Arquivo anual 2024

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sais Celulares Vegetais e os Doze Signos do Zodíaco

Aprendemos na Filosofia Rosacruz que o nosso Corpo Denso é a habitação do “Deus interior” ou “Deus interno”, e se esse Deus deve estar bem “alimentado”; Ele deve ter uma habitação limpa e agradável.

Dentre os alimentos que nutrem o nosso Corpo Denso há doze sais celulares vegetais que são fundamentais para uma alimentação adequada (especialmente para quem é um Aspirante à vida superior).

E cada um dos doze sais celulares vegetais é regido por um Signo. A deficiência de um desses doze sais leva a um desequilíbrio da estrutura química do Corpo Denso, nas partes do Corpo regido pelo Signo. Afinal sabemos que um Astro com Aspecto adverso exerce diferentes efeitos sobre a saúde conforme o Signo em que esteja localizado, pois cada Signo governa algumas partes diferentes do nosso Corpo Denso e como cada Aspecto envolve dois Planetas, ou luminares, em Signos diferentes, exceção feita à Conjunção, o efeito de ambos os Astros deve ser considerado.

Leve-se em conta também que a 1ª Casa e a 6ª Casa são dois pontos vitais para a Astrodiagnose, pois a primeira Casa representa o Corpo Denso e a sexta Casa, a saúde.

Na figura abaixo temos uma Roda Astrológica Rosacruz fornecendo as informações resumidas:

-Os Signos e os Astros Regentes

-As partes do Corpo Denso regidos por cada Signo

-A Triplicidade a que cada Signo pertence (para estudos de harmonia e desarmonia)

-A Quadruplicidade a que cada Signo pertence (para estudos de círculo vicioso)

-O nome do sal vegetal que cada Signo rege.

Mais detalhes sobre os Sais Celulares, bem como uma lista de alimentos vegetais (legumes, frutas, verduras e afins) você tem acessando aqui.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Depois de Max Heindel, a Ordem Rosacruz, acaso, fez nova revelação ao Mundo?

Resposta: Há quatro Evangelhos escritos que se completam e nos oferecem tudo que precisamos aprender na primeira vinda de Cristo entre nós. Desses quatro, que compõem parte do Novo Testamento, três são chamados sinóticos (o Evangelho Segundo S. Mateus, o Evangelho Segundo S. Lucas e o Evangelho Segundo S. Marcos), porque são semelhantes, mas complementares. Depois que foram escritos, ninguém escreveu mais Evangelhos, porque não havia necessidade. Sabemos que os quatro Evangelhos são Fórmulas de Iniciações Cristãs, com chaves ocultas e muito simbolismo sob a roupagem da vida de Cristo-Jesus. A prova de que ainda não foram devidamente compreendidos é que nos dividimos em credos e seitas cada um explicando os Evangelhos a sua maneira. É compreensível e estava previsto pela evolução. Mas a Ciência, a Arte e a Religião passam por gradativa evolução, paralelamente ao descerrar da consciência humana, devendo atingir sua “re-UNIÃO” quando tivermos alcançado o Casamento Místico mencionado no Livro do Apocalipse. Só então havendo alcançado a unidade interna, veremos seu reflexo exteriormente na identidade com todas as coisas criadas, concebendo, então, fielmente, que tudo é “uno” e ao mesmo tempo Verdadeiro, Belo e Bom, respectivamente pela Ciência, Arte e Religião.

Mas, o que tem a ver isto com a Fraternidade Rosacruz?

Tem e muito. Constituímos o Cristianismo Esotérico ou Oculto – preconizado pela Fraternidade Rosacruz – e nosso fim, longe de somar mais uma facção no movimento Cristão, é justamente o de propiciar a quem quiser a oportunidade de alcançar essa unidade ou universalidade mencionada acima. Foi preparado, didaticamente transmitido na Região Química do Mundo Físico (onde vivemos enquanto estamos em mais uma vida terrestre) por meio de Max Heindel, o Mensageiro autorizado dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Eis a razão de ser da Fraternidade Rosacruz.

A Ordem Rosacruz já existia e trabalhava ocultamente desde sua fundação, no século XIII. A Fraternidade Rosacruz foi a oficialização dos ensinamentos elementares da Ordem Rosacruz par o Mundo Ocidental, no século XX, porque já havíamos atingido condições mentais para compreender mais profundamente o que S. Paulo chama de “Mistérios Cristãos”. Todavia ainda constituímos pequena e bem expressiva minoria. Ainda hoje, não é difícil perceber como a grande parte de nossa gente ainda prefere, negativamente, entregar a terceiros a salvação de suas almas, interessando-se pelo ocultismo apenas de forma curiosa, buscando “fenômenos”, “provas” e “manifestações”.

Agora nós é que perguntamos: “Estamos em condições de receber novas revelações públicas da Ordem Rosacruz, se tão pequena minoria ainda sequer atingiu a plena compreensão e vivência dos elementares princípios expostos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz“?

