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Carta de Max Heindel: A Mensagem Mística do Natal

Dezembro de 1912

Sinos de Natal! Quem já não sentiu a magia deles nos dias da sua infância, antes que a dúvida se insinuasse em seu coração e abalasse os ideais inculcados pela igreja? O mesmo sino repicava na Igreja aos domingos e chamava para a oração em todos os dias da semana, mas havia no dia de Natal um timbre diferente, algo excepcionalmente festivo, algo que nós, agora, atribuímos à imaginação relacionada às crianças ou à infância. Nós sentimos falta disso, por mais que possamos nos congratular com a emancipação daquilo que temos o prazer de denominar “as cerimônias ou performance ridículas, hipócritas ou pretensiosas da igreja”. Wordsworth[1], na sua “Ode à imortalidade”, expressou o intenso arrependimento pela perda dos ideais relacionados com a infância ou com a criança, e nada que o mundo tenha a dar pode ocupar o lugar deles e, embora possamos ser abençoados com os recursos materiais, somos realmente pobres quando o “glamour” da juventude se desvanece e as concepções intelectuais sufocam as chamadas “superstições”.

São Paulo nos exortou a estarmos sempre preparados para dar uma razão à nossa fé, e há uma razão mística para as muitas práticas da igreja, as quais são transmitidas às gerações, desde a mais remota antiguidade. O soar do sino quando a vela acende sobre o altar foi inaugurado por videntes espiritualmente iluminados para ensinar a unidade cósmica da luz e do som. O badalo metálico do sino traz a mensagem mística de Cristo à humanidade, tão claramente hoje como da primeira vez que Ele anunciou o amoroso convite: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso[2]. Assim, o sino é um símbolo de Cristo. “A Palavra”, quando nos chama do trabalho para a adoração ante o altar iluminado, quando Ele nos encontra como “A Luz do Mundo”.

Também, o sentimento particularmente festivo despertado pelos sinos de Natal é produzido por causas cósmicas ativas nessa época do ano, e a estação atual é verdadeiramente santa, como agora veremos. Os que estudam a “ciência das estrelas” compreendem os Signos do Zodíaco como um conjunto sonoro cósmico, cada Signo vibrando com um atributo particular; e como as órbitas em marcha viajam em procissão caleidoscópica, de Signo em Signo, numa combinação sempre variável, os acordes da harmonia cósmica, conhecidos pelos místicos como a “música das esferas”, emitem um eterno hino de oração e glorificação ao Criador. Essa não é uma ideia fantasiosa, mas um fato real, perceptível ao vidente e capaz de ser demonstradas aos pensadores pelos seus efeitos. E a harmonia das esferas não é um som de um tom único; varia dia a dia e mês a mês, conforme o Sol e os Planetas cruzam Signo após Signo em suas órbitas. Há, também, épocas de variações anuais devido à Precessão dos Equinócios. Então, há uma infinita variedade na “música das esferas”, como de fato deve ser, pois esta constante mudança de vibrações espirituais é a base da evolução física e espiritual. Se cessasse por um só instante, o Cosmos se converteria em Caos.

Como demonstração, observemos a Natureza e a qualidade da vida de amor que derrama por meio do Cristo-estelar, o Sol, quando ele transita pelo beligerante Signo de Áries, o Carneiro, durante desde a metade do mês de março até metade do mês de abril. O amor sexual é a nota-chave da natureza; todas as energias são aplicadas na geração; então, predominam as inclinações passionais. Compare isso como o efeito do Sol em dezembro, quando se acha focalizado através do benevolente Sagitário, regido pelo Planeta Júpiter. Seus raios, então, conduzem à religião e à filantropia; o ar é vibrante com a generosidade, e a vida de amor do Cristo-estelar encontra a sua mais alta expressão nesse Signo que tem a mesma natureza. Externamente reina uma atmosfera de espera ansiosa que beira a angústia, pois o símbolo visível da “Luz do Mundo” se obscureceu, mas na noite mais escura do ano, o conjunto dos sinos de Natal evocam uma pronta resposta aos sentimentos do Natal, que torna o mundo inteiro semelhante, filhos do nosso Pai que está nos Céus.

Que a música mística dos sinos do Natal desperte o mais terno acorde em seu coração, e que a tônica do regozijo seja predominante em seu ser durante o próximo ano – esse é o desejo natalino dos trabalhadores de Mount Ecclesia.

(Carta nº 25 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: William Wordsworth (1770-1850) foi o maior poeta romântico inglês.

