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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Grande Impaciência para colher os Frutos dos Ensinamentos Espirituais

Muitos já passaram pela Fraternidade Rosacruz, assistindo às suas reuniões de estudos e devocionais, ou fazendo os Cursos por correspondência ou por e-mail (Filosofia Rosacruz, Astrologia Rosacruz e Estudos Bíblicos Rosacruzes), na investigação da sublime Filosofia Rosacruz, cujos ensinamentos transcendem os conhecimentos comuns.

Inesperadamente, alguns desses irmãos e dessas irmãs deixam de comparecer às Reuniões de Estudos ou falham com suas lições dos cursos. Poderão não ter conseguido assimilar ou identificar-se com o elevado Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz?

Nós, ocidentais, somos dotados de grande impaciência para colher os frutos dos Ensinamentos Rosacruzes. A evolução processa-se a passos lentos. A Natureza não dá saltos e, talvez, isso constitua um obstáculo à sede de conhecimento. Vivemos uma fase em que a paciência e a tolerância parecem divorciadas do ser humano.

A maioria sente-se atraída por aqueles que, se intitulando mestres (ou gurus ou instrutores ou, ainda, especialistas), prometem rápidos progressos espirituais e até mesmo condecorações. Para eles, o grau é avaliado pelo volume da contribuição, a maioria das vezes financeira.

Aí está a prova insofismável de uma ignorância. O saber não pode ser comprado, nem dado como um passe de mágica. Só nosso esforço, a nossa perseverança, pode adquiri-lo. A Fraternidade Rosacruz oferece o saber gratuitamente, mas sem laurear ninguém.

Se confiarmos nossos problemas a outros, certamente pagaremos pela atrofia de nosso cérebro e acabaremos tornando-nos incapazes para tomar nossas decisões, Assim, está nas nossas mãos a oportunidade de lutar pela aquisição do conhecimento. O fracasso só existe quando nada se tenta fazer e a Humanidade só terá consciência do seu mundo, conhecerá sua missão, saberá de onde veio, saberá para que veio aqui, saberá para onde vai, se utilizar suas faculdades, ainda latentes, no estudo e na investigação dos Mundos suprafísicos.

Assim, muitos de nós, apesar da atual fase de interesse pela espiritualidade, ainda vivem na agitação das lutas, com a intranquilidade reinando por todo o mundo, destacando-se a predominância do Espírito de Raça, apesar do grau de desenvolvimento intelectual já atingido.

A Humanidade comum segue o caminho lento da evolução por milhares de anos, antes que possa governar conscientemente seu Corpo de Desejos, o veículo sobre o qual trabalham os Espíritos de Raça.

Muitos da nossa população nasceram em outros países ao qual é justo o seu amor, mas não podemos malquerer aos naturais de outras nações. Afinal, todos somos seres humanos, criaturas de Deus, nosso Pai comum e devemos nos amarmos uns aos outros como Ele nos ama.

Aí uma fórmula que ajuda o ser humano a se libertar dos grilhões do Espírito de Raça. Assim, desenvolverá o Caminho da Espiritualidade em direção ao reinado do Cristo, para que essa Humanidade possa viver unida pela Lei do Amor.

Dentro do amor à terra – ao país, à nação – em que vivemos, cabe lembrar as palavras de Thomas Paine[1], como lema para libertação do Espírito de Raça: “O mundo é a minha pátria e fazer o bem é a minha Religião”.

Constituindo cada Grupo de Estudos e cada Centro Rosacruz um centro de irradiação da Filosofia Rosacruz para todos os lugares no entorno, nós o fazemos sem distinção de Raças ou Religiões, realçando o Amor entre os nossos semelhantes.

Embora seu número de membros possa até ser reduzido, dada a imensidão do lugar onde está instalado o Grupo ou o Centro, a Fraternidade Rosacruz representa o fermento que certamente fará crescer a massa (o Pão da Vida) que alimentará a Alma dos nossos semelhantes dos quais somos integrantes. Quem trilha persistentemente o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz se gratifica a cada grau alcançado e a visibilidade que apresenta o seu crescimento espiritual.

Parabéns aos persistentes! Para esses o fracasso não existe!

E muito poderemos fazer com a força do nosso pensamento, ajudando o Cristo a estabelecer a Fraternidade Universal, que deixará de ser um ideal, para se tornar um fato positivo.

