No Ritual do Serviço Devocional de Cura da Fraternidade Rosacruz lemos: “um só carvão não produz fogo, mas quando se juntam vários carvões, o calor latente em cada um deles pode converter-se em chama irradiando luz e calor”.
O poder dos números é insignificante no Mundo Físico, quando o comparamos com esse poder nos Mundos espirituais. Aqui contamos um, dois, três, quatro, etc.; nos Mundos espirituais o poder aumenta ao quadrado: dois, quatro, oito, etc., para as primeiras doze pessoas que assistem a um serviço. A partir da décima terceira pessoa, número aumenta esse poder ao cubo: três, nove, vinte e sete, etc. elevando-os ao poder do universo espiritual.
Observamos, pois, quão importante pode ser a presença do mais insignificante de nós, quando se trata de acumular e multiplicar nossas aspirações espirituais para o serviço da Humanidade.
Para assegurarmos o auxílio de todos os Estudantes Rosacruzes sérios e lhes dar a oportunidade de ajudar, publicamos o documento intitulado “Datas de Cura”, em que se tem todas as datas em que se deve oficiar o Ritual do Serviço Devocional de Cura, de maneira que cada um que esteja interessado, seja Probacionista, Estudante, paciente ou qualquer outra pessoa que queira, possa se recolher em seu lar, de preferência às 18h30 (se não puder, pode oficiar em outro horário, mas de preferência sempre no mesmo lugar), dirigindo seus pensamentos em amorosa compaixão em direção à rosa branca que fica no centro do Símbolo Rosacruz no Templo de Cura onde, nesses momentos, se descobre o Símbolo. O fortalecimento que se dá na soma de todos oficiando esse Ritual, lhes permitirá realizar um serviço maior em favor da Humanidade, pois, então, cada um de nós toma parte no trabalho!
O símbolo dos Auxiliares Invisíveis, no qual nos concentramos em Mount Ecclesia, é uma cruz branca, com sete rosas vermelhas e uma rosa branca e pura no centro, a dourada estrela radiante emanada da cruz e o fundo azul[1], estando tudo formosamente iluminado, um símbolo adequado da fulgência do Corpo-Alma em que viajam esses servidores.
Não é necessário fazer correções no tocante à hora, devido ao lugar de residências, porque o Sol irá recolhendo todas as aspirações em sua marcha, e quando os raios chegarem ao Templo de Cura da Fraternidade Rosacruz, no ângulo adequado, a influência será transmitida e se unirá com nossas aspirações que têm lugar a essa hora e nos ajudarão no trabalho.
Max Heindel nos diz que no passado, quando nossos esforços para socorrer aos doentes e enfermos se encontravam necessariamente restringidos aos Estudantes Rosacruzes que estavam lá em Mount Ecclesia, devido à carência de suficiente número de pessoas em nossas oficinas, muitas vezes faziam-nos esta pergunta: como podemos ajudar?
Este chamamento é a resposta a todos! Agora, existe uma legião de Auxiliares Invisíveis desenvolvidos, tanto entre os vivos como entre os “chamados” mortos, e contribuirão muitíssimo, no futuro, para afugentar a morte da face da Terra.
Conscientizemo-nos do glorioso privilégio que significa ser membro dessa legião; mantenhamos mais alto que em qualquer outra hora essa posição que pode ser-nos conferida, e esforcemo-nos para viver as exigências dessa tão nobre e elevada causa, para que, com o tempo se nos considere dignos de assumir maiores responsabilidades.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1982-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: se quiser obter uma cópia desse Símbolo é só enviar um e-mail para fraternidade@fraternidaderosacruz.com com: seu nome completo; seu endereço completo com CEP; seu e-mail; seu dia e mês de nascimento e se é Estudante Rosacruz ou não. Enviaremos sem custo e com o maior prazer para você.
Quando a pergunta “Por que você estuda a Filosofia Rosacruz?” é feita, nove Estudantes Rosacruzes em cada dez responderão, de modo fundamental: “Porque ela resolve problemas para mim cuja solução nunca encontrei em outro lugar”. As perguntas são aquelas eternas questões que, mais cedo ou mais tarde, colocam-se a todos nós: De onde viemos? Por que estamos aqui? Para onde vamos? Como pode um Deus de amor permitir que os seus filhos sofram de doença, pobreza e pecado, quando é onipotente e onisciente? Quem pode descrever a paz que entra na vida quando essas perguntas são respondidas de uma forma que satisfaz tanto a cabeça quanto o coração? Ou a alegria de saber, apesar da confusão e da aparente contradição superficial, que verdadeiramente “Deus está no Seu Céu e tudo está bem no mundo”?
Às vezes, porém, a satisfação completa da lógica e da razão tende a endurecer o coração e a represar as fontes de compaixão e simpatia que naturalmente se dirigiriam ao nosso irmão ou a nossa irmã em dificuldade. Quando aprendemos que a Lei de Causa e Efeito opera literalmente na vida de uma pessoa e em seu ambiente ou quando entendemos que a doença da qual ela sofre é parte da sua própria obra e, na verdade, é sua colheita tão verdadeiramente quanto a espiga de milho que ela colhe em seu milharal, temos a propensão de raciocinar assim: tudo isso é culpa dela mesma devido à sua própria ignorância, e sua salvação depende do seu próprio domínio da lição. Por que razão devo interferir no seu desenvolvimento, carregando o seu fardo? Por que tentar aliviá-la daquilo que foi provocado pela sua própria ignorância? Não permitirei assim que essa ignorância continue e, portanto, atrasarei o seu desenvolvimento, em vez de ajudar?
Esse raciocínio é friamente lógico e tem o sabor do pensamento deste mundo, mas não o da sabedoria divina. Devemos nos lembrar de que, embora a lógica e a razão tenham direito às considerações adequadas, elas não podem servir como único guia para o desenvolvimento espiritual. Devemos nos esforçar para obter um desenvolvimento global e elevar o nosso raciocínio mundano ao plano da sabedoria divina. Nesse desenvolvimento, tanto a simpatia de um coração amoroso deve ser satisfeita quanto a justiça exigida pela razão e pela lógica.
Os Anjos do Destino deram a todos os povos, em todos os tempos, uma luz adequada e suficiente para guiá-los em sua evolução e a nós ofereceram a Bíblia. Nela nos é dito claramente, em tom inequívoco: “carregai os fardos uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo. Pois cada um carregará o seu próprio fardo”[1]. Quando o Cristo nasce em nós, torna-se não apenas o nosso dever, mas também o nosso prazer, aprender a Sua Lei e aplicá-la a cada pensamento ou ato para que possamos crescer “até a estatura e a plenitude do Cristo”[2]. Como podemos então saber se estamos ou não interferindo no desenvolvimento do nosso irmão ou da nossa irmã e retardando o seu crescimento, quando carregamos com ele ou com ela, e por ele ou por ela, o seu fardo?
A “ovelha perdida”[3] que o Cristo veio procurar e salvar não é o indivíduo isolado que pode recorrer ao Crucificado para a salvação da alma dele. O sacrifício de Cristo foi pela Humanidade para salvá-la das suas trevas e da sua ignorância, e a ignorância e os pecados dos vários são a ignorância e os pecados de todos. Eu sou o guardião do meu irmão e da minha irmã porque a minha ignorância, tal como a dele ou a dela, é a causa da queda dele ou dela e eu também sou ignorante e pecador. Além disso, a salvação só se encontra em Cristo, que não veio para me salvar individualmente, mas a mim porque faço parte da Humanidade que estava e está perdida. A minha salvação não pode ser desfrutada na sua plenitude enquanto o que está perdido não for redimido. A minha vida está tecida e entrelaçada com a vida do meu irmão ou da minha irmã e, se a Luz raiou sobre mim, satisfazendo tanto o coração como a mente e me restituindo um Deus de amor e justiça, essa Luz revela também o fato de que o fardo do meu irmão ou da minha irmã não é mais individual do que a sua redenção.
