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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quais são as qualificações necessárias para se tornar um Auxiliar Invisível? Devemos dedicar a vida toda tentando arduamente conseguir avançar na espiritualidade?

Resposta: Absolutamente não; na verdade, nada justifica o dedicar toda a sua vida na tentativa árdua de conseguir avançar na espiritualidade, a menos que tenha primeiro cumprido com suas obrigações materiais em relação com o seu próximo, os que estão a sua volta. Os deveres para com a família são meios de nos tornarmos Auxiliares Visíveis, e o homem ou a mulher que negligencia seu dever aqui, certamente, não lhe pode ser confiado ou confiada os deveres de um Auxiliar Invisível a ser cumprido do outro lado.

Portanto, uma continuidade paciente no desempenho de todos os nossos deveres terrenos, utilizando o melhor de nossa capacidade, é a primeira e a mais essencial qualificação do Aspirante. Como uma qualificação complementar, podemos mencionar o autocontrole. Enquanto estamos vivendo e trabalhando em nossos Corpos Densos, o Corpo de Desejos é, até certo ponto, mantido sob controle pelo aprisionamento na matéria física densa. Se perdermos a nossa compostura aqui, o resultado pode ser perigoso para nós mesmos e para aqueles que estão à nossa volta, mas não pode ser comparado ao perigo que acompanha se perdermos a compostura no outro Mundo, pois nosso Corpo de Desejos, como sabemos, pode destruir ou prejudicar severamente o nosso Corpo Denso (físico) num ataque de raiva, de modo que podemos ficar doentes por semanas em razão do resultado de alguns minutos de perda de controle. Porém, quando fora do Corpo Denso, se essa força fosse direcionada contra qualquer outra pessoa, poderia matar instantaneamente um exército.

O conhecimento também é necessário para o Aspirante. A menos que tenhamos estudado as condições ‘post-mortem’ e estejamos familiarizados com o Esquema da Evolução e, tendo uma ideia abrangente da constituição do ser humano e assuntos similares, é impossível para nós instruirmos aqueles que estão menos informados e nos atribuir as tarefas de um Auxiliar Invisível e instrutor; seria análogo a enviar uma pessoa destituída de conhecimento para ensinar na escola.

Por último, mas não menos importante, o Auxiliar Invisível deve estar imbuído de um amor abrangente pela humanidade. Não podemos permanecer insensíveis ao sofrimento de nossos semelhantes aqui e, ao mesmo tempo, estarmos pleno de amor e desejosos em ajudar no outro Mundo, da mesma forma que uma pessoa sem a menor noção de uma nota musical na vida terrena poderá se tornar um músico competente pelo simples fato de ter desencarnado, ou adquirido tal paixão pela música e fica ansioso para passar a eternidade tocando uma clarineta ou tocando uma harpa. Por essa razão, reiteramos que para nos tornarmos um Auxiliar Invisível , devemos primeiro nos qualificarmos trabalhando aqui.

(Pergunta nº 136 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Princípios Básicos da Astrologia Rosacruz

A Astrologia Rosacruz se baseia em dois fatos cósmicos:  primeiro, que a matéria é inerte e segundo, que a vida se manifesta na matéria, como movimento.

No começo desse grande Dia de Manifestação o Deus do nosso Sistema Solar produziu movimento nos átomos inseparáveis da Substância Raiz Cósmica, ao emitir a Palavra de Poder. Essa “Palavra” foi um tom musical, provavelmente, contendo a totalidade da Escala Cromática.

Outros grandes Seres, dotados de poder criador, assistiram à divindade nos detalhes relativos à execução do plano criador do Sistema Solar. São as Hierarquias Criadoras. Esses seres são designados na Bíblia como Elohim. Um deles é Jeová, o Anjo mais elevado Iniciado do Período Lunar. Seu poder, expressando-se em tonalidades musicais, atingiu o extremo ou a periferia do Sistema Solar.

Deus é vida, e cada ser humano, como uma descendência direta de Deus, também é uma unidade de vida. Por isso cada uma dessas unidades de vida tem poder inerente para se manifestar na matéria, em grau limitado. Daí, então, ser o propósito da vida humana tornar o ser humano gradativamente idêntico a Deus em manifestação.

O Sol tem três veículos, a saber: o Sol Espiritual, o Sol Central e o Sol Físico, através dos quais operam o Pai, o Filho (Cristo) e o Espírito Santo (Jeová), respectivamente. Toda a vida e energia, dadora e criadora, nos vêm do Sol, porém, presentemente recebemos e usamos pouco dela. Eis porque se refrata nos três tons musicais e nas cores do espectro. Essas focalizam-se em nós por intermédio dos Planetas do nosso Sistema Solar.

É o tom que produz a cor e, assim, cada um deles manifesta uma cor particular. Primeiramente, os sete Planetas do nosso Sistema Solar (que são corpos de Grandes Inteligências Espirituais, designados na Bíblia como os Sete Espíritos diante do Trono) tonalizam-se com determinado tom da escala musical e cor do espectro; por meio do Sol e dos Planetas recebemos as energias que nos auxiliam a crescer e desenvolver.

Há nove Planetas em nosso Sistema Solar. Dois deles, Netuno e Plutão, descobertos mais recentemente, não pertencem ao nosso Sistema Solar, porque não foram ejetados do Sol como os outros sete. Foram adicionados, provindos do espaço exterior, pertencentes a outro Sistema Solar. Mais três Planetas serão necessários para completar a Escala Cromática dentro desse Esquema de Evolução. No devido tempo serão eles “descobertos” pelos astrônomos.

Como ficou demostrado pelo grande tenor Caruso, o tom musical de um objeto poderia ser encontrado utilizando-se uma taça. Ficou provado que cada objeto na Terra possui uma nota-chave. Colocava a citada taça à uma certa distância e emitindo o tom-chave com relativa intensidade ela se esfacelava. A mesma verdade encontramos mencionada na passagem bíblica do desmoronamento das Muralhas de Jericó, por Josué.

O ser humano é sétuplo. Possui um Tríplice Espírito (Poderes), um Tríplice Corpo e uma Mente. Cada um desses fatores que o compõem possui um tom-chave que lhe é determinado antes do nascimento físico ou um mais nascimento aqui.

As vibrações ou tons que são induzidos nos Corpos Densos pelas energias provindas do Sol, da Lua e dos Planetas no momento do nascimento físico, são também tonalidades permanentes, para mais ou para menos, na vida. Elas compõem a “Carta Natal da Astrologia”, o horóscopo. Produzem discórdia ou harmonia de acordo com suas naturezas e os ângulos em que se colidem. Esses tons, em conformidade com suas naturezas e os ângulos de incidências, impelem (sugerem, induz, não exigem, nem obrigam!) o ser humano a gerar certos tipos e classes de pensamentos, de sentimentos, de emoções e de desejos. As vibrações discordantes produzem pensamentos, sentimentos, emoções e desejos discordantes (inferiores), ao passo que as harmoniosas geram sentimentos, emoções e desejos concordantes (superiores). As discórdias geram como efeitos a tristeza, a dor, o sofrimento, a frustração e a perda. Pela aplicação do conhecimento, da sabedoria e do poder da vontade essas vibrações ou tons poderão ser mudados, dentro de certos limites, em conformidade com os propósitos e necessidades do indivíduo. Afinal, o livre arbítrio sempre é e será respeitado!

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – junho/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: É possível que a Onda de Vida humana seja destruída por ela mesma, através de uma guerra ou outra forma qualquer e, por causa disso, parar ou retardar o processo evolutivo?

Pergunta: É possível que a Raça humana seja destruída por ela mesma, através de uma guerra ou outra forma qualquer e, por causa disso, parar ou retardar o processo evolutivo?

Resposta: A Raça humana não pode se destruir a si mesma. A Raça humana, isto é, a Onda de Vida humana, é composta de Espíritos Virginais, todos diferenciados dentro de Deus – o criador de tudo –, no começo desse presente Grande Dia de Manifestação. Todos eles são partes permanentes de Deus e nunca poderão ser destruídos. É inconcebível que uma parte de Deus possa ser destruída. Portanto, é inconcebível, também, que mesmo um único Espírito, que é parte de Deus, possa ser destruído.

É possível, teoricamente, que a Raça humana possa destruir as formas densas que, presentemente, manifestam-se no Mundo Físico. É certo que as guerras modernas são responsáveis pelas imensas destruições que presenciamos, numa escala sem precedentes.

Por outro lado, é impossível, mesmo havendo um holocausto nuclear ou qualquer outra tragédia de proporções mundiais, provocada pela mão do ser humano, que toda forma física seja destruída. Por alguma razão, algumas formas ficarão, como um núcleo para a perpetuação da Raça humana, numa incorporação física, porque a fase física da evolução humana, como todas as outras formas, deve continuar mesmo se interrompida por um cataclisma provocado pelo próprio ser humano.

Além disso, desde que seres humanos estão em diferentes estágios de evolução e desenvolvimento, e tem diferentes lições a aprender e experiências a passar, é improvável que, não obstante a loucura do ser humano, as Hierarquias Criadoras responsáveis por esse Esquema de Evolução permitam que todos as seres humanos sejam submetidos a uma total destruição da forma.

O ser humano tem inteligência e livre opção para usar os seus poderes de uma forma sábia ou insensata. Certamente uma grande responsabilidade pesa nos ombros dele, no que diz respeito ao princípio de uma guerra nuclear, por exemplo. Não há a menor dúvida que, no caso de uma guerra de extensão mundial, a evolução humana nesta Terra poderá ser seriamente retardada, mesmo que a total destruição da forma humana não venha a ocorrer. Mas, com certeza, não será para todos os seres humanos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Oração Científica

“Muitas vezes vi-me impelido e ajoelhar-me por uma poderosa convicção de que não tinha outra parte aonde ir. Minha própria sabedoria, e aquela de tudo o que está ao meu derredor parecia insignificante para o dia.” (Abrahão Lincoln).

