala em Prometheus Unbound[4]. É o riso de um homem que amou e sofreu e, escalando as alturas, alcançou o cume. Só uma ou outra nota de rebeldia se intromete momentaneamente; e, às vezes, em repouso lírico… uma intimidação da Divindade mais do que o ouvido descobre”.
O Finale sobe a alturas ilimitadas em ritmo e fantasia. Irregularidades repentinas e ritmos interrompidos servem para criar uma atmosfera de mistificação deliberada. É fantasia altamente carregada designada para levar o ouvinte além dos estreitos confins da mente concreta.
A Oitava Sinfonia é, no entanto, uma outra composição que o grande gênio criativo de Beethoven deu ao ser humano para ajudá-lo em seus objetivos espirituais, que era seu verdadeiro destino perseguir e cumprir.
George Grove[5], em seu trabalho “Beethoven´s Nine Immortals” descreve o poder de Beethoven de abstrair-se do mundo externo e viver num mundo de sonho dele próprio. Seu ideal, como o de todos os grandes heróis, teve pouco interesse no mundo e nas poucas pessoas em volta dele. Ele foi um pico de uma montanha solitária e elevada que olhava para os vales. Seus olhos testemunhavam um solitário homem espiritualmente faminto. Seu idealismo sobrepassava seu julgamento. Era difícil para ele aceitar coisas realmente diferentes das que ele idealizava. Nos seus últimos anos ele mergulhou em profunda ternura e doce melancolia, resultando no que ele denominou sua “tendência feminina”.
Beethoven foi um instrumento usado pelo Espírito da Música para se realizar mais do que um homem que meramente compôs música. Em sua música, sempre criando mundos, seu grande gênio foi mostrado em seus movimentos rápidos, pois eles refletem os ritmos das órbitas celestes que se movem com mais velocidade que a luz.
Gustav Nottebohn[6], em seus Esboços de Eroica, observa que Beethoven alcançou um tipo de melodia que alguns chamaram de absoluta e, compondo seus últimos trabalhos, ele ficava verdadeiramente “possuído”. Sua Mente Superior assumiu a direção. Então, não trabalhou do pormenor para o todo, mas começou do todo para o pormenor. Sob um estado subconsciente, uma composição era como um todo antes que ele começasse a pensar nos detalhes. Um poeta expressou essa mesma verdade nas palavras: “Você não teria me procurado a menos que já tivesse me encontrado”.
Referimo-nos repetidamente às Nove Sinfonias como música cósmica. Quando Beethoven as escreveu, elas eram obviamente para demonstrar musicalmente as verdades fundamentais da polaridade. As Sinfonias ímpares possuem a grandiosidade, a rapidez, a ousadia, a coragem, a inovação e todas as qualidades masculinas dominantes. As de números pares são doces, ternas, dóceis, calmas, características do feminino.
A Quinta em Dó Menor teria seguido a Terceira, ou a Eroica. Beethoven colocou em prática esboços como elas originalmente chegaram a ele, de acordo com seus biógrafos. Algo em sua natureza antecipou isso até que a mais gentil Sinfonia em Si Maior, a Quarta, inseriu-se num modelo divino que a colocou imediatamente depois da poderosa Terceira. Então, seguindo a Épica Quinta, segue-se a Sexta ou Sinfonia Pastoral como um companheiro contemplativo.
Outra vez, após um espaço de quatro anos, Beethoven produziu outro par de afinidades complementares: a Sétima, de força masculina, e a Oitava, de atributos femininos, as duas produzidas em 1862 em sequência.
Finalmente, quase dez anos mais tarde, apareceu a magnífica mistura de opostos, que tinham se alternado nas precedentes oito Sinfonias e culminou na grandiosidade da Nona.
Oitava Iniciação
A oitava Iniciação está relacionada com a oitava camada da Terra conhecida como Estrato Atômico. O poder dessa Iniciação é tal que um objeto situado nesse Estrato, quando usado como um núcleo, pode ser multiplicado à vontade. Era o poder dessa oitava Iniciação que o Senhor estava demonstrando aos Discípulos quando multiplicou os cinco pães e os dois peixes e alimentou cinco mil – com doze cestas cheias de sobra[7].
Muito pode ser dito sobre essa Iniciação, excetuando que o participante tem que ter conquistado domínio sobre si mesmo e sobre o Mundo material. Uma harmonia básica é um requisito para a entrada nesse elevado Rito. As essências da experiência adquiridas através das Iniciações que precederam são aqui transformadas em poder anímico de tal força que uma tão esperada harmonia se torna a nota-chave da vida. O ser nunca mais explodirá numa experiência emocional, nem será indevidamente sacudido por eventos dolorosos ou agradáveis. Ele achou agora para sempre aquela profunda e intensa calma e paz à qual São Paulo se referiu quando disse que de fato nenhuma das coisas do mundo exterior o comoviam.
A esfera celestial chamada no ocultismo de Mundo dos Espíritos Virginais está refletida no oitavo Estrato da Terra. É nesse nível de vida que Deus diferencia dentro d´Ele as entidades que constituem uma Onda de Vida evolutiva. É desse plano que esses seres divinos em embrião entram em sua jornada evolutiva eterna através do tempo, espaço e matéria. Nesse estágio, os Espíritos Virginais possuem só consciência divina. O fim a ser atingido através de sua Involução dentro da matéria é a autoconsciência, quando o processo evolutivo o leva de volta à consciência Divina.
Na oitava Iniciação, o Iniciado é levado para muito além do mundo humano. As palavras são inadequadas para descreverem as maravilhas e as glórias daquele Mundo espiritual no qual ele é permitido entrar. A sublime música da Oitava Sinfonia transcreve algumas das maravilhas daquele Mundo.
Toda alma iluminada canta sua própria canção de realização. Essa canção é, às vezes, uma expressão de aspiração, busca, agonia, desilusão e mesmo de completa escuridão. Então, como a agonia continua, segue-se uma nova, fresca e sempre profunda dedicação, que culmina eventualmente numa vitória de completa conquista de si próprio. Essa foi a canção de alma que Moisés cantou na vitória do Mar Vermelho, uma vitória que se referiu não tanto a uma ocorrência física, mas a uma transmutação perfeita em seu interior. Outras canções de alma de tal alcance são os imortais Salmos de Davi e a melhor de todas as canções de amor, o 13º capítulo da 1ª Epístola aos Coríntios[8]. Também a Canção do Cisne de Lohengrin naquele magnífico drama musical que leva o seu nome.
É essa mesma Canção de Realização que é ouvida na Oitava Sinfonia de Beethoven composta não em palavras, mas na linguagem tonal trazida inspiradamente do mundo celeste do som. O Finale dessa Sinfonia ressoa toda a profunda alegria do Ser Emancipado. É a Canção de Alma daquele que aprendeu, por sua divindade inata, a reivindicar sua herança que é a Liberdade Cósmica. Essa é a nota-chave da oitava Iniciação e o elevado tema musical da Oitava Sinfonia.
O elevado trabalho dessa oitava Iniciação está exemplificado na música dessa Sinfonia que é tão suave, linda e cheia de tal corrente de força que parece cantar a habilidade de acalmar a violenta tempestade ou de remover montanhas de seus lugares. A música da Oitava Sinfonia é a expressão do Feminino altamente aperfeiçoado, aquele poder espiritual que o alquimista descreveu como o Feminino em Exaltação.
[1] N.T.: Romain Rolland (1866-1944) foi um novelista, biógrafo e músico francês.
[2] N.T.: Hector Berlioz (1803-1869) foi um compositor romântico francês.
[3] N.T.: Percy Bysshe Shelley (1792-1822) foi um dos mais importantes poetas românticos ingleses.
[4] N.T.: Prometheus Unbound é um drama lírico em quatro atos de Percy Bysshe Shelley, publicado pela primeira vez em 1820. Trata-se dos tormentos da figura mitológica grega Prometeu, que desafia os deuses e dá fogo à humanidade, pelo qual é submetido ao castigo eterno e sofrimento nas mãos de Zeus.
[5] N.T.: Sir George Grove CB (1820-1900) foi um engenheiro e escritor inglês sobre música, conhecido como o editor fundador do Grove’s Dictionary of Music and Musicians.
[6] N.T.: Martin Gustav Nottebohm (1817-1882) foi um pianista, professor, editor musical e compositor que passou a maior parte de sua carreira em Viena. Ele é particularmente celebrado por seus estudos de Beethoven.
[7] N.T.: “Cristo Jesus, ouvindo isso, partiu dali, de barco, para um lugar deserto, afastado. Assim que as multidões o souberam, vieram das cidades, seguindo-o a pé. Assim que desembarcou, viu uma grande multidão e, tomado de compaixão, curou os seus doentes. Chegada a tarde, aproximaram-se dele os seus discípulos, dizendo: “O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si”. Mas, Cristo Jesus lhes disse: “Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer”. Ao que os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. Disse Cristo Jesus: “Trazei-os aqui”. E, tendo mandado que as multidões se acomodassem na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu e abençoou. Em seguida, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.” (Mt 14:13-21).
[8] N.T.: “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria. A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá. Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança. Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido. Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.” (ICor 13:1-13).
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Aqui a Oitava Sinfonia em MP3:
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior:
1. Para acessá-lo (formatado e com as figuras) com as seguintes atividades que desenvolvemos em março, com as seguintes sessões:
CLIQUE AQUI: ECOS nº 71 – Abril de 2022
2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras):
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o entro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.
Informação De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) na prevenção do avanço da pandemia de corona vírus (Covid 19), as atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Abril/2022:
Publicações de textos no nosso Site (www.fraternidaderosacruz.com) e nas nossas Redes Sociais:
https://www.facebook.com/fraternidaderosacruz/
https://business.facebook.com/FraternidadeRosacruzCampinas/
https://www.instagram.com/frc_max_heindel/
https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas
MAIO – Sol transitando pelo Signo de Touro (abril-maio)
Touro mantém o modelo cósmico de toda a forma terrestre, enquanto que Áries, uma Hierarquia ígnea, mantém o segredo da vida, em si mesma. Os Senhores de Touro guardam o arquétipo cósmico de um órgão maravilhoso, destinado a se converter em uma parte do futuro Corpo humano. Esse novo órgão, semelhante a uma rosa dourada, estará situado na garganta e será o centro por meio do qual o ser humano da Nova Era pronunciará a palavra Criadora. Mediante o seu poder, a geração se converterá em regeneração e o ser humano será capaz de modelar a substância a sua vontade. No plano onde as forças de Touro são mais ativas e luminosas, pode-se vislumbrar essa perfeição e meditar sobre ela. Então se percebe o glorioso desenvolvimento que lhe espera no futuro e compreende o sentido das palavras do salmista: “Tu o fez um pouco inferior aos Anjos e o corou de glória e honra.” (Sl 8:6).
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap XIV – Análise Oculta do Gênesis – A Mescla de Sangue no Casamento
Qual Hierarquia Criadora foi destinada por Jeová para ser a influência orientadora de um Espírito de Raça?
Por que tal Hierarquia foi destinada por Jeová para ser a influência orientadora de um Espírito de Raça?
Porque os Arcanjos, sendo especialistas em Corpos de Desejos, têm domínio sobre as Raças e os povos, assim também sobre os Animais, porque ambos os Reinos possuem Corpo de Desejos.
Os Arcanjos são hábeis arquitetos da matéria de desejo, pois no Período Solar, o Globo mais denso era composto de matéria de desejos. Portanto, os Arcanjos são especialmente capacitados para auxiliar as Ondas de Vidas atuais e posteriores, através do estágio em que elas necessitaram aprender a construir e dominar um Corpo de desejos
Quais são as expressões mais elevadas do Corpo de Desejos?
O cérebro e o sistema nervoso
O Espírito de Raça, de Família ou de Comunidade tem entrada no sangue por qual meio?
Pelo ar que respiramos
Em qual Época iniciou-se as Raças
Época Lemúrica: Raça Lemúrica – uma única Raça.
Quantas Raças teremos e em quais Épocas?
Dezesseis Raças:
Época Lemúrica: (1 Raça) Raça Lemúrica – uma única Raça.
Época Atlante (7 Raças): A Rmoahals; Os Tlavatlis; Os Toltecas; Os Turânios; Os Semitas originais; Os Acádios e Os Mongóis.
Época Ária (7 Raças): Ária; Babilônio-Assíria-Caldeu; Persa-Greco-Latina; Céltica; Teuto-Anglo-Saxônica; Eslava e Descendentes da 6ª Raça.
Sexta Época (1 Raça): da união das diversas nacionalidades vivendo na América, surgirá então a última Raça.
Qual foi a primeira Raça a casar-se com pessoas de outras tribos?
Os Semitas Originais foram os primeiros a desenvolver à vontade, e casar-se com pessoas de outras tribos.
Porque as Raças são chamadas de os dezesseis caminhos da destruição, qual é o real e o grande perigo que corremos?
As dezesseis Raças são chamadas os “dezesseis caminhos para a destruição” devido ao perigo das almas se aderirem demasiadamente às características de cada uma delas, a ponto de se tornarem incapazes de sobre passar a ideia de Raça e obstar seu progresso.
Há também o perigo das almas se cristalizarem tanto na Raça, até que se aprisionem aos Corpos de Raça, mesmo quando estes comecem a degenerar, como sucedeu aos judeus.
Conforme o ser humano progrediu através desses estágios e perdeu gradualmente o contato com os Mundos internos, lamentou a perda e ansiava a volta da “visão interna”.
Quais são as quatro causas que contribuíram para essa condição?
As quatro causas que contribuíram para isso foram:
O clareamento da neblina atmosférica do continente Atlântico.
A entrada do Corpo Vital no físico, pelo ajustamento do ponto da raiz do nariz com o mesmo ponto do Corpo Vital.
A eliminação da endogamia (consanguinidade, casamento dentro da mesma Raça) e a consequente substituição pelo matrimônio entre tribos ou famílias.
O emprego de estimulantes tóxicos.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap XIV – Análise Oculta do Gênesis – A “Queda do Homem”
Que Onda de Vida atravessou o seu estágio “humanidade” do Período de Saturno? Do Período Solar e do Período Lunar?
Período de Saturno – “Senhores da Mente”
Período Lunar – “Anjos”
O que ocorre entre cada dois Períodos?
Ocorre um intervalo de repouso ou atividade subjetiva – uma Noite Cósmica, análoga à noite de sono.
Como era o ambiente do Planeta Terra no Período de Saturno?
Era escuro e gasoso.
