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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Mortos Perderam o Interesse em Nós?

Max Heindel

Conta-se a história de um casal de grande coração, no País de Gales, que, desejando adotar uma criança belga refugiada, viajou para Swansea a fim de obter uma do Campo de Concentração de lá. Mas, nenhuma lhes convinha, exceto um irmão e uma irmã; porém, os dois se agarravam um ao outro tão tenazmente que não tiveram coragem de separá-los. Decidiram, finalmente, adotar os dois, levando-os para casa. Quando a senhora despiu a menininha, notou um medalhão pendurado no pescoço da criança e a menininha lhe disse da melhor maneira que pôde que ele continha uma foto da sua mãe, que havia sido massacrada. Ao abrir o medalhão, a mulher viu com espanto e tristeza a foto da sua própria irmã, que havia ido para a Bélgica como governanta anos antes e de quem ela havia perdido o rastro. Dessa forma, descobriu-se que ela havia levado os filhos da sua irmã assassinada para seu coração e lar.

Como isso aconteceu? Isso “aconteceu”? Essa é uma questão de grande importância, pois afeta o destino de todo ser humano, se os eventos em nossas vidas são governados por acaso ou destino. A explicação mais simples é, claro, que “simplesmente aconteceu” e pode parecer muito improvável para a maioria postular o destino. Ainda assim, Cristo disse: “os cabelos da sua cabeça estão contados, nem mesmo um pardal cairá na terra sem que o Pai saiba. Vós sois de mais valor do que muitos pardais” (Lc 12:7). Se Cristo disse a verdade, e não podemos duvidar disso, então o elemento “acaso” é eliminado e tudo o que nos acontece é o resultado do desígnio divino ou humano, operando sob, e em harmonia com a lei imutável da consequência; e os agentes que garantem esse desígnio podem estar nos Mundos visível ou invisíveis. Com essa hipótese, é fácil explicar a ocorrência. Quando nos perguntamos quem estaria interessado em levar essas crianças para a proteção da tia, a resposta é, obviamente, a mãe.

E, se uma ou outra mãe pode fazer isso por seus filhos, segue-se que todas as mães devem ter a mesma capacidade de afetar os destinos de seus filhos, restringidas, é claro, pela Lei de Causa e Efeito, como já foi dito; e se as mães podem fazer tais coisas, os pais ou outros parentes, em suma, o mundo inteiro do outro lado do véu da morte, devem ter o poder de afetar todas as outras pessoas que vivem aqui, e devemos ter o poder de afetá-los. Não pode haver meias medidas.

Para o investigador ocultista é de conhecimento comum que aqueles a que chamamos de mortos continuam por um tempo, variando de acordo com sua inclinação e disposição, a se interessar pelos assuntos daqueles que deixaram para trás, e se esforçam, com variado sucesso, para influenciá-los como influenciamos uns aos outros nas relações físicas. Eles não são livres para fazer isso o tempo todo, porque episódios no panorama da sua vida passada exigem toda a sua atenção enquanto estão sendo expurgados; mas, entre esses períodos nossos amigos dos Mundos invisíveis estão conosco e nos abraçam com a mesma solicitude e amor que tiveram por nós enquanto estavam ao nosso lado, aqui renascidos na Região Química do Mundo Físico.

Infelizmente, o inverso também é verdadeiro: se um inimigo morre, não nos livramos dele por esse fato. Ele pode realmente nos fazer mais mal fora do Corpo Denso e Vital do que poderia fazer enquanto estava aqui renascido na Região Química do Mundo Físico. Isso foi sentido em pequena escala na guerra russo-japonesa, quando alguns dos golpes inteligentes dos japoneses ocorreram em virtude de impressões recebidas do outro lado; métodos semelhantes foram usados em uma extensão que ninguém iria acreditar, se não estivesse ciente dos fatos, no início da presente guerra[1]. Mas, o efeito organizado dos Irmãos Maiores e seus grupos de Auxiliares Invisíveis deram frutos para conter a corrente de ódio entre as vítimas da batalha, de modo que todos os que cruzam o portal da morte são agora instruídos sobre o efeito da malícia sobre si mesmos e o mundo, sua melhor natureza surge e o altruísmo é exaltado como mais nobre do que o patriotismo; o resultado é que a maioria é convertida, pelo menos na medida em que se abstém de esforços ativos para interferir na batalha.

Há muitos anos defendemos a abolição da pena capital por razões semelhantes; o assassino ressentido é, por esse ato de retaliação, liberado do Corpo Denso para influenciar outros de mentalidade semelhante e o resultado é que os assassinatos se multiplicam; ao passo que, se fosse mantido na prisão, seria isolado até os anos passarem e esfriarem o ressentimento dele contra a sociedade; então ele morreria em um estado de espírito menos perigoso e, provavelmente, não faria mal à sociedade.

Portanto, que se perceba que seja um fato e não um sentimento poético, o que John McCreery escreveu:

Embora invisíveis aos olhos mortais,

Eles ainda estão aqui e ainda nos amam.

Os queridos que deixaram para trás,

Eles nunca esquecem.

Sim, sempre perto de nós, embora invisíveis,

Nossos queridos espíritos familiares caminham.

Pois todo o Universo sem limites de Deus é Vida.

Não há mortos.


[1] N.T.: Refere-se à Primeira Grande Guerra Mundial

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1915 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“A Imitação é o ‘Elogio’ Mais Sincero”

Desde que o trabalho da Fraternidade Rosacruz foi iniciado, em 14 de novembro de 1908, os movimentos com nome de “Rosacruz” multiplicaram-se rapidamente. Parece haver uma mania perfeita para anexar a palavra Rosacruz aos seus nomes; mas para garantir a distinção do restante, alguns escrevem com “k “— Rosakruz. Outros usam “ae” em vez do “a” — Rosaecrucianismo. Alguns deles fazem grandes reivindicações. Um até mesmo afirma ter seis milhões de membros, entre os quais estão os chefes coroados da Europa e todas as pessoas ilustres de todas as épocas, incluindo Moisés, Elias, os faraós do Egito e outros grandes demais para serem mencionados.

Tampouco é de admirar que essa deslumbrante fantasmagoria cegue alguns de nossos membros mais fracos, que correm para essas ordens com plena fé de que o chamado Grão-Mestre, Imperator ou qualquer outro nome fantasioso, simplesmente vai mover uma varinha mágica sobre eles e suas asas brotarão, imediatamente os tornando oniscientes como os deuses. Aos poucos eles entenderão melhor: o avanço no Caminho da realização espiritual depende, como já dissemos mil vezes, do crescimento da alma (crescimento anímico); ninguém pode assimilar nosso alimento espiritual para nós, nem crescer por nós, assim como não pode comer nosso café da manhã físico e nos entregar o valor alimentar pelo qual podemos crescer fisicamente mais fortes.

Shakespeare fez a pergunta: o que há em um nome? Pode haver pouco e pode haver muito. Todos nós conhecemos o valor comercial de um bom nome para designar uma marca de produtos; contudo, não importa quão bom seja o nome, a menos que os produtos que ele represente sejam de excelente qualidade, o nome por si só não pode torná-los um sucesso permanente e a mesma coisa é válida para um movimento espiritual — deve ter uma base sólida, uma filosofia robusta.

Os hindus receberam os Vedas; os persas receberam o Zend Avesta; os maometanos, o Alcorão; os Cristãos, a Bíblia. Cada grande Religião teve seu próprio livro-texto particular que é o fundamento da sua fé e esse livro-texto tem três pilares: um relato sobre a nossa origem, uma declaração sobre o futuro reservado para nós e um códigode ética. Mesmo nos tempos modernos descobrimos que os Cientistas Cristãos têm seu livro-texto, Ciência e Saúde, e os Teosofistas têm a Doutrina Secreta.

Antes do início da Fraternidade Rosacruz, os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz deram ao escritor os ensinamentos monumentais contidos no Conceito Rosacruz do Cosmos, que supera todas as filosofias anteriores. Esse é agora o livro-texto da Fraternidade Rosacruz e está se espalhando por todo o mundo da maneira mais maravilhosa, pois encontra em todos os lugares, entre as pessoas pensantes, um assentimento incondicional, porque apela ao fórum interno da verdade.

