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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

São João Batista, o Precursor

São João, durante as viagens que realizava de Juta a Jerusalém, presenciava os atos de extrema crueldade dos soldados romanos e a afrontosa cobrança de impostos. Os serviços do Templo se revestiam de um caráter mundano e o povo vivia debaixo de uma execrável opressão. São João indignou-se contra esse estado de coisas e sua índole, totalmente avessa a tais injustiças, impeliu-o mais tarde a censurar acerbamente o Estado e a Igreja.

Desde a infância mostrava-se diferente dos de sua geração. As outras crianças olhavam-no como se ele pertencesse a outro mundo. O convívio com seus elevados pais, e as instruções que recebia, tornavam-no apto a cumprir uma missão de destaque.

Embora tivesse passado pelas provas que o habilitavam ao noviciado no Templo, seu Espírito encontrava-se além. Não lhe estava destinada uma vida de mera rotina. Uma grande missão o esperava.

Depois da morte de seus pais, São João defrontou-se com o problema comum a todos os Aspirantes que procuram se dedicar de corpo e alma à Vida espiritual, isto é, manter-se equilibrado entre as coisas do Espírito e as do mundo. Como sacerdote teria pela frente uma Vida relativamente tranquila. Seus deveres para com o Templo restringiam-se a umas poucas semanas durante o ano. Isso lhe desagradava profundamente. Jamais se conformaria em servir a uma Religião formal, em que os ritos purificadores eram celebrados por pessoas devotas ao “príncipe do mundo”. Tudo ao seu redor lembrava os rogos das viúvas e os choros dos órfãos, enquanto os publicanos ofereciam as suas infindáveis orações, sem vestígio algum de espiritualidade.

São João ponderou sobre essas coisas e acabou retirando-se para o deserto. Viveu durante quase vinte anos na solidão, a que já se habituara desde sua existência passada quando renasceu como o rude profeta Elias. Nesse isolamento, encontrou todas as condições para preparar-se devidamente como o precursor da Nova Dispensação.

A Galileia, no tempo de São João, era a encruzilhada do mundo, povoada por uma mistura de raças de natureza arrojada, movidas pelo espírito de aventura. Esse trecho do território palestiniano caracterizava-se pela sua grande densidade demográfica, e pela sua população cosmopolita. Fenícios, gregos e pessoas do extremo leste eram figuras familiares nas cidades da Galileia. São João, em contato com esses povos, adquiriu um sentimento de liberalismo, desprendendo-se das convenções tão naturais ao seu povo. Os galileus eram detestados de forma particular pelos saduceus, a mais ortodoxa das castas sacerdotais. Ponderavam sobre o atroz sofrimento em que viviam sob o jugo romano e alimentavam sólidas esperanças quanto à vinda do Messias profetizada pelos livros ocultos. Ressalte-se que todos os Apóstolos, com exceção de Judas Iscariotes, eram originários da Galileia.

Depois de longo período de provas no deserto, São João iniciou a grande missão de arauto da Era de Peixes. O íntimo contato travado com a natureza e com seres superiores facultou-lhe distinguir instantaneamente o falso do verdadeiro, o real do irreal. Sua voz desafiadora e vibrante marcou-o realmente como a “Voz que Clama no Deserto”. Organizou uma escola preparatória em que seus Discípulos recebiam profunda orientação e ensinamentos alusivos à vinda do Messias (o Cristo). Um dos passos iniciáticos dessa Escola era o Batismo que, no Cristianismo Esotérico não consiste apenas na imersão, mas trata-se de um ritual conferindo poderes de Clarividência.

Cristo dirigiu-se a São João para submeter-se ao ritual do Batismo às margens do Jordão, inaugurando, assim, o seu Ministério.

São João preparou-se durante anos para uma missão que, embora durasse apenas seis meses, revestiu-se de grande importância como movimento preparatório à vinda d’Aquele a quem a seu devido tempo “todo joelho se dobrará e toda língua confessará”.

(Publicado na Revista Rosacruz – agosto/1968-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Hierarquias Zodiacais – Sagitário: Liberdade, Justiça e Visão

(*) Advertência:

A descrição aqui apresentada é mais exata conforme a cúspide da 1ª Casa esteja mais próxima do ou no segundo decanato do Signo (10º grau até 20º grau);

Quando os 3 últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os 3 primeiros graus ascendem no momento do nascimento, diz-se que a pessoa nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, a natureza básica dos Signos envolvidos são mescladas no corpo dela.

Astros nas Casas:

  1. Os Astros no Signo Ascendente podem modificar a descrição;
  2. Astros colocados na 12ª Casa e que se encontram dentro de seis graus dessa podem modificar a descrição.

Em tais casos o Estudante deve usar seu conhecimento do caráter dos Astros em conjunto com a descrição do Signo.

(Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – O Signo Ascendente – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)

O verdadeiro sagitariano pode ser uma das mais nobres e agradáveis personalidades dentre os vários tipos encontrados no Zodíaco. Sobressai-se não só quanto ao corpo, mas também quanto a Mente e Coração e são dignos de uma atenção especial.

Virgílio disse: “Feliz é o homem que é capaz de aprender a causa das coisas”.

A profundidade do sagitariano, acrescentada à sua felicidade natural e bom temperamento, mostra que o sucesso já lhe é peculiar. A pessoa de Sagitário compreende e manifesta o fato de que o “gênio” se desenvolve com a solidão e o caráter com a luta e o correr da vida.

Tendo seus pés no chão, são práticos e como sua consciência está ligada às esferas celestes, o sagitariano preserva o divino no relacionamento entre níveis inferiores e superiores de manifestação. Aceita e avalia, baseado na verdade e na justiça, os elementos necessários para o reconhecimento da liberdade e tolerância perante as forças da vida.

Análise, solidariedade, equilíbrio de poder e uma força criadora se movimentam dentro do coração da criança de Sagitário. Assim como o símbolo desse Signo é meio-humano, meio-animal (Centauro), que se levanta do mais baixo para o mais alto através da aspiração, assim também é o movimento dessa Hierarquia Criadora, do domínio do presente para o do futuro. A aspiração e o idealismo do sagitariano o manterá em constante procura e luta pelo amor, pela beleza e perfeição que ele, instintivamente, sabe que a vida oferece. Mesmo que suas aspirações estejam muito além das, normalmente, almejadas pelo ser humano, ele sempre se movimentará no sentido de obter o ideal e a meta a que se propôs.