A oração científica é um dos métodos poderosos de perceber a luz que recebemos no Caminho dos nossos esforços para conseguir iluminação. “Deus é Luz” e na medida em que nos voltamos para Ele, em oração, a Luz brilhará e iluminará nossa obscuridade espiritual.

Os líderes que são responsáveis pelo Esquema da Evolução para a Onda de Vida humana, ou seja, pela nossa evolução, desejando nos ajudar, “instituíram a oração como um meio de produzir pensamentos elevados e puros para refinar nosso Corpo Vital”. Todos podemos trabalhar e orar nos auxiliando na escala da evolução.

Para nossa oração diária cada um deveria ter certo lugar fixo, onde pudesse se sentar em posição cômoda, os músculos relaxados, em quietude. Não sendo possível, devemos exercitar para criar um lugar tranquilo em nossa Mente, “uma câmara superior”. Nesse templo interno pedimos a nosso Pai por nossa transformação e iluminação, até conseguirmos formar o luminoso Traje Dourado de Bodas (o nosso Corpo-Alma) de nossa reunião (re-ligare – Religião ao sentido legítimo) com Ele.

Todavia, todos aprendemos na Filosofia Rosacruz – e ademais, sentimos internamente – esta verdade: “a oração por si só, por mais fervente que seja, não converterá o pecador num santo, a menos que nossos atos, nossa vida toda, seja uma constante oração”. Só então é possível “transformar a lagarta rastejante numa borboleta linda que busca as alturas”. “Orar e Trabalhar” é a conjugação oculta. Nós, que nos encontramos misturados na materialidade do mundo, muitas vezes sentimos a necessidade de ficar sós, em oração. Desejaríamos até nos isolar, definitivamente, em prece. Contudo, é-nos assegurado que se executamos nosso trabalho conscientemente e “fazemos todas as coisas em nome do Senhor”, nossa existência será uma grande oração e finalmente escutaremos Sua voz: “Muito bem, servo bom e fiel. Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mt 25:23).

(Publicado na Revista Rosacruz – abril/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia Rosacruz Esotérica

Somente na síntese do ser humano está sua alma e nenhuma ciência é totalmente verdadeira a menos que o todo seja conhecido. O ser humano é um todo de Corpo (ou aparência), Alma (ou qualidade) e Espírito (ou vida). De fato, a razão pela qual as ciências falham é devido ao fato de que seus expoentes são materialistas científicos que dão crédito apenas à força física do Corpo e recusam o reconhecimento ou direito ao Espírito, que já era básico e existente antes que a carne fosse formada. Mas, o tempo de uma verdadeira ciência está se aproximando. A verdade sobre o ser humano e o universo está agora acessível a todos os que dela se valerem. A influência da vibração aquariana disponibiliza os ensinamentos da sabedoria divina dos Mistérios, que incluem a sabedoria divina da Astrologia Rosacruz.

O todo de um ser humano só é conhecido quando conhecemos todas as suas partes. O estudo da Astrologia Rosacruz revela todas essas partes, misturando suas qualidades e combinando-as para que sua substância mostre o todo do ser humano.

Ser capaz de conhecer os seres humanos dessa maneira é se tornar o que Platão chama de “artista da alma” e o verdadeiro Astrólogo Rosacruz é exatamente isso. À medida que esses Astrólogos Rosacruzes se tornarem mais comuns, a inteligência espiritual aumentará, juntamente à vida regozijante, saudável e feliz em nosso Planeta.

Um motor de seis cilindros com apenas quatro cilindros em operação funciona de forma imperfeita. Da mesma maneira, o ser humano, pensando ser apenas matéria com uma Mente reagindo a essa matéria, não respondendo ao Espírito, tem usado e manifestado apenas uma pequena fração da magnitude do seu poder e produziu um modo de vida que é caótico e desequilibrado.

O ser humano, em sua totalidade, é Tríplice: primeiro, o Corpo Denso é a aparência; segundo, a Alma é a qualidade; terceiro, o Espírito é a vida.

O Corpo é Triplo (Tríplice Corpo), pois um Corpo Vital e invisível, aos olhos físicos, canaliza todas as forças que dão vida, crescimento e função à forma densa – ao Corpo Denso –, enquanto um terceiro veículo invisível, o Corpo de Desejos, transmite todas as forças de movimento e direção. Um quarto fator, o elo da Mente, conecta esse Tríplice Corpo inferior aos três veículos superiores, que são o Espírito Humano, o Espírito de Vida e o Espírito Divino. Isso torna o ser humano um Tríplice Espírito que possui uma Mente através da qual ele controla um Tríplice Corpo.

O ser humano fez uma descida na matéria como um Espírito Virginal e seus Corpos se tornaram cada vez mais e mais densos. Isso se chama Involução (parte desse Esquema de Evolução até atingirmos a Região Química do Mundo Físico onde, atualmente, ficamos quando renascidos) e o envolveu na matéria, as “camadas de pele” que usamos hoje. Mas a ascensão evolutiva agora está iniciada e o ser humano, cada vez mais, deve se libertar da densidade da matéria (já que agora estamos na chamada Evolução, parte desse Esquema de Evolução que vamos desde a Região Química do Mundo Físico até o Mundo do Espírito Divino).

Não é de admirar, então, que tal desenvolvimento da Mente tenha produzido miríades de homens e mulheres sem conhecimento dos Mundos superiores, bem como nenhum conhecimento da sua própria realidade espiritual e básica: um com Deus como células em Seu corpo e, portanto, Filho de Deus, em verdade.

Sua visão não era maior do que a dada por suas Mentes “concretas”, que funcionam nas celas de prisão de suas Personalidades, às quais estão acorrentados e que acreditam constituir a única realidade final.

Todos estão na prisão até que a consciência intuitiva do Cristo comece a funcionar para iluminar a Mente “concreta e inferior”. Podemos nos expandir muito além de nossas Mentes “concretas” e de visão estreita. Temos um poder e um lugar muito maiores do que nossas Personalidades insignificantes e muitas vezes mesquinhas. A Personalidade é um obstáculo até que comecemos a ter uma visão de Deus como um Todo e entendamos que, como Filhos de Deus, somos parte e um com esse Todo.

Nenhuma satisfação verdadeira chega a um indivíduo até que ele perceba o plano e o propósito da vida. Deus é um Todo e todo Espírito vivo é uma parte desse Todo. Somos células no Corpo de Deus, mas nenhuma participação muito plena como célula, ou parte do Todo, pode ocorrer até que compreendamos o Todo em algum grau. Deus então é o Grande Ser do Céu e toda a humanidade são células e filhos desse grande Ser celestial.

Toda a preocupação da evolução é a expansão da consciência. Alcançamos visões mais amplas da verdade à medida que alcançamos níveis mais elevados de progresso em espirais de ascensão. A expansão da consciência, então, acompanha uma compreensão mais profunda e ampla do Plano, que é Deus, o Todo.

À medida que aprendemos a nos conhecer como Filhos de Deus, aprendemos a conhecer Deus e o Plano que Ele tem para o ser humano, pois Deus, o Plano e o ser humano são idênticos. Para realizar o Plano Divino, devemos nos conscientizar de que temos uma luz superior à da Mente “concreta e inferior”. Essa é a fonte da intuição. Essa Mente é livre do cérebro e diz a verdade em seus relatórios, pois suas mensagens vêm do Reino do Espírito de Vida e da Unidade de Cristo. A Mente subconsciente obtém seus fatos do Éter Refletor, uma região muito inferior onde os relatos e visões são bem distorcidos.

A situação do ser humano, hoje, é o resultado de ele não usar as forças de todos os seus vários veículos e de não ter consciência da realidade dessas forças ou mesmo negá-la. A referência novamente à ilustração do motor tornará isso mais claro. Quando um motor de automóvel é acionado em qualquer coisa menos em todos os seus cilindros, o equilíbrio e a potência são perdidos, então vemos e sentimos o movimento hesitante. Quanto mais cilindros falharem, menor será a potência, pior será o equilíbrio e mais reduzido será o movimento. O pensamento cuidadoso nos revela que essas três forças de poder são necessárias: equilíbrio e movimento em ação sincronizada para produzir um fluxo fácil de poder suave. Quanto maior for essa qualidade, maior será a eficiência do motor.

Poder, equilíbrio e movimento, encontrados como forças na mecânica, nos seres humanos ou em Deus, sempre se correlacionam com os três aspectos da Divindade, a Santíssima Trindade. O poder se relaciona com o Pai; o equilíbrio, ao Filho ou Cristo; o movimento, ao Espírito Santo ou Jeová. Como essas forças atuam através do ser humano, falamos delas como: Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade, respectivamente. A verdade oculta que procuramos transmitir é que, a menos que esses três poderes primários estejam trabalhando em igual fluxo de força no ser humano, ele se torna como nosso motor: um expoente de ação manca e errática com poderes limitados e parciais.

O mundo do ser humano na Terra, em um Corpo Denso, é igualar a ação dessas três forças. Quando isso é feito, ele vitaliza dentro de si um Poder que o torna mais que ser humano. Agora ele deve aprender a se conhecer como um todo e não ficar em sua limitação presente, uma barreira causada por sua autoexpressão como parte e não como um todo unificado e equilibrado.

Hoje, ele tem apenas acesso parcial a seus plenos poderes; somente quando ele se torna Santo é levantado o véu que limitou sua visão e não lhe permitiu o pleno uso de suas poderosas e ocultas forças divinas. A maldição esmagadora da vida atual surgiu na escuridão causada pelo egoísmo Cérebro-Mente, que limita a verdadeira percepção espiritual — a Mente consciente de Cristo. O ser humano Real é o Senhor do Céu. Nele estão Luz, Amor e Vida; Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.

