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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Chaves do Reino dos Céus

Para bem compreender o procedimento de Cristo-Jesus, dando a Pedro as chaves do Reino dos Céus (Mt 16:17-19)[1], primeiramente torna-se necessário ter uma ideia lógica do significado do termo “Reino dos Céus”. Em vez de admitir o Céu como um lugar para o qual iremos para eterno descanso, depois de termos perdido a nossa “capa mortal”, atentemos para as Escrituras e consideremo-lo como um estado de consciência. “O Reino dos Céus está dentro de vós[2], nos é ensinado, daí porque devemos admitir a expressão literalmente e aplicá-la cientificamente em nossas vidas diárias, a fim de que possamos desenvolver o poder espiritual interno que nos fornece a possibilidade de contato e de funcionamento nos Mundos superiores.

Existem sete Mundos. Para penetrar e funcionar neles, conscientemente, devemos possuir as “chaves espirituais” correspondentes a cada um. São as “chaves” a que Cristo-Jesus se referia e que, por sua vez, Max Heindel nos ensina como sendo realmente as “chaves musicais” ou fórmulas mágicas adotadas na Ordem Rosacruz. Na Ordem Rosacruz há palavras-chaves formuladas para cada grau diferente entre si, de forma que todo aquele que não tiver a chave é incapaz de tonalizar-se, ficando impedido, por assim dizer, por uma parede invisível, de penetrar no Templo da Ordem Rosacruz.

Nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo há uma vibração diferente, muito mais baixa do que as outras Regiões dos outros Mundos suprafísicos. É o que constitui o que popularmente se chama de “inferno”. As vibrações que nas Regiões superiores do Mundo do Desejo e na Região do Pensamento Concreto são mais elevadas e para se trabalhar nelas há que ter a “chave”. Essa gama de vibração difere do tom dos estados de matéria que se encontram no interior da Terra, isto é, em cada um dos nove Estratos da Terra, subterrâneos. Portanto, cada uma dessas divisões dos Mundo invisíveis tem a sua nota-chave ou palavra-chave, que gradualmente é revelada aos Iniciados, na medida em que progridem no caminho do Adeptado. A S. Pedro foi dada uma ou mais notas-chaves desses vários Reinos, bem como a outros, por Cristo, que, nesse caso, foi o Iniciador. Atualmente, as mesmas “chaves” são fornecidas aos seguidores de Cristo, dignos de conhecer os mistérios para assim servirem a seus semelhantes numa maior esfera de ação.

(Publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – agosto/1971 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: 17Jesus respondeu-lhe: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está nos céus. 18Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.”

[2] N.R.: Lc 17:21

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Pergunta: Por que um viciado em bebidas alcoólicas – um irmão ou uma irmã alcoólatra – não pode satisfazer seus desejos nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo? É mencionado também que os Egos que estão no Primeiro Céu (que é um dos lugares nos Mundos invisíveis onde temos um período de estada), localizado nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo, podem plasmar a matéria de desejos de acordo com seus sentimentos, desejos e/ou emoções. Por que não podem os alcóolatras fazer o mesmo nas Regiões inferiores do Mundo do Desejos e criar condições reais de vício, de acordo com seu temperamento?

Resposta: A Força de Atração domina soberana as substâncias mais sutis das três Regiões superiores do Mundo do Desejo. Mas ela também está presente, até certo ponto, na matéria mais densa das três Regiões inferiores, onde age contra a Força de Repulsão, ali dominante. A desintegradora Força de Repulsão destruiria imediatamente todas as formas que penetrassem nessas Regiões inferiores, se não fosse contrabalanceada. Nas Regiões inferiores, onde o poder da Força de Repulsão é enorme, ela dilacera as formas ali construídas de maneira terrível. Ela não é, contudo, uma forçavandálica. Nada na natureza é vandálico. Tudo o que assim parecer está apenas trabalhando para o bem, como acontece com a Força de Repulsão em seu trabalho nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo. As formas ali existentes são criações demoníacas, construídas pelas nossas paixões e nossos desejos mais grosseiros.

A tendência de todas as formas existentes no Mundo do Desejo é crescer, e para isso atraem a si tudo o que lhes é de natureza semelhante. Se esta tendência para a atração predominasse nas Regiões inferiores, o mal desenvolveria como erva daninha. Haveria, pois, anarquia em lugar de ordem no Cosmos. Isto é obstado pelo poder preponderante da Força de Repulsão. Quando uma forma de desejo grosseiro está sendo atraída por outra de mesma natureza, há uma desarmonia em suas vibrações, ocorrendo um efeito mútuo desintegrador. Assim, pois, em lugar de unir e amalgamar mal com mal, elas agem com mútua destrutividade. Dessa maneira o mal no mundo é conservado dentro de limites razoáveis. Quando entendermos a obra dessas forças gêmeas poderemos compreender a máxima oculta: “Uma mentira é assassina e suicida no Mundo do Desejo”. Os alcóolatras, que estão no Mundo do Desejo após morrerem mais uma vez aqui, tentam, na realidade, elaborar as bebidas alcoólicas de que necessitam, pois sabem que é possível plasmar a matéria de desejos naquilo que eles queiram. Mas, todos declaram unanimamente, que as bebidas alcoólicas que fabricam dessa maneira não lhes dão satisfação.

Tais bebidas alcoólicas podem imitar perfeitamente o gosto, mas não tem o poder de deixá-los bêbados. O máximo que podem fazer, a fim de terem a sensação de estarem embriagados, é induzirem nos Corpos de Desejos de irmãos e de irmãs que tomam bebidas alcoólicas e que ainda estão no Mundo Físico. Estão, pois, frequentemente visitando bares, botequins e quaisquer lugares em que se consomem bebidas alcoólicas, e se esforçando por induzir os frequentadores desses lugares a consumirem doses excessivas de bebidas alcóolicas.