Individualmente podemos e recebemos ensinamentos mais elevados, conforme trilhamos o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Isso já é questão sabida por todos que conhecem um pouco da nossa Filosofia Rosacruz. Depois de certo ponto do desenvolvimento individual (pois a formação é estritamente individual) pode o Estudante Rosacruz receber algo mais. Como disse S. Paulo: “Às criancinhas espirituais damos leite e aos adultos, alimento mais sólido” (ICor 3:1-2). É logico. É uma máxima oculta de que: “quando o discípulo está preparado, o mestre aparece”!

Publicamente ainda temos de esperar bom tempo. A contribuição valiosa da Filosofia Rosacruz ao mundo tem a vigência de alguns séculos, segundo nosso entender.

Aconselhamos nossos perguntantes a estudarem mais a Filosofia Rosacruz para compreenderem isto. E depois compreenderão, também, que o argumento usado por certas “escolas de ocultismo”, algumas das quais se denominam também “rosacruzes”, de que estamos antiquados, saudosistas e vivemos de estudos ultrapassados, é muito inconsistente e ingênuo.

A lógica está ao dispor de todos os que estão em condições de usá-la.

A questão não é de arranjar novas roupagens, mas de aprofundar, assimilar e apropriar-se do conteúdo. Afinal: “A letra mata; o espírito vivifica” (ICor 3:6).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que Significa “Espaço” para a Filosofia Rosacruz? Qual é a sua constituição e sua finalidade?

Resposta: Segundo os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, neste período de materialismo, perdemos, lamentavelmente, a ideia de tudo o que se oculta por detrás da palavra “Espaço”. Habituamo-nos a falar do espaço vazio ou do grande vácuo de tal maneira a desconhecermos o significado real de tais palavras. Somos, desta maneira, incapazes de sentir a reverência que a ideia de Espaço e Caos deveria nos inspirar interiormente.

Para os Estudantes Rosacruzes “não há vácuo ou espaço vazio“. Espaço é Espírito em forma refinada ou sutil. O Espírito é dual em sua manifestação. Aquilo que observamos e conceituamos como sendo Forma, é a manifestação do polo negativo do Espírito, cristalizada e inerte. O polo positivo se expressa como Vida, transformando a Forma em ação. Ambas, porém, Vida e Forma foram emanadas do Espírito, Espaço, Caos!

Como aprendemos quando estudamos o livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz: “… O Espírito encontra-se em permanente atividade em um aspecto durante a Manifestação, e em outra durante o Caos” (…) “A Vida pode existir independentemente da Forma Concreta. Pode haver Formas imperceptíveis aos nossos limitados sentidos físicos e inclusive, não sujeitas a nenhuma das leis que vigoram no presente estado concreto de matéria” (…) “… A nebulosa ígnea (da Teoria Nebular) é Espírito… a atmosfera ao nosso redor, o espaço entre os mundos é Espírito e … há uma constante permuta: Forma dissolvendo-se em Espaço, e Espaço cristalizando-se em Forma”.

Caos” não é o estado daquilo que tendo existido no passado e se encontra, agora, totalmente desaparecido. Encontra-se, isto sim, ao nosso redor presentemente! Não constitui aquelas velhas formas que, tendo sobrevivido à sua utilidade, retornam, constantemente, ao Caos. Está sim continuamente dando origem a novas Formas, sem a que não haveria progresso, ou seja: o trabalho da evolução cessaria e a estagnação impediria toda possibilidade de desenvolvimento.

É axiomático: “quanto mais amiúde morremos, melhor nos vivemos”. Goethe, o poeta Iniciado escreveu:

“Quem não passou por isto,

Alguma vez, moribundo, retornando à origem

Sempre permanecerá miserável e pesaroso,

Nesta terra sombria”.

E São Paulo apóstolo afirmou: “Eu morro todos os dias”.

O Caos é a base de todo progresso. Nessa vida, durante esta fase, decorre de nossa existência quando do dia de Manifestação e vice-versa. A habilidade para progredir resulta da permanência temporária no Caos.

O intervalo entre os Períodos e Revoluções é, em realidade, muito mais importante para o avanço do Espírito do que a existência concreta, ainda que a última seja a base da anterior e, por conseguinte, possa ser dispensada.

A importância do intervalo (no Caos) é de natureza transcendental, pois durante aquele período de desenvolvimento os seres encontram-se estreitamente unidos e são realmente “UM”. Consequentemente, os menos desenvolvidos durante a manifestação estão em mais íntimo contato com os mais altamente evoluídos. Assim, adquirem experiência e se beneficiam com uma vibração mais elevada.

Quando a nossa consciência se enfocar mais na região das causas (nos Mundos espirituais), compreenderemos o significado da palavra “Espaço” no seu legítimo sentido.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz março/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quais os Astros ou Signos estão mais intimamente associados ao sentimento de consciência? A consciência é, naturalmente, a base da lei, da ética, da justiça, da virtude, etc.?