A magnitude do ser humano não se declara até que ele se conscientize de que seja um Deus em formação e perceba que seu trabalho na Terra é unificar, em seu ser sétuplo (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e Mente, os aspectos Tríplices de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), expressos como Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade. Quando esse feito alquímico é realizado, ocorre o casamento místico que une o ser humano pessoal e terreno (“eu inferior”) com o Senhor Espiritual do Céu (“Eu superior”). Os três aspectos principais, através do Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano, formam o Ego de “Deus-no-ser humano”, que através da Mente reflete as forças de vontade, sentimento e pensamento no Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso. A Tríade Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano é o ser humano permanente, eterno, individual e espiritual: é a Individualidade; enquanto o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso formam as Personalidades das várias vidas terrenas construídas pelo Ego, Senhor Espiritual do Céu. As Personalidades são temporárias e evanescentes, sendo usadas para transformar o ser humano em um Deus.

Todas as pessoas são desenvolvidas de forma desigual e expressam muito uma ou duas das três fases de vontade, sentimento e pensamento. Uma pessoa pode ter muito sentimento, usando pouco pensamento e vontade; outra pode ser toda vontade, sem muito pensamento e sentimento; enquanto ainda uma terceira pode ser todo pensamento e sentimento e não ter vontade. É raro ver o ser humano perfeito de poder, equilíbrio e paz — aquele que descobriu dentro de si os três aspectos primários de poder de Deus e os desenvolveu em forças exatas e utilizáveis para exemplificar sua herança como Filho de Deus. Esta é a vinda do “Filho do Homem” em toda a sua glória.

Através do conhecimento da Astrologia Rosacruz podemos perceber onde faltam esses três aspectos da consciência. À medida que despertamos, iniciamos aquele trabalho em nossas Almas que produzirá, pelo menos, o elemento essencial do equilíbrio. O principal e mais sábio uso da Astrologia Rosacruz é notar essas faltas para que possamos nos aplicar melhor para corrigir cada defeito que nosso tipo e temperamento carregam. Como uma força alquímica, nenhum outro ensinamento ajuda um indivíduo a transmutar o temperamento mais do que a Astrologia Rosacruz. A Astrologia Rosacruz, então, será considerada a única ciência verdadeira e frutificará aquelas ciências que perderam seu verdadeiro propósito, porque eliminam a Ideia de Deus como o princípio central e germinal no ser humano.

As vibrações astrais (Sol, Lua e Planetas) são raios de energia de diferentes potencialidades e qualidades que descem e se infiltram no Planeta como uma espécie de “eletricidade espiritual”. Cada hora e cada dia é diferentemente condicionado pelo movimento incessante do universo e novas linhas de força estão sempre sendo arranjadas. A resolução das potências e qualidades das energias dos raios astrais no horóscopo mostra as tendências do ser humano. Somente quando um ser humano se conhece no contexto das energias zodiacais, mostradas em sua natividade, é que podemos dizer que ele começou realmente a viver.

Assim como o Corpo Denso do ser humano é a morada do seu Ego, os Signos do Zodíaco, o Sol, a Lua e os Planetas do nosso Sistema Solar são os corpos de grandes Hierarquias Criadoras e Seres espirituais que são os mensageiros de Deus. Seus raios vindos para a Terra nos fornecem as nossas experiências; eles impelem, mas não compelem. O que fazemos dessas experiências nós mesmos determinamos.

Os Signos do Zodíaco são formas animadas com a vida de Seres espirituais, cuja vida flui para o nosso Planeta para tornar todas as coisas e seres nele sencientes e vivos. Nenhuma vida na Terra poderia existir sem esses poderosos Seres espirituais que fazem um grande sacrifício por nós. À medida que essa verdade se torna viva na Alma e na Mente do Estudante Rosacruz, então ele crescerá em reverência e amor. Pode-se mencionar que o ser humano, hoje, não conhece o amor porque perdeu o contato consciente com esses poderosos Seres espirituais – Hierarquias Criadoras – , repletos de amor e sabedoria.

A humanidade está agora acorrentada aos limites restritivos que foram estabelecidos pela Mente “concreta”. O desenvolvimento dessa Mente foi essencial para sua evolução, que é acelerada por ela. Ao mesmo tempo, esse fato o manteve cego para os Mundos invisíveis e sob suas forças ele foi convencido a acreditar que seja simples e unicamente um ser de vida terrestre. Embora tenha produzido o materialismo de hoje, acabará por promover a evolução do ser humano e do Planeta.

No entanto, os ganhos materiais sempre trazem perdas espirituais; então o ser humano, tendo perdido o contato com os Mundos invisíveis e sua própria identidade como Filho de Deus, na maioria das vezes, se recusa a acreditar em seu Ser-Espírito básico e inato. Assim, sob a severidade das forças atuais, o ser humano não apenas se recusa a acreditar na Realidade Única do Espírito, mas também considera aqueles que o fazem como não muito sãos ou mentalmente maduros.

Ninguém pode ser um artista da Alma, a menos que esteja imbuído do ideal de Deus como “Três em Um”, a Santíssima Trindade que forma o propósito de poder primário de tudo o que já foi ou será. O ser humano que deseja manifestar sua magnitude como Filho de Deus na Terra deve meditar e trabalhar ainda mais, pois todo trabalho verdadeiro é adoração.

Examinar um horóscopo com esse conhecimento oculto de Deus e Sua força é ver seu reflexo na natividade e capacitar a pessoa a dar uma direção que sempre será pertinente e precisa. A totalidade e a substância do ser humano serão vistas e avaliadas primeiro como Espírito e depois como pessoa. O Astrólogo Rosacruz não vê a pessoa do início ao fim, não dando consideração à Alma e ao Espírito!

Quando o “artista da Alma” olha para um horóscopo, ele vê ali a Vida de Deus fluindo através dos Astros e do Zodíaco para informar o ser humano e transmitir a qualidade única daquele indivíduo. Essas forças fluidas, determinadas pelo momento em que ele respira pela primeira vez, individualizam o ser humano e convocam as experiências que ele precisa para progredir na escola da Vida Terrestre.

O horóscopo é simplesmente uma fotografia do Ego, conforme evoluiu ao longo de muitas vidas, com o passado influenciando diretamente o presente renascimento.

Pelo uso correto da Astrologia Rosacruz podemos aprender quais forças estão influenciando nossas vidas. Então, não precisamos mais ser guiados cegamente por elas; mas podemos lucrar com o destino que estamos colhendo de nossas próprias ações passadas e aprender mais prontamente as lições que a vida traz. Nosso propósito ao estudar a Astrologia Rosacruz é aprender a nos conhecer e, então, a transmutar nossas imperfeições inatas de hábito e temperamento, que são frutos de vidas passadas sob as forças Jeovísticas. O regime de Jeová, como governante planetário, terminou com a vinda de Cristo-Jesus, há mais de dois mil anos. Essa verdade deve ser transformada em conhecimento operacional na Mente do Estudante Rosacruz.

Devemos aprender a viver de tal maneira que venhamos a conhecer o ser humano em suas partes e como um Todo. É por isso que estudamos a Astrologia Rosacruz. Nenhuma visão completa da vida pode vir até que vejamos qual é a vida por trás da forma que atua e vive no plano da Terra.

O plano e o propósito da vida para o ser humano não são vistos até que as visões completas sejam usadas; essa é a síntese que compreende o pleno propósito da existência. O ser humano é, portanto, um ser múltiplo que deve aprender a conhecer seu próprio Espírito e realizar sua própria unificação.

Forças agora incidem sobre nosso Planeta através do raio uraniano para trazer uma facilidade crescente no estudo e aplicação da Astrologia Rosacruz, pois essa Ciência Divina é regida por Aquário; daí a grande agitação neste momento, em relação à Astrologia Rosacruz. O impulso para entender os mistérios do horóscopo crescerá aos trancos e barrancos nos próximos anos. Portanto, afirmamos repetidamente a verdade do plano e do propósito divinos e inerentes a esse estudo. Deve ser tomado como um estudo prático por aqueles que começaram a sentir a irrealidade e a ilusão do ser humano e da Mente pessoal, temporária e terrena.

O estudo e uso da Astrologia Rosacruz elevam o Ego até o Reino de Deus. Somente quando a pessoa percebe sua divindade intrínseca e se torna reverente é que há muito avanço real.

A estrutura, então, para o avanço no estudo da Astrologia Rosacruz é a pureza espiritual. Não devemos deixar de nos lembrar da potência da pureza. À medida que aprendemos a nos tornar “puros como Ele é puro” ocorrem grandes revelações sobre os mistérios do ser humano e de Deus; nenhuma pessoa possui verdadeira inteligência espiritual com visão de si mesma e do mundo, a menos que tenha aquela compreensão da Astrologia Rosacruz que é acompanhada pela mais elevada pureza. Aquele que cede ao meramente pessoal ou cujos ideais são materiais jamais penetrará nos mistérios da Alma e do Espírito do ser humano, concedidos a nós por esse conhecimento divino. A iminente descoberta positiva de que o ser humano é um Espírito trabalhando em um Corpo Denso ao qual está conectado pelo elo da Mente ajudará a reabilitar a humanidade. Esse trabalho traz a Tríplice Alma (Alma Consciente, Alma Intelectual, Alma Emocional) à existência. Na vida terrena devemos extrair essa Tríplice Alma, fruto do nosso trabalho (nós, o Ego) em nosso Tríplice Corpo. Uma nova orientação ao indivíduo só pode vir como resultado de uma nova educação através de um conhecimento da sua Alma que é autorrevelado. Não há meio mais seguro, mais sensato ou mais garantido para se chegar à estimativa da qualidade da Alma do que aquele proporcionado por um estudo da “escrita estelar”.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1978 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Dos Mitos e das Suas Profundezas

No decurso dos passados milênios, as sublimes Hierarquias Criadoras lançaram mão de vários elementos para educar a humanidade, visando conduzi-la, com segurança, à superação das etapas de seu desenvolvimento. Um desses elementos, por sinal dos mais notáveis, é o mito. Os mitos, através de narrativas, aparentemente inocentes ou fantasiosas, projetam ideias ou imagens arquetípicas de verdades espirituais na mente humana. Revelam, de uma forma sutil e simbólica, as multifaces do caráter humano, suas falhas e virtudes, seus ideais legítimos e os obstáculos que impedem sua concretização. Indicam também os passos a serem dados para que sejam atingidas as metas elegidas pelas aspirações da humanidade.

