Arquivo de tag Éteres superiores

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Auxiliares Invisíveis Conscientes: cidadãos de dois Mundos

Há uma classe de sensitivos com caracteres fortes positivos por seu poder interno, de acordo com os ditados de sua própria vontade. Esses caracteres podem ser treinados para se converter em Clarividentes voluntários e serem seus próprios senhores em lugar de serem escravos de um Espírito desencarnado (de um irmão ou de uma irmã que morreu e não entrou no Purgatório, ou seja: um “Espírito apegado à Terra”, vivendo nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo por meio do seu Corpo de Desejos).

Em alguns sensitivos é possível extrair parte do Éter que forma o Corpo Vital. Quando um Espírito desencarnado obtém acesso a um sujeito de tal natureza, desenvolve esse sensitivo como um Clarividente involuntário, chamado de “médium materializante”.

O ser humano que é capaz de extrair os dois Éteres superiores do seu Corpo Vital por um ato volitivo se converte em um cidadão de dois Mundos, consciente, independente e livre. São conhecidos, geralmente, como Auxiliares Invisíveis Conscientes. Por meio dos Exercícios Esotéricos fornecidos pela Escola dos Ensinamentos Ocidentais, a Fraternidade Rosacruz, pode-se lograr, com o tempo, separar os dois Éteres Superiores do dois Éteres inferiores do Corpo Vital – que chamamos de Corpo-Alma –, então, pode sair de seu Corpo Denso, o físico, deixando-o abandonado momentaneamente, rodeado e vitalizado somente pelos dois Éteres Inferiores do seu Corpo Vital. Com esse Corpo-Alma ele pode sair levando o seu Corpo de Desejos e a sua Mente para quaisquer distâncias, mantendo-se ligado ao Corpo Denso por meio do Cordão Prateado.

Os Auxiliares Invisíveis são seres humanos que chegaram a um grau de evolução tal, que, ao mesmo tempo que observam durante o dia, em seu Corpo Denso, uma vida consagrada ao serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã, focando na divina essência oculta que há dentro de nós – e que é a base da Fraternidade, têm merecido o privilégio de ser, durante a noite, os colaboradores assíduos dos Irmãos Maiores. Os Auxiliares Invisíveis podem dirigir correntes de força vital solar para fins de cura para os irmãos e as irmãs doentes e, também, podem materializar mãos para manipular a parte enferma do Corpo Vital desses irmãos e dessas irmãs. Todos eles trabalham sob a direção dos Irmãos Maiores, que são os geradores da Panaceia Espiritual Curativa.

Contudo, para se converter em um Auxiliar Invisível é necessário, primeiramente, ser um Auxiliar Visível, ou seja, levar uma vida durante o dia voltada: a ajudar os nossos irmãos e as nossas irmãs; a fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes; a oficiar diariamente os Rituais dos Serviços Devocionais; a trilhar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e, importantíssimo voltada a prática do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã que estão ao seu lado, focando na divina essência oculta que há dentro de nós – e que é a base da Fraternidade.

(Publicado no O Encontro Rosacruz – Fraternidade Rosacruz de Santo André – SP – abril/1982)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como se inicia a formação de um veículo capaz de manifestar nos Mundos invisíveis?

Resposta: O Corpo-Alma, como é chamado na Filosofia Rosacruz (também chamado de Traje Dourado de Bodas, Vestimenta do Casamento Místico entre o “Eu Superior” e o “Eu inferior”), é um dos nossos veículos. É composto dos dois Éteres superiores do Corpo Vital: o Éter de Luz – ou Éter Luminoso – e o Éter Refletor. Sua formação depende da prática cotidiana do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta ao irmão ou à irmã no seu entorno. Ainda que muitas oportunidades não sejam oferecidas em nosso meio ambiente – como, por exemplo, ajudando e visitando um parente ou amigo enfermo – elas surgirão em um campo mais extenso, na medida em que aproveitamos aquelas que surgem, na dedicação aos estudos dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental (até para conhecer o que precisamos) e trilhando o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Uma dedicação dessa natureza não somente atrai e elabora em uma larga proporção os dois Éteres superiores, como também provoca uma divisão entre eles e os dois Éteres inferiores (Éter Químico e Éter de Vida). Realizada essa divisão, o Corpo-Alma permanece separado e distinto desses dois Éteres inferiores, tornando-se útil como veículo individualizado para ser utilizado em voos anímicos.

É citado no Novo Testamento, em que S. Paulo pregou no décimo quinto Capítulo da Primeira Carta aos Coríntios, começando no trigésimo quinto versículo, quando diz que além do “corpo de carne e sangue” temos um Corpo-Alma, que ele chamou de soma psuchicon (mal traduzido para corpo “natural”). Constitui o dourado e azul de nossa aura, podendo ser percebido por meio da visão etérica. Diferencia o santo do indivíduo comum. Cristo nos ajuda a construí-lo através de Suas Correntes Espirituais que percorrem nosso Planeta, do centro para a superfície, criando condições reais para a nossa evolução.

É melhor não pensarmos em termos de “projeção astral” como alguns a chamam, pois os voos d’alma conscientes são realizados quando o Ego estiver convenientemente preparado. É perigoso, no princípio, tentar percorrer os Mundos invisíveis sem a ajuda de quem já trilhou o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Toda preparação requer uma proteção e orientação. Afinal só possuir o Corpo-Alma não é suficiente; exige-se treinamento esotérico para ser eficaz no seu uso.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Luz do Mundo: onde, de fato, ela está?

Os quatro Evangelhos, que são fórmulas de Iniciação, começam com a narração da Concepção Imaculada e terminam com a Crucificação – ambas, ideais maravilhosos que alcançaremos algum dia, porque cada um de nós é um Cristo em formação, e tem que passar pelo nascimento e morte místicos, tal como se descreve nos Evangelhos. Por meio do conhecimento podemos apressar a chegada desse dia.

O maior drama já representado neste nosso velho Planeta teve lugar há, aproximadamente, dois mil anos. As rodas do destino haviam estado muito ativas durante séculos, reunindo todos os Egos renascidos aqui, que deveriam participar desse drama e cujas vidas serviriam de canais para essa magna realização. Antes dessa época Jeová tinha nosso Planeta a seu cargo e o dirigia de fora. Seu poder o mantinha na órbita e Ele era então o Deus Supremo. Tudo isso foi necessário para o nosso desenvolvimento naquele momento; no entanto, isso produziu a separação, e fomentou o egoísmo porque nos deu Leis que nos mantiveram refreada. Mas, havia chegado o momento na nossa evolução em que era necessário algo mais que a obediência às Leis. Havíamos alcançado a etapa de desenvolvimento em que poderíamos responder ao amor, alentado pelos impulsos espirituais recebidos diretamente do Sol, em lugar de recebê-los indiretamente de Jeová, refletidos da Lua, que é parte do Corpo Denso de Jeová. Para conseguir essa mudança, era necessário trabalhar com a Terra, de dentro, e temos assim o sublime Mistério do Gólgota que deu à Terra seu Redentor, o Cristo.

Nasceu um menino em Belém, e a vida dele afetou toda a vida sobre a Terra, bem como a própria Terra. A fim de prover um corpo de pureza superlativa que pudesse ser usado pelo grande Iniciado Jesus, e mais tarde, durante três anos, por um raio do Cristo Cósmico, foi escolhida a flor da Humanidade para ser os pais de Jesus, e esse grande privilégio recaiu sobre Maria e José – ambos elevados Iniciados – tal como narram os Evangelhos.

Assim, o belo personagem que conhecemos como Maria de Belém era um alto Iniciado. Durante muitas vidas havia renascido em corpos masculinos, positivos, porquanto os Iniciados geralmente escolhem o sexo masculino. Por que se lhes permite escolher o sexo? Porque a essa altura espiritual seu Corpo Vital já se tornou positivo, e esse, unido a um Corpo Denso positivo lhes proporciona um instrumento de máxima eficiência. Mas, às vezes, as exigências do caso exigem um Corpo Denso feminino para proporcionar um veículo do tipo mais elevado, que possa alojar um Ego de grau superlativo de desenvolvimento. Nesses casos, o Iniciado pode escolher um Corpo Denso feminino e passar novamente pelas experiências da maternidade, depois de havê-las dispensado em suas últimas vidas anteriores. Tal foi o caso de Maria de Belém.

José era também um alto Iniciado. José foi chamado de “carpinteiro”, mas isso não significava que ele fosse um “trabalhador de madeiras”, e sim um construtor num sentido mais elevado. Deus é o Grande Arquiteto do Universo e os Iniciados são “arche-tektons” — construtores na essência primordial em sua benéfica obra em prol da Humanidade. Há muitos construtores (tektons) de diferentes graus de poder espiritual, todos eles empenhados no trabalho de construir “o templo da alma”. José não era uma exceção, e quando lemos na Bíblia que Jesus era um “carpinteiro” e “filho de um carpinteiro”, devemos entender que ambos eram construtores nas ramas cósmicas. Nessa vida José se consagrou inteiramente à trilha do ocultismo, e quando chegou o momento para que se encarnasse o maior de todos os Mestres – Cristo –, ele foi escolhido para proporcionar a semente fertilizante do Corpo Denso para ser utilizado por Cristo.

Foi providenciado, desse modo, um Corpo Denso tão maravilhoso como jamais se viu na Terra, antes e nem depois. Era o tipo mais puro e livre de paixão, de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, e com as investigações na Memória da Natureza, pois essa era a condição de Maria e José quando foi concebido o Corpo Denso formado em volta do Átomo-semente do Corpo Denso de Jesus. O grande Espírito Jesus veio à vida sabendo que era sua missão preparar seu Corpo Denso (e, portanto, o Corpo Vital, já que esse é cópia fidedigna daquele) da maneira mais pura possível. Deveria lhe pertencer somente por trinta anos, findos os quais deveria ser entregue a Cristo. Já se disse que Maria e José tiveram mais “filhos”, devido ao fato de que os Evangelhos dizem que “os irmãos de Jesus estavam presentes”. Mas, quando examinamos a palavra grega que foi traduzida como “irmãos”, verificamos que ela significa parentes ou primos.