A Filosofia Rosacruz foi oferecida, pela primeira vez, pelos Irmãos Maiores a Max Heindel com a condição de que ele a mantivesse em segredo e só a revelasse a alguns, através do rito e dos mistérios da Iniciação. Mas, sendo ele mesmo, naquela época, uma alma faminta em busca da solução do mistério da vida, recusou a oferta, embora repetidas propostas fossem feitas para que ele se retratasse. Ele pensou que se esse ensinamento fosse bom para ele, seria bom para milhares de outras almas famintas no mundo; finalmente, foi dado a ele na condição inversa, ou seja, que ele fizesse tudo ao seu alcance para promulgar a Filosofia Rosacruz. Ele foi submetido a um teste para ver se a usaria egoisticamente ou se seria firme em seu propósito de dá-la à humanidade; por isso, a Filosofia Rosacruz está sendo difundida publicamente através desse livro-texto para que todo aquele que busca, venha e beba de graça dessa “água da vida”.

Basta pensar o que teria acontecido se os Apóstolos tivessem conspirado, com sucesso, para manter os ensinamentos de Cristo longe do mundo ou se os primeiros Sábios da Índia ou da Pérsia, que receberam os Vedas e o Zend Avesta, respectivamente, tivessem feito isso. Então todo o mundo teria ficado séculos sem o ensino religioso e, certamente, todos sabem que isso teria sido um grande prejuízo para a evolução espiritual de muitos. Tendo isso em mente, basta aplicar os mesmos argumentos de bom senso às alegações dos chamados “Mestres”, que professam iniciar nos mistérios desta ou daquela Ordem qualquer um que tenha recursos financeiros, mas nada oferecem ao público. É fácil pegar um nome e fazer afirmações, mas peça-lhes para produzirem seu livro e compará-lo com a Bíblia ou o Conceito Rosacruz do Cosmos, veja se ele cobre os três pontos essenciais que mencionamos e nenhum outro teste será necessário para mostrar a sua condição de falso Mestre.

A Fraternidade Rosacruz não tem coisa alguma contra essas pessoas, pois, como se diz que a imitação é a forma mais sincera de elogio, supomos que elas reconhecem o mérito e a força do nosso movimento ou não tentariam imitá-lo.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de abril/1916 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que deveria Jesus perder a experiência correspondente aos trinta anos que já vivera, uma vez que ele havia ocupado esses veículos e os Átomos-sementes voltaram a ele depois que Cristo cessou de usá-los?

Pergunta: Por que deveria Jesus perder a experiência correspondente aos trinta anos que já vivera, uma vez que ele havia ocupado esses veículos e os Átomos-sementes voltaram a ele depois que Cristo cessou de usá-los?

Resposta: Essa pergunta decorre do que se declarou anteriormente, isto é, que quando Jesus deixou o seu veículo ao cargo do Cristo, ele perdeu com isso a experiência dos trinta anos que já vivera, e isso é verdade.

As experiências ficam realmente registradas no Átomo-semente, e quando Jesus recebeu esses Átomos-sementes após a morte no Gólgota, ele recebeu, desse modo, um registro da experiência, mas o Corpo Vital é que recebeu o impacto das experiências. Jesus viveu seu céu e seu inferno diariamente, como todo verdadeiro Probacionista o faz, e gravou a experiência no Corpo-Alma que foi entregue a Cristo.

O Corpo-Alma, os dois Éteres superiores que cresceram durante a vida na Terra, incluindo naturalmente os três anos em que foi habitado por Cristo, continua faltando a Jesus.

Aquele não será devolvido até que o Dia da Libertação e o Milênio tenham chegado e passado, de modo que o Cristo tenha completamente acabado a necessidade de utilizar o Corpo Vital que Ele recebeu de Jesus.

Então, naturalmente, o crescimento anímico alcançado por Cristo recairá sobre Jesus em decorrência da Lei de Atração, e ele se tornará muitíssimo mais rico do que o seria se não tivesse sacrificado o seu corpo dessa maneira. É por essa razão que declarei, como opinião pessoal, que Ele seria o mais elevado ser sobre a Terra, devido a esse fato.

(Pergunta nº 98 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol II-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: A Inalação da queima de Incenso pode prejudicar o Desenvolvimento Espiritual?

Pergunta: A Fraternidade Rosacruz desaconselha à queima de incenso, alegando que sua inalação pode deixar o indivíduo à mercê ou influenciado por espíritos Elementais, cuja atividade negativa induz a sensualidade ou outras práticas perniciosas. O que se pode afirmar com referência à queima de incenso nas igrejas?

Resposta: Para um espírito desencarnado ou Elemental influenciar uma pessoa necessita agir sobre seus centros cerebrais. Porém, ele só pode realizar isso se dispuser de um veiculo suficientemente denso. Caso um Elemental consiga utilizar um veículo dessa natureza poderá impressionar ou incitar moral ou mentalmente uma pessoa, dependendo do caráter e capacidade de autocontrole dela.

Ao queimar-se incenso em um recinto, a fumaça constitui por si só um veículo de tal densidade que poderá ser usado facilmente por qualquer entidade fim ao grau de vibração daquela espécie particular de incenso. Esse veículo abre a entidade Elemental um caminho de acesso aos centros cerebrais. Ao ser inalado oodor, irá inalar também o espírito Elemental, afetando a pessoa conforme sua natureza ou suscetibilidade.

Um indivíduo altamente evoluído, possuidor de visão espiritual desenvolvida, tendo a possibilidade de ver e reconhecer a verdadeira natureza dos vários seres existentes nos Mundos invisíveis pode queimar incenso, utilizando-o como veículo para entidades auxiliadoras. Contudo, somente os Iniciados podem se dedicar a essa prática e, mesmo assim, em perfeita conexão com as Escolas de Mistérios.

Quanto às igrejas, o incenso por elas empregado é de natureza comercial e não específica, embora ainda não tenhamos dados exatos sobre isso, o incenso, quando preparado especificamente por uma pessoa ignorante ou movida por sentimentos egoístas, torna-se veículo para entidades de natureza semelhante que, revestindo-se da fumaça e do odor, incitam outras pessoas a atos imorais ou criminosos. Quando a prática é constante, o espírito obsessor adquire tal controle sobre sua vítima, a ponto de conduzi-la a estados similares ao frenesi epiléptico ou a espasmos motores idênticos aos produzidos pela coreia de Sydenham ou “dança de São Vito”.

NT: Corinne Heline, no terceiro volume de sua obra “A interpretação da Bíblia pela Nova Era”, relata que o incenso empregado nas igrejas facilita a influência do sacerdote sobre o público que inala a fumaça, tornando-a mais passível de aceitar suas emanações ou intenções, enquanto pastor de um rebanho. Desse modo, por ser um ambiente que representa o polo passivo e puramente devocional de desenvolvimento espiritual, as pessoas ficam neste estado de consciência passiva, recebem maior influência pelo incenso, que é uma resina. Não significa que a pessoa que inala o incenso não possa ter a força de vontade suficiente para superar qualquer influência externa. Em verdade, uma consciência positiva, apesar de muita fé em Deus, jamais se deixa levar por influências externas.

Vale também lembrar que a simbologia do incenso nada tem a haver com o ato de queimar incenso: em histórias mitológicas, a palavra incenso significa Alma. Por exemplo, diz-se que o menino Jesus recebeu Ouro, Mirra e Incenso dos três Reis Magos. O Ouro aqui representa o Espírito; a Mirra os Corpos; e o Incenso a Alma.

Pelo exposto pode-se concluir sobre a periculosidade do uso indiscriminado do incenso.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1966- traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross”- Fratrernidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Retrospectiva Oculta

Que estamos cercados por Mundos invisíveis, povoados de seres invisíveis e que podemos, sob certas circunstâncias, comunicar-nos com aqueles que passaram para além véu é uma crença tão antiga quanto a civilização humana. Houve momentos na história do Mundo em que foram feitas tentativas de suprimir essa crença, mas ela ainda sobrevive fortemente em nossas comunidades atuais. Embora nos tempos modernos a ciência tenha se esforçado, às vezes, para matar essa crença como sendo ridícula, descobertas científicas e recentes tendem a justificar a fé em fenômenos ocultos, em vez de desencorajá-la.

A Bíblia dá uma justificativa considerável para essa crença de que é possível se comunicar com aqueles que estão nos Mundos invisíveis — os chamados mortos. Conta-nos que a Bruxa de Endor[1] invocou o fantasma de Samuel a pedido de Saul. Podemos raciocinar, é claro, que a Bruxa de Endor fosse uma impostora, mas a Bíblia não diz isso. É possível que essa passagem dramática da Bíblia tenha feito mais do que qualquer outra coisa para preservar a crença popular na comunicação com os espíritos que partiram e essa crença é mantida entre algumas das pessoas mais esclarecidas do mundo. É verdade que a Bíblia condena Saul por tentar invocar o fantasma de Samuel e esse desastre veio de seu experimento ousado. Também pode ser que isso tenha sido um fator para dar má reputação às tentativas de comunicação com os mortos e com todas as relações geralmente conhecidas sob o nome de magia; no entanto, é um fato histórico que os primeiros cientistas eram todos magos e lidavam com espíritos desencarnados e seres que já tinham partido. Os sacerdotes babilônicos e egípcios eram os mais ilustres desses praticantes de magia e, no entanto, sem dúvida fizeram um progresso considerável no que hoje é chamado de ciência natural. Esses primeiros sacerdotes orientais eram sobretudo astrólogos e sempre misturavam o lado oculto com seus estudos de astronomia, como bem demonstrou Richard Proctor[2] em seu livro sobre o Observatório da Grande Pirâmide[3].

