Resposta: Grande fonte econômica daqueles tempos era a criação de caprinos (em particular carneiros, ovelhas, cabras) e, por essa razão, centenas de pastores viviam pelas colinas da Judéia sem que, entretanto, a maioria notasse algo de extraordinário naquela noite. O Estudante Rosacruz sabe que esses pastores, a quem o Anjo do Senhor apareceu, eram os Iniciados da Religião de Áries (o Carneiro) e como seres humanos de elevada espiritualidade que eram, puderam, clarividentemente, perceber o Anjo mensageiro e, clariaudientemente, ouviram os cantos celestiais proclamando a Nova Era que se inaugurava naquela noite (já que entrávamos na “Órbita de Influência” da Era de Peixes). Foi, na verdade, uma Noite Santa para a Humanidade; foi a abertura do novo caminho que eventualmente nos livrará da roda do nascimento e da morte, possibilitando, a todos aqueles que desejarem, “beber da Água da Vida” (Jo 4:14).
O nome Davi significa “bem-amado”; Belém, a “casa do pão” ou o “princípio coração”, feminino, manifestando-se em todas as coisas, do átomo a Deus. O desejo natural deve ser purificado e esse amor ou princípio coração deve ser expandido antes de Cristo poder nascer dentro de nós, pois as passagens da Bíblia se correlacionam intimamente com nossas próprias vidas. Assim, embora José e Maria vivessem em Nazaré, em torno de 100 quilômetros além, era necessária, de acordo com a lei, que eles se deslocassem para Belém na ocasião em que se deu o nascimento da criança.
Similarmente, o grande princípio redentor do amor não poderá nascer em nenhum outro lugar, a não ser em Belém, que é a representação da vida purificada. Jesus nasceu em uma manjedoura, onde os animais se alimentavam. Esse lugar representa a natureza de desejo inferior, que deve ser regenerada antes que o Poder do Cristo possa nascer na estalagem, a qual simboliza a cabeça. Assim, cada neófito no Caminho da Iniciação deve também deixar Nazaré, a vida material, e iniciar a jornada a Belém, a vida impessoal purificada. Cada um verificará, a princípio, que não há acomodações na estalagem e que o renascimento deve ter lugar numa manjedoura, onde os animais alimentam-se. Esse é, realmente, o significado do Natal.
Pouco significa para Jesus que reverenciemos o seu nascimento na Santa Noite, pois o importante é que possamos aprender a seguir o Cristo, encontrando o caminho que nos conduzirá à realização da nossa Noite Santa individual.
Escreveu, nos ensinando, Angelus Silesius:
“Embora Cristo nasça mil vezes
em Belém, se não nascer em teu coração,
tua alma segue extraviada”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz março/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Estava escurecendo na noite de Natal e a vovó estava sentada perto da lareira. Os membros mais jovens da família estavam ficando cansados e aproximaram-se dela, quando ela começou a cantar baixinho.
Uma vez, na cidade real de Davi,
Havia um humilde galpão de gado
Onde uma mãe colocou seu bebê
Em uma manjedoura como cama;
Maria era aquela mãe gentil,
Então os pequenos juntaram-se a ela porque todos conheciam os hinos de Natal.
“Vovó”, disse Charles, que tinha doze anos e já era bastante “crescido”, “não creio que a nossa professora da Escola Dominical saiba muito, pois no domingo passado ela disse que Cristo deve nascer dentro de nós. Apenas imagine isso! Um dos meninos lhe perguntou algo sobre isso e ela respondeu: ‘Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém e não dentro de você, na verdade você está desamparado’”.
“Certamente parece muito estranho, Charles, se você não tem a explicação”.
“Ora, vovó, você acredita que haja algum sentido nisso? Alguns meninos riram disso”.
“Se quiser, direi o que penso que significa”, disse a vovó.
“Ah, eu sei”, Grace gritou do sofá onde acariciava o gatinho. “A Srta. Brown, que pega a aula das meninas mais velhas, disse na semana passada que Cristo e Jesus não eram os mesmos, embora muitas vezes nós confundimos um com outro. Jesus era o filho de Maria e José, e por serem o melhor homem e a melhor mulher daquela época, o Anjo lhes disse que deveriam receber um filho pequeno. Ele se tornaria um homem maravilhoso, mas nasceria em uma manjedoura”.
“Grace, isso não ajuda sequer um pouco”, interrompeu Charles, “você não está deixando isso mais claro”.
“Todos os Anjos cantaram ‘Paz na Terra’”, disse a pequena Ellen ao lado da avó.
Grace continuou — “Jesus foi o melhor e mais santo homem que já existiu e quando foi batizado por João no rio Jordão, ele tinha trinta anos. Ele sabia que tinha preparado seu corpo para Cristo e quando o povo ao redor viu uma linda pomba voar sobre a cabeça de Jesus, ele já havia partido e subido para os Mundos Celestiais”.
“Isso”, acrescentou Grace em voz baixa, “foi quando Cristo, o Filho do nosso Pai, tomou o corpo de Jesus e viveu nele durante três anos”.
“Grace, sua professora lhe contou todos os fatos com muita clareza”, disse a vovó, “mas isso não responde exatamente à pergunta de Charles sobre ‘como pode Cristo nascer em nós’. Quando tentamos, como Jesus fez desde pequeno, fazer apenas o que sabemos ser certo, quando nos mantemos alegres e positivos e não deixamos que as coisas ou pessoas nos perturbem, quando tentamos fazer tudo o que vemos e sabemos que devemos fazer, quando tentamos amar a todos, mesmo as pessoas mesquinhas e rabugentas, então somos como Jesus e estamos preparando nossos corpos para que o amor de Cristo nasça dentro de nós”.
“Nenhum de nós poderia conter todo o amor de Cristo, mas cada um pode ter uma pequena parte dele colocada dentro de si, que crescerá assim como um bebê se transforma em algo forte e belo. E quando estivermos prontos para parar de dizer ‘não quero’ ou ‘não vou’ e deixarmos Cristo vir e nos guiar, Ele entrará em nosso coração. Ele nascerá lá e nos ensinará a amar como Ele ama. Cristo, você sabe, não é uma pessoa, mas um Espírito e pode facilmente entrar neste templo que estamos construindo para Ele e que chamamos de nosso corpo, seja ele grande ou pequeno. Quando Ele nasce dentro de nós, ficamos muito felizes e procuramos amar a todos”.
“Assim como faz a vovó”, disse Charles, enquanto se aproximava e a beijava.
“Ah, eu queria tanto ser assim”, disse Graça, pensativa.