Mas, o que significa a última parte do nosso texto: “Porque cada um deve carregar o seu fardo”? Não é isso uma contradição? Por que devo me preocupar com o problema do meu irmão ou da minha irmã, se no fim não posso carregá-lo? A resposta é que a única parte do fardo que podemos ajudar a carregar é o seu aspeto exterior — o alívio material. Apenas alguns de nós aprenderam a oferecer qualquer tipo de alívio a partir de um plano superior. Como somos propensos a engrandecer o material! Quando damos uma moeda para o mendigo ou lhe aliviamos a fome, pensamos que o ajudamos a suportar o seu fardo.
Quando nos compadecemos do nosso amigo ou da nossa amiga e ele ou ela segue o seu caminho com o coração mais leve e as forças renovadas, quanto vocês pensam que, na realidade, suportamos do seu fardo? Quando aliviamos o seu sofrimento, não estamos lidando em grande parte com o efeito, em vez da causa? Com que frequência procuramos cuidadosamente e em espírito de oração a causa do seu problema? Podemos, ou não, com mansidão e amor, mostrar para ele a Luz de tal forma que ele a possa compreender sem ser sobrecarregado pela nossa sabedoria superior ou oprimido pelo remorso?
Se tivermos feito tudo isso com humildade, não precisaremos que nos digam que “cada um deve carregar o seu fardo”. Há muito tempo enfrentamos nossas limitações e sentimos a nossa impotência. A origem de todo pecado é a ignorância e o seu único remédio é a sabedoria. A aquisição da sabedoria é um crescimento e o crescimento é um processo lento, puramente individual. Podemos ajudar nosso irmão ou nossa irmã a atravessar um caminho pedregoso, podemos firmar seus passos vacilantes e atar os pés que sangram, mas não podemos percorrer o caminho por ele. Cada um deve carregar o seu próprio fardo.
Não precisamos temer a interferência no desenvolvimento do nosso irmão ou da nossa irmã, quando lhe prestamos o nosso melhor serviço na sua hora de necessidade. Ao contrário, tenhamos medo é de negligenciar o serviço e retardar o nosso próprio crescimento. Nosso destino está entrelaçado com o dele ou com o dela; quando partilhamos o nosso pouco com ele ou com ela na sua hora de necessidade, aprendemos a tão necessária lição da confiança em Deus e não nos bens materiais ou no ambiente. Aprendemos, então, que o serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) é o caminho mais curto e mais seguro que nos conduz a Deus e que “aquele que quiser ser o maior entre vós, que seja o servo de todos”[4].
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Gl 6:2-5
[2] N.T.: Ef 4:13-16
[3] N.T.: Mt 18:10-14 e Lc 15:1-7
[4] N.T.: Mc 10:43 e Mt 20:26
Dezembro de 1915
As notícias que diariamente a mídia falada e escrita transmitem, muitas vezes nas primeiras páginas em grandes manchetes, são as que parecem de importância e interesse vital para todos, mas são rapidamente esquecidas, e as mídias que as publicaram logo a apagam, arquivam ou, se for em papel, jogam fora ou queimam. Do mesmo modo, a canção que está hoje em voga e na cabeça de todos é rapidamente relegada ao arquivo do esquecimento. Até os seres humanos que são lançados, como meteoros, na ribalta da popularidade são esquecidos juntamente com os fatos que motivaram a sua rápida fama – por isso, citando Salomão: “Tudo é vaidade”[1].
Mas, entre as mudanças caleidoscópicas que alteram constantemente o cenário mundial em seus aspectos moral, mental e físico há certos eventos cíclicos que, ainda que sejam recorrentes na natureza deles, têm entre si uma causa permanente e uma estabilidade que distingue o método macrocósmico do microcósmico em conduzir os fatos.
Quando no hemisfério norte é a estação da primavera, na época da Páscoa, o Sol cruza o Equinócio de Março, a Terra desperta do seu repouso invernal e sacode a branca camada de neve que a cobriu, como se fosse um manto de pureza imaculada. A voz da natureza é ouvida quando os pequenos riachos murmuram ao deslizar suavemente pelas encostas das montanhas em direção ao oceano. Essa voz também é ouvida quando o vento sussurra a canção do amor por entre as folhas recém-brotadas nas árvores dos bosques, o que impulsiona o botão e também a flor que produz o pólen, e este é levado por meio de asas invisíveis ao companheiro que o espera. Essa voz é ouvida nas canções de amor quando do acasalamento dos pássaros, e nas chamadas dos animais às fêmeas deles. Ela ressoa em todas as manifestações da natureza até que o nascimento de novas vidas compense as destruídas pela morte.
Quando no hemisfério norte é a estação do verão, o Amor e a Vida trabalham demasiada, longa, extenuante e fatigantemente com coração regozijante, pois eles são os Senhores que batalham pela existência, enquanto o Sol está exaltado nos céus no máximo de sua força no Solstício de Junho. No entanto, o tempo prossegue e chega outro ponto decisivo com o Equinócio de Setembro. Acalma-se o canto nas florestas; cessa o chamamento amoroso dos animais e dos pássaros e a natureza retorna ao silêncio. A luz decai à medida que crescem as sombras da noite, até que, no Solstício de Dezembro, a Terra se prepara para o profundo sono dela, pois precisa da noite de repouso após as atividades extenuantes do dia precedente.
Mas, da mesma forma que a atividade espiritual do ser humano é maior enquanto o seu corpo está adormecido, assim também, podemos compreender pela Lei de Analogia que a chama espiritual na Terra é mais radiante nesta época do ano, e é esta a ocasião propícia para o melhor desenvolvimento da alma, para a investigação e estudo dos mais profundos mistérios da vida. Cabe-nos aproveitar essa oportunidade e utilizar o tempo da melhor maneira possível. Não precisamos ter pressa nem ansiedade, mas trabalhar paciente e devotadamente, sem esquecer que entre todas as coisas que mudam no mundo, esta onda grandiosa de luz espiritual permanecerá conosco nas estações de inverno pelos anos que virão. Será cada vez mais brilhante à medida que a Terra e nós próprios evoluirmos, atingindo graus mais elevados de espiritualidade. Estamos trabalhando como precursores para difundir os Ensinamentos Rosacruzes, que ajudarão a iluminar o mundo durante os séculos que se seguirão ao atual. Há uma lei que diz: “Receberás na proporção que deres”. Agora, essa estação do ano é a mais propícia para dar e receber, então, vamos nos assegurar que a nossa luz brilhe na grande árvore cósmica do Natal, para que seja vista pelos seres humanos e que possa atraí-los para as verdades que nós sabemos serem de importância vital no desenvolvimento dos nossos semelhantes.
Concluindo essa carta, eu quero agradecer a cada um dos Estudantes Rosacruzes por sua cooperação nos trabalhos do ano passado. E que possamos, juntos, fazer um trabalho melhor e mais proveitoso no próximo ano.
(Carta nº 61 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Ecl 1:2
No início do Antigo Testamento somos informados de como a Humanidade caiu de sua pureza primordial no pecado, na tristeza e na morte inerentes à existência física[1]; no final desse mesmo Testamento há a promessa de que, no devido tempo, o Sol da Justiça surgirá com cura em Suas asas para nos salvar da tristeza, do sofrimento e da morte engendrados por nossa injustiça.
O Novo Testamento nos mostra o divino Hierarca, Cristo, realizando milagres como nunca antes. Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem e assim por diante; sim, até a morte é vencida por esse grande Espírito em nome do Pai, que Ele proclama como o Grande Médico que cura todos os males. Além disso, Ele afirmou que “a obra que eu faço vós também a fareis e maior”[2]. Ele até enviou Seus Discípulos para curar e dos dois mandamentos dados por Ele a seus seguidores — pregar o evangelho e curar os enfermos — um é tão obrigatório quanto o outro.