Como é chamado o ser humano, na Bíblia, na Época Polar?
Adão.
Adão modelou seu Corpo sob a orientação de qual Hierarquia?
Sob a orientação dos Senhores da Forma.
No Período Solar o Corpo Denso do ser humano foi interpenetrado por um: Corpo Denso, Corpo Vital ou Corpo de Desejos?
Um Corpo Vital.
No Período Solar, a Terra alcançou a densidade da Região Química do Mundo Físico, Região Etérica do Mundo Físico ou do Mundo do Desejo?
No final do Período Solar, o ser humano possuía um duplo Espírito e um duplo Corpo?
No final do Período Solar, o ser humano possuía um duplo Espírito despertado (Espírito Divino e Espírito de Vida) e um duplo corpo, com os Átomos-sementes recebidos (Corpo Denso e Corpo Vital)
No início do Período Terrestre, qual veículo faltava a humanidade?
Faltava ainda o elo de ligação entre o Tríplice Corpo e o Tríplice Espírito, a Mente.
Durante a Época Atlante do Período Terrestre predominou os sentimentos de Amor e Fraternidade?
Não. A astucia, paixão e a perversidade predominaram na Época Atlante.
O que veio a ser o dilúvio ou inundação atlântica?
A atmosfera nebulosa condensou-se, caindo em torrentes e inundando os vales da Atlântida.
Quem eram os Espíritos Lucíferos?
Os Espíritos Lucíferos eram os atrasados da Onda de Vida dos Anjos.
O que significa a mulher viu os Espíritos Lucíferos, como serpentes?
A mulher viu os luminosos Espíritos Lucíferos entrarem na sua medula espinhal de uma forma serpentina.
O que significa “Lúcifer abriu os olhos da mulher”?
Lúcifer abriu os olhos da mulher, ela viu o seu Corpo Denso e o Corpo Denso dos que estavam próximos, e ele ensinou a ela como podia conquistar a morte, criando novos Corpos.
Qual foi a consequência, nos humanos, em comer da Árvore do Conhecimento?
A humanidade se capacitou a livremente criar um novo Corpo ao perder o antigo veículo e ter o parto com dor.
Qual seria a consequência do ser humano ter comido da Árvore da Vida?
Se o tivesse conseguido se teria feito imortal, mas não poderia mais progredir. Se não pudesse obter novos e mais perfeitos veículos por meio de sucessivas mortes e renascimentos, se teria estagnado.
Qual órgão do nosso Corpo Denso usaremos para falar a “Palavra perdida” ou o “Fiar Criador”?
A laringe falará novamente a “Palavra perdida” ou o “Fiar Criador”.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap XV – Cristo e sua Missão – A Evolução da Religião
Se conforme vamos nos civilizando, a nossa Religião vai se tornando mais humana. Quais Religiões não estão “tão humanas” quanto poderiam estar?
As Religiões não Cristã – ou seja, a que não seguem os ensinamentos de Cristo, que envolve o sair do separatismo (necessário em um momento e nos fornecido pelas Religiões de Raça) para a unidade (por meio do veículo unificante Espírito de Vida do Cristo). A lei deve ceder lugar ao Amor, e as Raças e nações separadas devem unir-se numa Fraternidade Universal.
Cristo possibilitou a todos os seres humanos o direito de buscar as Iniciações; abriu o caminho da Iniciação para todos os que quisessem alcançá-lo.
Por exemplo, o Hinduísmo, ainda está focada na separatividade de castas.
Mas é importante dizer que todas as Religiões foram ensejadas pela Divindade, por obra de um dos Mensageiros de Deus, estando cada uma perfeitamente adaptada ao povo onde se originou.
As Religiões que fazem sacrifícios com animais – porque os animais são nossos jovens irmãos e, como nós, eles constroem formas no intuito de adquirir experiência no Mundo material. Privando-os de seu Corpo Denso, nós atrapalhamos o seu progresso. Se não podemos criar sequer uma partícula de barro, não temos o direito de destruir a forma mais insignificante. Todas as formas são expressões da Vida Divina. Una por excelência. Devemos praticar de fato e em toda a sua extensão, o “vivei e deixai viver”.
Olhando ao nosso redor é fácil ver que para os corpos a lei é “a sobrevivência dos mais aptos”. Cite um exemplo na natureza onde o mais apto é o que sobrevive.
Animais: crocodilos, baratas, dragão-de-komodo, escorpião, tuatara, Rato-da-pedra-laociano, tartaruga, Caranguejo-ferradura, Ocapi, Tubarão-cobra,
Plantas: sequoia, cavalinha, samambaias, as cicas, gingko biloba
Quando estamos na nossa consciência de vigília, o que utilizamos no nosso Corpo Denso para se relacionar com o Mundo externo, com o nosso entorno?
Os 5 sentidos
Vamos falar sobre ressonância: se um pelotão de soldados vai marchar sobre uma ponte de madeira, quando é que essa tem um maior risco de se desmantelar toda?
Quando a vibração de todos estiverem no mesmo tom (nota chave) da ponte
Em que Região de que Mundo estão os Arquétipos dos nossos Corpos e da nossa Mente atuais?
De que Corpos é formada a nossa Personalidade?
3 Corpos: Corpo Físico, Corpo de Desejos e Corpo Vital e, devido a nossa insistência em mantê-la ligada ao Corpo de Desejos, a Mente Concreta.
Nós, como Egos, nos expressamos por meio de quais veículos espirituais?
Espírito Humano, Espírito de Vida e Espírito Divino
Qual é o outro nome que é conhecida a Lei de Consequência?
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap XV – Cristo e sua Missão – Jesus e Cristo Jesus – Parte 1
Como o 2° aspecto do Ser Supremo (O Verbo), se manifesta na matéria?
Como força de atração e coesão. O Fiat Criador, modela a Substância Raiz Cósmica.
O Filho é o mais elevado Iniciado de qual Período?
Qual o Veículo Inferior usado pelo Cristo?
Como que se relaciona o Espírito Humano?)
Com o Mundo do Pensamento Abstrato.
Qual o evento que, sendo uma realidade próxima, gerou a intervenção de Cristo?
A Era de Aquário.
De que forma Cristo alcança a humanidade?
De dentro para fora.
A Região Etérica do Mundo Físico é reflexo de qual Mundo?
Mundo Espírito de Vida.
O que nos permite pensar com Sabedoria?
O coração, assento do Espírito de Vida.
Cristo, como Arcanjo que é, tinha como seu veículo inferior o Corpo de Desejos, mas, como o mais elevado Iniciado, qual Ele usava?
Como era o Corpo Vital de Jesus?
Positivo e com muito mais Éteres superiores (Luminoso e Refletor)
Qual o tamanho da Aura de Jesus?
Até quilômetros além de seus Corpos
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Abril:
Cuidado com o que falamos
Todos nós temos um membro insubordinado, repleto de veneno. Não acreditam? Sim, infelizmente temos.
A nossa língua. Pasmem!! Ela é um mal perturbador, repleto de veneno.
Com a língua bendizemos a Deus, o Pai, e com ela amaldiçoamos irmãos e irmãs que foram feitos à imagem e semelhança desse mesmo Deus.
Isso é terrível. Não deveria ser assim, jamais.
Se uma pessoa não ofende por palavras, essa sim é perfeita, e pode refrear todo o seu corpo, mas se a língua não tem freio, essa pessoa causa muito mal, destila veneno.
A língua é um fogo, um mundo de iniquidades, ela pode perverter todo o corpo.
Todas as espécies de animais, de aves, de répteis, todo ser que vive nos mares, podem ser subjugadas e até domesticadas pelo gênero humano. Já a língua, nenhum ser humano pode domar; ela é um membro insubordinado.
Pensem, quantos de nós estaríamos aqui, depois de picar um semelhante com palavras mordazes, duras??
Se soubéssemos que morreríamos depois de picar alguém, será que não domaríamos nossas línguas?
Irmãos, devemos aprender a analisar mais, a amar mais, a ouvir mais, antes de falarmos, antes de criticarmos, de empregarmos palavras maldosas, muitas vezes sem necessidade.
A língua faz com que nos vangloriemos muitas vezes pelo feito, mas se fizermos o Exercício de Retrospecção, à noite, veremos o quão tristes deixamos alguém. Quem faz o mal não entristece, mas quem recebe se entristece, e muito.
Lembremos que cada vez que somos maldosos, criamos mais Destino Maduro, além de aumentarmos nosso sofrimento quando da nossa passagem pelo Purgatório. Lá, sem o Corpo Denso para amortecer esse sofrimento, sofremos três vezes mais para purgarmos todo mal que aqui fizemos.
A Lei de Consequência, ou Causa e Efeito é para todos, sem exceção.
Comecemos já a domar nossas línguas, a pensar duas vezes antes de falar.
Falar é de prata, ouvir é de ouro!!!
O Mundo está passando hoje por grandes Mudanças
Primeiro veio a Pandemia, Covid-19 (desde março de 2021 e ainda não acabou), e agora essa guerra absurda, por poder e ganância.
Diante disso as pessoas são colocadas diante de provas, fazendo, quer queiram ou não, grandes ajustes, onde a pessoa se fortalece ou sucumbe.
Às pessoas sem uma visão de futuro, que caminham pela vida com indiferença, não acumulam tesouros nos Céus, falta o espírito de iniciativa, de mudanças, ficam perdidos, não encontram uma saída, ficam à espera de ajuda externa.
Para as pessoas que entendem o real propósito de estarem aqui no Mundo Físico, que seguem os Ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores – os Ensinamentos Rosacruzes -, entendem o momento, estudam, refletem, observam, discernem, se concentram, se exercitam esotericamente, se preparam, são Cristãos Ocultistas e Cristãos Místicos, são fortes o bastante para se ajudarem e ajudarem aos seus semelhantes.
Cristo disse: “Não só de pão vive o homem” (Mt 4:4). Entendemos então que devemos cuidar sempre da nossa parte espiritual, se preparar para mudanças, para provas, construir o Templo sem as mãos, cuidando dos nossos pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, ações, obras e atos, a todo momento, com persistência, muita força de vontade, muita paciência e muita fé.
Os Ensinamentos Rosacruzes nos ajudam a entender que cada Aspirante à Vida Superior é responsável pelas condições que o envolvem.
Dificuldades, perdas, deficiências e outras limitações não são o resultado do acaso, mas o produto de uma necessidade e que revela a Sabedoria de Deus, com Seus grandes e perfeitos ajustes, mesmo que com dor e sofrimento.
Só existem dois caminhos a seguir: do amor ou o da dor, não existe e jamais existirá um terceiro caminho.
Estamos sendo testados constantemente para ver se reagimos com amor e compaixão, se fazemos o bem porque é correto fazer o bem, se desenvolvemos o poder anímico (o Poder da Alma), o autocontrole, o altruísmo, se realmente entendemos que Cristo aqui esteve, antes que nos perdêssemos mais e mais, ou se estamos sempre a julgar e a criticar, e numa grande inércia.
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de treinamento para Cristãos Esotéricos, onde os Estudantes estudam os Ensinamentos Rosacruzes, trabalham sobre eles mesmos, e se preparam para estarem a serviço da humanidade, como colaboradores conscientes dos Irmãos Maiores no seu serviço em prol de todos; ainda mais intenso devido a aproximação da Era de Aquário.
Precisamos de vez em quando parar e fazer uma fervorosa reflexão e superar nossas tendências egoístas, e devotarmo-nos cada vez mais ao serviço amoroso e desinteressado aos demais, de modo que, dia após dia, possamos contribuir para um mundo melhor, onde a força altruísta do Amor Universal possa purificar nossos corações e Mentes, para que possamos ver o bem em tudo e em todos.
Façamos tudo com paciência, fé, atitude e pensamento positivo, visando a construção do nosso Corpo-Alma, o Dourado Manto Nupcial, nosso veículo Etérico, tão necessário para a funcionarmos nos Mundos suprafísicos e que nos habilitará a sermos muito melhores servidores.
Crescimento Espiritual
Sabemos que todo crescimento espiritual vem de dentro, que há a necessidade de muita força de vontade, determinação, coragem e muita fé, uma vez que há muitos obstáculos a serem vencidos.
As pessoas determinadas, de caráter forte e excelentes qualidades, sobem rapidinho às mais elevadas posições mesmo nos caminhos acidentados da vida.
Essas pessoas destacam-se pela sua força interna, pelo impulso que geram.
Já pessoas de vontade fraca, que vivem na inércia, que remam a favor das águas, que não tem fé, não são determinadas, com pouca força de vontade, nem buscam a parte espiritual, reclamam de tudo e ainda acham que tem que ser ajudados, essas pessoas não crescem, não evoluem, porque em tudo colocam dificuldades, se acomodam com facilidade.
Cada um de nós deve trabalhar em prol do seu crescimento espiritual e determinar em qual nível quer permanecer (superior ou inferior, determinado ou acomodado).
Frente aos grandes problemas que se apresentam, grandes oportunidades também esperam aqueles que estão dispostos a assumir responsabilidades, a colocarem-se frente aos desafios.
Se desejamos nos elevar espiritualmente, arregacemos as mangas, procuremos viver os Ensinamentos Rosacruzes, estes iluminam nossos caminhos, nos encorajam, nos dão respostas para o “mistério da vida”, vamos então viver esses Ensinamentos, afinal foram dados pelos Irmãos Maiores, que estão sempre dispostos a nos ensinar, a nos mostrar o caminho.
Busquemos dentro de nós a força que nos fará crescer.
Sejamos determinados, de caráter forte.
Tenhamos muita força de vontade e persistência.
Deixemos acender e brilhar fortemente a luz que há dentro de nós. (Todos temos, basta que queiramos acendê-la).
O caminho é para todos!! Aproveitem!!
Exercício de Retrospecção
Pelos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, temos alguns exercícios esotéricos muito importantes para nosso crescimento espiritual e que se forem feitos fielmente, devocionalmente, sinceramente, rapidinho aceleramos a construção do nosso Corpo-Alma.
Um exercício muito importante e que ultrapassa qualquer perspectiva, é o Exercício noturno da Retrospecção, um exercício devocional, porém não de memória, feito todas as noites.
Eis como fazê-lo:
Ao deitar-se, à noite, relaxe o corpo; comece depois a rever as cenas do dia em ordem inversa, começando com os acontecimentos havidos imediatamente antes de se deitar, passando às ocorrências da tarde e da manhã; os acontecimentos que julgue mais importantes a serem purgados, julgados com uma atitude moral em cada cena.