Visando os Astros, a consciência humana, uma vez libertada das limitações de credo e do dogma, vai se movimentar em harmonia com o coro da liberdade. Pouca restrição é necessária com esse Espírito vibrante e Sagitário logo aprende que a liberdade está reservada àqueles que fazem um progresso definitivo na grande escola da vida. Podemos estar ligados ao passado, mas estamos livres para o futuro. A vida e a ação de hoje dão a medida do progresso futuro. Devemos olhar para nós próprios a cada dia que passa, sob a luz de uma análise honesta.

Precisamos aceitar nossas qualidades e construir sobre o que possuímos de bom, avaliando cada fraqueza e tentação, dirigindo, conscientemente, nossa força de vontade, esforçando-nos para corrigir os fatores suspeitos e as ações censuráveis.

Desta maneira, o sagitariano ou outra pessoa qualquer poderá obter um quadro preciso de sua Personalidade. Os sagitarianos, muitas vezes, não usufruem de certos privilégios e bênçãos na vida, devido ao fato de não verem coisas que são óbvias. Suas tendências são para se dirigirem a um alvo ou um ideal que estão muito além do seu alcance. Raramente atingem seu objetivo total, mas, mesmo assim, vão sempre além do ponto de partida. Contudo, muitas experiências maravilhosas e válidas são perdidas, não são vistas ou apreciadas, porque os sagitarianos precisam aprender a julgar todas as coisas com igual interesse, lembrando-se que o esforço sério e sincero para alcançar seus ideais e objetivos é a principal meta na vida. Toda a experiência é válida, porque o agir contribui para o crescimento do caráter. O sucesso na realização das ambições da vida obtém-se pelo equilíbrio e objetividade. Todas as outras coisas encontrarão expressão, mas ficam, normalmente, subordinadas ao caminho principal ou ideal.

Cada uma das Hierarquias Criadoras estudadas (de Áries a Escorpião) representa uma força de intensa magnitude, manifestando-se em todos os assuntos da vida, dando aos diferentes grupos da humanidade lições que ajudam no desenvolvimento dos poderes espirituais. Isto é verdadeiro nas cinco primeiras Hierarquias Criadoras, de Áries até Leão, cuja força e ação fincaram os alicerces sobre os quais outros princípios criadores puderam agir. Com Virgem, Libra e Escorpião entramos num domínio de manifestação diretamente associada à nossa evolução atual. Em Escorpião, consideramos o Caminho da Regeneração, o que nos ajudou a compreender e a fazer uso correto da força criadora deste Signo da Água, intenso e emocional. Já vimos que o Ego foi equilibrado pela balança de Libra. Uma vez pesado, testado e preparado para a Iniciação, o Aspirante à vida superior passa por testes cruciais que revelam a sua habilidade e força para servir com os Irmãos Maiores, que se dedicaram inteiramente à eterna perpetuação da vida e do serviço.

O Despertar da Mente Superior – com o domínio do princípio criador de Escorpião, a regeneração, um novo impulso, uma força espiritual ardente é, então, acrescentada às manifestações da unidade criadora que se fez conhecida da humanidade. Sagitário vem atirando suas flechas (ideais) em nossas Mentes e esta expressão suprema do fogo criador desperta a Mente superior, não o Corpo Denso. Precisamos aprender a não fugir dos dardos e das flechas pontiagudas de Sagitário, pois elas não ferem quando são recebidas. Por outro lado, seu alvo é nos levar para grandes alturas e imensos triunfos. A necessidade de nos movermos, além da capacidade inerente a cada um, é uma luta intensa; mas, embora direto, proposital, muitas vezes brusco e sempre franco, Sagitário tem sempre em seu coração os melhores motivos e os mais bondosos interesses em relação aos outros.

Quando Sagitário dedica-se para conseguir despertar em outros os instintos superiores, mesmo que isso leve tempo, é um sinal de amor e devoção e esse esforço supremo é certo que resultará em iluminação. Quando Sagitário reconhece em outros a pureza de propósitos e a afinidade espiritual, liga-se a esses Egos de tal maneira que testa os indivíduos até seu limite. Quanto maior o amor, mais forte e mais duradouras serão as promessas, porém, maiores também serão os testes e as tentações de maneira a quebrar e frustrar o empenho perfeito do Ego.

Sagitário pode se sair bem ao ajudar as pessoas a vencer essas fraquezas humanas, fazendo sentir que problemas menores necessitam de considerações e reações menores. Mesmo que o impulso e a impaciência rompam esse relacionamento, a ligação espiritual de um pelo outro nunca morre. Atenção a detalhes permitirá unidade de objetivos e coordenação de esforços. O amor floresce na luz e a verdade é restaurada e renovada à medida que a fé e a confiança se misturam com a devoção. Será que a experiência em coisas tristes, transformada em esplendor espiritual, me admitirá na sua presença Sagrada? Você entende e aceita as lutas da minha vida?

Essas são as perguntas que o Ego apresenta a Sagitário, à medida que minhas lutas me conduzem ao Caminho, a procura da união eterna com a Fonte de tudo que existiu anteriormente.

Sagitário possui o poder de vida acumulada e quando este princípio nos é dado, nossas vidas irradiam em grandeza e o Ego se eleva na recepção de energia dessa entidade divina. Uma vez que tenhamos contatado essa grande Hierarquia Criadora, corremos e nunca mais paramos. O ar livre será o lar das crianças de Sagitário e uma vida livre lhes é dada para que possam criar, em planos superiores, sobre uma força totalmente nova.

Nunca Sagitário deu tanto para o mundo e suas flechas furam a aura da Terra e aqueles que estão dentro dela, de modo que o Espírito de Deus possa entrar pelas aberturas e feridas por elas causadas. Estamos sendo constantemente atingidos e devemos receber tudo o que Sagitário nos envia, aberta e conscientemente. Se não abrirmos nossos corações para seus ideais e força, Ele necessitará furar a superfície com dardos puros da verdade, até que a sabedoria profunda se torne inata no ser humano. Júpiter, o hábil ajudante de Sagitário, está sempre conosco e se correspondermos aos princípios de Júpiter, encontraremos uma verdade que queima como fogo e um fogo que purifica … o fogo do Espírito Virginal manifestado, o Ego.

Construindo para o futuro – O fogo espiritual de Sagitário é tão grande que não podemos suportá-lo por muito tempo; mas este poder criador virá sempre, pois ele continua a construir de maneira renovada, em esferas superiores.