Eles também dizem sentir grande satisfação ao aspirar os odores dos Corpos Densos dos irmãos e das irmãs alcoólatras. E quanto mais pesada e acre for a atmosfera dos lugares em que se consomem bebidas alcoólicas, tanto mais satisfação eles obtêm. Se os pobres coitados que visitam tais lugares pudessem ver a tática repugnante dos réprobos invisíveis que os rondam, certamente despertariam, e isso seria um auxílio para todos os que não tivessem ido demasiadamente longe. Mas, graças a Deus (tanto pelos irmãos e pelas irmãs alcóolatras visíveis quanto pelos invisíveis) é impossível criar um antro de vício usando a matéria de desejos, pois a Força de Repulsão a destruiria tão logo fosse criada.

(Publicado na Revista Rosacruz – novembro/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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Como a Prática do Otimismo nos ajuda a Trilhar o Caminho

Seja otimista! Está aí um exemplo de você construir e manter formas do Mundo do Desejo colhida de materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo. Não deixe se perturbar pelos obstáculos quotidianos. Encara-os com coragem e os contorne serenamente. A calma e o bom senso são os meios eficientes para afastar as nuvens negras que toldam o seu semblante. Se algo atormenta a você, procure averiguar de onde provém. Por certo será criação sua, através do uso negativo que você fez da palavra ou do pensamento. Procura a causa dos seus males e tenta eliminá-los racionalmente.

Ninguém pode viver bem sem equilíbrio, portanto, se você cair ante as provas, não se desespere. Você é parcela de Deus e forças novas lhe reerguerão novamente. Enquanto você permanecer convicto de que é um Ego, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, nada poderá lhe derrubar, porém se você limitar ao sentido efêmero desta vida material, será sempre presa fácil da tristeza, do desânimo, do ódio e de uma infinidade de sentimentos mesquinhos.

Não maldiga as duras lutas que a vida impõe a você. Elas constituem meios de sua elevação espiritual, sacudindo o pó da sua consciência embotada, lhe arrancando da inércia que o acorrenta, lhe despertando para a vida espiritual, criando dentro de você mesmo novos anseios, ideais elevados, culminando pelo desabrochar do Cristo Interno. Assim, procura enxergar a vida através de um prisma diferente, que imprima em seu ser a coragem de lutar e a esperança, sempre a esperança, mesmo ante os maiores revezes.

Os problemas que surgem diariamente não devem ser encarados como dificuldades a superar, mas sim como oportunidade de agir. A ação bem dirigida, o trabalho executado com finalidade construtiva e o labor altruísta formam um poderoso dínamo que, inevitavelmente, preserva o equilíbrio em sua vida. Nunca estejas ocioso, pois assim permanecendo, as preocupações logo lhe assaltariam advindo o pessimismo, o medo, a angústia; estas tenebrosas paixões que lhe intoxicam espiritual e fisicamente. Não se deixe dominar por elas, mas as subjugue. Nós, seres humanos, nos dividimos em duas grandes classes: as dos ocupados e a dos extremamente preocupados. Enquadre-se na primeira dessas duas grandes classes, sempre!

Não se esqueça que cada momento é precioso no sentido de criar novas causas que determinem um porvir mais elevado. Por conseguinte, semeia o bem a cada instante, através do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta nos irmãos, nas irmãs e em nós – que é a base da Fraternidade. Esta é a magna chave do crescimento anímico, do crescimento da sua Alma. Utilize-a sempre.

Não desperdice seu tempo com futilidades. Empregue-o inteligente e altruisticamente em benefício daqueles que carecem de ajuda. Cada minuto aproveitado em obra de tal envergadura representa um grande passo no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Já imaginou o que poderia ser realizado em apenas um minuto? Num ínfimo espaço de tempo como este, se poderia realizar algo cuja grandiosidade se estenderia até por muito tempo. Uma simples, porém, sincera e calorosa, palavra de estímulo pronunciada em alguns poucos segundos, pode até evitar uma tragédia. São múltiplas as maneiras de servir, importando apenas o sentimento que dinamiza tal ação.

Assim, alimentando ideais elevados, se dedicando ao sublime mister de servir a Humanidade, indicando-lhes um meio de elevação espiritual, você se colocará numa posição em que as coisas passageiras deste mundo material não mais o afetarão, pois se harmonizará com as Leis de Deus. Então, poderá afirmar como o apóstolo S. Paulo: “Não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O que é o Purgatório, o que é Purgar e quais os Resultados Práticos para a Nossa Vida

A morte é a passagem do indivíduo de um Mundo para outro, uma remoção para outro plano onde vivemos sem qualquer alteração, pois apenas o nosso ambiente e as condições exteriores são alterados. Essa ida de um Mundo para outro é, geralmente, acompanhada por mais inconsciência ou menos. Quando despertamos no Mundo do Desejo, nós somos, com uma exceção, a mesma pessoa com todos os aspectos que tínhamos antes da morte. Qualquer um que nos visse lá iria nos reconhecer, se nos conheceu aqui, na Região Química do Mundo Físico.

Não há poder transformador na morte; o nosso caráter não muda! O ser humano perverso e o bêbado continuam perverso e bêbado; o avarento ainda é um avarento; o ladrão é tão desonesto como antes. Mas há uma grande e importante mudança em todos eles: todos perderam seu Corpo Denso e isso faz toda a diferença em relação à satisfação de seus vários desejos. O bêbado não pode beber nada, pois ele não tem estômago (nem físico e nem vital) e embora tente de todas as maneiras possíveis satisfazer o seu desejo de bebida alcoólica, é estritamente impossível e em consequência disso ele sofre as torturas de Tântalo[1] até que, finalmente, o desejo se queima por falta de satisfação, como acontece com todos os desejos, sentimentos e emoções, inclusive na nossa vida física aqui.

Note que não é uma Divindade vingadora que mede o sofrimento no Purgatório, nem um demônio que executa o julgamento; mas os desejos, sentimentos e as emoções malignos, cultivados em cada vida terrena por nós e incapazes de gratificação no Mundo do Desejo, é que causam o sofrimento, até que, com o tempo, eles são dissipados. Assim, o sofrimento é estritamente proporcional à força de cada hábito maligno praticado na vida recém-finda.