(discurso proferido pelo irmão José Augusto Pinto Coelho, por ocasião da solenidade realizada em 24 de setembro de 1972 e publicado no Editorial da Revista Serviço Rosacruz de setembro/72 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Thomas Paine (1737-1809) foi um político britânico, além de panfletário, revolucionário, inventor, intelectual e um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América. Thomas Paine foi, a um só tempo, ator, intérprete e testemunha não apenas das Revoluções Americana e Francesa, mas também dos movimentos revolucionários ingleses em fins do século XVIII e, em menor medida, do movimento revolucionário nos Países Baixos e na Irlanda, onde ele era continuamente citado e admirado.

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Carta de Max Heindel: O Trabalho do Espírito de Raça

Julho 1916

Dentro de poucos dias celebraremos nos Estados Unidos da América “O Glorioso 4 de Julho”, Dia da Independência, e desperdiçaremos muita pólvora em perfeito estado e de grande utilidade que poderia ser mais bem aproveitada do que para demonstrar nosso “patriotismo”. Se julgarmos os acontecimentos que antecederam essa data[1], podermos prever que ocorrerá um considerável número de incêndios e acidentes.

Para que propósito tudo isso quando observamos o dilacerante espetáculo da guerra que, por quase dois anos, fez das lágrimas uma escárnio, pois nenhum símbolo da profunda angústia, tristeza e arrependimento é adequado para a ocasião. Percebamos que se não houvesse o “patriotismo”, poderia não ter havido a guerra; e compreendendo a sua influência funesta, aprendamos a dizer como Thomas Paine[2]: “O Mundo é minha Pátria, e fazer o Bem é minha Religião”. Esse – parece para mim – é o evangelho que devemos pregar aos nossos semelhantes em qualquer país em que estejamos, pois, essa atitude da Mente será um dos fatores que irá realizar nossa emancipação do Espírito de Raça, que fomenta o sentimento de “patriotismo”, a fim de manter o poder dele sobre um determinado povo tanto quanto for possível. Em um certo sentido, o Espírito de Raça se alimenta da guerra, pois, naquele momento, fará com que a nação que esse Espírito de Raça rege dissipe suas diferenças internas, durante um certo tempo, reunindo seu povo uns perto dos outros para defesa ou agressão contra o inimigo comum. Assim, eles vibram em harmonia numa extensão maior que a habitual, e isso fortalece o Espírito de Raça e, por isso em certa medida retarda o advento de Cristo. Enquanto o patriotismo mantiver as nações escravizadas aos Espíritos de Raça, o Reino Universal não poderá ser iniciado.

Por isso, eu solicito fortemente que os Estudantes Rosacruzes se abstenham de participar de quaisquer exercícios patrióticos que sempre tem uma natureza marcial. Pratique a Fraternidade Universal nunca mencionando ou reconhecendo as diferenças de nacionalidade, pois todos somos um em Cristo.

(Carta nº 68 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: O autor se refere à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que, em 1916, ainda estava em curso.

[2] N.T.: Thomas Paine (1737-1809) foi um político britânico, além de panfletário, revolucionário, inventor, intelectual e um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América. Thomas Paine foi, a um só tempo, ator, intérprete e testemunho não apenas das Revoluções Americana e Francesa, mas também dos movimentos revolucionários ingleses em fins do século XVIII e, em menor medida, do movimento revolucionário nos Países Baixos e na Irlanda, onde ele era continuamente citado e admirado.

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A Paz deve nascer em nosso íntimo

A Paz deve nascer em nosso íntimo

Milhões de pessoas se dedicam, no mundo inteiro, a atividades belicistas, na qualidade de soldados, burocratas, cientistas, técnicos ou trabalhadores não especializados. Calcula-se que cerca de 100 milhões de pessoas têm a ver direta ou indiretamente com os muitos bilhões de dólares que o mundo destina às atividades militares. Atualmente cerca de 25 milhões de homens servem nos exércitos regulares do mundo. Não temos dados precisos sobre o número de civis empregados em departamentos de defesa. Mas, segundo uma estimativa da Unesco para 1975, naquela época, as nove principais potências do globo empregavam 2,5 milhões de civis em seus departamentos de defesa. Hoje, esse número deve ter crescido consideravelmente.