Procure julgar-se a si mesmo:
Esse exercício se feito fielmente, procurando vivê-lo o mais próximo do que acontece no Purgatório, nos ajuda imensamente, expurgar diariamente as ocorrências indesejáveis da nosso Memória Subconsciente, de modo que nossos pecados serão apagados do Átomo-semente do Corpo Denso e nossas auras começarão a brilhar.
E, também, pela vivência do de bem fizemos, encurtaremos nosso tempo no Primeiro Céu, depois da vida aqui findada.
Outra coisa importante; se bem-feito, tendo extraído diariamente a essência das experiências que fazem o crescimento da Alma, tendo-as amalgamado ao Espírito, passaremos a viver em uma atitude mental e agindo de modo que, ordinariamente, nos estaria reservado para vidas futuras, ou seja, estamos nos adiantando.
Cada acontecimento da vida de Cristo-Jesus, durante a Semana da Paixão, representa alguma fase da Iniciação nos Mistérios Cristãos. A Entrada Triunfal (também popularmente conhecido como Domingo de Ramos) representa as alegrias, assim como o Calvário simboliza os sofrimentos.
Para as massas que presenciavam a procissão do Domingo de Ramos, esta não era senão a atribuição das honras ao grande Mestre Cristo que, durante os últimos três anos, realizou tais milagres entre eles, que havia feito os cegos enxergarem, os paralíticos andarem e curar definitivamente os doentes.
Contudo, para os Cristãos esotéricos seu significado era mais profundo.
Para eles era a manifestação externa da santa alegria que experimentará toda a humanidade quando alcance a consciência crística, tornada possível graças ao recentemente instaurado novo procedimento de Iniciação nos Mistérios Cristãos.
As hosanas da multidão que bordeavam o caminho, ao longo do qual o Mestre passou durante Sua Entrada Triunfal, não eram senão o eco dos coros angélicos que saudaram o nascimento de Jesus. Então cantavam: “Paz na Terra e Boa Vontade para os Homens”; no dia de Sua entrada em Jerusalém para os acontecimentos finais de Seu ministério terreno, cantavam: “Bendito seja o Rei que veio em nome do Senhor; paz nos céus e glória nas alturas”. Portanto, anunciavam o amanhecer da Nova Dispensação, sob a qual, cada ser humano está destinado a se converter em rei de seu próprio reino espiritual e a caminhar no nome do Senhor ou na Lei do Amor, da Luz e da Verdade.
(*) Pintura: Christs Entry Into Jerusalem, 1800 – William Blake (1757–1827)
A cena da Entrada Triunfal foi Jerusalém, a cidade da Paz, que representa o coração ou o centro do amor no Corpo, o primeiro onde começa a viver o Espírito de Cristo. O jumento, sobre o qual Cristo cavalgava, simboliza a Sabedoria Antiga. E as palmas espalhadas sobre o caminho representam as consecuções vitoriosas. Portanto, Cristo encenou, por meio da Sua Entrada Triunfal, algo que apontava à glória da Nova Era, quando as verdades dos Mistérios Cristãos se converterão na Religião universal da humanidade.
O mestre enviou a dois dos seus Discípulos, Pedro e João, para preparar a Sua entrada, lhes dizendo que “fossem ao povo antes deles”, onde encontrariam um jumentinho; que o trouxesse e, sobre ele, Cristo cavalgaria para Jerusalém.
O “povo à frente” é o Caminho, que sempre se estende ante o Aspirante; e o jumentinho, símbolo da sabedoria, que nunca tinha sido montado, é o recém-liberado impulso espiritual, que deu nascimento aos Mistérios Cristãos. O fato de que esses Discípulos sabiam o caminho do povo e como trazer o jumentinho significa que eles já tinham sido iniciados no Caminho Cristão da Iluminação Espiritual.
A Última Ceia
Também na quinta-feira da Semana Santa ocorreu o que ficou conhecida como a Última Ceia.
Esotericamente é o Rito da Eucaristia que tem sido parte de todos os ensinamentos Iniciáticos que foram dados aos seres humanos em todos os tempos.
Tem o mais profundo significado espiritual quando Cristo, o Supremo Mestre do Mundo, celebrou o Rito com Seus Discípulos na Sala Superior, à meia-noite da Quinta-feira Santa, imediatamente antes da Sexta-feira Santo ou o Dia da Paixão.
O suco da videira (o vinho místico) simboliza o Corpo de Desejos, limpo e transformado, do Discípulo. O pão representa o puro e luminoso Corpo Vital. Mediante a combinação das duas forças espirituais desses dois veículos, devidamente separados, podem se manifestar os poderes correspondentes ao Mestre.
Cada um dos santos homens e mulheres que participaram na Última Ceia com Cristo, purificaram seus Corpos de Desejos e Vital, de tal modo que foram capazes de receber e transmitir os poderes crísticos para a cura e a iluminação espiritual de todos aos que lhe foi dado servir.
Vivendo uma vida pura e inofensiva durante um período, cuja duração varia segundo o desenvolvimento anterior existente, a conservação da força Criadora da vida produz uma força vital de ordem superior que irradia do Corpo e que pode ser dirigida e utilizada à vontade nos serviços para com os outros. Essa emanação etérica, na noite da Última Ceia, alcançou nos Discípulos um grau de luminosidade que nunca antes havia sido alcançado. Cada um deles entregou essa emanação anímica a Cristo no momento da Última Ceia. Dirigindo essa força para Si mesmo e a incrementando com Seus próprios poderes divinos, Cristo apareceu ante eles em toda a glória do Corpo de Sua Transfiguração. Então, derramou essa poderosa corrente de energia sobre o pão e o vinho, magnetizando-os com a magia da alquimia espiritual, até que ambos brilharam com o esplendor de joias indescritíveis.
(*) Detalhe da Pintura Last Supper (1509-1511) – Gustave Dore
A Ceia daquela primeira noite de Quinta-feira Santa foi concluída com o Pai-Nosso, uma oração de imenso poder, se for empregada corretamente, e com o “beijo da paz”. Com ela se expressavam a unidade e a harmonia que conseguiram alcançar e a reserva em comum do poder espiritual que geraram, com o objetivo de derramar o impulso de Cristo pelo mundo, para o seu consolo e sua redenção. Alcançaram a verdadeira fraternidade, que é o primeiro requisito para o êxito efetivo do grupo.
Aqui se encontra a resposta à pergunta, tantas vezes formulada: “Judas Iscariotes esteve presente na Última Ceia”?
No exaltado estado de consciência alcançado durante o cerimonial da Ceia, os Discípulos puderam ver os “registros cósmicos” e contemplar ali os acontecimentos que ocorreriam nos anos que lhe restavam de vida. Então, tiveram a possibilidade de aceitar ou não, livremente, esses acontecimentos. O fato de escolherem aceitá-los, difíceis como eram para suportar, evidencia o elevado estado que alcançaram, já que, em todos os casos, o previsto conduzia à diversas perseguições e, frequentemente, ao martírio. Contudo, renunciaram ao “eu” pessoal; saíram como almas Crísticas, tão fortificados que não importava o que lhe pudesse suceder com o Corpo físico; a alma seguia adiante, segura e serena, para o triunfo certo.
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Judas Iscariotes sucumbe à tentação
Na quarta-feira da Semana Santa, Judas Iscariotes sucumbiu à tentação dos sumos sacerdotes, que tipificam a razão ou Mente mortal humana, não iluminada pelo poder do espírito (Mt 26:15).
As trinta moedas de prata se referem, numericamente, à tríade (3+0) composta pelo Corpo Denso, o Corpo de Desejos e a Mente inferior concreta.
Quando esses Corpos e Veículos – ou princípios – atuam no nível inferior, como sucedeu com Judas ao executar a grande traição, se destroem sempre a si mesmos, como ocorreu com ele, ao se suicidar.
Esse fracasso de Judas indica que não havia conseguido passar pelo Primeiro Grau ou Rito da Purificação.
(*) Pintura: Judas e as trinta moedas de prata – Rembrandt (1629)
Rito da Eucaristia
Na quinta-feira da Semana Santa, para preparar o Rito da Eucaristia, Cristo orientou a dois de Seus Discípulos para ir à cidade, onde encontrariam a um homem com um cântaro de água. Deviam segui-lo até uma casa onde deveria se preparar uma grande “habitação superior” para a chegada do Mestre e dos Seus Discípulos. Iriam celebrar juntos, ali, a ceia da Páscoa.
Essas instruções são, realmente, um anagrama crítico pertencente ao desenvolvimento esotérico do Aspirante. O homem que leva um cântaro de água faz referência a Aquário, o Signo Portador de Água, regente da Nova Era, na qual o espírito da verdadeira iluminação será derramado de novo sobre a carne, e cuja preparação ocorreria nesse momento.
A “habitação superior” é a cabeça, a qual, quando está “mobiliada e pronta”, graças ao despertar dos centros espirituais de seu interior, proporciona a visão dos Mundos internos e superiores.
Com a Glândula Pineal (a epífise) e o Corpo Pituitário (a hipófise) despertos e ativos, se levanta o véu do Sanctum Sanctorum e nos encontramos na presença do nosso próprio “Eu Superior”, como criado a imagem e semelhança de Deus e capaz de manifestar os poderes de um ser humano Crístico.
À luz dessa leitura simbólica podemos deduzir qual era o estado espiritual de São Pedro e São João, os dois Discípulos enviados à frente, pelo Mestre. Ambos estavam aptos a entrar na “sala superior”. O privilégio de preparar o caminho para qualquer um que, em qualquer tempo futuro, desejasse seguir seus passos era deles dois.
Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes
O Cristo sabia que seria crucificado pela humanidade? Se sim, por que pediu para o Pai afastar d’Ele este “cálice amargo”? Se não sabia, como pode um ser grandioso como Ele não ter previsto essa tragédia?
Resposta: Logicamente que não tinha como ele ter a certeza de que isso aconteceria. O ser humano tem o livre arbítrio e com todo o conhecimento que Ele forneceu ao longo dos seus 3 anos de ministério (fora os outros mais de 2.000 anteriores onde profetas e outros seres humanos evoluídos prenunciaram a sua vinda, a do Messias, ao do Salvador) havia a possibilidade disso não precisar ter acontecido para que ele pudesse e precisasse se tornar o Regente da Terra. A decisão de crucificá-lo foi inteiramente nossa.
Por Ele não ter a certeza é que Ele “pediu para o Pai afastar d’Ele este ‘cálice amargo’”, e pelo fato de ter ocorrido, sabedor de quanto essa nossa decisão iria causar o sofrimento, o atraso, as dores e o prejuízo na evolução de cada ser humano, Ele tentou, como sempre tenta, interceder por nós, dado a sua misericórdia e compaixão infinita.
Perceba que Cristo é um ser grandioso de fato (o mais elevado Iniciado do Período Solar, o Arcanjo que, aprendendo tudo que deveria aprender nesse Esquema de Evolução até a sétima Revolução do Período de Vulcano, conseguiu produzir um corpo com material do Mundo de Deus). No entanto, Ele não sabe tudo e Ele mesmo disso isso: “sobre esse dia, só o Pai sabe”. Ele sabia que havia a tendência, mas devido ao nosso livre arbítrio essa tendência poderia não se torna fato.
Lúcifer é um Anjo. Arimã, para citar um nome vindo de Rudolf Steiner, é um Arcanjo. Ambos se rebelaram contra Deus e Seu projeto, apesar de serem muito evoluídos. Então mesmo seres que alcançaram este nível de progresso espiritual podem ser corrompidos por egoísmo e ambição?
Resposta: Você está enganado: nenhum Arcanjo, até hoje, se rebelou e isso aprendemos na Fraternidade Rosacruz, uma Escola de Preparação para a Iniciação Rosacruz. Os Espíritos Lucíferos, que são Anjos, sim, por seus livres arbítrios não quiseram seguir o Plano desse Esquema de Evolução para a Onda de Vida dos Anjos e se rebelaram…e depois chegaram a mesma conclusão que chegamos quando insistimos, aqui, de não cuidar da parte espiritual e nos entregamos somente as “delícias e prazeres” da parte material: “quem procura enganar a Deus descobrirá que o caminho do transgressor é difícil, quando suas asas são chamuscadas na chama”. Tanto que correram para buscar “alcançar” o estágio em que os outros Anjos estão (a “sabedoria flui nos Anjos”) e para isso “prestaram o serviço a onda de vida humana, como verdadeiros benfeitores” (leia aqui: https://fraternidaderosacruz.com/as-verdades-espirituais-nos-mitos-antigos/ e aqui https://fraternidaderosacruz.com/construindo-a-nova-jerusalem/).
O Poder Maior permite que os animais sofram para que possam aprender o valor da solidariedade e, no futuro, quando forem humanos, não usar o poder sobre os outros de maneira inadequada. Não haveria outra forma de ensinar nossos irmãos menores a serem fraternos? O sofrimento animal é mesmo necessário para esse fim?
Resposta: Quando você tem em uma Onda de Vida um Espírito-Grupo responsável pela evolução dessa onda, quem sofre sempre será o Espírito-Grupo, no caso, um Arcanjo. Quanto ao irmão menor, animal, ele é credor do ser humano que o faz sofrer e dia virá que esse ser humano terá que quitar essa dívida com o irmão menor. Alguns casos de irmãos e irmãs que se dedicam 100% das suas vidas em cuidar dos nossos irmãos menores é fruto de uma consciência muito bem firmada durante as passagens deles pelo Purgatório. Assim, quando vem em um renascimento, vem com toda a vontade e disposição de quitar essas dívidas, contraídas em vidas passadas…. e quitam…e “lição aprendida, ensino suspenso”.
A maior parte da população, pelo menos 90%, ainda precisa de milhões de anos para evoluir o suficiente para entrar na Nova Jerusalém. Então, não tem sentido imaginar que o Cristo volte já nos próximos cinco ou seis mil anos, como deduz H. W. Hoogstraat, no texto “Simbolismo de Natal”?
Resposta: Como seria bom se tivéssemos certeza de que “pelo menos 90%, ainda precisa de milhões de anos para evoluir o suficiente para entrar na Nova Jerusalém”, se nem o próprio Cristo disse não saber, senão o próprio Pai! O “tempo de Deus” é totalmente diferente do “tempo dos homens”. O que o escritor disse foi uma opinião pessoal considerando o modo de cálculo que utilizamos quando estamos na Memória da Natureza, observamos um fato e queremos saber em que “tempo terrestre” isso aconteceu. Logicamente não tem como cravar esses cinco ou seis mil anos. Lembre-se sempre já há muitos irmãos e irmãs que vivem na Nova Jerusalém e que estão no meio de nós desempenhando várias funções para ajudar “a todos chegarem juntos”, como é o Plano do nosso Salvador (logicamente, quem assim quiser, pois o livre arbítrio será sempre respeitado).