Resposta: Antes de mais nada, vamos conceituar o que o perguntante entende por “consciência”. A consciência aqui referida difere-se da Consciência de Vigília e/ou dos elementos que são passíveis de serem percebidos por uma pessoa (tomar conhecimento de). No presente artigo, o termo “consciência” se refere ao resultado das reações sentidas pelo Ego sobre as experiências de uma vida, normalmente, produzida durante a estada no Purgatório e Primeiro Céu. Sabe-se que o Exercício Esotérico Rosacruz noturno de Retrospecção, quando realizado adequadamente, também permite a formação desta consciência moral.  

De acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, quando o Espírito sai da vida física por ocasião da morte, ele vê diante de si, o Panorama de sua Vida passada, em ordem inversa. Nessa ocasião, os quadros que compõem a história de sua vida são gravados nos veículos mais sutis que o Ego leva consigo para os Mundos invisíveis. A reação aos quadros em que o Espírito fez algum mau ato constitui sua experiência de purgação. Essa purgação extirpa desses quadros do Panorama da Vida, mas deixa um “aroma” – que nós chamamos consciência – para prevenir ao Espírito, em sua vida seguinte, de não fazer as coisas que anteriormente lhe causaram sofrimentos de purgação.

O escrúpulo é a qualidade positiva da consciência negativa. A consciência nos previne de não fazer aquilo que é errado; o escrúpulo nos incita a fazer aquilo que é correto.

Mitologicamente, Saturno é o ceifeiro com a foice e a ampulheta. O “anjo da morte”, que nos tira da vida terrestre para uma existência de purgação onde colhemos o que semeamos. Neste sentido, portanto, Saturno está na base da consciência.

Ele nos admoestará sempre, dizendo “não, não, não”, e se ouvimos sua voz no passado e o temos atualmente numa boa posição em relação aos outros Astros (Planetas, Sol e Lua), especialmente Júpiter, o Planeta da lei, da ordem e da ética, e também o Sol, que nos fornece nossos ideais mais elevados; seremos, então, homens e mulheres realmente conscientes, e sempre executaremos nossa tarefa na vida, não importa quão árdua ela seja e quanta perseverança e persistência seja necessária, ou quanto autossacrifício seja exigido.

A consciência, portanto, não é produto de um só Astro, mas é necessária a combinação das virtudes mais elevadas envolvendo vários Astros para originá-la em sua expressão mais nobre e sublime.

Naturalmente há muitas pessoas que são conscientes devido à influência de outros Astros, mas a fase mais elevada exige a cooperação do Sol, de Júpiter e Saturno.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1964 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Deveres de um Aspirante à Vida Superior

Estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz que “em nosso presente estágio de desenvolvimento, os Sentimentos gêmeos Interesse e Indiferença – que trabalham na quarta Região do Mundo do Desejo – proporcionam o incentivo para a ação e são as molas que movem o mundo. Em estágio ulterior de desenvolvimento esses Sentimentos deixarão de ter importância. Então, o fator determinante será o dever”. A tarefa mais importante enfrentada por todo Estudante Rosacruz é a execução consciente de seus deveres, sejam eles quais forem e onde quer que estejam. Antes que possamos ter responsabilidades espirituais maiores no nosso crescimento precisamos provar o nosso valor no cumprimento consciente do nosso dever aqui na Terra.

De uma forma geral, o nosso dever é aquele que está mais próximo de nós e não o que está distante. E nem buscar formas astronômicas de realizar o trabalho que pode ficar apenas na ilusão e se perder no caminho. Lembremos do que disse Goethe: “O dever é a exigência do momento!”. Precisamos desenvolver nossa observação para saber que o dever assume muitas formas e devemos ser capazes de determinar a prioridade adequada de cada uma delas.

O nosso dever para com nossas famílias é o mais urgente de todos. A responsabilidade de cuidar dos nossos filhos pequenos e dos nossos familiares idosos e doentes é óbvia. Apoio moral a um marido ou uma esposa que esteja passando por uma crise pessoal; a manutenção de um ambiente familiar harmonioso e amoroso; paciência com os adolescentes “rebeldes”, compreendendo-os e orientando-os; preparando refeições saudáveis ​​com uma atitude alegre e amorosa. Procuremos fazer o nosso melhor, seja no trabalho ou com vizinhos, conhecidos ou estranhos que possam precisar de nossa ajuda. Não esquecendo da nossa responsabilidade e dever para com os Reinos de Vida animal, vegetal e mineral.

Por outro lado, há também o dever para com nós mesmos. Temos um dever para com a vida superior que não podemos esquecer, portanto, quando as nossas tarefas mundanas estiverem temporariamente concluídas e pudermos, com tranquilidade nos afastarmos delas por um tempo, devemos direcionar nossos pensamentos para os assuntos espirituais, para o Divino. Max Heindel nos lembra com a seguinte frase: “pratiquemos o hábito de direcionar os nossos pensamentos para Deus, enquanto estivermos nos momentos de folga. Se praticarmos isso fielmente, nos encontraremos muito mais avançados no caminho do crescimento anímico” (Carta nº 86 : Deus – A Fonte e a Meta da Existência do Livro Carta aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).