A Imaculada Concepção, como muitos outros mistérios sublimes, foi arrastada até a baixeza da materialidade. Quando o ato gerador é efetuado de forma brutal, corrompido pelo desejo e pela paixão, degrada o ser humano ao nível do animal. Quando, pelo contrário, os pais em perspectiva se preparam, por meio da oração e de aspirações elevadas, para o ato da fecundação como um Sacramento (sacr significa “portador do germe”, assim: um sacr-amento nesse caso abre o caminho para transmissão de um Átomo-semente físico do pai para a mãe) e não para satisfação própria, a concepção é então Imaculada. A virgindade física não é o que importa como uma virtude, já que todos são virgens quando nascem; é a pureza e a castidade da alma o que faz a virgem pura no pai ou na mãe; uma pureza que levará seu possuidor ao Sacramento do matrimônio sem mancha de paixão, e que permitirá à mãe levar seu filho em suas entranhas com amor puro, desprovido de sexo. Ter nascido de uma Virgem pressupõe uma vida anterior espiritualizada para a pessoa assim nascida, e nós devemos cultivar caracteres tão puros e incorruptíveis que nos tornem merecedores de nascer em Corpos Densos concebidos imaculadamente.

De acordo com os Ensinamentos Rosacruzes é muito importante distinguir claramente entre Jesus e Cristo. Quando se busca na Memória da Natureza, verificamos que o Ego nascido no Corpo de Jesus era muito avançado e puro; era o mesmo Ego que, em uma vida anterior, tinha renascido como Rei Salomão. Essa grande alma havia alcançado uma espiritualidade sublime através de muitas vidas de santidade e serviço abnegado. Mas, quanto ao caso de Cristo, não há testemunhas que indiquem uma encarnação anterior, pois Ele não pertence à nossa Onda de Vida.

É um fato contestável que ninguém pode construir um determinado corpo, a menos que o houvesse aprendido por meio da evolução. Grande e poderoso como é o Espírito Solar Cósmico de Cristo, Ele não pode construir um Corpo Denso na matriz da mãe física, nem mesmo usando os métodos mágicos dos Adeptos, visto que Ele nunca havia tido a experiência no Mundo Celeste onde se constroem os arquétipos dos Corpos Densos, tampouco havia tido Ele a experiência de construir Corpos Densos tal como nós tivemos por muitos anos. Ele é adiantado em duas Ondas de Vida a mais que nós. Ele é o Iniciado mais elevado dos Arcanjos (que alcançou o estágio “humanidade” no Período Solar), e cuja evolução na matéria só alcançava o Mundo do Desejo – a matéria mais densa que tal Onda de Vida alcançou nesse Esquema de Evolução. Por isso Ele não podia construir um Corpo de densidade maior que o da matéria do Mundo do Desejo. Ou seja, o Corpo de Desejos é o Corpo mais denso que ele sabe e poderia construir.

Os Evangelhos nos relatam muito pouco sobre a infância de Jesus depois de sua visita aos sábios do Templo. Mas, a tradição oculta nos diz que Ele passou os primeiros dias de sua infância com pleno conhecimento da missão que devia cumprir nesta vida. Foi colocado aos cuidados dos Essênios, nas margens do Mar Morto. Os Essênios eram uma comunidade de caráter muito devocional. Entre eles o menino Jesus teve seus primeiros exercícios. Mais tarde foi à Pérsia. A escola dos Essênios era um grande centro de sabedoria, e na grande biblioteca dela Jesus absorveu um imenso conhecimento oculto, reavivando o que havia aprendido em vidas anteriores. Aos trinta anos Jesus havia purificado seu Corpo Denso de tal forma que ele pôde ser ocupado pelo grande Ser a que chamamos Cristo.

Cristo é a mais alta revelação da verdade que já recebemos de Deus. Ele é o Grande Revelador. Ele nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6). Quando observamos as ocorrências de Seus três anos de Ministério na Terra, sabemos que além de serem meios de adiantamento na vida de um ser cósmico, representam também o Caminho de cada um de nós quando despertamos na busca pela verdade, estando renascido aqui. Representam, além disso, o caminho que conduz à libertação no Gólgota.

Se alguém tivesse vivido num Planeta distante e, de lá, examinado clarividentemente nossa Terra, teria observado uma mudança cada vez para pior nos Mundo do Desejo e no Mundo do Pensamento dela. Esses Mundos vinham se saturando cada vez mais de vibrações inferiores, baixas, más e sombrias. Nós, em nossa infância cósmica, não conseguíamos dominar nossos impulsos, porque o domínio do Corpo de Desejos predominava em cada um de nós e, portanto, ao morrer, éramos obrigados a permanecer no Purgatório a maior parte do tempo entre um e outro renascimento. O progresso era muito lento porque a vida no Segundo Céu, na Região do Pensamento Concreto, onde aprendemos o trabalho de criar, era quase estéril. Se Cristo não tivesse vindo à Terra como Redentor e Salvador, teríamos cristalizado o Planeta e a nós mesmos, de maneira semelhante aos nossos irmãos que estão no cone sombrio da Lua, que se atrasaram da nossa Onda de Vida e vão a caminho do caos, onde terão que esperar um novo Dia de Manifestação, a fim de que possam começar novamente em um novo Esquema de Evolução. O Clarividente, que pode ler na Memória da Natureza, vê que para escapar a essa calamidade foi exercida a influência benéfica de Cristo, de fora da Terra, muito tempo antes de Seu Advento, ou seja: da sua primeira vinda. Ele estava se preparando para atuar como o Espírito Planetário interno da nossa Terra e, assim, elevar as vibrações dela para purificar a toda atmosfera mental, emocional e moral.

Cristo se apoderou dos Corpos Denso e Vital de Jesus por ocasião do Batismo, e Jesus então se retirou deles. Entregou-os ao Espírito de Cristo para que Ele os usasse como ponte entre Deus e nós. Por outras palavras, Cristo possuía assim os doze veículos necessários para funcionar nos sete Mundos do nosso Sistema Solar (desde um Corpo formado de material da Região Química do Mundo Físico, um Corpo Denso, até um Corpo formado de material do Mundo de Deus). S. Paulo nos esclarece a respeito desse Ser elevadíssimo, dizendo-nos: “Não há outro mediador entre Deus e o ser humano, exceto Cristo Jesus” (ITim 2:5); só Ele conhece nossas debilidades e nossos sofrimentos e pode levar nossas orações ao Trono do Pai; só o Cristo compreende completa e perfeitamente isso.

A tradição oculta diz que depois do Batismo, Cristo Jesus foi em busca dos Essênios. Ele, como entidade cósmica, não conhecia muita coisa a respeito de um Corpo Denso. Esse veículo era uma prisão para Seu grande e glorioso Espírito, e teria sido destruído por suas poderosas vibrações, se Ele não tivesse se retirado ocasionalmente dele para deixar os átomos livres de sua acelerada frequência vibratória. A Bíblia fala de seus quarenta dias e quarenta noites de retiro no deserto para ser tentado por Satanás e, também, para que as vibrações do Seu Corpo Denso e Corpo Vital, recém adquiridos, fossem ajustados por aqueles que sabiam fazê-lo (os Essênios). Em várias passagens dos Evangelhos lemos que durante todos os seus três anos de Ministério Ele se separava de Seus Discípulos a intervalos periódicos, com esse propósito.

O verdadeiro Ministério de Cristo começou depois da Transfiguração. A Transfiguração é um processo alquímico por meio do qual o Corpo Denso, que é formado por processos químico-biológicos, é convertido em um diamante vivo, tal como se menciona no Livro da Revelação, o Apocalipse de S João. No atual estado de nossa evolução, o Corpo Denso obscurece eficazmente o resplendor do Espírito morador interno, que somos realmente nós, o Ego. Mas, podemos derivar esperança ainda da ciência química, que não há nada na Terra de tão raro e precioso como o rádio, o extrato luminoso do denso mineral negro chamado pechurana, ou seja, o óxido natural de urânio. Tampouco nada há de mais raro que o precioso extrato do Corpo Denso; o radiante princípio Crístico. Foram os veículos de Jesus os que se transfiguraram provisoriamente pelo Espírito morador interno, Cristo. Mas, embora reconhecendo o enorme poder de Cristo para efetuar a Transfiguração, é evidente que Jesus forçosamente deve ter sido um personagem sublime, único entre os seres humanos, pois a Transfiguração como pode se ver na Memória da Natureza, revela seu Corpo Denso de uma cor branca deslumbrante, o que demonstra sua dependência do Pai, o Espírito Universal.

Podemos ver um dos incidentes mais significativos do Ministério de Cristo na Última Ceia. Ela teve um significado mais profundo do que a de uma última refeição com seus amados Discípulos. Ele sabia que entregando Sua vida no Calvário ganharia a entrada ao centro da Terra e poderia, assim, difundir Sua própria vida em tudo o que vive nela. O pão que comemos cada dia é Seu próprio corpo. Se meditarmos sobre essa vida que se derrama anualmente a partir do Equinócio de Março, nos daremos conta de que se trata de algo de gigantesco e imponente; uma torrente de luz que transforma num instante uma Terra morta de frio em uma vida rejuvenescida. A vida que se difunde na germinação de milhões e milhões de plantas, é a vida do Espírito Planetário da Terra (Cristo). Dele vêm, ambos, o trigo e a uva. Eles são o corpo e o sangue do Espírito aprisionado da Terra, dado a nós para seu sustento durante a presente fase da evolução. Devemos comer esses alimentos dignamente, do contrário seremos comidos debaixo da dor, da enfermidade ou mesmo da morte.

Quando Cristo se ajoelhou no Getsemani, com a dor do mundo sobre as espáduas, este mundo que Ele veio salvar da destruição, produzida pela cristalização, e que O desprezou, foi para que Ele compreendesse a nossa agonia e aflição, quando tudo havia culminado naquilo que o Getsemani representa. Se Ele não tivesse provado desse cálice, não teria compreendido a dor e a solidão das almas que morrem diante de sua Crucificação. Se Ele nos tivesse falhado, como falhamos nós tão frequentemente, não teria havido o amanhã da Ressurreição. O nosso destino para este ciclo estava vinculado ao Seu.

Na Crucificação vemos que o Mistério do Gólgota não foi um acontecimento humano, mas cósmico. Cristo era um ser Único, cósmico até esta época, e que através do mistério do Gólgota se vinculou à evolução da Terra. Era um Ser que em Seu próprio Reino nunca havia conhecido a morte. Desceu à Terra para dar um impulso espiritual à vida em evolução, e para salvar tantos atrasados quanto Lhe fosse possível, elevando as vibrações do Corpo de Desejos da Terra. Desde então Ele vive nas almas humanas. Por seu grande sacrifício, adiantou-se para uma etapa superior de Sua própria evolução. Quando no Calvário, o sangue fluiu das feridas em Suas mãos, dos seus pés e do flanco do Corpo Denso, o grande Ser Cristo saiu do Corpo Denso de Jesus, difundiu-se por toda a Terra e se converteu no Espírito Planetário do Planeta. A libertação do Espírito Solar Cristo do Corpo Denso de Jesus produziu uma grande luz deslumbrante que, não obstante, produziu uma sensação de escuridão, da mesma forma, quando alguém fixa os olhos numa luz brilhante e entra rapidamente num quarto escuro tudo lhe parece escuro. A sensação de escuridão se deveu à libertação do glorioso Espírito de Cristo que cobriu a Terra, mas tão logo a Terra absorveu Suas vibrações, tudo voltou às suas condições normais. As vibrações, assim iniciadas, contudo, purificaram e puseram em ordem rítmica os Mundos superiores da Terra, e deram um impulso espiritual que não teria sido possível ser dado de outra maneira. Foi esse impulso que lavou e tirou os pecados do mundo, e é essa influência continuada, ainda trabalhando em cada um de nós, que está trazendo o espírito de amor e altruísmo cada vez mais para os nossos corações.