“Vamos cantar ‘Ouça os Anjos da Guarda’”, pede a pequena Ellen do seu lugar junto ao joelho da avó.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
O livro de Jó constitui uma das mais belas páginas das Sagradas Escrituras. Emoldurado por um lirismo sem igual, relata, esotericamente, as desventuras de um homem – anteriormente rico e poderoso – que num curto espaço de tempo viu-se despojado dos bens que possuía, de seus entes queridos e até da própria saúde: “Havia na terra de Hus um homem chamado Jó: era um homem íntegro e reto, que temia a Deus e se afastava do mal. Nasceram-lhe sete filhos e três filhas. Possuía também sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentas mulas e servos em grande número. Era, pois, o mais rico de todos os homens do Oriente.” (Jó 1:1-3).
Quando uma pessoa suporta com resignação um destino pontilhado de adversidades, diz-se, popularmente, que “ela tem uma paciência de Jó”. Isso, porém, não é exato. Quem conhece esse livro do Antigo Testamento sabe que Jó não era tão conformado assim. Tão logo caiu em desgraça, passou a contender contra a Divindade, lamentando profundamente seu estado.
No primeiro versículo delineia-se o perfil de Jó: era íntegro, reto, temente a Deus, rico, poderoso, etc. O próprio Senhor se orgulhava dele, a ponto de, num diálogo com Satanás, apontá-lo como modelo entre os homens.
Satanás, porém, ardilosamente, responde: “Mas estende tua mão e toca nos seus bens; eu te garanto que te lançará maldições em rosto.” (Jó 1:11).
E Jó foi provado. Perdeu todos os seus bens, servos e filhos. Contudo, em tudo isso não atribuiu a Deus falta alguma, a ponto de proclamar: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. Iahweh o deu, Iahweh o tirou, bendito seja o nome de Iahweh.” (Jó 1:21).
Satanás, contudo, não se deu por vencido. Voltou à carga. “Iahweh disse a Satanás: “Reparaste no meu servo Jó? Na terra não há outro igual: é um homem íntegro e reto, que teme a Deus e se afasta do mal. Ele persevera em sua integridade, e foi por nada que me instigaste contra ele para aniquilá-lo”. Satanás respondeu a Iahweh e disse: “Pele após pele! Para salvar a vida, o homem dá tudo o que possui. Mas estende a mão sobre ti e, fere-o na carne e nos ossos; eu te garanto que te lançará maldições em rosto”.
“Seja!”, disse Iahweh a Satanás, “faze o que quiseres com ele, mas poupa-lhe a vida”. E Satanás saiu da presença de Iahweh. Ele feriu Jó com chagas malignas desde a planta dos pés até o cume da cabeça.” (Jó 2:3-7).
Quando as coisas chegaram a esse estado, Jó mudou seu comportamento. Aquele homem íntegro, justo, sempre pronto a adorar ao Senhor, tornou-se sombrio e revoltado. Amaldiçoou o dia de seu nascimento, procurou de todas as maneiras justificar suas queixas, protestando contra a severidade de Deus, lamentando a miséria em que caiu e afirmando nada mais esperar desta vida.
Em meio a todo esse sofrimento, recebe a visita de três amigos, Elifas, Bildade e Zofar, desejosos de consolá-lo de todo o mal que lhe sobreveio. Na realidade trataram apenas de repreendê-lo e acusá-lo de uma série de falhas, sem, contudo, procurarem explicar as razões de tanto sofrimento.
Surge outro personagem Eliú – mais sensato e esclarecedor – admoestando Jó e seus três amigos.
Finalmente o Senhor convence a Jó de sua ignorância. Este confessa e admite sua fragilidade diante das oscilações da vida. E, no último capítulo, Deus restaura a prosperidade de Jó: “Então Iahweh mudou a sorte de Jó, quando intercedeu por seus companheiros, e duplicou todas as suas posses.” (Jó 42:10).
Esta é a história de Jó, narrada literalmente. À luz do esoterismo, qual o significado profundo dessa narrativa? Analisemos, primeiramente, a figura do principal protagonista.
Jó, antes de mais nada, representa um ser humano convencional, observador, zeloso das tradições, das normas sociais vigentes, etc. É o seguidor da Lei no seu sentido rigorosamente literal e formalista. Não enxerga um palmo fora desses limites, é incapaz de vislumbrar alguma coisa além da forma, nem admite ao menos essa possibilidade. Foi condicionado desde tenra idade a “viver assim”. Nada o fará mudar, a não ser o sofrimento, esse indesejável, mas, às vezes, inevitável “tratamento de choque”.
Jó, outrora poderoso, seguro da proteção divina, imaginou-se depois o homem mais infeliz do mundo. Sua vida se resumia aos bens perdidos.
Notamos aí o sentido admiravelmente psicológico desse livro. Antigo, como a própria Bíblia, ele conserva uma juventude, um frescor, uma atualidade notável. Se tentarmos enquadrá-lo no cotidiano, encontraremos vários símiles.
Jó prefigura um ser humano moderno comum, alicerçando sua segurança nos valores e posses exteriores.
Não raro acredita em condições imutáveis, sequer imaginando a possibilidade de oscilações em sua posição socioeconômica. Imutáveis só mesmo as Leis Cósmicas. As condições materiais são transitórias, sujeitas a transformações. Não fosse assim a evolução seria impossível. Portanto, que segurança as coisas exteriores podem oferecer? Nenhuma é claro. As convenções, as tradições, o formalismo pouco ou nada ensejam em termos de segurança.
Não é de admirar que pessoas colocadas diante de uma situação como a de Jó caiam num desespero avassalador, capaz de levá-las até ao suicídio.
Tudo isso é decorrência de um desconhecimento da nossa verdadeira natureza. Nós somos um Espírito, uma Centelha Divina em evolução. No primeiro capítulo do Gênesis lemos que “O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus”. Cada um de nós é um microcosmo, tendo em si, potencialmente, todos os atributos do macrocosmo. Através da evolução procuramos dinamizar ou transformar em consciência essas faculdades latentes. Essa herança divina infinita todos nós a recebemos. O grau de evolução de cada um é determinado pela maneira como essa herança encontra sua expressão.
Em nosso íntimo existe uma fonte inesgotável de faculdades, um verdadeiro universo de possibilidades. Quantos, entretanto, estão conscientes dessa verdade? Uma minoria já desperta para a grande realidade do Espírito, a despeito das milenares exortações para o ser humano descobrir-se a si mesmo.
Séculos antes de Cristo, esse apelo já figurava no frontispício do templo de Delfos, na Grécia: “homem, conhece-se a ti mesmo”. É, ao mesmo tempo, um convite e um desafio a cada um de nós para empreender a mais fascinante de todas as jornadas: um mergulho em nós mesmos. As Escolas de Mistérios e as expressões esotéricas de todas as Religiões ensinam isso.
Eis porque Jó caiu numa prostração total. Ele, como todo ser humano convencional, não se conhecia intimamente. Toda sua conduta era orientada por fatores externos, por padrões estabelecidos de fora para dentro. É o escravo das fórmulas, das convenções. Não tem uma filosofia de vida própria; nada criou internamente. Qualquer mudança brusca em sua vida gera uma lamentável desorientação. Nem sequer lhe passa pela cabeça a ideia de que uma transformação em sua vida pode constituir-se na gestação de uma vivência superior.
