RESPOSTA: Antes de tudo vamos considerar o assunto em relação ao que se costuma chamar de “morte”. Quando chega o momento determinante do fim de mais uma existência física, nós – o Ego, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana, manifestado aqui – nos retiramos pela nossa cabeça, levando conosco a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos. É semelhante ao que costumamos fazer todas as noites, durante o nosso sono. Como o Corpo Vital já cumpriu também sua finalidade se retira juntamente. Rompe-se, então, o Cordão Prateado que ligava os veículos superiores ao veículo físico, o Corpo Denso.
Após esse fato surge, para nós, um momento de extrema importância: uma grande parte do valor da nossa vida passada depende da nossa atenção.
Quando nos libertamos do nosso Corpo Denso, que era o mais considerável empecilho ao nosso poder espiritual (como, por exemplo, são as luvas grossas nas mãos do músico que tenta tocar um violino), esse poder espiritual volta para nós, até certo ponto. Com isso podemos ler as imagens contidas no polo negativo do Éter Refletor do nosso Corpo Vital, que é o assento da Memória subconsciente.
Toda a nossa vida terrestre passada, recém-finda, desfila nesse momento ante nossa visão como um panorama – um Panorama de Vida, só que com todos os detalhes –, apresentando os acontecimentos em ordem inversa. Os incidentes do dia que precedeu a morte vêm em primeiro lugar, e assim seguem para trás através de todas as fases que passamos, por exemplo: terceira idade, adulto, adolescência e infância. Tudo é revisto.
Permanecemos como um espectador ante esse Panorama de Vida passada. Vemos as cenas conforme se sucedem e que se vão imprimindo nos nossos veículos superiores, mas nesse momento ficamos impassível ante elas. O sentimento está reservado para quando chegar a hora de entrarmos no Mundo do Desejo, que é o Mundo do sentimento, desejo e da emoção. Por enquanto nos encontramos apenas na Região Etérica do Mundo Físico. Este Panorama de Vida perdura de algumas horas até vários dias, dependendo isso do tempo que possamos nos manter despertos, se necessário. Algumas pessoas podem se manter assim somente doze horas, ou menos ainda; outras podem se manter, segundo a ocasião, por certo número de dias. Mas enquanto pudermos nos manter desperto esse Panorama de Vida recém-finda aqui. E desde que as experiências purgatoriais, a assimilação das experiências e o crescimento da consciência dependem da nitidez destas cenas impressas nos veículos superiores, é muito importante que quando morremos não sejamos perturbados durante esse período da gravação desse Panorama de Vida (o máximo tempo que devemos aguardar é até três dias e meio após a determinação da morte aqui). Autópsias, choros e lamentações em torno do Corpo Denso, remoções, movimentações e quaisquer outros procedimentos que mexam com o Corpo Denso são fatores que se devem evitar.
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que a Ciência material reconhece que o poder que o faz funcionar está dentro do próprio. O Cientista Ocultista vê um espaço no ventrículo esquerdo do coração, próximo ao ápice que corresponde à ponta do coração, formado principalmente pela porção inferior do ventrículo esquerdo. É na posição referencial do ápice que está um pequeno átomo, chamado Átomo-semente do Corpo Denso. A forçaque existe nesse átomo, bem como em todos os outros átomos do nosso Corpo, nada mais é do que Vida indiferenciada de Deus. Sem esta força o mineral não poderia se materializar em cristal, por exemplo. Igualmente o vegetal, o animal e nós mesmos, seres humanos, estariam impossibilitados, sem Vida indiferenciada de Deus, de formarem o próprio Corpo.
A força existente nesse Átomo-semente do Corpo Denso é que movimenta o coração, proporcionando vida ao nosso organismo. Todos os demais átomos do Corpo vibram no tom desse átomo especial. As forças Átomo-semente do Corpo Denso estão imanentes em todo Corpo Denso possuído por nós, que é por meio dele que agimos. Nesse Átomo-semente do Corpo Denso, que poderíamos chamar “O Livro de Deus”, se imprimem todas as nossas (Egos) experiências, até as mais delicadas, mínimas e até as que poderíamos considerar “pequenas demais” da vida recém-finda. Nele, também, se encontra o arquivo de todas as experiências de todas as nossas vidas passadas.
