Foi dito, muitas vezes, que a nota-chave do Corpo Vital é a REPETIÇÃO. Isso tem seu sentido, porque é por meio de ações repetidas que os bons ou maus hábitos são formados. Todas as verdades espirituais devem ser repetidas uma vez ou outra. É por meio de nossas boas ações que a nossa Alma cresce. Nosso Corpo Vital assimila a essência dos nossos bons atos da mesma maneira que nosso Corpo Denso se torna forte por meio do alimento que ingerimos. Portanto, devemos observar a admoestação de “não cansar de fazer o bem.” (Gl 6:9).
Construir o melhor caráter que nos é possível é algo básico e nenhuma estrutura suprema se pode fazer até que sejam feitos bons alicerces. Todos os nossos grandes planos para um grande futuro baseiam-se sobre isso.
Nessa escola que chamamos “a vida” é de maior importância cada um usufruir suas próprias experiências e tirar proveito delas. Nenhuma outra pessoa pode promover nosso próprio crescimento, nem em forma física nem moral. Cada um deve resolver seus próprios problemas, porque eles foram criados e postos em ação pelas faltas cometidas.
O ser humano, em nosso tempo, trata de eliminar as faltas graves chamando, por exemplo, um hipnotizador ou outros para curá-lo de seus próprios erros. Aparentemente recebe ajuda, porém sob o ponto de vista da ciência oculta esse bem aparente em verdade é uma perda.
A influência de um hipnotizador sobre sua vítima é grande e se converte em mais poderosa em cada esforço para hipnotizar o paciente. Nenhuma pessoa de firme vontade pode ser hipnotizada, a menos que primeiro seja posta em um estado negativo (passivo) pelo hipnotizador. Cada impulso para a ação deve ser aprovado pela vontade do ser humano: sua ação deve vir de dentro. Para recebermos o completo benefício de experiências de toda vida, devemos nos capacitar para tomar nossas próprias decisões. Devemos determinar se seguimos os conselhos dos outros e, por todos os meios possíveis, devemos nos decidir a escolher nosso próprio modo de ação.
Quando uma pessoa se encontra sob domínio de outra, a cabeça de seu Corpo Vital não está em seu lugar próprio. O hipnotizador pode interpenetrar a cabeça do hipnotizado com suas vibrações etéricas e, assim, dar-lhe ordens que são realizadas de maneira insuspeita. Esse resíduo do Corpo Vital do hipnotizador é também o fator para que as ordens sejam cumpridas no futuro, relacionadas com certo ato, em um dia determinado e à hora certa. Quando chega a hora, o impulso é libertado do mesmo modo que o dispositivo de um relógio despertador. E a vítima tem de cumprir a ordem.
Dado que uma parte do Corpo Vital do hipnotizador penetrou na cabeça da vítima, substituindo o seu próprio Corpo Vital, ela não pode ser completamente retirada. Um pequeno resíduo permanece, convertendo-se no núcleo por meio do qual se pode obter acesso fácil, na próxima vez. Esse laço se rompe somente depois da morte de um ou outro.
Quando aprendemos tudo o que podemos em nosso meio, nosso corpo morre e os dois Éteres inferiores do Corpo Vital decompõem-se com ele. Porém as forças dos dois Éteres superiores são levadas de vida em vida. A isso se chama Corpo-Alma ou Dourado Manto Nupcial. É o esforço sincero do aspirante no caminho que constrói o Corpo-Alma, de modo que possa ser forte e luminoso quando entrar na Nova Era, porque “a carne não pode herdar o Reino de Deus.” (ICor 15:50).
Uma vida simples, de serviço focado na divina essência do irmão ou da irmã, amoroso e desinteressado, pode construir esse veículo da Nova Dispensação, ou seja: a quarta Dispensação. Esse é o caminho dos filhos de Seth e muitos devotos Cristãos o estão construindo.
Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz nos deram Exercícios Esotéricos específicos que também ajudam a construir o Corpo-Alma. E aqueles que o estão tecendo dessa maneira são chamados Filhos de Caim. Essas duas correntes da humanidade, a seu tempo, vão se unir. Ambas estão conscientes ou inconscientes, tecendo esse Dourado Manto Nupcial, formando o Corpo-Alma, o “Abre-te Sésamo” para os Mundos invisíveis. Ali, todos seremos regidos pela Lei do Amor.
Nossas ações nessa vida possibilitarão uma existência mais ampla e melhor em todas as futuras. E a construção de um bom caráter proverá um destino melhor. A quintessência do bem, extraída da parte migratória do Corpo Vital, em uma vida determina a qualidade dos átomos etéricos e prismáticos na próxima vida. O superior em uma vida se converte no inferior na seguinte; assim e gradualmente escalamos os degraus da evolução até à Divindade.
“Semeia-se um corpo material, ressuscita-se um corpo espiritual. Se há corpo material, também há corpo espiritual.” (ICor 15:44).
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1974-Fraternidade Rosacruz – SP)
Novembro de 1915
Você já deve ter estudado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, que houve uma Raça no final da Época Lemúrica, sete Raças na Época Atlante, sete Raças na Época Ária e haverá uma na vindoura Época Nova Galileia, totalizando dezesseis Raças. Você também se lembra que essas dezesseis Raças são chamadas pelos Irmãos Maiores de “os dezesseis caminhos para a destruição”, porque o risco de se enredar nos corpos de qualquer Raça é tão alto, que o Espírito ficará incapaz de seguir os outros Espíritos ao longo do Caminho da Evolução. Durante os Períodos e as Épocas sempre há tempo suficiente para que os Líderes da humanidade possam reunir e ordenar da forma mais adequada e eficaz os que estão sob as suas responsabilidades. Contudo, os judeus são o exemplo do que pode acontecer a um povo que se tornou tão intensamente imbuído do espírito racial, que eles se recusam totalmente a abandonar tal espírito racial. Eles continuam como uma anomalia entre o restante da humanidade, um povo sem uma pátria, um rei ou outro qualquer dos fatores que impulsionam a evolução racial.
Essa foi a tendência entre as nações da Europa até a guerra atual[1]. Assim, o patriotismo e o ideal de Raça são fomentados, o que as conduz para longe de Deus. As inúmeras descobertas científicas foram precedidas por uma era de dúvida e de ceticismo, e as Raças pioneiras no mundo ocidental foram levadas muito próximas à beira da destruição. Por conseguinte, se tornou necessário que os Irmãos Maiores concebessem medidas para que a humanidade abandonasse o caminho do prazer e cultivasse o caminho da devoção, e isso só poderia ser feito removendo a catarata espiritual de um número suficientemente grande de pessoas para que, então, superar a dúvida e o ceticismo do restante da humanidade.
Quando nós habitávamos sob as águas na primitiva Época Atlante, éramos, como você sabe, incapazes de ver o Corpo Denso ou até mesmo senti-lo, porque a nossa consciência estava focada nos reinos espirituais. Víamo-nos uns aos outros, alma a alma. Estávamos inconscientes tanto do nascimento como da morte, e não sentíamos a separação daqueles que amávamos. Mas, quando nós, gradualmente, nos tornamos conscientes dos nossos Corpos Densos, e a nossa consciência foi focada no Mundo Físico desde ao nascimento até a morte aqui, e nos Mundos espirituais da morte até o nascimento lá, houve uma separação e o consequente pesar devido ao advento da morte. No entanto, em tempos passados, havia muitos seres humanos que eram capazes ver em ambos os mundos; eles formavam um número considerável entre toda a população humana. Os testemunhos desses seres humanos sobre a continuidade da vida foram um grande conforto para aqueles que ficavam desolados com a morte, pois eles acreditavam plenamente que aqueles que haviam morrido ainda estavam vivos e felizes, embora incapazes de se dar a conhecer. Mas, gradualmente, o mundo se tornou cada vez mais materialista; a fé na realidade da vida após a morte aqui se desvaneceu, e tornando-se mais intensa e profunda a angústia, a tristeza e até o arrependimento pela perda dos entes queridos, e ainda hoje muitos acreditam que a separação é definitiva. Para esses, a palavra “renascimento” é uma palavra vazia de sentido e, portanto, a angústia profunda e pungente é imensa.
Mas essa angústia profunda e pungente é o remédio da natureza para a catarata espiritual. Tão certo como o desejo de crescimento construiu o complicado canal alimentar desde o começo mais simples para que o anseio de crescimento pudesse ser satisfeito; tão certamente quanto o desejo de movimento desenvolveu as maravilhosas articulações, os tendões e ligamentos com os quais isso é realizado; com a mesma certeza, o intenso anseio de continuar os relacionamentos rompidos pela morte construirá o órgão para sua gratificação – o olho espiritual. Portanto, essa matança em massa de milhões de seres humanos ajudou e está ajudando mais a preencher o abismo entre os Mundos invisíveis e o Mundo visível do que mil anos de pregação poderiam fazer. Ao longo da história do mundo, foi registrado que os guerreiros (das batalhas e guerras) viram as chamadas manifestações sobrenaturais, e há muitos testemunhos de que estas visões também foram vistas na guerra atual. O choque da ferida, os sofrimentos nos hospitais, as lágrimas das viúvas, dos viúvos e dos órfãos, tudo isso está abrindo os olhos espirituais da Europa, e os tempos da dúvida e do ceticismo, aos poucos, desaparecerá. Em lugar de ficar envergonhado por ter fé em Deus, o mundo honrará o ser humano mais por sua devoção do que por suas proezas, e isso num futuro não muito distante. Elevemos uma prece para este dia chegar.