Os árabes foram os pioneiros da matemática, a mais exata de todas as ciências, e ainda assim eram astrólogos e crentes profundos na magia. Eles adoravam os Anjos das estrelas, os Espíritos Planetários, que nunca perderam seu lugar na Religião e estão incorporados nos rituais católicos de hoje.

Ao longo da Idade Média, a crença na magia e nos espíritos invisíveis, que estão ao nosso redor, persistiu e não era fomentada apenas entre as classes mais baixas; na verdade, era mais forte entre as pessoas mais civilizadas, embora em lugares frequentados pelo mal e pela degradação. Tanto a Igreja quanto o Estado tentaram eliminá-la, mas sem sucesso; talvez porque muitos dos que tinham autoridade fossem os mais fortes crentes na magia e praticantes da ciência.

O irmão do rei Luís XIV da França, oficialmente conhecido como “o rei mais Cristão”, e muitos membros da corte foram descobertos realizando orgias secretas, sessões espíritas com os espíritos dos mortos e “adorando Satanás”. Segundo a história, os parentes do rei e alguns dos personagens mais importantes da aristocracia da França foram salvos por sua posição, mas os de posição inferior foram torturados e executados por seus pecados. Mágicos famosos como Johannes Trismegisto[4] dominavam comunidades inteiras; até os Rosacruzes foram acusados de praticar ritos misteriosos em segredo e incluíam os membros mais ricos e importantes da sociedade; mas eles, é claro, não estavam preocupados com o fenômeno de conjurar os espíritos dos mortos. Eles tinham outros trabalhos mais importantes a fazer e qualquer magia que praticassem naquela época, ou hoje, seria pura e branca, sem o menor toque da magia impura e negra, o que caracterizava quase todo o resto daqueles que praticavam as sessões secretas.

A ciência moderna, que se diz ter começado com Francis Bacon[5], fez desde o início as mais sérias incursões nas reivindicações dos magos, astrólogos e todos os negociantes do ocultismo; embora o próprio Bacon, sendo adepto do Rosacrucianismo, não estivesse relacionado com essas perseguições de forma alguma. É verdade que os fenômenos dos magos não suportariam a investigação por métodos de laboratório na fria luz do dia e há muitas razões pelas quais esses fenômenos só podem ser produzidos no escuro, mas isso não justifica a alegação de que eles sejam fraudulentos.

Não podemos usar uma câmera para fotografar em um lugar escuro, porque as vibrações no Éter são muito lentas; nem podemos materializar um espírito à luz do Sol, porque as vibrações etéricas são muito rápidas e despedaçariam a estrutura tênue da qual o corpo espiritual é formado. Esse é um fato que nem mesmo a ciência compreende nos dias atuais. Por causa dessas perseguições tolas e falsos apelos à razão e ao intelecto, as classes econômicas-sociais mais elevadas começaram a ficar mais céticas em relação à magia e comunicação com os espíritos que partiram; apenas as chamadas classes “ignorantes” e pessoas de disposição extraordinariamente sensível se apegaram a elas. Deve-se dizer que esses últimos sempre foram numerosos, mesmo nas classes mais altas da sociedade. A rainha Maria Antonieta[6], no final do século XVIII, acreditava e praticava o espiritismo e em nossos dias o Czar da Rússia tem sido muito criticado pela amizade que demonstrava com Rasputin, o monge que, segundo todos os relatos, era um ocultista de primeiro nível, seja da escola negra ou da branca.

Em meados do século XIX, a ciência moderna aparentemente havia esmagado a magia antiga e tudo o que a acompanhava; a própria palavra “ocultista” ou “mágico”, que uma vez causou terror na Mente das pessoas, foi então dada a prestidigitadores e faquires viajantes, gente que retirava coelhos e tigelas de peixinhos dourados da cartola. A ciência havia quase totalmente reprimido a prática de fenômenos ligados ao ocultismo, mas então veio a onda irresistível do espiritismo. De várias partes do mundo, principalmente da América, chegaram relatos de materialização de espíritos em que os falecidos eram vistos e ouvidos em grupos reunidos com o objetivo de evocá-los por meio de um médium.

A ciência travou uma luta dura e amarga, mas a crença não pôde ser derrubada; na verdade, cresceu e se desenvolveu à medida que a ciência gritava “é fraude!”; finalmente, invadiu até as fileiras dos cientistas, transformando alguns dos principais entre eles de escarnecedores a defensores ardentes, pois eles viram que esses fenômenos estavam de acordo com as modernas descobertas científicas e quanto mais a ciência avançou em suas investigações dos segredos da natureza, mais se descobriu que esses fenômenos psíquicos estão de acordo com a operação das leis naturais descobertas.

De fato, as maravilhas das descobertas científicas quase rivalizam com as mais loucas e fantásticas afirmações dos antigos magos: forças invisíveis reproduzem a voz humana e mensagens voam pelo ar ao redor do mundo sem sequer um fio para guiá-las. A levitação foi realizada por meios mecânicos e muitas outras maravilhas modernas, em parte devido à descoberta da eletricidade, a mais maravilhosa de todos os nossos servidores modernos, estão forçando a crença nos Mundos invisíveis e nos espíritos que vivem neles. Aqui está uma força que é invisível, intangível, imponderável, mas capaz de exercer os mais tremendos poderes, capaz de tirar a vida e destruir qualquer obra da mão humana em um segundo. Aqui está um poder que realiza praticamente tudo o que foi reivindicado pelos antigos magos, ao realizar o que chamamos de “milagres”. É bem sabido que os sacerdotes dos templos egípcios, e outros, criaram os efeitos mais inspiradores ao produzir uma voz humana falando do vazio. Hoje, o mesmo fenômeno pode ser visto nas chamadas “sessões de trombeta”[7], em que espíritos desencarnados falam por meio de uma espécie de trombeta; mas, temos em nossas casas instrumentos semelhantes como o telefone e o fonógrafo, que são operados pela voz humana. Então, no que diz respeito à telegrafia sem fio, devido em grande parte às pesquisas de Sir Oliver Lodge[8], que desde então se tornou o mais forte crente em fenômenos psíquicos, por esse uso da eletricidade, as vibrações são feitas para fluir completamente ao redor do mundo, transportando mensagens, sem impedimentos, por montanhas, desertos e todas as obstruções naturais. Isso é semelhante às mensagens e comunicações telepáticas, que são frequentemente registradas como feitos dos antigos magos, feitos que são duplicados todos os dias em milhares e milhares de situações, às vezes conscientemente ou, com mais frequência, de forma inconsciente.

Talvez pensemos em uma certa melodia e alguém na sala comece a cantarolá-la. Às vezes, ao visitar um amigo, somos recebidos com um “Ah, eu estava querendo ver você”, o que mostra, se pensarmos bem, que respondemos a uma mensagem de telepatia. De mil e uma outras maneiras estamos nos tornando pensadores cada vez mais poderosos e mais sensíveis aos pensamentos dos outros. Foi essa faculdade conscientemente cultivada entre os magos do passado que os capacitou a realizar muitos dos seus célebres fenômenos; chegará o tempo, em um futuro não distante, em que seremos capazes de ler os pensamentos uns dos outros e transmiti-los de cérebro em cérebro sem a intervenção da fala, da escrita ou de qualquer um dos métodos de comunicação atualmente conhecidos.

Entre outras maravilhas científicas e relacionadas com a magia antiga, podemos citar também os raios-X, descobertos por Sir William Crookes[9], que nos permitem ver através de um objeto sólido. Isso está de acordo com os poderes descritos como Clarividência ou visão espiritual, possuídos por todos os ocultistas antigos e por um número cada vez maior de pessoas que vivem agora no mundo. Os raios-X também existem por causa dessa grande eletricidade mágica, mas são apenas um pobre substituto para os poderes da visão espiritual, que permitem ao seu possuidor ver igualmente bem o que acontece do outro lado do globo ou na sala em que está sentado. É digno de nota que Sir William Crookes, assim como Oliver Lodge, seja um crente em fenômenos ocultos e foi levado a isso por suas descobertas científicas, que mostraram que deve haver Mundos invisíveis; seus experimentos o convenceram da possibilidade de comunicação com aqueles que partiram desta vida e agora estão vivendo nesses Mundos invisíveis.