O conhecimento da mitologia é, assim, conhecimento do próprio ser humano. Os Estudantes Rosacruzes que completaram o Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz, familiarizaram-se com alguns mitos e lendas do norte da Europa. Puderam constatar em Lohengrin, Parsifal, Siegfried e outros, as suas próprias lutas, quedas e aspirações.

Outras narrativas, não menos importantes, oferecem-nos profundos ensinamentos. Uma delas, por exemplo, a de Ulisses, imortalizou a “Odisseia” de Homero.

A epopeia de Ulisses constitui o símbolo do ser humano que procura a verdade em si mesmo. O personagem deixa seu lar, onde é feliz com Penélope e o filho Telêmaco, seguindo para Tróia. O rapto de Helena e a guerra não passam de pretexto. Ulisses aceita o desafio imposto naturalmente pela vida. Percebe um mundo de ilusões à sua frente e renuncia a tudo — comodidade e segurança — para romper esse véu de aparências.

Tróia foi derrotada, mas, era apenas o começo da grande jornada. O primeiro obstáculo foi ultrapassado. Porém, o que viria pela frente? Eis a sempre presente indagação, inseparável companheira dos buscadores da verdade.

O que aparentava ser o regresso triunfal, consistia, de fato, na fase mais difícil dos desafios. Os deuses decidiram que nenhum grego vitorioso regressaria ao lar, a menos que arrostasse todos os obstáculos da viagem, ou via interior.

Ulisses depara com a ninfa Calipso, sedutora, mas possessiva; com princesa Nausicaa, e, finalmente, com a feiticeira Circe, com quem teve quatro filhos, embora a odiasse. Mil perigos o espreitam e atormentam, na tentativa de impedir seu retorno a Ítaca. Tentações as mais sutis procuram envolvê-lo. A caminhada é árdua, exigindo, às vezes, do viajante, que não confie nem na sua própria vontade. O canto das sereias costuma ser irresistível.

A crueza das provações parece tornar impossível o prosseguimento. Isso, todavia, é parte dos desafios.

Depois de 20 anos Ulisses retorna à bela Ítaca, encontrando Telêmaco já ser humano feito e Penélope mais formosa do que nunca. Isso significa que, vencidas as dificuldades, desmascaradas todas as sutilezas e falsas aparências, superando digna e estoicamente o sofrimento, o ser humano se renova interiormente, imprimindo mais ampla dimensão ao seu mundo interno. Observa, a partir de então, um sentido superior em todas as coisas. Aprende a contemplá-las em sua formosura e harmonia. Recordemos que Max Heindel sempre nos exortou a fortalecer o bem através de nossos pensamentos e sentimentos.

Assim, uma transformação se opera no ser humano. As agruras da jornada, a dor miraculosa, afastaram-no definitivamente da irrealidade, do superficialismo, da vulgaridade. Não acalenta mais sonhos banais, nem ilusões, nem utopias. Amadurecido internamente, sente o indizível gozo de saborear a verdade em tudo, porque soube encontrá-la em si mesmo. É sempre assim: o mundo exterior é um reflexo do interior. Os mitos também nos ensinam essa verdade.

Com a primeira vinda de Cristo e todo o Ensinamento Cristão que ele nos deixou, a aprendizagem por meio de mitos ficou ultrapassado, por oferecer um ensinamento referencial e, para quem é Cristão, um tanto superficial de quem somos, porque estamos aqui e para onde vamos. É importante conhecer para até compreendermos como o jeito de nos ensinar é trabalhado pelas Hierarquias Criadoras e perfeito para cada estágio que nos encontramos – e, também, para eliminarmos alguma parte de algumas lições que não aprendemos, quando o método de aprendizagem eram por meio de mitos. Sem dúvida, como a escala de evolução é constante e deve abranger a todas as necessidades de todos os irmãos e de todas as irmãs sempre, há irmãos e irmãs que ainda necessitam desse método de aprendizagem para compreender que somos muito mais do que somente esse Corpo Denso, o físico. Mas, todos esses irmãos e todas essas irmãs, um dia, abraçarão o Cristianismo e por meio dele aprenderá tudo o que precisa para caminhar nesse Esquema de Evolução.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cristo: Sua Trajetória e Sua Missão para nos salvar

Há milhões de anos atrás, um grandioso Ser solar que havia cumprido as Leis da sua esfera de ação com a máxima perfeição, tornou-se o Iniciado mais elevado da Onda de Vida dos Arcanjos. Esse Ser, chamado o Cristo Cósmico, funciona, normalmente, num veículo feito de substância do Mundo do Espírito de Vida, Mundo esse onde cessa toda a separatividade. Seu trabalho também se harmoniza e se relaciona com outros dois Grandes Elevados Iniciados de outras Ondas de Vida que também colabora com Deus na evolução criadora do Sistema Solar no Mundo de Deus.

No início da nossa jornada no Período de Saturno (o primeiro Período de um total de sete, que compõe o nosso atual Esquema da Evolução) foi fornecido o Átomo-semente do Corpo Denso, a nós, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana. Nessa jornada ou Esquema de Evolução, depois desse Período, passamos pelos Períodos Solar e Lunar e chegando ao início do Período Terrestre (o quarto Período). Lembramos, aqui, que cada Período é composto de 7 Globos e de 7 Revoluções em torno desses Globos de densidades diferentes. Nesse momento, nosso Campo de Evolução ainda estava no Sol. Com o tempo, verificou-se que o desenvolvimento desses Espíritos Virginais da Onda de Vida humana não acompanhava, com a mesma rapidez, os demais, atrasando a evolução do conjunto todo. Assim, os Planetas: Urano, Saturno, Júpiter, Terra, Marte, Vênus e Mercúrio foram expelidos do Sol, um a um, de forma a servirem de campo de atividades e evolução dos Espíritos Virginais em seus diferentes estados de desenvolvimento; cada um a distância exata necessária e com o tamanho e composições ideais para ser o melhor Campo de Evolução para cada grupo de Espíritos Virginais. Assim é que se formou o nosso Planeta, a Terra, separada do Sol, Campo de Evolução da nossa Onda de Vida humana.

A um certo tempo de evolução, já aqui no Planeta Terra, passamos a ser guiados e orientados pela terceira manifestação da Divindade ou o terceiro aspecto de Deus, nosso criador – o Espírito Santo, Jeová, o Iniciado mais avançado da Onda de Vida Angélica. É dele a autoria de todas as Religiões de Raça que serviu (e ainda serve, em algumas circunstâncias específicas) para nos conduzir a humanidade do Período Terrestre. Esse auxílio, prestado a toda humanidade nesta fase de desenvolvimento, teve a participação ativa de hostes de Arcanjos (como Espíritos de Raça) e Anjos (como Mensageiros e Anjos da Guarda) e foi prestado a partir de fora da Terra. Ou seja, foi necessário que as orientações para as nossas atividades na Região Química do Mundo Físico nessa época fossem dirigidas através de fontes exteriores.

Quando chegamos à metade quarta Revolução desse Período Terrestre, houve a necessidade de haver mais segmentações no nosso Campo de Evolução, a fim de facilitar a aprendizagem das lições que estavam reservadas para nós. Essas segmentações são chamadas de Épocas. Durante a Época Lemúrica e Atlante (a terceira e quarta das 7 Épocas, respectivamente) foi acrescentado um novo veículo em nossa evolução: a Mente. Também, foi na Época Atlante que surgiram, para nós, os seres atrasados da Onda de Vida dos Anjos, chamados Espíritos Lucíferos (ou Anjos Lucíferos ou, ainda, Anjos caídos). Eram atrasados porque não conseguiam evoluir no Esquema de Evolução dos Anjos sem a necessidade de um cérebro – tal como os Anjos que nunca precisaram de um – mas também não conseguiam construir um, já que, originalmente, os Anjos não necessitam. Naquela Época a nossa consciência ainda estava ligada aos planos superiores (ou seja: não estamos com a nossa consciência de vigília, focada na Região Química do Mundo Físico, como temos hoje). Os Espíritos Lucíferos sugeriram para nós que o cérebro era uma estrutura física, capaz de auxiliar-nos a entender como criar outros Corpos Densos, aqui nesse Mundo Físico, sem se sujeitar a direção de Jeová e dos Anjos (que era como era feito até então) e, assim, seríamos dono de nós mesmos e conheceríamos o bem e o mal.

Consequentemente, a grande maioria de nós (e não todos!) aceitou a sugestão e passou a viver dessa maneira: usando e abusando da força sexual criadora. Logo, derivando para ambições egoístas, aprendendo a mentir, a praticar a astúcia desenfreadamente, a desenvolver a vontade do “eu inferior”, a se revoltar contra os preceitos de Jeová. Sob a Lei de Consequência (ou Lei de Causa e Efeito) tivemos castigos severos por desobediência a essa Lei. Fomos divididos em Raças e essas em nações. A fim de entender que o “caminho do transgressor é sofrido” e nos dar a oportunidade da escolha, sempre que preciso, uma Raça era utilizada para guerrear contra outra: uma que obedecia aos preceitos do seu Senhor (Jeová) contra outra que insistia em não obedecer. E o objetivo aqui era que cada um controlasse o seu Corpo de Desejos.