Todo este autossacrifício que empregamos nestas tarefas diárias deve ter uma conotação de execução voluntária e alegre dos nossos deveres. Veja que a quantidade de empatia e amor, que só pode ser expressa através da doação, e que levamos quando realizamos nossas tarefas, é que determinará o grau de sucesso e de extensão do nosso progresso espiritual.

‘O verdadeiro Aspirante à vida superior, que é um Estudante Rosacruz, ativo é autêntico, simples, humilde, e tudo refere a Deus dentro de si; é o que ocupa o último lugar e o que busca mais servir, sem pretensões ulteriores’.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Mensagem aos que Relutam em Servir

A diretriz básica de todo Centro Rosacruz ou Grupo de Estudo Rosacruz da Fraternidade Rosacruz é: “Os nossos serviços se destinam a DAR e não a receber: a ajudar os outros através do poder espiritual. É claro que quem dá dessa maneira, também recebe. No entanto, a ideia principal deverá sempre ser a de servir, ao nível espiritual. Este é o princípio básico do Trabalho da Fraternidade Rosacruz e constitui uma das razões mais importantes para participarmos desses serviços, tanto nos Centros Rosacruzes como Grupos de Estudo Rosacruz.”

“Servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao nosso irmão e a nossa irmã que estão do nosso lado é o desejo mais premente e elevado que se apresenta à consciência de um Estudante Rosacruz ativo e sincero, quando participa de um serviço ou medita a sós. A Luz e o Poder Espirituais irradiados de Mount Ecclesia e dos Centros Rosacruzes refletem a aspiração e as preces (que é uma concentração imbuída da força do amor) de todos os colaboradores nesses trabalhos.”.

Do acima exposto depreende-se que o grande objetivo da Escola – sim uma Escola e não uma Religião! – Fraternidade Rosacruz é ajudar a Humanidade em seus passos nesse Esquema de Evolução. O método de desenvolvimento preconizado pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz conduz o Aspirante à vida superior, com toda segurança e à realização espiritual, ao reconhecimento e a vivência de sua própria divindade.

Sendo assim, somente aqueles homens e mulheres predispostos internamente a dar e não a receber, sintonizam-se harmoniosamente com a corrente espiritual da Fraternidade Rosacruz. Sabemos quão difícil é proceder dessa maneira, ainda mais na época em que vivemos. Entretanto, só há essa via de acesso ao portal da Iniciação na Ordem Rosacruz.

Muitos são os chamados, mas poucos dos escolhidos.” (Mt 22:14). Estas palavras de Cristo servem também “como uma luva” para os Estudantes Rosacruzes. Muitas pessoas, representando todas as camadas sociais e culturais da sociedade, já tiveram algum contato com os Ensinamentos Rosacruzes, tais como preconizados pela Fraternidade Rosacruz; alguns até se inscrevendo no Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, o primeiro nível como Estudante Preliminar no trilhar do Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Nesse sentido, vira e mexe surgem algumas perguntas bem curiosas: Por que alguns nem sequer chegam a quinta lição desse facílimo Curso? Outros, por que desistem, estando já bem adiantados no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz?

Isso intriga muita gente. Contudo, é possível encontrar uma ou várias das razões pelas quais isso ocorre. Se uma pessoa ingressa na Escola Fraternidade Rosacruz com intuito exclusivo de resolver seus problemas, ou seja, de receber apenas, por certo, com o passar do tempo deverá revisar sua atitude, passando também a dar. Se tal não ocorrer, encontrará dificuldades em prosseguir, porque não está devidamente harmonizado com a dinâmica da Grande Obra da Fraternidade Rosacruz. O próprio Aspirante à vida superior acabará por se excluir da Escola Fraternidade Rosacruz.

É certo que todos, ou quase todos, trazem suas cargas de problemas, carências ou limitações. São frutos de erros passados. Mas sempre é tempo de corrigir antigos desvios, de iniciar uma reforma interior.

Também é certo que essas dificuldades absorvem grande parte do tempo e dos esforços do Estudante Rosacruz, sendo justo procurar resolvê-las. Tenhamos sempre conosco, entretanto, que a realização espiritual implica, primeiramente, no sacrifício de interesses pessoais no Altar do Serviço. É condição sine qua non, pois é necessário grande desprendimento para trabalhar em prol de um ideal superior.

É conveniente esclarecer: essa atitude de abnegação não significa o abandono das obrigações familiares e profissionais. Pelo contrário, exige maior zelo no cumprimento de todos os deveres (afinal, nós mesmos os escolhemos lá no Terceiro Céu, na nossa última preparação para essa mais uma vida aqui!). Mas, e as horas que sobram, muitas vezes desperdiçadas em entretenimentos e conversas inúteis? Por que não as aproveitar, por escassas que sejam, em servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao nosso irmão e a nossa irmã que estão do nosso lado?

