Para aqueles que choram pela morte de alguém querido, há o mais rico conforto sob a luz da nossa Filosofia Rosacruz.
Para aqueles que choram a ida do amor, enquanto a forma ainda permanece dotada de vida, pouco pode ser dito em termos de conforto. E, no entanto, os corações tristes precisam desse pouco.
Para aqueles que estão sofrendo essa morte em vida, uma época importante em seu desenvolvimento talvez tenha sido alcançada. Se não for uma dívida com a Lei da Consequência, marca uma oportunidade de crescimento.
Pode ser reconfortante saber que, à medida que a poderosa maré da evolução avança, todas as formas de experiência devem ser alcançadas e todas as formas devem passar. A vida nos arrasta. Nós seguramos nossos ídolos em um momento e no outro eles estão quebrados diante de nossos olhos. O tipo de amor pode ser elevado. Pode ser aquele entre mãe e filho, mas é apenas um tipo e deve dar lugar ao maior — o universal e espiritual: o amor Crístico. Se nosso estágio de desenvolvimento exigir, a forma precisa ser quebrada para que o mais elevado possa evoluir.
Este é o significado oculto de nossas tristezas e tragédias. Nós agarramos uma coisa porque a amamos. E porque amamos egoisticamente — ela deve ir embora. Não pode haver espaço para egoísmo no Reino superior — no Mundo permanente do Espírito. Quando nos individualizamos completamente, quando desenvolvemos ao máximo todos os nossos poderes, até mesmo o poder de amar, devemos fundir o “eu inferior” no “Eu superior”. Devemos perder, ou transmutar, a Personalidade e tudo que pertence a ela. Não podemos levar a Personalidade para o Céu. Isso é um acréscimo incidental ao nosso progresso pelo Mundo Físico. Ela deve ser depositada no Altar do Sacrifício, antes que possamos verdadeiramente evoluir.
É difícil para o coração morrer, mas é necessário em algum estágio do nosso progresso. Como toda evolução, deve ser uma sequência natural do nosso desenvolvimento, não uma condição forçada. Não podemos apressar nem impedir, sem perigo para nós mesmos. Até que alcancemos o ponto em que a Personalidade deva ser transmutada, devemos desenvolvê-la. Quando a emoção, o desejo e sentimento tiverem servidos a todos os seus propósitos, a Personalidade deverá ser transmutada em energia espiritual.
Quando o ponto for alcançado, onde a Personalidade deve ser rendida, todas as experiências da vida indicarão a crise. Nós buscaremos em vão por amor, mas encontraremos olhares estranhos. Os corações de nossos amados se afastarão de nós e não responderão ao nosso clamor selvagem por uma resposta simpática. Nós nos sentiremos completamente sozinhos, no sentido mais profundo. Nós nos sentiremos caminhando por desertos cuja solidão pressiona com silenciosa consternação o coração. Não importa o quão dignos possamos ser pelo poder de uma devoção pura e altruísta, não poderemos mantê-la. Nossa crise chegou. Para nós, a hora chegou. Somos chamados a outro passo ascendente, um Plano mais elevado. O coração deve ser colocado em sacrifício aos pés do Senhor, que nos chama para cima.
Com a Personalidade em dissolução, um tipo superior de vida surgirá. Um novo significado será dado à vida. A morte é difícil — difícil mesmo. O “eu inferior” acumula muito para si em sua vida em evolução e nossas emoções, nossos desejos e sentimentos são tão fortes e tão insistentes nesta crise. Estes têm um passado tão longo atrás da Personalidade durante o qual juntaram força e poder. Nossas emoções, nossos desejos e sentimentos colorem todos os nossos pensamentos de modo que na hora da sua dissolução parecem nos levar com elas. Quando as dores da morte do coração e sua vida emocional são sentidas, o próprio Universo parece se dissolver. Aparentemente, nada resta. Um silêncio desolador prevalece. O próprio pensamento parece impotente. Não podemos imaginar que viveremos novamente.
Este é outro teste, outra oportunidade. Se reconhecermos a sua significância e valor, daremos outro passo em direção ao centro infinito da vida e da luz. As afeições e emoções devem ser todas transmutadas em força espiritual que irradiará de agora em diante para todos, dentro do nosso círculo de influência. A morte do “pessoal e do separado” será o nascimento do “espiritual e do divino”.
Às vezes, pensamos nisso de maneira vaga e metafísica, e isso não oferece conforto algum. Devemos perceber que a vida é uma série de progressões ordenadas. Até certo ponto, a natureza emocional deve ter seu jogo. Ela deve se entrelaçar com o físico de tal forma que a experiência seja o resultado. Isso é necessário para o desenvolvimento completo da nossa Alma. Mas em sua progressão ordenada a vida se desdobra, floresce, carrega sua plena fruição de experiência e, então, passa para o próximo estágio.
Quando o coração tiver tido sua medida completa de experiência — quando o amor tiver dado todos os seus frutos perfeitos ao longo de cada avenida de desenvolvimento – ele deverá passar seus tesouros acumulados para o rico depósito da vida espiritual e superior. Fazer isso implica sofrimento, tristeza. Nenhum progresso é possível para a Humanidade do Planeta Terra sem isso.
Talvez a tristeza trágica e culminante possa vir no anoitecer da vida, quando a necessidade de amor e simpatia é mais forte. O coração pode clamar em vão pelo antigo amor e pela antiga fé, pela antiga e doce companhia, pelos queridos laços humanos, pelos “outros dias”. Se for sábio, cessará seu esforço e voltará os olhos para dentro, para o divino centro da vida. Lá, encontrará o verdadeiro significado da vida. Lerá o enigma com uma nova visão. Verá que o “eu inferior” não é eterno, mas apenas uma prisão para nós e deve se dissolver antes que a vida real possa se expressar.
Lamentar um amigo ou uma amiga que morre é prejudicial a esse amigo ou a essa amiga. Lamentar um amigo ou uma amiga que morre em vida — ficar desconsolado com a crucificação do coração é prejudicial ao progresso do Eu superior. Somente aqueles para quem a visão mais ampla da vida ainda não se desdobrou podem se entregar ao luxo de lamentar assim.
Para aqueles cuja visão varre os distantes Mundos espirituais e que contam em milênios, todas essas tristezas e provações aparecem em sua verdadeira perspectiva e são parte do progresso eterno da vida.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio/1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: O que determina a conformação da substância química do Mundo Físico, na múltipla variedade de formas observadas ao nosso redor, é o Espírito Universal manifestando-se no Mundo visível como quatro grandes correntes de vida, em diferentes estágios evolutivos.
Este quádruplo impulso espiritual molda a matéria química da Terra nas variadas formas dos quatro Reinos de Vida: mineral, vegetal, animal e humano.
Quando uma forma serviu de veículo de expressão a alguma corrente de vida, as forças químicas desintegram-na, devolvendo-a ao seu estado primitivo, tornando-a aproveitável na construção de novas formas.
O Espírito ou vida que molda a forma, como uma expressão de si mesmo, é um estranho para a matéria, assim como pedreiro constitui algo à parte, independente, da casa que constrói.
Como todas as formas do mineral, vegetal, animal e a forma humana são químicas, elas devem, logicamente, estar como mortas e isentas de sensibilidade ou sentimento (como matéria química neste estado primitivo). Alguns cientistas sustentam haver sensibilidade em todo o tecido vivo ou morto, seja qualquer Reino de Vida a que pertença. Incluem igualmente as substâncias normalmente classificadas como minerais nesta afirmação. Nem todos os cientistas afirmam isso. Outra classe de cientistas afirma não haver sensibilidade no Corpo Denso, exceto no cérebro. Sustentam que é o cérebro e não o dedo que sente a dor quando o último sofre uma lesão. Cada um é parcialmente correto. Depende do que entendemos por sensibilidade. Se a configuramos como uma simples resposta a um impacto, semelhantemente ao pique de uma bola de borracha atirada ao chão, certamente é admissível atribuir sensibilidade ao mineral, vegetal e ao tecido animal. Seria absurdo, porém, atribuir sentimentos tais como prazer e sofrimento, amor e ódio, alegria e tristeza, às formas inferiores de vida.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz setembro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Com o Solstício de Junho, Cristo passa aos mais elevados planos espirituais da esfera terrestre que, biblicamente, se descrevem como “o Trono do Pai”.
Aqui Cristo se converte em um canal para o derramamento das forças das Doze Hierarquias Zodiacais, incluindo os Serafins, Querubins e Senhores da Chama. No Solstício de Junho, cada átomo da Terra fica impregnado da luz-glória desse divino poder espiritual.
Isso Cristo faz depois de ter trabalhado na e com o Planeta Terra (e, portanto, com todos os seres que evoluem nesse Campo de Evolução) desde o Equinócio de Setembro até o Equinócio de Março ou o período entre o Domingo de Páscoa e o Domingo de Pentecostes. Esse é o ritmo redentor do Cristo Cósmico. Esse é o Seu trabalho com a gente, desde a Sua vinda ao nosso Planeta por meio dos Corpos de Jesus (quando se converteu, depois, no Regente da Terra), e assim continuará até que a gente alcance um ponto em que sejamos capazes de nos encarregar, nós mesmos, do trabalho da redenção coletiva, sem a necessidade de Sua ajuda imediata.
Lembrando que no Equinócio de Setembro, a radiação dourada de Cristo, que vai sendo derramada sobre a Terra, gradualmente penetra nas suas capas atmosféricas e, logo, o globo terreno inteiro até que, no Solstício de Dezembro, alcança o seu coração. Durante os seis meses de junho à dezembro se movem ao longo do arco descendente; durante os seis meses de janeiro à junho, que culminarão no Solstício de Junho, se elevarão ao longo do arco ascendente.
No Solstício de Junho os Anjos e Arcanjos celebram as festividades. A beleza, o esplendor e o poder espiritual que impregnam, tanto o céu como a Terra, nessa elevada época, não podem se descrever adequadamente pela linguagem humana, mas está além do que pode se ver pela visão humana.
A estação do Natal se celebra universalmente, mas a festa do Solstício de Junho passa quase sempre despercebida. E, ainda que isso é certo no plano físico, é muito diferente nos Mundos espirituais. Note que a liturgia Cristã associa esse tempo do Solstício de Junho ao festejo de S. João Batista, o Precursor (24 de Junho), que antecede e anuncia o Solstício seguinte, o de Dezembro. Daí as palavras de S. João Batista: “Fui enviado adiante d’Ele.” (Jo 3:28) e “Ele deve crescer, e eu diminuir.” (Jo 3:30).
No Solstício de Junho as atividades físicas da Natureza estão no seu máximo, e por isso a “Noite de São João” é o grande Festival das Fadas que trabalham na construção do universo material, que alimentam o gado, que amadurecem o grão e que saúdam com alegria e agradecem a crista da onda de força, que é a ferramenta que usam para modelar as flores, então estonteante variedade de delicadas formas conforme seus arquétipos e para tingi-las de inúmeras matizes que fazem a delícia e o desespero dos artistas!
Nessa grandiosa noite, todos esses pequenos servidores se reúnem para o Festival das Fadas, vindos dos pântanos e das florestas, dos vales e das clareiras. Realmente eles cozinham e fazem os seus alimentos etéricos e posteriormente dançam em êxtases de alegria – a alegria de terem cumprido suas importantes tarefas na economia da Natureza.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que nós, Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, em uma regra geral (pois há exceções), renascemos aqui, em média, duas vezes em cada Era Zodiacal, expressando-nos na Região Química do Mundo Físico, alternadamente como sexos masculino e sexo feminino, a fim de adquirirmos todas as espécies de experiência, posto que a experiência de um sexo difere amplamente da do outro. Ao mesmo tempo, como as condições externas não se alteram demais num milhar de anos, a entidade pode, por um lado, receber experiências em idêntico ambiente, tanto como homem quanto como mulher. E, por outro, cada Signo Zodiacal, ao interagir com o Sol, proporciona condições próprias e diferentes dos demais Signos.
Pelo fenômeno da Precessão dos Equinócios (um dos inúmeros movimentos do Planeta Terra), sabemos que uma Era Zodiacal dura, aproximadamente, 2.155 anos, o tempo que a intersecção entre a Eclíptica (o movimento aparente do Sol, visto da Terra) e o círculo do Zodíaco no atual mês de março (que marca o Equinócio de Março) demora para percorrer a distância angular de 30 graus, correspondente a um Signo.
Lembrando que só temos Eras e Épocas durante a nossa passagem pela metade da quarta Revolução deste Período Terrestre. E que cada Época tem 3 Eras. Exemplos: Época Atlante teve as Eras de Touro, Gêmeos e Câncer; Época Ária tem as Eras de Áries, Peixes e Aquário.
Pelas mesmas razões por que precisamos renascer duas vezes em cada Era Zodiacal, nós precisamos renascer, em média, 24 vezes em cada ciclo completo de Eras que são em número de 12 no total.
Por outro lado, como aprendemos na Fraternidade Rosacruz, conforme o Sol atravessa os diferentes Signos, no curso do ano, as mudanças climáticas e outras tais nos afetam como também impactam nossas atividades de várias maneiras. Semelhantemente, a passagem do Sol por Precessão dos Equinócios através dos doze Signos do Zodíaco, que é chamado Ano Mundial, produz na Terra as mais variadas condições. Assim, um Ano Mundial tem a duração de, aproximadamente, 25.860 anos (12 x 2.155). Consequentemente, durante um Ano Mundial nós renascemos aqui 24 vezes.
(Publicado na Revista Amizade Rosacruciana de Junho/1987 – Centro Rosacruz Max Heindel – Lisboa – Portugal)
Podemos dizer que a principal característica dessa Época estava na constituição da atmosfera do nosso Campo de Evolução, no caso, a Terra. Pois do norte do Planeta Terra vinham os blocos de gelo da região boreal e do sul vinha o sopro ardente dos vulcões, que ainda estavam muito ativos. O continente atlante era o ponto de encontro dessas duas correntes e, consequentemente, a atmosfera estava sempre sobrecarregada por um nevoeiro espesso e pesado.
A água não era tão densa como agora, pois continha uma proporção maior de ar e de outros elementos gasosos em suspensão. Além disso, havia muita água suspensa na atmosfera pesada e nebulosa desse lugar que chamávamos de Atlântida. Nesse início da Época Atlante ainda não havia chuva e a atmosfera era uma névoa úmida e quente, através da qual o Sol parecia como uma de nossas lâmpadas incandescentes num dia de neblina; além disso, o fenômeno do arco-íris era uma impossibilidade de acontecer (já que se trata de um fenômeno ótico e meteorológico que se forma quando a luz branca solar entra em contato com as gotas de água na superfície, sofrendo os fenômenos de reflexão e refração da luz, que ocasionam a dispersão da luz em todas as suas sete tonalidades: vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta.). Assim, o arco-íris teve condições de aparecer na próxima Época – a presente Época Ária – quando a névoa se condensou em chuva, inundou as bacias da Terra e deixou a atmosfera clara, como descrita na história de Noé (relatada na Bíblia), e que com isso apontou o início dos ciclos da Lei das Alternâncias que trazem o que temos hoje, como o dia e a noite, o verão e o inverno.
Até meados da primeira parte da Época Atlante estávamos sob a orientação direta das Hierarquias Criadoras. Nós éramos incapazes de tomar iniciativas; as mudanças ocorriam mediante grandes cataclismos naturais planejados pelas Hierarquias Criadoras encarregadas da nossa evolução.
Uma das doze Hierarquias Criadoras ou Zodiacais, conhecida como os Senhores da Mente, irradiaram de si mesmo o germe da Mente para cada um de nós. O veículo Mente nos foi fornecida como um ponto focal entre nós, o Ego, e o nosso Tríplice Corpo, completando a nossa constituição que ficou, então, equipada para conquistar o mundo e gerar força anímica pelo seu esforço e experiência, tendo individualmente vontade própria e livre-arbítrio, exceto quando limitado pelas leis da natureza e por suas próprias ações anteriores.
Como o nosso – Ego – domínio era excessivamente débil e a nossa natureza passional (de desejos) muito forte, a Mente nascente uniu-se ao Corpo de Desejos, originando a astúcia, causa de todas as debilidades dos meados do último terço da Época Atlante. Portanto, a astúcia foi desenvolvida, produto da Mente não governada por nós. A astúcia une-se ao desejo sem ter em conta se esse é bom ou mau, ou se pode trazer alegria ou dor.
Até a segunda das três partes da Época Atlante ainda estávamos na fase “Involução” do Esquema de Evolução, ou seja, nós, o Ego – o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, ou o Tríplice Espírito, ainda estávamos tomando posse do nosso Tríplice Corpo. No final da segunda parte da Época Atlante alcançamos o nadir da materialidade, isto é, o ponto mais denso em matéria (na Região Química do Mundo Físico) que devemos passar em todo o atual Esquema de Evolução, ou seja: findamos a parte de “Involução” e começamos a subir na parte “Evolução” deste Esquema de Evolução.
A construção dos nossos olhos, como temos atualmente, começou na Época Lemúrica e progrediu, mas, até o final da Época Atlante, não havia o sentido da visão, como hoje o conhecemos.
No último terço da Época Atlante, o ponto do Corpo Vital uniu-se ao ponto correspondente do Corpo Denso. Desde esse momento obteve a plena visão e percepção do Mundo Físico. A maioria perdeu gradualmente a capacidade de perceber os Mundos superiores. Por isso, nossa consciência foi se focalizando no Mundo Físico, se bem que as coisas não apareceram com nitidez até a última parte da Época Atlante. Só então começamos a conhecer a morte como solução de continuidade que se produzia na consciência, ao passar para os Mundos superiores depois de morrermos, e quando retrocedíamos ao Mundo Físico para renascermos aqui.
O nosso cérebro e a nossa laringe foram construídos durante a última parte da Época Lemúrica e os primeiros dois terços da Época Atlante, até que nos convertemos em um ser pensante, que raciocina: completamente consciente no Mundo Físico.
Em meados do último terço da Época Atlante, começavam a surgir as nações separadas. Grupos de pessoas entre si notavam gostos e costumes semelhantes, abandonavam os antigos lugares e fundavam uma nova colônia. Porém, recordavam os antigos costumes e, no possível, seguiam-nos em seus novos lugares, criando ao mesmo tempo outros em harmonia com novas ideias e necessidades particulares.
No final da Época Atlante o Sol brilhou pela primeira vez sobre nós, tal como o conhecemos hoje. Podemos dizer que foi quando “nascemos pela primeira vez no mundo atual”. Foi quando contemplamos as montanhas e seus contornos, deparamos com a beleza das campinas, das criaturas que se moviam, dos pássaros, ou melhor, quando tomamos conhecimento de nós mesmos na Região Química do Mundo Físico.
Como em todas as Épocas, o alimento era escolhido especificamente para servir às necessidades. A atividade do pensamento esgota as células nervosas; mata, destrói e leva à decomposição. Por isso, o alimento do Atlante era, por analogia, constituído de carcaças mortas. Eles matavam para comer, razão pela qual a Bíblia diz que “Nimrod era um caçador poderoso”. Nimrod representa o ser humano da Quarta Época.
Depois da imersão da Atlântida – continente que existiu entre a Europa e a América, no lugar ocupado agora pelo Oceano Atlântico – os que se salvaram da destruição começaram a cultivar a videira e a fazer vinho, conforme conta a Bíblia na história de Noé. E Noé simboliza os remanescentes da Época Atlante, núcleo da quinta Raça e, portanto, nossos progenitores.
Noé cultivou a vinha e forneceu uma bebida alcoólica para estimular o ser humano dessa Época Atlante. Dessa forma, equipado com uma constituição heterogênea, com uma dieta apropriada à ocasião e leis divinas para guiá-lo, nos tornamos responsáveis por nossas próprias iniciativas na batalha da vida.
Essa Época é mencionada na Bíblia (Gn 1:24-27) como o Sexto dia da criação.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
No Sol da Páscoa que, no Equinócio de Março começa a se elevar depois de dar sua vida à Terra, saudamos o símbolo cósmico da Ressurreição.
Uma infusão da vida divina trazida pelo Cristo Cósmico no Equinócio de Setembro chegou no nascimento místico no Natal.
A magia de sua fertilização foi realizada durante os meses decorridos entre setembro último e a atual Páscoa.
Ele agora é liberado da cruz da matéria para se levantar novamente para o Trono do Pai, deixando a Terra vestida com a glória exuberante e pronta para as atividades físicas da temporada vindoura.
“Assim como é em cima, é embaixo”
Os desenvolvimentos que ocorrem no Planeta Terra, em grande escala, são reproduzidos em cada um de nós.
Todos nós fomos imbuídos das vibrações espirituais que predominam muito mais nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro e meados de março do que nos meses de junho, julho e agosto e meados de setembro. Em setembro, outubro e novembro e meados de dezembro tivemos um novo incentivo para a vida superior, que culminou na Véspera de Natal, na Noite Santa. O encantamento nos foi revelado em graus variados, dependendo de como aproveitamos as oportunidades que surgiram.
O símbolo do Sol de Páscoa nos lembra que somos apenas estrangeiros, peregrinos na Terra; que, como Egos (Espíritos Virginais da Onda de Vida humana manifestados aqui), nossa verdadeira pátria são os Mundos Espirituais; que, para alcançar o funcionar conscientemente nesses Mundos, devemos nos esforçar para aprender as lições dessa vida aqui e o mais rápido possível, a fim de acelerar o dia em que seremos libertados da escravidão da matéria e onde poderemos gritar triunfantemente como Cristo: “Tudo está consumado!”
(Traduzido do: Le Soleil de Pâques, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Mais uma vez chegamos ao ato final do drama cósmico que envolve a descida do Raio solar de Cristo na matéria de nossa Terra, que se completa no Nascimento Místico celebrado no Natal e, depois, na Morte Mística e na Libertação, que são celebradas logo após o Equinócio de Março, quando o Sol do novo ano inicia sua ascensão às esferas superiores dos céus setentrionais, depois de verter sua vida para salvar a Humanidade e revigorar todas as coisas sobre a Terra.
Pois os pontos dos Equinócios e Solstícios são marcos decisivos no caminho cíclico de um Planeta, marcados por festividades como o Natal e a Páscoa
Podemos partir com o marco decisivo no caminho cíclico da Terra na noite de Natal, quando a Terra dorme mais profundamente, quando as atividades materiais descem ao nível mais baixo, uma onda de energia espiritual carrega em sua crista a divina criadora “Palavra do Céu” para um nascimento místico no Natal; e como uma nuvem luminosa, o impulso espiritual paira sobre o mundo que “não o conheceu” porque ele “brilha nas trevas”, quando a natureza está paralisada e muda.
Essa “Palavra” criadora divina contém uma mensagem e tem uma missão. Nasceu para “salvar o mundo” e “para dar Sua vida pelo mundo”. Deve, necessariamente, sacrificar Sua vida para conseguir o rejuvenescimento da natureza. Gradualmente, um raio do Cristo Cósmico se enterra na Terra e começa a infundir Sua própria energia vital nas milhões de sementes que jazem adormecidas no solo. Ele sussurra a “palavra de vida” nos ouvidos dos animais e pássaros, até que o evangelho ou as boas novas seja pregado a todas as criaturas. O sacrifício é totalmente consumado quando o Sol cruza seu nodo oriental no Equinócio de Março. Então, a Palavra divina criadora expira. Em um sentido místico, Ele morre na cruz na Páscoa, enquanto profere um último brado triunfante: “Está Consumado” (Consummatum est).
Mas, do mesmo modo que um eco volta a nós, muitas vezes, repetido, assim também a canção celestial de vida é repercutida na Terra. Toda a criação entoa um cântico de louvor. Um coro de uma legião de línguas repete sem cessar. As pequeninas sementes no seio da Mãe Terra começam a germinar, brotando e despontando em todas as direções, e logo um maravilhoso mosaico de vida, um tapete verde aveludado bordado com flores multicoloridas, substitui o manto de imaculado branco invernal. Das espécies de animais de pelo e pena, a “palavra de vida” ressoa como uma canção de amor, impelindo-os ao acasalamento. Geração e multiplicação é o lema em toda parte – o Espírito ressuscitou para uma vida mais abundante.
Assim, misticamente, podemos notar todos os anos o nascimento, a morte e a ressurreição do Salvador como o fluxo e o refluxo de um impulso espiritual que culmina no Solstício de Dezembro – época do Natal – e sai da Terra logo após a Páscoa, quando a “palavra” sobe ao Céus, no Domingo de Pentecostes. Mas, não permanece lá para sempre. Foi-nos ensinado que “dali retornará”, “no Juízo”. Portanto, quando o Sol atravessa a linha do equador em direção ao sul do Planeta Terra, em outubro, através do Signo de Libra inicia a descida do Espírito do novo ano. Essa descida culmina no nascimento, no Natal.
(Trechos de Max Heindel sobre o trabalho cíclico anual do Cristo)
Os quatro Evangelhos, que são fórmulas de Iniciação, começam com a narração da Concepção Imaculada e terminam com a Crucificação – ambas, ideais maravilhosos que alcançaremos algum dia, porque cada um de nós é um Cristo em formação, e tem que passar pelo nascimento e morte místicos, tal como se descreve nos Evangelhos. Por meio do conhecimento podemos apressar a chegada desse dia.
