Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vamos Falar Francamente

É interessante notar, em nossos contatos comuns de cada dia, como reagem as pessoas a determinadas situações. De um modo geral, a maioria parece estar sempre em pé de guerra, com o espírito constantemente prevenido, preparada para defender-se de alguma possível agressão. Se alguém, mesmo em meio de uma conversa banal, usar algum termo capcioso, com ou sem intenção, é quase certo que provocará uma reação à altura, da pior espécie possível. Parece que todo o mundo lá fora, quero dizer, fora da vida espiritual, está empenhado em não se deixar atingir. E não poucos conservam, além de um estado permanente de autodefesa, uma necessidade premente de expressar-se em seu mais alto nível de valores, de talentos, de conhecimentos, de ideias, quando não, de posses e de uma boa situação financeira. Há, em geral, no ar, uma preocupação aflitiva em manter as aparências de parecer melhor, mais sábio, mais inteligente, de sobressair-se, como se o interlocutor, companheiro de trabalho, amigo ou até parente, seja um competidor perigoso, na sua escala de valores. Quase ninguém pensa em acertar, em encontrar o certo, sem preocupações de derrota ou de vitória ao seu próprio ponto de vista. E não raro acontece que, se alguém que já tenha ultrapassado esse estado de egotismo e, enxergando um pouco mais longe, procure atuar, nesses momentos, baseado nos seus princípios altruístas, seja imediatamente considerado um tolo, servindo de alvo da desconsideração ou até da astúcia dos outros.

Esse estado de coisas, entretanto, não deve assustar aqueles que, em face dos contatos humanos heterogêneos, mantêm-se bem-intencionados, embora não recebam a troca de valores que seria cabível no momento. Quem se aprofundar um pouco mais numa melhor e maior filosofia de vida e tiver a felicidade de pertencer a uma escola espiritualista de alto nível, como a Fraternidade Rosacruz, por exemplo, acabará penetrando no valor real de cada coisa, e sabendo como não se deixar atingir por nenhum desentendimento ou nenhum desafeto. Quando chegar, mesmo a esse ponto de ter que enfrentar situações de competição, saberá passar por cima das intenções incorretas, mantendo-se dentro de sua própria serenidade, de sua própria segurança íntima. E, não se deixando atingir, compreenderá com maior exatidão o peso real de cada palavra, de cada intenção, e, em lugar de sentir desconforto, necessidade de se defender ou até de fugir daquela situação, resumirá suas respostas na própria certeza do bem já desenvolvido em amor e compreensão. E é aí que começa a crescer em seu coração o verdadeiro espírito de Fraternidade, e a voz do Cristo interno passará a orientá-lo, cada vez mais viva, para o certo, para o verdadeiro.

Não será fugindo aos contatos da força agressiva da Personalidade alheia e de seus tentáculos, que se chegará à Verdade, mas observando, estudando em silêncio, procurando encontrar no caminho da discrição, o seu próprio dever, a sua real atitude. Tenhamos em mente que a verdadeira meta, Cristo Jesus deixou traçada para a humanidade em Seu caminho de glória e sofrimento. Quem quiser, mesmo, progredir realmente em sua vida espiritual e acertar em todos os momentos, muito aprenderá com a vida de Cristo, mediante os Evangelhos. E, se seguir com cuidado e persistência os ensinamentos de uma filosofia superior como a Fraternidade Rosacruz, encontrará esclarecimento e resposta aos seus pontos fracos, reforço para os pontos fortes e iluminação para realizar-se em seu próprio equilíbrio. Então, não haverá força humana capaz de causar-lhe qualquer sorte de desconforto, e sua firmeza poderá ajudar também aqueles que enxergam menos e ainda estão condicionados a uma série de preconceitos criados pela força da Personalidade.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que ocorre no Equinócio de Março com o Cristo

Estudamos no seu livreto “A Interpretação Mística da Páscoa” de Max Heindel, que quando Cristo foi crucificado no Gólgota, Seu grande sacrifício pela Humanidade somente tinha começado: “Todos os anos, desde esse tempo, quando o Sol passa do Signo zodiacal de Virgem para o de Libra, o Espírito de Cristo, retornando à nossa Terra, toca a sua atmosfera. Ele começa a sua jornada de descida em torno de 21 de junho (varia entre 20 e 21 de junho, dependendo do ano), no Solstício de Junho, quando o Sol entra no Signo de Câncer. Ele chega ao centro da nossa Terra à meia-noite de 24 de dezembro. Aí Ele fica por três dias e, depois, começa a voltar. Esta volta completa-se Equinócio de Março (varia entre 20 e 21 de março, dependendo do ano). Desse Equinócio até o Solstício de Junho Ele está passando pelos Mundos espirituais e chega ao Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai, a 21 de junho (ou 20, dependendo do ano). Durante julho e agosto, quando o Sol está em Câncer e Leão, Ele reconstrói o seu veículo Espírito de Vida, que Ele trará ao mundo, novamente, e, com esse veículo, Ele voltará a rejuvenescer a Terra e os reinos de vida que nela evolucionam. Do Natal até a Páscoa Ele se dá a Si mesmo sem limitações nem medida, imbuindo com vida, não apenas as sementes adormecidas, mas todas as coisas sobre e dentro da Terra.”.

Numa manhã de uma quarta-feira, 21 de março, então Equinócio de Março, o Grande Espírito Solar Cristo se elevou da Terra. Se o Estudante Rosacruz atingiu a um grau de desenvolvimento no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é possível assistir a esse evento anual no Mundo do Desejo.

E junto a isso pode se ver uma quantidade de Seres Exaltados e de Liberados (seres humanos com todas as Iniciações Maiores e/ou a última a do Libertador). Continuando, e ver os Arcanjos, os Anjos e, em seguida, os Iniciados com Iniciações Menores e algumas Iniciações Maiores. Todos estarão rodeados por grandes e lindas auras de cores delicadas, de uma luz branca deslumbrante e de outra luz dourada que é impossível descrevê-las.

É possível ouvir a música das esferas e o canto dos Anjos. O mundo inteiro parece como uma grande esfera de luz branca e, quando Cristo sai da Terra, os seres que iam em procissão, em Sua direção, formaram um quadrado, com Ele no centro.

Os seres radiantes formam, ao redor do Cristo, cinco grandes quadrados de vários tamanhos, que parecem ser uma forte e poderosa guarda pessoal de grandes Seres em seus elevados veículos.

É possível observar o Cristo sair da Terra até se perder de vista.