A Fraternidade Rosacruz tem se empenhado em seguir ambos os mandamentos nos últimos anos. Os Probacionistas que, pelo serviço fiel na vida cotidiana, conquistaram o privilégio de se tornar Auxiliares Invisíveis realizam um trabalho maravilhoso e cartas de gratidão de pacientes de todo o mundo atestam sua eficiência. O trabalho é dirigido pelos Irmãos Maiores através da Fraternidade Rosacruz.
A fim de aumentar a eficiência desse trabalho, há anos desejamos construir a Ecclesia[3], onde a Panaceia Espiritual poderá ser preparada; mas, até agora não conseguimos realizar essa ambição, o que mostra claramente que não estamos prontos; porque se estivéssemos, se tivéssemos realmente conquistado o privilégio, os fundos certamente viriam.
Como então podemos merecer esse privilégio? Essa é a grande questão e a resposta não é incerta. Somente na medida em que utilizamos ao máximo as oportunidades, as faculdades e os talentos que são nossos é que podemos esperar receber maiores oportunidades, mais talentos e melhores faculdades. E agora inauguramos uma nova atividade pela qual toda a Fraternidade Rosacruz, e não só aqui na Sede Mundial, pode participar e nos ajudar neste grande trabalho de cura.
Vocês deveriam ter visto a rapidez com que todos trabalhamos, como nos demos as mãos e nos encaixamos para que tivéssemos a Pro-Ecclesia[4] pronta para o serviço de dedicação que aconteceu na Noite Santa. E por quê? Porque naquela noite o poder espiritual do Sol chega ao topo, derramando uma bênção sobre o ar.
De 25 de dezembro a 25 de junho as atividades físicas estão em ascensão, ganhando força gradativamente, o que culmina no Solstício de Junho; e, então, abençoa o ser humano fisicamente com as coisas necessárias para o seu sustento material. Durante esse período, as atividades espirituais são difíceis de iniciar e, portanto, esperamos em silêncio até que a oportunidade chegou recentemente e realizamos o primeiro Ritual Devocional do Serviço de Cura na terça-feira, 23 de junho, às dezoito horas e trinta minutos, quando a Lua estava no Signo Cardinal de Câncer.
E, no futuro, um Ritual Devocional do Serviço de Cura será realizado na Pro-Ecclesia, naquela hora de cada dia em que a Lua alcançar os 15 graus em um dos Signos Cardeais ou Cardinais[5]. Decidimos oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura para aproveitar ao máximo a pequena Pro-Ecclesia e assim ganhar o privilégio de ter também a Ecclesia. Isso foi aprovado pelo Mestre e ele sugeriu que os Rituais do Serviço Devocional de Cura fossem oficiados quando a Lua estivesse nos Signos Cardeais. Mas, queremos dar um passo adiante em nossos esforços para garantir a eficiência; por isso, queremos acrescentar aos nossos esforços a ajuda de cada Estudante Rosacruz sério da Fraternidade Rosacruz.
Há uma passagem no Ritual Devocional do Serviço do Templo, que oficiamos nos serviços da Fraternidade Rosacruz que diz: “Um só carvão não produz fogo, mas, quando se juntam vários carvões, o calor latente em cada um deles pode converter-se em chama, irradiando luz e calor. De acordo com esta mesma Lei da Natureza, aqui estamos reunidos, irmanados pelas nossas aspirações espirituais para podermos acender e manter viva a chama da verdadeira Comunhão Espiritual.”.
O poder dos números é insignificante no mundo da existência física quando comparado com o seu poder no reino espiritual. Aqui os acréscimos ao poder de uma comunidade contam como um, dois, três, quatro…, mas lá o poder aumenta em uma proporção que pode ser comparada ao quadrado — dois, quatro, oito, dezesseis… — para cada 12 que ajudam no serviço espiritual. O 13º então aumentaria para outro reino superior do universo espiritual. Para fins de ilustração, podemos contar esse aumento pela potência de três: três, nove, vinte e sete…
Assim, você verá como até o mais fraco entre nós pode se tornar importante, quando reunimos nossas aspirações espirituais. Tampouco pode haver dúvida sobre a poderosa influência que terá sobre os doentes e enfermos. Para garantir a ajuda de todos os Estudantes Rosacruzes sérios e lhes dar o privilégio de ajudar, publicaremos no Echoes de Mount Ecclesia todos os meses as datas em que o Ritual Devocional do Serviço de Cura deve ser realizado[6]. Se cada Estudante Rosacruz se sentar em sua casa às dezoito horas e trinta minutos, oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura e, no momento da Concentração, focar no Símbolo Rosacruz que também está aqui[7] em Mount Ecclesia, símbolo esse que também representa várias características presentes e necessárias no Auxiliar Invisível, será manifesto, o amor, a simpatia e a força assim dados a esses Estudantes Rosacruzes que os capacitarão a prestar um serviço muito maior à Humanidade; cada um, é claro, fazendo a sua parte nesse trabalho.
O Símbolo Rosacruz que deve ser colocado em frente ao Estudante Rosacruz que está oficiando o Ritual e no lado oeste – e que também aqui em Mount Ecclesia – tem a rosa branca e pura que é o símbolo do coração do Auxiliar Invisível; tem as sete rosas vermelho-sangue que representam o purificado sangue do Auxiliar Invisível; tem a cruz branca que nos lembra a pureza do Corpo Denso do Auxiliar Invisível; e tem a estrela dourada de cinco pontas que simboliza o Dourado Manto Nupcial – o Corpo-Alma – do Auxiliar Invisível, tecido através de uma vida pura.
Não será necessário fazer correções a tempo para o seu local de residência, pois o Sol recolhe todas as aspirações à medida que avança e quando os raios no ângulo adequado chegarem ao Mount Ecclesia a influência dirigida para cá certamente será transmitida e se unirá às nossas, que ocorrem neste momento, para nos ajudar no trabalho.
Outro ponto nos ocorre em que fomos negligentes no passado. Recebemos o mandamento de deixar nossa luz brilhar, mas a modéstia nos impediu de deixar claro que numerosas curas estão realmente sendo realizadas pelos Auxiliares Invisíveis da Fraternidade Rosacruz que, é claro, estão trabalhando como agentes do nosso Pai no Céu, sendo Ele o Grande Médico. Isso deve ser sempre lembrado. E para remediar esse defeito, decidimos publicar todos os meses alguns extratos de cartas de pacientes que receberam ajuda e foram curados. Até agora, desde que começamos o trabalho de cura, poucos, certamente não mais do que meia dúzia, permanecem teimosos; os outros receberam ajuda. Eis alguns exemplos:
Aqui está alguém que teve abscessos no peito. Foi curada em poucas semanas. Ela diz em uma de suas últimas cartas.
Em relação ao abscesso em meu peito, fico feliz em dizer que está cicatrizando bem. Sinto que você me ajudou maravilhosamente.
Atenciosamente, R.N.S.
NSC, também com um abscesso, escreve:
Toda semana vejo melhora no meu caso e sou muito grato por isso. Eu não tinha ideia de que poderia me sentir tão melhor em tão pouco tempo. Ficarei realmente feliz, se puder aprender a ajudar os outros como você está me ajudando.
O seguinte é um caso de obsessão, em que a pessoa escreve:
Estou muito melhor e me sinto uma pessoa bem diferente agora que estou totalmente livre da influência; cada vez mais grato por sua ajuda. – A.B.