Assim como Áries representa a sempre presente Força Vital do Universo e Leão nos leva de volta ao passado e possui um registro imortal de nossas ações, Sagitário constrói para o futuro. A capacidade para a ação futura é dada por meio da força da Epigênese (que cria valores novos e originais a partir de modelos antigos) que o ser humano combina o fogo da vida (Áries) com a força do amor (Leão) para tornar possível as experiências futuras (vidas) através do fogo reprodutivo do Espírito (Sagitário).

Estes elementos são essencialmente espirituais e particularmente criativos porque os Signos envolvidos são ardentes e masculinos: Áries, Leão e Sagitário.

Os sagitarianos são Espíritos livres e toleram certas condições por tempo limitado. Quando se movimentam, expressam claramente suas convicções em termos definidos. Não ficam parados e estagnados uma vez que a força potencial esteja dirigida para os canais apropriados. A ação traz a experiência e essa assegura o crescimento, à medida que a vida se desenvolve. O sucesso dependerá, em grande parte, da combinação e utilização da sabedoria e do julgamento.

Quando Sagitário é atraído por um interesse profundamente religioso ou filosófico, o uso dos princípios cósmicos se torna um guia na vida, o que levará a uma satisfação intensa, particularmente aonde uma presença divina e uma reta postura espiritual sejam elementos inerentes. Estes fatores fortalecem-se durante as muitas vidas até que suas manifestações venham à tona, sobressaindo-se.

Sagitário, o Signo da 9a Casa, é regido por Júpiter. Aspectos benéficos (Sextil, Trígono e algumas Conjunções) para com Júpiter oferecem oportunidade de combinar os elementos indicados pelos Astros (Sol, Lua e Planetas) concernentes. Onde Vênus e Urano, Mercúrio e Netuno estejam envolvidos, lições importantes, como respeito às “oitavas planetárias”, são dadas.

A influência de Vênus, quando usada corretamente, é uma dádiva a toda a humanidade. A beleza, doçura e o carinho que Vênus pode nos transmitir, faz com que adquira um lugar nos corações de homens e mulheres que nenhum outro Astro possui. Urano, o Planeta do altruísmo e do pensamento original, amante da liberdade e vibrante em todos os aspectos, tende a desenvolver um amor que abrange toda a humanidade. Sua ação é, talvez, mais sutil do que a de Vênus, porém mais duradoura.

Quando juntos, Vênus e Urano podem produzir o maior amor e a mais pura expressão de afeição e devoção que se pode imaginar (mais ainda quando com Aspectos benéficos em Sagitário e/ou com Júpiter). Naturalmente, as tendências de Vênus à fraqueza e a se deixar levar por temperamentos negativos devem ser superadas. Contudo, com Urano envolvido, toda esta energia pode ser até estimulante, emocionante e se transformar, para sempre, no mais produtivo canal.

Mercúrio e Netuno são indicadores do potencial espiritual. À medida que evoluímos, nossa compreensão passa das qualidades do enfoque geral de Mercúrio para a compreensão divina de Netuno. O relacionamento desses Planetas é, portanto, muito próximo, visto que as ações de um se fundem com o desenrolar do outro. Novamente, com Sagitário e/ou Júpiter envolvidos, Mercúrio e Netuno formam um paralelo de suma importância. O resultado poderá ser uma compreensão divina expressa na escrita, na fala e no ensino, se o Aspirante à vida superior souber tirar proveito desses aspectos.

Sagitário é a criança, cuja imaginação está fora deste mundo. O fato de viver em um estado sonhador, de belas e elevadas visões, talvez inacessíveis ideais, não impede a felicidade final. Com uma atitude positiva, Sagitário sabe que a ajuda virá e que o sucesso será uma realidade. Onde quer que Sagitário esteja, as aspirações naturais serão bem-sucedidas e imbuirá, nos outros, as flechas da verdade.

Assim como recebemos nossas forças da Mãe Terra, também olhamos e procuramos nos lugares elevados, um sinal daquilo que está por vir. Sagitário não se detém em nada, mas dá somente o suficiente para o dia. Este é o Fogo do Espírito. Andamos, hoje, em sintonia com a força que constrói o amanhã.

(de Thomas G. Hansen – com prefácio da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – Traduzido do original inglês: Zodiacal Hierarchies de Thomas G. Hansen e publicado na revista Rays from the Rose Cross da The Rosicrucian Fellowship, no período de abril de 1980 a março de 1981 – publicada na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em dezembro de 1981)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Podemos relacionar os peixes com o elemento Água, os pássaros com o elemento Ar, os mamíferos, em sua maioria, com o elemento Terra? Quais os animais que podemos relacionar com o elemento Fogo?

Resposta: É uma questão de natureza especulativa. Em primeiro lugar, depende do modo de classificar os animais. Ha inúmeras maneiras de se estabelecer uma classificação. Usando uma classificação anatômica, o ser humano é um animal (lembrando, naturalmente, que do ponto-de-vista espiritual o ser humano faz parte de outra Onda de Vida). Diríamos que o animal relacionado com o elemento Fogo é o ser humano.

O elemento Fogo é uma manifestação do Espírito. O ser humano se diferencia do animal por possuir um Espírito individual que o guia de dentro para fora. Os membros da Onda de Vida animal são dirigidos pelos respectivos Espíritos-Grupos. O ser humano é o único “animal” capaz de usar a contraparte do Fogo divino, ou Espírito, para cumprir seus propósitos no Mundo material.

O Fogo Espinhal espiritual no ser humano é o elemento essencial na alquimia espiritual, o elixir da vida. Transforma o ser humano comum em um Pedra Filosofal, formada quando o Cristo interno cresceu a sua estatura completa.

É conhecimento comum da anatomia que o cordão espinhal é dividido em três secções pelas quais são controladas as funções motoras, sensoriais e simpáticas. Astrologicamente são governadas respectivamente por Marte, pela Lua e Mercúrio.