As aparentes dificuldades nada mais são que estímulos para uma ascese espiritual, para a busca de níveis mais elevados de consciência. Dessa maneira, não há razão para desespero. Nossa origem é divina. No Universo só há um poder: o Poder de Deus. Portanto, o pessimismo, o desânimo, a angústia são uma negação de Deus no ser humano.
Todas as soluções podem ser encontradas no interior de cada um de nós, na imensidão de nossa real natureza. Max Heindel, em sua obra “Cartas aos Estudantes” recomenda-nos submeter todos os problemas ao “tribunal interno da verdade”. Nesse templo sentimos a Divina Presença em nós. Ali nos identificamos com a “Fonte de todas as coisas”. Naquele sacrário o Aspirante à vida superior pode afirmar: “Eu e o Pai somos um”[1].
O próprio Cristo proclamou que o “Reino de Deus está dentro de nós” (Lc 17:21). “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (Jo 14:12). “Procurai o reino de Deus e Sua Justiça e todas as coisas ser-vos-ão dadas por acréscimo.” (Mt 6:33).
Ora, se o Reino de Deus, com todas as suas benesses, está dentro de nós basta procurá-lo para que nossa vida seja plenitude.
Tudo depende de nós, de como nós agimos ou reagimos às situações. Quando Cristo curava os enfermos, não afirmava: “Eu te curei”. Não. Simplesmente dizia: “Tua fé te curou. Vai e não peques mais para que não te suceda coisa pior.” (Jo 5:14). A fé não é uma qualidade adquirida, originária do exterior. É um atributo interno, um estado de espírito. É, no dizer de S. Paulo na Epístola aos Hebreus, capítulo 11, versículo 1: “Na certeza das coisas que se esperam a convicção de fatos que não se veem.”. É o sobrenatural manifesto no recôndito do ser. É esse estado de espírito que realizava as curas descritas nos Evangelhos. Encontrava-se no próprio indivíduo a possibilidade de curar-se pela fé e também de enfermar-se pela transgressão.
A Oração Rosacruz nos dá uma ideia de como todas as possibilidades e potencialidades estão em nós: “Não te pedimos mais luz ó Deus, mas olhos para ver a luz que já existe. Não te pedimos canções mais doces, senão ouvidos para ouvir as presentes melodias. Não te pedimos mais força, mas sim o modo de usar o poder que já possuímos. Não te pedimos mais dons, amado Deus, mas senso para perceber e melhor usar os dons preciosos que já recebemos de Ti”.
O que deflagra as causas é a maneira que se pensa, se sente e se crê em nosso íntimo. Isso determina nosso modo de agir, gerando, em consequência, efeitos correspondentes.
Não existe força no Universo capaz de nos atingir sem que tenhamos contribuído para tal. Deus, em manifestação no indivíduo, só almeja o crescimento. Deus é o único Poder infinito. Matemática e cientificamente é impossível haver dois infinitos, pois um anularia o outro. Não há mal exterior capaz de nos derrubar! O que nos infelicita é a nossa própria ignorância ou nosso acervo de atributos ainda não regenerados. É a nossa “natureza inferior”.
Satanás quer dizer “adversário”, “antagonista” ou “tentador”. Ao contrário do que muita gente pensa, não é o adversário do Deus macrocósmico. Já foi dito: “Deus é o único Poder infinito”. Satanás é nosso próprio adversário, e só nos atinge porque temos pontos frágeis, não porque é mais forte que o Divino em nós. Davi golpeou Golias em seu ponto fraco. Aquiles sucumbiu porque sua única parte vulnerável foi alvejada. As hordas bárbaras só lograram invadir o Império Romano por esse se encontrar debilitado pela permissividade, corrupção e desunião. O organismo humano só enferma quando suas defesas naturais se encontram combalidas.
Jó, naturalmente, não possuía “vivência interior”. Era um homem formalisticamente reto, íntegro e temente a Deus, revestido de tênue verniz ético, um superficialismo religioso, sujeito a um dia ser posto à prova, como de fato o foi. Chegara, portanto, a hora da verdade.
Os três amigos, ou seja, Elifaz, Bildade e Zofar, representam o raciocínio comum e as crenças tradicionais, válidos até certo ponto, mas sem poder suficiente para soerguer e fortalecer nos agudos momentos de crise.
O cotidiano nos é pródigo em exemplos de como isso é verdade.
Elifaz, Bildade e Zofar, no fundo também formalistas, limitavam-se a censurar seu amigo, sem ao menos tentar explicar as razões de Sua desgraça. E a Jó, impotente diante de todo esse quadro, nada mais restava senão justificar-se e atribuir à Divindade todos os males que o afligiam.
Surge, então, a figura de Eliú (a natureza superior) afirmando sabiamente: “Mas é o espírito no homem, o alento de Shaddai[2] que dá inteligência.”[3]. Argumenta com Jó até convencê-lo de sua própria ignorância, de sua falta de fé, de seu superficialismo. Jó aceita humildemente as ponderações, reconhecendo suas falhas. Era o prenúncio de mudança para melhor. No último capítulo lemos o relato de como Deus restaurou a prosperidade de Jó: “Então Iahweh mudou a sorte de Jó, quando intercedeu por seus companheiros, e duplicou todas as suas posses.”[4].
Isso ocorre quando nós no nosso íntimo nos harmonizamos com tudo e com todos, comungando com a Divindade. Da agitação passamos a quietude, sentindo uma paz inimaginável. Já não pensamos em nós mesmos, não nos angustiamos com problemas; apenas oramos, vivemos e agimos em função das carências alheias. Ao atingir esse estado de consciência, de total esquecimento de nós mesmos, obtemos acesso a todas as riquezas e a todos os poderes. Tornamo-nos um instrumento, um canal de fluxo e expressão de todas as bênçãos e talentos.
Eis aí o significado desse livro. Em suas linhas deparamos com a luta travada continuamente em nosso interior. É, em realidade, a nossa história, a de um ser humano, ajudando-nos a ter uma visão objetiva de nós mesmos.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)
[1] N.R.: Jo 10:30
[2] N.R.: o Todo-Poderoso
[3] N.R.: Jó 32:8
[4] N.R.: Jó 42:10
Ao tempo de José e Maria havia, na Palestina, três classes religiosas: os fariseus, os saduceus e os essênios, cada uma com características próprias.
Os Fariseus seguiam à risca o Torah. Chamavam a atenção pelo seu excessivo formalismo religioso, censurando acerbadamente aos que não observavam rigorosamente a lei. Acreditavam na sobrevivência dos espíritos, no renascimento dos justos e no livre arbítrio limitado pelo destino.