Enquanto nossos maus hábitos são tratados dessa maneira geral, nossas ações más e específicas são tratadas da seguinte maneira: no momento da morte, antes que nós, o Espírito ou Ego humano, vestido com a bainha da Mente e do Corpo de Desejos, seja inteiramente retirado da forma física, um Panorama da Vida prestes a terminar é gravado no Corpo de Desejos e esse panorama começa a se desdobrar para trás da morte ao nascimento, após nossa entrada no Purgatório, que está localizado nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. No Corpo de Desejos de alguns existe uma preponderância de matéria de desejo grosseira ou inferior e, em outros, de matéria de desejo fina ou superior; isso faz a diferença no nosso ambiente e status quando entramos no Mundo do Desejo após a morte, pois então a matéria do Corpo de Desejos, enquanto assume o aspecto e a forma do Corpo Denso que foi descartado, ao mesmo tempo se organiza de modo que a matéria mais sutil e pertencente às Regiões superiores do Mundo do Desejo forma o centro do veículo, enquanto a matéria das três Regiões inferior fica na periferia desse Corpo.

Quando mais uma vida terrena nossa termina, nós exercemos uma força centrífuga para nos libertarmos do nossos Corpos. Seguindo a mesma lei que faz um Planeta lançar ao espaço a parte de si mesmo que é mais densa e cristalizada, primeiramente descartamos o nosso Corpo Denso. E isso nós chamamos de “morte”. Esse é o momento em que o Panorama da Vida é gravado no nosso Corpo de Desejos. Quando entramos no Mundo do Desejo, essa força centrífuga continua a agir de modo a lançar a matéria mais grosseira ou inferior desse Corpo de Desejos para fora; assim somos forçados a permanecer nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, o Purgatório, até ser purgado dos desejos, sentimentos e emoções mais grosseiros que foram incorporados à nossa matéria de desejo. A matéria de desejo mais grosseira ou inferior está, portanto, sempre na periferia do nosso Corpo de Desejos, enquanto passamos pelo Purgatório, sendo gradualmente eliminada pela força centrífuga.

Durante esse tempo, o Panorama da Vida é, gradualmente, desdobrado para trás, da morte ao nascimento, como dito acima, a uma taxa de, aproximadamente, três vezes a velocidade da nossa vida física, de modo que alguém que tivesse sessenta anos no momento da morte viveria sua vida no Mundo do Desejo em vinte anos. No Purgatório, enquanto o Panorama da Vida que acabou se desenvolve, o bem contido nele não causa qualquer impressão em nós, mas todo o mal reage sobre nós de tal forma que, nas cenas em que nós fizemos outro ser sofrer, nós próprios nos sentimos sofrendo como o ser que fizemos sofrer sofreu. Sofremos toda a dor e angústia que nossa vítima sentiu; como a velocidade da vida é triplicada aqui, o sofrimento também é! E ainda mais agudo, pois o Corpo Denso tem uma vibração tão lenta que diminui até mesmo o sofrimento, mas no Mundo do Desejo, quando estamos sem o veículo físico, o sofrimento é muito mais intenso e quanto mais nítida a impressão panorâmica da vida passada for gravada no Corpo de Desejos no momento da morte, mais sofreremos e mais claramente sentiremos em nossas vidas futuras que a transgressão deve ser evitada, ou que “vida do transgressor é dura e sofrida” (Pb 13:15).

Assim, somos purgados de todo tipo de mal, pois a missão do Purgatório é erradicar os nossos hábitos prejudiciais, tornando nossa gratificação impossível. É por causa do nosso sofrimento lá que aprendemos a agir gentilmente, honestamente e com tolerância para com os outros aqui. Quando nascemos de novo, estamos livres dos maus hábitos e nova obra, ação ou todo novo ato malignos que cometemos vem do livre-arbítrio. Às vezes, essas tendências nos tentam, proporcionando-nos uma oportunidade de nos posicionar do lado da misericórdia, da compaixão, da paciência e da virtude, contra o vício e a crueldade.

Mas para indicar o ato, a ação ou a obra correta e nos ajudar a resistir às armadilhas e artimanhas da tentação, temos o sentimento resultante da expurgação de hábitos malignos e da expiação dos atos errados de vidas passadas: a consciência moral produzida pelo sofrimento purgatorial. Se dermos atenção a esse sentimento e nos abstermos do mal a tentação cessará: nós nos libertaremos dela para sempre. Se cedermos, porém, experimentaremos um sofrimento mais agudo do que antes até que finalmente tenhamos aprendido a viver pela Regra de Ouro (Mt 7:12), porque o “caminho do transgressor é muito difícil”. Logo, o Purgatório tem influência fundamental no Crescimento da Alma.

Entretanto aprendemos na Fraternidade Rosacruz que há um benefício inestimável em conhecer o método e o objetivo dessa purgação, porque assim somos capazes de evitá-la, vivendo nosso Purgatório aqui e agora, dia a dia, avançando muito mais rápido do que seria possível de outra forma. Um exercício é fornecido na última parte do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, cuja intenção é a purificação como ajuda para o desenvolvimento da visão espiritual. Consiste em refletir sobre os acontecimentos do dia após se retirar para dormir, à noite, e julgar cada incidente para verificar se agimos corretamente ou não. Se dessa maneira superarmos conscientemente nossas fraquezas, também faremos um avanço muito objetivo na Escola da Evolução. Mesmo se falharmos em corrigir nossas ações, teremos um imenso benefício ao julgar a nós mesmos, gerando assim aspirações para o bem que, com o tempo, certamente darão frutos em forma de ações corretas.