É impossível catalogar em um artigo de revista todas as descobertas científicas e a respectiva conexão com, ou influência sobre, o assunto da comunicação com o Mundos invisíveis e os espíritos invisíveis no ar. Mas, em vista de todos os fatos científicos, não podemos escapar da conclusão de que o espírito humano continuará a existir à parte do seu Corpo Denso; essas descobertas científicas apontam para um tempo não muito distante em que todos veremos sem os olhos físicos, ouviremos sem os ouvidos físicos e falaremos sem  a língua física.

Em vista do que foi realizado, não se trata de mera especulação ociosa, mesmo do ponto de vista científico, e há um valor legítimo na entrega a tais sonhos, como os “homens de ciência” os chamariam, pois nada jamais foi alcançado como fato físico sem que antes não tivesse sido objeto de sonho. Se Alexander Graham Bell, o inventor do telefone, não tivesse sonhado com a possibilidade de comunicação por tais meios, não teríamos hoje esse valioso instrumento. Se Morse não tivesse sonhado com a travessia do espaço por um fio para transmitir mensagens ao longo desse minúsculo condutor por meio de eletricidade, não teríamos agora o telégrafo. Se Edison não tivesse sonhado com a luz elétrica, isso hoje não estaria incluído entre as conveniências que empregamos… Esses sonhos ajudam o trabalhador individual a alcançar seu objetivo e estimulam o interesse e o entusiasmo nos outros. Por isso, é útil quando os cientistas de Mente mais aberta olham para o futuro para ver qual poderá ser a linha do progresso e é ridículo ouvi-los dizer que o espírito humano seja uma forma de eletricidade, mas isso pode ajudá-los a enxergar a direção certa. Alexander Graham Bell, por exemplo, imagina que chegará o dia em que as pessoas andarão com bobinas de arame sobre suas cabeças, comunicando pensamentos uns aos outros por indução. Ele não sabe que o ser humano tem a energia dinâmica e interna para transmitir essas vibrações sem outro instrumento além do cérebro; mas é interessante estudar a ideia científica. Resumidamente, a hipótese científica de que as Mentes possam se intercomunicar diretamente se baseia na teoria de que o pensamento ou a força vital seja uma forma de distúrbio elétrico que pode ser captado por indução e transmitido à distância por meio de um fio ou simplesmente através do onipresente Éter, como no caso da telegrafia sem fio.

Há muitas analogias que sugerem que o pensamento seja da natureza de uma perturbação elétrica; isso é para a Mente científica. Um nervo, que é da mesma substância que o cérebro, é um excelente condutor de corrente elétrica. Quando os cientistas passaram pela primeira vez uma corrente elétrica pelos nervos de um homem morto, ficaram chocados e surpresos ao vê-lo sentar-se e mover; os nervos eletrificados produziram a contração dos músculos como faziam em vida.

Os nervos pareciam agir sobre os músculos da mesma forma que a corrente elétrica age sobre um eletroímã. A corrente magnetiza uma barra de ferro colocada em ângulo reto a ela e os nervos produzem (eletricidade) através da corrente intangível de força vital que flui através deles, contraindo as fibras musculares que estão dispostas em ângulo reto a elas.

Seria possível citar muitas razões pelas quais o pensamento e a força vital possam ser considerados, do ponto de vista científico, essencialmente iguais à eletricidade. A corrente elétrica é considerada um movimento de onda no Éter, a substância hipotética que alguns da ciência admitem que preenche todo o espaço e permeia todas as substâncias. Esses cientistas acreditam que deve haver Éter porque sem ele a corrente elétrica não poderia passar pelo vácuo nem a luz do Sol pelo espaço; portanto, é razoável acreditar que apenas um movimento ondulatório de caráter semelhante possa produzir os fenômenos do pensamento e da força vital; eles supõem que as células cerebrais ajam como uma bateria e que a corrente produzida por elas flua ao longo da linha dos nervos. Nessa ideia eles estão muito próximos dos fatos reais, pois é sabido e ensinado pelos ocultistas, que podem ver esses fenômenos por meio da visão espiritual, que a força solar entra no corpo humano através do baço e seja dirigida do Plexo Celíaco, através dos nervos, para todas as diferentes partes do corpo, nas quais aparece como um fluido cor-de-rosa; é esse fluido que produz os fenômenos vitais. Isso é muito parecido com a eletricidade, mas não é de forma alguma o Ego, assim como o operador em uma estação de telégrafo não é idêntico à corrente que flui através do fio elétrico. Do mesmo jeito que o operador do telégrafo direciona a corrente para o fio ou através do Éter e envia a mensagem para o vasto mundo, também o Ego no corpo pode utilizar esse fluido vital para vestir a mensagem-pensamento e enviá-la em qualquer direção que ele queira, depois de passar pelo treinamento adequado de como usar esse fluido, como o operador de telégrafo é submetido a um curso de treinamento funcional para aprender a usar as teclas que controlam a força elétrica que acelera ao longo dos fios ou através do Éter.

No livro Conceito Rosacruz do Cosmos é dada uma tabela de vibrações que foi compilada por cientistas; um estudo dessa tabela revela o fato de que existem muitas lacunas ou taxas de vibração cujos efeitos são desconhecidos. É um fato notável que quase todos os passos recentes da ciência estejam relacionados com descobertas de vibrações até então desconhecidas. Suponha que possamos fazer uma barra de ferro vibrar em qualquer frequência desejada, em um quarto escuro; a princípio, ao vibrar lentamente, seu movimento será indicado apenas por um sentido, o do tato. Assim que as vibrações aumentarem, um som baixo emanará dela, o que apelará a dois sentidos, tato e audição. A cerca de 32.000 vibrações por segundo o som será alto e estridente, mas a 40.000 vibrações por segundo será silencioso e seus movimentos não serão percebidos pelo toque; na verdade, somos incapazes de senti-la. Desse ponto até 1.500.000 de vibrações por segundo, não temos sentido que possa apreciar qualquer efeito das vibrações intervenientes. Atingido esse estágio, seu movimento é indicado primeiro pela sensação de temperatura; depois, quando a haste fica incandescente, pelo sentido da visão; a 3.000.000 de vibrações por segundo emite uma luz violeta; acima disso passa pelos raios ultravioletas e outras radiações invisíveis, algumas das quais podem ser percebidas por instrumentos empregados por nós.

No entanto, quando a ciência aprender a perceber o efeito dessas vibrações nas grandes lacunas em que os sentidos humanos são incapazes de ouvir, ver ou sentir o movimento, então ela estará em contato com aqueles poderes que são exercidos na Clarividência e na Clariaudiência, visão espiritual e audição espiritual, respectivamente. Então, não será uma questão de fé se existem Mundos invisíveis ou se eles são habitados por pessoas que anteriormente viveram entre nós no Mundo Físico, mas todos saberão e verão por si mesmos.

A ciência tem feito um trabalho maravilhoso em seus esforços para lidar com os problemas que a confrontam, mas sempre foi limitada, porque depende de instrumentos. Uma bobina de fio pode ser, e é, usada com esplêndido efeito na transmissão de uma onda sem fio para os cantos mais distantes da Terra; contudo, bobinas de fio são desnecessárias ao redor da cabeça humana para transmitir pensamentos e o que os cientistas precisam reconhecer é a limitação de seus instrumentos para começar a cultivar os poderes dentro de si, pois todo ser humano tem esses poderes espirituais e latentes dentro de si mesmo e nossa evolução futura depende do desenvolvimento deles. O telefone é apenas uma muleta para nos permitir ouvir melhor com nossos ouvidos. O telescópio é outra muleta para nos permitir ver melhor com nossos olhos. O microscópio é outra que nos ajuda a perceber o infinitamente pequeno, assim como o telescópio revela o infinitamente grande; mas, além desses órgãos dos sentidos temos órgãos mais sutis e forças mais sensíveis que algum dia entrarão em uso. Se Alexander Graham Bell tivesse vivido na Idade das Trevas e produzido seu telefone, as chances maiores seria de que ele teria sido queimado como um mago maligno. Se Edison tivesse vivido e produzido sua luz elétrica e fonógrafo naquela época, ele provavelmente teria compartilhado o mesmo destino. Hoje, mesmo aqueles que possuem os sentidos mais apurados são vistos como fraudulentos e excêntricos; apenas o fato de que o sentimento geral é contrário à violência os protege de serem confinados em prisões ou manicômios. No entanto, as lágrimas que fluem de milhões de olhos e o anseio que quase quebra milhões de corações por um vislumbre ou mensagem daqueles que morreram aqui e estão vivendo nos Mundos celestes estão gradualmente desgastando a escama dos olhos e sintonizando um grande número às vibrações da visão e audição espirituais. E os pensamentos dos “mortos”, seu desejo de se comunicar com os amigos que deixaram para trás, são uma força dinâmica e igualmente intensa. Dois grandes exércitos estão, assim, abrindo túneis na parede da grande divisão e logo a fé e a esperança darão lugar ao conhecimento direto, em primeira mão, de que os mortos vivem, pois então veremos e nos comunicaremos com eles à vontade, tão facilmente quanto fazemos agora com os que chamamos de vivos.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1918 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: A Bruxa de Endor é um personagem bíblico do Antigo Testamento, de aparição principal no Primeiro Livro de Samuel. Trata-se de uma necromante em Endor que aconselha ao rei Saul antes de este batalhar contra os filisteus (ISm 28:7-25).