Alquimicamente os elementos foram designados como enxofre, sal e mercúrio. Ao redor desses vibra o Fogo espiritual de Netuno, elevando-se em coluna serpentina através do cordão espinhal até a cabeça. Na maioria das pessoas esse Fogo espiritual é extremamente tênue. Quando, porém, ocorre o despertamento espiritual, a pessoa recebe enorme energia anímica, aumentando o Fogo espinhal em intensidades incríveis. Começa, então, um processo de regeneração, pelo qual todas as substâncias grosseiras do Tríplice Corpo são gradualmente eliminadas, crescendo, assim, sua sensibilidade às vibrações suprafísicas. Paulatinamente o corpo do Estudante Rosacruz se converte na Pedra Filosofal. Quando essa meta for atingida por todos os seres humanos, se logrará a Transfiguração da humanidade.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1977 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Evidências do Renascimento na Bíblia

Não é sem razão que muitos estudiosos dos Evangelhos encontram dificuldade em compreendê-los, pois é necessário meditar longamente nas entrelinhas. Sem nos alargarmos demasiadamente, segundo nossa capacidade, seguem algumas citações do evangelista São Mateus:

Se, pois, trouxeres ao altar a tua oferta e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeira reconciliar-te com ele; e então, voltando, faze tua oferta. Entra em acordo com o teu adversário enquanto estás com ele no caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali enquanto não pagares o último centavo (Mt 5; 21-26).

O que é altar senão a nossa consciência, e oferta senão as preces e vibrações que fazemos a todo mundo? Reconciliarmo-nos com o adversário é um convite do Mestre ao Exercício Esotérico noturno de Retrospecção, de consciência e à oração. E caminho, na citação, é um indicativo da nossa presente existência. Interessante é notar, também, que os Senhores do Destino estão figuradamente representados pelo juiz e o oficial de justiça, que nos sentenciam à prisão de novos Corpos, pelo renascimento, até que tenhamos saldado a última parte da dívida perante a Lei de Causa e Efeito.

Mais adiante vemos enunciada uma disciplina preventiva de um renascimento triste: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti, pois te convém que se perca um dos teus membros e não seja todo o teu corpo lançado no inferno, (…) e assim também com as mãos” (Mt 5:29-30). Todos sabem das causas remotas de um renascimento num corpo aleijado ou idiota sem possibilidade de recuperação naquela vida, por efeito da lei “o que semeares isto mesmo colherás.” (Ga 6:7). Não é como estar num inferno? No entanto, é uma forma de prevenir que se caia em falta maior e se perca a própria alma.

Há passagens evangélicas que deixam perplexas as pessoas afeitas à sua meditação. Um exemplo é o paralítico trazido num leito perante Cristo-Jesus. E esse lhe disse: “tem bom ânimo, filho, a tua fé te salvou.” (Mt 9:22). Os escribas ficaram escandalizados com essas palavras e ainda hoje pode se julgar que o Mestre quisera exorbitar a Lei de Causa e Efeito. Outro caso é o do cego a quem o Nazareno curou, misturando saliva com a terra e fazendo lama. Outro ainda, o do paralítico que aguardava há muito a possibilidade de alcançar a piscina, quando o Anjo lhe vinha agitar as águas. O Mestre curou-o simplesmente e fora dizendo que seus pecados estavam perdoados. Pois bem, não há de que estranhar. O Cristo vira, em tais casos, a extinção das dívidas de destino pendente.

Quantas vezes uma pessoa que cai enferma é submetida pelo médico à rígida disciplina e, às vezes, impõe a necessidade de uma intervenção cirúrgica, com amputação de um membro para que se salve o restante do corpo! No entanto, isso não livra a vítima de futuras complicações, caso. de novo. ela deslize e caia em pecado.

Semelhantemente o Mestre dava por findas as causas de destino e, como o Grande Médico divino proclamava a cura. Mas não deixava de advertir: “…vai e não peques mais, para que te não suceda coisa pior.” (Jo 5:14), mostrando a cadeia ininterrupta de novas causas.

Aos ouvidos duros de entendimentos, Cristo cita, ainda, o caso de Elias, renascido como João Batista: “E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça” (Mt 11:14-15). Não é preciso dizer que ainda hoje há ouvidos que ainda não querem ouvir, em virtude dos preconceitos, citações tão claras a respeito do renascimento.

Cristo compara, também, esta geração às crianças que brincam nas praças, gritando uns com os outros, sem cultivar os aspectos mais sérios da vida presente e futura, no além.

Vejamos agora em São Mateus capítulo 16 e versículos de 13 a 16: “E, chegando Cristo Jesus às partes de Cesarea de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: ‘Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?’ E eles disseram: ‘Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas’. Disse-lhes Ele: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ E Simão Pedro, respondendo, disse: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’”. Se para aquela gente Jesus seria ou João Batista (já decapitado) ou Elias (que o Antigo Testamento cita haver sido arrebatado ao céu num carro de fogo) não revela isso a crença natural, daquela gente, no renascimento?

Muitos mais poderiam dizer das outras partes do Novo Testamento e, também, do Velho Testamento para corroborar a declaração de Max Heindel, de que o renascimento era ensinado antes de Cristo e mesmo por Ele, em secreto, a seus Discípulos.

Outros pontos de ocultismo podem ser igualmente esquadrinhados pela mente inquiridora e lógica do estudante Rosacruz, mercê das chaves que se lhe dão.

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – 02/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Um vampiro é o mesmo que um lobisomem?

Resposta: Não, um vampiro é uma pessoa que absorve a vitalidade de outra pessoa, ao passo que aquele que era chamado de lobisomem, na época medieval, era o Corpo Vital de uma ordem inferior de magos negros. Ele dava uma forma ao Corpo Vital dele que inspirava horror e repulsão e, parcialmente o enchia com matéria densa para prejudicar a outras pessoas. As antigas histórias folclóricas diziam ser inútil golpeá-lo, pois os golpes não o feririam. Mas, se fosse ferido com uma faca ou outro instrumento pontiagudo, começaria a vomitar o sangue de suas vítimas, fugindo uivando para a casa dele, onde o mago negro, que se manifestara como um lobo, poderia ser encontrado com um ferimento no local exato em que havia sido ferido. Isso se deve a uma curiosa circunstância conhecida pelos ocultistas como repercussão, e os mesmos fenômenos podem ser observados quando os espíritos se materializam numa sessão dedicada a esse propósito. O Éter, no qual esses espíritos se materializam, foi retirado do Corpo Vital do médium, e se um pedaço for cortado da veste etérica de tal espírito, esse pedaço  estará faltando nas vestimentas do médium no final da sessão. Esse fato foi utilizado por investigadores céticos, ignorantes da lei de repercussão, para qualificar os médiuns como impostores quando, na verdade, eles eram perfeitamente honestos, embora incapazes de explicar as evidências aparentemente condenatórias.