Arrependimento e reforma íntima também são fatores poderosos para encurtar a existência purgatorial, pois a natureza nunca desperdiça esforços em processos inúteis. Quando percebemos o erro de certos hábitos ou atos em nossa vida e determinamos erradicar esse hábito e compensar o erro, nós drenamos suas imagens da Memória ou Mente Subconsciente e eles não estarão no Purgatório para nos julgar após a morte. Mesmo que não sejamos capazes de fazer a restituição por um erro cometido, a sinceridade do nosso arrependimento será suficiente. A indenização pode ser oferecida à nossa vítima de outras maneiras.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916, e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Em sua história, conta-se que, ousando testar a omnisciência dos deuses, roubou os manjares divinos e serviu-lhes a carne do próprio filho Pélope num festim. Como castigo foi lançado ao Tártaro, onde, em um vale abundante em vegetação e água, foi sentenciado a não poder saciar sua fome e sede, visto que, ao aproximar-se da água essa escoava e ao erguer-se para colher os frutos das árvores, os ramos moviam-se para longe de seu alcance sob a força do vento. A expressão suplício de Tântalo refere-se ao sofrimento daquele que deseja algo aparentemente próximo, porém, inalcançável, a exemplo do ditado popular “Tão perto e, ainda assim, tão longe”.

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Ajuda para a “Surdez Musical”

A “surdez musical” ou agnosia auditiva é uma variedade de agnosia para música, na qual a pessoa não distingue a variação de tonalidade musical ou não reconhece melodia, por exemplo.

Assim, naturalmente, surge a pergunta: “podem os ‘surdos-musicais’ aprender a identificar os vários sons e tonalidades e apreciar música como fazem as pessoas que não possuem essa deficiência?”. Ou, ainda: “Podem os ‘surdos-musicais’ aprender a reter uma melodia e cantá-la?”.

Um Estudante Rosacruz, um músico profissional, que se dedicou muitos anos de estudo e pesquisa nesse setor e trabalhou com os assim chamados “monótonos”, nos forneceu a seguinte resposta:

Sim, é possível aperfeiçoar tanto a percepção auditiva de tons musicais, como a capacidade de combinar os tons, com a voz que canta.

As razões que tornariam isso impossível seriam se o conduto auditivo externo, o ouvido médio ou interno, ou as próprias cordas vocais estivessem fisicamente molestadas e incapazes. Contudo, de fato, isso nunca aconteceu.

Uma pessoa surda-musical deve enfrentar e satisfazer três condições básicas, antes de pretender ouvir e cantar tons harmoniosos e perfeitos:

  1. Ela deve estar consciente que há em si carência de tais habilidades.
  2. Ela deve desejar, ardentemente, aperfeiçoar-se.
  3. Ela deve persistir na repetição de todas as técnicas que aperfeiçoarão seu poder de percepção auditiva e de reação dos tons vocais, até que os neurônios de conexão no cérebro e as cordas vocais possam funcionar automaticamente (processo conhecido como plasticidade cerebral), o que o conduzirá a uma reeducação auditiva.

É conhecido cientificamente que muitos surdos podem ouvir, ao menos, um som.

Um surdo-musical ouve sons, mas não o pode diferenciá-los e é incapaz de reproduzi-los com a voz. Em consequência, será ouvida uma canção de um só tom (monótono) de acordo com o único tom que seu sentido auditivo tiver captado.

A seguinte teoria sobre a evolução do sentido musical é baseada na pesquisa e na experiência pessoal: o passado evolutivo do sentido musical é repetido sumariamente em cada nascimento. Tal como o ser humano primitivo ouvia um único som, a criança ouve, também um único som. Os outros sons estão ao seu redor, mas o ouvido e o sistema nervoso central não estão ainda desenvolvidos para distingui-los. Desde que os olhos do ser humano primitivo o informaram que diferentes formas produziam sons diferentes e variados, houve um desejo intenso de ouvir mais, ainda que confusamente, os sons que estavam sendo criados. Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que os órgãos físicos são desenvolvidos à medida que se intensifique o desejo para isso. Os neurônios do Sistema Nervoso Central e Periférico, onde estão presentemente localizados, eram antigamente, simples correntes de desejo. Em consequência, o desejo do ser humano trouxe à tona a primeira diferenciação tonal, isto é, a percepção dos sons mais altos e mais baixos.

Experiências pessoais mostraram que diferenciações tonais sucessivas, as quais dão ao ser humano uma maior expansão e sensibilidade auditiva, seguem um modelo, uma Lei da Natureza conhecida na física como acústica. Seguindo essa Lei da Natureza, é possível ajudar a evolução musical num indivíduo.

Ao redor dos seis anos de idade, muitas crianças desenvolvem um bom senso musical a ponto de poderem cantar uma melodia numa determinada escala e alcance tonal. Algumas crianças são capazes de harmonizar em tons mais altos ou mais baixos.

Um ambiente de música de alta qualidade (harmonia, melodia e ritmo compostos de materiais das Regiões superiores do Mundo do Pensamento e, consequentemente, “coloridas” pelos materiais das Regiões superiores do Mundo do Desejo) ajuda e favorece o desenvolvimento, mais cedo, de uma melhor sensibilidade musical.

(Traduzida da Revista RAYS from the Rose Cross e publicada na Revista: Serviço Rosacruz – março/1978 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Cristo deu realmente a S. Pedro as chaves do “céu e do inferno”, ou que outro sentido tem esta passagem?

Resposta: Indubitavelmente Cristo deu-as a S. Pedro, bem como a outros, mas não eram chaves semelhantes as que usamos para abrir as portas. Contudo, nenhum ser humano pode entrar em certos lugares a menos que tenha essas “chaves”. São “chaves” musicais ou encantações, tais como são usadas em todas as ordens ocultas para todos os fins ocultos.

Nas ordens ocultas, como a Ordem Rosacruz, a nota tônica ou “chave mestra” da encantação para cada grau, é de medida vibratória diferente de todos os outros graus, e uma pessoa que não possua esta nota chave e não seja, portanto, capaz de se harmonizar a ela, é detido como se houvesse um muro invisível vibratório ao redor do Templo. Na substância das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que rodeia a Terra e onde está localizado o Purgatório, há uma vibração diferente da que existe na parte de nossa atmosfera onde se localizam as três Regiões superiores do Mundo do Desejo (onde se localiza o Primeiro Céu) e a Região do Pensamento Concreto (onde se localiza do Segundo Céu).

Esta frequência vibratória, por sua vez, difere daquela que existe nos estados da matéria que está no interior da Terra, em cada um dos nove Estratos subterrâneas. Portanto, cada uma dessas divisões dos Mundos invisíveis também exige uma nota tônica ou “chave” mestra diferente, que são ensinadas gradualmente aos Iniciados, à medida que eles progridem no Caminho de Iniciação Rosacruz à qualidade de Adeptos. Foi a nota tônica ou “chave” mestra de um ou mais de um desses reinos, que foi fornecida a S. Pedro e a outros, por Cristo, que era a Iniciador em seus casos. As mesmas “chaves” são dadas atualmente a Seus seguidores por Seus sucessores, que iniciam os que são dignos das Iniciações, a fim de que eles possam servir a Humanidade melhor e mais diligentemente.

Assim, vemos que a música tem, pois, uma missão mais sublime que nos servir de simples deleite. De fato, a harmonia das esferas é a base de toda a evolução. Sem ela não haveria progresso, e uma vez nossos ouvidos harmonizados a ela, teremos a “chave” de todo o adiantamento.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz julho/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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Pergunta: O que é a oração? É equivalente à concentração e à meditação ou é apenas um apelo a Deus?

Resposta: Infelizmente, tal como é comumente praticada, é muitas vezes um pedido a Deus para interferir a favor do suplicante e lhe permitir alcançar um objetivo egoísta. É certamente uma vergonha que pessoas empenhadas em violar os mandamentos de Deus, como “Não matarás”, rezem pela vitória sobre os seus inimigos; se medirmos a maioria das orações oferecidas hoje, pelo padrão estabelecido por Cristo na Oração do Senhor, elas certamente não merecerão o nome de oração. São blasfêmias e seria mil vezes melhor que nunca tivessem sido proferidas.

A Oração do Pai-Nosso nos foi dado como modelo e faremos bem em analisá-la, se quisermos chegar a uma conclusão adequada. Se o fizermos, verificaremos que três das sete orações que o compõem dizem respeito à adoração do Divino: “Santificado seja o Vosso nome; venha a nós o Seu Reino; seja feita a Sua vontade”. Depois vem a petição do pão diário e necessário para manter o nosso Corpo Denso vivo; as três orações restantes são para a libertação do mal e o perdão das nossas dívidas. A partir desses fatos, é evidente que toda oração digna deve conter uma medida esmagadora de adoração, louvor e reconhecimento da nossa indignidade, junto de uma firme resolução de nos esforçarmos para sermos mais agradáveis ao nosso Pai Celestial. O objetivo principal da oração é, portanto, entrar em comunhão com Deus o mais rápido possível objetivando que a Vida e a Luz divinas possam fluir para dentro de nós e nos iluminar para que possamos crescer à Sua imagem e semelhança.

Trata-se de um ponto de vista diametralmente oposto à ideia comum de oração, que considera que, sendo Deus o nosso Pai, podemos nos dirigir a Ele em oração e Ele é obrigado a realizar o desejo do nosso coração. Se não conseguirmos na primeira tentativa, basta continuar rezando e, devido à nossa importunação, o nosso desejo será satisfeito. Tal visão é repelente para o Místico iluminado e, se trouxermos o assunto para uma base prática, é evidente que um pai sábio, tendo um filho capaz de se sustentar, naturalmente se ressentiria se esse filho aparecesse diante dele várias vezes por dia com pedidos importunos para ganhar isso, aquilo ou outra coisa que ele possa facilmente obter pelo trabalho, ganhando os meios para isso.

A oração, por mais séria e sincera que seja, nunca pode tomar o lugar do trabalho. Se trabalharmos para realizar um bom objetivo com todo o nosso coração, a nossa alma, o nosso corpo e, ao mesmo tempo, pedirmos a Deus que abençoe o nosso trabalho, não há dúvida de que o pedido será sempre atendido; mas se não pusermos a mão na massa, não teremos o direito de pedir ajuda à Divindade.

Como foi dito anteriormente, o peso das nossas orações deve ser o louvor a Deus, de Quem todas as bênçãos fluem, porque os nossos Corpos de Desejos são formados de materiais de todas as sete Regiões do Mundo do Desejo na proporção das nossas necessidades, conforme determinado pela natureza dos nossos pensamentos. Cada pensamento se reveste de material de desejo congruente com a sua natureza. Isso também se aplica aos pensamentos formados e expressos na oração. Se forem egoístas, atraem para si um invólucro composto pelas Regiões inferiores do Mundo do Desejo; mas se forem nobres, altruístas e generosos, vibram no tom mais elevado das Regiões da Luz Anímica, da Vida Anímica e do Poder Anímico. Eles, então, se vestem com esse material, dando mais vida e luz à nossa natureza espiritual.

Mesmo quando rezamos pelos outros é prejudicial pedir qualquer coisa material ou mundana; é permitido pedir saúde, mas não prosperidade econômica. “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça[1] é o mandamento. Quando cumprimos esse mandamento, podemos ter a certeza de que “todas essas coisas[2] também nos serão dadas. Portanto, quando orarmos por um amigo, coloquemos todo o nosso coração e toda a nossa alma na petição para que ele possa buscar permanentemente o caminho, a verdade e a vida, pois uma vez encontrado o maior de todos os tesouros, nenhuma necessidade real será negada. Isso também não é teoria. Milhares de pessoas, incluindo o escritor, descobriram que o “Pai nosso que estais no Céus” cuidará de nossas necessidades materiais, quando nos esforçarmos para viver a vida espiritual. No entanto, em última análise, não é a oração falada que ajuda. Há pessoas que podem conduzir uma congregação em oração que é, ambas, perfeita em linguagem e sentimento poético. Elas podem até adequar suas orações aos princípios estabelecidos pelo Senhor, tal como enunciado nos nossos parágrafos iniciais e, no entanto, essa oração pode ser uma abominação porque lhe falta um requisito essencial. Se toda a nossa vida não for uma oração, não poderemos ser agradáveis a Deus, por mais belas que sejam as nossas petições. Por outro lado, se nos esforçarmos no dia-a-dia para viver de acordo com a Sua vontade, então, mesmo que nós próprios saibamos que estejamos muito aquém do nosso ideal e mesmo que, tal como o publicano no Templo[3], sejamos de fala hesitante e só consigamos bater no peito e dizer “Deus, tem piedade de mim, sou pecador”, mesmo assim descobriremos que o Espírito, conhecendo nossas necessidades, intercede por nós com gemidos indizíveis e que nossa modesta súplica diante do trono da Graça valerá mais que todos os discursos floridos que possamos fazer.

Você também pergunta: “a oração é equivalente à concentração e à meditação?”.

Concentração consiste em focalizar o pensamento em um único ponto, tal como os raios do Sol são focalizados por meio de um vidro. Quando difundidos sobre a superfície de toda a Terra, eles fornecem apenas um calor moderado, mas mesmo alguns raios de Sol, quando focalizados por uma lente comum de óculos, incendeiam o material inflamável no qual são focalizados. Da mesma forma, o pensamento que se move doce e iluminadamente através do cérebro, como a água escorre através de uma peneira, não tem valor, mas quando concentrado em um determinado objeto, ele ganha intensidade e atingirá o objetivo, seja para o bem ou para o mal. Os membros de uma ordem praticaram a concentração contra seus inimigos durante séculos e foi verificado que o infortúnio ou a morte atingiam sempre o objeto do seu desfavor. Nós ouvimos falar, entre certos grupos, atualmente de “magnetismo malicioso” aplicado pela concentração do pensamento. Por outro lado, a concentração do poder do pensamento também pode, também, ser usada para curar e ajudar; não faltam exemplos para fundamentar essa afirmação. Podemos, assim, dizer que a concentração seja a aplicação direta do poder do pensamento para alcançar um determinado objeto, que pode ser bom ou mau de acordo com o carácter da pessoa que o pratica e o propósito para o qual deseja usá-lo.

A oração é semelhante à concentração em certos pontos, mas difere radicalmente em outros. Enquanto a eficácia da oração depende da intensidade da concentração alcançada pelo devoto, ela é acompanhada por sentimentos de amor e devoção de igual intensidade à profundidade da concentração, o que torna a oração muito mais eficaz do que a concentração fria pode ser. Além disso, é extremamente difícil, para a grande maioria das pessoas, concentrar os seus pensamentos de forma fria, calma e sem a menor emoção e, ainda, excluir todas as outras considerações da sua consciência. A atitude devocional é mais facilmente cultivada, pois a Mente é, então, centrada na Divindade.

A meditação é o método de, pelo poder espiritual, obter conhecimento de coisas com as quais não estamos normalmente familiarizados.

No livro Conceito Rosacruz do Cosmos há um capítulo que apresenta minuciosamente o método de aquisição de Conhecimento Direto, o qual elucida longamente esses pontos, e nós aconselhamos um estudo minucioso daquela parte detalhada nesse livro.

(Pergunta 135 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 6:33

[2] N.T.: Mt 6:33

[3] N.T.: O fariseu e o publicano: Contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros: “Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava interiormente deste modo: ‘Ó Deus, eu te dou graças porque não sou como o resto dos homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano; jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!’ Eu vos digo que este último desceu para casa justificado, o outro não. Pois todo o que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.” (Lc 18:9-14).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Regime Vegetariano desde o século XIX e desde lá os resultados

Nossa vida aqui é de curta duração (quiçá 70, 80 anos contra, em torno, de 1000 anos de vida celeste!). Deveríamos  perguntar-nos: Que uso posso fazer de minhas forças para delas tirar o melhor partido possível enquanto estou peregrinando nessa vida terrestre? Como posso contribuir mais para a glória de Deus e o bem-estar dos meus semelhantes aqui e agora? Pois é isso somente que dá valor à vida aqui!

Nosso desenvolvimento físico depende da nutrição de nosso organismo – do nosso Corpo Denso –, consequentemente, de nossa alimentação. É de admirar que muitos de nós, possuidor de poderosa inteligência, menosprezemos a influência da alimentação sobre a preservação da nossa própria saúde. Não temos o direito de prejudicar nenhuma das funções do nosso Corpo Denso, seja ela qual for. Se o fizermos, sofremos seguramente as consequências, pois a Lei de Causa e Efeito é inexorável, pois é uma das Leis de Deus.

Está nas mãos de cada um de nós ser o que devemos ser. As bênçãos da vida presente e as da vida futura nos são sempre acessíveis. Uma Personalidade de elite ou uma vida infeliz dependem do nosso procedimento. A alimentação tem influência decisiva na nossa formação física, emocional e mental.

Apesar de todas as evidências dessa verdade, muitos de nós comem e bebem desordenadamente, sem se preocupar com as consequências decorrentes da escolha dos alimentos. Como efeito disso, como consequência disso, os desejos, as emoções e os sentimentos inferiores (que é o que conseguimos coletar das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo e expressar por meio do nosso Corpo de Desejos) dominam e as inclinações para a autodestruição destroem tais irmãos e irmãs.

Se caprichamos na escolha dos nossos alimentos (se precisar, gastando até mais do que roupas, divertimento, automóveis e outros bens materiais), temos como efeito disso, como consequência disso, os desejos, as emoções e os sentimentos superiores (que é o que conseguimos coletar das três Regiões superiores do Mundo do Desejo e expressar por meio do nosso Corpo de Desejos), o que se traduz em ideais nobres e elevadas aspirações. Como aprendemos quando nos dedicamos a assimilar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, aqueles irmãos e aquelas irmãs que fazem uso de alimentos animais (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) nem sempre têm lúcido o cérebro nem bem ativa a inteligência, porque o uso da carne animal tende a tornar impuros os tecidos, em detrimento das faculdades intelectuais, predispondo, igualmente, para as doenças e enfermidades (muitas delas a própria Ciência material já chegou a essa conclusão, comprovando com testes e mais testes). A carne animal não é indispensável para a manutenção da força e saúde, como muitos ainda advogam. Um exemplo disso nos vem dos cocheiros noruegueses, que não conhecem o uso da carne animal, acompanham seus carros que transportam turistas, por estes guiados, correndo três ou quatro léguas ao lado deles.

Desde o século XIX, o vegetarismo vem sendo considerado, pelos investigadores insuspeitos e imparciais, como regime capaz de proporcionar saúde e força física, bem como acuidade mental e firmeza de caráter.

Apesar de que muitas pessoas praticavam o regime, foi Jean-Antoine Gleizes (1773-1843, um escritor francês e defensor do vegetarianismo, extremamente popular e influente na sua época, com estudos e argumentos muito interessantes no seu livro: Thalysie: ou La Nouvelle Existence, em 1840) o grande apóstolo do vegetarianismo daquele século. Estudando o assunto, do ponto de vista fisiológico e científico, em seu livro Thalysie, assentou as bases do vegetarianismo. Sob sua inspiração formaram-se sociedades vegetarianas na Inglaterra, onde os adeptos do novo regime se tornaram numerosos; editaram-se revistas, fizeram-se conferências e usaram-se outros meios de divulgação, tendo o Governo inglês publicado um livro de cozinha vegetariana, com o objetivo de proporcionar à população uma alimentação mais saudável e mais barata. O proselitismo alcançou a indústria. M. Hills, dirigente de vastas oficinas de construções navais em Blackwall, fundou a London Vegetariana Association. A grande maioria do pessoal dessas usinas, tanto operários como intelectuais, seguiram o regime vegetariano, abandonaram o uso do vinho, da cerveja, dos aperitivos, do uísque e afins, com grande aproveitamento para a saúde e a eficiência.

Hill montou uma fazenda com o objetivo de dar trabalho aos desempregados, em Wickford Essex, a cerca de vinte e cinco quilômetros de Londres. Muitos pobres aí chegaram em estado de grande miséria. Depois de três ou quatro dias, dormindo na fazenda e nutridos sob regime vegetariano, passaram a ganhar bom salário.

Em relatório ao Congresso Vegetariano, o secretário da Sociedade concluiu, nos seguintes termos: “Temos, portanto, em nossas fileiras, operários praticando os mais rudes trabalhos de forja, laminação, altos fornos, funcionários de escritório, homens velhos e enfraquecidos por privações que, graças ao nosso regime, chegam a recuperar sua atividade e a ganhar a vida facilmente no trabalho da fazenda e das oficinas”.

Muitas sociedades vegetarianas se fundaram em várias cidades inglesas. Um restaurante vegetariano fornecia uma refeição por preço duas e meia vezes menor que o preço de uma refeição que contivesse carne animal.

Logo, na Alemanha, surgiram sociedades para o estudo e divulgação do vegetarismo. Entre elas se destaca a Deutscher Vegetarier Band que afinal se tornou “pangermânica” e publicou um jornal — o Vegetarische Warte.

Na Áustria e na Hungria os restaurantes vegetarianos tiveram grande popularidade.

Nos Estados Unidos o vegetarismo se instalou, independentemente da influência de Jean-Antoine Gleizes.

Os adeptos do regime que preconizava o uso do pão integral e arroz integral foram denominados de “papa-farelo”, e ridicularizados. A Ciência, pouco tempo depois, sancionou a prática. Hoje, há em todo o mundo centenas de fábricas de alimentos não refinados, de base vegetarista, que proporcionam nutrimento saudável. Em todo o mundo milhões de pessoas doentes se recuperam com o uso da dieta vegetariana bem orientada. Com base na mesma orientação, há, no Brasil, hospitais, clínicas e sociedades que difundem esses conhecimentos e os praticam, visando ao aperfeiçoamento da Humanidade, tanto do ponto de vista pessoal como coletivo, buscando contribuir para a glória de Deus e o bem-estar de seus semelhantes.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1967-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Uso das Forças Sutis na Cura Rosacruz

Um conjunto de forças sutis está a nossa disposição e pode ser usado para melhorar e manter a saúde. Dia a dia vemos crescer o interesse pelos tratamentos alternativos que se utilizam da cor e do som, por exemplo, como um prenúncio de que na Era de Aquário saberemos utilizar essas forças para a cura.

Entre os meios mais importantes, o ar se destaca do alimento físico, porque seu oxigênio fornece a chama da vida para bilhões de células. Inumeráveis são as doenças que podem ser sanadas por uma respiração lenta e profunda de ar puro. O ar deve ser tão limpo quanto possível e o influxo abundante, se realmente o paciente quer ser curado.

A luz através dos olhos revivifica e promove o bom humor. Esta luz deve atuar livremente sobre a pele ou no mínimo ser permitida por roupas porosas do paciente. Nossa casa e nossas roupas devem ser de cores suaves e harmoniosas, pois cores escuras transmitem depressão e insalubridade.

O som é outro tipo de força sutil e imaterial que é utilizada na Cura Rosacruz, uma vez que a música adequada (que tenha harmonia, melodia e ritmo ligado às três Regiões Superiores do Mundo do Desejo que, por esse meio, se liga ao Mundo do Pensamento, o Mundo do som) é um agente terapêutico, um canal para o influxo da Força Cósmica, da Vida para nós.

Consideremos ainda que nos movemos num conjunto de pensamentos onde podemos usar a nossa vontade e o discernimento construtivamente, embora vez por outra contatemos algo contrário. Através de nossos estados mentais atraímos vibrações de otimismo, de esperança, de saúde, de fé, de persistência, de disciplina, de rejuvenescimento, de realmente querer ser curado.

Temos que acrescentar ainda que há um poder atuando em nós, mesmo durante o sono, regulando a respiração, a digestão, a circulação sanguínea, promovendo a restauração física emocional e mental, dando novo alento aqueles que se deitam cansados e fatigados à noite. Ao terminar o nosso dia, quando nos recolhemos para dormir, se esforçando por fazer o Exercício Esotérico noturno de Retrospecção – do modo como se deve fazer – nos ajuda a tomar consciência cada vez mais deste “oceano de vida” no qual “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” e estarmos em harmonia com ele, gera e mantém uma vida saudável.

*Se você está doente e entende que precisa de ajuda, recorra ao Método de Cura Rosacruz, já utilizado por milhares de pessoas. O processo começa com o preenchimento de um Formulário que deve ser preenchido com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA ou “pena mosquitinho” que você molha em um recipiente com tinta LÍQUIDA nanquim. As instruções detalhadas se encontram aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/formulario-para-solicitacao-de-auxilio-de-cura-fraternidade-rosacruz/

**Se você conhece alguém que esteja doente e quer ajudá-la começa por oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura nas Datas de Cura.

As instruções detalhadas se encontram aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/treinamento-esoterico/rituais-diario-e-semanal/ritual-de-cura

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – novembro-dezembro/2001)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Cura Definitiva em comparação com a Remediação

Max Heindel afirma que nada faz o ser humano se voltar a Deus e orar com fervor como o sofrimento do Corpo Denso (enfermidade, dor, aflições e angústias).

Nesse caso, podemos perceber que por pior que seja o momento ou a fase, sempre, sempre essa situação desagradável conduzirá a pessoa para o bem, pois o mal trabalha para o bem (“o mal é o bem em gestação”) e a nossa vida aqui é regida pela Lei das Alternâncias, dia bom e dia mau, dia saudável e dia enfermo, dia feliz e dia triste, dia por cima e dia por baixo.

Toda doença ou enfermidade manifestada no Corpo Denso tem seu princípio na parte espiritual; a parte espiritual é a raiz, a causa, a fonte da doença ou da enfermidade. Não basta apenas o analgésico para curar a dor de cabeça. É preciso atuar na causa-raiz que não está na cabeça ou na parte do Corpo Denso. Focar aqui é remediar, jamais curar. Sim, é importante remediar, até para dar as mínimas condições à pessoa para conseguir, pela vontade própria, buscar a cura definitiva.

Cristo curava totalmente os doentes, pois não trabalhava apenas na cura da parte física. O método utilizado pelos antigos sacerdotes também buscava a cura definitiva dos doentes, pois eles se tornavam amigos dos pacientes e os ajudavam com sugestões, conselhos a respeito da parte espiritual do corpo do paciente. A consequência era o alívio temporário da dor física, assim como o analgésico tira a dor de cabeça e, por meio da reorientação da parte espiritual, a cura era definitiva já que havia uma mudança nos hábitos – dos maus hábitos, nos vícios – buscando cultivar os bons hábitos,  praticar a virtude oposta àquele vício – e uma alteração nas ações, atitudes e nas obras executadas pelo paciente, em que, ao mesmo tempo que procurava servir amorosa e desinteressadamente aos outros em situações bem piores do que ele, também reformulava o seu próprio caráter, parando de se preocupar somente com as coisas materiais, se dedicando aos estudos e práticas espirituais Cristãs, e buscando, simultaneamente, aumentar a sua fé e alimentar seu Corpo de Desejos somente com desejos, emoções e sentimentos bons, superiores e alinhados às Leis de Deus: transmutando o hábito de buscar somente materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, para focar em escolher somente materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo, para compor seus desejos, sentimentos e suas emoções. Todo esse processo é utilizado pela Cura Rosacruz!

Os nossos irmãos e as nossas irmãs profissionais da saúde, atualmente, trabalham na “cura momentânea”, na remediação, já que os “remédios” são elaborados somente com materiais da Região Química do Mundo Físico. E mesmo aqueles irmãos e aquelas irmãs que trabalham com outros métodos que não utilizam remédios, não conseguem levar a cura definitiva em todas as situações, em virtude de nem sempre conseguirem utilizar a Lei da Compatibilidade e da Receptividade Sistemática, além de muitas vezes não saberem trabalhar na parte vital do Corpo, que é formada de Éteres (Também tudo isso é utilizado na Cura Rosacruz). O papel desses irmãos e dessas irmãs é importantíssimo no processo de cura, pois o paciente tem que estar sem as dores (físicas e emocionais) na intensidade que garantam que ele continue tendo o controle de si mesmo e em condições físicas e psicológicas para tomar a decisão de querer buscar, por decisão sua e livre vontade, a cura definitiva.

Tenhamos sempre o entendimento de que a doença ou a enfermidade é uma manifestação da ignorância e a cura definitiva é uma demonstração do conhecimento aplicado, ou seja lição compreendida, vivida e aprendida.

Alguns exemplos das causas-raízes (lições a aprender) e as partes que podem estar afetadas ou doentes no Corpo Denso que, também, utilizamos no Processo da Cura Rosacruz:

LIÇÃO A APRENDERPARTE DO CORPO DENSO AFETADA/DOENTE
Avaliar, Analisar, Escolher o BemFígado
Compreender, Firmar, Enraizar, ServirPés
Contatar, Comunicar Ser LivrePulmões
Capacidade de Amar Impessoal, EquilíbrioCoração
Capacidade de Amar Pessoal, Aceitar AmorPâncreas
Corrigir a Si Mesmo, Não Se JustificarCostas
Disposição para Receber, AceitarBoca
Discernir, ‘Enxergar’, ObservarOlhos
Entender, Agir, Fazer AcontecerMãos
Elaborar, Construir, Estudar com AfincoIntestino Delgado
Flexibilidade, AdaptabilidadeArticulações
Força Vital (lidar com), Expressar VitalidadeSangue
Firmeza, Cumprimento de Leis e NormasOssos
Inconsciência (trabalhar com), AmbiçãoIntestino grosso
Liberdade, PoderCabelo
Movimentar, Flexibilizar, AtuarMembros e/ou músculos
Não ter Medo, Temor, Falta de Pescoço
Não ser Agressivo, Não ter RaivaVesícula biliar
Não se Preocupar, Não ter CobiçaCabeça
Não ser Teimoso, Não CristalizarColuna vertebral
Não ser Orgulhoso, Pretencioso, SuperiorColuna vertebral
Não ter Complexo de InferioridadeDiscos vertebrais
Não Querer fazer Mais do que se deveNervos vertebrais ciático
Obedecer, EscutarOuvidos
Pressão (Aprender a Suportar), DesapegoBexiga
Parceria, Associação, EliminaçãoRins
Sentir, Absorver, Digerir, Assimilar, DissolverEstômago
Sexualidade, Sagrada Força CriadoraÓrgãos genitais
Ser Submisso (naquilo que escolheu)Coluna vertebral (corcunda)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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