Muitas pessoas afirmam não terem condição de ajudar a outrem, porquanto se veem as voltas com problemas insolúveis. Será verdade? Tomamos a liberdade de sugerir a você – se você está nesta condição – o seguinte:

  1. Façam um esforço no sentido de esquecer parte de suas dificuldades, pelo menos temporariamente;
  2. Preencham o tempo anteriormente despendido com algumas de suas preocupações, com a ocupação de se interessar pelos problemas alheios;
  3. Procurem servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao nosso irmão e a nossa irmã que estão do nosso lado, no que for possível (sem a pretensão de milagres) com humildade e desinteresse, sem ferir o livre arbítrio de ninguém.

Passado algum tempo você acabará sentindo uma indescritível paz interior, uma satisfação íntima capaz de lhe infundi mais coragem e decisão diante dos desafios. E, ficará surpreso quando notarem que seus problemas, aqueles que o atormentavam e amarguravam, foram solucionados naturalmente!

Todo esforço empregado em benefício do semelhante, será ressarcido ao seu devido tempo pela Lei do Dar e Receber. Todavia, nem cogite em se esforçar na caridade com intuito de retribuição. Se o fizer, automaticamente se excluirá.

A Fraternidade Rosacruz e uma obra de Amor. É uma Associação de Serviço, ao nível espiritual. Ninguém se iluda julgando ser passível atingir a meta apenas pela aquisição de conhecimento. Este é apenas o passo inicial. O Estudante Rosacruz ativo há que se exercitar no amor, pelo serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao nosso irmão e a nossa irmã que estão do nosso lado. Não há outra via de progresso espiritual pelo Método Rosacruz, como preconizado pela Fraternidade Rosacruz.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1979 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Na Sexta Época, a Nova Galileia, os atrasados humanos, que não tiverem desenvolvido o Corpo-Alma à altura da segunda chegada, também serão etéricos, possuindo apenas os dois Éteres inferiores?

Resposta: Não cremos que as pessoas que não tenham desenvolvido um Corpo-Alma lhes seja permitido permanecer na Terra chegando a Sexta Época. Parece-nos ter sido deixado bastante claro nos Ensinamentos Rosacruzes que o Corpo-Alma, o Traje Dourado de Bodas, será essencial para as pessoas poderem viver na Nova Galileia. Extraímos do livro “Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” uma informação bem pertinente sobre o assunto:

“Em nossa literatura aprendemos que quatro grandes Épocas de desenvolvimento gradual precederam a atual ordem das coisas; que a densidade da Terra, suas condições atmosféricas e as Leis da Natureza que prevaleciam numa Época eram tão diferentes das de outras Épocas, como a correspondente constituição fisiológica da Humanidade em uma Época era bem diferente das de outras Épocas”.

“A carne e o sangue teriam se atrofiado e se enrugado, especialmente pela perda de umidade, no calor intenso daqueles dias e, embora adaptados às condições presentes, S. Paulo nos diz que “eles ‘não podem herdar o Reino de Deus’ (ICor 15:50). É evidente, portanto, que antes que uma nova ordem de coisas possa ser inaugurada, a constituição fisiológica da Humanidade precisa ser radicalmente alterada, isto sem mencionar a atitude espiritual. Serão necessários milhões de anos para regenerar toda a Onda de Vida humana e torná-la apta a viver em corpos etéricos (Corpos Vitais)”.

“Por outro lado, nem mesmo um novo ambiente surge de um momento para o outro, mas a terra e os povos vêm evoluindo juntos, desde os menores e mais primitivos primórdios. Quando a neblina da Atlântida começou a assentar, alguns dos nossos antepassados já haviam desenvolvido pulmões embrionários, e foram compelidos a subir para as montanhas muito antes de seus pares ou companheiros. Eles vagaram pelo ‘deserto’ enquanto a ‘Terra Prometida’ estava emergindo das névoas mais tênues e, ao mesmo tempo, seus pulmões em crescimento estavam os preparando e os ajustando para viverem sob as condições atmosféricas atuais.”.

“Mais duas Raças nasceram nas bacias da Terra, antes que uma sucessão de inundações os forçasse a ir para as montanhas; a última inundação aconteceu no momento quando o Sol entrou no Signo aquoso de Câncer, há cerca de dez mil anos atrás, como disseram os sacerdotes egípcios a Platão. Como vimos, não há uma mudança súbita no organismo humano ou no meio-ambiente para toda a Onda de Vida humana, quando uma nova Época é introduzida, mas uma sobreposição de condições que tornam isso possível para a maioria dos seres da Onda de Vida humana, por meio de um ajustamento gradual para entrar na nova condição, embora a mudança possa parecer súbita ao indivíduo que fez toda a mudança preparatória inconscientemente.”.