(Carta nº 60 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Refere-se à Primeira Grande Guerra Mundial.
“Há corpos celestes e corpos terrestres, mas certamente uma é a glória dos celestes e outra, a dos terrestres. Uma é a claridade do Sol e outra é a claridade das estrelas, porque até uma estrela difere em claridade de outra estrela.”
(I Cor 15:40-41)
Toda pessoa dada à meditação uma vez ou outra há de ter considerado a imensidade do tempo e, talvez, chegado a mesma conclusão que Walt Whitman em seu trabalho “Canção de mim mesmo” no Poema 20 onde ele detalha sobre a amplitude do tempo[1]. Comparando o tempo com nossa curta estadia sobre a Terra, compreendemos que nossa existência aqui dura só um momento ínfimo, um relâmpago de consciência.
A evolução é um fato na natureza e aponta para um plano, uma meta que pode ser alcançada com o tempo. Permite-nos chegar à conclusão de que seremos capazes de alcançar a perfeição por meio da experiência. “Em qualquer parte na natureza encontra-se esse lento e persistente esforço pela perfeição.”
Sabemos, por intuição, que para o ser humano existe algo mais do que este curto lapso de existência no meio físico. Continuando a viver esta nossa vida diária descobrimos que o tempo segue sua marcha inexorável, quer nos interessemos por ele ou não, e que a morte é o fim de cada existência, de cada ser que vive sobre a Terra. Essa conclusão nos faz formular as seguintes perguntas, formal e meditativamente: de onde viemos? Por que estamos aqui? Para onde vamos?
Sabemos que nascemos em um Corpo Denso e pequenino, mas possuindo abundantes qualidades. Sabemos que esse Corpo cresce até alcançar a estatura de adulto e que realmente nos serve bem. Depois de funcionar durante uma vida ele se torna menos flexível e não executa nossas ordens tão prontamente como antes. Finalmente, em meio a todas as incertezas que esta vida nos oferece, há só uma certeza: que algum dia nossa jornada terminará.
Com a ajuda da lógica e da intuição, da analogia e da fé, chegamos à conclusão de que a morte não põe fim à nossa existência. Há dentro de nós algo indicando que todos os sonhos e todos os nossos planos não terão fim quando terminar nossa existência física. Se o ser humano não possuísse mais do que o Corpo Denso, seria impossível manifestar algo mais do que as substâncias químicas que constituem a sua forma. O denso Mundo Físico é feito de cristais inertes, porém o pensamento e o sentimento do ser humano penetram em reinos superiores. Devemos realmente compreender que são necessários outros e mais sutis veículos para suas múltiplas experiências no plano terrestre.
Agora se impõe a seguinte pergunta básica e devemos encontrar a sua resposta. Descobrimos que o que chamamos de morte é uma mudança da consciência de um plano de existência a outro.
Há leis cósmicas e imutáveis que não são menos importantes para a nossa vida espiritual e mental do que a lei da gravidade é para a nossa existência física.
Descobrimos que a matéria e a energia nunca estão em estado de repouso, mas perpetuamente estão mudando de um estado de visibilidade a um estado de invisibilidade e vice-versa. Sondando o enigma da nossa existência temos de tomar em consideração esse fato. Temos que admitir que “vivemos em um Mundo de efeitos que é o resultado de causas invisíveis”.
Não podemos perceber as forças que moldam a matéria e a forma, as quais são invisíveis aos nossos sentidos. Reconhecemo-las por suas manifestações. A eletricidade, para mencionar uma delas, chegou a ser o servidor mais valioso do ser humano, depois dele compreender as leis que a regem. Com a ajuda da câmera fotográfica, do microscópio e dos Raios-X, estamos começando a olhar o interior, os, até agora, invisíveis processos da natureza. Porém, até que o ser humano obtenha um sentido inteiramente novo, será incapaz de resolver o problema dos reinos invisíveis, completamente.
É lógico concluir que os “mortos” se encontram agora em Mundos invisíveis para nós. Porém há alguns que, tendo conhecimento direto e definido, percebem esse plano por meio de um sexto sentido. Não existe algo de sobrenatural nisso, mas como é “suprafísico” deve despertar-se e se desenvolver.
As palavras de Cristo, “Procurai e encontrareis“, foram particularmente aplicadas às qualidades espirituais e dirigidas a “qualquer um que as deseje”. Não existe alguém que impeça e, sim, muitos que desejam ajudar o investigador sincero que está à procura do conhecimento.
O desenvolvimento desse conhecimento começa com “o melhoramento de si mesmos”.
Os Mundos invisíveis estão divididos em diferentes reinos, porém essa divisão não é arbitrária, mas necessária, porque cada plano é regido por leis diferentes. Como cada Mundo está composto de matérias diferentes, o ser humano deve ter um veículo feito da mesma substância com o objetivo de poder funcionar naquele Mundo. Como foi escrito pelo Apóstolo São Paulo na sua Epístola aos Coríntios, “Como trazemos em nós a imagem do ser humano terrestre, devemos também trazer a imagem do celeste”.
No estado de vigília, todos os veículos do ser humano são concêntricos com o Corpo Denso, quando o pensamento, o sentimento e a ação estão funcionando. Mas, quando o Corpo se cansa e esgota, esses veículos mais elevados saem do Corpo Denso. Isso causa a inconsciência, sobrevindo o sono. Assim, esse veículo denso pode ser restaurado, tornando-se de novo útil e eficiente.
O ser humano é uma parte da natureza e, também, é uma miniatura dela. A vida do nosso Planeta reflete-se em menor escala na vida humana. O Grande Ser que habita nosso Planeta é um dos Sete Espíritos diante do Trono. O ser humano também é um Espírito e foi feito à semelhança de Deus.
A fonte dos Planetas é o pai Sol e eles giram em torno dele em ciclos elípticos. O espírito humano dá voltas ao redor de sua fonte, Deus, também em órbita elíptica.
O ser humano está mais perto de Deus quando sua esfera o leva para próximo de sua fonte. E está mais distante enquanto vive sua vida aqui na Terra, em seu Corpo Denso. Todos nós sentimos em algum momento a saudade das regiões celestiais.
Essas posições cambiantes são necessárias para que o ser humano possa adquirir experiências variadas e realizar-se como um ser humano completo. No presente, o ser humano não pode permanecer perpetuamente no Céu, nem um Planeta pode parar e permanecer imóvel.
Cada existência terrestre é um capítulo da história da vida, extremamente humilde no começo, porém aumentando em importância à medida que nos elevamos a posições mais e mais altas de responsabilidade humana.
Nenhum limite é concebível, porque em essência somos divinos e, portanto, devemos ter as infinitas possibilidades de Deus. O poder para desenvolver essas potencialidades internas está dentro de nós. E o trazemos conosco em cada nascimento.
Na presente circunstância, a morte é uma necessidade. Novos nascimentos em novos ambientes fornecem ao ser humano outras oportunidades de aprender todas as lições que ele possa desejar aprender durante um dia na escola da vida.
Temos de compreender que a continuidade da vida é um fato fundamental, se desejamos estudar a existência do ser humano aqui e no Além. O renascimento, assim como a Lei da Causa e Efeito, torna possível que o ser humano desenvolva todos os seus poderes latentes na amplitude do tempo.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.T.: poema 20 da obra Canção de Mim Mesmo (Song for Myself):
Quem vai ali? Cheio de realizações, tosco místico, nu;
Como extraio energia da carne que consumo?
O que é um homem afinal? O que sou eu? O que és tu?
Tudo o que marco como sendo meu tu deves compensar
com o que é teu.
De outro modo seria perda de tempo me ouvir.
Não lanço a lamúria da minha lamúria pelo mundo inteiro,
De que os meses são vazios e o chão é lamaçal e sujeira.
Choradeira e servilismo são encontrados junto com os
remédios para inválidos, a conformidade polariza-se
no ordinário mais remoto.
Uso meu chapéu como bem entender dentro ou fora de casa.
Por que eu deveria orar? Por que deveria venerar e ser
cerimonioso?
Tendo inquirido todas as camadas, analisado as minúcias,
consultado os doutores e calculado com perícia,
Não encontro gordura mais doce do que aquela que
se prende aos meus próprios ossos.
Em todas as pessoas enxergo a mim mesmo, em nenhuma
vejo mais do que eu sou, ou um grão de cevada a menos.
E o bem e o mal que falo de mim mesmo eu falo delas.
Sei que sou sólido e sadio.
Para mim os objetos convergentes do universo
perpetuamente fluem,
Todos são escritos para mim, e eu devo entender o que a
escrita significa.
Sei que sou imortal,
Sei que a órbita do meu eu não pode ser varrida pelo
compasso de um carpinteiro,
Sei que não passarei como os círculos luminosos que as crianças
fazem à noite, com gravetos em brasa.