Devemos lembrar que Ele (ainda que somente um raio do Cristo Cósmico) ficou confinado na Terra por seis meses e sentiu as tristezas, os pecados e sofrimentos de toda a vida durante esse período. A aura de Cristo iluminou toda a Terra.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Mensagem da Rosacruz para o nosso dia a dia

Nesses conturbados tempos, os Ensinamentos Rosacruzes constituem uma sólida e confiável mensagem de esperança. Notamos até pessoas dotadas de um vasto cabedal de conhecimentos espirituais, com dificuldades para manterem-se infensas as vibrações de desânimo e exasperação circulantes pelo mundo. Há momentos em que a estrutura interna mais equilibrada aparenta vacilar, quando não vacila mesmo.

O Estudante Rosacruz tem a seu favor o fato de viver consoante conhecimentos profundos das Leis Universais. Procurando aprofundar-se nos mistérios da natureza, extrairá desse esforço uma orientação segura diante dos embates da vida. Mas o que o permanece diante de quaisquer circunstâncias é a fé. Max Heindel a define como “uma perspectiva otimista acerca do bem final”.

Em realidade, sejam os acontecimentos agradáveis ou desagradáveis, carregam em seu bojo valiosas lições de vida. Não importa quão difícil seja a nossa existência. Se a vislumbrarmos como uma gama de oportunidades de aprendizado e crescimento anímico, por certo ela não nos será um fardo incômodo. Converter-se-á numa aventura fascinante e gratificante, onde os contrastes, as alternâncias, as supostas contradições, nada mais são que etapas a serem queimadas, capacitando-nos a agir melhor, futuramente. Nossa consciência moral nasce em meio às dificuldades, quando nosso caráter é tentado a agir erroneamente.

Quantas vezes um indivíduo de boa formação cede aos reclamos insidiosos da natureza inferior, procurando tirar partido de determinadas situações, esquivando-se ao cumprimento de certos deveres, ou pecando por omissão em ocasiões onde deveria manifestar-se.

Se não ignorarmos essa faceta do ser humano, observando-o como um diamante bruto, em processo de lapidação, mais fácil nos será cultivar a tolerância e o entendimento de uma verdade fundamental: embora filhos do mesmo Pai, emanados da mesma Fonte Divina, vivemos experiências diferentes. Dessa forma cada um se encontra num determinado estágio evolutivo. A maneira como reagimos a essas experiências é determinante de atraso ou adiantamento.

Hoje, mais do que nunca, o Estudante Rosacruz deve cultivar a delicada flor da esperança, na expectativa de uma venturosa fluência para um bem final. Portanto, a coragem deve acompanhá-lo em todos os momentos e em todas as suas atividades, sejam de caráter material, sejam de natureza espiritual.

Em primeiro lugar, deve permanecer firme em meio a situações adversas. Deve manter-se equilibrado pela conscientização de suas potencialidades anímicas, fatores capazes de modificar quaisquer situações. Deve imbuir-se da inabalável fé de que Cristo, nele, é mais poderoso que as aparências antagônicas.

Os Ensinamentos Rosacruzes ensejam a podermos constatar em nosso íntimo a existência de algo superior às circunstâncias. Assim, não nos abalemos com os acontecimentos, mas procuremos descobrir o significado.

A cada manhã, quando acordarmos e dedicarmo-nos às práticas espirituais façamo-las seriamente, convictos de que aquele dia recém-iniciado será o mais importante das nossas vidas, com Deus manifestando-se cada instante, através dos nossos atos amorosos.

(Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de 8/80 – Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Grande Aventura

Na data de 16-7-69, às 10h32 (hora de Brasília), a cosmonave Apolo 11 subiu do Cabo Kennedy com destino à Lua, levando os astronautas americanos na mais perigosa conquista já tentada pelo ser humano. Após dar uma volta em torno da Terra, a Apolo 11 arrancará em direção à Lua a uma velocidade de 40.000 km/h que à libertará do campo de atração terrestre. O trem espacial entrará em órbita lunar na madrugada do dia 20, domingo. O pouso na Lua está previsto para as 17h21. O local será o “Mar da Tranquilidade”. Dia 21, Armstrong e Aldrin despressurizam a cabina do módulo e abrem a porta. Armstrong sai da nave e começa a descer a escada. Puxa um anel do exterior do módulo abrindo uma escotilha de onde uma câmera de televisão filma a superfície da Lua e os últimos degrau da escada. Armstrong pisa na superfície lunar. Aldrin começa, também, a descer a escada. Os dois recolhem material da superfície lunar. Colocam aparelhos científicos na superfície. Retornam. Às 14h55 ligam o motor de subida do módulo. As 15h02 entram em órbita lunar. As 22h25 abandonam a órbita lunar. Dia 24, às 13h37, entram na atmosfera terrestre sobre o Pacífico Sul. As 13h51 descem, submetendo-se os astronautas ao período de quarentena que terminará em 12 de agosto.

Como veem, tudo matematicamente previsto. A resenha acima não mostra todos os pormenores do programa. Admirável realização da ciência moderna. Tudo isso havia sido previsto por Max Heindel, segundo se pode ver por seus livros, escritos nos inícios deste século.

É o impulso de Aquário, o Signo de Ar, onde estamos sob a Órbita de Influência, por meio do movimento de Precessão dos Equinócios. Embora o pleno desenvolvimento ocorra quando, de fato, o Sol entrar em Aquário por Precessão dos Equinócios, a influência aquariana já se iniciou com os inventos relacionados com o ar (telégrafo, telégrafo sem fios, rádio, televisão, aviação, radar, utilização do vapor e dos raios solares, naves espaciais, etc.), num ritmo galopante e mostrando o desencadeamento de uma nova era para a qual devemos estar preparados.

Tudo muito bem no lado material. Mas a matéria é consequência. Matéria é espírito cristalizado. A causa está nos planos espirituais. A influência de Aquário tem sua maior importância nos planos mais sutis, conforme nos mostram os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental.

Urano rege o Éter que, embora de natureza física mais refinada, não foi conquistado pela ciência material, que não pode confiná-lo, em seus atuais aparelhos, para estudo. Sabe apenas que ele é responsável como transmissor de vibrações. Mas, a Filosofia Rosacruz, mercê das capacidades supra-humanas do Iniciado Max Heindel (seu fundador e expositor) revela pormenores e funções, cujo conhecimento e influência em nossa vida merecem de todos um estudo interessado. Realmente, nesse conhecimento e sua aplicação fundamentam-se as condições futuras que hoje devemos edificar, sob risco de sofrermos as consequências psíquicas dos desafios que se anunciam. O Éter não é, como ainda supõe a ciência, uniforme, ele pode ser estudado em quatro densidades vibratórias diversas. Cada uma delas recebeu denominação especial, consoante suas funções. Do mais denso ao mais refinado, são: Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor.

