Além do Corpo Denso, que é visível aos nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que interpenetra esse Corpo Denso e que impulsiona e vitaliza as atividades daquele. Um deles é o Corpo Vital, composto de Éter, o qual tomou a seu cargo a construção do Corpo Denso, por meio dos alimentos que ingerimos em nosso organismo. Ele controla todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando por meio do sistema nervoso simpático.
Ele é um dos Corpos mais importantes que temos na atualidade.
Aprenda a causa disso e todos os detalhes, além da história dele, aqui:
O Corpo que Vitaliza o nosso Corpo Denso e que faz muito mais do que isso
Sempre ressaltamos e insistimos no que representa a retidão no bem servir, desde o ponto de vista espiritual e, também, material, do Estudante Rosacruz que está trilhando o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e isso se deve a muitas razões que existem para que esta nossa insistência tenha justificação. Quiçá um dos pontos ou temas mais analisados, uma vez que estamos imbuídos do que representa o transitar pela senda, seguindo uma vida espiritual, mediante o conhecimento que nos brindam os Instrutores da Filosofia Rosacruz, ou seja, o tema do Guardião do Umbral.
Como seres eternos que somos, viemos desenvolvendo através do tempo, experiências diferentes, umas boas outras más, e tem uma implicância grandiosa no nosso desenvolvimento evolutivo, sendo que os resultados dessas ações sejam passadas ou presentes, o que constitui o Guardião do Umbral, o qual analisaremos à luz dos conhecimentos que nos proporciona à Filosofia Rosacruz, e a maneira como tratá-lo, por assim dizer.
O Guardião do Umbral é um Elemental evidentemente. É uma entidade criada por nós mesmos, com nossos maus pensamentos, com nossos maus desejos, más emoções, maus sentimentos e, principalmente, com nossas más ações, obras e nossos maus atos em vidas passadas aqui, incluso também com ações que pertencem à vida atual.
Seu principal alimento constitui-se de nossas más ações e estará presente como um grande obstáculo no momento quando, conscientemente, queiramos ingressar nos Mundos suprafísicos, tratará de nos deter, querendo evitar nossa elevação espiritual.
Seu alimento também se constitui do temor e do medo de que sempre estamos lhe acrescentando, ao invés de diminuir-lhe. Queridos irmãos e queridas irmãs: eis aqui o motivo pelo qual sempre estamos inculcando a eliminação do temor e do medo, porque esses dois não conduz a nada de bom, e vencê-lo é uma das chaves para que o Estudante Rosacruz consiga um triunfo positivo nesta senda. Outros alimentos deste Elemental também constituem de nossas dúvidas, nossas maldades — sejam pequenas ou grandes, sejam por omissão ou comissão —, o egoísmo, a hipocrisia e todas as circunstâncias negativas em que vivamos, ainda que para nós sejam “simplesmente” pensamentos.
Uma vez que estamos conscientes de que o Guardião do Umbral é um Elemental criado por nós mesmos e que está sendo alimentado para sua existência, por nossas más ações durante vidas e vidas, podemos fazer o contrário para ir diminuindo sua força pouco a pouco até eliminá-lo por completo, através do equilíbrio e com muita força de vontade, para, desta forma nos permitir chegar até o “Anjo Guardião”, que é produto de todas as boas ações, bons atos e boas obras que temos feito, sendo este “Anjo Guardião” o que nos guiará pelas maravilhosas experiências dos Mundos suprafísicos de forma consciente.
O trabalho da eliminação desse Elemental negativo é muito árduo, mas é uma tarefa que todos teremos que realizar algum dia, quando chegar o momento indicado, como escreve Max Heindel em várias de suas obras.
Falar da transmutação ou da redenção dessa entidade Elemental, implica num trabalho que se inicia nesse plano físico (ou seja, na Região Química do Mundo Físico, onde estamos, mais uma vez, renascidos), sendo impossível o acesso aos Mundos suprafísicos se não começarmos aqui e agora. Talvez o mais difícil seja cuidar das nossas emoções e desejos, cuidar dos nossos sentimentos, porque controlar o Corpo de Desejos é sumamente trabalhoso, por isso nos falta as diretrizes para o equilíbrio, para usar a nossa força de vontade. Equilíbrio para que, chegado o momento de ascender à espiritualidade, estejamos preparados para enfrentar à situação delicada que indubitavelmente se nos apresentará, e força de vontade para transmutar as circunstâncias. Essa força de vontade a obteremos aqui e agora, nesse plano físico ou nessa vida, mediante nosso trabalho cotidiano como Auxiliares Visíveis, trabalhando durante todo o nosso dia focado em servir a divina essência oculta em cada irmão e em cada irmã que nos relacionamos, sempre amorosa e desinteressadamente, o mais anônimo que possamos; com isso nos elevamos em espírito. Não há outro meio!
Como sabemos, todo desenvolvimento espiritual do Estudante Rosacruz se inicia no Corpo Vital, que está composto por dois Éteres superiores e dois Éteres inferiores. Se vivermos aqui uma vida somente material e social, sem dedicá-la à parte espiritual, desenvolvemos unicamente os dois Éteres inferiores, ou seja, o Éter Químico e o Éter de Vida. Isso não é ruim, mas desde o momento que iniciamos o esforço de ingressar a espiritualidade, temos a necessidade de desenvolver os outros dois Éteres superiores, que são o de Éter Luminoso ou de Luz e o Éter Refletor.
Nessa parte, cabe prevenir um pouco ao Estudante Rosacruz de que quando chegue a desenvolver a vida espiritual, e se sinta seguro com seus benefícios, não deve, no entanto, abandonar a vida material, porque aqui deve seguir atuando como Auxiliar Visível, desenvolvendo os dois Éteres Superiores e criando assim seu Corpo-Alma – o Dourado Manto Nupcial –, desempenhando um grande papel a serviço da humanidade que para ele, sempre será os irmãos e as irmãs que ele se relaciona durante toda a sua vida, seja em pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, seja em atos, obras ou ações.
Então aqui também devemos manter o equilíbrio e cuidar da vida espiritual, sem abandonar a nossa vida material e, assim como alimentamos nosso Corpo Denso, também alimentemos a sensibilidade despertada no plano espiritual. Sempre busquemos o equilíbrio para cuidar das necessidades de ambos os planos, porque é errôneo, em detrimento de nossa vida material, que elevemos nosso potencial espiritual. Pois, sempre devemos nos lembrar que o baluarte da nossa evolução é aqui, renascidos na Região Química do Mundo Físico. Aqui é que estão as lições e as experiências que devemos aprender e passar e é a partir daqui que devemos buscar o desenvolvimento espiritual.
Um dos maiores problemas do Estudante Rosacruz, que escolheu trilhar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, é o egoísmo, sendo esse o maior alimento que recebe o Guardião do Umbral, mas temos a opção de transmutá-lo. Talvez alguns pensem que não são egoístas, no entanto, a primeira coisa que devemos buscar é reconhecer nosso egoísmo. Para isto é necessário a autoanálise e autocrítica, para que vejamos sinceramente em que ponto estamos colocados, para só depois buscarmos nos melhorar, porque se nós mesmos não o reconhecermos, então não poderemos melhorar. O assunto não se trata de ler livros e mais livros e fazer orações e logo gozar a vida, como se diz. O assunto é de suma responsabilidade, e mais ainda quando já tem algum conhecimento espiritual.
Por tudo isto, dizemos que o caminho espiritual é para as almas fortes e decididas, e só os fortes e decididos tratam de buscar o caminho superior e ascender um pouco mais a cada vida. Daí meus queridos irmãos e minhas queridas irmãs que devemos juntar ao equilíbrio e à força de vontade, outra virtude muito especial que é a persistência. Podemos nos enganar e cometer erros, mas devemos levantar e continuar a trilhar o Caminho; devemos persistir sem descanso, e ter presente que o Mestre, o Cristo, sempre nos acompanha, diariamente, apoiando nossos esforços e, mais ainda, devemos ter presente que há uma legião de seres espirituais, desde Irmãos Leigos e Irmãs Leigas até os Irmãos Maiores, que simpatizam e tratam de nos levar adiante, de nos encorajar, que se regozijam com nossos sucessos espirituais e se entristecem com nossos erros, e que chegam até a sentir muito mais, quando veem que não nos levantamos da queda, quando essa acontece.
Tendo em conta o que antecede, recomendamos aos Estudantes Rosacruzes que ponham muita força na parte devocional, a nossa parte mística, porque aí está o “alimento” para o “Soma Psuchicon”, esse Corpo-Alma, já que para esse veículo os conhecimentos meramente mentais e materiais não servem de nada. Devemos fortalecer o nosso lado devocional, místico e animicamente por meio da devoção ao mais elevado, ao bem e ao espiritual.
Se dão conta, então, porque há tão poucas pessoas que uma vez no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, progridem pouco ou não avançam? Porque abandonaram a parte devocional, a parte mística – e se apegaram somente à parte intelectual, racional e muito perigosa –, muito útil para ir deixando “sem alimento” o Guardião do Umbral. Pois então, aqui temos a real transcendência, a nota chave que nos levará adiante, ou seja, a devoção, o poder anímico, que está na oração, no perdão, no positivismo, em todo ato que eleva a alma.
Consequentemente, devemos guardar em nossa memória os três pontos necessários para avançar no caminho: o Equilíbrio, a Força de Vontade, que nos permitirá ascender ao terceiro ponto: que é a Persistência.
(Traduzido da Revista Joyas Espirituales da Fraternidad Rosacruz del Paraguay e Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 03 e 04/1987-Fraternidade Rosacruz-SP)
A Sala Leste do Templo pode ser chamada de Salão do Serviço, pois corresponde aos três anos de ministério de Cristo e contém toda a parafernália para o crescimento da alma, embora, como dito anteriormente, era mobiliado apenas com três peças principais.
Entre as principais delas está a Mesa dos Pães da Proposição.
“Faça uma mesa de madeira de acácia com dois côvados de comprimento, por um côvado de largura e um côvado e meio de altura. Cubra a mesa de ouro puro e aplique ao redor uma moldura de ouro. Faça ao redor dela um enquadramento com quatro dedos de largura e, ao redor do enquadramento, uma moldura de ouro. Faça também quatro argolas de ouro e coloque-as nos quatro cantos formados pelos quatro pés. Junto às molduras, ficarão as argolas por onde passarão os varais para se carregar a mesa. Faça os varais de madeira de acácia e cubra-os de ouro; com eles, poderá ser transportada a mesa. Faça pratos, bandejas, jarras e copos para as libações: tudo de ouro puro. E coloque para sempre sobre a mesa, diante de mim, os pães oferecidos a Deus.” (Ex 25:23-30 e 37:10-16).
“Pegue flor de farinha e asse com ela doze pães de oito litros cada um. Coloque-os, depois, em duas fileiras de seis, sobre a mesa de ouro puro, que está diante de Javé. Coloque incenso puro sobre cada fileira. Isso será o alimento oferecido como memorial, como oferta queimada para Javé. A cada sábado esses pães serão colocados permanentemente diante de Javé. Os filhos de Israel fornecerão os pães como aliança perpétua.” (Lv 24:5-9).
A Mesa dos Pães da Proposição estava colocada ao lado norte da sala, de modo a estar à mão direita do sacerdote quando este se encaminhasse ao segundo véu. Doze pães sem fermento eram continuamente mantidos sobre a mesa. Eram colocados em duas pilhas, um pão sobre o outro, e em cima de cada pilha havia uma pequena quantidade de incenso. Esses pães eram chamados os Pães da Proposição ou pão da face, porque foram colocados solenemente diante da presença do Senhor que habitava a Glória de Shekinah, atrás do segundo véu. Todos os sábados, os pães eram substituídos pelo sacerdote, sendo os velhos retirados e os novos colocados no mesmo lugar. Os pães retirados eram entregues aos sacerdotes para comer e ninguém mais tinha permissão de prová-los; também não era permitido comê-los em qualquer lugar fora do Santuário porque era santíssimo e, portanto, só poderia ser consumido por pessoas consagradas e em solo sagrado. O incenso que ficava sobre as duas pilhas dos Pães da Preposição era queimado, quando havia a troca dos pães como uma oferta queimada ao Senhor por um memorial em lugar do pão.
O Aspirante que chegasse à porta do Templo, “pobre, nu e cego”, era conduzido à luz do Candelabro de Sete Braços, obtendo um determinado grau de conhecimento cósmico para ser utilizado unicamente a serviço de seus semelhantes. A Mesa do Pães da Proposição simboliza esse conceito.
Originalmente, os grãos dos quais eram feitos esses Pães da Proposição foram fornecidos por Deus, mas foi a humanidade que os plantou, depois de ter arado e preparado o solo. Depois de plantados os grãos, ela devia cultivá-los e regá-los. Então, quando, de acordo com a natureza do solo e os cuidados recebidos, o que foi plantado produzisse os grãos, esses eram colhidos, debulhados, moídos e assados. Depois os anciãos servos de Deus tinham que levar os pães ao Templo, onde eram colocados diante do Senhor para “demonstrar” que eles tinham realizado seu árduo trabalho, durante todo um longo tempo, e prestado o serviço essencial.
Os grãos de trigo fornecidos por Deus e contidos nos doze pães representam as oportunidades para o crescimento da alma, que chegam a todos por meio dos doze departamentos da vida, representados pelas doze Casas do horóscopo e sob o domínio das doze Hierarquias Divinas, conhecidas como os Signos do Zodíaco. Contudo, é tarefa do Maçom Místico, o verdadeiro Construtor do Templo, abraçar essas oportunidades, cultivá-las e nutri-las para extrair delas o PÃO VIVO que nutre a alma.
No entanto, não assimilamos totalmente o nosso alimento físico; sobra um resíduo, uma grande porção de cinzas, após termos amalgamado a quintessência em nosso organismo. Similarmente, os Pães da Proposição não eram queimados ou consumidos diante do Senhor. Sobre cada uma das duas pilhas dos Pães da Proposição era colocada uma pequena porção de incenso. Isso foi concebido para que o aroma dos pães fosse percebido e para que, mais tarde, eles fossem queimados no Altar do Incenso. Dessa forma, o alimento da alma extraído do serviço diário pelo fervoroso Maçom Místico é lançado no moinho da Retrospecção, quando ele se retira para dormir e executa os exercícios científicos fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.
Há um dia em cada mês que é particularmente propício para extrair o incenso do crescimento da alma e queimá-lo diante do Senhor, de modo que possa exalar um suave aroma e ser amalgamado com o Corpo-Alma e fazer parte do dourado e radiante “traje nupcial”. Isso ocorre quando a Lua está se tornando Cheia. Então, a Lua está a leste e os céus estão inundados de luz, como estava a Sala Leste do antigo Templo de Mistérios Atlante, onde o sacerdote acumulava o pábulo da alma, simbolizado pelos Pães da Proposição e pela essência perfumada, que deleitava nosso Pai Celestial, tanto quanto agora.
No entanto, deixemos que o Maçom Místico observe atentamente que os Pães da Proposição não eram fantasias de sonhadores, nem produto de especulações sobre a natureza de Deus ou da luz. Eles eram o produto de um trabalho árduo e real, de um trabalho sistemático e organizado, e nos compete seguir o caminho do verdadeiro serviço, se desejamos acumular tesouros no céu. A menos que realmente trabalhemos e sirvamos a humanidade, não teremos nada para apresentar, nem pão para “ofertar”, na Festa da Lua Cheia. E no casamento místico do “Eu superior” com o “Eu inferior” nos encontraremos desprovidos do radiante e dourado Corpo-Alma, o traje místico nupcial, sem o qual a união com Cristo jamais pode ser consumada.
Note: o incenso aqui simboliza o extrato, o aroma do serviço que prestamos de acordo com as nossas oportunidades.
Outra nota importante: nesse Salão do Serviço, é ensinado ao Aspirante tecer a vestimenta luminosa de flama, a qual São Paulo chamou de “Soma Psuchicon”, ou Corpo-Alma (ICor 15:44), do aroma dos Pães da Proposição.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
A Finalidade da Vida Humana aqui
Ensina, a Sabedoria Ocidental, que a vida é um constante “vir a ser”. São Paulo afirmava que “morria todos os dias”. Concluímos que o ser humano de hoje não é o mesmo de ontem, e o de hoje não será o mesmo de amanhã, porque esse já o terá ultrapassado, apesar de todas as aparências em contrário.
Há um princípio ativo na vida que determina: “nada se perde e tudo tende para melhor”. Esse princípio tem dois aspectos que designamos como evolução e transfiguração. Evolução, (do Latim “Evolutio” = abrir) é o processo de pôr para fora aquilo que está contido ou implícito em alguma coisa. Transfiguração (ato de transfigurar) significa mudar a forma, modificar para melhor a figura ou a aparência, tal como se deu com Cristo-Jesus no “Monte”.
Podemos admitir que a Evolução leva à Transfiguração gradativa, para a mudança de condições requeridas ao final de cada Época, Revolução e Período, capacitando-nos a ingressar e viver sob novas e futuras condições.
Até a primeira metade do Período Terrestre, em que atualmente evoluímos, o ser humano era guiado, ou levado ao desenvolvimento, pelas mãos e orientação de Grandes Hierarquias, delas recebendo os germes dos vários veículos que deveria formar e aperfeiçoar, em seu esforço de expressão nos vários mundos ou planos.
No primeiro Período, o de Saturno, o ser humano, Ego, encerrado em condições que lhe toldavam completamente a consciência de sua origem divina, recebeu o germe de seu corpo químico, o Corpo Denso. No segundo Período, o Solar, envolvido ainda mais em véus de veículos que obscureciam sua consciência espiritual, recebeu o germe de seu corpo etérico ou Corpo Vital. No terceiro Período, o Lunar, envolto em mais uma capa, a do corpo emocional ou Corpo de Desejos, cujo germe então recebeu, se distanciou ainda mais de sua origem divina. Nesse processo de aquisição e envoltura dos germes dos veículos o ser humano foi desenvolvendo sua consciência exterior. Assim, paralelamente, foram sendo despertados nos Egos determinados graus de consciência correspondentes aos que hoje possuem três Reinos inferiores de vida em evolução na Terra:
Lembramos que no decorrer de toda essa trajetória, tais germes foram sendo trabalhados, adaptados e desenvolvidos, de modo a poderem suportar novas e diferentes condições e tornarem-se melhores no período seguinte. Assim, o germe do Corpo Denso, dado ao Ego no Período de Saturno, como germe, foi por ele melhorado inconscientemente, com ajuda das Hierarquias, através desse Período e dos posteriores, já citados, o mesmo acontecendo com os demais germes. Presentemente, vemos o fruto desse trabalho, expresso num Corpo cuja perfeição maravilha nossos cientistas. Igualmente temos defesas e recursos vitais e sensoriais (Corpo Vital) notáveis, a ponto de os médicos reconhecerem que eles apenas ajudam, mas que o organismo é que realmente realiza tudo numa cura ou recuperação. Temos sentimentos elevados; o altruísmo, graças a Deus vai crescendo no mundo. Eis a revelação incontestável da evolução germinal de nossos veículos. O Corpo Denso por ser o mais antigo, é o mais aperfeiçoado, seguindo-se, em ordem, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos.
A Fraternidade Rosacruz dedica especial atenção ao desenvolvimento dos diferentes veículos notadamente do Corpo Vital, porque o ser humano deve aprender a espiritualizar seus corpos, através dos diversos renascimentos, em corpos gradualmente mais refinados, até abandoná-los definitivamente, levando a capacidade de criar e de funcionar nesses veículos e planos.
Até meados da Época Atlante, no presente Período, o Ego se veio envolvendo em graus de consciência cada vez mais densas, culminando com a matéria física. Esse envolvimento é designado, na Filosofia Rosacruz, como involução, envolvimento ou enrolamento. Tudo que é envolvido por alguma coisa não demonstra sua forma ou natureza original. À medida que vamos tirando os vários envoltórios começamos a ter uma concepção de sua real natureza, até que, ao tirar-lhe o último dos envoltórios, ficamos sabendo de sua origem. Assim é o Ego ou o ser humano real. Como Ego, veio se envolvendo, inconscientemente, com ajuda de exaltados Seres, em sua Involução. Chegou o tempo em que, com ajuda de seu último instrumento, a Mente, cujo germe lhe foi dado na Época Atlante, ele atingiu a consciência de si mesmo e passou a trabalhar, sozinho, na evolução de seus corpos, para sua transubstanciação, espiritualização e retirada gradual desses envoltórios que obscurecem a Luz e a Consciência. A Filosofia Rosacruz mostra que chegou o momento da luz interna brilhar um pouco mais. O ser humano deve expandir sua consciência. E essa expansão será possível por meio de um trabalho definido, que atua sobre o Corpo Vital. Note-se bem: um trabalho definido, peculiar, que atua sobre o Corpo Vital. Quer dizer que essa tarefa não deverá ser feita diretamente sobre o Corpo Vital, senão indiretamente. Ainda mais: a pessoa que a executar definidamente, não deve pensar em seu autoaperfeiçoamento, isto é, um particular esforço de melhorar seu Corpo Vital. Não! Ele é ensinado a fazer essa tarefa sem esperar recompensas e mediante o serviço ao próximo. A Sabedoria Ocidental, exposta por Max Heindel (fundador da Fraternidade Rosacruz) em a obra básica “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, como nas demais obras complementares, diz que o Aspirante à vida superior deve executar o “Serviço sincero, amoroso e desinteressado aos demais”. E por “demais” quis ele significar não apenas os “semelhantes”, os “seres humanos”, senão os demais reinos da Natureza. É o mesmo sentido dado nos Evangelhos ao “amar o próximo como a nós mesmos”.
Até os estágios de consciência de sono profundo e de sono sem sonhos, não houve uma palavra-chave para superar os obstáculos que se interpunham ao ser humano, a fim de facilitar-lhe a passagem de um a outro Período. Foi somente nas Épocas que precederam a atual para o conseguimento de uma condição que lhe possibilitaria passar para o Período seguinte.
Este Período, o Período Terrestre, está dividido em Épocas, que são reproduções ou recapitulações melhoradas do trabalho executado pelo ser humano em Períodos anteriores, sob orientação das Grandes Hierarquias. Diríamos, comparativamente, que os períodos equivalem a um ano de trabalho e as Épocas a 24 horas ou um mês de trabalho.
A Época Polar (a primeira) equivale, em ponto menor, ao Período de Saturno;
A Época Hiperbórea (a segunda) equivale, em ponto menor, ao Período Solar;
A Época Lemúrica (a terceira) equivale, em ponto menor, ao Período Lunar;
Nessas Épocas recapitulamos o trabalho dos Períodos correspondentes. Somente na quarta Época, a Atlante e a subsequente, a Época Ária atual, é que realmente começou o trabalho propriamente dito, do Período Terrestre.
Voltando à questão das palavras-chave, a Filosofia Rosacruz nos ensina que nas primeiras Épocas (a Polar e a Hiperbórea) predominava a inconsciência e, por isso, não houve palavras-chaves. A partir da Época Lemúrica, passou a humanidade a desenvolver a consciência onírica ou subconsciente. As Hierarquias Criadoras iniciaram, então, o processo de nos dar uma palavra-chave, ou seja, uma Religião ou meio de desenvolvimento, uma condição que nos auxiliasse na caminhada para a perfeição. Essa palavra-chave que nos auxiliaria a transpor a Época Lemúrica para a Atlante nos foi ensinada pelos Líderes da humanidade por meio de quando renascíamos como mulheres de então, mais receptivas. Eis como foi ensinada: “Você tem um corpo”. Chamava, pois, nossa atenção, para a existência de um Corpo Denso, tangível, do qual não tínhamos consciência, porque estávamos focalizados nas esferas da vida subjetiva. Essa frase nos foi repetida milhões de anos, seguidamente, até passarmos para a quarta Época, a Atlante. Nessa Época, a palavra-chave ensinada pelas Hierarquias Criadoras tinha dois sentidos: um esotérico (oculto) e o outro exotérico (exterior material). A palavra-chave era: “Aspire a Luz”. O sentido exotérico correspondia ao interesse que começava a delinear-se em nós: o desejo de mais luz, pois habitávamos as profundidades da Terra, os vales, as cavernas, os grotões, onde a neblina espessa, quase água, a tudo e a todos envolvia num triste véu cinzento sob o qual o sol nos aparecia como um foco indefinido e nebuloso, semelhante à lâmpada da rua em dia de forte neblina. Pelo interno desejo de mais luz, ouvíamos, então, interessados, a palavra-chave, pronunciada pelos Líderes da Humanidade. À medida que aspirávamos a luz, íamos subindo em direção aos altiplanos e mesetas da Terra, onde a luz solar era mais visível. Nesse esforço de ascensão fomos gradativamente mudando nossas condições respiratórias, das primitivas, por guelras ou brônquios semelhantes às dos peixes e desenvolvendo pulmões. Essa é a razão porque a ciência supõe que a vida humana evoluiu da água. Notemos também: o desenvolvimento dos pulmões e a construção das costelas, apoiadas no osso externo é o significado do símbolo “arca de Noé”, na qual os mais adiantados puderam passar para a atual Época Ária.
É racional e lógico: atualmente não podemos fugir à regra sobre a necessidade de uma palavra-chave indicativa do exercício ou método para enfrentarmos a sexta Época, chamada na nomenclatura Rosacruz de a Nova Galileia. A Filosofia Rosacruz nos ensina que os Líderes da Humanidade, embora agora trabalhando indiretamente, chegaram à conclusão de que, para vencer este ponto perigoso de cristalização e existência material, só poderíamos evoluir com interferência direta, com uma ajuda especial. Essa ajuda tornou-se efetiva pela vinda de Cristo, encarnado no corpo de Jesus de Nazareth por três anos. Somente após os efeitos da purificação levada a efeito por Cristo no Planeta Terra nos foi possível atingir condições internas para aspirar e praticar a nova palavra-chave salvadora. Cristo é realmente o salvador da humanidade. Ele nos mostrou que o trabalho de Transfiguração, correlato do processo evolutivo, começou após as mudanças internas que sua vinda processou na Terra e em nós.
A palavra-chave está contida no Cristianismo Esotérico, particularmente no Cristianismo Rosacruz, para todo aquele que desejar praticá-la. Hoje, o êxito não depende do pronunciamento, isto é, do fato de ouvir-se ou de pronunciar-se passivamente determinada frase, como em Épocas anteriores. Antigamente era assim, em razão de nossa vivência subconsciente. Agora são-nos dados métodos ou disciplinas que deverão ser por nós vividos. Daí o dizermos ao Estudante Rosacruz que ele deverá ser um “sacrifício vivente”, que deverá realmente “viver a vida”, a fim de que as capas que envolvem sua Luz possam pouco a pouco serem removidas, ou melhor, transfiguradas, para formação de um novo veículo.
Conforme dissemos atrás, a palavra-chave a ser vivida neste fim de Época e início de idade preparatória da futura Sexta Época, está contida no “Novo Testamento”, sob a forma inédita de um conjunto de regras ou disciplinas, ensinadas e vividas por Cristo, fundamentadas no Amor. Essas regras ou disciplinas fundamentadas no amor impessoal são, em síntese: “Amai ao próximo como a vós mesmos”, isto é, com o mesmo interesse que temos por tudo que nos possa beneficiar ou agradar. Amar é uma ação, uma atividade. Portanto, a palavra-chave para Época atual não é uma fórmula mágica a ser recitada, senão uma atividade a ser executada com renúncia e amoroso interesse, para benefício do próximo.