Sei que sou augusto.
Não perturbo meu próprio espírito para que se defenda ou
seja compreendido,
Vejo que as leis elementares nunca pedem desculpas,
(Reconheço que me comporto com um orgulho tão alto
quanto o do nível com que assento a minha casa, afinal).
Existo como sou, isso me basta,
Se ninguém mais no mundo está ciente, fico satisfeito.
E se cada um e todos estiverem cientes, satisfeito fico.
Um mundo está ciente e esse é incomparavelmente o maior
de todos para mim, e esse mundo sou eu mesmo,
E se venho para o que é meu, ainda hoje ou dentro de
dez mil anos, ou dez milhões de anos,
Posso alegremente recebê-lo agora, ou esperá-lo com
alegria igual.
Meus pés estão espigados e encaixados no granito,
Debocho daquilo que chamas de dissolução,
E conheço a amplitude do tempo.
O piano não é o resultado do esforço do ser humano para reproduzir os tons do seu próprio eu interior, mas é um produto da percepção do ser humano materializada na música e, consequentemente, é um instrumento puramente terrestre. Portanto, não é apenas um instrumento interessante, mas um instrumento valiosíssimo para aqueles verdadeiros músicos que são capazes de contatar a autêntica música do Mundo celestial, trazê-la à Terra e fazendo com que o ser humano produza um instrumento capaz de reproduzi-la. O piano é o instrumento que preenche quase todo o espectro de frequência, e é um dos únicos.
Ainda que todos os instrumentos mecânicos e o rádio sejam de grande utilidade, nunca substituirão o piano, para aqueles que aprenderam o valor dos acordes correlacionados ao desenvolvimento do Espírito e de todos os seus veículos. O teclado do piano apresenta para o executante suas 88 teclas (52 brancas e 36 pretas), que produzem 124 notas.
As teclas brancas produzem 52 (5+2) dos 124 (1+2+4) tons, e as teclas pretas produzem 72 (7+2) tons.
As notas são essas – e a frequência (em Hertz – Hz) de cada uma delas, considerando o padrão: Lá em 440 Hz:
Nove é o número da humanidade e sete (3+4) é o número dos três (3) poderes espirituais do ser humano (N.R: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), mais seus quatro (4) veículos – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.
Existem cinco (5) linhas na pauta musical e quatro (4) espaços – 5 + 4 = 9 – e temos outra vez o número da humanidade:
Existem sete notas na escala musical: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, que mudam de posição na pauta. Por exemplo, se a escala é Dó natural, o primeiro Dó é encontrado na linha acrescentada abaixo da pauta (isso na clave de Sol):
Se há um sustenido do Dó, ele deve ser indicado junto da nota, ou na armadura, logo depois da clave de Sol, no espaço entre a terceira e quarta linhas da pauta. Isto nos indicará que estamos no tom de Ré Maior (escala com dois sustenidos: Fá # e Dó #):
Se há um bemol – por exemplo: Sib – ele deve ser indicado logo depois da armadura da clave de Sol, na terceira linha da pauta. E teremos, então, o tom de Fá Maior, sendo que a nota Fá será escrita no primeiro espaço da pauta (entre a primeira e segunda linhas):
A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior) que tem cinco bemóis, a saber: Sol bemol, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior), que tem 3 bemóis, a saber: Lá bemol, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), que tem 6 sustenidos, a saber: Lá sustenido, Dó sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Câncer é Lá sustenido Maior, que tem 4 bemóis, a saber, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Leão é Si sustenido Maior, que tem 2 bemóis, a saber, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Virgem é Dó natural Maior e não tem sustenido ou bemol.
A nota-chave de Libra é Ré Maior, e tem 2 sustenidos, ou seja, Fá sustenido, Dó sustenido.
A nota-chave de Escorpião é Mi Maior e tem 4 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido e Ré sustenido.
A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem 1 bemol, a saber, Si bemol.
A nota-chave de Capricórnio é Sol Maior e tem 1 sustenido, a saber, Fá sustenido.
A nota-chave de Aquário é Lá Maior e tem 3 sustenidos, Fá sustenido, Dó sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Peixes é Si Maior, e tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido, Ré sustenido, Lá sustenido (Mi e Si são as únicas não sustenidos).
(trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Podemos ajudar muito as pessoas ao lembrá-las e fazê-las sentir que a Luz Interior é o mais poderoso remédio que temos ao nosso dispor. Estaríamos ajudando todos aqueles que estão viciados e saturados de remédios para cura de males reais e imaginários, assim como aqueles que se valem somente de remédios como suplementos nutritivos e fortificantes, ao primeiro sinal de alguma debilidade física.
A Luz Interior é a essência da natureza divina que é nossa herança, graças ao fato de que somos faíscas divinas do Deus Solar, destinadas a tornarmo-nos perfeitos, como Ele. Cada um de nós a possui e é nosso dever fazê-la brilhar cada vez mais, à medida que evoluímos. Quanto mais perto estivermos da nossa meta, mais a Luz Interna brilhará. Quanto mais brilhante ela estiver, mais próximos da perfeição estaremos; quanto mais perto da perfeição estivermos, mais perto estaremos da saúde perfeita.
A saúde perfeita depende do grau de obediência às leis naturais e a Luz Interior brilhará de acordo com esse grau de obediência. A mais sublime lei natural é a Lei do Amor. Se obedecermos a essa lei, implicitamente gozaremos da saúde perfeita. Isso tudo pode parecer simples, mas o Aspirante à vida superior, o Estudante Rosacruz, sabe o quanto é difícil darmo-nos de todo o coração, na personificação da Lei que nos foi dada por Jesus Cristo.
Os veículos de Jesus, assumidos pelo Espírito de Cristo, eram os mais perfeitos disponíveis na humanidade. É inconcebível que Cristo-Jesus tenha sucumbido a males e comoções às quais estamos submetidos. É inconcebível que Ele tenha recorrido a remédios ou cura. Pelo contrário, Ele era a cura personificada.
Para que a figura tão sublime como a de Cristo habite em qualquer tipo de Corpo Denso é necessário que esse Corpo esteja totalmente livre das imperfeições que caracterizam os Corpos da maioria da humanidade. Jesus pode fornecer o instrumento perfeito a Cristo porque viveu suas muitas vidas terrenas anteriores de maneira pura e sem egoísmo. Ele, obviamente, praticou a Lei do Amor muito antes de transmiti-la a humanidade e, ao fazê-lo permitiu que sua Luz Interior brilhasse com mais intensidade. Ele estava completamente livre da doença e da imperfeição humana e, portanto, pode fornecer ao Cristo os instrumentos puros para o Santo Ministério.
Esta é a condição a qual todos nós, seriamente, devíamos ficar atentos e nela trabalhar. Cada um de nós, antes de abandonar o corpo físico pela última vez, deveria ter desenvolvido seu Corpos Denso e seu Corpo Vital a tal grau de relativa perfeição, que um Ser de proporções cosmicamente esplêndidas como Cristo poderia utilizá-los, se necessário.
Isso quer dizer, em consequência, que deveríamos ter perfeita saúde no que diz respeito ao Mundo Físico. A saúde perfeita não será conseguida por meio de remédios, nos consultórios médicos com o auxílio de fortificantes. A saúde perfeita depende de como pensamos e agimos, não só do que tomamos como remédio.
Quando levamos em consideração o grau de perfeição alcançado por Jesus, na formação de seus dois veículos inferiores – Corpo Denso e Corpo Vital –, podemos ver aí o quanto ainda temos que evoluir. Todo pensamento ou ação egoísta, todo ato de submissão ao desejo imoderado, todo ouvido surdo ao grito de um irmão ou irmã em desgraça, coloca-nos longe dessa meta. Muitas pessoas, hoje em dia, não conseguem ver uma correlação entre o egocentrismo e a doença; essa correlação, porém, é muito real e verdadeira.
A Luz Interior brilha com seu maior esplendor quando nos tornamos abnegados. Abnegação implica em renúncia e sacrifício, assim como assumir a responsabilidade de ajudar e de prestar serviço em todas as ocasiões necessárias.
É possível alcançar um bom grau de abnegação para com todos mesmo quando não nos liga o amor, isto é, podemos agir com abnegação de acordo com a nossa consciência, porque sabemos que é a maneira certa de agir e não só porque amamos quem está ao nosso lado. Muitas vezes agimos abnegadamente, porque não queremos sentir as dores da consciência ou porque não queremos passar por egoístas durante o Exercício noturno da Retrospecção; agimos, portanto, para nos livrarmos do remorso e dos problemas. Essa atitude pode, de certo modo, ser uma evolução do tipo de egoísmo que existia antes, mas, ainda, não é o auge do desenvolvimento que almejamos.