[2] N.T.: Richard Anthony Proctor (1837-1888) foi um astrônomo inglês.

[3] N.T.: Richard A. Proctor – The Great Pyramid. Observatory, Tomb, and Temple – 1888

[4] N.T.: um autor do século XIX que escrevia sob o pseudônimo Johannes Trismegistos ou Johannès Trismégiste e que praticava a Cafédomancia e o tarô.

[5] N.T.: Francis Bacon, 1°. Visconde de Alban, também referido como Bacon de Verulâmio (1561-1626) foi um político, filósofo, cientista, ensaísta inglês, barão de Verulam (ou Verulamo ou ainda Verulâmio) e visconde de Saint Alban. É considerado como um dos fundadores da Revolução Científica.

[6] N.T.: Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena (em alemão: Maria Antonia Josepha Johanna von Habsburg-Lothringen; francês: Marie Antoinette Josèphe Jeanne de Habsbourg-Lorraine; 1755-1793) foi uma arquiduquesa da Áustria e rainha consorte da França e Navarra.

[7] N.T.: Para os que acreditavam nesse método, o ato de mediunidade de trombeta é melhor definido como “mediunidade de voz direta”. Embora não seja comumente usados hoje, os primeiros espiritualistas estariam muito familiarizados com esses objetos misteriosos. O Spirit Trumpet é um cone cilíndrico com um bocal estreito que geralmente se expande em três partes em um megafone semelhante aos tradicionais “trompetes falantes” empregados por líderes de torcida em eventos esportivos. Os espíritas fabricaram as primeiras trombetas espirituais de papelão ou metal, mas depois incorporaram designs mais elegantes e caros usando alumínio ou estanho. Varejistas especializados como Everett Atwood Eckel, de Indiana, lucraram com sua crescente popularidade vendendo os dispositivos estranhos por US$ 2 ou US$ 3 por meio de anúncios publicados em “Psychic Power” e outros periódicos espiritualistas. A “trombeta do espírito” foi originalmente criada por espíritas que afirmavam poder ampliar os sussurros dos espíritos presentes em um círculo. É por isso que alguns espiritualistas descrevem as trombetas espirituais como os “aparelhos auditivos” originais ou “trombetas de ouvido” para as vozes do além.

[8] N.T.: Sir Oliver Joseph Lodge (1851-1940) foi um físico e escritor britânico envolvido no desenvolvimento e detentor de patentes importantes para o rádio. Ele identificou a radiação eletromagnética independente da prova de Hertz e em suas palestras da Royal Institution de 1894 (“O trabalho de Hertz e alguns de seus sucessores”), Lodge demonstrou um detector de ondas de rádio inicial que ele chamou de “coerente”. Em 1898 ele foi premiado com a patente “sintônica” (ou tuning) pelo Escritório de Patentes dos Estados Unidos. Lodge foi diretor da Universidade de Birmingham de 1900 a 1920. Marcado pela morte de seu filho caçula na I Guerra Mundial, Sir Oliver Lodge discorre sobre a sobrevivência da alma, e consequentemente da existência do espírito fora das contingências da vida transitória do corpo físico. A ciência moderna encaminhou suas atividades para o campo dos fatos espirituais a fim de conhecer sua gênese e meios de manifestação, à luz dos processos da experimentação e observação. A sua sentença e resposta é afirmativa: Há espíritos. A sobrevivência é uma realidade.

[9] N.T.: William Crookes (1832-1919) foi um químico e físico britânico. Frequentou o Royal College of Chemistry em Londres, trabalhando em espectroscopia. Em 1861, descobriu um elemento que tinha uma linha de emissão verde brilhante no seu espectro, ao qual deu o nome de tálio, do grego thalos, um broto verde, que é o elemento químico de número atômico 81. Também identificou a primeira amostra conhecida de hélio, em 1895. Foi o inventor do radiômetro de Crookes, vendido ainda como uma novidade, e desenvolveu os tubos de Crookes, investigando os raios catódicos.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Cruz e a Crucifixão ou Crucificação

Como todos os símbolos que temos, os significados da cruz são muitos. Um deles é que ela é o símbolo oculto da vida humana em sua relação com as correntes vitais.

Ou como disse Platão: “A Alma do Mundo está crucificada”. Ou seja, no Mundo Físico temos Quatro Reinos de vida ou Ondas de Vida que estão representados na cruz: Mineral, Vegetal, Animal e Humano.

O Reino Mineral constitui-se de todas as substâncias químicas, qualquer tipo que seja; assim, a cruz feita de qualquer material dessa Região Química é o símbolo desse Reino.

A parte inferior da cruz é o símbolo do Reino Vegetal, porque tem as suas raízes na Terra química e porque os Espíritos-Grupo que dirigem os seres do Reino Vegetal estão no centro da Terra de onde enviam as correntes espirituais em direção à periferia da Terra.

A parte horizontal da cruz é o símbolo do Reino Animal, porque sua espinha dorsal é horizontal e por ela passam as correntes espirituais dos Espíritos-Grupo que dirigem os animais, e que tem uma direção circundante à Terra.

A parte superior da cruz é o símbolo do Reino Humano, porque o ser humano é um ser vegetal invertido.

Senão vejamos:

  • O ser vegetal absorve seus alimentos por baixo, pelas raízes e o ser humano absorve seus alimentos por cima;
  • O ser vegetal dirige seus órgãos sexuais para o Sol e o ser humano dirige os seus para o centro da Terra;
  • Enquanto o ser vegetal é sustentado pelas correntes espirituais dos Espíritos-Grupo que vem do Centro da Terra, o ser humano recebe do Sol a sua influência espiritual mais elevada;
  • O ser vegetal absorve o dióxido de carbono e exala para cima o vivificante oxigênio e o ser humano absorve a força advinda dos raios solares que descem da cabeça para baixo.

Outro significado da cruz é a sua representação como o conflito entre as duas naturezas aludidas por São Pedro em sua Primeira Epístola (2:1): “Eu vos rogo que vos abstenhais dos desejos carnais que lutam contra a alma.”.

Nesse sentido, são muito significativas as palavras de Cristo que temos no Evangelho Segundo São Mateus (16:24): “Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”.

Para muitos parecem dura essas palavras. Muito mais duro, porém, será de ouvir aquela sentença final: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno” (Mt 25:41).

Pois a orientação do Esquema de Evolução traçado pelo nosso Pai e Criador, Deus do nosso Sistema Solar, é clara: uma vez conquistado, dominado e aprendido a trabalhar conscientemente com o material químico da Região Química do Mundo Físico, devemos partir para a Região Etérica do Mundo Físico.

Já alcançamos o nadir da materialidade, o ponto mais denso da Região Química do Mundo Físico, e conquistamos a Região Química do Mundo Físico, ainda lá na segunda fase da Época Atlante (hoje já estamos na Época Ária).

Para isso, devemos nos desapegar de tudo que tenha a conotação de posse material, de egoísmo, de ignorância, de preguiça, de desperdício, de foco nessa Região Química do Mundo Físico.

Em outras palavras, saibamos ou não já cumprimos a nossa missão de descida dos Mundos suprafísicos para essa parte do Mundo Físico, qual seja:

Agora é tempo de voltar para o Pai. Esse tempo foi anunciado por Cristo, nosso único Mestre e Salvador há mais dois mil anos atrás.

E o que significa voltar?

Significa entrar numa nova etapa da evolução, agora na direção “para cima e para frente”.