Por que muitas pessoas tentam honestamente e com fé comunicar-se com Deus, sobretudo quando estão desesperadas, e nada conseguem, nem mesmo sentir uma gota da misericórdia Dele? Sentem com o coração que “Ele não quer ajudar: estou sozinho”. A própria Madre Teresa confessou que não sentisse “a presença Dele há vários anos”. Nesse caso, é fácil entender por que há ateus?
Resposta: Depende do conceito que se tem no que se refere à “comunicar-se com Deus”. Se for falar com ele e ele falar com você como falamos com qualquer ser vivo aqui renascido, isso nunca acontecerá. Como você vai querer falar com “alguém” em que “você vive, se move e tem o seu ser” como você fala com “alguém” em quem “você não vive, não se move e não tem o seu ser”, ou seja, um ser limitado em matéria física, etérica, de desejos e de pensamentos (sem falar em outras matérias de Mundos mais sutis)? Além do mais, se fosse possível, por que você teria esse privilégio? Veja que aqui há dois problemas: o conceito da pessoa sobre quem é Deus e a ignorância de achar que ele é como se fosse uma pessoa (só falta, aqui, descrevê-lo como um homem velho, barbudo e cabeludo, de cor branca e, quiçá, olhos azuis!).
São Paulo nos ensina que “há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo”. Então…por que não se comunicar com esse Ser, o Filho de Deus, o segundo Aspecto de Deus, o nosso Salvador, nosso Redentor, Regente da Terra, que veio até nós, se tornou um de nós, viveu o que vivemos, sofreu o que sofremos, sabe exatamente o que cada um de nós sente e, mais, sabe exatamente qual a solução para resolver o sofrimento que estamos passando?
Quem a pessoa acha que é para “by-passar” esse Mediador?
Por que essa prepotência, esse orgulho, essa ignorância, disfarçada de astúcia e falsa piedade?
Por que, ao invés de viver nessa “falsa bondade” não se esforçar para desenvolver espiritualmente o que precisa desenvolver para ter o mérito de poder se comunicar com, no mínimo, irmãos e irmãs que já trilharam esse caminho e que conceituamos como: Adeptos e Irmãos Maiores em uma Escola Ocultista Cristã, como a Fraternidade Rosacruz, e como Santos (os verdadeiros) em uma Escola Mística Cristã, como uma Religião Cristã (séria)?
E o que se precisa desenvolver para alcançar esse mérito? Um veículo, somente um veículo: o Corpo-Alma que faz nascer em cada um o Cristo interno!
Dizer que “não sente uma gota de misericórdia d’Ele” é simplesmente não entender o conceito de Criador que Ele é. Nem compreender o que é “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” e, ainda, verbalizar a sua ingratidão, como criatura criada à Sua imagem e semelhança, em reconhecer que Deus cria e continua criando 24 horas por dia e se deixasse de cuidar de sua criação ou milionésimo de segundo (ou até menos que isso) tudo se dissolveria no caos do Universo.
Dizer que “Ele não quer ajudar: estou sozinho” é sinal de egocentrismo, ignorância e um grande orgulho pessoal, digno de quem só quer receber e nada quer dar.
Sobre Madre Teresa de Calcutá. Já com a saúde debilitada e sentiu que mais uma vida física aqui estava terminando ela verbalizou frases como: “Sinto que Deus não é Deus (…) que Ele realmente não existe (…) Eu chamo, eu me agarro, eu quero, mas há Alguém que responda. Ninguém, ninguém… Eu não tenho fé alguma. Nenhuma fé”. Veja a sabedoria de quem alcança a posição de Santo: Deus realmente não existe! Ele é! Não tem como “sentir Deus”. Se você acha que o sente, então não é Deus que você sente! Realmente não tem como você O chamá-lo, tentar se agarrar a Ele, ou querer que Ele lhe responda. Se a sua fé é calcada nessas frases, então, isso não é fé, você não tem o que conceituamos como fé! E ela alcançou essas verdades e fez questão de externá-las para que servissem de base para que, aos que se interessassem, refletissem e tomassem a decisão de rever seus conceitos de Deus e de fé. Que exemplo de despojamento, de humildade e querer nos ensinar na altura espiritual que alcançou! Afinal, como tentar uma comunicação com esses sentimentos humanos primitivos a um Ser em “quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, em que é Onipresente (é tudo, é todos), Onisciente (é toda a ciência, todo conhecimento, toda sabedoria) e Onipotente (é todo o poder) e cujo nome (dado por Ele mesmo na Bíblia) é: EU SOU?
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura
Datas de Cura:
Maio: 05, 13, 19, 25
“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.” (Isaías 53: 4-5)
A Harmonia das Esferas não está composta em um tom monótono e uniforme; varia constantemente de dia para dia, de mês para mês, conforme o percurso do Sol e dos Planetas através de cada Signo. Existem também variações anuais periódicas devido à Precessão dos Equinócios. Há real e infinita variedade na Música das Esferas, como realmente deve haver, pois a constante mudança da vibração espiritual é a base de toda evolução física e espiritual. Durante o meses de março e abril os tons dinâmicos e ativos de Áries e Marte propícios à germinação, renovação de vida e crescimento em todos os reinos, do ser humano à planta inclusive, predominam. Se pudéssemos ter uma leve ideia da Música das Esferas nessa época, ouviríamos canções de Páscoa como:
Jesus Cristo hoje ressuscitado, Aleluia!
Nosso dia santo triunfal, Aleluia!
Aquele que na Cruz pregado, Aleluia!
Sofreu para redimir nosso mal, Aleluia!
Cristo Jesus é a personificação do amor espiritual. Portanto, a música composta na tonalidade de Libra (Ré maior), Signo regidopor Vênus, o Planeta do amor, está em total harmonia com Sua vibração, e tende a elevar e harmonizar a própria vibração com a desse grande Ser.
Nos meses de junho e julho, os tons produzidos por Câncer e pela Lua predominam, estimulados pelos de Leão e do Sol, os quais tendem a amadurecer os processos iniciados pelos sons energizantes dos meses de março e abril. Durante os meses de junho e julho, o amor e a vida agem intensamente sobre os corações das pessoas, pois Câncer e Leão são Mestres na luta pela existência, enquanto o Sol é exaltado nos céus do Norte até ao máximo de seu poder na época do Solstício de Junho. Essa é a época em que o Cristo, tendo alcançado o trono do Pai (o Mundo do Espírito Divino) depois de ter completado Seu trabalho terrestre por mais um ano, é saudado pela hoste celestial, os Senhores da Sabedoria, que também habitam lá. Em honra a esse grande Ser, que deu Sua vida até à exaustão, é apropriado nos juntarmos àquele coro celeste cantando:
A nota-chave de Leão é Lá# maior. O Sol é seu regente e sua nota-chave é Vida. A nota-chave de Câncer é Sol# maior e sua palavra-chave é fecundação.
Nos meses de agosto e setembro temos os tons de Virgem, cuja nota-chave é Dó natural e a palavra-chave de Mercúrio é razão. Energizados pelos tons de Escorpião, cuja nota-chave é Mi maior, e pela palavra-chave de Marte que é energia dinâmica, preparam-se para o encontro com a força do raio de Cristo que se aproxima, na sua descida anual à Terra. As poderosas vibrações espirituais estão na atmosfera da Terra, e a humanidade poderia usá-las com maior proveito se conhecesse os fatos e redobrasse seus esforços para prestar serviço amoroso e desinteressado aos seus semelhantes. Apresentamos em seguida a letra e a música que podem ajudar o nosso desenvolvimento evolucionário:
Oh, adorem o Rei, todos que são gloriosos no além,
E, com gratidão, cantem Seu maravilhoso amor;
Nosso Amparo e Defensor, a Venerável dos Dias vem,
Envolvido em grande luz e cingido com louvor.
Verdadeiramente é assim, pois, à medida que Cristo desce para a Terra, uma canção harmoniosa, rítmica, vibratória, uma hosana é cantada pelas hostes celestiais enchendo a atmosfera da Terra e atuando sobre todos, como um impulso em direção à aspiração espiritual.
Durante dezembro, os tons do filantrópico Sagitário, nota-chave Fá maior, regido pelo otimista e benevolente Planeta Júpiter, cuja palavra-chave é “idealismo” e o quieto, metódico Capricórnio, nota-chave Sol maior, regido pelo conservador e perseverante Saturno, cuja palavra-chave é “obstrução” com suas sistemáticas atividades construtivas, preparam a Terra para receber o raio do amor de Cristo e nutri-la até que esteja preparada para a liberação no centro da Terra. Então, começa sua viagem para fora, em direção à periferia da Terra, alcançando-a na época do Equinócio de Março. Quando os dias são mais curtos e as noites mais longas, na Noite Santa, o raio do Espírito de Cristo alcança o centro da Terra. Aqui, Ele permanece três dias e três noites, libertando de Si mesmo a germinante força do Espírito Santo que, lentamente, vai permear a Terra e frutificá-la para outro ano.
Sem esse poder vitalizante, energizante, liberado pelo Cristo, a Terra permaneceria fria, estéril e sombria; todas as coisas viventes pereceriam, e todo progresso ordenado seria frustrado no que se refere ao nosso atual esquema de desenvolvimento. Portanto, seria mais apropriado que na época do Santo Natal emanássemos nosso sincero reconhecimento e adoração juntando-nos às hostes celestiais, entoando canções de louvor sintonizadas à música celestial dada a nós pelo grande músico e mestre Felix Mendelssohn:
Ouçam! Os Anjos mensageiros cantam;
Glória ao recém-nascido Rei;
Paz na Terra e suave misericórdia,
Deus e pecadores reconciliados;
Alegres, que todas as nações se levantem
O triunfo dos céus, compartilhem bem,
Com as hostes angelicais proclamem,
Cristo nasceu em Belém.
As Ondas de Vida Hierárquicas e os Signos zodiacais não têm sido os únicos auxiliares da humanidade para ajudá-la em sua evolução. Os Sete Espíritos diante do Trono: Marte, Mercúrio, Vênus, Terra, Saturno, Júpiter e Urano estão prestando um grande serviço à humanidade e, no momento, em contato muito íntimo com ela. Cada Planeta tem uma nota-chave própria, e é através do poder vibratório de cada uma delas que os Astros nos podem auxiliar.
Quando o Espírito inicia os preparativos para renascer, ele forma o Arquétipo criador de sua forma física no Segundo Céu, o Mundo do Pensamento Concreto, com a assistência dos Sete Espíritos diante do Trono. Esse Arquétipo é um modelo ou um molde sonoro, vibrante – uma cavidade oca posta em ação pelo Espírito com uma certa força que é proporcional ao tempo a ser vivido na Terra. Até que o Arquétipo cesse de vibrar, a forma correspondente construída dos elementos químicos da Terra continuará a existir. A Região do Pensamento Concreto é o reino do som, onde a Harmonia das Esferas, uma música verdadeiramente celestial, impregna tudo que lá existe, assim como a atmosfera da Terra circunda e envolve tudo, aqui. Podemos dizer que todas as coisas nessa região estão envolvidas e permeadas por música – viver e crescer mediante a música.
Tudo isto demonstra claramente que nossa música terrena não aconteceu por acaso, mas foi estabelecida sobre bases encontradas nos Mundos espirituais mais elevados, cuja origem está na palavra falada de Deus, o Criador de nosso Sistema Solar.
(Leia mais no Livro A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Fraternidade Rosacruz)
Por Corinne Heline
CAPÍTULO VII – SÉTIMA SINFONIA – LÁ MAIOR – OPUS 92
Beethoven compôs a Sétima das Nove Sinfonias em toda a exuberância de sua maturidade criativa, e cada um dos seus quatro movimentos transbordam a ardente essência de sua inspiração. O ouvinte é dominado pela abundância de sua beleza. Nesta Sinfonia, você sente o gênio de Beethoven como algo inesgotável, glorificado em sua própria força titânica, como se fosse uma divindade ignorando sua casta, orgulhoso de seu conhecimento de força invencível, liberto, despreocupado, salvo quando o Allegretto admite uma divina melancolia.
Pitts Sanborn[1]
A primeira apresentação dessa Sinfonia foi em Viena, em 8 de dezembro de 1813, fazendo assim um intervalo de cinco anos entre a Sexta e a Sétima. Durante esse período, Beethoven esteve aprofundando sua consciência espiritual e captando uma afinação mais próxima às forças da música celestial. O que ele produziu na Sétima Sinfonia oferece ampla evidência da verdade que a avaliação do Sr. Sanborn fez acima.
A nota-chave espiritual da Sétima Sinfonia é Exaltação. Sete marca a conclusão de um ciclo em termos de duração de tempo. A trindade do espírito (o Tríplice Espírito) se eleva triunfante sobre o quatro da matéria[2]. O espiritual se torna primário agora e o material, secundário. É esse triunfo do Espírito que é o glorioso tema da Sétima. Tanto Richard Wagner como Franz Liszt[3] olharam a Sinfonia como a “apoteose da dança”. O mais profundo espírito da dança representa ritmicamente a ascensão no caminho da Iniciação que termina em divina harmonia com a Eterna Luz. Do ponto de vista da interpretação, a Sétima Sinfonia é verdadeiramente uma Apoteose da Dança.
Wagner identificou essa Sinfonia com a dança em sua mais alta expressão como a realização do corpo em forma ideal. Ninguém melhor que ele sabia que a dança teve sua origem nos movimentos das esferas planetárias e que a missão de Beethoven era recapturar algo destas harmonias estelares.
No primeiro movimento (Poco sostenuto[4], vivace[5]), acordes exultantes e dominantes repetem esta canção triunfante acompanhada do inebriante ritmo do tema principal. Essa introdução desdobra os temas que se seguem numa sucessão de escalas ascendentes que foram descritas como escadas gigantes. Beethoven aqui está afinando os ouvidos humanos com os ritmos planetários. Ele traz à Terra insinuações da música das esferas pelas quais os sistemas solares são impelidos em seus movimentos. Assim, sua música se torna uma escada que vai até as estrelas. Ele carrega o ouvinte para as grandes alturas e profundezas, transcendendo a pequena e limitada esfera na qual o ser humano mortal se move em seu estado sem inspiração.