No livreto “A Interpretação Mística do Natal – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” podemos estudar: “E tal como os Atlantes, cujos pulmões não estavam desenvolvidos e sucumbiram na inundação, assim também a nova Era encontrará alguns sem o ‘Manto Nupcial’ e, portanto, incapacitados para entrar nela, até que se qualifiquem num período posterior.”.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz novembro-dezembro/1988 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Questão da Nossa Individualidade e Personalidade

A Filosofia Rosacruz nos ensina que quando estudamos a Bíblia podemos também ler o Primeiro Mandamento (que encabeça os Dez Mandamentos) da seguinte forma: “Não terás outros deuses (Personalidade) além do “Eu superior” (Individualidade)”.

A Personalidade – também conhecida como “Eu inferior” – é o conjunto composto do nosso Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e, devido à contaminação pelos desejos, sentimentos e pelas emoções inferiores, uma parte do nosso veículo Mente, que podemos chamar de “Mente inferior” ou “Mente concreta”.

Aqui está a raiz de todo nosso sofrimento e de todas as nossas dores, quando estamos renascidos aqui em mais uma vida terrestre: a nossa identificação com a Personalidade e, com isso, o ignorante modo de conduzir nossas faculdades.

Ativamos muito mais a nossa Personalidade, respondendo mais ao nosso Corpo de Desejos, o que nos faz agir pelo nosso próprio interesse, na grande maioria das vezes, ou seja: caminhamos muito, mas muito mais, pelo próprio interesse do que pelo dever.

Nós construímos a nossa Personalidade toda vez que renascemos nesse Mundo Físico. É ela que, por exemplo, nos faz “amar para sermos amados”, nos “faz amar quando somos amados”. É por ela que buscamos “a retribuição no amor”. É ela que nos impede de entender que “o amor é a própria recompensa”, pois distorce o conceito do que é “amor”, como Cristo nos ensinou. Ela não quer nem saber que “o dar gera o receber”; que “o dar não depende do receber” para viver no amor.

Todas as distorções dos nossos sentimentos, desejos e das nossas emoções, tais como: crueldade, opressão, injustiça, astúcia, raiva, ódio, ciúmes, inveja, cobiça e afins têm suas raízes no egoísmo, que é a expressão da Personalidade.

Os sentimentos, desejos e as emoções de posse exclusiva, a luta pelo interesse próprio sem levar em consideração os demais, os preconceitos, são frutos de uma vida vivida a base do próprio interesse, a base de respostas ao Corpo de Desejos, onde o que importa é o nosso bem-estar a qualquer custo. Frases como “mas todo mundo faz assim”…“se eu não fizer, outro fará e levará a vantagem”… “fiz para poder cuidar do meu filho, minha filha, meu pai, minha mãe, meu/minha…” … “é apenas uma mentirinha que não fará mal a ninguém” e outras afins demonstraram o viver pela Personalidade, como ou se só existisse ela, ou se ela fosse eterna, imutável e suficiente!

Se vivemos e agimos assim, já esquecemos que a Individualidade – também conhecida como “Eu superior”, que é o conjunto: do Espírito Humano, Espírito de Vida e Espírito Divino – é que nos impulsiona para viver uma vida de “reto pensar, reto sentir, reto agir”.

Ou seja: é por meio dela que conseguimos vivenciar aqui o correto modo de amar, honrar e obedecer às Leis de Deus. Por meio da nossa Individualidade experimentamos o mesmo amar, o mesmo honrar e o mesmos obedecer à divina essência oculta (que é a base da Fraternidade) em cada irmão e em cada irmã, cujos defeitos devemos esquecer – afinal também temos os nossos, senão não estaríamos renascidos mais uma vez aqui!

Uma das metas como Estudante Rosacruz ativo é tornar a nossa Personalidade passiva, serva da nossa Individualidade.

O “Eu inferior” – a Personalidade – deve comprometer a amar, honrar e obedecer ao “Eu superior” – a individualidade.

Se usarmos todos os valores externos e internos como meios evolutivos provisórios, a serviço do “Eu superior”, tornamos impossível qualquer interferência negativa em nossa harmonia básica aqui e agora mesmo.

Daqui vemos que a chave da nossa libertação está no conhecimento aplicado na vivência de que não existe nenhuma outra presença ou poder além da consciência universal que se expressa individualmente como consciência individual, ou seja: que se expressa pela nossa Individualidade.

Assim, se só existe um poder que é o poder de Deus, então temer o que? Afinal, como disse S. Paulo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós.” (Rm 8:31)?

Assim, se só existe um poder que é o poder de Deus, então odiar por quê? Quem odeia é a Personalidade e não o “Eu superior”, a Individualidade.