Zelosos em fazer cumprir os princípios, na verdade assumiam uma postura meramente de fachada. Cristo desmascarou-os publicamente ao compará-los a sepulcros caiados: belos por fora, mas interiormente cheios de imundície. O zelo que demonstravam, no fundo, não passava de hipocrisia. O nome fariseu vem de “pherusin” que quer dizer “separados”.
O nome Saduceu, provavelmente, provenha de Sadoc, sumo sacerdote ao tempo de Davi. Constituíam minoria, exercendo influência mais política que religiosa. Eram materialistas, não acreditando na sobrevivência dos espíritos, nem na existência dos Anjos. Essa classe pouco valor atribuía à ritualística e às tradições, preferindo ater-se à lei de Talião. Mesmo assim, em termo de poder seu peso específico era considerável porquanto faziam parte do Sinédrio.
Já a seita dos Essênios era bem diferente. Em primeiro lugar, não se ostentavam publicamente. Eram piedosos, estudiosos e contemplativos.
Enquanto os saduceus se perdiam num materialismo estéril e os fariseus se comprometiam com a interpretação puramente literal da lei, a Ordem Essênica procurava o sentido mais profundo das coisas. Conheciam as leis naturais e primavam por viver consoante esses princípios. Viviam em vários mosteiros espalhados pelo oriente médio, sendo o mais famoso o de Qumram, descoberto em 1947, as margens do Mar Morto. Nele foram encontrados diversos pergaminhos cuja decifração possibilitou o esclarecimento de muitos mistérios dos Evangelhos. Uma vida plena de Oração e devoção afastava os essênios de um convívio maior com o povo. No entanto, sua bondade natural, sua pureza de costumes e outras virtudes, atraiam-lhes os sofredores, os desamparados e os sequiosos de alívio.
Essênios foram João Batista, Zacarias, Maria, José e alguns dos Apóstolos. Jesus de Nazaré cresceu e fortificou-se nesse ambiente elevado. Desde tenra idade irradiava uma espantosa sabedoria e a “benevolência de Deus estava sobre ele”. Esse fato é confirmado nos Evangelhos quando do relato do encontro entre o menino e os doutores do Templo.
José e Maria, elevados Iniciados, iam anualmente a Jerusalém, pela Páscoa. Finda a festividade, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Não o achando regressaram à sua procura. Três dias depois foram encontrá-lo no Templo, ouvindo e interrogando os doutores. Todos se admiravam de sua inteligência e de suas respostas. Afinal, aquilo não era comum em uma criança de sua idade.
Maria repreendeu-o: “Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para a festa. Terminados os dias, eles voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, e puseram-se a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. E não o encontrando, voltaram a Jerusalém à sua procura. Três dias depois, eles o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas. Ao vê-lo, ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse: ‘Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos’. Ele respondeu: ‘Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?’. Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes dissera.” (Lc 2:41-49)
Dessa forma, Jesus preparou-se para aquele que seria o mais elevado propósito jamais cumprido por um ser humano: ceder seus veículos inferiores (Corpo Denso e Corpo Vital) ao Cristo, para que fosse cumprida a missão de ajudar a humanidade a elevar-se e a libertar-se dos grilhões da materialidade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1981 – Fraternidade Rosacruz – SP)
O patriotismo e o ideal de Raça ainda são fomentados em várias partes do mundo, o que os conduz para longe de Deus. As inúmeras descobertas científicas foram precedidas por uma era de dúvida e de ceticismo, e muitas pessoas foram levadas muito próximas à beira da destruição. Por conseguinte, se tornou necessário que os Irmãos Maiores concebessem medidas para que a humanidade abandonasse o “caminho do prazer” – calcado no intelecto – e cultivasse o “caminho da devoção” – priorizando o coração -, e isso só poderia ser feito removendo a catarata espiritual de um número suficientemente grande de pessoas para que, então, superar a dúvida e o ceticismo do restante da humanidade.
Em muitos livros da Fraternidade Rosacruz já foi detalhado a posição dos Ensinamentos Rosacruzes referentes ao objetivo da guerra, qual seja: para as pessoas se voltarem para Deus pela consolação devido à profunda angústia, tristeza e arrependimento delas, e para romper o véu que existe entre os Mundos visível e invisíveis, ajudando um considerável número de pessoas a adquirir a visão espiritual e a capacidade de se comunicar com aqueles que já passaram para o além. Mas, embora as explicações fornecidas satisfaçam a maioria dos Estudantes de ocultismo em até certo ponto, outros há que não se convenceram ainda; eles procuram algo mais diretamente relacionado com as condições estabelecidas. (trecho da Carta aos Estudantes nº 92 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).
Tenha acesso a mais conhecimento sobre esse assunto clicando aqui: O Lado Oculto da Guerra – Uma Operação de Catarata Espiritual – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
Não há um só escrito deixado pelos médicos da Antiguidade que não prescreva um verdadeiro “tratamento musical” para cada uma das mais diversas doenças e enfermidades que, então acometiam, o ser humano. Cornélio Célio, o mais procurado dos homens que tratavam problemas de doenças e enfermidades romanos do tempo de Augustus, seguindo os ensinamentos de outros mestres das artes de curar como, por exemplo, Empédocles[1] e Teofrasto[2], receitava audições musicais como sedativo para os nervos.
Na Grécia, a música era remédio de todos os momentos. Athenaeus of Naucratis[3], também famoso, reunia músicos para curar, com audições de melodias suaves, aos que sofriam de gota e de dores ciáticas. Outro doutor, Célio Aureliano[4], chegou a ensinar que as próprias feridas fechavam sob os influxos benéficos de certas músicas e de certos instrumentos musicais.
A História e a Mitologia copiaram a Medicina (ou inspiraram a Medicina?). O grande poeta Homero, no poema imortal Ilíada, conta que os ferimentos provocados por um javali no herói Ulisses foram curados graças aos efeitos balsâmicos de certa música dotada de qualidades mágicas.
Os árabes tiveram grandes médicos; sua civilização distinguiu-se no período áureo pelo número de bons profissionais da saúde e pelos cuidados que sempre demonstraram pela saúde. Pois eles acreditaram, mais do que qualquer outro povo, na eficácia dos sons sobre as disposições corporais, na prevenção e no combate às doenças. Para eles, o instrumento musical chamado alaúde era um grande meio de cura. Acreditavam que “cada uma das quatro cordas do alaúde tinha correspondência, respectivamente, com os quatro elementos fundamentais – Fogo, Ar, Terra e Água – que, por sua vez, se relacionavam com os quatro temperamentos: fleumático, melancólico, sanguíneo e colérico.
Vibrando as cordas correspondentes, pretendiam obter a cura dos males que afligiam os doentes de cada categoria” – conforme a descrição feita desse método de cura por Mario Newton Filho.