Aprendendo, daqui:

  • A desapegar-se de todas as posses individuais, sejam materiais, emocionais, sentimentais que nos aprisiona aqui na Região Química do Mundo Físico;
  • A plantar a semente da fraternidade, reconhecendo que, apesar de nossa Individualidade, somos todos irmãos e irmãs, filhos de um mesmo Pai e que temos um Plano único a cumprir;
  • A preparar o novo Corpo para essa próxima etapa, Corpo esse que é formado da quintessência de todo serviço desinteressado que prestamos e que é conhecido como Corpo-Alma.

Caso insistamos em nos manter voltados para esse Mundo material, perdendo totalmente o interesse em construir o Corpo-Alma (por meio da insistência de permanecemos em egoísmo maldade e desperdício), então ouviremos a sentença final expressa no Evangelho Segundo São Mateus (25:41): “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno”. Quando da volta do Cristo em seu Corpo Vital, Ele espera cada um de nós com o Corpo-Alma construído e nele funcionando conscientemente. Essa sentença que lemos acima no Evangelho, simplesmente, significa perder toda a chance de evolução nesse Esquema de Evolução atual e ter que esperar o próximo Dia de Manifestação num cone sombrio de uma Lua qualquer.

Sabendo das dificuldades que uma Onda de Vida tem de se desvencilhar dos costumes cristalizados, quando da sua imersão no Mundo mais denso que teve que ir, foi nos dada, e continua sendo, muita ajuda, exemplos de vida e motivação para podermos soltar as amarras que nos prendem nesse Mundo de ilusões.

Tomar a nossa Cruz é assumir a responsabilidade e a atitude de voltar à casa do Pai. É ser o Filho Pródigo, aquele da Parábola que podemos ler no Evangelho Segundo São Lucas (15:11-32), no seu retorno à casa do Pai:

Disse ainda: “Um homem tinha dois filhos. O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa. E gastou tudo. Sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar privações. Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus campos cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E caindo em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome! Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda ao longe, quando seu pai o viu, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. O filho, então, disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos seus servos: ‘Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois, este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!’ E começaram a festejar. Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa ouviu músicas e danças. Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: ‘É teu irmão que voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com saúde’. Então ele ficou com muita raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para suplicar-lhe. Ele, porém, respondeu a seu pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o novilho cevado!’ Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois, esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!’”.

A dificuldade está em continuar vivendo nessa Região Química do Mundo Físico, estando aqui, aprendendo os milhões de lições que ainda temos a aprender, mas não ser mais desse Mundo (“estar no mundo, mas não ser do mundo”), não o ter como fim da nossa existência, como objetivo da nossa vida a busca da felicidade nesse mundo.

É comum falar de um sofrimento, de uma limitação física ou de uma dura experiência como uma “cruz que se carrega”. Em certo sentido a comparação é exata, principalmente se a aflição foi causada por outra pessoa.

Nesse sentido podemos citar o sofrimento do Cristo pela humanidade, que levou na Cruz todos os pecados, todas as maldades, todo o egoísmo do mundo de então.

Quando Cristo disse que: “tome sua cruz e siga-me” está nos chamando para assumirmos as nossas limitações, as nossas imperfeições. Não é um trabalho suave. Romper com as próprias fraquezas exige um esforço hercúleo. Os apelos do mundo são mais envolventes que o chamamento espiritual.

Está nos dizendo para pararmos de dissimularmos, de utilizar a nossa Personalidade como máscara, achando que estamos enganando a todos, escondendo, dentro de nós, toda a podridão que existe.

A hipocrisia, a avareza, o egoísmo, a mentira, a astúcia, a ignorância são as barreiras que os impedem de caminhar na direção correta.

Preferimos esconder tais vícios achando que ninguém está vendo e que podemos utilizar tais “ferramentas” a nosso bel prazer.

Tomando a nossa cruz estamos dizendo que aceitamos aprender aquilo que planejamos aprender nessa vida; que aceitamos nossas imperfeições – sabendo que tanto aquilo que aceitamos aprender como as nossas imperfeiçoes fomos nós mesmos que escolhemos no Terceiro Céu quando estávamos nos preparando para renascer aqui –; que estamos conscientes que aquilo que agora não temos podemos conseguir no futuro. Afinal, não é dito que: “aquele que compreende a própria ignorância deu o primeiro passo para o conhecimento”?

Outro significado é a indicação do caminho do verdadeiro Aspirante à Vida espiritual. Mostra-nos que, cada um de nós, como um Ego humano (um Espírito Virginal manifestado aqui), está crucificado na matéria, seja Física, Etérica, de Desejos ou Mental. Essa crucificação turva nossa consciência nesses Mundos e como sofremos por não podermos atuar nesses Mundos como queremos. A ilusão imposta por essa crucificação resulta em todos os sofrimentos pelos quais passamos.

Já a inscrição colocada na cruz de Cristo nos indica o Aspirante à vida superior crucificado. INRI, traduzida erroneamente como Iezus Nazarenus Rex Iudeoros, contém um simbolismo muito mais forte do que isso. Representa o ser humano composto, o Pensador, no momento de seu desenvolvimento espiritual, quando começa a se libertar da cruz de seu Corpo Denso.

Senão vejamos:

  • IAM – palavra hebraica que significa Água, elemento fluídico Lunar; símbolo dos nossos desejos, nossas aspirações e emoções;
  • NOUR – palavra hebraica que significa Fogo, elemento energético marciano; símbolo do calor produtor do sangue vermelho que infunde no Corpo Denso humano energia e ambição, sem as quais não haveria progresso nem espiritual, nem material;
  • RUACH – palavra hebraica que significa Ar, elemento racional Mercuriano; símbolo do Espírito Virginal da Onda de Vida Humana envolvido pela Mente que o capacita controlar e dirigir seus Corpos e suas atividades de forma racional;
  • IABESHAH – palavra hebraica que significa Terra, elemento sólido terrestre, simboliza a parte densa do ser humano, cristalizado, que forma o corpo terrestre cruciforme.

Assim, o ser humano, Aspirante a vida Superior, no momento que começa a se libertar da cruz desse seu Corpo Denso inicia esse processo:

  • Revertendo o curso da sua força sexual criadora. Ao invés de desperdiçá-la para satisfazer suas paixões, começa dirigindo-a para cima, conectando os três segmentos do Cordão Espinhal, regidos, respectivamente, por Lua, Marte e Mercúrio e onde os raios de Netuno acendem o Fogo Regenerador Espiritual da Espinha Dorsal;
  • Essa consciente elevação coloca as duas Glândulas Endócrinas, Corpo Pituitário e Glândula Pineal, em vibração, o que abre a Visão Espiritual;
  • Essa abertura junto à vibração das duas Glândulas desperta o Sinus Frontal, cujo efeito é o mesmo dado pela Coroa de Espinhos, que o faz vibrar em direção aos outros 5 centros por onde fluem as correntes do Corpo Vital;
  • Todos esses centros despertam e vibram em uníssono, cujo efeito é o mesmo dado pelos ferimentos no Corpo de Cristo-Jesus;
  • O dourado Manto Nupcial ilumina todos os veículos;
  • Então, num rápido movimento, o grande vórtice do Corpo de Desejos, localizado na região referente ao fígado fica livre, e a energia marciana contida nesse Corpo impulsiona para cima esse veículo;
  • Esse sobe através da caveira (Gólgota) enquanto o Aspirante Cristão crucificado lança o grito triunfante: “Está Consumado”.

Por que então tememos tomar a cruz pela qual se caminha ao Reino do Céus?

Que As Rosas Floresçam Em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cooperação entre o Cérebro e o Coração

“Um novo e importante papel atribuído ao coração, como regulador dasreações cerebrais, foi proposto pelodr. John I. Lacey, do Centro de Pesquisas de Fels, em Yellow Springs,Ohio. A teoria do dr. Lacey baseia-se em evidências sobre animais e humanos e contradiz teorias já reconhecidas, segundo as quais o sistema cardiovascular reflete, mas não controla, o dinamismo mental. Diz Lacey que o ritmo do coração e da pressão sanguínea varia com a atividade mental.

A desaceleração cardíaca e queda de pressão sanguínea se associam a um aumento da atividade cerebral. Até agora supunha-se que a aceleração do batimento cardíaco aumentava a atividade mental e física. Dr. Lacey vê o sistema cardiovascular como um canal para estímulo do cérebro. Ao chegar o estímulo ao cérebro, esse imediatamente decide se deve ou não o atender, comunicando, em seguida, ao Coração, a sua decisão. Seguidamente a atividade cardíaca atua sobre o cérebro, para inibi-lo ou acioná-lo. Por que o coração deveria ser envolvido em trabalho tão importante? Não está esclarecido. Mas serão necessárias investigações complementares para comprovar estados de atenção mental e expansão física”.