No segundo movimento (Allegretto), um tom de solenidade é introduzido. Ele passa de Lá Maior para Lá menor, já que é mais fácil recapturar os ecos da música celestial em tons menores. É como se o Espírito estivesse perplexo na realização da responsabilidade que vem com tal consecução. Esse tom solene e misterioso persiste por todo o movimento. Foi comparado a uma procissão através das catacumbas.
O terceiro movimento (Presto, presto meno assai) toca uma nota ainda mais exultante do que a que foi ouvida no primeiro movimento. Ritmos alegres e emocionantes são introduzidos pelas cordas com uma resposta alegre dos instrumentos de sopro. Há arpejos dançantes e um espírito de scherzo nele todo.
O Finale (Allegro com brio) é colossal e magnífico. É como se o Céu e a Terra se juntassem num poderoso coro de majestade e poder. É a voz do espírito extaticamente proclamando: “Estou livre, estou livre, para sempre e para toda a eternidade. Estou livre”.
Esse Espírito de exultante liberdade naturalmente trouxe à expressão a companhia da arte da dança. Wagner, que anteriormente se referiu à essa conexão, sentiu que não havia nada tão torpe e surdo que pudesse resistir à fórmula mágica; os galhos, as latas e as xícaras, o cego e o aleijado, etc., cairiam na dança.
A celebrada Isadora Duncan[6] dançou todos os movimentos dessa Sinfonia, exceto o primeiro, no Metropolitan Opera House em Nova York em 1908, e o Ballet Russo de Monte Carlo também transcreveu o trabalho todo em poesia do movimento. A coreografia que a Sinfonia evoca tem um caráter mais etérico e espiritual do que físico; isto foi declarado por um comentarista que pensou nela expressando uma dança cerimonial que deve ter sido realizada pelos coribantes[7], os sacerdotes de Cibele[8] em volta do berço do infante Zeus.
UMA VISÃO DO CAMINHO
Um viajante se aproxima de uma enorme e elevada montanha, cujo topo coberto de neve brilha à luz do Sol como uma coroa de diamantes. A subida dessa montanha é íngreme e perigosa, o caminho estreito e escarpado. Frequentemente, o viajante perde seu passo e cai de bruços no chão, mas sempre a silenciosa voz interior firmemente o impele “Para frente e para cima, para sempre”. Às vezes ele toma o caminho errado e tem que retroceder pelo longo e estreito caminho, mas sempre a voz interior, gentil, mas insistente, é ouvida dizendo: “Você nunca falhará enquanto persistir, pois a única falha está em parar de tentar”. Outra vez, o caminho leva através de escuras e estreitas fendas onde o Sol está longe da vista. É, então, que em sua visão mental ele pode ver o pico coberto de neve acima. O topo está rodeado por grandes conjuntos de rochas perpendiculares, escondendo toda a visão do caminho. Para concluir a subida, o viajante tem que possuir muita coragem, persistência e uma vontade que é dominada pelo Espírito.
Finalmente, o topo é alcançado e oh! a maravilhosa glória da vista! Lá em baixo, ao longe, estão as planícies e os vales rodeados por montes humildemente entremeados por cintilantes riachos. Há também grandes cidades nas quais a humanidade se ocupa com sua rotina diária, a maioria estando tão ocupada e tão descuidada para levantar seus olhos e pegar a inspiração dos lindos picos brancos lá em cima.
Quando o viajante eleva seus olhos, ele se enche de espanto, pois o topo no qual ele está, o qual ele pensou estar tão alto e ser o final, está diminuído por montanhas mais altas, cujos picos estão completamente longe da vista no imenso azul. As palavras do poeta místico Kalil Gibran[9] vêm à mente com um novo significado: “Quando você chega ao topo da montanha, então é que você começará a subir”.
É então que o viajante grita: “O que está além dos majestosos picos, cujas alturas se perdem nos céus?”. E a voz, em alegre exaltação, responde: “o infinito”. “E o que está além do infinito?”. Como uma bênção vinda de lugares distantes, em sons de doçura sobrenatural, a voz responde: “Um infinito de infinitos”.
Essa é a canção da alma da Sétima Sinfonia de Beethoven, o Espírito triunfante e exultante cantando: “Sempre para frente e para cima, pois o caminho da verdade não tem fim e a busca é eterna”.
A SÉTIMA INICIAÇÃO MENOR
A Sétima Iniciação Menor está conectada com o sétimo Estrato da Terra conhecido como Estrato Refletor. Esse estrato está correlacionado com o Mundo do Espírito Divino e está permeado com o poder espiritual desse Mundo celestial.
Fiel ao seu nome descritivo, o Estrato Refletor na Terra reage exatamente à natureza dos pensamentos e desejos do ser humano que podem ser construtivos ou destrutivos, pois, sob a Lei de Causa e Efeito, tanto os seres humanos como as nações colhem como semeiam. Assim age a Lei Divina ao operar no Mundo do Espírito Divino, que é a contraparte superior do Estrato Refletor da Terra.
A história oculta registra a submersão do Continente Atlante e a destruição de sua adiantada civilização, devido à muito difundida prática da magia negra. Nos tempos históricos, lemos sobre a queda da Babilônia, uma das mais famosas e bonitas cidades da Terra, seus jardins suspensos tendo sido classificados entre as Sete Maravilhas do Mundo. Em Pompéia, os arqueologistas descobriram evidências do descuido moral e depravação que existia entre os habitantes, que agiam por meio das forças localizadas no Estrato Refletor da Terra, no desastre natural que enterrou a cidade sob lava e cinzas. Também, na Bíblia, lemos a destruição de Sodoma e Gomorra, devido às maldades desenfreadas nessas cidades.
O ser humano é um ser sétuplo. O Tríplice Espírito está conectado com o Tríplice Corpo pelo elo da Mente. O propósito principal das peregrinações dele na Terra é capacitar o Tríplice Espírito a trabalhar sobre o Tríplice Corpo para refinar, sensibilizar e espiritualizar estes Corpos mais inferiores e transmutá-los em poderes anímicos.
Antes que esteja pronto para passar através do portal que se dirige a Sétima Iniciação Menor, grande parte desse trabalho tem necessariamente que estar realizado. No sétimo Estrato Refletor da Terra estão guardados os chamados sete grandes segredos da Natureza. Esses segredos estão conectados com os quatro elementos – Fogo, Ar, Água e Terra. Nesse grau, aprendem-se os muitos e variados modos nos quais esses elementos são transmutados com resultados que capacitam o controle das muitas Leis da Natureza. A Sétima Iniciação Menor é o Grau da Divina Sublimação. Quando se passa por esse Grau, o poder alcançado torna possível a jornada dentro dos lugares mais profundos da Terra e nas alturas do espaço interplanetário.
O Iniciado da Sétima Iniciação Menor é ensinado a investigar e compreender mais profundamente algo dos quatro poderes conhecidos como Fogo, Ar, Água e Terra. Esses poderes operam sob a direção dos altos seres celestiais. Muito pouco pode ser dito abertamente com relação a esse trabalho, exceto que, sob o poder do Fogo e do Ar, novos e maiores segredos são ensinados com relação à transmutação e, sob o poder da Água e da Terra são ensinados os mais profundos significados relativos ao equilíbrio e à polaridade.
Nessa elevada esfera para onde o Iniciado é trazido e colocado face a face com as verdades pertencentes a Sétima Iniciação Menor, ele se torna um verdadeiro trabalhador milagroso. Ele aprende o que é passar sem se molestar através do fogo e da água, a dominar a lei da gravidade e a trabalhar em harmonia com a lei da levitação. Ele agora é um verdadeiro mago branco, havendo aprendido a transformar os metais em ouro. Ele ganhou a liberdade da limitação que esse Planeta impõe a ele. É algo desse maravilhoso Espírito de Liberdade que é descrito na gloriosa e inesquecível música da Sétima Sinfonia.
Tal é a magia exercida pela música da Sétima Sinfonia de Beethoven, que o comentarista Philip Hale[10] fez a seguinte observação: “Toda vez que a música é tocada, toda vez que ela entra na Mente, ela desperta novos pensamentos e cada um sonha seus próprios sonhos”.
Há tal poder místico impregnado nessa Sinfonia que ela tem a magia de despertar na alma de um Aspirante à vida superior a visão dos passos que guiam progressivamente na escada ascendente da realização. Mais do que isso, ela realmente irradia energias tonais que emprestam uma força para a alma no caminho da Iniciação, para seguir os passos até que a busca seja finalmente consumada nas glórias celestiais do Reino Celeste.
[1] N.T.: Nascido John Pitts (187-1941) foi um crítico de música, poeta e novelista estadunidense.
[2] N.T.: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente.
[3] N.T.: Franz Liszt (1811-1886) foi um compositor, pianista, maestro, professor e terciário franciscano húngaro do século XIX. Seu nome em húngaro é Liszt Ferenc.
[4] N.T.: conhecido por suas longas escalas ascendentes e uma série em cascata de dominantes aplicadas que facilitam as modulações em C maior e Fá maior. (marca do metrônomo: semínima = 69)
[5] N.T.: Vivace é utilizado como um andamento musical indicando que um movimento tem cadência com vivacidade e, portanto, está em um andamento rápido. Difere do allegro e outros movimentos rápidos por seu carácter dançante, geralmente também é escrito em 3/4 ,3/8 e variantes. Nas sonatas e concertos costuma ser o último movimento por ser mais leve.
[6] N.T.: Angela Isadora Duncan (1877- 1927) foi uma coreógrafa e bailarina norte-americana, considerada a precursora da dança moderna.
[7] N.T.: Coribantes eram divindades menores na mitologia grega, cujos centros de culto antigos encontravam-se nas ilhas de Rodes e Cós e no interior anatólico.
[8] N.T.: Cibele era uma deusa originária da Frígia. Designada como “Mãe dos Deuses” ou Deusa mãe, simbolizava a fertilidade da natureza.
[9] N.T.: Gibran Khalil Gibran (1883-1931), também conhecido como Khalil Gibran (em inglês, referido como Kahlil Gibran[a]) foi um ensaísta, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa, também considerado um filósofo, embora ele mesmo rejeitou esse título.
[10] N.T.: Philip Hale (1854-1934) foi um crítico de música norte-americano.
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Aqui a Sétima Sinfonia em MP3:
Todo o período da involução e evolução do ser humano está fundamentado na escala musical, que é de origem celestial.
A superconsciência do ser humano sabe tudo isso, como também conhece o poder tremendo contido nesses tons musicais. Tendo perdido o poder de controlar essa força interior ou mesmo de contatá-la verdadeiramente dentro de si, o ser humano procurou, por meio de instrumentos musicais, reproduzir os tons vagamente percebidos em sua memória meio submersa.
No lugar do ser humano, um instrumento musical internamente consciente, temos agora instrumentos musicais criados pelo ser humano; e esses instrumentos expressam alguma fase de sua natureza interna. Os instrumentos de sopro estão correlacionados à melodia – a vontade o intelecto, a “cabeça”, o pensamento – e o ar ou a melodia que emitem é facilmente memorizada. Os instrumentos de cordas estão correlacionados à harmonia – a emoção, a imaginação, o coração – e despertam sentimentos de felicidade, alegria, prazer, dor, tristeza, saudade e arrependimento. Os instrumentos de percussão estão correlacionados com o movimento do ritmo – músculos, ação dos membros superiores e inferiores – e estimulam, em seus ouvintes, o desejo da ação, tais como marchar, dançar, bater palmas, bater os pés em tempo rítmico.
O próprio ser humano é realmente um tríplice instrumento musical, mas, em seu estado atual de consciência, ele perdeu o contato com o conhecimento de seus poderes internos temporariamente. No entanto, em algum ponto no futuro, ele irá restabelecer esse contato, primeiro pelo sentido, depois por uma percepção interna, ouvindo realmente a nota chave de seu próprio Corpo Denso soando na parte de trás e inferior de sua cabeça. Esse tom o conectará com a lira de sete cordas localizada no cerebrum[1]. Portanto, somente é uma questão de tempo de desenvolvimento até que ele seja capaz de criar por meio do poder musical da palavra falada. Além do mais, será capaz de contatar os tons musicais usados na construção dos seus Corpos Vital e de Desejos e, por meio de uma consciência objetiva de seu trabalho, se tornará tão consciente desses veículos e de como eles funcionam, como agora o é de seu Corpo Denso.
É o Espírito que vê, ouve, cheira, saboreia e sente, e não os seus órgãos dos sentidos. Na verdade, eles são totalmente inúteis para tais propósitos quando o Espírito está ausente do Corpo. Eles são apenas instrumentos por meio dos quais o Espírito entra em contato com o Mundo Físico; contudo, o Espírito em si mesmo é dotado de todas essas faculdades, e mais ainda quando está funcionando nos planos invisíveis, durante o tempo em que o Corpo está dormindo, ou ainda quando, como um Iniciado, deixa o Corpo conscientemente e funciona nas regiões mais elevadas nos Mundos espirituais. Quando a consciência de vigília diária contatar, conscientemente, os sentidos do Espírito, o ser humano estará preparado para iniciar o trabalho referente à Iniciação, pois os sentidos do Espírito vão revelar, passo a passo, conscientemente, tudo o que se passou desde que iniciou seu trabalho de desenvolvimento no Período de Saturno, e tudo isso será realizado por meio do poder da palavra falada – som musical.
Então, o ser humano aprenderá, conscientemente, por meio da visão, como os grandes Anjos Estelares, dirigidos e auxiliados pelo Deus do Sistema Solar, criaram tudo o que nele existe. Verá como, pelo poder do som musical, as várias Ondas de Vida foram criadas e trazidas até seu atual estado de evolução. Ele não deve parar aqui, pois, por seus próprios esforços, poderá progredir e aprender sobre o desenvolvimento futuro que está reservado a futuras Revoluções e Períodos. Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, que é Deus. No Período de Saturno, os tons emitidos por Ele e Seus auxiliares são representados pelos sons produzidos pela oitava mais baixa da escala musical. Foram esses tons, começando com o mais baixo, que construíram sucessivamente os sete Globos nos quais toda a vida existia e iniciou, assim, seu lento desenvolvimento.