[2] N.T.: Mt 11-28

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Precessão dos Equinócios: movimento oscilante do Sol que o faz não cruzar o Equador no mesmo ponto todos os anos, mas sempre um pouco antes

Precessão dos Equinócios movimento oscilante do Sol que o faz não cruzar o Equador no mesmo ponto todos os anos, mas sempre um pouco antes, razão do termo “Precessão dos Equinócios”, isto é, o equinócio “precede” – chega mais cedo. Ele “move-se para trás” através dos doze Signos do Zodíaco à razão aproximada de um grau de espaço a cada 72 anos; através de um Signo (30 graus de espaço) a cada 2.100 anos, aproximadamente, completando todo o círculo em cerca de 26.000 anos (Essa duração só não é mais precisa porque é influenciada pelo movimento das placas tectônicas). Todos os acontecimentos da Terra relacionados com os outros Corpos cósmicos e seus habitantes estão ligados a esse e a outros movimentos siderais. O mesmo se dá com as leis de Consequência e do Renascimento. A passagem do Sol por Precessão dos Equinócios através dos doze Signos do Zodíaco é chamado Ano Mundial, e produz na Terra as mais variadas condições.

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Tempo entre Renascimentos: a Regra e as Exceções

Como o Sol se move em sentido retrógrado entre as doze constelações com um movimento chamado Precessão dos Equinócios, o clima da Terra, a flora e a fauna vão sofrendo uma mudança lenta, criando assim um meio ambiente diferente para a onda de vida humana e para cada Era sucessiva. O Sol leva cerca de dois mil anos para passar por um dos Signos pela Precessão e, nesse período, o espírito nasce geralmente duas vezes, um como homem e outro como mulher. As mudanças que ocorrem nos mil anos decorridos entre as encarnações não são tão grandes que o espírito não possa extrair as experiências daquele ambiente, tanto como homem ou como mulher. 

No entanto, há casos em que esse período pode ser mudado. Nenhuma dessas leis é tão inflexível, pois elas são administradas por Grandes Inteligências em benefício da humanidade, de modo que as condições possam ser modificadas para atender às exigências dos casos individuais.

Por exemplo, no caso de um músico. Ele precisa encontrar o material com o qual construirá o seu corpo, em um lugar específico. Necessita de uma ajuda especial para formar os três canais semicirculares do seu ouvido, de modo que eles apontem, tão próximos quanto possível, para as três direções do espaço. Precisa também de ajuda para construir as delicadas fibras de Corti, pois a sua habilidade em distinguir as variações de tons dependerá dessas características. 

Em tais casos, quando uma família de músicos está em condições de dar à luz a uma criança, esse espírito pode ser conduzido para lá, embora devesse permanecer no Mundo Celestial ainda por uns cem anos. Contudo, talvez outra oportunidade para renascer não se apresentasse antes de duzentos ou trezentos anos, se a lei fosse observada. Naturalmente, tal pessoa terá ideias muito avançadas e não será apreciada pela geração com a qual irá conviver. Será mal interpretada, mas, mesmo assim, será melhor do que se tivesse nascido após o período estabelecido. Nesse caso, estaria atrasada no tempo.

Ou seja: o renascimento do Ego em questão pode ser antecipado. O tempo para o renascimento desse Ego pode ser antecipado de uns 200 anos, em relação ao período médio de renascimento. Os Anjos ou Senhores do Destino preveem que no caso dessa oportunidade não ser aproveitada, o Ego poderá gastar de quatro ou cinco centenas de anos, além do tempo necessário de permanência no céu antes de se apresentar outra oportunidade. Assim, o Ego renasce, antes do tempo programado.

É por isso que, frequentemente, constatamos gênios desconsiderados pelos seus contemporâneos, embora altamente apreciados pelas gerações seguintes, as quais podem entendê-los melhor.

Há uma classe de seres que goza uma vida especialmente formosa no Primeiro Céu: as crianças. Se pudéssemos vê-las, logo cessariam nossos pesares. Quando uma criança morre antes do nascimento do Corpo de Desejos, isto é, antes dos catorze anos, não vai além do Primeiro Céu porque não é responsável pelos seus atos, do mesmo modo que o feto que se contorce no útero não é responsável pelo incômodo que causa à sua mãe. Portanto, a criança não tem existência purgatorial. O que não foi vivificado não pode morrer, portanto o Corpo de Desejos de uma criança, junto com a Mente, persistirá até o novo nascimento. Por essa razão, essas crianças são capazes de recordar suas vidas anteriores, como é o caso que se narra em outro lugar.