O impulso evolutivo promovido por Cristo, do interior de nosso globo terrestre, realiza-se pelo plano etérico, pois somos constituídos corporalmente à semelhança da Terra (“como é em cima é em baixo”). Pelo Corpo Vital é que se realiza a tarefa de transubstanciação e regeneração do ser humano, transformando-o, no dizer de São Paulo apóstolo, “de homem velho em novo, de corruptível em incorruptível”. Seu detido estudo constitui, portanto, assunto dos mais atuais e importantes à nossa evolução. Ele é a chave da filosofia Cristã mais avançada, a que Max Heindel chamou “Cristianismo Esotérico”, a Religião do futuro.

Mercê do exposto, a conquista espacial, de caráter meramente material, sem subestima da admiração que nos merece, representa uma pequena amostra do que virá. Se realizamos apenas o aspecto material, sofreremos os desequilíbrios resultantes dos aspectos internos, mais importantes, atrofiados, por desleixo e descrença. As neuroses, as psicoses e desequilíbrios, com suas mil e uma formas de manifestação mórbidas, estão a reclamar, a cada dia que passa, mais hospitais. O cientista materialista não se apercebendo de seu erro milenar, investiga, estuda, classifica, os astros longínquos, e desconhece o solo que pisa; a geologia é matéria muito nova. Pouco sabe o ser humano da camada sólida que pisa. Quanto mais dos outros Estratos da Terra, progressivamente mais sutis. Há uma correspondência, o ser humano parte para a conquista da Lua sem haver conquistado nem conhecido a si mesmo. Os desequilíbrios e as enfermidades decorrentes estão a desafiá-lo, sem solução próxima.

O Cristão Ocultista sabe que no conhecimento e cultivo de sua natureza etérica está todo um programa, cuja realização lhe reverte em paz interna, em iluminação e em saúde, numa só palavra, na real felicidade humana.

O Corpo Vital é um veículo de hábitos. Sua chave, pois, é a repetição. Pela repetição se gravam e automatizam os impulsos bons e maus. Mas o seu conhecimento, aliado à disciplina e à vontade, possibilitam-nos a reforma de hábitos e, com isso, à regeneração em todos os sentidos, pois é indiscutível, à luz da ciência oculta, como da acadêmica que a saúde global abrange os aspectos mental, emocional, psíquico e físico.

A psicologia profunda progrediu muito em direção às realidades ocultas, de há muito enunciadas. Mas, ainda ignora muita coisa. Por exemplo: a Memória ou Mente inconsciente, mais conhecida como Subconsciente, é formada automaticamente pelo Éter do ar aspirado. Estamos continuamente gravando internamente, em nosso Corpo Vital, as impressões do que se passa a nosso redor, com a mesma fidelidade de uma máquina fotográfica em relação à cena focalizada, quer o fotógrafo observe quer não, seus pormenores. Eis a explicação de uma criança de alguns dias gravar impressões mentais, emocionais, psíquicas e físicas do meio ambiente imediato, que mais tarde, muitas vezes, lhe provocam complexos e desajustes. Esse conhecimento alerta os ocultistas para viverem mais atentamente, observando e discernindo com toda consciência possível os fatos da vida diária, a fim de que os registros de sua memória consciente coincidam com os da subconsciente. Está provado que os desajustes, discordâncias entre as gravações consciente e subconsciente, geram mal-estar, insatisfações, angústias e muitas outras manifestações do gênero. Ao contrário, uma vida atenta, conscienciosa, gera, paz e equilíbrio. Quando o ocultista sente haver agido mal, sua sensibilidade logo o acusa. E no exercício de Retrospecção noturno ele o purga pelo sincero arrependimento e propósito de não reincidir. Esse o real sentido psicológico de “orar e vigiar”. Voltando à natureza dos Éteres e suas funções, lembramos:

1 – ÉTER QUÍMICO: Responde pelo metabolismo. Pelo polo positivo, assegura a assimilação. Pelo negativo, a excreção.

2 – ÉTER DE VIDA: Procriação. Pelo polo positivo capacita o sexo feminino a gerar e formar um novo ser. Pelo negativo, capacita o sexo masculino a fecundar.

3 – ÉTER LUMINOSO: Sensação, circulação, vibração. Pelo polo positivo assegura calor sanguíneo e circulação do sangue, das correntes nervosas e vitais. Pelo polo negativo constrói e sustenta os órgãos dos sentidos e deposita as cores da natureza.

4 – ÉTER REFLETOR: Todo acontecimento deixa, depois de si, sua imagem indelével nesse Éter. Também o meio pelo qual o pensamento impressiona o cérebro humano.

Um regime alimentar sadio, racional, equilibrado, à base de cereais integrais, frutas, legumes, harmonia e prece à mesa, mastigação perfeita, higiene, repouso, seriam, em resumo, as normas de disciplina do Éter Químico.

A disciplina da imaginação, o domínio próprio, a seleção das recreações, o preenchimento do tempo com leituras elevadas, preces, meditações, música pura, esportes, seriam os meios de uma vida mais casta, para conservação da força sexual criadora.

O primeiro Éter, o Químico, reflete sobre o terceiro, o Luminoso. Sua disciplina, pois, favoreceria uma capacidade maior dos sentidos, das circulações sanguínea, vital e nervosa, o calor do corpo, sua resistência etc. Aliando-se a isso o hábito de observar atentamente tudo, de buscar discernir claramente as coisas, não se contentando em comodamente as deixar nebulosas, de evitar as curiosidades e novidades tolas, seriam os meios de refinamento e eficiência do Éter Luminoso e de suas funções.

O segundo Éter, o de Vida, reflete sobre o quarto, o Refletor. Isso quer dizer que a disciplina sexual, a pureza de pensamento e de emoção, seriam hábitos benéficos para tornar nossa memória robusta. E como o conhecimento, sem memória, é inútil, podemos ver as vantagens que teríamos, quer na vida material, quer nas atividades suprafísicas, com essa conquista. Além disso, a memória se fortalece pelo exercício. Muita gente pensa que não convém cansar a memória. Não devemos, isto sim, é manter atitude nervosa, tensão interior. Mas o exercício equilibrado da memória, sem preocupação, é um meio de robustecê-la. Lembremos, a propósito, que os grandes pensadores tinham muito fósforo e os idiotas muito pouco. Os ocultistas sabem que o fósforo é especialmente usado pelo cérebro. Porém, sua assimilação depende de nossa condição anímica. Quanto mais elevados somos, tanto mais necessidade criamos para o Ego, o Pensador, assimilar mais fósforo e utilizá-lo no exercício criador do pensamento e da laringe.

Essas, em resumo, as linhas dos hábitos que devemos formar, para nossa racional e rápida regeneração, segundo os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Os detalhes desse importante programa estão nas obras de Max Heindel, principalmente a básica: “Conceito Rosacruz do Cosmos”.