Depois dos acontecimentos do Gólgota, fomos dotados da faculdade que nos capacita a levar conosco, através do umbral da morte, aquilo que nos salva do isolamento nos Mundo espirituais. Aquilo que aconteceu na Palestina foi o aspecto central, não somente da nossa evolução física, como também da evolução nos outros Mundos. Depois de consumada a Crucificação, Cristo apareceu no Purgatório, onde a grande maioria de nós vive por um tempo depois da morte aqui, e fixou um limite ao poder da morte. Desde esse instante, o Purgatório a que os gregos chamavam de as “regiões da sombra” foi iluminado pela Luz do Seu Espírito, indicando a seus moradores que a “Luz” haveria de vir. O grande sacrifício levou luz até aos Mundos espirituais.

O que fluiu na nossa evolução com a aparição de Cristo atuou como uma semente, e as sementes amadurecem lentamente. No passado remoto a conexão entre nós e os Mundos espirituais se mantinha ativa por meio dos Mistérios (ou Iniciações), abertas somente a alguns escolhidos. Por meio desses, os Iniciados, em condições peculiares de alma, podiam receber a revelação dos Mundos espirituais.

Não fora por Belém, por Getsemani, pelo Calvário, e pelo que eles representam, teríamos demorado uma eternidade para atingir o presente grau evolucionário – se é que conseguiríamos! A maior parte da nossa Onda de Vida teria, possivelmente, perdido a chance de continuar se desenvolvendo nesse Esquema de Evolução.

A morte é o grande revelador, e a morte de Cristo Jesus revelou Sua vida. Em alguma etapa da nossa evolução, quando por meio da Iniciação aprendermos a pronunciar o nome deste grande Espírito Planetário, nossa consciência se abrirá à Sua Presença Onipenetrante. Um dos revelados à nossa consciência pela Iniciação é a realidade vivente do Espírito Planetário, o Cristo. Mas, nós estaremos sempre cegos à Sua presença e surdos à Sua voz, até que despertemos nossa natureza espiritual latente. Contudo, uma vez que a tenhamos despertado, essa natureza nos revelará o “Senhor do Amor” como uma realidade. Por isso, Cristo disse: “Eu Sou o Bom Pastor e conheço minhas ovelhas e sou conhecido por elas” (Jo 10:14). No passado, estivemos buscando uma luz externa, mas hoje chegamos à condição em que devemos buscar o Cristo interno e imitá-lo, convertendo-nos em sacrifícios vivos como Ele o está fazendo. Na Fraternidade Rosacruz, quando se desenvolve a percepção interna dos Mistérios mediante o Conhecimento Direto, os resultados são estéreis a menos que sejam acompanhados por constantes atos, ações e obras do serviço amoroso e desinteressado ao irmão ou à irmã que está ao nosso lado, esquecendo os defeitos de cada um e focando exclusivamente na divina essência, oculta em cada um, e que é a base da Fraternidade. A expressão intensa desta qualidade aumenta a luminosidade fosforescente e a densidade dos dois Éteres Superiores (Éter Luminoso e Éter Refletor) do nosso Corpo Vital. À medida que transcorre o tempo, Cristo, por Seu Ministério benéfico, atrai cada vez mais a luz e, com isso, o Éter Luminoso e o Éter Refletor interplanetário vão tornando o Corpo Vital da Terra mais luminoso. Com o tempo, estaremos caminhando em um mar de luz, e quando tenhamos aprendido a abandonar nossos hábitos egoístas e nossa Personalidade (aquilo que achamos que somos, a ilusão de ser), por meio do contato persistente com essas vibrações benéficas de Cristo, nos tornaremos também luminosos.

A Páscoa da Ressurreição é o ato final do drama cósmico que envolve a descida do raio Solar de Cristo para dentro da matéria do Planeta Terra. A Ressurreição foi o cumprimento da missão de Cristo. Os Ensinamentos Rosacruzes nos dizem que durante os três dias que ficou no túmulo, o Corpo Denso de Jesus, que foi usado pelo Cristo, foi desintegrado pelas poderosas vibrações celestiais. Os dois Éteres superiores do Corpo Vital vibraram mais intensamente que os dois Éteres inferiores. Quando nós, por meio de pensamentos e atos, obras e ações espirituais, atrairmos para nós mesmos um grande volume desses dois Éteres superiores, que passam a fazer parte em maioria de quantidade do nosso Corpo Vital, a vibração do nosso Corpo Denso se torna mais intensa, e quando o abandonamos ao morrer, se desintegrará mais rapidamente.

Quando Cristo apareceu ressuscitado a Seus Discípulos, atraiu para Si, por meio de Sua vontade, matéria física suficiente para Se revestir em um Corpo Denso. Foi assim possível a seus Discípulos tocá-Lo e apalpá-Lo. Os Auxiliares Invisíveis Iniciados, que já passaram pelas portas da morte, aprenderam a atrair ou a repelir matéria física à vontade, e podem se materializar, a despeito do fato de que o Arquétipo de seus Corpos já tenha deixado de funcionar.

O Cristo está, naturalmente, à frente de Seres dessa categoria, e lhe foi fácil passar através da parede em Seu Corpo Vital, e uma vez no interior, materializar Seu Corpo Denso por meio de Sua vontade. Cristo usou o Corpo Vital de Jesus até o momento da Ascensão. Depois disso ele foi entregue aos Irmãos Maiores. Esse Corpo Vital está guardado no interior da Terra onde só os elevados Iniciados podem penetrar. Uma guarda constante cuida desse Corpo Vital precioso, pois se ele fosse destruído estaria também destruída a única via para Cristo sair do centro da Terra, e Ele ficaria prisioneiro na Terra até o final deste Dia de Manifestação, quando a Noite Cósmica dissolvesse a Terra no Caos.

O Domingo de Ressurreição é um símbolo anual que fortalece nossas almas, para continuarmos em nosso trabalho de regeneração, a fim de que surja em nós o Dourado Manto Nupcial, que nos fará filhos de Deus no sentido mais elevado e mais sagrado. Esse Corpo-Alma é construído aumentando, em quantidade, o Éter Luminoso e o Éter Refletor do nosso Corpo Vital. Quando essa substância dourada nos envolver com suficiente densidade, estaremos preparados para imitar o Sol da Ressurreição, e nos elevar a esferas mais altas.

A vinda de Cristo à Terra foi o princípio de um novo reinado que perdurará. A preparação para esse reinado começou 12.000 anos atrás quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, estava no Signo de Libra. Cristo trouxe a nós o amor espiritual que é independente da “carne e do sangue”.

O sacrifício de Cristo não foi um acontecimento que, tendo lugar no Gólgota, se efetuou em umas poucas horas, de uma vez para sempre. Os místicos nascimentos e mortes de Cristo são eventos cósmicos contínuos. Esse sacrifício é necessário para nossa evolução física e espiritual durante a presente fase de nosso desenvolvimento, até que um número suficiente de nós se tenha espiritualizado o bastante para manter a Terra em levitação, em sua órbita, libertando esse grande Espírito de Sua Crucificação anual. Como diz Max Heindel em relação a essa ocorrência anual: “No decorrer da noite mais escura do ano, quando a Terra dorme profundamente a partir do Equinócio de Setembro, quando as atividades materiais estão em seu ponto mais baixo, uma onda de energia espiritual traz em sua crista a Divina Palavra Criadora, desde os Céus até a Terra, no nascimento místico do Natal. Como uma nuvem luminosa, esse impulso espiritual envolve e penetra o mundo que não o conheceu”. Essa divina Palavra criadora tem uma mensagem e uma missão: “Nasceu para amar o mundo e dar Sua vida por ele, e é necessário que sacrifique Sua Vida para levar a cabo o rejuvenescimento da Natureza. Gradualmente se espalha dentro da Terra e começa a infundir sua energia vital entre as milhões de sementes que jazem dormentes no seio da Terra. Sussurra o alento de vida, a Palavra Criadora, nos ouvidos das aves e dos animais, até que esse Evangelho de boas novas tenha alcançado toda a criatura vivente”.

“Esse sacrifício atinge sua consumação no Domingo da Ressurreição. Cristo, dessa forma, morre na cruz da Terra nesta data – em um sentido místico – enquanto lança seu último grito triunfante, ‘Consumado está’. A criação inteira faz eco à essa canção celestial, e uma legião de línguas a repete sem cessar. As pequenas sementes do seio da Terra-mãe começam a germinar, e seus rebentos, a sair em todas as direções. Das tribos de animais e aves, a palavra de vida ressoa como uma canção de amor que as incita a multiplicarem-se. Geração e multiplicação estão por todas as partes. O espírito elevou-se para uma vida mais abundante”.

Essa onda anual de vida leva consigo toda a consciência do Cristo Cósmico. A conexão entre a morte do Salvador na cruz da Terra por ocasião da Páscoa, e a energia vital que se expressa tão profusamente a partir do Equinócio de Março, é “a chave” de um dos mais sublimes mistérios encontrados pelo Espírito humano em sua peregrinação, desde seu estado mais rudimentar até Deus.

Quando alcançamos a etapa em que desejamos a total libertação da dor, mais que nenhuma outra coisa, e começamos a trilhar o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, por meio da pureza e do sacrifício próprio, somos instruídos nos Mistérios do Gólgota, no Cálice do Graal, no Sangue Purificador e na Cruz de Rosas. Cristo, em Sua última reunião com Seus Discípulos, tomou o Cálice como um símbolo do Novo Testamento. Ele não é uma taça comum na qual se possa verter qualquer líquido, nem foi o líquido em si que possuía a potência para ratificar o novo convênio. O grande Mistério está no fato de que o cálice e seu conteúdo eram partes integrantes e indispensáveis de um Todo Sublime. A palavra alemã para cálice é “kelch”; a latina “calix”; ambas representam a envoltura exterior da semente e da flor. A palavra grega para cálice é “potarion”, que significa receptáculo. As palavras inglesas potente e impotente, significativas da posse ou da falta de virilidade, nos mostram o profundo significado da palavra grega que obscurece nossa evolução de ser humano a super-homem.

Estamos sofrendo de uma ferida que não cicatriza, uma ferida feita pelo abuso da força sexual criadora. Perdemos esse poder devido aos excessos de nossa natureza baixa ou inferior. Desde os tempos de Adão e Eva – que simboliza cada um de nós – comeu da do fruto da Árvore do Conhecimento (geração sexual quando e como quiser), o uso errôneo e o abuso dessa força sexual criadora tem sido a causa da nossa fraqueza. Toda a “carne” foi concebida em paixão e pecado.

A geração da planta, pelo contrário, é pura e imaculada. A flor perfumada, especialmente a rosa, se destaca simbolicamente em oposição direta à carne apaixonada. A flor é o órgão gerador da planta. Ela nos diz que a Imaculada Concepção, em amor e pureza, é o caminho para a paz, para a felicidade e para o progresso. A paixão animal nos afasta do caminho, e foi o conhecimento da necessidade absoluta de castidade por parte daqueles que tiveram um despertar espiritual (exceto quando a procriação seja necessária), que ditaram as palavras de Cristo ao dar o Cálice como um símbolo da Nova Dispensação. O Cálice representa o recipiente da flor em que se conserva a essência da vida, a semente. O Cálice do Graal representa cada um de nós e o nosso poder criador sem mancha. É o ideal através do qual o Místico que despertou, aprende a respeito do “Sangue Purificador de Cristo”. S. Paulo, o Apóstolo, afirmou que todo aquele que participa do cálice da comunhão indignamente, sem viver uma vida de pureza, está em perigo de doença e morte.

O sagrado mistério desse Cálice da Nova Dispensação é a chave para o Mistério do Gólgota. Quando tivermos aprendido, por meio do sofrimento e da dor, a beber desse cálice dignamente, encontraremos a “Luz” dentro de nós mesmos, “Luz” que nos guiará ao Senhor do Amor. “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar.” (Apo 3:8).

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – julho/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia e a Páscoa

A Páscoa é sempre calculada da mesma forma[1], conforme é requerida pela tradição oculta, para apropriadamente simbolizar a significância cósmica do evento, e a esse respeito, ambos o Sol e a Lua são fatores necessários, já que a Páscoa não é, meramente, um festival solar. Não é somente a passagem do Sol pela linha do Equador, como ocorre todos os anos no Equinócio de Março que conta aqui, mas a Lua Cheia deve ter ocorrido após o Equinócio de Março. Então, o próximo domingo será a Páscoa, o dia da Ressurreição.

A luz do Sol de março deve ser refletida pela Lua Cheia, antes que o dia amanheça na Terra, e nisso há um profundo significado sobre esse método de determinar a Páscoa, como foi dito acima; e esse é o significado oculto: a humanidade não estava suficientemente evoluída para receber a Religião do Sol, a Religião Cristã de Fraternidade Universal, até que essa mesma humanidade fosse, completamente, preparada por meio das Religiões da Lua, as quais segregam e separam a humanidade em grupos, nações e raças. Isso tudo é simbolizado pela elevação anual do Espírito do Sol na Páscoa que vai sendo adiado até que a Lua Jeovística tenha trazido de volta e completamente refletido a luz do Sol da Páscoa.

Todos os fundadores das Religiões de Raça: Hermes, Buda, Moisés, etc. foram Iniciados nos Mistérios Jeovísticos. Eles eram Filhos de Seth. Nessas Iniciações eles se tornaram repletos de alma pelos seus respectivos Espíritos de Raça, e de cada um desses Espíritos de Raça falando através da boca de tais Iniciados forneceu as Leis ao seu povo, como por exemplo: o Decálogo de Moisés, as Leis de Manu, as verdades nobres de Buda, etc. Essas Leis manifestaram o pecado, porque o povo não as cumpria e não poderia guardá-las naquele estágio de evolução. Como consequência, esses povos produziram uma quantidade de Dívidas de Destino. O Iniciado e humano fundador da Religião de Raça tinha tomado para si mesmo essas Dívidas de Destino coletivo e, por isso, ele tinha que renascer de tempos em tempos para ajudar seu povo. Então Buda renasceu como Shankaracharya e teve outros inúmeros renascimentos. Moisés renasceu como Elias e, depois, como João Batista, mas Cristo, por outro lado, não precisou nascer, nem mesmo a primeira vez. Ele fez isso por Sua livre vontade para ajudar a humanidade, para revogar a lei, que traz o pecado, e emancipar a humanidade da Lei do pecado e da morte.

As Religiões de Raça do Deus lunar, Jeová, transmitem a vontade de Deus para a humanidade de um modo indireto por meio de videntes e profetas que foram instrumentos imperfeitos, assim como os raios lunares refletem a luz do Sol.

A missão dessas Religiões foi preparar a humanidade para a Religião universal do Espírito Solar, Cristo, que se manifestou entre nós sem um intermediário, como a luz que vem diretamente do Sol e “nós vimos Sua glória como o único primogênito do Pai[2], quando Ele ensinou o Evangelho do amor. A Religião Cristã não fornece Leis, mas prega o amor como um complemento da Lei. Portanto, nenhuma Dívida de Destino é gerada sob ela, e Cristo – que de antemão não tinha a necessidade de nascer – não será levado ao renascimento sob a Lei de Consequência, como foram os fundadores das Religiões de Raça lunares, que devem suportar, de tempos em tempos, os pecados de seus seguidores. Quando Ele aparecer será em um Corpo formado dos dois Éteres Superiores: o de Luz e o Refletor, o Dourado Manto Nupcial ou Corpo-Alma, chamado de Soma Psuchicon, por São Paulo que era muito enfático em sua asserção quando disse: “a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus[3]. Ele afirma que nós devemos nos transformar e ser como Cristo, e se nós não podemos entrar no Reino em um corpo carnal, seria absurdo supor que o Rei da Glória usaria tal vestimenta, pesada e grosseira.

(retirado dos escritos de Max Heindel, Publicada na Revista Rays from the Rose Cross, de Março de 1978 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: (Ref.: Inst. Inf. UFRS) Para calcular o dia da Páscoa (Domingo), usa-se a fórmula abaixo (Fórmula de Gauss em 1750), onde o ANO deve ser introduzido com 4 dígitos. O Operador MOD é o resto da divisão. A fórmula vale para anos entre 1901 e 2099. A fórmula pode ser estendida para outros anos, alterando X e Y conforme a tabela a seguir (criada por Gauss até 1999 e estendida pelo autor até 2299):

faixa de anosXY
15821599222
16001699222
17001799233
18001899244
19002019245
20202099245
21002199246
22002299257

Para anos entre 1901 e 2099:
X=24
Y=5
a = ANO MOD 19
b= ANO MOD 4
c = ANO MOD 7
d = (19 * a + X) MOD 30
e = (2 * b + 4 * c + 6 * d + Y) MOD 7

Se (d + e) > 9 então DIA = (d + e – 9) e MES = Abril
senão DIA = (d + e + 22) e MES = Março

Há dois casos particulares que ocorrem duas vezes por século:

  • Quando o domingo de Páscoa cair em Abril e o dia for 26, corrige-se para uma semana antes, ou seja, vai para dia 19;
  • Quando o domingo de Páscoa cair em Abril e o dia for 25 e o termo “d” for igual a 28, simultaneamente com “a” maior que 10, então o dia é corrigido para 18.

Neste século estes dois casos particulares só acontecerão em 2049 e 2076.

[2] N.T.: Jo 1:14

[3] N.T.: ICor 15; 50

[1] N.T.: Jo 1:14

[2] N.T.: ICor 15; 50

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Salvos dos Períodos de Tribulação

Depois disso, vi quatro Anjos, postados nos quatro cantos da terra, segurando os quatro ventos da terra, para que o vento não soprasse sobre a terra, sobre o mar ou sobre alguma árvore. Vi também outro Anjo que subia do Oriente com o selo do Deus vivo. Esse gritou em alta voz aos quatro Anjos que haviam sido encarregados de fazer mal à terra e ao mar: ‘Não danifiqueis a terra, o mar e as árvores, até que tenhamos marcado a fronte dos servos do nosso Deus’. Ouvi então o número dos que tinham sido marcados: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel.” (Ap 7:1-4).

Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me: ‘Estes que estão trajados com vestes brancas, quem são e de onde vieram?’. Eu lhe respondi: ‘Meu Senhor, és tu quem o sabe!’. Ele, então, me explicou: ‘Estes são os que vêm da grande tribulação: lavaram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus, servindo-o dia e noite em seu templo. Aquele que está sentado no trono estenderá sua tenda sobre eles: nunca mais terão fome, nem sede, o sol nunca mais os afligirá, nem qualquer calor ardente; pois o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, conduzindo-os até às fontes de água da vida. E Deus enxugará toda lágrima de seus olhos’.” (Ap 7:13-17).

A Lei do Renascimento, uma das leis básicas expostas pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, está sob a administração de Grandes Seres chamados os Anjos Arquivistas ou Senhores do Destino ou, ainda, Anjos do Destino. Eles cuidam de que todo o indivíduo tenha a chance de obter tanto de experiência quanto ele ou ela possa resistir. Se for necessário para uma pessoa permanecer mil anos nos Mundos invisíveis entre dois nascimentos, ali permanecerá. Os que evoluíram mais depressa precisarão ficar nos planos superiores apenas umas poucas centenas de anos, como sucedeu a Max Heindel, que ficou trezentos. Os Anjos Arquivistas ou Senhores do Destino são os “quatro Anjos” mencionados por São João quando conta a visão que teve.

Os “servos de Deus”, a que São João se refere como “assinalados” em sua testa, num total de 144.000, são aqueles que viveram de acordo com as leis de Deus, de acordo com o que fizeram os “vestidos brancos”, o “Traje Dourado de Bodas” ou Corpo-Alma (composto dos dois Éteres superiores do Corpo Vital), que será essencial como condição de vida na seguinte grande Época, a Nova Galileia. Nove é o número da humanidade (a soma de 144.000 dá esse número: 1+4+4=9). Indica-se que uma porção da humanidade evolucionará através de grande tribulação – suficientemente para fazer a transição para a Sexta Época.

Na Nova Galileia a humanidade terá um corpo mais eterizado do que agora. A Terra será transparente também. Como resultado, esses corpos serão muito mais sensíveis aos impactos espirituais da intuição. Tal corpo nunca se cansará porque não haverá noite. A Nova Galileia será um lugar de paz (Jerusalém). A Fraternidade Universal unirá todos os seres da Terra através do amor. Não haverá morte porque a Árvore da Vida, a faculdade de gerar a força vital, se tornará possível por meio do órgão etérico que existirá na cabeça dos que se tiverem desenvolvido, os quais serão os pioneiros da humanidade daquela época.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – novembro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Classes do Pensamento-forma

Os Pensamentos-formas diminuem em poder, na proporção da distância percorrida por eles. A distância percorrida e a persistência que os tornam efetivos dependem da força, da exatidão e da clareza do pensamento original.
De maneira geral, os Pensamentos-formas podem ser agrupados em três classes específicas:

1) Um Pensamento-forma pode ter o aspecto do pensador. Isso frequentemente acontece. Uma pessoa pode desejar intensamente estar em um determinado lugar e, como resultado, o pensamento adquire forma e viaja para aquele lugar determinado. Muitos clarividentes inexperientes viram tais Pensamentos-formas de amigos ou parentes e, não conhecendo a natureza do que viram, ficaram muito perturbados por eles. O clarividente treinado reconhece-os imediatamente;

2) O Pensamento-forma que adquire a forma de algum objeto material. Por exemplo, uma pessoa pode pensar em um livro predileto e imediatamente aquele livro, quando ela o invoca, aparece na sua aura como o Pensamento-forma de um livro. Pode ser também uma flor predileta, ou mesmo um amigo. O arquiteto constrói um Pensamento-forma da casa que deseja construir; o artista constrói um Pensamento-forma do quadro que deseja pintar; o escritor constrói Pensamentos-formas dos personagens, do cenário, etc., que ele deseja usar em seu livro. Lembremos que é a vontade do indivíduo que origina Pensamentos-formas, e estes têm uma certa quantidade de vontade incorporada neles. Frequentemente, depois que são criados, eles procuram manter-se dentro da consciência do pensador, a ponto de se tornarem, muitas vezes, indesejáveis, especialmente se o pensador mudou sua ideia a respeito do assunto que eles representam. A única maneira de libertarmo-nos de tais pensamentos desagradáveis é por meio da indiferença. Se tentarmos lutar contra eles, a força adicional desprendida irá mantê-los vivos e irá trazê-los à Mente com mais frequência;

3) Os pensamentos que adquirem uma forma totalmente própria expressando sua natureza inerente. Pensamentos-formas de ódio adquirem formas ameaçadoras horríveis; a raiva forma figuras pontudas e afiadas; a avareza e a inveja formam massas iguais a ganchos que se projetam como para agarrar o objeto desejado e puxá-lo para si. O amor manifesta-se como nuvens rosadas; a devoção, como lindos objetos graduando o azul-claro até ao branco; a oração cria a forma de um funil voltado para cima, para o espaço. Todos esses Pensamentos-formas parecem estar cheios de vida e vibram em um grau intensamente elevado. Naturalmente, todos têm cor e som.

Os Pensamentos-formas dirigidos para um indivíduo produzem um resultado muito interessante. Ou eles encontram entrada na aura do indivíduo, ou ricocheteiam da aura daquela pessoa e retornam ao remetente. Todo Pensamento-forma carrega um determinado grau de vibração, e só pode afetar o indivíduo que tenha uma vibração semelhante.

Se um Pensamento-forma é gerado por um motivo mal e é enviado a uma determinada pessoa, se não existir nenhuma vibração semelhante dentro da aura dessa pessoa, ele não pode, de maneira alguma, afetar sua aura. Consequentemente, ele retorna ao seu criador, ricocheteando com a mesma força com que foi enviado. Todos os impactos externos alcançam o Ego através do Corpo Vital, cujos dois Éteres superiores, o Luminoso e o Refletor, formam o Corpo-Alma. É este veículo que repele todos os maus pensamentos, contanto que esteja suficientemente organizado, pois ele age como um bumerangue, isto é, reverte para aquele que enviou o mau pensamento, o mesmo mal que desejou provocar na pessoa alvejada. Se os frequentadores de certos ambientes que são alimentados por pensamentos e/ou desejos inferiores pudessem ver o enxame de maus Pensamentos-formas arremessando-se de um lado para outro, e ouvir os tons barulhentos, sensuais, insinuantes, emitidos por eles, abandonariam tais lugares tão rapidamente como sairiam de um hospital ou de um edifício infectado por doenças transmissíveis pelo ar. Esses lugares devem ser evitados, pois essas vibrações pervertidas só servem para instigar o mal e fortalecê-lo.

(Leia mais no Livro A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Tenho dificuldade em compreender as palavras de Max Heindel sobre a entrada periódica de Cristo na Terra em cada Natal, para lá sofrer até a Páscoa. Um Espírito pode sofrer? Também não o compreendo quando diz que Cristo está no centro da Terra e que, quando um número suficiente de discípulos estiver preparado, Cristo será libertado e os discípulos se encarregarão de sustentar a Terra. Essa teoria parece exigir a necessidade de Hierarquias diferentes para controlar os vários Planetas.

Resposta: Resumimos consideravelmente a pergunta, mas os pontos essenciais ali estão. A primeira pergunta é: “Um espírito pode sofrer?” Sabemos que quando uma pessoa sofre um acidente e perde uma perna, essa perna não sofrerá mais. Ela foi removida do Corpo Vital e a sensação desaparece. Por outro lado, o ser humano que perdeu a perna, com toda certeza, sofrerá intensamente, e se ele for de temperamento excessivamente nervoso, terá menos possibilidade de recuperar a saúde que outro de pouca sensibilidade que talvez só conheça nervos pelo nome. Mas o sofrimento físico não é nada comparado à angústia mental. Quem não preferiria sofrer a mais atroz dor de cabeça a sentir remorso decorrente de uma ação má, feita impulsivamente? Esta é, pois a “dor” que o Espírito pode sofrer, em virtude tanto de causas físicas quanto espirituais.

Pode agora o consulente compreender o que significa ser um Espírito livre e restringir-se, conscientemente, dentro de um veículo limitado? Talvez isso seja impossível para alguém que nunca experimentou essa sensação.

Quando os Auxiliares Invisíveis, que retém sua consciência quando estão fora e longe do Corpo Denso, voltam de manhã para reentrar neste Corpo Denso que tanto prezamos, que velamos como sendo tão precioso (afinal ele é o mais desenvolvido que todos os outros nossos veículos e, portanto, o mais próximo de alcançar a perfeição), isso lhes causa (a eles que o viram de fora) o mais intenso desgosto. Ele sente repugnância ao ter que entrar nessa coisa morta, fria e pegajosa, que jaz sobre o leito. Somente o mais elevado senso do dever pode obrigá-lo a entrar. Esse sentimento o abandona tão logo entre, pois, então, muda o ponto de vista. Não obstante, permanece como uma lembrança durante todo a dia. De maneira semelhante, o Cristo Cósmico chega no centro do Planeta Terra anualmente, no Solstício de Dezembro, embora num sentido diferente do que acontece conosco. É antes pela projeção de uma parte de Sua consciência, que é, então, aprisionada na Terra e trabalha pela eterização do nosso Planeta (ou seja: torna-lo predominantemente formado de Éteres, da Região Etérica do Mundo Físico, já que estamos nos esforçando, consciente ou inconsciente para viver em um Corpo formado só do dois Éteres superiores do Corpo Vital, conhecido como Corpo-Alma). Sofre e sente tudo o que uma consciência pode sentir no Corpo Denso. Ele sente tanto a falta de moralidade quanto o meio físico que o circunda e, portanto, a porção que cabe a Cristo é muito mais acentuada. Portanto, também é nossa responsabilidade moral esforçarmo-nos por encurtar, e não prolongar, o tempo que Ele deve suportar nosso fardo e sofrer por nossas más ações.

O consulente certamente leu na Bíblia a passagem referente aos Sete Espíritos diante do Trono (Ap 8). Eles são os Sete Espíritos Planetários, facilmente identificáveis no simbolismo. Necessitaríamos de mais espaço do que dispomos aqui para elucidar esse assunto. Tal assunto é, contudo, explicado no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Todos conhecem as palavras de São Paulo a respeito do nascimento de Cristo dentro de cada um de nós (o Cristo interno). Também, Angelus Silesius nos ensina:

“Embora Cristo nasça mil vezes em Belém,

Se não nasce dentro de ti, tua alma seguirá extraviada.

Olharás em vão a cruz do Gólgota,

Enquanto ela não se erguer em teu coração também”.

Esse Princípio de Cristo todos nós devemos desenvolver interiormente; ele é, também, o Dourado Manto Nupcial com o qual aqueles que são “o noivo encontrarão seu Senhor”, quando da Sua vinda. O nome desse manto é soma psuchicon na Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, 15:44, que foi traduzido como corpo “natural”, palavras que deviam ser eliminadas e substituídas por Corpo-Alma. A Bíblia nos ensina que devemos encontrar o (nosso) Senhor no ar (Terra eterizada). Verdadeiramente, “a carne e o sangue” não podem herdar o Reino de Deus.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz novembro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Fraternidade Rosacruz, a Ordem Rosacruz e a Iniciação

Quando se fala em “Iniciação”, a maioria das pessoas pensa imediatamente em uma cerimônia de admissão em alguma sociedade secreta, ou marcos de superação de etapas no meio da tal sociedade.

Iniciar é encetar algum empreendimento ou instruir alguém nos princípios básicos, elementares do trabalho de alguma sociedade.

Mas, tomada no sentido oculto, essa palavra assume um significado todo especial. Faz-nos imaginar um encontro com um Iniciado, possuidor de conhecimentos e poderes sobrepostos ao ser humano comum; alguém já amadurecido por provas, cujo conteúdo educativo escapa à consciência da maior parte do gênero humano.

O advento do Cristo ensejou a possibilidade dessa realização a todos. Anteriormente, só era possível a certas famílias ou grupos selecionados, preparados adequadamente através de gerações. Como exemplo podemos citar a tribo dos Levitas, dentre os quais se escolhiam os sacerdotes.

O caminho da Iniciação é a reta e estreita senda ilustrada no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” por meio do Caduceu, ao redor do qual encontra-se enroscada as serpentes. A maioria das pessoas trilha o caminho serpentino. O estreito e reto caminho da Iniciação, entretanto, capacita seus seguidores a realizar em poucas vidas o que, ordinariamente, demandaria milhões de anos.

A finalidade da Iniciação é proporcionar ao Estudante Rosacruz uma oportunidade de desenvolver suas divinas faculdades e seus poderes latentes em um espaço de tempo relativamente curto, por meio de um método definido, adequado à sua constituição. Ele obtém, dessa forma, a expansão de consciência que toda a humanidade logrará a seu tempo, porém, em sua maioria através do lento processo da evolução comum.

Alguns vislumbres desses estados futuros podem ser percebidos. Todavia, das cerimônias nada pode ser revelado, porquanto todos os Iniciados fazem um voto de silêncio.