A Música comparece aos atos religiosos desde os primeiros dias do ser humano sobre a Terra. Acreditavam que a doença e morte fossem obra de demônios, os quais poderiam ser mantidos à distância graças a eficiência de alguns sons musicais.
Começou assim o serviço que a música presta ao ser humano, tornando-se como que um processo para a aproximação dele com o seu criador. Seja entre os indígenas, as tribos selvagens da África, as populações primitivas das Ilhas Polinésias, ou nas catedrais das maiores cidades a música, nas suas variadas formas, acompanha as cerimônias religiosas.
A Bíblia conta a história da cura milagrosa do Rei Saul pela harpa do pequeno Davi (Sm 15). Diz assim: “Assim, todas as vezes que o maligno espírito, enviado pelo Senhor, se apoderava de Saul, Davi tomava da harpa, e a tocava com a sua mão, e Saul sentia alívio e se achava melhor, porque então se retirava dele o espírito maligno“.
Na Arte, a música está presente. A música é uma arte. Talvez a mais difícil e pura das artes. Mas todas as outras se ocuparam com ela e ela sempre se ocupou consigo mesma. Quantos quadros, desenhos, quantas estatuetas e monumentos, quantas poesias e quantas páginas em prosa, já se viu e se leu, falando da música e de suas virtudes.
Isso encontra uma explicação parcial no fato de que todo artista, todo elemento criador, do mais humilde ao mais genial, tem afinidades profanas e íntima com a Música. O músico, por exemplo, pode deixar de apreciar a poesia e a escultura; mas o poeta e o escultor encontrarão sempre na música refúgio e apoio para suas angústias criativas.
Houve até mesmo o caso de um pintor holandês, Hugh van der Goes, que não encontrou paz nem quietação em lugar algum, até que desesperado e premido por ideias de suicídio foi ter a um momento: os padres estavam no coro, cantando e tocando música suave, religiosa. O pintor encontrou nesse momento o caminho da serenidade: a música.
E um cientista italiano, Giambattista Della Porta[5], que viveu pelos anos da descoberta do Brasil, anunciou os princípios de uma nova ciência: a musicoterapia. Della Porta afirmava que “a música executada por flautas feitas com madeiras de plantas medicinais produzia os mesmos efeitos terapêuticos das referidas plantas. Assim, as flautas de álamo teriam efeito eficaz contra a dor ciática e as melodias das de heléboro, obteriam êxito no tratamento das enfermidades nervosas, ao passo que a música das flautas –construídas com fibras de rícino provocariam os conhecidos efeitos …”.
Duzentos anos depois de Giambattista, um médico suíço, Simon Tissot[6], afirmou a existência de dois tipos de música: incitativa e calmante. Desde esse momento foi criada uma escola de profissionais de saúde que curavam ou pretendiam curar pela música. Um deles, o francês Jean Louis Charles Des Essarts, que viveu entre 1729 e 1812, em vez de mandar seus clientes a farmácia, mandava-os visitar músicos. Tinha fichários de instrumentos e de partitura, conforme a doença, a idade e o sexo dos seus pacientes.
Por esse tempo, os europeus começaram a conquistar as terras do Pacífico Sul. E aconteceu que em quase todas as ilhas encontraram processos de curas por meio de canções e de músicas. Em Madagascar, os curandeiros usavam o canto, a música e a dança. Obrigavam os doentes a dançar no ritmo furioso ao gosto do país. Nas Ilhas Molucas, havia uma série de canções curativas chamadas Soso.
Com tudo isso, robusteceu-se a tese que a música exerce influência sobre o estado de ânimo de quem a ouve e, portanto, na saúde física das criaturas. Hoje em dia, não mais se admite que audições musicais possam curar (aceitando a palavra curar segundo o seu preciso significado clínico). Mas todos os profissionais de saúde estão de acordo com o fato de que a música pode exaltar ou deprimir o espírito. E com isso podem ajudar ou atrasar a recuperação de qualquer doente, principalmente de moléstias nervosas.
Já se vai tornando comum a presença da música nos locais de trabalho. Há organizações especializadas em ligações técnicas e na seleção das músicas que compõem o ambiente. Ficou provado que se pode obter ambiente de melhor entendimento e índice de produção mais elevado mediante audições de músicas determinadas.
Assim, já se encontram muitas fábricas com alto-falantes transmitindo música nos locais de trabalho, onde ela seria uma estranha, indesejável há não muitos anos. Os ônibus e os trens mais modernos também levam músicas para atenuar o cansaço das longas viagens. E o mais curioso de toda a história da música é a observação positiva de criadores holandeses que obtiveram a prova estatística deste fato notável: as vacas estabuladas produzem mais leite e são mais dóceis ao trato quando confinadas em estábulos onde a audição musical é constante.
Tem, pois, razão, mais uma vez, a sabedoria popular, quando pôs em circulação o provérbio conhecido: “Quem canta, seus males espantam.”. O ser humano pode melhorar muito o ambiente em que vive e a tensão nervosa que o martirize se souber cercar-se, em tempo certo e lugar certo, da música também certa.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.T.: Empédocles foi filósofo, professor, legislador, médico, dramaturgo e poeta que viveu na Grécia Antiga. Ele foi um filósofo pré-socrático e defensor da democracia.
[2] N.T.: Teofrasto (372 a.C. – 287 a.C.) foi um filósofo da Grécia Antiga, sucessor de Aristóteles na escola peripatética.
[3] N.T.: foi um escritor grego da Roma Antiga, ativo entre o reinado de Marco Aurélio (r. 168–180) e Caracala (r. 211–217). Era nativo de Náucratis, no Egito. Em sua obra Deipnosophistae, ele descreve os métodos empregados.
[4] N.T.: Caelius Aurelianus (fl. século V) de Sicca, na Numídia, foi um “médico” romano e escritor sobre tópicos médicos. Ele é mais bem conhecido por sua tradução do grego para o latim de um trabalho de Sorano de Éfeso, Sobre doenças agudas e crônicas. Provavelmente se desenvolveu no século V, embora alguns o coloquem em dois ou três séculos mais cedo. Sobre efeito da música no tratamento de saúde temos a obra On Chronic Diseases.
[5] N.T.: Giambattista della Porta (1535-1615), também conhecido como Giovanni Battista Della Porta, foi um estudioso italiano, polímata e dramaturgo que viveu em Nápoles na época do Renascimento, Revolução Científica e Reforma. Giambattista della Porta passou a maior parte de sua vida em empreendimentos científicos. Beneficiou-se de uma educação informal de tutores e visitas de estudiosos renomados. Sua obra mais famosa, publicada pela primeira vez em 1558, é intitulada Magia Naturalis (Magia Natural). Neste livro, ele cobriu uma variedade de assuntos que havia investigado, incluindo filosofia oculta, astrologia, alquimia, matemática, meteorologia e filosofia natural. Ele também foi referido como “professor de segredos”. No século XVI, constroem-se instrumentos musicais feitos de madeiras medicinais, pensando-se que o som e o contacto com esses instrumentos teriam o mesmo efeito curativo que as plantas medicinais. O naturalista italiano Giambattista della Porta afirmava que “as plantas de madeira de álamo, por exemplo, seriam eficazes contra as dores de ciática, as madeiras de heléboro contra as enfermidades nervosas, enquanto os instrumentos feitos com fibra da planta de rício provocariam efeitos purgativos.”