As teclas brancas de todas as oitavas musicais produzem os tons construtores, positivos; e as teclas pretas produzem os tons assimilativos, negativos; ambos os tons são necessários para produzir os resultados (Vontade, Sabedoria, Atividade, pai, mãe, filho/filha; “assim como é em cima, assim é embaixo”). Por exemplo: as Ondas de Vida, aqui as Hierarquias Criadoras ou Zodiacais, que trabalharam conosco durante o Período de Saturno foram: Áries, Touro e Leão. A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior). A nota chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior) e a nota chave de Leão é Si Maior. Note que as teclas pretas no piano são assimilativas, e foi durante a Primeira Revolução do Período de Saturno que os leoninos, Senhores da Chama, conseguiram implantar na estrutura evoluinte do ser humano, o germe do Corpo Denso. Nessa época, o ser humano era Espírito diferenciado puro, colocado nas regiões do Mundo do Espírito Divino, que é a região da vontade pura. E assim foram com as demais Hierarquias Criadoras ou Zodiacais em cada Mundo até chegarmos aqui: na Região Química do Mundo Físico.
São os sentidos internos do ser humano, tomados coletivamente, que no tempo devido, o capacitarão para se manifestar em qualquer plano, sem ajuda de órgãos especializados que tenham relação com esse plano, e o farão compreender a consciência objetiva de vigília. Quando esse estado de desenvolvimento for alcançado, o ser humano poderá ver, ouvir, cheirar, degustar e sentir o tato com todo o seu Corpo Denso. Mais tarde, ele será capaz de exercitar os mesmos sentidos da mesma maneira (controle pela vontade) em relação ao seu Corpo Vital, depois em relação ao seu Corpo de Desejos e, ainda mais tarde, em relação ao seu veículo mental. Todo esse desenvolvimento se manifestará por meio do poder da palavra falada de Deus, o Criador do nosso Sistema Solar.
O primeiro sentido interno ou espiritual a ser contatado pela consciência objetiva de vigília do ser humano será a audição (som); em seguida o tato, depois o paladar, o olfato, e finalmente a visão. O método usado para fazer esse contato com os sentidos internos ou espirituais, é a Concentração. A Concentração é uma manifestação unidirecional, realizada pelo Espírito por meio do poder de sua vontade, pelo qual o Espírito é capaz de excluir, absolutamente, todas as condições físicas da consciência objetiva de vigília e de fazer essa consciência ciente de seus (do Espírito) poderes espirituais internos, enquanto o Espírito ainda está dentro de seus quatros veículos interpenetrados – o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente.
[1] N.T.: Ou telencéfalo: conhecido informalmente como o cérebro, que envolve todo o córtex cerebral (fina capa de tecido cinzento, arrugado em estrias e dobras), o hipocampo e os gânglios basais.
(leia mais no Livro A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Fraternidade Rosacruz)
A maioria das pessoas acham que uma refeição sem carne do reino animal (de mamíferos, répteis, anfíbios, insetos, aves, peixes, frutos do mar e afins) é incompleta. Desde tempos imemoriais que tem sido considerado um axioma que a carne do reino animal é o alimento mais fortalecedor que temos.
Todos os outros alimentos são vistos como meros acessórios de um ou mais tipos de carne em qualquer cardápio.
Nada poderia ser mais incorreto; a ciência comprovou, por meio de experimentos e experiências, que o alimento obtido de vegetais, invariavelmente, tem um maior poder de sustância, e fica mais fácil de percebermos, se olharmos para o assunto sobre o ponto de vista ocultista.
A Lei de Assimilação
A Lei da Assimilação declara que: “nenhuma partícula de alimento pode ser inserida na construção de um Corpo, até que as forças nele vigentes sejam superadas pelo Espírito que construiu e é residente nesse Corpo”.
O Ego (o Espírito Virginal manifestado e que utiliza os Corpos) deve ser o regente absoluto e incontestado no corpo, governando as células como um autocrata, ou elas seguirão cada uma o seu próprio caminho, como acontece na morte, por exemplo, quando o Ego se retira definitivamente do Corpo, o descartando.
O nível da consciência da célula determina o seu poder como uma unidade. Quanto menor for essa consciência, mais fácil será para o Ego atuar como regente máximo das funções corporais. As células que entram no corpo, via alimentação, também têm suas consciências individuais e coletivas. Portanto, o nível dos alcances espirituais dessas células é um fator a ser considerado, quando se pretende que determinado alimento seja utilizado pelo organismo do corpo.
Os diferentes quatro Reinos de Vida têm diferentes veículos e, consequentemente, diferenças de consciência. O mineral tem apenas o Corpo Denso e uma consciência semelhante à do transe mais profundo. Por isso, seria mais fácil sujeitar alimentos provindos diretamente do Reino mineral. O alimento mineral se manteria conosco um maior tempo, eliminando a necessidade de comer tão frequentemente; no entanto, sabemos que o organismo humano vibra tão rapidamente que é incapaz de absorver o mineral inerte diretamente. O sal e as outras substâncias similares são expulsos do sistema imediatamente, sem terem sido assimilados totalmente.
O ar está cheio de nitrogênio que necessitamos para a síntese de proteínas e, portanto, para o funcionamento do metabolismo, crescimento de músculos e do crescimento celular; nós o inspiramos no processo de respiração para dentro do nosso corpo e não o conseguimos assimilar, tal como qualquer outro mineral, até que tenha sido transmutado no laboratório da Natureza e incorporado pelas plantas. As plantas, o Reino vegetal (plantas: verduras, legumes, tubérculos, frutas, grãos, sementes), têm um Corpo Denso e um Corpo Vital, que as capacita a fazerem aquele trabalho. A consciência delas é tão profunda como a de um sono sem sonhos. Assim, é fácil para o Ego dominar as células vegetais e mantê-las subjugadas por um longo período de tempo, e daí o grande poder de sustância dos vegetais.
O Alimento Animal
No alimento animal (oriundo dos seres da Onda de Vida Animal) as células já se tornaram mais individualizadas, e como o animal tem um Corpo de Desejos, que lhe proporciona uma natureza passional, é facilmente entendido que quando comemos a carne, é mais difícil sujeitar essas células animais, que têm uma consciência animal semelhante ao estado de um sono com sonhos e, também, que tais células não se deixarão se subjugar por muito tempo. Assim, uma dieta baseada na carne animal requer maiores quantidades e refeições mais frequentes que a dieta baseada em vegetais. Se avançarmos um degrau a mais e comermos carne de animais carnívoros, nos sentiremos famintos a toda a hora, pois tais células se tornaram muito mais individualizadas e procurarão, por isso, alcançar a sua liberdade e o mais rápido possível. Um excesso de carne que é consumido libera no corpo o venenoso ácido úrico, estando cada vez mais reconhecido que quanto menos carne comemos, melhor para o nosso bem-estar.
É natural que devamos desejar o melhor dos alimentos, mas todo corpo animal tem em si os venenos da degradação. O sangue venoso está cheio de dióxido de carbono e outros produtos nocivos que vai sendo levado para os rins ou para os poros da pele a fim de serem expelidos pela urina ou transpiração. Estas substâncias repulsivas estão em cada porção da carne e, quando comemos tal alimento estamos enchendo o nosso corpo de venenos tóxicos. Muitas doenças e enfermidades são devidas ao nosso uso de alimentos baseados na carne animal.
Há inúmeras provas que uma dieta carnívora estimula a ferocidade. Nós podemos mencionar a ferocidade famosa dos animais de caça, contraposta à força prodigiosa e a natureza dócil do boi, elefante e cavalo, demonstrando o efeito da dieta herbívora nos animais.
Alimentos Saudáveis
Assim que adotamos a dieta vegetariana (vegetais, leite, ovos e mel), escapamos a uma das mais sérias ameaças à saúde: a putrefacção dos restos da carne animal que ficam entre os nossos dentes. Frutos, cereais e vegetais em geral são, devido a sua natureza própria, lentos para apodrecer; cada partícula contém uma enorme quantidade de Éter que o mantem vivo e doce por muito tempo, enquanto que o Éter que interpenetrava a carne animal e pertencia ao Corpo Vital do animal se retira com o Espírito desse, no momento em que ele foi morto. Assim, o perigo de infecção por meio dos vegetais é muito pequeno, e muitos deles são, na verdade, antissépticos em um grau muito elevado. Isso se aplica, particularmente, aos frutos cítricos: laranjas, limões, toranjas, etc., para não falar do rei de todos os antissépticos, o abacaxi. Em vez do envenenamento de todo o trato digestivo com elementos putrefativos, como resulta com a carne animal, os frutos limpam completamente e purificam todos os sistemas do corpo, e o abacaxi é uma das melhores ajudas conhecidas para a digestão do ser humano. É bem superior à pepsina e para o obter não se usa nenhuma crueldade com a vida senciente, como a é dos animais. Alguns nutricionistas modernos avisam que para se beneficiar totalmente dos seus nutrientes, as frutas cítricas não devem ser misturadas com outros alimentos.
Sais Celulares
Há doze sais no corpo conhecidos como sais celulares; eles são vitais e representam os doze Signos do Zodíaco. Esses sais são necessários para construção do corpo. Não são sais minerais, como geralmente se supõe, mas sim vegetais. O mineral não tem Corpo Vital e é apenas por meio do Corpo Vital que a assimilação é conseguida. Por isso temos que obter esses sais por meio do Reino vegetal.
Cru ou Cozido?
O calor destrói o Corpo Vital da planta e sobra apenas a parte mineral. Portanto, se desejamos renovar o suprimento desses sais no nosso corpo, devemos obtê-los de vegetais não cozidos. Como cozinhar destrói os valiosos sais celulares, a nossa dieta deveria conter uma grande porcentagem de alimentos crus. Chás de ervas, que devem ser infusões sem ebulição, são também muito ricos em tais sais.
Contudo, não devemos, precipitadamente, chegar a conclusão que todos devem parar de comer carne animal e viver unicamente de alimento vegetal cru. No presente estado de evolução há muito poucos que o podem fazer. Devemos ter o cuidado de não elevar as vibrações do nosso corpo tão rapidamente; afinal, para continuarmos o nosso trabalho nas condições presentes temos que ter corpos adaptados ao trabalho.
Os ocultistas sabem que há uma chama na base do crânio, na base do cérebro. Ela arde continuamente na medula oblonga no topo da medula espinal, e é de origem divina. Esse fogo emite um som cantante, parecido ao zumbido de uma abelha, e é a nota-chave do Corpo Denso (o físico). Ela constrói e cimenta o conjunto dessa massa de células conhecida como “o nosso corpo”.
Inofensivos como as Pombas
O chama arde muito ou pouco, clara ou intensamente, conforme a alimentamos. Há fogo em tudo na Natureza, exceto no Reino mineral. Esse não tem Corpo Vital e como tal não tem via para o ingresso do Espírito de Vida, o fogo. Nós alimentamos esse fogo sagrado, parcialmente, por meio das forças do Sol entrando no Corpo Vital através da contraparte etérica do baço e daí para o Plexo Celíaco onde é colorido e, então, levado para cima, por meio do sangue. Nós, também, alimentamos esse fogo do fogo vivo que absorvemos dos alimentos crus, que comemos e assim assimilamos.
Olhando para o assunto “comer carne animal”, do ponto de vista ético, também é contra a mais alta concepção de matar para comer. Nós temos uma dívida pesada para pagar às criaturas inferiores, cujos mentores deveríamos ser, mas de que somos assassinos; a boa Lei que trabalha sempre para corrigir os abusos relegará, em tempo, o hábito de comer animais assassinados para a lixeira das práticas obsoletas.
O ser humano, nos primeiros estágios do seu despertar na Evolução, era como os animais de caça, em certos aspectos. No entanto, ele está se tornando um Deus e, como tal, deve parar de destruir para começar a criar. O alimento de carne animal estimulou a ingenuidade humana de uma ordem inferior no passado; serviu um propósito na nossa evolução; mas agora estamos no advento de uma Nova Era, quando o autossacrifício e serviço trarão crescimento espiritual a humanidade. A evolução da Mente trará uma sabedoria muito além da nossa maior concepção, mas antes de ser seguro nos confiar essa sabedoria, devemos nos tornar “inofensivos como as pombas”. De outro modo poderíamos nos tornar tão egoístas e de propósitos tão destrutivos que seríamos uma ameaça inconcebível aos nossos semelhantes seres humanos. Para evitar isto, deve ser adotada a dieta vegetariana.
Considerações Práticas
Também do ponto de vista puramente prático a dieta vegetariana é vantajosa. O cada vez mais proibitivo preço da carne animal está sempre levando as donas-de-casa a se virarem para achar os substitutos e, gradualmente, as pessoas estão sendo ensinadas que os alimentos da dádiva-de-Deus, os vegetais, o leite, os ovos e o mel, são os mais deliciosos e saudáveis. Muitas pessoas que começaram a comer mais frutas e vegetais, acrescendo o leite, os ovoso e o mel estão percebendo que estão obtendo mais saúde e, em muitos casos, que a melhoria física é acompanhada por melhorias mentais e morais. Afirma-se que são necessários 48.562 metros quadrados de pastagens para criar animais para produzir a carne suficiente para alimentar um ser humano. Se esses 48.562 metros quadrados de terra fossem usados em horticultura e fruticultura, produziriam comida suficiente para alimentar várias famílias de tamanho médio. Com a população crescendo em todo o mundo, em breve será necessário parar a criação de gado e devotar os campos ao cultivo de cereais e vegetais.
Nesses tempos de mudança, quando mais Egos avançados estão nascendo, naturalmente muitos deles são vegetarianos; um novo tipo de humanidade, tendo uma mais alta consciência, está se formando. A Era vindoura será vegetariana, e todos os que forem progressivos se alinharão e se tornarão vegetarianos – os outros ficarão para trás e classificados entre os atrasados da Onda de Vida Humana.
(da The Rosicrucian Fellowship: Healing, Health and Nutrition, The Wisdow of the Vegetarian Diet – traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Por Corinne Heline
CAPÍTULO VI – SEXTA SINFONIA – FÁ MAIOR – OPUS 68
“Existe música no suspiro de um junco,
Existe música no alvoroçar de um riacho,
Existe música em todas as coisas, se o homem tiver ouvidos.
A Terra é somente o eco das esferas.”
Lord Byron[1]
A Sexta Sinfonia é uma das melhores peças musicais em toda classe de música absoluta. Beethoven nem uma vez transgrediu os grandes princípios da forma e do equilíbrio nessa Sinfonia. O movimento de abertura é um verdadeiro retrato campestre cheio de tônicas e dominantes da alegria do verão. O aroma do riacho com seu sonolento e repetido desenho na corrente das cordas é o refrão sempre soando na Natureza.