Somente quando servimos continuamente e alegremente, porque estamos imbuídos do amor impessoal de Cristo, é que alcançaremos a perfeição do desenvolvimento humano, no Mundo Físico. A realização dessa condição exige uma dedicação intensa, autodisciplina e persistência que são percebidas muito vagamente ainda, quando o Aspirante à vida superior inicia o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
A saúde do Aspirante à vida superior está propensa a mudanças, à medida que ele intensifica sua indagação espiritual. Da mesma forma, à medida que ele não se entrega mais a desejos inferiores e não necessita de alimentação pesadas, seus veículos, aos poucos vão se sensibilizando. Uma pessoa ainda não acostumada a tão alto grau de sensibilidade poderá de início ter dificuldades em adaptar-se e até a atribuir essas dificuldades a “nervos”.
É aqui que o desenvolvimento do equilíbrio adquire particular importância. À medida que o Aspirante à vida superior vai conseguindo dominar e alcançar o “pensamento certo e a ação certa” ele poderá começar a usar seus veículos que vão se tornando altamente sensibilizados e, portanto, mais espirituais, para fins mais nobres, não só para sua própria evolução, mas, também no desenvolvimento do serviço para com os outros irmãos e as outras irmãs.
Equilíbrio, em sua essência, é um produto de adesão a Lei do Amor. A prática ativa e constante dessa suprema Lei Natural desenvolve, dentro de nós, o Ego, um sentimento de calma, satisfação e realização que não pode ser encontrada de nenhuma outra maneira. Quando isso acontece os benefícios para a nossa saúde são enormes. A harmonia do nosso estado mental e emocional se reflete no nosso estado físico; todas as partes e órgãos do nosso Corpo Denso trabalham correta e harmoniosamente e não existe nem a doença, nem a enfermidade. A Luz Interior, brilhando intensamente, apagou todo o conflito interior!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1982 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Como esta é a época do ano em que as pessoas estão mais aptas a pegar gripe, também pode ser época de considerar as causas da gripe, como prevenir-se contra ele e, no caso de alguém já ter contraído, como curá-lo.
Vivemos em uma era de germes e soros. Toda doença deve ter seu microrganismo e um antídoto é dado como preventivo ou curativo. Podemos até ser vacinados contra um gripe e afirmam que, se a operação for bem-sucedida, ficamos imunes. Talvez algum dia todos os diferentes antídotos possam se tornar um elixir vitae (bebida da vida), o que nos tornará imunes a toda a horda de germes temidos. Sério, que anomalia é essa condição! O ser humano conquistou o mundo inteiro e infundiu terror nos corações de todas as criaturas que ele pode alcançar pelos vários dispositivos que ele criou para destruí-las. Mesmo a maior das criaturas foge dele com medo. Mas ele mesmo tem medo de criaturas tão diminutas que só pode vê-las com a ajuda do microscópio mais poderoso. E esses pequenos micróbios são tão temidos que alguns dos seres humanos mais capazes do mundo passam a vida inteira se esforçando para conter os estragos do inimigo minúsculo.
É verdade que os micro-organismos existem, mas também é verdade que eles não podem se firmar em um organismo que esteja em estado de saúde normal. É somente quando, por outras causas, nossos corpos ficam debilitados que os germes das doenças são capazes de se firmar e iniciar seus processos destrutivos. Aqueles que estão com saúde radiante, e usamos essa palavra literalmente, podem entrar sem medo em qualquer campo de peste, mesmo que haja mais germes em um centímetro quadrado do corpo do paciente do que pessoas em todo o mundo; contanto que o ser humano esteja com a saúde radiante, eles não podem afetá-lo.
Para tornar claro o que queremos dizer com esta frase, “saúde radiante”, devemos reiterar o fato tantas vezes insistido, um fato que a ciência está começando a descobrir: nossos Corpos Densos são interpenetrados pelo Éter em tal volume que, na maioria das condições, ele irradia do corpo. Aquele que é dotado de visão espiritual vê dentro do Corpo Denso outro veículo que é exatamente como ele, órgão por órgão, e formado de Éter: o Corpo Vital. Ele vê também que através do baço há um influxo contínuo de força vital e etérica que sofre uma mudança química no Plexo Celíaco e, então, circula por todo o corpo como um pálido fluido cor-de-rosa que irradia de toda a periferia do corpo através de cada poro da pele, levando consigo uma enorme quantidade de gases venenosos que são gerados pelos alimentos que ingerimos, selecionados geralmente porque agradam aos olhos ou ao paladar, mas não pelo valor nutricional que contém. Enquanto essa irradiação da força vital e etérica for suficientemente forte, ela não apenas levará embora os venenos do corpo, mas impedirá a entrada de organismos deletérios, segundo o mesmo princípio que impossibilita a entrada de moscas ou outros insetos em um edifício através de uma abertura onde um exaustor esteja enviando uma corrente de ar para fora.
No entanto, no momento em que o exaustor é desligado, abre-se o caminho para as várias classes de insetos que infestam nossos prédios. Da mesma forma, se por algum motivo o organismo humano torna-se incapaz de assimilar uma quantidade suficiente de força vital para manter essa emanação radiante, é possível que os temidos micro-organismos entrem e se instalem no corpo onde, então, começam sua devastação, em detrimento da nossa saúde. Em vista desses fatos, a prevenção da doença limita-se ao problema de como evitar que o organismo fique obstruído para que a força vital e radiante possa ter um fluxo desimpedido; quando as condições doentias se instalam, o processo curativo deve ter o efeito de abrir os canais obstruídos para ser bem-sucedido. O Dr. Harvey W. Wiley, ex-chefe do Bureau of Chemistry (Departamento de Química) em Washington, teria dito que a melhor maneira de curar um gripe é pegar um frasco de remédio para tosse, colocá-lo na mesa do quarto do paciente, abrir todas as janelas e jogar o frasco de remédio para fora por uma delas. Em outras palavras, em vez de tomar remédios para combater a tosse ou a gripe, devemos usar bastante ar puro e fresco. Sem dúvida há muita sabedoria nesse conselho.
Mas não vai longe o suficiente. Se ele também tivesse dito “Traga também um bom jantar, café da manhã e ceia para o paciente e jogue-os fora, depois de jogar o frasco de remédio”, teria chegado muito mais perto da cura da gripe. Pois pode-se dizer, sem medo de contradição, que o maior número das doenças das quais se diz que a carne seja herdeira vem do comer demais, comer o tipo errado de alimento e da falta de mastigação.
Esse último talvez seja o maior de nossos pecados. O Barão de Munchausen, o célebre campeão prevaricador, conta como, quando visitou a Lua, descobriu que as pessoas cozinhavam sua comida lá como nós fazemos aqui, mas em vez de se sentar à mesa e comer pouco-a-pouco, elas simplesmente abriam uma porta em seu lado esquerdo e colocavam a comida em seus estômagos. Ainda não atingimos esse ponto, mas estamos muito perto. A maneira pela qual muitas pessoas mastigam às pressas a sua comida é, no mínimo, deplorável.
Os fast-foods com seus banquinhos desconfortáveis, onde é impossível descansar e relaxar enquanto se come a “comida”, são uma ameaça nacional. Todo aquele que se senta em um desses lugares parece determinado a estabelecer um recorde para engolir a maior quantidade de comida no menor tempo possível. E os métodos abomináveis de manter tudo no gelo por muitos meses para que certos intermediários e grandes atacadistas possam fazer os preços subirem, para seus lucros pessoais, estão aumentando em grande medida os perigos da doença, que ameaçam todas as comunidades do, assim chamado, mundo civilizado onde esses métodos modernos e questionáveis estão em voga. A partir desses alimentos puros (Deus salve a marca!) e sobrecarregados de veneno, nós nos esforçamos para construir nossos corpos e isso, como sabemos, é realizado transformando o máximo possível em sangue, enquanto o resto deve ser eliminado como lixo.
É costume da profissão médica cuidar para que a eliminação adequada de resíduos ocorra, não importando qual é a natureza da doença, e quem tenta curar um gripe deve necessariamente imitar esse método sábio para que a função excretora seja estimulada no mais alto grau, porque esse é um método importante de liberar o organismo e permitir que a força vital flua novamente através dele. A outra parte do alimento, que se transforma em sangue, não fica no estado fluido, mas é evaporada ou mesmo eterizada, conforme o desenvolvimento do Ego em cujo corpo flui. Ele surge por todo o corpo como vapor em uma caldeira e, quando entra em contato com o ar frio através de poros obstruídos por uma quantidade excessiva de veneno alimentar e parcialmente anestesiados para não responder ao impulso nervoso que de outra forma os fecha parcialmente contra o frio, o sangue é liquefeito ou parcialmente liquefeito e se torna um fardo, um entupimento para a parte da corrente sanguínea que não é afetada. Como resultado, são gerados micro-organismos que formam o pus que sentimos como um gripe.
Uma pessoa que está ferida e perde uma grande quantidade de sangue sente-se fraca. O mesmo acontece com a pessoa cujo sangue gelou dentro dela e pela mesma razão; mas quem está gripe deve despender mais esforços para se livrar dos resíduos deletérios antes que possa ser curado. Gula, comida ruim e mastigação defeituosa não são as únicas causas de gripe. É um fato bem conhecido de todo ocultista que tudo o que está no Mundo visível é uma manifestação de algo que era preexistente nos Mundos invisíveis da natureza e o frio não é exceção. Quando sabemos que existe uma imutável Lei de Causa e Efeito e que não pode haver efeito sem causa subjacente e adequada, podemos facilmente perceber a verdade dessa afirmação. Também é certo que nada pode vir a nós, se não tenhamos de alguma forma merecido e, portanto, se procurarmos causas no reino invisível, descobriremos que elas devem naturalmente estar relacionadas a nós. O frio que sentimos aqui e que é uma manifestação desagradável para nós é resultado de algo que existia dentro de nós anteriormente; mas o quê? A essa pergunta pode-se afirmar com segurança que nossa própria atitude mental é um fator muito importante no estado de saúde.