(Revista: Selected News)

COMENTÁRIO: Os cientistas ocultistas declaram, há séculos, que o coração, bem como o cérebro, tem parte preponderante sobre o consciente e inteligência do corpo. O Coração é de fato nomeado como sede de um aspecto da Mente Supraconsciente, o reino da intuição. Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, tais como foram expostos por Max Heindel em “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, ensinam que a fortaleza do Espírito de Vida (consciência Crística), tem sua principal Sede no Corpo Pituitário (hipófise), no crâneo, e uma segunda fortaleza no coração. O Espírito Humano ou Ego tem sua primeira fortaleza na Glândula Pineal (epífise) e segunda fortaleza no cérebro, como um todo. O Espírito Divino, o Observador Silencioso, tem sua fortaleza na raiz do nariz, mas não em uma glândula. O Espírito Divino é chamado “O Princípio do Pai”. Ele inclui o Espírito de Vida, o princípio Crístico. O princípio do Pai é o da criatividade cósmica ou da vontade, ou ainda, a força da Epigênese. A Epigênese permite ao Espírito Virginal criar novas ideias no Universo e desse modo manifestar novas condições, tornando-se num Criador livre e positivo. Os cientistas, até agora, não admitiam que o coração pudesse interferir na inteligência manifestada pelo cérebro. Dr. Lacey vem trazer valiosa contribuição ao meio científico. De longa data vêm os ocultistas ensinando que as atividades mentais superiores dependem de relaxação e calma. Mergulham-se numa profunda tranquilidade, para possibilitar à Mente libertar-se das solicitações e pressões externas e iniciar as atividades internas e superiores. Essa condição de tranquilidade não é dormir porque a Mente está desperta e a pessoa consciente de si, de seu corpo e derredor.

Mesmo assim, deliberadamente, ela fecha, pelo poder da vontade, os sentidos, a tudo que no exterior possa distrai-la. Uma vez estabelecida a indispensável quietude, a supraconsciência mental procede como num espetáculo, ou projeção de quadros, fato conhecido como clarividência, telepatia, clariaudiência, consciência cósmica, etc. O indivíduo, em tal estado, pode sentir, às vezes, que está deixando o Corpo
Denso, podendo funcionar independentemente em outros planos da Natureza, nos quais colabora com Hierarquias Criadoras. Seu batimento cardíaco e pulso estão reduzidos e não excitados.

O coração toma parte especial nesse desempenho, em virtude de sua conexão com o Cristo Interno e o Corpo Pituitário (Hipófise), é popularmente considerado como a sede do amor humano. No entanto, quer nutramos amor material, quer elevadamente espiritual, estamos cônscios de correntes fluindo na região cardíaca. Max Heindel fala de um “lírio”, órgão etérico que se desenvolve entre a laringe e os dois centros cerebrais, para habilitar o Adepto a falar a palavra criadora. Esse lírio é construído pela força sexual criadora conservada, elevada através da coluna espinhal ao coração e desse ao cérebro. A conservação espiritual dessa força sexual criadora é mais que mero acúmulo de força sexual. Esclarecemos isso para orientação de pessoas que julgam bastar, para isso, a continência, sem crescimento da alma pelo altruísmo e amor. Essa conservação envolve também a justa aplicação da palavra, pelo controle da língua e usada edificantemente, sem desperdícios, o mais possível. força sexual criadora é igualmente conservada pela disciplina da atividade mental, por sua focalização em assuntos nobres e superiores, por pensamentos criadores da melhoria do ser humano e de suas condições.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Estamos Ganhando Asas?

Um aluno nos enviou o seguinte recorte do Kansas City Post e imaginamos que ele mereça algum comentário; é interessante, por estar de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes em certos pontos.

A guerra completou a conquista do ar pelo ser humano. Isso trouxe à tona uma teoria científica de que o ser humano algum dia  poderá voar com suas próprias asas, sem a ajuda de máquinas. Esse seria o último passo para realizar o antigo sonho de conquistar o ar.

A ciência pode manipular o embrião humano de modo a recriar o poder de vôo possuído por seus progenitores anfíbios, na história evolutiva da criação? Pelo menos um cientista distinto acredita que essa concepção fantástica não seja totalmente impossível.

Ele é o Dr. George C. Shinji, biólogo japonês há anos ligado à Universidade de Missouri e agora realizando um incrível conjunto de experimentos para a Universidade da Califórnia.

Já tendo demonstrado em milhares de casos que o crescimento ou ausência de asas em insetos pode ser determinado  positivamente, ele cita a crença comum do ser humano em Anjos alados como um suporte lógico para a teoria de que ele também possa navegar pelos céus.

Em mais de 10.000 experimentos com pulgões de rosa ou piolhos de plantas verdes, o Dr. Shinji conseguiu produzir insetos alados ou sem asas através de um processo de alimentação, após o período de incubação.

Se o pulgão receber álcool, vinagre, fermento em pó ou sais de álcalis, ele se tornará uma criatura sem asas. Ao alimentar o mesmo embrião com sais de Epsom, açúcar ou magnésio, ele invariavelmente desenvolverá um par de asas robustas.

“Da mesma maneira”, diz o Dr. Shinji, “peixes e certas aves foram transformadas em espécies aladas ou sem asas”. “Meus experimentos com pulgões, assim como os do Prof. W. T. Clarke e do Sr. J. D. Neills, provaram de modo inconstestável que o crescimento das asas depende do tipo de alimento fornecido ao inseto, dentro de um certo período após o nascimento.”

“Nossos experimentos, embora mais ou menos elementares, indicam que o mesmo processo possa ser aplicado a formas superiores de vida, com resultados semelhantes; não vejo razão para que eles não possam ser levados até o ser humano.”

O mito e a história aceita da criação evolucionária são curiosamente harmoniosos em dar validade às previsões surpreendentes do Dr. Shinji. Houve Ícaro, da lenda grega, que, desejando subir aos céus, construiu um par de asas e prendeu aos ombros com cera. Colocando seu anseio e desespero de conquistar o éter nessa aventura, eles disseram que ele caiu quando o sol derreteu a cera.

Existe o sonho do ser humano comum de voar, sonho que quase todo jovem tem de várias formas. Uma vaga lembrança, diz a ciência, dos dias antediluvianos, quando os progenitores do ser humano enfrentavam os ventos. Há a incrível aventura dos homens que lutaram nas batalhas do céu durante esta guerra — homens cujo instinto de voo e equilíbrio pareciam exceder em muito a qualquer mero treinamento técnico. E há a dedução biológica, baseada no fato de que todo ser humano tem em seu corpo rudimentos de órgãos antes usados, mas agora atrofiados por eras de desuso. Talvez, especulam Shinji e outros biólogos, haja algum rudimento de asa humana que possa se desenvolver quando o segredo tiver sido totalmente revelado.

“De qualquer forma”, afirma o investigador japonês, “se novas plantas podem ser desenvolvidas pelo cruzamento científico entre espécies e se a vida animal pode ser dirigida por alimentação e seleção”, está longe de ser absurdo acreditar que esses mesmos processos possam ser aplicados a formas mais elevadas da vida animal. “Asas para o ser humano — por que não? Talvez algum dia ele consiga voar sem o uso de aviões”.

Há, como dissemos, vários pontos interessantes nesste artigo. Em primeiro lugar, podemos notar que o Dr. Shinji afirma que, quando deu álcool aos pulgões com os quais fez os experimentos, eles se transformaram em criaturas sem asas, condenadas a se arrastar laboriosamente pela superfície da Terra; mas quando se alimentaram de açúcar, cresceram asas neles para subir ao céu. Em nosso Conceito Rosacruz do Cosmos e em outros lugares, mostramos como os alimentos cárneos e o álcool foram introduzidos na dieta humana, pelas Hierarquias Criadoras que guiam nossa evolução, com o propósito preciso de perdermos a nossa visão e poderes espirituais e nos fazer esquecer a nossa descendência divina para que aprendessemos as lições do Mundo material, a Região Química do Mundo Físico, com todo o nosso coração e e com toda a nossa vontade.

Como servos de Baco, nós nos tornamos seres da Terra, terrenos em maior grau do que imaginamos e é uma tarefa difícil nos levantar do atoleiro do materialismo, agora que está chegando o tempo de compensar nossa perda e desenvolver melhores faculdades e poderes maiores do que aqueles que possuíamos em épocas passadas.