Tal atividade tem dois polos: subjetivo, oculto, invisível e o objetivo, visível, externo. Na esfera subjetiva e oculta, processa-se o desenvolvimento silencioso por meio da meditação, da atenção, da vigilância interna, mental e sentimental, no aperfeiçoamento da capacidade de serviço ao próximo. Em resumo, é a prática do domínio próprio, por amor, isto é, para melhor servir, pois estamos aprendendo a nos dominar, não para tirar vantagens pessoais de engrandecimento ou poder, mas para adquirir mais qualidade no serviço ao semelhante. A prática dessa ação amorosa e subjetiva é fundamental. Sem ela, o polo objetivo, externo, se inutiliza porque ficará restringido, limitado, às expressões puramente humanas e sujeito quase sempre aos juízos antecipados, à impaciência, aos temperamentos, gostos, preferências, tendências e comodismo. Realizada a ação subjetiva, então, o verdadeiro “Eu”, o “Superior”, poderá espelhar-se, expressar-se numa ação externa eficiente, justa e amorosa. De fato, como pode o Aspirante à vida superior servir objetivamente ou praticar a caridade se ainda está sujeito às fraquezas humanas? É o caso do cego dirigindo outro cego. Por isso insistimos na necessidade da ação subjetiva fundamental. Sem ela a ação externa e objetiva não pode ser positiva, constante, bem orientada. Ademais, esse preparo interior, representado pelo domínio próprio, em última análise é o processo do conhecimento próprio.
Para amar, cristãmente falando, é necessário um aprendizado. Isso pode causar estranheza e suscitar uma pergunta: “para amar é necessário preparo?”. Respondemos: sim. No ato ou atividade amorosa, o executante não escapa, por força da lei, ao fator responsabilidade. As consequências de um relacionamento imperfeito resultam sempre em desagradáveis e até funestos.
Por isso, como qualquer outra atividade, a amorosa requer um aprendizado, perfeitamente delineado pelo Mestre, que afirmou: “Buscai, primeiramente, o Reino de Deus e Sua Justiça, e tudo o mais te será dado por acréscimo”. Esse acréscimo quer dizer: todos os nossos desejos, intenções se realizarão, inclusive a aspiração de bem Servir, segundo a disciplina de “Buscai o Reino de Deus…”. Mas, pergunta-se: “onde está o Reino de Deus?”. Novamente o Mestre responde (pois nada ele deixou em lacuna): “O Reino de Deus está dentro de vós”. Essa frase do Senhor equivale ao dito que lhe foi anterior: “Homem, conhece-te a ti mesmo”. É também correlata ao domínio próprio, à atividade subjetiva a que o Aspirante deve submeter-se para que, amando sabiamente, possa realmente servir aos semelhantes. Concomitantemente, pois, à prática do serviço amoroso e desinteressado, deve o Aspirante exercitar o serviço de introspecção, de análise de suas razões, de seus motivos, de seus impulsos, de seu temperamento, de suas tendências, a fim de que adquira eficácia e firmeza em seu modo de agir. Um médico não pode curar sem primeiramente submeter-se a longo preparo teórico e prático. Da mesma forma porque a lei é a mesma em qualquer atividade – deve o Aspirante Rosacruz exercitar-se longa, paciente, perseverante e cuidadosamente, para conquistar uma visão mais ampla e clara do objeto de seu amor: isso remete-o ao conhecimento próprio.
Portanto, a palavra-chave, para estes tempos prestes a findar-se, é: Serviço amoroso e desinteressado aos demais. Por meio dessa prática, tal como aconteceu nos dias de Noé, quando a humanidade desenvolveu pulmões para poder viver num ambiente em que predominava a adversidade, a luz solar e o oxigênio, pondo plenamente em prática uma aspiração com características materiais, assim também nós, a atual humanidade, deveremos formar uma réplica luminosa, etérica, de nosso Corpo Denso; uma forma bem mais sutil, mais perfeita, um “glorioso refúgio”, que será a “soma psuchicon” mencionado por São Paulo Apóstolo, o Corpo-Alma, o dourado manto nupcial da união do “eu inferior” com o “Eu Superior”, dentro do ser humano.
(De José Gonçalves Siqueira, publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro de 1968)
A filosofia oculta ensina: o ser humano é realmente “feito à imagem e semelhança” (ESPIRITUAL) de Deus, sendo dotado, em potencial, de todos os Seus poderes. Assim, o espírito é tríplice, como Deus. Seu Espírito Divino corresponde ao atributo da Vontade, em Deus: seu Espírito de Vida corresponde ao aspecto Sabedoria, de Deus, e o seu Espírito Humano corresponde ao princípio da Atividade, no seu Criador. Isso demonstra que o princípio Crístico encontra-se no interior do ser humano e a sua contraparte é o Corpo Vital, ou etérico.
É o trabalho especial, por assim dizer, o programa de nossa época, permitir o desenvolvimento do nosso Cristo interno, a fim de que possa brilhar através das trevas de nosso mundo materialista e de nossos corpos inferiores, tecendo o Vestido Dourado de Bodas, o “soma psuchicon” mencionado por São Paulo.
O Espírito de Vida contém registros indeléveis de todas as faculdades, talentos e sabedoria alcançados pelo Tríplice Espírito nas vidas passadas. Esse registro, chamado hoje de “Memória Supraconsciente”, manifesta-se como consciência, caráter e, às vezes, como “orientador” compelindo-nos à ação vez por outra frontalmente contrária à nossa razão e desejos. Pode também, imprimir sua mensagem diretamente no Éter Refletor do Corpo Vital. Essa mensagem é levada pelo sangue até o coração, de onde é transmitida ao cérebro através do nervo pneumogástrico. O impulso é chamado de “intuição” e traz ao corpo humano, chamado por São Paulo de “veste da corrupção”, as frequências de alta vibração do Mundo do Espírito de Vida, instando a Personalidade a obedecer a Lei do Amor, que é o Caminho da Libertação.
Astrologicamente falando, o poder da intuição é governado pelo Planeta Urano, e pelo Signo Aquário.
Pessoas que têm esses aspectos fortemente marcados em seus horóscopos, são notavelmente intuitivas. Elas lutaram nas vidas passadas para cultivar um interesse e um amor impessoal, abrangendo não somente a família, a comunidade ou povo, mas sim TODOS OS SERES HUMANOS, sem diferença de casta, credo ou cor. É objetivo da humanidade ocidental ampliar, fortalecer, e intensificar o impulso da INTUIÇÃO, porque ela há de tomar o lugar da razão, como o tribunal mais elevado do ser humano. Isso ajudará, e muito, para se chegar a uma solução dos problemas que a humanidade enfrenta hoje, e que são o resultado da escravidão do ser humano às ordens de sua mente, impregnada de desejos egoístas e inferiores.
Para esquematizar o método próprio para o desenvolvimento da faculdade da intuição, o Aspirante deve conhecer, em primeiro lugar, o funcionamento do Corpo Vital, — a contraparte do Espírito da Vida.
É composto de quatro Éteres, e interpenetra os átomos do corpo físico. Os dois Éteres inferiores – Químico e de Vida – são o canal das forças responsáveis pela assimilação, crescimento e propagação. Os dois Éteres superiores, — o Luminoso e o Refletor — são formados novamente em cada vida, e sua qualidade depende da natureza e quantidade de serviço que o indivíduo prestou aos seus semelhantes. Purificamos os nossos Corpos de Desejos através da oração, pureza de pensamentos, e concentração, sensibilizando ao mesmo tempo o Corpo Vital, enquanto que amando e servindo aos nossos semelhantes, tecemos o Dourado Manto Nupcial formado pelos dois Éteres superiores — o elo entre o Espírito de Vida (morada do Cristo) e o coração. Há uma correlação entre esses fatores: quanto maior e mais luminoso o Dourado Manto Nupcial, mais forte é a faculdade da intuição. Funcionamos nesse veículo luminoso quando o nosso corpo físico repousa adormecido e saímos do corpo, consciente ou inconscientemente. É através desse mesmo veículo que o ser humano é “ressuscitado” e pode “ascender” aos mundos superiores após a “morte”. Assim, despertamos a voz interna, formando esse veículo resplandecente do qual São Paulo falava e atingimos a libertação, no mais profundo sentido da palavra.
É de particular importância para quem deseja desenvolver a faculdade da intuição notar no “Pai Nosso” — que é uma fórmula algébrica para a elevação e purificação de todos os veículos do ser humano — a petição do Espírito da Vida, para a sua contraparte, o Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores”. Essa oração ensina a doutrina da remissão dos pecados nas palavras “perdoai as nossas dívidas” e a doutrina da Lei de Consequência nas palavras “como nós perdoamos”, fazendo de NOSSA ATITUDE PARA COM OS OUTROS a medida de nossa emancipação. É óbvio, dessa maneira, que o Estudante desejoso de obter a intuição ensejada pelo Espírito de Vida (Cristo) deverá e com bastante assiduidade cultivar uma atitude de PERDÃO!
Num futuro remoto, quando a humanidade, como um todo, tenha desenvolvido suficientemente seus poderes coletivos mediante um RETO VIVER COLETIVO, o Cristo estará finalmente livre, podendo retirar-se definitivamente do Planeta.
Da mesma forma, quando um indivíduo desenvolver os seus atributos divinos suficientemente poderá sair de seus veículos físicos, de sua “prisão” e estará apto a executar maiores trabalhos nos Mundos invisíveis, vestido como já vimos do seu luminoso veículo etérico.
A Páscoa é assim: não somente o tempo da Libertação do nosso Espírito Planetário o Cristo, um sacrifício que deveria evocar em nós o máximo de gratidão e confiança.
É também a magna segurança para as nossas almas de que algum dia cada ser humano, como Cristo em formação, será libertado da prisão do Corpo Denso e da Personalidade.
O Espírito Interno, que é o “Homem Real”, aprende vida após vida, em ciclos sem número, a viver de acordo com as Leis de Deus, transcendendo finalmente a ilusão dos sentidos, e se libertando, no mais profundo sentido da palavra, da ignorância, do sofrimento e da morte, e entrando num outro estado de consciência, glorificado, iluminado e cheio de paz.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1975-Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP)
Pergunta: Sou um Maçom, e gostaria de saber o que determina a época da Páscoa a cada ano. E qual é a relação entre a ressurreição de Cristo na Páscoa e a ressurreição de Hiram Abiff no ritual Maçônico?
Resposta: Segundo a lenda maçônica, no princípio Jeová criou Eva, e o Espírito Lucífero, Samael, uniu-se a ela, e dessa união nasceu Caim. Mais tarde, Samael deixou Eva, que se tornou virtualmente uma viúva. Caim era assim o filho de uma viúva, e dele descenderam todos os artífices do mundo, incluindo Hiram Abiff, o grande mestre-artesão do Templo de Salomão, que é, por essa razão, também chamado de “filho de uma viúva”, da mesma forma que o são todos os Franco-Maçons até hoje. Depois de Samael ter abandonado Eva, Jeová criou Adão, o qual se uniu a Eva, gerando assim Abel.
Portanto, Caim era semidivino, inspirado pelo seu próprio gênio criador inerente, que se manifesta através de seus filhos, até hoje, na política e em todas as invenções industriais que fazem o mundo civilizado, enquanto Abel foi o filho de dois seres humanos. Ele não sabia criar, mas apenas cuidava docilmente do rebanho já criado para ele pelo autor de seu ser, Jeová.
Jeová menosprezou o sacrifício de Caim, que havia feito crescer duas folhas de grama onde antes só havia uma. Ele preferia um autômato dócil como Abel, que obedecia implicitamente a Suas ordens, sendo indiferente ao pensador original como era Caim. Criou-se assim uma inimizade entre Caim e Abel, que resultou no assassinato desse último. Seth nasceu em seguida, e dele descendem todos os que seguem cegamente os ditames do seu criador, e que são conhecidos como a classe sacerdotal e seus seguidores. Entre eles estava o Rei Salomão.
Jeová mostrou-lhe o projeto de seu Templo, mas Salomão revelou-se incapaz de executá-lo, portanto, foi forçado a contratar Hiram Abiff, um hábil artífice, um filho de Caim, por conseguinte, o filho de uma viúva.
Maçons místicos de um grau elevado reconhecem que, do ponto de vista cósmico, Hiram Abiff é simbolizado pelo Sol. Enquanto o Sol (Hiram) encontra-se nos Signos setentrionais de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem, ele está entre amigos e seguidores fiéis, mas, quando no decorrer do ano, ele entra nos Signos meridionais de Libra, Escorpião e Sagitário, ele é atacado pelos três conspiradores tal como registra a lenda maçônica, e finalmente morto no Solstício de Dezembro para ressurgir novamente à medida que ascende em direção ao Equador, que ele cruza no Equinócio de Março. A lenda maçônica relata que a Rainha de Sabá viajou, vindo de muito longe, para ver o sábio Salomão de quem ela ouvira falar tanto. Foi-lhe mostrado, também, o magnífico templo, e ela quis conhecer o hábil artífice, o mestre-artesão e seus operários que haviam realizado tal maravilha.
Contudo, sempre houve inimizade entre os filhos de Caim e os filhos de Seth. Mesmo quando cooperavam juntos, jamais confiavam uns nos outros, e Salomão temia que a sua bela noiva se apaixonasse por Hiram Abiff. Por essa razão, ele mesmo empenhou-se em convocar os operários, mas nenhum deles respondeu à chamada. Eles “conheciam a voz do seu pastor”, Hiram Abiff (o Sol em Áries, o Signo do Cordeiro). Eles foram treinados a obedecer ao seu chamado e não atenderiam a nenhuma outra voz. Salomão viu-se finalmente forçado a mandar buscar Hiram Abiff e pediu-lhe para chamar seus artesãos, e quando ele ergueu o seu martelo (Áries, que é o Signo da autoridade e da Exaltação), eles acorreram em massa, cada qual mais ansioso em cumprir as suas ordens.
Em março, o Sol (Hiram) entra em Áries, o Signo de sua Exaltação. Esse Signo tem a forma do martelo que Hiram ergueu, e todos os trabalhadores do templo (o universo) acorrem para cumprir suas ordens e realizar o seu trabalho quando ele ascende ao trono de sua dignidade e autoridade nos céus setentrionais. Ele é seu pastor porque no Equinócio de Março ele entra em Áries, o Signo do carneiro ou cordeiro. Eles obedecem-no e essas forças da natureza não aceitam ordens de ninguém a não ser do Sol em Áries, o Sol Oriental.
Essa é a interpretação cósmica, mas, de acordo com a Lei de Analogia, Hiram, o filho de Caim, deve também ser elevado a um grau superior de Iniciação. Somente o Espírito Solar, prestes a elevar-se ao firmamento, poderia realizar esse feito. Por isso, Hiram renasceu como Lázaro e foi elevado pela enérgica pata do Leão. Ele havia liderado os artífices durante o regime de Jeová e de Seu pupilo Salomão. Através dessa Iniciação, ele foi elevado com a finalidade de tornar-se um líder no Reino de Cristo, para que ele ajudasse as mesmas pessoas a penetrar numa fase mais elevada de sua evolução. Ele tornou-se, então, um Cristão encarregado de explicar os mistérios da Cruz e, como um símbolo desse mistério, a Rosa foi acrescentada, e essa missão foi incorporada em seu nome simbólico, Christian Rosenkreuz.
A rosa é considerada, em geral, o emblema do mistério, mas a maioria das pessoas não sabe que o acréscimo da rosa à cruz foi a origem desse significado simbólico.
A rosa é o emblema do mistério da cruz porque explica o caminho da castidade, a transmutação do sangue passional em amor. Portanto, Lázaro tornou-se Cristão Rosa Cruz (Christian Rose Cross), e os Rosacruzes são os mensageiros especiais de Cristo para os filhos de Caim, como Jesus o é para os filhos de Abel.
Os fariseus sabiam muito a respeito da origem oculta dessas duas classes da humanidade, portanto, o milagre de Lázaro foi para eles o maior crime de Cristo. Eles ficaram seriamente alarmados pela perspectiva de que sua religião nacional pudesse ser suplantada por outra se quaisquer outros milagres fossem realizados, pois perceberam que era uma Iniciação de uma natureza mais elevada daquela que conheciam, e que indicava a entrada em um ciclo superior. Antes de Cristo, todas as religiões foram raciais, adequadas ao povo a quem tinham sido dadas e convenientes apenas para esse povo. Todas essas religiões foram religiões de Jeová. Da mesma forma que o Pai foi o mais alto Iniciado do Período de Saturno, também Cristo, o filho, foi o mais alto Iniciado do Período Solar, e Jeová, o Espírito Santo, foi o mais alto Iniciado do Período Lunar. De Jeová provieram todas as religiões de raça, que procuravam preparar o gênero humano no caminho da evolução por meio da lei. Essas religiões de raça devem ser suplantadas pela religião universal do Espírito Solar, Cristo, que unirá todos os seres humanos numa única fraternidade. A mudança de uma religião para outra e o fato de que a religião do Deus Lunar Jeová devia preceder a religião do Espírito Solar, Cristo, é simbolizada pela maneira em que a Páscoa é determinada.
A regra atualmente em uso para determinar a época da Páscoa é que ela se realize no primeiro Domingo seguinte à Lua Cheia Pascal. Essa era a época original adotada pelos primeiros Cristãos que tinham conhecimento e consideração de seu significado oculto, mas logo pessoas ignorantes começaram a ter cismas e fixaram-na em épocas diferentes. Isso ocasionou bastante controvérsia. No segundo século surgiu uma disputa a respeito desse ponto entre as Igrejas Oriental e Ocidental. Os Cristãos Orientais celebravam a Páscoa no décimo quarto dia do primeiro mês Judeu ou Lunar, considerando-a equivalente à Páscoa Judaica. Os Cristãos Ocidentais celebraram-na no Domingo seguinte ao décimo quarto dia, sustentando que era a comemoração da ressurreição de Jesus. O Concílio de Niceia, em 325 D.C., decidiu a favor do costume ocidental, condenando a prática oriental como heresia.
Isso, contudo, somente estabeleceu que a Páscoa deveria ser comemorada não em um dia determinado do mês ou da Lua, mas num Domingo. O ciclo astronômico correto para calcular a ocorrência da Lua Oriental não havia sido ainda determinado, mas eles finalmente concordaram com o antigo método de fixar a festa baseada na Lua, assim, o costume original antigo foi finalmente restabelecido.
Deste modo, a Páscoa é hoje comemorada no mesmo dia requerido pela tradição oculta para simbolizar apropriadamente o significado cósmico desse acontecimento e, sob esse aspecto, tanto o Sol como a Lua são fatores necessários, já que a Páscoa não é exclusivamente uma festa solar. O Sol não só deve ultrapassar o Equador, como o faz a 21 de março, mas deve também ultrapassar a Lua Cheia após o Equinócio de Março (Hemisfério Norte). Então, o domingo seguinte é a Páscoa, o diz da Ressurreição. A luz do Sol primaveril deve ser refletida por uma Lua Cheia antes que amanheça o dia na Terra, e há, como já foi dito, um significado profundo atrás desse método de determinar a Páscoa, isto é, que a humanidade não estava suficientemente evoluída para seguir a religião do Sol, a religião Cristã da fraternidade universal, até que estivesse inteiramente preparada por meio das religiões da Lua que segregaram e separaram a humanidade em grupos, nações e raças. Isso é simbolizado pelo retardamento da elevação anual do Espírito Solar por ocasião da Páscoa, até que a Lua Jeovística tenha projetado de volta e refletido plenamente a luz do Sol Pascal.
Todos os fundadores de religiões raciais, Hermes, Buda, Moisés, etc., foram iniciados nos mistérios Jeovísticos. Eles eram filhos de Seth. Quando de sua Iniciação, eles ficaram imbuídos pelo seu Espírito de Raça particular, e esse Espírito, falando através da boca de tal iniciado, ditava as leis ao seu povo, como, por exemplo, o Decálogo de Moisés, as leis de Manu, as nobres verdades de Buda, etc. Essas leis declaravam a existência do pecado, porque os povos não observavam as leis nesse estágio da evolução. Em consequência, eles incorreram numa certa dívida de destino. O Iniciado humano, fundador da religião, devia assumir esse destino, portanto, devia renascer repetidas vezes a fim de ajudar seu povo.
Assim, Buda nasceu como Shankaracharya e teve vários outros renascimentos. Moisés renasceu como Elias e João, o Batista, mas Cristo não teve necessidade de nascer antes.
Ele o fez de sua própria e livre vontade para ajudar a humanidade, revogar a lei portadora do pecado, e emancipar a humanidade da lei do pecado e da morte.
As Religiões de Raça do Deus lunar, Jeová, transmitiram a vontade de Deus à humanidade de uma forma indireta, através de videntes e profetas que eram apenas instrumentos imperfeitos, como os raios lunares que simplesmente refletem a luz do Sol.
A missão dessas religiões consistia em preparar a humanidade para a religião universal do Espírito Solar, Cristo, que se manifestou entre nós sem intermediários, como a luz que nos chega direto do Sol, e “nós contemplamos a Sua glória como o único gerado do Pai”, quando Ele pregou o evangelho do Amor. A Religião Cristã não dita leis, mas prega o amor como sendo o cumprimento da lei. Portanto, nenhuma dívida de destino é gerada sob ela, e Cristo, que não teve necessidade de nascer antes, não renascerá sob a Lei de Consequência como tiveram que fazê-lo os fundadores das religiões raciais lunares, que devem, de tempos em tempos, carregar o fardo dos pecados de seus seguidores. Quando Ele aparecer, será em um corpo composto de dois Éteres superiores: o Luminoso e o Refletor, o Dourado Manto Nupcial chamado soma psuchicon ou Corpo-Alma por São Paulo, que é muito enfático em sua asserção de que “a carne e o sangue não poderão herdar o Reino de Deus”. Ele afirma que nós mudaremos, tornando-nos iguais a Cristo, e visto não podermos entrar no reino com um corpo carnal, seria absurdo supor que o Rei da Glória use semelhante traje grosseiro e incômodo.
O sacerdócio de onde Jeová retirou Seus representantes, os profetas e os fundadores das religiões e os construtores do templo espiritual, é constituído pelos Filhos de Seth. Os Filhos de Caim sentem ainda em seu íntimo a natureza divina de seu ancestral. Eles repudiam o método indireto de salvação pela fé pregada pela Igreja, e insistem em encontrar por si mesmos a luz da sabedoria através dos métodos diretos de trabalho, aperfeiçoando-se nas artes e nos ofícios, construindo o templo da civilização material por meio da indústria e da política de acordo com o plano de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, sendo Cristo “a Pedra Angular Principal” e cada Maçom místico uma “pedra viva”.
No entanto, no seu devido tempo, essas duas grandes correntes, os Filhos de Seth e os filhos de Caim, unir-se-ão a fim de atingir os portais do Reino de Cristo. Antes de Sua época não havia um meio para que tal amalgamação ocorresse; mas quando Cristo, o grande Espírito Solar, chegou, Salomão renasceu como Jesus, em cujos veículos inferiores penetrou o Espírito por ocasião do Batismo; e Hiram Abiff renasceu como Lázaro. Quando Lázaro foi levantado pela enérgica garra do Leão de Judá, Hiram e Salomão, os antigos rivais, esqueceram suas diferenças impelidos pelo Espírito de Cristo, e ambos trabalham atualmente para o estabelecimento do Reino de Cristo.
Foi isso que os Fariseus, de certo modo, perceberam ou presumiram, o que originou seus temores de que esse Jesus iniciasse muitas pessoas subvertendo-as da religião racial a que eles (os Fariseus) pertenciam.
(Pergunta nº 142 do Livro “Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II”, de Max Heindel)
Pergunta: Estou intrigado sobre o significado do verso da escritura utilizado em relação ao Emblema Rosacruz: “Se andarmos na Luz como Ele na Luz está, teremos comunhão uns com os outros”. Como podemos caminhar na Luz? Significa isto que temos comunhão com o Cristo, ou uma pessoa com outra, ou a temos com o Cristo e simultaneamente com outras pessoas? Significará que todas as pessoas, caminhando na Luz, receberão iluminação?
Resposta: A “Luz” em questão é a do Corpo-Alma, aquela vestimenta luminosa que tecemos pelo amor e sacrifício desinteressado ao próximo. Compõe-se dos dois Éteres superiores (de Luz e Refletor) do Corpo Vital e é o veículo particular do Cristo em nós. O Princípio Crístico é o Princípio de Unidade, estando relacionado ao Mundo do Espírito de Vida, o primeiro dos mundos universais e, portanto, quando construímos o Corpo-Alma e caminhamos em sua luz (é de fato luminoso) estamos andando num mar de UNIDADE, por assim dizer. Assim “temos comunhão” ou sentimos uma união com todas as criaturas de Deus.
Relativamente ao Corpo-Alma, é-nos ensinado nos Ensinamentos Rosacruzes, que: “A parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres superiores, é o que podemos chamar de Corpo-Alma, isto é, é mais diretamente ligado com o Corpo de Desejos e a Mente e também mais maleável para o contato com o Espírito, que os dois Éteres inferiores. É o veículo do intelecto, e responsável por tudo o que faz do ser humano um indivíduo. Nossas observações, aspirações, carácter, etc. são devidos ao trabalho do Espírito nestes dois Éteres superiores, os quais se tornam mais ou menos luminosos conforme a natureza de nosso carácter e hábitos. Também, conforme o Corpo Denso assimila partículas de alimento ganhando assim carne, os dois Éteres superiores assimilam nossas boas ações, crescendo de volume. De acordo com nossas ações aumentamos ou diminuímos, nesta vida, aquilo que trouxemos conosco ao nascer”.
“Conforme novas formas vão sendo propagadas através do segundo Éter (de Vida), o Ser Superior, o Cristo Interno, forma-se através deste mesmo veículo de geração, o Corpo Vital, em seus aspectos superiores incorporados aos dois Éteres superiores.
“Mas à semelhança de um bebê que requer nutrição, também o Cristo ao nascer é um bebê precisando de alimento para se tornar um pleno adulto. E assim como o corpo físico cresce por contínua assimilação de material da região química (sólidos, líquidos e gazes), semelhantemente, conforme o Cristo cresce, crescerão os dois Éteres Superiores, formando uma nuvem luminosa em volta do ser humano que seja suficientemente merecedor de apontar para o céu seu rosto; revestirá o peregrino com luz tão brilhante que ele “andará na luz”, literalmente”.
“São Paulo enfatiza que nós temos — um “soma psuchicon” (traduzido erradamente como corpo natural), um “Corpo-Alma”, feito de éter, que é mais leve que o ar e, portanto, capaz de levitar. Este é o Dourado Traje de Bodas, a Pedra Filosofal, ou a Pedra Viva, mencionada em algumas antigas filosofias como a Alma Diamantina, pois é luminosa, brilhante e faiscante — uma gema sem preço …. Este veículo eventualmente evoluirá na humanidade em seu todo, mas durante a mudança da Época Ária para as condições etéricas da Época Nova Galileia, haverá pioneiros como os Semitas originais fizeram na mudança da Época Atlante para Época Ária”.
“O Corpo-Alma ou ‘Traje de Bodas’ está latente em todos nós. Fica mais resplandecente pela alquimia espiritual, pela qual o serviço é transmutado em crescimento de alma. É a casa ‘feita sem mãos’, eterna nos céus, com a qual São Paulo aspirava cercar-se”.
O “Corpo-Alma” não deve ser confundido absolutamente com a alma que o interpenetra. O Auxiliar Invisível que o utiliza em voos anímicos sabe ser tão real e tangível como o corpo de carne e sangue. Mas dentro deste traje dourado de bodas há um “algo intangível” reconhecido pelo espírito de introspecção. E indescritível; foge aos mais persistentes esforços da imaginação, contudo, lá está tão certamente quanto está o veículo que ele preenche — sim, e ainda mais. Não é vida, amor, beleza, sabedoria, nem outro conceito humano que possa dar a ideia do que seja, pois é a soma de todas as faculdades, atributos e conceitos do bem imensamente intensificados. Se tudo o mais fosse-nos tirado, esta realidade suprema ainda permaneceria, e estaríamos ricos por sua posse, pois através dela sentimos o poder arrebatador de nosso Pai no Céu, o incentivo interior que todo aspirante conhece tão bem”.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – jan/fev/88)
O Processo Alquímico: Corpo e Alma, alma do corpo
Os antigos Rosacruzes eram conhecidos como grandes filósofos, curadores e alquimistas. Estes Rosacruzes eram Iniciados na Escola dos Mistérios Rosacruzes, onde eles recebiam as instruções e Treinamento que os faziam sábios. À compreensão das leis que governam as manifestações, tornava possível abandonar seus corpos físicos quando quisessem, contatavam com a Memória da Natureza para qualquer informação de acordo com sua vontade, curavam doenças, e muitos outros milagres que eles faziam em benefício da Humanidade.
Hoje, um mundo de medo do poder material indevidamente usado, muitas pessoas têm se apressado em procurar dentro de si um alívio, para este medo, e procurar refúgio na “paz que ultrapassa toda compreensão”, encontrada no caminho da Iniciação, como ensinavam os antigos Rosacruzes. Infelizmente, muitos não sabem como entrar no caminho, ou estar lá, mas somente sabem usar como vantagem qualquer informação assim que as recebem.
Antes de se tornar membro das Escolas de Mistérios, é necessário saber que o desenvolvimento espiritual é feito de maneira individual. A Fraternidade Rosacruz é uma Escola Preparatória, e dá treinamento e instruções necessárias ao aspirante, para beneficiar o próprio desenvolvimento interior, o qual é a chave para abrir a porta da Verdade da Escola de Mistérios Rosacruz.
Nós sabemos que as leis são ativas em todos os planos do ser. A grande lei é revelada no plano físico através do axioma “Como é em cima, é em baixo”. Isso significa que os princípios que operam nos planos superiores, com certeza, operam de maneira similar nos planos inferiores. Sendo isto uma verdade, podemos também dizer que o inverso também é verdade, assim a partir de nossas observações das coisas nestes planos inferiores, podemos compreender os princípios que operam nos planos superiores.
Nós devemos nos familiarizar com a Região Química do Mundo Físico, a região que nós conhecemos por meio dos cinco sentidos. Portanto, pelo estudo das coisas do nosso dia-a-dia do Mundo Físico poderemos tornar conhecedores das leis das Regiões Espirituais Superiores.
Os antigos Rosacruzes ensinavam conceitos e princípios pertencentes ao desenvolvimento espiritual na estrada da iniciação. Eles encontraram muitos obstáculos porque ensinavam a doutrina que cada indivíduo poderia ser seu próprio sacerdote nas relações com Deus para o perdão dos pecados, e outros ensinamentos considerados não ortodoxos pela igreja da época. Consequentemente, eles perceberam a necessidade de disfarçar suas escrituras e ensinamentos de um jeito que aqueles que possuíam a chave poderiam facilmente entender o que lhes estavam explanando, e ao mesmo tempo estes ensinamentos tornariam não inteligíveis para os que não tivessem a chave.
Por isso, todos os estudantes que estão nos verdadeiros caminhos que conduzem à Iniciação, são também familiarizados com a terminologia da Astrologia, a linguagem das estrelas que eram usadas como código, no qual escreviam e ensinavam as verdades interiores. De qualquer maneira, muitos dos quais não eram merecedores de receber os mais elevados Ensinamentos Rosacruzes, estavam bem familiarizados com a terminologia astrológica. Assim uma simples expressão de princípio em termos de Astros e Signos, não serviria para disfarce dos ensinamentos. Os Rosacruzes, após isto, usaram sinais astrológicos para os seus objetivos.
Nos escritos dos Antigos Rosacruzes, nas constantes referências às atividades e às leis em um laboratório físico onde diziam que estas pessoas eram tentadas a obter ouro de metais básicos. Esta ideia foi prometida àqueles que não possuíam a chave. A verdade de tudo, é que os antigos estavam falando não na obtenção de ouro físico, mas sim do “ouro espiritual”. Aqui nós encontramos a chave. Os elementos da alquimia, são para ser interpretados como fábricas na construção da “roupa de casamento com Deus”, fora das bases das experiências dos metais do dia a dia.
De acordo com os símbolos astrológicos, as substâncias e os métodos de procedimento na Região Química, cada uma delas está sob uma regência de certo Astro. As condições e métodos de procedimentos em regiões superiores também estão debaixo de regência de certos Astros. Este é o código usado pelos escritos alquímicos. Escritores escreveram sobre substâncias alquímicas e métodos. Isto foi entendido por aqueles que tinham a chave destas substâncias e métodos colocando-os em seus considerados Astros Regentes, e estes determinados, eram para serem interpretados em termos de condições e métodos os quais eles regiam em planos superiores.
De acordo com as normas da química, nós devemos ter um laboratório de reagentes químicos, com os metais básicos e instrumentos. O mesmo é verdade na observância das leis do desenvolvimento espiritual.
De acordo com os símbolos astrológicos, as substâncias e os métodos de procedimento na Região Química, cada uma delas está sob uma regência de certo Astro. As condições e métodos de procedimentos em regiões superiores também estão debaixo de regência de certos Astros. Este é o código usado pelos escritos alquímicos.
Escritores escreveram sobre substâncias alquímicas e métodos. Isto foi entendido por aqueles que tinham a chave destas substâncias e métodos colocando-os em seus considerados Astros Regentes, e estes determinados, eram para serem interpretados em termos de condições e métodos os quais eles regiam em planos superiores.
A contribuição de ensinamentos superiores da Fraternidade Rosacruz: “Os alquimistas sabiam que a natureza moral e física do ser humano se tornou densa e grosseira, de acordo com a paixão apontada pelos Espíritos Lucíferos, e que depois, um processo de destilação e refinação foi necessário para eliminar estas características, e levar o ser humano ao alto, onde o esplendor do Espírito não é seduzido pelas coisas materiais o qual esconde, digo, mantém seus olhos distantes disto. Eles depois disseram, que o corpo é como um laboratório, e falaram de processos espirituais em termos químicos”.
As ferramentas do alquímico são suas capacidades e habilidades mentais, espirituais e emocionais. A história bíblica dos talentos e como são relatadas em Mateus 25:13-31 é uma discussão esotérica das ferramentas, dos processos alquímicos onde está indicado, que todas as ferramentas fornecidas devem ser usadas, e também, para conseguir outras ferramentas para o desenvolvimento.
Um estudo cuidadoso de nossa própria carta natal, mostra nossas ferramentas que possuímos, e também, pontos e direções, em quais os esforços podem estar vantajosamente expedidos, para o desenvolvimento de ferramentas adicionais. O grande Criador, está construindo, mas ele não faz isto sozinho, ele deve ter a ajuda de muitas hierarquias espirituais e que nós como Espíritos Virginais, somos como uma hierarquia e estamos ajudando nas atividades da grande construção. Como toda obra requer muitas atividades, muitos tipos de trabalhos como uma larga variedade de ferramentas, assim na grande construção espiritual, nós temos diversos tipos de trabalhadores com diversos tipos de ferramentas.
O químico deve ter certos reagentes químicos, para fazer desejadas reações nos metais básicos, os quais ele está trabalhando. Os antigos alquimistas constantemente diziam que quatro eram os reagentes químicos, a saber, o mercúrio, nitrogênio, sal e o enxofre, os alquimistas dizem, que o ângulo da Lua é que regem as correntes salinas, com o elemento sal; e os Espíritos Lucíferos de Marte o enxofre, e os Mercurianos de Mercúrio o metal mercúrio. Eles também falaram de um quarto elemento, denominado Azoto, um nome composto da primeira e última letra de nosso clássico idioma, que intenciona conduzir a mesma ideia, do Alfa e o Ômega, que inclui tudo. Esta referência como conhecemos agora, como o raio espiritual de Netuno, que é também a oitava superior de Mercúrio, é essência sublimada do poder Espiritual. Eles sabiam na seção simpática da espinha dorsal, que governa as funções que tem que ser feitas particularmente com a SUBLIMAÇÃO ou REFORMA, e o bem-estar do corpo, os Anjos Lunares eram especialmente ativos, e este segmento foi depois designado como elemento sal. O segmento que governa os nervos motores que libera a energia motora, do corpo, pelos alimentos, viram que estavam claramente debaixo da regência dos Espíritos Lucíferos marcianos, e depois eles o chamaram de enxofre. O segmento restante, o qual, registra e marca as sensações, trazidas pelos nervos, foi chamado Mercúrio, porque era dito que estavam sobre regência dos Espíritos de Mercúrio. O nervo espinhal, ao contrário que os anatomistas dizem, não é preenchido por fluído, mas por um gás, que é igual a um vapor, o qual, pode ser condensado quando exposto na atmosfera, mas que pode ser superaquecido, pelas atividades vibratórias do Espírito, e de acordo com estas vibrações, tornar-se-á cada vez mais brilhante, como de aparência de um ardente fogo, o fogo da purificação e da regeneração. Este é o campo de ação da grande hierarquia de Netuno, e denominado de Azoto pelos alquímicos.
Os antigos alquimistas também fizeram referência sobre sete metais, os quais, seriam para ser usados para fazer o ouro desejado. Estes sete metais básicos sem impurezas, a saber: o ouro, a prata, o cobre, o mercúrio, ferro, chumbo e o estanho. Agora seguindo as regras de interpretação que foram ditas, nós determinaremos os Astros que regem estes metais básicos: O Sol, o ouro; a Lua, a prata; Mercúrio, o mercúrio; Marte, o ferro; Júpiter, o estanho; Vênus, o cobre; Saturno, o chumbo.
A “VESTIMENTA DE CASAMENTO COM DEUS”, que já falamos anteriormente, é chamada de alma do corpo (Corpo-Alma), na linguagem Rosacruz. Novamente as contribuições de certos ensinamentos Rosacruzes vem a coincidir com o que São Paulo disse: “carne e sangue não pode herdar o Reino dos Céus”, mas ele também nos mostra que nós temos uma SOMA PSUCHICON, que quer dizer, o Corpo-Alma. Este é feito de Éter, que é mais claro ainda que o ar, e de qualquer forma capaz de levitar. Essa é a VESTIMENTA DE CASAMENTO COM DEUS, a pedra filosofal, ou a pedra da vida, e escritas pelos, digo, por alguns filósofos da antiguidade, como diamantes da alma, e por este ser luminoso, e resplandecente, luzente, brilhante, pedra inestimável, se constrói similarmente aos nossos bons feitos, durante a vida e seu crescimento em volume é tão bom que o feito mais espiritualizado, lustra-o e resplandece em beleza esculpida, pelas obras e serviços altruístas. Eventualmente, essa alma do corpo é transmutada em alma do interior do espírito. Nós adicionamos em nossa alma as experiências vividas durante toda vida, e depois de termos vividos muitas vidas, particularmente se elas tiverem sido bem vividas, nós seremos ricos em alma.
Todas as experiências de nossas vidas diárias, estão sendo utilizadas durante o processo de evolução, e consta dentro de nossas almas para nosso uso em vidas futuras, também em planos superiores.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/86)
O Cristo dos Místicos
“Levantai, ó príncipes, as vossas portas; levantai-vos, ó portas eternas e entrará o Rei da Glória” (Sl 23:9).
Esta passagem do Hino para Sião, tomada dos Salmos — o livro de louvores — considerado o mais proeminente das Escrituras do Antigo Testamento, pode ser utilizada com relação ao mistério de Cristo.
Os judeus, da mesma forma que outras nações com suas crenças religiosas, esperam a vinda do Salvador, também chamado Ungido, Cristo ou Messias. Naquela época era reverenciado Jeová, Senhor das Batalhas e o Criador da Forma.
Assim, devido ao domínio da forma, Cristo precisou ocupar uma forma humana, principalmente porque a mente encontrava-se em seu estado mineral. A humanidade não podia ter uma ideia diferente de Deus, fato que ainda prevalece, embora atualmente esteja sendo aberto o caminho para uma ideia mais realista por meio da evolução mental. Isto foi exposto por São Paulo, o pregador místico, revelando o segredo básico do Cristianismo: Cristo pode ser em verdade formado em nós, e só assim alcançaremos o dia em que o Ungido esteja conosco.
Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, no que concerne à evolução do ser humano, explicam o nascimento, crescimento e desenvolvimento dos diferentes corpos e seus Átomos-semente, cujas distintas forças operam através desses corpos, tudo numa ordem natural e consecutiva.
Estamos procurando, conscientemente ou não, construir um novo corpo, o corpo etérico, no qual seu Átomo-semente torne-se ativo. Como funcionamento deste veículo, o poder do Cristo pode penetrar-nos fazendo nascer em nós o Menino-Cristo, o segundo aspecto de Deus; deste modo Cristo toma o comando.
O místico Angelus Silesius exclama: “ainda que o Cristo nasça mil vezes em Belém, se não nascer dentro de ti mesmo, tua alma segue extraviada”.
Antes que possamos agir como verdadeiros cristãos, expressando o Espírito de Vida consciente interno, temos que construir esse corpo, o Dourado Manto Nupcial, formado pelos dois Éteres superiores (Luminoso e Refletor) através do qual o Espírito deve funcionar. Este Corpo, chamado de Corpo-Alma, converte-se no ponto de maior importância para nós, desenvolvendo-se, evoluindo e sendo alimentado pelo Poder do Amor, que busca sua manifestação por meio do Serviço (pois quando amamos, buscamos servir). Todas as coisas criadas, quer nos apercebemos ou não, servem de algum modo, o que constitui seu propósito de existência.
Quando o Sol passa pelo Signo de Câncer, que tem por Regente a Lua, estudamos a atividade do espírito em favor da alma. Por outro lado, quando o Sol está em Leão, e domina a influência lunar, a alma serve ao espírito. Esta é a época propícia para a construção do corpo, ou seja, da forma, pois graças à poderosa força solar, o espírito age sobre o corpo visando o futuro desenvolvimento da alma.
O crescimento e força da manifestação física são necessários para conter um maior influxo das mais sutis e maiores atividades do poder do Cristo quando retorna em setembro de todo ano. O Sol estando em seu apogeu fisicamente objetivado e espiritualmente subjetivado, prepara a alma para o seu futuro desenvolvimento.
Portanto, é por meio da compreensão intelectual das coisas místicas que levantamos nossas cabeças e abrimos nossos corações, às portas eternas permitindo que o Rei da Glória, Cristo, penetre em nós para converter-nos em cristãos, no verdadeiro sentido da palavra.
O Signo Leão, regente do coração – a sede do amor – simboliza o Rei, sendo, por isso, nesta época de nossa evolução, o grande poder emocional do Amor o verdadeiro Rei, um Supremo Governador. O Amor como causa produz como efeito o Serviço, e essa causa e efeito em atividade constante constituem o mistério do precioso traje de Cristo, (o “Soma Psuchicon”) citado por São Paulo como um veículo independente utilizado para voos anímicos, numa vida melhor e mais útil. Este Corpo-Alma não deve ser confundido com a alma que o interpenetra, pois, essa alma possui uma sutileza tal que somente pelo espírito de introspecção poderemos senti-la. É através dela que percebemos o atraente poder do Pai que está nos Céus, o impulso interno que todo aspirante conhece tão bem e que faz com que o Corpo-Alma resplandeça.
Recordemos, entretanto, que é o Sol, o espírito que representa o poder, força ou energia trabalhando sobre o corpo, o responsável pela alma, e que na época em que está em sua plenitude é que precisamos aprender com suas atividades. O Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” informa-nos que no Período Solar os Senhores da Sabedoria irradiaram de si mesmos o germe do Corpo Vital, capaz de fomentar crescimento e faculdades, as quais estão se desenvolvendo no presente.
Iniciaram este trabalho na segunda revolução daquele período e o continuaram até a sexta revolução. Nessa revolução os Querubins despertarem o germe do segundo aspecto do Tríplice Espírito no ser humano, o Espírito de Vida, ou seja, o princípio Crístico.
No Período Lunar os Senhores da Individualidade irradiaram de si mesmos o germe do Corpo de Desejos, incorporando-o com o Corpo Vital, e mais tarde os Serafim despertaram o germe do Espírito Humano no ser humano.
No Período Terrestre; o qual estamos agora, permanecemos sob a proteção dos Anjos, mestres apropriados ao ser humano e exímios na construção do Corpo Vital, pois eram a humanidade quando o éter era a condição mais densa da matéria. Já passamos o arco descendente da involução e agora estamos ascendendo pela evolução com a faculdade da Epigênese.
Estamos atravessando as camadas mais densas para chegar às mais sutis, ou seja, iremos do reino puramente físico para o etérico, especializando o Corpo Vital (cujo extrato é a Alma Intelectual) e o Espírito de Vida, que é o Ser Crístico. Esta é a nossa primeira e mais importante meta como seguidores de Cristo.
O Corpo Vital está radicado no baço e não possui poder em si mesmo, funciona como canal por meio do qual se introduzem as forças solares no corpo físico. Também determina a direção na qual certa força é utilizada, sendo que esta força deve vir de fora. Pelo poder do Amor, erguemos pontes e abrimos “portas eternas”, fazendo com que o Cristo venha e habita em nós, permitindo assim que brilhe nossa luz ante os seres humanos, afim de que sejam vistas as boas obras e seja o Pai glorificado nos céus.
No passado, os Corpos de Desejos da humanidade mais avançada se dividiram em superior e inferior, ficando mais apropriado para hospedar o Ego. Hoje estamos dividindo o Corpo Vital em superior e inferior, sendo a parte superior chamada de Dourado Manto Nupcial, o qual permite ao Rei da Glória, Cristo, com o poder do Amor, funcionar dentro de nós mesmos.
Desta semente é que brotará a verdadeira vida e crescerá em força e beleza no decorrer do tempo, desde que seja alimentada pelo Amor em seu mais elevado aspecto: com o sacrifício da carne pelo espírito, pois que está dito que “não podemos servir a Deus e a Mamom”.
A Lei de Conservação deve dar lugar ao respeito pela vida dos demais. A construção do Corpo solar dourado do Espírito de Vida se adquire mais facilmente através da experiência purgatorial do Exercício de Retrospecção, pelo qual se diz que “tomaremos o reino dos céus por assalto”.
Somente através dos atos de amor e bondade, de forma desinteressada é que construiremos o Vestido Crístico de Vida – o Dourado Manto Nupcial. Somente este serviço amoroso e desinteressado traz as mais ricas recompensas, pois os Exercícios não constroem alma, enquanto que o Serviço faz com que o processo de assimilação de experiências da vida, seja transmutado em poder anímico.
“Senhor, ajuda-me a viver dia a dia
De tal maneira desinteressada,
Que quando ajoelhado para orar,
Para o próximo minha oração seja ofertada”.
“E a cidade não necessita de Sal nem de Lua, para que nela resplandeçam, porque a Glória de Deus já a tem iluminado; e o Cordeiro é sua lâmpada” (Apo 21:23).
(Publicado na revista “Serviço Rosacruz” – 01/86 – SP)