Isso também é bem conhecido da ciência médica e de todas as pessoas que fazem observação. Um ser humano que é habitualmente otimista, cuja boca tem uma curva para cima nos cantos, sempre à beira de se expandir em um sorriso largo, será considerado singularmente imune a gripes, bem como a todas as outras doenças, enquanto a pessoa com a curva da boca para baixo, que está sempre se preocupando com coisas que nunca se materializam, que vê um inimigo em cada ser humano e mantém persistentemente uma atitude de raiva e malícia em relação a seus inimigos imaginários ou reais, por essa mesma atitude mental se encolhe em uma concha e impede a assimilação das radiantes forças vitais e etéricas; é, portanto, presa de todos os males de que a carne é herdeira. Nem pode ser curada por todos os remédios já feitos até que aprenda a abandonar sua visão sombria da vida. Esses casos são, naturalmente, extremos e existem todas as gradações, bem como misturas das duas naturezas, mas descobriremos que a saúde de uma pessoa varia conforme sua visão da vida em uma proporção quase exata.
Assim, das observações anteriores podemos tirar a seguinte dedução: que o melhor preservador da saúde é uma atitude mental otimista que encara a vida sem medo e vê um amigo em todos.
Circunspecção e discriminação em matéria de alimentação. Devemos evitar excessos. É melhor comer pouco do que muito e devemos exigir um assento confortável onde possamos relaxar o corpo enquanto mastigamos vagarosamente a refeição.
A devida atenção também deve ser dada à questão da eliminação e quando ela não estiver normal, certos alimentos que contêm superabundância de celulose devem ser tomados para promover sua ação perfeita. Para resumir em uma frase: seja alegre, seja moderado com a comida. Alegria, moderação com os alimentos e eliminação correta são um composto que curaria quase todos os males dos quais a carne é herdeira.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1917 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: Há, como sabemos, quatro Reinos de Vida que temos relacionamentos diferentes atualmente sobre a Terra: o Reino Mineral, o Reino Vegetal, o Reino Animal e o Reino Humano. Os Espíritos dessas quatro Ondas de Vida estão em evolução com o auxílio de outras Hierarquias Criadoras invisíveis à visão física.
A Hierarquia Criadora que conhecemos como Senhores da Mente constroem seu corpo mais denso com a matéria mental do Mundo do Pensamento, o Corpo Mental. Eles são peritos no trabalho com esse material e, portanto, influenciam somente a nós, a Onda de Vida humana, que possui uma Mente.
Os Arcanjos constroem seu corpo mais denso da matéria de desejos do Mundo do Desejo, o Corpo de Desejos. Eles são peritos na manipulação dessa substância e, portanto, são particularmente aptos a ajudar os seres menos desenvolvidos que tem veículos feitos desse material. Eles operam, portanto, com a Onda de Vida animal e a Onda de Vida humana, que possuem um Corpos de Desejos.
Os Anjos constroem o seu corpo mais denso dos Éteres da Região Etérica do Mundo Físico, de maneira que tem um grande conhecimento de como lidar com esse grau de material, e extremamente capacitados a ajudar outros que não sejam tão aptos. Por esse motivo exercem grande influência sobre a Onda de Vida vegetal, Onda de Vida animal e Onda de Vida humana, que possuem um Corpo Vital.
Os seres humanos constroem seu corpo mais denso dos elementos químicos e minerais da Terra, o Corpo Denso, da Região Química do Mundo Físico, e o tempo de experiência acumulada, nos tornaram capazes, até certo grau, a operar com seres que tem corpos minerais, tais como os vegetais, animais e seres humanos.
Devemos lembrar, contudo que nossa evolução sobre a Terra não está finalizada, pois ainda não atingimos o nível de eficiência na tarefa que devemos executar, quando essa parte da evolução estiver completa. No passado distante, antes que nossos olhos se abrissem à essa Região Química do Mundo Físico, nos víamos internamente; a força criadora estava voltada para dentro com o fito de construir os órgãos e outras partes internas do Corpo Denso, tal como hoje usamos externamente para construir aeronaves, pontes, casas, navios, etc. Muitos ainda utilizam os Corpos Densos minerais de animais mortos, em coisas como: cintos, bolsas, sapatos de couro animal, alimentos, cosméticos, remédios, outras peças de vestuários e muitas outras coisas de partes e substâncias extraídas de animais, mas, é sabido que só podermos operar com essas coisas mortas e que nossa manipulação envolve um processo de destruição.
Nós destruímos a integridade do mineral a fim de extrair o ouro, a prata, ou qualquer outra parte que nos pareça preciosa ou que interesse a nós. Destruímos as árvores das florestas, das matas e das selvas para fazer portas, casas, outros utensílios em madeira, etc. Matamos os animais para transformá-los em alimentos, roupas, brinquedos e outras bugigangas.
O mesmo não acontece com os Anjos e as outras Hierarquias Criadoras. Eles lidam com a vida de maneira construtiva. Os Arcanjos habitam o Sol, e os Anjos habitam as Luas dos Planetas do Sistema Solar.
É um fato bem sabido que os vegetais têm uma atração vital pelo Sol, pois estão no segundo período de sua Evolução (começaram a sua evolução no Período Lunar). Contudo, devido a sua constituição atual, eles não podem suportar as intensas vibrações dos Arcanjos, que são secas e ardentes, semelhantes aos Corpos de Desejos nos quais vivem. Em acréscimo a luz do Sol, as plantas necessitam da água regida pela Lua, e são os raios brandos desse luminar que proporcionam o agente fertilizante e fazem crescer tudo o que vive. Portanto, as sementes plantadas quando a Lua está aumentando de luminosidade, isto é, desde a Lua Nova até a Lua Cheia, se desenvolvem mais para o alto do que as que são plantadas quando a Lua está reduzindo a sua luminosidade, desde a Lua Cheia até a Lua Nova. Ao contrário, o grão semeado quando a Lua diminui de luminosidade se desenvolverá mais no subsolo que ao ar livre.
Há também certos Signos que são mais favoráveis que outros ao desenvolvimento das plantas, devido a terem certas afinidades com as vibrações lunares. Os Signos de Água de Escorpião e Peixes são frutíferos e, por isso, as sementes plantadas enquanto a Lua, a rainha da água, atravessa um desses Signos, darão melhores resultados que quando a Lua está nos Signos de Fogo de Áries, Leão e Sagitário. Estes últimos são Signos Solares e podem queimar a centelha vital de determinadas sementes. Poderíamos falar muito mais sobre este assunto, mas o que dissemos anteriormente já será suficiente para fornecer a informação requerida. Já há um ótimo conhecimento popular e secular sobre esse assunto, ainda que a pessoa nem saiba nada sobre Astrologia ou influência dos Astros. Pesquise e achará muita informação. Utilize como parâmetro de aprendizagem os dois exemplos que fornecemos acima e aprofunde o seu conhecimento sobre a influência dos Astros na Onda de Vida Vegetal, ou Reino Vegetal.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz janeiro/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Sabemos que há milhões de anos atrás, na Época Lemúrica desse Período Terrestre, metade da nossa força sexual criadora foi dirigida, pelos Anjos, para cima, para o lugar onde fica agora a nossa cabeça, para construirmos o nosso cérebro e a nossa laringe. Eles utilizaram a medula espinhal para transportar essa metade da força sexual criadora.
O objetivo disso foi transformar o nosso estado antigo de criadores divinos passivos, orientados em tudo por seres superiores, para criadores dinâmicos, conscientes e verdadeiros auxiliares de Deus no Seu atual Plano Divino. Portanto, através do uso do cérebro e da laringe podemos, agora, criar nesse Mundo Físico.
Assim, como o cérebro e a laringe foram criados a partir da metade da nossa força sexual, há uma forte relação deles com essa força sexual. Podemos perceber isso: no desenvolvimento pré-natal do feto, na mudança de voz que ocorre quando o menino alcança a puberdade e em alterações da capacidade mental consciente que se segue quando há abuso desenfreado da função geradora.
O ser humano é impelido a gerar filhos físicos pelo raio de amor de Vênus. Também, o ser humano é impelido a gerar filhos mentais e a expressá-los através da fala, pela laringe, pelo raio da razão de Mercúrio.
Portanto, Mercúrio e Vênus são criadores em suas funções: Vênus no plano físico e Mercúrio no plano mental. Ambos relacionados com os nossos Corpo Denso (ou físico) e Mente presentes.