Há sete Escolas de Mistérios Menores e nove Iniciações correspondentes, as Iniciações ou Mistérios Menores. Há cinco Escolas de Mistérios Maiores e quatro Iniciações que lhes dizem respeito, as Iniciações Maiores ou Mistérios Maiores ou, ainda, as Iniciações Cristãs.

A Ordem Rosacruz é uma das Escolas de Mistérios Menores e seus ensinamentos são dirigidos particularmente ao Mundo Ocidental. São os Ensinamentos Rosacruzes ou Ensinamentos da Sabedoria Ocidental.

Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz são seres humanos. Encontram-se, todavia, muito além do nível comum da humanidade. Há doze Irmãos Maiores e um décimo terceiro — o “Cabeça” da Ordem Rosacruz. Somente esses Irmãos Maiores têm o direito de intitularem-se “Rosacruzes”. Todos os demais são, de fato e somente, Estudantes Rosacruzes. Sete deles trabalham no Mundo material – aqui na Região Química do Mundo Físico –, visando fortalecer o bem onde quer que o encontrem. Cinco Irmãos Maiores permanecem no Templo da Ordem Rosacruz: o trabalho deles é realizado nos planos internos – nos Mundos invisíveis ou Mundos internos.

Existem várias sociedades relacionadas à Ordem Rosacruz, constituindo manifestações de atividades antigas e já passadas da Ordem Rosacruz. Mas, a Fraternidade Rosacruz é o novo impulso e a mais recente mensagem da Ordem Rosacruz. Foi fundada por Max Heindel em 1909, sob a orientação direta do Irmão Maior encarregado dessa nova fase de manifestação dos Ensinamentos Rosacruzes aqui na Região Química do Mundo Físico.

O método Rosacruz de desenvolvimento auxilia e estimula o Estudante Rosacruz a cultivar o sentimento de compaixão por meio do conhecimento. Ensina-lhe, desde o princípio, a perceber a unidade subjacente em todas as coisas. Coloca-o em sintonia com o Infinito, convertendo-o em um verdadeiro cooperador e trabalhador no Divino Reino da Evolução, nesse Esquema de Evolução que todos estamos.

O Estudante Rosacruz se submete, inicialmente, a um Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, que representa o primeiro nível do Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Depois, ele se converte em um Estudante Regular, que representa o segundo nível do Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Nesse estágio deve permanecer pelo tempo mínimo de dois anos, findos os quais pode se qualificar para o terceiro passo ou nível: o Probacionismo, o que o torna um ou uma Probacionista. Como tal, receberá instruções especiais. Aprende a viver uma vida de serviço amoroso e desinteressado durante as horas de vigília, a fim de que possa se qualificar como Auxiliar Invisível durante a noite.

O quarto passo ou nível no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é o de se converter em Discípulo, recebendo, a partir daí, instruções individuais. É uma fase preparatória para a Iniciação. O quinto passo ou nível no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é se tornar Irmão Leigo ou uma Irmã Leiga. Aqui o Estudante Rosacruz entra na Ordem Rosacruz (mas jamais abandona a Fraternidade Rosacruz, pois aprendeu o caminho e está sempre ávido a ajudar a quem quer trilhar essa senda). Antes de dar esse passo, recebe a primeira Iniciação Menor e vai seguindo assim, Iniciação Menor por Iniciação Menor, até completar as nove Iniciações Menores. Max Heindel é um Irmão Leigo. O sexto passo ou nível no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é se tornar um Adepto, depois de se graduar nas nove Iniciações Menores e se graduar na primeira Iniciação Maior ou Iniciação Cristã. O sétimo passo ou nível no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é se tornar um Irmão Maior, graduando-se nas quatro Iniciações Maiores ou Iniciações Cristãs.

Um Iniciado pode sair do seu Corpo Denso ou entrar nele à vontade. Já não depende de condição física alguma, porquanto construiu, mediante o serviço amoroso e desinteressado prestado considerando unicamente a divina essência em cada ser humano, um Corpo-Alma ou Traje Dourado de Bodas, composto dos dois Éteres superiores do Corpo Vital. Este Traje de Bodas lhe serve como meio de funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico, fornecendo tudo que precisa para auxiliar nos processos da Cura Rosacruz, aprender e reter o conhecimento que adquiriu nessa Região e no Mundo do Desejo ou do Pensamento.

O Iniciado também pode ler na Memória da Natureza (inicialmente no seu reflexo mais confiável, na Região Abstrata do Mundo do Pensamento e aos poucos na verdadeira Memória da Natureza, localizada no Mundo do Espírito de Vida) em um grau considerável, que se amplia à medida que recebe outras Iniciações.

Enquanto ele se prepara para a Iniciação, o Estudante Rosacruz leva uma vida de serviço amoroso e desinteressado prestado considerando unicamente a divina essência em cada ser humano, a cada dia da sua vida, especialmente durante o estado de vigília. O Corpo-Alma cresce e se fortalece pelos atos, pelas obras e ações nobres (note que isso é fundamental, pois somente pensamentos, desejos, emoções e sentimentos não constroem um Corpo-Alma!). Quando tem evoluído suficientemente a sua Aura começa brilhar nos Mundos invisíveis. Isso atrai o Mestre, um Irmão Maior, que o ensinará a utilizar seus poderes latentes, iniciando-o nos Planos superiores, ou Mundos invisíveis.

A Iniciação é uma experiência pessoal do Estudante Rosacruz. Consiste em ensinar a ele a existência e a natureza de seus poderes latentes e a empregá-la nos planos internos. Não é uma cerimônia. Mas, depois de receber uma Iniciação é admitido a certas reuniões específicas (de Estudos e Rituais) realizadas no Templo etérico da Ordem Rosacruz.

Uma Iniciação é um passo cuja glória nem pode ser imaginada pela Mente comum. Aliás, não é fácil fazer ideia do que será o futuro do Estudante Rosacruz em liberdade, poder, glória e conhecimento. É um esplendor ilimitado, uma condição transcendente aos sonhos mais extravagantes da imaginação. Essa opção pode ser feita agora. Sim, agora mesmo, enquanto tratamos de percorrer os difíceis primeiros passos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Pode ser que a morte se interponha várias vezes. Mas é somente um episódio. É uma etapa entre muitas. O Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz permanecerá sempre aberto. Em relação a esse assunto, pode surgir uma pergunta: qual é a diferença entre um Clarividente voluntário, um Iniciado e um Adepto?

Um Clarividente, como o vocábulo indica, “observa claramente”. Sua visão é tão aguda a ponto de lhe permitir contemplar os planos que são invisíveis, aos olhos físicos, para a maioria. Ele observa, mas não conhece tudo o que está relacionado com o que vê. Ele meramente vê, da mesma forma como não conhecemos todas as coisas observáveis no Mundo Físico.

O Clarividente voluntário deve se esforçar para adquirir conhecimento, assim como fazemos, se desejamos aprender a tocar piano, dirigir um automóvel ou tantas outras coisas. Deve, antes de tudo, procurar compreender o que vê. Quando compreende e começa a fazer uso do conhecimento, torna-se um Iniciado.

Quando obtém poder sobre as coisas e forças dos Mundos Invisíveis, se converte em um Adepto. Para melhor compreender o significado da Iniciação, gravemos em nossas Mentes que toda a humanidade progride em ritmo lento, quase imperceptivelmente até os estados mais elevados de consciência.

O caminho é uma espiral, quando visto somente do ponto de vista físico. Porém, aparenta ser uma cinta em movimento, formando figuras semelhantes a “8” – uma lemniscata –, quando observado dos planos físico e espiritual.

Existem dois círculos convergindo para um ponto central: simbolizam o Ego em evolução. Um círculo representa a vida no Mundo Físico, do nascimento à morte. Cada ação praticada pelo Ego constitui uma semente lançada. Através dela ele colhe certa medida de experiência. Algumas sementes podem não vingar por negligência em seu cultivo: a vida assim não produzirá frutos.

A aplicação honrada aos negócios da vida e o esforço em aprender suas lições ensejam um acréscimo de oportunidades além daquelas já previstas. Dessa maneira, quando do desenlace, o Ego se enriquece com os mais preciosos frutos da vida. Principia, então, seu trabalho subjetivo de assimilação nos Mundos invisíveis.

A seu tempo, o Ego chega ao ponto central do movimento em forma de “8”, que podemos chamar de nascimento ou morte, conforme o lado de onde observamos. Tomou-se possuidor de faculdades e talentos adquiridos durante suas existências pretéritas. Pode ou não os empregar; contudo, disso depende seu crescimento anímico, o crescimento da alma.

Se, durante muitas existências, viveu somente para satisfazer a natureza física – ou “natureza inferior” – ou passou por elas sonhando com especulações metafísicas, abstendo-se da ação, da obra e do ato, será deixado para trás pelos mais ativos e progressistas (que priorizaram a ação, a obra, o ato). Os pioneiros são aqueles dinâmicos e de Mente aberta.

É preferível orar e trabalhar sendo um exemplo de espírito e combativo, do que viver orando sem realizar algo de útil, em obras, atos ou ações. Observemos, portanto, que o progresso espiritual depende da assimilação e, para isso, tem que haver a ação. É um processo lento, mas é só que convém à maioria.

Aqueles que escolhem o reto e estreito Caminho do desenvolvimento espiritual Cristão se enquadram em duas classes ou tendências distintas: a mística e a ocultista. O Cristão Místico segue o caminho da devoção por meio do amor. Esse, contudo, só se tornará algo concreto através do serviço amoroso e desinteressado prestado considerando unicamente a divina essência em cada ser humano. O Cristão Ocultista evolui por intermédio do conhecimento. Nele predomina uma tendência intelectual. É instruído em sua caminhada pela meditação sobre as experiências oriundas das sementes que plantou. A incorporação da essência dessas experiências produz o crescimento anímico, segundo a máxima ocultista: “Um dia é como mil anos e mil anos é como um dia”. Cada dia é como uma vida: é ação seguida de assimilação.

Mediante a prática dos Exercícios Esotéricos noturno de Retrospecção e matutino de Concentração, pormenorizadamente explicados no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, intensifica-se o processo de conscientização e fortalecimento internos.

Os Evangelhos — verdadeiras fórmulas de Iniciação — principiam pelo relato da Imaculada Concepção, terminando com a Ascensão. São maravilhosos ideais que concretizaremos em algum tempo futuro. Não somos, porventura, “Cristos em formação”?.

Alguns perguntam: “Por que os Iniciados são sempre homens?”. “Não é bem assim”, respondemos. Nos graus menores há muitos Iniciados do sexo feminino. Nos graus superiores há mais homens. Isso tem explicação: os Egos mais evoluídos têm a prerrogativa de escolher o sexo e, geralmente, optam por um Corpo Denso positivo (masculino). A vida altruísta espiritualiza o Corpo Vital (que na mulher já é positivo, mas normalmente, negativo no homem) extraindo dele a Alma, que é positiva sob quaisquer circunstâncias. O Iniciado possui, então, um instrumento da mais elevada eficiência.

Nunca será demais reiterar um ponto: nenhuma quantidade de dinheiro (ou qualquer outro bem material) pode comprar ou vender uma Iniciação. Muitas “Ordens” apregoam que podem conferir “iniciações” a quem lhes pague determinada importância em dinheiro. Qualquer organização pode formular cerimônias trabalhosas, teatrais e impressionáveis. Negras vestimentas, espadas ou sons de gongo podem fazer vibrar as emoções, sugerindo até uma sensação oculta. Porém, nenhuma cerimônia pode oferecer a experiência interna que constitui a própria Iniciação. Uma cerimônia não converte um depravado em santo. Nem o dinheiro pode operar semelhante transformação no caráter de uma pessoa.

Recordemos no Novo Testamento como São Pedro repreendeu a Simão, o Mago ou feiticeiro[1], quando esse pretendia comprar o poder espiritual: “Pereça o teu dinheiro, e tu com ele”.

A Iniciação modifica totalmente a vida do ser humano, dando-lhe uma confiança nunca possuída, envolvendo-o em um manto de autoridade.

Alguns indagam: por que as verdades espirituais permanecem ocultas à maioria? A resposta é simples: a maioria das pessoas ainda não desenvolveu suas faculdades nem aprimorou o seu caráter o suficiente para perceber essas verdades por si mesmas. Não podemos conhecê-las por meio dos cinco sentidos físicos.

A investigação das coisas espirituais constitui um dos objetivos da Iniciação. Há somente um instrumento adequado para investigar as coisas espirituais: é o Espírito (o Ego, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana) mesmo.

É necessário muito estudo e um longo período para o conhecimento de todas as coisas pertinentes à Região Química do Mundo Físico. Logicamente, é de se supor que o processo de habilitação para investigar os planos internos demande, igualmente, um bom tempo.

As ferramentas utilizadas pelo Ego são o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente dele. A Mente deve ser purificada pelo poder da vontade. O Corpo de Desejos deve ser mantido sob controle total do Ego. É uma parte importante do nosso Treinamento Esotérico controlar nossos desejos, sentimentos e emoções. O Corpo Vital deve ser disciplinado a fim de ser utilizado como veículo nos planos internos. Os dois Éteres superiores — Luminoso e Refletor — formam o Corpo-Alma, quando estão desenvolvidos, estando nesse caso mais estreitamente ligados ao Corpo de Desejos e mais suscetíveis de contato com o Ego.

Assim como o Corpo Denso cresce e se mantém pela assimilação do valor nutritivo dos alimentos, também o Corpo-Alma cresce por intermédio dos atos amorosos e desinteressados, das ações e obras amorosas e desinteressadas. Depois de algum tempo torna-se luminoso, atraindo o Mestre, um Irmão Maior. Esse ensinará o Estudante Rosacruz a sair do Corpo Denso dele com segurança, deixando-o aos cuidados dos dois Éteres inferiores (Éter Químico e Éter de Vida), para investigar livremente os Mundos invisíveis.

A busca do conhecimento deve objetivar sempre a prestação de serviço à humanidade. Nunca deve ser empreendida por mera curiosidade. Nossas condições presentes representam o nosso campo de esforço. Todo poder e conhecimento obtidos devem ser utilizados no melhoramento das condições e do ambiente em que vivemos. Temos que cumprir nossas obrigações imediatas. Nosso crescimento deve ser interno. Não devemos ser visionários, mas envidar esforços para lograr o domínio completo de nossas faculdades.

Existem provas no caminho? Esse caminho nos parece eivado de sacrifícios? Isso não será obstáculo, se olvidarmos nossa Personalidade, se deixarmos de pensar em nós mesmos, se trabalharmos pelo bem dos demais, procurando o bem em tudo e em todos, se focamos na nossa Individualidade.

O Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é difícil, mas é feito para chegar, desde que o Estudante Rosacruz tenha persistência, disciplina, paciência, fé, esperança e um desejo sempre presente de servir amorosa e desinteressadamente a divina essência em cada ser humano, que é a base da Fraternidade Universal.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Ora, vivia há tempo, na cidade, um homem chamado Simão, o qual, praticando a magia, excitava a admiração do povo de Samaria e pretendia ser alguém importante. Todos, do menor ao maior, lhe davam atenção, dizendo: “Este é o Poder de Deus, que se chama Grande”. Davam-lhe atenção porque ele, por muito tempo, os fascinara com suas artes mágicas. Quando, porém, acreditaram em Filipe, que lhes anunciara a Boa Nova do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, homens e mulheres faziam-se batizar. O próprio Simão, ele, também, acreditou. E, tendo recebido o batismo, estava constantemente com Filipe, admirando-se ao observar os sinais e grandes atos de poder que se realizavam. Os apóstolos, que estavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria acolhera a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João. Estes, descendo até lá, oraram por eles, a fim de que recebessem o Espírito Santo. Pois não tinha caído ainda sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em nome do Senhor Jesus. Então começaram a impor-lhes as mãos, e eles recebiam o Espírito Santo. Quando Simão viu que o Espírito era dado pela imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: “Dai-me, também, a mim este poder, para que receba o Espírito Santo todo aquele a quem eu impuser as mãos”. Pedro, porém, replicou: “Pereça o teu dinheiro, e tu com ele, porque julgaste poder comprar com dinheiro o dom de Deus!”. Não terás parte nem herança neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, desta maldade tua e ora ao Senhor, para que te possa ser perdoado este pensamento do teu coração; pois eu te vejo na amargura do fel e nos laços da iniquidade”. Simão respondeu: “Rogai vós por mim ao Senhor, para que não me sobrevenha nada do que acabais de dizer”. (At 8:9-24).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a diferença entre um médium em transe, um médium materializador, o Clarividente Voluntário treinado e a pessoa comum?

Resposta: De um modo geral, podemos dizer que a humanidade, atualmente, está dividida em duas classes: aquelas em que a conexão entre o Corpo Vital e o Corpo Denso está bem forte, e a outra classe em que a conexão está mais frouxa. Na primeira classe está a pessoa comum, que está engajada em atividades materiais e completamente sem nenhum contato com os Mundos espirituais. Na segunda classe estão os assim chamados sensitivos e, novamente, está dividida em duas classes. Uma classe que é positiva e está motivada pela vontade interna. Dessa classe se origina o Clarividente Voluntário treinado e o Auxiliar Invisível. A outra classe é negativa e está sujeita à vontade dos outros. Dessa classe os médiuns são recrutados.

Quando a conexão entre o Corpo Vital e o Corpo Denso de um indivíduo é um tanto frouxa, ele será sensível às vibrações espirituais e, se escolher se desenvolver pelo lado positivo ou voluntário, ele desenvolverá por sua própria vontade as faculdades espirituais, viverá uma vida espiritual e, com o tempo, receberá os ensinamentos necessários para se tornar um Clarividente Voluntário treinado e o dono da sua faculdade para exercê-la livremente quando ele quiser e precisar, em todo e qualquer momento.

Se uma pessoa tem essa leve frouxidão entre os Corpos Vital e Denso, e se escolher se desenvolver pelo lado negativo ou involuntário, ela está sujeita a se tornar presa de espíritos desencarnados[1], como um médium.

Quando a conexão entre o Corpo Vital e o Corpo Denso é muito frouxa, de modo que pode ser removida facilmente, e o indivíduo escolhe se desenvolver pelo lado positivo ou voluntário, ele pode se tornar um Auxiliar Invisível, capaz de retirar os dois Éteres superiores[2] de seu Corpo Vital à vontade e usá-los como um veículo de percepção sensorial e de memória. Ele pode, então, funcionar conscientemente nos Mundos espirituais e recordar de manhã de tudo o que ele fez por lá, de modo que, por exemplo, quando deixa seu Corpo Denso à noite, ele retoma a vida nos Mundos invisíveis de maneira totalmente consciente, como o fazemos aqui, quando acordamos de manhã após uma noite de sono e realizamos nossas várias atribuições no Mundo visível.

Quando uma pessoa possui essa conexão frouxa entre o Corpo Vital e o Corpo Denso e escolhe se desenvolver pelo lado negativo ou involuntário, os espíritos que estão presos à Terra e procuram se manifestar por aqui, podem retirar parte do Corpo Vital da pessoa, por meio do baço, e usar temporariamente os Éteres inferiores[3] desse Corpo para materializar formas espirituais, devolvendo os Éteres ao médium após terminada a sessão de manifestação.

(Pergunta nº 129 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: também chamados de Espíritos apegados à Terra, normalmente irmãos ou irmãs que morrem durante uma discussão, uma briga ou com um sentimento de raiva e vingança, ou ainda, muito apegado aos “seus” bens materiais.

[2] N.T.: Éter Luminoso ou de Luz e Éter Refletor.

[3] N.T.: Éter Químico e Éter de Vida.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Lei do Renascimento para você se perguntar: é lhe dado tarefas fáceis ou difíceis?

Dentre vários ensinamentos que lemos nas Epístolas de São Paulo há um muito interessante para entendermos a questão do título: “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl 6:7). Estas palavras foram escritas pelo Iniciado o Apóstolo São Paulo em uma Epístola aos Gálatas, que eram um grupo de pessoas que habitava uma província da Ásia Menor. São Paulo leva a Religião Cristã aquela gente, a quem amou de maneira muito especial, congregando-os em uma Igreja. Estando deles ausente, apareceram certos “mestres”; dentre eles três judeus e trataram de persuadir aquela gente a desprezar a Religião Cristã, que lhes tinha sido ensinada por São Paulo, e voltaram à antiga forma de adoração.

São Paulo viu claramente que para os Gálatas o retroceder depois de terem visto a luz significava atraso, em lugar de progresso, e que suas consequências seriam o incorrer em uma pesada dívida com o destino, que requeria eternidades para eles a liquidarem.

Sendo São Paulo um Iniciado, conhecia perfeitamente as Leis do Renascimento e as de Causa e Efeito e, por isso, sabia muito bem que se este povo contraísse uma tal dívida, teria de pagá-la alguma vez e em alguma parte, ao preço de grande dor e de profunda angústia. Por esta razão, São Paulo proclamou a Lei de Causa e Efeito a essa gente, dando-lhe o conhecimento dela em termos inequívocos: “Não vos enganeis: Deus não pode ser iludido; tudo o que o homem semear, isso também colherá“.

Se o Renascimento não fosse um fato, numerosas afirmações da Bíblia, semelhantes à que acabamos de citar, seriam difíceis de aceitar. De fato, seria absolutamente impossível para um homem ou uma mulher inteligente aceitar muitos fatos da vida, nem sequer em mínima parte. Por todas as partes vemos no mundo pessoas semeando sem cessar, sementes de maldade, discórdia, ódio, desonestidade, decepções, etc. e, contudo, ostentam-se prósperos e florescentes, como o verde loureiro proverbial. Aqueles cujas vidas são piores, acham-se com frequência, ocupando os mais altos cargos; entretanto vemos oprimidos, homens e mulheres de vida santa e Cristã.

E qual a resposta a esses diversos e complexos problemas que, constantemente, a vida nos está apresentando? Não têm eles respostas alguma? E a morte? Ainda os resultados da morte são incertos. Aniquila a morte a consciência?

Como resposta a tais perguntas, a maioria das pessoas dirá: “Creio nisto ou naquilo, mas nada sei”.

Há uma resposta para cada problema que a vida nos apresenta; os precursores da grande escola da vida, que avançaram e progrediram, puderam nos dar estas respostas. Eles não dizem: “creio” ou “penso”, mas dizem: “sei” -“Eu sei”. E como sabem? Porque adquiriram conhecimento de primeira mão. E de que maneira o adquiriram? Por meio da perseverança, devoção, observação e discernimento.

Antes que um homem ou uma mulher possa entender a vida, há de achar-se disposto ou disposta a aceitar como uma hipótese eficaz a de que o Renascimento é um fato e que toda a manifestação se explica pela Lei de Causa e Efeito. Uma vez que uma pessoa permita que entrem na sua consciência estes dois grandes fatos, tem já um ponto de apoio ou de partida para seus raciocínios.

Se o Renascimento é um fato, então todos nós temos vivido várias vidas anteriores à atual, e temos passado por numerosas provas. Temos sido arrogantes, cruéis, opressores, tiranos, injustos? Tem havido ocasiões em que temos sido bondosos, tolerantes, sensíveis, serviçais etc.? Pois bem, na atualidade somos a soma de nossas experiências anteriores, ou melhor, a soma de nossas reações à todas as nossas experiências passadas.

Cada criatura humana de nossa Onda de Vida tem-se iniciado na grande escola da vida, na Grande Escola de Deus, com iguais oportunidades. Durante cada vida foram-nos dadas certas lições. Quando as tivermos aprendido perfeitamente, teremos ganho em conhecimento e inteligência e teremos avançado.

Quando recusamos fazer nosso trabalho, e dissipamos nosso tempo vivendo preguiçosa ou licenciosa e desordenadamente, não só debilitamos, então, nossa estrutura moral, deixando para o lado o trabalho, senão que ao deixar para mais tarde o que devíamos ter feito hoje mesmo, deixamos para o dia seguinte uma tarefa mais dura e mais difícil de executar; e já não estaremos tão preparados para ela como estávamos ao ser-nos dada a primeira lição.

Mas esse trabalho há de ser executado alguma vez, em alguma vida, porque estamos desenvolvendo nossos próprios deuses, que absoluta e necessariamente hão de alcançar seu desenvolvimento, mercê de nossos próprios esforços.

O desenvolvimento das potencialidades latentes, dentro de cada indivíduo, não pode comprar-se, não pode achar-se ou receber-se como se fosse um gracioso donativo.

Depende de nossos próprios esforços perseverantes e resolutos, o que este crescimento progressivo encerra, e só nós estamos em possibilidade de apressá-lo ou retardá-lo. O indivíduo que diz: “Não tive nunca uma oportunidade na minha vida”, está-se enganando. Cada incidente que ocorre, e sucedem-se dezenas deles diariamente, nos subministra a oportunidade de desenvolver em alguma extensão algum poder potencial latente, em nosso interior, e as provas que sofremos, vem precisamente com esse objetivo. Não são meros acidentes com que tropeçamos, mas oportunidades dadas por Deus mesmo, para nosso crescimento, às quais devemos estudar bem e aproveitar tudo o que pudermos. Uma vez que nos dermos conta disso, cada dia de nossa vida se converte em uma grande e gloriosa aventura. Os mais humildes acontecimentos tornam-se grandes e maravilhosas experiências. O gorjeio de uma ave fere nossos ouvidos, estimula nosso sentido da audição e desenvolve nossa apreciação da verdadeira harmonia expressa em sons. Um humilde gusano, uma humilde minhoca, arrasta-se pelo solo aos nossos pés; o sentido da vista entra em ação; a cor daquela criatura se nos revela; a sua forma, a sua maneira de locomoção. Nosso poder de observação se vigoriza; o nosso interesse se estimula; a nossa Mente entra em atividade.

Começamos a estudar a vida, a verificar a nossa mentalidade e acabamos por aprender que tudo aquilo que existe é uma parte de Deus, que lenta, mas seguramente desenvolve dentro de si próprio, a Divindade.

A vida não nos aparece já como um confuso labirinto. É uma escola onde toda a criatura vivente recebe um ensino alegre e intenso. Nada há nela de opaco ou privado de interesse. São a Lei e a Ordem, trabalhando unidos, harmoniosamente. É o Amor em manifestação; é a atividade que nos revela em miríades de demonstrações.

Por que vemos ocupar altos postos aqueles que, segundo todas as aparências, carecem de algum mérito? Suas lições por um dia na Escola da Vida exigirão esse ambiente particular? Mas ai daquele que abuse de seus altos privilégios! Esse está criando uma tremenda dívida de destino, que não lhe será fácil pagar. Por que vemos sofrer opressão a uma pessoa digna? É com o objetivo de que possa aprender valiosas lições que hão de ser usadas em proveito de seus semelhantes, em vidas futuras, nas quais ocupará postos de grande influência e poderio. Tal pessoa não cometerá nunca o erro que seu irmão ou sua irmã menos adiantado ou adiantada poderia cometer ao achar-se numa posição semelhante.

O homem ou mulher que semeia sementes de discórdia, ódio, desonestidade, engano, etc. não pode ter a esperança de escapar ao castigo da Lei.

Qualquer coisa que um homem semear, isso mesmo colherá“, seja durante sua vida atual, seja durante alguma outra vindoura, a não ser que se arrependa do seu mau comportamento.

Reformem-se enquanto puderem, reparem o mal que tenham cometido. A razão de que não vemos o malfeitor pagar suas dívidas é porque não estamos capacitados, no atual estado do nosso desenvolvimento, para segui-lo vida após vida e saber quando se vencem essas dívidas.

Algumas vezes pagam-se durante a vida em que se contraíram; outras vezes levam-se através de um ou mais Renascimentos, mas nunca ficam por saldar.

A Lei de Causa e Efeito, é ensinada pela Bíblia, ainda que expressa com diferente terminologia: “Qualquer coisa que um homem semear isso também colherá“. Nem esta Lei nem a Lei do Renascimento são realmente novas, como poderia comprovar qualquer estudante da Bíblia, cuidadoso e dotado de espírito analítico. Na atualidade, contudo, está lhe dando uma importância muito particular, por parte das escolas avançadas de preparação espiritual, devido a que um número considerável de seres humanos completou já as lições ensinadas por meio da Religião Cristã ortodoxa, e se encontram já prontos para uma etapa mais adiantada na senda do progresso. Essa etapa mais avançada lhes abrirá os Mundos invisíveis onde reside o Espírito, ou verdadeiro “EU”, durante os intervalos entre a morte e o novo renascimento, e os capacitará para seguirem as pisadas do Espírito, ainda que esse faça suas diversas viagens, da morte ao nascimento e vice-versa.

Antes que um indivíduo possa chegar a essa etapa adiantada, há de construir um veículo que lhe permita funcionar nos Mundos invisíveis. Esse veículo se constrói determinando uma separação entre os dois Éteres inferiores (o Químico e o de Vida) dos Éteres superiores (Luminoso e Refletor), que são os veículos da percepção dos sentidos e da memória; podem então usar-se como tal, o veículo a que se chama o Corpo-Alma.

Em consequência, a “Senda da Preparação” precede a capacidade de adquirir conhecimento de primeira mão, o conhecimento direto.

O amoroso e abnegado serviço aos outros, a perseverança, a devoção, a observação e o discernimento são os meios de alcançá-lo. O serviço amoroso e abnegado aos outros atrai automaticamente ao indivíduo os dois Éteres superiores, a saber; o Luminoso e o Refletor, com os quais se constrói o “Corpo-Alma”.

O Éter Químico e o Éter de Vida são capazes de se encarregar das funções vitais do Corpo Denso, durante o sono. Mais tarde tem lugar uma separação entre estes dois Éteres inferiores e os dois Éteres superiores. Quando esses dois últimos Éteres que compõem o “Corpo-Alma” já se espiritualizaram o suficiente, por meio da observação, do discernimento e do serviço, uma simples fórmula, dada por um Mestre espiritual, capacita o Aspirante à vida superior a levar consigo o “Corpo-Alma” à vontade, junto com o seu Corpo de Desejos e a sua Mente. Fica assim equipado com seus veículos de percepção sensorial e de memória.

Qualquer conhecimento que possua no Mundo Físico está, então, à sua disposição para usá-lo nos Mundos invisíveis, e quando de novo entra em seu Corpo Denso, traz consigo, ao cérebro físico, memórias de suas experiências adquiridas durante seu funcionamento longe do próprio corpo e naqueles altos lugares.

Quando o indivíduo tenha construído esse veículo no qual funciona, pode visitar os Mundos invisíveis e fica com liberdade para explorá-los a seu gosto, e aprender neles as causas que produzem todos os efeitos que se manifestam no plano físico.

Pode, então, acompanhar uma criança, da morte ao renascimento e comprovar assim que a reencarnação é um fato.

Pode então compreender a vida e seu objetivo, e trabalhar em harmonia com todas as Leis da Natureza; e dessa maneira tem já em suas mãos não só o método de acelerar sua própria evolução, senão também o de ajudar os outros a fazerem outro tanto.

Todo o nosso progresso depende de que aprendamos as lições que se nos apresentam em nossa vida diária, sem ter em conta que sejam fáceis ou difíceis. Devemos agradecer cada lição e pôr-nos prontamente a aprendê-la. E devemos agradecer especialmente às difíceis e desagradáveis, pois indicam que fizemos consideráveis progressos no passado e que, por consequência, estamos já capacitados para aprendê-las. Às almas jovens e pouco experimentadas não são dadas tarefas difíceis para executar.

Cada dia está cheio de oportunidades que, nos tornam os donos delas e se as aproveitarmos tanto quanto possível, nos permitirão avançar rapidamente pelo caminho do verdadeiro desenvolvimento.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – setembro/1979 – Fraternidade Rosacruz-SP)

Idiomas