Fevereiro de 1918
O Cristo nos exortou a deixar a nossa luz brilhar[1] e na Parábola dos Talentos[2] Ele enfatizou os pontos que a quem muito é dado, muito é exigido[3] e que cada um, independente de quão pouco tenha recebido, é esperado colocar isso que recebeu em prática, que faça isso sem esperar nem gratidão nem retribuição, a fim de que após algum tempo produza um acréscimo ao que recebeu. Estamos, agora, no início de mais um ano. Temos recebido os inestimáveis e riquíssimos Ensinamentos Rosacruzes. Assim, é exigido de nós que façamos algum uso desse conhecimento, a fim de ajudar aquelas pessoas que ainda não conhecem a solução para o problema da vida e que ainda estão em busca da luz.
Nós dificilmente gostamos de pessoas presunçosas que tem uma ideia exagerada das próprias capacidades delas e que aborrecem as outras pessoas até não poderem mais com os discursos, conversas e posicionamentos delas indesejáveis e inconvenientes. No entanto, os Estudantes Rosacruzes parecem sofrer justamente de uma mania e de um comportamento opostos e isso, geralmente, é muito ruim. A autodepreciação, a timidez e a desconfiança em nós mesmos reprimem nossas habilidades e nossos talentos, nos fazendo atrofiar, assim como acontece com os olhos dos animais que deixaram a luz do sol e foram para as cavernas para viver, ou como acontece com a mão que é mantida inativa, deixada sem movimento, durante anos e que perde a capacidade de se mover. Nossos talentos se atrofiam, se não forem utilizados. Seremos responsabilizados por acumular conhecimento e retê-lo daqueles que o procuram, tanto quanto o servo da Parábola dos Talentos que enterrou o seu talento, ao invés de trabalhar com ele para que se multiplicasse.
Sempre defendemos que questões de crença não deveriam ser impostas à atenção de outras pessoas, mas há milhares de oportunidades, todos os anos, em que podemos dizer uma palavra, pensada em como expressá-la, para suscitar uma investigação relativa à nossa Filosofia Rosacruz por parte de um amigo ou de uma amiga a quem se dirige. É perfeitamente legítimo se apresentar como um meio de acesso aos Ensinamentos Rosacruzes para as pessoas que estiverem interessadas. S. Paulo exortou os seus seguidores a se calçarem com uma preparação do Evangelho, e se seguirmos essa regra, preparando-nos para responder perguntas de forma inteligente, descobriremos que as pessoas estarão interessadas no que temos a dizer.
Atualmente as pessoas estão muito interessadas na vida após a morte. Mas para responder adequadamente às perguntas dessas pessoas, nós devemos ter um conhecimento suficiente dos Ensinamento Rosacruzes e estudá-los assiduamente. Ter somente um pouco de conhecimento é sempre perigoso em questões sobre Religião e Filosofia, bem como em outras coisas. Você dever ter o conhecimento suficiente e necessário para conseguir valer a pena entrar no campo da propaganda. Mas isso não é difícil. Embora possa ser muito interessante e instrutivo para os Estudantes Rosacruzes, que se tornaram profundamente interessados e têm um bom conhecimento prático da Filosofia Rosacruz, entrar nos mistérios dos Períodos e Evoluções, Épocas e Eras, Revoluções e Noites Cósmicas, etc., ainda, tudo o que é necessário para ajudar uma pessoa é um conhecimento profundo das Leis da Consequência e do Renascimento, conforme apresentadas em nossa literatura. Esses são os princípios vitais que mais lhe interessam. Esses são a essência dos Ensinamentos Rosacruzes. Se você puder fornecer esses Ensinamentos a uma pessoa que está desesperada, seja por ter perdido alguém próximo e querido, ou porque o mundo inteiro parece estar de cabeça para baixo e ela não consegue encontrar um lugar onde se encaixar ou nenhuma maneira de superar a situação, você poderá resolver os problemas dela de uma maneira lógica e razoável, mostrando como a Lei do Renascimento, juntamente com a Lei de Consequência, está constantemente trabalhando para o bem da Humanidade, e como se pode obter todo o bem que se deseja trabalhando em harmonia com essas duas grandes Leis. Então, você terá prestado a esta pessoa um serviço notável e obtido um considerável crescimento da sua alma.
Eu também sugeriria que fossem formadas turmas nos vários Grupos de Estudos Rosacruzes e nos Centros Rosacruzes[4] para estudar tudo o que foi dito em nossa literatura a respeito do funcionamento dessas duas grandes Leis, para que os Estudantes Rosacruzes possam se preparar para prestar serviços importantes à comunidade onde vivem, ajudando as pessoas a resolver os problemas da vida que são tão desconcertantes para a grande maioria.
Eu estou confiante de que essa sugestão provará o quão benéfica será para você durante esse ano que começa.
(Carta nº 87 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus. (Mt 5:16)
[2] N.T.: 14Pois será como um homem que, viajando para o estrangeiro, chamou os seus próprios servos e entregou-lhes os seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro dois, a outro um. A cada um de acordo com a sua capacidade. E partiu. Imediatamente, 16o que recebera cinco talentos saiu a trabalhar com eles e ganhou outros cinco. 17Da mesma maneira, o que recebera dois ganhou outros dois. 18Mas aquele que recebera um só o tomou e foi abrir uma cova no chão. E enterrou o dinheiro do seu senhor. 19Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos voltou e pôs-se a ajustar contas com eles. 20Chegando aquele que recebera cinco talentos, entregou-lhe outros cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me confiaste cinco talentos. Aqui estão outros cinco que ganhei’. 21Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’” 22Chegando também o dos dois talentos, disse: ‘Senhor, tu me confiaste dois talentos. Aqui estão outros dois talentos que ganhei’. 23Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’ 24Por fim, chegando o que recebera um talento, disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. 25Assim, amedrontado, fui enterrar o teu talento no chão. Aqui tens o que é teu’. 26A isso respondeu-lhe o senhor: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que eu colho onde não semeei e que ajunto onde não espalhei? 27Pois então devias ter depositado o meu dinheiro com os banqueiros e, ao voltar, eu receberia com juros o que é meu. 28Tirai-lhe o talento que tem e dai-o àquele que tem dez, 29porque a todo aquele que tem será dado e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem será tirado. 30Quanto ao servo inútil, lançai-o fora nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!’. (Mt 25:14-30)
[3] N.T.: Lc 12:48
[4] N.T. Fraternidade Rosacruz em vários lugares do mundo, autorizadas oficialmente pela The Rosicrucian Fellowship (no Brasil: Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP; Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP; Fraternidade Rosacruz no Rio de Janeiro-RJ)
Janeiro de 1913
Faz frio no hemisfério norte – o vento boreal mantém gelados a terra e o mar – mas, em nenhum outro momento do ano o coração do ser humano fica tão acolhedor. “Um Feliz Natal” e “Um Feliz Ano Novo” são as palavras de saudação e as manifestações de boa vontade que mais se ouvem por todos os lados. Para a maioria das pessoas são somente palavras atiradas ao vento, mesmo assim criam uma atmosfera de bondade que é muito mais importante do que normalmente possamos perceber. O mundo seria muito mais harmonioso se esses cordiais votos fossem constantes durante todo o ano, em vez de ficarem restritos a essa época. Mas, “querer não é poder”, diz o provérbio e, a menos que os nossos atos sejam dirigidos para a realização de nossas aspirações, o benefício será nulo. Diz-se que uma certa região do inferno está repleta de boas intenções, como as formulam os “indivíduos bem-intencionados”, mas, o mundo precisa mais de trabalho do que de simples desejos.
O mês passado eu lhes pedi que se unissem a mim em oração para o êxito da Fraternidade Rosacruz na elevação do mundo, e recebi muitas cartas me assegurando que os trabalhadores em Mount Ecclesia contam com as constantes preces dos Estudantes Rosacruzes. Nós conhecemos a força da oração; sem esse apoio amoroso não poderíamos ter suportado o enorme esforço físico e mental correspondente ao nosso extraordinário desenvolvimento. Mas, alguns milhares de colaboradores são como gotas num copo, em comparação aos milhões que estão buscando a luz.
Cristo disse: “Aquele que for o maior dentre vós, seja o servo de todos”[1]. O valor de um ser humano é medido pelos seus serviços à comunidade. A mesma coisa é verdade em uma associação[2]; mas, uma associação sendo um corpo composto, sua eficiência como um todo depende do interesse e do entusiasmo de cada membro, individualmente. Nós todos temos um compromisso para como os Irmãos Maiores pela luz que temos recebido. É nosso dever sagrado fazer com que essa luz brilhe para que outros possam desfrutar do nosso grande privilégio (não negligenciando outros deveres) e, portanto, eu peço a sua ajuda pessoal para elaborar uma campanha sistemática que promulgue, mais intensamente, os Ensinamentos Rosacruzes durante o próximo ano.
No entanto, essa campanha deve ser feita com a máxima discrição. Tomemos cuidado para não perturbar ou alterar as convicções daqueles que estão satisfeitos com o seu modo de pensar, mas se você souber de alguém que está procurando uma solução para o problema do Mistério da Vida, por favor, nos informe o nome dele ou dela e nós lhe enviaremos um material que ajuda no esclarecimento. Seu nome não será mencionado até que sejamos autorizados a fazê-lo.
Nós teremos imenso prazer em fornecer a você folhetos, panfletos e muito material contendo informações sobre a Fraternidade Rosacruz. Dessa forma, você pode gerar interesse no seu círculo de relacionamento e abrir caminho para novas indagações e, então, ter êxito ao levar a luz para aqueles que a procuram, e isso reverterá em benefício eterno. Ajudando nossos irmãos e nossas irmãs a desenvolverem-se, ajudamo-nos igualmente.
Possam o progresso espiritual e o crescimento da alma marcar cada dia do seu Ano Novo.
(Carta nº 26 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Mt 23:11
[2] N.T.: como o é a Fraternidade Rosacruz: uma Associação de Cristãos Místicos.
Janeiro de 1914
Cristo disse: “Pelos seus frutos os conhecereis”[1]. Suponhamos que ervas daninhas pudessem falar. Acreditaríamos em suas pretensões se elas declarassem serem parreiras? Certamente não; nós procuraríamos os seus frutos. E, a menos que elas fossem capazes de produzirem uvas, os protestos delas – não importa quão vociferantemente os pudessem fazer – não nos causariam impressão. Nós somos suficientemente sensatos em assuntos materiais para nos precavermos contra decepções; então, por que não aplicamos o mesmo princípio para outros departamentos da vida? Por que não usar sempre o bom senso? Se assim fizéssemos, ninguém nos poderia impor os seus pontos de vista em assuntos espirituais, pois cada reino da natureza é governado por uma lei natural, e a analogia é a chave mestra para todos os mistérios e uma proteção contra as decepções.
A Bíblia nos ensina muito, mas muito claramente, que nós devemos testar e provar os espíritos e julgá-los de acordo[2]. Se fizermos isso, nunca seremos enganados por pretensos mestres; e salvaremos a nós mesmos, aos nossos familiares e aos conhecidos – inclusive da Fraternidade Rosacruz – de muita tristeza, muita angústia, muita dor e de muita ansiedade, inquietação e aflição.
Vamos, então, analisar a questão e vejamos o que temos o direito de esperar de quem pretende ser um mestre. Para isso, devemos, primeiramente, nos fazer a pergunta: “Qual é o propósito da existência no universo material?”. E podemos responder a essa pergunta dizendo que é a evolução da consciência. Durante o Período de Saturno, quando a nossa constituição era semelhante à dos minerais, a nossa consciência era como a de um médium expulso do seu corpo por Espírito de Controle em uma reunião se evoca espíritos desencarnados para se materializar, onde uma grande parte dos Éteres, que compõem o Corpo Vital, foi removida. Então, o Corpo Denso está em um transe muito profundo. No Período Solar, quando a nossa constituição era semelhante à das plantas, a nossa consciência permanecia como no estado de sono sem sonhos, no qual o Corpo de Desejos, a Mente e o Espírito estão do lado de fora, deixando o Corpo Denso e o Corpo Vital em um leito ou em um lugar dormindo. No Período Lunar, tivemos uma consciência pictórica, correspondente ao sono com sonhos, quando o Corpo de Desejos está apenas parcialmente removido do Corpo Denso e do Corpo Vital. Agora, aqui no Período Terrestre, a nossa consciência foi ampliada para abarcar objetos fora de nós próprios, mediante uma posição concêntrica de todos os nossos veículos, como acontece quando estamos acordados.
Durante o Período de Júpiter, os Globos sobre os quais progrediremos estarão situados de forma semelhante ao que estavam no Período Lunar. E a consciência pictórica interna que, então, possuiremos será exteriorizada, pois o Período de Júpiter está no arco ascendente desse Esquema de Evolução. Assim, em vez de ver as imagens dentro de nós mesmos, poderemos, quando falarmos, projetá-las sobre a consciência daqueles a quem nos dirigimos.
Por conseguinte, quando alguém se intitula um Mestre, ele deve ser capaz de fundamentar sua afirmação dessa maneira, pois os Mestres verdadeiros, os Irmãos Maiores, que estão agora preparando as condições de evolução que devem ser obtidas durante o Período de Júpiter, têm a consciência pertinente àquele Período. Portanto, eles são capazes, e sem esforço algum, de utilizar essa linguagem pictórica externa e, assim, imediatamente dão evidências claras de sua identidade. Somente eles são capazes de guiar outros com segurança. Aqueles que não se desenvolveram a tal ponto, mesmo que possam estar até iludidos a seu próprio respeito e até imbuídos de boas intenções, não são dignos de confiança, e não devemos lhes dar crédito. Esta é uma aferição absolutamente infalível; e as pretensões de quem não pode mostrar seus frutos não tem maior valor do que a erva daninha mencionada daninhas mencionadas no nosso parágrafo inicial.
Todos os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz possuem esse atributo; e eu confio que nenhum dos nossos Estudantes, no futuro, se deixará enganar em seguir exercícios ou passar por cerimônias planejadas por qualquer pessoa que não seja capaz de produzir o fruto, e evocar imagens vivas na consciência daqueles com quem ele fala.
(Carta nº 38 do livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Mt 7:16
[2] N.T.: IJo 4:1
Dezembro de 1915
As notícias que diariamente a mídia falada e escrita transmitem, muitas vezes nas primeiras páginas em grandes manchetes, são as que parecem de importância e interesse vital para todos, mas são rapidamente esquecidas, e as mídias que as publicaram logo a apagam, arquivam ou, se for em papel, jogam fora ou queimam. Do mesmo modo, a canção que está hoje em voga e na cabeça de todos é rapidamente relegada ao arquivo do esquecimento. Até os seres humanos que são lançados, como meteoros, na ribalta da popularidade são esquecidos juntamente com os fatos que motivaram a sua rápida fama – por isso, citando Salomão: “Tudo é vaidade”[1].
Mas, entre as mudanças caleidoscópicas que alteram constantemente o cenário mundial em seus aspectos moral, mental e físico há certos eventos cíclicos que, ainda que sejam recorrentes na natureza deles, têm entre si uma causa permanente e uma estabilidade que distingue o método macrocósmico do microcósmico em conduzir os fatos.
Quando no hemisfério norte é a estação da primavera, na época da Páscoa, o Sol cruza o Equinócio de Março, a Terra desperta do seu repouso invernal e sacode a branca camada de neve que a cobriu, como se fosse um manto de pureza imaculada. A voz da natureza é ouvida quando os pequenos riachos murmuram ao deslizar suavemente pelas encostas das montanhas em direção ao oceano. Essa voz também é ouvida quando o vento sussurra a canção do amor por entre as folhas recém-brotadas nas árvores dos bosques, o que impulsiona o botão e também a flor que produz o pólen, e este é levado por meio de asas invisíveis ao companheiro que o espera. Essa voz é ouvida nas canções de amor quando do acasalamento dos pássaros, e nas chamadas dos animais às fêmeas deles. Ela ressoa em todas as manifestações da natureza até que o nascimento de novas vidas compense as destruídas pela morte.
Quando no hemisfério norte é a estação do verão, o Amor e a Vida trabalham demasiada, longa, extenuante e fatigantemente com coração regozijante, pois eles são os Senhores que batalham pela existência, enquanto o Sol está exaltado nos céus no máximo de sua força no Solstício de Junho. No entanto, o tempo prossegue e chega outro ponto decisivo com o Equinócio de Setembro. Acalma-se o canto nas florestas; cessa o chamamento amoroso dos animais e dos pássaros e a natureza retorna ao silêncio. A luz decai à medida que crescem as sombras da noite, até que, no Solstício de Dezembro, a Terra se prepara para o profundo sono dela, pois precisa da noite de repouso após as atividades extenuantes do dia precedente.
Mas, da mesma forma que a atividade espiritual do ser humano é maior enquanto o seu corpo está adormecido, assim também, podemos compreender pela Lei de Analogia que a chama espiritual na Terra é mais radiante nesta época do ano, e é esta a ocasião propícia para o melhor desenvolvimento da alma, para a investigação e estudo dos mais profundos mistérios da vida. Cabe-nos aproveitar essa oportunidade e utilizar o tempo da melhor maneira possível. Não precisamos ter pressa nem ansiedade, mas trabalhar paciente e devotadamente, sem esquecer que entre todas as coisas que mudam no mundo, esta onda grandiosa de luz espiritual permanecerá conosco nas estações de inverno pelos anos que virão. Será cada vez mais brilhante à medida que a Terra e nós próprios evoluirmos, atingindo graus mais elevados de espiritualidade. Estamos trabalhando como precursores para difundir os Ensinamentos Rosacruzes, que ajudarão a iluminar o mundo durante os séculos que se seguirão ao atual. Há uma lei que diz: “Receberás na proporção que deres”. Agora, essa estação do ano é a mais propícia para dar e receber, então, vamos nos assegurar que a nossa luz brilhe na grande árvore cósmica do Natal, para que seja vista pelos seres humanos e que possa atraí-los para as verdades que nós sabemos serem de importância vital no desenvolvimento dos nossos semelhantes.
Concluindo essa carta, eu quero agradecer a cada um dos Estudantes Rosacruzes por sua cooperação nos trabalhos do ano passado. E que possamos, juntos, fazer um trabalho melhor e mais proveitoso no próximo ano.
(Carta nº 61 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Ecl 1:2
Novembro de 1916
De tempos em tempos recebemos algumas Cartas de Estudantes lamentando que, desde que começaram os estudos superiores, estão procurando viver em consonância com eles, porém, tudo parece dar errado com suas obrigações. Alguns enfrentam uma oposição determinada em seus lares, outros sofrem em seu trabalho, e alguns até são afetados em sua saúde. Alguns, de acordo com seu temperamento, estão quase no ponto de desistir, e outros usam toda a sua determinação para continuar, apesar das dificuldades, em perseverar para seguir o método de S. Paulo na “paciente perseverança em fazer o bem” [1], somando a isso as provações. Contudo, todos são unânimes em perguntar as causas dessas mudanças marcantes em seus relacionamentos. Cada um recebe a melhor ajuda que se pode oferecer para resolver os seus problemas individuais, porém, como sabemos que há muitos Estudantes que são, similarmente, colocados a prova, nos parece prudente explicar a razão dessa situação.
Em primeiro lugar, a alma aspirante deveria perceber que as situações adversas ocorrem para o bem, de acordo com uma Lei da Natureza firmemente estabelecida, pela qual Deus quer ajudá-la em sua busca. As provas são um sinal de progresso e uma causa de grande regozijo. É assim que a lei atua: durante todas as nossas vidas anteriores, criamos laços e contraímos dívidas sob a Lei de Causa e Efeito. Essas dívidas continuam a aumentar à medida que, a cada existência, continuamos a viver de maneira egoísta e agindo e fazendo coisas de maneira não planejada e desorganizada, e podemos comparar cada uma destas dívidas a uma gota de vinagre. Quando chegar a hora do acerto e deixarmos de fabricar o vinagre, a lei da justiça exigirá que tomemos todo o vinagre que produzimos. Porém, podemos optar por tomá-lo em grandes doses e acabar depressa com essas dívidas ou em pequenas doses e prolongar esse pagamento por várias vidas. Essa escolha não é feita por palavras, mas por atos. Se assumirmos o trabalho de aperfeiçoamento interno com entusiasmo, se cortarmos os nossos vícios pelas raízes e vivermos a vida que professamos, os Grandes Seres que conhecemos como os Anjos do Destino[2] nos darão uma dose maior de vinagre do que nos daria se apenas exaltássemos as belezas da vida superior. Eles agem assim para nos preparar para o dia da libertação de nossas dívidas contraídas por nós mesmos e não para nos prejudicar ou nos atrapalhar.
Em vista desses fatos, podemos compreender a exortação de Cristo para nos regozijar quando os irmãos ou irmãs nos insultam e nos acusam falsamente por Seu amor. Os meninos passam indiferentes por uma árvore estéril, porém, se estão carregadas de frutos, eles estarão prontos para atirar pedras e roubá-los. Assim também, é com os seres humanos: enquanto seguirmos com a multidão e agirmos como ela, não somos molestados; agora, no momento em que fazemos o que ela reconhece em seus corações que é correto, nos transformamos numa reprovação vivente para ela, mesmo que nunca tenhamos proferido uma só palavra de censura, e, com o objetivo de justificar-se aos seus próprios olhos, começam a encontrar falhas em nós. A esse respeito, aqueles que estão mais próximos de nós, quer no lar ou no trabalho são mais incisivos do que os estranhos, que não têm nenhuma conexão conosco. Contudo, seja qual for a causa dessas dificuldades, devemos nos congratular por eles, pois isso demonstra que estamos fazendo algo que é efetivamente progressista. Portanto, continuemos animados e com entusiasmo incansável.
(Carta nº 72 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: IICor 6:6
[2] N.T.: também conhecidos como Anjos Relatores ou Senhores do Destino.
Outubro de 1918
Suponhamos que uma pessoa muito chegada a nós fosse passar por uma operação cirúrgica. Naturalmente você se sentiria muito envolvido e ocupado em se dedicar ao que fosse preciso, e os seus sentimentos, provavelmente, variariam entre o medo e a esperança. Algumas vezes uma determinada emoção predominaria, outras vezes a outra. Mas, considere qual seria o efeito sobre o paciente se você, a cada momento, fosse falar com ele sobre as suas dúvidas e os seus temores. O medo causa sempre um efeito desvitalizador e prejudicial, o que torna difícil a recuperação do paciente, especialmente durante uma doença em que ele está menos confiante e mais negativo do que quando a sua saúde está perfeita. Ainda que estivéssemos realmente ansiosos por ajudá-lo e dispostos a fazer qualquer coisa ao nosso alcance para servi-lo, pela nossa atitude mental e com a expressão de semelhantes pensamentos, causar-lhe-íamos grandes prejuízos.
Algo parecido vem ocorrendo no mundo. A Onda de Vida humana se prepara para ser operada de sua catarata espiritual. A dor e o sofrimento provocados pelas guerras estão promovendo a retirada da venda do materialismo, colocada sobre nossos olhos.
Rompe-se, assim, gradativamente, o véu que nos separa dos habitantes da terra dos mortos que vivem.
A operação é um recurso doloroso. Seguramente, quem abrigue sentimentos humanitários em seu coração não deixam de sofrer, em certo sentido, por aqueles envolvidos na luta. Todavia, se estamos plenamente convencidos de que “os pensamentos são coisas”, constitui nosso dever sagrado manter a atitude mental mais otimista que nos seja possível nos momentos presentes.
Não tenho a menor dúvida de que todo Estudante Rosacruz está fazendo tudo quanto lhe seja possível, empenhando-se dentro de seu alcance, para aliviar o sofrimento existente nas nações atingidas diretamente pelos conflitos. Mas, a atitude mental otimista é o mais importante de tudo. Para muitos é difícil cultivá-la e conserva-la.
De qualquer maneira, devemos agir assim, especialmente à luz do nosso conhecimento superior. É natural não estarmos satisfeitos pelo fato destas catástrofes tocar-nos tão de perto. Mesmo assim, somos gratos por elas, porquanto carreará um grande benefício ao, mundo, tão seguramente como o Sol desponta pela manhã, pondo-se a noite.
Nutrimos uma fé absoluta na sabedoria e onipotência divinas. É falsa a afirmação segundo a qual “a natureza é sangrenta em corpo e espírito”. Apesar do que possa parecer à nossa limitada visão, a benevolência é o fator predominante na evolução do mundo.
Portanto, devemos ser coerentes com nossas crenças, esforçando-nos para manter sempre uma atitude otimista e exteriorizar nossa fé resoluta no bem final. Enquanto trabalharmos em harmonia com a evolução, agindo como se conduzíssemos um barco a favor da correnteza, nossos esforços produzirão um efeito bem maior do que se mantivéssemos uma atitude mental contraria ao bem do mundo.
(Carta nº 95 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Outubro de 1916
Estamos agora no Equinócio de Setembro, onde o Sol físico está deixando o hemisfério norte depois de ter fornecido as necessidades de vida para o próximo ano; e a maré espiritual que carrega na crista da sua onda a vida que encontrará expressão física no próximo ano está agora a caminho da nossa Terra. A metade do ano diante de nós é a parte sagrada do ano. Desde a festa da Imaculada Concepção até o Nascimento Místico do Natal (enquanto essa onda está descendo para a Terra[1]) e desde então até a Páscoa (enquanto está se dirigindo para fora da Terra[2]), uma canção vibra de forma rítmica e harmoniosa – inadequadamente descrita na lenda do Nascimento Místico como “hosana”, cantada por um coro de Anjos – preenche a atmosfera planetária e atua sobre todos como um impulso à aspiração espiritual – não sobre todos na mesma medida, é claro, mas de acordo com o caráter geral.
Alguns não sentem essa onda espiritual por causa da sua depravação, mas ela funciona dentro, sobre e com eles da mesma forma, e com o tempo eles responderão. Outros estão tão absortos em fazer compras e vendas, em se casar, com assuntos envolvendo os seus prazeres, as suas paixões e as suas ambições que não têm consciência dessa onda espiritual, salvo quando ela atinge a sua máxima força, isto é, no Natal, e então se expressa apenas como um espírito de elevada sociabilidade e generosidade – afinal, essas pessoas que não sentem essa onda espiritual gostam de festas e de dar presentes. Uma classe de pessoas mais avançada a onda de santidade desde o início da sua descida e percebe o importante efeito da sua harmonia e do seu ritmo favorecendo os esforços na direção do crescimento da alma. Essa classe mais avançada se beneficia muito, fazendo os maiores esforços durante do Equinócio de Setembro, todo o restante do mês de setembro, outubro, novembro e meados de dezembro até o Equinócio de Março. É como nadar a favor da maré.
Por esta razão, dedico essa Carta aos Estudantes para chamar sua atenção a esse fenômeno que se repete anualmente. Esteja você consciente disso ou não, as poderosas vibrações espirituais da onda vivificante de Cristo permanecem na atmosfera da Terra durante meados de dezembro, do mês de janeiro, fevereiro até meados de março, e podem ser utilizadas por você com uma vantagem muito maior, se você souber disso e redobrar seus esforços do que se você não tivesse conhecimento do fato.
Façamos, portanto, cada um de nós um inventário dos pecados específicos que mais facilmente nos assolam, pois agora começa o período mais favorável do ano para erradicá-los. Façamos, também, um inventário das virtudes que nos faltam e que sentimos mais necessidades de cultivá-las, pois esse é o momento de fazer esse trabalho com mais eficiência. Por meio de um trabalho cuidadoso e sistemático nesses meses sagrados (durante meados de dezembro, do mês de janeiro, fevereiro até meados de março), poderemos fazer grandes progressos nos nossos esforços para realizar a nossas aspirações espirituais.
Tendo decidido quanto ao trabalho pessoal, olhemos à nossa volta para ver quem em nosso círculo de relacionamentos parece estar buscando a iluminação espiritual e quem, provavelmente, está interessado em conhecer nossos Ensinamentos Rosacruzes. Isso requer discernimento, pois não temos o direito de impor nossas ideias a quem não as quer ouvir, do mesmo modo que não podemos ficar tocando um tambor em suas casas durante uma ou duas horas por dia. Se percebermos que as pessoas do nosso círculo de relacionamentos não aceitam bem o que temos a dizer, é melhor deixá-los; mas, há muitos que podem ser despertados com a vibração espiritual de Cristo nesses meses, vibrações que não seriam obtidas nos outros meses do ano. Portanto, confio que poderemos utilizar os próximos meses de uma forma que nos beneficiará grandemente do ponto de vista espiritual.
(Carta nº 71 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: vindo do Mundo do Espírito Divino, passando pelo Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo, Região Etérica do Mundo Físico até chegar no centro do Planeta Terra já na Região Química do Mundo Físico.
[2] N.T.: partindo a partir do centro do Planeta Terra na Região Química do Mundo Físico, indo para a Região Etérica do Mundo Físico, depois para o Mundo do Desejo, Mundo do Pensamento, pelo Mundo do Espírito de Vida até chegar no Mundo do Espírito Divino (de volta do Trono do Pai).
Setembro de 1911
Você viu na lição sobre o Batismo como retrocedemos no tempo até os primórdios da evolução em nosso Planeta para descobrir o significado daquele Sacramento. Você deve ter notado também, naquela lição do mês passado, como o Sacramento da Comunhão tem suas raízes naqueles tempos remotos. Deste modo, é evidente que, a menos que sejamos capazes de investigar a história passada da Onda de Vida humana, não poderemos obter uma concepção clara a respeito de qualquer coisa relacionada com a Humanidade. Goethe falava de “das ewing werdende”, que quer dizer “sempre em transformação”. A mudança é a principal alavanca do progresso e se observarmos o ser humano tal como é agora, sem atentarmos para o que ele foi, as nossas deduções quanto ao seu futuro deverão ser, necessariamente, muito limitadas.
A última lição ilustra a Lei da Analogia, mostrando como o ser humano foi guiado pelos Divinos Guardiões[1], de maneira semelhante àquela em que a criança pequena é cuidada pelos pais ou responsáveis para prepará-la para a batalha da vida; e podemos ter a certeza de que, embora esses Divinos Guardiões se retiraram da liderança “visível”, eles ainda estão conosco e mantém um olhar atento sobre seus antigos protegidos, exatamente como os pais ou responsáveis continuam interessados no bem-estar de seus filhos, mesmo depois destes deixarem o lar dos pais ou responsáveis para travar a batalha da vida por seus próprios meios.
Quando tivermos nossos “olhos espirituais” abertos – ou seja: desenvolvido a nossa visão espiritual – e tivermos aprendido a distinguir as diversas classes de seres das regiões superiores, essa tutela será um dos fatos mais tranquilizadores para o observador; pois, ainda que ninguém possa interferir no livre arbítrio da Humanidade e, embora seja de alguma forma contrário ao plano divino coagir um ser humano a fazer aquilo que ele não quer fazer, não há nada que o impeça de se sugestionar e, assim, provavelmente escolher. E é devido à sabedoria e ao amor desses Grandes Seres que o progresso ao longo de linhas humanitárias é a palavra de ordem do dia.
No transcurso dos últimos tempos, nós que habitamos o mundo ocidental, sentimos particularmente a profunda angústia, o intenso sofrimento e a dor provocados pelas guerras e pelos conflitos. A luta pela existência se torna cada vez mais acirrada; é ditada pelo comportamento cruel que as pessoas demonstram umas com as outras – ou “a desumanidade do homem para com o homem”[2]. Contudo, há também outro fator desenvolvido pelos Senhores do Amor e da Compaixão, nomeadamente, os movimentos altruístas, que se multiplicam em números a um ritmo maravilhoso e ganham em eficiência, à medida que os anos passam. No entanto, é digno de nota que tanto a beneficência como as esmolas, que degradam quem as recebe, vão sendo substituídas pela ação de ajudar-se a si mesmo, que eleva tanto quem ajudamos como quem assim age, tornando os necessitados autossuficientes. Esse tipo de ajuda envolve pensamento e autossacrifício, que são promovidos pelos nossos Guardiões Invisíveis entre os mais fortes que são, agora, os guardiões dos seus irmãos e das suas irmãs mais fracos.
É motivo de considerável regozijo sabermos que vários membros da Fraternidade Rosacruz são trabalhadores em instituições onde a sistemática de ajuda é a de tornar o indivíduo capaz de se bastar a si mesmo e eu, sinceramente, espero ver o dia em que muitos outros estejam dispostos a assumir um trabalho dessa natureza, cada um no seu respectivo ambiente. Mas, comece no seu próprio lar, sendo gentil com todos com quem você entrar em contato cotidianamente e, assim, quando você for considerado fiel nessas pequenas coisas, oportunidades maiores não lhe faltarão.
(Carta nº 9 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: as Hierarquias Criadoras
[2] N.T.: de “Man’s inhumanity to man”, expressão cunhada pelo poeta escocês Robert Burn, publicado em 1784 na primeira edição da obra Poems, Chiefly in the Scottish Dialect em 1786.
Agosto de 1911
Espero que você tenha apreciado a lição do mês passado sobre “O Mistério da Luz, Cor e Consciência”[1], e que você agora tenha uma maior compreensão do qual é o significado da sentença bíblica: “n’Ele nós vivemos, nos movemos e temos nosso ser”, porquanto, em todas as partes onde quer que a luz penetre, ali também está Deus. Mesmo nos lugares que nós chamamos de escuros, porque a constituição dos nossos olhos nos priva da percepção dos objetos que nesses lugares estão, órgãos de visão constituídos de maneira diferente podem funcionar nesses lugares, como acontece, por exemplo, os gatos e as corujas.
Cristo disse: “Deixai brilhar a vossa luz”[2]. À visão espiritual, cada ser humano aparece como uma chama de luz, de colorido variado conforme a inclinação característica ou habitual ou o modo de resposta emocional dele, e de maior ou menos brilho em proporção à pureza do seu caráter. A ciência descobriu que toda a matéria está em permanente movimento, que as partículas que compõem os nossos corpos decaem continuamente e são eliminadas do organismo, para serem substituídas por outras, que permanecem um curto espaço de tempo até que também se decompõem. Da mesma forma, nossos humores, nossas emoções e nossos desejos mudam a cada instante, o antigo dando lugar ao novo em uma sucessão interminável. Portanto, eles também devem ser compostos de matéria e sujeitos a leis semelhantes àquelas que regem as substâncias físicas visíveis.
Nós até podemos e mudamos a nossa Mente; podemos cultivá-la em uma ou em outra direção como quisermos, assim como podemos desenvolver os músculos dos braços e das pernas ou podemos permitir que os membros se atrofiem. Portanto, a Mente também deve ser composta de uma substância mutável. Mas o Ego, o Pensador, nunca perde a identidade do “Eu”. Nos dois casos, tanto na infância como na velhice, este “Eu” permanece igual, independentemente das mudanças nos pensamentos, sentimentos, nas emoções e nos desejos. Embora o Corpo, que usamos como uma vestimenta, mude com o passar dos anos, nós somos eternamente os mesmos.
A qualidade de mutabilidade da matéria e a evanescência da forma são a base de todo progresso espiritual, entretanto, se a matéria fosse imutável como é o Espírito, não haveria possibilidade alguma de progresso ou de avanço. Enquanto formos levados pela maré da vida e não controlarmos, conscientemente, o fluxo e refluxo da matéria para dentro e para fora do nosso ser, seremos joguetes das circunstâncias. Então, quando um raio de Marte é projetado em um determinado ângulo sobre os átomos do nosso Corpo, sentimos toda a agressividade que ele carrega. Por outro lado, um raio de Saturno nos provoca depressão, enche-nos de melancolia e de terríveis pressentimentos. Mas, à medida que evoluímos e chegamos a uma compreensão do mistério da luz, da cor e da consciência, vamos aprendendo, gradualmente, a reger nossas estrelas. Então, em conformidade às Leis da Natureza, nos tornamos senhores e senhoras do nosso próprio destino; e é de importância vital que não importa quais sejam os aspectos que possam nos influenciar em um determinado momento, devemos sempre afirmar e dizer:
“Não importa quão estreito seja o portão,
Quão cheio de punições o pergaminho.
‘Eu sou o mestre do meu destino.
Eu sou o capitão da minha alma’”[3]
(Carta nº 8 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: O Mistério da Luz, Cor e Consciência
“Deus é Luz” (IJo 1:5), diz a Bíblia, e nós não somos capazes de conceber uma analogia tão grandiosa e magnífica da Sua Onipresença ou do modo da Sua manifestação. Até os mais potentes telescópios fracassam em alcançar os limites da luz, embora nos revelem estrelas a milhões de quilômetros de distância da Terra, e podemos bem perguntar a nós mesmos, assim como o fez o salmista: “… Para onde fugir, longe da tua presença? Se subo aos céus, Tu lá estás; se me deito no Xeol (a palavra hebraica Xeol significa sepultura e não inferno), aí te encontro. Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua mão que me conduz” (Sl 139:7-10).
Quando, na aurora do Ser, Deus-Pai anunciou A Palavra e O Espírito Santo se moveu sobre o mar da Matéria Virginal homogênea, as primitivas Trevas foram convertidas em Luz. Esta é, portanto, a primeira manifestação da Divindade e um estudo dos princípios da Luz revelará à intuição mística um maravilhoso manancial de inspiração espiritual. Como isso nos afastaria muito do nosso assunto, nós não entraremos aqui na elucidação deste tema, exceto para dar uma ideia elementar de como a Vida Divina energiza a forma humana e a estimula à ação.
Verdadeiramente, Deus é UNO e indivisível. Ele contém dentro do Seu Ser tudo o que é, como a luz branca inclui todas as cores. Mas Ele se manifesta de uma forma tríplice, assim como a luz branca é refratada nas três cores primárias: azul, amarelo e vermelho. Onde quer que vejamos essas cores, elas servem como um símbolo do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esses três raios primários da Vida Divina se difundem ou são irradiados pelo Sol, produzindo Vida, Consciência e Forma sobre cada um dos sete portadores de Luz, os Planetas, que são chamados “os Sete Espíritos diante do Trono”. Seus nomes são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano. A Lei de Bode prova que Netuno (nem Plutão) não pertence ao nosso Sistema Solar e o leitor está convidado a consultar a obra Astrologia Científica Simplificada (veja mais detalhe no Capítulo I do Livro Astrologia Científica e Simplificada-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz.), escrita pelo autor do presente trabalho, para a demonstração matemática dessa afirmação.
Cada um dos sete Planetas recebe a luz do Sol em proporções diferentes, de acordo com a proximidade deles da órbita central, com a constituição da sua atmosfera e de acordo com os seres em cada um deles, conforme o estágio evolutivo desses seres, caso eles tenham afinidade com um ou outro dos raios solares. Eles absorvem a cor ou as cores que lhes são harmônicas e refletem as restantes sobre os outros Planetas. Esses raios refletidos levam consigo um impulso da natureza dos seres com os quais estiveram em contacto.
Deste modo, a Luz e a Vida Divinas chegam a cada um dos Planetas, quer diretamente do Sol, quer refletidas pelos seis Planetas-irmãos, e assim como a brisa do verão que, tendo passado pelos campos em flor, leva em suas asas silenciosas e invisíveis a fragrância misturada de uma multidão de flores, assim também, as influências sutis do jardim de Deus nos trazem os impulsos reunidos de todos os Espíritos e nesta luz multicor nós vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.
Os raios que vem diretamente do Sol são produtores de iluminação espiritual; os raios refletidos dos demais Planetas produzem o aumento da consciência e o desenvolvimento moral; os raios refletidos por meio da Lua produzem o crescimento físico.
Mas, como cada Planeta só pode absorver uma quantidade determinada de uma ou mais cores, de acordo com o estágio geral da sua evolução, assim cada ser aqui na Terra, que seja mineral, vegetal, animal e humano, pode absorver e assimilar somente uma determinada quantidade dos diversos raios projetados sobre a Terra. O restante não o afeta, nem lhe causa sensação alguma, do mesmo modo que o indivíduo totalmente cego não tem consciência da luz e da cor que existem em volta dele. Assim, cada ser é afetado distintamente pelos raios astrais e a ciência da Astrologia é uma verdade fundamental da natureza cujo conhecimento é de enorme benefício para se conseguir o crescimento espiritual.
Nos caracteres místicos de um horóscopo podemos aprender sobre as nossas próprias forças ou fraquezas e os meios mais convenientes para o nosso desenvolvimento, ou podemos conhecer as tendências daqueles amigos e amigas que vêm a nós como nossos filhos e nossas filhas e as faculdades neles latentes. Desse modo, saberemos claramente como cumprir nosso dever de pais ou responsáveis, reprimindo o mal antes que se manifeste e alimentando o bem, para que possamos estimular mais abundantemente as tendências espirituais das almas confiadas ao nosso cuidado.
Como já dissemos, o ser humano volta à Terra para colher o que semeou em vidas anteriores e para semear, outra vez, as novas sementes que proporcionarão experiências futuras. As estrelas são o relógio celeste que mede os anos; a Lua indica o mês em que as condições serão mais propícias para a colheita ou para a semeadura.
A criança é um mistério para todos nós; nós só podemos conhecer suas tendências à medida que essas, lentamente, vão se convertendo em características, mas, geralmente, é muito tarde para checar, uma vez que os maus hábitos já se formaram e a juventude já chegou para esses ser. Um horóscopo cientificamente levantado com relação à hora do nascimento indica as tendências da criança para o bem e para o mal e, se os pais ou responsáveis se dedicarem com afinco para estudar a ciência das estrelas, eles poderão prestar um serviço inestimável às crianças a eles confiadas, estimulando as tendências que tenham para o bem e reprimindo as inclinações para o mal, antes que estas se cristalizem em hábitos. Não pense que é preciso um conhecimento superior de matemática para levantar um horóscopo. Muitos levantam um horóscopo de uma forma tão complicada, com tanto receio e tanta “meticulosidade”, que ele se torna completamente indecifrável para eles ou para os outros, enquanto um simples horóscopo, fácil de ler, pode ser feito por qualquer pessoa que saiba somar e subtrair. Esse método foi cuidadosamente explicado no livro Astrologia Científica Simplificada (Astrologia Científica e Simplificada-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz.), o qual é uma obra de ensino completo sobre o assunto, ao mesmo tempo pequena e econômica. Os pais que anseiam profundamente pelo bem-estar dos seus filhos e das suas filhas deveriam se esforçar por aprender eles mesmos, embora a habilidade deles não se possa comparar com a de um Astrólogo mais experiente, o conhecimento íntimo da criança e de seus interesses profundos compensarão sobejamente a falta de competência, tornando-os capazes de penetrar mais profundamente no caráter do filho ou da filha por meio do horóscopo.
[2] N.T.: Mt 5:16
[3] N.T.: do poema “Invictus”, de autoria do poeta inglês William Ernest Henley (1849–1903). Foi escrito em 1875 e publicado em 1888 em seu primeiro volume de poemas, Livro dos Versos, na seção Vida e Morte (Ecos).
Julho de 1911
No mês passado, nós começamos a tratar com mais atenção a questão dos Sacramentos, e era minha intenção escrever sobre a Comunhão esse mês, mas o assunto se mostrou tão vasto que cobre praticamente tudo do Livro do Gênesis ao Livro do Apocalipse, além de uma quantidade de aspectos fisiológicos tais como a química do alimento e do sangue, também a atmosfera, etc. Além disso, está inseparavelmente conectado com a segunda vinda do Cristo. Isso necessitará mais tempo que eu posso dispender no início do mês, além desse assunto envolver várias lições. No entanto, eu pensei que é melhor não trabalhar com este assunto até o próximo mês, e nesse meio tempo eu decidi fornecer um material sobre isto no livro Os Mistérios Rosacruzes. Esse assunto está parcialmente coberto no capítulo intitulado: “O Mistério da Luz, Cor e Consciência”[1]. Você achará isso mais interessante e mais instrutivo.
Referente à lição do mês passado sobre o Batismo, você notará que longe de ser somente uma consequência do dogmatismo, geralmente atribuído ao Cristianismo popular, é o símbolo de uma condição que, na verdade, existiu no passado, quando a Humanidade era, verdadeiramente, uma fraternidade. É um fato da maior significância que até a primeira vinda do Cristo, a lei exigia um olho por um olho, um dente por um dente[2]; mas, antes d’Ele começar a pregar o Evangelho do amor ao próximo e o perdão para aqueles que transgrediram contra nós, Ele passou sob as Águas do Batismo e ali recebeu o Espírito Universal, que suplantará o egoísmo de hoje.
Assim, Ele se plenificou de amor e irradiava, naturalmente, esta qualidade, de uma forma tão natural como um fogão cheio de carvão em brasa irradia calor. Nós podemos pregar ao fogão eternamente que seu dever é aquecer, mas, se não o abastecermos com o combustível, ele permanecerá frio. Da mesma maneira, nós podemos pregar à Humanidade que devemos ser irmãos e que devemos nos amar uns aos outros, mas, até que nos ponhamos “em sintonia com o Infinito”, não podemos amar o nosso próximo, da mesma maneira que o fogão sem lenha ou carvão não produz calor. Como São Paulo disse: “Ainda que fale as línguas dos homens e dos Anjos, se não tiver amor, serei como o metal que soa ou como o sino que tine”[3].
O Batismo de Água se refere a uma condição passada, na qual éramos tão irresponsáveis como a criança que, atualmente, levamos à uma igreja; mas, o Batismo do Espírito é algo que ainda está por vir para a maioria de nós, e é nessa direção que devemos nos esforçar. Vamos dedicar uma especial atenção ao Capítulo 13 da primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios[4] durante o mês entrante. Vamos nos esforçar para praticar, em nossas vidas diárias, pelo menos uma das virtudes que, segundo disse São Paulo, conduzem à iluminação, para que possamos ver face a face as belezas dos Sacramentos, que agora vemos através de um vidro embaçado.
(Carta nº 7 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: O Mistério da Luz, Cor e Consciência
“Deus é Luz” (IJo 1:5), diz a Bíblia, e nós não somos capazes de conceber uma analogia tão grandiosa e magnífica da Sua Onipresença ou do modo da Sua manifestação. Até os mais potentes telescópios fracassam em alcançar os limites da luz, embora nos revelem estrelas a milhões de quilômetros de distância da Terra, e podemos bem perguntar a nós mesmos, assim como o fez o salmista: “… Para onde fugir, longe da tua presença? Se subo aos céus, Tu lá estás; se me deito no Xeol (a palavra hebraica Xeol significa sepultura e não inferno), aí te encontro. Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua mão que me conduz” (Sl 139:7-10).
Quando, na aurora do Ser, Deus-Pai anunciou A Palavra e O Espírito Santo se moveu sobre o mar da Matéria Virginal homogênea, as primitivas Trevas foram convertidas em Luz. Esta é, portanto, a primeira manifestação da Divindade e um estudo dos princípios da Luz revelará à intuição mística um maravilhoso manancial de inspiração espiritual. Como isso nos afastaria muito do nosso assunto, nós não entraremos aqui na elucidação deste tema, exceto para dar uma ideia elementar de como a Vida Divina energiza a forma humana e a estimula à ação.
Verdadeiramente, Deus é UNO e indivisível. Ele contém dentro do Seu Ser tudo o que é, como a luz branca inclui todas as cores. Mas Ele se manifesta de uma forma tríplice, assim como a luz branca é refratada nas três cores primárias: azul, amarelo e vermelho. Onde quer que vejamos essas cores, elas servem como um símbolo do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esses três raios primários da Vida Divina se difundem ou são irradiados pelo Sol, produzindo Vida, Consciência e Forma sobre cada um dos sete portadores de Luz, os Planetas, que são chamados “os Sete Espíritos diante do Trono”. Seus nomes são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano. A Lei de Bode prova que Netuno (nem Plutão) não pertence ao nosso Sistema Solar e o leitor está convidado a consultar a obra Astrologia Científica Simplificada (veja mais detalhe no Capítulo I do Livro Astrologia Científica e Simplificada-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz.), escrita pelo autor do presente trabalho, para a demonstração matemática dessa afirmação.
Cada um dos sete Planetas recebe a luz do Sol em proporções diferentes, de acordo com a proximidade deles da órbita central, com a constituição da sua atmosfera e de acordo com os seres em cada um deles, conforme o estágio evolutivo desses seres, caso eles tenham afinidade com um ou outro dos raios solares. Eles absorvem a cor ou as cores que lhes são harmônicas e refletem as restantes sobre os outros Planetas. Esses raios refletidos levam consigo um impulso da natureza dos seres com os quais estiveram em contacto.
Deste modo, a Luz e a Vida Divinas chegam a cada um dos Planetas, quer diretamente do Sol, quer refletidas pelos seis Planetas-irmãos, e assim como a brisa do verão que, tendo passado pelos campos em flor, leva em suas asas silenciosas e invisíveis a fragrância misturada de uma multidão de flores, assim também, as influências sutis do jardim de Deus nos trazem os impulsos reunidos de todos os Espíritos e nesta luz multicor nós vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.
Os raios que vem diretamente do Sol são produtores de iluminação espiritual; os raios refletidos dos demais Planetas produzem o aumento da consciência e o desenvolvimento moral; os raios refletidos por meio da Lua produzem o crescimento físico.
Mas, como cada Planeta só pode absorver uma quantidade determinada de uma ou mais cores, de acordo com o estágio geral da sua evolução, assim cada ser aqui na Terra, que seja mineral, vegetal, animal e humano, pode absorver e assimilar somente uma determinada quantidade dos diversos raios projetados sobre a Terra. O restante não o afeta, nem lhe causa sensação alguma, do mesmo modo que o indivíduo totalmente cego não tem consciência da luz e da cor que existem em volta dele. Assim, cada ser é afetado distintamente pelos raios astrais e a ciência da Astrologia é uma verdade fundamental da natureza cujo conhecimento é de enorme benefício para se conseguir o crescimento espiritual.
Nos caracteres místicos de um horóscopo podemos aprender sobre as nossas próprias forças ou fraquezas e os meios mais convenientes para o nosso desenvolvimento, ou podemos conhecer as tendências daqueles amigos e amigas que vêm a nós como nossos filhos e nossas filhas e as faculdades neles latentes. Desse modo, saberemos claramente como cumprir nosso dever de pais ou responsáveis, reprimindo o mal antes que se manifeste e alimentando o bem, para que possamos estimular mais abundantemente as tendências espirituais das almas confiadas ao nosso cuidado.
Como já dissemos, o ser humano volta à Terra para colher o que semeou em vidas anteriores e para semear, outra vez, as novas sementes que proporcionarão experiências futuras. As estrelas são o relógio celeste que mede os anos; a Lua indica o mês em que as condições serão mais propícias para a colheita ou para a semeadura.
A criança é um mistério para todos nós; nós só podemos conhecer suas tendências à medida que essas, lentamente, vão se convertendo em características, mas, geralmente, é muito tarde para checar, uma vez que os maus hábitos já se formaram e a juventude já chegou para esses ser. Um horóscopo cientificamente levantado com relação à hora do nascimento indica as tendências da criança para o bem e para o mal e, se os pais ou responsáveis se dedicarem com afinco para estudar a ciência das estrelas, eles poderão prestar um serviço inestimável às crianças a eles confiadas, estimulando as tendências que tenham para o bem e reprimindo as inclinações para o mal, antes que estas se cristalizem em hábitos. Não pense que é preciso um conhecimento superior de matemática para levantar um horóscopo. Muitos levantam um horóscopo de uma forma tão complicada, com tanto receio e tanta “meticulosidade”, que ele se torna completamente indecifrável para eles ou para os outros, enquanto um simples horóscopo, fácil de ler, pode ser feito por qualquer pessoa que saiba somar e subtrair. Esse método foi cuidadosamente explicado no livro Astrologia Científica Simplificada (Astrologia Científica e Simplificada-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz.), o qual é uma obra de ensino completo sobre o assunto, ao mesmo tempo pequena e econômica. Os pais que anseiam profundamente pelo bem-estar dos seus filhos e das suas filhas deveriam se esforçar por aprender eles mesmos, embora a habilidade deles não se possa comparar com a de um Astrólogo mais experiente, o conhecimento íntimo da criança e de seus interesses profundos compensarão sobejamente a falta de competência, tornando-os capazes de penetrar mais profundamente no caráter do filho ou da filha por meio do horóscopo.
[2] N.T.: Ex 21:23 e Mt 5:38-42
[3] N.T.: 1Cor 13:1
[4] N.T.: O conceito da palavra caridade aqui é: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria. A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá.Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança. Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido. Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.”