Para tais crianças o Primeiro Céu é uma sala de espera onde permanecem de um a vinte anos, até que se apresente uma nova oportunidade para renascerem.

(Dos escritos de Max Heindel)

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Pergunta: Intervalo entre renascimentos: 1000 ou 5000 anos? Sempre há a alternação de sexos?

Pergunta: Embora a Teosofia, representando a sabedoria do Oriente, e a Filosofia Rosacruz, a do Ocidente, concordem em muitos aspectos, há alguns pontos nos ensinamentos dessas duas Escolas de ocultismo que se diferenciam. Um deles refere-se ao renascimento. A Teosofia ensina que o intervalo entre duas vidas terrestres é de aproximadamente cinco mil anos, enquanto os Rosacruzes sustentam que é de aproximadamente mil anos. Com relação ao sexo do Ego, os Rosacruzes ensinam que os renascimentos se alternam, ora masculino, ora feminino, enquanto a Teosofia sustenta que a alternação dos sexos não se realiza a cada vida individual, mas por séries; isto é, uma série de sete encarnações do sexo masculino alterna-se com uma série de sete encarnações do sexo feminino. Poderiam explicar essas discrepâncias?

Resposta: Nossa linha de conduta é nunca criticar ou menosprezar os ensinamentos de qualquer outro movimento espiritual. Portanto, só podemos dizer que quem faz a pergunta está correto em relação aos Ensinamentos Rosacruzes, que sustentam que o Ego renasce geralmente duas vezes no decorrer do período em que o Sol, por Precessão dos Equinócios, leva para percorrer um Signo do Zodíaco; ou seja, em torno de 2.100 anos. Ensinam também que esses renascimentos alternam-se de modo sucessivo, porque as condições na Terra não mudam tanto em um espaço de tempo de dois mil anos e seu propósito é ministrar ao Ego todas as lições relativas às experiências terrenas sob a influência de cada Signo, sendo que essas variam para o homem e para a mulher. Desse modo, se o Ego nascer como homem e, em seguida, como mulher, sob um mesmo Signo, ele aprenderá praticamente todas as lições a serem extraídas das condições existentes na Terra sob tais vibrações planetárias.

A prova disso é demonstrada a cada neófito logo após a Iniciação: pede-se que ele observe determinado Ego no momento em que ele está deixando o Corpo Denso. Em seguida, que continue acompanhando essa vida nos Mundos invisíveis durante um ano ou dois, e quando surge uma oportunidade para renascer, o neófito pode verificar a absoluta veracidade da doutrina do renascimento. Para essa demonstração, escolhe-se sempre um Ego que morreu na infância e que procura renascer rapidamente.

Quando essa lição for aprendida, ele passa a saber, mediante o conhecimento direto, que o renascimento seja uma realidade na Natureza. É-lhe ensinado a observar a vida de certas pessoas na Memória da Natureza, a fim de que passe a compreender os diversos detalhes relativos a esse assunto. No entanto, isso não pode ser realizado até que o Iniciado tenha aprendido a funcionar na Região do Pensamento Concreto, pois o registro etérico da Memória da Natureza não penetra suficientemente no passado para dar-lhe informações mais detalhadas. Todo Iniciado que progrediu bastante conhece esses assuntos tão bem quanto o seu próprio nome.

A Lei do Renascimento não é uma lei cega. Está sob a direção de quatro grandes Seres, detentores de um conhecimento e poder extraordinários. São chamados de Anjos do Destino, na terminologia cristã. Quando um determinado Ego precisa alterar o intervalo entre a morte e o renascimento, as modificações necessárias são feitas e o intervalo irá variar conforme as necessidades.

Relatos sobre as conferências proferidas pela Sra. Besant foram publicados nos jornais e seus seguidores confirmaram a sua declaração de que ela renasceu na antiga Alexandria como Hipatia, uma mulher. Disseram também que ela renasceu posteriormente como Giordano Bruno, em Roma, e que está de novo encarnada como pessoa do sexo feminino. Isso, se for verdade, corrobora o ensinamento dos Rosacruzes e não aquele segundo o qual haveria uma série de sete encarnações masculinas sucedidas por uma série de sete femininas.

(Pergunta nº 22, do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Aqueles que morrem agora, tornam a renascer antes da Era de Aquário?

Pergunta: Aqueles que morrem agora, tornam a renascer antes da Era de Aquário? Se tiverem ainda lições para aprender a fim de capacitá-los a viver nessa era, poderão voltar para aprendê-las?

Resposta: Depende. Geralmente o tempo estabelecido entre dois nascimentos é em torno de mil anos, para dar oportunidade às pessoas a renascerem uma vez como homem e outra como mulher durante a passagem do Sol, por precessão, através de cada Signo do Zodíaco, o que leva aproximadamente 2.100 anos. Assim acontece porque as lições a serem aprendidas, durante esse período, são tantas e tão variadas que não podem ser totalmente assimiladas num corpo pertencente a um único sexo. As experiências são bem diferentes sob o ponto de vista de um homem e o de uma mulher. Contudo, essa lei é semelhante a todas as outras leis da natureza, ou seja, ela não é cega. Ela está sob o controle de quatro grandes Seres chamados Anjos do Destino, que tratam de todos os pormenores da evolução humana. Cuidam para que cada um consiga passar pelo maior número de experiências possíveis.

Se for necessário que uma pessoa permaneça nos Mundos invisíveis durante todo um período de mil anos, ela permanecerá. Senão, voltará mais cedo. Algumas pessoas retornam num período mais curto, de algumas centenas de anos, por terem evoluído bastante, aprendido rapidamente. As pessoas que “vivem a vida” como Probacionistas, que assimilaram sua experiência de vida antes de deixarem este mundo e já estão em condições de trabalhar nos mundos invisíveis, não precisarão passar tanto tempo do outro lado. Ao se colocarem definitivamente ao lado das leis de Deus, têm maiores oportunidades de evoluir mediante o serviço.

(Pergunta nº 17 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Repostas” – Volume 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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O Processo de Redenção

O Processo de Redenção

O caminho evolutivo da humanidade está, indissoluvelmente, unido às Hierarquias que regem os Planetas e os Signos do Zodíaco. Disse Max Heindel, nos livros “Mensagem das Estrelas” e no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, que essas Hierarquias determinaram diferentes graus de controle da evolução humana, assim como do reino animal e vegetal, e que guiam a evolução da vida e da forma nos outros reinos também.

Enquanto o Sol estiver passando através do Signo de Capricórnio, de 22 de Dezembro a 21 de Janeiro, agiremos bem em estudar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, no que se refere às diferentes fases da manifestação, relacionadas com esses símbolos espirituais.

Cada Estrela, Planeta ou Sol é o corpo de uma entidade que se manifesta por meio de raios de energia que compenetram todo o espaço. O Signo de Capricórnio está relacionado com as Hostes Arcangélicas e o Sol, com o Cristo.

Os Arcanjos operam mediante corpos compostos da substância do Mundo do Desejo, porém, seus poderes chegam a muitos Mundos que se acham por cima e por baixo desse nosso Mundo Físico. O Senhor da Terra é o Cristo, o mais elevado de todos os Arcanjos. Uma das funções dos Arcanjos é ser Espíritos de Raça, sobre a Terra, e têm influência no ser humano, através do Corpo de Desejos humano; outra de suas funções é ser os Espíritos-Grupo dos animais, meio pelo qual atuam como guias da evolução dessa onda de vida.

À medida que a Terra gira em torno do Sol se converte em um ponto focal dos raios solares, em combinação com cada Signo do Zodíaco, e essas Hierarquias estimulam as atividades espirituais na Terras.

Todo fenômeno da Natureza tem um especial propósito espiritual, que nos ensina que o grande ciclo da precessão dos Equinócios, que equivale a um período de 25.868 anos, marca a evolução e a queda dos povos, das nações e suas religiões. Durante o trânsito precessional do Sol através de um Signo, que dura aproximadamente 2.156 anos, realiza-se um trabalho especial com uma nação ou um grupo de nações, como pudemos constatar nas guerras mundiais I e II, que são os resultados da separatividade nacional entre as nações, porque durante a precessão, através do Signo de Peixes, o resultado será a unidade.

O trânsito anual do Sol, através dos Signos, marca as mudanças das estações e dos processos vitais em todas as formas viventes. No entanto, o impulso espiritual incorporado nesse acontecimento está sempre se dirigindo para despertar o gênio adormecido de um espírito individualizado.

Durante o período que antecedeu a era cristã, o Espírito Santo teve a seu cargo a evolução humana e os Arcanjos e os Anjos também estiveram sob seu domínio trabalhando, principalmente, sobre o aspecto emocional da alma humana, por isso foram estabelecidas a beleza e a diversidade dos tipos nacionais. O patriotismo foi a suprema expressão do Amor e da Devoção. O patriotismo e os aspectos nacionais da religião cegaram os seres humanos com respeito à realidade de um só Deus com muitos nomes.

Com o advento da era cristã, os Arcanjos e os Anjos prestaram obediência a Cristo, e o Espírito de Cristo se converteu no espírito interno da Terra. Agora, todas as Hierarquias trabalham com Cristo para ajudar a humanidade a converter o patriotismo em Fraternidade Universal.

As comunicações e o intercâmbio internacional teceram uma grande trama ou teia do destino, que nos envolve em tantos interesses internacionais bastante comuns a nós todos, que as barreiras nacionais estão se apagando gradualmente ante a ameaça dos horrores de uma possível guerra nuclear. Por isso precisamos despertar gradualmente o sentido comum do ideal da “Paz sobre a Terra e boa vontade entre os homens”.

Existência sobre existência, todo ser humano está dando um pouco mais de expressão terrena à verdade espiritual da fraternidade entre os seres humanos; essa é a nossa resposta ao chamamento de nosso Redentor, o príncipe da Paz, o Senhor do Amor. Felizmente a religião progrediu um pouco, trocando a idolatria, que é a adoração da forma, pelo misticismo, que é a adoração aos ideais mais elevados. O governo está progredindo desde o despotismo (governo absoluto de um só indivíduo) para a república democrática, na qual prevalece o grupo do governo com representação popular. A Ciência está conseguindo se libertar do controle estatal e religioso, e está servindo ao bem-estar humano, em campos cada vez mais amplos. A Arte, todavia, ainda não chegou à sua completa posse, mas está conseguindo progredir. Chegará o dia em que a humanidade conseguirá despertar para a necessidade de incorporar a beleza em cada expressão da vida.

Cada ano, ao nascer o raio do Cristo na Terra, é dado um novo impulso de vida a toda criatura vivente, e quando relacionamos essa verdade com os Ensinamentos Rosacruzes, de que é em Capricórnio que se dão os grandes impulsos evolutivos, nos será possível compreender a importância da paciente estação, no que se refere à política, à economia, às finanças e aos empregos.

A analogia, chave-mestra de todos os mistérios espirituais, nos ensina que o Espírito da Terra se encontra dentro dela mesma, desde o Solstício de Dezembro até o Equinócio de Março. Durante esse tempo, a Terra se encontra cheia do Amor do Cristo, de uma forma mais íntima. Na época do Equinócio de Março, Ele sai em seus veículos superiores, para fortalecer-se em espírito, mediante a Comunhão com o Pai; por isso todas as criaturas dão visível expressão à Vida e ao Poder com os quais Sua vinda enche a Terra. Isso é análogo a nossos estados alternativos de vigília e de sono. Trabalhamos em nossos corpos durante o dia e saímos dele durante o sono noturno, mas as forças vitais continuam ativas dentro do corpo, de maneira que ao despertarmos pela manhã, para um novo dia, nos encontramos ativos e renovados.

O egoísmo, a cobiça e o materialismo devem ceder lugar a pensamentos e ações elevados, como resposta ao chamado do princípio de Cristo, nos trazendo melhores condições. Capricórnio, podemos dizer, que é o Signo da engenharia, de todas as classes de engenharia do mundo e que estão trabalhando para despertar milhões de seres humanos, livrando-os da pobreza e da enfermidade, que infelizmente avassala nosso Globo. Mediante métodos melhores de cultivar a Terra, de construir estradas, do correto cuidado do corpo físico. Os engenheiros educativos estão ajudando a afastar a ignorância e a estimular o impulso interno do espírito, elevando-o ao mais sublime nível de consciência.

Verdadeiramente, estamos no amanhecer de uma nova Era, porque todos os que receberam a iluminação por meio dos Ensinamentos Rosacruzes deverão estar na vanguarda de um novo pensamento que promete, em sua plenitude, a emancipação dos antigos métodos em que havia o aproveitamento de muitos para o benefício de poucos. É nosso dever pensarmos em termos de um bem maior, em benefício de muitos; devemos nos adaptar à nova ordem de coisas, por meio do serviço desinteressado. É conveniente que possamos pensar de nós mesmos como um corpo de paz espiritual, fazendo todo o possível, servindo de exemplo, e exaltando os mais altos ideais de vida onde quer que estejamos.

Durante milhares de anos quase todo o esforço do ser humano sobre a Terra tem sido centralizado em obter alimento, vestimenta e abrigo. Contemplemos a visão da época que se aproxima rapidamente, na qual poderemos obter as coisas com o mínimo esforço e, assim, teremos mais tempo, dedicando uma maior porção de nosso poder criador, reflorindo os lugares desérticos da Terra, colocando beleza na vida, afastando a enfermidade e o crime, cooperando com seres mais evoluídos e estudar o mais amplo significado da vida.

Em nosso estudo da ciência espiritual de Astrologia, encontramos que, no tempo presente, Netuno, Planeta da individualidade, está transitando pelo Signo de Escorpião, que governa as forças ocultas da Natureza. Júpiter, o Planeta da expansão e da benevolência, está transitando por Peixes, o Signo da antiga ordem das coisas, e Urano, o despertador, está transitando por Virgem, o Signo que governa o serviço, o trabalho e saúde. Sob o acúmulo dessas poderosas influências poderemos esperar, com segurança, ver muita investigação oculta nos campos científicos e para aqueles que estão suficientemente evoluídos, para responder ao lado superior da vibração de Netuno em Escorpião, existe a promessa de um progresso na realização espiritual mediante a Arte, a Música, a Dança e a Poesia, assim como também no trabalho de Cura. A Igreja e os ideais religiosos em geral se elevarão para a unidade universal. Sob a influência de Júpiter em Peixes, que se opõem a Urano em Virgem, haverá um rompimento com os credos e as práticas antiquadas, tanto na religião como na saúde; assim, os ideais de serviço, trabalho e saúde deverão alcançar novos níveis à medida que o fermento do altruísmo aumentar sua força em todas as atividades humanas.

Pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, como também é conhecida a Fraternidade Rosacruz, ficamos sabendo que esta é a revolução Marte-Mercúrio, do Período Terrestre. Marte é o símbolo do guerreiro, do trabalhador, do desejo, da paixão, da energia dinâmica, do impulso e da força centrífuga de repulsão, como claramente ficou esclarecido nas notas-chaves e nas características das eras passadas. Mas, agora, estamos entrando na metade de Mercúrio do Período Terrestre. Mercúrio é o símbolo do pensador, do escritor, da razão, da lógica, da relatividade, da habilidade mental e das trocas rápidas, por isso as massas dos povos devem aprender a pensar sem serem confundidas pelo sentimento e pelo desejo.

Ao nosso redor, ainda que invisíveis para muitos, os Grandes Seres estão em seus postos, guiando e humanidade para um bem maior. Quando nos desviamos da Lei Divina, sofremos, nos redimimos e então poderemos dar o passo seguinte em direção à Luz.

Cristo veio para salvar os que haviam se perdido. Podemos vender nossa herança por um prato de lentilhas, não encontrar felicidade, mas olhando para além da tirania das coisas, contemplaremos os Seres mais evoluídos, sorrindo, amando-nos e sempre prontos a nos inspirar os eternos valores do real. O ser humano perde a personalidade na matéria em favor de seu ser espiritual, porém, sendo essencialmente divino, se redime, se esforçando em purificar o ambiente em que vive, submergindo na harmonia espiritual por meio da luz do Cristo. As nações são guiadas por meio de uma Lei Divina, para a verdadeira Fraternidade. Assim como o indivíduo se redime do egoísmo e do materialismo, o poder do iluminado é muito maior que o mal do irrecuperável, o indivíduo que dissolveu sua alma, por isso é chamado de desalmado. As pessoas boas do mundo inteiro fracassaram em estabelecer a paz sobre a Terra, porque sua bondade era demasiado passiva, mas o verdadeiro cristão ocultista está sempre ativo em todos os planos de expansão.

Não fiquemos inativos no bem-obrar. O processo de redenção, todavia, segue adiante. Lentamente a humanidade está sendo redimida, cada vez mais, pelo poderoso raio de Amor de Cristo, a todos que queiram o separatismo. Nosso é o privilégio de apressar esse processo, por meio do serviço ativo.

Tratemos de abrir nossos corações para que penetre neles o fermento do Amor Fraternal, e nos esforcemos para sentir com toda sua beleza e maravilha, a unidade de cada um para com todos.

(Da Revista O Encontro Rosacruz, traduzido da Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1963, de abril/1991)

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Pergunta: Aqueles que estão passando, agora, para o Além voltarão a renascer antes da Era de Aquário? Se eles têm lições a aprender para se tornarem capazes de viver naquela Era, voltarão para aprender?

Pergunta: Aqueles que estão passando, agora, para o Além voltarão a renascer antes da Era de Aquário? Se eles têm lições a aprender para se tornarem capazes de viver naquela Era, voltarão para aprender?

Resposta: Isso tudo depende. O tempo usual entre dois nascimentos é de mil anos, de modo a dar a todos uma oportunidade de renascer uma vez como homem e outra, como mulher, enquanto o Sol transita por cada Signo do Zodíaco pela Precessão dos Equinócios, o que demora, aproximadamente, 2.100 anos.

Isso é feito porque as lições desse período são tantas e tão diferentes que não podem ser efetivamente aprendidas pelo mesmo tipo sexual de corpo. As experiências, do ponto de vista masculino, são muito diferentes das do feminino.

Essa lei, porém, é semelhante a todas as outras leis da natureza: não é cega. Ela está sob o domínio de quatro grandes Seres chamados de Anjos do Destino e Eles têm que preparar todos os detalhes da evolução humana. Providenciam para que todos possam ter a oportunidade de conseguir tanta experiência quanto possam suportar.

Se for necessário que uma pessoa permaneça mil anos, inteiramente nos Mundos invisíveis, ela permanecerá. Se não, voltará mais cedo. Algumas voltam após poucas centenas de anos, porque já evoluíram até ao ponto em que aprendem rapidamente.

Pessoas que “vivem a vida”, como os Probacionistas ativos e fiéis à obrigação, que já assimilaram sua experiência de vida antes de saírem daqui e estão fazendo uma boa parte do seu trabalho nos Mundos invisíveis, não necessitam ficar muito tempo no outro lado.

Elas se puseram definitivamente do lado das Leis de Deus e, portanto, a elas são dadas maiores oportunidades para evoluir pelo serviço.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1973)

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Pergunta: A cruz constitui apenas um símbolo de sofrimento, como dão a entender as religiões cristãs populares? Não teria um significado mais transcendental?

Pergunta: A cruz constitui apenas um símbolo de sofrimento, como dão a entender as religiões cristãs populares? Não teria um significado mais transcendental?

Resposta: Como todos os símbolos, a cruz tem muitos significados. Platão revelou um deles, quando afirmou: “A alma do mundo está crucificada”.

Quatro ondas de vida se expressam neste mundo através dos quatro reinos: mineral, vegetal, animal e humano. O reino mineral é representado pelas substâncias químicas, de qualquer classe que sejam. Assim, a cruz feita com qualquer material simboliza esse reino.

O madeiro inferior da cruz representa o reino vegetal, porque as correntes dos espíritos coletivos que vivificam as plantas provêm do centro da Terra.

O madeiro superior simboliza o ser humano, porquanto as correntes vitais que o sustentam são irradiadas do Sol, perpassando-lhe a coluna vertebral (vertical). Dessa forma, o ser humano constitui uma planta invertida. Assim como a planta recebe seu alimento pelas raízes, em linha ascendente, o ser humano ingere sua alimentação pela cabeça, em linha descendente.

A planta é casta, pura, e destituída de paixão. Dirige seu órgão reprodutor em direção ao Sol. O ser humano, ao contrário, dirige seus órgãos geradores para baixo, em direção à Terra; respira o vivificante oxigênio e exala o venenoso dióxido de carbono. Este é absorvido pela planta nutrindo-a. O vegetal, em troca, devolve-lhe o elixir da vida, o oxigênio.

Entre os reinos vegetal e humano encontra-se o animal, cuja medula espinhal horizontal é perpassada pelas correntes dos Espíritos-Grupo particulares a esse reino, pois tais correntes circulam em torno da Terra. O madeiro horizontal da cruz, por conseguinte, simboliza o reino animal.

Em âmbito esotérico, a cruz nunca foi considerada como um símbolo de sofrimento ou instrumento de tortura. Só a partir do século VI é que surgiram os primeiros quadros representando o Cristo crucificado. Anteriormente o símbolo do Cristo era um cordeiro aos pés de uma cruz, indicando que, quando o Cristo “nasceu”, o Sol transitava pelo Signo astrológico de Áries (o cordeiro). Os símbolos das diversas religiões expressaram-se sempre dessa forma.

Quando o Sol, devido à Precessão dos Equinócios, transitava pelo Signo de Touro (o touro), surgiu no Egito o culto ao Boi Ápis, no mesmo sentido em que hoje adoramos o Cordeiro de Deus.

Em tempos remotos falava-se no deus Thor, que conduzia suas cabras gêmeas ao céu. O Sol, nessa época, transitava pelo Signo de Gêmeos, os gêmeos.

Quando o Cristo “nasceu”, o Sol encontrava-se em torno do 5º grau de Áries, o cordeiro. Eis porque nosso Salvador é chamado de “Cordeiro de Deus”. Contudo, nos primeiros séculos da era cristã discutiu-se muito sobre a legitimidade de instituir o cordeiro como símbolo do nosso Salvador. Alguns sustentavam que o Sol transitava pelo Signo de Peixes (os peixes). Para eles, o peixe seria a representação mais exata do Cristo. Como reminiscência dessa disputa, a mitra dos bispos conserva a forma de uma cabeça de peixe.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1977)

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Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Nós, Estudantes Rosacruzes, a despeito dos quadros não muito animadores que o mundo nos oferece, mantemos inabalável a fé no futuro da humanidade.

Quando instituições, dogmas e estruturas das mais diversas parecem encontrar-se a beira de um colapso, prestes a fundirem-se num caos total, nossa maneira de encarar as coisas, por mais paradoxal que possa parecer, é otimista.

Nossa visão dos fatos não é apocalíptica no sentido exotérico do termo. Cremos estar próximos ao fim, não do mundo, mas de uma Era, de um estado de coisas.

Toda essa confusão prenuncia o desabamento de estruturas obsoletas, de sectarismos, de preconceitos. Esse sofrimento vivido na época atual compelirá o ser humano a desapegar-se, de uma vez por todas, de um estilo de vida já inadequado as suas necessidades evolutivas.

“Eis que as coisas se farão novas”. Você percebeu que nos encontramos em fase de transição? Você está consciente do significado dessas transformações?

Em 1918 Max Heindel escreveu: “O trabalho de preparação para a Era de Aquário já se iniciou. Como se trata de um Signo de Ar, científico, intelectual, depreende-se que a nova Religião deverá alicerçar-se em bases racionais, sendo capaz de resolver o enigma da vida e da morte de tal forma a satisfazer tanto a Mente como o Coração”.

Abriu-se, então, o caminho para o alvorecer da Era de Aquário. Sobre os escombros da Era atual florescerão um ideário mais avançado, estruturas mais dinâmicas, e, consequentemente, uma nova humanidade.

Lembramos, também, que dia a dia surgem condições favoráveis ao desenvolvimento das faculdades latentes do espírito. O gradativo crescimento de quantidade de Éter no Planeta está afetando as pessoas mais sensíveis. Não constitui exagero afirmar que a própria ciência já se encontra no umbral da Região Etérica.

Desde longínquas eras viemos desenvolvendo os cinco sentidos, através dos quais nos foi possível contatar e conhecer a Região Química do Mundo Físico. Da mesma forma, futuramente, a humanidade desenvolverá outro sentido, que deverá capacitá-la a perceber a Região Etérica, seus habitantes, inclusive aqueles entes queridos já desencarnados e que permanecem no Éter e no Mundo do Desejo, durante os estágios iniciais nos planos internos. As pessoas mais evoluídas já estão, mesmo que tênue e esporadicamente, ensinando seus primeiros passos no Éter.

O dilúvio, responsável pela submersão da Atlântida, tornou mais seca a atmosfera, fazendo baixar sua umidade para o mar. Quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrar em Aquário, a eliminação da umidade será bem maior. As vibrações mais facilmente transmissíveis através do Éter serão mais intensas, gerando condições para a sensibilização do nervo ótico, requisito necessário para a abertura de nossa visão à Região Etérica.
Mesmo não tendo concluído suas pesquisas sobre os Éteres, Max Heindel legou-nos conhecimentos notáveis a respeito desse elemento. Em verdade, estamos próximos a grandes transformações, principalmente no campo das ideias. Cabe-nos, portanto, mantermo-nos atentos às mudanças que se operarão, preparando-nos para interpretá-las e, posteriormente a elas, nos integrarmos.

Os Irmãos Maiores da Rosacruz não limitam suas atividades aos Estudantes e Probacionistas, nem a nenhum outro grupo específico. Trabalham também através dos cientistas, embora estes nem sempre estejam conscientes disso. Seu propósito é estabelecer a Fraternidade Universal. Sendo assim, seu campo de ação é de uma amplitude inimaginável.

Max Heindel afirmou certa vez, num círculo mais íntimo, que na aurora da Era de Aquário – dentro de uns seiscentos anos, ou talvez até antes – aparecerá um novo instrutor. Será o reaparecimento do grande Ego outrora conhecido na Europa como Christian Rosenkreuz e como Conde Saint Germain.

Além desse grande instrutor será enviado um mensageiro, como ocorre a cada cem anos, pelo ”Governo Invisível do Mundo”, conhecido no ocultismo como “A Grande Loja Branca”.

Segundo Augusta Foss Heindel, “a nova Era mostrará a verdade indiscutível do espaço interestelar, novas aventuras cósmicas para o Espírito Humano e uma Filosofia Cósmica mais perfeita”.

Você está cultivando uma sincera e verdadeira afinidade com o ideal aquariano?

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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