A carta a seguir é de uma mãe que solicitou a cura de seu filho. Ela diz:
Meu relatório para Eva esta semana é tão encorajador como sempre. Sua cabeça está curada e a audição é boa. Sua saúde geral é esplêndida. Sinto-me muito feliz com a recuperação dela e sou muito grata a você. – Atenciosamente, E.G.S.
A maior desvantagem de nossa atividade de cura vem da negligência dos Pacientes. Nossos requisitos são muito simples. Pedimos apenas que escrevam uma vez por semana com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA ou “pena mosquitinho” que você molha em um recipiente com tinta LÍQUIDA nanquim – para que os eflúvios etéricos, provenientes do Corpo Vital do Paciente durante a escrita possam fornecer ao Auxiliar Invisível uma chave de admissão no organismo do Paciente. Mas, por mais simples que seja essa regra, alguns não conseguem escrever, se esquecem, escrevem com outros tipos de canetas e até à lápis (!).
Aqui está o caso de uma pessoa que teve por muitos anos uma vértebra deslocada e que foi curada por nosso tratamento, embora osteopatas, quiropráticos e vários outros que tentaram imaginaram ser impossível substituir a vértebra. O pobre homem estava, portanto, com dores constantes e ficava na cama a maior parte do tempo, totalmente incapaz de trabalhar. O tratamento dos Auxiliares Invisíveis substituiu a vértebra e ela ainda está no lugar. O homem foi trabalhar e parecia maravilhoso. Mas, ficando tão entusiasmado com a ideia de que fosse totalmente livre, desconsiderou nossa instrução de continuar escrevendo para que nosso Auxiliar Invisível pudesse ter a chance de manter sua vértebra no lugar por um período de tempo suficiente até que permanecesse no local adequado. Agora vem a seguinte carta, mostrando que estávamos certos em pedir que ele fizesse isso e ele errou em não obedecer.
Ele diz.
Há pouco tempo escrevi que estava curado e interromperia minhas cartas semanais, mas agora vejo que cometi um grande erro. Desde então minhas costas doem quase o tempo todo e estou ficando com os ombros caídos novamente, embora a vértebra esteja no lugar onde estava a lesão. Parece que estou pedindo a muitos de vocês que assumam isso pela segunda vez, mas não percebi a influência que os Auxiliares Invisíveis tinham sobre mim e o quanto dependia deles. – Muito sinceramente, R.P.P.
(Publicado no Echoes from Mount-Ecclesia de julho de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: o que conhecemos como o evento chamado “A Queda do Homem”, tratado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos.
[2] N.T.: Jo 14:12
[3] N.T.: Templo de Cura da Fraternidade Rosacruz em Mount Ecclesia, Oceanside, EUA. Max Heindel lançou a pedra fundamental no dia 26 de novembro de 1914. Em maio de 1920, Max Heindel apareceu para sua esposa e disse que, conforme solicitado pelo Irmão Maior, era tempo de construir a Ecclesia ou Templo. No dia 29 de junho de 1920 foi iniciada a construção do Templo de Cura. No dia 24 de dezembro de 1920 foi inaugurado o Templo de Cura, às 22h30 com uma reunião em que participaram os Probacionistas e Discípulos da Fraternidade Rosacruz.
[4] N.T.: também chamada de Capela, foi inaugurada em 24 de dezembro de 1913
[5] N.T.: Áries, Câncer, Libra e Capricórnio
[6] N.T.: as “Datas de Cura” que são publicadas no nosso site www.fraternidaderosacruz.com aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/datas-para-realizar-o-servico-de-cura/
[7] N.T.: e que atualmente está no Templo de Cura.
Qualquer Religião ou Filosofia é benéfica unicamente na medida em que a praticamos em nossas vidas diárias e a capacidade de nossa compreensão é o grau em que traduzimos seus conceitos em ações, com o objetivo de ajudar.
Não podemos todos ser reis, presidentes ou líderes em nosso país ou esferas de atividades. Se, portanto, nossas circunstâncias são tais que não podemos ver nenhuma possibilidade, próxima ou distante, de executar coisas de “importância”, então, que podemos fazer para pôr em prática nossas ideias dentro de nossa própria família, da sociedade ou comunidade que pertencemos e na nossa vida diária de trabalho e atividades?
Para nós, Estudantes Rosacruzes, podemos atribuir que a Fraternidade Rosacruz, cujos ensinamentos estamos desejosos de aplicar, estão baseados ou conectados em alguma forma com Cristo, de maneira que, antes de tentar responder nossa pergunta, seria bom que tratássemos de entender, tão brevemente como seja possível, exatamente porque veio Cristo e o que foi que Ele procurou fazer e logo, tendo-O como nosso ideal, podemos, como Seus auxiliares, reajustar nossa pergunta inquirindo o que é que podemos fazer para continuar Sua obra.
Na Filosofia Rosacruz se nos ensina que Cristo veio preparar o caminho para a emancipação da humanidade do Espírito de Raça e Espírito de Família e reunir as raças, os povos e as nações separados em um vínculo de paz e de boa vontade, unindo toda a família humana em uma Irmandade Universal ou Fraternidade Universal, na qual todos, voluntária e conscientemente sigam a lei do Amor.
Cristo veio, portanto, preparar-nos para a libertação de qualquer tipo de governo externo, para fortalecer nossa Individualidade (nosso Tríplice Espírito) e o desenvolvimento da confiança própria pelo exercício do livre arbítrio.
À primeira vista, parece que ao fazê-lo, Ele frustraria Seu próprio objetivo de unirmo-nos a uma Fraternidade Universal de Amor, uma vez que, quanto mais duramente nos convertamos em indivíduos, mais nos inclinamos a ver unicamente nossos próprios direitos e ignorar os dos outros. Tornamo-nos imbuídos com um sentido de separatividade em que nos sentimos distintos dos demais seres, vivendo todos em um mundo no qual as condições são tais que devemos lutar por nossas próprias finalidades materiais, sem dar muita importância a se prejudicamos ou não aos demais nesse processo. É esse esforço para executar nossas próprias finalidades, sem considerar os outros, o que nos traz todas as lutas em nossas famílias e na sociedade, nos negócios e na vida em geral, quando estamos aqui renascidos.
Porém, com o desenvolvimento do nosso livre arbítrio, a ação e a reciprocidade de cada um durante o desenvolvimento dão um sentimento de responsabilidade pelo qual aprendemos a reconhecer os direitos dos outros e confessar que quando reclamamos nossos direitos queremos, na realidade, privilégios, porque não estamos preparados para assumir as responsabilidades que acompanham os direitos.
À medida que aprendermos a reconhecer os nossos semelhantes como indivíduos em estado de desenvolvimento, chegaremos à conclusão de que deve haver tolerância entre uns e outros e assim, gradualmente, obteremos a realização do ideal de Cristo representado onde todos, felizes e conscientes, seguem a lei do Amor. É, então, que começamos a perguntar a nós mesmos: onde posso me adaptar dentro do esquema das coisas? Que posso fazer para cooperar com a obra de Cristo e ajudar para que Seu ideal se realize? Uma vez que a forma ideal é que todos, satisfeitos e conscientes, sigam a lei do Amor, é evidente que qualquer coisa que façamos deve ser algo que ajudará a realizar o almejado e elevado estado de coisas.
Quando felizes e conscientes seguimos a lei do Amor, como poderá ela encontrar expressão em nossas vidas diárias? Seguramente no afeto e na ajuda, imbuídos com a simpatia que nasce da inteligência. Então não é a prática diária dessas coisas a resposta de nossa pergunta? Parece muito simples, porém quando tratamos de pô-las em prática, essas coisas não são nem simples e nem fáceis.