[6] N.T.: Samuel Auguste André David Tissot, mais conhecido como Auguste Tissot ou Simon Tissot (1728-1797), foi um protestante calvinista suíço, médico neurologista, professor e conselheiro do Vaticano do século XVIII.
No Evangelho Segundo São Mateus em 1:21 lemos: “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus; porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados“.
Mas não a um menino comum, pois Jesus não era um indivíduo comum, como qualquer outro da humanidade. É certo que ele é um Espírito Virginal; pertence à nossa humanidade. Podemos estudar o homem Jesus de Nazaré lendo todos os seus renascimentos na Memória da Natureza. Sabemos, por exemplo, que num de seus renascimentos ele foi o Rei Salomão. Aquele rei que lemos em 1 Reis 3, 4-14, quando Jeová o apareceu em sonhos e lhe disse para pedir qualquer coisa que quisesse que Ele o daria. Quando, então, Salomão respondeu:
“Tu foste grande amigo de teu servo Davi, meu pai, porque ele andou na tua presença com sinceridade e a mim me tem posto como rei em seu lugar. Confirme-se, pois, agora, Oh Jeová Deus! Tua palavra dada a Davi, porque tu me colocaste como rei sobre um povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. Dá-me agora sabedoria e conhecimento para discernir entre o bem e o mal“.
Quando, então, Jeová replicou a Salomão: “Por quanto isso foi em teu coração, que não pediste riquezas, nem longos anos de vida, nem a vida dos teus inimigos, se não que tens pedido para ti sabedoria e conhecimento para julgar o meu povo, sobre o qual te pus por rei, sabedoria e conhecimento te são dados, e também o que não pedistes: riqueza e glória, em toda a sua vida, como jamais houve entre os reis“.
Esse é somente um dos exemplos de seus antigos renascimentos. Houve muitos outros, onde ele viveu sob diversas circunstâncias, sob vários nomes, do mesmo modo que qualquer um de nós, seres humanos. Com isso percorreu o Caminho da Santidade através de muitas vidas, vivendo a Vida Espiritual e preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser humano.
Na vida que apareceu como Jesus, esse nosso irmão alcançou:
Ou seja: ele possuía um Tríplice Corpo e uma Mente da espécie mais pura que qualquer um de nós já pode construir.
Logicamente, para construir o seu Corpo Denso teve que contar com materiais da mais fina pureza que existe. Pois o Ser Humano para construir seu Corpo Denso necessita utilizar os materiais tomados dos corpos do Pai e da Mãe. Por isso, seu pai, José era um elevado iniciado. Pertencia aos Essênios. E durante muitas vidas também percorreu o Caminho da Santidade. Ele era tão puro que poderia realizar o ato da fecundação como um Sacramento, sem nenhum desejo ou paixão pessoal. Ele tinha a capacidade de expressar a vontade — força masculina — da maneira mais perfeita no ato gerador.
Com isso garantiu o melhor material para a construção do Corpo Denso de Jesus.
Por isso, a sua mãe, a Virgem Maria, era também da mais elevada pureza humana; por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus de Nazaré. Ela tinha a capacidade de expressar a imaginação — força feminina — da maneira mais perfeita no ato gerador. Só ela poderia fornecer o material mais puro para a construção de um Corpo Denso perfeito, como foi o de Jesus. Ela expressa a máxima pureza que um ser humano pode alcançar no ato gerador.
Mas, como pôde ocorrer uma concepção tão pura e isenta de dor, sofrimento e tristeza num ambiente tão impróprio como nós mesmos criamos aqui na Terra?
Então vejamos: Jeová, o Espírito Santo, o guia dos Anjos, aparece em várias partes da Bíblia como o dador de filhos. Seus mensageiros foram:
O poder do Espírito Santo fecunda tanto o óvulo humano como a semente do grão na terra.
Antes do Pecado Original, nós procriávamos sob a orientação dos Anjos, em épocas propícias. Não tínhamos paixões, porque éramos guiados em tudo, até no ato gerador. Inocentes e inconscientes de tudo.
O Pecado Original se deu quando tomamos as rédeas da nossa evolução, inclusive do ato gerador. Essa transgressão utilizando da força sexual criadora sagrada, a nosso bel prazer, sem levar em conta corpos puros e condições estelares propícias, é o que, até hoje, nos traz sofrimentos, tristezas e dores.
Entretanto, quando uma vida santa purifica os desejos, o Ser Humano inunda-se com esse espírito puro e pode efetuar a função procriadora sem paixão. A concepção se torna imaculada. A criança que nasce sob tais condições é naturalmente superior, porque a concepção realizou-se como um rito sagrado de auto-sacrifício e não como um ato de auto-satisfação.
Nesse caso, criamos exatamente as mesmas condições que tínhamos quando procriávamos sob a orientação dos Anjos, só que com uma crucial diferença: o fazemos conscientes e sob a nossa responsabilidade.
De onde concluímos: que todo indivíduo vil tem que nascer de uma mãe vil e antes que nasça um Salvador é necessário encontrar uma virgem puríssima para que seja sua mãe.
Quando dizemos “virgem” não queremos falar de virgindade em sentido físico. Todos nós possuímos a virgindade física nos primeiros anos de nossas vidas, mas a virgindade do espírito é uma qualidade da alma (ou espírito), adquirida mediante vidas de pensamentos puros e aspirações elevadas. Não depende do estado do corpo.
Uma virgem verdadeira pode dar a luz a vários filhos e permanecer sempre “virgem”.
O que determina um Ser Humano ser concebido em pecado ou imaculadamente depende de sua própria alma, de suas qualidades anímicas. Porque se um Ser Humano que vai nascer for puro, casto ele também nascerá, e, naturalmente, de uma mãe também pura e de natureza formosa. E, nessa situação, o ato físico, que na maioria se realiza para gratificar a paixão e o desejo sensual, se efetua como uma oração, um sacramento, como um sacrifício.
Note a extrema oposição de sentimento: gratificação e sacrifício.
De modo que, a criança é concebida sem pecado nem paixão, ou seja, imaculadamente. Tal acontecimento não é um fato acidental. A vinda de uma criança por esses meios de pureza é previamente anunciada e a espera antecipada é marcada com impaciência e alegria.
Atualmente, há muitos casos de geração que se aproximam muito dessa Imaculada Concepção.