O maior drama já representado neste nosso velho Planeta teve lugar há, aproximadamente, dois mil anos. As rodas do destino haviam estado muito ativas durante séculos, reunindo todos os Egos renascidos aqui, que deveriam participar desse drama e cujas vidas serviriam de canais para essa magna realização. Antes dessa época Jeová tinha nosso Planeta a seu cargo e o dirigia de fora. Seu poder o mantinha na órbita e Ele era então o Deus Supremo. Tudo isso foi necessário para o nosso desenvolvimento naquele momento; no entanto, isso produziu a separação, e fomentou o egoísmo porque nos deu Leis que nos mantiveram refreada. Mas, havia chegado o momento na nossa evolução em que era necessário algo mais que a obediência às Leis. Havíamos alcançado a etapa de desenvolvimento em que poderíamos responder ao amor, alentado pelos impulsos espirituais recebidos diretamente do Sol, em lugar de recebê-los indiretamente de Jeová, refletidos da Lua, que é parte do Corpo Denso de Jeová. Para conseguir essa mudança, era necessário trabalhar com a Terra, de dentro, e temos assim o sublime Mistério do Gólgota que deu à Terra seu Redentor, o Cristo.
Nasceu um menino em Belém, e a vida dele afetou toda a vida sobre a Terra, bem como a própria Terra. A fim de prover um corpo de pureza superlativa que pudesse ser usado pelo grande Iniciado Jesus, e mais tarde, durante três anos, por um raio do Cristo Cósmico, foi escolhida a flor da Humanidade para ser os pais de Jesus, e esse grande privilégio recaiu sobre Maria e José – ambos elevados Iniciados – tal como narram os Evangelhos.
Assim, o belo personagem que conhecemos como Maria de Belém era um alto Iniciado. Durante muitas vidas havia renascido em corpos masculinos, positivos, porquanto os Iniciados geralmente escolhem o sexo masculino. Por que se lhes permite escolher o sexo? Porque a essa altura espiritual seu Corpo Vital já se tornou positivo, e esse, unido a um Corpo Denso positivo lhes proporciona um instrumento de máxima eficiência. Mas, às vezes, as exigências do caso exigem um Corpo Denso feminino para proporcionar um veículo do tipo mais elevado, que possa alojar um Ego de grau superlativo de desenvolvimento. Nesses casos, o Iniciado pode escolher um Corpo Denso feminino e passar novamente pelas experiências da maternidade, depois de havê-las dispensado em suas últimas vidas anteriores. Tal foi o caso de Maria de Belém.
José era também um alto Iniciado. José foi chamado de “carpinteiro”, mas isso não significava que ele fosse um “trabalhador de madeiras”, e sim um construtor num sentido mais elevado. Deus é o Grande Arquiteto do Universo e os Iniciados são “arche-tektons” — construtores na essência primordial em sua benéfica obra em prol da Humanidade. Há muitos construtores (tektons) de diferentes graus de poder espiritual, todos eles empenhados no trabalho de construir “o templo da alma”. José não era uma exceção, e quando lemos na Bíblia que Jesus era um “carpinteiro” e “filho de um carpinteiro”, devemos entender que ambos eram construtores nas ramas cósmicas. Nessa vida José se consagrou inteiramente à trilha do ocultismo, e quando chegou o momento para que se encarnasse o maior de todos os Mestres – Cristo –, ele foi escolhido para proporcionar a semente fertilizante do Corpo Denso para ser utilizado por Cristo.
Foi providenciado, desse modo, um Corpo Denso tão maravilhoso como jamais se viu na Terra, antes e nem depois. Era o tipo mais puro e livre de paixão, de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, e com as investigações na Memória da Natureza, pois essa era a condição de Maria e José quando foi concebido o Corpo Denso formado em volta do Átomo-semente do Corpo Denso de Jesus. O grande Espírito Jesus veio à vida sabendo que era sua missão preparar seu Corpo Denso (e, portanto, o Corpo Vital, já que esse é cópia fidedigna daquele) da maneira mais pura possível. Deveria lhe pertencer somente por trinta anos, findos os quais deveria ser entregue a Cristo. Já se disse que Maria e José tiveram mais “filhos”, devido ao fato de que os Evangelhos dizem que “os irmãos de Jesus estavam presentes”. Mas, quando examinamos a palavra grega que foi traduzida como “irmãos”, verificamos que ela significa parentes ou primos.
A Imaculada Concepção, como muitos outros mistérios sublimes, foi arrastada até a baixeza da materialidade. Quando o ato gerador é efetuado de forma brutal, corrompido pelo desejo e pela paixão, degrada o ser humano ao nível do animal. Quando, pelo contrário, os pais em perspectiva se preparam, por meio da oração e de aspirações elevadas, para o ato da fecundação como um Sacramento (sacr significa “portador do germe”, assim: um sacr-amento nesse caso abre o caminho para transmissão de um Átomo-semente físico do pai para a mãe) e não para satisfação própria, a concepção é então Imaculada. A virgindade física não é o que importa como uma virtude, já que todos são virgens quando nascem; é a pureza e a castidade da alma o que faz a virgem pura no pai ou na mãe; uma pureza que levará seu possuidor ao Sacramento do matrimônio sem mancha de paixão, e que permitirá à mãe levar seu filho em suas entranhas com amor puro, desprovido de sexo. Ter nascido de uma Virgem pressupõe uma vida anterior espiritualizada para a pessoa assim nascida, e nós devemos cultivar caracteres tão puros e incorruptíveis que nos tornem merecedores de nascer em Corpos Densos concebidos imaculadamente.
De acordo com os Ensinamentos Rosacruzes é muito importante distinguir claramente entre Jesus e Cristo. Quando se busca na Memória da Natureza, verificamos que o Ego nascido no Corpo de Jesus era muito avançado e puro; era o mesmo Ego que, em uma vida anterior, tinha renascido como Rei Salomão. Essa grande alma havia alcançado uma espiritualidade sublime através de muitas vidas de santidade e serviço abnegado. Mas, quanto ao caso de Cristo, não há testemunhas que indiquem uma encarnação anterior, pois Ele não pertence à nossa Onda de Vida.
É um fato contestável que ninguém pode construir um determinado corpo, a menos que o houvesse aprendido por meio da evolução. Grande e poderoso como é o Espírito Solar Cósmico de Cristo, Ele não pode construir um Corpo Denso na matriz da mãe física, nem mesmo usando os métodos mágicos dos Adeptos, visto que Ele nunca havia tido a experiência no Mundo Celeste onde se constroem os arquétipos dos Corpos Densos, tampouco havia tido Ele a experiência de construir Corpos Densos tal como nós tivemos por muitos anos. Ele é adiantado em duas Ondas de Vida a mais que nós. Ele é o Iniciado mais elevado dos Arcanjos (que alcançou o estágio “humanidade” no Período Solar), e cuja evolução na matéria só alcançava o Mundo do Desejo – a matéria mais densa que tal Onda de Vida alcançou nesse Esquema de Evolução. Por isso Ele não podia construir um Corpo de densidade maior que o da matéria do Mundo do Desejo. Ou seja, o Corpo de Desejos é o Corpo mais denso que ele sabe e poderia construir.
Os Evangelhos nos relatam muito pouco sobre a infância de Jesus depois de sua visita aos sábios do Templo. Mas, a tradição oculta nos diz que Ele passou os primeiros dias de sua infância com pleno conhecimento da missão que devia cumprir nesta vida. Foi colocado aos cuidados dos Essênios, nas margens do Mar Morto. Os Essênios eram uma comunidade de caráter muito devocional. Entre eles o menino Jesus teve seus primeiros exercícios. Mais tarde foi à Pérsia. A escola dos Essênios era um grande centro de sabedoria, e na grande biblioteca dela Jesus absorveu um imenso conhecimento oculto, reavivando o que havia aprendido em vidas anteriores. Aos trinta anos Jesus havia purificado seu Corpo Denso de tal forma que ele pôde ser ocupado pelo grande Ser a que chamamos Cristo.
Cristo é a mais alta revelação da verdade que já recebemos de Deus. Ele é o Grande Revelador. Ele nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6). Quando observamos as ocorrências de Seus três anos de Ministério na Terra, sabemos que além de serem meios de adiantamento na vida de um ser cósmico, representam também o Caminho de cada um de nós quando despertamos na busca pela verdade, estando renascido aqui. Representam, além disso, o caminho que conduz à libertação no Gólgota.
Se alguém tivesse vivido num Planeta distante e, de lá, examinado clarividentemente nossa Terra, teria observado uma mudança cada vez para pior nos Mundo do Desejo e no Mundo do Pensamento dela. Esses Mundos vinham se saturando cada vez mais de vibrações inferiores, baixas, más e sombrias. Nós, em nossa infância cósmica, não conseguíamos dominar nossos impulsos, porque o domínio do Corpo de Desejos predominava em cada um de nós e, portanto, ao morrer, éramos obrigados a permanecer no Purgatório a maior parte do tempo entre um e outro renascimento. O progresso era muito lento porque a vida no Segundo Céu, na Região do Pensamento Concreto, onde aprendemos o trabalho de criar, era quase estéril. Se Cristo não tivesse vindo à Terra como Redentor e Salvador, teríamos cristalizado o Planeta e a nós mesmos, de maneira semelhante aos nossos irmãos que estão no cone sombrio da Lua, que se atrasaram da nossa Onda de Vida e vão a caminho do caos, onde terão que esperar um novo Dia de Manifestação, a fim de que possam começar novamente em um novo Esquema de Evolução. O Clarividente, que pode ler na Memória da Natureza, vê que para escapar a essa calamidade foi exercida a influência benéfica de Cristo, de fora da Terra, muito tempo antes de Seu Advento, ou seja: da sua primeira vinda. Ele estava se preparando para atuar como o Espírito Planetário interno da nossa Terra e, assim, elevar as vibrações dela para purificar a toda atmosfera mental, emocional e moral.
Cristo se apoderou dos Corpos Denso e Vital de Jesus por ocasião do Batismo, e Jesus então se retirou deles. Entregou-os ao Espírito de Cristo para que Ele os usasse como ponte entre Deus e nós. Por outras palavras, Cristo possuía assim os doze veículos necessários para funcionar nos sete Mundos do nosso Sistema Solar (desde um Corpo formado de material da Região Química do Mundo Físico, um Corpo Denso, até um Corpo formado de material do Mundo de Deus). S. Paulo nos esclarece a respeito desse Ser elevadíssimo, dizendo-nos: “Não há outro mediador entre Deus e o ser humano, exceto Cristo Jesus” (ITim 2:5); só Ele conhece nossas debilidades e nossos sofrimentos e pode levar nossas orações ao Trono do Pai; só o Cristo compreende completa e perfeitamente isso.
A tradição oculta diz que depois do Batismo, Cristo Jesus foi em busca dos Essênios. Ele, como entidade cósmica, não conhecia muita coisa a respeito de um Corpo Denso. Esse veículo era uma prisão para Seu grande e glorioso Espírito, e teria sido destruído por suas poderosas vibrações, se Ele não tivesse se retirado ocasionalmente dele para deixar os átomos livres de sua acelerada frequência vibratória. A Bíblia fala de seus quarenta dias e quarenta noites de retiro no deserto para ser tentado por Satanás e, também, para que as vibrações do Seu Corpo Denso e Corpo Vital, recém adquiridos, fossem ajustados por aqueles que sabiam fazê-lo (os Essênios). Em várias passagens dos Evangelhos lemos que durante todos os seus três anos de Ministério Ele se separava de Seus Discípulos a intervalos periódicos, com esse propósito.
O verdadeiro Ministério de Cristo começou depois da Transfiguração. A Transfiguração é um processo alquímico por meio do qual o Corpo Denso, que é formado por processos químico-biológicos, é convertido em um diamante vivo, tal como se menciona no Livro da Revelação, o Apocalipse de S João. No atual estado de nossa evolução, o Corpo Denso obscurece eficazmente o resplendor do Espírito morador interno, que somos realmente nós, o Ego. Mas, podemos derivar esperança ainda da ciência química, que não há nada na Terra de tão raro e precioso como o rádio, o extrato luminoso do denso mineral negro chamado pechurana, ou seja, o óxido natural de urânio. Tampouco nada há de mais raro que o precioso extrato do Corpo Denso; o radiante princípio Crístico. Foram os veículos de Jesus os que se transfiguraram provisoriamente pelo Espírito morador interno, Cristo. Mas, embora reconhecendo o enorme poder de Cristo para efetuar a Transfiguração, é evidente que Jesus forçosamente deve ter sido um personagem sublime, único entre os seres humanos, pois a Transfiguração como pode se ver na Memória da Natureza, revela seu Corpo Denso de uma cor branca deslumbrante, o que demonstra sua dependência do Pai, o Espírito Universal.
Podemos ver um dos incidentes mais significativos do Ministério de Cristo na Última Ceia. Ela teve um significado mais profundo do que a de uma última refeição com seus amados Discípulos. Ele sabia que entregando Sua vida no Calvário ganharia a entrada ao centro da Terra e poderia, assim, difundir Sua própria vida em tudo o que vive nela. O pão que comemos cada dia é Seu próprio corpo. Se meditarmos sobre essa vida que se derrama anualmente a partir do Equinócio de Março, nos daremos conta de que se trata de algo de gigantesco e imponente; uma torrente de luz que transforma num instante uma Terra morta de frio em uma vida rejuvenescida. A vida que se difunde na germinação de milhões e milhões de plantas, é a vida do Espírito Planetário da Terra (Cristo). Dele vêm, ambos, o trigo e a uva. Eles são o corpo e o sangue do Espírito aprisionado da Terra, dado a nós para seu sustento durante a presente fase da evolução. Devemos comer esses alimentos dignamente, do contrário seremos comidos debaixo da dor, da enfermidade ou mesmo da morte.
Quando Cristo se ajoelhou no Getsemani, com a dor do mundo sobre as espáduas, este mundo que Ele veio salvar da destruição, produzida pela cristalização, e que O desprezou, foi para que Ele compreendesse a nossa agonia e aflição, quando tudo havia culminado naquilo que o Getsemani representa. Se Ele não tivesse provado desse cálice, não teria compreendido a dor e a solidão das almas que morrem diante de sua Crucificação. Se Ele nos tivesse falhado, como falhamos nós tão frequentemente, não teria havido o amanhã da Ressurreição. O nosso destino para este ciclo estava vinculado ao Seu.
Na Crucificação vemos que o Mistério do Gólgota não foi um acontecimento humano, mas cósmico. Cristo era um ser Único, cósmico até esta época, e que através do mistério do Gólgota se vinculou à evolução da Terra. Era um Ser que em Seu próprio Reino nunca havia conhecido a morte. Desceu à Terra para dar um impulso espiritual à vida em evolução, e para salvar tantos atrasados quanto Lhe fosse possível, elevando as vibrações do Corpo de Desejos da Terra. Desde então Ele vive nas almas humanas. Por seu grande sacrifício, adiantou-se para uma etapa superior de Sua própria evolução. Quando no Calvário, o sangue fluiu das feridas em Suas mãos, dos seus pés e do flanco do Corpo Denso, o grande Ser Cristo saiu do Corpo Denso de Jesus, difundiu-se por toda a Terra e se converteu no Espírito Planetário do Planeta. A libertação do Espírito Solar Cristo do Corpo Denso de Jesus produziu uma grande luz deslumbrante que, não obstante, produziu uma sensação de escuridão, da mesma forma, quando alguém fixa os olhos numa luz brilhante e entra rapidamente num quarto escuro tudo lhe parece escuro. A sensação de escuridão se deveu à libertação do glorioso Espírito de Cristo que cobriu a Terra, mas tão logo a Terra absorveu Suas vibrações, tudo voltou às suas condições normais. As vibrações, assim iniciadas, contudo, purificaram e puseram em ordem rítmica os Mundos superiores da Terra, e deram um impulso espiritual que não teria sido possível ser dado de outra maneira. Foi esse impulso que lavou e tirou os pecados do mundo, e é essa influência continuada, ainda trabalhando em cada um de nós, que está trazendo o espírito de amor e altruísmo cada vez mais para os nossos corações.
Depois dos acontecimentos do Gólgota, fomos dotados da faculdade que nos capacita a levar conosco, através do umbral da morte, aquilo que nos salva do isolamento nos Mundo espirituais. Aquilo que aconteceu na Palestina foi o aspecto central, não somente da nossa evolução física, como também da evolução nos outros Mundos. Depois de consumada a Crucificação, Cristo apareceu no Purgatório, onde a grande maioria de nós vive por um tempo depois da morte aqui, e fixou um limite ao poder da morte. Desde esse instante, o Purgatório a que os gregos chamavam de as “regiões da sombra” foi iluminado pela Luz do Seu Espírito, indicando a seus moradores que a “Luz” haveria de vir. O grande sacrifício levou luz até aos Mundos espirituais.
O que fluiu na nossa evolução com a aparição de Cristo atuou como uma semente, e as sementes amadurecem lentamente. No passado remoto a conexão entre nós e os Mundos espirituais se mantinha ativa por meio dos Mistérios (ou Iniciações), abertas somente a alguns escolhidos. Por meio desses, os Iniciados, em condições peculiares de alma, podiam receber a revelação dos Mundos espirituais.
Não fora por Belém, por Getsemani, pelo Calvário, e pelo que eles representam, teríamos demorado uma eternidade para atingir o presente grau evolucionário – se é que conseguiríamos! A maior parte da nossa Onda de Vida teria, possivelmente, perdido a chance de continuar se desenvolvendo nesse Esquema de Evolução.
A morte é o grande revelador, e a morte de Cristo Jesus revelou Sua vida. Em alguma etapa da nossa evolução, quando por meio da Iniciação aprendermos a pronunciar o nome deste grande Espírito Planetário, nossa consciência se abrirá à Sua Presença Onipenetrante. Um dos revelados à nossa consciência pela Iniciação é a realidade vivente do Espírito Planetário, o Cristo. Mas, nós estaremos sempre cegos à Sua presença e surdos à Sua voz, até que despertemos nossa natureza espiritual latente. Contudo, uma vez que a tenhamos despertado, essa natureza nos revelará o “Senhor do Amor” como uma realidade. Por isso, Cristo disse: “Eu Sou o Bom Pastor e conheço minhas ovelhas e sou conhecido por elas” (Jo 10:14). No passado, estivemos buscando uma luz externa, mas hoje chegamos à condição em que devemos buscar o Cristo interno e imitá-lo, convertendo-nos em sacrifícios vivos como Ele o está fazendo. Na Fraternidade Rosacruz, quando se desenvolve a percepção interna dos Mistérios mediante o Conhecimento Direto, os resultados são estéreis a menos que sejam acompanhados por constantes atos, ações e obras do serviço amoroso e desinteressado ao irmão ou à irmã que está ao nosso lado, esquecendo os defeitos de cada um e focando exclusivamente na divina essência, oculta em cada um, e que é a base da Fraternidade. A expressão intensa desta qualidade aumenta a luminosidade fosforescente e a densidade dos dois Éteres Superiores (Éter Luminoso e Éter Refletor) do nosso Corpo Vital. À medida que transcorre o tempo, Cristo, por Seu Ministério benéfico, atrai cada vez mais a luz e, com isso, o Éter Luminoso e o Éter Refletor interplanetário vão tornando o Corpo Vital da Terra mais luminoso. Com o tempo, estaremos caminhando em um mar de luz, e quando tenhamos aprendido a abandonar nossos hábitos egoístas e nossa Personalidade (aquilo que achamos que somos, a ilusão de ser), por meio do contato persistente com essas vibrações benéficas de Cristo, nos tornaremos também luminosos.
A Páscoa da Ressurreição é o ato final do drama cósmico que envolve a descida do raio Solar de Cristo para dentro da matéria do Planeta Terra. A Ressurreição foi o cumprimento da missão de Cristo. Os Ensinamentos Rosacruzes nos dizem que durante os três dias que ficou no túmulo, o Corpo Denso de Jesus, que foi usado pelo Cristo, foi desintegrado pelas poderosas vibrações celestiais. Os dois Éteres superiores do Corpo Vital vibraram mais intensamente que os dois Éteres inferiores. Quando nós, por meio de pensamentos e atos, obras e ações espirituais, atrairmos para nós mesmos um grande volume desses dois Éteres superiores, que passam a fazer parte em maioria de quantidade do nosso Corpo Vital, a vibração do nosso Corpo Denso se torna mais intensa, e quando o abandonamos ao morrer, se desintegrará mais rapidamente.
Quando Cristo apareceu ressuscitado a Seus Discípulos, atraiu para Si, por meio de Sua vontade, matéria física suficiente para Se revestir em um Corpo Denso. Foi assim possível a seus Discípulos tocá-Lo e apalpá-Lo. Os Auxiliares Invisíveis Iniciados, que já passaram pelas portas da morte, aprenderam a atrair ou a repelir matéria física à vontade, e podem se materializar, a despeito do fato de que o Arquétipo de seus Corpos já tenha deixado de funcionar.
O Cristo está, naturalmente, à frente de Seres dessa categoria, e lhe foi fácil passar através da parede em Seu Corpo Vital, e uma vez no interior, materializar Seu Corpo Denso por meio de Sua vontade. Cristo usou o Corpo Vital de Jesus até o momento da Ascensão. Depois disso ele foi entregue aos Irmãos Maiores. Esse Corpo Vital está guardado no interior da Terra onde só os elevados Iniciados podem penetrar. Uma guarda constante cuida desse Corpo Vital precioso, pois se ele fosse destruído estaria também destruída a única via para Cristo sair do centro da Terra, e Ele ficaria prisioneiro na Terra até o final deste Dia de Manifestação, quando a Noite Cósmica dissolvesse a Terra no Caos.
O Domingo de Ressurreição é um símbolo anual que fortalece nossas almas, para continuarmos em nosso trabalho de regeneração, a fim de que surja em nós o Dourado Manto Nupcial, que nos fará filhos de Deus no sentido mais elevado e mais sagrado. Esse Corpo-Alma é construído aumentando, em quantidade, o Éter Luminoso e o Éter Refletor do nosso Corpo Vital. Quando essa substância dourada nos envolver com suficiente densidade, estaremos preparados para imitar o Sol da Ressurreição, e nos elevar a esferas mais altas.
A vinda de Cristo à Terra foi o princípio de um novo reinado que perdurará. A preparação para esse reinado começou 12.000 anos atrás quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, estava no Signo de Libra. Cristo trouxe a nós o amor espiritual que é independente da “carne e do sangue”.
O sacrifício de Cristo não foi um acontecimento que, tendo lugar no Gólgota, se efetuou em umas poucas horas, de uma vez para sempre. Os místicos nascimentos e mortes de Cristo são eventos cósmicos contínuos. Esse sacrifício é necessário para nossa evolução física e espiritual durante a presente fase de nosso desenvolvimento, até que um número suficiente de nós se tenha espiritualizado o bastante para manter a Terra em levitação, em sua órbita, libertando esse grande Espírito de Sua Crucificação anual. Como diz Max Heindel em relação a essa ocorrência anual: “No decorrer da noite mais escura do ano, quando a Terra dorme profundamente a partir do Equinócio de Setembro, quando as atividades materiais estão em seu ponto mais baixo, uma onda de energia espiritual traz em sua crista a Divina Palavra Criadora, desde os Céus até a Terra, no nascimento místico do Natal. Como uma nuvem luminosa, esse impulso espiritual envolve e penetra o mundo que não o conheceu”. Essa divina Palavra criadora tem uma mensagem e uma missão: “Nasceu para amar o mundo e dar Sua vida por ele, e é necessário que sacrifique Sua Vida para levar a cabo o rejuvenescimento da Natureza. Gradualmente se espalha dentro da Terra e começa a infundir sua energia vital entre as milhões de sementes que jazem dormentes no seio da Terra. Sussurra o alento de vida, a Palavra Criadora, nos ouvidos das aves e dos animais, até que esse Evangelho de boas novas tenha alcançado toda a criatura vivente”.
“Esse sacrifício atinge sua consumação no Domingo da Ressurreição. Cristo, dessa forma, morre na cruz da Terra nesta data – em um sentido místico – enquanto lança seu último grito triunfante, ‘Consumado está’. A criação inteira faz eco à essa canção celestial, e uma legião de línguas a repete sem cessar. As pequenas sementes do seio da Terra-mãe começam a germinar, e seus rebentos, a sair em todas as direções. Das tribos de animais e aves, a palavra de vida ressoa como uma canção de amor que as incita a multiplicarem-se. Geração e multiplicação estão por todas as partes. O espírito elevou-se para uma vida mais abundante”.
Essa onda anual de vida leva consigo toda a consciência do Cristo Cósmico. A conexão entre a morte do Salvador na cruz da Terra por ocasião da Páscoa, e a energia vital que se expressa tão profusamente a partir do Equinócio de Março, é “a chave” de um dos mais sublimes mistérios encontrados pelo Espírito humano em sua peregrinação, desde seu estado mais rudimentar até Deus.
Quando alcançamos a etapa em que desejamos a total libertação da dor, mais que nenhuma outra coisa, e começamos a trilhar o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, por meio da pureza e do sacrifício próprio, somos instruídos nos Mistérios do Gólgota, no Cálice do Graal, no Sangue Purificador e na Cruz de Rosas. Cristo, em Sua última reunião com Seus Discípulos, tomou o Cálice como um símbolo do Novo Testamento. Ele não é uma taça comum na qual se possa verter qualquer líquido, nem foi o líquido em si que possuía a potência para ratificar o novo convênio. O grande Mistério está no fato de que o cálice e seu conteúdo eram partes integrantes e indispensáveis de um Todo Sublime. A palavra alemã para cálice é “kelch”; a latina “calix”; ambas representam a envoltura exterior da semente e da flor. A palavra grega para cálice é “potarion”, que significa receptáculo. As palavras inglesas potente e impotente, significativas da posse ou da falta de virilidade, nos mostram o profundo significado da palavra grega que obscurece nossa evolução de ser humano a super-homem.
Estamos sofrendo de uma ferida que não cicatriza, uma ferida feita pelo abuso da força sexual criadora. Perdemos esse poder devido aos excessos de nossa natureza baixa ou inferior. Desde os tempos de Adão e Eva – que simboliza cada um de nós – comeu da do fruto da Árvore do Conhecimento (geração sexual quando e como quiser), o uso errôneo e o abuso dessa força sexual criadora tem sido a causa da nossa fraqueza. Toda a “carne” foi concebida em paixão e pecado.
A geração da planta, pelo contrário, é pura e imaculada. A flor perfumada, especialmente a rosa, se destaca simbolicamente em oposição direta à carne apaixonada. A flor é o órgão gerador da planta. Ela nos diz que a Imaculada Concepção, em amor e pureza, é o caminho para a paz, para a felicidade e para o progresso. A paixão animal nos afasta do caminho, e foi o conhecimento da necessidade absoluta de castidade por parte daqueles que tiveram um despertar espiritual (exceto quando a procriação seja necessária), que ditaram as palavras de Cristo ao dar o Cálice como um símbolo da Nova Dispensação. O Cálice representa o recipiente da flor em que se conserva a essência da vida, a semente. O Cálice do Graal representa cada um de nós e o nosso poder criador sem mancha. É o ideal através do qual o Místico que despertou, aprende a respeito do “Sangue Purificador de Cristo”. S. Paulo, o Apóstolo, afirmou que todo aquele que participa do cálice da comunhão indignamente, sem viver uma vida de pureza, está em perigo de doença e morte.
O sagrado mistério desse Cálice da Nova Dispensação é a chave para o Mistério do Gólgota. Quando tivermos aprendido, por meio do sofrimento e da dor, a beber desse cálice dignamente, encontraremos a “Luz” dentro de nós mesmos, “Luz” que nos guiará ao Senhor do Amor. “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar.” (Apo 3:8).
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – julho/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Há dias recebi de um amigo, que não compreende por que tenho confiança na Astrologia, um recorte da revista americana “News-week”, número de 12 de outubro de 1959. Apresento aos Amigos a tradução desse artigo, porque representa preciosa lição para nós.
“Para Bruce King, tudo o que está escrito nas estrelas, seja a Conjunção de Vênus com Marte, seja a de qualquer outro corpo celeste, representa dinheiro.
King, mais conhecido como Zolar, o mais popular astrólogo do mundo, é autor de aproximadamente 70% de todos os horóscopos vendidos no Estados Unidos. Seu lucro pelas predições: cerca de 150.000 dólares por ano.
Na última semana, King assinou contrato para colocar seus novos horóscopos para 5 anos (5 dólares cada um) nas 2.200 lojas de F.W. Woolworth antes da chegada do Ano Novo. Depois, puxando uma baforada de seu cigarro, concedeu uma entrevista, pela primeira vez durante seus 25 anos de astrólogo, em seu escritório em New York, sem turbante e sem olhar para a bola de Cristal.
Não sou adivinho, disse o senhor de 62 anos chamado Zolar (ZO de zodíaco e LAR de solar). Tudo o que faço com a astrologia é levantar o mapa da vida de uma pessoa. Ele mostra como a vida pode ser conduzida, mas nem os homens nem as mulheres são sujeitos ao destino.
Cada homem forma o seu próprio destino.
King recebe, no mínimo, umas 10.000 cartas por ano pedindo conselhos (que são fornecidos a 3 dólares, isto é, 800 cruzeiros cada um). Dessas cartas, 80% são de mulheres, concluindo-se, portanto, que a maioria das cartas trata de assuntos do coração. A pergunta feita com mais frequência, disse King, é: ‘Quando me casarei?’. A resposta para os nascidos em princípio de abril é: ‘Urano favorece o amor e as amenidades da vida… durante o mês de outubro’.
Tendo sido corretor de fundos, King se ligou com a Astrologia durante a crise porque lhe pareceu que os astrólogos eram as únicas pessoas que tinham algum dinheiro. Imaginou e organizou a venda de horóscopos e mais tarde expandiu suas vendas por intermédio da cadeia de lojas de Woolworth Kresge e Mc Cory.
Ele estima em mais de 50 milhões o número de horóscopos vendidos por ano.
Agora, sua linha de acessórios astrológicos (?), todos remetidos pelo correio em envelopes sem indicação de conteúdo, inclui tudo, desde cartões de predição e de indicações astrológicas de aniversário, até seu livro mais vendido (best-seller): ‘Segredos Astrológicos do Amor, das Emoções e do Casamento’.”
Esse é o artigo, meus Amigos.
Agora vamos à lição que ele encerra. Vamos responder sinceramente às seguintes perguntas:
Que uso você faz dos seus conhecimentos de Astrologia Rosacruz? Você a usa como uma ciência sagrada, que nos revela o segredo dos Equinócios e do sacrifício anual do Cristo para podermos sobreviver?
Ou a emprega vendendo predições (ainda que não por dinheiro, mas por fama e poder ilusórios), com informações de quando os Signos são propícios?
Nessa última hipótese, você se compara aos vendilhões do templo no tempo de Cristo e está prostituindo a divina prerrogativa de obtenção de ganho para si.
Quando você é provado por uma série de incidentes de “azar” você vai olhar o seu tema para ver se Marte e Saturno estão em conflito e se conforma com isso?
Ou você enfrenta a situação sabendo que isto é mais uma prova oferecida para o seu crescimento espiritual?
Você aceita um outro pedaço de sobremesa sabendo que está sobrecarregando o maravilhoso instrumento que vem construindo laboriosamente desde o princípio da criação, com a desculpa de ter Júpiter em Câncer? O nosso Corpo deve ser o instrumento do Ego e não um brinquedo dos desejos.
O conhecimento da Lei do Renascimento foi ocultado ao ser humano deliberadamente, para que ele possa aproveitar ao máximo seu tempo durante sua curta vida terrestre em se concentrar sobre as coisas materiais.
As doze Hierarquias Criadoras – chamadas, também de Hierarquias Zodiacais – que têm conduzido o desenvolvimento desse universo solar têm uma concepção da existência muito acima da concepção que o ser humano dela possui. Podemos dizer que a concepção humana está para a concepção das Hierarquias Criadoras como a concepção de uma estátua (se pudesse conceber algo) estaria para a concepção do artista que a criou. O trabalho atual das Hierarquias Criadoras nesse Planeta Terra é desenvolver o SERVIÇO (Peixes) e a PUREZA (Virgem) em toda a humanidade, para que possamos compreender nossas próximas lições que serão: AMIZADE (Aquário) e CONTROLE PRÓPRIO (Leão). Aprendemos a lição do SERVIÇO sobrepondo aos nossos desejos egoístas o cuidado para com nossa família, nossa comunidade e nossa pátria. Se tivermos bastante fé para agirmos assim, estaremos nos preparando adequadamente, pois Cristo aconselhou-nos a não nos preocuparmos com o amanhã. Nosso Pai Celeste sabe o que precisamos.
Será preciso irmos mais além? Max Heindel nunca nos teria ensinado Astrologia Rosacruz se tivesse pensado que ela seria pedra de tropeço a qualquer um dos seus seguidores.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1979-Fraternidade Rosacruz-SP)
Max Heindel
Reunimo-nos novamente esta noite com o propósito de concentrar nossos pensamentos na segunda parte do mandamento de Cristo: “curai os enfermos”. Pois consideramos essa parte do mandamento divino tão obrigatória para seus seguidores quanto a primeira parte, que nos exorta a “pregar o Evangelho”. Mas, se entendermos bem esse mandamento, não nos contentaremos em meramente tentar aliviar a dor, a tristeza profunda, a angústia e o sofrimento de qualquer um ou de qualquer número de pessoas. Tentaremos chegar à causa de todo sofrimento humano para que, eliminando a causa principal (a causa fundamental, a causa-raiz) possamos erradicar os efeitos. Para fazer isso, para chegar a uma conclusão verdadeira sobre a origem da tristeza profunda, da angústia e do sofrimento, ao tempo em que descobrimos os meios para sua erradicação permanente, devemos voltar ao passado distante; de fato, ao início da existência física.
A Bíblia foi dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada nação a Religião mais adequada para guiá-la no caminho da sua evolução espiritual e física; e, se buscarmos a luz nessa fonte, certamente a encontraremos. Deve-se ter em mente que o Cristo ensinou a multidão por parábolas, mas deu aos Seus Discípulos o significado dessas parábolas e as coisas mais profundas sobre os mistérios do Reino dos Céus. São Paulo também ensinou uma verdade diferente, ou melhor, mais profunda (“carne”) para aqueles que eram fortes na fé, mas deu o “leite” das doutrinas mais elementares aos bebês. Da mesma forma, devemos entender que, além do significado que a Palavra de Deus carrega em sua face, há um lado mais profundo e oculto sobre o qual faremos bem em ponderar esta noite.
Aprendemos primeiro a ideia de que a Terra nem sempre foi como é hoje; que houve um imenso período de formação e que este Planeta deve ter passado por vários estágios de desenvolvimento antes de atingir a condição atual. Vemos nas nebulosas do céu, que agora são ígneas. Podemos entender que a umidade deve ser condensada por esse fogo da fria extensão do espaço; também podemos entender que essa umidade se evapora rapidamente quando entra em contato com um vórtice tão ardente e rodopiante; que o vapor gerado sobe ao espaço para ser ali condensado novamente pelo frio, passando assim por inúmeros ciclos de evaporação e condensação até que, finalmente, forma-se uma crosta ao redor do núcleo ígneo. Essa crosta se torna mais dura quando gradualmente a umidade supérflua é evaporada como uma névoa. A névoa eventualmente se reúne e condensa em uma nuvem, caindo novamente sobre o Planeta como um dilúvio e deixando as condições climáticas como as encontramos hoje na Terra. A esses estágios os Ensinamentos Rosacruzes chamam de Épocas, denominadas Época Hiperbórea, Época Atlante e Época Ária.
Não falaremos da primeira dessas Épocas mencionadas. Mas, durante a última parte da Época Lemúrica, quando a humanidade ainda vivia em ilhas cercadas de fogo na crosta em formação, os humanos eram muito diferentes da humanidade de hoje. Eles eram, de fato, gigantes de uma forma corporal que seria repulsiva para nossas atuais noções de simetria e beleza corporal; mas, diferiam de nós particularmente neste fato: o Ego ainda não tinha aprendido a administrar o seu corpo de forma adequada e permanente. Na verdade, eles não sabiam, naquela Época, que tinham corpos; eles os usavam tão inconscientemente quanto usamos atualmente o nosso aparelho digestivo. A visão deles estava totalmente focada nos Mundo espirituais e eles viam Deus face-a-face, ou melhor, aqueles que eles pensavam ser Deus; isto é, os Mensageiros Divinos que os guiaram como as crianças são guiadas por seus pais, porque naquela época eles não tinham desenvolvido a vontade, como temos hoje.
Estando inconscientes de seus corpos, eles não conheciam o nascimento nem a morte. A perda de um veículo físico acontecia frequentemente por causa das erupções vulcânicas que eram comuns em nossa Terra em formação; mas, era como a queda de uma folha seca da árvore e não produzia diferença alguma em sua consciência. Nem era o nascimento de um novo corpo um evento de distração, porque durante o nascimento e a morte sua consciência estava focada nos Mundos Invisíveis aos olhos físicos.
Em certas épocas do ano, os Anjos, que sempre foram os precursores do nascimento, conduziam essas hostes de humanos em grandes templos em que o ato propagativo era realizado como um ato de sacrifício sob os raios astrais (Sol, Lua e Planetas) apropriados. Nesses momentos de intenso contato íntimo, a atenção do ser humano era temporariamente desviada dos Mundos espirituais para a Região Química do Mundo Físico e, assim, “Adão conheceu sua esposa”.
Assim, a tônica do corpo, então concebido, estava em perfeita sintonia com a harmonia das esferas naquele momento e, portanto, o parto era indolor, a saúde era perfeita e a morte não aterrorizava a humanidade daquela época.
Mas, os Anjos não eram todos da mesma natureza. Havia duas classes; uma sintonizada com a Água e outra, com o Fogo. É a última classe que foi interpelada por Isaías (14:12) naquela maravilhosa passagem em que ele diz:
Ó Lúcifer, filho da manhã,
Como você caiu do Céu!
Dos Espíritos da Água, ou verdadeiros Anjos, o ser humano recebeu o cérebro; mas Lúcifer (lucis + ferre = o portador da luz; no original em hebraico temos Hêlêl = o brilhante), Espírito do Fogo, é o “doador de luz”. Dos Espíritos do Fogo veio a luz da razão.
O Corpo de Desejos do ser humano foi por eles impregnado de uma nova faculdade: impulso. E como era necessário que eles usassem um instrumento físico para seu próprio desenvolvimento, embora fossem incapazes de criar tal veículo, eles ensinaram ao ser humano para que esse tivesse um Corpo Denso e o esclareceram sobre o método pelo qual ele poderia gerar um novo veículo a qualquer momento, quando o antigo morresse, independentemente das condições astrais; e o ser humano, cedendo ao impulso dos Espíritos de Lúcifer, incitado pela paixão que eles incutiram, passou a considerar o ato gerador como meio de gozo e gratificação, em vez de um Sacramento. Assim, os corpos nascidos sob tais condições estavam fora de sintonia com a Harmonia Cósmica. Portanto, o parto tornou-se doloroso, a saúde ficou prejudicada e a Morte entrou em seu reinado como o “Rei dos Terrores”.
Enquanto Adão conhecia sua esposa apenas durante o tempo em que os Anjos presidiam o ato propagativo, sua consciência estava focada durante todo o tempo restante nos Mundos espirituais. Mas, as coisas tornaram-se radicalmente diferentes quando o ser humano tomou o assunto em suas próprias mãos. Quanto mais frequentemente ele conhecia sua esposa para autogratificação, mais frequente e completamente sua consciência se concentrava no Mundo Físico e mais ele perdia de vista os reinos superiores, até que finalmente eles foram esquecidos, ou quase. Portanto, o nascimento agora parece o começo da vida. Começa com dor para mãe e bebê; a própria vida costuma ser um caminho de dor e sofrimento, porque em Espírito nos sentimos órfãos de nosso Pai; e no final está a morte, o “Rei dos Terrores”, para introduzir o Espírito no que é, para nossa consciência física, um grande desconhecido, e tudo isso por causa do impulso e da paixão que os Espíritos marciais de Lúcifer gravaram em nossa natureza de desejo. E enquanto a luz do fogo da paixão manchar nossa natureza de desejo, esse regime deve continuar.
O Antigo Testamento começa com o relato de como o ser humano foi desviado de Deus pela falsa Luz dos Espíritos de Lúcifer, dando origem a toda tristeza profunda, angústia e sofrimento do mundo; termina com a promessa de que o Sol da Justiça surgirá com a Cura em suas asas. E no Novo Testamento encontramos o Sol da Justiça, a verdadeira Luz, vindo para salvar o mundo e o primeiro fato que se afirma sobre Ele é que seja de uma Imaculada Conceição.
Agora, esse ponto deve ser totalmente compreendido e deve ficar claro a partir do que foi dito anteriormente: que é a mácula luciferiana da paixão que trouxe tristeza, pecado e sofrimento ao mundo. Antes da impregnação do Corpo de Desejos com esse princípio demoníaco, a Concepção era Imaculada e um Sacramento. O ser humano caminhava então na presença dos Anjos, puro e livre de vergonha. O ato da fertilização era tão casto quanto o da flor. Portanto, quando o mal foi feito, imediatamente o mensageiro, ou Anjo, cingiu-os com folhas para imprimir neles o ideal que eles deveriam aprender a viver; ou seja, a castidade, como a planta é casta. Sempre que somos capazes de realizar o ato gerador de maneira pura, casta e desapaixonada como a planta, ocorre uma Concepção Imaculada e nasce um Cristo capaz de curar todos os sofrimentos da humanidade, capaz de vencer a morte e estabelecer a imortalidade, uma verdadeira luz para conduzir a humanidade para longe do fogo-fátuo da paixão; isso é feito através do autossacrifício pelo companheiro.
Esse, então, é o grande ideal pelo qual estamos lutando: purificar-nos da mácula do egoísmo e da busca egoísta. E, portanto, consideramos o emblema da Rosacruz como um ideal. Pois as sete rosas vermelhas tipificam o sangue purificado; a rosa branca mostra a pureza da vida e a estrela dourada e radiante simboliza aquela inestimável influência para a saúde, utilidade e elevação espiritual que irradia de cada Servo da humanidade.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)