Netuno é a oitava superior de Mercúrio. Porque é de sua mesma natureza. Só que Mercúrio é o portador da luz para o Sol físico, enquanto Netuno é o portador da luz para o Sol espiritual, chamado Vulcano entre os ocultistas, o qual é visível atrás do Sol visível. Por isso, poucos seres humanos atuais são capazes em absoluto de poder responder a ele.
Mercúrio é associado à razão e inteligência humana. Ele rege o sistema nervoso cérebro-espinhal – a bem da verdade, no cérebro, somente o hemisfério direito – meio de comunicação entre o espírito incorporado e a Região Química do Mundo Físico.
Netuno é associado à razão e inteligência sub e super-humana. Ele rege o canal espinhal ou medula espinhal, meio de comunicação entre o espírito e os mundos superiores.
Enquanto Mercúrio rege o hemisfério cerebral direito, Netuno rege sua oitava superior: a Glândula Pineal.
Enquanto Mercúrio rege o sistema nervoso cérebro-espinhal, Netuno rege sua oitava superior: a medula espinhal.
A intelectualidade, regida por Mercúrio, elevou-nos acima do animal e nos fez seres humanos.
A espiritualidade, regida por Netuno, a seu tempo, nos elevará acima do estado humano, fazendo-nos divinos.
É através de Netuno, que nós, com o nosso Espírito Divino, expressamos a luz e a vida do nosso Deus Pai como Vontade.
É essa Vontade que nós focalizamos no nosso Sistema Nervoso Voluntário do nosso Corpo Denso, governado por Mercúrio, e que, agindo através do cérebro, estimula o nosso corpo para a palavra e para a ação.
Assim expressamos a nossa vontade nesse Corpo Denso que agora habitamos.
Urano é a oitava superior de Vênus. Porque é de sua mesma natureza em um grau muito mais sutil, pois suas atrações são tão espirituais que não podem ser sentidas pelo ser humano comum de maneira completa. Por isso que o ser humano comum responde mais o lado negativo de Urano.
Vênus é associado às ligações amorosas e às relações consanguíneas. Ele rege a laringe meio de expressão entre o espírito incorporado e a Região Química do Mundo Físico.
Urano é associado a um amor mais abrangente, o altruísmo. Ele rege a segunda medula espinhal, meio de transmutação de todo o amor pessoal e inferior de Vênus em altruísmo, aquele sentimento que não exige correspondência no amor concedido aos outros.
Enquanto Vênus rege a laringe, Urano rege sua oitava superior: a Corpo Pituitário.
É através de Urano, que nós, com o nosso Espírito de Vida, expressamos o amor do Cristo. É esse amor que nós focalizamos no nosso Corpo Vital, onde Vênus estimula o nosso corpo a buscar a propagação da espécie e seu crescimento.
Assim expressamos o nosso amor e imaginação nesse Corpo Denso que agora habitamos.
O objetivo da construção dessa segunda medula espinhal, através da transmutação do amor de Vênus pelo altruísmo de Urano, é conquistar o domínio sobre o segmento simpático da atual medula espinhal e sobre o hemisfério cerebral esquerdo.
Assim, através da dupla medula espinhal tornamo-nos uma unidade criadora completa tanto no plano físico como no plano espiritual, pois voltamos totalmente a força sexual criadora para cima através dessa dupla medula, iluminada e elevada em energia potencial pelos fogos espirituais da espinha provenientes de: Netuno (vontade) e Urano (amor e imaginação).
“Quanto mais inferior seja o grau de consciência ocupado por um ser humano, na escala de evolução, tanto mais responderá aos raios astrais. Contrariamente, quanto mais elevado seja esse grau de consciência na subida da realização, mais o ser humano controlará e sobreporá as vibrações referidas, libertando-se das rédeas das Hierarquias Divinas” – Augusta Foss e Max Heindel.
As Hierarquias Zodiacais nos vigiam, similarmente a vigilância exercida amorosamente, tal como os pais responsáveis para impedir que seus filhos pequenos, em sua ignorância, cometam tolices que poderiam prejudicá-los ou invalidá-los para o resto da vida. Só que no caso das Hierarquias Divinas, são utilizados os Aspectos astrais (Sol, Lua e Planetas).
Na Época Lemúrica recebemos o que atualmente conhecemos como Átomo-semente do nosso Corpo de Desejos e o domínio do nosso Corpo Denso tornou-se um pouco maior com o desenvolvimento do sangue vermelho.
Houve a separação dos sexos e começamos a construir o cérebro e a laringe. A partir daqui temos seres humanos do sexo masculino e do sexo feminino e a necessidade da união entre eles para a procriação da espécie humana no Planeta Terra. O Mundo do Desejo era real para nós. Víamos o Mundo do Desejo tão nítido como vemos hoje o Mundo Físico. Nesse último tudo era novidade.
Corríamos perigo permanentemente porque pouco conhecíamos desse Mundo Físico. Perigo de destruir nossos veículos (Corpo Denso, Vital e de Desejos). Com o objetivo de nos ajudar a aprender utilizar esses nossos corpos, fomos colocados sob regras, leis e mandamentos.
O temor era a nota-chave daquela dispensação, pois: “o temor a Deus é o princípio da sabedoria.” (Pb 9:10).
A fim de que pudéssemos ter todas as gradações evolutivas individuais necessárias para o nosso desenvolvimento – e assim, aprender – foi adotada a influência dos Astros como instrumento. A vantagem disso é manter o livre arbítrio – pois “as estrelas compelem, mas não impelem” – e garantir todo tipo de gradação possível, como uma escada contínua de aprendizagem.
Nessa primeira etapa vieram as influências de Marte e da Lua. O regime era de disciplina. De Marte tínhamos a disposição em conquistar, em ganhar, em acumular, em garantir a sobrevivência aqui nesse Planeta com os nossos veículos. Isso nos ajudou muito a focar toda a nossa atenção aqui na Região Química do Mundo Físico. Através de suas influências inferiores buscávamos apenas a gratificação ilimitada dos nossos desejos inferiores, nas relações com os nossos semelhantes e, mais praticamente, com o sexo oposto.
Da Lua tínhamos a disposição em procurar o sexo oposto para procriar, garantindo a espécie humana no Planeta Terra e a focalização da nossa atenção na nossa incipiente personalidade: Corpo Denso, Vital e parte inferior do Corpo de Desejos. Para frear esse ímpeto descontrolado, o que poria em risco as pessoas em sua volta, já que incitava o egoísmo na conquista desse Mundo, veio a influência de Saturno.
A disciplina foi o preço pago pela liberdade ignorante de ação. Através de Saturno veio o látego da necessidade. As enérgicas manifestações se revelavam como: raios, trovões, terremotos e epidemias.
Já na Época Atlante, terminamos de construir o cérebro e a laringe e recebemos o, que hoje conhecemos como, Átomo-semente da Mente. Precisávamos desenvolvê-la e aprender a usá-la. Saturno muito ajudou nisso.
A disciplina individual feita por meio de: mandamentos, ordens e leis, de tributos a serem pagos aos Guias Divinos, os sacrifícios dos melhores bens materiais que cada um possuía, conforme a ofensa que houvesse cometido contra a lei, foi ajudando-nos a entender como tudo funcionava nesse Mundo Físico.
Gradualmente, o construtivo Marte e o sagaz Saturno fertilizaram o cérebro lunar em aprimoramento e, com o tempo, aprendemos a construir instrumentos físicos que nos ajudaram a realizar nossas primitivas ambições, a utilizar a astúcia e a se comunicar uns com os outros.
Ainda hoje em dia, uma boa parte da humanidade não evoluiu muito a esse respeito. Responde quase só à natureza inferior e às paixões animalescas. Seus prazeres são grosseiros e sensuais. Seu lema é: “vamos comer, beber e se divertir”. Seus prazeres se encaminham principalmente às bebidas alcoólicas e à prática do sexo. Para um homem assim, a mulher é um objeto de prazer egoísta e um animal de carga, e para a mulher, em relação ao homem, o mesmo raciocínio vale. Nesse caso, só o látego da necessidade, expresso por Saturno, o fará adiantar na senda da evolução.
Conforme fomos evoluindo, respondendo e aprendendo com as influências da Lua, de Marte e Saturno, adquirimos a oportunidade de aprendermos mais lições de como melhor utilizar nossos veículos aqui na Região Química do Mundo Físico.
Foi então que apareceram as influências de Mercúrio e Vênus.
Mercúrio para nos dar novo impulso ao nosso desenvolvimento mental e moral e elevar a bestial imaginação lunar a fim de respondermos ao mais inteligente e lógico raciocínio de Mercúrio.
Vênus para refinar as nossas emoções e elevar a bestial paixão marciana, a fim de respondermos ao mais formoso e terno amor de Vênus.
Vênus, ou como se expressaram, os Senhores de Vênus ensinaram-nos as artes plásticas, a pintura e a escultura (isso explica o mistério dos antigos monumentos). Ajudaram a colocar: beleza, leveza e harmonia nas nossas formas físicas, no nosso Corpo Denso. Ou seja: os ensinamentos de Vênus eram dados para serem inculcados e tornarem-se parte da nossa vida, do nosso corpo e da nossa alma.