Aqui, realizam-se o ato gerador com puríssimo amor, e a mãe permanece tranquila, sem que seja perturbada durante o período de gestação e, assim, a criança nasce tão pura como numa imaculada concepção.
Com um Corpo Denso imaculadamente concebido, Jesus pode se dedicar ao objetivo específico da sua vinda como Jesus, ou seja: cuidar e desenvolver os seus Corpos Denso e Vital até o maior grau de eficiência possível para o grande propósito a que deveria servir: fornecer o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital para a imensa tarefa do Cristo.
Nesse intuito, imensa ajuda foi lhe prestada pela terceira seita que existia na Palestina: os Essênios. Eles formavam uma ordem extremamente devota, muito diferente das outras duas seitas, então existentes: os materialistas saduceus e os hipócritas e vaidosos fariseus.
Pouco se sabe sobre eles, pois evitavam o máximo possível toda menção de si ou de seus métodos de estudo ou de adoração. Mas, foram os Essênios que educaram Jesus e cuidaram do seu desenvolvimento espiritual. Esse seu desenvolvimento espiritual foi elevando-se de grau durante os trinta anos de utilização de seus Corpos. Jesus tinha passado por várias iniciações. Como o objetivo das primeiras iniciações e do exercitamento esotérico é trabalhar sobre o Corpo Vital, a fim de construir e organizar o Espírito de Vida, vemos que, com isso, Jesus tinha alcançado as mais elevadas vibrações do Espírito de Vida. O seu Espírito de Vida tornou-se o seu veículo superior mais evoluído.
Cristo, por seu lado, sendo um Arcanjo, funcionava muito bem no seu Corpo de Desejos, Mas como todo Arcanjo, era incapaz de construir um Corpo Denso ou um Corpo Vital para si. Agora, como Ele é o mais desenvolvido de todos os Arcanjos, ou em outras palavras, o mais elevado iniciado dos Arcanjos, estava acostumado em trabalhar no seu veículo mais inferior sendo o Espírito de Vida.
Ou seja: ele sabia construir um Corpo de Desejos, uma Mente e um Espírito Humano, mas vivia comumentemente no seu veículo Espírito de Vida.
Onde ele expressava facilmente os atributos desse veículo, quais sejam: altruísmo, fraternidade, união, amor, perdão, graça e gratidão.
Tudo o que nós precisávamos (e ainda muito precisamos) aprender para seguirmos na nossa evolução para frente e para cima. Assim, para ensinar-nos tudo isso, nos dar materiais de desejos para termos desejos nesse sentido, fundar a Religião Unificante do Filho, e com isso elevar-nos a mais um grau e para nos tirarmos das condições cristalizantes que estávamos, Ele precisou aparecer como um Ser Humano entre nós e, entrando num Corpo Denso, conquistar, de dentro, a Religião de Raça que nos afeta por fora.
Em outras palavras, acabar com a divisão entre os filhos de Seth e os filhos de Caim e uni-los numa única Fraternidade constituída do Reino dos Céus. Para isso usou de todos os veículos próprios e só tomou de Jesus os Corpos Denso e Vital.
Isso ocorreu quando Jesus tinha 30 anos de idade. Então, Cristo penetrou nesses corpos e empregou-os até o final de Sua missão, no Gólgota. Então, tornou-se a dupla figura que conhecemos como: Cristo-Jesus, nosso Salvador. O único ser que possuiu uma série completa de veículos desde o Mundo do Espírito de Vida, com o seu veículo Espírito de Vida, até o Mundo Físico, com o Corpo Denso de Jesus.
Nesses três anos, Jesus foi o que perdeu todo o crescimento anímico obtido durante os 30 anos terrestres, anteriores ao Batismo e contido no veículo cedido a Cristo.
Este foi e é o grande sacrifício feito para nós, mas, como todas as boas ações, esse sacrifício redundará em maior glória no futuro. Durante os três anos que duraram o trabalho de Cristo nos Corpos Denso e Vital de Jesus, ou seja: entre o Batismo e a Crucificação, Jesus adquiriu um veículo de éter, da mesma forma que um Auxiliar Invisível adquire matéria física sempre que for necessário materializar todo ou parte do corpo. Com ele seguia instruindo o núcleo da nova fé formado por Cristo.
Entretanto, um material que não combine com o Átomo-semente não pode adaptar-se definitivamente. Ele se desintegra tão logo se esgote a força de vontade nele reunida; portanto, isso foi apenas um paliativo, durante esses três anos.
Depois da morte do Corpo Denso de Cristo-Jesus, no Gólgota, os Átomos-sementes dos Corpos Denso e Vital foram devolvidos a Jesus de Nazaré. Exceto o seu Corpo Vital.
Por que esse não foi devolvido? Para que Cristo o utilize na sua segunda vinda.
E por que Cristo não poderia devolvê-lo? Não poderia Ele tomar de outro corpo vital de outro ser, mesmo de Jesus, quando necessitasse novamente? Certamente que não, pois existe uma Lei que determina que todo Ser deve sair de um lugar, pela mesma via por onde entrou. Cristo entrou na Terra, onde está agora confinado, através do Corpo Vital de Jesus. Deve sair também por este corpo. Se o Corpo Vital de Jesus fosse destruído, Cristo permaneceria neste ambiente tão limitado até que o Caos dissolvesse a Terra. É por isso que os Irmãos Maiores colocaram o Corpo Vital de Jesus num sarcófago de cristal para protegê-lo da vistas de curiosos e profanos. Eles conservam este receptáculo numa caverna nas profundezas da Terra, onde ninguém que não seja iniciado pode penetrar.
Então, Jesus de Nazaré construiu um novo Corpo Vital, trabalhando com as lojas esotéricas, sociedades secretas e igrejas. Os Cavaleiros da Távola Redonda, os Cavaleiros do Graal, os Druidas da Irlanda, os Trottes do Norte da Rússia são algumas das escolas esotéricas nas quais, Jesus trabalhou na Idade Média.
Note que a partir daqui nunca mais Jesus construiu para si um Corpo Denso, embora fosse capaz de fazê-lo. Isso porque o seu trabalho está totalmente dirigido na Região Etérica do Mundo Físico. Sem dúvida, Jesus é o mais elevado fruto que o Período Terrestre produziu, afinal: “Não há maior amor no homem do que aquele que dá a sua própria vida” e o fato de dar não somente o Corpo Denso, mas também o Corpo Vital é certamente o supremo sacrifício.
QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ
O Estudante Rosacruz oficia o Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro todos os anos na véspera do Equinócio de Setembro, que pode variar de um ano para o outro. Para saber o dia exato é só consultar o Calendário Anual da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil.
Perceba que o Ritual é dividido em três partes bem distintas:
1ª – Preparação – composto por músicas e textos que visam preparar o ambiente, separando o ambiente externo (de onde vem o Estudante) do interno (para o interior do Estudante);
2ª – Concentração – é o clímax do Ritual, onde o Estudante se dedica a se concentrar com toda a sua dedicação, foco, disposição e vontade sobre o Amor Divino e o Serviço.