E o que foi exposto, precioso como é, não teria valor nenhum, sem o fundamento Cristão: “Amor fraternal e serviço amoroso e desinteressado aos demais”. Espíritos que somos feitos à imagem e semelhança de Deus, não O amaríamos se negássemos servi-Lo através de sua Essência, oculta em cada semelhante. O amor fraternal é o fogo que funde, consolida e assimila, todos os esforços de regeneração, convertendo-os em força anímica. O amor é que nos capacita, perante os Mestres, a transpor as limitações do corpo e servir em mais amplas esferas, ele é que nos credencia à confiança das Forças de Luz, para um emprego justo dos poderes que a Vida Espiritual implica.

Amadurecidos pela disciplina e amor provado na prática, teremos não só a sensibilidade como tornaremos mais frouxa, mais tênue, a ligação entre os dois Éteres inferiores (Químico e de Vida), dos dois superiores (Luminoso e Refletor). Então atraímos, com o brilho de nossa aura, a atenção do Mestre. E Ele nos ensina como separar os Éteres de uma maneira segura, perfeita para o que será utilizado e de acordo com o Cristianismo Esotérico: os dois Éteres inferiores ficam atendendo às funções biológicas do corpo adormecido; e os Éteres superiores se desprendem daqueles e acompanham os veículos superiores nos voos fora do corpo, servindo como veículos de percepção (Éter Luminoso) e de memória (Éter Refletor), para que possamos trazer, de volta ao corpo, a recordação e a vivência das experiências anímicas. Eis o Corpo-Alma! Estaremos, então, em condições superiores às dos astronautas. Poderemos viajar livremente, sem perigos, com a velocidade do pensamento, em tarefa bem mais elevada, a de servir a humanidade.

Daí por diante se desdobram horizontes cada vez mais amplos ao iniciado, na medida da expansão de sua consciência e do serviço prestado. E ele irá penetrando simultaneamente os arcanos de sua natureza interna e de nosso Globo e mais além ainda, rumo ao infinito Cosmos, consoante as promessas bíblicas: “Sois deuses tudo o que faço, vós os fareis e obras maiores ainda”.

Afinal: “A maior aventura é aquela que o homem de boa vontade empreende, paciente e perseverantemente, no domínio e aprimoramento de si mesmo, ela é bem mais difícil, porém mais apreciada por Deus do que um grande e eventual ato de heroísmo. Tais homens são, a meu ver, os verdadeiros heróis, anônimos para o mundo, coroados por Deus”, como nos ensina Max Heindel.

(publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Fidelidade

Os Probacionistas são Estudantes da Fraternidade Rosacruz que se propõem a mais seriamente servir ao “Eu Superior” e aos Ideais de fraternidade e serviço que ele representa.

É um compromisso perante si mesmo, um voto de fidelidade à causa espiritual. Desde esse momento se lhe fornecerão Ensinamentos Rosacruzes mais profundos, que envolvem maior responsabilidade; deixou de tomar “o leite das crianças espirituais e passará a comer carne doutrinária”. A carne é símbolo de sabedoria no sentido filosófico atribuído pela mitologia nórdica (o javali Scrimner) e na sabedoria oriental (Buda estava farto de carne quando morreu).

Ora, a quem mais se dá, mais se lhe pede. Se recebemos recursos para aumentar o conhecimento de nós mesmos, se tomamos consciência dos poderes que podemos empregar em benefício dos demais e negligenciamos, teremos de ajustar contas conosco mesmo, o “Eu Superior”, a quem prometemos servir.

Sigfried descobriu Brunhilde, a Verdade, no meio do círculo de fogo e com ela se casou, jurando-lhe fidelidade eterna. É uma representação de um Probacionista. Porém, muitas vezes sofrerá o assédio de inimigos astutos, disfarçados em amigos, os vícios e falhas de sua Personalidade, apresentados como legítimas necessidades e impulsos, que defendem sua posição de prestígio, a todo custo, na corte do corpo humano. Não hesitam, pois, em trair o Senhor, o Cristo dentro de nós, o Cristo interno.

Precisamos compreender o verdadeiro sentido, o verdadeiro conceito, da palavra FIDELIDADE, em termos de obediência da Personalidade à Individualidade, o “Eu Superior”, em termos de vigilância e oração, para evitar, ao máximo de nossas possibilidades e entendimento, que nosso Senhor seja traído.

Olhemos a história: todas as pessoas de valor foram autênticas; não tiveram medo; não recuaram na defesa de seus ideais. São Paulo foi autêntico e sincero em dois extremos de ação, o Saulo, perseguidor e o Paulo, pregador, muitas vezes surrado e preso.

Não pretendemos sugerir façamos tanto. Mas, na medida de nosso nível evolutivo, devemos conservar a qualidade comum de sinceridade, de autenticidade, conosco mesmos. Isso equivale não apenas a sermos nós mesmos, sem máscaras, como também o reconhecimento de nossos defeitos e o propósito de os corrigirmos, para a indispensável regeneração que o ideal nos reclama. Ora, se somos fiéis a nosso “Eu Superior”, buscamos com ele conversar todos os dias, em recolhimento e prece, pedindo-lhe orientação e ajuda. Ele nos mostrará as tramas que se armam dentro de nós, pois está consciente de tudo que se passa com seus “discípulos”, sabe onde está Judas e o que faz contra ele, sabe das fraquezas de Pedro, perdoa-o e sempre o ajuda.

Podemos dizer que os únicos e grandes inimigos do Senhor estão dentro de nós. Não critiquemos, pois, os outros. A crítica é mau sinal. O “Eu Superior” jamais crítica.  Ele ilumina amorosamente. Quem critica é a natureza inferior, o “Eu inferior”, a Personalidade. Cada vez que criticamos mais engordamos os maus vassalos, e contribuímos para a discórdia de nosso Reino. Cada vez que criticamos, damos ênfase a tensões. Cada vez que criticamos, fazemo-lo com o disfarçado propósito de evidenciar nossa superioridade, rebaixando o outro, comparando-o negativamente a nós.

Fidelidade não é servir nosso “Eu Superior”, defendendo-o dos outros, de fora, que não partilham de nossas opiniões.  Cada Ego é um mundo à parte. Cada um deve responder por sua evolução. Nossa relação com eles deve ser de Ego para Ego, buscando ver em cada um a divina essência que nos identifica como irmãos, filhos do mesmo Pai. Com nosso discernimento, domínio próprio, com amor e firmeza evitaremos tudo o que da Personalidade, da natureza inferior dos outros, possa prejudicar-nos. Principalmente quando esses outros são importantes no “mundo dos homens” e nossa Personalidade tem interesse de agradá-los para tirar-lhes proveito da influência. Essa é uma prova muito expressiva. Se muitos gostam de bajuladores, se esses muitas vezes se beneficiam, não nos deve absolutamente tentar nem desiludir. Mantenhamos nossa autenticidade por meio de uma legítima cordialidade, tolerância e fraternidade. Muitos há que, por terem mais experiência da natureza humana ou por se cansarem dos bajuladores, atraem para si os mais sinceros servidores.