Como quando o Átomo-semente da Mente foi dado a nós, estávamos acostumados a caminhar somente pelo desejo inferior (satisfazendo-o a qualquer custo e preço), então associamos a Mente juvenil um instrumento da natureza de desejos. Conclusão: facilmente a Mente se tornou um meio de justificar e arquitetar pensamentos que evidenciasse o nosso “eu inferior” (a Personalidade) e deixou de servir o “Eu Superior” (a Individualidade). Renascimentos e renascimentos aqui praticando o abuso da força sexual criadora, por meio de ondas de paixões, desejos inferiores, sensualidades, astúcias e mentiras nos assolou e criamos dívidas e mais dívidas de Destino Maduro (aquele que só há uma maneira de pagar: expiando). Até que a cristalização do nosso Corpo Denso (e a incapacidade do nosso Corpo Vital em vivificá-lo) se tornou de tal grau que quase não era possível evoluir nele; assim como a própria Terra – o nosso Campo de Evolução – foi-se cristalizando em grande intensidade até que surgiu o perigo de que toda a nossa evolução humana poderia chegar a um grau tão alto de cristalização que poderia surgir à segunda Lua da Terra!

Para evitar esta calamidade foi necessário um novo nível de ajuda espiritual que viesse até nós. Cristo, o Espírito do Sol, era o único que poderia nos ajudar, porque ele trabalha e domina totalmente a substância do Mundo do Espírito de Vida, o primeiro Mundo debaixo para cima onde cessa toda a separatividade, onde a fraternidade é um cotidiano, a partir do amor ágape – o amor verdadeiramente desinteressado e focado na divina essência do ser a que amamos. E isso foi feito por meio de um grande sacrifício cósmico. Ele, como qualquer outro Arcanjo, só conseguia construir, como veículo mais inferior, o Corpo de Desejos. Mas Ele precisava estar entre nós (viver o nosso dia a dia, para mostrar como a partir do nosso interior poderíamos sair dessa situação que nós mesmos nos colocamos), para sentir a dificuldade que estávamos sentindo e, assim, nos prescrever exatamente o que devíamos fazer para sair desse estágio perigoso. Assim, precisava se adaptar à existência material. Para isto teve que recorrer aos Corpos Vital e Denso de um ser humano. O mais indicado, pelo seu grau de evolução, foi o ser humano de Jesus. Ele cedeu, voluntariamente nesse renascimento, o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital à Cristo.

O Corpo Denso e o Corpo Vital de Jesus foram aperfeiçoados e sutilizados em sua juventude e até aos 30 anos de idade pelos Essênios, de forma a sintonizarem-se com as vibrações elevadíssimas para que mais tarde esses veículos pudessem ser cedidos por Jesus, no Batismo, a Cristo, quando as ligações entre o Corpo de Desejos de Cristo e os Corpos Denso e Vital de Jesus foram feitas. Esse foi o Seu primeiro passo do sacrifício cósmico: entrar nesses veículos (Vital e Denso). A dualidade deste maravilhoso “Ser” conhecido por Cristo-Jesus tornou-se única entre todos os Seres dos sete Mundos que compõe o universo. Só Ele possui os doze veículos que unem diretamente o ser humano no Corpo Denso a Deus. Ninguém melhor do que Ele podia compreender, com maior compaixão, a nossa posição e as nossas necessidades e nos trazer alívio total.

Nos três anos de seu ministério, Cristo-Jesus ensinou a verdadeira Religião Cristã Esotérica: a unificação futura de todos nós. O amor impessoal, focado na divina essência de um ser, e a Fraternidade Universal são os dois grandes mandamentos de Amor que constituem o alicerce imediatamente necessário à nossa evolução espiritual.

A Crucificação ocorreu no momento em que Cristo-Jesus deu o passo final e se tornou o Espírito Planetário da Terra. O sangue que jorrou da coroa de espinhos e dos ferimentos do seu Corpo Denso penetrou no Planeta Terra libertando Cristo dos veículos de Jesus e tornando-O o Espírito Interno da Terra. Nesse instante a Terra foi permeada com o Seu Corpo de Desejos que lavou os pecados do mundo, não do indivíduo. Assim, purificou o Corpo de Desejos que estava contaminado da Terra – o Mundo do Desejo –, libertando-a das influências negativas, inferiores e cristalizantes que se haviam acumulado e sendo tão nefastas para a humanidade. A partir deste momento, todos nós, com vontade e esforço, temos condições de purificar os nossos veículos e acelerar o nosso desenvolvimento espiritual – se quisermos –, pois foi possível o acesso a esta substância espiritual pura.

Devido a este extraordinário sacrifício, Cristo agora vive parte do ano limitado e oprimido na nossa Terra, aguardando o Dia de Sua Libertação. Esse tempo é marcado pelo Equinócio de Setembro quando Cristo toca a atmosfera da Terra e termina no Equinócio de Março, que marca o fim do trabalho na Terra voltando ao seio do Pai, para preparar o seu retorno no próximo ano.

Cristo sente todo ódio, raiva, egoísmo, astúcia, discórdia e todos os outros desejos, sentimentos e outras emoções, tomando os materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que nós geramos todos os dias. Mas, Ele recebe também uma extraordinária ajuda dos Irmãos Maiores que trabalha, diariamente, para transmutar todo o mal em forma de pensamentos, sentimentos, palavras, atos, obras e ações em fatores positivos através de Sua força de vida. Mesmo sabendo que a maioria de nós não está ciente deste trabalho, nós como Estudantes Rosacruzes devemos procurar não expressar estes desejos, sentimentos e outras emoções, tomando os materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Se não o fizermos aliviaremos o sofrimento do nosso Salvador Cristo e apressaremos a Sua libertação.

A nossa dívida com o Cristo é imensa, e se quisermos começar a saldá-la, mesmo que muito modestamente, comecemos a praticar na nossa vida diária o serviço amoroso e desinteressado, servindo a divina essência do irmão e da irmã que vive ao nosso lado, no nosso cotidiano, seja quem for. Assim teceremos o Corpo-Alma, o veículo que encontraremos com Ele na Sua segunda vinda e nos possibilitará dar o próximo passo para frente e para cima nesse Esquema de Evolução. A decisão é nossa!

“Que as rosas floresçam em vossa cruz”

 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Bom Pastor e as Ovelhas desse e de Outros Apriscos

Estudando a Filosofia Rosacruz, compreendemos que estamos em um Esquema de Evolução e nele há um Caminho de Evolução que “nos leva de volta para Deus”, de “onde viemos e para onde estamos voltando”.

Sabedor disso, surge a pergunta: o que devo fazer para não mais me desviar? Essa é a pergunta de todo o Aspirante a vida espiritual e a resposta é sempre a mesma, nos fornecida por Cristo: amar seus semelhantes de maneira que queira sempre ajudá-los e servi-los com amor, sabendo que todos somos filhos de Deus; procurar fazer sempre o bem pelo simples prazer de fazer o bem, cooperando assim com o trabalho do Cristo pela redenção da humanidade.

Afinal, Cristo nos ensinou que: “Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas.” (Jo 10:11).

E, mais: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: devo conduzi-las também; elas ouvirão a minha voz; então haverá um só rebanho, um só pastor.” (Jo 14:16).

Mas, nos avisou que há outros que podem nos distanciar da Evolução: “quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas soube por outro lugar, é ladrão e assaltante; o que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre: as ovelhas ouvem a sua voz e ele chama as suas ovelhas uma por uma e as conduz para fora. Tendo feito sair todas as que são suas, caminha à frente delas e as ovelhas o seguem, pois conhecem a sua voz. Elas não seguirão um estranho, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. (Jo 14:1-5).

Porém, se Deus faz nascer o sol para o justo e para o injusto; se Ele mora no coração de todo ser, mesmo naqueles que não O ama; quem somos nós para fazer menos? Devemos, portanto, fazer com que o nosso amor e a nossa Luz chegue a cada irmão e a cada irmã, para que com o nosso exemplo, possamos fazê-lo retornar ao Caminho que o leva a Deus. Esse caminho reto e estreito, para cima e para frente: o Caminho da Evolução. Cristo, nessa passagem, nos dá o motivo pelo qual Ele é “a verdadeira Luz”.

Para entender o que significa ser “bom pastor”, bem como “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil”, façamos uma viagem a um longínquo passado no nosso Caminho de Evolução. Atualmente estamos no quarto Período do nosso Esquema de Evolução, o Período Terrestre. Como todos os outros Períodos, este tem 7 Globos (nomeados de A, B, C, D, E, F e G), por onde nós passamos 7 vezes (também chamado de 7 Revoluções). Durante a nossa peregrinação pela quarta Revolução no Globo D, tivemos mais divisões no nosso Caminho de Evolução. Tais divisões são conhecidas como Épocas. Estamos na quinta Época, conhecida como Época Ária.

Na primeira Época, a Época Polar, nós formamos, por assim dizer, nosso Corpo Denso. Na segunda Época, a Época Hiperbórea, nós vitalizamos esse Corpo Denso por meio da interpenetração de um Corpo Vital. Com isso, na segunda Época, nós possuíamos um Corpo Denso e um Corpo Vital. Éramos hermafroditas, ou seja, éramos uma unidade criadora. Toda nossa força criadora nós projetávamos de nós mesmos. Nada guardávamos para nós. Expressávamos o amor na forma mais pura, como os Anjos o fazem.

Com o decorrer do tempo, houve a necessidade de construirmos um cérebro e uma laringe. Para isso, foi necessária uma divisão da bipolar força criadora: metade foi destinada para a construção destes novos órgãos e a outra metade continuou sendo usada para a geração. A partir daí cada um de nós teve que buscar a cooperação de outro ser para a geração e a própria continuação de se renascer aqui (Houve a divisão dos sexos e a necessidade de buscar seu polo oposto: se renascido como homem, busca quem estava renascido como mulher, e vice-versa).

Começamos a amar egoisticamente para gerar novos Corpos e a amar egoisticamente também para expressar o pensamento aqui na Região Química do Mundo Físico, porque desejamos obter conhecimento. E como semelhante atrai o semelhante, atraímos para nós mesmos seres de mesma natureza.