3ª – Saída – composto por uma música e uma admoestação de saída que visam preparar o Estudante para internalizar tudo o que aqui falou, ouviu, participou e se concentrou, recebendo toda a força espiritual gerada durante a oficiação do Ritual, a fim de aplicá-la no seu dia a dia, se esforçando para o cumprir no tema concentrado: servir amorosa e desinteressadamente exclusivamente a divina essência do irmão e da irmã “que sofre, que chora, que ri” utilizando todos os meios disponíveis: pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras e ações.
a) Se você quiser saber exatamente como oficiar, assista o vídeo do nosso canal no Youtube: Tutorias, Dicas e Detalhes dos Ensinamentos Rosacruzes clicando aqui: Como Oficiar o Exercício Esotérico Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro
b) Se você quiser oficiar o Ritual, então acesse o texto aqui: Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro
c) Se você quiser “participar” da oficiação como um ouvinte, então é só clicar no áudio abaixo, seguindo as seguintes observações:
O Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa é oficiado na véspera do Natal, dia 24 de Dezembro nos Centros da Fraternidade Rosacruz espalhados pelo mundo.
O irmão ou a irmã que não possa ir a um Centro Rosacruz poderá oficiá-lo em seu lar com familiares e amigos, preferencialmente, no horário indicado e sempre no mesmo local.
Perceba que o Ritual é dividido em três partes bem distintas:
1ª – Preparação – composto por músicas e textos que visam preparar o ambiente, separando o ambiente externo (de onde vem o Estudante) do interno (para o interior do Estudante).
2ª – Concentração – é o clímax do Ritual, onde o Estudante se dedica a se concentrar com toda a sua dedicação, foco, disposição e vontade no Serviço amoroso e desinteressado voltado exclusivamente para a divina essência do irmão e da irmã “que sofre, que chora, que ri” utilizando todos os meios disponíveis: pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras e ações.
3ª – Saída – composto por uma admoestação de saída e música que visam preparar o Estudante para internalizar tudo o que aqui falou, ouviu, participou e se concentrou, recebendo toda a força espiritual gerada durante a oficiação do Ritual, a fim de aplicá-la no seu dia a dia, se esforçando para o cumprir no tema concentrado: servir amorosa e desinteressadamente exclusivamente a divina essência do irmão e da irmã “que sofre, que chora, que ri” utilizando todos os meios disponíveis: pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras e ações.
a) Se você quiser saber exatamente como oficiar, assista o vídeo do nosso canal no Youtube: Tutorias, Dicas e Detalhes dos Ensinamentos Rosacruzes clicando aqui: Como Oficiar o Exercício Esotérico Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa
b) Se você quiser oficiar o Ritual, então acesse o texto aqui: Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa
c) Se você quiser “participar” da oficiação como um ouvinte, então é só clicar no áudio abaixo, seguindo as seguintes observações:
A tentação como fator na vida superior
No “Prolog in Heaven”, que precede Fausto, Goethe mostra o propósito interior da tentação. Quando Lúcifer pede permissão para tentar Fausto, Deus responde:
“… O homem é muito propenso a fugir,
Imperturbável, em repouso ele viveria,
Portanto, este companheiro propositalmente eu dou,
Quem agita, excita e deve como o diabo trabalha.”
No livro de Jó, Deus também sanciona a tentação de um homem bom. Quando comparamos a história da Bíblia em que Jeová levou Davi a fazer o recenseamento as pessoas (2Sm 24:1) com ICro 21:1, que diz que Satanás provocou Davi a contar as pessoas, não podemos escapar da confusão de achar que Jeová e Satanás são idênticos e, do ponto de vista comum, veja que parece extremamente injusto que tal punição severa seja aplicada a Davi, por esse ato que foi movido a fazê-lo. Mas, olhando pelo ponto de vista esotérico, todas as dificuldades desaparecem.
Jeová era o líder divino dos Semitas Originais, os antepassados da raça Ária, que estavam destinados a evoluir pela razão, a faculdade pela qual “provamos todas as coisas”, para que possamos “manter firme o que é bom”. Disseram a Davi que confiasse em Jeová, que lutou por Israel quando outras pessoas obedeceram às suas ordens. Existe apenas uma maneira de tentar, quando ele ou qualquer outra pessoa se apegar ao bem – dando-lhes a chance de deixar ir; e é dever dos que são responsáveis em auxiliar que esse Esquema de Evolução prossiga verificar por tentação se aprendemos nossas lições, do mesmo modo que é dever dos professores das escolas que estudamos para a nossa educação durante essa encarnação examinar seus alunos. Cada método traz à tona pontos fracos do aluno para que o professor possa extrair uma base verdadeira para futuros esforços educacionais. Portanto, Davi foi movido por Jeová a fazer o recenseamento de Israel, para que fosse mostrado a ele se confiava na força de combate do número de homens ou no invisível Jeová, que lutou pelo Seu povo escolhido. Com esse ato, Jeová se tornou, momentaneamente, o adversário (Satanás) de Davi.
Independentemente, se esse tentador aparecer em forma corporal ou como uma voz interior, o motivo pelo qual Davi deveria ter lhe dito é que o poderoso braço de Jeová contava com mais de milhões de homens, e ele deveria ter dito a si mesmo ou a seu tentador externo: Qual é a utilidade de contar Israel? Jeová é o nosso escudo! Em vez disso, ele enviou homens para contar Israel, conforme sugerido; ele estava, sem dúvida, inflado com uma sensação de poder; talvez ele se sentiu suficientemente capaz de dispensar Jeová e seguir seus próprios ditames.
Portanto, tornou-se necessário para o Líder divino provar que ele estava enganado diante de todas as pessoas e, como eram uma raça teimosa, propensa a discordar, a lição deve ser salutar para impedir que imitem o exemplo de seu líder. A pestilência diminuiu seu número em poucos dias a tal ponto que ficou evidente, para todos, que Jeová é mais forte do que qualquer número de homens. Assim, a fé e a obediência, sem as quais nenhum líder divino pode promover novas faculdades sob suas acusações, foram fortalecidas, e Israel havia dado um passo distinto no caminho do progresso.
Todo mundo que já encarnou em um Corpo Denso foi tentado; nem mesmo Cristo escapou, e quanto mais evoluídos formos, mais sutis serão as tentações colocadas em nosso caminho. Além disso, essas tentações, frequentemente, surgem por alguém em quem confiamos plenamente, para que possamos aprender a diferenciar quanto ao mérito intrínseco de qualquer sugestão, independentemente de nossa simpatia ou antipatia, seja quem for que a sugere.
(Publicado na: Rays From The Rose Cross – jan. /1916 – Traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)