Na vida em família, quando as pessoas não vivem em harmonia, é sempre tão simples e fácil reconhecer o ponto de vista do outro com o objetivo de ter paciência e ajustar-se a si mesmo em vez de esperar sempre que o outro faça o ajuste necessário? Na vida dos nossos negócios, é fácil permanecer paciente e atento contra as injustiças dos superiores, os zelos dos colegas, as desonestidades dos concorrentes e os transtornos gerais da vida diária? E em nossa vida em geral se, por exemplo, um partido político que está no poder não representa nossa classe particular de político, podemos refrear um pouco a crítica maldosa e dar, ao menos, um pouco de crédito aos ideais que fielmente se seguem?
O exemplo é sempre muito mais eficaz que o predicar, e qualquer movimento nessa direção o faz um pouco mais fácil para que outros façam o mesmo, e ao fazê-lo, o círculo se amplia; e estamos de fato ajudando ativamente na grande obra de Cristo, unindo as nações separadas em vínculo de paz e amor. Ao falar algumas palavras de simpatia para aliviar uma alma oprimida, ou dando um sorriso para infundir alegria a outra pessoa, cooperaremos na obra de Cristo!
Assim estaremos cumprindo um dos preceitos Rosacrucianos, que diz que devemos nos esforçar cada dia para servir aos nossos semelhantes com amor, modéstia e humildade em qualquer oportunidade que se nos ofereça e ao fazê-lo estamos cumprindo uma das advertências de Cristo quando disse: “O que for o maior entre vós, seja o servo de todos” (Mt 20:26). Se é a grandeza da Alma o que desejamos, ali está a promessa e o caminho!
Outro preceito nos diz que o silêncio é uma das maiores ajudas no crescimento anímico, portanto, devemos procurar o ambiente de paz, equilíbrio e quietude. Ao praticar a benevolência, a reflexão, a simpatia e a inteligência estamos de fato criando tal ambiente, que levaremos conosco para onde quer que formos. Se nossa atitude habitual para com os demais é de uma inteligência simpática, expressada em bondade de pensamento e ação, devemos levar a paz em nosso íntimo e devemos adquirir equilíbrio, porque só assim não ficamos facilmente “transtornados” pelo que os outros dizem ou fazem. Assim, nos encontramos em todas as situações com uma tranquilidade e paz internas que são mais efetivas que todos os ruídos do mundo.
Estaremos cumprindo ainda um terceiro preceito, no qual, enquanto desenvolvemos inteligência, simpatia e afeto, devemos necessariamente aprender a ser indulgentes e isso conduz ao controle de si mesmo, que é um dos maiores passos para a própria segurança, virtude capital do Aspirante à vida superior.
Já nos foi dito em repetidas ocasiões, por meio da literatura Rosacruz e em nosso Ritual Devocional do Serviço do Templo que “o serviço amoroso desinteressado para com os outros é o caminho mais curto, mais seguro e mais agradável que nos conduz a Deus”. Como podemos oferecer serviço amoroso e desinteressado a outros, a não ser que desenvolvamos a qualidade inestimável da inteligência? É estranho, porém certo, que, se fazemos todos os dias as coisas comuns e simples de uma maneira simpática, bondosa e inteligente, estamos fazendo a obra do Mestre e ajudando a cumprir nossa oração diária “Venha a nós o Vosso Reino”. Na realidade, o Reino de Deus não pode vir a nós de outra maneira.
Volumes se têm escrito oferecendo soluções a todas as deficiências dos seres humanos quando temos a solução na simples sentença: “Amai-vos uns aos outros.”. É tão simples, que em nossa perversidade procuramos todas as classes de coisas complexas que, sendo muito humanas e materialistas, levam internamente a semente da sua própria destruição, enquanto o simples mandamento de Cristo leva dentro de si mesmo a semente de seu próprio êxito.
Poderia existir a horrível consequência de uma depressão econômica se o ser humano enfrentasse seu semelhante com inteligência e afeto? Poderia existir a fome, a miséria, a pobreza, a escravidão e todas essas coisas horríveis que resultam da manipulação do sistema do dinheiro para o benefício de alguns, se nos amássemos uns aos outros? Seguramente o remédio depende da educação do ser humano para usar o dinheiro e seu poder para o bem-estar de seus semelhantes, usando-o com boa vontade e simpatia.
Poderia existir a contenda política internacional e guerras se os diretores das nações fossem um pouco mais compreensivos dos pontos de vista das outras nações e com desejo sincero de obter o bem-estar comum? Se todos nós que somos as unidades de nossas nações agíssemos com inteligência e amor, não somente para com o nosso povo, mas também com todos os de outras nações, seguramente que seria uma arma de paz muito mais poderosa que todas as armas de guerra. É indiscutível que Cristo precisa de nossa ajuda para vencer Seu propósito de unir os seres humanos e nações que estão separados; e os povos e diretores de nações devem colaborar nessa tarefa.
Então por que não cooperamos hoje, agora, expressando a todos os seres, onde quer que se encontrem, a bondosa e simpática inteligência que com o tempo guiará a Fraternidade Universal, na qual todos, felizes e alegremente, seguirão a lei do amor?
(Traduzido da Revista “Rays From The Rose Cross” e publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro/1971-Fraternidade Rosacruz-SP)
Nem todos os Estudantes Rosacruzes ponderam sobre os incomensuráveis benefícios que auferem estudando a Filosofia Rosacruz. Poucos se dão conta realmente da transformação operada em seu íntimo a partir do primeiro contato com os Ensinamentos Rosacruzes transmitidos ao mundo por Max Heindel. Mas, por quê? Talvez por falta de reflexão e atenção sobre o assunto. Há Estudantes Rosacruzes que negligenciam os Exercícios Esotéricos preconizados pela Escola Fraternidade Rosacruz, deixando passar uma grande oportunidade de caminhar um pouco mais na senda evolutiva. Ora, enquanto a humanidade avança lentamente, empurrada pela Lei de Consequência ou Lei de Causa e Efeito, a Escola de Mistérios do Ocidente – a Fraternidade Rosacruz – prescreve um método científico, prático, racional, perfeitamente adequado aos habitantes desta parte do Planeta Terra. Tal método engloba uma série de Exercícios Esotéricos e Rituais de Serviços Devocionais que, diligentemente postos em prática, trarão resultados positivos e seguros. Um desses exercícios é o Exercício Esotérico de Concentração, indispensável àqueles Aspirantes sinceros e desejosos de fazer algum progresso. Vários são os temas a serem utilizados nesse Exercício Esotérico, contudo, ressaltamos um: a transformação para melhor.
Sugerimos esse tema porquanto reconhecemos a necessidade de todos se conscientizarem da importância do trabalho realizado pela Fraternidade Rosacruz como disseminadora dos Ensinamentos Rosacruzes. Quantos esclarecimentos foram prestados por estas preciosidades espirituais! Quanta luz onde reinava as trevas! Quanto alívio e consolo onde havia dor! Quanta de onde pairava a dúvida! Quanta esperança onde o desespero parecia desfalecer a vontade!
Recordemos os nossos primeiros passos na Fraternidade Rosacruz. Sentíamo-nos insatisfeitos com as migalhas atiradas pelo mundo. Os seres e as coisas não transpareciam nenhum significado além do vulgar. A existência parecia-nos vazia. O sofrimento e a adversidade nos dilaceravam. Perguntemos a nós mesmos: Por que tanta mazela? Por que tantos contrastes? Qual a razão disso tudo? A vida terá algum significado? O mundo será algo mais que um todo assimétrico e desequilibrado? Afinal de contas: quem somos; de onde viemos e para onde vamos?