Mercúrio, ou como se expressaram, os Senhores de Mercúrio ensinaram-nos a como utilizar o pensamento para o nosso proveito e proveito do próximo. Ajudaram-nos a pensar, raciocinar antes de sair agindo.
Naturalmente, na mulher predomina a faculdade da imaginação de Vênus, em razão da sua função maternal, cuja faculdade modela o Corpo. Daí que a compleição feminina apresente as graciosas linhas de uma beleza natural, ao passo que o homem predomina o intelecto, patrocinado por Mercúrio, tornando-se expoente da razão.
Também, nesse momento, aos poucos, o Sol começou a iluminar o nosso ponto de vista sobre a vida. Ajudando-nos a trabalhar com a nossa Individualidade (Tríplice Espírito), vamos dissipando parcialmente as nuvens de Saturno.
De Vênus aprendemos a dar tudo de nós aos que nos amamos, mas somente aos que nos amamos. Bem diferente de Marte, que sempre quer que retenhamos tudo para nós mesmos. Para chegar a isso tivemos que aprender a nos dominar até certo ponto, pelo menos para convertermos em um ser civilizado e participar da família dos tempos modernos.
Agora não faz mais sentido admirar as proezas típicas de Marte, e que considerávamos virtude, a valentia de atacar os outros e arrebatar-lhes as propriedades.
Triste é ver que ainda hoje esse impulso primitivo se impõe nas guerras econômicas e de conquista. A esperança é que os vislumbres que presenciamos do amor de Vênus substituindo os traços egoístas de Marte se tornem cada vez mais frequentes.
De qualquer modo, até agora, falamos do nosso desenvolvimento buscando somente o interesse pelas coisas que temos direito de propriedade: meu dinheiro, a minha família, os meus bens, os meus filhos, etc.
Os outros não nos importa. Somente importa a nós e a aqueles a quem amamos. Orgulhamo-nos das qualidades morais – orgulho de Vênus – e das qualidades intelectuais – orgulho de Mercúrio – dos nossos entes queridos. Dos outros chega a até ser difícil reconhecer se há alguma qualidade.
Ora, para evoluirmos, precisamos substituir o desejo de apropriação e aquisição egoísta de bens pelo impulso de beneficiar o nosso semelhante. Ou devemos substituir esse nosso egoísmo pelo altruísmo. Mas, como?
Através do advento da influência de Júpiter. Tal influência assinala aquele proeminente estado de altruísmo. Assim, para que possamos responder prontamente à influência de Júpiter devemos cultivar o altruísmo e vencer o egoísmo proveniente do poder raciocinador de Mercúrio, da valentia e paixão instintiva da Lua e de Marte.
O amor de Júpiter reconhece a essência e não leva em conta o Corpo. Responder a influência de Júpiter significa ter um grande coração e o manifestar em qualquer assunto ou momento relacionado com suas emoções ou com as coisas do mundo.
Nesse ponto a nossa natureza emocional terá, necessariamente, de ser elevada. E para isso, a influência de Urano inicia. Urano nos confere uma sabedoria intuitiva, independente do raciocínio. No mesmo instante ele transforma o amor que fixa num só objeto ou ser em compaixão, que se expande e incluí tudo o que vive, tudo o que se move e existe.
Aqui, então, podemos fazer o seguinte resumo:
Sob a influência da Lua éramos dóceis e aceitávamos tudo sem questionar. Gostávamos de sermos guiados e orientados em tudo. Tínhamos uma mentalidade parecida com as das crianças, isto é, facilmente controlável, de modo a estar sempre pronto a ceder. Vivíamos num mundo de ilusões e sonhos, completamente autômatos.
Quando estávamos prontos, veio Mercúrio e nos ajudou a formar ideias e pensamentos. A utilizar a Mente como veículo poderoso para vivermos aqui nesse Planeta. Aprendemos a raciocinar. Mas é o frio poder raciocinador de Mercúrio que nos ajuda a alimentar o nosso egoísmo e como levar vantagens sobre os nossos semelhantes.
Aprendemos a raciocinar logicamente e chegar a conclusões através dessa sequência. Aprendemos a deduzir. Ou seja, aprendemos a ser frios e calculistas, a ter uma atitude mental constante.
Entretanto, não podemos explicar a razão do porquê a resposta que sempre encontramos é adequada e correta. Mas deve existir um modo de conseguir isso. Mas, como? Através da influência de Netuno. Só através dele é que podemos obter a resposta a qualquer pergunta, com a vantagem de poder explicar a razão por que aquela resposta é adequada e correta.
Aqui, então, podemos fazer o seguinte resumo:
Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz
Max Heindel
A venda de carne de cavalo para alimentação será permitida em Nova York após 1º de janeiro, anunciou hoje o Conselho de Saúde.
Comentando sobre a revogação da seção do código sanitário que proibia o consumo de carne de cavalo, o comissário Emerson disse que, embora o Departamento de Saúde tecnicamente não a recomende, nenhum dano pode ser visto em seu uso. “O cavalo nunca tem tuberculose e quase nunca transmite doença maligna aos seres humanos”, disse ele. “De agora em diante, cavalos velhos, em vez de serem vendidos por seus ossos, que valem pouco ou nada, serão engordados e destinados à carne”.
O Dr. Emerson anunciou que serão tomadas precauções especiais para evitar a venda de carne de cavalo disfarçada de vitela ou bife, e até poderá a carne de cavalo ter o mesmo tratamento que se tem a carne de avestruz — Associated Press.
Notamos, na notícia sobre os avestruzes, que os cadáveres estão no gelo para os tornar macios; provavelmente não será necessário tratar assim as carcaças dos cavalos, pois os espancamentos diários de seus condutores, administrados sem restrição e durante vários anos, provavelmente os tornaram tão macios quanto os pobres têm o direito de esperar.
Mas, a propósito, como explicar a afirmação de que os avestruzes estão no gelo “para se tornar macios”? Se isso vai converter o cadáver de um avestruz em um petisco tenro para agradar o paladar de um epicurista, por que os agentes funerários e oficiais de saúde insistem em afirmar, como fazem em alguns lugares, que um cadáver humano “apodrece” tão rapidamente que é insalubre guardá-lo durante os três dias e meio após a morte, exigidos pelo espírito para assimilar o panorama da vida que acabou? O cadáver de um animal assassinado é imune ao processo de decomposição? Existe alguma lei na natureza que melhora a carcaça de um animal e outra que faz com que os restos humanos apodreçam? Ou será que “terrível” e “apodrecer” são sinônimos? A carne “macia” do petisco epicurista está na mesma condição de decomposição que a carne “apodrecida” do cadáver humano, da qual fugimos às pressas para escapar do fedor nauseante?
Essa é uma pergunta sobre a qual os comedores de carne fariam bem em ponderar. Não obstante o uso liberal de condimentos e até mesmo banhar o pássaro abatido em suco de laranja, não se pode disfarçar o fato de que quem a come faz do seu estômago um cemitério para o cadáver em decomposição de um animal assassinado. Portanto, o respeito próprio, se não sentimentos bondosos pelas criaturas inferiores, em termos de evolução espiritual, ou mesmo a consideração pela própria saúde, devem fazer com que as pessoas pensantes se abstenham da prática poluente de comer carne.
Pois é poluente, venenoso e totalmente desnecessário para quem está suficientemente interessado nas coisas mais elevadas ler um texto como esse. Há outros que ainda precisam tanto de carne animal quanto de vinho, pois esses serviram e ainda servem a um importante propósito no processo de evolução, conforme explicado no Conceito Rosacruz do Cosmos; mas, um número crescente de pessoas está acima desse estágio.
Um exemplo de como a dieta limpa afeta o corpo, podemos mencionar a experiência deste escritor. Quando criança, teve a infelicidade de ferir o tornozelo esquerdo, com o resultado de que ficou confinado à sua cama por dezesseis meses. Durante esse tempo, os cirurgiões tiraram várias lascas do osso, perfuraram o tornozelo e vários tubos foram inseridos na carne para drenar a enorme quantidade de pus que se formou no interior. Finalmente, ele foi autorizado a se levantar e andar de muletas por seis meses; então, durante anos a perna foi sustentada por uma bota especialmente feita e uma atadura de aço, até que finalmente ficou suficientemente forte para ficar sem apoio. Mas, as feridas não cicatrizaram em um lado da perna; havia uma ferida aberta de cerca de vinte centímetros de comprimento e uma de 2,5 centímetros de largura, da qual o pus fluía continuamente por trinta anos. Durante esse tempo era necessário enfaixar a perna noite e dia; mais dor ou menos era sentida o tempo todo. Mas, cerca de seis meses depois que uma estrita dieta vegetariana foi adotada, a dor cessou, a ferida se fechou e, nos treze anos que se passaram desde então, ela permaneceu saudável.
