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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Descida da Vida de Cristo a partir de Setembro

Outubro de 1916

Estamos agora no Equinócio de Setembro, onde o Sol físico está deixando o hemisfério norte depois de ter fornecido as necessidades de vida para o próximo ano; e a maré espiritual que carrega na crista da sua onda a vida que encontrará expressão física no próximo ano está agora a caminho da nossa Terra. A metade do ano diante de nós é a parte sagrada do ano. Desde a festa da Imaculada Concepção até o Nascimento Místico do Natal (enquanto essa onda está descendo para a Terra[1]) e desde então até a Páscoa (enquanto está se dirigindo para fora da Terra[2]), uma canção vibra de forma rítmica e harmoniosa – inadequadamente descrita na lenda do Nascimento Místico como “hosana”, cantada por um coro de Anjos – preenche a atmosfera planetária e atua sobre todos como um impulso à aspiração espiritual – não sobre todos na mesma medida, é claro, mas de acordo com o caráter geral.

Alguns não sentem essa onda espiritual por causa da sua depravação, mas ela funciona dentro, sobre e com eles da mesma forma, e com o tempo eles responderão. Outros estão tão absortos em fazer compras e vendas, em se casar, com assuntos envolvendo os seus prazeres, as suas paixões e as suas ambições que não têm consciência dessa onda espiritual, salvo quando ela atinge a sua máxima força, isto é, no Natal, e então se expressa apenas como um espírito de elevada sociabilidade e generosidade – afinal, essas pessoas que não sentem essa onda espiritual gostam de festas e de dar presentes. Uma classe de pessoas mais avançada a onda de santidade desde o início da sua descida e percebe o importante efeito da sua harmonia e do seu ritmo favorecendo os esforços na direção do crescimento da alma. Essa classe mais avançada se beneficia muito, fazendo os maiores esforços durante do Equinócio de Setembro, todo o restante do mês de setembro, outubro, novembro e meados de dezembro até o Equinócio de Março. É como nadar a favor da maré.

Por esta razão, dedico essa Carta aos Estudantes para chamar sua atenção a esse fenômeno que se repete anualmente. Esteja você consciente disso ou não, as poderosas vibrações espirituais da onda vivificante de Cristo permanecem na atmosfera da Terra durante meados de dezembro, do mês de janeiro, fevereiro até meados de março, e podem ser utilizadas por você com uma vantagem muito maior, se você souber disso e redobrar seus esforços do que se você não tivesse conhecimento do fato.

Façamos, portanto, cada um de nós um inventário dos pecados específicos que mais facilmente nos assolam, pois agora começa o período mais favorável do ano para erradicá-los. Façamos, também, um inventário das virtudes que nos faltam e que sentimos mais necessidades de cultivá-las, pois esse é o momento de fazer esse trabalho com mais eficiência. Por meio de um trabalho cuidadoso e sistemático nesses meses sagrados (durante meados de dezembro, do mês de janeiro, fevereiro até meados de março), poderemos fazer grandes progressos nos nossos esforços para realizar a nossas aspirações espirituais.

Tendo decidido quanto ao trabalho pessoal, olhemos à nossa volta para ver quem em nosso círculo de relacionamentos parece estar buscando a iluminação espiritual e quem, provavelmente, está interessado em conhecer nossos Ensinamentos Rosacruzes. Isso requer discernimento, pois não temos o direito de impor nossas ideias a quem não as quer ouvir, do mesmo modo que não podemos ficar tocando um tambor em suas casas durante uma ou duas horas por dia. Se percebermos que as pessoas do nosso círculo de relacionamentos não aceitam bem o que temos a dizer, é melhor deixá-los; mas, há muitos que podem ser despertados com a vibração espiritual de Cristo nesses meses, vibrações que não seriam obtidas nos outros meses do ano. Portanto, confio que poderemos utilizar os próximos meses de uma forma que nos beneficiará grandemente do ponto de vista espiritual.

(Carta nº 71 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: vindo do Mundo do Espírito Divino, passando pelo Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo, Região Etérica do Mundo Físico até chegar no centro do Planeta Terra já na Região Química do Mundo Físico.

[2] N.T.: partindo a partir do centro do Planeta Terra na Região Química do Mundo Físico, indo para a Região Etérica do Mundo Físico, depois para o Mundo do Desejo, Mundo do Pensamento, pelo Mundo do Espírito de Vida até chegar no Mundo do Espírito Divino (de volta do Trono do Pai).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Vida dos Salvadores e a Correlação com o Sol

Deus é Luz” (IJo 1:5) e como presença corporal do Pai entre nós temos o Cristo, de modo que qualquer um que crê n’Ele, não perece, mas tem a vida eterna. Por isso que Cristo disse: “Eu sou a Luz do Mundo.” (Jo 8:12).

É do Sol visível que nos vem cada partícula de energia física e é do Sol espiritual invisível que nos vem toda nossa energia espiritual.

Vejamos agora, como nós daqui do nosso Planeta Terra visualizamos todos os anos a passagem, a permanência e o trabalho do nosso Salvador, Cristo: o nosso Planeta Terra gira em torno de uma estrela que conhecemos como Sol. O Sol, por sua vez, gira em torno de um conjunto de estrelas fixas.

Essas estrelas fixas formam 12 grupos ou constelações que conhecemos com o nome de Signos do Zodíaco. Esse caminho, tomando como referência o nosso Planeta Terra, feito pelo Sol é chamado de Eclíptica.

Zodíaco não quer dizer que tais constelações pareçam com animais, mas é porque suas influências estão voltadas em exteriorizar as principais características no ser humano incorporadas no símbolo.

Assim, por exemplo: a arrogância, a energia e a coragem que vem de Áries não podem estar mais bem simbolizadas do que pelo Carneiro.

Ou a pacífica, mas prodigiosa força e a grande persistência que vem de Touro não podem ser mais bem descritas que pelo simbólico Touro.

O Zodíaco permanece sempre na mesma posição relativa, ou, pelo menos, sua mudança é tão insignificante que pode ser desprezada.

Olhando daqui do nosso Planeta Terra, percebemos que todos os anos, no dia 20 ou 21 de março, temos a impressão de que o Sol começa a abandonar o hemisfério sul, cruzando a linha do equador em direção ao hemisfério norte.

Isso ocorre porque o nosso Planeta Terra possui movimentos em torno do seu eixo como um pião cambaleante. Esses movimentos cambaleantes são de dois principais tipos conhecidos como:

  • Precessão
  • Nutação

Na realidade, não é que o Sol abandona o hemisfério sul. O que acontece é que seus raios incidem no nosso Planeta Terra mais perpendiculares, no hemisfério sul, a partir de 20 ou 21 de março e mais inclinados no hemisfério norte. Com isso, há a sensação de mais calor no hemisfério norte do que no sul.

Já a partir de 22 ou 23 de setembro tudo se inverte: o Sol abandona o hemisfério norte, cruza a linha do equador e penetra no hemisfério sul. Novamente, o Sol não abandona o hemisfério norte, mas seus raios incidem no nosso Planeta Terra, mais perpendiculares no hemisfério norte, a partir de 22 ou 23 de setembro, e mais inclinados no hemisfério sul.

Assim, todos os anos quando o Sol cruza a linha do equador indo do hemisfério sul para o hemisfério norte temos o Equinócio de Março (ou de Outono), para nós do hemisfério sul, o início da estação do outono. Isso ocorre todos os anos, em torno do dia 21 ou 22 de março. Já para o hemisfério norte é o Equinócio de (ou da Primavera), o início da estação da primavera.

Agora, todos os anos quando o Sol cruza a linha do equador indo do hemisfério norte para o hemisfério sul temos o Equinócio de Setembro (ou da Primavera) para nós do hemisfério sul, o início da estação da primavera. Isso ocorre todos os anos, em torno do dia 22 ou 23 de setembro. Já para o hemisfério norte é o Equinócio de Setembro (ou de Outono), o início da estação do outono.

Nesse cruzamento de hemisfério sul para hemisfério norte ocorre um fato importantíssimo: devido aos movimentos vibratórios dos pólos descritos anteriormente o Sol cruza o equador sempre em um ponto anterior do que ele fez no ano anterior e, como, nesse dia, os períodos do dia e da noite são de iguais durações, ou seja, o Equinócio, esse cruzamento chama-se Precessão dos Equinócios. Ou seja, a cada ano o Sol precede em relação ao lugar em que ele cruzou o equador no ano anterior.

Se não houvesse tal Precessão dos Equinócios o Sol penetraria sempre na constelação de Áries, todos os anos no Equinócio de 21 ou 22 de março no mesmo ponto, no mesmo grau e no mesmo minuto.

Esse movimento é muito lento: um grau cada 72 anos, aproximadamente.

Assim, o Equinócio de 21 ou 22 de março ocorreu no primeiro grau de Peixes mais ou menos 2160 anos atrás (72 anos*30 graus).

Além desses movimentos, o nosso Planeta Terra tem um movimento de translação ao redor do Sol. Esse movimento tem a forma de uma elipse, e o Sol ocupa um dos focos dessa elipse.

Assim sendo, por duas vezes o Sol atinge suas posições mais afastadas do equador: em junho e em dezembro de cada ano.

  • Para nós do hemisfério sul, em junho, os raios solares caem mais perpendiculares sobre a superfície da Terra. É quando o Sol atinge sua posição mais austral (mais ao sul) em torno do dia 21 ou 22 de junho. Esse dia é conhecido como Solstício de Junho (ou de Inverno), início da estação do inverno, para o hemisfério sul e, ao contrário, Solstício de Junho (ou de Verão), início da estação do verão, para o hemisfério norte.
  • Já em dezembro, os raios solares caem mais inclinados sobre a superfície da Terra. É quando o Sol atinge sua posição mais boreal (mais ao norte) em torno do dia 21 ou 22 de dezembro. Esse dia é conhecido como Solstício de Dezembro (ou de Verão), início da estação do verão, para o hemisfério sul e, ao contrário, Solstício de Dezembro (ou de Inverno), início da estação do inverno, para o hemisfério norte.

De qualquer modo, observe bem esse fator importante para entender o que segue adiante: independente da influência física dos raios solares, é a distância que o Sol se encontra da Terra o mais importante:

  • Em junho está mais longe (o foco da elipse em que o Sol se encontra está mais longe)
  • Em dezembro está mais perto (o foco da elipse em que o Sol se encontra está mais perto)

E isso independe do hemisfério que nós estamos! Esse ponto é fundamental para entendermos a relação do movimento do Sol, por Precessão dos Equinócios, e a vinda dos “Salvadores”.

É exatamente o movimento do Sol em torno do Zodíaco, descrito acima, que fundamenta as vidas de todos os “Salvadores da Humanidade”.

Essa passagem do Sol pelo Zodíaco descreve: as provações e os triunfos de todo Iniciado, ou seja, de todo ser humano que já alcançou, pelo menos, a primeira Iniciação Menor.

Todos os “Salvadores da Humanidade” vieram com luz divina e com conhecimentos espirituais para nos ajudar a encontrarmos a Deus e, portanto, os acontecimentos das vidas deles estavam de acordo com os acontecimentos que o Sol encontra em sua peregrinação anual.

Excetuando o Cristo, os demais “Salvadores da Humanidade” vieram para ajudar uma parte específica da Humanidade: um povo, uma nação, uma parte.

Vamos falar do Salvador de todos nós, ou seja, de toda a Humanidade: o Cristo, na Sua primeira aparição entre nós como Cristo-Jesus.

Jesus nasceu de uma Virgem imaculada, quando a escuridão era maior entre a Humanidade. Do mesmo modo que o Sol começa sua jornada na noite mais longa do ano, quando o Signo de Virgem, a virgem, se mantém sobre o horizonte oriental em todas as latitudes, entre as 22 e as 24 horas do dia 24 para o dia 25 de dezembro de todo ano, como lemos no Evangelho Segundo São Lucas no capítulo 1 e no Evangelho Segundo São Mateus no capítulo 2.

Como nesse dia a Terra está prestes a ficar mais próxima do Sol do que qualquer outro momento no ano, ela é permeada mais fortemente pela aura do Sol Espiritual.

Assim, dizemos que o Sol do “novo ano” nasce do dia 24 para o dia 25 de dezembro de todo ano. Ele é a esperança de vida que nasce para salvar a Humanidade do frio e da fome (física e espiritual) que se seguiriam se não nascesse todos os anos.

Após esse advento do Cristo, todos os anos, a 21 ou 22 de dezembro, um raio do Cristo Cósmico chega até o centro do nosso Planeta Terra e começa irradiar: toda a Sua Luz, todo o Seu Amor, toda a Sua Vida, que funciona como um influxo rejuvenescedor do nosso Pai celestial.

Deste ponto, o Sol vai crescendo em esplendor, passando pelos Signos de: Capricórnio e Aquário.

Quando passa pelo Signo de Peixes, temos a época do “jejum do Iniciado”, período de elevação espiritual.

Depois da quaresma o Sol passa pelo Equinócio de Março, entrando no Signo de Áries, simbolizando o cordeiro Pascal, marcial.

Nesse cruzamento do Sol pelo equador, rumo ao norte, temos a Crucificação do Salvador que depois de nos ter dado toda a Sua Vida, Sua Luz e todo Seu Amor, como alimento físico e espiritual, Ele se liberta da cruz da matéria para ascender novamente ao Trono do Pai, deixando o nosso Planeta Terra e todos os seres vivos que nele evolucionam totalmente providos dos alimentos físico e espiritual para serem utilizados nos próximos meses do ano.

Aqui Cristo eleva-se até ao Mundo do Espírito de Vida, atingindo-o no período do Equinócio de Março, onde executa um trabalho de correlacionar todos os seres vivos de todos os Astros do nosso Sistema Solar numa Fraternidade Universal.

Continuando seu trabalho vem a passagem por Touro, símbolo do amor e da subida ao Reino dos Céus, ou regresso ao Trono ou casa do Pai.

A 21 ou 22 de junho de todos os anos, o Sol atinge o seu ponto máximo de declinação boreal no Solstício de Junho.

Então, Cristo chega ao Trono do Pai no Mundo do Espírito Divino onde, durante os meses de julho e agosto, enquanto o Sol passa por Câncer e por Leão, o Cristo está reconstruindo Seu veículo do Espírito de Vida para, na próxima descida, oferecer ao nosso Planeta Terra e a todos os seres vivos que aqui evoluciona.

Temos, então, a 15 de agosto a festa da Ascensão de Cristo, em Leão, que marca o trabalho do Cristo no Mundo do Espírito Divino trabalho esse onde Ele busca correlacionar todos os seres vivos de todos os Astros de todos os Sistemas Solares do Universo numa Fraternidade Universal.

De Leão o Sol passa pelo Signo de Virgem. A 22 ou 23 de setembro o Sol cruza novamente o equador, na direção: do hemisfério norte para hemisfério sul. Temos o Equinócio de Setembro, como já foi dito acima.

Nesse momento Cristo está entrando no Mundo do Espírito de Vida, no seu caminho descendente.

Ele está pronto a focar sua consciência no nosso Planeta Terra para que possamos ter vida e “vida em abundância” (Jo 10:10).

E, então, novamente a 21 ou 22 de dezembro um raio do Cristo Cósmico chega até o centro do nosso Planeta Terra e começa irradiar: toda a Sua Luz, todo o Seu Amor, toda a Sua Vida que funciona como um influxo rejuvenescedor do nosso Pai celestial.

Estamos na época em que as poderosas vibrações espirituais vivificantes da onda Crística estão na atmosfera terrestre e podemos utilizá-las com maior vantagem se conhecemos esse fato e redobrarmos nossos esforços o que seria impossível se nós não estivéssemos conscientes disso.

Imaginemos o quão aprisionado sente-se um Ser da estatura de Cristo em ambiente tão cristalizado como o nosso Planeta.

Imaginemos quão grande é o Seu sacrifício que faz: por nossa causa e por nossa incapacidade de evoluirmos sozinhos.

Portanto, deveríamos agradecer por esse sacrifício anual indispensável. A melhor forma de expressar essa gratidão é colaborando com Ele, nos dando a nós mesmos em serviço para com todos os nossos semelhantes, ajudando a limpar o Corpo de Desejos do nosso Planeta e vivenciando a Fraternidade Universal por onde vivemos. Assim construindo nossos Corpos-Almas, um dia tomarmos a Sua carga e o Seu fardo, libertando-O dessa Sua prisão anual e dirigirmos a nossa Evolução para cima e para frente em direção ao nosso Pai Celestial.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: A Terra passa por ciclos de alternância. Esses encontram alguma correspondência no ser humano?

Resposta: Os Solstícios de Junho e Dezembro, tanto como os Equinócios de Março e Setembro, são pontos de alternância, de mudança, na vida do Grande Espírito Planetário da Terra, o Cristo.

Assim, também, a concepção traduz o início da descida do Ego ao Corpo Denso, culminando no nascimento aqui na Região Química do Mundo Físico. Isso inaugura o período de crescimento, até alcançar a maturidade. Daí começa uma época de frutificação e de amadurecimento, a par do declínio das energias físicas, até terminar na morte, que livra o ser humano da matéria.

Depois, manifesta-se uma época de metabolismo espiritual e se colhem as experiências terrestres, transformando-as em poderes da alma, em tendências e talentos. Tais poderes e talentos serão postos a juros em vidas futuras para prosperarmos e nos fazer mais ricos espiritualmente até sermos merecedores do título de “Fiéis Administradores” e de ocuparmos postos maiores e melhores entre os servos da Casa do Senhor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como a Evolução está Escrita no Zodíaco

No caminho aparente que o Sol percorre, chamado Eclíptica, há grupos de estrelas que compõem as 12 constelações Zodiacais.

Os primitivos astrólogos místicos, quando dividiram essas estrelas em 12 grupos, obedeceram a profundas razões místicas, as quais se relacionam com o adiantamento físico e espiritual do ser humano.

Ao observar essas estrelas e notar o esboço que se faz para fixar a posição de cada uma delas, a maioria das pessoas pensa imediatamente que os antigos sábios o fizeram sem uma razão científica e apenas com o fim de recordar a posição de cada estrela componente de um grupo ou constelação; porém veremos que isso não é assim.

Os antigos podiam ter medido a posição por graus, como fizeram com o círculo, entretanto dividiram as estrelas em grupos e a cada grupo representaram por meio de um desenho, geralmente, de um animal.

Há alguns milênios, quando o Sol fazia a cruz equinocial em Câncer – ou seja, quando o Equinócio de “Setembro” caia quando o Sol cruzava o Equador estando em Câncer, denominado então como Equinócio de “Junho” –, a água que havia na atmosfera caiu em forma de chuva para depositar-se nas profundezas da Terra, deixando a atmosfera clara que hoje temos, iniciando um novo período evolutivo na Onda de Vida humana sobre a Terra. Essa queda das águas é conhecida na Bíblia com o nome de “Dilúvio”.

Assim, também veremos que o grande relógio sideral marcou a hora desse e de outros acontecimentos, porque quando o ponto equinocial estava em Câncer – Época Atlante –, foi quando se produziu o Dilúvio, pois o Signo simbólico de Capricórnio, que lhe é oposto, está representado por uma cabra com cauda de peixe, representando a passagem das formas físicas do elemento Água, ao elemento Ar; assim iremos vendo como o Signo oposto à constelação em que ocorre, atualmente, o Equinócio de Setembro representa o adiantamento ou evolução da forma física e o ideal religioso que precisa atingir a humanidade dessa determinada época.

Mais tarde, quando o Sol cruzava o Equinócio de “Setembro” na constelação de Gêmeos, a humanidade deixou o estado animalizado em que se achava e começou a olhar para o alto e o ser humano se fez verdadeiramente humano; isto está representado por Sagitário, oposto a Gêmeos, metade inferior animal e a outra metade superior humana, representando, ao mesmo tempo que nessa Época – Época Atlante – começou, a luta verdadeira entre a “natureza superior” e a “natureza inferior” do ser humano.

Mais tarde, ainda nessa época, o ser humano adquiriu a Mente e isso lhe permitiu dirigir suas aspirações ao céu como representa simbolicamente o centauro apontando a fecha para as alturas.

Depois o Sol chegou a Touro – ainda na Época Atlante –, momento em que o vulgo adorava o Touro, como sucedia no Antigo Egito. Porém, se observarmos as gravuras daquele momento, veremos que a classe sacerdotal usava na cabeça um diadema com uma serpente que simulava sair do ponto situado acima do nariz; isto indicava que eles eram possuidores da Sabedoria Mística, ideal incompreensível para a maioria do povo que adorava o Touro Sagrado. A Sabedoria Mística possuída pelo sacerdócio está representada pelo Signo oposto a Touro, Escorpião, representado no Zodíaco Místico, por uma serpente, que é o símbolo da Sabedoria, pois também se chamavam serpentes aos antigos iniciados das Escolas Místicas.

Também foi a serpente quem fez “nossos pais” pecarem, significando que por conhecer a existência do Mundo externo das formas, a humanidade viu que podia atuar livremente, contrariando as leis do supremo Jeová; assim, pois, a “serpente de sabedoria” nos fez pecar, porém por causa das distintas experiências pelas quais temos passado, conquistaremos a virtude, que é superior à inocência que antes possuíamos. A virtude é a prática do bem com conhecimento do mal, quer dizer, uma faculdade positiva; a inocência é a prática do bem sem conhecimento do mal, ou seja, uma faculdade negativa.

Porém o tempo passou e veio o sacrifício de cordeiros (Época Ária), momento em que o sacerdócio já havia, em sua grande maioria, perdido contato com a sabedoria mística, interna; isto eles demonstraram por sacrificar com as próprias mãos inocentes vítimas ante os altares. E comia-se o carneiro da Páscoa no tempo da celebração dessa festa, a qual representava a passagem do Mar Vermelho, que está entre o Egito e a Ásia, pelo povo de Israel, pois a Páscoa vem de pesha ou pesaj, que significa passagem, sendo no Cosmos a passagem do Sol pelo Equinócio.

Também a Páscoa hebraica é a lembrança de não ter o Anjo, no Egito, exterminado os filhos de Israel, por esses terem marcado com sangue de cordeiro as portas de suas casas, cujo significado cósmico, é que, nessa época longínqua, quando o Sol estava na constelação de Áries (Carneiro) perto do ponto em que se produzia o Equinócio, dourava com seus raios as portas das casas dos Israelitas, pois esses construíam suas vivendas com a frente para o leste, ou seja, de onde vem a “luz”. Assim também se construíram os primitivos tempos Cristãos e era por causa dessa posição que os primeiros raios do Astro do dia dourava as moradas do povo de Israel, quando estava em Áries.

Tudo isto ocorreu quando o Equinócio de “Março” ocorria quando o Sol passava pela constelação de Áries, vindo o Cristo ao mundo, também nesse momento, sendo chamado o Cordeiro de Deus e sacrificado no tempo da Páscoa.

Cristo veio implantar a igualdade entre os seres humanos, o que está representado por Libra (a Balança), símbolo de justiça. A estrela de Cristo, ou seja, o Corpo Cósmico de Cristo, é o Sol e os raios do Astro rei simbolizam o sangue que marcava as portas das casas dos israelitas no Egito, sendo esses mesmos raios, o sangue que derrama o Cristo cósmico ao morrer na cruz equinocial.

Assim também vemos que as festas da Religião Cristã são ocorrências cósmicas e fatos da natureza, sem os quais a humanidade pereceria sem lograr um desenvolvimento verdadeiro.

Cristo Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo a fim de salvar-nos de um atraso evolutivo, quando o Equinócio ocorria em torno do sétimo grau de Áries; e foi chamado o “Cordeiro de Deus”. Entretanto, ele chamava seus Discípulos de “pescadores de homens” – pois já estávamos na Órbita de Influência de Peixes –, o que simboliza que a Religião por Ele fundada entraria em ação quando Equinócio de “Março” ocorria quando o Sol passava pela constelação de Peixes (os peixes), que é a Época atual (Época Ária), quando os fiéis se alimentam, durante esse tempo, de pescados nos dias de jejum e nos dias santos de guarda. Porém, o ideal religioso da Época atual está no símbolo oposto a Peixes, que é Virgem, a Virgem Celestial, ideal que ainda tem que alcançar a humanidade de hoje, pois atualmente adoram uma forma completamente material, ao passo que o significado, como sabemos místicos, é puramente espiritual. Além disso, levantando-se o mapa astrológico do céu na noite de 24 para 25 de dezembro, à meia-noite, aparece no Oriente (no Ascendente astrológico) o Signo da Virgem (a Virgem), e, na parte inferior, como nascendo, aparece o Sol que, como já se disse, é o Corpo Cósmico do Cristo.

Quando a cruz equatorial celeste se produzir na constelação de Aquário (ainda na Época Ária) representada por um “homem que derrama água no seu cântaro”, o ser humano derramará toda a água viva de sua sabedoria, chegando a um adiantamento inesperado, produzido pelo contato direto de sua Mente com os raios do Cristo Cósmico, quando caírem da nossa atmosfera atual os últimos resíduos de umidade que ainda existem, deixando-a, portanto, mais etérica e tornando o ser humano verdadeiro rei da criação, o que está simbolizado pelo Signo oposto a Aquário, que é Leão (o leão) que representa a nobreza.

Embora, atualmente, o Sol não cruze o Equador celeste na constela­ção de Aquário, a humanidade já manifesta um grande desenvolvimento mental – pois já estávamos na Órbita de Influência de Aquário –, notado desde o meado do século passado. Isto é devido a que, ao efetuar a cruz equinocial, a aura solar põe-se em contato com as vibrações da constelação de Aquário, o Equador celeste. Aquário está representado no novo Testamento pela casa do aguadeiro, na qual os Discípulos de Jesus passaram a Páscoa e onde o Mestre disse que não beberia mais do sumo da videira, significando que na Era de Aquário, a idade futura, o ser humano não beberá mais bebidas alcoólicas.

O conhecimento que adquirirá a humanidade nessa Era permitirá ao ser humano saber que deve aprender as Leis de Deus, no grande livro da Natureza e refletir na Terra, como fazem os Astros no firmamento, a Vontade de nosso Pai que está nos céus sendo, assim, brilhantes guias para seus irmãos menores, os seres dos demais reinos da Natureza.

Hoje vivemos assombrados pelos grandes inventos do ser humano; a aviação é uma realidade, mas Júlio Verne foi tido por visionário. O rádio é outro invento que parecia impossível aos nossos avós, a televisão é outra realidade, porém todos esses inventos nada são comparados com as descobertas da futura Era de Aquário, quando as vibrações etéricas despertarem a intuição em grau elevado. Na Era de Aquário, este poder interno permitirá ao ser humano desdobrar suas ideias até o infinito e a grande quantidade de conhecimentos acumulados no trans­curso dos séculos permitirá, ao mesmo tempo, converter em realidade as visões internas.

Faltam mais ou menos setecentos anos para que o Sol entre por Precessão dos Equinócios na influência direta de Aquário. Se hoje pudéssemos tirar do túmulo uma pessoa depois de haver passado um ou dois séculos sem observar o progresso do mundo, essa pessoa ficaria estupefato diante do avanço da ciência; a eletricidade seria para ela coisa do demônio e a mesma ideia teria ela de outros grandes inventos que não nos chamam a atenção.

O mesmo se daria conosco, se dentro de um século pudéssemos ver o adiantamento da humanidade. Na Era de Aquário não haverá mais guerras, porque o desenvolvimento espiritual do ser humano permitirá sentir em seu coração as grandes verdades ensinadas pelo grande ser Cristo-Jesus, hoje tão pouco conhecidas.

A Astrologia e a Filosofia Rosacruz ensinam que novas forças, ainda mais surpreendentes do que a eletricidade, serão descobertas, porém serão sem as maléficas aplicações a que o ser humano atualmente as destinam. Verdadeiramente falando, o ser humano atual é como um garoto que lida com instrumentos perigosos, empregando certos inventos para destruir seus semelhantes.

Na Era de Aquário, uma humanidade mais nobre e melhor povoará a Terra e os grandes inventos serão usados para o bem-comum de todos e, então, será uma realidade o que disse Cristo-JesusAs obras que eu faço vós também as fareis“: os sonhos dos místicos serão uma realidade para a humanidade do futuro, quando compreender essa palavra de Cristo em seu coração.

(Publicada na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – fevereiro/1979-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preâmbulo para Ritual do Serviço de Véspera de Natal (Noite Santa) Rosacruz

1.

A data do Natal marca o retorno da atenção do Cristo ao nosso Planeta Terra. O “nascimento anual” do Cristo que chega, mais uma vez, no centro do nosso Planeta Terra. Por isso, no ofício do Ritual do Serviço Devocional de Véspera de Natal (ou Noite Santa) – que oficiamos no dia 24 de dezembro – leremos o relato da Anunciação e do Nascimento de Jesus. A partir desse momento cósmico, todos os anos, um raio do Cristo Cósmico “nasce” no centro do nosso Planeta Terra com o objetivo de continuar o Seu Plano de Salvação até que possamos, nós mesmos, manter esse Campo de Evolução chamado Planeta Terra em perfeito funcionamento.

2.

Esse seu trabalho anual de estar, do centro do nosso Planeta emanando todo o Seu Amor, toda a Sua Vida e toda Sua Luz é de vital importância para a nossa evolução. Sem Ele fatalmente morreríamos e perderíamos todas as oportunidades de crescimento espiritual, pois perderíamos esse Campo de Evolução, seja pela cristalização, seja pela insistência em não seguir o Plano Divino.

3.

A Ele e a esse Seu trabalho, nós devemos essa disposição de ser: fraternos, irmãos, dispostos a servir, a ajudar, a amar, a cooperar com o Plano de Deus para a nossa evolução.

4.

Solstício e Equinócio, termos que escutaremos, são termos emprestados da Astronomia. Estão relacionados com o movimento que o nosso Planeta Terra faz em torno do Sol durante todo um ano. Determinam o início das Estações do Ano.

5. Para o hemisfério sul:

Equinócio de 21, 22 ou 23 de Setembro – marca o início da Primavera

Solstício de 21 ou 22 de Dezembro – marca o início do Verão

Equinócio de 20 ou 21 de Março – marca o início do Outono

Solstício de 20 ou 21 de Junho – marca o início do Inverno

6.

No Solstício de Dezembro o Sol está mais perto da Terra, independente do hemisfério em que se está, e nesse momento a Terra está permeada, mais fortemente, pela aura do Sol Espiritual, com o relativo aumento do Fogo Sagrado inspirador para o nosso Crescimento Anímico, o Crescimento da Alma.

No Solstício de Junho o Sol está mais perto da Terra, independente do hemisfério em que se está, e nesse momento a Terra está permeada por uma diminuição de espiritualidade, com a relativa intensificação e pujança de vitalidade física.

No Equinócio de Setembro o Sol cruza o equador da Terra, independente do hemisfério em que se está, e é a partir desse Equinócio de Setembro que a espiritualidade áurica do Sol começa a se aproximar (as pessoas começam a sentir maior atração pelos estudos mais profundos do mistério da vida) e, consequentemente, a vitalidade física começa a reduzir.

No Equinócio de Março o Sol cruza o equador da Terra, independente do hemisfério em que se está, e é a partir desse Equinócio de Março que começa uma redução da espiritualidade áurica do Sole, consequentemente, a aumento da vitalidade física (onde as pessoas se sentem mais atraídas a se dedicar aos assuntos materiais).

7.

A Filosofia Rosacruz nos ensina que Solstícios e Equinócios têm a ver com o trabalho do Cristo:

  • No Equinócio de Setembro o Cristo inicia o seu retorno ao Planeta Terra
  • No Solstício de Dezembro o Cristo alcança o centro do nosso Planeta Terra
  • No Equinócio de Março o Cristo inicia o seu retorno ao Trono de Deus Pai
  • No Solstício de Junho o Cristo alcança o Trono de Deus Pai

                                                                                QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Lição do Natal que devemos Relembrar todos os Anos

Novamente nos encontramos na Estação do Natal, o período mais santo do ano. Retrocedamos mais de vinte séculos, e entremos numa singela casinha da cidade de Nazaré, na Galileia, para contemplarmos, deslumbrados, uma tocante cena. O Anjo Gabriel, enviado por Deus a Maria, esposa do varão José, exclamou-lhe: “Salve mui favorecida; o Senhor é convosco, Bendita sois entre as mulheres”. Maria está perturbada e o Anjo a tranquiliza, dizendo: “Não temas, porque achaste Graça junto de Deus; conceberás e parirás um filho, e o chamarás Jesus, Este será grande e chamado Filho do Altíssimo, e Lhe dará o Senhor Deus o trono de Davi, seu pai”.

São passados nove meses. Voltemos novamente o nosso olhar para uma estrada que vai de Nazaré a Belém, na Judeia. Acompanhemos José e Maria (prestes a ser mãe), caminhando com a finalidade de dar cumprimento à ordem de César Augusto, de que todos fossem recenseados. O casal chega a uma hospedaria, porém não encontra lugar. Pacientemente, Maria e José encaminham-se para outro local. É noite. Estamos em uma colina. Sob frondosa árvore, pastores com seus rebanhos repousam. Uma estranha magia e deslumbrante luz envolvem a paisagem. Ouve-se um cântico de glória despertando os pastores. Um formoso Anjo, acompanhado da Milícia Celestial, surge entoando a “Glória a Deus nas maiores alturas e Paz aos homens de boa vontade a quem Ele quer bem”. Os pastores estão temerosos, mas são tranquilizados pelas palavras do Anjo: “Não temais, pois eu vos trago uma boa nova de grande gozo e que o será para todo o povo, é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, um Salvador. Eis para vós um sinal: Encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura”.

Os Anjos retornam para os céus. Acompanhemos os pastores dirigindo-se a Belém, e vejamos o santo acontecimento. Uma estrela de incomparável fulgor está próxima à estrebaria. Dentro estão Maria e José reclinados sobre uma manjedoura, contemplam uma adorável criança. Eis Jesus, nosso amado Irmão Maior! Despojado de todo conforto material, mas envolto pela Glória do Senhor, presenteado com Ouro, Incenso e Mirra por três reis vindos de longe, guiados pela fulgurante estrela, eis a Santa Criança! Que maravilhoso exemplo de amor, desprendimento e humildade. Que sublime lição nos dá Jesus, ao nascer em uma estrebaria! Ele, um iniciado e filho de iniciados, havia percorrido o caminho da santidade através de muitas vidas. Recebeu a maior honra concedida a um ser humano, ceder Seus Corpos Denso e Vital para Cristo, um Raio do Cristo Cósmico, auxiliar a humanidade em sua jornada evolutiva.

Nos países frios, a comemoração em 25 de dezembro foi adotada pela Igreja com a finalidade de cristianizar a festa de Deus Sol, até então considerada uma festa pagã, uma adoração ao Sol físico. Tal data foi observada mais tarde pelas demais nações cristãs. De acordo com os ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, os Solstícios de Junho e de Dezembro e os Equinócios de Março e Setembro são pontos de alternância, de mudança na vida do Grande Espírito da Terra, um Raio do Cristo Cósmico, que veio substituir a Lei pelo Amor, aparecendo como “um homem entre os homens”, demonstrando que somente de dentro é possível conquistar a separatista Religião de Raça – que age de fora – e estabelecer a Fraternidade Universal.

O sacrifício de Cristo encerra a comprovação que se processa com o advento do Equinócio de Setembro e o lançamento da semente anímica da época do Natal. Portanto, não se comemora meramente o nascimento do nosso amado Irmão Maior Jesus de Nazaré, senão o influxo rejuvenescente de amor e vida.

Como poderemos considerar esse processo de manifestação da Onda Crística em nosso hemisfério (Sul), sabendo-se que as Estações são opostas? Note aqui que uma coisa – que é a mais importante de tudo, pois garante o trabalho do Cristo por todo o Planeta Terra – que se mantém idêntica tanto para o hemisfério norte como para o hemisfério sul, independentemente da inversão das estações: é a distância, maior ou menor, entre o Sol e o Planeta Terra. Sabemos que a Terra translada em torno do Sol por meio de uma órbita elíptica (não circular), ao longo do ano, e que o Sol ocupa um dos focos dessa elipse (lembrando que a elipse tem dois focos). Próxima a data que temos o Solstício de Dezembro (o ponto conhecido como periélio da Terra ocorre entre 2 e 6 de janeiro de cada ano), o foco em que o Sol se encontra está mais próximo da Terra, o que resulta a Terra estar permeada mais fortemente pela aura do Sol espiritual, com o correlativo aumento do Fogo Sagrado inspirador de crescimento anímico em nós. Inversamente, no Solstício de Junho (o ponto conhecido como afélio da Terra ocorre entre 2 e 6 de julho de cada ano) o foco em que o Sol se encontra está mais longe da Terra, o que provoca uma diminuição de espiritualidade, portanto, uma intensificação e pujança da vitalidade física. Assim, é natural que a partir do Equinócio de Setembro – período em que a espiritualidade do Sol começa a se intensificar aqui na Terra e, inversamente, a vitalidade física começa a se enfraquecer, todos sintam, tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul, uma certa atenuação para se tratar dos assuntos materiais e, em contrapartida, uma maior propensão para o recolhimento interno onde se predomina o tratamento a assuntos espirituais.

(publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Devemos Desenvolver o Equilíbrio, se quisermos progredir

Autoridades têm dito que, de todas as leis físicas e espirituais, a Lei do Equilíbrio é a mais importante – é a lei fundamental da Criação. Dela depende a continuidade do Universo. Atuando tanto no microcosmo (o ser humano), como no macrocosmo (o nosso Universo) é absolutamente sábia e ampla; dela depende a estabilidade de toda a vida em manifestação.

É a causa fundamental e o efeito final da Lei dos Opostos, da Lei da Polaridade, da Lei da Periodicidade ou dos Ciclos, de todas as forças em oposição. Não poderia haver vida material, espiritual nem psíquica na forma, não fora a ação da Lei do Equilíbrio. As violações dessa lei, seja pelo ser humano ou pela Natureza, resultarão, inevitavelmente, em maiores ou menores catástrofes.

A Filosofia Rosacruz ensina que a evolução “é a história do progresso do Espírito no tempo”. Observando a evolução tal como se manifesta nos diversos fenômenos do nosso Universo, verificamos que seu caminho é espiral, sendo cada volta da espiral um ciclo para a obtenção do estado de equilíbrio.

Em maior escala, os ciclos ocorrem quando o Sol se move para trás, entre as 12 constelações, pelo movimento que chamamos de Precessão dos Equinócios. O clima, a flora e a fauna da Terra mudam lentamente, produzindo, essa mudança, um ambiente diferente para a Onda de Vida humana em cada época sucessiva, à medida que caminha para a Unidade com Deus, o Criador. Existe também o caminho cíclico do Planeta, cujos pontos de retorno são os Equinócios e os Solstícios. Daí o ocultista observar o Solstício de Junho e o Equinócio de Setembro, bem como o Natal e a Páscoa. Eles indicam o fluxo periódico das forças invisíveis que revestem nossa Terra, as quais, agindo em obediência à Lei do Equilíbrio, produzem no nosso globo as atividades físicas, morais e mentais.

Em menor escala, é por meio da ação da Lei do Equilíbrio que o ser humano “nasce e morre” atingindo, por fim, a síntese, a unificação final de todas as vidas passadas. O Espírito humano vence finalmente tudo o que tem obstruído o seu progresso na evolução; os desejos são postos sob o controle do Espírito por meio da vontade e da Mente; desaparece o sexo na assexualidade do Adepto. Quem se tornou responsável pela ação da Lei do Equilíbrio em si mesmo não é mais dominado pelas opiniões, pelos desejos ou experiências de qualquer outro ser – no Corpo Denso ou fora dele. Sua vida é dedicada ao propósito de conhecer e obedecer às leis oniscientes de Deus e caminha sempre para esse fim com harmonia interior e eficiência.

Os muitos alvos que hoje nos cercam são ofuscantes lembretes de que há premente necessidade de equilíbrio em nossas vidas e nos negócios do nosso mundo, se esse há de ser verdadeiramente uma grande sociedade. A facilidade com que as massas  populares caem na histeria da adoração de um herói ou de uma atitude condenatória: de ficar possuída do medo da possibilidade de um ataque atômico (ou pior) ou da inflação monetária; de seguir um rumo à intolerância e de perseguição à raça e à religião; de enfatizar desordenadamente o sexo; de sucumbir à vida falsa dos narcóticos; de acentuar demasiado o lado material da vida em detrimento do lado espiritual – tudo isso são os sintomas bem como os resultados da falta de equilíbrio no interior dos seres humanos, desencadeando as forças de destruição. Muitos poucos existem que mantêm o equilíbrio tornando possível o verdadeiro progresso.

A história está repleta de relatos de clímax nacionais e internacionais que têm surgido periodicamente pela Lei dos Ciclos, em obediência à mais sábia Lei do Equilíbrio. Nessas ocasiões, os homens e mulheres que fazem surgir do caos a ordem e o progresso, são aqueles que conseguiram o equilíbrio dentro de si mesmos.

Durante os anos cruciais em que estamos atingindo novos e mais elevados valores e padrões, os homens e as mulheres que usam tanto as qualidades da Mente como as do Coração bem merecem nossa gratidão pelo serviço que prestam em ajudar a conservar nosso mundo em condição estável e a livrar-nos de possíveis catástrofes. Onde quer que estejam – e são encontrados praticamente em todos os caminhos da vida – estão servindo como canais autoconscientes aos nossos Irmãos Maiores, a quem tanto devemos.

“Vem, raciocinemos juntos”, é um aviso que indica a nota-chave para um processo de recondicionar nossos mundos menores e maiores, porém, já que a razão é, de fato, o produto do egoísmo, deve, se queremos obter resultados mais satisfatórios, ser combinada com o amor e o reconhecimento da unidade de todas as criaturas. Com o tempo, a razão, que está sendo desenvolvida pelo Espírito Humano, terá levado o desejo por caminhos que conduzem à obtenção da perfeição espiritual; a natureza do desejo terá sido conquistada e a Mente seja emancipada, pelo amor, da sua escravidão ao desejo. Então a intuição, a faculdade do Espírito de Vida, será soberana. Hoje, no nosso mundo existem incontáveis oportunidades de obtenção do equilíbrio – Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são; e existem, ao mesmo tempo, muitas oportunidades para render-se aos desejos inferiores e obstruir o progresso próprio, bem como o dos outros. Cada indivíduo deve, afinal, fazer sua própria escolha do caminho que quer seguir: ou o caminho equilibrado da harmonia e do progresso, ou o caminho desequilibrado da discórdia e da disputa. Certamente nunca houve maior necessidade de pessoas equilibradas bem integradas. A compreensão da natureza real do ser humano e do seu propósito aqui na Terra fornece o mais poderoso incentivo para o caminho positivo.

A energia criadora do Espírito humano – uma centelha no interior da Chama Divina – é bipolar; a vontade é a qualidade masculina; a imaginação é a feminina. Como, regra geral, nascemos alternadamente em Corpos Densos masculino e feminino, dentro de cada um de nós, não importa o sexo que tenha o Corpo Denso, há a energia bipolar que por fim conduzirá a um equilíbrio perfeito! Desde o momento em que o onisciente Espírito Virginal foi diferenciado em Deus e enviado na longa jornada dentro e fora da matéria para obter a consciência própria e a onisciência divina, até o fim da sua peregrinação setenária, há um contínuo desenvolvimento para o equilíbrio espiritual que atinge seu clímax na Unidade com o Criador. Então, terá sido satisfeito o propósito da manifestação do Espírito diferenciado e ele estará pronto para posteriores glória e esplendor evolucionários.

Em algumas pessoas, tanto homens como mulheres, a qualidade imaginativa ou do coração é a mais forte, sendo tais pessoas grandemente devotadas e emocionais. Em outras, o intelecto governa, sendo tais indivíduos predominantemente frios e mentalistas. Em seus escritos, Max Heindel insiste na necessidade de desenvolvermos tanto a Mente quanto o Coração – de lutar pelo equilíbrio. Diz ele: “O Conceito Rosacruz do Cosmos teve grande aceitação devido a esse apelo ao intelecto e à satisfação que proporciona à Mente inquiridora.  Poucos, entretanto, parecem aptos a transcender a concepção intelectual, e a menos que esse livro dê ao Estudante Rosacruz um ardente desejo de passar além do caminho do conhecimento e seguir o da devoção, é, no meu entender, um fracasso. O ocultista intelectual pode terminar na magia negra se segue o caminho do conhecimento só pelo conhecimento e não para servir. Na fusão do intelecto com a devoção está o verdadeiro equilíbrio, a única esperança real”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP).

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As Razões Visíveis e Esotéricas para o Equinócio de Setembro

Razões Visíveis: No Equinócio de Setembro o Sol “cruza” o equador celeste de Norte para Sul – como sabemos a Astrologia funciona em projeção geocêntrica e consultando as Efemérides Planetárias verificaremos que à medida que os dias se vão aproximando de Setembro, a declinação do Sol vai reduzindo: passa de 23º 26′ para 0º.

Essas razões físicas são as partes visíveis que verificamos como evidências de que o Equinócio de Setembro é o momento em que, mais uma vez, estamos no tempo da estação da Primavera, para o hemisfério sul (e, portanto, da estação do Outono, para o hemisfério norte).

Razões Esotéricas: a passagem do Sol por Libra, a balança, simboliza o trabalho do Cristo para restabelecer o equilíbrio das forças que insistimos em desequilibrar, por meio das atividades discordantes nos seis meses que se passaram (de março até setembro).

É quando o Cristo Cósmico toca a atmosfera do nosso Planeta, “descendo” do Mundo do Espírito de Vida. Este Mundo estabelece um vínculo comum entre os Planetas do nosso Sistema Solar e, do mesmo modo que para ir-se da América à África é necessário se ter um meio de locomoção, assim também se requer um veículo apropriado ao Mundo do Espírito de Vida, sob controle consciente, para se poder viajar de um a outro Planeta. Sem esse veículo, conscientemente, é impossível tal viagem!

É bom lembrar que Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, emprega, geralmente, o Espírito de Vida como Seu veículo inferior, pois tem seu lar lá no Mundo do Espírito de Vida. Funciona tão conscientemente no Mundo do Espírito de Vida como nós, aqui, no Mundo Físico.

Rogamos ao Estudante Rosacruz que note, de modo particular, este ponto porque o Mundo do Espírito de Vida é o primeiro Mundo Universal. Nesse mundo cessa a diferenciação e começa a manifestar-se a unidade, pelo menos quanto ao nosso Sistema Solar. É onde a Sabedoria flui no seu cotidiano. É onde a Fraternidade faz parte do dia a dia. E de onde tomamos, via a intuição, a solução perfeita para qualquer problema que temos aqui. É o lugar onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza. É o Reino do Amor.

É a partir do Mundo do Espírito de Vida que começa a volta do Cristo, com foco de atenção ao nosso Planeta, onde ele, mais uma vez, dá toda a Sua luz, toda a Sua vida e todo o Seu amor para vivificar esta massa morta (que nós cristalizamos do Sol) anualmente, e isto constitui um grilhão, um empecilho, uma prisão para Ele; por isso os nossos corações deveriam ficar voltados para Ele, neste tempo, em gratidão, pelo sacrifício que Ele faz por nossa causa, compenetrando este Planeta com Sua vida para renovar todo o material que insistimos em cristalizar anualmente, o qual permaneceria se Ele não nascesse no seu interior para vivificá-lo!

Sem esta infusão anual de vida e energia divina, todas as coisas vivas sobre a nossa Terra pereceriam imediatamente e todo o progresso ordenado seria frustrado, pelo menos no que diz respeito à nossa linha atual de desenvolvimento. É a “queda” (ou descida) do Raio Espiritual do Sol nesses quatro meses que dá origem às atividades mentais e espirituais nos quatro meses seguintes.

A mesma força germinadora que ativa a semente na terra e a prepara para produzir sua espécie em múltiplo, agita também a Mente humana e promove as atividades altruístas que fazem o mundo melhor.

Assim é que as poderosas vibrações espirituais da onda Crística, doadora de vida, estão na atmosfera terrestre durante os meses que temos pela frente e podem ser, por nós, usadas com muito maior proveito, se soubermos disso e se redobrarmos nossos esforços, o que não faríamos se desconhecêssemos esse fato. O Cristo ainda está gemendo e sofrendo as dores do parto, esperando pelo dia da Sua libertação, pela “manifestação dos Filhos de Deus” (Rm 8:19); e apressamos verdadeiramente esse dia, cada vez que alimentamos nossos veículos superiores com pensamentos, sentimentos, desejos e emoções utilizando somente materiais das Regiões superiores dos respectivos Mundos, isto é, cada vez que participamos da ceia simbolizada pelo “pão e vinho místicos”.
Todas as vezes que nos damos a nós mesmos no serviço amoroso e desinteressado aos outros – focando esse serviço na divina essência oculta em cada irmão e em cada irmã (que é o que realmente somos e nos faz filhos e filhas de Deus –, desenvolvemos mais o  nosso Corpo-Alma, que é constituído pelos Éteres superiores do nosso Corpo Vital e que é o veículo fundamental para ajudarmos efetivamente o Cristo. Atualmente é o Éter Crístico que mantém a Terra flutuando no espaço, porém, lembremo-nos que se quisermos apressar o dia de Sua libertação, devemos desenvolver em número suficiente nossos próprios Corpos-Alma até ao ponto em que possamos manter a Terra flutuando. Dessa forma poderemos tomar conta da carga de Cristo e libertá-Lo das limitações da existência física.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Entendendo o Equinócio de Setembro (Equinócio da Primavera para o hemisfério sul)

Os Equinócios de Março e Setembro, juntamente com os Solstícios de Junho e Dezembro, constituem os momentos decisivos na vida do Grande Espírito Planetário da Terra, o Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, o maior dos Arcanjos, assim como a concepção assinala o começo da descida do espírito humano ao Corpo Denso, resultando no nascimento, o qual inaugura o período de crescimento até que a maturidade seja alcançada.

Vamos ver como, astronomicamente, compreendemos o que é um Equinócio. Astronomicamente falando é um fenômeno que ocorre em dois dias todo o ano. Nesses dias, o dia e a noite têm exatamente a mesma duração – ou seja: quando o Equinócio acontece, o dia possui 12 horas de dia (luz) e 12 horas de noite (escuridão). Importante saber que por mais que sejam completamente opostos, os hemisférios norte e sul recebem a mesma quantidade de luz visível solar e a mesma intensidade de força espiritual solar, pois ficam no mesmo ângulo em direção à luz do Sol. Assim, o Equinócio se inicia quando o Sol reflete sua luz mais fortemente nas regiões próximas à linha do Equador.

O Equinócio marca a chegada de duas estações do ano: a primavera e o outono e ocorre sempre nos meses de março e setembro, ou seja: temos o Equinócio de Março (que ocorre entre os dias 20 e 21 de março) e o Equinócio de Setembro (que ocorre entre os dias 22 e 23 de setembro).

Vamos detalhar, hoje, o Equinócio de Setembro:

O Equinócio de primavera (também conhecido como “ponto vernal”) ocorre no momento exato em que o Sol atravessa da parte sul do Planeta (hemisfério sul) para a parte norte do Planeta (hemisfério norte), tendo como essa divisão da linha do Equador terrestre. Como as estações são invertidas nos hemisférios do Planeta, Equinócio de primavera ocorre no hemisfério sul em setembro. Já no hemisfério norte, o Equinócio de primavera ocorre em março. Repare: o Equinócio de primavera sempre ocorrerá no hemisfério onde termina o inverno e começa a primavera!