Difícil praticar isso? Sim, difícil, mas não impossível. Veja aqui o que S. Paulo mesmo nos ensina: “Sabemos que a Lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido como escravo ao pecado. Realmente não consigo entender o que faço; pois não pratico o que quero, mas faço o que detesto. Ora, se faço o que não quero, eu reconheço que a Lei é boa. Na realidade, não sou mais eu que pratico a ação, mas o pecado que habita em mim. Eu sei que o bem não mora em mim, isto é, na minha carne. Pois o querer o bem está ao meu alcance, não, porém o praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero. Ora, se eu faço o que não quero, já não sou eu que estou agindo, e sim o pecado que habita em mim. Verifico, pois, esta lei: quando eu quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Eu me comprazo na lei de Deus segundo o homem interior; mas percebo outra lei em meus membros, que peleja contra a lei da minha razão e que me acorrenta à lei do pecado que existe em meus membros. Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte? Graças sejam dadas a Deus, por Jesus Cristo Senhor nosso. Assim, pois, sou eu mesmo que pela razão sirvo à lei de Deus e pela carne à lei do pecado.” (Rm 7:14-25).

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Exemplo do Pequeno Zaqueu

Vivemos, atualmente, uma fase de intensos conflitos. Em todos os campos de atividade nota-se o aparecimento ou o recrudescimento de crises. Embora a ciência acadêmica tenha alcançado um grande estágio de desenvolvimento, muitos problemas aí estão a desafiá-la, como se nada lhes pudesse fazer frente. De um modo geral, ela tem logrado combater apenas os efeitos, na maior parte dos casos, mostrando-se impotente para eliminar ou até mesmo detectar as causas. Poucas foram as soluções definitivas encontradas até hoje.

Nos meios intelectuais, encontramos homens e mulheres brilhantes, eruditos, dotados de um nível de inteligência notáveis. Poucos, entretanto, alcançaram essa grande verdade: as origens dos problemas que enfrentamos se encontram sempre em nosso interior, no mais recôndito do nosso ser!

Projetamos aquilo que somos intimamente. Nossos medos, nossas frustrações, neuroses, preocupações (pré-ocupações) e muitos outros desses tipos de desejos, emoções e sentimentos formam o quadro geral que conhecemos.

Lamentavelmente, muitas pessoas sofrem as pressões do meio em que vivem. Como as sociedades modernas são hedonistas, competitivas e materialistas, compelem seus membros a agirem dessa forma. Caso contrário, ficarão deslocados, marginalizados.

É comum depararmos com jovens idealistas e desinteressados cursando universidades, onde acalentam sonhos de construir um mundo melhor. E com tristeza verificamos que a maioria acaba, na vida profissional, abandonando suas puras aspirações. Deixam-se influenciar pela falsa necessidade de adquirir “status”, prestígio, poder consumista, ao invés de servirem altruisticamente aos seus semelhantes.

É bom frisar, todavia, que esse processo diabólico tem suas raízes nos primeiros anos de vida quando, no lar, o ser humano cresce carente de bons exemplos. O ser humano “moderno” recebe uma educação distorcida, quando a recebe. Talvez nem mereça o nome de “educação”, mas sim “deseducação”.

Muitos de nós somos condicionados, desde tenra idade, a procurar “vencer na vida”, indiferentes aos meios conducentes a essa situação. Na vida adulta isso se torna uma obsessão e fator capaz de gerar muito sofrimento.

As escolas e as igrejas têm obtido pouquíssimo êxito no mister de formar caracteres equilibrados. Aquelas primam por oferecer aos jovens uma orientação materialista e superficial. As instituições religiosas, por seu lado, embora cumprindo uma missão moralizante, falham quando impõem uma visão sectarista e limitada a seus membros.

Todo esse processo acaba por rebaixar e escravizar o ser humano, tornando-o presa fácil da natureza inferior. Embota-lhe a Mente, animaliza seus sentimentos, desejos e suas emoções, reduz-lhe a sensibilidade para com as verdades espirituais (que são as reais, as eternas, as fundamentais).

Como, então, despertar-lhe a consciência para as realidades espirituais?

Lembramos sempre que a Fraternidade Rosacruz oferece a todos um programa de regeneração e libertação. Inspirada na mais pura moral Cristã Esotérica, procura nos tornar melhor em todos os sentidos. Essa educação integral, equilibrada, ampla, consubstancia-se no lema: “Um Coração nobre, uma Mente pura, um Corpo são”. Essa é a meta de todos os Estudantes Rosacruzes ativos e sinceros.

Não se pense, porém, que ideal tão elevado possa ser atingido apenas pela aquisição de conhecimento. Requer-se, sobretudo, uma autodisciplina vigorosa, séria, sem concessões à natureza inferior. Não é tarefa fácil nem agradável. Sacrifício, renúncia e, às vezes, radicais transformações, não fazem o gênero da maioria. Poucos ainda se dão ao trabalho de uma destemida autocrítica, para em seguida iniciarem um denodado esforço de auto-regeneração.