Como em toda Onda de Vida, a dos Anjos também possuía uma classe de seres atrasados, conhecidos como Espíritos Lucíferos, Anjos Lucíferos ou, ainda, Anjos caídos. Os Anjos fazem parte de uma Onda de Vida que não necessita de cérebro para obter o conhecimento. Porém, esses atrasados precisavam e, o pior, não tinha a capacidade de construir um. Estavam a meio caminho entre os Anjos e o ser humano. Eram os Espíritos Lucíferos. Então, quando desenvolvemos um cérebro esses seres perceberam uma oportunidade de prosseguir a sua evolução. Precisavam descobrir como penetrar no cérebro humano.

Enquanto isso, nós prosseguíamos no nosso Esquema de Evolução. Estávamos na terceira Época, a Época Lemúrica. Não tínhamos a menor consciência do nosso Corpo Denso. Nossa consciência não apresentava o nível da atual de desenvolvimento ou consciência de vigília na Região Química do Mundo Físico. Quando renascidos como seres do sexo feminino, éramos estimulados a expressar o polo negativo da força criadora, a imaginação. É graças à imaginação que, quando renascidos como seres do sexo feminino – mulher – conseguimos formar um corpo em sua matriz.

Naquela Época toda a nossa consciência estava enfocada nos Mundos espirituais. Quando renascidos aqui como seres do sexo feminino, observávamos, ainda que muito vagamente, que nós e os outros seres humanos possuíamos um Corpo Denso e, que muitas vezes, os que estavam ao seu redor perdiam esse Corpo Denso; isso a confundia muito. A imperfeita percepção do Mundo Físico nos impossibilitava de revelar aos outros que eles haviam perdidos seus Corpos Densos!

Os Anjos não nos davam informações sobre o porquê desta imperfeita percepção. Foi aí que surgiram os Espíritos Lucíferos. Esses seres entraram pela coluna vertebral até próximo ao cérebro quando renascíamos como seres do sexo feminino – mulher. Contou-nos o que acontecia, tornando-nos consciente do nosso Corpo Denso. Pediu-nos, quando renascíamos como seres do sexo feminino – mulher – para falarmos aos seres do sexo masculino – homem – e ensinou-nos como, juntos, podíamos criar novos corpos quando quiséssemos. Por causa da consciência interna, voltada aos Mundos espirituais e, também, porque os Espíritos Lucíferos tinham entrado pela medula espinhal, enquanto renascíamos como seres do sexo feminino – mulher – nós vimos estes Espíritos associando-os como serpentes. A partir daí nós tomamos para nós mesmos o direito de praticar o ato gerador a nossa vontade, ignorantemente. Comemos o fruto da “Árvore do Conhecimento” e conhecemos o bem e o mal. E mediante o contínuo abuso dessa força sexual criadora, chegando à degeneração, a nossa consciência ficou tão focada no Mundo Físico que hoje uma boa parte de nós considera essa vida terrestre como a única e tememos a morte por desconhecer o que há do outro lado.

Se, por um lado deixamos de ser um autômato, convertendo-nos num ser que consegue expressar seu pensamento aqui, por outro tornamo-nos sujeito a tristeza, dor e morte, vivemos em peregrinação sem paz e sem tranquilidade.

Cristo veio ao mundo para salvar-nos do pecado, da tristeza e morte. “Rasgou o véu do templo” e abriu a Iniciação para todos que quiserem. Todos, agora, têm acesso aos mistérios ocultos e podem conhecer todo o Esquema de Evolução!

Assim, Ele chamou a si mesmo de a “verdadeira Luz“. Aos que vieram antes dele, chamou de “ladrões e bandidos”, porque roubaram de nós a paz, tranquilidade e visão espiritual!

Vejamos, agora, a revelação da simbologia presente nestes versículos: “Como o Pai me conhece, assim Eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho outras ovelhas que não são desse aprisco; importa que eu as trouxesse. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10:15-16).

Com estas palavras Cristo nos revela, em símbolos, a amplitude da sua obra: a Fraternidade Universal!

No seu lar celestial, que é o Mundo do Espírito de Vida, Cristo executa a primeira parte da sua obra. O Mundo do Espírito de Vida é o mundo que se difunde pelo espaço interplanetário e interpenetra todos os Astros (Planetas, satélites naturais e outros corpos siderais) do nosso Sistema Solar. É o primeiro Mundo, debaixo para cima, onde cessa toda a separatividade. É onde a Fraternidade é um cotidiano.

O veículo mais inferior que o Cristo possui, com o qual é mais acostumado a funcionar, é composto por materiais do unificante Mundo do Espírito de Vida (apesar de que, como um ser da Onda de Vida dos Arcanjos, Ele ter a capacidade de construir um Corpo de Desejos, mais denso do que um corpo construído de material do Mundo do Espírito de Vida).

Portanto, o trabalho específico do Cristo no Sistema Solar, é o de correlacionar todos os Astros e os seres vivos que neles habitam, numa Fraternidade Universal, unindo-os como irmãos, filho de Deus. Essas são as “outras ovelhas que não são desse redil <aprisco>”.

Outra parte do trabalho do Cristo ocorre quando Ele alcança o Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai. O Mundo do Espírito Divino é o Mundo que correlaciona todos os Astros de todos os Sistemas Solares do Universo. Nesse Mundo, o trabalho do Cristo é o de correlacionar todos esses Astros e seus seres vivos numa Fraternidade Universal.

A terceira parte do trabalho do Cristo é desenvolvida aqui na Terra. Cristo como o Regente do Planeta e o guia da humanidade específica seu trabalho em unir-nos numa Fraternidade tendo Cristo como Irmão Maior. Quando isso ocorrer, o amor se fará altruísta e a Fraternidade Universal se realizará completamente e cada um trabalhará para o bem de todos. Estaremos na Sexta Época, a Época da Nova Galileia.

Atualmente, do centro do Planeta Terra Ele envia o impulso para o arrependimento e a reforma íntima de cada um de nós, e graças a esse seu sacrifício anual estamos nos tornando mais puros e regenerados. Essas também são as “outras ovelhas que não são desse aprisco” e “haverá um só rebanho e um só pastor“.

Note que em “eu sou a porta; se alguém entrar por mim será salvo; entrará, sairá e encontrará pastagens” temos um motivo para buscarmos sempre à consolação e o amparo divino, desapegando-nos de toda consolação exterior, baseada no próprio ser humano ou nas coisas materiais, porque “o mercenário e o que não é pastor, de quem as ovelhas não são próprias, vê vir o lobo, deixa as ovelhas, foge e o lobo arrebata, porque é necessário e porque não se importa com as ovelhas“. Perceba a esperança e a segurança que o Cristo nos dá! Semelhante à outra passagem quando ele diz: “estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28:20), então, o que falta é estarmos com Ele!

Note que em “como o Pai me conhece, assim eu conheço o Pai e dou minha vida pelas minhas ovelhas” fica clara a perfeita harmonia entre o Filho (Deus Filho) e o Pai (Deus Pai).

E a esperança e a confiança que tanto procuramos, nós podemos encontrar quando Ele disse: “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10:30). E, realmente, o Cristo dá a Sua vida pelas suas ovelhas senão vejamos o sacrifício anual que um ser com tal grau de onisciência, onipresença e onipotência se submete, ao ficar confinado às baixas e cristalizantes vibrações do nosso Planeta Terra, dando Sua vida, Seu amor e Sua luz para que nos possamos continuar existindo e progredindo.

Lembramos sempre que “Cristo mesmo preparou o caminho para quem o deseje” e Ele ajudará e abençoará a todo verdadeiro investigador que deseje trabalhar pela Fraternidade Universal, sempre, aqui, agora até a sua realização total!

                                                                       Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “Pão e o Vinho” Místicos

Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a Páscoa; e Cristo Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos. Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? Respondeu-lhes: Quando entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem, levando um cântaro de água; segui-o até a casa em que ele entrar. E direis ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a Páscoa. E, chegada a hora, pôs-se Cristo-Jesus à mesa, e com ele os Apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão; pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. Então havendo recebido um cálice, e tendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; porque vos digo que desde agora não mais bebereis do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus. E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: Tomai e comei Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, e dando graças, deu-lhes dizendo: Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que é derramado por muitos para o perdão dos pecados”. (Lc 22:1-20)

Durante o percurso nesse Esquema de Evolução resolvemos tomar as rédeas do nosso desenvolvimento quando, como vemos na Bíblia: “comemos o fruto da Árvore do Conhecimento do bem e do mal”. Daí por diante abusamos demais da força sexual criadora, tornamo-nos egoístas e começamos a ter sofrimentos incalculáveis.

Foi então que a Religião de Jeová foi dada para corrigir esse estado de coisas. Jeová, o mais elevado Iniciado dos Anjos, que exerce o papel do Espírito Santo no nosso Sistema Solar. Ele recebe da Lua o impulso da vida, provindo do Mundo do Espírito de Vida e o reflete sobre a Terra em forma de Religião de Raça e de Leis.

Rebelamos demais contra a Lei o tempo todo. Enchemos a nós mesmos de pecado e todo o nosso Planeta Terra, campo da nossa evolução, da nossa aprendizagem.

Sob esse sistema, infelizmente, o egoísmo, gerado por nós, cristalizou o nosso Planeta Terra em tal extensão que as vibrações espirituais quase cessaram. A evolução estava estagnada e o sangue tão impregnado de egoísmo que a Raça humana corria o perigo de degenerar.

Esse sistema funcionou, como dizia os evangelhos, até São João Batista, o precursor do Cristo: “Arrependei-vos porque o Reino dos Céus está próximo (…) Eu vos batizo com água para o arrependimento (…), Mas Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:2,11)

Então encarnou Cristo, aliás, uma centelha, uma chispa do Cristo Cósmico, no corpo de Jesus, por ocasião do Batismo no Rio Jordão.

São João Batista, “o mais elevado dos nascidos de mulher”, como alto Iniciado essênio, reconheceu a grandiosidade de Jesus bem como a magnitude do alto a que era chamado ministrar na incorporação da Chispa Crística: “Eu não sou digno de desatar suas sandálias” (Mt 3:11)

Cristo Jesus veio e mudou a máxima até então vigente de: “olho por olho, dente por dente” para “amai vossos inimigos”.

Na última sessão esotérica do Cristo com seus Discípulos, descrita na Bíblia como a Última Ceia, no qual foi celebrada a nova aliança, não havia a carne do cordeiro (Áries), como era exigido na Lei de Moisés. Tampouco havia vinho, mas apenas pão, um produto vegetal, e o fruto da videira, outro vegetal. O suco recém-extraído da uva não contém um espírito proveniente da fermentação e decomposição, mas é um alimento vegetal puro e nutritivo. Assim, os seguidores da doutrina esotérica foram instruídos por Cristo a adotarem uma dieta que não incluísse carne, nem bebida alcoólica.

Supõe-se geralmente que o cálice usado por Cristo na Última Ceia continha vinho, no entanto, não há fundamento na Bíblia para essa suposição. Foram dados três relatos sobre a preparação desta Páscoa. Enquanto São Marcos e São Lucas declaram que os mensageiros foram enviados a uma determinada cidade para procurar um homem transportando um cântaro de água, nenhum dos Evangelistas disse que o cálice continha vinho.

O uso da água na Última Ceia também se harmoniza com os requisitos astrológicos e éticos. Pelo movimento de Precessão dos Equinócios, o Sol estava deixando Áries, o Signo do Cordeiro, entrando em Peixes, um Signo aquático. Uma nova nota de aspiração iria soar, uma nova fase de elevação humana devia ser introduzida durante a Era Pisciana que se aproximava. A autoindulgência iria ser superada pelo espírito da renúncia. O pão, sustento da vida, feito da semente imaculadamente gerada, não alimenta as paixões como a carne; também o nosso sangue, diluído na água, não altera tão bruscamente como quando está saturado de vinho. Portanto, o pão e a água são alimentos adequados e símbolos de ideais durante a Era Peixes-Virgem. Eles representam a pureza.

Assim, o Cálice da Nova Aliança mencionado como a representação do ideal da futura época, a Nova Galileia, é um órgão etérico formado dentro da cabeça e da garganta pela força sexual não gasta que, à visão espiritual, assemelha-se à haste de uma flor, elevando-se da parte inferior do tronco. Este cálice é realmente um órgão criador, capaz de enunciar a palavra de vida e de poder.

Atualmente, a palavra é articulada por movimentos musculares desajeitados que regulam a laringe, a língua e os lábios para que o ar, proveniente dos pulmões, emita determinados sons, mas o ar é um meio pesado quando comparado às forças mais sutis da natureza, como a eletricidade que se move no Éter. Quando este novo órgão tiver evoluído, terá o poder de pronunciar a palavra de vida, de infundir vitalidade em substâncias até hoje inertes. Este órgão está sendo hoje formado por nós, através do serviço amoroso e desinteressado prestado ao irmão e à irmã, focando justamente na divina essência de cada irmão e irmã com quem convivemos.

Lembremo-nos que Cristo não deu o cálice à multidão, mas aos Seus Discípulos, que eram os Seus mensageiros e servidores da Cruz. Atualmente, aqueles que “bebem do Cálice” do autossacrifício, os que colocam sua vida ao serviço dos outros, estão construindo esse órgão, o Corpo-Alma, o “Dourado Manto Nupcial”, o soma psuchicon, que disse São Paulo em sua Primeira Epístola aos Coríntios (15:44). Eles estão aprendendo a usá-lo em pequena escala como Auxiliares Invisíveis, quando deixam seus corpos à noite e é nessas circunstâncias que aprendem a proferir a palavra de poder que remove a doença, a enfermidade e repara órgãos, tecidos e até sistemas inteiro do Corpo.

Com o derramamento do sangue de Jesus no Calvário e a penetração do Cristo no Globo Terrestre, através desse veículo físico, nosso Planeta foi purificado. O esplendor que se emanou deixou os circunstantes ofuscados e se diz que houve trevas.

Em outras palavras: o Cristo Cósmico manifestou-se por meio de Jesus para nos salvar. Purificar o sangue do egoísmo é o Ministério do Gólgota, que começou quando o sangue de Jesus foi derramado, continuou através das guerras das nações Cristãs, sempre que os seres humanos lutavam por ideal, e durará até que, por contraste, os horrores da guerra tenham imprimido suficientemente, no gênero humano, a beleza da Fraternidade.

Cristo entrou no Planeta Terra pelo Gólgota. Está novamente “fermentando” o Planeta, fazendo-o responder às vibrações espirituais, mas o Seu sacrifício não se consumou em um só momento pela morte para, dessa forma, nos salvar, como geralmente se crê. Ele ainda está “gemendo, labutando e esperando o dia da Sua libertação”, para a “manifestação dos Filhos de Deus”, como disse São Paulo, e, na verdade, nós apressaremos esse dia cada vez que participarmos do alimento para os nossos corpos superiores, simbolizados pelos místicos “pão e vinho”. Poderíamos ser muito mais eficazes, acelerando a nossa própria libertação e apressando o “dia de Nosso Senhor”, se o fizéssemos sempre “em Sua memória”.

Depois o Cristo subiu até o Mundo do Espírito Divino, o plano do Pai do nosso Sistema Solar para fortificar-se. É o que significa “descer aos infernos e subir aos céus, onde se encontra a direita do Pai”.

Desde então, como prometera, Cristo estará conosco até “a consumação dos séculos”, isto é, até que terminem estes tempos de aperfeiçoamento terrestre para uma nova Época, ainda uma chispa d´Ele volta todos os anos, começando a descer em setembro, fecundando toda a natureza.

Pelo Natal, Ele está novamente no centro do nosso Planeta Terra espargindo seu impulso de vida e de amor a toda criatura viva. Depois vai se retirando e pela Páscoa retorna a Seu plano, no Mundo do Espírito de Vida.

E assim, segue o Cristo, dando o seu Corpo e o seu Sangue como o “pão e o vinho” místicos, respectivamente, que nos alimenta fisicamente e espiritualmente a custa de muita dor e sofrimento, até que consigamos suplantar as leis do pecado e da morte pelo amor, que restaurará a imortalidade e que é a essência do ensinamento Cristão.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Quatro Graus para Chegarmos a Deus

Nesse Esquema de Evolução traçado para todos, nós, os Espíritos Virginais, passamos por quatro grandes etapas de educação e de percepção de Deus, nosso criador:

A primeira, Seres muito mais evoluídos (chamados de Hierarquias Criadoras ou Hierarquias Divinas ou, ainda, Hierarquias Zodiacais) agem sobre nós, de fora, dando-nos auxílio externo, ajudando-nos a construirmos nossos corpos: o Denso, o Vital, o de Desejos e o veículo Mente (os nossos veículos de evolução) – enquanto permanecemos inconscientes do Mundo Físico ao nosso redor. Nessa etapa, adorávamos a Deus por meio do medo, a Quem começamos a perceber a existência. Fazíamos sacrifícios para agradá-lo. Passamos a fase do fetichismo.

A segunda etapa, com os veículos já construídos, somos colocados sob a direção dos chamados Mensageiros Divinos e Reis, a quem nós vemos, e a cujas ordens tínhamos que obedecer. Esses Mensageiros Divinos ficaram conhecidos como:

  • Senhores de Vênus” – que num tempo bem longínquo nos iniciaram na Arte da forma, através da música, pintura, escultura e arquitetura e do domínio da palavra como forma de criação nesse Mundo Físico;
  • Senhores de Mercúrio” – que, também num tempo bem longínquo, começaram a nos ensinar como nos dominar, como alcançar o domínio próprio, a utilizar esse Corpo Denso como mais um veículo, por meio do qual pudéssemos sair e voltar nele à vontade e a funcionar nos veículos superiores independentemente do Corpo Denso.

Quase no final desta etapa, após o trabalho destes Mensageiros Divinos, com quem convivíamos no cotidiano, e o chamávamos de deuses, fomos ensinados a adorar somente um único Deus invisível, criador de todas as coisas.

Assim, nessa etapa, aprendemos a olhar a Deus como um doador de todas as coisas e a esperar d’Ele benefícios materiais, agora e sempre. Fazíamos sacrifícios externos por avareza, esperando que Deus nos dê cem por um, ou para livrar-nos do castigo imediato, como: pragas, guerras, doenças, etc.

A terceira etapa somos ensinados a reverenciar as ordens de um Deus a Quem não vemos. Aprendemos a adorar a Deus com orações e a viver em boa vida, a cultivar a fé num Céu onde obteremos recompensa no futuro, e a abster-nos do mal, para que possamos nos livrar do castigo futuro no Inferno.

A quarta e última etapa, aprendemos – e muitos ainda aprenderão – a elevar-nos sobre toda a ordem, a converter-nos em uma lei em nós mesmos. Conquistamo-nos a nós mesmos, aprendemos a viver voluntariamente, em harmonia com a Ordem da Natureza, que é a Lei de Deus. Nessa etapa chegamos a um ponto em que podemos agir bem sem pensar na recompensa ou no castigo, simplesmente porque “é justo agir retamente”. Amamos o bem por ser o bem e procuramos ordenar nossa conduta de acordo com este princípio, sem ter em conta seu benefício ou desgraça presente, ou os resultados dolorosos em algum tempo futuro.

Durante a nossa evolução passamos por todas essas etapas. Ainda hoje, todos nós, seres humanos, estamos distribuídos por elas. Alguns ainda permaneceram na primeira etapa, outros na segunda, na terceira e na quarta. Isso ocorre devido ao grau de evolução da pessoa.

Considerando a nossa história aqui na Terra, experimentamos pela primeira vez a primeira etapa há muito tempo atrás, numa Época chamada Lemúrica. Nessa Época fomos treinados a ver e gerar fenômenos físicos.

