Que razão pode haver para que não deixemos de seguir o intelecto? Ele nos trouxe apenas miséria no passado; ele nos afastou do puro, do bom, do belo. Ele nos fez expressar o que há de pior em nossa natureza. Tornou-nos frios e insensíveis e amorteceu nossas faculdades; sufocou o fogo do amor e da bondade fraternal que deveriam arder em cada peito humano; ele nos tornou orgulhosos, egocêntricos, egoístas e egoisticamente ambiciosos. Oh, já é hora de renunciarmos a esse falso salvador e perceber que ele não nos leva a Deus.
Mas, ah! Que doce amor e reverência brotam do coração, das profundezas do nosso ser. Simpatia e compaixão tão grandes que envolvem o mundo. Esses são os momentos em que o coração tem equilíbrio. Aspiração tão grande que parece que a alma é elevada ao próprio trono de Deus. O gênio oculto na natureza de alguém, toda a eloquência da alma, derrama-se em alegria indizível. De boa vontade gostaríamos de reunir toda a humanidade sob esse cuidado protetor e lhe contar sobre a paz e a alegria que encontramos. Esses são os momentos em que o coração tem equilíbrio. Esse é um salvador que nos conduzirá à salvação e a Deus.
Mas, devemos nos considerar sozinhos? Olhe para o ser humano intelectual, enquanto ele caminha entre seus companheiros, frio, insensível, um gelado iceberg. Externamente, ele pode ser todo sorrisos e polidez atraente, mas por dentro as forças de repulsão têm pleno domínio. Devemos ser assim? Devemos nos movimentar no mundo silenciando as almas de todos que encontramos?
Devemos ajudar a esmagar os sentimentos mais delicados do mundo? Devemos ajudar a embotar e silenciar as almas sensíveis que tantas vezes encontramos? Ah! Quão proibitiva é tal vida! Inútil para nós mesmos, pouco inspiradora para os outros.
Então, olhe para a alma terna e amorosa, movendo-se entre seus semelhantes. Uma palavra amável, uma carícia suave, uma simpatia sentida na alma e outras almas sentem um toque de amor, alegria e contentamento. Que inspiração! Uma marca ardente de amor para atiçar as brasas fumegantes de seus companheiros! Um farol que salva outras almas do naufrágio. Ah! Sejamos assim, vivamos de modo a iluminar o mundo com a nossa própria presença. Não há amor verdadeiro que não induza o amor nos outros; não há verdadeira alegria que não cause nos outros a sua emoção. Então amemos com o coração e não com a cabeça; e sirvamos com o coração, não com a mente. Não há profundidade tão grande que o coração cheio de amor não possa sondar; não há meta tão grandiosa que o coração não possa alcançar. Fora de nós e dentro de nós, ao nosso redor e acima de nós, habita a vida sempre pulsante de Deus. O coração, e somente o coração, pode conhecer sua presença e sentir a emoção que varre tudo mais para o lado.
É somente o coração que sempre leva a Deus. Olhe para a grande Vida enquanto ela pulsa diante de nós. As plantas ficam verdes por um tempo e depois morrem para voltar. Os animais habitam conosco por alguns curtos anos e passam para o grande Além, enquanto outros tomam o seu lugar.
Geração após geração da humanidade sobe e desce em uma sequência sem fim. Nações vêm e vão como ondas na água. Os continentes são mantidos acima do oceano por um espaço de tempo e afundam abaixo. Sóis e Planetas nascem e desaparecem na fonte de onde vieram. Vida, em toda parte, vida! E o que é Aquilo que está por trás da cena, que mantém todas as coisas em equilíbrio rítmico? Pergunte ao coração, pois Deus só pode falar do fundo da alma.
Ah! Somos parte d’Aquele que tudo rege! Essa é a nossa casa e daí chama a nossa Mãe Infinita. Por muito tempo nos afastamos do seio da nossa Mãe Deus, mas nunca deixamos o seu carinhoso e protetor cuidado. Agora, Ela está chamando: “Casa, volte para casa”; e nossos corações ecoam: “Venha para casa”. E vamos para casa com um canto de alegria, atendendo ao chamado do amor da nossa Mãe. E nossos corações transbordam de amor compassivo por milhões que lutam cegamente. Então, estenderemos nossas mãos para nossos irmãos necessitados e arrancaremos de seus olhos todas as ataduras! Vamos levá-los todos para sua Casa celestial, não vamos deixar um único para vagar sozinho. E ali, naquela Presença tão calma e doce, nós nos ajoelharemos pela última vez e repetiremos: “Pai Nosso que está no Céus”.
(Publicado no Echoes nº 8 de Mount Ecclesia de 10 de janeiro de 1914– e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz-Campinas-SP-Brasil)
A base da Teologia Cósmica é que os Planetas são constituídos por uma Hierarquia de divindades subordinadas, cada uma com seu próprio Espírito inerente, e o Sol é o Pai Divino de todos.
A Teologia Cósmica abarca nesse Sistema Solar todos os organismos vivos que habitam os Planetas, cada um dos quais sendo uma imagem microscópica ou semelhança do Todo, o que é especialmente verdadeiro para a humanidade. O pensamento é o seguinte: todo o sistema, visto como unidade, é a Deidade em sua totalidade, no sentido cósmico, chamado macrocosmo ou ordem cósmica e universal, o todo-abrangente; e o ser humano, uma miniatura do todo, é um microcosmo.
1. Para fazer download ou imprimir (e ter acesso as figuras, que muito ajudam na compreensão):
Teologia Cósmica – Por um Estudante – Introdução
Teologia Cósmica – Por um Estudante – A Ideia Teísta
Teologia Cósmica – Por um Estudante – Quem é Deus?
Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Sol, a Criação e a Relação com o Ser Humano
Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Sol e o Deus Pai-Mãe
Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Dia de Saturno
Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Mal é uma Crença Fixa e Falsa da Mente Mortal
Teologia Cósmica – Por um Estudante – A Involução, a Evolução e a Epigênese
Teologia Cósmica – Por um Estudante – Os Ciclos e os Planos de Consciência
Teologia Cósmica – Por um Estudante – Encarnações Divinas
Em publicação…
2. Para estudar no próprio site:
O Sistema Solar, como o próprio nome indica, é uma combinação de partes que formam uma unidade, um todo: um ajuste ordenado de acordo com uma lei comum, um grupo de Planetas ou Mundos tão relacionados entre si que indicam método em sua formação e movimentos. Como Sistema Solar, é completo em si mesmo, embora possa estar relacionado a outros Sistemas Solares em harmonia consigo próprio e apesar de todos os seus subsistemas, combinados, constituírem um Sistema maior. Sendo um Sistema de mundos, é cientificamente organizado e forma a base da Ciência da Astronomia. Ou seja, não sofre variabilidade, de modo que, se suas leis forem descobertas, poderemos saber exatamente o que procurar e nunca ficaremos desapontados com as expectativas.
A palavra “solar” designa o caráter do sistema e como esse adjetivo se refere ao Sol, indica que o Sistema Solar é dominado pelo Sol. A ciência afirma que o Sol originou e controla o Sistema Solar. Se o Sol puder ser visto como pai, este seria o nome da família: a família Solar.
O Sistema Solar está repleto de vida e movimento, eternamente em movimento, e a pergunta que devemos responder é esta: qual é sua causa? Três respostas são dadas. O ateísmo sustenta que esse processo é totalmente fortuito, o resultado de um mero acaso. Os teístas da escola exotérica consideram que os Planetas são compostos de matéria inerte, impulsionados e guiados em seus movimentos por um Ser inteligente e todo-poderoso que chamam de Deus, assim como o motor controlado pelo engenheiro impulsiona o maquinário da fábrica. Os teístas esotéricos afirmam que cada Planeta é um organismo vivo e possui alma inteligente, ela mesma a criadora ou geradora da forma, guiando-a em todos os seus movimentos, do mesmo jeito que o ser humano é uma alma viva que originou seu corpo e controla suas atividades. Essa última ideia é a base da Teologia Cósmica: os Planetas são constituídos por uma Hierarquia de divindades subordinadas, cada uma com seu próprio Espírito inerente, e o Sol é o Pai Divino de todos.
Contudo, a Teologia Cósmica vai mais longe e abarca nesse Sistema Solar todos os organismos vivos que habitam os Planetas, cada um dos quais sendo uma imagem microscópica ou semelhança do Todo, o que é especialmente verdadeiro para a humanidade. O pensamento é o seguinte: todo o sistema, visto como unidade, é a Deidade em sua totalidade, no sentido cósmico, chamado macrocosmo ou ordem cósmica e universal, o todo-abrangente; e o ser humano, uma miniatura do todo, é um microcosmo.
Então, se o ser humano é uma miniatura de todo o Sistema Solar, ele é o Sol, a Lua e os Planetas, tudo dentro de sua composição. Isso está de acordo com a Lei da Correspondência, reconhecida por todas as grandes Religiões do mundo e expressa nos Livros sagrados delas. Nossa Bíblia declara que Deus criou o ser humano à Sua própria imagem e semelhança. Se o ser humano é uma miniatura do todo, seu corpo inteiro pode ser adequadamente comparado ao espaço ocupado por todo o sistema, em miniatura, dividido em doze Signos ou Casas, desde Áries, na cabeça, até Peixes, nos pés. Ele é, então, uma Deidade em miniatura, em si própria, superior e inferior, com todo o seu corpo como o parque dos deuses, sendo o mundo em que vivemos o campo de operação, expressão e o teatro da experiência e evolução.
Como uma divindade minúscula, cada um de nós é um deus cósmico em formação; portanto, a missão que nos foi dada é desenvolver nossa individualidade para adorar em casa o deus centralizado em seu próprio ser; isto é, amar a Deus em espírito e verdade como somos ordenados pelo grande Mestre. Isso significa idealizar o Eu divino, o Ego, pela adoração, em tudo o que Ele representa, elevando o ser humano inteiro a esse ideal.
A humanidade nunca poderá ser o seu melhor nem atingir suas altas ambições em nenhuma esfera, submetendo sua vontade à de outro e isso é uma característica tanto na Religião quanto no mundo prático. Assim, a Bíblia nos proíbe de adorar o exército celestial, não porque não seja feito de divindades cósmicas, mas porque adorar qualquer ser externo é idolatria, mesmo que seja Jesus Cristo, que proibiu seus Discípulos de adorá-Lo. Todos os deuses lá fora são apenas símbolos, incluindo o Cristo, cujo ofício é ajudar, mas não controlar. Ceder à vontade de Deus, então, significa obedecer ao melhor de nós mesmos.
Todo esse assunto é um grande mistério. Os religiosos comuns descartam o místico e seguem a letra, principalmente porque não são suficientemente desenvolvidos para compreender a verdade interior e mais profunda. Eles são educadores de jardim de infância, em sua Religião: puramente elementares; contudo, não devem ser desprezados ou combatidos mais do que as crianças devem ser pelos graduados das universidades. A Lei é esta: primeiro, o natural; depois, o espiritual. No entanto, a adoração em espírito e verdade abraça o místico. São Paulo, o principal místico entre os Apóstolos, declarou que “Grande é o mistério da piedade, Deus Se manifestou em carne.”[1]. Mais de uma vez ele disse que o grande mistério, escondido desde a fundação do mundo, fora-lhe revelado, que era “Cristo em vós, a esperança da glória”[2].
Já foi dito que “um ser humano honesto é a obra mais nobre de Deus”[3]; no entanto, Robert Ingersoll[4], invertendo o ditado, disse que “um Deus honesto é a obra mais nobre do ser humano”. Isso implica um conceito idealizado sobre a Divindade. Essa é a maneira usual de se pensar em Deus, o processo indutivo de argumentar que parte do efeito para chegar à causa. E não estaria incorreta, se o ser humano soubesse completamente e se controlasse perfeitamente. Entretanto, o procedimento a ser seguido é fazer o pensamento macrocósmico crescer, o que, como foi mostrado, é uma ciência e, portanto, absolutamente correto tanto em sua natureza quanto influência, para depois aplicá-lo ao microcosmo. As divindades cósmicas serão consideradas símbolos a serem seguidos, como aqueles que em outras épocas venceram a corrida, alcançaram seus destinos e, agora, como Irmãos Maiores, estão nos ajudando na corrida para alcançar um destino semelhante.
[1] N.T.: ITm 3:16
[2] N.T.: Cl 1:27
[3] N.T.: Alexander Pope (1688-1744) foi um dos maiores poetas britânicos do século XVIII. Famoso por sua tradução de Homero, da obra An Essay on Man (Ensaio sobre o Homem), Epistle IV, line 248 (1733-1734)
[4] N.T.: Robert G. Ingersoll (1833-1899) foi um livre pensador, orador e líder político estadunidense do século XIX, notável por sua cultura e defesa do agnosticismo.
A Ideia Teísta
A palavra Religião, de religare, ligar de novo, ligar de volta ou ligar rapidamente, significa ser ligado de novo ou ligado firmemente a Deus; e Teologia, a palavra de Deus, ou um tratado sobre Deus, indica que a concepção teísta está no fundamento da Religião e da Teologia. Quem é, o que é e onde está Deus são questões que têm interessado nossa raça mais profundamente do que qualquer uma outra ou do que todas as outras.
Existem duas ideias principais relativas a esse assunto: a antropomórfica e a cósmica. A antropomórfica também pode ser cósmica, mas de acordo com aqueles que afirmam essa ideia, ele não é. Deus é pensado como um grande Ser semelhante ao ser humano tanto em forma quanto em características, possuindo todas as paixões e desejos do ser humano, como raiva, ciúme, etc. Essa é uma concepção muito grosseira e indigna. Acredita-se que ele possua, no entanto, todos os atributos naturais e geralmente atribuídos à Deidade, como onipotência, onisciência e tudo mais, de modo que seja capaz de criar o universo, ou a ordem cósmica, de forma espontânea e sustentá-lo em seus movimentos.
O universo é pensado como matéria química e inerte — órgãos e não organismos; e todas as coisas que existem foram feitas do nada, imagina-se. Entre os antropomórficos existem duas ideias sobre onde Deus está. A classe teísta sustenta que Deus está dentro da Sua obra, fazendo com que Seu universo execute seus movimentos, em estreita analogia com o princípio do relógio cuja mola, que mantém as peças em movimento, está dentro e faz parte do mecanismo.
A classe deísta sustenta que Deus está distante dos mundos, fora do universo cósmico, assim como um oleiro está distante dos vasos que suas mãos criaram. Em ambos os casos, Deus é pensado como tendo, de alguma forma misteriosa, dado corda à maquinaria depois de tê-la feito e colocado em funcionamento; então caiu em um estado de transe, acordando apenas periodicamente para rebobinar as molas, por assim dizer. Essa é uma concepção extremamente mecânica e materialista, desprovida de qualquer ideia de vitalidade inerente à ordem cósmica.
Segundo os teístas exotéricos, o ser humano é considerado puramente humano, como um ser caído, perdido e indefeso, dependendo inteiramente de agentes estranhos, salvo pelo método vicário e imortalizado apenas como uma dádiva de Deus.
A outra ideia principal da Deidade é a concepção cósmica: a ideia de que o próprio cosmos é a expressão externa de Deus, assim como o corpo humano é a expressão externa do indivíduo, o ser espiritual; que todas as coisas foram geradas em vez de criadas e que, portanto, consistem de substância divina, sendo cada átomo dela permeado pelo Princípio da vida e que, de fato, não há inércia em parte alguma. Essa concepção cósmica de Deus implica a proximidade, ou omnipresença em todo o espaço, com todos os outros atributos, tanto naturais como morais e espirituais, inerentes ao cosmos.
Tem-se afirmado que essa ideia nos veio dos adoradores da Natureza, que concebiam que todo objeto na natureza possuísse alma, e de escritores como John Fisk ou outros. A adoração da natureza era pura superstição. O próprio Fisk é um defensor do teísmo cósmico, mas não no sentido puro e esotérico, nem no verdadeiro sentido cósmico. Fisk viveu e escreveu antes da descoberta do rádio, essa descoberta maravilhosa que revolucionou a ciência e a aproximou do misticismo.
Esses antigos adoradores da natureza, embora muito simplistas no que diz respeito à vida objetiva e, portanto, à civilização moderna e ao pensamento concreto, foram pensadores muito profundos no contexto da vida subjetiva e, de certa forma, perceberam a sabedoria que hoje harmoniza a ciência com as verdades divinas.
O antropomorfismo grosseiro, como referido acima, é o resultado lógico dos ensinamentos de Agostinho, o teólogo latino, que introduziu a cunha no esoterismo do Cristianismo primitivo, causando a degeneração do sistema cristão e lançando as bases do romanismo e do moderno Cristianismo ortodoxo. Essa heresia tem causado o conflito entre a ciência e o, assim chamado, Cristianismo. Esse aspecto da verdade se opôs diretamente a todas as descobertas da ciência moderna, como, por exemplo, àquela que revelou que o Sol seja o centro do nosso sistema solar, que a Terra gira em torno do Sol e descoberta newtoniana da lei da gravitação; além disso, à teoria da evolução e à do renascimento, como mantidas pelos místicos. E muito mais. O verdadeiro misticismo e a verdadeira ciência concordam absolutamente entre si; pois Deus, o autor de ambos, não pode Se contradizer.
Quem é Deus?
Tendo afirmado o fato de que Deus não é local, mas universal quanto à sua presença, tentaremos agora responder à pergunta: “quem é Deus?”.
Embora universal, Deus é centralizado, caso contrário Ele não poderia ser uma força dinâmica. Um organismo é essencial para a organização e para o poder dinâmico. A eletricidade, permeando o espaço, é apenas uma força estática; mas atrelada a um dínamo ou a uma nuvem de trovão, é uma força poderosa para a construção ou a destruição, para o bem ou para o mal. Todo organismo é um dínamo. A Divindade criativa ou operativa não é exceção a essa regra.
A forma do Deus criador é a do ser humano; pois de acordo com o relato bíblico da criação do ser humano, ele foi feito à imagem e semelhança de Deus. A esse respeito, Deus é antropomórfico. O que então, na natureza, responde a tudo o que foi dito sobre a imagem e a forma da Deidade em Seu sentido mais amplo e universal? Poderíamos dizer todo o céu estrelado, geralmente referido como o Zodíaco ou as constelações.
O astrônomo Herschel, após uma longa e cuidadosa investigação, declarou que o Zodíaco tinha a forma do ser humano. Todas as pessoas estão acostumadas a dizer que a ordem universal é uma manifestação de Deus; mas, para ser assim, ela deve ser o corpo em que Ele reside, pois o organismo físico do ser humano é a manifestação do ser humano interior. Não se poderia dizer que a ordem cósmica é uma manifestação da Divindade, considerada simplesmente obra de Sua mão, assim como não poderíamos dizer que qualquer mecanismo é a manifestação do mecânico que o inventou. Assim, o grande orbe central de todo o universo seria o coração da Deidade Cósmica Universal.
Em seu sentido mais restrito, como os místicos da Terra estão acostumados a pensar em Deus, Ele é o coração central do nosso Sistema Solar, o Sol. Todo o Sistema Solar, considerando-o como uma unidade, é a manifestação da Deidade, mas o Sol central é o coração e o princípio da vida. O salmista hebreu, Davi, declarou: “Jeová Elohim é um Sol e um escudo”[1]. Esse pensamento corresponde à ideia sustentada por todos os antigos religiosos, abrangendo os hebreus e os primeiros Cristãos. E na moderna adoração ortodoxa do Filho de Deus, o Sol é reconhecido como a Divindade. O Cristo é reconhecido como o Logos ou Deus criador por Quem todas as coisas foram feitas; mas, como foi mostrado, criação é geração e tudo constitui a expressão externa do Logos, o Filho de Deus. A demonstração dessa concepção cósmica da Deidade vem a seguir.
O Sol
O Sol, como é conhecido pelos astrônomos modernos, é um imenso globo de matéria química, incandescente, quentíssimo; tão quente de fato, em sua superfície, que dissocia a substância que o compõe em Éter altamente atenuado, de modo que os vapores descendentes se tornam simples ou homogêneos; ascendendo da superfície, esse Éter torna-se diferenciado e complexo, uma massa concreta. É apenas nas regiões mais frias da sua atmosfera que os vapores, semelhantes aos da Terra, podem existir: quando estão mais próximos dos confins da coroa, esses vapores dão lugar a partículas e massas sólidas.
O diâmetro dessa vasta esfera é, em torno, de1.372.609,5 quilômetros e ela tem, em torno, de 4.023.360 de quilômetros de circunferência. É uma esfera perfeita, não achatada nos polos como a Terra (que não é esférica, mas geoide). Em volume excede a Terra 1.252.700 vezes. Sua densidade média é apenas um quarto da densidade da Terra; sua massa é, em torno, de 816.000 vezes a da Terra ou 700 vezes maior que a de todos os Planetas juntos.
Seu peso é, em torno, de 384.000 vezes maior que o do nosso Planeta natal. Como força elétrica dinâmica, estima-se que seja equivalente a 543 bilhões de motores a vapor de 400 cavalos de potência cada, ou 217 trilhões e 200 bilhões de cavalos de potência. Sua força principal é elétrica ou positiva, embora também tenha uma força negativa ou magnética. Seu campo magnético é apenas três milésimos tão intenso quanto o da Terra, de modo que, apesar de sua massa, possui um campo magnético comparativamente pequeno. Sua cor é branca; mas a luz que atinge a Terra tem um tom amarelado ou dourado que é causado por sua passagem pela nossa atmosfera.
Sua gravidade na superfície excede a da Terra em vinte e sete vezes e meia. Sua rotação axial, ou duração do dia, equivale a vinte e sete dos nossos dias mais dez horas e quatro minutos. Sua distância da Terra é, em torno, de 154.497.024 de quilômetros. Os maiores telescópios agora em uso o trazem para, em torno, de 160.934,4 quilômetros.
Um envelope vermelho e contínuo que envolve o Sol a uma extensão de três mil a quatro mil milhas (4.828,032 — 6.437,376 km), é chamado de “Sierra” ou cromosfera e é composta de gás hidrogênio. Além disso, externamente está a “coroa”, uma grande massa de matéria auto iluminada, estendendo-se para longe e tendo muitas vezes a extensão da cromosfera, irradiando-se em pontos de extensão indefinida.
Além da corona ou coroa, há um brilho fraco que se estende para longe no espaço e é chamado de luz zodiacal; ele pode ser considerado a aura do Sol. O Sol, visto pelo olho natural, limitado pela fotosfera, é então apenas uma pequena porção desse vasto luminar. A atmosfera do Sol consiste principalmente, se não totalmente, de vapores dos elementos químicos, como os que conhecemos, e geralmente se supõe que seja limitada pela cromosfera, mas alguns pensam que se estende até a coroa. Na atmosfera do Sol, como na da Terra, há uma absorção muito considerável de luz azul, de modo que o seu céu, como aquele acima de nós, é azul.
Alguns pensam que a aparência real do Sol seja azul ou azul-acinzentada e que, se a Terra não tivesse atmosfera alguma intervindo, sua luz apareceria nessa cor.
[1] N.T.: Sl 84:11
O Sol, a Criação e a Relação com o Ser Humano
Visto exotericamente, como todos os cientistas materialistas olham para as coisas, o Sol parece apenas uma vasta bola de substância química e os cientistas da escola acima afirmam que o Astro é isso e nada mais. Eles negam enfaticamente que seja um ser vivo e orgânico, afirmando que, se fosse, exigiria respiração, comida e tudo o mais de que tais seres precisam. Que é matéria química em sua manifestação externa, será prontamente admitido por todos.
Que é matéria viva é igualmente manifesto, pois todos os cientistas da atualidade admitem que toda substância química é viva. Que é organizado é igualmente evidente, pois possui forma definida. Mas, que possui um ser consciente, com tudo o que essa ideia implica, resta provar.
Sua matéria química e externa não se opõe à sua Personalidade consciente, pois a mesma coisa se aplica a todos os seres vivos e orgânicos. Cada partícula do Corpo Denso e grosseiro do ser humano é composta de matéria química. Isso também vale para o argumento negativo; mas, há muitas razões positivas que mostram que o Sol é conscientemente pessoal. O princípio básico da Personalidade é a consciência.
Potencialmente, a consciência existe na matéria inorgânica mais grosseira. Diz-se estar dormindo aí e na vida vegetal, sonhando; dizemos que está acordada na vida animal e é autoconsciente no ser humano. O princípio da Vida em todas as formas orgânicas, até na mais simples, o ser monocelular, é o elétron. Essa é a substância vital, ígnea e primordial, a quintessência da Deidade da qual todos os fenômenos vieram pelo processo de Involução. É o núcleo do átomo e o princípio vital da molécula, da célula e dos organismos mais complexos. Em seu estado primordial e indiferenciado, é a consciência total, a síntese de todos os planos da consciência.
Envolvida na matéria, é a consciência limitada nos vários planos de expressão, desde a mera consciência em potencial até o plano da superconsciência. Em seu plano inferior, este é o Corpo Vital, o princípio da vida na matéria grosseira. Não há, então, matéria inerte, porque a ausência de vida é impensável. E onde existe vida, a ausência absoluta de consciência é igualmente impensável. A partir dessa linha de raciocínio, fica evidente que o Sol é um ser vivo e consciente.
Esse raciocínio está em estrita harmonia com a ciência moderna, e o motivo pelo qual os cientistas materialistas negam isso é porque eles são governados pelo preconceito ou ainda não foram capazes de ajustar as descobertas modernas à chamada matéria inerte. O próximo ponto a determinar é o plano, ou planos, da consciência do Sol e, portanto, o caráter da sua Personalidade. Isso não pode ser demonstrado exotericamente, pois dependeria do testemunho dos sentidos e da Mente indutiva, ou concreta, e isso é uniformemente admitido como ilusório.
Na melhor das hipóteses, esse processo não passa de adivinhação e a conclusão alcançada dependerá do plano de consciência revelado pelo adivinhador. O método verdadeiramente científico é o esotérico, que observa o assunto do plano da Mente abstrata, em que apenas a verdade reside. Existe uma lei de correspondência manifestada em toda a natureza, em grande parte reconhecida pelos cientistas modernos, pelo menos em seu plano inferior, e conhecida pelos Místicos nos planos superiores durante muitas das eras passadas.
A fórmula hermética dessa lei é “Como em cima, assim é em baixo; como é embaixo, assim é acima”. Em sua relação com a humanidade, nossa Bíblia assim o expressa: “E disse Deus: façamos o homem à Nossa semelhança e imagem” (Gn 1:26); e está registrado que à Sua própria semelhança e imagem, Deus fez o ser humano, tanto masculino como feminino.
Se, portanto, pudermos analisar plenamente a complexidade do ser humano, não simplesmente como ele é encontrado hoje, mas em seu resultado como imagem e semelhança da Divindade, teremos definido Deus; e se, tendo definido Deus, puder ser demonstrado que o Sol possui todos os atributos da Divindade, teremos então mostrado que o Sol é a Deidade do nosso Sistema Solar e essa teologia é cósmica.
Nosso primeiro passo, então, será responder à pergunta proposta pelo rei Davi no Salmo VIII: “O que é o homem?” (Sl 8:4). A resposta de Davi a essa pergunta é: “Porque o fizeste um pouco menor do que a Ti” (Sl 8:5). A palavra traduzida como “Ti”, em hebraico, é Elohim, ou os deuses criadores; e a frase “um pouco menor”, de acordo com os melhores tradutores judeus, significa “por um pouco de tempo”.
O “homem” – ou o ser humano –, então, é potencialmente uma Deidade criativa, um Logos ou Cristo. Os Elohim são, também, os sete principais Planetas do nosso Sistema Solar; cada um, como o Sol, é um ser vivo, orgânico e consciente; cada um possui um espírito criador, ou melhor, é um espírito criador e isso é mostrado no Livro do Apocalipse 1:4 como “Os sete espíritos diante do trono”; cada um é o criador do seu próprio corpo e todos eles constituem sinteticamente o LOGOS, ou Palavra criadora de Deus.
São João, em sua Primeira Epístola, no capítulo terceiro, referindo-se ao ser humano em seu desenvolvimento último, diz: “seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é”. E Jesus, o Cristo, disse de Si mesmo depois da ressurreição: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28:18). Esse é o ser humano cuja análise do ser demonstrará o Sol como nossa Divindade. Ao analisar a constituição do ser humano como um microcosmo, nós o encontramos como um ser composto de sete veículos, um veículo dentro de outro veículo, mas não como muitas caixas uma dentro da outra, cada uma separada e distinta da outra, não; no entanto, cada uma permeando a outra, estando o todo entrelaçado como um ser inteiro.
Desses veículos, o mais externo, o mais grosseiro, aquele que se manifesta à natureza senciente, é o Corpo Denso. Como já foi dito, esse é composto de substância química, o resultado da evolução desde o plano do mineral ou da cristalização.
Ele teve sua origem durante o Primeiro Dia da Criação, ou Período de Saturno, quando, como pensamento-forma, brotou da Mente e do Coração da Deidade através do duplo processo de Involução e Evolução: primeiro descendo na matéria para o plano mais baixo e depois ascendendo desse plano através daquele maravilhoso processo de transmutação que chamamos de Evolução. Assim, temos o que encontramos hoje no ser humano em sua expressão mais externa.
Esse Corpo Denso e grosseiro é essencial como base da consciência desperta e um instrumento através do qual o Espírito Virginal manifestado aqui (o Ego, a Individualidade) residente, ou divindade interna, pode se manifestar, podendo adquirir experiência para posterior desenvolvimento. Imediatamente o envolvendo está o Corpo Vital, às vezes chamado de “o duplo”, pois é o molde no qual o Corpo Denso é formado; também o chamamos de Vital, referindo-nos à substância da sua composição; também é chamado de “fantasma”, porque, como visto por Clarividentes, ele paira sobre a sepultura do Corpo Denso por um tempo mais longo ou mais curto.
Esse Corpo Vital é o princípio da vida no plano físico, porque enquanto permanece envolvendo o Corpo Denso, esse último se une a ele e adquire consciência; em sua partida, a consciência no plano físico desaparece e o Corpo Denso se desintegra.
O Corpo Vital é composto de quatro Éteres, variando em sutileza entre si. O mais denso deles é o Éter Químico e é o meio para a assimilação da matéria grosseira introduzida no organismo para sustento físico; é, também, o meio para a excreção ou expulsão dos resíduos do Corpo Denso.
O Éter seguinte em sutileza é o Éter de Vida, o meio de propagação. O próximo Éter em sutileza é o Éter de Luz ou Luminoso, o meio da percepção sensorial. O último e mais refinado dos Éteres que compõem o Corpo Vital é o Éter Refletor e ele é o meio usado pela memória.
O Corpo Vital é essencial porque sem ele não poderíamos manifestar a vida nem exteriorizar os Corpos internos ainda mais elevados. Esse Corpo teve seu estágio incipiente durante o Segundo Dia da Criação, o Período Solar, em seu estágio arquetípico.
Esses dois planos constituem os dois veículos que temos no Mundo Físico. O próximo plano superior e mais refinado do nosso ser é chamado de Corpo de Desejos. Constitui a sede das emoções da Força de Repulsão, do Sentimento de Interesse e de Indiferença e da Força de Atração que representam três divisões gerais; mas, cada uma dessas divisões é subdividida em planos mais diminutos. O mais baixo desses planos, o da Força de Repulsão, é subdividido em três sub-planos. O mais baixo deles é a sede das Paixões e dos Desejos Sensuais ou inferiores; o sub-plano logo acima é a sede das impressões ou da Impressionabilidade; o mais alto desses sub-planos no plano da repulsão é a sede dos Desejos.
O plano do Sentimento é subdividido em dois sub-planos. Quanto mais baixo for o assento do Sentimento de Indiferença, maior será o registro do Sentimento do Interesse. O terceiro e mais elevado plano do Corpo de Desejos é o da Força de Atração, subdividido em três. O mais baixo desses sub-planos é o da vida da alma – Vida Anímica; o sub-plano logo acima é o da luz da alma – Luz Anímica; o sub-plano mais elevado no plano da Força de Atração é o do poder da alma – Poder Anímico.
O Corpo de Desejos, em seu sentido mais geral, é a sede das forças psíquicas e teve seu início durante o Terceiro Dia da Criação, ou Período Lunar; mas apenas como um pensamento-forma.
Os dois planos gerais que foram mencionados, o físico e o de desejo, constituem a Personalidade do ser humano, a chamada “natureza decaída”, e é aquela parte individual do ser humano que é mortal e condenada a se desintegrar. Indo ainda mais fundo na constituição do ser humano, chegamos à Mente.
Esse plano é subdividido em duas subdivisões gerais, a do Pensamento Concreto e a do Pensamento Abstrato, chamadas também de “Mente inferior” e “Mente superior”. A primeira dessas Mentes é o elo entre o divino e o humano; o imortal e o mortal estão subdivididos em quatro subdivisões. A mais baixa delas é a sede das Formas Arquetípicas, as concepções de forma.
A próxima superior é a sede dos Arquétipos da Vida Animal, ou a concepção do Corpo Vital. O próximo nível superior é a sede dos Arquétipos do Corpo de Desejos e da emoção. O sub-plano mais elevado da “Mente concreta” é a sede das Forças Arquetípicas e da Mente humana.
Sinteticamente, a “Mente concreta” é a sede do início do processo criador. É o ponto focal da “Mente superior” ou criadora, o ponto em que ela se espelha pela substância primordial no início da longa jornada através da matéria.
O plano superior da Mente é o do Pensamento Abstrato e é a esfera do Espírito Humano, o plano inferior do Ego. Esse veículo é dividido em três subdivisões, sendo a mais baixa a subdivisão que contém Ideias Germinais de Desejo e Emoção tanto no animal quanto no ser humano. O sub-plano dentro dele é aquele que contém a Ideia Germinal da Vida na planta, no animal e no ser humano. A mais interna dessas subdivisões da Mente abstrata é aquela que contém a noção germinal da forma no mineral, no vegetal, no animal e no humano. A Mente ou intelecto do ser humano teve sua origem durante o Quarto Dia da Criação, o Período Terrestre em que vivemos agora, porque antes dele a vida orgânica não tinha nem cérebro e nem Mente.
O Ser Humano é Intimamente Semelhante a Toda Vida abaixo dele e a Toda a Vida Acima Dele
Que todos os livros sagrados, tanto entre os orientalistas quanto entre os ocidentalistas, comecem com uma cosmogonia sempre foi um grande mistério para os teólogos ortodoxos. Eles estão acostumados a considerar isso como algo puramente arbitrário. Isso porque eles não têm a menor ideia da base cósmica da teologia e da Religião. Eles pensam na criação da ordem universal e na criação do ser humano como atos distintos, como duas criações separadas, sem conexão alguma entre si bem definida.
Sendo monoteístas, eles não têm uma concepção de “muitos deuses e muitos senhores”, como o grande Mestre afirma, ou que esses deuses e senhores já foram seres como você e eu somos. É essa ignorância que os levou a formar ideias únicas sobre a pessoa do Cristo, quanto à sua divindade essencial. Eles não pensam que Ele já atravessou um estágio evolutivo que denominamos “humanidade” no sentido que imaginam as pessoas comuns, mas é dito que Ele foi aperfeiçoado pelas coisas que sofreu, assim como todas as outras pessoas são aperfeiçoadas.
Eles confundem o Logos como Deus criador com o Absoluto, a Causa indiferenciada de todas as causas. Isso os levou a considerar o ser humano apenas como um humano que pode se tornar divino por um ato especial da Deidade, um presente imediato; mas, eles não podem dizer como. Assim, toda a teologia ortodoxa, de todas as escolas, é uma confusão, um enigma inextricável baseado em meros dogmas.
A conclusão lógica a ser retirada dos relatos da criação de todos os livros sagrados é palpável; mas, esses livros não são lidos logicamente e isso é um grande mistério que pode ser atribuído ao puro preconceito. Veja, por exemplo, o relato bíblico dessas criações. “No princípio Deus (os Elohim ou deuses criadores) criou os céus e a terra”. Então, mais tarde, “Deus disse: façamos o homem à nossa própria imagem e semelhança”. Claro, isso se refere ao ser humano em seu resultado como Elohim ou criadores de Mundo, porém mostra que intimamente o macrocosmo e o microcosmo são um, sendo o último um filho ou descendência do primeiro; isso também confere um fundamento cósmico a todas as coisas.
Os sete Mundos (Mundo de Deus, Mundo dos Espíritos Virginais, Mundo do Espírito Divino, Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico) são realmente sete planos de existência; na esfera macrocósmica, sete planos dentro do espaço ocupado por nosso Sistema Solar; na esfera microcósmica, sete planos de existência dentro do ser humano. Esses são planos que estão acima ou dentro, planos cada um mais alto ou interno que o outro, expressando uma condição mais atenuada da substância que ocupa espaço. O Plano do Absoluto, que de fato não é um plano, mas o Todo-inclusivo, é a Fonte dos planos inferiores ou externos; e não é matéria diferenciada, mas uma contínua massa, o “manto sem costura”, por assim dizer. É uma substância espiritual absolutamente não-fenomenal. É o “Nada” (porque é totalmente vazia de objetos e fenômenos); é a Coroa que está à frente de tudo, que tudo produziu e a tudo governa. Nisso vemos a lei de correspondência entre o maior e o menor, o que está acima e o que está abaixo.
Costumava-se pensar que o espaço fosse um vácuo e os tradutores da versão bíblica do Rei Jaime o consideravam assim, pois declaravam que antes da criação a Terra era não apenas sem forma, mas também vazia e essa palavra, “vazia”, significa um vácuo.
Nessa suposição foi sustentado pelos teólogos que “do nada Deus criou todas as coisas”, uma ideia realmente impensável. Mas, com a descoberta da teoria ondulatória da luz, tornou-se necessário conceber uma substância de estrutura granulada e repleta de espaço; assim, surgiu o átomo como hipótese. Entre os místicos, o átomo sempre foi reconhecido, mas entre os cientistas materialistas é uma descoberta moderna. O átomo é o ponto geométrico repleto de vida e de tudo que a vida, em todos os planos, implica; nessa descoberta foi estabelecida a harmonia entre as esferas física e metafísica.
Essa substância criadora é chamada, pelos místicos, de elemento ígneo e, pelos cientistas modernos, de névoa ígnea; mas, em seu estado primordial, embora ainda indiferenciado, no estado absoluto, era o elemento aquoso, mas não a água comum como a conhecemos; porém sua quintessência, a água eterizada em seu mais alto estado de tenuidade. Isso está de acordo com a declaração da Bíblia: “E o Espírito de Deus movia-se (pensava profundamente) sobre a face das águas”. E assim foi dito que todas as coisas procederam da água. A primeira emanação do Absoluto foi a Luz: “E Deus disse: Haja luz, e houve luz”. O agente universal, ou a expressão da Deidade no plano do relativo, era a Luz, a primeira irradiação do Seu semblante, o princípio vivificante da Natureza. Em sua manifestação é o elemento ígneo.
O átomo, ou ponto geométrico, foi a primeira diferenciação do Absoluto, o primeiro passo no processo criador, sem o qual o fenomenal teria sido impossível. É o princípio vital do universo, bem como sua manifestação localizada. É, também, o princípio vital e a manifestação localizada do ser humano e de todos os outros seres vivos. Uma vida percorre tudo e essa vida é divina, embora Ela Se manifeste em planos abaixo do essencialmente Divino.
Todas as formas têm dimensões de extensão como comprimento, largura e espessura; mas o ponto, a base de tudo, não possui nenhuma dessas dimensões: é um mero ponto infinitesimal no espaço. E ainda, por ser a base de todas as formas, possui sinteticamente todas elas dentro de si, desde as massas nebulosas até as formas mais sólidas do plano concreto. Possui em possibilidade tudo o que existe nos Mundos metafísico e fenomenal, abrangendo tanto formas quanto forças, objetos e leis que os governam.
Na esfera microcósmica, refere-se ao ponto germinativo, a semente, a partir do qual o feto se torna criança antes de se desenvolver na matriz. Na esfera da Mente, representa o ponto de consciência produzido pela imagem na imaginação da Divindade criadora, seja Deus ou ser humano, referente à criação futura em qualquer um dos planos. É a estrutura arquetípica do Arquiteto divino.
Em relação à Divindade Cósmica, é a imagem de toda a criação e tudo o que ela abrange; no referente ao Ego humano, é a imagem do seu próprio corpo ainda a ser formado no plano concreto. O ponto, portanto, representa a esfera das formas arquetípicas, o Primeiro Dia criador, o Período de Saturno da Terra.
No processo criador, o espaço era necessário, mas não o espaço em sentido geral como o parquinho das formas ou o campo de suas operações, pois esse sempre foi apenas o interstício entre os átomos. O mais sutil dos átomos, aquele que permeia todo o espaço e é um ponto, está assim envolvido.
Possui espaço em escala muito reduzida como seu campo de ação individual, de modo que na primeira Onda de Vida do Absoluto as vibrações foram iniciadas entre os átomos e eles foram polarizados; assim, o movimento começou sendo o segundo passo na Criação, o segundo princípio da Criação. Dessa maneira, o ponto possui em si, estaticamente, todos os princípios criativos como poder, ou força, discernimento, ordem, coesão, fermentação, transmutação e desintegração. Nele estão todas as cores para a visão; todos os sons para o ouvido; todos os gostos para o paladar; todos os odores para o nariz; e toda sensação para o sentido do tato.
Toda a gama de Planos está sinteticamente abarcada no átomo, ou ponto. Isso novamente mostra a base cósmica de todas as coisas em todos os Planos. No processo de Involução do espírito na matéria há cinco Ondas de Vida, quatro além da primeira que forneceu o ponto e essas correspondem aos Quatro primeiros dias criadores. Essas Ondas de Vida, tomadas em conjunto, constituem a Grande Respiração tanto no macrocosmo quanto no microcosmo e dela são modificações.
Essa Grande Respiração é aquele movimento ondulatório que é a causa da Involução da matéria cósmica e indiferenciada no universo diferenciado. A cada Onda de Vida o Espírito desce cada vez mais fundo no vórtice da matéria concreta. Outras Ondas de Vida realizam o trabalho de Evolução pelo qual o Espírito envolvido na matéria grosseira é levado ao seu estado primário de indiferenciação; e assim, continuamente, dentro e fora, o trabalho criador continua para sempre.
Mas, Involução e Evolução são processos opostos: um sai do centro (força centrífuga) e o outro vai para o centro (força centrípeta), assim como é verdade na expiração humana, quando o ar sai, e na inspiração, quando entra. A Fonte da Grande Respiração, não a Sua origem, pois nunca Se originou e sempre esteve operante, é Deus no sentido absoluto, em Quem reside eternamente a autoconsciência absoluta, o autoconhecimento e a automaestria. “Meu Pai trabalha até agora e Eu trabalho”, disse o grande Mestre, e porque o Movimento primordial é incessante, as Ondas de Vida são uma necessidade e a criação é o seu resultado lógico.
Essas Ondas de Vida agem tanto positiva quanto negativamente, proporcionando um período de atividade criadora que é seguido por um período de descanso, de cessação do processo criador por algum tempo. Isso é ilustrado em todos os planos e em todos os ciclos. Nossa noite e nosso dia o ilustram; durante o dia há atividade e à noite há descanso, a recuperação para as atividades do dia seguinte. O inverno e o verão novamente manifestam essa dinâmica. A idade das trevas, seguida das idades de ouro, é outra expressão cíclica dessa grande verdade. Em todos os planos, a vida e a morte são ilustrações dessa grande lei; a vida é o período de atividade para o desenvolvimento da alma; a morte, o período de descanso e recuperação para um novo nascimento.
Assim, os vários planos são abarcados pelo processo de Evolução e Involução. Há um grande significado na declaração bíblica da Criação — “E houve uma noite e uma manhã, Primeiro Dia”. Nem as esferas macrocósmicas nem as microcósmicas descem ou sobem por movimento uniforme; mas, por ciclos e planos. Essa é uma grande lei dentro do plano do relativo. Como o Sol é o grande doador de vida e a Lua é considerada um Mundo morto pelos orientalistas, esses dois movimentos são chamados respectivamente de “a respiração do Sol” e “a respiração da Lua”.
Ambos os períodos, diurno e noturno, eternamente sucessivos, fundem-se em um estado de força que está prenhe de ambas as fases, positiva (ativa) e negativa (passiva), que é quando nenhuma força está ativa, embora ambas existam em estado estático, ou potencial, de suspensão. Essa também é uma grande lei do estado relativo e se manifesta tanto no universal quanto no particular, em todos os planos e em todos os ciclos. A obra de diferenciação não estava completa até que veio uma divisão da sexualidade, simbolizada por Eva sendo retirada de uma parte de Adão.
A relação sexual é apenas um arranjo provisório, instituído como meio de geração no grosseiro plano animal. Como as coisas são, foi uma necessidade à sua maneira, mas nunca deveria ter descido ao plano da luxúria, que é o plano do pecado, da ilegalidade, da morte, da doença e de todos os males aos quais a nossa Onda de Vida está sujeita. Expressa a “Queda do Homem”. A obra da redenção é realizada por meio de uma vida regeneradora, pelo cultivo da vida acima da luxúria, pela proficiência de superar todos os desejos inferiores, incluindo a “concupiscência da carne”.
O resultado do processo Regenerador é a restauração ao estado de equilíbrio, à unidade com o Pai, à vida de dois sexos, ao estado andrógino, quando Adão possuía Eva dentro de si. O grande Mestre disse: “No céu não se casam nem se dão em casamento, mas são como os Anjos”. Agora, o estado de sexo duplo, no qual o homem e a mulher estão separados, pode ser chamado de período diurno; morrer para todo desejo pode ser chamado de período noturno; o resultado da restauração do homem e da mulher ao estado andrógino, quando ambos os sexos se fundem em um, mas nenhum está ativo, é o período de repouso absoluto ou restauração absoluta.
Essa lei é válida tanto nos ciclos mais diminutos quanto nos maiores e em todos os planos da vida, do vegetal ao humano; é válida no macrocosmo e no microcosmo. O ser humano é intimamente semelhante a toda vida abaixo e toda vida acima dele; sua linha de desenvolvimento é sempre assim, primeiro para baixo e depois para cima, para dentro do vórtice e para cima na espiral: sempre e ciclicamente.
Qual é a fonte dos elétrons, ou substância espiritual, e dos vários planos de consciência?
É universalmente admitido que o Sol é a fonte de luz e calor, que está no plano químico ou no plano etérico. Agora, muitos cientistas admitem universalmente que o elétron, ou o Éter, que nos planos superiores é o alimento do nosso ser espiritual superior, é uma radiação do Sol. Em resumo, todos os fenômenos, toda luz, todo calor e toda vida em todos os planos emanam do grande orbe central do nosso Sistema Solar. Novamente, se a consciência existe na substância, mais desperta ou menos de acordo com o plano alcançado, então e logicamente a consciência em todos os planos existe no Sol. O Sol, assim e inquestionavelmente, é um ser vivo e consciente, a fonte de toda vida e consciência; como tal, é a Deidade do nosso Sistema Solar.
O que é verdade para o Sol também é verdade para todos os orbes planetários, pois os vários Planetas e asteroides que compõem o nosso Sistema Solar saíram do Sol através do processo nebular, que no departamento macrocósmico corresponde ao processo de gestação no departamento microcósmico da natureza. Todas as esferas cósmicas nasceram do Sol como um bebê nasce da sua mãe. Os Planetas são filhos do Sol como todos os seres humanos que têm filhos de fato são pais.
Não é mera fantasia poética chamar nossa Terra de mãe, pois ela o é nos planos inferiores do nosso ser. A vida inerente a ela produz toda a vegetação que, em infinita variedade, cresce na superfície dela e que é tão essencial para a alimentação animal e humana. Os vários gases constituem sua aura e produzem a água e a atmosfera tão essenciais para a existência contínua de todos os seres que bebem e respiram.
O que é verdade para o Sol e a Terra a esse respeito também é verdade para cada um dos sete Planetas e para os subplanetas e asteroides — porque cada um é uma personalidade viva, que respira e é consciente em vários planos de tenuidade e com graus variados de espiritualidade. O Sol, o pai de tudo, sinteticamente abraça todos, e os Planetas e asteroides permitem a análise do ser do Sol. O próprio Sol, em relação ao nosso Sistema Solar, é o Deus Pai-Mãe, possuindo polaridade dual.
Do ser mais íntimo desse grande centro recebemos a mais alta espiritualidade de que somos capazes, assim como do seu invólucro mais externo recebemos o nosso Corpo Vital.
O Planeta Mercúrio, que está muito perto do Sol e, portanto, dizemos que habite no seio do Pai, é o meio através do qual os vários outros Planetas ou divindades recebem suas várias características; pode-se dizer que, através dele, eles se aproximam do Pai.
Esse pequeno Planeta é, assim e em sentido cósmico, o mediador entre o grande Pai e seus filhos planetários, o logos de nosso Sistema Solar, o Cristianismo cósmico.
Por essa razão ele sempre foi considerado o Mensageiro dos Deuses e suas irradiações despertam e alimentam a consciência Crística dentro de nós, pelo menos no plano da Mente. Ele é, portanto, o “deus do intelecto”. Para as almas não desenvolvidas, cuja consciência não ascende acima da Mente concreta, ele é o “deus do conhecimento concreto”, o conhecimento comum pertencente apenas a esse Mundo perecível, o Mundo material; mas, para as almas bem desenvolvidas, nas quais a consciência Crística foi despertada, ele é o “deus da sabedoria divina”. Embora essa sabedoria seja produzida no Sol, ela não chega até nós diretamente do Sol, pois como elemento ígneo ele nos consumiria, pois Deus é fogo que consome. “Ninguém pode aproximar-se do Pai senão pelo Filho”. Mas Deus não é apenas um Sol, Ele também é um escudo; isto é, Ele protege Sua grande Glória, que tudo consome, através dos Planetas.
A próxima Deidade planetária situada a partir do Sol é Vênus, a deusa Vênus, a bela estrela matutina e vespertina. Ele representa o elemento Amor do Sol. Os raios do Sol, focalizados nele e irradiados para o nosso mundo, despertam em nós a emoção da afeição, de modo que, junto a Marte, ele é corregente do Corpo de Desejos, tanto em suas manifestações inferiores quanto superiores. O amor é o grande unificador tanto na Natureza como na natureza humana. No processo criativo, a força positiva ou centrífuga é, como Ismael, o grande desintegrador, movendo “a mão de um homem contra outros homens”; mas o amor, como o de Cristo, atrai tudo para tudo o mais.
A influência dos raios de Vênus une elétron a elétron e compõe o átomo; une átomo com átomo, construindo moléculas; une molécula a molécula, compondo as células; une células com células e cria tecidos e órgãos; une órgãos a órgãos, construindo organismos… Levando esse princípio mais longe, ele rompe a tendência dos micróbios de se oporem uns aos outros e, assim, tornarem-se mortais mutuamente, unindo-os em uma fraternidade amorosa e vivificante. Entrando no plano da vida humana, faz com que as pessoas comparem notas, afundem as diferenças e gravitem juntas em um todo unido, despertando aquela afeição sagrada e divina dos pais por seus filhos, o que os leva a fazer todo e qualquer sacrifício pelo bem-estar deles; além disso, ela desperta em toda a vida senciente — dos pássaros aos animais — o amor e cuidado pela sua progênie, algo que se aproxima do amor materno.
Em qualquer lugar que esteja posicionado em um horóscopo, o raio de Vênus tende a eliminar as dificuldades e a criar e manter a harmonia. Sem a influência de Vênus, toda a Natureza, toda a natureza humana e toda a natureza senciente desmoronariam e dariam lugar ao caos universal.
Sobre as almas que ainda estão apenas no plano da consciência mortal, a influência dessa “Deusa do amor” amortece o senso de harmonia e beleza, de modo que a pessoa se torna preguiçosa, desordenada e carente de autorrespeito, sendo incapaz de sentir amor verdadeiro, tornando-se uma pervertida e licenciosa. Mas, nas almas bem avançadas, indicadas tanto por suas condições de nascimento quanto por suas vidas, Vênus desperta e alimenta as emoções superiores e o amor altruísta.
O próximo Planeta ou Deus é a Terra, o Planeta que representa nosso lar, o teatro de nossas atividades, a escola na qual recebemos nossa educação, a teórica e a prática, a esfera da nossa evolução e desenvolvimento. Este Mundo Físico constitui o plano de tudo o que é da Terra, terrestre, o invólucro externo do próprio Mundo e de todos os seres orgânicos sobre a face do globo. Assim, a Terra expressa o elemento terrestre do Sol. Nela, o Sol, focalizando seus raios, desperta em nós e alimenta a porção perecível da nossa complexa natureza. Como o Sol, cada um dos Planetas possui polaridade, a positiva, ou ativa, e a negativa, ou passiva, e ambas as expressões da vida terrena são assim manifestadas aqui. Ela é nossa Deusa Pai-Mãe e eleva essa relação dual até nós. O físico e denso, mesmo no plano de cristalização, tanto no macrocosmo quanto no microcosmo, é essencial para o processo de evolução.
Começamos a crescer no nível mais baixo, e a quintessência desse plano, expressa em termos de Espírito, é necessária como elemento constitutivo desse puro estado espiritual ao qual todos nós tendemos. Almas subdesenvolvidas no plano terrestre são intensamente terrenas, rudes, ignorantes, feias em forma e caráter, precisando de muitos renascimentos para trazê-las ao padrão de santidade. Mas, aquelas que estão no caminho reto e estreito para cima são esotéricas em pensamento, consciência e vida, apresentando muito da divindade do ser para a qual todo o sistema planetário se esforça para nos levar.
A Lua, o satélite da Terra, é geralmente classificada entre os Astros influentes em sua relação com a Terra. O elemento negativo, ou passivo, domina a Lua de modo que ela é considerada, assim como a Terra, um Astro mãe ou Deusa. Na relação da Terra com o Sol a Lua é um meio e no plano terrestre é a esposa ou deusa do Sol. Como esposa do Sol ela recebe o ofuscamento dele, ou fertilização, e seu principal atributo é o da fecundação. Ela constitui a matriz para o Pai-Sol depositar Sua semente para a geração de todas as gestações e nascimentos. Segundo o relato bíblico, foi Gabriel, o Anjo, quem anunciou a Isabel o vindouro nascimento de João, o Batista, e a Maria, o vindouro nascimento do Cristo na pessoa de Jesus, o Nazareno.
Marte, a Deidade avermelhada e ruiva, é o próximo Planeta que se estende da Terra e do Sol. Sua expressão especial do Sol é o vigor ou energia dinâmica. Ele rege a cabeça, positivamente, e as partes íntimas, negativamente, e essas são as sedes da força: uma força ligada aos arquétipos do cérebro ou da Mente e a outra às formas concretas que são geradas pela Mente e alcançadas pela involução. Marte se projeta em Áries e gera formas de matéria grosseira em Escorpião.
A força dinâmica de Marte é vista em toda a Natureza e sem ela não poderia haver progresso. A eletricidade disseminada no espaço é apenas uma força estática, um gigante adormecido; mas, quando está sob a influência do Sol torna-se uma força dinâmica e serve à humanidade iluminando o mundo, transformando a noite em dia, levando suas mensagens através dos continentes e sob os mares, impulsionando máquinas e, assim, unindo nações, aniquilando distâncias, construindo uma civilização evoluída.
Os leitos de carvão da terra são conservadores do calor do Sol e neles uma poderosa energia jaz latente, em alguns casos durante eras; mas, quando finalmente essa poderosa energia é liberada pelo processo de consumo do carvão outro poderoso gigante é liberado e, estendendo-se à utilidade, ele se torna um poderoso poder dinâmico. O calor aquece nossas casas, cozinha nossa comida, dá nova vida a corpos resfriados pelo frio, gera vapor e move nossos carros, barcos e fábricas; consequentemente, é outro grande civilizador. Essas e todas as outras forças dinâmicas que são controladas e guiadas em canais de utilidade sob a influência desse ígneo deus Marte são o bem mais valioso que a humanidade possui no caminho da civilização e do desenvolvimento da Onda de Vida humana; embora às vezes esse poder possa parecer brutal, ele, de modo geral, representa o progresso.
No entanto, se esses poderes escapam do controle da masculinidade superior e os servos se tornam os senhores, eles se tornam destrutivos, como no caso da guerra que devasta grandes extensões de território e dizima grandes cidades, consumindo as finanças das nações e esgotando o agregado do elemento humano. O poder dinâmico pode se tornar um flagelo tão grande quanto possível ou ser uma bênção para nossa Onda de Vida humana. Pode se tornar um fogo destruidor que é mais mortal do que todos os explosivos existentes.
Marte também é o deus do desejo. Ele concentra a vida solar no desejo e na emoção, despertando os espíritos animais. Assim, ele intensifica o espírito de Vênus do Corpo de Desejos. Ele também intensifica a mentalidade Mercurial, seja para o bem ou para o mal. Os tabus do Oriente orientam a todos no caminho de “matar o desejo”. Mas, o mundo ocidental, com desejos energéticos bem direcionados, operou transformações maravilhosas na Terra, criando uma civilização muito além de qualquer outra que já a precedeu. E aqui é a razão que não devemos “matar o desejo” e sim dominá-lo.
A próxima divindade planetária a partir do Sol é Júpiter, o gigante do céu. Ele é o deus do idealismo e, portanto, da Religião; focalizando os raios do Sol, transmite aos habitantes da Terra o ímpeto religioso do Sol. Sua influência em todos os planos é a mais benéfica de todos os Planetas do nosso Sistema Solar. Ele é o deus das grandes oportunidades não apenas no desenvolvimento da alma e na realização espiritual, mas, também, nas coisas temporais. Saturno representa limitações e infortúnios; se estamos familiarizados com os dados astrológicos, estamos acostumados a culpar esse Planeta “malévolo” por todos os nossos infortúnios; mas, na verdade, nossas bênçãos sob Júpiter superam em muitos nossos infortúnios, assim chamados, sob Saturno. Posicionado na Casa da prosperidade, Júpiter dá riquezas; na Casa da honra ele confere popularidade e renome.
As crianças subdesenvolvidas de Júpiter são religiosas pela esperança de recompensa ou são capciosas, apenas desempenhando um papel pela esperança de ganho. No plano superior, os filhos e filhas dessa divindade são pessoas santas. Os subdesenvolvidos esbanjam seu dinheiro mal ganho em coisas pertencentes ao plano do real em vez do ideal; os mais avançados não apenas têm tudo o que o coração poderia desejar, mas também o usam com benevolência e sabedoria. A classe inferior ganha notoriedade, enquanto os sábios adquirem fama honrosa ao longo da vida.
Saturno, o deus das limitações, vem a seguir quando nos afastamos do Sol. Através dessa divindade os raios do Sol são especializados em obstruções. Na mitologia grega ele é chamado de Cronos, que significa o deus do tempo e o tempo é limitação. No desenvolvimento da alma, são necessários obstáculos e limitações para evitar que a pessoa mergulhe de cabeça em caminhos destrutivos. “Tão perto e tão longe”; os prazeres dissipadores são apresentados a nós e, tendo falhado repetidas vezes em superá-los, a alma conclui que deve se purificar desses desejos baixos e, assim, o processo de auto purgação continua. Isso pode se referir a prazeres comuns, à obtenção de dinheiro ou posições, a honras buscadas…
Saturno é também o Satã da Bíblia, o grande tentador e provador, como no caso de Cristo Jesus e Jó. Não que ele seja malévolo, desejando a nossa queda. A malevolência é apenas aparente, a visão superficial do sujeito; mas, ele nos testa para ver se somos capazes de suportar os testes de discipulado e domínio. Ele não se alegra com nossos fracassos, mas os lamenta como qualquer instrutor lamenta o fracasso de um aluno. Na verdade, ele é um aliado de Deus, não um inimigo. “Meu filho, não considere levianamente a correção do Senhor (Saturno), nem desanime quando for reprovado por ele, porque o Senhor corrige a quem ama e açoita todo filho a quem repreende”.
Como o deus do Tempo, Saturno produz decrepitude e decadência. Em nossa juventude, o Sol derrama um fluxo constante e resistente de vida através do nosso organismo, dando aparentemente a promessa de imortalidade na carne. Todo jovem possui um excesso de vitalidade. Isso continua até o zênite da vida; mas, então, quando o Sol começa sua queda, quando desce em direção ao horizonte ocidental, quando a Natureza parece estar cansada e nos aproximamos da morte, assim, depois que o vigor completo foi alcançado, a decrepitude e a decadência começam quando o poder de Saturno supera o do Sol e nos aproximamos das sombras da morte em Escorpião. Essa lei de Saturno, e todas as outras, de fato, percorrem todos os departamentos da vida e, também, a natureza.
Os castigos de Saturno não são agradáveis, mas dolorosos; no entanto, eles produzem em nós os frutos pacíficos da justiça. Foi afirmado por Cristo Jesus, o maior dos Mestres, e o que é válido para Ele é também para todos nós. As obstruções despertam a resistência e a resistência desenvolve a força, em todos os planos.
Os recém-descobertos Planetas-deuses Urano e Netuno estão ainda mais distantes do grande centro, sendo o último o mais distante. Cada um, como todo o resto, são especializações das forças solares. Foi dito que eles são o início de outra oitava de Espíritos Planetários e, como tal, estão em um plano superior aos outros Planetas.
Urano é considerado a oitava superior de Vênus e, portanto, expressa o elemento de amor da Deidade no plano divino, que é puro e altruísta. Essa é a esfera do coração puro, em que vemos apenas Deus ou o bem, pois desse ponto de vista tudo é bom. A alma que pulsa em resposta às vibrações uranianas é como Deus, pois O vê como Ele é.
Urano rege os Éteres superiores, de modo que aqueles que vivem no plano dos Mundos inferiores são os mais afligidos de todos e sofrem mais com seus castigos. Comunidades, nações e o mundo em geral, embora existam no plano inferior, também são afligidos, assim como os indivíduos, mas de maneiras diferentes, por cataclismos por exemplo. Todas as visitas dessa divindade são repentinas e inesperadas, como insuficiência cardíaca em indivíduos ou terremotos em países.
Netuno, o mais distante e o último descoberto, é a divindade dos mares, oceanos e do elemento aquoso em geral. Diz-se que ele é a oitava superior de Mercúrio e, como tal, é o deus da Mente superior, da sabedoria divina. Ele é a divindade mais espiritual de todas, até onde sabemos.
Assim como Mercúrio é o Portador da Luz do Sol externo ou físico, Netuno é o Portador da Luz do Sol interno ou espiritual, que é do deus Vulcano. É missão especial de Netuno nos elevar ao plano dos deuses, os membros da Hierarquia do céu.
Os místicos declaram que além de Netuno existem três Planetas, mas se três, por que não cinco, perfazendo ao todo uma segunda oitava? Esses três deuses planetários regem os três Signos mais complexos ou altamente desenvolvidos; primeiro Virgem, que se relaciona com o processo de refinamento da nossa Onda de Vida humana e com a purificação da alma individual; a seguir, Libra, o Signo do casamento da alma e do espírito, ou da unidade com Deus; finalmente, Escorpião, o Signo da morte, mas para a imortalidade da alma individual.
Dissemos que o Sol do nosso Sistema Solar é o Deus Pai-Mãe, e Mercúrio, o Cristo ou mediador; mas, na relação do nosso Sistema Solar com os maiores, o Sol é, Ele mesmo, o LOGOS, o Cristo Cósmico.
Entre as constelações, ou aglomerados de estrelas, Touro parece ser aquela com o qual estamos mais intimamente relacionados, se é que não fazemos parte dela. No pescoço de Touro existem sete estrelas brilhantes chamadas Plêiades, que dizem exercer uma influência muito agradável sobre nosso organismo: “Podes atar a doce influência das Plêiades?” ou “Podes amarrar as lindas Plêiades?”, ou ainda: “Podes afrouxar as cordas de Órion?” (Jó 38:31). O centro desse aglomerado é Alcyone, e é dito ser o grande Sol central em torno do qual todo o nosso Sistema Solar, com outros Sistemas Solares, gira uma vez a cada vinte e cinco mil anos, um ciclo chamado de Precessão dos Equinócios. Se isso estiver correto, então Alcyone é o maior Deus Pai-Mãe.
Seguindo esse processo, podemos avançar e penetrar na profundidade abismal do espaço até alcançar o maior de todos os centros e o maior de todos os sóis, que, por excelência, é a Divindade do espaço universal, de duração infinita, de todos os ciclos e todos os sistemas; assim como o nosso Sol especializa sua influência por meio dos Planetas, esse Deus universal especializa seu Ser absoluto por meio dos vários sóis e Sistemas de Mundos.
O Dia de Saturno
Os dias da semana têm, respectivamente, o nome dos vários Planetas do nosso Sistema Solar. Sábado é o dia de Saturno – Saturday em inglês. De acordo com o relato do Gênesis, o sábado foi o sétimo e o último dia da semana. E como era o dia seguinte à conclusão do processo criativo, foi reservado como o dia de descanso ou sábado do hebraico Shabat, descanso, e durante toda a história do povo hebraico, foi observado como tal.
Na medida em que os Dias da Criação não são mais considerados como sete dias e noites literais, mas longos períodos de tempo, exceto por um grupo relativamente pequeno de ultraliteralistas, o sétimo Período é considerado a longa Noite cósmica ou Período de descanso, fechando o processo criativo e apresentando a nova Criação. Por todos os místicos, esse sétimo Dia é dividido em duas partes.
A parte do dia eles chamam de Período de Vulcano e a metade da noite é geralmente entendida como o Período de Saturno. Isso o torna a Era introdutória do novo processo de Criação ou do primeiro Dia da Criação e, como a Criação está eternamente em andamento, todos os começos dos sistemas solares são vistos como o Período de Saturno.
No último artigo desta série, discutimos as limitações de Saturno como “Tempo, o Velho Pai” e mostramos que ele é o Planeta da obstrução e da destrutividade; no entanto, há outras lições a serem aprendidas com o profundo conhecimento desse Planeta e das coisas para as quais ele dá suporte. Para algumas dessas lições nós gostaríamos de direcionar a atenção dos leitores deste artigo.
A primeira lição é a da transição da escuridão para a luz. Saturno é uniformemente considerado o Planeta da escuridão. A própria ideia de descanso indica isso. A noite é o período de descanso e o dia, o de atividade. Mas, como devemos entender o significado dessa transição? A noite não é apenas o período de descanso, mas também de recuperação: um estado preliminar para um novo dia, uma nova vida, um novo nascimento; em suma, uma ressurreição. Porém, o novo dia deixa Saturno e seu trabalho para trás e é o começo de uma condição muito maior que a de descanso. Em um sentido muito profundo, o descanso implica não apenas a noite, a escuridão ou a recuperação; mas a própria morte.
A morte, devidamente entendida, é um período de escuridão no que diz respeito às formas, um período de inconsciência, de recuperação, de reunir os resultados das complexas experiências da vida anterior, que preparam a inauguração de uma nova e mais alta forma de vida. O novo dia, ou período, é chamado domingo ou o dia do Sol – Sunday, em inglês. Como domingo, ou o dia do Sol, foi o Dia da Ressurreição de Jesus, o Cristo, esse dia simboliza a ressurreição, pois o Dia de Saturno representa a morte.
Há uma questão muito debatida hoje sobre qual dia deve ser observado como cumprimento da exigência de YahwehI – Jeová – de “guardar meu sábado”[1]. Ultrassabatistas afirmam que o sábado deve ser observado; mas o cristianismo ortodoxo defende a observância semanal do domingo. Para ser fiel ao significado dos símbolos, a primeira classe argumenta que descanso, recuperação, escuridão e morte são ideias mais elevadas do que ressurreição, dia, luz e uma nova vida. Aqueles, ao adorar o sábado, inconscientemente adoram Saturno ou o Satã da Bíblia, o grande destruidor, o tentador, o acusador; os outros adoram o Sol, o doador da vida, o sustentador, a luz e o fornecedor de calor; em suma, a verdadeira Deidade do nosso Sistema Solar.
Se for perguntado, então, como a ideia de Saturno foi usada e comandada pelo Deus do Antigo Testamento, a resposta será simples e palpável. A escuridão sempre precede a luz e, vindo primeiro, é naturalmente a primeira a ser usada. Mas, a escuridão é elementar, provisória, efêmera. Representa o começo das coisas, as etapas da infância; porém, de acordo com a lei do crescimento ou evolução, deve ser seguida pelas ideias mais elevadas da humanidade, da vida superior. O advento do Cristo foi a separação dos caminhos. Adão foi feito uma alma vivente; Cristo, ou “o segundo Adão”, tornou-se um espírito vivificador. A ressurreição seguiu a morte de acordo com a lei do crescimento e tão certamente quanto o dia segue a noite. Apegar-se ainda ao dia de Saturno como o ideal mais elevado é voltar ao antigo hebraísmo, ao estado da infância, é inverter os ponteiros do mostrador do tempo. Para a atual Era, a Era de Peixes, a próxima Era, a Era de Aquário, vai melhorar a Humanidade, assim manter o dia de Saturno e respeitar na vida tudo o que isso implica retardar a evolução, impede o crescimento da Humanidade e faz da sepultura o lugar de descanso de tudo o que o ser humano é: Corpo, Alma e Espírito.
É verdade que os sabatistas esperam uma ressurreição futura, algo que ainda virá, e isso no sentido literal de ressurgir de sepulturas terrenas e de corpos físicos, de Corpos Densos. Mas, essa literalização é destrutiva para toda espiritualização da Humanidade. A ressurreição não é um evento futuro, mas está aqui e agora. “Se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima”[2], são as palavras do inspirado São Paulo. Cada manhã é uma ressurreição; cada avanço feito em qualquer plano ou departamento do nosso ser maravilhosamente complexo é uma ressurreição. São Paulo buscou o poder da ressurreição e disse que ainda não o tinha alcançado, mas que estava lutando para alcançá-lo.
O poder da ressurreição foi expresso pelo grande Mestre quando, depois de ter saído do túmulo, declarou que todo poder ou autoridade Lhe havia sido dado[3]. Esse mesmo poder foi proporcionado ao ser humano no momento da sua criação. E os Elohim disseram: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre o gado, sobre toda a terra e sobre todo réptil que se arrasta na terra”[4]. Esse domínio sobre o céu, a terra e todas as obras das mãos de Deus não foram realmente dados ao ser humano naquela época, nem ele ainda o alcançou; foi dado apenas como uma possível conquista e essa conquista virá como o resultado de uma vida ressurreta.
Ultrassabatistas alegam que as escrituras não defendem o respeito ao domingo e esse é o seu desafio. Hoje, porém, essa autoridade existe na observância do “Dia do Senhor” pela Igreja Apostólica (Católica ou Protestante); mas, na ausência disso a Natureza, que é o livro mais inspirado de Deus, prova essa transição de maneira mais conclusiva. Em toda parte da natureza isso é observado. A cópula, a concepção e a gestação, em todos os planos, vegetal, animal ou humano, representam o Período de Saturno da escuridão e da morte; enquanto o nascimento a seguir é o período do Sol de ressurreição em estágio mais elevado. São Paulo, ao discutir o princípio da ressurreição, usa essa mesma figura. Mas alguém dirá: “Como os mortos são ressuscitados e com que tipo de corpo?”. “Tu és um tolo; aquilo que tu semeias não produzirá a menos que morra; e aquilo que tu semeias não é o corpo que deve ser, mas um grão nu, pode ser acaso de trigo ou outro tipo; mas Deus dá o corpo como Lhe agrada e cada um semeia o próprio corpo.”[5].
Nenhuma disputa deve ser oferecida contra o sábado ou o domingo. Os princípios envolvidos em ambos são essenciais: um representa a involução e o outro, a evolução; um é elementar, o outro é avançado. Existem vastas multidões de pessoas que ainda não estão suficientemente amadurecidas para superar o processo literalista. Elas precisam observar o sábado ou o dia de Saturno e encontrar sua Religião sobre as ideias envolvidas nesse caso; outras são mais avançadas e precisam situar sua Religião na concepção da ressurreição, mesmo que seja uma interpretação literal de ressurreição. Cada classe representa um estágio de desenvolvimento.
Os dois são necessários em sua relatividade: o mais elevado, para trabalhar internamente como Deus, desejando e atuando por seu próprio prazer, como um ímã espiritual que atrai para cima a parte inferior; o menos elevado, para ganhar experiência pelo toque com o mundo concreto e, assim, evoluir para o mais alto até que os dois se tornem um. KAPH, a décima primeira letra do alfabeto hebraico e a primeira da superior série simbólica, ilustra esse grande princípio adotado na dupla ideia da morte seguida pela vida. A palavra significa literalmente “a Palma da mão” e denota força.
Eva foi a primeira na transgressão e por seu poder de persuasão induziu Adão a seguir seu exemplo. Nisso ela demonstrou seu poder superior; mas, na queda resultante, o seu desejo se dirigia ao marido, de modo que ela se perdeu nele. A mente carnal luta contra a espiritual e a espiritual, contra o carnal e nos estágios elementares a mente carnal é vitoriosa sobre a mente espiritual. No estágio mais avançado, o Ego, ou Cristo interno, liberta a natureza caída, assim como o Cristo expulsou os “sete demônios de Madalena”[6]; é então que, o “homem natural”, purgado de todos os desejos, torna-se casado com o “homem espiritual”.
É assim que o sábado, tendo feito sua obra de morte e destruição, introduz o domingo com sua glória de ressurreição e absorve em si a quintessência do sábado, tornando-se assim mais rico. A criação, que é geração, incluindo tudo o que entendemos por esse termo, é a donzela prostituta, a trabalhadora do mal, porque os que praticam o mal o fazem à noite. É a morte das envolturas, a morte do corpo, “porque no dia em que dela comeres, morrendo tu morrerás”[7]. Esse é o trabalho preparatório do primeiro Dia da Criação, mas a regeneração é a redenção da Criação, o novo nascimento ou nascimento de Deus (o Sol).
Essa transição da escuridão para a luz é o maior dos mistérios. “Grande é o mistério da piedade, Deus manifestou-Se em carne”[8]. Saturno transmutado em Sol, engolido pelo Sol, as duas forças, masculina e feminina, nessa união andrógina, agindo e reagindo, dão origem aos Novos Céus e à Nova Terra, onde habita a retidão. Essa é a consumação do processo de expiação no cosmos; o princípio corre por toda parte, da Deidade à ameba e da ameba de volta a Deus.
Outra lição a ser aprendida dos princípios envolvidos na ideia de Saturno é a lição da Lei e sua transição para os princípios eternos que estão envolvidos no ser aperfeiçoado.
Muito está sendo dito por ministros, pastores e padres a partir de seus púlpitos em todo o mundo Cristão sobre o contraste que existe entre a Lei e o Evangelho ou entre os estados de estar sob a lei e estar sob a graça. Mas, pelas conclusões tiradas é evidente que eles têm apenas uma concepção muito superficial da verdade real. Essa nebulosidade decorre do fato de que eles não têm conhecimento da base cósmica da Religião e da Teologia, não entendem adequadamente as lições mais profundas da própria Bíblia, pois praticam o Cristianismo popular.
A lei se relaciona com o estado de limitação, de tempo, de localidade, de finito. Saturno, sendo o “deus da limitação”, é o “deus da lei”. Ele é referido pelo grande Mestre como o “deus deste mundo”. É o domínio de Satanás que torna a lei uma necessidade. Onde não há lei não há pecado. A lei é feita para os injustos, não para os justos. É um mero arranjo provisório para conter o mal, até que a iluminação divina nos eleve acima da lei, quando nos tornaremos uma lei para nós mesmos. Sendo restrição, uma força negativa, impede o crescimento e trabalha para a morte. “Porque a letra <lei> mata.”[9]. Legalismo e literalismo são gêmeos e ambos são descendentes de Saturno. Os legalistas estão sob a lei e não sob o princípio envolvido no Evangelho; no entanto, muitos podem se imaginar convertidos a Cristo ou nascidos de Deus.
[1] N.T.: Ex 20:8
[2] N.T.: Col 3 :1
[3] N.T.: Mt 28:18
[4] N.T.: Gn 1:26-28
[5] N.T.: ICor 15:36
[6] N.T.: Lc 8:2
[7] N.T.: Gn 2:17
[8] N.T.: ITm 3:16
[9] N.T.: IICor 1:3
O Mal é uma Crença Fixa e Falsa da Mente Mortal
O processo de Involução (a parte do Esquema de Evolução que começa no Período de Saturno e vai até a metade da Época Atlante, nesse Período Terrestre) não implica necessariamente a queda da Humanidade (a “Queda do Homem”) em pecado, doença e morte reais — no cultivo e no domínio do espírito de luxúria. Mas, uma vez que o espírito de limitação foi instituído, havia a responsabilidade de descer ao plano e domínio da Mente concreta. Essa condição se impôs a nós durante a Época Atlante e cresceu a tal ponto e a um estado de tal virulência que se diz que Deus se arrependeu de ter feito o ser humano (Gn 6:6).
Existe uma escola de pensamento hoje que combate a ideia da “Queda do Homem”, afirmando que o ser humano surgiu da condição mais baixa de vida e de forma e que o processo tem sido um avanço contínuo. Rejeitando o processo de Involução, os adeptos dessa filosofia lutam por uma geração espontânea de formas de vida. Os chamados cientistas, entre eles, podem ser encontrados examinando a água em barris de chuva ou poços de lodo na esperança de descobrir o processo.
Outros fazem testes com substância protoplasmática no esforço de produzir vida e formas. Mas, esse esforço é uma luta para produzir algo do nada, o que obviamente é impossível. A única solução viável para a questão da origem das formas de vida é a da Involução, que explica as formas de vida como tendo irradiado do grande luminar central, que é o Deus do nosso Sistema Solar. Sob essa hipótese também havia a possibilidade da “Queda do Homem”.
Com uma Humanidade degenerada em Suas mãos, caída em um estado tão baixo em todos os sentidos, a grande obra da Deidade foi resgatar e redimir a Humanidade, uma tarefa estupenda mesmo para um Deus. A Lei, então, com suas severas penalidades, tornou-se uma necessidade; época em que os cataclismos foram introduzidos como assistências na obra de salvação humana. No desenvolvimento inicial de todos nós, antes que Urano fosse descoberto ou sua influência nefasta fosse sentida em grande extensão, Saturno era o “deus da lei e dos cataclismos”. Mesmo hoje, o reinado de Saturno como o “deus do mal” e da destruição não foi totalmente superado. Ele ainda é considerado, por muitos, o grande malévolo devido o reino da lei ainda ser dominante, na verdade, uma necessidade para muitas pessoas.
Os quatro Evangelhos, como um agente salvador, tem estado ativo desde a introdução do Cristianismo e cada vez mais no sempre crescente espírito de reavivamento e nos seus resultados. Mas, a mensagem do Evangelho para a igreja e o mundo hoje é baseada na concepção exotérica do Cristo Salvador. Ele é o Salvador que foi, e de um modo nebuloso ainda é, de uma forma comercializada, literalmente um pagador da nossa dívida com a Lei, por causa da nossa pecaminosidade, tanto a atual quanto a herdada de “nosso pai”, Adão. A graça é, portanto, um dom imediato e a imortalidade, que é o seu resultado, também.
De fato, não há mal, nem natural, nem cívico, nem moral. O mal é a ilusão da Mente mortal, uma condição mental que foi produzida por termos “comido” da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. O que a Humanidade considera o mal é, em grande parte, resultado da ignorância, se não totalmente. É verdade que dizem ser o resultado da ordem divina “Não comereis dela” e, assim, o pecado também é visto como a transgressão da Lei.
Distinguir entre o bem e o mal é uma base necessária para o crescimento moral; o crescimento moral é essencial para o desenvolvimento da alma e a experiência espiritual. Era bastante apropriado, portanto, que, como condição necessária para o desenvolvimento inicial, a cegueira fosse nosso guia. As crianças são assim educadas; elas são ensinadas, por exemplo, a acreditar em Papai Noel. Existe um verdadeiro Papai Noel, mas não como elas são instruídas a acreditar. Esse é uma ilusão que serve a um bom propósito no desenvolvimento educacional da criança. Mais tarde, ela descobre que o verdadeiro Papai Noel é seu pai ou seu responsável e, assim, capta o espírito (de gentileza) e cultiva a benevolência de um “Papai Noel” para seus filhos e para os infelizes que não têm pais ou têm pais pobres demais para dar presentes para seus filhos.
Na nossa ignorância, em seu estágio bruto, somos ensinados pela linhagem divina a acreditar na existência real do mal como sendo o antípoda do bem. Mais tarde, percebemos que isso é apenas um pouco de romance, mas tem um respaldo sólido e, pois, no desenvolvimento que se segue nós ganhamos uma experiência que só a lei e a letra poderiam dar. Acreditar no mal moral tem a sua sequência na crença no mal natural; então, somos instruídos a acreditar que no dia em que comermos do fruto proibido “morrendo morreremos”; assim, através da Mente iludida, nós nos tornamos vítimas da doença, de acidentes, de perdas e mortes.
Isso tudo é elementar. Deus não vê o mal. Seu “olho é puro demais para contemplar a iniquidade”[1]. Ele está além da idade da ignorância e do romance e vê as coisas em sua verdadeira luz. O coração puro não vê o mal, mas vê Deus ou o bem, apenas. O ponto de vista tem muita relação com esse assunto do mal. “Para os puros todas as coisas são puras, mas para os impuros (ignorantes) nada é puro”[2]; “Aquele que é nascido de Deus não peca e não pode pecar porque é nascido de Deus”[3]. Ver o mal é ser mau e Deus é absolutamente puro. Essa ideia, embora horripilante para almas rudes, é verdadeira; é simplesmente o método de Deus para o desenvolvimento humano do estado juvenil para o estado superior.
Essa concepção é a quintessência do Evangelho como um poder para salvar ou elevar da ilusão do mal para a clara luz do Sol da verdade e da liberdade. A verdade enganosa, assim chamada, é escravidão; ela estreita, limita, produz uma consciência mórbida; mas, a Verdade liberta. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”[4]. A verdade é o objetivo ideal, mas a ilusão leva a ela e, então a ilusão é necessária. O real e o ideal andam de mãos dadas com o real dominando por um tempo, mas acabando por se tornar subserviente ao ideal. A lei, o domínio de Saturno, é universal em nosso mundo, abrangendo todos os departamentos da vida. A violação de seus mandatos na Natureza é a base de todo o mal natural: no governo artificial é o crime, a base das instituições e punições penais que vão das mais triviais até a prisão perpétua ou até mesmo a perda da própria vida; na esfera moral é a base de uma consciência acusadora e da concepção ilusória de uma Geena (o suposto inferno de fogo eterno aonde as almas são enviadas para sofrer), de um tormento sem fim como resultado de uma maldade incorrigível. Mas, com a crescente inteligência da Humanidade, particularmente ao longo da linha da verdadeira ciência e, mais especialmente, da ciência esotérica e cósmica, o “reino da lei” está relaxando e a graça a está, gradualmente, o substituindo.
A verdadeira ideia do Evangelho e o real significado da graça estão crescendo rapidamente. Quanto ao mal natural, a Mente está substituindo a terapêutica como agente de cura; quanto ao cívico, os tribunais de justiça estão estendendo o privilégio de liberdade condicional e os executivos estão mais frequentemente comutando sentenças e perdoando criminosos; quanto ao mal moral, os tormentos de um inferno sem fim como punição merecida para os culpados estão sendo substituídos por instituições purgatoriais e remediadoras, a Geena e o Hades da Bíblia, corretamente entendidos.
O mundo, incluindo todos os tipos literais de religiosos, ainda está sob o domínio da lei em todos os seus movimentos de reforma e propaganda. Desconhecendo as leis da vibração superior, ou da ajuda divina e superior, a igreja depende do “espírito do dinheiro” para sustentar o ministério, o missionário e todos os seus empreendimentos de organização, de respeitabilidade e de forças civis para inaugurar a temperança e as reformas para lidar com o mal social. Na verdade, Saturno rege todos os departamentos da igreja, bem como o estado.
Mas, os dias sagrados, os sábados e domingos, as leis em todos os departamentos, o pecado, a doença e a morte, Satanás, o Inferno e todos os outros inimigos da Humanidade, com todos os desejos desordenados, ambições baixas e motivos egoístas, serão gradualmente conquistados e abolidos para que “o novo Céu e a nova Terra”[5] possam ser introduzidos. O processo de superação é o processo de elevação do inferior ao plano do superior, ou não seria redenção, mas morte e não daria início ao “dia do Sol”, mas permaneceria na sepultura durante um dia interminável de Saturno.
A mediação será então para sempre dispensada, não sendo mais necessária, pois cada alma se tornará como Deus, vendo-O como Ele é, será um Ego consciente de Cristo, um coerdeiro, junto ao Cristo, da herança do mais alto céu. Então, até mesmo o Cristo despojará Sua coroa diante do trono eterno para que “Deus seja tudo em todos”[6].
Estando “mortos em delitos e pecados”[7], o processo de redenção é pela morte, um morrer para a carne, para que possamos ressurgir em vida nova, a vida do Espírito. O pecado mata e para morrer para o pecado é preciso morrer para si mesmo. O décimo segundo termo do alfabeto hebraico ilustra isso de forma impressionante, a letra LAMED. A palavra significa literalmente um “aguilhão” e significa uma surra ou castigo. Dessa palavra surgiu o termo “lamm”, que significa bater com força. Essa ideia é expressa em todos os planos, em processos multiformes e nos mitos e lendas de todos os religiosos, tanto orientais quanto ocidentais. Uma das primeiras lendas da Bíblia é a de LAMECH, que matou um jovem que o feriu — a morte precedendo uma vida mais elevada e divina.
Caim matou Abel e Abel renasceu como Set; Sansão matou o Leão e da sua carcaça foi extraída doçura; o Cristo foi crucificado por Seus inimigos… Isto é Satanás, que morre para a carne a fim de alcançar uma gloriosa ressurreição, a elevação da alma à unidade com o Ego ou o Pai interior. Em todos os lugares, onde uma semente viva tenha sido plantada adequadamente, ela morre ou permaneceria sozinha; mas na morte do seu invólucro, o germe ou divindade interior brota e produz uma nova e mais elevada forma de ser.
Essa é a Lei da Graça, ou o favor imerecido, devidamente compreendida. Assim, o “dia de Saturno” se funde naturalmente com o “dia do Sol” como a noite se funde com o dia e a morte, com o renascimento.
[1] N.T.: Hab 1:12
[2] N.T.: Tit 1:15
[3] N.T.: IJo 3:9
[4] N.T.: Jo 8:32
[5] N.T.: Apo 21:21
[6] N.T.: ICor 15:28
[7] N.T.: Ef 2:1
Involução, Evolução e Epigênese
Cientistas modernos adotaram a teoria da Espiral para as formas, os ciclos, os movimentos e tantos outros fenômenos como hipótese de trabalho. Essa ideia tem sido conhecida não como teoria, mas como verdade científica pelos místicos de todas as eras passadas. A evolução não ocorre em círculos, muito menos em linha reta. O círculo nunca nos faria avançar; a linha reta nos levaria a qualquer lugar, ou melhor, a lugar nenhum. Todas as formas são espirais.
A vegetação, da menor à maior, cresce em espiral. Todas as frutas são em forma de espiral; o mesmo se aplica a ovos de todas as variedades. Todos os organismos que possuem o Corpo de Desejos — insetos, peixes, animais e seres humanos — são moldados dessa forma. No ser humano há uma relação espiral entre o quadril, o ombro e a mandíbula; em alguns casos, esse fenômeno é bastante acentuado. Os Astros também apresentam características espirais.
Todos os movimentos são em espiral, seja uma bala projetada de uma arma, um ciclone se movendo sobre a terra, um redemoinho no riacho, a rebentação do oceano ou os movimentos das esferas umas sobre as outras.
Todos os ciclos são espirais, do mais minucioso ao maior possível. O período da Criação, tomado como um todo, é uma vasta espiral. Os sete Períodos criadores são, cada um, uma espiral e cada um faz sete voltas em sua ascensão em direção ao ápice. Cada uma das Eras precessionais é uma espiral; os séculos também, assim como os anos, meses, dias, horas, minutos e assim por diante, até o menor ponto infinitesimal de tempo. Esse é o processo universal de gestação e nascimento, pois ambos são movimentos, forças e formas. A vida, a morte e o renascimento, que se repetem continuamente, seja do ser humano ou dos mundos, expressam o movimento espiral.
Como mostrado no artigo anterior, os fenômenos não ocorrem apenas em espiral, mas em ciclos de atividade e de repouso: dias e noites, vida e morte; avanços e aparentes retrocessos; fluxo e refluxo; verão e inverno; e durante os períodos de descanso, os frutos dos períodos de atividade são reunidos e guardados com o propósito de enriquecer o ser e intensificar a autoconsciência.
Hierarquia Celestial
O trabalho de envolvimento da vida e o desdobramento dos órgãos, tanto internos quanto externos, superiores e inferiores, é realizado não apenas pela Deidade Suprema de maneira geral, mas Deus é auxiliado pelas Hierarquias Criadoras, Seres que avançaram do estágio humano para o estágio de glória e todos incorporados no Absoluto. Cada um tem o seu próprio trabalho designado para realizar, um trabalho exatamente adequado ao seu estágio de progresso. Todos esses Seres, por mais gloriosos, por mais avançados que sejam como Divindades ou Criadores de Mundos, são frutos de ciclos criadores anteriores e avançaram do estágio mais baixo possível das formas de vida.
Esses seres angélicos estão em vários estágios de desenvolvimento, desde aqueles que atingiram o estágio mais elevado até aqueles que possuem menos consciência do que a Humanidade comum; todos são ajudantes de uma forma ou de outra e por meio da ajuda prestada estão ajudando a si mesmos a avançar para alturas mais elevadas, assim como avançamos nesta vida ao contribuir com o progresso dos outros. Eles não são apenas ajudantes dos desdobramentos iniciais da vida, mas ajudam uns aos outros, auxiliando os seres angélicos superiores nos planos inferiores. Nem todos ajudam em todos os momentos, mas cada classe aguarda o seu tempo até que haja trabalho adaptado a ela.
No Reino de Deus a ajuda mútua é um dos grandes princípios, mas em nosso estágio de desenvolvimento pouco é praticado nessa direção, pois cada um está muito ocupado com seus próprios assuntos para dar um pensamento útil a seu irmão ou a sua irmã; mas, à medida que a Onda de Vida humana avança, o altruísmo também avança e o egoísmo gradualmente se dissipa.
O crescimento da alma, na melhor das hipóteses, é extremamente lento; começou na manhã da criação e prossegue Era após Era através de muitas vidas, até o fim dos tempos. Existem, no entanto, almas avançadas e retardatárias; aquelas que avançaram ao longo do “caminho reto e estreito” por meio de exercícios especiais, auxiliadas pelos seres angélicos, e que venceram a corrida muitas Eras antes dos soldados rasos e esses, que, nada sabendo da possibilidade de tal vantagem, e talvez não se importando, elaboram seu destino na forma ampla da vida comum; os retardatários são aquelas almas que retrocedem na corrida, ficando para trás de Era em Era, e que têm até a quinta Revolução desse Período Terrestre para alcançar o ritmo nesse Esquema de Evolução; caso contrário perderam as condições de continuarem evoluindo nesse Esquema de Evolução. Desses alguns ainda estão no estado da Onda de Vida animal, mas deveriam estar no plano humano. Entre os pioneiros do antigo Ciclo Criador, que assumem sua tarefa neste ciclo, como se retomassem o trabalho de um dia anterior, exatamente de onde pararam, alguns ultrapassaram os novos iniciantes e se tornaram os Irmãos Maiores do nosso ciclo, sendo uns mais avançados do que outros.
Ao longo do caminho há todos os estágios de desenvolvimento, desde a alma vegetal e mais baixa, ainda inconsciente ou cuja consciência está no estado de sonho, até o Senhor da Mente mais elevado que, como luz celestial e brilhante, permanece diante do Trono Eterno. Existem todos os graus de seres humanos nesta vida, desde o recém-nascido ao centenário; dos mais estúpidos e ignorantes aos Mestres de Sabedoria; e o que é verdadeiro para a vida orgânica e microcósmica é igualmente verdadeiro para os organismos macrocósmicos ou esferas.
Esse trabalho de ajuda externa, feito pelos vários planos de Espíritos angélicos, prossegue de plano em plano como Espíritos grupais que sempre carregam suas cargas cada vez mais altas, até que o plano do humano seja alcançado e o ser humano se torna uma individualização autoconsciente do Ser Espiritual, ganhando independência à medida que a Vontade se torna cada vez mais livre do domínio da carne, quando ele não precisa mais de ajuda externa e se torna uma lei para si mesmo. Nesse estágio, a experiência, transmutada em Sabedoria é o seu instrutor e ele, como as “filhas do Rei”, torna-se então “todo glorioso por dentro” e rapidamente desenvolve poder e autoridade semelhantes aos dos deuses.
Essa consumação é o resultado de um processo duplo: o primeiro consiste na construção gradual dos vários invólucros ou corpos do espírito inerente, por meio dos quais ele deve se manifestar nos vários planos de consciência correspondentes ao veículo. Esse processo costuma ser chamado de período de Involução e significa o envolvimento do Espírito na matéria, em vários graus de tenuidade.
No ser humano, é o trabalho de preparação para a experiência humana em todos os vários planos do Ser, porque sem um corpo a experiência e a consciência são inviáveis. O último processo, o período de existência consciente, consiste em utilizar os veículos para a aquisição de experiência, sabedoria e poder: é a transmutação do ser humano em Deus. Este processo é chamado de Evolução, o que significa a evolução de todos os invólucros de volta ao Espírito puro.
O ser humano, sendo uma individuação da Deidade e possuindo uma vontade independente, é uma Individualidade, de modo que, não apenas não há dois iguais, mas também não há dois que agem da mesma forma sob as mesmas circunstâncias ou situações semelhantes. Os animais são controlados por um Espírito-Grupo; eles não possuem independência de vontade e ação. Eles são governados pelo instinto, não pela intuição. Às vezes, mostram feitos maravilhosos, como a abelha na construção dos alvéolos no favo; mas, todas as abelhas agem exatamente da mesma forma em seu trabalho e produzem de maneira igual as mesmas formas.
O mesmo comportamento se aplica ao castor, à formiga e a muitos outros insetos e animais construtivos. Eles nunca fazem qualquer melhoria em seu trabalho; o tempo passa e ele permanece o mesmo. O Divino ainda não foi individualizado neles. Não há gênio entre eles, pois o gênio é a expressão de uma Mente divina e, em conexão com a imaginação, faz do ser humano um criador dentro de si mesmo. O castor é um construtor sob controle; o ser humano é um construtor independente, de modo que é capaz de uma variedade infinita em todas as suas realizações. O instinto não é engenhoso, mas o gênio é.
Se algo acontecer e estragar as células do favo de mel, as abelhas o descartam e começam a construir de novo; mas, o ser humano, sendo um criador, é capaz de converter a derrota em sucesso. O ser humano, assim, não apenas evolui, pois, evolução significa mero desdobramento de possibilidades latentes, o simples crescimento ou desenvolvimento, como a evolução de um pássaro a partir de um ovo. Todas as formas inferiores de vida evoluem, mas o ser humano procede pelo processo de Epigênese.
A força dentro dele, que faz com que sua evolução seja mais do que um mero desdobramento de poderes latentes, que faz a evolução de cada indivíduo ser radicalmente diferente da de todos os outros, que fornece o elemento de originalidade e dá escopo à potência criativa que o ser em evolução deve cultivar por seus próprios recursos independentes para eventualmente se tornar um Logos ou uma Deidade criativa — essa força é o Gênio, o elemento desperto em nós por Deus.
Muitos cientistas avançados de hoje consideram a Epigênese um fato demonstrável; mas, os cientistas em geral, lidando apenas com os fenômenos, com a forma, reconhecem apenas a Evolução.
Muitos dos filósofos avançados do nosso tempo reconhecem tanto a involução quanto a evolução. Mas, os místicos combinam todos os três em sua filosofia — Involução, Evolução e Epigênese. A Epigênese não entra em conflito com a evolução, como alguns supõem. Max Heindel, no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, mostra que sem a Involução é impossível compreender a origem da Humanidade; sem a Evolução não podemos entender o constante desenvolvimento da Onda de Vida humana; e sem a Epigênese não podemos conceber porque o ser humano se desenvolve como o faz.
Os Ciclos
Como foi observado anteriormente, há em um vasto ciclo criador sete ciclos menores de duração uniforme, constituindo, cada um deles, uma noite e um dia criadores. Cada um desses ciclos é subdividido em sete ciclos menores de duração uniforme e possuem, também, respectivamente, sua noite e seu dia de igual duração; como o tempo nunca cessa, esses sete ciclos internos constituem uma espiral com o tempo sempre se movendo para cima em direção ao ápice. Também observamos que cada uma dessas noites e dias criadores recebe o nome de um dos Planetas do nosso Sistema Solar e que o Período de Saturno inicia o Tempo. Isso nos dá sete Mundos, bem como sete ciclos e cada Mundo corresponde a um ciclo. Cada um desses Mundos corresponde ao Planeta que lhe dá nome e possui um grau diferente de vibração, o que significa um estágio diferente de densidade que vai da pura substância espiritual até a matéria densa.
Embora nos refiramos a sete Mundos, deve-se entender que esses não são Mundos separados ou distintos, mas Mundos dentro de Mundos e, como no caso de nosso organismo, existem Corpos dentro de Corpos, desde o Corpo Denso até o Espírito Virginal. Eles correspondem exatamente, sendo o último a miniatura do primeiro e estando envolvido nele. O Sistema Solar é, portanto, uma unidade composta de um número infinito de unidades menores ou Sistemas Solares, desde o átomo até o Sol universal; como Deus é o Sol, tudo isso está contido em Deus e, de acordo com essa visão, “Deus é tudo em todos”. A separação, ou diferenciação dos Mundos, um do outro, ocorreu depois do Período de Saturno, cada um tendo nascido em sua estação de acordo com o surgimento de novas condições no Esquema de Evolução.
Os Mundos mais elevados, ou mais espirituais, muito naturalmente foram os primeiros a nascer e são os últimos a desaparecer, porque saíram diretamente do puro Espírito e ao mesmo retornarão. Com o passar do tempo, à medida que a Involução continuou, Mundos mais densos surgiram como veículos para a experiência, até que finalmente todo o sistema foi concluído, inclusive os três Mundos mais densos nos quais nossa atual evolução está sendo consumada e o elo de conexão entre os Mundos espirituais e superiores e o Mundo material, inferior, Região Química do Mundo Físico. À medida que esses Mundos servem, cada um, a seu propósito particular, como uma célula desgastada do nosso Corpo Denso que percorreu o seu curso, sua existência termina e, assim, com o tempo, todo o sistema é reabsorvido no centro cósmico Uno e Universal, quando outra longa Noite se segue, preparatória de um novo Ciclo criador. Assim, o processo de criação continua incessantemente, dia após noite, sistema após sistema.
Planos de Consciência
Antes do início da longa jornada do Espírito individualizado através da matéria, como Espírito Virginal, virgem porque não se encontrava contaminado pela matéria, ele estava no Mundo ou esfera do Espírito Virginal – o Mundo dos Espíritos Virginais –, que está próximo ao mais elevado dos sete Mundos, sendo o mais elevado o Mundo de Deus, onde não há diferenças, mas a eterna imutabilidade e, no entanto, é a Fonte eterna de toda a Criação.
Nessa época, possuía consciência divina e universal, mas não autoconsciência. Para obtê-la, era necessário que ele se envolvesse em um Corpo Denso e grosseiro; ou seja, que se tornasse humano, como conhecemos hoje o humano. Sem essa condição, ele não poderia associar-se a uma Alma, ou invólucro espiritual, nem poderia ter o Poder da Alma, o Poder anímico, fruto do seu trabalho no Tríplice Corpo. Finalmente, sem se manifestar na carne, jamais poderia se tornar um Logos ou uma Mente criadora. Teria, portanto, permanecido para sempre em sua morada nativa, possuindo apenas potencialmente essas vastas possibilidades, e Deus, o Pai-Mãe, teria sido para sempre um “Pai sem filhos”. Assim, a majestade do sexo não teria ganhado expressão. A ideia de uma Deidade eternamente inativa e de um espaço eternamente perdido e vazio é dificilmente concebível.
Deus anseia eternamente por Sua prole e os filhos cósmicos e microcósmicos são o resultado. O Espírito Virginal desceu primeiro ao plano do puramente humano e depois ascendeu de volta a Deus; na sua descida e ascensão Ele se tornou uma Deidade Criativa.
De acordo com o livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, no início da Manifestação, Deus diferenciou dentro de Si esses Espíritos Virginais (que se tornaram seres humanos) como centelhas de uma Chama (Radiações) da mesma natureza e capazes de serem transformadas em Chamas ou Deuses.
A Evolução é o processo de abertura que deve atingir esse fim. Nos Espíritos Virginais estão encerradas todas as possibilidades do seu Pai Divino, inclusive o germe da Vontade independente que os torna capazes de dar origem a novas fases. As possibilidades latentes na Vontade são transformadas em poderes dinâmicos e faculdades disponíveis durante a Evolução, tais como são expressas em todas as formas vivas que se situam abaixo do ser humano em todos os planos inferiores, enquanto a Vontade independente institui projetos novos e originais, como expressam os seres humanos que se expressam como gênio, e são incorporadas na Epigênese.
Quando o Espírito Virginal se envolve no Plano imediatamente abaixo daquele do Espírito Divino e assim começa sua longa peregrinação, sua consciência, que vimos ser divina, torna-se totalmente cega, de modo que se torna completamente alheia às condições externas, como é o ser humano no mais profundo transe. Esse estado de inconsciência continua ao longo deste Plano e do Período que envolve.
Esse Período, como será mostrado mais tarde, é o Período de Saturno. No segundo, ou Período Solar, correspondente ao Plano do Espírito de Vida, a consciência se eleva ao estado de sono profundo ou sem sonhos. Durante o terceiro, ou Período Lunar, que é o terceiro degrau descendente na matéria e corresponde ao Mundo ou Plano do Pensamento, a consciência eleva-se ao estado de sono com sonhos. No meio do quarto Período, o Plano Terrestre, ao qual agora chegamos como Onda de Vida humana, a consciência alcançou o estado de totalmente desperta, a consciência de vigília.
Essa é uma consciência pertencente apenas ao mais baixo dos sete Mundos. Durante a metade restante deste Período, a Metade Mercurial, e todos os Períodos restantes — de Júpiter, de Vênus e de Vulcano —, a consciência, tendo sido totalmente despertada, continuará a se expandir à medida que a Alma avança para frente e para cima de volta para Deus, de modo que incluirá todos os seis Mundos acima do plano Físico, Mundos pelos quais anteriormente desceu através da Involução.
Enquanto o Espírito Virginal descia, assim, à matéria para formar para si os invólucros essenciais pelos quais poderia se expressar no plano do físico e do mental, as energias vitais inerentes a ele eram dirigidas por Seres superiores que ajudavam a voltar sua energia inconsciente para dentro, de modo a lhe permitir construir os seus próprios veículos. Durante todo esse tempo, o Espírito Virginal foi um feto indefeso e inconsciente sendo gestado no ventre da Natureza.
Mas, depois, quando veio o nascimento no Mundo objetivo, no plano do humano, e o Espírito Virginal avançou suficientemente e se equipou com o Tríplice Corpo, os olhos da sua consciência foram abertos e agora, como ser humano, seu olhar foi invertido: do Mundo interior para o Mundo exterior, para que as suas energias o conquistem.
Como ser humano, tornou-se agora potencialmente um Elohim, um construtor de Mundos: “Pois tu o fizeste um pouco menor do que os Elohim”. Para alcançar essa exaltada possibilidade, o ser humano deve necessariamente avançar pela Região Química do Mundo Físico, pelo Mundo do Desejo e, mais tarde, pelo Mundo Mental até atingir o plano do Ego, despertando sua consciência à medida que avança, ganhando total experiência e poder, conquistando a onisciência, a onipotência e todos os outros atributos divinos.
Assim, foi dado um esboço do Esquema da Evolução, de acordo com a Filosofia Rosacruz. Embora seja obscuro, é compreensível, especialmente por aqueles que avançaram o suficiente ao longo do caminho para se interessar profundamente pelos grandes problemas envolvidos. Que o conhecimento desse Esquema de Evolução, especialmente o seu domínio, é altamente importante, ficará evidente quando considerarmos que quanto melhor conhecermos os segredos ocultos da Natureza, com cujas leis e princípios temos de lidar, mais perfeito será o nosso poder sobre a Natureza.
Ignorar as forças ocultas é ser tão indefeso quanto um bebê nos braços de sua ama. Pouco a pouco essas Forças da Natureza estão sendo dominadas, como se vê na energia a vapor, no telégrafo elétrico, na energia elétrica, na luz elétrica, no telefone, na telegrafia sem fio, na telefonia e em muitos outros aparelhos da descoberta moderna no mundo prático. Mas, nos planos superiores, essas forças ocultas aparecem em possibilidades maravilhosas como na Clarividência, Clariaudiência, telepatia e forças espirituais afins. Conhecer e ser capaz de trabalhar com essas forças é tornar-se um colaborador da Deidade, usando possibilidades e poderes amplamente divinos.
Além disso, essas forças ocultas têm um lado sombrio e um lado positivo, trabalhando para a destruição e para a construção; elas se manifestam tanto na força satânica quanto na Divina. O raio não apenas opera ou pode controlar a maquinaria do Mundo, mas, na ignorância sobre o seu poder destrutivo ou sobre os seus modos de operação, alguém pode ser vítima de sua corrente mortal e o mesmo é válido para todas essas forças. A magia branca, ao elevar a Humanidade, eleva o mago; a outro, ao afligir sua vítima, aflige a si mesmo, criando material mortal para agoniar tanto esta vida quanto as futuras; é importante, assim, conhecer o uso de uma e se proteger da outra.
Encarnações Divinas
Tudo o que foi dito sobre a criação do Mundo e expressa o assunto em seus termos mais gerais também pode ser dito sobre a Involução e Evolução dos germes que ocorreram na humanidade, pois os dois foram concebidos, gerados e nascidos juntos.
É verdade que nossa Bíblia se refere ao ser humano, criado à semelhança e imagem de Deus, como a “obra-prima” da Deidade e o produto do sexto dia da criação, mas essa referência destina-se ao ser humano não como é hoje, muito menos como tem sido, mas como ele será em seu pleno desenvolvimento.
Como os Mundos, a vida microcósmica primeiro desceu por Involução ao plano de cristalização e depois ascendeu por Evolução, através dos planos do vegetal, do animal e do humano bruto, até o plano que agora ocupa, que, em seu estado normal, é ainda um humano puro, mas está avançando do humano para o divino. O Espírito dentro dos Corpos já esteve envolto em mineral, quando, como no caso da terra, a consciência estava em estado de transe profundo. Em seguida, avançou para o plano de vegetal, onde possuía um Corpo Vital e a consciência estava no estado de sono sem sonhos.
Ele então ascendeu ao estado animal, abrangendo toda aquela vida orgânica possuída por um Corpo de Desejos, em que a consciência foi despertada, mas não era autoconsciência, pois o Espírito ainda não estava individualizado, mas era governado de fora, de maneira parecida como os Espíritos-Grupo fazem hoje com a Onda de Vida animal. Finalmente, o espírito residente foi revestido de corpos humanos de carne e sangue, que são apenas transmutações da essência da vida mineral, vegetal e animal.
Dias de Criação
No desenvolvimento da vida orgânica e do ser espiritual são necessários sete vastos Períodos, como afirmado anteriormente, geralmente chamados de dias criadores, abrangendo em sua totalidade todo o Ciclo Criador. Cada um desses Dias é seguido por uma Noite de duração proporcional durante a qual as experiências do Dia anterior são revisadas e sua essência é reunida ao enriquecimento da alma.
Esses dias criadores recebem o nome dos Astros do nosso sistema solar na ordem do processo criador. A segunda metade do último dia criador, de acordo com o relato bíblico, é o sábado, cujo nome vem do Planeta Saturno; mas, de acordo com os místicos esse é o primeiro Dia, pois introduz o Tempo. O segundo Dia, o domingo, recebe o nome do Sol; o terceiro Dia, ou segunda-feira, o da Lua; o quarto Dia, ou a primeira metade do Dia terrestre, o de Marte; a segunda metade recebe o nome de Mercúrio; o quinto Dia, o de Júpiter, chamado pelos nórdicos de Thor, refere-se à quinta-feira; o sexto Dia, ou sexta-feira, tem o nome de Vênus; e o último Dia, que é a primeira metade do sábado, o de Vulcano, o deus do submundo.
Esses Astros específicos regem os vários dias da semana correspondentes. Embora os dias da semana recebam o nome dos Astros, os Períodos criadores mencionados não têm referência a eles, exceto no sentido mais amplo; mas, todos se referem à Terra, como o Período de Saturno da Terra, o Período Solar da Terra e assim por diante. O trabalho geral a ser realizado é indicado pelo Astro nomeado, pois o trabalho de Saturno deve ser realizado durante o Período de Saturno na Terra; o trabalho do Sol durante o Período Solar da Terra, etc.
Cada um dos Dias criadores é subdividido em sete períodos menores chamados de Revoluções e correspondem ao trabalho que deve ser feito durante todo o Dia criador, sendo o trabalho a ser feito durante a Revolução correspondente. Assim, como o trabalho de Saturno é realizado durante o longo Período de Saturno, um trabalho similar deve ser feito na Terra durante o subperíodo de Saturno do longo Dia terrestre e assim por diante.
Ao mostrar o trabalho a ser feito, então, durante o longo Dia de Saturno, que é um trabalho geral, mostramos de maneira específica o trabalho especial a ser realizado durante cada Revolução.
O que é indicado aqui sobre o Período de Saturno e as sete Revoluções de Saturno é verdadeiro para cada um dos outros Períodos e Subperíodos, como por exemplo o Período Solar, ou segundo Dia criador, está ligado de maneira geral ao trabalho do Sol, enquanto a primeira ronda do Sol tem relação com o trabalho específico do Sol e a da Lua, com o trabalho específico da Lua durante o segundo Dia criador…
Durante os sete longos Dias criadores e os quarenta e nove Revolução criadores, todo o trabalho de construção do Mundo e construção do ser humano — nos detalhes mais minuciosos, começando dos Espíritos Virginais que são inexperientes e não estão desenvolvidos, descendo e subindo, primeiro ao plano mineral e então, de volta, ao plano dos Espíritos Virginais, mas agora totalmente desenvolvidos e totalmente conscientes como Deidades criadoras — será completo.
Os literalistas de hoje têm muito a dizer e escrever sobre o “Plano das Eras de Deus”, mas o período abrangido e a obra a ser realizada, segundo eles, são tão insignificantes que parecem apenas uma gota em um balde, em comparação com o verdadeiro plano de Deus, apenas um instante de tempo dentro de uma época inteira, quando comparado à duração de um Ciclo criador. É tão vasto que está além da nossa capacidade de compreensão.
O Primeiro Dia da Criação
Esse, conforme explicado acima, é o Dia de Saturno, ou a segunda metade desse Dia. Entre os antigos hebreus, o sábado é uniformemente ensinado como sendo o sétimo ou último Dia criador, o Dia em que Deus terminou todas as Suas obras e entrou em descanso, o longo período de descanso do povo de Deus quando, eles completaram sua longa jornada através da matéria. Mas, como mostrado em artigo anterior, essa Noite deve preceder o Dia e a morte deve introduzir a vida; como Saturno é o deus da noite e da morte, ele deve ser o introdutor do primeiro Dia.
Assim, ele é representado na mitologia grega como o “Velho Pai-Tempo”, o deus que introduziu o tempo, o plano do limitado dentro do ilimitado, de modo que podemos ver prontamente que ele representa o Primeiro Dia Criador. Ele geralmente é representado como um homem velho, cheio de anos e maduro para se reunir com o grande depósito da eternidade.
Ele está sentado ao lado de uma mesa sobre a qual se vê uma ampulheta cujo objetivo é medir o tempo. Sobre o seu ombro está uma foice, indicando que o tempo ceifa todas as coisas para a eternidade. Nisso ele representa sinteticamente, como de fato ele controla, todo o tempo e, portanto, é o “Deus deste Mundo”. Sendo o deus do tempo, é sua missão construir e destruir todas as formas com o propósito de reconstruí-las em um plano superior da grande espiral. Esse trabalho reconstrutivo, no sentido mais geral, é o trabalho de construção de seres humanos e Mundos, como vimos acima, trabalho trazido de um Ciclo criador anterior.
De acordo com o relato bíblico, o trabalho geral feito durante o Período de Saturno foi um mero trabalho de concepção, um processo de reflexão introdutório à produção de luz. De acordo com a tradução do rei James, no início dos tempos “a terra estava vazia e vaga”[1]. Em certo sentido, isso era verdade, pois não havia formas ou organismos de natureza concreta como os que conhecemos; e ainda havia uma forma bem definida, uma vasta massa nebulosa que estava situada dentro do “grande abismo” do espaço. Antes que a criação realmente começasse, o espaço estava preenchido com a substância que compunha essa vasta nebulosa, mas em uma condição sem forma. Sendo sem forma, essa substância era fria e elétrica, um zero absoluto, de fato.
Mas, com o início da forma, o estado magnético da eletricidade foi introduzido e, assim, o calor permeou a forma. O Espírito, que é elétrico, é informe e imutável, portanto, eterno e sempre existente; mas, assim que assume a forma, por mais etérea que ela possa ser, Ele é trazido para dentro do alcance do Tempo, perde Sua espiritualidade essencial e é transmutado da condição de frio intenso à de calor incandescente. Antes do processo criador “as trevas cobriam o abismo”[2]; isso porque sem forma o espaço fica cheio de escuridão, pois fica em estado negativo.
A escuridão não é uma entidade como a luz, mas é a ausência de luz e na ausência de forma não pode haver luz. A luz é radiante ou refletida, seja a luz do Sol ou da Lua, mas em ambos os casos deve haver forma. Mas, com a gestação da nebulosa, a luz começou — luz e calor implicam-se mutuamente. Assim, no primeiro passo do processo gestativo, a forma bruta e a luz passaram a existir juntas. “Deus disse: “Haja luz” e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas”[3].
“Deus chamou à luz “dia” e às trevas “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia”[4]. A escuridão pertence ao estado indiferenciado; a luz pertence à criação; é, portanto, uma medida do tempo assim como medimos por dias e noites. O primeiro Dia criador, então, foi a introdução do tempo, a transição da escuridão, da morte e frieza de Saturno para a luz cósmica que é vida e calor.
E, no entanto, a escuridão no estado indiferenciado é luz indiferenciada, pois o estado indiferenciado é o estado do indizível; é o estado do Espírito em Sua absoluta pureza. É escuridão apenas para o nosso sentido limitado da visão que, por causa de sua limitação, é incapaz de perceber a luz no plano do Espírito; “O homem psíquico não aceita o que vem do Espírito de Deus. É loucura para ele; não pode compreender, pois isso deve ser julgado espiritualmente.”[5], assim diz o inspirado S. Paulo.
[1] N.T.: Gn 1:2
[2] N.T.: Gn 1:2
[3] N.T.: Gn 1:3-4
[4] N.T.: Gn 1:5
[5] N.T. 1Cor 2:14
“No princípio era o Verbo”. Assim o Cosmos começou a emergir do Caos e, assim também, surgiu o nosso Universo. Por meio do Verbo a palavra é dirigida as inumeráveis estrelas que pontilham o espaço celeste e mantêm-se em equilíbrio os Planetas que giram em torno do Sol.
Há muito tempo que Pitágoras referiu-se à “Música das Esferas”, afirmando tratar-se de um fato real, pois cada Planeta emite sua própria música, harmoniosa e sublime. Pitágoras atribuiu a cada Planeta uma nota particular e comparou a distância entre eles com os tons e semitons, produzindo em conjunto as sete notas da escala.
Toda a escala evolutiva de nosso Sistema Solar relaciona-se com as sete notas e um terço da oitava do teclado do piano, tendo esse terço da oitava uma importância vital.
O Arquétipo de cada ser humano é constituído mediante a sonoridade formosa dessas tonalidades celestiais. O Ego, quando principia o ciclo de uma nova existência, deixa o Terceiro Céu, entrando na Região do Pensamento Concreto, onde a música das esferas movimenta os Átomos-sementes dos seus futuros Veículos. Os tons dessa música formam linhas de força e vibração que, mais tarde, atraem e agrupam as substâncias do Mundo Físico em uma determinada forma, assemelhando-se às figuras geométricas formadas quando se passa um arco de violino pela borda de um prato de bronze ou de cristal onde se encontra espalhada uma pequena quantidade de pó fino (as famosas Figuras de Chladni).
Todos os Astros (Sol, Lua e Planetas) cooperam nessa obra de construir o arquétipo, porém, aquele que vibra de um modo particular, em sintonia com o Átomo-semente, converte-se no Regente da vida, e os tons de todos os demais Astros são controlados por ele. Durante os períodos de formação do Arquétipo, nem todos os tons emitidos pelos Astros, mediante os diferentes aspectos que formam, são utilizados pelo Átomo-semente; somente aqueles que o próprio Ego, mediante seu labor em vidas anteriores, colocou em vibração com o Arquétipo, donde concluímos que a nota-chave de cada ser humano é inteiramente individual.
Nesta exposição, embora resumida, mostramos o valor incalculável e maravilhoso que possui a música como terapêutica.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – abril/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)
A Astrologia Rosacruz se baseia em dois fatos cósmicos: primeiro, que a matéria é inerte e segundo, que a vida se manifesta na matéria, como movimento.
No começo desse grande Dia de Manifestação o Deus do nosso Sistema Solar produziu movimento nos átomos inseparáveis da Substância Raiz Cósmica, ao emitir a Palavra de Poder. Essa “Palavra” foi um tom musical, provavelmente, contendo a totalidade da Escala Cromática.
Outros grandes Seres, dotados de poder criador, assistiram à divindade nos detalhes relativos à execução do plano criador do Sistema Solar. São as Hierarquias Criadoras. Esses seres são designados na Bíblia como Elohim. Um deles é Jeová, o Anjo mais elevado Iniciado do Período Lunar. Seu poder, expressando-se em tonalidades musicais, atingiu o extremo ou a periferia do Sistema Solar.
Deus é vida, e cada ser humano, como uma descendência direta de Deus, também é uma unidade de vida. Por isso cada uma dessas unidades de vida tem poder inerente para se manifestar na matéria, em grau limitado. Daí, então, ser o propósito da vida humana tornar o ser humano gradativamente idêntico a Deus em manifestação.
O Sol tem três veículos, a saber: o Sol Espiritual, o Sol Central e o Sol Físico, através dos quais operam o Pai, o Filho (Cristo) e o Espírito Santo (Jeová), respectivamente. Toda a vida e energia, dadora e criadora, nos vêm do Sol, porém, presentemente recebemos e usamos pouco dela. Eis porque se refrata nos três tons musicais e nas cores do espectro. Essas focalizam-se em nós por intermédio dos Planetas do nosso Sistema Solar.
É o tom que produz a cor e, assim, cada um deles manifesta uma cor particular. Primeiramente, os sete Planetas do nosso Sistema Solar (que são corpos de Grandes Inteligências Espirituais, designados na Bíblia como os Sete Espíritos diante do Trono) tonalizam-se com determinado tom da escala musical e cor do espectro; por meio do Sol e dos Planetas recebemos as energias que nos auxiliam a crescer e desenvolver.
Há nove Planetas em nosso Sistema Solar. Dois deles, Netuno e Plutão, descobertos mais recentemente, não pertencem ao nosso Sistema Solar, porque não foram ejetados do Sol como os outros sete. Foram adicionados, provindos do espaço exterior, pertencentes a outro Sistema Solar. Mais três Planetas serão necessários para completar a Escala Cromática dentro desse Esquema de Evolução. No devido tempo serão eles “descobertos” pelos astrônomos.
Como ficou demostrado pelo grande tenor Caruso, o tom musical de um objeto poderia ser encontrado utilizando-se uma taça. Ficou provado que cada objeto na Terra possui uma nota-chave. Colocava a citada taça à uma certa distância e emitindo o tom-chave com relativa intensidade ela se esfacelava. A mesma verdade encontramos mencionada na passagem bíblica do desmoronamento das Muralhas de Jericó, por Josué.
O ser humano é sétuplo. Possui um Tríplice Espírito (Poderes), um Tríplice Corpo e uma Mente. Cada um desses fatores que o compõem possui um tom-chave que lhe é determinado antes do nascimento físico ou um mais nascimento aqui.
As vibrações ou tons que são induzidos nos Corpos Densos pelas energias provindas do Sol, da Lua e dos Planetas no momento do nascimento físico, são também tonalidades permanentes, para mais ou para menos, na vida. Elas compõem a “Carta Natal da Astrologia”, o horóscopo. Produzem discórdia ou harmonia de acordo com suas naturezas e os ângulos em que se colidem. Esses tons, em conformidade com suas naturezas e os ângulos de incidências, impelem (sugerem, induz, não exigem, nem obrigam!) o ser humano a gerar certos tipos e classes de pensamentos, de sentimentos, de emoções e de desejos. As vibrações discordantes produzem pensamentos, sentimentos, emoções e desejos discordantes (inferiores), ao passo que as harmoniosas geram sentimentos, emoções e desejos concordantes (superiores). As discórdias geram como efeitos a tristeza, a dor, o sofrimento, a frustração e a perda. Pela aplicação do conhecimento, da sabedoria e do poder da vontade essas vibrações ou tons poderão ser mudados, dentro de certos limites, em conformidade com os propósitos e necessidades do indivíduo. Afinal, o livre arbítrio sempre é e será respeitado!
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – junho/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Muitas pessoas que moram na cidade não estudam os céus. Geralmente ficam fechados dentro das residências ou olhando para cima e para baixo nas longas ruas com iluminação elétrica; mas, quando vamos para o campo onde há pouca iluminação artificial e vemos os céus se expandindo sobre a Terra como uma cúpula abobadada, obtemos uma visão melhor, especialmente se tivermos olhos que enxergam.
Talvez a oeste possamos ver uma nuvem enevoada cobrindo, como se fosse uma cortina, o leito do Sol poente; talvez possamos ver um fogo vivo acima da vasta extensão do mar, se estamos em um litoral; e depois que ele desaparece, talvez possamos ver a Lua Nova um pouco mais acima; ainda um pouco mais acima, Vênus, o mais belo e luminoso de todos os nossos Planetas… E, então, ao nos virarmos e olharmos mais para o leste, podemos ver como, uma após a outra, as lâmpadas do céu são acesas à medida que as estrelas de diferentes magnitudes aparecem e, finalmente, contemplamos uma miríade de mundos.
Parece não haver ordem nem sistema e, no entanto, quando olhamos com cuidado e com compreensão, podemos ver que existem muitas constelações e que elas se movem em sucessão ordenada do leste para o oeste; que quanto mais perto elas estão do polo, mais giram em uma órbita; também vemos como as diferentes estrelas assumem posições diferentes em horas diferentes; assim, podemos citar as palavras do salmista: “Os céus declaram a glória do Senhor.” (Sl 19:1).
Há algo maravilhoso naquele céu abobadado e naquelas flores ardentes do céu, quando as contemplamos uma após a outra, enquanto o dia desaparece e a escuridão da noite se aprofunda. Durante o dia vemos apenas o Sol e talvez em certos dias a Lua, mas à noite ficamos mais impressionados com a infinitude do espaço, a vastidão deste universo em que vivemos e certamente devemos perceber que existe um Poder governante por trás de tudo.
A ciência materialista de meados do século passado iniciou a teoria da geração espontânea — em algum momento apareceu no espaço, espontaneamente, uma névoa de fogo e, também espontaneamente, surgiram naquela névoa de fogo correntes que a fizeram girar; então, também espontaneamente, a força centrífuga lançou dela corpos e eles formaram Planetas que giram em torno do Sol central; assim, os Sistemas Solares foram formados.
No entanto, mesmo Spencer, o grande pensador materialista do século XIX, não podia concordar com essa Teoria Nebular, pois ele viu que, se tal teoria fosse verdadeira, deveria haver por trás de tudo uma primeira causa. Ele não acreditava em um Criador Divino, mas compreendia perfeitamente que deve ter havido uma causa externa para iniciar aquela névoa de fogo. Os cientistas, daquela época, costumavam fazer uma experiência com um pouco de óleo, que eles jogavam em uma bacia de água para mostrar como a névoa de fogo se moldaria em uma bola e lançaria de si Planetas para longe, de modo que girassem em torno do Sol; eles tentaram fazer as pessoas acreditarem que não passava de uma lei natural e cega; mas Spencer entendeu que aquele que agitou a água representava a causa primeira e, portanto, às vezes, devemos acreditar que por trás desse vasto universo existe um Poder governante; isso é assim ou não poderia haver uma expressão tão ordenada. Se jogarmos uma caixa de lápis para o alto, esperamos que ela caia de forma a produzir um belo poema? Não, não poderíamos; menos ainda podemos esperar que uma massa de átomos, tal como preconizava a ciência da época, moldasse a si mesma em tais formas ordenadas.
Assim, “os céus declaram a glória de Deus” e quando olhamos para o céu e vemos tudo isso com nossos próprios olhos, isso deve ser suficiente para nos assegurar que deve haver um grande e governante Ser que comanda o movimento de todos esses mundos em suas órbitas; quando observamos por um telescópio, vemos que há um número ainda maior de mundos; e quanto maior o telescópio, mais constatamos que existem mundos acima de mundos que não são revelados ao olho nu.
Olhe para cima, por exemplo para a constelação de Orion – o caçador; a mais baixa daquelas três estrelinhas (as Três Marias, como são conhecidas aqui no Brasil) que formam a sua espada é, por assim dizer, uma massa nebulosa; nada será visto a olho nu a não ser isso e podemos até mesmo tentar usar um telescópio, como o que o grande astrônomo Herschel usou quando descobriu o planeta Urano, mas ele também mostrará apenas uma nebulosa. É somente quando usamos os maiores telescópios de nossos dias que obtemos alguma satisfação em relação ao que está lá; quando a vemos através de tal telescópio, descobrimos que não é uma nebulosa, mas um Sistema Solar como o nosso, apenas muitas, muitas vezes maior.
Estamos aqui, em um pequeno Planeta que chamamos de Terra, e o Sol em torno do qual ele gira é um milhão de vezes maior; mas, um Sol como Arcturus, que vemos tão longe nos céus, emite quinhentas vezes mais luz do que o nosso Sol; dizem que uma estrela nas longínquas Plêiades, que são tão nebulosas que dificilmente são distinguíveis aos olhos, emite cem milhões de vezes mais luz. Nossa Terra gira em torno do seu eixo a uma velocidade de 1.609,34 km por hora e corre ao longo da sua órbita ao redor do Sol a uma taxa de 104.607,36 km e faz isso ao mesmo tempo. Leva, em torno de, trezentos e sessenta e cinco dias para fazer essa revolução; faz parte de um Sistema Solar e é dito que o nosso se move em uma órbita que, segundo cálculos, levaria 1.800 milhões de anos para ser completada. Órbita dentro de órbita, estrela dentro de estrela e assim vai… Mas “os céus declaram a glória do Senhor”, porque eles apontam para o fato de que deve haver uma grande e maravilhosa fonte central de poder que mantém tudo isso funcionando.
E quando vocês e eu pensamos que realizamos algo grande; quando talvez nos sintamos vaidosos ou quando saímos e olhamos para aquele céu abobadado, qual é a lição que aprendemos? Quando comparamos nossas próprias e pequenas conquistas com o que existe naquele universo, isso não deveria nos ensinar humildade? E, se tristezas e problemas nos visitam, se nos preocupamos com as pequenas coisas que acontecem em nossas vidas, pensemos apenas nesse maravilhoso universo em que vivemos.
Na Terra pode haver tristeza, dor e conflito; a tempestade pode destruir em uma hora mais do que o ser humano pode construir em séculos, a erupção de um vulcão pode, em poucos segundos, destruir uma cidade de milhões de habitantes e um terremoto pode trazer grandes estragos; mas, quando tudo isso acaba e olhamos para cima, o universo “não se moveu em uma partícula”. As mesmas estrelas brilham acima de nós, estrelas que brilharam sobre a Terra por milênios. Há imutabilidade aí e essas estrelas, que se movem em suas órbitas que parecem imutáveis, estão sob uma lei também imutável que as mantém firmes. Podemos chamar essa lei de gravidade, ou podemos chamá-la de Deus, mas ela está lá e essa mesma imutabilidade — o próprio fato da imutabilidade das leis — é o que nos dá segurança.
Se não fosse por essa lei, a da gravidade, não poderíamos sair de casa com segurança pela manhã e ter certeza de que a encontraríamos lá, à noite; mas por causa dessa lei, que mantém tudo em seu lugar, ela está lá quando voltamos. Sabemos que a água, quando transformada em vapor, é uma força que, sob certas condições, pode ser usada; dependemos da imutabilidade das Leis de Deus e descansamos seguros nisso.
Como é no universo, assim é com as pequenas coisas da vida (“assim com é em cima, é embaixo”). Contemplar as órbitas imutáveis das estrelas nos dá a fé de que não seremos lançados no nada; que ano após ano haverá tempo para um maior desenvolvimento, até que tenhamos completado e aproveitado todas as oportunidades que estão aqui para nós; a fé de que não haverá uma convulsão repentina na Terra que nos lançará no espaço e fará com que esta vida perca seu valor; a fé de que tudo o que está aqui, está sob a mesma lei imutável que governa e tem governado e sustentado incontáveis estrelas no espaço por milhões e milhões de anos; então podemos agradecer a Deus por esta oportunidade; que possamos ter fé para olhar para os céus e assim chegar mais perto d’Ele.
Antigamente, a humanidade sempre contemplava os céus com reverência; é apenas nesses dias materialistas que nos esquecemos dele por um tempo; mas nós, que estudamos a ciência estelar de um ponto de vista espiritual, devemos perceber que, assim como existe a órbita da Terra ao redor do Sol e a órbita do Sol ao redor de outro Sol central, também nós temos uma órbita cada vez maior. Podemos ter pequenas oportunidades no presente, mas, dependendo de como as usarmos, teremos maiores oportunidades no futuro ou permaneceremos no ambiente que temos hoje. Se não abraçarmos diligentemente as oportunidades aqui, a Natureza, em sua solicitude beneficente, vai nos retirar deste local para nos dar outra chance em outro ambiente; mas, quando esgotamos as oportunidades aqui na Terra, um novo ambiente nos é dado com maiores oportunidades.
Aqueles que receberam os ensinamentos mais profundos devem aproveitar especialmente todas as oportunidades de estudo dadas aqui e apreciar os Ensinamentos Rosacruzes, que são os mais avançados dados ao mundo ocidental; também devemos apreciar qualquer oportunidade que tenhamos de viver vidas mais úteis no mundo, mais do que a das pessoas que não fazem isso. Não devemos procurar trabalho longe — cabe a nós fazer tudo o que pudermos no ambiente onde nos encontramos para viver vidas nobres e elevadas, embora também muito humildes. Não devemos deixar que as pequenas preocupações da vida nos dominem, mas ter como objetivo deixar as nossas luzes brilharem em órbitas cada vez maiores para que possamos adicionar brilho à Glória dos Céus, como convém aos Estudantes Rosacruzes.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de junho/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Somente na síntese do ser humano está sua alma e nenhuma ciência é totalmente verdadeira a menos que o todo seja conhecido. O ser humano é um todo de Corpo (ou aparência), Alma (ou qualidade) e Espírito (ou vida). De fato, a razão pela qual as ciências falham é devido ao fato de que seus expoentes são materialistas científicos que dão crédito apenas à força física do Corpo e recusam o reconhecimento ou direito ao Espírito, que já era básico e existente antes que a carne fosse formada. Mas, o tempo de uma verdadeira ciência está se aproximando. A verdade sobre o ser humano e o universo está agora acessível a todos os que dela se valerem. A influência da vibração aquariana disponibiliza os ensinamentos da sabedoria divina dos Mistérios, que incluem a sabedoria divina da Astrologia Rosacruz.
O todo de um ser humano só é conhecido quando conhecemos todas as suas partes. O estudo da Astrologia Rosacruz revela todas essas partes, misturando suas qualidades e combinando-as para que sua substância mostre o todo do ser humano.
Ser capaz de conhecer os seres humanos dessa maneira é se tornar o que Platão chama de “artista da alma” e o verdadeiro Astrólogo Rosacruz é exatamente isso. À medida que esses Astrólogos Rosacruzes se tornarem mais comuns, a inteligência espiritual aumentará, juntamente à vida regozijante, saudável e feliz em nosso Planeta.
Um motor de seis cilindros com apenas quatro cilindros em operação funciona de forma imperfeita. Da mesma maneira, o ser humano, pensando ser apenas matéria com uma Mente reagindo a essa matéria, não respondendo ao Espírito, tem usado e manifestado apenas uma pequena fração da magnitude do seu poder e produziu um modo de vida que é caótico e desequilibrado.
O ser humano, em sua totalidade, é Tríplice: primeiro, o Corpo Denso é a aparência; segundo, a Alma é a qualidade; terceiro, o Espírito é a vida.
O Corpo é Triplo (Tríplice Corpo), pois um Corpo Vital e invisível, aos olhos físicos, canaliza todas as forças que dão vida, crescimento e função à forma densa – ao Corpo Denso –, enquanto um terceiro veículo invisível, o Corpo de Desejos, transmite todas as forças de movimento e direção. Um quarto fator, o elo da Mente, conecta esse Tríplice Corpo inferior aos três veículos superiores, que são o Espírito Humano, o Espírito de Vida e o Espírito Divino. Isso torna o ser humano um Tríplice Espírito que possui uma Mente através da qual ele controla um Tríplice Corpo.
O ser humano fez uma descida na matéria como um Espírito Virginal e seus Corpos se tornaram cada vez mais e mais densos. Isso se chama Involução (parte desse Esquema de Evolução até atingirmos a Região Química do Mundo Físico onde, atualmente, ficamos quando renascidos) e o envolveu na matéria, as “camadas de pele” que usamos hoje. Mas a ascensão evolutiva agora está iniciada e o ser humano, cada vez mais, deve se libertar da densidade da matéria (já que agora estamos na chamada Evolução, parte desse Esquema de Evolução que vamos desde a Região Química do Mundo Físico até o Mundo do Espírito Divino).
Não é de admirar, então, que tal desenvolvimento da Mente tenha produzido miríades de homens e mulheres sem conhecimento dos Mundos superiores, bem como nenhum conhecimento da sua própria realidade espiritual e básica: um com Deus como células em Seu corpo e, portanto, Filho de Deus, em verdade.
Sua visão não era maior do que a dada por suas Mentes “concretas”, que funcionam nas celas de prisão de suas Personalidades, às quais estão acorrentados e que acreditam constituir a única realidade final.
Todos estão na prisão até que a consciência intuitiva do Cristo comece a funcionar para iluminar a Mente “concreta e inferior”. Podemos nos expandir muito além de nossas Mentes “concretas” e de visão estreita. Temos um poder e um lugar muito maiores do que nossas Personalidades insignificantes e muitas vezes mesquinhas. A Personalidade é um obstáculo até que comecemos a ter uma visão de Deus como um Todo e entendamos que, como Filhos de Deus, somos parte e um com esse Todo.
Nenhuma satisfação verdadeira chega a um indivíduo até que ele perceba o plano e o propósito da vida. Deus é um Todo e todo Espírito vivo é uma parte desse Todo. Somos células no Corpo de Deus, mas nenhuma participação muito plena como célula, ou parte do Todo, pode ocorrer até que compreendamos o Todo em algum grau. Deus então é o Grande Ser do Céu e toda a humanidade são células e filhos desse grande Ser celestial.
Toda a preocupação da evolução é a expansão da consciência. Alcançamos visões mais amplas da verdade à medida que alcançamos níveis mais elevados de progresso em espirais de ascensão. A expansão da consciência, então, acompanha uma compreensão mais profunda e ampla do Plano, que é Deus, o Todo.
À medida que aprendemos a nos conhecer como Filhos de Deus, aprendemos a conhecer Deus e o Plano que Ele tem para o ser humano, pois Deus, o Plano e o ser humano são idênticos. Para realizar o Plano Divino, devemos nos conscientizar de que temos uma luz superior à da Mente “concreta e inferior”. Essa é a fonte da intuição. Essa Mente é livre do cérebro e diz a verdade em seus relatórios, pois suas mensagens vêm do Reino do Espírito de Vida e da Unidade de Cristo. A Mente subconsciente obtém seus fatos do Éter Refletor, uma região muito inferior onde os relatos e visões são bem distorcidos.
A situação do ser humano, hoje, é o resultado de ele não usar as forças de todos os seus vários veículos e de não ter consciência da realidade dessas forças ou mesmo negá-la. A referência novamente à ilustração do motor tornará isso mais claro. Quando um motor de automóvel é acionado em qualquer coisa menos em todos os seus cilindros, o equilíbrio e a potência são perdidos, então vemos e sentimos o movimento hesitante. Quanto mais cilindros falharem, menor será a potência, pior será o equilíbrio e mais reduzido será o movimento. O pensamento cuidadoso nos revela que essas três forças de poder são necessárias: equilíbrio e movimento em ação sincronizada para produzir um fluxo fácil de poder suave. Quanto maior for essa qualidade, maior será a eficiência do motor.
Poder, equilíbrio e movimento, encontrados como forças na mecânica, nos seres humanos ou em Deus, sempre se correlacionam com os três aspectos da Divindade, a Santíssima Trindade. O poder se relaciona com o Pai; o equilíbrio, ao Filho ou Cristo; o movimento, ao Espírito Santo ou Jeová. Como essas forças atuam através do ser humano, falamos delas como: Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade, respectivamente. A verdade oculta que procuramos transmitir é que, a menos que esses três poderes primários estejam trabalhando em igual fluxo de força no ser humano, ele se torna como nosso motor: um expoente de ação manca e errática com poderes limitados e parciais.
O mundo do ser humano na Terra, em um Corpo Denso, é igualar a ação dessas três forças. Quando isso é feito, ele vitaliza dentro de si um Poder que o torna mais que ser humano. Agora ele deve aprender a se conhecer como um todo e não ficar em sua limitação presente, uma barreira causada por sua autoexpressão como parte e não como um todo unificado e equilibrado.
Hoje, ele tem apenas acesso parcial a seus plenos poderes; somente quando ele se torna Santo é levantado o véu que limitou sua visão e não lhe permitiu o pleno uso de suas poderosas e ocultas forças divinas. A maldição esmagadora da vida atual surgiu na escuridão causada pelo egoísmo Cérebro-Mente, que limita a verdadeira percepção espiritual — a Mente consciente de Cristo. O ser humano Real é o Senhor do Céu. Nele estão Luz, Amor e Vida; Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
A magnitude do ser humano não se declara até que ele se conscientize de que seja um Deus em formação e perceba que seu trabalho na Terra é unificar, em seu ser sétuplo (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e Mente, os aspectos Tríplices de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), expressos como Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade. Quando esse feito alquímico é realizado, ocorre o casamento místico que une o ser humano pessoal e terreno (“eu inferior”) com o Senhor Espiritual do Céu (“Eu superior”). Os três aspectos principais, através do Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano, formam o Ego de “Deus-no-ser humano”, que através da Mente reflete as forças de vontade, sentimento e pensamento no Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso. A Tríade Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano é o ser humano permanente, eterno, individual e espiritual: é a Individualidade; enquanto o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso formam as Personalidades das várias vidas terrenas construídas pelo Ego, Senhor Espiritual do Céu. As Personalidades são temporárias e evanescentes, sendo usadas para transformar o ser humano em um Deus.
Todas as pessoas são desenvolvidas de forma desigual e expressam muito uma ou duas das três fases de vontade, sentimento e pensamento. Uma pessoa pode ter muito sentimento, usando pouco pensamento e vontade; outra pode ser toda vontade, sem muito pensamento e sentimento; enquanto ainda uma terceira pode ser todo pensamento e sentimento e não ter vontade. É raro ver o ser humano perfeito de poder, equilíbrio e paz — aquele que descobriu dentro de si os três aspectos primários de poder de Deus e os desenvolveu em forças exatas e utilizáveis para exemplificar sua herança como Filho de Deus. Esta é a vinda do “Filho do Homem” em toda a sua glória.
Através do conhecimento da Astrologia Rosacruz podemos perceber onde faltam esses três aspectos da consciência. À medida que despertamos, iniciamos aquele trabalho em nossas Almas que produzirá, pelo menos, o elemento essencial do equilíbrio. O principal e mais sábio uso da Astrologia Rosacruz é notar essas faltas para que possamos nos aplicar melhor para corrigir cada defeito que nosso tipo e temperamento carregam. Como uma força alquímica, nenhum outro ensinamento ajuda um indivíduo a transmutar o temperamento mais do que a Astrologia Rosacruz. A Astrologia Rosacruz, então, será considerada a única ciência verdadeira e frutificará aquelas ciências que perderam seu verdadeiro propósito, porque eliminam a Ideia de Deus como o princípio central e germinal no ser humano.
As vibrações astrais (Sol, Lua e Planetas) são raios de energia de diferentes potencialidades e qualidades que descem e se infiltram no Planeta como uma espécie de “eletricidade espiritual”. Cada hora e cada dia é diferentemente condicionado pelo movimento incessante do universo e novas linhas de força estão sempre sendo arranjadas. A resolução das potências e qualidades das energias dos raios astrais no horóscopo mostra as tendências do ser humano. Somente quando um ser humano se conhece no contexto das energias zodiacais, mostradas em sua natividade, é que podemos dizer que ele começou realmente a viver.
Assim como o Corpo Denso do ser humano é a morada do seu Ego, os Signos do Zodíaco, o Sol, a Lua e os Planetas do nosso Sistema Solar são os corpos de grandes Hierarquias Criadoras e Seres espirituais que são os mensageiros de Deus. Seus raios vindos para a Terra nos fornecem as nossas experiências; eles impelem, mas não compelem. O que fazemos dessas experiências nós mesmos determinamos.
Os Signos do Zodíaco são formas animadas com a vida de Seres espirituais, cuja vida flui para o nosso Planeta para tornar todas as coisas e seres nele sencientes e vivos. Nenhuma vida na Terra poderia existir sem esses poderosos Seres espirituais que fazem um grande sacrifício por nós. À medida que essa verdade se torna viva na Alma e na Mente do Estudante Rosacruz, então ele crescerá em reverência e amor. Pode-se mencionar que o ser humano, hoje, não conhece o amor porque perdeu o contato consciente com esses poderosos Seres espirituais – Hierarquias Criadoras – , repletos de amor e sabedoria.
A humanidade está agora acorrentada aos limites restritivos que foram estabelecidos pela Mente “concreta”. O desenvolvimento dessa Mente foi essencial para sua evolução, que é acelerada por ela. Ao mesmo tempo, esse fato o manteve cego para os Mundos invisíveis e sob suas forças ele foi convencido a acreditar que seja simples e unicamente um ser de vida terrestre. Embora tenha produzido o materialismo de hoje, acabará por promover a evolução do ser humano e do Planeta.
No entanto, os ganhos materiais sempre trazem perdas espirituais; então o ser humano, tendo perdido o contato com os Mundos invisíveis e sua própria identidade como Filho de Deus, na maioria das vezes, se recusa a acreditar em seu Ser-Espírito básico e inato. Assim, sob a severidade das forças atuais, o ser humano não apenas se recusa a acreditar na Realidade Única do Espírito, mas também considera aqueles que o fazem como não muito sãos ou mentalmente maduros.
Ninguém pode ser um artista da Alma, a menos que esteja imbuído do ideal de Deus como “Três em Um”, a Santíssima Trindade que forma o propósito de poder primário de tudo o que já foi ou será. O ser humano que deseja manifestar sua magnitude como Filho de Deus na Terra deve meditar e trabalhar ainda mais, pois todo trabalho verdadeiro é adoração.
Examinar um horóscopo com esse conhecimento oculto de Deus e Sua força é ver seu reflexo na natividade e capacitar a pessoa a dar uma direção que sempre será pertinente e precisa. A totalidade e a substância do ser humano serão vistas e avaliadas primeiro como Espírito e depois como pessoa. O Astrólogo Rosacruz não vê a pessoa do início ao fim, não dando consideração à Alma e ao Espírito!
Quando o “artista da Alma” olha para um horóscopo, ele vê ali a Vida de Deus fluindo através dos Astros e do Zodíaco para informar o ser humano e transmitir a qualidade única daquele indivíduo. Essas forças fluidas, determinadas pelo momento em que ele respira pela primeira vez, individualizam o ser humano e convocam as experiências que ele precisa para progredir na escola da Vida Terrestre.
O horóscopo é simplesmente uma fotografia do Ego, conforme evoluiu ao longo de muitas vidas, com o passado influenciando diretamente o presente renascimento.
Pelo uso correto da Astrologia Rosacruz podemos aprender quais forças estão influenciando nossas vidas. Então, não precisamos mais ser guiados cegamente por elas; mas podemos lucrar com o destino que estamos colhendo de nossas próprias ações passadas e aprender mais prontamente as lições que a vida traz. Nosso propósito ao estudar a Astrologia Rosacruz é aprender a nos conhecer e, então, a transmutar nossas imperfeições inatas de hábito e temperamento, que são frutos de vidas passadas sob as forças Jeovísticas. O regime de Jeová, como governante planetário, terminou com a vinda de Cristo-Jesus, há mais de dois mil anos. Essa verdade deve ser transformada em conhecimento operacional na Mente do Estudante Rosacruz.
Devemos aprender a viver de tal maneira que venhamos a conhecer o ser humano em suas partes e como um Todo. É por isso que estudamos a Astrologia Rosacruz. Nenhuma visão completa da vida pode vir até que vejamos qual é a vida por trás da forma que atua e vive no plano da Terra.
O plano e o propósito da vida para o ser humano não são vistos até que as visões completas sejam usadas; essa é a síntese que compreende o pleno propósito da existência. O ser humano é, portanto, um ser múltiplo que deve aprender a conhecer seu próprio Espírito e realizar sua própria unificação.
Forças agora incidem sobre nosso Planeta através do raio uraniano para trazer uma facilidade crescente no estudo e aplicação da Astrologia Rosacruz, pois essa Ciência Divina é regida por Aquário; daí a grande agitação neste momento, em relação à Astrologia Rosacruz. O impulso para entender os mistérios do horóscopo crescerá aos trancos e barrancos nos próximos anos. Portanto, afirmamos repetidamente a verdade do plano e do propósito divinos e inerentes a esse estudo. Deve ser tomado como um estudo prático por aqueles que começaram a sentir a irrealidade e a ilusão do ser humano e da Mente pessoal, temporária e terrena.
O estudo e uso da Astrologia Rosacruz elevam o Ego até o Reino de Deus. Somente quando a pessoa percebe sua divindade intrínseca e se torna reverente é que há muito avanço real.
A estrutura, então, para o avanço no estudo da Astrologia Rosacruz é a pureza espiritual. Não devemos deixar de nos lembrar da potência da pureza. À medida que aprendemos a nos tornar “puros como Ele é puro” ocorrem grandes revelações sobre os mistérios do ser humano e de Deus; nenhuma pessoa possui verdadeira inteligência espiritual com visão de si mesma e do mundo, a menos que tenha aquela compreensão da Astrologia Rosacruz que é acompanhada pela mais elevada pureza. Aquele que cede ao meramente pessoal ou cujos ideais são materiais jamais penetrará nos mistérios da Alma e do Espírito do ser humano, concedidos a nós por esse conhecimento divino. A iminente descoberta positiva de que o ser humano é um Espírito trabalhando em um Corpo Denso ao qual está conectado pelo elo da Mente ajudará a reabilitar a humanidade. Esse trabalho traz a Tríplice Alma (Alma Consciente, Alma Intelectual, Alma Emocional) à existência. Na vida terrena devemos extrair essa Tríplice Alma, fruto do nosso trabalho (nós, o Ego) em nosso Tríplice Corpo. Uma nova orientação ao indivíduo só pode vir como resultado de uma nova educação através de um conhecimento da sua Alma que é autorrevelado. Não há meio mais seguro, mais sensato ou mais garantido para se chegar à estimativa da qualidade da Alma do que aquele proporcionado por um estudo da “escrita estelar”.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1978 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: No presente estágio da nossa evolução, a maior parte da humanidade está conectada aos seus corpos durante a vida terrena. Essas pessoas são colocadas em um ambiente restrito e limitado onde certas lições podem ser aprendidas somente nesses tipos de ambiente e, também, podem ser mais bem assimiladas que em qualquer outro ambiente em que fossem colocadas. Mas chega um momento em que o ser humano desenvolveu tão suficientemente o seu conhecimento, que o faz merecedor de um campo maior para suas atividades. Então, o corpo se torna um estorvo e uma prisão que, às vezes, é necessário deixá-lo e, sendo assim, os Irmãos Maiores o ensina a se libertar e a deixar, por conta própria e por livre e espontânea vontade, então o que se tornou um enredamento. E como os Irmãos Maiores foram ajudados, no passado, por seres mais avançados de outros Planetas, agora se tornaram capazes de ensinar os menos evoluídos da humanidade.
O objetivo de deixar o corpo é obter um conhecimento mais amplo. Mas, esse conhecimento é, em si, apenas um meio para obter um fim, ou seja, para ajudar os demais a progredirem. Assim, aqueles que são capazes de deixar seus corpos são conhecidos como Auxiliares Invisíveis. O trabalho deles é ajudar tanto os que chamamos de vivos quanto os que chamamos de mortos, de acordo com a habilidade de cada um deles.
(Pergunta nº 137 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
O pensamento pertence ao mais elevado poder do Espírito, que é a vontade. Portanto, à medida que os poderes potenciais da vontade se desenvolvem, assim também acontece com o poder do pensamento; e tempo virá em que o ser humano, por meio do poder de pensamento e da imaginação, será capaz de criar coisas por meio da palavra falada. Todas as coisas na natureza foram criadas por meio da Palavra de Deus, que se fez carne. O som (a música), ou pensamento falado, será a próxima força da humanidade em manifestação, uma força que fará da humanidade seres humanos criadores como Deus.
No entanto, esse passo para frente não pode ser realizado até que o desenvolvimento do ser humano na escola da vida o tenha preparado para usar esse enorme poder para o bem de todos, independentemente do interesse próprio. Portanto, é extremamente necessário que cada indivíduo aprenda, por si mesmo, como realizar esse desenvolvimento da maneira mais rápida e segura. O ser humano tem conhecimento do método, mas depende especificamente dele se colocará isso em prática ou não. Os poderes potenciais do ser humano, o Espírito, são: a Vontade, que é o poder de fazer, instigar a ação; Sabedoria, que é, conjuntamente, o poder de atração, coesão e união e Atividade, que é o poder da germinação, criação e desenvolvimento.
Um dos maiores auxiliares do Espírito, no desenvolvimento de seus poderes potenciais para a eficiência dinâmica, é a música, pois manifesta esses mesmos poderes de Deus em um estado aperfeiçoado. Seu poder da vontade está expresso na melodia, seu poder de Sabedoria está expresso na harmonia e seu poder de Atividade está expresso no ritmo. O poder do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com a Vontade, e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de sua vontade. O Espírito de Vida do ser humano está correlacionado com o Sabedoria e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de suas potencialidades de Sabedoria.
O poder do Espírito Humano do ser humano desenvolve sua habilidade para criar. O poder ou a Vontade do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com o Corpo Denso, e o poder do Espírito Humano está correlacionado com o Corpo de Desejos. Isso fornece três fontes diretas, das quais o Espírito obtém ajuda no desenvolvimento de seus poderes potenciais. Não há ajuda maior no desenvolvimento dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois ela é composta das três partes, que a correlacionam aos poderes potenciais do Espírito.
Não existe nenhuma ajuda maior no desabrochar dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois é composta das três partes que a correlacionam às potencialidades do Espírito. A boa música eleva a vibração de cada uma das fontes de desenvolvimento do Espírito, a saber, o Espírito Divino, o Espírito de Vida, o Espírito Humano e o elo da Mente que une o Espírito aos seus: Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos. O despertar da vibração dessas sete fontes de poder desenvolve os poderes do Espírito. No entanto, músicas discordantes abaixam sua vibração, cuja continuação resultará em perda de poder e desintegração dos quatro veículos inferiores.
Faremos um resumo do porquê e como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais do Espírito:
E, agora, um resumo do porquê e como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais de cada Corpo e da Mente:
Para cada um do Tríplice Espirito e do Triplice Corpo há os acordes de cada nota-chave. Vamos ver quais são esses acordes: o piano não é o resultado do esforço do ser humano para reproduzir os tons do seu próprio eu interior, mas é um produto da percepção do ser humano materializada na música e, consequentemente, é um instrumento puramente terrestre. Portanto, não é apenas um instrumento interessante, mas um instrumento valiosíssimo para aqueles verdadeiros músicos que são capazes de contatar a autêntica música do Mundo celestial, trazê-la à Terra e fazendo com que o ser humano produza um instrumento capaz de reproduzi-la. O piano é o instrumento que preenche quase todo o espectro de frequência, e é um dos únicos.
Ainda que todos os instrumentos mecânicos e o rádio sejam de grande utilidade, nunca substituirão o piano, para aqueles que aprenderam o valor dos acordes correlacionados ao desenvolvimento do Espírito e de todos os seus veículos. O teclado do piano apresenta para o executante suas 88 teclas (52 brancas e 36 pretas), que produzem 124 notas.
As teclas brancas produzem 52 (5+2) dos 124 (1+2+4) tons, e as teclas pretas produzem 72 (7+2) tons.
As notas são essas – e a frequência (em Hertz – Hz) de cada uma delas, considerando o padrão: Lá em 440 Hz:
Nove é o número da humanidade e sete (3+4) é o número dos três (3) poderes espirituais do ser humano (N.R: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), mais seus quatro (4) veículos – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.
Existem cinco (5) linhas na pauta musical e quatro (4) espaços – 5 + 4 = 9 – e temos outra vez o número da humanidade:
Existem sete notas na escala musical: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, que mudam de posição na pauta. Por exemplo, se a escala é Dó natural, o primeiro Dó é encontrado na linha acrescentada abaixo da pauta (isso na clave de Sol):
Se há um sustenido do Dó, ele deve ser indicado junto da nota, ou na armadura, logo depois da clave de Sol, no espaço entre a terceira e quarta linhas da pauta. Isto nos indicará que estamos no tom de Ré Maior (escala com dois sustenidos: Fá # e Dó #):
Se há um bemol – por exemplo: Sib – ele deve ser indicado logo depois da armadura da clave de Sol, na terceira linha da pauta. E teremos, então, o tom de Fá Maior, sendo que a nota Fá será escrita no primeiro espaço da pauta (entre a primeira e segunda linhas):
A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior) que tem cinco bemóis, a saber: Sol bemol, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior), que tem 3 bemóis, a saber: Lá bemol, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), que tem 6 sustenidos, a saber: Lá sustenido, Dó sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Câncer é Lá sustenido Maior, que tem 4 bemóis, a saber, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Leão é Si sustenido Maior, que tem 2 bemóis, a saber, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Virgem é Dó natural Maior e não tem sustenido ou bemol.
A nota-chave de Libra é Ré Maior, e tem 2 sustenidos, ou seja, Fá sustenido, Dó sustenido.
A nota-chave de Escorpião é Mi Maior e tem 4 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido e Ré sustenido.
A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem 1 bemol, a saber, Si bemol.
A nota-chave de Capricórnio é Sol Maior e tem 1 sustenido, a saber, Fá sustenido.
A nota-chave de Aquário é Lá Maior e tem 3 sustenidos, Fá sustenido, Dó sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Peixes é Si Maior, e tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido, Ré sustenido, Lá sustenido (Mi e Si são as únicas não sustenidos).
A música contém dentro de si os três grandes poderes primários de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade; e são esses poderes dinâmicos combinados que têm sido usados pelo Criador desde o início da manifestação.
São João, o grande revelador, cita que no princípio era o Verbo; e Max Heindel afirma que foi o majestoso ritmo da Palavra de Deus que transformou a substância primitiva, Arche, nas numerosas formas que compõem o mundo dos fenômenos; e além disso, que essa Palavra de Deus ainda soa para manter as órbitas em marcha e para impeli-las à frente em seus caminhos circulares; e que a Palavra Criadora continua a produzir formas de eficiência cada vez maiores como um meio de expressar a vida e a consciência. É a enunciação harmoniosa das sílabas consecutivas na Palavra Criadora Divina que marca os estágios sucessivos no desenvolvimento, tanto do mundo quanto do ser humano; e quando a última sílaba for soada e a Palavra completa pronunciada, a humanidade terá alcançado o grau mais próximo da perfeição, tanto quanto é possível no atual esquema de evolução.
Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, fato este conhecido por todos os estudantes ocultistas avançados. Eles percebem que os doze semitons na escala cromática estão correlacionados com os doze Signos do Zodíaco, e que as sete teclas brancas, ou tons inteiros, no teclado do piano estão correlacionados com os Sete Espíritos diante do Trono, comumente designados como: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano, que trabalham por meio das vibrações enviadas por eles mesmos. O ocultista avançado estabelece uma relação entre: os Signos do Zodíaco, a caixa de ressonância da harpa cósmica e os sete Planetas para com as cordas, cujos planetas emitem sons diferentes à medida que passam pelos vários Signos Zodiacais e, portanto, influenciam a humanidade de várias maneiras.
Um fato surpreendente, até desconhecido e não percebido, é que cada indivíduo é, em si mesmo, um instrumento musical, onde várias partes de sua composição total estão correlacionadas, através de tons vibratórios, aos Sete Espíritos diante do Trono e aos doze Signos do Zodíaco, todos os quais são guiados e dirigidos pelo Criador do nosso Sistema Solar. É por essa razão que a música é um fator de grande poder no desenvolvimento das potencialidades do ser humano. Sem isso, não poderia haver manifestação e, portanto, nenhum progresso. Aqui encontramos a razão oculta para a admoestação dos iluminados: “Homem, conhece a si mesmo”. Assim que cada indivíduo chegar à compreensão consciente de sua verdadeira natureza, ele possuirá a chave de todo o progresso futuro.
(trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Os Planetas giram ao redor do Sol ano após ano, século após século, com precisão invariável, mas eles têm alguma variação. Dentro do curso prescrito, cada um pode variar um certo número de graus no espaço e o mesmo acontece na vida do ser humano. Os grandes eventos, o nascimento e a morte, são incidentes inevitáveis na vida aqui de cada um de nós, vida que nunca acaba e nunca começa. Como Sir Edwin Arnold diz.
Nunca o Espírito nasceu,
Nunca o Espírito deixará de existir.
Nunca houve tempo em que não existisse.
Fim e começo são sonhos.
Sem nascimento e sem morte
Permanece o Espírito para sempre.
A morte não o tocou em coisa alguma.
Embora a casa pareça morta…
Não! Ele apenas deita
Seu manto gasto
E tomando um novo diz:
Este eu vou usar hoje!
Então coloca o Espírito
Sua vestimenta de carne
E principia a herdar
Outra residência.
Embora certos eventos devam acontecer a todos os seres humanos, há alguma variação na vida, um livre-arbítrio que podemos exercer a fim de moldar nossas vidas como desejamos e trabalhar o destino para nós mesmos à nossa própria maneira. Isso é bem afirmado, como podemos ver nos versos abaixo:
Um navio navega para o leste e outro, para o oeste,
Com o mesmo vento que sopra.
É o sistema de velas e não o vento,
Isso é o que determina o caminho que segue o navio.
Como os ventos do mar são os caminhos do destino
Enquanto viajamos pela vida,
É o ato da alma que determina o objetivo
E não a calma ou o conflito.
Existe um propósito geral na vida e somos guiados por um caminho amplo e determinado que é denominado Caminho da Evolução pelas Hierarquias Criadoras, também chamadas de Hierarquias Zodiacais. Temos a liberdade de escolher nossos cursos individuais nessa estrada larga e não é por acaso, portanto, que alguns de nós conhecem, estudam, vivenciam, desenvolvem-se e promovem os Ensinamentos Rosacruzes como preconizados pela Fraternidade Rosacruz. O Sol, pelo seu movimento de Precessão dos Equinócios, agora está se aproximando da cúspide de Aquário e uma Nova Era começará em breve. Novas características nas pessoas estão para aflorar em seus novos Renascimentos.
É nossa missão guiar o trabalho do mundo ao longo de caminhos novos e mais elevados — para promover novos ideais, para que possamos entrar na próxima espiral da evolução. Afinal, a Fraternidade Rosacruz é o arauto da Era de Aquário.
Na antiga Época Atlante, quando a Época Ária ainda não tinha chegada, Deus, por meio de Seus profetas, falou ao povo em quem viu certas qualidades que poderiam ser aproveitadas: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus e lhe darei uma terra onde transborda leite e mel; a sua semente será tão numerosa como as areias da praia”[1].
Essa chamada soa hoje, mas dentro do peito de cada indivíduo. Muitas pessoas estão elaborando seus destinos como desejado pelas Hierarquias Criadoras, pela atração causada pela ilusão do ouro que concebem ser uma recompensa por seu trabalho. Há um número crescente de pessoas, no entanto, cujo discernimento interior tornou claro para elas que trabalhar por uma recompensa material, na forma de ouro é loucura. Essas pessoas agora ouvem o chamado em seus corações: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus”. Embora ainda possam continuar a cumprir seus deveres no mundo, doravante não será por causa do ouro material, que eles sabem ser verdadeiramente inútil, mas por Deus, independentemente de uma recompensa material que esteja além das necessidades com as quais manter o corpo e a alma juntos. Assim, eles servem na “vinha do Cristo” e acumulam, quer pensem nisso ou não, uma recompensa espiritual, um tesouro no Céu que é maior do que o ouro terreno.
É com esse propósito que nos reunimos em Mount Ecclesia, na Fraternidade Rosacruz. Não estamos aqui para viver uma vida de ociosidade, sonhando, mas para preparar e endireitar o caminho da Era de Aquário, que está despontando no mundo. Para fazer isso com eficiência devemos trabalhar como uma unidade, em paz e harmonia.
Você já viu o cadinho em que um profissional derrete o metal, como por exemplo, o chumbo? Vários pedaços de chumbo são colocados no cadinho, mas gradualmente perdem sua forma distinta e separada para se fundir em uníssono com os outros, até que todos se tornem um. Ainda assim, há em cada peça alguma escória que não derrete nem é incorporada ao metal; é jogada para cima pelo calor e o profissional a remove até que o metal esteja limpo — tão claro que ele possa ver seu próprio rosto ali. Da mesma forma, na Fraternidade Rosacruz somos muitas formas distintas e separadas, cada uma com suas próprias características e idiossincrasias. Fomos jogados no caldeirão. Todos devem “afundar” sua Personalidade na causa comum, se quisermos ter sucesso em nosso trabalho de divulgação dos Ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e na preparação do caminho para a Nova Era. Pode não ser fácil para nenhum de nós esquecer-se de si mesmo, mas pelo calor e fricção que são gerados nesse processo de amálgama as arestas agudas são arredondadas e derretidas para que nos ajustemos a nossos irmãos e a nossas irmãs.
Adaptabilidade é a grande palavra de ordem; sem isso não podemos amalgamar; contudo, devemos esperar ser descartados como a escória do caldeirão; enquanto os nossos corações não forem perfeitamente purificados para que a face de Deus seja vista neles, Ele não poderá fazer o melhor uso de nós em Sua obra.
Portanto, que nos esforcemos dia a dia para trabalhar seriamente e honestamente na “vinha do Cristo”, onde quer que estejamos colocados, lembrando o grande e glorioso destino que está diante de nós. Vamos considerar todas as tribulações atuais como indignas de serem mencionadas. Embora possamos ser mal compreendidos pelos amados que estão próximos a nós e até ser desprezados por quem pensa unicamente em acumular o ouro que se deve largar às portas da morte, voltemos os nossos rostos para a meta do nosso chamado e trabalhemos fielmente pelos tesouros espirituais, que perduram para sempre.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de April/1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Gn 24:6
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
Para acessá-lo (formatado e com as figuras) com as seguintes atividades que desenvolvemos em agosto:
CLIQUE AQUI – ECOS nº 63 – Setembro de 2021
Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras):
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.
De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) na prevenção do avanço da pandemia de corona vírus (Covid 19), as atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Agosto/2021:
SETEMBRO – Começando no Equinócio de Setembro, a radiação dourada de Cristo vai sendo derramada sobre a Terra
Em setembro o Senhor Bendito Cristo sai da glória dos Mundos celestes mais elevados e começa a sua descida para os planos físicos. Durante todo o mês a terna e anelante beleza da natureza é diferente de todos os outros momentos, porque Cristo está se aproximando da Terra, como uma galinha que acolhe seus pintinhos, com a mesma dor amorosa que sentiu quando chorou por Jerusalém, há muitos anos atrás. Ele verteu aquelas lágrimas porque sabia do longo tempo de dor e de sofrimento que a humanidade havia de viver por ter buscado a escuridão ao invés de buscar a luz. Seu imenso coração se angustiou pelas nuvens obscuras que cobririam Jerusalém, o verdadeiro coração do Planeta, ao que se havia dedicado a servir e sobre o que estava derramando todo Seu imenso amor.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. X – Períodos de Repouso entre Revoluções e a Quarta Revolução do Período Terrestre
Quando a Onda de Vida completa sete voltas em torno dos sete Globos de um Período, segue-se uma Noite Cósmica de atividades e assimilação.
Como a noite de sono entre dois dias da vida humana e o intervalo de repouso entre duas vidas terrestres, esta Noite Cósmica, de intensa atividade, não é um tempo de inatividade, mas sim uma fase de preparação para as atividades a serem desenvolvidas no próximo Período.
Quando chega a Noite Cósmica, todas as coisas manifestadas transformam-se numa massa homogênea. O Cosmos converte-se novamente em Caos. Esse retorno periódico da matéria à substância primordial, habilita o espírito a evoluir.
Se o processo cristalizante de manifestação ativa continuasse indefinidamente, ofereceria um insuperável obstáculo ao progresso do espírito. Então, durante a Noite Cósmica, o espírito, retira-se para recuperar a energia já exaurida.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – Gênese e Evolução do Nosso Sistema Solar – Caos
Matéria é o espaço ou Espírito cristalizado.
Espaço é Espírito em atenuada forma. Portanto, Caos é tudo que atualmente nos rodeia. Tudo é Espírito: a nebulosa ígnea, a atmosfera que nos rodeia e o espaço entre Mundos.
Similar a eclosão de um ovo. O ovo é cheio de um fluido moderadamente viscoso. Submetido esse fluido ao calor, à incubação, dessa substância fluídica e branda, sai um pintinho vivo, com ossos duros e carne, relativamente, dura, coberto de peninhas, até certo ponto, rígidas, etc.
O Espírito é ativo em todo tempo: na Manifestação – como Espírito cristalizado, e durante o Caos – como forma atenuada.
A Forma é a manifestação negativa do Espírito, cristalizado e inerte.
O polo positivo manifesta-se como Vida que galvaniza a forma negativa e a leva à ação.
Porque no progresso, as formas velhas, que já prestaram sua utilidade, são dissolvidas constantemente no Caos, e dão nascimento, continuamente, a novas formas. Portanto, existe um intercâmbio constante entre a Forma dissolvendo-se em Espaço e o Espaço cristalizando-se em Forma.
Sem esse constante movimento, a obra da evolução cessaria e a estagnação impediria toda possibilidade de desenvolvimento.
Através do estreito contato com os seres mais altamente desenvolvidos; as classes que alcançaram pouco desenvolvimento durante a manifestação experimentam e beneficiam-se de uma vibração superior à sua.
Isto lhes permite reviver e assimilar as passadas experiências, o que era impossível enquanto estavam limitadas pela forma.
O ocultismo científico afirma que sim. Ou seja, podem existir Formas não perceptíveis aos nossos atuais sentidos limitados, e não sujeitas a nenhuma das leis que regem o estado atual e concreto da matéria.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – Gênese e Evolução do Nosso Sistema Solar – Nascimento dos Planetas
O cérebro é o órgão físico da Mente, que é o espelho no qual o Tríplice Espírito se reflete no Tríplice Corpo.
É o ponto focal entre o Tríplice Espírito (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) e o Tríplice Corpo (Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso).
A evolução dos Espíritos Virginais.
A evolução de todos os Espíritos Virginais deveria acontecer dentro de uma única esfera, no caso o Sol. Isso se todos seguissem a caminhar juntos, sem ter os chamados Atrasados, os que se negaram, e os que não quiseram acompanhar essa evolução, incluindo muitos de nós!
Os Planetas surgem, então, dentro do sistema Solar com o propósito de dar uma segunda chance para esses Espíritos Virginais que não estavam acompanhando a evolução, a continuarem evoluindo em ambientes adequados para o seu crescimento. Seria como se nos fosse dada uma segunda chance.
No final da Época Hiperbórea, assim criando uma nova oportunidade para as classes de Espíritos Virginais do Período de Saturno, Lunar, Solar e Terrestre. Quando ocorre a cristalização, a parte solidificada é arrojada ao espaço.
O Preto representa o ‘Caos’ de onde tudo vem, ou seja, o Deus Supremo do 1° Plano Cósmico.
O Branco representa o Deus do 7° Plano Cósmico (do nosso Sistema Solar). O branco surge de um fundo preto, o branco é uma síntese, contém em si todas as cores, tal como Deus contém em Si todas as coisas do Sistema Solar. Representa o Deus do 7° plano cósmico.
Dentro do Triângulo branco há três círculos: Azul, Vermelho e Amarelo, representam os três atributos do Deus do nosso Sistema Solar, Pai, Filho e Espírito Santo.
Todas as demais cores são combinações dessas cores primárias. Quando essas três cores se mesclam, surge mais 4 cores, que juntamente com as 3 cores primárias representam os 7 Espíritos diante do Trono.
Os Planetas giram em torno do Sol e a Lua gira em torno do Planeta de onde ela derivou.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XII – A Evolução da Terra – A Época Polar
Atualmente, diferentes partes do Sol rotacionam em velocidades diferentes: Nos polos, o Sol dá 1 volta em aproximadamente 38 dias. No equador, o Sol dá 1 volta em aproximadamente 24 dias.
Resultando em uma média de 27 dias.
Não. Construímos o primeiro Corpo que se tornaria o nosso Corpo Denso de forma inconsciente, mas dirigido de fora por Seres Espirituais, no caso os Senhores da Forma. Fomos aprendendo a construir de dentro para fora esse nosso primeiro Corpo, órgão a órgão, tecido a tecido.
Toda a nossa atenção e a nossa consciência estavam voltadas para dentro. Nada sabíamos do nosso exterior, nem do que havia ao nosso redor.
O nível de consciência do ser humano nesta época era semelhante ao estado de transe profundo.
Éramos criaturas imensas, saciformes (em forma de saco) e gelatinosas.
Quando a Terra surgiu do Caos, no começo do Período Terrestre, estava na etapa vermelho-escuro que conhecemos como a Época Polar.
Comparando os diferentes dias da criação com as Épocas, o primeiro dia da criação – escuro e sem forma, corresponde à Época Polar. O ser humano era, ainda, semelhante ao mineral.
Nessa ocasião a humanidade evoluiu primeiramente em um Corpo Denso, cujo germe havia sido dado pelos Senhores da Chama, na Primeira Revolução do Período de Saturno. Não era, evidentemente, como o nosso corpo atual.
Assim a Época Polar na Bíblia está relacionada com a figura simbólica de “Adão – formado de barro”.
Durante o desenvolvimento intrauterino. Nesse estado, nosso organismo se desenvolve em forma esférica porque, durante a Involução, as nossas energias eram dirigidas para dentro, para a construção dos nossos veículos, assim como o embrião se desenvolve dentro da esfera do útero.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XII – A Evolução da Terra – A Época Hiperbórea
Apesar de toda a ajuda, nós nos cristalizamos demais (demorávamos demais para aprender as lições evolutivas). Essa nossa deficiência atrapalhava a evolução dos outros Seres que também têm o Sol como Campo de Evolução, e por outro lado, o estado incandescente do Sol nos atrapalhava; precisávamos de vibrações mais lentas. Então fomos arrojados do Sol.
Os Senhores da Sabedoria dominam o material da Região Etérica, de onde veio o germe do Corpo Vital.
Os Anjos durante o Período de Saturno e Solar estavam trabalhando para alcançar o domínio e conquistar a Região Etérica Mundo Físico. Assim, como já haviam aprendido tudo sobre a Região Etérica, inclusive com grande ajuda dos Senhores da Sabedoria, eles estavam aptos a nos ajudar.
A cristalização sempre começa no polo de um Planeta onde o movimento é lento. A parte solidificada gradualmente atua do centro para a periferia, em direção ao Equador, obedecendo à força centrífuga. Se esta força é mais forte que a tendência coerciva, a massa solidificada é arrojada ao espaço.
Nessa Época éramos hermafroditas (não havia divisão de sexos) e praticávamos uma espécie de propagação assexuada, algo parecido com a cissiparidade. Dividíamos os nossos Corpos Denso e Vital em 2 metades: cada parte era da metade do tamanho dos Corpos originais. Essas metades cresciam até adquirir o tamanho dos Corpos originais.
Alguns Artigos publicados nas redes sociais no mês de Agosto:
Transfiguração
Durante a Transfiguração, Cristo apareceu em toda a sua resplandecente glória de Seu Corpo arcangélico à vista de Seus Discípulos, que eram já capazes de elevar sua consciência até o ponto de poder percebê-lo: São Tiago Maior, São Pedro e São João.
Quando o Aspirante à vida superior, o candidato, alcança esse ponto do Caminho da Santidade, já alcançou o equilíbrio entre as duas polaridades.
Com essa etapa chega o completo florescimento dos órgãos espirituais da cabeça, do Corpo Pituitário e da Glândula Pineal. (*) Gravura: Matthieu (17, 1-6) – La Transfiguration de Gustave Doré – 1874
Esses dois órgãos são, então, as luminosas lâmpadas do Corpo-Templo.
A Glândula Pineal coroa a coluna de fogo masculina, a coluna de José; a Glândula Pituitária (ou Corpo Pituitário) coroa a coluna feminina, ou de água, a coluna de Maria.
Quando a luz que emana dessas duas glândulas se unem no terceiro ventrículo, que se encontra entre ambas, esse ponto da cabeça se converte em um verdadeiro presépio de luz, ponto focal da atividade do princípio Crístico da vida do candidato.
A primeiríssima manifestação desse princípio ocorre, como já se falou antes, no Grau do Nascimento Sagrado.
No Grau da Transfiguração esse divino princípio Crístico criador se multiplica por mil em sua potência.
A luz que se expande, mais além da periferia da cabeça, forma o halo radiante dos Santos.
Gradualmente, esse halo se estende até que envolve o Corpo inteiro e forma o que se denomina “o dourado vestido de bodas”, o Corpo-Alma.
A criação desse Corpo-Alma luminoso é o requisito necessário para se ter acesso aos graus superiores dos Mistérios.
Uma das evidências do Discipulado avançado consiste na faculdade de entrar, instantaneamente, em contato com o Cristo, à margem do tempo e do espaço.
Se quiser se aprofundar mais sobre a significância da Transfiguração do Senhor, clique aqui: https://www.facebook.com/fraternidaderosacruz/posts/3753711511308714
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Quando morremos aqui, nascemos nos Mundos espirituais
Só que enquanto mantiver desejos relacionados com a vida terrestre recém-finda, permanecemos vivendo no nosso Corpo de Desejos (que assume, então, exatamente a mesma forma do nosso Corpo Denso).
Como o nosso progresso requer a passagem às regiões superiores, a existência no Mundo do Desejo deve ser forçosamente purgadora, tendendo a nos purificar dos nossos constrangedores desejos.
O modo como isso se efetua pode ser bem compreendido através de alguns exemplos radicais:
Note bem: não há nenhuma deidade vingativa que tenha criado o Purgatório ou inferno para nós, mas sim que fomos nós próprios que os criamos com nossos maus atos e hábitos.
Da intensidade dos nossos desejos depende o tempo e o sofrimento necessários para a sua expurgação.
Na Fraternidade Rosacruz, o Estudante Rosacruz executa exercícios esotéricos para abreviar ao máximo sua existência no Mundo do Desejo, depois da sua morte, a fim de o mais rápido possível passar para o Mundo celeste.
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Estudamos na Fraternidade Rosacruz que os nossos irmãos menores, a Onda de Vida Animal, nesse seu momento de evolução alcançou somente o Mundo do Desejo.
Não se desenvolveu ainda até o ponto de poder “entrar” em um Corpo Denso. Portanto, o animal não tem espírito interno individual, mas um Espírito-Grupo que o dirige de fora.
O animal tem o Corpo Denso, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, mas o Espírito-Grupo que o dirige encontra-se fora.
O Corpo Vital e o Corpo de Desejos do animal não estão completamente dentro do Corpo Denso, especialmente no que concerne à cabeça. Por exemplo, a cabeça etérica de um cavalo sobressai muito além e acima da cabeça densa.
Vamos ver a diferença entre nós, com o nosso espírito individual interno, e o nosso irmão menor, o animal, com seu Espírito-Grupo.
Para entendermos como o Espírito-Grupo de uma espécie animal trabalha, imaginemos um quarto dividido ao meio por uma cortina, um lado representando o Mundo do Desejo e o outro o Mundo Físico.
Dois seres humanos, um em cada divisão, não podem ver-se mutuamente.
Mas na cortina há dez furos pequenos e o ser humano que se encontra na divisão que representa o Mundo do Desejo, pode meter seus dez dedos por esses furos para o outro lado que representa o Mundo Físico. Isto pode dar uma excelente representação do Espírito-Grupo que está no Mundo do Desejo.
Os dedos representam os animais pertencentes a uma espécie.
Pode movê-los a seu gosto, mas não pode empregá-los tão livre e tão inteligentemente quanto o ser humano que se encontra na divisão física pode mover seu corpo.
Este último vê os dedos que atravessam a cortina e observa que todos se movem, mas não pode ver a relação que existe entre eles. Para ele todos parecem separados e distintos uns dos outros.
Não pode ver que são os dedos do ser humano que, atrás da cortina, governa seus movimentos com sua inteligência.
Se fere um destes dedos, não é ferido somente o dedo, mas principalmente o ser humano que está por trás da cortina.
Se um animal é ferido este sofre, mas não tanto quanto o Espírito-Grupo.
O dedo, não tendo consciência individualizada, move-se conforme a vontade do ser humano assim como os animais se move sob os ditames do Espírito-Grupo.
Ouve-se falar de “instinto animal” e de “instinto cego”.
Não existe essa coisa indefinida e vaga como instinto “cego”.
Não há nada “cego” na maneira como o Espírito-Grupo guia seus membros, mas há isto sim, Sabedoria escrita com maiúscula.
É o Espírito-Grupo que reúne os bandos de aves no outono e os impele a emigrar para o sul, nem demasiado cedo nem demasiado tarde, para escapar ao sopro gelado do inverno.
E é ele ainda quem os dirige de volta, na primavera, fazendo-os voar à altura adequada, altura que difere segundo as diferentes espécies.
O Espírito-Grupo do castor ensina-o a construir represas que cruzam a corrente no ângulo exatamente apropriado, considerando a velocidade da corrente e todas as demais circunstâncias, precisamente como faria um engenheiro experimentado, e demonstrando que está tão atualizado sobre cada particularidade do seu ofício quanto qualquer indivíduo tecnicamente preparado em universidade.
É a sabedoria do Espírito-Grupo que dirige a construção da célula hexagonal da colmeia com tanta exatidão geométrica; que ensina o caracol a construir e formar sua casa em perfeita e bela espiral; que ensina o molusco do oceano a arte de decorar sua concha iridescente.
Sabedoria, sabedoria por toda parte! Tão grande, tão imensa, que o observador atento não pode deixar de sentir-se pleno de admiração e reverência.
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A sombra da Cruz: qual o tamanho da sua?
A cruz é o símbolo oculto da vida humana em sua relação com as correntes vitais. O madeiro vertical superior representa o ser humano, que recebe a energia solar verticalmente e a força crística do interior da Terra. O madeiro horizontal configura o corpo animal, por cuja espinha dorsal perpassam as correntes circulantes pelo nosso planeta. O madeiro vertical inferior simboliza o Reino Vegetal.
A CRUZ representa o conflito entre as duas naturezas aludidas por São Pedro, quando disse (IPd 2:1): “eu vos rogo que vos abstenhais dos desejos carnais que lutam contra a alma”. Sob tal ponto de vista, são muito significativas as palavras de Cristo: “Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”.
É comum ouvir falar de sofrimentos, de alguma limitação física ou alguma dura experiência como uma “CRUZ” que se carrega. Em certo sentido, a comparação é exata, se a aflição é causada por outrem. Como exemplo, podemos citar o sofrimento do Cristo pela humanidade, seu confinamento a um mundo de baixa vibração, como o nosso, onde é o seu Regente.
Que comparação podemos estabelecer entre essa limitação do Mestre e os nossos pesares, por grandes que sejam? No entanto, recebemos nossa cruz em proporção às nossas forças. Mas, a cruz que tomamos após Cristo, é a mesma vida terrestre que Lhe dedicamos no serviço desinteressado aos nossos semelhantes.
A enfermidade pode nos deixar preocupados; porém se constitui uma parte de nossa cruz, chega a se converter em benção, até a saúde da alma se refletir no Corpo Denso.
Nestes conturbados dias, quem serão aqueles que tomarão a sua cruz e seguirão o Mestre amado?
Assuntos veiculados na Mídia visto pelos olhos dos Ensinamentos Rosacruzes
Artigo: SOM
A ciência diz que os sons podem mudar a maneira como pensamos. Por que o som? Para provar isso ela estuda os sons das palavras faladas ou até de letras. Sabemos que não é bem assim, e que os Ensinamentos Rosacruzes nos mostram porque o som é o que melhor temos a capacidade de captar. Por que e o que garante essa afirmação? Veja o que a ciência está fazendo para provar isso nesse texto e baseie-se nele para a sua interpretação: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-57155268
O SOM nos remete ao nosso verdadeiro Lar – O Segundo Céu – o Mundo do som e da Música. É um Mundo onde também há cor; quando se toca certa nota, desperta simultaneamente a cor correspondente. A música, por ser do Mundo Celeste, é sutil e traz à alma lembranças agradáveis da verdadeira Pátria do Espírito.
Uma boa música deve conter: melodia, harmonia e ritmo elevados.
As três divisões primárias da música – melodia, harmonia e ritmo – estão correlacionadas com os três poderes primários de Deus: Vontade, Amor-sabedoria e Atividade (livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução).
A correlação da Música com o Deus Solar:
1 – Melodia Pai Vontade Inteligência
2 – Harmonia Cristo Amor Sentimento
3 – Ritmo Jeová Atividade Movimento
Pitágoras, considerado um dos maiores videntes, dizia a seus alunos que a LIRA era o símbolo secreto da estrutura humana, que o corpo dela representava a forma física, enquanto as cordas, os nervos e o músico, que a tocava, representavam o Espírito do ser humano.
Platão, grande filósofo grego e estudante dos Mistérios, sustentou que a música deveria inculcar o amor por tudo que é nobre, e aversão por tudo que é mesquinho, degradante e baixo, e que nada poderia influenciar mais fortemente o íntimo do ser humano do que a melodia e o ritmo.
Lembrando que o Segundo Céu – verdadeiro Lar do Ego – se encontra na Região do Pensamento Concreto.
No Segundo Céu o Ego tem a mais intensa e importante atividade; lá também estão todos os Arquétipos. O Ego ali assimila os frutos da última vida terrestre e, também, prepara condições terrenas (fauna, flora, etc.). Considerado um “Paraíso”, o Segundo Céu é um lugar de doação, do verdadeiro serviço desinteressado.
Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes.
Resposta: O “nascer de novo” sempre está relacionado com a obtenção de cada Iniciação, seja uma das 9 Menores ou uma da 4 Maiores. Agora…para VER o Reino de Deus, aí está relacionado especificamente com a 5ª Iniciação Menor.
Já o “nascer da Água” era o conceito relacionado com somente as Iniciações Menores antes da vinda do Cristo. Isso porque o único método possível a empregar, utilizava a água como o meio para que o Candidato à Iniciação entrasse em um estado apropriado para tal. E, aqui, também, para VER o Reino de Deus, aí estava relacionado especificamente com a 5ª Iniciação Menor. Veja: após a vinda do Cristo, para as pessoas que buscam o Caminho da Iniciação frequentando uma Escola Preparatória dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, cristã, como a Fraternidade Rosacruz, o método utilizado é o primeiro, onde a água não é mais necessária.
Resposta: Estamos já na fase da nova Dispensação, a Cristã. A antiga Dispensação nos foi fornecida antes de Cristo, portanto, são ensinamentos pré-cristãos. Assim, priorize os estudos da nova Dispensação, muito bem fornecida pelo Novo Testamento da Bíblia. Sob a antiga Dispensação a única coisa que vale a pena estudar, a fim de você descobrir que lições ainda você tem que aprender, e que foi nos fornecida naqueles tempos, é o Antigo Testamento da Bíblia. Ele nos fortalece em relação ao que ainda precisamos aprender, nos reforça naquilo que já aprendemos e nos orienta e como aproveitar melhor a nova Dispensação. Dado o nosso tempo limitado para se dedicar à parte espiritual, priorize os estudos sobre a nova Dispensação, para estar alinhado aos ensinamentos Cristãos.
Resposta: A questão de expressar o sexo aqui, quando renascido no Mundo Físico, sempre causará vários problemas enquanto não nos regenerarmos nessa questão, ou seja, enquanto não pagarmos todas as dívidas geradas por abuso, orgias, estupros, gastos da força sexual, magia negra e outras maneiras de mau uso da força sexual criadora.
Um desses problemas (diga-se que sempre existiu, mas muitas vezes enrustidos ou até permitido abertamente pela chamada “sociedade da época”) é a questão do travesti (um homossexual) tanto para o homem, como para a mulher. De qualquer forma a causa advém do apego excessivo ao sexo em vidas passadas (não necessariamente na última) quando hoje, o Ego, renascido como homem, tinha renascido como mulher. E como tal usou e abusou da força sexual criadora utilizando de todo o poder sexual feminino. Vem nessa vida com a tentação de continuar utilizando (perceba: infelizmente a maioria dos nossos irmãos e irmãs homossexuais adoram “fazer sexo”) tais atributos como meio de sedução para gastar a força sexual criadora. Se cai na tentação se transforma em travesti, ou mesmo homossexual onde poderá se entregar às atividades femininas e, principalmente, gastar a força sexual criadora (lembrando que há exceções: muitos dos nossos irmãos e irmãs que vem com essa lição a aprender – tentação em reviver o sexo oposto que veio renascido nessa vida – resiste à tentação e, apesar de trejeitos e até gostos mais específicos do sexo oposto, não cai na tentação de se “transformar” e de, principalmente, gastar a força sexual criadora). Entendamos isso como mais uma lição a aprender. Se aprende, o ensino é suspenso. Se não aprende, a tentação o (a) acompanhará vida após vida, até resgatar a dívida.
Resposta: O Mundo do Desejo é o Corpo de Desejos planetário, ou o Corpo de Desejos da Terra. Do momento do nascimento até próximo dos 14 anos, os desejos, sentimentos e emoções de um ser humano advém do Corpo de Desejos planetário. Por isso que as emoções das crianças são de pequena duração e superficiais. Próximo aos catorzes anos, o Corpo de Desejos individual nasce da matriz do Corpo de Desejos macrocósmico, ficando então livre para trabalhar no seu Corpo Denso. O crescimento excessivo é controlado e a força, até aí utilizada para tal propósito, pode ser agora empregada na propagação, no florescimento e na frutificação da planta humana. Por isso o nascimento do Corpo de Desejos pessoal marca o período da puberdade. Daí em diante começa a atração pelo sexo oposto, especialmente desenfreada, e ativa nesse terceiro período setenário da vida – de catorze aos vinte e um anos – por não ter nascido, ainda, a Mente refreadora. Veja mais sobre isso no livro O Corpo de Desejos, aqui: https://fraternidaderosacruz.com/livro-o-corpo-de-desejos-max-heindel/
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:
Setembro: 01, 08, 15, 21, 29
Então Ele lhe disse: “Filha, a sua fé a curou! Vá em paz e fique livre do seu sofrimento”.
(Mc 5:34)