O “homem-velho” deve dar lugar ao “homem-novo” (Ef 4:22-24) em novidade de Espírito. “Não se podem colocar vinho novo em odres velhos, … nem remendo novo em pano velho” (Mt 9:16-17). Cada um, sincera e corajosamente, deve libertar-se de suas falhas procurando a expressão do Cristo em si mesmo. Este ato de decisão e vontade encontra, nos Evangelhos, seu grande exemplo na figura de Zaqueu.

O pequeno Zaqueu elevou-se acima do comum dos “homens”, quando subiu no sicômoro para ver o Cristo. Assim, o Estudante Rosacruz ativo deve se elevar em dignidade e retidão para merecer, do Cristo Interno, aquele convite maravilhoso: “Desce depressa Zaqueu. Está noite irei cear contigo” (Lc 19:2-5).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1980 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Importância da Conquista de Si Mesmo para a sua Vida

Nos nossos estudos de Filosofia Rosacruz aprendemos que “o domínio próprio desenvolve o valor, atrai bons amigos, causa excelente impressão nos demais, abre as portas a uma posição melhor e proporciona profundas e duradouras satisfações”.

Aprendemos, também que renascemos aqui, na Região Química do Mundo Físico, somente para adquirir experiência, conquistar essa Região, se sobrepor ao “Eu inferior” e alcançar o domínio próprio. São só esses os nossos objetivos. Qualquer coisa diferente disso, é ilusão, é  tentação e, com certeza, é fracasso nesse mais um renascimento aqui!

Antes de se lançar na conquista da vida você deve conquistar a si mesmo, porque o que a si mesmo não se governa, é-lhe impossível governar bem aos outros. Todo aquele que deseja dirigir os outros, aprenda antes a dirigir-se a si mesmo e a dominar seus impulsos, desejos, sentimentos, suas emoções e paixões.

Pode ser que você diga: “Sou assim mesmo, não posso evitar, não posso me dominar; o meu temperamento é mais forte do que eu”. Mas, observe bem: se o domador, na presença da fera que ruge, arrazoasse da mesma maneira, por certo que não se sairia bem. Mas não tema a sorte dele: ele não arrazoa assim, porém, armado com algo que faça algum barulho diferente daquele que a fera conhece, com esperteza e comguloseimas, consegue dominar a fera. Se o ser humano tem conseguido dominar as feras, não poderá subjugar sua própria natureza?

Sim, qualquer um pode e deve aprender a arte de modificar seu temperamento, herdado ou adquirido, e dobrar suas inclinações mórbidas a vontade soberana.

Aprendemos que um dos “resultados” da nossa estada no Purgatório e que é aplicado nessa vida é que a tendência a repetir o mal das vidas passadas subsiste, no entanto, podemos aprender a agir com retidão, conscientemente, e por vontade própria. Afinal, estas tendências nos tentam certamente, mas é aqui que temos as oportunidades de autodomínio e de inclinação para a virtude e a compaixão, o que nos ajuda a nos opor à crueldade e ao vício. Ou seja, o domínio próprio passa por indicar a ação reta e nos ajudar a resistir às ciladas e ardis da tentação, onde temos o sentimento resultante da purificação dos maus hábitos e da expiação dos maus atos das vidas passadas. E aqui está um dos testes se estamos conseguindo dominar a nós mesmos, pois se ouvimos e atendemos a voz da tentação e evitamos o mal que nos incita, a tentação cessa. Então nos libertamos dela para sempre. Se caímos na tentação, experimentamos um sofrimento mais agudo do que o anterior, porque o destino do transgressor é muito duro. E entendemos que nesse assunto, nesse ponto, ainda nos falta o domínio próprio.

Assim: “Vença-se a si mesmo”! O verdadeiro governo de si mesmo conta com duas partes: a positiva ou impulso e a negativa ou domínio, que mutuamente se completam. Impulsione sua natureza indolente a fazer com denodo o seu dever e prenda sua natureza vulcânica, evitando com energia o que não deve fazer.

Na subida faz falta uma vontade que empurre; na descida, uma vontade que segure. Há necessidade de empregar o poder do arranque e da sujeição, segundo convenha empregar o motor ou os freios. Devem-se empregar sentimentos, desejos e emoções superiores poderosos e, às vezes, exercer um forte domínio sobre esses.

Poucas são as pessoas que possuem tal domínio próprio. É penoso comprovar-se diariamente este fato, sobretudo achando-se este poder ao alcance de qualquer pessoa normal. Por que não o adquire? Se conseguir, porá a sua disposição uma força maravilhosa.

O domínio próprio “lubrifica” todo a Sistema Nervoso, desenvolve o valor, atrai bons relacionamentos humanos, causa excelente impressão nos demais, abre as portas a uma posição melhor e proporciona profundas e duradouras satisfações.

O domínio de si mesmo é a maior conquista que você pode conseguir. Somente possui a verdadeira grandeza quem possui o domínio de si mesmo. O domínio próprio fará de você um ser superior.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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