Tudo isto é humano e natural. Temos falhas e os outros também. Mas a luta mesmo é a que se trava dentro de nós. Precisamos de ser fiéis ao “Eu Superior”, haja o que houver: “Aquele que deseja salvar sua alma a perderá, e quem a perder em minha causa, ganhá-la-á”. Essa citação mostra o ensinamento de Cristo de que os lucros do mundo são os celestiais. Ele também disse: “Quem recebeu do mundo já nada tem a receber nos céus”.

Mas, esclareçamos: não quer dizer que as coisas mundanas sejam necessariamente antagônicas às coisas espirituais. O emprego das coisas é que, às vezes, o são. Nada é bom nem ruim, o emprego é que qualifica a ação ou a faculdade.

Esclareçamos também: não busquemos guarida nessas consolações, à guisa de pretexto, para justificar nossos insucessos e fracassos de relacionamento humano. Muita gente não progride por falhas pessoais e não porque os outros sejam ruins e ingratos. Temos observado que muitas pessoas que interpretam indevidamente os Ensinamentos Rosacruzes não são profissionais conscienciosos nem fraternais. Vivem mal, têm experiências desagradáveis com os demais e não chegam a atinar com seus defeitos, em que reside a causa da falha.

Por isso insistimos: a única fonte de esclarecimento é o nosso Ego. Ou renunciamos humildemente à nossa Personalidade e buscamos a orientação do “Eu Superior” e sua ajuda, propondo-nos a fielmente servi-lo, ou ficamos marcando passo e respondendo mais pesadamente pela oportunidade que nos foi dada, por meio de uma Escola Superior de conduta, com o é a Fraternidade Rosacruz.

Só desejamos que cada um se ilumine e se identifique como Espírito, como “Eu Superior”, como um Espírito Virginal da Onda de Vida Humana manifestado, um Ego. Nessa medida é que se estabelece a verdadeira Fraternidade, fundada em Luz, em Alma; nessa medida é que cada um pode melhor contribuir para si mesmo, para sua família, para o seu entorno e para a sociedade. Nessa medida é que cada um serve melhor a Cristo, nessa medida, finalmente, é que cada um se credencia a se constituir como um legítimo cidadão da futura Fraternidade Universal.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Poderes Mentais

O mundo encontra-se, atualmente, inundado de livros e revistas sobre o poder mental. Nunca registrou-se tamanha ânsia de desvendar os segredos da Mente como agora. Se alguém ainda duvida disso, basta dar uma olhada nas livrarias.

É surpreendente e, ao mesmo tempo, admirável. Seria, por demais, injusto pretender-se negar legitimidade a essa busca. Queremos crer que seja o primeiro passo para a aquisição de um conhecimento de natureza mais espiritualizada.

Mas, ao mesmo tempo, é importante afirmar-se que nem todas as obras abordando o assunto são meios capazes de promover a colimação de um objetivo mais elevado. Não se pode, pura e simplesmente, estimular o desenvolvimento de poderes mentais, dissociando-os das responsabilidades morais que encerram.

É uma questão muito séria e, por isso mesmo, preocupante, dado que pessoas sem o necessário amadurecimento estão utilizando indiscriminadamente esses poderes. Algumas, diabolicamente, sabem o que estão fazendo. Outras, inconscientemente, às vezes até movidas por boa fé, não se dão conta do mal que podem fazer aos outros e a si próprias, caso utilizem tais conhecimentos sem respaldá-los em princípios éticos.

A televisão e outros meios de comunicação estão sendo utilizados a serviço de uma sociedade hedonista e competitiva, onde o ser humano vale mais pelos bens de que é possuidor, pela sua conta bancária ou pelo prestígio social, do que pela sua formação moral. A tentação é muito grande, não sendo difícil a maioria deixar-se seduzir por apelos publicitários. Abre-se, assim, a feérica, mas falsa, via da ilusão, com os seres humanos atirando-se ávida e desesperadamente à busca de riquezas e posições. Não raro, valem-se de meios torpes para atingir seus propósitos.

Aí reside o perigo da utilização ignorante ou egoísta dos poderes mentais. Se todos fossem capazes de imaginar quão doloroso é o destino gerado pelo emprego interesseiro de seus divinos dons, nem de leve pensariam em cometer tamanho destino.

Há, contudo, considerável número de indivíduos bem intencionados estudando e procurando desenvolver os poderes mentais. No entanto, as tentativas feitas pelas pessoas de boa índole no sentido de endireitar o mundo através do uso desses poderes, não vêm obtendo êxito.

Por quê? Afinal, não é um esforço correto? É lógico que sim! Porém falta alguma coisa, essencial, diga-se de passagem. Essa boa intenção deve harmonizar-se com a Vontade Divina. Todos os propósitos devem submeter-se ao crivo do “tribunal interno da verdade”, como tão sabiamente Max Heindel recomendou. Esse tribunal é uma expressão do Deus Interno, e suas decisões, somente suas decisões devem orientar o emprego de nossas faculdades. Ele esclarece se o “bem” que desejamos fazer representa um “bem real” ou um pretenso benefício.

Buscai, primeiramente, o Reino de Deus e Sua Justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo”, afirmou o Cristo. Aplique-se esse ensinamento ao tema aqui abordado e o resultado será altamente positivo. Vivendo em harmonia com as Leis Cósmicas, irradiando paz e amor ao nosso redor, servindo ao próximo, nossos veículos se sensibilizarão. Tornar-se-ão canais por onde fluirão dons divinos, aumentando nossa sintonia com o infinito. Nossos poderes, portanto, manifestar-se-ão naturalmente.

Compreendamos esta verdade: uma “limpeza” e iluminação interior devem anteceder o florescimento de qualquer poder. Se tal não acontecer, ele correrá, inevitavelmente, o risco de ser conspurcado.

Os Estudantes Rosacruzes sabem que os pensamentos são coisas. Que o seu alcance é muito mais amplo e profundo do que se pode imaginar. Portanto, todo cuidado é pouco.

O pensamento compreende duas escadas: uma, elevando-se da terra aos céus; outra, da terra aos infernos. Cabe-nos a escolha: galgar uma ou descer pela outra. Tudo depende de nossa formação espiritual.