No entanto, o benefício de uma dieta limpa também é evidente de outras maneiras, como o seguinte incidente mostrará. Certa manhã, cerca de três anos após a adoção desse modo de vida, o escritor teve a infelicidade de cortar uma unha perto da raiz. Se isso tivesse acontecido em seus dias pré-vegetarianos, teria resultado uma enorme perda de sangue, pois então seu sangue não coagularia e o menor arranhão sangrava profusamente por muito tempo. Mas, na hora desse acidente apenas algumas gotas de sangue apareceram, coagularam e apenas um pequeno pedaço de pano foi usado para cobrir o ferimento; esse foi removido à tarde para facilitar a operação da máquina de escrever. Normalmente, a supuração se instala quando uma unha é arrancada, mas não há o menor sinal dessa natureza. A pele cicatrizou em poucos dias e, durante os seis meses necessários para crescer uma nova unha, o dedo foi usado sem desconforto, exceto nas primeiras horas após o acidente.
Relatos do cenário de guerra também atestam esse fato, pois entre os milhões que estão engajados nessa luta titânica, há muitas pessoas que vivem de uma dieta totalmente sem carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) e percebe-se que essas pessoas se recuperam muito mais rapidamente de suas feridas e são capazes de sobreviver a lacerações que seriam fatais nos casos de comedores de carne animal. Um correspondente de jornal diz: “os soldados turcos se satisfazem facilmente com um pedaço de pão seco e um pouco de água, por isso não acumulam resíduos que envenenam o sangue”. Muitos anos atrás, médicos ingleses que estavam na Índia ficaram surpresos com a rápida recuperação de feridas, constatada entre soldados, lesões essas que teriam sido fatais para homens que comem carne animal, e todos sabemos que na guerra entre o Japão e a Rússia as tropas japonesas mostram um histórico semelhante de rápida recuperação. O que é verdade na guerra é verdade na paz. Os que não comem carne animal não só têm uma resistência notável, mas também se recuperam muito mais rapidamente de lesões.
Também pode-se dizer que eles vivem até uma idade muito mais avançada. Experimentos com muitos indivíduos mostraram que o coração dos carnívoros bate cerca de setenta a setenta e duas vezes por minuto, enquanto os dos vegetarianos bate apenas cerca de sessenta. Isso significa seiscentos batimentos cardíacos a menos por hora, ou cerca de quinze mil batimentos cardíacos a menos por dia; assim, o coração do vegetariano é consideravelmente menos tenso do que o dos comedores de carne animal e, consequentemente, ele pode suportar mais tempo em todos os sentidos. Há, no entanto, também outra razão para a rápida recuperação dos povos orientais, como os indianos e os japoneses: seu sistema nervoso não é tão altamente organizado quanto o dos povos ocidentais, portanto, eles não sentem o choque tão profundamente. É por essa razão que nossos próprios ameríndios e indígenas se recuperam de feridas das mais horríveis naturezas sem nenhuma assistência médica; finalmente, seus Corpos Vitais são compostos muito mais Éter Químico e, sobretudo, de Éter de Luz (ou Éter Luminoso) e tal fato por si só explica sua maior resistência.
A dieta vegetariana não é uma panaceia para todos os males dos quais a carne animal é herdeira; assim, quem pensa que a mera abstinência de carne de mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins trará saúde está apto a encontrar exatamente o contrário. Certos elementos são necessários para a nutrição do corpo; esses são fornecidos principalmente pela dieta mista e comum; os amidos encontrados em batatas, pão branco, bolos e pudins, deixados sobre a mesa quando a carne animal é dispensada, são difíceis de digerir e insuficientes em nutrientes; portanto, tentar viver deles é cortejar a doença.
A dieta vegetariana e equilibrada em que ervilhas, feijões e outras leguminosas fornecem a proteína necessária, que inclui pão integral, possivelmente com adição de ovos, mel e leite, para sustentar ainda mais o Corpo Denso, também pode incluir frutas, nozes, sementes e uma variedade de vegetais que são fontes de importantes sais minerais; tal dieta fará mais para produzir saúde e uma felicidade duradoura do que todos os cavalos e avestruzes do mundo, mesmo que fossem colocados no gelo até ficarem tão “macios” que derretessem na boca ou fossem embebidos em suco de laranja até que a fragrância da fruta fosse elevada à enésima potência.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de março/1916 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
O trabalho de curar os enfermos constitui a mais nobre missão da Fraternidade Rosacruz. Diariamente o Departamento de Cura recebe uma grande quantidade de cartas solicitando ajuda. São palavras expressas em idiomas os mais diferentes. Mas todas trazem um ponto em comum: a mesma súplica, a mesma esperança, a certeza de terem batido na porta certa.
Ao longo de todos esses anos de militância no movimento Rosacruz chegaram ao nosso conhecimento casos de curas verdadeiramente “milagrosas”. Grafamos “milagrosas” entre aspas porque o chamado milagre não representa uma manifestação do sobrenatural. Pelo contrário, um milagre é o resultado da ação das Leis Naturais, as Leis de Deus.
Nós, entretanto, nos habituamos a curar nossas enfermidades por meio de meios artificiais ou antinaturais. A cura obtida dessa forma não é duradoura, havendo uma tendência para os sintomas reaparecerem mais cedo ou mais tarde. Dessa maneira, quando alguém consegue debelar um distúrbio orgânico pela simples adoção de uma dieta alimentar mais pura ou pelo cultivo de sentimentos e pensamentos positivos, não raro causa expressões de espanto e admiração. No entanto, tudo resulta de um processo simples.
A saúde deve ser o estado natural do Corpo Denso. Nosso organismo possui defesas naturais. É de vital importância compreender que a enfermidade nos atinge como consequência inevitável da debilitação dessas defesas deprimidas por vícios e hábitos errôneos. Por paradoxal que pareça, a vida moderna, com suas deslumbrantes conquistas e inovações, veio semear uma série de desequilíbrios. O consumismo supérfluo e exagerado, nutrido por massificantes e alienantes mensagens publicitárias, nos tornou presa fácil do artificialismo. Assim, alimentos enlatados, antinaturais, totalmente inadequados à constituição humana são comercializados em quantidade nunca dantes observada.
A televisão, o rádio, a internet, enfim, os meios de comunicação “sugere” que o consumo de determinadas marcas de alimentos, de cigarro e bebidas alcoólicas confere “status”. Todo o cuidado é pouco com frutas e hortaliças à venda nos supermercados e feiras-livres, pois, não se sabe se os produtores pulverizaram-nas com pesticidas ou algum outro produto químico altamente tóxico. Prefira os orgânicos. É caro? Pense no preço dos remédios que toma ou que terá que tomar. Com certeza, serão mais caros. Atualmente, mesmo nas grandes cidades, temos várias opções de acesso a produtos orgânicos: desde as sessões de supermercados e feiras de produtos orgânicos (às vezes, mais caros) até hortas comunitárias, hortas urbanas, hortas em apartamentos e em vasos e para quem tem quintal, então, nem se fale! Muitos de nós, ao invés de saúde, podem estar ingerindo venenos de efeito lento, mas letal.
Como lemos no artigo Como os Rosacruzes curam os Enfermos: “o Corpo Denso se desenvolve e é preservado por meio de substâncias físicas introduzidas no sangue pela alimentação quotidiana”. “Uma boa alimentação constitui, pois, um medicamento natural que o paciente deve ingerir para cooperar com os Auxiliares Invisíveis em seu labor de fortalecer o organismo”.
Nunca é demais repetir: os Ensinamentos Rosacruzes propugnam pela dieta vegetariana, ou seja, isenta de carnes animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do amor e afins), seus derivados ou quaisquer produtos (cosméticos, vestuários, calçados, acessórios e até produtos de beleza) que para ser obtido impliquem no sacrifício dos animais, nossos irmãos menores.
Outros fatores também afetam a saúde humana, principalmente aqueles de ordem psíquica ou emocional. A esses podemos acrescentar outros não menos importantes. A vida agitada e ruidosa dos grandes centros urbanos, por exemplo, a poluição, a correria, a competição desenfreada, causam insatisfação e insegurança.
A crise econômica enfrentada atualmente por quase todas as nações altera, negativamente, o estado emocional das pessoas, afetando-lhes sobremaneira a saúde física e mental. Sim, há essa inter-relação entre a prosperidade ou recessão econômica e o índice de pessoas internadas em hospitais psiquiátricos. Os distúrbios emocionais são apenas parte do problema, pois as mesmas tensões produzem doenças físicas que acompanham as oscilações econômicas.
Para nós, as revelações acima não são surpreendentes. Como Aspirantes a uma vida espiritual, Estudantes Rosacruzes como somos, torna-se fácil verificar a urgência do assentamento de bases espirituais mais sólidas na vida da humanidade. Portanto, para se obter uma cura permanente, não basta apenas uma mudança nos hábitos alimentares e físicos. O paciente deve promover modificações efetivas em sua maneira de pensar, agir e sentir. Há que cultivar pensamentos e sentimentos de fé, coragem, alegria e compaixão. Deve consagrar-se a uma vida de serviço amoroso e desinteressado, principalmente, para os que estão no seu entorno e expandir esse seu entorno dia a dia. A isso chamamos “viver consoante as Leis de Deus”.
A Filosofia Rosacruz é rica em tais ensinamentos, indicando sempre o caminho conducente a uma vida plena e feliz, de modo a chegar em mais um fim de uma vida aqui e poder ouvir: “Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” (Mt 25:21).
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1981 – Fraternidade Rosacruz – SP)