Romaine Rolland em “Beethoven”.
Beethoven foi um grande poeta que segurou a natureza com uma das mãos e o homem com a outra.
Autor Desconhecido
A Sexta Sinfonia foi terminada em 1808 e primeiramente apresentada em Viena no mesmo ano.
Há um triângulo cósmico composto por Deus, o Ser Humano e a Natureza. O ser humano é o pequeno deus no Grande Indivíduo. Quanto mais próximo o ser humano entra em sintonia com Deus, mais profundamente ele penetra nos mistérios da natureza.
É bastante significativo que, para a Sexta ou Sinfonia da Natureza, Beethoven tenha escolhido o tom de Fá Maior. Fá é a nota-chave musical da Terra e que verde é a sua cor. Estudantes de musicoterapia estão cientes do fato de que o uso de composições musicais nessa tonalidade produzirão efeitos benéficos sobre várias formas de tensão nervosa e sobre nítidos e prolongados efeitos da insônia. Qualquer pessoa que tenha ficado cansada ou debilitada por excesso de tensão e que tenha passado apenas uma só noite numa floresta de pinheiros, respirando sua suave fragrância, não duvida da força curadora da natureza nem dos efeitos rejuvenescedores da cor verde, pois, na verdade, essa é a cor da vida.
Em seu livro “Essais De Technique Et D’Esthetique Musicales”, Elie Poirée[2] observa que a Sinfonia Pastoral de Beethoven que está escrita em Fá Maior tem a “cor-auditiva” correspondente à cor verde. Compreendendo como ele compreendia a profunda importância espiritual das diferentes tonalidades, Beethoven escolheu com o maior cuidado a nota-chave de cada uma das nove Sinfonias.
Também deve-se notar o fato de que a nota-chave da Sexta Sinfonia está correlacionada com Virgem, o sexto Signo do Zodíaco. Virgem é um Signo feminino e pertence à triplicidade da Terra. Está, portanto, afinado com a Mãe Natureza. Seu símbolo é a virgem segurando um feixe de trigo. Entre as notas-chaves espirituais de Virgem, está o “Serviço” por meio do som e da beleza. Esses atributos também caracterizaram os motivos musicais da bela Sexta Sinfonia de Beethoven ou, como é popularmente chamada, a Sinfonia Pastoral.
Nessa Sinfonia, que é verdadeiramente “um Hino sublime à Natureza”, Beethoven procurou transcrever algo das harmonias existentes nas operações do triângulo cósmico de “Deus, Natureza e Ser Humano”. Daí, ela exprimir muito mais que uma viagem através dos bosques ou uma caminhada entre cenas silvestres. Na repentina tempestade de verão, tão graficamente expressa no quarto movimento, Beethoven está descrevendo a batalha pela supremacia entre os Espíritos da Natureza que sempre ocorre numa tempestade. O trovão é a voz do Ar, o relâmpago, do Fogo, e a chuva, da Água, sendo a tempestade a sua luta pelo domínio sobre a Terra. Essa é uma magnífica visão e um som magnífico para aqueles que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir. A linda canção no Finale é uma transcrição direta para a percepção humana da música daqueles Seres Celestiais que guiam e dirigem a vida e as atividades de toda a natureza. Como Beethoven mesmo declarou, “Nos campos, parece que eu ouço cada árvore repetindo ‘Sagrado, Sagrado, Sagrado’”.
Do segundo movimento, o Andante, chamado pelo compositor de “Uma Cena perto de um Riacho”, Vincent d´Indy[3] diz: “É a mais admirável expressão da natureza genuína em existência”, acrescentando que “só há algumas poucas passagens em Siegfried e em Parsifal de Wagner que podem ser comparadas com ela”. A propósito da comparação aqui feita, pode ser lembrado que Wagner, em seu trabalho, procurou combinar em seus dramas musicais o que Beethoven procurou expressar em suas Sinfonias, e Shakespeare em seus dramas. Pode ser que Wagner, em suas passagens sobre a natureza, tenha se inspirado na Sinfonia Pastoral de Beethoven.
Ainda citando Vincent d´Indy em seu comentário sobre o segundo movimento: “Enquanto o fluxo do riacho proporciona base para todo o segundo movimento, melodias adoráveis brotam expressivamente e o tema feminino do allegro inicial emerge de novo sozinho, como se estivesse inquieto com a falta de seu companheiro. Cada seção do movimento é completada pela entrada de um tema de algumas notas, puras como uma prece. É o artista que fala, que reza, que ama e que se delicia em coroar as partes de seu trabalho com um tipo de aleluia. Esse tema expressivo termina as exposições sobre os passos do desenvolvimento, no meio dos quais as tonalidades obscuras provocam uma sombra por cima da Terra. Então, seguindo os episódios leves do canto dos pássaros, o tema é repetido três vezes, para concluir com uma afirmação comovente”.
A mensagem dessa Sinfonia, como Beethoven disse, é “Uma aproximação ao conhecimento de Deus através da Natureza”.
Um escritor definiu admiravelmente a fé de Beethoven que era cósmica e não cega, dizendo: “A Natureza era a Divindade para Beethoven; dela, ele tinha aprendido a aceitar todos os fenômenos como reflexões da Mente de Deus. Ele se sentia um ser escolhido de revelação sobrenatural, um herói, um salvador que tinha sofrido e, elevando-se, tinha sentido a vida divina dentro dele… À doutrina da Natureza em Deus e Deus na Natureza, de Deus imanente no universo, ele acrescentou uma mística compreensão de Deus como habitando em um simples indivíduo artístico e criativo”.
Há uma grande Sinfonia soando para sempre através da natureza, uma rara Sinfonia de harmonia e beleza que é inaudível para os ouvidos humanos e invisível para os olhos humanos até que se tenha elevado a consciência ao ponto onde ela possa se comunicar com os poderes que funcionam no lado interno da vida. O som do vento nas árvores, o estrondo da tempestade, o tamborilar da chuva, o melancólico chamado do cuco e o terno som da canção do rouxinol que são tão graficamente transcritos nessa Sinfonia, não são mais do que um aspecto da beleza e da harmonia da natureza. Em sons musicais refinados e Etéricos, o compositor transmite a música rarefeita do brotar da tenra grama, o desdobrar das pétalas das flores, o movimento das novas forças vitais nas folhas que brotam, no movimento rítmico dos Espíritos do Ar e no canto alegre de seres angelicais – todas essas coisas delicadas e intangíveis que pertencem ao lado oculto da natureza, Beethoven expressou no segundo e terceiro movimentos com tal delicadeza e beleza que suas maiores interpretações provavelmente não conseguiram descrever.
Beethoven era um filósofo musical profundo que possuiu não só a faculdade de perceber o lado vital da natureza, mas também teve o incomparável dom de transcrever algo da linguagem espiritual para que todos a ouvissem. Todos, no entanto, não desenvolveram a sensibilidade para perceber os tons superiores espirituais que ele foi capaz de colocar dentro de suas composições divinamente inspiradas. Mas, eles estão lá esperando reconhecimento, enquanto a humanidade se eleva suficientemente em consciência para acompanhar o compositor aos planos dos quais ele retirou sua sublime inspiração. Nesse meio tempo, aqueles que não são ainda capazes de compartilhar completamente em tudo o que o compositor experimentou na criação de seus trabalhos imortais são, no entanto, beneficiários do que eles realmente ouvem num maior sentido vital do que geralmente é reconhecido.
A música origina-se no Mundo celeste e, se o ser humano está ciente do fato ou não, ela serve para preservar nele, embora de maneira muito tênue, alguma recordação das esferas divinas das quais ele veio e para as quais ele está destinado a voltar. Torna-se um fator importante prevenir o ser humano de cair no esquecimento de seu verdadeiro lar.
E assim, ouvindo a Sinfonia Pastoral de Beethoven, o Ego humano é realmente colocado em contato com mais do que impressões de natureza externa qualquer que possa ser o grau de sua percepção consciente do que é então conectado. Lá está; ela colide com seus veículos mais sutis e deixa uma impressão que é refinadora, sensibilizadora, construtiva e redentora.
Portanto, não é somente música da natureza, como esse termo é geralmente compreendido, que Beethoven deu ao mundo em sua Pastoral. Não é uma tentativa de descrever programaticamente cenas físicas e efeitos atmosféricos. Para aqueles que podem perceber as nuances espirituais desta criação sinfônica, melodias alegres de pássaros transportam comunicações angélicas, águas correntes carregam uma paz interior, os campos abertos expandem os horizontes, enquanto florestas são transformadas em grandes catedrais e montanhas em elevadas cidadelas de Deus.
A SEXTA INICIAÇÃO
A nota-chave espiritual da Sexta Sinfonia é “unidade”. Seis é um número que expressa luz, amor e beleza. Esses são os humores musicais prevalecentes da Sexta Sinfonia.
A Sexta Sinfonia está relacionada com a sexta camada da Terra. É o Estrato Ígneo. Nessa conexão, não temos que considerar o fogo no sentido literal, pois esta sexta camada é luminosa. O ocultista entende a diferença entre Fogo e Chama. Fogo é uma força espiritual e Chama é o aspecto material daquela força. Moisés esteve diante da sarça ardente que não era consumida, o que significa que ele esteve na presença do ser espiritual da Luz que queimava, mas não se consumia.
Essa sexta camada da Terra reflete as forças espirituais daquele plano elevado que é conhecido metafisicamente como o Mundo da Consciência Crística. É o plano no qual todo o sentido de separatividade foi transcendido e a verdadeira universalidade de toda a vida é realizada. Aqui, a unidade completa prevalece. Se, em obediência à admoestação de São João, nós andamos na luz como Ele está na luz, teremos fraternidade entre todos. Este é o efeito da música da Sexta Sinfonia que podemos supor que foi escrita sob a inspiração da sublime visão da inclusiva e harmoniosa fraternidade existente nesse plano espiritual elevado.
Beethoven estava sempre nutrindo em seu coração o ideal da fraternidade humana. Era profundo e intenso; isso tocava o incomum e o cósmico. Na Sexta Sinfonia estão projetadas essas qualidades com relação à Natureza, a exteriorização de Deus no qual nós vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. É sobre esse mesmo ideal de fraternidade que ele leva o ouvinte nas asas do êxtase para os altos planos da glória no Finale da sua Nona Sinfonia poderosa. É só quando esse estado de consciência está desenvolvido que as glórias internas da Natureza podem ser reveladas e o sublime trabalho da Sexta Iniciação pode ser empreendido com sucesso.
Como foi dito anteriormente, depois da quinta Iniciação, o trabalho se torna tão elevado que pouco pode ser dito sobre ele. Para interpretar algo sobre a Sexta Iniciação, Beethoven invocou o Espírito da Natureza. Ao estudar a natureza com reverência e devoção cada vez mais crescentes, mais seus sublimes mistérios são revelados ao ser humano, e mais próximo ele se afina com Deus. Um sábio mestre advertiu os aspirantes que procuram entrar nos profundos mistérios da vida dizendo que eles “estudassem a natureza, pois ela contém a marca da divindade”.
Beethoven considerava essa admoestação. É como ele expressou sua fé na sabedoria a ser aprendida, um texto que ele copiou de forma a tê-lo sempre com ele e, também, diante dele. Assim: “O ser pode corretamente denominar a Natureza de escola do coração; ela nos mostra claramente nossos deveres para com Deus e nosso vizinho. Portanto, eu desejo me tornar um discípulo dessa escola e oferecer a Ele o meu coração. Desejoso de instrução, eu tentaria obter aquela sabedoria que nenhuma desilusão pode rebater; eu ganharia um conhecimento de Deus e através desse conhecimento, eu obteria um antegozo da felicidade celestial”.
A Sexta Iniciação está relacionada com a Iniciação do Fogo. O segredo da vida está conectado com o fogo e é nessa Sexta Iniciação que a pessoa chega diante dessa poderosa verdade. Aqui, ela aprende a distinguir a chama do fogo. A chama é reconhecida pelos cinco sentidos físicos, enquanto o espírito do fogo é percebido só através das faculdades espirituais. Aquele que conhece os segredos da Iniciação do Fogo pode passar sem se queimar através da chama. Vários exemplos disso estão registrados no mais profundo dos livros ocultos, a Bíblia. Tal é a trasladação de Elias para o céu numa carruagem de fogo, a passagem dos três homens sagrados através do fogo como está escrito no Livro de Daniel e as línguas de fogo que estão colocadas nas cabeças dos Discípulos em Pentecostes. Essas são todas descrições dos vários estágios ou aspectos da Iniciação pelo Fogo, e todas relatam, em certo grau, o Sexto Mistério.
Os ciclos de renascimentos através dos quais o espírito individualizado tem que passar é o processo pelo qual as potencialidades divinas são despertadas e desenvolvidas em chama vivente. Essa é a luz a que São João se referiu quando disse: “Se nós andamos na luz como Ele está na luz, teremos fraternidade uns com os outros”. É só quando o ser humano desperta essa luz em si mesmo que ele pode conhecer o verdadeiro significado da fraternidade. A humanidade não pode oferecer ao Criador maior presente do que aquele de manifestar uma fraternidade universal e um mundo unido.
[1] N.T.: George Gordon Byron (1788-1824), conhecido como Lord Byron, foi um poeta britânico e uma das figuras mais influentes do romantismo.
[2] N.T.: Elie Émile Gabriel Poirée (1850-1925) – compositor e crítico musical francês
[3] N.T.: Paul Marie Théodore Vincent d’Indy (1851-1931) foi um compositor e professor francês.
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Aqui a Sexta Sinfonia em MP3:
Assim como as células do nosso Corpo Denso, o físico, não têm consciência de que fazem parte dele, tudo no Universo, em diferentes estados de consciência, faz parte de um mesmo corpo, porém, como células, não têm consciência disso. Quando atingirmos essa consciência, veremos que a família universal é mais que real e com que respeito nos dirigiremos a tudo e a todos, incluindo os quatro Reinos de Vida.
A menor formiga tem que ser respeitada, como parte deste todo que reverenciamos com o nome de DEUS, pois nunca será demais dizer que DEUS é tudo e em tudo está DEUS. Assim como tomamos a formiga por exemplo, poderíamos tomar a célula que compõe o nosso Corpo Denso, que, apesar de estar num estado de consciência muito aquém do da formiga, dia virá em que evoluirá e, também, buscará a luz como nós hoje o fazemos.