(Pergunta nº 128 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Progredindo para entrarmos, de fato, na Era de Aquário

A Fraternidade Rosacruz foi encarregada pelos Irmãos Maiores para promulgar o Evangelho da Era de Aquário.

Muitos de nossos hábitos e costumes ainda estão sob a influência da Era de Peixes, a Era em que atualmente estamos. No entanto, já estamos na órbita de influência da Era de Aquário!

Devemos concentrar nossos esforços a fim de conquistar certas metas para a Era de Aquário. As principais são:

  1. Ser um Cristão ativo, definitivo e sem dúvidas;
  2. Focar na construção do Corpo-Alma;
  3. Desenvolver nossas capacidades de encontrarmos a Verdade por nós mesmos, tornando-nos confiantes e responsáveis;
  4. Aprender e se dedicar a ensinar aos demais por meio do raciocínio lógico, estimulando o pensamento por meio do método socrático;
  5. Respeitar e defender o direito e a liberdade dos demais;
  6. Manter, onde estiver, um sistema democrático de organização, informando a todos sobre todas as decisões;
  7. Manter discussões livres e abertas com enfoques nas ideias, e, não permitir que as argumentações se degenerem em ataques emocionais e pessoais;
  8. Compreender que a Verdade possui muitas facetas e cada um de nós conhece apenas uma delas;
  9. Ter sempre na nossa Mente – e praticar – que a paciência, a tolerância e a humildade devem ser os nossos guias nesse esforço de disseminar o Evangelho da Era de Aquário.

Publicado na Revsita Rays from the RoseCross de janeiro/1986 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz-Campinas-SP-Brasil

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia e os Evangelhos

Há muitos Estudantes Rosacruzes que ainda não vislumbraram a sublime analogia existente entre os ensinamentos da Astrologia Rosacruz fornecidos pela Fraternidade Rosacruz, a história nos Evangelhos e o Treinamento Esotérico que direcionará adequadamente as nossas forças no Corpo Denso, o qual, segundo a máxima oculta Hermética de “Como é em cima, assim é embaixo”, é um reflexo do ser humano Cósmico. Esse esquema é dado como alimento para o pensamento; há muitas relações não mencionadas que, não obstante, serão reveladas na meditação.

O primeiro grande caráter na históriado Evangelho é a Virgem Maria. É pura e imaculada, mas dá Nascimento ao Redentor. Na Astrologia celestial vemos o Signo de Virgem, a virgem, sempre pura e, não obstante, a “Mãe de todas as coisas criadas”. A Hierarquia Criadora (Elohim) relacionada com esse Signo Zodiacal é a dos Senhores da Sabedoria. O seu reflexo terrestre é a Terra, como produtora de sementes e cachos de uvas, que o ser humano, com o seu engenho, transforma em “pão e vinho”. O ser humano cria com o que Deus deu e pode instrumentalizar ou tornar essa criação mais eficiente, pelo uso do poder de Mercúrio, o “pensador”. Mercúrio, “o mensageiro de Deus”, rege a Mente Concreta; esse é o refletor entre o Espírito, a Alma e o Corpo. Mercúrio é o Regente de Virgem.

No microcosmo, reflexo do macrocosmo, Virgem rege a região abdominal. Virgem governa o baço, o qual é a porta de entrada da energia solar, que pela alquimia de Mercúrio é transformada no rosado fluído vital. Virgem, assim como as vísceras, é o alambique no qual o alimento, que tomamos, é transmutado dentro do Corpo Denso em células renovadas, a fim de que os nossos veículos não morram de inanição. A Terra Mãe provê a substância necessária.

Pois bem, o nascimento de Jesus aconteceu desta maneira: um Anjo (Gabriel) anuncia a Maria, que é uma virgem casada com José (Tekton), da casa de Davi: “Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo.[1]. Maria era clarividente e podia perceber o Ministério dos Anjos nas concepções.

“O pai de Jesus, José, era um Iniciado de elevado grau, que uma única vez na sua vida deixou o caminho do celibato. Em anteriores renascimentos tinha esgotado o tempo de ser pai de Família” (Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel). Somente um Mestre pode ser pai do Corpo de outro Mestre. José era um Iniciado e podia discernir o Mistério dos Anjos.

Jesus nasceu em Belém, quando José e Maria ali foram pagar os seus tributos. Belém (de Bethlem) significa “um lugar de pão” (Virgem). Mas, a hospedaria estava tão cheia e o nascimento teve lugar na “cova de Davi” que desde remotos anos tinha sido usada como estábulo. E “o menino foi colocado num presépio”.

Surpreende a muitos de nós que o nascimento do Redentor fosse rodeado de tal ambiente. Mas, devemos aprender que o simbolismo da história dos Evangelhos tem um significado para todos da educação esotérica.

Herodes, o mundano governante da Terra, procurou matar o pequeno porque lhe tinham dito que o menino seria maior do que ele e que governaria em seu lugar.

Os “três reis magos” advertiram José e Maria e esses levaram o menino e fugiram para o Egito. Quando Herodes morreu, voltaram à Terra e subiram a Jerusalém (a cidade da Paz). Ali Jesus ensinou no Templo e mais tarde expulsou dele os agiotas e aqueles que vendiam animais para os sacrifícios.

O grande capítulo da analogia evangélica que se segue refere-se ao grande trabalho, o “Caminho da Cruz”, aos trabalhos desde Jerusalém ao Gólgota, a Crucificação, Ressureição e Pentecostes.

Na Astrologia Rosacruz é-nos ensinado que há três grandes correntes de fogo espiritual simbolizado pelo Signo de Fogo de Áries (a cabeça, regente da triplicidade intelectual), de Leão (o coração; regente da Triplicidade Maternal) e de Sagitário (regente da Triplicidade Reprodutora). Estão relacionados com a Trindade de Deus, com as três grandes Hierarquias e com três centros espirituais do ser humano.

Áries significa o Fogo Intelectual, Leão, o Fogo Vital Funcional e Sagitário, o Fogo Reprodutor. Têm os seus grandes centros, respectivamente, na cabeça e no cérebro; no coração e no Plexo Celíaco; na região sacra e no órgãos sexuais. O grande trabalho da evolução é o de aumentar e equilibrar a ação dessas três grandes correntes de Fogo Espiritual Único.