(de Gilberto A V Silos – Publicado no Editorial da Revista Serviço Rosacruz de setembro/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Fumaça e a Reflexão de Combater a Causa de um Problema

A primeira impressão que me chegou ao Espírito foi de mal-estar. Depois me apercebi: era a fumaça que subia de uma mesa vizinha, da ponta de um cigarro (também conhecido como bastonete cancerígeno), descrevendo graciosa curva e depois alongando adelgaçados fios em direção de meu nariz.

O primeiro impulso foi de impaciência contra o descuidado que, além de haver empestado o aposento com seu vício, deixara a ponta do cigarro acesa para prolongar sua ação envenenadora. Depois pensei na tolerância. Mas os meus pulmões protestaram, porque foram feitos para inalar oxigênio.

Resolvi agir: levantei-me, fui à mesa e eliminei a causa, esmagando a cabeça vermelha do rolinho fumegante.

Pronto! Incômodo demovido, se bem ainda persistisse por um pouco os restinhos de fumaça no ar.

Estive pensando, Senhor, quantas vezes eu teria podido, assim, evitar ou vencer circunstâncias danosas, buscando e removendo a causa, em vez de ficar reclamando e provocando atritos.

Lembrei-me, por oportuno, daquela breve, porém substanciosa prece deixada por um almirante inglês:

“Senhor, dá-me recursos para eliminar todas as coisas que podem e devem ser vencidas. Dá-me forças para aceitar e compreender tudo o que não pode ser evitado. Finalmente, Senhor, dá-me discernimento, para distinguir uma circunstância da outra”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1969 da Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Seu Crescimento Espiritual na Fraternidade Rosacruz

Quanto mais estudamos a vida, seu propósito, origem e destino, mais compreendemos a verdade contida na antiga máxima de que “a Analogia é a chave dos Mistérios”. Outra expressão dessa grande verdade é “a Analogia é a Mestra da Natureza”. Um dos maiores instrutores espirituais expressa o seu pensamento no agora famoso axioma: “assim como é em cima, é embaixo”. Essa “fórmula para a sabedoria” nos ensina que existe um princípio unificante que sustenta toda a vida; isto é, o modelo divino, porque toda a vida manifesta repete a si mesma em todos os Planos. A repetição do modelo é evidente em cada um dos departamentos da Natureza. Desde o átomo até os Sistemas Solares e ainda nas gigantescas constelações do espaço encontramos leis e princípios análogos que governam a vida e a forma.

A compreensão dessa simplicidade ou uniformidade no desenho do Supremo Arquiteto para o Cosmos pode ser de grande benefício prático para nós, em nossa busca de conhecimento. Por exemplo, com frequência nos perguntam: em que constitui realmente o crescimento espiritual? Nossa resposta é que o crescimento espiritual é semelhante ou análogo ao crescimento físico. As plantas e os animais crescem pela adição de substância física aos seus corpos, células novas. O crescimento espiritual também é um assunto de acréscimo, de adição de substâncias. Na maioria de nós, os veículos superiores carecem de forma e densidade. São demasiado tênues e inorganizados para servir de instrumentos apropriados para a expressão consciente nos Planos internos. Bastante extraordinário é o nosso Corpo Denso, nosso veículo mais denso que está mais bem organizado e quase totalmente evoluído. Esse Corpo Denso é o nosso veículo mais antigo e mais bem coordenado; consequentemente, somos mais versáteis e eficientes nos trabalhos físicos do que nas atividades que se relacionam com as Regiões superiores nos Mundos suprafísicos. Temos, por exemplo, muitíssimo mais domínio sobre nosso veículo físico do que sobre o nosso Corpo de Desejos ou sobre a nossa Mente. O equilíbrio, a paz e o desenvolvimento cultural que anelamos são, em verdade, qualidades espirituais e essas nós só podemos adquirir por meio do crescimento — real aumento de densidade — do nosso Corpo de Desejos ou da nossa Mente.

A expansão da consciência também acontece em proporção à estatura de nossos veículos internos, pois os tênues e inorganizados Corpo de Desejos e a Mente dos nossos irmãos e irmãs que habitam Corpos primitivos são inteiramente inúteis como instrumentos de consciência nos elevados Planos espirituais.

Nossa literatura Rosacruz nos recorda várias vezes a necessidade de desenvolver o Corpo-Alma, o Dourado Manto Nupcial. Ela diz que a construção desse instrumento (o Templo) é um requisito para todo desenvolvimento espiritual; que primeiro devemos ter um veículo bem construído com os materiais de determinado plano antes de, conscientemente, podermos funcionar e fazer trabalho construtivo em tal plano. Em uma próxima Era, teremos que prestar nossa atenção consciente à construção do nosso Corpo de Desejos e da nossa Mente, assim como agora nos esforçamos para construir o Corpo-Alma, corpo que se constrói com os materiais da Região Etérica do Mundo Físico, a Nova Jerusalém, a qual será o seguinte passo da nossa expressão.

Desse modo veremos a Lei de Analogia manifestando-se. Como o crescimento espiritual é semelhante ao crescimento físico, envolve um acréscimo de substância. A repetição também é um fator nesse processo, porque é por meio dela que os materiais adquiridos novamente se organizam para funções específicas.

Alguns Estudantes Rosacruzes têm perguntado: “Qual é a relação existente entre essa mera adição de substâncias espirituais e as virtudes ou, assim chamadas, qualidades espirituais, que notamos em alguns homens e mulheres?”.

Foi-nos ensinado precisamente que o Primeiro Céu, que se situa nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo, é um lugar de paz, amor e harmonia. A beleza ali cobre o lado oposto como um manto; a unidade de toda a vida é evidente a todos que conscientemente funcionam nesse plano. Por conseguinte, quando desenvolvemos nossos veículos superiores até certo grau, ou densidade, chegamos a ser mais ou menos conscientes dessa beleza e harmonia e tendemos a expressar essas qualidades em qualquer coisa que façamos. Por exemplo, suponhamos uma mulher que é amada por todos pela sua afabilidade e encantos. Se diz que é — e de fato o é — muito espiritual. Embora ela não perceba o amor e a beleza dos Mundos celestes, sem dúvida devido ao seu altamente desenvolvido e bem-organizado Corpo-Alma, sente essas harmonias celestiais ao ponto de não poder evitar de expressá-las, sendo bondosa e considerada por todos. Ela sente a unidade de toda a vida tão intensamente que não tem outro desejo a não ser fazer o bem, servir e ajudar a todos os demais de todas as formas que lhe for possível.

Vemos então que as qualidades espirituais que admiramos nos outros e que temos a esperança de adquirir algum dia estão baseadas no volume e organização dos nossos veículos superiores. Dizem que os grandes Iniciados têm “em verdade auras imensas”.