Dissemos que o açúcar – não o refinado, mas o mascavo, o melado – é o novo alimento que vencerá o álcool e nos ajudará a cultivar a Individualidade que foi sacrificada ao “deus da uva”, que há tanto tempo escravizou o espírito do ser humano pelo espírito do vinho, que é fermentado fora do corpo humano e, por isso, é um espírito estranho, inimigo do ser humano. O espírito do açúcar, por outro lado, está sujeito ao espírito humano em cujo domínio corporal é fermentado e, portanto, dissemos que o açúcar é um estimulante seguro e fonte de energia. Tem sido amplamente demonstrado nos últimos anos que o açúcar substitui as bebidas espirituosas como estimulante, mas não tem nenhum dos efeitos nocivos do licor; portanto, está entrando em uso mais geral ano após ano.

Também é demonstrável que as nações que utilizam maior quantidade de açúcar per capita são as mais altruístas e avançadas. O açúcar está decompondo os grilhões do materialismo e nos tornando mais inclinados ao idealismo e à espiritualidade. Assim, os elementos grosseiros e sólidos do Corpo Denso estão desaparecendo. Estamos nos tornando mais refinados e os éteres que permeiam o Corpo Denso estão mais livres para vibrar. Isso nos torna mais sensíveis às vibrações psíquicas e abre caminho para a liberação do Corpo-Alma, composto pelos dois Éteres superiores do Corpo Vital. Quando esse ponto é alcançado, o corpo físico pode voar e voa mesmo, porque esse Corpo mais sutil não está sujeito à gravitação nem é sensível ao frio ou ao calor. Nós nos sentiremos perfeitamente à vontade se optarmos por voar para o Polo Norte, entrar na cratera de um vulcão ou explorar os mistérios das profundezas do oceano.

Então, a velocidade de um avião também parecerá um passo de caracol, pois o Ego se move com a velocidade da eletricidade; isto é, pode dar a volta em torno globo em um minuto ou menos. Nem pode ele ser ferido por colisão, pois as formas etéricas passam facilmente umas pelas outras sem perder consciência ou identidade.

Isso provavelmente soará como um conto de fadas para os desinformados, mas é um fato absoluto, testado e comprovado por milhares de pessoas sensatas todos os dias, por muitos anos, e o número está aumentando rapidamente, de modo que podemos esperar a qualquer dia ver estabelecido como um “fato científico” que o corpo físico possa voar e realmente voa mais rápido, e sem asas, do que agora com o avião.

O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do espírito.” (Jo 3:8).

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro/1919 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que acontece com cada um de nós quando morremos?

Resposta: A morte é ocasionada pela ruptura da união entre o Átomo-Semente e o coração. Nesse processo, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente abandonam o Corpo Denso, pelo alto da cabeça. Contudo, na morte o Ego e os veículos superiores permanecem em contato com o Corpo Denso, por meio do Cordão Prateado, por três dias e meio aproximadamente, período em que ocorre a retrospecção do panorama da vida recém-finda. Todas as imagens contidas nesse panorama são gravadas no Corpo de Desejos que, posteriormente, serão impressas no Corpo Vital, através do sangue, e se tornarão a base da experiência post-mortem. Só depois dessa gravação é que se rompe o Cordão Prateado no seu segmento entre o Coração e o Plexo Celíaco.

Ao morrer, a pessoa pode ficar presa ao Mundo Físico ou se endereçar para o Purgatório, local em que os nossos maus atos e hábitos deverão ser purgados. Aqui sofremos intensamente toda a dor causada a outros. É a Lei de Causa e Efeito agindo e dando a cada um aquilo que necessita.

Quando termina a existência no Purgatório, o Ego ascende ao Primeiro Céu, que está situado nas três Regiões mais elevadas do Mundo do Desejo. Aqui o indivíduo verá o panorama das boas obras da vida e voltará a sentir toda a gratidão que recebeu por sua benfeitoria. O Primeiro Céu é um lugar de alegria, sem vestígios sequer para a amargura.

A próxima etapa é o Segundo Céu; aqui a quintessência dos três Corpos é assimilada pelo Tríplice Espírito. O Segundo Céu é o verdadeiro lar do Ego humano; aqui ele permanece durante séculos assimilando o fruto da última vida e preparando as condições terrenas mais apropriadas para o seu próximo passo no progresso.

No Terceiro Céu o Ego se fortifica para a próxima imersão na matéria. Com a ajuda dos Anjos do Destino ele escolherá, dentre os panoramas de vida, como será sua próxima vida na Terra.

Para saber mais, Leia o Capítulo 3 do Conceito Rosacruz do Cosmos.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Pergunta: Gostaria de saber: Max Heindel pode operar no plano do Ego? Em caso afirmativo pergunto se ele poderá comunicar-se com meu Ego e fornecer-me as seguintes informações por mim desejadas: saber quem é meu Ego e que pretende ele com esta vida terrena e, também, como poderia ter consciência dele, diária e ininterruptamente.

Nesta vida terrena, quando estamos despertos, nós, o Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui – funcionamos no Mundo visível como um Espírito interior, mas durante as horas de sono nós trabalhamos a partir do Mundo do Desejo, onde também permanecemos por algum tempo após mais uma nossa morte aqui. Os estágios posteriores da existência post-mortem serão vividos na Região do Pensamento Concreto, onde está o Segundo Céu. Acima desse, está a Região do Pensamento Abstrato, onde está o Terceiro Céu, atualmente o nosso lar. E é nesse ciclo que excursionamos pela Terra com o fim de ganharmos experiências e crescimento espiritual.

Enquanto vivemos aqui na Terra formamos certas ligações com outros que, de acordo com a Lei de Causa e Efeito produzirão seus efeitos, mais cedo ou mais tarde. Isso tem a aparência de sorte ou destino.

Em virtude de transgressões voluntárias ou ignorantes das Leis de Deus, em renascimentos passados, nós acumulamos uma dívida de más ações que devem ser liquidadas em algum tempo.

Devemos colher o que semeamos, antes que nos tornemos puros e livres em espírito. O conhecimento dessa “sorte” iminente, quando uma parte da dívida já está paga, nos paralisaria, e a visão total de toda a horrenda dívida, provavelmente, nos esmagaria por mais fortes que fôssemos, a menos que tivéssemos nos tornados pelo menos um pouco iluminados e capazes de nos conformar com as Leis da Natureza. Quando essa grande luz brilhar dentro do nosso coração e nos sentirmos como um “espírito pródigo”, apartado do nosso Pai do céu, quando exclamarmos no íntimo do nosso coração: “Eu irei para meu Pai”, e que esse desejo esteja sempre ante a nossa visão espiritual, então, pela primeira vez enfrentaremos a concretização do nosso destino, chamada pelos ocultistas “Guardião do Umbral”.

Essa entidade nos encontra na porta entre os Mundos visível e invisíveis. Quando tentamos entrar nesse mundo que conhecemos anteriormente por meio da visão espiritual, nos defrontamos com esse “Guardião do Umbral”, e não podemos passar antes que o tenhamos reconhecido.

Todos nós devemos enfrentar esse espectro horrendo, tal como Clyndon o fez na novela “Zanoni”, da autoria de Bulwer Lutton; esse espectro não se manifesta à Humanidade comum, mesmo nos períodos entre a morte e o renascimento, porém, o neófito, como já foi explicado, deve encará-lo, reconhecê-lo e tentar passar por ele.

Como neófito, devemos proferir um voto solene de fazer tudo o que for possível e necessário para liquidarmos a dívida de que o fantasma é uma concretização e, também, o voto de silêncio sobre todas as coisas ali ocorridas.

Quando a consultante pergunta quem é seu Ego, pede justamente a informação que o “Guardião do Umbral” dos Mundos invisíveis esconde sob a caritativa Lei da Natureza que ninguém tem o privilégio de quebrar. Até que tenha atingido a força espiritual para ultrapassá-lo e aprender por si próprio, isso deve permanecer escondido de si.

E, mesmo então, não haverá um intercâmbio ininterrupto e consciente entre o “Eu superior” e a Personalidade, o “eu inferior”.

Isso pertence a um estágio voluntário muito posterior, quando já tivemos inteiramente espiritualizado nossos veículos. Há, pois, somente um caminho a ser seguido: é aplicar-se diligentemente ao problema.

Se continuar a buscar, encontrará, mas lembre-se, não há meios fáceis de chegar a esse conhecimento. Ninguém pode fornecê-lo ou vendê-lo pronto para ser usado. Quanto a nós, que estamos mais avançados, tudo o que podemos fazer pelos outros é indicar-lhes o caminho, encorajando-os a encetá-lo até o fim, a despeito de todos os revezes e obstáculos, confiantes de que o que um ser humano faz, qualquer outro pode fazer. Cada um de nós tem o mesmo poder divino e está habilitado a ser bem-sucedido em tudo o que fizer.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz agosto/1980 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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