Aprendemos que antes que o ser humano desenvolvesse o cérebro e a inteligência, os fogos reprodutores e funcionais eram mais poderosos e durante algum tempo tivemos duplo sexo, as fases positiva e negativa do fogo reprodutor aparente nas gerações. O grande trabalho de equilibrar esses três fogos mencionados não está ainda cumprido e é nos mistérios do Redentor, em que achamos escondida a indicação dos processos conducentes a esse objetivo. Esses processos estão relacionados com os grandes Mistérios Solares e com a Transmutação. Têm relação com o Mistério do Tabernáculo no Deserto. Esses processos estão indicados nos ensinamentos esotéricos de todas as Religiões, ali colocados para aqueles que “têm olhos para ver”.

Nos tempos atuais são os Mistérios desvendados e o ser humano é posto sobre a sua própria responsabilidade, como Deus do Templo. À humanidade é ensinada a natureza das suas forças e os efeitos do pensamento, da emoção e das ações sobre o seu Corpo Denso; seu ambiente e a sua evolução espiritual. Não há nada oculto que não possa ser revelado.

Quando compreendermos a Individualidade e a relacionarmos com esta lição, veremos como os frutos da transmutação são incorporados ao Ser Imortal, esse “Eu Sou” que foi antes de Abraão: o Espírito Humano.

O veículo Espírito Humano é o terceiro aspeto do Trino Espírito Virginal. Funciona na Região do Pensamento Abstrato, o “lar” do Espírito Humano e Ego.

O Espírito Humano atua na eterna realização de princípios e poderes abstratos, tendo acesso a toda a sabedoria acumulada durante as duas grandes partes desse Esquema de Evolução: a Involução e a Evolução, veículo do Tríplice Espírito e da Tríplice Alma.

Todas as ordens de inerências espirituais agem na região do Pensamento Abstrato. As Hierarquias Criadoras não têm pensamento concreto. O seu trabalho está em harmonia com uma perfeita unidade espiritual e cumprindo a Vontade de Deus. Elas não conhecem o mal. As ordens criadoras conscientes de si mesmas, como a humanidade, especializam-se como Egos e recolhem experiências das relações do bem e do mal.

Do ponto de vista do Evangelho, José representa o iluminado Ego. Doponto de vista astrológico, Mercúrio, desenvolvendo-se por meio dos poderes de Gêmeos, Libra e Aquário, simboliza José.

Esse é preparado para a Matrimônio Místico. Maria é unida a José pelo Sumo Sacerdote. O Sumo Sacerdote é o Espírito Humano. Esse é representado astrologicamente por Júpiter e Sagitário e a nona Casa astrológica.

Recorde-se que o Sumo Sacerdote oficiava no Santo dos Santos e via a Glória de Sekinah. Recebia instruções para o povo, da Gloriosa Trindade, na Arca da Aliança. Do ponto de vista esotérico, o Ego, consciente de si mesmo como Personalidade com um nome definido, demasiado identificado com o organismo, pode despertar na sua real dignidade pelo Espírito Humano. Isso pode alcançar-se guiando-nos pelos ditames superiores antes que pelas atrações externas. E dessa forma instruídos com essas asas emancipadoras, chegaremos a amar e apreciar Maria, que é o fruto espiritual da vida pessoal.

Desta união da “Cabeça com o Coração”, consumada pela inteligência abstrata, nasce dentro de nós o Redentor, enquanto trabalhamos na senda do dever. Jesus nasce enquanto José e Maria estão em Belém para “pagar tributo”. Mas, as pousadas estavam cheias e o nascimento ocorre num estábulo onde dormiam animais e Jesus foi colocado num presépio. Esotericamente, o poder unido da inteligência iluminada e do coração purificado pode alcançar o fogo sexual e transmutar parte dele pela região sacra (Sagitário). José e Maria pegam o Menino Jesus e fogem para o Egito (Sagitário, um país estrangeiro). Fogem para o Egito para escaparem da perseguição de Herodes, que procura o menino para matar. Herodes representa Marte, o desejo, o eu inferior, a paixão e todos os vícios.

Neste estado do nosso estudo esotérico, o nosso egoísmo luta contra o ameaçador triunfo do “Eu Superior”. O Sol, todavia, governa Leão, onde Cristo é Rei. Paralelamente Herodes governa em Jerusalém. Judas (Marte e Escorpião) trai Cristo “com um beijo” (Vênus e Touro). Paixão que delata o Amor, enquanto o Redentor (o Sol em Leão) chega ao seu próprio lugar.

Quando Herodes morreu e o seu país foi governado por outro, José e Maria voltam a Israel e vão a Jerusalém. Jesus é encontrado ensinando no Templo, donde mais tarde Ele expulsa os mercadores e todos aqueles que vendiam animais para o sacrifício.

Pela nossa lealdade à “Luz que está diante de nós” e o sagrado “Trabalho do Templo”, os Probacionistas e aqueles que se esforçam em ser Discípulos, estão ajudando a trazer Jesus do Egito a Jerusalém. Nessa analogia física e espiritual, o fogo reprodutor é, primeiramente, desviado do sexo (em alguma extensão) e centralizado na região sacra, além de vivificar o Plexo Celíaco. Esse, por sua vez, estimula a atividade harmoniosa das glândulas endócrinas das suprarrenais e do baço e o ritmo do sistema nervoso.

Paralelamente com esse trabalho, é subjugado o materialismo, abolida a alimentação carnívora (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins), assim como as paixões e o egoísmo. O ritmo amoroso do coração é mudado parcialmente desde a paixão egoísta do amor possessivo (Marte em Escorpião) até ao amor de Cristo (Sol em Leão). Jesus, em Jerusalém, afirma ser um Filho de Deus. Faz milagres provendo o que se necessita e curando os enfermos e doentes. Além disso, passa pelo “Caminho da Cruz” de Jerusalém ao Gólgota. Esforça-se por salvar “aos que estavam perdidos”, a consciência espiritual da multidão. “Ressuscita os mortos”, aqueles que acreditavam ser somente organismos físicos. Ajuda outros a chegarem a ser “Filhos de Deus”. “Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos[2], reprende os Seus Discípulos. Ele ensina e cura, expulsa os demônios e fala com o poder da Palavra.

Do ponto de vista esotérico, o Redentor depois de purificar o “Templo” (o Corpo Denso), mudada a natureza do sangue e depois de ter dominado a “natureza inferior”, cumpre o seu ministério em prol da humanidade. Ensinando, curando, liberando com o poder da verdade, o Discípulo serve o Mestre. Mas, Jesus pode ser conduzido perante Pilatos. E o Grande Uno é julgado por um inferior. Pilatos representa a Mente Concreta, com grande desenvolvimento de faculdades; síntese do mentalismo não iluminado, não subjugado pelo Espírito Humano nem pela Sabedoria do Coração.