Não é por acaso que existem esses pequenos seres viventes. Nós, humanos, já estivemos num estado de consciência semelhante ao da formiga (não em igual forma física), como também já tivemos um estado de consciência semelhante àquele em que se encontram hoje os animais superiores.
Por isso, São Francisco de Assis se referia a tudo e a todos como irmãos, dizendo: “irmão Sol…irmã Lua…irmãs estrelas…irmão vento…irmã água…irmão fogo…irmã Terra…irmã morte corporal…irmão passarinho…irmão lobo…irmão cachorro…”
Para os que começam a despertar espiritualmente, este assunto é de grande importância e motivo de meditação, pois nada no Universo foi feito por acaso, tudo está em constante evolução, inclusive essa formiguinha que tomamos por exemplo. Por isso, devemos meditar muito quanto à nossa responsabilidade em tirar a vida desses animaizinhos que, a nossos olhos, são tão insignificantes, mas que têm um fim determinado aqui na Terra. (Não somos nós, também, insignificantes em tamanho perante o infinito?).
Isso não quer dizer que não devamos nos defender deles, mas importa muito a intenção com que o façamos. Nunca devemos sacrificá-los para nosso prazer, e muito triste resulta que exterminemos a vida de qualquer espécie para alimentar nosso apetite ou nossa vaidade. Essa é uma das razões por que muitas Religiões se esforçam por ensinar a necessidade de um regime vegetariano.
Quando renunciamos à carne animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e afins) por repugnância, isso já indica um estado de evolução, mas se a ela renunciamos por respeito a nossos irmãos menores, tal atitude é digna de muito louvor. E como tudo está em constante evolução, dia virá em que a humanidade reconhecerá esse fato. Desde já, entretanto, pouco custa que comecemos a considerar esses irmãos menores e, quando virmos que são sacrificados para qualquer tipo de satisfação mundana, lhes lancemos um sentimento e meditemos sobre o caso, isso é, o de impedir a evolução deles para um prazer fugaz. Talvez quem assim medite dará um passo seguro para vir a ser um verdadeiro Cristão!
(Ecos da Fraternidade Rosacruz no Rio de Janeiro – RJ)
AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN – Correlacionadas com as Nove Iniciações Menores – Quinta Sinfonia
Por Corinne Heline
CAPÍTULO V – QUINTA SINFONIA – DÓ MENOR – OPUS 67
“O espírito de Beethoven está encarnado em sua música e aquele que ouviu a Quinta Sinfonia, ouviu Beethoven.”
Sir Oliver Lodge[1]
A Quinta Sinfonia é uma canção dos quatro Elementos: Fogo, Ar, Terra e Água. É surpreendente em sua intensidade e poder. As pessoas sensitivas que viviam nos dias de Beethoven disseram ter sido lançadas em convulsões pelas grandes marés de verdadeiro fogo cósmico.
Assim é como Wagner descreve a “gigantesca energia” do primeiro movimento desta sinfonia: “Ele (Beethoven) rouba as ondas do mar e deixa vazio o fundo do oceano que para as nuvens em seu curso, dissipa o nevoeiro e revela o puro céu azul e a face ardente do Sol”.
Nas suas quatro partes, a sinfonia canta a canção de cada Elemento. Enquanto cada uma dessas partes está separada e distinta da outra, elas estão magicamente ligadas por uma linha dourada de harmonia. Os críticos frequentemente comentam sobre a concordância rítmica dos quatro Elementos.
O primeiro movimento (Allegro con brio[2]) é a chave do Elemento Fogo. O segundo (Andante con moto[3]) está relacionado com o Ar. É o mais irregular dos quatro movimentos. O terceiro (Allegro) está intimamente ligado ao primeiro, embora não se torne, de modo algum, uma repetição dele. Ele exprime um misterioso caráter tremeluzente e aquoso. Então, no Finale, é como o corpo todo da Terra que se estende em triunfo para receber, unido e integrado, esse cósmico poder dos quatro Elementos.
A Quinta Sinfonia foi composta no final do ano de 1807 ou no início de 1808. Tanto ela como a sua sucessora, a Sexta Sinfonia, foram apresentadas pela primeira vez em 22 de dezembro de 1808 em Viena.
A nota-chave espiritual da Quinta Sinfonia é liberdade.
Das nove grandes Sinfonias de Beethoven, esta é, provavelmente, a mais popular. Foi considerada “infalível na concepção e sem falhas na construção… um sublime e resistente monumento ao gênio incomparável e habilidade executiva de seu autor”. É música que se eleva acima do pessoal e transitório na vida; não contém nenhuma referência à cena externa e passageira, mas incorpora, dos níveis cósmicos, uma força moral designada para reforçar o ser interno de todos os que a ouvem. É música pura, refinada e abstrata com o objetivo de agitar a alma do ser humano dentro da lembrança de sua natureza divina e imortal, e aumentar seus poderes para dar um passo para cima. E isso ela realmente faz, haja reconhecimento consciente do fato ou não. Aqui está uma estrutura tonal erguida para uma “declaração cósmica”. Ela fala de modo redentor ao espírito interno do ser humano porque seus modelos sonoros são completamente harmoniosos com as atividades do “Grande Ser do Universo” e Sua reflexão no ser humano microcósmico da Terra.
Cada um dos quatro movimentos é, por si mesmo, uma brilhante criação. Considerados em conjunto, constituem um trabalho de imponente grandiosidade.
O primeiro movimento, Allegro con brio, inicia com quatro notas em uníssono que Beethoven uma vez explicou que soam como o Destino batendo à porta. O segundo movimento, Andante con moto, carrega uma nota de tristeza; no entanto, é maravilhosamente lindo e é realçado mais adiante por um daqueles temas marciais que só Beethoven pôde conceber.
Considerando o primeiro e o segundo movimento juntos, eles são uma verdadeira explosão de desafio da vontade que cresce mais veemente e intensa até que as forças de resistência são derrotadas. Como um comentarista expressou, os dois primeiros movimentos são a canção de um Ego de forte vontade, determinado a quebrar os laços do destino e se elevar acima de suas limitações.
Destino, deve ser acrescentado, é outro nome para a Lei de Causa e Efeito. Não é uma abstração fria e isolada. É um poder vivo e ativo entretecido numa fábrica de vida. Assim como um ser humano ou uma nação semeia, assim eles devem também colher. O ser humano, tanto individual como coletivamente, ressente-se dessa verdade antes de estar espiritualmente acordado. Ele se recusa a aceitar o fato de que seus sofrimentos e desgraças são o resultado de seus próprios erros e más ações. A raiva, a amargura, a indiferença e a contradição que a alma desperta enfrenta estão representadas nos dois primeiros movimentos da Quinta Sinfonia.
Com o terceiro movimento, uma grande transformação ocorre. Agora, a música se torna linda e cheia de um estranho misticismo que pressagia grandes baixos e impenetráveis altos, até agora não alcançados e inexplorados. Aqui, gradual, mas inevitavelmente, tão suaves e lindas como as pétalas de uma flor que se abre, o espírito é despertado mais profundamente para o verdadeiro propósito e mistério da vida. Uma nova e mais profunda realização nasce, mas quando as leis da vida são entendidas e harmoniosamente aplicadas, vemos que não são más e sim boas.
O terceiro movimento, ou Scherzo, tem algumas passagens básicas eloquentes e suas figuras rítmico-tonais são cheias de velado mistério e pesadas com presságios escuros. Ele se insinua dentro do “orgulhoso e ardente” Finale perto da Coda[4] que é de surpreendente brilho, finalizando com um Presto.
Não há nada mais etereamente lindo em toda a música do que a transição do Scherzo para o Finale, dentro do qual essa realização nasce completamente no âmago da alma que desperta ou se ilumina. É então, com uma canção de júbilo, que o espírito se liberta por toda a existência e eternidade, para não mais ficar atado à Lei de Causa e Efeito. A música gloriosa do Scherzo e do Finale soa como a canção triunfante de alguém que alcançou a espiritualidade. Essa sublime “música de liberdade” é a divina herança de toda alma que aprende a se emancipar, passando da condição finita da vida pessoal para a condição infinita do ser eterno.
Nas palavras de Charles O’Connell, “No sentido amplo, essa não é a expressão do pensamento ou sentimento de um homem. Essa é a declaração de uma humanidade confusa e sarcástica – e finalmente triunfante. Essa é a voz do povo, de um mundo sofredor e débil; embora contendo dentro de si os elementos da grandeza final … certamente, a Quinta Sinfonia tem um apelo à natureza humana mais poderoso, direto e universal do que qualquer outra grande música existente”.
O Finale é de tal magnitude e riqueza que, em comparação com ele, há poucas peças musicais que possam ser tocadas sem ser completamente esmagadas.
E. Markham Lee em “The Story of the Symphony” escreve sobre a Quinta Sinfonia: “Colossal em seu poder majestoso, romântica em sua essência e titânica em suas ideias inerentes, a Sinfonia em Dó Menor levanta-se como uma das mais nobres e mais características dos trabalhos de Beethoven. Vinda no meio das suas nove Sinfonias, não é como suas companheiras e, por sua nobreza e majestade, mantém sua cabeça orgulhosa com uma dignidade que é bem capaz de sustentar. Beethoven começou a compô-la logo após terminar a Eroica e a mesma seriedade é óbvia”.
Essa poderosa, magnífica e ao mesmo tempo maravilhosa música descreve a gloriosa liberdade que só o espírito pode conhecer quando quebra a cadeia que o prende à Personalidade e desperta para o êxtase do puro espírito. Essa Sinfonia é a sublime canção da emancipação. É a interpretação musical da luta épica do ser humano em níveis anímicos. É uma exultante canção de triunfo na qual o ser emancipado quebra os laços do finito e passa vitoriosamente para a gloriosa liberdade do infinito.
A QUINTA INICIAÇÃO
A Quinta Iniciação está conectada com a quinta camada ou Estrato Germinal da Terra, como é determinado na terminologia Rosacruz. Nessa camada da Terra está refletida a mais elevada Região do Mundo do Pensamento que é conhecida como Região do Pensamento Abstrato. É nesse nível ou plano que a Mente está ligada ao Ego.
É de conhecimento geral que a origem da vida se encontra na semente. No entanto, geralmente não é compreendido que a origem do pensamento se encontra também na semente. No Estrato Germinal ou quinta camada da Terra, estão armazenados os pensamentos gerados por toda a humanidade. Se uma pessoa pensa intensamente por um período numa ideia específica, um pensamento-forma dessa natureza ficará implantado nesse reino. Lá, irá germinar e dará nascimento a um fruto semelhante. Sendo esses os efeitos do poder criativo da Mente, não só a pessoa que pensou irá colher os resultados dele, mas outros também serão influenciados ou afetados em vários graus de acordo com sua afinidade. Então, por exemplo, quando um poderoso indivíduo como um Alexandre, o Grande, ou um Napoleão direciona sua Mente para conquistar o mundo, o resultado pode afetar outros de Mente semelhante por séculos, sendo multiplicado muitas vezes. Naturalmente, a lei opera de maneira semelhante em aqueles que possuem pensamentos elevados e nobres. Os bons pensamentos gerados por São Francisco de Assis, por exemplo, não pararam de dar frutos, e assim ele continua sendo semeado em nosso mundo por um santo moderno como Mahatma Gandhi.
Quando uma pessoa está para começar uma nova peregrinação na Terra, ela é trazida a essa quinta camada para começar a construção de seu novo veículo, pois, como a pessoa vive hoje, ela está construindo o amanhã. É na Quinta Iniciação que se ensina a ler o registro das vidas passadas na Terra, na Memória da Natureza, e a projetar a vida futura.
Há uma linha de demarcação que separa as cinco primeiras Iniciações Menores das quatro últimas. Através das cinco primeiras Iniciações, o Aspirante à vida superior recapitula e leva à perfeição o trabalho que é fornecido ao noviço. Isso envolve purificação e controle da natureza de desejo e uma espiritualização que entrega a Mente receptiva e obediente aos ditames do Ego mais do que sujeita às inclinações e impulsos da Personalidade.
Quando se passa através das cinco primeiras Iniciações Menores, o Cristo interno do ser humano é despertado e começa a governar suas ações. Quando ele passa pelas quatro Iniciações Menores finais e elevados graus, o Cristo interno floresce completamente. De agora em diante, ele é um “homem-deus” que participa dos ritos sagrados iniciatórios.
A Quinta Sinfonia é geralmente conhecida como a Sinfonia da Vitória. Essa designação é mais significativa em sua interpretação espiritual. Ela significa muito mais do que uma vitória do “homem sobre o homem” ou de uma nação sobre outra nação, pois se refere à conquista de si mesmo. O mais sábio de todos os sábios bíblicos sabia bem o significado dessa conquista de si mesmo quando disse: “Aquele que controla a si mesmo é maior do que o que conquista uma cidade”[5].
A quinta Iniciação marca um período de transição na vida do Aspirante à vida superior. É aqui que os últimos grilhões da vida pessoal são quebrados, de modo que o Ego pode se elevar, livre, nas alturas. Esse período de transição marca a fusão do temporal com o atemporal e do finito com o infinito. São Paulo descreveu esta mudança como “livrar-se do velho homem e despertar o novo”[6].
Em sua magnífica Quinta Sinfonia, Beethoven descreve esse período de transição no qual o apelo da carne é quebrado e o poder do Ego reina supremo. Nunca se pode compreender e apreciar totalmente a tremenda força e impacto da Quinta Sinfonia até que se esteja qualificado para interpretá-la espiritualmente. Então, é que o ser se levanta em Espírito sobre as praias de um vasto e encantado mar iluminado pela maravilha do mistério, sim, e com o terror, bem como a beleza, do novo e do inexplorado, enquanto acima, miríades de vozes celestiais são ouvidas cantando triunfalmente. O ser agora se levanta diante o limiar da vida eterna que o guia finalmente para uma união com o Abençoado que é a Luz do Mundo.
[1] N.T.: Oliver Joseph Lodge (1851-1940) foi um físico e escritor inglês.
[2] N.T.: Em um ritmo rápido e com espírito (literalmente “com brilho”) (87 a 174 BPM)
[3] N.T.: Andamento com movimento, confortável, relaxado, sem pressa (69 a 84 BPM)
[4] N.T.: (que traduzindo do idioma italiano para o português quer dizer cauda) é a seção com que se termina uma música. Nessa seção o compositor ou arranjador poderá ou não utilizar ideias musicais já apresentadas ao longo da composição
[5] N.T.: Pb 16:32
[6] N.T.: Ef 4:22-23
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Aqui a Quinta Sinfonia em MP3: