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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Poderiam esclarecer o problema da percepção? Como o vidente sabe a respeito dos planos superiores?

Pergunta: Poderiam esclarecer o problema da percepção? Como o vidente sabe a respeito dos planos superiores? Isto é, (a) como ele distingue entre um pensamento-forma emanado da sua própria Mente, (b) o pensamento-forma emanado de alguma outra pessoa quer esteja encarnada ou não, (c) de entidades espirituais reais?

Resposta: Contrariamente à opinião das pessoas que nada sabem a esse respeito, isto é puramente uma questão de treinamento. É absolutamente errado supor que, pelo fato de uma pessoa ter desenvolvido a visão espiritual, tornando-se capaz de ver coisas nos Mundos geralmente invisíveis à visão humana comum no presente estágio de evolução, essa faculdade a leve também a saber tudo. Na realidade, ela nada sabe até ter adquirido o conhecimento através da investigação. A Lei de Analogia, que é a chave-mestra para todos os mistérios, deverá tornar isto claro. “Assim como é em cima, assim é embaixo”. Vemos o aparelho de telefone, sabemos como fazê-lo funcionar tirando o receptor, colocando-o no nosso ouvido e falando através do transmissor. Sabemos até, de forma vaga, que ele opera por meio da eletricidade, mas o mecanismo permanece um mistério para a grande maioria.

Similarmente, podemos voltear um interruptor elétrico, as luzes cintilarem, e os motores começarem a funcionar. Vemos o fenômeno, mas não conhecemos as forças subjacentes até que tenhamos investigado e adquirido o posterior conhecimento. As mesmíssimas condições prevalecem e num grau muito maior no Mundo do Desejo, devido à plasticidade superlativa da matéria de desejo e à facilidade com que ela se modifica assumindo as mais diferentes formas segundo a vontade do Espírito que a anima, seja ele super-humano ou elemental. Por essa razão, mesmo a pessoa que tem controle voluntário da sua visão espiritual requer um treinamento completo e deve desenvolver a faculdade de ver além da forma, a vida que a anima. É somente após ter desenvolvido essa faculdade que ela estará livre de engano e capaz de distinguir a verdadeira natureza e estado de todas as coisas e seres que vê no mundo invisível. Para tornar isto o mais eficiente possível e ter e certeza de não haver ilusões, é necessário cultivar o grau de visão espiritual que pertence à região concreta do Mundo do Pensamento, onde os arquétipos podem ser vistos.

Para tornar isto claro, podemos recordar que a visão física varia, de forma que há certos seres que veem perfeitamente em condições que para nós pareceriam obscuras. Por exemplo, as corujas e morcegos. Os olhos dos peixes são estruturados de maneira a poderem ver debaixo da água. Os órgãos da visão espiritual são também capazes de sintonizar diversas vibrações. Cada frequência de vibração produz um grau diferente de visão e revela ao pesquisador um determinado reino da natureza. Por uma extensão ligeiramente maior da visão física, os Éteres e os seres tornam-se ali plenamente visíveis. Esse grau da visão pode ser comparado ao raio-X, pois os objetos que aparecem sólidos à visão física são facilmente penetrados pela visão etérica.

Quando alguém olha para uma casa com a visão etérica, vê diretamente através da parede. Se quiser saber o que está ocorrendo num aposento no lado mais distante da casa em relação ao ponto em que se encontra, os raios etéricos dos seus olhos atravessarão as paredes e os objetos que se encontrarem no caminho, e ele passa a vê-los tão claramente como se a casa fosse de vidro. Esse grau de visão pode ser aplicado ao corpo humano, e é possível, com essa faculdade, ver através de toda a estrutura orgânica e observar as suas funções em plena atividade. O autor também achava, até recentemente, que o estratagema comum de se ler uma carta encerrada num envelope selado, talvez no bolso de outra pessoa, realizava-se da mesma maneira. No entanto, estimulado pelos artigos sobre psicometria da nossa revista, pegou uma carta endereçada a ele mesmo e tentou a experiência, no que teve sucesso total, pois foi-lhe mostrada, sentada em seu quarto, tanto a pessoa que tinha escrito a carta como todo o seu conteúdo. Logo depois, ele tentou a visão etérica com outra carta para averiguar como diferir o resultado, e teve grande dificuldade em decifrar o que estava escrito porque a carta havia sido dobrada. Parecia haver uma massa conglomerada de riscos de tinta, e foi necessário o uso do grau mais elevado de visão que penetra o Mundo do Desejo antes da carta poder ser lida.

Quando alguém olha para um objeto com a visão necessária para ver o Mundo do Desejo, mesmo os objetos mais sólidos podem ser vistos por e através de todos os lados, com a diferença de que quem os vê, é como se estivessem vindo de todas as direções. Pensamentos-forma, tais como os que foram mencionados pelo consulente, provavelmente são revestidos deste material, porque nenhum pensamento-forma pode compelir à ação a não ser por intermédio desta força — a substância que chamamos matéria de desejo — e ninguém, a não ser quem tenha estudado a questão, pode imaginar quantas pessoas são movidas por pensamentos-forma que acreditam ser seus, mas que, na realidade, se originaram no cérebro de outrem. É dessa forma que a opinião pública é formada. Grandes pensadores, que possuem ideias definidas a respeito de algo particular, irradiam aqueles pensamentos-forma. Outros pensadores, menos positivos e não contrários à opinião expressa nesses pensamentos-forma errantes, conseguem captá-los pensando que se originaram dentro de si. Assim, gradualmente, o sentimento cresce e o que começou na Mente de um único homem, passa a ser aceito por grande parte de uma comunidade.

Para conhecer positivamente a origem de tais pensamentos-forma errantes, seria necessário um estudo por meio do grau de visão apropriada para atuar na Região do Pensamento Concreto, onde a ideia original tomou forma. Ali, todos os objetos sólidos aparecem como cavidades vazias de onde uma nota-chave básica é continuamente tocada, assim, quem os vê, também ouve deles a história completa da sua existência. Pensamentos-forma que não se cristalizaram ainda em ação concreta ou ser físico, não se apresentam ao observador como uma cavidade, mas ali, os pensamentos não são silenciosos. Eles falam uma linguagem inconfundível e transmitem, de uma forma muito mais precisa do que as palavras, a sua intenção, até que a energia despendida pelo seu criador se esgote. Como vibram no tom peculiar à pessoa que lhes deu origem, é comparativamente fácil para o ocultista treinado investigar sua fonte.

Quanto ao parágrafo “c” da sua pergunta, não ficou muito claro o que questionou. Se deseja saber como distinguir os pensamentos das verdadeiras entidades espirituais dos nossos próprios pensamentos, o método anterior pode ser aplicado a todos os seres sem qualquer distinção. Mas, se quer saber como podemos distinguir as entidades espirituais reais dos pensamentos-forma, a resposta é que os pensamentos-forma são destituídos de espontaneidade. Eles são mais ou menos parecidos a autômatos. Eles movimentam-se e agem em uma única direção, de acordo com a vontade do pensador que é a força motivadora que os impulsiona. As ações objetivas das entidades espirituais são espontâneas e mutáveis, da mesma forma que o são as nossas ações ou táticas sempre que o desejarmos ou quando nos pareça desejável mudá-las.

 (Perg. 64 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração – Coletado por Ger Westenberg

A concentração consiste em enfocar o pensamento num só objeto. É o meio pelo qual construímos uma imagem clara, objetiva e vivente da forma, acerca da qual desejamos adquirir conhecimento.

Concentração é uma palavra que confunde a muitos, e que só tem significado para poucos. Por isso tentaremos esclarecer o seu significado.

O dicionário dá várias definições, todas aplicáveis à nossa ideia. Uma delas é: “fazer convergir para um centro”. Outra definição, esta aplicável à química, é: “reduzir à máxima pureza e intensidade, removendo os constituintes sem valor”.

Aplicadas ao nosso problema, uma das definições acima nos diz que se fizermos convergir os nossos pensamentos para um centro, para um ponto, aumentamos o seu vigor, sob o mesmo princípio pelo qual o poder dos raios solares aumenta quando focalizados num ponto através de uma lente de aumento.

Eliminando na ocasião todos os outros assuntos de nossa Mente, a força total do nosso pensamento fica disponível para ser usada em atingir o objetivo, ou para resolver o problema sobre o qual nos concentramos.

Há 4 meios de você acessar esse Livro:

1. Em formato PDF (para download):

Curso para Auxiliar o Exercício Concentração – Coletado por Ger Westenberg – Fraternidade Rosacruz Campinas – SP – Brasil

2. Em forma audiobook ou audiolivro:

Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração – Coletado por por Ger Westenberg – Fraternidade Rosacruz Campinas – SP – Brasil – audiobook

3. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas/featured

aqui:

Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração – Coletado por por Ger Westenberg – Fraternidade Rosacruz Campinas – SP – Brasil – videobook

4. Para estudar no próprio site:

CURSO PARA AUXILIAR O EXERCÍCIO DE CONCENTRAÇÃO

Textos Organizados por

 Ger Westenberg

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

originais fornecidos e autorizados pelo próprio autor da Rosicrucian Fellowship Center de Amsterdam, Holanda, nos idos 1920, coletado por Ger Westenberg.

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

PREFÁCIO

PRIMEIRA LIÇÃO – Para a primeira semana

SEGUNDA LIÇÃO – Para a segunda, terça e quarta semanas 

TERCEIRA LIÇÃO – Para a quinta semana

QUARTA LIÇÃO – Para a sexta semana

QUINTA LIÇÃO – Para a sétima semana

SEXTA LIÇÃO – Para a oitava semana

SÉTIMA LIÇÃO – Para a nona semana

OITAVA LIÇÃO – Para a décima semana

NONA LIÇÃO – Para a décima-primeira e décima-segunda semanas

DÉCIMA LIÇÃO – Para a décima-terceira semana

DÉCIMA PRIMEIRA LIÇÃO – Para a décima-quarta semana

DÉCIMA SEGUNDA LIÇÃO – Para a décima-quinta semana

DÉCIMA TERCEIRA LIÇÃO – Para a décima-sexta semana

DÉCIMA QUARTA LIÇÃO – Para a décima-sétima semana

PREFÁCIO

A concentração consiste em enfocar o pensamento num só objeto. É o meio pelo qual construímos uma imagem clara, objetiva e vivente da forma, acerca da qual desejamos adquirir conhecimento.

Concentração é uma palavra que confunde a muitos, e que só tem significado para poucos. Por isso tentaremos esclarecer o seu significado. O dicionário dá várias definições, todas aplicáveis à nossa ideia. Uma delas é: ‘fazer convergir para um centro’. Outra definição, esta aplicável à química, é: ‘reduzir à máxima pureza e intensidade, removendo os constituintes sem valor’. Aplicadas ao nosso problema, uma das definições acima nos diz que se fizermos convergir os nossos pensamentos para um centro, para um ponto, aumentamos o seu vigor, sob o mesmo princípio pelo qual o poder dos raios solares aumenta quando focalizados num ponto através de uma lente de aumento. Eliminando na ocasião todos os outros assuntos de nossa Mente, a força total do nosso pensamento fica disponível para ser usada em atingir o objetivo, ou para resolver o problema sobre o qual nos concentramos. Podemos, pois, ficar tão absorvidos em nosso tema que se um canhão fosse disparado acima de nossa cabeça não o ouviríamos. Há pessoas que ficam tão perdidas na leitura de um livro que se esquecem de tudo o mais. O Aspirante à visão espiritual deve adquirir a faculdade de se tornar igualmente tão absorvido na ideia sobre a qual se concentra que possa excluir o mundo dos sentidos da sua consciência, e assim dar toda a sua atenção ao mundo espiritual. Quando aprender a fazer isso, verá o lado espiritual de um objeto ou de uma ideia, iluminado pela luz espiritual, e assim obterá um conhecimento da natureza interna das coisas como jamais foi sonhado por um ser humano mundano.

Atingido esse ponto de abstração, os centros de percepção do Corpo de Desejos começam a girar lentamente dentro do Corpo Denso, tomando, portanto, seus próprios lugares. Com o tempo isto se tornará cada vez mais definido, necessitando cada vez menos esforço para pô-los em movimento.”

“Na vida corrente o Ego está dentro de seus Corpos, dirigindo suas forças para o exterior. Toda a vontade e energia humanas estão empenhadas na tarefa de dominar o mundo externo. Em nenhum momento ele é capaz de livrar-se das impressões do ambiente externo e trabalhar livremente sobre si mesmo nas horas de vigília. Porém durante o sono, quando se apresenta essa oportunidade, porque o Corpo Denso perde a consciência do mundo, o Ego fica fora dos seus Corpos. Se o ser humano tiver que agir sobre os seus veículos, há de ser quando esteja alheio ao mundo externo, como no sono, contanto que o espírito permaneça dentro e no pleno controle de suas faculdades, como sucede nas horas da vigília. Enquanto não obtiver esse estado é impossível ao Espírito atuar internamente e sensibilizar devidamente os seus veículos.

Tal estado é a concentração. Quando a pessoa nela se submerge, seus sentidos ficam inativos, aparentemente na mesma condição que no sono profundo, se bem que o espírito permanece dentro, plenamente consciente. A maioria das pessoas já experimentou esse estado, pelo menos em certo grau, quando absorvidas na leitura de algum livro. Em tais ocasiões vivem as cenas descritas pelo autor, e perdem toda noção do seu ambiente. São insensíveis a todo som, às palavras que lhes dirigem e a tudo que as rodeia. Contudo, estão plenamente conscientes do que leem do mundo invisível criado pelo autor, vivendo neles e sentindo o bater dos corações dos diferentes personagens da narrativa. Não estão independentes, mas sim ligados à vida que alguém criou para elas no livro.

O Aspirante à vida superior cultiva a faculdade de absorver-se à vontade em qualquer assunto que escolha, ou melhor, geralmente não num assunto, mas num simples objeto que ele mesmo imagine.”

“A primeira prática a efetuar-se é a fixação do pensamento em um ideal e assim mantê-lo, sem permitir que se desvie. Tarefa sumamente difícil, ela deve ser realizada regularmente pelo menos até que se possa alcançar algum progresso. O pensamento é o poder que empregamos na formação de imagens, cenas, pensamentos-formas, de acordo com as ideias internas. É o nosso poder principal, e temos de aprender a mantê-lo sob nosso absoluto controle de modo a produzirmos não absurdas ilusões induzidas pelas circunstâncias exteriores, mas sim imaginações verdadeiras geradas pelo espírito, internamente.

Os céticos dirão que tudo é imaginação, mas, como já vimos antes, se o inventor não imaginasse o telefone, etc., não possuiríamos tais coisas. De modo geral suas imaginações não foram corretas ou certas no início. Se o tivessem sido, os inventos teriam funcionado com todo o êxito desde o princípio, sem aqueles muitos fracassos e experiências aparentemente inúteis que quase sempre precedem o aparecimento de um instrumento ou máquina utilitária e prática. Tampouco é correta a princípio a imaginação do ocultista novato. A única maneira de imaginar-se corretamente é conseguida pela prática ininterrupta, dia após dia, exercitando-se o pensamento, pela vontade, a manter-se enfocado sobre um assunto, objeto ou ideia, excluindo tudo o mais. O pensamento é um grande poder que costumamos desperdiçar. Permitimo-lo fluir sem qualquer objetivo, do mesmo modo que a água se despeja no precipício sem aproveitamento na movimentação de uma turbina.

Os raios do Sol difundidos sobre a superfície da Terra produzem apenas um calor moderado. Contudo, se alguns poucos forem concentrados através de uma lente, serão capazes de produzir fogo no ponto focal.

A força do pensamento é o meio mais poderoso para obter-se conhecimento. Se for concentrada sobre um assunto, abrirá caminho através de qualquer obstáculo e resolverá o problema. Possuindo-se quantidade necessária de energia mental, nada existe que esteja além do poder da compreensão humana. Enquanto a desperdiçamos, é uma força de pouca utilidade, mas tão logo estejamos prontos a enfrentar as dificuldades para dominá-la, todo conhecimento poderá ser nosso.

Ouvimos com frequência pessoas exclamarem petulantemente: “Oh! Não posso pensar em cem coisas ao mesmo tempo! “. Na realidade era exatamente isso o que estavam fazendo e que lhes causou o aborrecimento de que se queixam. As pessoas vivem pensando constantemente em cem coisas diferentes daquela que têm em mãos. Todo êxito é alcançado através da concentração persistente no objetivo desejado.

Isto é algo que o Aspirante à vida superior deve aprender positivamente. Não há outro caminho. A princípio se achará pensando em tudo quanto há debaixo do Sol, ao invés de pensar no Ideal sobre o qual tenha decidido concentrar-se, mas isso não deve desanimá-lo. Com o tempo verá que já é mais fácil cerrar os sentidos e manter firmemente os pensamentos. Persistência, persistência, sempre PERSISTÊNCIA e vencerá por fim. Sem ela, entretanto, não pode esperar resultado algum. Não será de nenhuma utilidade fazer os exercícios duas ou três manhãs ou semanas, e deixar de fazê-los por outro tanto tempo. Para serem eficazes devem ser praticados fiel e ininterruptamente todas as manhãs.

As imagens produzidas pelo Aspirante serão a princípio obscuras e de fraca semelhança, mas depois, pela concentração, poderá evocar imagens mais reais e viventes do que as coisas do Mundo Físico.”

“Quando o Aspirante estiver apto a formar tais imagens, e já conseguindo manter a Mente sobre as imagens assim criadas, poderá tentar o desaparecimento súbito da imagem, mantendo a Mente firme, sem pensamento algum, esperando o que possa surgir nesse vazio.

Talvez nada apareça durante muito tempo, mas o Aspirante deve ter o cuidado de não criar visões por si mesmo. Se a prática for seguida fiel e pacientemente todas as manhãs, chegará o dia em que no momento que faça desaparecer a imagem, o Mundo do Desejo que o rodeia abrir-se-á aos seus olhos internos como num relâmpago. A princípio pode não ser mais do que um mero vislumbre, contudo não deixa de ser um sinal daquilo que virá mais tarde, sempre que o deseje.”

Só depois de ter praticado a Concentração durante algum tempo, enfocando a Mente sobre um objeto simples, construindo um pensamento-forma vivente por meio da faculdade imaginativa, o Aspirante pode aprender pela Meditação tudo o que se refere ao objeto assim criado. Se assim não o fizer, será infrutífero tentar executar o exercício de Meditação!

Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil

PRIMEIRA LIÇÃO – Para a primeira semana

Selecione um lugar adequado onde possa ficar sem ser perturbado por 15 minutos. Sente-se calmamente e foque sua Mente em um pensamento agradável. Deixe um relógio, um bloco de notas e uma caneta perto de você. Anote exatamente o momento que iniciar. Feche seus olhos, pense sobre o assunto escolhido e tente não se esquecer dele. Você irá observar no menor tempo que pensará em outra coisa.

Faça três colunas verticais no papel e escreva na primeira coluna o assunto no qual está concentrado, na segunda coluna o tempo decorrido, e na terceira coluna o que você pensou quando descobriu que estava pensando em algo diferente.

O assunto da ConcentraçãoTempo decorridoPensamento diferente do assunto
InícioFinal
Árvore8h208h21Sapato

Você deverá repetir esse exercício várias vezes, no entanto quando tiver uma dor de cabeça deverá parar por um tempo.

Para essa primeira experiência, o assunto no qual irá se concentrar deve ser simples e insignificante, por exemplo uma moeda, uma caneta, uma folha ou uma simples flor. Você deve mudar o assunto de tempo em tempo.

Avalie sua anotação no final da semana, e você irá chegar à conclusão de que sua concentração sempre foi limitada por uma das seguintes razões: impaciência, medo de alguma coisa, falta de clareza, inquietação física, dor de cabeça, clareamento do seu pensamento, distúrbios externos, etc.

Você, então, perceberá que seus pensamentos são inquietos e reagem rapidamente a cada distúrbio do exterior e de seu corpo, de forma que eles (os pensamentos) deixam o assunto da concentração e chamam a atenção para outras coisas.

É normal o principiante fazer um esforço para manter o assunto da concentração com todas as forças, trazendo o pensamento sobre o assunto novamente sempre que o pensamento vagar.

ISTO NÃO É BOM!

O caminho correto é: escolher o assunto da concentração e então passar todos os tipos de outros pensamentos em revista e não os remover, entretanto não perder o contato com ele.

Na próxima lição veremos as diretrizes de como você consegue trazer seu pensamento de volta a um assunto que desaparece.

SEGUNDA LIÇÃO – Para a segunda, terceira e quarta semanas

Antes de se sentar para o exercício, para trazer de volta o assunto que estava fora de seus pensamentos, primeiramente você deve decidir, definitivamente, qual será o assunto do seu exercício de concentração e por quanto tempo deverá durar. Algumas pessoas se sentam primeiro e depois começam a escolher o assunto e depois de decidido por algo eles mudam para algo diferente, porque o anterior não era importante o suficiente e, no final, descobrem que o tempo que separaram para fazer o exercício já se passou e não produziram nada. É melhor primeiro definir exatamente qual será o assunto, e depois dizer a si mesmo: “Vou focar meus pensamentos por 15 minutos nisso ou naquilo e eu não vou fazer nada com outros assuntos durante este tempo.”.

É de grande importância que você forme uma imagem do que você vai fazer. Faça na sua fantasia uma representação clara disso.

Pratique a seguinte lição todos os dias, durante três semanas, antes de seguir adiante. Não importa qual assunto escolheu, mas, temporariamente, não use imagens ou símbolos complicados. O assunto deverá ser modificado a cada dois dias, pelo menos.

Vamos a um exemplo: suponha que você escolheu como assunto de concentração uma vaca. Comece a pensar sobre todos os tipos de coisas, sem perder a imagem da vaca. Significa que você está pensando em todas as coisas conectadas com a vaca, por meio de uma das quatro linhas de pensamento que foram anexadas. Assim, feche seus olhos, faça, em pensamento, a imagem da vaca e siga as seguintes etapas:

1ª:  Objeto e classe ou categoria e outros objetos da mesma classe. Pense que a vaca é um animal, um animal de quatro patas, um mamífero como um cachorro, um gato, etc. Continue, até que tenha esgotado todas as possibilidades em sua Mente. Não se satisfaça até que tenha colocado tudo a sua frente.

2ª: Inteira ou parcialmente. Pense, cuidadosamente, sobre as partes da vaca; o nariz, os olhos, a orelha, os joelhos, os cascos, etc. e até nos órgãos internos.

3ª: Objeto e qualidade. Você, primeiramente, pensa sobre as qualidades físicas da vaca, as proporções, a altura, cor, forma, agilidade, os hábitos. Depois sobre as qualidades de pensamento e desejo, tanto quanto eles têm a ver com o assunto.

4ª: Experiências. Por exemplo: vacas, como você se lembra delas. Suas experiências com vacas que estejam em sua memória. Nessa classe também ocorre coisas que tenham conexão com o assunto, como leite, queijo, manteiga, fazendas e prados.

Somente, então, tudo o que poderia ser trazido à sua memória, que tenha conexão com o assunto, foi colocado à sua frente. Não faça este trabalho de uma forma distraída, porque irá notar que seus pensamentos tentaram, por centenas de vezes, seguir seu próprio caminho sobre um dos assuntos trazidos por você, entretanto sempre foram trazidos de volta ao assunto da concentração – a vaca.

Portanto, essa lição nos ensina a trazer os pensamentos de volta ao assunto, ao invés do antigo hábito de perambular, a fim de que exista o hábito de fazer os pensamentos retornarem ao ponto original até que se tenha o poder de manter o pensamento fixo, em um ponto por um longo tempo. O resultado é: pensar mais correta cuidadosamente.

TERCEIRA LIÇÃO – Para a quinta semana

Exercite seu pensamento, foque em certo ponto da seguinte forma. Abra um livro qualquer, numa tentativa aleatória e anote a primeira palavra de um assunto no qual seus olhos fixarem. Este assunto deve ser seu ponto de partida. Pegue outra página e então anote a primeira palavra. Este deve ser o destino. Inicie agora sucessivamente do ponto de partida até seu destino. Por exemplo: primeiro você viu a palavra “tribunal de justiça” e depois a palavra “portal”. Você deve pensar, iniciando com “tribunal de justiça” e finalizar com “portal”. Isto se prova ser fácil porque você pensa num tribunal da justiça em particular que você sabe que tem um grande salão notável.

Segundo caso. A primeira palavra “casaco” a segunda palavra “brilhar”. Fácil, novamente, se você pensar em um casaco noturno, bordado com azeviche. Suponha que ao invés da palavra ser “brilhar” seja “fruta”. Você não pensa agora em um casaco noturno, mas, ainda pensando, você tem uma cobertura/revestimento, uma casca de laranja/casca, então “fruta”.

Um terceiro exemplo. A primeira palavra “confusão” e a segunda palavra “parede”. Você pode agora pensar em conexão com “confusão” em muitas palavras, no entanto, neste caso você pensa numa luta na Idade Média, contra uma parede de um antigo castelo.

Esses exercícios ajudam a aprender a entender como o pensamento, direcionado pela vontade, funciona de fato. Estes exercícios irão te ajudar a fixar seus pensamentos em um certo objeto/alvo.

Você encontrará força na vida para suprimir de modo mais fácil as depressões, sendo capaz de mudar seu pensamento diretamente de um assunto para outro.

QUARTA LIÇÃO – Para a sexta semana

Sente-se em seu quarto e olhe cuidadosamente em sua volta; observe bem todos os pequenos objetos que contém neste aposento.

Feche seus olhos agora e deixe todos os pensamentos passarem novamente por seus pensamentos e sua imaginação até que tenha passado tudo novamente.

Pegue agora o alfabeto e deixe todas as letras passarem, em ordem sucessiva, em seu pensamento, de A até Z, inclusive.

Não tolere outros pensamentos durante o exercício. Se isso acontecer, inicie novamente, até ser bem-sucedido.

QUINTA LIÇÃO – Para a sétima semana

Sente-se novamente e faça uma caminhada em pensamento por uma estrada ou rua bem conhecida, observando todos os pequenos detalhes que você possa se lembrar quando passa devagar. Volte (ainda na sua imaginação) pelo mesmo caminho, novamente, até ser bem-sucedido.

Faça uma nova caminhada da mesma forma todos os dias, e quando seus pensamentos tentarem divagar, recomece.

Desta forma você treina seus pensamentos a seguirem uma linha fixa, ou em outras palavras, a focarem em uma série de pensamentos particulares determinados por você mesmo.

SEXTA LIÇÃO – Para a oitava semana

Ao invés de ir por uma determinada estrada ou rua em seus pensamentos, tentemos lembrar de algum acontecimento e reviver isto em nosso pensamento novamente.

Suponha, por exemplo, que você se levantou em uma certa manhã, tomou seu café da manhã, entrou no ônibus, conversou no ônibus com o Sr. ou a Sra. X, chegou no seu trabalho, fez suas obrigações/trabalho, etc. Continue neste caminho relembrando todos os acontecimentos do dia.

Se seus pensamentos tentarem divagar, recomece.

SÉTIMA LIÇÃO – Para a nona semana

Vamos seguir, agora, para a terceira parte desse exercício no qual você tenta manter seu pensamento sob controle.

Fixe seu pensamento em um determinado som, por exemplo o tique-taque do relógio. Pergunte-se a si mesmo qual é a causa disso. O ir e vir do pêndulo e o movimento da correia dentada causa isso.

Tente voltar em seu pensamento a uma série de imagens, seguindo o relógio em vários percursos. Veja como o relógio estava pendurado (na parede), como veio para sua casa, de onde veio, como as partes foram feitas. Com outras palavras, veja, em pensamento, tudo como foi a causa desde o início até o presente momento.

Naturalmente não faz diferença se as imagens estão certas ou erradas. O ponto principal é que seus pensamentos vão ao longo de uma série de componentes/constituintes da imagem, sem esquecer algo ou qualquer coisa.

Siga esse caminho, todo dia dessa semana, na sua imaginação, o curso dos acontecimentos de um objeto em seu ambiente, cuidando para que seus pensamentos não se dispersem para outros objetos.

OITAVA LIÇÃO – Para a décima semana

Sente-se, e faça, novamente, na sua imaginação, uma caminhada na estrada bem conhecida e chegando a um prédio que você goste, pare e olhe para ele. Tente retratá-lo em detalhes, sem desviar sua atenção.

É realmente uma tarefa difícil fazer isso da primeira vez. Se observar que seus pensamentos querem divagar desse assunto a todo custo, tente ver esse prédio de outro ângulo então, de outro lugar/ponto, por exemplo do outro lado/oposto da rua e, também, escolha outro lugar de partida. Você notará/observará que você sabe muito pouco dos detalhes do prédio do qual você deveria ser bem familiar.

Deixe seu pensamento, em calma total, descansar sobre esse assunto (o prédio) que você ainda está tentando segurar, como se lembrasse de um sonho nebuloso.

Nesse exercício não é o sucesso em recordar o objeto, mas o desenvolvimento de seu pensamento-forma (trabalhando com o pensamento), que é o objetivo.

NONA LIÇÃO – Para a décima-primeira e décima-segunda semanas

Sente-se diante de uma parede do quarto que você normalmente utiliza. Observe tudo muito bem: os objetos que estão pendurados lá e as formas de todas estas coisas.

Feche seus olhos agora e tente retratar/expressar tudo de repente/num flash. Você ainda pensa/acha que a figura não está clara e incompleta.

Tente agora sucessivamente retratar as diferentes partes e você verá que as figuras irão se tornar mais claras.

Prossiga. Retrate para você mesmo a forma de uma pessoa/indivíduo. Sem dúvida irá parecer muito indefinido para você, entretanto se você começar com uma parte pequena da figura, essa parte será muito mais clara, enquanto o resto começa a desaparecer.

Independentemente do tipo de figura você irá escolher para treinar desta forma, uma parte continuará a escapar. Pratique, portanto, o seguinte método regularmente e pense/mentalize a descrição/delineação durante 2 semanas.

Selecione a figura/imagem de certa pessoa que você honra sinceramente como, por exemplo, o Cristo e estude uma pequena parte de seu rosto. Foque em um dos olhos da figura/imagem. Feche seus olhos agora e pense sobre essa parte e repita várias vezes até que você veja diretamente/de vez com mais clareza. Foque no outro olho da figura/imagem e faça-o ficar forte/claro também em sua figura de pensamento.

Depois disto, faça uma figura com os dois olhos da figura/imagem, ao mesmo tempo. Prossiga da mesma forma com o nariz. Primeiro, separadamente, só o nariz; depois junto com os olhos. Compare sua figura de pensamento com o original, juntando parte a parte ao todo até que você tenha a face completa claramente em seu pensamento, e você possa retratar “o todo” sem dificuldade.

Esse trabalho, eu imagino, levará 14 dias, até que você seja bem-sucedido. Você finalmente estará capacitado a usar seu poder de pensamento muito mais facilmente com um resultado positivo.

DÉCIMA LIÇÃO – Para a décima-terceira semana

Existe uma gravura de Jesus, sentado perto de um poço e ensinando. Tente formar uma imagem/figura e a segure/mantenha.

Comece agora a fazer a imagem mais nítida ignorando algumas partes do entorno, como a multidão/massa de pessoas, o poço, etc. Você observará como o todo (imagem) ficará mais nítido quando você reduz/deixa de fora os entornos.

Continue dessa forma até que fique com a imagem do Mestre. Ainda continuando, você exclui mais, até o corpo, até que só sobre com a cabeça e até somente a face.

Mantenha-se firme nessa cena e comece lentamente a estender a cena/quadro até que a figura inteira esteja intacta novamente.

DÉCIMA PRIMEIRA LIÇÃO – Para a décima-quarta semana

Coloque no centro da sala, a aproximadamente meio metro de sua cadeira, um objeto muito conhecido de seu ambiente diário, por exemplo uma pequena estátua.

Feche seus olhos após ter dado uma olhada de perto e imagine, em seu pensamento, como se estivesse olhando para ela. Suponha agora que você está olhando para ela do lado inverso, de tal forma que pareça estar sentado do outro lado do objeto. Forme, portanto, uma boa imagem do lado de trás.

Quando isso foi bem-sucedido também, tente fazer as duas imagens ao mesmo tempo como se estivesse olhando ambos os lados ao mesmo tempo.

Tente ver o objeto de cima, imagine a si mesmo que está olhando para baixo do teto. Faça a mesma coisa vendo o objeto do chão, assim veja o objeto de todos os lados.

Tente agora sumarizar todos em um pensamento-visão e veja o objeto totalmente como é.

Logicamente isso é muito difícil, entretanto perfeição não é exigido, apenas que você, em seu grande exercício/esforço, dê o seu melhor.

DÉCIMA SEGUNDA LIÇÃO – Para a décima-quinta semana

Pegue um objeto, por exemplo, uma caixa de fósforos. Olhe-a mais de perto, abra-a e olhe bem seu conteúdo. Coloque-a agora na sua frente e feche seus olhos e tente visualizá-la de todos os lados e, também, seu conteúdo.

Tente agora manter todas as ideias e imagens sobre isto, e manter em seu pensamento, ao mesmo tempo.

Projete sua atenção agora no meio dessas imagens unidas e veja tudo de fora. Agora lentamente estendendo sua esfera, de tal forma que esteja tudo dentro de você, e você forme/constitua o todo.

Faça isto com vários objetos, como uma flor, fruta, um copo de água, sua cabeça e por último seu coração.

DÉCIMA TERCEIRA LIÇÃO – Para a décima-sexta semana

Você descobrirá que é capaz de criar imagens de uma forma muito mais fácil do que anteriormente e que seu pensamento não vague tão facilmente.

O passo seguinte consiste numa série de experimentos em criar imagens.

Feche seus olhos e veja um espaço vazio.

Pronuncie em pensamento, o nome de Cristo, repetindo constantemente e tente agora distinguir a forma. De repente a forma irá aparecer/surgir em seu pensamento.

DÉCIMA QUARTA LIÇÃO – Para a décima-sétima semana

Agora você deve começar regularmente pensando em imagens sem usar palavras. Tente lembrar as coisas dessa maneira em seu pensamento. Quando você chegar mais longe, pode ocorrer a ausência de palavras e nós tenhamos que pensar nas realidades, de modo que, no final, o pensamento e a experiência não mais se dividam uns dos outros.

Tente agora pensar nas seguintes imagens, sem usar palavras, por exemplo em sucessão: cavalo, vaca, leite, luar, Lua, etc. Quando você tiver expressado o cavalo, e ver bem todas as partes, mude/transfira no segundo objeto, mas assim, que a imagem do cavalo desaparece lentamente surge uma vaca.

Então, o leite vem da vaca e, à imagem de um fluxo de leite, a imagem da vaca desaparece da vista. Continuando, você vê o fluxo de leite se transformar lentamente em um feixe/linha de luz da lua em uma área (superfície) de água escura, etc.

F I M

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Nós somos o que pensamos de nós mesmos e não o que os outros pensam de nós!

Nós somos o que pensamos de nós mesmos e não o que os outros pensam de nós!

Um dos grandes mistérios da vida em nossa Terra é a separação entre o Mundo físico e o espiritual. Vivemos em um mundo material, de que nos apercebemos através de nossos sentidos, os quais, não obstante, possuem consciência limitada desse Mundo físico. Por essa razão, a maioria da humanidade não se apercebe dos reinos invisíveis e não parece particularmente interessada em aprender coisas que a eles digam respeito. Isso deve-se em parte, indubitavelmente, ao fato de que os cientistas se têm negado sistematicamente a considerar a existência de qualquer coisa que não possa ser registrada pelos sentidos ou por dispositivos mecânicos inventados para tal fim.

Não obstante, existem atualmente muitos cientistas, psicólogos e pessoas letradas de gabarito, em qualquer campo de atividade, que demonstraram, por meio de seus escritos, terem aceito a premissa de um Espírito imortal no ser humano, que não perece com o corpo. Encontram-se alusões a verdades esotéricas na prosa e na poesia tanto do passado como do presente. O ser humano, atualmente, está se tornando maduro, espiritualmente, e, nas poucas décadas vindouras deste século, essas verdades tornar-se-ão as mais vastamente conhecidas e disseminadas. No crescente interesse quanto à astrologia e à filosofia esotérica em todo o mundo, evidencia-se ter chegado o tempo em que a ciência deverá iniciar sérias investigações nesse domínio.

Quando deixamos nosso corpo físico, por ocasião da morte, nascemos no Mundo do Desejo, a região mais próxima da Terra. O Mundo do Desejo compreende sete Regiões, das quais, as três mais inferiores constituem a área onde está o Purgatório, onde somos purgados de nossos pecados e quedas, quando morremos nessa vida. Há alguns que não deverão despender tempo algum nessa região: dessa maneira, é justo do mesmo modo considerarmos de quando em vez o que lá nos poderia acontecer. A matéria de desejos envolve todas as sete regiões do Mundo do Desejo e serve de material para a encarnação do desejo. O desejo é o grande incentivo da ação e, à medida que o ser humano se esforça em preencher os seus desejos, ganha experiência e conhecimento e, esperançosamente, alguma sabedoria. O desejo não pode ser realizado sem o pensamento e os pensamentos assim engendrados tomam forma e perduram conforme a intensidade do desejo. O Mundo dos Desejo é uma região de luz e cor eternamente mutáveis, na qual as forças dos animais e do ser humano misturam-se com as forças de muitas Hierarquias de seres espirituais.

Do mesmo modo que os nossos corpos físicos se derivam do mundo material em que vivemos, assim também a nossa existência mental e espiritual depende da presença mental e espiritual de outros seres além de nós. Embora não possamos vê-los, nossas proximidades estão repletas de presenças espirituais, boas e más, de acordo com o tipo que atrairmos, em virtude de nossas atitudes perante a vida e nossos semelhantes.

Toda nossa atividade mental é devida aos estímulos que atraímos, tanto do reino espiritual como do físico. E mesmo o que poderíamos considerar como sendo um pensamento único e original, passou a existir em decorrência de sugestão vinda dos mundos invisíveis ou do nosso próprio mundo material. O campo de consciência do ser humano é, em grande parte, uma zona elétrica passiva em torno dele, até que as vibrações nele penetrem graças a algum estímulo externo.

Cada vibração engendrará uma resposta nessa zona e se incorporará às vibrações congêneres, formando, desta maneira, combinações que fazem nascer um pensamento. Desse modo, cada pensamento está sujeito a crescer, como uma planta, à medida que procura afinidades, interna e externamente. Se o ardor e a intensidade do interesse desvanecem, o pensamento debilita-se e morre, por falta de nutrição. Poderá, contudo, deixar nódulos na memória, que poderão tornar a despertar, se alguma ocasião assim o exigir. Muitos pensamentos estão pairando e não são lembrados; mas, quando os nossos pensamentos forem atiçados pelo interesse e pela concentração, tornam-se parte viva da consciência, existindo mesmo após terem sido expelidos da Mente originadora e podem se manifestar novamente, quando invocados, ou afetar algumas outras Mentes receptivas.

Destarte, podemos ver rapidamente como a atenção concentrada de muitas pessoas fortalece as vibrações de uma forma de pensamento, e isso é a base dos desvarios coletivos e da psicologia que influencia a Mente das massas. Uma forma de pensamento viva, embora possa não estar mais ligada ao seu criador, persistirá durante tempo em que ache um campo de atenção. Torna-se uma realidade no Mundo do Desejo, através da atenção concentrada de uma ou mais Mentes. Assim, é impossível ao ser humano impingir no Éter formações de pensamento que possam existir mais ou menos independentemente dele. Essas formações poderão ser poderosas, tanto para o bem como para o mal, na conformidade de seus conteúdos.

Uma vez que os pensamentos similares criados se unem e crescem, e podem tornar-se contínuos e até mesmo permanentes, no Mundo do Desejo, certas ideias implantadas na Mente do ser humano poderão afetar sua evolução e retardar o seu desenvolvimento espiritual, durante algum tempo. Exemplo disso são as crenças religiosas incutidas nas Mentes humanas durante séculos, por parte de um sacerdócio dominador. Uma Religião que não propicia modificações ou aceitações de novas ideias manterá os seus membros unidos doutrinariamente, bem como ligados à Terra. Felizmente, mesmo sob uma crença desorientada, a verdadeira adoração e aspiração espiritual são reconhecidas e obterão uma justa recompensa.

Se a atividade mental de alguém, na Terra, tiver sido prejudicial ou ignóbil, a própria pessoa se encontrará em uma condição dolorosa quando tiver de deixar o corpo físico. As formas ruins de pensamentos vêm em detrimento, não apenas dos viventes, mas também dos nossos mortos, que devem permanecer durante certo tempo na região contígua à nossa Terra, no Purgatório. Muitos, embora fora do corpo, são tão involuídos, que procuram agir lá do mesmo modo que fizeram no Corpo Denso. Podem avaliar os nossos pensamentos e vibrações etéricas, que se misturarão com as suas, caso se harmonizem. No Mundo do Desejo somos como pensamos, e criamos o nosso próprio céu ou inferno lá, conforme o modo em que pensarmos aqui. Tanto o bem como o mal vivem após a morte, ocorrendo que nosso sofrimento no Purgatório é autoinfligido, porque é resultado de nossa própria criação.

A Atração e a Repulsão são as forças ativas no Mundo do Desejo. A afinidade de pensamento é a única coisa que governa a condição do Espírito quando ele adentra essa região. Ali nenhum pensamento poderá ser ocultado. Uma ideia torna-se visível a todos no momento de seu início. Poderá atrair apenas formas de pensamentos com as quais esteja de acordo; o bem atrairá a sua própria espécie, misturar-se-ão e fortalecerão um ao outro. Os pensamentos maus tentarão unir-se com outros maus pensamentos, mas, sendo auto-afirmativos, têm um efeito oposto e tornam-se mutuamente destrutivos. Desse modo o mal é reprimido. No Purgatório, a força repulsiva é dominante, porém a força de Atração ganhará à medida que o Espírito se limpar. Até mesmo na região mais inferior dos desejos sexuais encontra-se algum bem e os Anjos procuram desenvolvê-la.

Não há modificação na natureza de uma pessoa, após a morte. O mentiroso poderá tentar enganar ainda, mas como nada pode ser ocultado, o seu verdadeiro caráter será revelado. O louco ainda é um louco, o autoindulgente ainda procura gratificar os seus desejos. Um sacerdote cerimoniosamente piedoso procurará criar uma atmosfera de pavor reverente para si próprio, tal como gozou na terra e, desse modo, estultificar realmente o seu próprio progresso, bem como o de seus seguidores. Muitos sacerdotes e pregadores religiosos pertencem a essa categoria. Conforme procurem desempenhar o mesmo papel no Mundo do Desejo, por eles desempenhados na Terra, convocam um seguidor e ensinam a letra da lei entre os perversos, que suportam o seu ministério antes com paciência, do que com agrado. Alguns Espíritos, cujas posições na Terra permitiram-lhes fazer algum bem inadvertidamente, dali colherão pouco benefício, mas sofrerão severamente devido a não terem aproveitado muitas oportunidades de praticar o bem, por eles desprezadas. Os que apregoaram as suas caridades perante o público ou visaram adquirir a boa vontade dos seres humanos, procurarão desesperadamente atingir o final dos seus castigos, fazendo promessas extravagantes a fim de conseguir os seus intentos. Uma vez que suas verdadeiras atitudes não podem ser escondidas, recebem pouca atenção. Todas as emoções negativas que uma pessoa possa abrigar são aqui exibidas.

Todas as invejas e ciúmes, ódios e animosidades serão exibidos e o Espírito sofrerá, em consequência. A pessoa insincera achar-se-á em uma prisão de fadiga e frustração. Destarte, devemos compreender que o nosso modo de pensar e as nossas atitudes secretas em relação a nossos semelhantes devem ter mais influência em nossa situação após a morte do que o fariam nossos bons atos.

Inclinamo-nos a pensar que todos os seres espirituais sejam de uma ordem elevada: existem, porém, muitos seres de variados estágios evolutivos cuja missão é a de servir a seu Deus, ajudando no processo purgativo. As suas tarefas parecem repreensíveis e cruéis, mas tudo é governado por leis divinas. Podem eles fatigar suas vítimas e delas zombar até que elas, em desespero, apelam a uma força mais alta, pedindo auxílio. Os seus trabalhos fazem parte necessária da purga. Os próprios elementais permanecem inocentes e não contaminados por essas atividades. Muitas vezes o alcoólatra, quando sofre o “deliruim tremens”, ou o toxicômano, quando estiver fortemente afetado, veem esses elementais sob estranhas formas; também são vistos por aqueles que procuram os reinos elevados, através da meditação ou de certos exercícios, sem o necessário respaldo de uma vida construtiva.

Somos esclarecidos de que no Mundo do Desejo não há tempo e nem espaço, da forma que conhecemos aqui.  Considerou alguma vez o que isso significa realmente? Lemos essas palavras e talvez as aceitemos como verdades, mas pensamos realmente no que elas desejam exprimir? Ausência de TEMPO significa que nada do passado, presente e do futuro poderá ser trazido, agora, e ausência de ESPAÇO denota que nada poderá se manifestar, de modo algum. Então há de existir alguma força que governa o que deve manifestar-se em um dado lugar, em um certo momento: é o PENSAMENTO. Essa força do pensamento, que é uma atividade constante e contínua do Ego humano, através da Mente, permanece ainda indisciplinada e é utilizada de modo mais descuidado. Cada vez mais ouvimos afirmações como “Os pensamentos são coisas”, “um ser humano é aquilo que pensa em seu coração”. Somente o pensamento poderá controlar a nossa situação no outro lado e, realmente, também no mundo material. Os hábitos de pensamentos que tivermos cultivado durante o nosso período de vida na Terra controlarão a nossa condição após a morte.

Por isso é muitíssimo importante adquirirmos um controle sobre nossos pensamentos negativos. A pessoa amedrontada encontrará, com a maior certeza, elementais que a manterão em servilismo e em sofrimento até que, em desespero, sobrepuje seu temor e descubra que ele desaparece fazendo isso. Se uma pessoa acolhe, continuamente, pensamentos desagradáveis e grosseiros, em relação a seus semelhantes, atrairá outra entidade desagradável para atormentá-lo, até que percebe o que deverá vencer em si própria a fim de livrar-se deles.

Todas as formas de pensamento más aguardarão no purgatório para encarar seu criador, e este deverá viver com elas até que possa desintegrá-las por meio de um arrependimento e regeneração sinceros. Max Heindel se refere a essa região como um lugar de criaturas demoníacas, que se dilaceram e despedaçam de modo terrível.

Somente o espírito de abnegação apresenta um modo de se escapar desses reinos obscuros. Embora caído, um vislumbre de amor e de compaixão trará um anelo interior à procura do “caminho da ascensão”.

A alma caída deverá desenvolver determinações benévolas em seu próprio pensamento. “Semelhante atrai semelhante” é a lei gravitacional que cria a condição do Espírito, em conformidade com suas inclinações na Terra. Assim é realizada a divisão dos aptos e dos inaptos, dos puros e dos impuros e dos santos dos não santos. Porém, eles não ficam separados eternamente, porque pode-se encontrar uma presença, um chamado que trará um novo acréscimo de formas de pensamento, tanto para o santo como para o pecador. É essa abundância de oportunidades, ofertadas por meio do amor de Deus, a esperança do pecador e a mortificação do santo. O ser humano pode aceitar a direção de Anjos ou de demônios e a sua escolha cria seu céu ou inferno.

O eterno ajustamento da vontade do ser humano à vontade de Deus é ativo em todas as fases do ser, a física, a emocional, a mental e a espiritual. O sacrifício ou expiação, por meio do Corpo de Desejos através da dor e no qual o ser humano pode sobrepujar o seu sofrimento, está agindo sempre. Não há descanso ou escapatória. Há ministros amorosos no Mundo do Desejo, aguardando poderem ajudar ao ligado às coisas terrenas, àqueles que ainda se encontram na Terra. Tão logo uma pessoa se inteire de seu Eu espiritual e realize o seu “status”, seja na Terra ou no Purgatório, recebe oportunidade de progredir. A interatividade de um Espírito avançado com outro menos avançado melhorará os pensamentos criados pelo último. Foi-nos dito que há um ministério de Anjos para auxiliar esse esforço. Aqui na Terra, atraímos os visitantes angélicos em todos os nossos momentos de esforços espirituais.

No Mundo do Desejo não há uma pessoa segregada de outra: todas são uma só, cada uma dentro da aura da presença da outra e são vistas ou deixam de sê-lo de acordo com a sensitividade de cada um. Somente o nosso desenvolvimento espiritual separa-nos dos seres dessa região. Devemos imaginar o Espírito individual como um sol em torno do qual giram os pensamentos criados por ele próprio. O Espírito é o criador de cada pensamento e está sujeito ao seu comando. O pensamento está separado de seu criador, porém a ele está ligado pela Lei de Atração. Em nosso cosmos de pensamentos desempenhamos o mesmo papel de Deus em relação à Sua criação. Está à nossa escolha se nossa atividade mental nos torna colaboradores ou não do plano de Deus.

Um Deus de Amor não pune por vingança; desse modo, está ao nosso alcance mitigar ou eliminar a experiência purgatorial, mediante o exercício da Retrospecção e do arrependimento e da reforma sinceras. A citação “Ame teu próximo como a ti mesmo” é mais do que uma simples máxima: trata-se de uma lei científica e obedecê-la deve ser o primeiro mandamento nos assuntos relativos a nossas vidas.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Desenvolvimento Equilibrado: como está o seu?

Desenvolvimento Equilibrado: como está o seu?

No Livro “Ensinamentos de um Iniciado”, Max Heindel afirma que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz concluíram que o orgulho intelectual, a intolerância e a impaciência ante as restrições seriam os “pecados” mais comuns nos tempos modernos.

Uma visão crítica do mundo atual confirma com exatidão essas palavras proféticas. O intelecto tornou-se uma faca de dois gumes. É, sem dúvida, o instrumento mais útil à disposição do ser humano para conquistar e exercer domínio sobre a matéria. Por outro lado, tem sido a causa de muita miséria individual e social. Frio como é, e não raro impermeável ao calor dos sentimentos, o intelecto induz decisões sem o respaldo do amor.

A intolerância e a impaciência ante as restrições são também filhas do intelecto, desse dominador, pronto a se rebelar quando algum obstáculo parece se interpor em seu caminho.

A Mente é o veículo mais recente adquirido pelo ser humano, encontrando-se ainda no primeiro estágio de seu desenvolvimento. Não estando a cargo de outras Hierarquias, deve ser dominada e desenvolvida pelo próprio indivíduo, sem qualquer ajuda externa.

O intelecto gera o egoísmo e o egocentrismo. Fomenta um espírito de superioridade conducente à intolerância em relação a algo de que discordamos ou consideramos intelectualmente indigno de nós mesmos.

Existindo para si mesmo, o intelecto é frio e calculista, procurando reforçar o conhecimento com adicional conhecimento para promover os interesses pessoais do Ego.

Dessa forma chega a ser tanto um instrumento como fonte de incentivo ao egoísmo. O desenvolvimento equilibrado do Coração e da Mente constitui o único meio para neutralizar esse risco. É mister que o amor inerente ao primeiro dirija por canais universalmente construtivos o conhecimento adquirido pelo último. Nossas capacidades mentais e devocionais devem se unir e esse equilíbrio só atinge a perfeição quando o indivíduo atinge o nível evolutivo de um Adepto, conforme nos ensina o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

Importante, também, que se faça este esclarecimento: não fazemos nenhuma objeção ao conhecimento em si mesmo. Particularmente nesta época de grande avanço científico é essencial uma diversidade de conhecimentos para que as inovações beneficiem efetivamente a humanidade. O uso que o ser humano faz de seu intelecto é que determina se está seguindo linhas materiais ou espirituais de desenvolvimento.

Dessa maneira, percebe-se quão importante é desenvolver o aspecto devocional da nossa natureza, a caridade e a simpatia, à medida que as faculdades intelectuais são robustecidas.

(Publicada na revista ‘Serviço Rosacruz’ – set/out/87)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que pode significar ter o mesmo sonho durante várias noites? Um senhor, em perfeita saúde física e mental, teve o mesmo sonho durante várias noites seguidas. Nesse sonho, ele se dirige a uma reunião composta principalmente de seus amigos e conhecidos. Durante seu discurso, ele explica que está sonhando e que todas as pessoas que estão diante de si não passam de um produto de seus sonhos. Uma das pessoas da audiência pede-lhe uma prova da veracidade dessa asserção, e ele responde que pensará sobre o assunto quando despertar e explicará suas razões no próximo encontro que tiverem na terra dos sonhos. Todos riem dele e chamam-no de lunático. Esse sonho deixa-o muito confuso. Está ansioso por saber como pode convencer essas criaturas de seu sonho, de que esse fato é, na verdade, um sonho.

Resposta: A fim de sermos capazes de opinar inteligentemente sobre os vários estados de consciência do ser humano — vigília, sonho, sono, etc. — é necessário que conheçamos a constituição e a função dos vários veículos mais sutis que, juntamente com o Corpo Denso, constituem o ser complexo a que chamamos ser humano.

Temos neste Mundo quatro reinos: o mineral, que é praticamente desprovido de sentimento, embora possa responder e reagir a certos estímulos, mas não pode sentir amor nem ódio. Sob a ação de um martelo ou numa fornalha pode mudar sua forma ou composição, mas não dá quaisquer sinais de emoção. Sua consciência é semelhante à do ser humano num transe muito profundo ou na morte, quando somente o corpo físico está presente.

O vegetal é diferente. Vive e respira. Inala dióxido de carbono que constitui uma grande parte do seu corpo.

Exala a vida, fornecendo oxigênio. A seiva flui em seu tronco e folhas. Em resumo, o vegetal apresenta os mesmos fenômenos vitais que nós durante um sono sem sonhos, pois nesse estado nosso Corpo Denso é interpenetrado por um Corpo Vital composto de Éter, e um veículo semelhante interpenetra o tronco físico, galhos e folhas da planta. Porém, o vegetal também não conhece emoções. Amor, ódio, alegria e tristeza são estranhos a ele, pois não tem Corpo de Desejos semelhante ao que os seres humanos ou animais possuem.

Devido à posse desses veículos, o ser humano e o animal podem mover-se e satisfazer seus desejos. Para atingir esse último fim, o ser humano usa a Mente, um veículo que o animal não possui e, quando desperto, todos os seus veículos são concêntricos, interpenetram-se uns aos outros, tornando-o apto a viver, mover-se e raciocinar.

Contudo, o próprio ato de dormir significa uma reversão à consciência do vegetal, e isso implica necessariamente numa separação dos veículos superiores e inferiores. O Ego retira-se envolvido na Mente e no Corpo de Desejos, deixando sobre o leito apenas o Corpo Denso, interpenetrado pelo Corpo Vital.

Entretanto, há ocasiões, por exemplo, quando estamos muito absorvidos em nossos afazeres diários ou quando estamos excessivamente fatigados, em que o Ego não pode efetuar uma separação completa dos veículos superiores dos inferiores. Então, o Corpo de Desejos continua a interpenetrar os centros cerebrais porque a posição dos vários veículos é, por assim dizer, anômala.

Nessa condição, a razão fica completamente à parte e a consciência humana torna-se semelhante à dos animais que não têm Mente e fica incapaz de qualquer ação lógica. É então que as coisas mais grotescas e absurdas parecem perfeitamente naturais para a pessoa que sonha, que as aceita como um animal aceitá-las-ia. Os sonhos que ocorrem nessa condição dos veículos do ser humano são geralmente absurdos ao extremo. Mas, à medida que a civilização progride e o egoísmo é superado pelo altruísmo, é feita uma diferente divisão dos veículos. Uma parte do Corpo Vital, composta dos dois Éteres superiores, que são veículos do sentido de percepção e memória, é retirada durante a noite toda. Cessa, então, o estágio ilusório da terra dos sonhos e o ser humano torna-se semelhante a uma criatura que tivesse duas existências — uma delas vivida fora do corpo, na terra dos sonhos, onde se comporta de maneira razoável, usando de discernimento para julgar suas ações e as das pessoas com quem se encontra.

Como não aprendeu a focalizar sua consciência ao sair ou entrar no corpo, nem sempre pode efetuar a separação correta de seus veículos, nem recordar exatamente o que ocorreu. Somente a Iniciação nas esferas internas fornece o conhecimento necessário.

Evidentemente, o senhor em questão está de posse de suas faculdades de raciocínio quando entra na terra dos sonhos, mas não está ainda inteirado de alguns fatos referentes a esse mundo. Ele engana-se quando supõe que o auditório a quem se dirige é simplesmente “uma criação de seus sonhos”. Não é de todo impossível que a resposta seja afirmativa, se ele tiver a coragem suficiente para perguntar a uma das pessoas que viu em seus sonhos se ela compareceu a tal e tal reunião. Além disso, quando lhe for fornecida esta explicação, é possível reunir-se com todas as pessoas a quem viu em sonhos e, ao prepará-las para a pergunta e mesmo antes que anuncie, certamente descobrirá alguém que se lembrará de ter tido uma experiência semelhante.

Vendo então que a vida durante o sonho não é uma existência ilusória, mas uma realidade, não haverá meios de provar às pessoas da terra do sonho que isso é uma ilusão.

(Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – pergunta 55 – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Somos Espíritos!

Somos Espíritos!

Amigo leitor: somos espíritos, partes integrantes de Deus, que é Espírito também, Fonte de todo o Amor e de todo o Bem. N’Ele não existe um só vestígio de mal. Por essa razão, não podemos atribuir-Lhe nossos sofrimentos, como tantas pessoas o fazem.

Desde que o ser humano completou sua instrumentação com a Mente, com a razão, começou a dirigir-se sozinho. O livre-arbítrio e a experiência passaram a ser os dois fatores de elevação. É bom pensar muito bem nisso. Se existe qualquer dificuldade ou sofrimento em sua vida, não os atribua a Deus. Antes, deve encará-los como desafios à perfeição que um dia deveremos alcançar, segundo o desejo do Pai: “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial”. Se o leitor é pai, não deseja que seu (sua) filho (a) se torne maior ainda que você? E para isso não deve ele aprender a fazer as coisas sozinho?

“Mas devemos ter assistência, como a que damos a nossos filhos” – poderá responder.

Sim, recebemos, desde que as desejemos. Quem procura, encontra.

Temos inúmeras provas disso. Um dia encontramos, como por acaso, a Fraternidade Rosacruz, e nela nos ofereceram um manancial de razões que nos transformaram o viver e nos tornaram possível suportar muita coisa que nada tem a ver com Deus, senão com nossas próprias falhas. Desde então as fomos corrigindo. Consideramos essa uma correta orientação, uma perfeita assistência. Dá-nos meios para que nós mesmos nos corrijamos.

Uma causa única existe para nossos males: é o desvio às leis naturais, mantenedoras da harmonia do Universo. Muita gente, presa de sofrimento e dificuldades por esse mundo afora, já ouviu falar nisso, porém, de uma forma insatisfatória. Suas dúvidas continuaram e as perguntas surgem naturalmente: se somos partes de Deus, que é o Supremo Amor e Bem, em Quem não há sequer o menor vestígio de mal, por que sofremos, então? Por que tantas dificuldades em nossa vida? Que Pai é esse que se compraz com nossos sofrimentos?

Quando alguém procura a causa de seus sofrimentos já é um importante passo para encontrar sua solução.

No íntimo de seu ser reconhece que deve haver uma causa. E há mesmo. Eu poderia desfiar agora mesmo uma série delas, as mais importantes e prováveis ao seu caso. Mas cada indivíduo é um mundo à parte. Suas condições internas são singulares. O modo como recebe as coisas, também. Por isso me permito sugerir-lhe: vá conhecer a Fraternidade Rosacruz e a maravilhosa filosofia de viver que ela oferece.

Tudo ali se faz no sincero intuito de elevar a humanidade, por meios cristãos e seguros e sem objetivos comerciais.

Não lhe exigirão nada, nem compromissos. Não há esforço de proselitismo na Fraternidade. Mas tudo lhe oferecem para que você mesmo encontre a felicidade de seu viver: entrevistas, cursos, revistas, livros, palestras públicas, folhetos informativos, etc. Há até cursos por correspondência ou por e-mail, para os que dispõem de pouco tempo, baseados em sua obra mestra “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, onde você encontrará respostas a todas as perguntas que lhe suscite o íntimo, sejam de ordem material ou espiritual.

Nela você encontrará tudo o que deseja saber a respeito de Deus, da criação e de sua própria evolução.

Reafirmamos que não desejamos convencer ninguém. Apenas, como disse São Paulo Apóstolo: “se sua vida carece ainda de esclarecimento, procure-o”. Nós lho oferecemos. E para isso não precisará sair de sua crença. Como alguém que entra para estudar numa Faculdade qualquer, sem que essa lhe afete a crença religiosa, a Fraternidade Rosacruz também não aconselha a ninguém que abandone o lugar em que está.

Nem é necessário. Seja homem ou mulher, a Filosofia Rosacruz lhe ensina que Deus está em todo lugar e principalmente no coração de quem esteja sinceramente pondo em prática os princípios cristãos.

E conforme esses princípios mesmos é que nos dirigimos ao Amigo, oferecendo-lhe de graça o que de graça recebemos. Somos Irmãos, porque filhos de um Pai comum – Deus, em Quem “vivemos, nos movemos e temos nossa existência”. É um simples dever que um Irmão faça pelo outro o que lhe estiver ao alcance. Em nosso caso, fazemo-lo com amor.

Em nome do Senhor aqui me despeço, até próxima oportunidade.

 (De David Dias dos Santos – Publicado na revista Serviço Rosacruz –10/66)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Relação entre Conhecimento e Sabedoria: onde está o ponto de partida

A Relação entre Conhecimento e Sabedoria: onde está o ponto de partida

Como quase todos os problemas humanos são, atualmente, observados e pretensamente solucionados através de uma visão materialista. O Aspirante Rosacruz não duvida de que a prática da devoção é um meio de se restabelecer o equilíbrio na vida da humanidade. Nem sempre as soluções encontradas pelas vias convencionais são adequadas ou definitivas, porque não abordam os problemas pelas suas causas. Em tais circunstâncias a vida devocional oferece valiosas oportunidades de uma análise mais profunda. Se antes de tentarmos equacionar uma questão através de fórmulas convencionais ou materialistas, meditássemos ou orássemos, notaríamos como as respostas seriam encontradas mais facilmente. Na realidade a solução seria intuída. Muitos dos grandes cientistas afirmaram que na fase inicial de suas descobertas receberam como que uma “inspiração ou intuição”. Parece-nos que o resultado final é fruto de amálgama entre a intuição e a formação acadêmica. Ao corolário de todo esse processo podemos chamar de sabedoria.

O conhecimento é tão importante em nossa vida que seria um equívoco não reconhecê-lo como um poderoso fator em relação com a sabedoria. A aquisição do conhecimento em todos os níveis e campos de atividade humana tornou-se um fator de sobrevivência na complexa sociedade em que vivemos. Mas, como Max Heindel afirmou no “Conceito Rosacruz do Cosmos”: “Tão seguramente como o pensamento já existia antes do cérebro e o está aperfeiçoando para sua expressão; tão certo como a Mente vem abrindo horizontes mais amplos a desvendando os segredos da natureza pela força de sua ousadia, com igual fortaleza o coração encontrará um meio de romper os grilhões que o prendem e realizar suas aspirações. Atualmente o cérebro o domina. Algum dia manifestará toda sua força, libertar-se-á de sua prisão, se convertendo em um poder maior que a Mente”. Isso já ocorre com muitas pessoas no Ocidente.

Os Ensinamentos Rosacruzes servem de ajuda àqueles inclinados ao intelecto, podendo conduzi-los, pela via racional, ao desenvolvimento de sua religiosidade. Conhecimento é poder, e, em si mesmo não é bom nem mau. Depende do propósito para o qual é utilizado. Partindo desse princípio não é difícil imaginar a responsabilidade que o envolve.

O conhecimento oculto ou religioso em si mesmo não é sabedoria. Trata-se apenas de um conhecimento mais elevado. São Paulo nos ensinou no capítulo 13 de sua Primeira Epístola aos Coríntios: “Ainda que eu conheça todos os mistérios e toda ciência. . . se não tiver amor, nada serei”.

Não há contradições na natureza: o Coração e a Mente devem ser capazes de unir-se. A Mente, auxiliada pelo intuitivo Coração, podendo aprofundar-se nos mistérios do ser com crescente eficácia, o que não seria possível se agisse isoladamente.

Filosofia significa “amor e sabedoria”. A sabedoria é o segundo aspecto do Deus Trino, o princípio crístico que é a meta da humanidade. Assim, quando nosso conhecimento se amalgamar com o amor, surgirá a SABEDORIA — uma expressão do Espírito de Cristo.

(Publicada na revista “Serviço Rosacruz” – 07-08/87)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Análise do Pai Nosso, a Oração do Senhor

Análise do Pai Nosso, a Oração do Senhor

O Amor pelo qual se deve aspirar é unicamente o da alma; que abarca todos os seres, elevados e inferiores e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe.

A Fortuna pela qual se deve lutar é somente a abundância de oportunidades para servir os semelhantes.

O Poder que se deve desejar é o que atua melhorando a humanidade.

A Fama pela qual se deve aspirar é a que possa aumentar nossa capacidade de transmitir a boa nova, a fim de os sofredores poderem encontrar o descanso para a dor do seu coração.

Podemos comparar a Oração do Senhor (Pai Nosso[1]) como uma fórmula abstrata ao melhoramento e purificação de todos os veículos do ser humano. O cuidado a prestar ao Corpo Denso está expresso nas palavras: “o pão nosso de cada dia dai-nos hoje”.

A oração que se refere às necessidades do Corpo Vital é: “perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

A oração para o Corpo de Desejos é: “Não nos deixeis cair em tentação”. O desejo, o grande tentador da humanidade, é o grande incentivo para a ação. É bom quando cumpre os propósitos do espírito, mas quando se inclina para algo degradante, para algo que rebaixa a Natureza, certamente devemos rogar para não cair em tentação.

A oração para a Mente é: “Livrai-nos do mal”. Como vimos, a Mente é a ligação entre as naturezas superiores e inferiores. Admite-se que os animais sigam os seus desejos sem nenhuma restrição. Nisso nada há de bom nem de mau porque lhes falta a Mente, a faculdade de discernir. Os meios de proteção empregados para com os animais que roubam e matam são muito diferentes do empregado em relação aos seres humanos que fazem tais coisas. Mesmo quando um ser humano de Mente anormal faz isso não se considera da mesma forma que ao animal. Agiu mal, mas porque não sabia o que fazia é isolado.

No “Pai Nosso” geralmente usado na igreja, a adoração está colocada em primeiro lugar, o que tem por fim alcançar a exaltação espiritual necessária para proferir uma petição que represente as necessidades dos veículos inferiores.

O Espírito Humano se eleva à sua contraparte, o Espírito Santo (Jeová), dizendo: “Santificado seja o Vosso Nome”. O Espírito de Vida reverencia-se ante sua contraparte, o Filho (Cristo), dizendo: “Venha a nós o Vosso Reino”.

O Espírito Divino ajoelha-se ante sua contraparte, o Pai, e diz: “Seja feita a Vossa Vontade…”.

Então, o mais elevado, o Espírito Divino, pede ao mais elevado aspecto da Divindade, o Pai, para a sua contraparte, o Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje”.

O próximo aspecto, em elevação, o Espírito de Vida, roga ao Filho, pela sua contraparte em natureza inferior, o Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

O aspecto inferior do espírito, o Espírito-Humano, dirige o seu pedido ao aspecto mais inferior da Divindade para o mais elevado do tríplice Corpo, o de Desejos: “Não nos deixeis cair em tentação”.

Por último, os três aspectos do Tríplice Espírito juntam-se para a mais importante das orações, o pedido pela Mente, dizendo em uníssono: “Livrai-nos do mal”.

A introdução, “Pai nosso que estais no Céu” é somente um indicativo de direção. A adição: “Porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre, Amém” não foi dada por Cristo, mas é muito apropriada como adoração final do Tríplice Espírito por encerrar a diretriz correta para a Divindade.

[1] N.R.: Mt 6: 9-13

 (Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/86)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Correto uso do Pensamento

O Correto uso do Pensamento

Pensar é uma grande responsabilidade. Tudo provém do pensamento, de uma ideia germinal. O pensamento precede toda manifestação. Os pensamentos de Deus expressam-se pela primeira vez em som (Verbo) que construiu todas as formas e se manifesta na vida que as habita.

Uma das finalidades da nossa evolução é aprender a usar o pensamento, a controlá-lo e formulá-lo conforme as Leis Naturais. O emprego indevido e errôneo da nossa capacidade de pensar conduz fatalmente a um destino cheio de sofrimentos e limitações.

O maior privilégio humano consiste em poder exprimir os pensamentos em palavras. A ação resultante desses pensamentos determina o curso que imprimimos às nossas vidas (principalmente as nossas vidas futuras) e às daqueles que nos rodeiam. O pensamento é mais importante do que a ação. Só pensando corretamente podemos agir dignamente.

O pensamento determina o caráter e o tipo de vida que a pessoa leva. Pensamentos otimistas e bondosos conferem ao indivíduo uma sensação de leveza e luminosidade. Isso pode ser comprovado pela observação daqueles que conosco convivem, seja no trabalho, em casa, no clube, etc.

“A pessoa é o que ela pensa em seu coração”. Os pensamentos espirituais são emitidos por pessoas orientadas espiritualmente, fortes, bem ajustadas, verdadeiras fontes de conforto e apoio para aqueles que sofrem.

O pensamento molda a matéria. Muitas vezes uma fisionomia é um reflexo da mente. É indiscutível a ação do pensamento sobre nossos veículos. Pensamentos de medo e preocupação não raro afetam negativamente as correntes de desejo, inibindo totalmente a ação. Um simples pensamento negativo pode causar danos aos nossos corpos. Por outro lado, pensamentos positivos e construtivos contribuem de forma preponderante para uma boa saúde, mais até do que a maioria dos medicamentos receitados pelos médicos.

Os pensamentos materialistas acentuam a tendência cristalizante do Corpo de Desejos, endurecendo tudo aquilo que contatam. Até as feições das pessoas podem tornar-se duras se esses pensamentos converteram-se em hábito.

O pensamento age sobre os arquétipos. Uma pessoa íntegra, habituada a pensar correta e construtivamente em termos de verdade, bondade e justiça, cria formas de pensamento correspondentes. Quando construir os arquétipos de sua próxima existência, fortalecê-los-á com as qualidades acima mencionadas.

Muitas vezes o sofrimento nos leva a ponderar sobre a necessidade de uma mudança substancial em nossas vidas. Se desenvolvermos nossa força de vontade em certa extensão é bem provável até que nos empenhemos em realizar as mudanças necessárias. Mas, é importante ter consciência de que em primeiro lugar devemos mudar nossos pensamentos. Sem isso todo esforço será infrutífero, pois estaremos apenas trabalhando os efeitos, ignorando as causas que os originaram.

É importante, também, que nossa atividade mental não seja dispersiva. Trocando em miúdos, se desejamos obter êxito em alguma atividade, seja ela material ou espiritual, nossos pensamentos devem ser concentrados nessa atividade particular. Profissionalmente isso já está mais do que comprovado. O indivíduo distraído ou carente de concentração acaba comprometendo seu próprio trabalho, perdendo muito em eficiência.

Do ponto de vista espiritual, a concentração do pensamento em objetivos elevados é condição essencial para se chegar ao êxito. Os ensinamentos rosacruzes alertam constantemente para a importância da observação e da atenção como meios de direcionamento correto do pensamento.

Assim, como estudantes da Sabedoria Ocidental não podemos ignorar que o caminho para a perfeição espiritual passa necessariamente pelo correto emprego da nossa capacidade de pensar.

(Publicado na revista Serviço Rosacruz de novembro/86)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Mente é o “Mensageiro de Deus”

A Mente é o “Mensageiro de Deus

Algumas lições antigas da Fraternidade chamam a Mente de “O Mensageiro de Deus”. Sua importância na atual fase de desenvolvimento é indiscutível, embora ainda se encontre no seu estágio mineral de evolução.

O grande valor da Mente, como um “Mensageiro de Deus” ao ser humano, é facilmente compreendido pelo fato de que os Estudantes da Filosofia Rosacruz trabalham com seu Corpo Denso; os Probacionistas com o Corpo Vital; os Discípulos com o Corpo de Desejos e os Irmãos Leigos com o Corpo Mental. Os últimos trabalham com a Mente, se esforçando por transmutar os pensamentos de sensualidade, avareza, egoísmo, violência e materialismo em pensamentos de amor, benevolência, compaixão, altruísmo, aspiração espiritual, devolvendo-os ao mundo para estimular todas as manifestações do bem.

Os Estudantes Rosacruzes, fieis aos ditames de seu coração, se esforçam por fazer a vontade de Deus, conforme a sentem. Entendem que nesta época de profundo racionalismo, em que o cérebro predomina sobre o coração, é necessário alcançar uma compreensão intelectual de Deus. Portanto, se lhes oferece, por meio da Filosofia Rosacruz, uma gama de conhecimentos científicos, lógicos e completos. Desse modo creem em seu coração aquilo que o intelecto sancionou e passam a viver uma vida religiosa.

Quando a humanidade se desviou do esquema original da evolução sob a influência de Lúcifer, os Senhores de Vênus tiverem de se esforçar por prover o amor em vez da luxúria. Ao mesmo tempo os Senhores de Mercúrio apelaram àqueles que haviam desenvolvido alguma capacidade mental por meio dos sagrados ensinamentos, para que a humanidade se tornasse menos egoísta.

Os Senhores de Mercúrio eram, originalmente, Hierofantes dos Mistérios Menores, aos quais estamos harmonizados como membros de uma associação de cristãos místicos. Iniciaram os mais avançados seres humanos, tornando-os reis e governantes, para o bem de todos e não para o autoengrandecimento.

Astrologicamente, Mercúrio é o educador mental da humanidade. Sendo assim, é o Planeta da razão, considerado mitologicamente o “Mensageiro dos Deuses”. O símbolo de Mercúrio expressa a característica da Mente como um elo ou mensageiro entre o Espírito e o corpo em suas manifestações.

Para interpretar com crescente clareza a mensagem de Deus devemos purificar a Mente, cultivando um interesse cada vez maior por assuntos religiosos e intelectuais de natureza abstrata. Uma Mente capaz de entender matemáticas pode se elevar ao mundo do Espírito sem estar aprisionada ao plano das sensações e desejos. Assim podemos sobrepor-nos à existência concreta que obscurece a verdade.

Não esqueçamos: a lógica é o melhor guia em qualquer Mundo, e ela nos preservará do orgulho intelectual, tornando-nos justos, porque “quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado”.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/86)

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