Existem doze as Hierarquias Criadoras (ou Hierarquias Zodiacais) distintas que têm trabalhado com a humanidade desde o início do Período de Saturno. Seus nomes são:
Cada uma dessas Hierarquias Criadoras possui uma nota-chave:
A nota-chave de uma peça musical é a nota tônica ou o tom fundamental sobre o qual a composição musical é construída.
O período total da involução e evolução do ser humano está fundamentado na escala musical, que é de origem celestial.
Max Heindel nos diz que a humanidade passou por três estágios elementares antes do Período de Saturno, e estes estágios estão representados na extremidade inferior do teclado do piano por: Lá, Lá# e Si.
O Período de Saturno começa com o som representado por Dó baixo no teclado do piano e sobe até Si, cujo tom está incluído, perfazendo 12 notas, 7 das quais são brancas e 5 escuras. Sete Irmãos da Ordem da Rosacruz saem pelo mundo e trabalham entre a humanidade. Cinco não são vistos no mundo.
Antes dos seres humanos perderem contato com a Região do Pensamento Concreto eles sabiam que essa era uma Região de sons musicais e que esses sons permearam e construíram todos os Arquétipos de todas as coisas existentes no Mundo do Desejo e no Mundo Físico, incluindo eles próprios, portanto, tinham esses sons dentro de si mesmos.
Sabiam que eram instrumentos musicais vivos, cujos sons eram ouvidos por eles próprios através de um tipo de percepção sensorial interna. A superconsciência do ser humano sabe tudo isto, como também conhece o poder tremendo contido nesses sons musicais.
Tendo perdido o poder de controle desta força interior e também de contatá-la verdadeiramente dentro de si, o ser humano tem procurado, por meio de instrumentos musicais, reproduzir externamente os sons vagamente percebidos em sua memória meio submersa.
(trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Pergunta: A palavra “Purgatório” atemoriza muitas pessoas por suscitar a ideia de sofrimento. É realmente assim?
Resposta: Não devemos nos alarmar com a palavra “Purgatório”, porque as experiências, se podem ser dolorosas, são, ao mesmo tempo, inteiramente benéficas. Libertam o Ego do peso negativo que, de outra maneira, poderia impedir sua elevação às regiões superiores. Por isso, o Purgatório vem imediatamente depois da morte. Do nosso ponto de vista, seria mais desejável entrar, em primeiro lugar, no Céu, principalmente se tivemos uma vida terrestre muito dura. Isso é, cientificamente, impossível. Não podemos nos elevar antes de atingir certa gravidade espiritual específica.
Pergunta: Como a Filosofia Rosacruz conceitua o Purgatório?
Resposta: O Purgatório se situa nas três Regiões inferiores do Mundo de Desejo. Sua função principal é separar a matéria de desejo inferior, depositada em nosso Corpo de Desejos durante a vida terrestre. Os desejos grosseiros e egoístas são, aqui, divididos pela força de repulsão, a força predominante nessa região. A afirmação da própria personalidade é a mola principal da força de repulsão. Essa força destrói todas as qualidades baseadas na afirmação da própria personalidade e contrárias ao altruísmo.
Pergunta: Como se desenvolve o processo purgatorial?
Resposta: O panorama da vida passada desenrola-se diante do Ego, trazendo consigo as forças purgatoriais apropriadas para cada incidente. Aqui, o Ego sente todas as mágoas causadas a outras pessoas e sofre a ansiedade de desejos destrutivos, como os de bebidas alcoólicas, fumo e drogas, que são impossíveis de satisfazer. E sofrerá até que tais desejos morram por falta de satisfação. O sofrimento relativo a esse processo é, aproximadamente, três vezes mais agudo que o proveniente de experiências similares na vida terrestre, posto que o processo é três vezes mais rápido e o Ego não dispõe de corpo físico para abrandar a dor. O período do Purgatório dura geralmente a terça parte, aproximadamente, do tempo correspondente à vida terrestre do indivíduo.
Pergunta: Qual a lição sugerida por esse processo?
Resposta: Disso podemos tirar uma lição prática; a melhor maneira de nos livrarmos dos maus desejos é deixá-los morrer de inanição. Se os combatemos, criamos pensamentos-formas nos quais se fixam, prolongando sua vida. A inanição, por conseguinte, é o único método prático. Por ele consegue-se limpar a mente de pensamentos impuros. Assim, compreendemos porque é disparate criar, durante a vida, obstáculos na forma de desejos destrutivos. Porém, se fomentamos tais hábitos, convém que nos lembremos da grande vantagem de nos libertar deles durante esta vida terrestre, já que podemos fazê-lo com a terça parte de sofrimento e incômodos que teríamos de suportar na vida, depois da morte. Até sob o ponto de vista egoísta o senso comum deveria nos aconselhar a abandonar esses desejos, enquanto temos oportunidade de fazê-lo com relativa facilidade.
As experiências do Purgatório desenvolvem a consciência que evitará a repetição dos erros nas vidas futuras. Na próxima vida, o Ego já não estará sujeito, como antes, aos maus desejos. Aplicará sua vontade livremente, o que não seria possível fazer, se esses não tivessem sido expulsos.
Sem dúvida, a tentação de satisfazer os mesmos desejos vai se repetir até que o Ego tenha, finalmente, desenvolvido o poder de vontade suficiente para dominá-los. Só assim deixarão de entrar no campo de sua consciência.
Pergunta: O que acontece ao Ego, depois de passar pelo Purgatório?
Resposta: Depois de passar pelos processos purgatoriais, o Ego está capacitado para entrar nos mundos celestiais e desfrutar daquela vida que antes lhe era impossível. Muitas pessoas trabalham com a ilusão de que seriam felizes, se pudessem entrar no Céu, no momento do desenlace. Na realidade, as vibrações dos planos celestiais são tão elevadas que uma pessoa qualquer, levada para lá antes de ter passado pelos processos purgatoriais, ficaria na mais intensa agonia. Seus veículos espirituais vibram em um grau muito inferior e elevar seu tipo de vibração, repentinamente, ao tipo dos planos celestiais criaria uma condição igual à de uma eletrocussão.
Pergunta: Há casos em que a ação das forças purgatoriais pode ser dificultada?
Resposta: Pessoas que, durante sua vida terrestre, fartam-se de vícios e crueldades ou empregaram a magia negra para obter poder sobre os outros endurecem seu Corpo Vital, interpenetrando-o vigorosamente com o Corpo de Desejos. Os dois constituem o que se denomina “Corpo de Pecado”. Tais indivíduos ficam ligados à zona terrestre, quando passam às regiões purgatoriais. As forças do Purgatório não são capazes de desintegrar o Corpo de Pecado com a rapidez de costume, do que resulta que esses Egos ficam sob a influência terrestre; em alguns casos, durante centenas de anos, retendo sua má disposição. Eles estão entre nós, mais perto que nossas mãos e pés. Por meio de sugestão mental, são capazes de incitar os mentalmente débeis até para o crime. São muito mais perigosos do que os criminosos na vida física.
Pergunta: Há alguma possibilidade de se evitar os sofrimentos purgatoriais?
Resposta: Agora, temos a parte mais prática desses ensinamentos: um método que nos permite evitar o Purgatório, se nos dermos ao trabalho de pô-lo em prática. Trata-se do método Rosacruz da Retrospecção. Cada noite deveríamos repassar os acontecimentos do dia, em sentido contrário, começando pelos da noite e continuando a rever para trás, até os da manhã, examinando cada acontecimento cuidadosamente para discernir perfeitamente sua qualidade de bem ou de mal. Deveríamos fazer voltar as experiências do dia ao campo da consciência, esforçando-nos para sentir o sofrimento que tenhamos causado aos outros e procurando sentir, também, a qualidade não-espiritual das más ações. Agindo assim, viveremos o Purgatório a cada noite e, quando passarmos ao outro lado do véu, não necessitaremos sentir as experiências intensificadas dessa Região.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)
O cérebro está dividido em três partes principais: o cérebro (grande cérebro superior), o cerebelo (pequeno cérebro central) e a medula oblongata (pequeno cérebro inferior).
O cérebro é usado pelo Espírito para expressar a consciência física e o pensamento direto. É o instrumento usado pelo Espírito para expressar seus poderes mais elevados da vontade no plano físico.
O cerebelo é a parte do cérebro que o Espírito usa para realizar a coordenação em relação aos movimentos do corpo, ligando as separadas atividades dos nervos a uma ação equilibrada e harmoniosa através do poder unificante da coesão. O cerebelo está correlacionado ao segundo aspecto do ser humano, a Sabedoria.
A medula oblongata (bulbo raquidiano, medula oblonga ou simplesmente bulbo) é a parte do cérebro usada pelo Espírito para controlar as pulsações do coração, a contração dos vasos sanguíneos e a respiração. Sem esta atividade do cérebro, os processos da vida física não poderiam continuar. A medula oblongata está, portanto, ligada ao terceiro poder do ser humano, sua Atividade em manifestação.
O cérebro é permeado pelas substâncias do Corpo Vital, do Corpo de Desejos e do Pensamento Abstrato e Concreto. É, portanto, a oficina física particular do Espírito, com seu material próprio e com todos os seus veículos convenientemente reunidos e prontos para serem usados. Impressões causadas pelo mundo exterior atingem o Espírito por meio de um ou dos cinco sentidos físicos e por meio do canal do Corpo Vital.
O Espírito, Ego, o ser humano real, é o pensador. O processo de pensar é o seguinte: a vontade desperta a imaginação e ela visualiza uma ideia composta de substância do pensamento abstrato que permeia o cérebro. Esaa ideia do pensamento abstrato é, então, projetada pelo poder da vontade na lente da Mente, que transfere a ideia para a substância do pensamento concreto contida naquela parte da Mente do ser humano e que permeia o cérebro. Aqui, a ideia é envolvida pela substância do pensamento concreto e agora é um pensamento-forma. O pensamento-forma, assim criado, é projetado na substância do Mundo do Desejo que permeia o cérebro. Essa substância do Mundo do Desejo, estando correlacionada à atividade, dá ao pensamento forma e poder para agir, o que geralmente resulta em algum tipo de manifestação.
No estudo do pensamento e da Mente lembremos que o pensamento é um poder do Espírito e a Mente, composta de substância do pensamento concreto, é o veículo que liga o Espírito ao seu cérebro etérico e físico. A Mente está harmonizada com Fá maior ou um bemol e sua escala começa com Fá. O Corpo Vital está harmonizado com o Dó natural e sua escala começa com Dó. O Corpo Denso está com Lá sustenido maior, que tem quatro sustenidos e três duplos sustenidos. Portanto, toda música escrita nesses três tons tem um efeito decisivo sobre a Mente, sobre o cérebro do Corpo Vital e o cérebro do Corpo Denso. Estão intimamente ligados ao Espírito e ao desenvolvimento de seus poderes potenciais que são: Vontade (poder do Espírito Divino), Sabedoria (poder do Espírito de Vida), e Atividade de germinação (poder do Espírito Humano).
O pensamento está correlacionado com a Vontade, o primeiro poder do Espírito. Ele expressa-se primeiro como uma ideia que ainda não adquiriu forma. Depois, o segundo poder do Espírito, a Sabedoria, atrai substância do pensamento concreto para a ideia e temos um pensamento-forma. Um pensamento-forma pode ser puramente mental se não for alterado pelo desejo. Contudo, em nosso atual estágio de evolução, poucos pensamentos estão isentos de algum grau de desejo.
O Mundo de Pensamento é o reino da música e o lar da Onda de Vida sagitariana, os Senhores da Mente. Consequentemente, seria quase impossível produzir um pensamento forma separado da música. Quando o pensamento-forma está revestido pela substância de desejo, a cor é acrescentada a ele, uma vez que o Mundo do Desejo é o reino da cor.
Para resumir a construção do pensamento-forma: o Espírito desperta sua vontade. O poder da Vontade produz uma vibração irradiante, musical, que se manifesta como som. O som produz uma ideia. A ideia adquire forma, e um pensamento passa a existir. O pensamento-forma é colorido pela substância de desejo. Uma forma flutuante colorida é produzida. Pensamentos não são silenciosos. Eles falam uma linguagem inconfundível; exprimem-se muito mais acuradamente que a intenção das palavras, e permanecem até que a força que seu criador empregou para produzi-los tenha sido gasta. Eles soam em um tom peculiar à pessoa que os gerou, portanto, é comparativamente fácil para o ocultista experiente descobrir sua procedência, buscar a fonte que os originou.
Falta espontaneidade aos pensamentos-forma; eles agem mais ou menos como autômatos. Movem-se e atuam somente em uma direção, de acordo com a vontade do pensador, que é o poder motivador interno.
Quem estudou este assunto, sabe quantas pessoas são ativadas pelos pensamentos-forma que pensam ser delas mesmas, mas que, na verdade, se originaram na Mente de outra pessoa. A opinião pública é formada dessa maneira. Pensadores poderosos, que possuem determinadas ideias sobre algum assunto em particular, criam e irradiam pensamentos-forma de si próprios. Outros, menos positivos ou simpatizantes da ideia expressa naqueles errantes pensamentos-forma, julgam que os pensamentos se originaram dentro deles e os adotam como seus.
Assim, gradualmente, uma opinião pode crescer até que o pensamento originado por um único indivíduo pode, não só ser aceito, como defendido por toda uma comunidade, estado ou mesmo uma nação. Pensamentos expressos em palavras faladas tornam se muito mais poderosos, particularmente se pronunciados por um orador vigoroso.
(Leia mais no Livro A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Fraternidade Rosacruz)
Foi dito que Gêmeos, os gêmeos, é o Signo dos opostos: positivo e negativo, alto e baixo, branco e preto. Sob a influência dessa Hierarquia a humanidade conhece o caminho da luz e o caminho das sombras, como conheceram Lázaro e o homem rico na parábola bíblica.
O homem rico tinha grandes posses terrenas, enquanto Lázaro era um mendigo que vivia na miséria. Ambos simbolizam os dois polos da riqueza e da pobreza, o “tem” e o “não tem”, uma classificação que é causa de inumeráveis guerras ao longo da história. O homem opulento da parábola se vestia de linho puro e púrpura real. Todos os dias se dedicava a se divertir e se distrair, enquanto Lázaro, em sua extrema miséria, acudia cada dia para mendigar as migalhas de sua mesa.
Idênticas situações existem no mundo hoje em dia. Contudo, tais iniquidades não podem durar, posto que vivemos em um mundo regido pela lei moral. O ajuste de contas, no entanto, requer maior tempo do que compreende uma só encarnação terrestre. Isso é o que ensina a parábola, que revela o modo de operar a lei, tanto nos planos externos como nos internos.
Lázaro e o homem rico morrem. O primeiro foi transportado para os Céus, enquanto o segundo foi para o Purgatório a fim de sofrer pelo seu ócio, sua improdutividade e perda de tanto tempo. Essa justiça não é, no entanto, de natureza vingativa. O ser humano colhe o que semeou. Ainda que Lázaro vivia na pobreza, as sementes que ele semeou produziram uma rica colheita em comparação com a produzida pelo homem rico, que falhou na hora de fazer o uso correto de suas riquezas e aproveitar a ocasião que foi lhe dada, de prestar um serviço a alguém menos afortunado que ele. O modo de operar da lei é simplesmente corretivo. Reconhecendo a colheita de sua própria semente, o ser humano obtém a compreensão e a compaixão e se dá conta que é um com toda a humanidade.
A parábola ensina, também, que a natureza da experiência do ser humano após a morte está determinada por sua vida sobre a Terra. Quando o homem rico sentiu sede, viu o estado de felicidade de Lázaro no seio do Pai Abraão e suplicou a esse que permitisse a Lázaro lhe dar um gole de água para matar a sede. A isso, Abraão replicou: “Entre nós e vós existe um grande abismo”. Essa barreira é formada por uma vibração. Se uma pessoa do Purgatório pudesse elevar sua consciência ao plano celeste, não continuaria confinada no plano inferior do Mundo do Desejo.
A parábola mostra, ainda, outro ensinamento. O conjunto das experiências humanas está constituído, principalmente, pelas emoções do prazer e da dor. Aceitada com conhecimento, a dor constrói o degrau na escada da realização. Porque a dor torna a compaixão mais profunda e a simpatia mais ampla e incrementa a humildade e a beleza do próprio caráter, que são as características de tudo o que se encontra na verdadeira trilha do Discipulado.
SIGNO: Touro, o touro
QUALIDADE: Fixo; ou consciência dirigida gradual e consistentemente para estabelecer e manter um centro estável.
ELEMENTO: Terra; ou consciência em harmonia com o tangível, dimensões exteriores e manifestações da vida. Entre outras coisas, o elemento Terra corresponde aos sólidos, o Corpo Denso, a Região Química do Mundo Físico e o Tríplice Corpo.
NATUREZA ESSENCIAL: Tranquilidade
ANALOGIA FÍSICA: Terra ou solo fértil.
PLANETA REGENTE: Vênus. Porque ele é capaz de expressar suas funções mais fáceis e livremente quando ele está situado nesse Signo. Vênus representa a necessidade de expressar o amor e a afeição, experimentar a paz, a harmonia e a beleza, e se esforça para a elevação moral e o refinamento estético.
CASA CORRESPONDENTE: a 2ª Casa corresponde a Touro e representa o desejo para a segurança no Mundo exterior. Combinando os fatores precedentes nós vemos que Vênus em Touro e na segunda Casa representa a consistente e firme necessidade de expressar o amor e a afeição, a paz experimentada, a harmonia e a beleza, e se esforça para a elevação moral e o refinamento estético em uma maneira tangível e externa, através do desejo de obter segurança no mundo exterior.
ANATOMIA ESOTÉRICA: representa o Corpo de Desejos.
ANATOMIA EXOTÉRICA: específica: crânio e base do cérebro, cerebelo, pons varolii, medula oblongata, mandíbula inferior, língua, palato, garganta, faringe, laringe, tonsilas, adenoides, ouvidos, Tubo de Eustáquio, vértebra e nervos cervicais, glândulas salivares, glândula Tireoide e glândulas paratireoides.
FISIOLOGIA: Vênus, o Regente de Touro, governa o processo fisiológico envolvidos no gosto, cheiro, metabolismo dos carboidratos (aqui junto com Mercúrio), filtração dos resíduos nos níveis celulares e orgânicos, produção (aqui junto com a Lua) dos hormônios femininos, produção de insulina, circulação do sangue nas veias e o funcionamento da glândula Timo.
TABERNÁCULO NO DESERTO: representa o Altar dos Sacrifícios, que ficava dentro do Portão Leste. Esse Altar simboliza o sacrifício dos nossos próprios desejos, a fim de que as necessidades para o nosso progresso espiritual possam ser realizadas. Nossos desejos para termos facilidades e conforto e para termos ganho pessoal e poder, deve dar lugar ao desejo de participar em um plano mais abrangente que veja além do momento atual e além da personalidade. Esse sacrifício fornecerá o combustível para alimentar nossas aspirações espirituais.
MITOLOGIA GREGA: Na mitologia grega Vênus eram os deuses: Afrodite, Hera e Eros. Afrodite é a deusa do amor, Hera, a deusa do casamento (refletindo o regente de Libra que também é Vênus) e Eros que corresponde ao Cupido da mitologia romana, é o atendente de Afrodite. Eros representa a força de atração e de coesão entre as pessoas.
CRISTIANIDADE CÓSMICA: Em sua ascensão aos Mundos superiores, o Cristo passa através do Mundo do Desejo e nesse tempo do ano Ele se esforça para purificar as condições lá prevalecentes. Então, Ele ajuda a dispersar os miasmas do egoísmo e de outras forças astrais negativas, tornando possível para nós obtermos material mais puro para construirmos melhores Corpos de Desejos. Isso acelera o dia em que nós sejamos capazes de conquistar nossa natureza inferior.
(traduzido da Revista: Rays from the Rose Cross – maio/1978 pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Resposta: A morte é ocasionada pela ruptura da união entre o Átomo-Semente e o coração. Nesse processo, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente abandonam o Corpo Denso, pelo alto da cabeça. Contudo, na morte o Ego e os veículos superiores permanecem em contato com o Corpo Denso, por meio do Cordão Prateado, por três dias e meio aproximadamente, período em que ocorre a retrospecção do panorama da vida recém-finda. Todas as imagens contidas nesse panorama são gravadas no Corpo de Desejos que, posteriormente, serão impressas no Corpo Vital, através do sangue, e se tornarão a base da experiência post-mortem. Só depois dessa gravação é que se rompe o Cordão Prateado no seu segmento entre o Coração e o Plexo Celíaco.
Ao morrer, a pessoa pode ficar presa ao Mundo Físico ou se endereçar para o Purgatório, local em que os nossos maus atos e hábitos deverão ser purgados. Aqui sofremos intensamente toda a dor causada a outros. É a Lei de Causa e Efeito agindo e dando a cada um aquilo que necessita.
Quando termina a existência no Purgatório, o Ego ascende ao Primeiro Céu, que está situado nas três Regiões mais elevadas do Mundo do Desejo. Aqui o indivíduo verá o panorama das boas obras da vida e voltará a sentir toda a gratidão que recebeu por sua benfeitoria. O Primeiro Céu é um lugar de alegria, sem vestígios sequer para a amargura.
A próxima etapa é o Segundo Céu; aqui a quintessência dos três Corpos é assimilada pelo Tríplice Espírito. O Segundo Céu é o verdadeiro lar do Ego humano; aqui ele permanece durante séculos assimilando o fruto da última vida e preparando as condições terrenas mais apropriadas para o seu próximo passo no progresso.
No Terceiro Céu o Ego se fortifica para a próxima imersão na matéria. Com a ajuda dos Anjos do Destino ele escolherá, dentre os panoramas de vida, como será sua próxima vida na Terra.
Para saber mais, Leia o Capítulo 3 do Conceito Rosacruz do Cosmos.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Nesta vida terrena, quando estamos despertos, nós, o Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui – funcionamos no Mundo visível como um Espírito interior, mas durante as horas de sono nós trabalhamos a partir do Mundo do Desejo, onde também permanecemos por algum tempo após mais uma nossa morte aqui. Os estágios posteriores da existência post-mortem serão vividos na Região do Pensamento Concreto, onde está o Segundo Céu. Acima desse, está a Região do Pensamento Abstrato, onde está o Terceiro Céu, atualmente o nosso lar. E é nesse ciclo que excursionamos pela Terra com o fim de ganharmos experiências e crescimento espiritual.
Enquanto vivemos aqui na Terra formamos certas ligações com outros que, de acordo com a Lei de Causa e Efeito produzirão seus efeitos, mais cedo ou mais tarde. Isso tem a aparência de sorte ou destino.
Em virtude de transgressões voluntárias ou ignorantes das Leis de Deus, em renascimentos passados, nós acumulamos uma dívida de más ações que devem ser liquidadas em algum tempo.
Devemos colher o que semeamos, antes que nos tornemos puros e livres em espírito. O conhecimento dessa “sorte” iminente, quando uma parte da dívida já está paga, nos paralisaria, e a visão total de toda a horrenda dívida, provavelmente, nos esmagaria por mais fortes que fôssemos, a menos que tivéssemos nos tornados pelo menos um pouco iluminados e capazes de nos conformar com as Leis da Natureza. Quando essa grande luz brilhar dentro do nosso coração e nos sentirmos como um “espírito pródigo”, apartado do nosso Pai do céu, quando exclamarmos no íntimo do nosso coração: “Eu irei para meu Pai”, e que esse desejo esteja sempre ante a nossa visão espiritual, então, pela primeira vez enfrentaremos a concretização do nosso destino, chamada pelos ocultistas “Guardião do Umbral”.
Essa entidade nos encontra na porta entre os Mundos visível e invisíveis. Quando tentamos entrar nesse mundo que conhecemos anteriormente por meio da visão espiritual, nos defrontamos com esse “Guardião do Umbral”, e não podemos passar antes que o tenhamos reconhecido.
Todos nós devemos enfrentar esse espectro horrendo, tal como Clyndon o fez na novela “Zanoni”, da autoria de Bulwer Lutton; esse espectro não se manifesta à Humanidade comum, mesmo nos períodos entre a morte e o renascimento, porém, o neófito, como já foi explicado, deve encará-lo, reconhecê-lo e tentar passar por ele.
Como neófito, devemos proferir um voto solene de fazer tudo o que for possível e necessário para liquidarmos a dívida de que o fantasma é uma concretização e, também, o voto de silêncio sobre todas as coisas ali ocorridas.
Quando a consultante pergunta quem é seu Ego, pede justamente a informação que o “Guardião do Umbral” dos Mundos invisíveis esconde sob a caritativa Lei da Natureza que ninguém tem o privilégio de quebrar. Até que tenha atingido a força espiritual para ultrapassá-lo e aprender por si próprio, isso deve permanecer escondido de si.
E, mesmo então, não haverá um intercâmbio ininterrupto e consciente entre o “Eu superior” e a Personalidade, o “eu inferior”.
Isso pertence a um estágio voluntário muito posterior, quando já tivemos inteiramente espiritualizado nossos veículos. Há, pois, somente um caminho a ser seguido: é aplicar-se diligentemente ao problema.
Se continuar a buscar, encontrará, mas lembre-se, não há meios fáceis de chegar a esse conhecimento. Ninguém pode fornecê-lo ou vendê-lo pronto para ser usado. Quanto a nós, que estamos mais avançados, tudo o que podemos fazer pelos outros é indicar-lhes o caminho, encorajando-os a encetá-lo até o fim, a despeito de todos os revezes e obstáculos, confiantes de que o que um ser humano faz, qualquer outro pode fazer. Cada um de nós tem o mesmo poder divino e está habilitado a ser bem-sucedido em tudo o que fizer.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz agosto/1980 – Fraternidade Rosacruz-SP)
George du Maurier descreve nesse Livro: “Peter Ibbetson” como um prisioneiro pode reviver as ocorrências de sua infância, se vendo a si mesmo, a seus companheiros de brinquedo, a seus pais, a todo o seu ambiente pela reprodução do registro etérico de sua vida infantil, e até de vidas passadas.
Qualquer um que conheça o segredo de como se colocar em contato com tais imagens, pode encontrar e ler a vida das pessoas com as quais mantém contato.
Sobre isso, podemos ler no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos: “Quando chega o tempo de passar ao segundo grau (a segunda Iniciação Menor), ao neófito é solicitado dirigir sua atenção às condições da segunda Revolução do Período Terrestre, conforme registradas na Memória da Natureza. Então, em plena consciência, observa os progressos alcançados nesse tempo pelos Espíritos Virginais, tal como Peter Ibbetson (o herói da obra “Peter Ibbetson”, de George du Maurier, cuja leitura recomendamos por ser uma descrição gráfica de certas fases de subconsciência) observava sua vida infantil durante as noites em que ‘sonhava de verdade’.”.
E isso só é possível porque, do mesmo modo que sabemos que os movimentos da humanidade de hoje podem ser reproduzidos, graças à câmara cinematográfica, mesmo depois que se tenham transcorridos muitos anos da morte de seus verdadeiros atores, também, iluminados pelas últimas descobertas, podemos preparar nossas Mentes para aceitar a ideia de que existe um registro automático de cada vida humana e também das vidas de comunidades, preservado, no que podemos chamar, por falta de melhor denominação, na Memória da Natureza.
Essa nos mostra os estados de evolução alcançados por todos os seres viventes e proporciona aos ministros de Deus, os Anjos Relatores, a perspectiva necessária de nos ajudar no esforço para alcançarmos a sabedoria, o conhecimento e o poder; eis os motivos pelos quais estas lições são necessárias para nosso avanço no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
Acesse-o aqui: Livro: Peter Ibbetson – George Du Maurier
AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN – Correlacionadas com as Nove Iniciações Menores – Terceira Sinfonia
Por Corinne Heline
CAPÍTULO III – TERCEIRA SINFONIA – MI BEMOL MAIOR – OPUS 55 – EROICA
“O coração de Beethoven estava cheio de fogo divino e ele não conhecia a fronteira; todo o Céu e toda a Terra eram seus campos de exploração onde ele amava, sonhava, sofria imensamente e despejava seus sentimentos dentro de sua arte. Transformava tudo o que tocava, tornando luminoso com fogo divino. Em Viena, ouvi pela primeira vez uma de suas sinfonias, a “Eroica”. A partir daí, tive só um pensamento: estar em contato com este grande gênio e vê-lo pelo menos uma vez.”
Rossini[1]
“Seus gloriosos temas e a majestosa beleza de seu pensamento musical permitem que ela permaneça mais de cem anos após sua composição como uma das principais obras da criatividade musical.”
E. Markham Lee
“A música da ‘Eroica’ é profunda, magnificamente ilustrativa de um heroísmo idealístico. Tipifica o puro espírito do heroísmo idealizado e universalizado. O Primeiro Movimento expressa o heroísmo da intrepidez dentro da qual a fé se torna o grande poder transformador que purifica e exalta. A Marcha Fúnebre não contém a representação da morte como tal, mas eleva, exalta e proclama os poderes da Vida Eterna, pois o amplo perfil do conceito de Beethoven não contém nenhuma sombra da morte.
O Scherzo expressa e mantém esta confiança e serenidade enquanto o Finale é ansioso e alegre com todo o conhecimento consciente do grande profeta musical, um brilhante prenúncio das forças do nascer do Sol mais tarde realizadas nos inspiradores compassos da Nona Sinfonia.”
John N. Burk em “Life and Works of Beethoven”
A Terceira das Nove Sinfonias, conhecida como Eroica[2], foi iniciada em 1803 e finalizada no ano seguinte. Foi apresentada pela primeira vez em Viena em 1805.
A nota-chave espiritual da Terceira Sinfonia é “Força”.O número três é formado pela união do “um” (poder) com o “dois” (amor). Nasce, dessa união, o terceiro atributo, a “força”. É esse poder anímico da força que se torna o tema básico da Terceira Sinfonia de Beethoven.
A verdadeira grandeza de Beethoven começou a se manifestar nesse estupendo trabalho. Aqui está a música de força concentrada e dinâmica. Sua concepção é tão vasta que a caneta era incapaz de acompanhar o esquema cósmico que foi revelado a ele em todas as suas proporções colossais. Cada compasso traz um heroico timbre. Essa não é uma música convencional, mas uma transcrição de celestiais melodias que, como uma melodia não interrompida, move-se em longas correntes de altos e baixos, uma poderosa sinfonia na qual as correntes da vida e da morte, ou vida transcendente, competem entre si em glória celestial.
Todos os críticos concordam com o espírito de universalidade que permeia essa Sinfonia. A magia tonal sobe aos picos das montanhas e desce aos vales subterrâneos, banhando toda a Terra com luz fulgurante. A recapitulação reafirma os temas num ritmo de crescente força e beleza.
A Terceira Sinfonia foi especialmente querida ao coração de Beethoven. Muitos dos que o conheceram intimamente disseram que essa Sinfonia, a Eroica, era sua favorita. A maioria dos comentaristas associaram essa Sinfonia a um significado político especial. No entanto, são os mais profundos e esotéricos aspectos nos quais estamos primeiramente interessados.
Essa sinfonia, como todas as Nove Sinfonias de Beethoven, está dividida em quatro partes designadas de Allegro, Marcha Fúnebre, Scherzo e Finale.
A natureza e sequência das quatro partes ocasionaram muitas e variadas especulações sobre o que o compositor tinha em mente quando criou a sinfonia. O alegre Scherzo que segue a Marcha Fúnebre tem deixado os comentaristas perplexos, mas, nas palavras de Robert Bagar e Louis Biancolli no livro “Concert Companion”, “ao musicólogo, ao historiador e ao romancista podem ser permitidas interpretações, mas a música permanece como um monumento à uma Mente grande e poderosamente expressiva cujos pensamentos e imaginações, quaisquer que tenham sido, se cristalizaram no brilhante e irresistível modelo de uma criação eterna”.
Com relação à impropriedade do alegre Scherzo vir imediatamente depois da Marcha Fúnebre que alguns sentiram, isso não apresenta dificuldade de interpretação à luz da profunda experiência anímica. Quando um Aspirante à vida superior entra sinceramente no Caminho da Transmutação da natureza inferior em superior, as experiências adquiridas são frequentemente cheias de falhas e frustrações, com dor e tristeza. Muitas vezes, os sons no coração do buscador, os solenes e enlutados tons da marcha fúnebre, retratam a renúncia do “Eu inferior”. Com o alcance dessa recém encontrada força anímica, no entanto, o Espírito renovado canta sua alegria e seu deleite, como expressado no Scherzo. Nas palavras de Davi, o doce cantor de Israel, “A tristeza permanece à noite, mas a alegria vem de manhã”[3].
O Iniciado músico Richard Wagner expressou-se sobre os valores internos e profundos incorporados nessa Sinfonia com tal inspiração espiritual que nós transcrevemos aqui. Em suas palavras inspiradas, o primeiro movimento “é para ser considerado em seu sentido amplo e nunca é para ser entendido, de forma alguma, como relacionado meramente a um herói militar. Se nós entendemos, no sentido amplo, por ‘herói’, o ser humano total e completo no qual estão presentes todos os sentimentos de amor puramente humanos, de dor, de força em sua mais alta suficiência, então nós iremos corretamente entender o que o artista desperta em nós nas acentuações de seu trabalho tonal. O espaço artístico desse trabalho está cheio de variados e crescentes sentimentos de uma individualidade forte e consumada, para a qual nenhum humano é um estranho, e inclui verdadeiramente dentro de si todo o sentimento humano, exprimindo isso de tal maneira que, depois de manifestar francamente toda a paixão nobre, termina dentro de uma enorme suavidade de sentimento, apegado à mais energética força. A tendência heroica desse trabalho artístico é o progresso em direção à conquista final”.
Para Wagner, o primeiro movimento “abraça, como num forno brilhante, todas as emoções de uma natureza ricamente abençoada no auge de uma juventude inquieta, contudo, todos esses sentimentos brotam de uma principal faculdade e esta é a ‘força’… Vemos um Titã lutando com os deuses”.
Do segundo movimento, com sua “força destruidora que alcança a crise trágica, o poeta musical reveste sua proclamação na forma musical de uma Marcha Fúnebre. A emoção subjugada por profunda aflição, movendo-se em tristeza solene, conta-nos sua história em tons agitados”.
Romaine Rolland[4] considerou a Marcha Fúnebre “uma das mais grandiosas coisas em música. É um cortejo”, ele observa, “das atribulações mundanas mais do que uma elegia para Napoleão”, e Pitts Sanborn[5] denominou-a “uma das mais tremendas lamentações concebidas em qualquer arte”.
Do terceiro movimento, Wagner diz: “força roubada de sua arrogância destrutiva – pela castidade de seu profundo pesar – o terceiro movimento mostra em si toda a sua flutuante alegria. Sua indisciplina selvagem modelou-se em fresca e alegre atividade; temos diante de nós agora esse adorável homem feliz que passa cordial pelos campos da Natureza”. Esse é o primeiro Scherzo de Beethoven e é considerado por muitos como sendo um entre os melhores.
No Finale, tremendas doses de força exultante são libertadas proclamando o alcance do autodomínio. É música dentro da qual cada átomo físico se afina com a música das esferas.
Como entendido por Wagner, o Finale representa o ser humano todo, isto é, “o ser humano profundamente sofredor e o ser humano feliz e alegre, os dois vivendo harmoniosamente nessas emoções em que a memória do sofrimento se torna a força formadora de nobres feitos”.
As citações wagnerianas nós devemos a Laurence Gilman em seu livro “Stories of Symphonic Music”.
A linguagem humana pode, no máximo, transmitir muito deficientemente a essência espiritual e o significado de trabalhos artísticos que brotam de uma consciência capaz de afinar com os mais altos planos espirituais através de uma Personalidade que possui a rara habilidade de transcrevê-las para uma clara audição humana. Que Wagner tenha a percepção de reconhecer valores internos na Terceira Sinfonia de Beethoven, mais completa e claramente que outros mortais, está amplamente demonstrado no esoterismo que forma a estrutura interna de todos os seus trabalhos imortais. Então, o que ele tem a dizer sobre a Terceira Sinfonia de Beethoven é mais do que uma coisa superficial, mais do que alcançar seu significado por uma mera audição.
Por exemplo, quando Wagner fala do Finale como sendo um resumo das tristezas e lutas do ser humano finalmente combinadas harmoniosamente em suas experiências criativas e alegres, das quais brota uma forma de arte que possui “força para nobres realizações”, ele está concordando com Pitágoras, que deu ao “três” o atributo da harmonia e também afirmou a verdade de que as experiências adquiridas estão sempre repletas de falhas, e o simbolismo do número “três” da Maçonaria que suporta os pilares da sabedoria, da força e da beleza.
Mais do que isto, Wagner fala do Finale como representativo do “ser humano total”, o “ser humano total que grita para nós a declaração de sua Divindade”.
Considerem essa afirmativa em relação ao campo vibratório do “três” dentro do qual a Terceira Sinfonia toma forma. Em toda parte, entre os antigos, o número “três” era considerado o mais sagrado dos números. Não há símbolo mais importante do que o triângulo equilátero usado como símbolo da Divindade. Platão viu nele a imagem do Ser Supremo e, de acordo com Aristóteles, o número “três” contém dentro de si o princípio e o fim. Era na Trindade que Platão se identificava com o Ser Supremo que criou o ser humano ou, nas palavras de Wagner, “o todo, o ser humano total, o ser humano que grita para nós a declaração de sua Divindade”. Nesse breve comentário de Wagner, nós temos uma declaração de um Iniciado interpretando o que um ser de eminente criatividade compôs para a audição de ouvidos que percebem menos.
Da Terceira Sinfonia, Pitts Sanborn tem para dizer: “O ‘três’ incorpora os desenvolvimentos com os quais Beethoven revolucionou a Sinfonia. Em amplitude e opulência, nenhum movimento sinfônico igualou ou mesmo se aproximou do inicial Allegro con brio, e podemos duvidar se algum o exceder subsequentemente. Ouvintes sensíveis, ouvindo-o pela primeira vez, poderiam bem ter gritado como Miranda: ‘Ó bravo novo mundo!’”.
A luta suprema que confronta todo ser humano é a conquista da Personalidade pelos poderes do espírito. Essa é a batalha na qual todo Ego está engajado muitas vezes em todo ciclo de vida e, quando a vitória é finalmente consumada, o Espírito se levanta livre, emancipado, vitorioso. É esse conflito e vitória que Beethoven descreveu tão magnificamente em sua “Eroica”. É sem dúvida por essa razão que Beethoven afirmou que essa composição era a sua Sinfonia favorita.
TERCEIRA INICIAÇÃO
A Terceira Iniciação Menor está conectada com o terceiro Estrato da Terra conhecido como Estrato Vaporoso. Nesse Estrato está refletido o Mundo do Desejo. Aqui, compreendemos como nunca a relação entre nós e o Planeta em que vivemos. Aqui entendemos como a nossa indomável natureza de desejo influencia e libera certas forças sinistras dentro da correspondente camada na Terra. Também compreendemos como o controle dos desejos dentro de nós tende a impedir a operação das forças destrutivas dentro do corpo da Terra. Por exemplo: se a totalidade da humanidade tivesse um completo domínio sobre a sua natureza de desejos, haveria menos devastação pelo fogo, pela água, ciclones, erupções vulcânicas e outros violentos transtornos da natureza. Isso pode, à primeira vista, parecer estranho e inacreditável para aquele que não penetrou nos segredos internos da natureza e do ser humano. Foi o completo controle da natureza inferior nos três homens sagrados descritos no Livro de Daniel que os capacitou a se manterem vivos na “fornalha de fogo”[6]. Pela mesma razão, homens sagrados na Índia e em outros lugares atravessam florestas sem serem molestados por animais ferozes e répteis venenosos. Ao meditar sobre estes fatos, compreendemos mais profundamente o significado das palavras de Salomão: “Aquele que controla a si mesmo é maior do que o que toma uma cidade”[7]. Richard Wagner expressou essa mesma verdade em Parsifal[8] dando como sua nota-chave “Grande é a força do desejo, mas maior é a força da superação”. Esse é o poder que forma o tema da Terceira Sinfonia de Beethoven.
Somente aquele que atingiu o completo domínio de si mesmo, tal como Beethoven descreve na “Eroica”, pode entrar com segurança e investigar os reinos do Mundo do Desejo da Terra.
Na Terceira Iniciação as magníficas cores do Mundo do Desejo se refletem no terceiro ou Estrato Vaporoso da Terra e se transformam em um verdadeiro arco-íris de beleza translúcida. Muitas das cores ali refletidas nunca foram vistas no plano físico, pois suas frequências vibratórias são altas demais para serem captadas pela visão física. Ali, o candidato aprende a controlar os ritmos do desejo dentro de seu corpo e a transformá-los em poder espiritual. Nas Iniciações Maiores ele também aprende como controlar as correntes de desejo no Mundo externo como, por exemplo, em certos ajuntamentos de pessoas onde as emoções tendem a disparar como numa corrida; essa pessoa evoluída possui o poder de dominar essas emoções e, assim, evitar o desastre ou a tragédia.
[1] N.T.: Gioachino Antonio Rossini (1792-1868) foi um compositor erudito italiano, muito popular em seu tempo, que criou 39 óperas, assim como diversos trabalhos para música sacra e música de câmara. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão Il barbiere di Siviglia (“O Barbeiro de Sevilha”), La Cenerentola (“A Cinderela”) e Guillaume Tell (“Guilherme Tell”).
[2] N.T.: em italiano significa “heroica”.
[3] N.T.: Sl 30:5
[4] N.T.: Romain Rolland (1866-1944) foi um novelista, biógrafo e músico francês.
[5] N.T.: John Pitts Sanborn (1879–1941) foi um crítico musical, poeta, romancista estadunidense.
[6] N.T.: Dn 3:16-18
[7] N.T.: Pb 16:32
[8] N.T.: Parsifal é uma ópera de três atos com música e libreto do compositor alemão Richard Wagner. A ópera se passa nas legendárias colinas do Monte Salvat, na Espanha, onde vive uma fraternidade de cavaleiros do Santo Graal. O mago negro Klingsor teria construído um jardim mágico povoado com mulheres que, com seus perfumes e trejeitos, seduziriam os cavaleiros e fariam com que eles quebrassem seus votos de castidade, e teria ferido Amfortas, rei do Graal, com a lança que perfurou o flanco de Cristo, e todas as vezes em que Amfortas olha em direção ao Graal sente a ferida arder. Tal redenção só poderia ser realizada por um “inocente casto” (significado da palavra “Parsifal”). Este, em sua primeira aparição na ópera, surge ferindo um dos cisnes que purificavam a água do banho de Amfortas, e a todas as perguntas que os cavaleiros lhe fazem responde dizendo que não sabe de nada, nem ao menos seu nome. Parsifal atravessa o jardim mágico de Klingsor e é seduzido pela amazona Kundry, que ora é uma fiel serva do Graal, ora é escrava de Klingsor. Ao beijá-la, sente os estigmas das feridas que afligiam Amfortas e, quando Klingsor atira a lança contra ele, a lança dá a volta em seu corpo, e todo o castelo mágico é destruído. Tempos depois, tendo os cavaleiros se convencido de que ele é o “inocente casto” que faria a salvação, Parsifal cura as feridas de Amfortas e o destrona, assumindo a nova condição de rei do Graal.
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Aqui a Terceira Sinfonia em MP3: