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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pequena História da Fraternidade Rosacruz e sua ligação com a Ordem Rosacruz

A antiga Fraternidade Rosacruz consistia de seres altamente espiritualizados, puros e de incomensurável sabedoria. Eram alquimistas médicos e matemáticos, doze indivíduos do século XIV, que foram orientados por um ser conhecido como “Cristão Rosa Cruz”.

Esses seres trabalharam secretamente e formaram uma fraternidade conhecida como “Ordem Rosacruz”.

Os conhecimentos de tal Ordem foram ministrados à apenas alguns sábios, sendo que nada foi revelado até o ano de 1614, data da publicação da Fama Fraternitatis, o primeiro manifesto Rosacruz. Essa sociedade secreta ainda existe e ainda trabalha pela elevação da humanidade. Somente aqueles que possuem um amplo desenvolvimento espiritual são admitidos como membros no círculo interno do movimento Rosacruz.

Tais “médicos da alma” engajados no controle interno deste grande movimento estão intimamente associados à evolução do mundo. Esses irmãos trabalham de forma secreta, incansável e abnegadamente pelo bem da humanidade.

Em 1908, Max Heindel, que era de origem dinamarquesa, após ser testado em sinceridade de propósitos e desejo desinteressado em ajudar seus semelhantes, foi escolhido como o mensageiro dos Irmãos Maiores, para transmitir os ensinamentos Rosacruzes ao Ocidente, preparando a humanidade para a futura Era de Fraternidade Universal. Por meio de intensa autodisciplina e devoção ao serviço ele conquistou o grau de Irmão Leigo no Caminho para a Iniciações na exaltada Ordem Rosacruz.

Sob a direção dos Irmãos Maiores da Rosacruz, gigantes espirituais da raça humana, Max Heindel escreveu o Conceito Rosacruz do Cosmos, um livro que marcou época se tornando uma referência marcante para todos os pesquisadores da tradição ocultista ocidental e aspirantes à espiritualidade.

Por meio de seu próprio desenvolvimento ele foi capaz de verificar por si mesmo muitos aspectos dos ensinamentos recebidos dos Irmãos Maiores, sintetizados no Conceito Rosacruz do Cosmos, fornecendo um conhecimento adicional mais tarde corporificado em seus numerosos livros.

Uma das condições básicas na qual os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental foram dados a Max Heindel era que nenhum preço poderia ser estabelecido para eles. Tal condição foi fielmente observada por ele até o fim de sua vida terrestre e tem sido cuidadosamente cumprida pelos dirigentes da Fraternidade Rosacruz (The Rosicrucian Fellowship). Ainda que os livros da Fraternidade sejam vendidos a preços acessíveis, que garantam a continuidade de suas publicações, os cursos por correspondência e os serviços devocionais e de cura são inteiramente gratuitos. A Fraternidade Rosacruz é mantida através de doações voluntárias de seus Estudantes Rosacruzes e simpatizantes, não havendo taxas ou mensalidades obrigatórias.

Passado um determinado tempo e estando ainda tais ensinamentos sob a sua responsabilidade, foi instruído a retornar à América e revelar ao público tais ensinamentos, até então secretos. Nessa época, a humanidade tinha alcançado o estágio mais avançado da Religião Cristã, quando os mistérios (que Cristo menciona no Evangelho Segundo São Mateus 13:11 e Evangelho Segundo São Lucas em 8:10) tinham que ser ministrados a muitos e não apenas para alguns.

Quando Max Heindel chegou à América, ele publicou esses elevados conhecimentos em seu livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” que foi traduzido em diversas línguas e continua a ser editado em várias partes do mundo. Também estabeleceu a Fraternidade Rosacruz como uma Escola Preparatória para a verdadeira, eterna e invisível (pois está na Região Etérica do Mundo Físico) Ordem Rosacruz, a Escola de Mistérios do Mundo Ocidental.

Ainda que a palavra “Rosacruz” seja usada por várias organizações, a Fraternidade Rosacruz não tem nenhuma conexão com estas.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

É Plenitude

Segundo os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, o verdadeiro propósito da existência não é a felicidade, mas a experiência pela qual nos é possível desenvolver os poderes espirituais latentes e transformá-los em faculdades ativas, servindo ao Plano Divino da evolução.

A frase acima encerra essencialmente, ou nas entrelinhas, uma ideia em torno da qual gravitam várias outras correlatas que a complementam.

Reiteramos: a finalidade da vida não é lograr a felicidade, mesmo porque essa ainda não foi claramente conceituada pelos seres humanos. O que vem a ser realmente a felicidade? Cada um a configura à sua maneira. A seu respeito temos tantas definições quantas são as criaturas que a almejam. Para o ser humano comum, em linhas gerais, significa um estado ideal.

Quem, afinal, obteve esse dom divino, essa graça suprema de alcançar um estado ideal? Falando em termos práticos e objetivos, esse estado, para ser ideal, deverá ser duradouro, inabalável e indestrutível. Caso contrário, não valerá a pena lutar para concretizá-lo. É vão o esforço despendido para desfrutar momentos fugazes e fugidios.

Examinemos agora o panorama do mundo em que vivemos. São perenes os momentos de segurança? As posições, sejam humildes ou elevadas, são absolutamente estáveis? Os seres humanos vivem e trabalham com inabalável fé no amanhã? Por que os conflitos? Por que as fugas? Há paz em todos os quadrantes da Terra?

Cada um responda, se quiser, a essas indagações, e em seguida passe a alinhavá-Ias. Temos a certeza de uma coisa: muitos chegarão às mesmas conclusões.

Quão objetivos e paradoxalmente subjetivos são os conceitos de felicidade. Como divergem, entrechocam-se e distanciam-se os pontos de vista a respeito.

Uma coisa é certa: não podem consubstanciar-se em fatos ou condições transitórias, caso contrário suas bases serão frágeis e enganadoras.

A admirável sabedoria dos Rosacruzes proporciona uma visão ampla e profunda do problema.

O ser humano, face sua ignorância, inverteu não só o seu papel no mundo, mas também a finalidade das coisas. O que deveria ser um fim passou a ser um meio e vice-versa.

O ser humano real é um espírito imortal, célula do corpo cósmico de Deus. Possui todos os atributos divinos. É intrinsecamente divino. Assim como uma gigantesca árvore encontra-se potencialmente em uma minúscula semente, de maneira análoga, o espírito e dotado, em forma latente, de todos os poderes comuns à Divindade. Para que a árvore cresça e de frutos, a semente deverá ser lançada à terra em condições especiais. Deverá ser objeto de determinados cuidados. Para o florescimento de todas as suas potencialidades anímicas, o Espírito também deve ser convenientemente trabalhado. Presentemente, a existência material constitui esse processo. O mundo é literalmente uma grande escola. É a fonte de todos os impactos, de todas as experiências que lapidam o ser real, predispondo-o, através da evolução, a galgar esferas de ação superiores.

O ciclo de Renascimento e mortes provê o ser humano de meios para se elevar acima de todas as limitações. Diariamente, vê-se as voltas com lições as mais variadas, cujo valor educativo, se conveniente assimilado, desperta-lhe, gradativamente, as faculdades espirituais.

O mundo, os acontecimentos, as conquistas, as descobertas e os bens materiais, os veículos utilizados pelo espírito constituem um meio e não um fim em si mesmo.

A inversão de tal princípio representa a busca infrutífera do mirífico estado ideal. É uma ilusão. Os seres humanos, em sua grande maioria, vivem abatidos por uma terrível frustração. E não é para menos. São como que viajantes extraviados e atordoados pelo sol causticante do deserto material. Correm, desesperadamente, atrás de miragens.

No fundo, mas no fundo mesmo, a felicidade desejada pela maioria não passa disso aí: miragem. Mas, existe uma condição ideal possível, razoável, acessível. Não se reveste de sensações exteriores. É absolutamente imaterial. Consiste, harmoniosamente, em paz de consciência, equilíbrio interior, limpidez mental. É a consciência da própria identidade divina. É aspiração superior. É amor puro a todos os seres da criação. É uma imersão total e incondicional na UNIDADE DA VIDA.

Preferimos não rotular de felicidade esse indescritível estado de alma. Outro termo, talvez, seja mais próprio: PLENITUDE!

(por Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – de março/1974)

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