O “Tribunal de Pilatos” é a cabeça, o cérebro, a Mente pessoal. Pilatos representa esse último inimigo da consciência espiritual, enquanto luta para se estabelecer dentro de si mesmo e manifestar a sua divindade. Pilatos representa o Ego forte em poderes pessoais, mas ainda não preparado para se entregar ao “Eu impessoal”, e reconhecer a Cristo.

Muitos filósofos e mestres bem conhecidos passaram por essa prova ou julgamento de suas obras. Grandes dirigentes nacionais chegaram ao zênite da glória, do poder mundano, mas tendo sempre na sua Mente martelando a interrogação interna: “o que é a Verdade?[3].

Devemos recordar aquelas palavras de Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim. Se me conheceis, também conhecereis a meu Pai[4]. Recordemos a acusação de um mestre a Napoleão: “E agora que alcançaste o máximo do poder mundano a quem és útil: a Napoleão ou a França?”. O Egoísmo provocou a sua ruína. Esse “Eu Sou” chamado Napoleão abandonou o “Eu Sou Impessoal”, que era “antes de Abraão”.

Muitos Mestres espirituais passaram por essa prova. Depois de anos dedicados ao trabalho, autossacrifício e desinteressado serviço, veem acusada ou desafiada a sua autoridade e em vez de permanecerem fiéis ao Doce Nazareno, rebelam-se defendendo o seu direito e razão, entrando num período de megalomania ou supremacia egoística, até que, novamente, encontram a Luz. Cristo Jesus foi fiel à definição do amor espiritual que demonstrou com a Sua obra na Sua morte serena sobre a cruz. Nós, como Cristãos, passamos pelo Caminho da Cruz percorrendo uma parte dele, até que o Pai nos recolha em seu seio para nos fazer descansar e preparar-nos para outro dia na Escola da Vida Terrestre.

Aprendamos novas lições no “grande laboratório alquimista” seguido de outro passo de transmutação, até alcançar a meta. Pequeno menino em Cristo: “Sê de bom ânimo e perfeita inclinação para que conheça quem te enviou e para que estejas aqui. Segue a Luz, Nosso Senhor, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Até que Cristo seja formado em ti, nós te ajudaremos”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Lc 1:30-32

[2] N.T.: Mt 8:22

[3] N.R.: Jo 18:38

[4] N.R.: Jo 14:6-7

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Efemérides Científica e Simplificada – Calculada para o Meio-dia (Noon) Greenwich – 2023

OBSERVAÇÕES:

1. Efemérides calculada para: Noon at Greenwich (Meio dia de Greenwich) – não há necessidade de qualquer ajuste ou fatores de correção para utilização na Astrologia Rosacruz

2. Repare que os valores da Longitude dos Astros são fornecidos com a precisão de centésimos de minutos, que, para o nosso caso, não é necessária tamanha precisão.

Assim, considere o arredondamento matemático:

– Até 4, arredonde para baixo

– Acima de 5, arredonde para cima

Exemplo: 25o10.5 = 25o11’

A mesma regra aplique para a Hora Sideral (Sideral Time – ST)

  • Exemplos:
  • 18:44:28.0 = 18:44:28
  • 18:44:24.6= 18:44:29
  • 18:52:21.1= 18:52:21

Efemérides Científica e Simplificada – Calculada para o Meio-dia (Noon) Greenwich – 2023 com as Declinações

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Princípio da Sublimidade e os papéis de Netuno e Urano nisso

E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinhas contigo antes que o mundo existisse.” (Jo 17:5).

O nosso mais elevado grau de realização é a nossa realização consciente da Paternidade de Deus em nosso interior. Essa meta elevadíssima glorifica a finalidade da nossa evolução.

Dos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz sabemos que somos um Tríplice Espírito que possuímos uma Mente para controlar um Tríplice Corpo. Deste Tríplice Corpo é extraído a Tríplice Alma que finalmente é absorvida pelo Tríplice Espírito. Contudo não são três Espíritos, três Almas ou três Corpos, mas somente um Espírito, uma Alma e um Corpo. Temos, então, o mistério dos três em um e de um em três – a Trindade na Unidade e a Unidade na Trindade. O Deus Uno é Trípliceem Sua Natureza: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. O Tríplice Espírito extrai a Tríplice Alma do Tríplice Corpo, embora em última análise, atue como uma unidade de: Espírito, Alma e Corpo.

Os termos Espírito e Deus são um tanto confusos, mas se neste caso nós usarmos a palavra “Espírito” como aspectos de um Deus Uno, talvez o assunto fique mais bem esclarecido; assim, o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano são, respectivamente: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, em manifestação em nós.

Na evolução humana nós usamos o poder do Espírito Humano para possibilitar, por meio dos Corpos, conquistar, reger e guiar, tanto quanto possível, as coisas do Mundo material. A força do Espírito de Vida é usada para extrair a Alma das coisas do Mundo material, enquanto o poder do Espírito Divino é utilizado para adquirir, da Alma das coisas, as realidades espirituais, já que Alma se torna o alimento para a evolução espiritual. É necessário que observemos que o nosso supremo desenvolvimento consiste na majestosa consecução da ativação do aspecto mais elevado de Deus em nós, o Espírito Divino, ou seja, a Paternidade de Deus.

Paternidade é aquele estado de ser dotado, por natureza, com os requisitos necessários para a responsabilidade de prover e cuidar da vida da família. É a forma diretora positiva agindo por meio do poder da vontade que forma, que modela a evolução. É o poder supremo que dá de si para que outros possam ganhar em substância e em Espírito. Aí reside a razão pela qual o Pai deu Seu Filho Unigênito para que, por seu intermédio, o mundo se salvasse.

Não existe maior função ou tarefa dada por Deus a nós do que a Paternidade, pois até o reinado, a presidência ou o governo de um indivíduo sobre os outros, qualquer que seja a sua forma, nada mais é do que o exercício dos Princípios da Paternidade. Essa característica de Paternidade está em todos nós, latente ou ativo, não importa, pois, segundo disse o Adorável Cristo: “Eu estou em meu Pai, e vós em mim e eu em vós.” (Jo 14:20) e o exercício da Paternidade nos traz a maior glória; mas com ela vem uma grande responsabilidade já que estamos sujeitos a usá-la incorretamente, o que nos acarretará muitas penas e sofrimentos.