Práticas de como fazer acontecer e aparecer coisas nesse Mundo Físico. Isso porque estávamos muito focados nos Mundos espirituais, os Mundos invisíveis aos olhos físicos. Não víamos com clareza o Mundo Físico. Então tudo que fazíamos acontecer nesse Mundo nos impressionava.

Adorávamos o desconhecido por meio de qualquer peça constituída de matéria física. Buscávamos “ver” a Deus nesse Mundo Físico associando-O a alguma peça material. O fetichismo era necessário e próprio para essa etapa de evolução. Os seres humanos, naquela Época, que conseguiam praticar tais intentos eram os seres humanos mais adiantados.

Assim, tudo que se relaciona com fenômenos expressos nesse Mundo Físico, e obviamente o fetichismo, são reminiscências da nossa passagem na Época Lemúrica, há muito tempo atrás. Se hoje, alguém utiliza, é porque está revivendo a reminiscência daquela longínqua Época. Assim, os que praticam atualmente o fetichismo estão muito atrasados e como que vivendo ainda naquela longínqua Época.

Àqueles a quem o fenômeno no Mundo Físico ainda o impressiona, o faz temer e o fascina, possui fortes reminiscências daquela Época longínqua. Por meio do destino, terão lições que os ajudarão a se libertarem dessas reminiscências, a fim de poderem aprender lições mais avançadas.

Já na segunda etapa experimentamos nossas lições pela primeira vez, também há muito tempo, numa Época chamada Atlante. Mais especificamente, quando fizemos parte de uma das sete Raças que construímos lá, uma Raça conhecida como Semitas Originais. Então, fomos ensinados a esquecer dos fenômenos e fetiches – afinal, já estávamos suficientemente voltados para o Mundo Físico! Então, fomos ensinados a adorar um Deus invisível e a esperar recompensas em benefícios materiais ou castigos em aflições e dores. Os seres humanos, naquela Época, que conseguiam praticar tais intentos eram os seres humanos mais adiantados.

Temos muitos exemplos de ensinamentos dessa fase lendo o Antigo Testamento. Como passagem que mostra a nova orientação de adoração de vários deuses para adoração de um único Deus vemos no Livro do Êxodo 20:3: “Não terás outros deuses além de mim“.

E ainda, no Livro do Êxodo 20:5-6: “Eu sou um Deus ciumento que puno a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira geração dos que me odeiam, mas que também ajo com amor até a milésima geração para aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos“.

Com esse recado, fomos ensinados a: se seguíssemos o preceito de Deus, seríamos abençoados e cobertos de bens materiais, no entanto, se nos afastássemos dos caminhos orientados por Ele, sofreríamos todos os males. A escolha era nossa. Éramos livres para escolher, mas sofreríamos as consequências dos nossos próprios atos.

Nasciam as Religiões de Raça, a Religião do Espírito Santo, as Religiões de Jeová, que muito nos ensinaram, e o livre arbítrio, que muito nos ensina. Assim, os que ainda vivem olhando a Deus como um doador de todas as coisas e a esperar d’Ele benefícios materiais, agora e sempre; os que ainda vivem sacrificando por avareza, esperando que Deus lhe dê cem por um, ou para livrar-se do castigo imediato, como doenças, guerras, pragas, pobreza, estão atrasados e vivendo como ainda estivessem naquela longínqua Época.

Àqueles a quem de Deus deve-se esperar recompensas em benefícios materiais ou castigos em aflições e dores possuem fortes reminiscências daquela Época longínqua. Por meio do destino, terão lições que o ajudarão a se libertar dessas reminiscências a fim de poderem aprender lições mais atuais.

Já a terceira etapa, experimentamos, pela primeira vez, somente nessa Época conhecida como Época Ária. Mais especificamente com o advindo do Cristianismo Popular através da Religião Cristã, a Religião do Filho.

Por meio dele, foi nos dada a Doutrina Cristã: a vinda do Cristo, a Trindade, a Imaculada Concepção, a Crucificação, a Salvação, a Condenação Eterna, a Conversão, a Confissão e Absolvição, o Perdão dos Pecados, à espera da segunda vinda do Cristo.

Aqui somos ensinados a adorar a Deus com orações e a viver em boa vida, a cultivar a fé num Céu onde obteremos recompensa no futuro, e a abster-nos do mal, para que possamos nos livrar do castigo futuro do Inferno. Todo o Novo Testamento nos orienta para o Cristianismo. Indica como não devemos ser hipócritas, nem idólatras, nem buscar recompensas em benefícios materiais quando adoramos a Deus. Por exemplo, lemos no Evangelho Segundo São Mateus 6:1: “Evitai praticar a justiça diante dos homens para serdes vistos. Do contrário, não tereis recompensa do Pai, que estás nos céus“. Quando orarmos a Deus, temos a seguinte orientação, no Evangelho Segundo São Mateus 6:5-8: “E quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé nas sinagogas e nas esquinas das praças para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a recompensa (a recompensa humana de serem cortejados). Mas quando rezares, entra no quarto, fecha a porta e reza ao Pai que vê no oculto. E o Pai, que vê no oculto, te dará a recompensa. E nas orações não faleis muitas palavras como os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por causa das muitas palavras. Não os imiteis; pois o Pai já sabe de vossas necessidades antes mesmo de pedirdes“.

Várias são as passagens em que Cristo nos ensina que não é mais para ofereceremos sacrifícios externos: Eis uma no Evangelho Segundo São Mateus: “Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia é que eu quero, e não sacrifício.” (Mt 6:13).

O modelo de oração que o Cristão deve fazer é dado no Evangelho Segundo São Mateus: 6:7-13, conhecida como a Oração do Senhor ou “Pai Nosso”: “Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque o vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes. Portanto, orai desta maneira: ‘Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a vossa Vontade, assim na Terra, como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’”.

Há nela sete orações distintas e separadas, uma para cada um dos sete princípios do Ser Humano: o Tríplice Corpo, o Tríplice Espírito e o para o veículo Mente. Nessa etapa, já não devemos mais nos preocupar em acumular bens aqui na Terra. Afinal, o trabalho que tínhamos que fazer aqui já bem o fizemos!

Conquistamos a Região Química do Mundo Físico, transformando-a num paraíso para a evolução. Agora, nosso propósito é somente fornecer condições para utilizarmos as oportunidades para construir o Corpo que utilizaremos na próxima fase da nossa evolução: o Corpo-Alma. Assim, todo trabalho que envolve a conquista dessa Região Química deve ser substituído por tarefas que ajudem na conquista da próxima Região, ou seja: a Região Etérica do Mundo Físico.

Por isso que no Evangelho Segundo São Mateus 6:19-21, lemos: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está o teu tesouro aí estará também teu coração“.
E, complementando, no versículo 24: “Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro“.

E para aqueles que vivem apenas se preocupando com as aparências, com o supérfluo, com o que um se veste ou outro deveria vestir, com o que os que estão ao seu redor fazem ou não fazem, ou com os prazeres da vida, quem sabe se lessem, compreendessem e vivessem o que o Evangelho Segundo São Mateus nos fala em 6:25-30 acordariam dessa ilusão e aproveitariam melhor a sua curta passagem nessa Terra:
Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas? Quem dentre vós, com as suas preocupações, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? E com a roupa, por que andais preocupados? Aprendei dos lírios do campo, como crescem, e não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda sua glória, se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, homens fracos na fé?“.

Finalmente, a última etapa de educação e de percepção de Deus, nosso criador, é a etapa que representa o ponto em que podemos agir bem e sem pensar em recompensas ou em castigos, mas simplesmente porque “é justo agir retamente”.

Fazemos o bem pelo simples prazer de fazer o bem. Amamos o bem por ser o bem e procuramos ordenar nossa conduta de acordo com esse princípio, sem ter em conta seu benefício ou desgraça presente, ou os resultados dolorosos em algum tempo futuro.

Esta etapa experimentamos, pela primeira vez, também nessa Época conhecida como Época Ária. Mais especificamente com o advindo do Cristianismo Esotérico, trazido por Cristo, também pela Religião Cristã, a Religião do Filho.

Em particular, todos os Estudantes de todas as Escolas de Mistérios ocidentais – que preparam o Aspirante à vida superior para se desenvolver a fim de se candidatar às Iniciações Menores e as Iniciações Maiores ou Cristãs –, como o é a Fraternidade Rosacruz, estão procurando alcançar essa etapa. De modo geral, será alcançada na Sexta Época, a Nova Galileia, quando a Religião Cristã unificadora abrirá os corações dos seres humanos que estiverem aptos para isso.

Então, os seres humanos formarão novamente uma fraternidade, tendo Cristo como o Grande Guia Unificador.

A ideia de Raça será sobrepassada e a lei de unificação dada por Cristo no Novo Testamento e pouco compreendida: “Se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não vem após mim, não pode ser meu discípulo.” (Lc 14:26-27), que agora tentamos viver um pouquinho – muitas vezes a vivemos empurrados pelas lições do destino – será o nosso cotidiano e viveremos felizes, porque formaremos uma grande fraternidade, independente da raça, nação, família, posição social, sexo, simpatia, tamanho, aparência e de todas as ilusões impostas pela nossa Personalidade.

Por enquanto, tentemos colocar em prática os Ensinamentos Rosacruzes – conhecidos como Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – que não são nada mais, nada menos do que os ensinamentos Cristãos e bíblicos trocados em miúdos, adiantando-nos para a próxima etapa a fim de sermos os vanguardeiros, os indicadores do caminho, os servidores para os nossos irmãos e para as nossas irmãs que vem atrás, no trabalho de ajudá-los a chegarem lá e, juntos, formarmos a Fraternidade Universal que é o grande destino coletivo de todos nós.

Enquanto isso, a fim de aproveitarmos cada pequeno momento de mais uma passagem aqui na Terra, retirando a quintessência de cada pequena lição que passamos, gravemos os versículos 33 a 34 do capítulo 6 do Evangelho Segundo São Mateus: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu fardo.“.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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