O termo Corpo-Alma como se usa em nossa terminologia Rosacruz refere-se a esse veículo interno que é construído com os Éteres superiores (o Éter Luminoso e o Éter Refletor). Na vindoura Época Nova Galileia funcionaremos conscientemente nesse veículo, assim como atualmente encontramos expressão por meio do Corpo Denso. Naturalmente, devemos nos lembrar de que, enquanto esse Corpo é construído com substância etérica, sem dúvida em nosso presente estado serve como veículo de consciência no Mundo do Desejo também, justamente como nossos Corpos Densos, por meio do cérebro e do coração, atuam agora como uma base para a expressão do pensamento e do sentimento no plano físico.

Agora se faz evidente que os caminhos e meios para acrescentar volume ao Corpo-Alma devem ser encontrados, se queremos progredir espiritualmente. Sem dúvida, não temos que investigar muito. Nós, de fato, sempre soubemos o processo. Em todas as Épocas, líderes religiosos têm ensinado a necessidade de viver vidas de serviço, trabalhando sem egoísmo, para a família, tribo ou raça. Eles nem sempre explicaram como “dando aos outros” aumenta-se a estatura espiritual de uma pessoa e, sem dúvida, sempre afirmaram que “nossas únicas posses permanentes são as que damos aos demais”. Esse dar é, pois, a chave para todo o progresso espiritual. Nossa Filosofia Rosacruz acentua a advertência bíblica que diz: “O serviço amoroso e desinteressado aos demais é o caminho mais curto, mais seguro e mais agradável que conduz a Deus”.

Os Estudantes Rosacruzes algumas vezes perguntam: “Uma vez que podemos aumentar muito nossos poderes mentais e físicos sem levar em conta considerações éticas, porque o Aspirante à vida superior deve ser bondoso, amoroso, generoso e amar a fim de desenvolver os poderes do espírito?”. Uma resposta parcial foi dada anteriormente, quando dissemos: “Só o que damos aos outros é, em verdade, nosso”. Uma explicação mais ampla pode ser dada pelo uso da “analogia”. Por exemplo, uma lei física estabelece que “ação e reação são opostas e iguais”. Porém, para ser mais explícitos digamos que há um jovem que descobriu que sua força física é totalmente inadequada. Necessita músculos mais fortes. Assim, ele sabiamente busca o auxílio de um treinador físico. Tomou parte em um curso progressivo de exercícios físicos de natureza vigorosa. Uma vez que deseja intensamente possuir mais força, persiste em seus treinamentos até que realmente consegue ter êxito no desenvolvimento de músculos consideravelmente maiores e mais fortes. No decorrer do seu treinamento, sem dúvida aprendeu um fato importante; a saber, que não desenvolveu “músculos” durante seu período de exercícios. Na verdade, destruiu tecidos musculares a um grau mais rápido, enquanto duraram os exercícios. Foi durante os períodos de descanso ou nos intervalos dos exercícios que o real desenvolvimento ocorreu. Seu treinador lhe explicou que, pela demanda que fez sobre os músculos, o esforço intenso e requerido para executar os vários exercícios, a natureza, por assim dizer, veio em seu auxílio e construiu tecidos maiores e mais fortes em um esforço para diminuir a tensão extraordinária e a violência exigidas do corpo. Assim, nosso atleta aspirante aprendeu que somente se tornou forte dando sua força e energia para poder construir músculos maiores e mais fortes.

Assim sucede também nos assuntos do Espírito. Isso é a substância de todos os ensinamentos religiosos. Devemos dar sem egoísmo, se queremos chegar às alturas. Somos nós mesmos que temos de nos dar. Dar nosso amor, nosso afeto e nossas energias, porque “A dádiva sem o dador de nada serve”. No começo isso poderá talvez ser possível só como um dever, porém logo teremos de servir e nos dar propriamente pela alegria que isso proporciona. Os primeiros esforços do “construtor de músculos” foram dolorosos e exigiram grande força, porém logo conseguiu um estado em que tudo se convertia em prazer positivo, ao gastar suas energias na conquista. A felicidade, por si mesma, parece estar baseada em “dar”. Se nos falam dos “radiantes seres superiores”, “os que brilham” nos Planos superiores, pensamos neles como pessoas radiantes, felizes. Disso não temos a menor dúvida, porém deveríamos recordar que eles são radiantes porque “irradiam para fora”, constantemente permitem que brilhe a sua luz. Ao homem forte também lhe agrada exibir sua força e energia, pois como em todo departamento da vida, a reação de “dar” é de pura felicidade.

Algumas escolas de metafísica nos ensinam que no Espírito nós já somos perfeito e só temos que nos colocar em contato com esse “Eu Superior” a fim de conhecer a perfeição hoje e para sempre. Estamos de acordo que se busque sempre o conselho do “Eu Superior”, porém nos foi ensinado que somos apenas potencialmente perfeitos espiritualmente. Se o Tríplice Espírito fosse totalmente perfeito, não haveria necessidade dessa “Jornada através do Deserto”. Por meio de nossas atividades aqui, no Tríplice Corpo também extraímos ou libertamos uma “essência-energia” que se amalgama no Tríplice Espírito e, só assim, podemos nos converter de verdade em deuses, homens ou mulheres. O equilíbrio, a cultura, o encanto que todos buscamos não é o produto da perfeição física. Essas são qualidades espirituais e têm que ser buscadas por meio da conduta religiosa ou ética. Temos outro incentivo para o esforço espiritual, quando nos recordamos de que “o poder espiritual é muito maior que o poder mental, assim como este é muito maior do que o poder físico”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro de 1980-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Pergunta: Quando e como será a Era de Aquário?

Resposta: A Era de Aquário ainda não chegou, embora sua influência já comece a ser sentida, mas não estará integralmente conosco a não ser daqui a aproximadamente 600 anos. A Era de Aquário é resultante de um movimento do eixo da Terra, similar ao movimento de um pião que está perdendo sua velocidade de rotação, que é chamado de Precessão dos Equinócios. O Equinócio é o momento em que o Sol, em seu o movimento aparente em torno da Terra, cruza o equador celeste. Seria, portanto, a intersecção da eclíptica com o equador celeste. O Equinócio se dá em dois momentos: um na primavera e outro no outono. O Equinócio de Março é o momento em que o Sol cruza o equador celeste no sentido sul-norte. Nesse momento, o Sol está em conjunção (ou aponta) para um grau de um determinado Signo em um dado grau. Devido ao movimento de Precessão dos Equinócios, a cada ano, o Sol aponta para um grau do Zodíaco que precede o do ano anterior. Assim, se em um ano o Sol cruza o primeiro grau de Áries, no ano seguinte, cruza em um grau dentro do Signo de Peixes (o movimento é no sentido inverso ao movimento aparente anual do Sol ao longo do Zodíaco). Esse movimento retrógrado é muito lento, cerca de 25950 anos para dar uma volta completa no Zodíaco e cerca de 2160 anos para cada Signo. A última vez que o Sol apontou para o primeiro grau de Áries foi em torno do ano 500 DC. Atualmente, está em torno dos 8 graus de Peixes, alcançando o 30º grau de Aquário (início da Era de Aquário) em torno de 2600 DC.