O grau em que usaremos corretamente este princípio de autoridade depende, em grande extensão, da nossa compreensão e da nossa prática das características da Maternidade, pois “Ninguém vem ao Pai senão por Mim.” (Jo 14:6), conforme disse o Cristo. Devemos conhecer o amor da mãe pelo seu filho, o seu desejo de sustentá-lo e de nutri-lo, e conhecer a necessidade de compaixão, caridade e unidade, antes de podermos ser considerados sabiamente como a respeitada “cabeça do lar”. Lembremo-nos que fomos ensinados a oferecer nossas preces ao “Pai nosso que está nos céus” (Mt 6:9), pois somente Ele conhece nossas necessidades e as administrará de acordo com a Sua Exaltada Sabedoria.

Para melhor compreensão do Princípio da Sublimidade, voltemo-nos para a nossa querida ciência da Astrologia Rosacruz que nos leva mais próximo daquilo que queremos ser e fazer.

Deus-Pai, o Espírito Divino, vem a nós por meio dos raios do Planeta Netuno, se formos capazes de nos sintonizar com o seu grau vibratório excessivamente elevado. A fim de que o Espírito Divino possa extrair a Alma Consciente, que é o seu trabalho particular, é absolutamente necessário sensibilizar o Corpo Denso. Netuno é o Regente do Signo da Divindade, Peixes, o último dos doze Signos do Zodíaco, no qual nos voltamos das coisas materiais para as do Espírito, na nossa preparação para o Além.

Netuno, por assim dizer, impele o trabalho em nossas vidas onde Urano o faz parar e, assim, há uma grande semelhança entre esses dois Planetas. Seus símbolos são semelhantes, com a exceção de que no caso de Netuno, as duas Luas estão juntas sobre a cruz da matéria, enquanto no de Urano, elas são separadas pela cruz da matéria. Urano nos fornece o princípio da unidade que deveremos compreender antes de podermos desenvolver o Princípio da Sublimidade que Netuno nos proporciona.

Netuno, como Urano, é duplo – duas Luas opostas – e é basicamente um Planeta plástico, negativo, como é necessário para receber as mais refinadas forças. Diz-se que é uma combinação do polo negativo de Marte, por meio de Escorpião, e dos raios mensageiros do alado Mercúrio, por meio do seu Signo de Virgem. Assim, Netuno produz os segredos de Escorpião combinados com a pureza de Virgem. Tais são os requisitos para a manifestação do Princípio da Sublimidade.

O trabalho de Urano é transmutar o sexo em Alma; o de Netuno se relaciona com a absorção da Alma como alimento para a evolução do Espírito. Logo, Netuno impele onde Urano faz parar e dessa maneira nos conduz a maior glória.

As Luas opostas são os dois polos da Alma, positivo ou masculino e negativo ou feminino que devem ser mantidos juntos, como uma unidade, um todo completo, que Urano faz no plano físico e Netuno faz no plano espiritual, pois “assim como é em baixo, é em cima” e “assim como é em cima é em baixo”.

Portanto, não nos esquecemos de que embora esses Planetas, com seus poderes e suas características, pareçam separados, eles, na realidade, se interpenetram, e o contato com um deles traz consigo as qualidades do outro. Assim, enquanto estamos atravessando a Era de Peixes estamos, também, recebendo influências da Era de Aquário, e durante essa Era haverá alguma força de Capricórnio em manifestação.

Enquanto aprendemos a Religião ou Filosofia da Fraternidade Humana pelos Ensinamentos Cristãos estamos, ao mesmo tempo, aprendendo a Paternidade de Deus para uma data futura na nossa evolução. Não podemos avançar em uma, sem receber algo da outra.

Estamos começando a ver o valor e a necessidade da sequência natural das coisas e, por isso, atualmente, devemos considerar, em primeiro lugar, o princípio de Cristo, mas aos poucos que estão adiantados, a Paternidade de Deus e o desenvolvimento especial Espírito Divino os conduzirá para frente e para cima, à medida que eles respondam ao impulso de Netuno por meio do Princípio da Sublimidade, o Zênite da Glória.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1959 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Oração Científica

“Muitas vezes vi-me impelido e ajoelhar-me por uma poderosa convicção de que não tinha outra parte aonde ir. Minha própria sabedoria, e aquela de tudo o que está ao meu derredor parecia insignificante para o dia.” (Abrahão Lincoln).

A oração científica é um dos métodos poderosos de perceber a luz que recebemos no Caminho dos nossos esforços para conseguir iluminação. “Deus é Luz” e na medida em que nos voltamos para Ele, em oração, a Luz brilhará e iluminará nossa obscuridade espiritual.

Os líderes que são responsáveis pelo Esquema da Evolução para a Onda de Vida humana, ou seja, pela nossa evolução, desejando nos ajudar, “instituíram a oração como um meio de produzir pensamentos elevados e puros para refinar nosso Corpo Vital”. Todos podemos trabalhar e orar nos auxiliando na escala da evolução.

Para nossa oração diária cada um deveria ter certo lugar fixo, onde pudesse se sentar em posição cômoda, os músculos relaxados, em quietude. Não sendo possível, devemos exercitar para criar um lugar tranquilo em nossa Mente, “uma câmara superior”. Nesse templo interno pedimos a nosso Pai por nossa transformação e iluminação, até conseguirmos formar o luminoso Traje Dourado de Bodas (o nosso Corpo-Alma) de nossa reunião (re-ligare – Religião ao sentido legítimo) com Ele.

Todavia, todos aprendemos na Filosofia Rosacruz – e ademais, sentimos internamente – esta verdade: “a oração por si só, por mais fervente que seja, não converterá o pecador num santo, a menos que nossos atos, nossa vida toda, seja uma constante oração”. Só então é possível “transformar a lagarta rastejante numa borboleta linda que busca as alturas”. “Orar e Trabalhar” é a conjugação oculta. Nós, que nos encontramos misturados na materialidade do mundo, muitas vezes sentimos a necessidade de ficar sós, em oração. Desejaríamos até nos isolar, definitivamente, em prece. Contudo, é-nos assegurado que se executamos nosso trabalho conscientemente e “fazemos todas as coisas em nome do Senhor”, nossa existência será uma grande oração e finalmente escutaremos Sua voz: “Muito bem, servo bom e fiel. Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mt 25:23).

(Publicado na Revista Rosacruz – abril/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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