Mahtar M’Bow, Diretor-Geral da Unesco afirmou num discurso dramático: “A criação de um mundo de justiça, progresso e paz para todos os povos é dificultada pelo acréscimo e aperfeiçoamento constantes de meios de destruição em massa. As consequências desse estado de coisas são duplamente angustiantes. Por um lado, fazem pairar sobre o mundo inteiro a ameaça de uma hecatombe sem precedentes; as radiações atômicas não respeitam fronteiras, não respeitam países; nenhum povo está a salvo dos efeitos de um conflito nuclear.

Por outro lado, os imensos recursos humanos e materiais postos à disposição das indústrias bélicas e da pesquisa e desenvolvimento de armas, são desviadas da luta mundial contra a pobreza que sacrifica tantos povos. Milhares de cientistas e engenheiros dedicam seu talento e suas energias ao aperfeiçoamento de técnicas de matança e bilhões de dólares são gastos anualmente para esse fim. Apenas uma parte desses recursos intelectuais, financeiros e tecnológicos, aplicada adequadamente bastaria para reverter as tendências atuais e permitiria que se começasse a reduzir a distância que separa as nações industrializadas das nações em desenvolvimento, e que separa grupos privilegiados de grupos desfavorecidos dentro de cada nação. A própria fisionomia do nosso planeta poderia ser transformada com isso. A alternativa que se abre para nós, por tanto, é insofismável. Ou prossegue a corrida armamentista, cercada de todas as injustiças, prolongando todos os egoísmos e multiplicando as causas de conflitos e os perigos de conflagração, ou as nações se unem pondo o senso do futuro comum acima dos interesses individuais e das ambições de curto prazo. Com isso o enorme potencial científico e técnico do mundo poderia ser utilizado mais para fins pacíficos, beneficiando a todos e permitindo o estabelecimento de relações baseadas na justiça e na solidariedade. É para isso que a Unesco, fiel à vocação do sistema das Nações Unidas, desenvolve sua atividade em todos os níveis da vida intelectual. Sua constituição proclama que, como “as guerras nascem na mente dos homens, é na mente dos homens que devem ser erigidas as defesas da paz”. Por isso ela se esforça em contribuir para preparar o desarmamento nas consciências, para modificar progressivamente a mentalidade no sentido da paz”.

Esse discurso encerra uma verdade profunda quando proclama que “as guerras nascem na mente dos homens, e na mente dos homens devem ser erigidas as defesas da paz”. Tudo o que ocorre no mundo é um reflexo de causas geradas no íntimo dos seres humanos. Não é possível um ato de violência ocorrer no mundo exterior a não ser que exista, primeiramente, uma ideia de violência, medo ou ódio no mundo interior do pensamento. A guerra existirá enquanto perdurarem no coração humano os pensamentos que a produzem.

Se o ser humano almeja a paz, é necessário que se empenhe em reverter a situação dentro de si mesmo. Todo pensamento ou sentimento de agressividade, mesmo que emitido contra um simples animal, não deixa de ser uma semente perigosa que somada a tantas outras acabam por gerar sangrentos conflitos.

Muita gente se engana quando imagina ser a guerra um problema completamente alheio à sua vontade, algo assim a ser resolvido entre militares e governantes. À paz pode se concretizar mais pela ação conjunta das pessoas comuns do que por estadistas e diplomatas juntos. É resultante de correntes de pensamentos e sentimentos. Essas correntes são unificadoras, isto é, desconhecem a existência dos limitadores sentimentos de raça, credo, ideologia e nacionalidade. A humanidade deve aprender a sobrepor-se a essas ideias separatistas, procurando viver a máxima de Thomas Paine: “O mundo é minha pátria, a humanidade é minha família e fazer o bem é minha religião”. Devemos renunciar ao sentimento nacionalista, abarcando com nossa simpatia a todo o Universo.

O problema, pois, está em nosso íntimo. Conhecendo essa verdade é que Max Heindel assim se expressou em uma de suas Cartas aos Estudantes: “Se os homens e as mulheres também fossem uma décima parte de entusiastas para combater o real inimigo dentro do ser humano, como o são para levantar-se em armas contra um suposto inimigo, então o Príncipe da Paz viria por si só. Todos os elementos de morte desapareceriam no limbo e a promessa gloriosa se realizaria totalmente: ‘Paz na Terra aos homens de boa vontade’. E quanto a mim, decidi não cessar meus esforços até que o último vestígio de maldade, erro e ódio sejam eliminados e a elevada trindade ‘Divindade, Verdade e Amor’ reinem dentro de mim”.