Podemos reconhecer a influência pisciana ao longo dos últimos dois mil anos. A superstição, a censura intelectual e a fé cega são bem conhecidas da história da humanidade. Por outro lado, os ensinamentos de amor e altruísmo deixados por Cristo dificilmente seriam internalizados sem a força da fé, mesmo sendo uma fé cega. A Era de Peixes pode ser, portanto, lembrada como a Era da , em oposição ao que será a Era de Aquário, a Era da Razão, mas é durante a Era de Peixes que estão sendo lançados os pilares do Cristianismo — amor e altruísmo – a um círculo crescente de crentes. Aquário tem uma influência intelectual que é original, inovadora, mística, cientifica, altruísta e religiosa.

Durante a Era de Aquário, veremos a mistura da Religião com a Ciência a tal grau que dela resultarão uma Ciência religiosa e uma Religião científica, cada uma aprendendo com as experiências e descobertas da outra.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz no Rio de Janeiro-RJ-janeiro/fevereiro/março/2001)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como agimos no Mundo: a Importância das Pequenas Coisas – essas que fazemos no nosso dia a dia

Em razão de nossa dual natureza, espiritual e humana, não podemos ainda, infelizmente, manter um permanente contato com Deus, através de nossa Divina Centelha. Mas, nem por isso devemos cruzar os braços admitindo, antecipadamente, a derrota, sob a justificativa de que o caminho é muito longo e difícil. Temos orientação segura, amorosa e desinteressada na Fraternidade Rosacruz. Arregacemos as mangas e tratemos, sob tal orientação, de dispor os tijolinhos de nossos pequenos e continuados esforços, com a argamassa do amor, para a, pouco e pouco, edificarmos nosso templo interior.

Não importa que ao nosso redor muitos corram na louca ânsia de sorver os prazeres do mundo: a indigestão os fará retornar aos alimentos sadios. Deus não tem pressa. Ninguém se perderá. Através de sábias leis, lenta e seguramente, Ele promove a elevação de suas células espirituais. Todos os caminhos conduzem a Roma. Cabe-nos escolher.

Atendemos bem para isto: o segredo está no acúmulo persistente de pequenas conquistas. Mais vale um grama de realidade do que um quilo de sonhos. Aspirar e não realizar é incompleto. Deus desejou criar o Universo; idealizou-o e depois o Verbo se fez carne. Fazer é crescer. A fé, sem obras, é morta. E quem cresce pode melhor servir. E quem melhor serve, mais recebe para dar.

O desenvolvimento espiritual se realiza assim. Devagar e sempre. Lembra Max Heindel: “é, comparativamente, mais fácil realizarmos uma grande proeza num impulso de heroísmo, do que vencermos as pequenas batalhas das dúvidas, das condescendências próprias, dos descuidos. Os que o conseguem são os verdadeiros heróis anônimos, reconhecidos por Deus”.

De fato! Podemos ter momentos de elevação e de contato com nossa Deidade Interna, nas reuniões de Fraternidade e nos exercícios e preces que realizamos em casa. Mas, e os intervalos? Quando deixamos o altar de nossas consciências, e voltamos ao trabalho do mundo, continuamos, na presença de nosso Cristo ou dele nos despedimos, furtando-nos a seus penetrantes olhos, por que somos obrigados a agir como homens e mulheres comuns?

Aqui está o segundo ponto, prolongamento do primeiro: para haver pequenos e continuados esforços espirituais, devemos vigiar e orar, ou seja, orar sem cessar, isto é, manter atitude mental, comportamento emocional e coerência em atos íntegros no mais puro sentido do termo, servos de Deus; expressão de Sua Vontade em nós. E se achamos que nossas atividades não nos permitem agir dessa maneira, oremos para que Deus nos inspire a encontrar outro caminho. Estamos nos justificando pelo desejo de lucro ilícito? Não temos convicção bastante para afirmar nossa lealdade espiritual, sem perder de vista a prudência com as fraquezas humanas? Temos receio de iniciar outra atividade mais afim a nosso ideal Cristão?

Mas nem sempre é esse o caso. A vida moderna reconhece cada vez mais a necessidade de lealdade e lisura nas relações humanas. Ao contrário, o ser humano correto e prudente é sempre respeitado e fatalmente guindado a postos de confiança.

O problema está nas negligências, nas condescendências, para sermos agradáveis aos outros. As palavras que falamos na vida diária, no lar, no trabalho, no lazer, nas rodas de piadas, quando estamos aborrecidos ou irados, são essas palavras que nos traem e comprometem muito mais do que pensamos, porque as palavras têm poder.

Stephen Vicent Benét nos exorta: “a vida não é perdida quando morre o corpo, senão nos minutos, dias e anos preenchidas de pequenas e descuidadas falhas”. No Livro dos Provérbios, Salomão admoesta: “a língua dos sábios produz a cura. Quem guarda a sua boca, conserva a vida. Mas a boca do tolo é sua destruição.” (Pb 12:18-19).

Na Época Lemúrica, pelo poder da palavra moldávamos os corpos dos animais e vegetais. Desde o mais remoto passado o ser humano temeu a maldição e desejou bênçãos. Os braceletes atuais são reminiscências de objetos que no passado as pessoas usavam no braço, no pulso, com inscrições de palavras edificantes e protetoras, tiradas de seus livros sagrados.

Não importa se os outros nos percebem: se pensamos, se sentimos erroneamente, já pusemos em ação uma força modeladora de algo desagradável. Foi isso que inspirou alguém a dizer: “Ó Deus, ajuda-me a tornar doces e edificantes os meus pensamentos, sentimentos e palavras, porque um dia terei de engoli-los…”.

Meditemos muito nisso. Fazer um pouco por dia, todos podemos! Vigiar e orar é buscar manter uma unidade ativa coerente com a vontade de nosso Cristo Interno.

Talvez na ausência dessa prática resida a explicação de nosso lento evoluir espiritual.

Nesse caso, comecemos agora mesmo, segundo o conselho de São Paulo Apóstolo: “Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:22-24).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1969 – Fraternidade Rosacruz –SP)

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