Um dia, contudo, por algum motivo ou por intermédio de alguém travamos conhecimento com a Filosofia Rosacruz e, consequentemente, com a Fraternidade Rosacruz. Então, nossas vidas tomaram um novo rumo. Se meditarmos convenientemente, verificaremos que realmente foi assim. Aquela insegurança de outrora foi gradualmente substituída por uma confiança inabalável no Poder Divino. Finalmente havíamos encontrado respostas convincentes às nossas dúvidas. Passamos a encarar a vida de um ângulo mais positivo, aceitando-a como uma experiência útil e bela, digna de ser vivida. Nosso caráter passou também por uma modificação. De seres indiferentes, egoístas, temperamentais, sensuais que éramos, passamos a cultivar o amor, o autodomínio, a caridade, a benevolência, a pureza. Embora ainda haja muita coisa a ser erradicada de nosso íntimo, já alimentamos a certeza de estarmos trilhando o caminho da verdade. Mais cedo ou mais tarde estaremos em condições de dar passos gigantescos. Então, diremos como São Paulo Apóstolo: “Não sou eu quem vive, mas Cristo em mim.” (Gl 2:20).
Se a Filosofia Rosacruz representa algo transcendentalmente importante em nossas vidas, por uma questão de coerência devemos contribuir para que ela seja difundida. Outros, como nós, necessitam de beber desta fonte sacrossanta.
(Por Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Rosacruz – outubro/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Nenhum edifício se constrói sem base. E essa base não pode ser falsa (Mt 7:24-27[1] e Lc 6:46-49[2]). O ser humano sensato que edifica o templo interno sobre a rocha dos princípios Cristãos e não sobre a areia da transitoriedade, constituem-se num tijolo do templo de Deus, num esteio da sociedade e na pedra angular de sua família. E como a Fraternidade Rosacruz, em essência e realidade, não é constituída de edifícios, nem de “Sedes” nem de “Grupos”, mas, sim de indivíduos, de almas afinadas na mesma elevada aspiração, no mesmo edificante serviço, deduz-se que ela se edifica e se fortalece na medida em que seus Estudantes Rosacruzes se tornam mais cônscios da responsabilidade de cada um e crescem em virtude e entendimento. Os Evangelhos, igualmente, falam de Cristo como da Pedra Angular. E Cristo falou da transitoriedade das coisas externas, símbolo das verdades internas que aprenderemos a reverenciar dentro de nós e no Todo (Mt 24:1-2[3], Jo 4:19-24[4]).
Importa que os Estudantes Rosacruzes, após o estágio inicial necessário, em que, dentro da maior liberdade, podem examinar, ponderar e concluir se realmente essa Filosofia Rosacruz corresponde as necessidades de seu grau evolutivo, que eles empreendam um estudo sério. Para isso há os diversos Cursos (por correspondência ou por e-mail), há diversas reuniões públicas, há os sites e as redes sociais de Centros Rosacruzes e, principalmente, a possibilidade de se formar “Grupos de Estudos” (Informais e Formais, reconhecido, inclusive, pela The Rosicrucian Fellowship e núcleo de um futuro Centro Rosacruz), todos eles gratuitos e amplos. Ali poderá o Estudante Rosacruz participar das questões, apresentar seus estudos e preparar-se para ser um membro consciente, capaz de prestar um esclarecimento correto, sucinto, das questões que lhes forem propostas por amigos, conhecidos, desconhecidos e familiares interessados.
Esse é um trabalho de base. A tarefa não é de expandir sem firmeza. A expansão deve corresponder ao número de Estudantes Rosacruzes preparados para uma disseminação segura e fiel. Sabemos que há muitas pessoas sequiosas de esclarecimento, que muitas almas sofredoras necessitam das lógicas explicações da Filosofia Rosacruz sobre os mistérios da vida e da morte, do Mundo terreno e dos superiores, das leis que regem nossos destinos. Mas também, se não estamos preparados, suficientemente, para um esclarecimento seguro, somos “um cego dirigindo outro cego[5] para o buraco da confusão e desilusão”. Além disso, é necessário que esse trabalho de difusão, na esfera individual ou na direção de Grupos de Estudos, baseie-se num perfeito desinteresse, quer no ponto de vista financeiro, quer do ponto de vista da vaidade, do personalismo, que sacrifica o espírito de equipe. Ambas são formas de cobrar.
De toda maneira, pressupõe-se um preparo seguro, quer do lado moral, quer do filosófico, ou melhor, dizendo, da Mente e do Coração.
Há dias um simpatizante pelos Ensinamentos Rosacruzes nos interpelou com uma pergunta difícil. Pudemos responder-lhe de pronto e seguramente porque estudamos sempre as obras de Max Heindel. Foi esta: “Como se explica logicamente o renascimento, sabendo-se que a população do globo vai aumentando cada vez mais? Se os espíritos levam determinado tempo nos mundos superiores e renascem, deveria ser sempre igual à população…”.
Esta pergunta é frequente e pode confundir o Estudante Rosacruz abordado. Por isso, para esclarecimento, aqui vai a resposta: “A Onda de Vida inicial de Espíritos Virginais, da humanidade, evoluiu junta até o Período Terrestre no Globo que mais tarde se tornou o Sol, o centro de nosso Sistema Solar. Mas devida a evolução variada de diversos grupos de Espíritos, foi necessário que tais grupos saíssem do Sol, arrojados com os Planetas que foram aos poucos se diferenciando, entre eles a nossa Terra. Mas não tínhamos impressão de morte, de separação, da perda dos corpos, até inicios da Época Atlante, quando nos “foram abertos os olhos” e tivemos a ilusão de que somos seres separados. Desde então fomos perdendo a visão dos planos internos e temendo a morte, porque não sabemos o que nos espera. Mas os Iniciados da Ordem Rosacruz, que sabem, não por suposição ou por teoria, mas porque veem, inclusive na Memória da Natureza, onde estão os registros de todos os fatos passados, nos explicam que os Espíritos renascem, normalmente, uma vez em cada mil anos, sendo uma vez como mulher e outra como homem, alternadamente, no espaço em que Sol transita, pelo movimento de Precessão dos Equinócios, por cada Signo no Zodíaco (por volta de 2.160 anos). Esta é uma regra geral, com exceções. Particularizando a questão, quanto mais atrasado é um ser humano, tanto mais tempo leva para reencarnar aqui e, contrariamente, quanto mais evoluído, tanto menos tempo. À medida que os seres vão se elevando, os intervalos vão encurtando até que estejam livre da roda de renascimentos sucessivos, que são atualmente uma necessidade evolutiva, para conquista das experiências na escola do mundo. Daí se infere que, ao início de cada Época, os períodos entre renascimentos são mais longos para que se dê tempo ao Ego, de assimilar as experiências novas. Com o tempo, vão se encurtando. Agora, que estamos chegando ao final da Época, os Egos vão renascendo todos mais amiúde, neste cadinho de ensinamentos, que é a Terra. No entanto, os Adeptos e Irmãos Maiores estão além da necessidade de renascimento. Estão aqui para ajudar-nos, por amor”.
Aqui termina a explicação, a resposta que poderia ser muito mais longa e pormenorizada. Citamo-la como ilustração de que, em apenas saberem que pertencemos a Fraternidade Rosacruz, as pessoas, algumas por curiosidade, outras por real interesse, outras por desafio, nos põem a prova. Devemos estar preparados para responder com firmeza ou então, honestamente dizer: “a pergunta é interessante. Vou estudá-la para lhe dar a resposta, segundo nossa Filosofia Rosacruz”. Além disso, como dissemos e repetimos, a preparação do Estudante Rosacruz o torna um membro consciente e atuante, para enriquecimento da própria alma e da alma da Fraternidade, de que fazemos parte.
(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – Maio/1964 – Fraternidade Rosacruz–SP)
[1] N.R.: Assim, todo aquele que ouve essas minhas palavras e as pôr em prática será comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha. Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande sua ruína!”
[2] N.R.: Por que me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo? Vou mostrar-vos a quem é comparável todo o que vem a mim, escuta as minhas palavras e as põe em prática. Assemelha-se a um homem que, ao construir uma casa, cavou, aprofundou e lançou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a torrente deu contra essa casa, mas não a pôde abalar, porque estava bem construída. Aquele, porém, que escutou e não pôs em prática é semelhante a um homem que construiu sua casa ao rés do chão, sem alicerce. A torrente deu contra ela, e imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína!”.
[3] N.R.: Saindo do Templo, Jesus caminhava e os discípulos se aproximaram dele para mostrar-lhe as construções do Templo. Ele disse-lhes: “Estais vendo tudo isto? Em verdade vos digo: não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja demolida”.
[4] N.R.: Disse-lhe a mulher: “Senhor, vejo que és um profeta…Nossos pais adoraram sobre esta montanha, mas vós dizeis: é em Jerusalém que está o lugar onde é preciso adorar”. Jesus lhe disse: “Crê, mulher, vem a hora em que nem sobre esta montanha nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora — e é agora — em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”
[5] N.R.: Lc 6:39
Maio de 1915
Na Carta de Março[1], como você deve se lembrar, sugeri a concentração da energia numa só direção, aconselhando, como já tinha feito anteriormente, que os Estudantes Rosacruzes dediquem todo o tempo livre deles para trabalhar numa única sociedade religiosa[2], em vez de dissipar e distribuir as energias deles pertencendo à várias dessas sociedades, pois é impossível fazer um trabalho eficaz dessa maneira.
Desde então, recebemos alguns pedidos de desistência de Estudantes na Fraternidade Rosacruz, o que não foi inesperado. Entre os membros de uma associação tão grande como a Fraternidade Rosacruz, alguns dos que pertencem simultaneamente a outros grupos, naturalmente, teriam uma preferência maior por algum outro lugar e, em consequência dessa sugestão dada no parágrafo anterior, seguiriam essa tendência. No entanto, é surpreendente que tenha havido tão poucas desistências. De fato, a surpresa é que houve poucas desistências, mas isso, sem dúvida, se deve ao fato de que a Fraternidade Rosacruz retira, periodicamente, da sua lista aqueles que mostram pouco interesse e, assim, mantém apenas os Estudantes Rosacruzes ativos.
Mas o tom dessas desistências é que nos entristece. Alguém nos escreveu: “Sou membro da Igreja Episcopal e pago lá a minha contribuição periódica, etc., etc.”. Parece estranho que alguns não compreendam que a Fraternidade Rosacruz não é antagônica a nenhuma organização religiosa (seja qual for) ou sociedade e, nesse particular, não as que professam o Cristianismo. Temos afirmado, repetidamente, que apoiamos qualquer pessoa que se associe a uma Igreja Cristã. O que a Carta se refere não foi sobre Religião, mas sobre “sociedades religiosas”; e, como disse, não é porque temos algo contra as sociedades que trabalham seguindo as linhas Cristãs. Há, por exemplo, a Sociedade da Unidade de Kansas City[3], uma organização honesta e com boa moral, sob direção de uma nobre liderança, tanto quanto podemos depreender de todas as informações que temos recebido. Mas, para bem obrar nesta ou noutra sociedade religiosa, toda a sua energia durante o tempo livre deve ser dada apenas a essa sociedade; e se um membro da Fraternidade Rosacruz, que pertença igualmente a essa outra organização, decide se dedicar somente a essa última, age corretamente, não só com essa organização como também com a Fraternidade Rosacruz, muito melhor do que se prosseguisse a sua ligação com ambas. Por outro lado, se por suas afinidades, resolve permanecer com a Fraternidade Rosacruz, então é melhor para ele, melhor inclusive para a Sociedade da Unidade e para a Fraternidade Rosacruz, que ele se dedique exclusivamente a nossa Associação.
Como já dissemos muitas vezes, muitos caminhos conduzem a Roma, mas não podemos seguir dois caminhos ao mesmo tempo. Devemos seguir só um para chegar lá. Ziguezaguear de um para o outro é um desperdício de esforço. Se cumprirmos efetivamente com os nossos deveres no mundo, muito pouco tempo livre nos restará para que possamos trabalhar legitimamente em nosso próprio benefício nas linhas espirituais. Portanto, devemos focar para concentrar os nossos esforços no que nos seja mais proveitoso, em vez de dissipar as energias e obter pouco crescimento da alma.
Além disso, convém deixar bem claro que, se em algum momento as condutas políticas da Fraternidade Rosacruz não merecer a aprovação de alguém, esse não age bem se simplesmente desertar e passar a protestar contra nós já do lado de fora. Se permanecer conosco, nós o escutamos como um irmão ouve outro irmão ou outra irmã, e ponderamos os seus argumentos de um ponto de vista muito diferente da que ocorre quando ele deserta, mostra-se hostil e se transforma em um oponente. Então, os mesmos argumentos perderiam boa parte do seu peso. Estamos todos de acordo com os pontos principais dos nossos Ensinamentos Rosacruzes. Cada um de nós, certamente, aprecia o benefício que colhemos dessa Filosofia Rosacruz que estamos empenhados em promulgar. Não é adequado, então, sermos tolerantes em questões de políticas, para que possamos dedicar toda nossa atenção aos ideais?
(Carta nº 54 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Refere-se à Carta aos Estudantes de março de 1915, aqui transcrita: “Concentração no Trabalho Rosacruz
Meditando sobre a utilidade da Fraternidade Rosacruz, surgiu-me a pergunta: “Qual o obstáculo mais comum que impede o nosso progresso no trabalho espiritual?”. E a resposta foi: “A falta de concentração”.
Todos temos uma família que depende de nós e que tem direito a uma parte da nossa atenção. Nosso trabalho no mundo não deve ser negligenciado sob pretexto algum. Estamos aqui para executar certas tarefas e aprender por meio delas. Depois de atender a esses deveres, vejamos se ainda nos sobra algum tempo para aplicá-lo, justa e apropriadamente, no nosso próprio desenvolvimento.
Na vida cotidiana, não tentamos ser médicos hoje, trabalhar numa indústria amanhã e, no dia seguinte, começar uma nova atividade. Sabemos que tal procedimento não nos levaria a lugar algum. Devemos, portanto, seguir uma linha de trabalho no mundo.
Por que não aplicar o mesmo bom senso em nossos esforços espirituais? Sabemos que tanto o progresso social e como profissional dependem da soma de concentração, planejamento e perseverança que tivermos. Então, se nos mostramos tão sábios e prudentes no que diz respeito às coisas do mundo, que duram apenas os poucos anos de nossa vida terrena, por que não nos empenhamos em usar o mesmo bom senso, aplicando-o de corpo e alma às coisas espirituais que são eternas?
Aqueles que perambulam de seita em seita ou em várias escolas filosóficas e que pensam ser conhecedores das mais variadas práticas espiritualistas falham ao ver sua falta de profundidade. Eles se vangloriam de seu conhecimento de livros e palestras até ficarem doentes com indigestão mental. Ouvem e leem muito, mas praticam pouco.
Para nossas atividades terrenas necessitamos de trabalhadores experientes, hábeis e dedicados. No Reino Celestial, a lealdade e a devoção são também fatores primordiais.
Nossa contínua presença faz com que o carvão latente em cada um de nós se transforme em chama e emita luz e calor, unindo e fortalecendo nosso ideal no caminho da espiritualidade.”
[2] N.T.: Vamos definir aqui o que é uma “sociedade religiosa” ou “associação religiosa” para não confundirmos com Religião: uma sociedade religiosa ou associação religiosa é a congregação incorporada de um grupo religioso. Uma congregação incorporada ou grupo religioso atua como uma ‘pessoa jurídica’ legal que existe separada e separada de seus membros. Nesse sentido pode desenvolver, também, outras atividades, de caráter econômico, como instituições educacionais ou empresariais.
[3] N.T.: Era uma sociedade fundada pelo casal Charles e Myrtle Filmore: Aos 40 anos, Myrtle Fillmore ficou muito doente. Foi-lhe dito que ela tinha tuberculose e tinha menos de 6 meses de vida. Quando a medicina tradicional e os médicos deixaram de dar alívio, ela começou a pesquisar meios alternativos de cura. Ela assistiu a palestras de praticantes que estavam na vanguarda da cura espiritual. Myrtle teve uma epifania. Ela despertou para a verdade de que ela era uma expressão do espírito divino e era por meio desse mesmo espírito que ela poderia ser curada. Ela descobriu a Oração Afirmativa. Em vez de implorar a Deus para lhe dar algo ou fazer algo acontecer, Myrtle afirmou que o que ela pediu já estava acontecendo. Ela orou e meditou diariamente por mais de dois anos. Ela comunicou pensamentos positivos e curativos às células de seu corpo. A fé de Myrtle nunca vacilou e ela viveu mais 46 anos. Inspirados pela saúde renovada, os Fillmores se interessaram em dar às pessoas ferramentas práticas no Cristianismo para melhorar suas vidas. Charles estudou Religiões e filosofias mundiais. Ele também estudou a ligação entre Religião e Ciência. Em 1889, Charles e Myrtle começam a escrever sobre suas crenças e, pouco depois, nasce a Unidade (Sociedade da Unidade de Kansas City). Em abril de 1889, os Fillmores publicam a primeira edição de Modern Thought, uma revista nacional mensal dedicada a questões espirituais. O nome da revista foi mudado para Unity Magazine em junho de 1891. Eles usaram sua revista para contar às pessoas sobre a Society of Silent Help, renomeada Society of Silent Unity em 1891. Myrtle diz aos leitores que o trabalho da Society of Silent Help é “aberto para todos.” Em 1891, Charles escolhe ‘Unidade’ como o nome do movimento que estão fundando.
Myrtle inicia a Wee Wisdom em 1893, uma revista mensal para crianças, e permanece como editora por muitos anos. Quando foi descontinuada em 1991, Wee Wisdom era a mais antiga revista infantil publicada continuamente no país.
Resposta: Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que “a seu devido tempo, o atual modo passional de geração será substituído por um método mais puro e mais eficiente que o atual. Isto também está indicado no Símbolo Rosacruz”, em que a rosa banca se situa no centro, entre os quatro braços da cruz branca trilobada. “O madeiro mais comprido representa o Corpo; os dois horizontais, os dois braços; e o madeiro curto superior representa a cabeça. A rosa está colocada no lugar da laringe.“
“Como qualquer outra flor, a rosa é o órgão gerador da planta. Seu caule verde leva o sangue vegetal, incolor e sem paixão. A rosa de cor vermelho-sangue mostra a paixão que inunda o sangue” da Onda de Vida humana, “embora na rosa propriamente dita o fluido vital não seja sensual, mas sim casto e puro. Ela é, por conseguinte, excelente símbolo dos órgãos geradores em seu estado puríssimo e santo”, estado que nós alcançaremos quando purificarmos e limparmos o nosso sangue de todo desejo, quando nos tenhamos tornado castos e puros, análogo a Cristo.
Afinal, as sete rosas vermelho-sangue sobre a cruz branca trilobada simbolizam determinadas consecuções espirituais, tais como a Clarividência, Clariaudiência, o dom da profecia, a capacidade de abandonar o Corpo Denso à vontade – funcionando conscientemente no Corpo-Alma – e para pronunciar a palavra criadora divina.
Por isso os Rosacruzes – ou seja: os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz – esperam, ardentemente, o dia em que as “rosas floresçam na cruz da humanidade.
É por isso que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz saúdam a Alma Aspirante com as palavras de saudação Rosacruz: “Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz”; e é por esse motivo que essa saudação é usada nas reuniões dos Núcleos da Fraternidade pelo oficiante do Ritual do dia, ocasião em que os Estudantes, Probacionistas e Discípulos presentes respondem à saudação dizendo: “E na vossa também”.
Assim, a formosa saudação Rosacruz: “Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz” é a oração mais amada pelo Aspirante à vida superior – o Estudante Rosacruz -, para que todos conheçam a glória dessa realização.
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
Como o pensamento ao final de cada ciclo se volta naturalmente ao passado, é oportuno considerar com que velocidade o tempo ocorre e quão ilusória e evanescente é a vida no mundo dos fenômenos, aqui.
Isso nos faz lembrar, também, como é precioso nosso tempo e a responsabilidade enorme que temos no justo emprego que dele fazemos.
Em verdade, o tempo deveria ser utilizado, quanto mais possível, de modo edificante para que resultasse em maior crescimento da nossa alma. Caso contrário, que aproveitaria o indivíduo “ganhar o mundo inteiro se viesse a perder a sua alma?” (Mc 8:36).
Esta é uma época de sementeira e segundo nos foi ensinado: “aquele a quem muito é dado, muito também lhe será exigido.” (Lc 12:48), incumbe-nos tomar senso de responsabilidade de nossos atos. Respondemos não só pelo que fizemos, como igualmente, pelo que deixamos de fazer. E consoante a gradação de consciência, nós, Estudantes Rosacruzes, que possuímos íntimo conhecimento dos propósitos de Deus e de todas as oportunidades que nos oferece, por mediação amorosa dos Irmãos Maiores, haveremos de responder em maior extensão da responsabilidade, pelo uso que fazemos do tempo.
Do exposto podemos compreender que todos os nossos atos produzem um efeito direto nos Arquétipos dos nossos veículos, influindo na Lei da Vida e da Evolução, de modo a fortalecer o Arquétipo (ocasionando um prolongamento da vida para lograr o máximo de experiência e desenvolvimento anímico, na proporção da capacidade de adaptação e de aprendizado) ou enfraquecendo-os por transgressões à Lei e desarmonia arquetípica, perdendo oportunidade de evoluir pela antecipação da morte.
Aquele que sabe aproveitar suas oportunidades e bem utilizar seu tempo poderá, em poucos renascimentos, conseguir um grande avanço espiritual e aproximar-se da perfeição. Contrariamente, o que malgasta a corrente vital e conscientemente busca fugir a seus deveres de consciência ou aplica suas energias de modo destrutivo, se distanciará da meta, atraindo as mais dolorosas experiências – único meio de recuperação das almas teimosas.
Todos os atos contrários à Lei encurtam a vida, aumentando o número de renascimentos e protelando o “Dia da Libertação”.
A Bíblia, exata e verídica como é, exorta-nos a fazer o bem para que se prolongue nossa vida sobre a Terra. Essa lei abarca todos os seres vivos sem exceção, mas tem maior significação nas vidas daqueles que já estão conscientemente laborando na “Vinha do Senhor”, do que nas dos que desconhecem as Leis. O conhecimento destas verdades deve aumentar uns dez ou até um cento de vezes nosso zelo e interesse em fazer o bem. E mesmo que hajamos começado tarde – como dizem alguns amigos ou algumas amigas – poderemos facilmente acumular um tesouro enorme nestes últimos anos bem aproveitados de nossa existência em fazer o bem, maior até do que em grandes períodos de vidas anteriores, de semi-inconsciência. Sobretudo, estamos nos colocando em linha para iniciar em esferas mais elevadas nossas futuras existências aqui na Terra.
Assim, pois, alimentamos o mais firme propósito de utilizar, do melhor modo possível, nosso tempo e nossas oportunidades na firme esperança de que os frutos colhidos no ano que passou servirão de semente para aumentar nossos esforços no ano entrante.
É o que desejamos a todos expressando melhor augusto de que o Ano Novo seja pleno de realizações espirituais.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – novembro/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)