É o momento em que Cristo passa inicia, novamente, o Seu sacrifício anual, um evento denominado: a Crucificação Cósmica. Nesse momento a glória de Cristo toca a aura externa do Planeta Terra, e ocorre uma aceleração cósmica em todo o Planeta.

A data em que ocorre o Equinócio de Setembro é um tempo para o Estudante Rosacruz renovar sua dedicação para percorrer no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, a despeito de quaisquer vicissitudes e obstáculos que podem afetar seu caminhar. É o melhor momento para estudar, meditar e aplicar o ensinamento Cristão fornecido por essa frase: “Então você entenderá o que é justo, direito e certo e aprenderá os caminhos do bem” (Pr 2:9). A lição ensinada no Equinócio de Setembro é: distinguir, ou seja, separar aquilo que é real daquilo que é ilusão.

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Pergunta: Cristo já não se encontra no Sol? E se Ele vive no coração da Terra, como já ouvimos muitos ensinarem, como Espírito Planetário, como poderá Ele vir, se já está aqui?

Detalhando melhor a minha dúvida: Sabemos que Cristo, por ocasião do Equinócio de Setembro, envia um dos Seus Raios e atinge o centro da Terra, em 24 e 25 de dezembro, no Solstício de Dezembro, época em que se comemora o Natal. Muito bem. Agora, em determinada lição lemos o seguinte: “O Corpo Vital de Jesus, por meio do qual o Cristo entrou na Terra, é Seu único meio de VOLTAR ao Sol. Portanto, a segunda VINDA será no Corpo Vital de Jesus”. Então Cristo já não se encontra no Sol? E se Ele vive no coração da Terra, como já ouvimos muitos ensinarem, como Espírito Planetário, como poderá Ele vir, se já está aqui? E se Ele está confinado à Terra, como Espírito Terrestre, que força é essa que nos vem pela época de Natal, sabendo-se que ela vem de fora para depois penetrar até o centro do Planeta? Não é do próprio Cristo, que tem Sua morada no Sol? Então, como podem conciliar-se essas duas afirmações ao mesmo tempo; isto é, Cristo enviando um Raio de Sua Consciência anualmente, enquanto aprendemos que Ele voltará ao Sol através do Corpo Vital de Jesus? Se esse Raio, que chamamos de Cristo, somente teve entrada no corpo da Terra por ocasião da morte de Cristo-Jesus no Gólgota, de onde então nos vinha a vida, essa força que vemos fazer tudo ressurgir e regozijar-se pujantemente, dando novo alento e novas cores à Natureza?

Resposta: Cristo, como o mais elevado Arcanjo, o mais elevado Iniciado da Onda de Vida arcangélica, embora sendo perito manipulador do Corpo de Desejos, que é o corpo mais denso dos Arcanjos, tem seu veículo costumeiro, seu plano de ação, no Mundo do Espírito de Vida, o PRIMEIRO PLANO CÓSMICO, onde não há divisão e de onde a vida interpenetra tudo, onde reina a fraternidade no cotidiano. Ora, esse impulso de vida e de amor, emanado para toda a criação do Mundo do Espírito de Vida, é um impulso do Filho, o Segundo Aspecto da Trindade em nosso Sistema Solar, obra que está a cargo de Cristo, graças à sua elevação. Mas o impulso dessa vida sobre nosso Planeta foi diferente, antes e depois do acontecimento do Gólgota. Antes do Gólgota governava Javé ou Jeová, o mais elevado Iniciado dos Anjos, que exerce o papel do Espírito Santo em nosso Sistema Solar. Ele recebia, na Lua, o impulso de vida provindo do Mundo do Espírito de Vida e o refletia sobre a Terra em forma de Religião de Raça e de Leis. Esse sistema funcionou, como dizem os Evangelhos, até João, o Batista, precursor do Cristo. Então encarnou Cristo, aliás, uma centelha, uma chispa do Cristo Cósmico, no corpo de Jesus, por ocasião do Batismo no Jordão. João Batista, o mais elevado dos nascidos de mulher, como elevado Iniciado dos Essênios, reconheceu a grandiosidade de Jesus, o “vaso divino”, bem como a magnitude do ato a que era chamado a ministrar, da incorporação da Chispa Crística.

Com o derramamento do sangue de Jesus Cristo no Calvário e a penetração do Cristo em nosso Globo, nosso Planeta foi purificado. O esplendor que se emanou deixou os circunstantes ofuscados e se diz que houve trevas. Depois, o Cristo subiu até o Mundo do Espírito Divino, o Plano do Pai do nosso Sistema Solar, para fortificar-Se. É o que significa “baixar aos Infernos e subir aos Céus, onde se encontra a destra de Deus”, como aprendemos no “Credo”. Desde então, como prometera Cristo estar conosco até a consumação dos séculos — isto é, até que terminem estes tempos de aperfeiçoamento terrestre para uma nova época —, ainda UMA CHISPA DELE volta todos os anos, começando a descer no Equinócio de Setembro e fecundando toda a natureza. Pelo Natal Ele está novamente no centro do nosso globo, espargindo seu impulso de vida e amor a todas as criaturas vivas (plantas, animais, seres humanos). Depois Ele Se retira e no Equinócio de Março retorna ao Seu Plano.

Do exposto tiramos as seguintes conclusões.

a) A vida sempre interpenetrou a criação, porque Deus, como um Todo, está em toda parte. Mas, segundo a evolução de cada pessoa, como de cada Planeta ou estrela, assim esse impulso é assimilado. Antes de Cristo esse impulso nos vinha como impulso de Javé ou Jeová, a primeira ajuda dada a nós. Ele veio inaugurar o segundo passo, a segunda ajuda, diferentemente dada; isto é, já não por intermédio da Lua, mas diretamente, como impulso de vida e de amor.

b) Funcionando de um PLANO CÓSMICO que tudo interpenetra, tem o Cristo essa capacidade de, por assim dizer, dividir Sua Individualidade e funcionar ao mesmo tempo em vários lugares. É o início da faculdade de estar em toda parte, que todo Iniciado atinge quando chega a funcionar no Mundo do Espírito de Vida.

c) A segunda vinda de Cristo, que não será provisória, mas definitiva, porque teremos criado a condição de funcionar em Seu Reino, em Sua Aura, em Seu Plano de Consciência, será pelo Corpo Vital de Jesus, o instrumento de que necessita, porque, como Arcanjo, jamais criou neste Plano físico.

d) O Verdadeiro Espírito Planetário não é o Cristo. Agora Ele está sendo, até que a Terra seja capaz de levitar sozinha, graças à elevação de um certo número de pessoas capazes de sustentar este Campo de Evolução. Então o Espírito Planetário exercerá a sua função, pois todo Planeta tem seu Espírito interno.

e) O Sol, como centro do nosso Sistema Solar, é o foco da irradiação da Trindade Criadora desse Sistema. Como o Pai funciona no Mundo do Espírito Divino, o Filho no Mundo do Espírito de Vida e o Espírito Santo na Região Abstrata do Mundo do Pensamento, vemos que esses três Planos constituem a atmosfera principal do Sol e através dela essa Trindade age sobre os Planetas, satélites e todos os seres criados que estão em evolução nesse Esquema, Caminho e Obra de Evolução.

Aconselhamos o perguntante a reler no Conceito Rosacruz dos Cosmos esses pontos e extrair, das entrelinhas, as conclusões que expusemos e outras ainda, exercitando desse modo a sua capacidade epigenética.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)

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