Max Heindel, na Carta nº 92 (Julho de 1918) no Livro Cartas aos Estudantes, afirma categoricamente: “Devemos compreender que não haverá paz segura e permanente até que o militarismo tenha recebido um golpe tal que não consiga mais levantar a cabeça. A paz é uma questão de educação e é impossível conseguir-se até que tenhamos aprendido a relacionarmo-nos caritativa, justa e abertamente, uns com os outros, tanto nacional como individualmente. Enquanto continuarmos a fabricar armas a paz não poderá estabelecer-se”.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – nov/dez/88)

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Carta de Max Heindel: A Guerra Mundial e a Fraternidade Universal

A Guerra Mundial e a Fraternidade Universal

Em quase todas as correspondências, nós recebemos cartas comentando sobre a guerra[1], e com raras exceções, não encontramos nelas expressão de partidarismo, mostrando que os autores têm um ponto de vista mais elevado do que o inculcado pelos vários Espíritos de Raça e que, normalmente, recebem o nome de “patriotismo”. Essa é a única atitude coerente com os princípios da Fraternidade Rosacruz. Nós estamos todos unidos numa associação internacional; estamos todos procurando pelo Reino que deve substituir todas as já superadas nações, e o fato de termos nascido em diferentes partes do mundo e nos expressarmos em línguas diferentes, não revoga o mandamento de Cristo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, nem nos escusa por desempenharmos o papel de “ladrão”, e não de “samaritano”. Cabe a cada um de nós, na Fraternidade Rosacruz, se elevar acima das barreiras da nacionalidade e aprender a dizer o mesmo que Thomas Paine[2]: “O mundo é a minha pátria e fazer o bem é a minha religião”. Devemos deixar de ser meramente nacionalistas e nos esforçarmos para nos tornarmos universais em nossas percepções, compreensões e reações aos sofrimentos dos outros.

Contudo, há uma guerra que vale a pena lutar, uma guerra na qual podemos, legitimamente, empregar toda a nossa energia, uma guerra que devemos persistir com zelo implacável, e um dos Estudantes coloca isso tão bem que o melhor que podemos fazer é transcrever sua carta:

“Ao refletir sobre a guerra, surge esse pensamento: quando os seres humanos se cansarem da desagradável e chocante luta entre as diferentes nações vizinhas e semelhantes, largarem suas armas e a paz predominar, então a partir desse continente, sobrecarregado com o pó dos amigos e adversários, com seus rios correndo avermelhados com o melhor sangue dos impérios, surgirá uma nova Europa e uma civilização superior substituirá a destruída.

E um grande número de mortos desconhecidos, moribundos, revelará um poder muitíssimo maior para a paz mundial do que o vivido anteriormente. Assim, das paixões desenfreadas dos seres humanos, a Deidade, justa e amorosa, traz o bem final.

Se os homens e as mulheres tivessem também uma décima parte da vontade para travar uma guerra contra o seu verdadeiro inimigo, que está dentro do seu coração, ao invés de pegar em armas contra um suposto inimigo de um lado da fronteira imaginária inexistente na boa face do mundo de Deus, então o Príncipe da Paz poderia reinar. Todas as armas mortíferas seriam jogadas no limbo e a promessa gloriosa se realizaria: “Paz na Terra e Boa Vontade entre os Homens”.

E assim, por mim mesmo, resolvi não cessar com meus esforços até que o último vestígio de maldade, erro e ódio sejam eliminados, e a sublime Trindade de “Bondade, Verdade e Amor reinem sem contestação interior”. Nessa luta real, me considero um pobre soldado e, geralmente, a curso da batalha se coloca na direção errada, contudo, não importa se eu falhe dez mil vezes, a lição deve ser aprendida e será aprendida. Algum dia, com um coração robusto, uma vontade indomável e uma persistência infalível, a vitória será conquistada e a paz reinará – a paz que ultrapassa toda a compreensão.

Unamo-nos todos ao nosso irmão nessa nobre luta, recordando as palavras de Goethe:

“De todo poder que mantém o mundo agrilhoado,

o homem se liberta quando o autocontrole há conquistado”.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 48)

[1] N.T.: a Primeira Grande Guerra Mundial.

[2] N.T.: Thomas Paine (1737-1809) foi um político britânico, além de panfletário, revolucionário, inventor, intelectual e um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América.

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