Se quisermos seguir o caminho que compõe o Cordão Prateado, podemos começar pelo meio do seio frontal (meio da testa), passando pela raiz do nariz, descendo ao grande vórtice do fígado, passando pelo plexo celíaco e terminando no ápice do coração, onde está o Átomo-semente do Corpo Denso, e isso nos (nós, o Ego) liga ao nosso Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a nossa Mente. Quando mais uma vida material está chegando naturalmente ao fim, as forças do Átomo-semente do Corpo Denso se desligam, saindo do Corpo Denso através do nervo pneumogástrico, através das comissuras dos ossos parietais e occipital do crânio. Percorrem o trajeto do Cordão Prateado e acompanham os veículos superiores que nos acompanham Esta ruptura no coração determina a morte física, porém, a conexão do Cordão Prateado (entre o segmento que sai do ápice do coração e o segmento que sai do Plexo Celíaco, cuja união tem a forma de dois números “seis” invertidos), em alguns casos, só se desfaz depois de vários dias.
Sendo o Corpo Vital o nosso veículo da percepção sensorial, ele permanece com o nosso Corpo de Desejos e o Cordão Prateado, quando se libertam do Corpo Denso. Evidentemente, até que o Cordão Prateado se desconecte, no ponto mencionado acima, continuará gravando as sensações experimentadas por nós, o Ego, enquanto o nosso Corpo Denso, recém-morto, não for perturbado. Em consequência, toda cautela é pouca para não causar sofrimentos e nos incomodar nesse momento importantíssimo da nossa Evolução. Por isso é que, do mesmo modo que há uma Ciência para o Nascimento físico aqui, deve ter uma Ciência para a Morte aqui!
No caso de transplantes de um coração, como a cirurgia é realizada logo após a morte do doador, haverá interferência no processo do Panorama de Vida e sua gravação, pois também este se inicia imediatamente após amorte do Corpo Denso, ou seja, logo depois da ruptura do Cordão Prateado que estava ligado ao coração, no Átomo-semente do Corpo Denso. Contudo, embora imperfeitamente, devido aos incômodos ocasionados pela intervenção cirúrgica, cremos seja possível continuar o processo panorâmico do doador.
Mas, que sucederá ao Átomo-semente do Corpo Denso do receptor nesse meio tempo? Permanece inerte na contraparte etérica que ali continua, apesar de haver saído do coração físico. O Cordão Prateado dessa pessoa continua em seu lugar e ligado, mesmo que o coração físico tenha sido removido, pois se fosse rompido, o indivíduo não poderia viver. Em face de tal situação, surge a pergunta: teriam os Anjos e seus auxiliares transferido o Átomo-semente do Corpo Denso do receptor para o ápice do coração do doador? Não há dúvida que isto pode acontecer. Se o receptor vive, quer nos parecer que isto acontece. O destino deste último é uma provável relação em vidas passadas com o doador, poderá constituir elemento importante para o sucesso do transplante. Então, será também este o caso do Arquétipo, que supomos ficar sensibilizado por algum tempo com a ocorrência. É um fator a ser considerado.
Há outro ponto a ser lembrado no caso de transplante de órgãos humanos: cada átomo de um Corpo pertence peculiarmente ao Ego que nele habita. A condição de um Corpo com seus nervos, órgãos, tecidos, etc., reflete a modo como o Ego viveu anteriormente aqui na Terra. A recordação fiel de todas as suas experiências está registrada no Átomo-semente do Corpo Denso e esse, em cada renascimento, atrai matéria para onovo Corpo segundo as qualidades pessoais inatas. Se tiver violado as Leis de Deus, os resultados estarão presentes na estrutura de seus veículos.
Assim, as doenças são atraídas pelo próprio Ego, enraizando-se como uma manifestação de ignorância e desobediência às Leis Divinas, podendo ser erradicadas permanentemente com uma transformação interna moral. O transplante de um órgão saudável para substituir o órgão enfermo pode ser efetuado e em alguns casos poderá prolongar a vida do receptor. Contudo, acreditamos que seja um Arquétipo de matéria mental o que determina a extensão da vida, pois não outro jeito, porque a Lei de Causa e Efeito é o árbitro da maneira como a vida transcorre aqui. É fornecido a nós sempre escolher certas oportunidades de crescimento espiritual em vários momentos da nossa vida terrena. Se tais oportunidades forem aproveitadas a vida continuará pautada em reta conduta. Mas se forem negligenciadas, mergulharemos num beco sem saída, onde a vida é terminada pelas Hierarquias Criadoras com a destruição do Arquétipo.
Assim, podemos dizer que a extensão de uma vida na Terra é determinada antes do nosso, mais um, renascimento. Mas poderá ser reduzida (se negligenciarmos as oportunidades de avanço) ou excepcionalmente prolongada (quando, ao contrário, vivermos retamente e nos esforcemos em bem aproveitar todas as experiências).
(Publicada na Revista Rays from the Rose Cross de maio/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
“Ao músico foi entregue a mais elevada missão, porque, como um modo de expressão da vida anímica, a música é a soberana”. Estas palavras de Max Heindel inspiraram-me a escrever este artigo sobre a relação existente entre a música e o crescimento espiritual.
Quando digo “música” quero me referir unicamente a música de verdadeira eufonia (termo que se refere a um som agradável, harmonioso ou à combinação de palavras que soam bem. É o oposto de cacofonia, que se refere a sons desagradáveis), dádiva maravilhosa do Pai Celestial. Vias de regra, a maior parte daquilo que popularmente se concebe como sendo música é justamente o contrário, porquanto não emana de Deus e sim das distorções da Mente humana. Esta se enquadra no mesmo plano da enfermidade que resulta, tão somente, da violação das Leis Divinas. Deus nos concedeu as melodias e vibrações para construirmos harmonias e ritmos belos, porém, muitos de nós as empregam erroneamente, usando-as em combinações desarmônicas, similarmente ao que faz, arruinando sua saúde, ingerindo alimentos que não se coadunam com a constituição do Corpo Denso.
O Deus do nosso Sistema Solar está representado por um triângulo, simbolizando o Poder Trino. Desse Poder emanam as três qualidades: Vontade, Sabedoria e Ação. Do primeiro Poder, que por sinal é o mais elevado, emana a Vontade, cuja vibração é Melodia e a cor é o azul. O segundo Poder é a Sabedoria, cuja vibração é Harmonia e o amarelo a tonalidade correspondente. O Terceiro Poder é representado pela Ação, cuja vibração é Ritmo e a cor correspondente é o vermelho. De modo que a música e a cor correspondem à mesma coisa, diferenciando-se como sons na música e como cores para a nossa visão; contudo, as vibrações são as mesmas. Assim como obtemos diversas combinações das três cores primárias mencionadas, de maneira idêntica combinamos os sons, pela mescla das três maiores ou primárias vibrações da música, o que estabelece a eufonia, provando-se que a mais alta consecução em música se obtém por meio de um perfeito entrelaçamento de Melodia, Harmonia e Ritmo.
Por outro lado, a desarmonia é um resultado de um desajustamento na combinação da Melodia, Harmonia e Ritmo; e tem o mesmo efeito sobre os ouvidos sensitivos, como o tem a violenta combinação de cores sobre a visão delicada. Sons discordantes, que erroneamente recebem o nome de música, só podem ser apreciados por ouvidos carentes de sensibilidade. Do mesmo modo como há pessoas que mirando uma pintura não percebem as gradações da cor, assim também existem outras que não podem captar as combinações sutis dos três elementos da música. Para eles não existe diferença entre a verdadeira música e o que é uma degeneração dela, muitas delas ditas nos ritmos quentes.
A Melodia e a cor azul estão ligadas à Mente. É uma agradável sucessão de simples sons musicais percebidos através do sentido da audição, conectado com o cérebro, que é o veículo físico da transmissão do pensamento. Portanto, por meio do veículo mental podemos nos relacionar com a Melodia e a cor azul. A Harmonia e a cor amarela estão ligadas ao Corpo de Desejos. A Harmonia é uma combinação de sons acordes percebidos ao mesmo tempo, estando ligada ao Corpo de Desejos por intermédio de nossos sentimentos, desejos e nossas emoções, sobre o que exercem sua influência junto com a cor correspondente. O Ritmo e a cor vermelha se acham ligados ao Corpo Vital (Max Heindel afirmou que o Corpo Vital apresenta uma cor parecida com a flor do pessegueiro, recém-aberta). É uma tonalidade derivada do vermelho. O Ritmo se manifesta pelo Poder de Deus, na ação e no movimento. A força ativa ou vital é absorvida pelo Corpo Vital quando prevalece uma saúde normal e essa energia mantém o Corpo Denso. Todas e cada uma das coisas existentes têm a sua nota-chave ou tom. Kepler disse que ouvia as diferentes notas emitidas pelos Astros e Max Heindel também afirmou que os cientistas ocultistas “escutam a música comum do deslocamento dos corpos celestes”. Eles formam a harpa e as cordas da lira de sete cordas de Apolo. Também asseveram que uma simples discordância afetaria a harmonia celeste, advindo uma grande hecatombe na matéria e um choque entre os Mundos.
Nos Mundos celestes, ainda que a cor e o som se achem presentes, deve-se ressaltar que dos sons é que se originaram as cores, e construíram todas as formas no Mundo Físico. Segundo Max Heindel, as formas que vemos ao nosso redor são figuras-sons cristalizadas das Forças Arquetípicas que trabalham dentro dos Arquétipos nos Mundos celestes. O músico pode perceber certos tons em distintas partes da Natureza, tais como o vento na floresta, o som das águas, o rumor do oceano. Estes tons combinados formam um todo que é a nota-chave da Terra. Percebe-se esse tom na quietude do bosque, onde é mais perceptível, devido à profunda calma reinante. Richard Wagner também o escutou, porque assim o expressa por meio de sua ópera Parsifal[1].
Alguns exemplos destes “certos tons nas distintas partes da natureza”, os quais Max Heindel nos afirmou que são ouvidos pelos músicos, encontram-se em algumas obras tais como “Nuvens”[2] e “Mar”[3] de Debussy. Nesta última composição o tom do espírito do mar se encontra descrito magicamente apresentando com impressionante realidade o “Diálogo do Mar e do Vento”. Encontramos outro exemplo na “Sinfonia Pastoral” de Beethoven[4], na qual ele expressa diversos tons da Natureza, entre os quais se encontram os pássaros, os riachos e as tempestades. Mendelssohn captou a nota do mar, quando visitou a Escócia e a exprimiu em um de seus mais belos trabalhos sinfônicos[5]. Rimsky-Korsakow em “Scheherezade”[6] descreveu de um modo assaz realístico uma tempestade no mar, pois, o contato que teve com o oceano, quando integrava a Armada Russa, facultou-lhe uma ampla oportunidade marítima, tanto na calma como durante a tempestade. Estes são alguns poucos exemplos que podemos citar como prova.
O Segundo Céu é a verdadeira pátria da música, porque este é o reino do som. Quando o abandonamos o Primeiro Céu, situado no Mundo do Desejo, entramos no Segundo Céu localizado na Região do Pensamento Concreto. Agora, estamos livres de nossa vida passada e vivemos em perfeita harmonia com Deus. Quando penetramos nesta Região, despertamos a Música das Esferas ao nosso redor, cuja melodia transcende a tudo que havíamos ouvido na Terra. Este lugar, em verdade, é um paraíso para o compositor, porque aqui ele se eleva com a música, tal qual a havia concebido quando compunha no Mundo Físico, mas no qual não podia transcrevê-la para o papel de uma maneira concreta. Aqui, no Segundo Céu, ele compõe, inspirado nas coisas mais profundas do seu ser, com a mais incrível facilidade e prazer imersos, obtendo grandiosas melodias que traz ao plano físico depois, para alegrar aos corações daqueles que se acham ungidos ao mesmo. Se ele usa a sua vontade, há chances de renascer como músico (e eu não posso imaginar um grande músico renunciando a este privilégio) preparando-se convenientemente para tal. Aprenderá a construir ouvidos, mãos e nervos supersensitivos e, nesse particular é ajudado pelas Hierarquias Criadoras. Max Heindel afirmou que a extensão do ajuste dos canais semicirculares do ouvido, aliado a uma delicadeza extrema nas “fibras de Corti”, das quais existem aproximadamente umas dez mil no ouvido humano, cada uma é capaz de interpretar cerca de vinte e cinco gradações de tom. Estas fibras nos ouvidos da maioria das pessoas não respondem a mais de três ou dez das tonalidades possíveis. Um músico comum não alcança mais do que cinco tons em cada fibra, ao passo que o verdadeiro mestre de música possui uma capacidade bem mais ampla. Portanto, é fácil compreender o porquê as Hierarquias Criadoras devem auxiliar especialmente o músico e o compositor, porque como disse Max Heindel: “o elevado estado de seu desenvolvimento demanda isto, e o instrumento por meio do qual o ser humano percebe a música é o sentido mais perfeito do corpo humano”.
Mozart[7], aos cinco anos de idade, compunha; aos dez havia completado uma Sinfonia[8]; aos quinze um Oratório[9]; aos doze uma Ópera[10] e aos dezoito havia composto umas vinte e três Sonatas[11], oitenta e uma Obras Sinfônicas ou Sinfonias, nove Missas[12], três Oratórios, cinco Sonatas para órgão e outros trabalhos de vulto.
Schubert[13], quando chegou aos dezesseis anos de idade, entre muitos outros trabalhos, compusera uma Sinfonia, e quando tinha vinte e um anos havia escrito mais cinco. Mendelssohn começou a compor aos doze anos; havia escrito uma Sinfonia aos dezesseis e com apenas dezessete anos brindou o mundo com a encantadora “Sonho de Uma Noite de Verão”[14]. Estes exemplos e muitos outros, aqui são mencionados de músicos que já compunham em tenra idade provam que eles foram músicos em existências anteriores.
Em vidas passadas sempre ampliavam suas possibilidades musicais. Cada vez que atingia o Segundo Céu, entre os renascimentos aqui, construíam um Arquétipo mais sensitivo que o último para captar as vibrações musicais do Cosmos, sendo neste particular, assessorados pelas Hierarquias Criadoras.
A música e a cor têm relação com a ordenação de nossa existência, através dos números: 1, 3, 7 e 12. Na figura do número “1” temos a escala musical completa; o total da luz solar. No 3 temos as três fases de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade, ou seja, Melodia, Harmonia e Ritmo e as três cores primárias, que são: Azul, Amarelo e Vermelho. Na figura do “7” temos as sete Hierarquias Criadoras, os sete Mundos, os sete Planetas do nosso Sistema Solar. Na música a escala completa contém sete notas; nas cores, o branco contém as sete cores do espectro. Na figura do “12” temos os doze Signos do Zodíaco, os doze Irmãos Maiores, os doze Discípulos de Cristo. Na música, os sete tons da escala se decompõem em doze semitons. As sete cores do espectro se decompõem em doze, cinco das quais são vistas somente pelos Clarividentes voluntários.
Nós podemos elevar nossas vibrações por meio da música. Essa foi uma das razões por que a música foi escolhida como um meio de expressão espiritual nas cerimonias religiosas. Na maioria dos casos se inspira na Bíblia, e o sentimento de alívio que se experimenta é notável. Este é um exemplo do aumento das vibrações produzidas pela música. Esta é uma grande tônica para os nervos. A fadiga corporal pode ser removida, desde que nos sentemos em um lugar tranquilo, com música elevada purificando o ambiente.
O poder curativo da música tem sido alvo de várias experiências em diversos hospitais no mundo inteiro. Não obstante, a sua aplicação como terapêutica é pouco conhecida. A medicina se tornará desnecessária, quando aprendermos a usar a música em relação aos nossos diferentes veículos. Ele pode se dizer com referência às cores.
Nas frases de Max Heindel, “como um modo de expressão para a vida da alma, a música reina de um modo supremo” constituem uma realidade, pois existem passagens nas grandes composições musicais, de natureza tão sublime que nos fazem sentir a presença de Deus, de uma maneira patente. Podemos citar algumas tais como a ópera de Parsifal de Wagner, onde o motivo da “Última Ceia” e sua evolução sinfônica é solenemente grandioso, e o motivo da “Fé” soa muito alto cada vez que se repete, como a fé que se eleva cada vez mais se esforçando para chegar a Deus. Também na “Paixão Segundo São João”[15] de Bach[16], excelsa veneração sempre presente, culmina no puro e tranquilo coro de “Descansa Aqui em Paz Redentor”.
Quando um músico expressa sua obra no papel, nada mais efetua do que apresentar uma partícula daquilo que sente interiormente quando se coloca em sintonia com as vibrações cósmicas. Qualquer compositor confirmará que suas composições estão além daquilo que concretiza no papel. Não importa quão portentosa seja sua obra quando em forma concreta, pois jamais atingirá a excelência de quando foi sentida em sua alma. Estamos no presente estado evolutivo impossibilitados de expressar materialmente, com absoluta fidelidade, estas correntes musicais ou vibrações.
Poucas músicas atingiram a culminância de um Johann Sebastian Bach, porque ele podia penetrar mais adiante do que qualquer outro e sintonizar-se com as vibrações musicais mais sublimes. Ainda que ele não pudesse transcender a mais alta vibração ou corrente, mesmo assim, quando considerarmos a perfeição ao nosso desenvolvimento, pressentiremos algo divinal.
Talvez possamos atingir tal estado na Era de Aquário, quando tivermos avançado o suficiente para que se fundam a Arte, a Ciência e a Religião em uma unidade espiritual. Desse modo veremos que a relação da música com o crescimento espiritual resume-se em poucas palavras como segue: “Com Deus tudo é Melodia, Harmonia e Ritmo, porque os Seus pensamentos são Melodias, Suas criações Harmonia e Seus movimentos (ou gestos) são Ritmos”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)
[1] N.R.: Parsifal (WWV 111) é uma ópera de três atos com música e libreto do compositor alemão Richard Wagner. Estreou no mês de julho de 1882. A ópera se passa nas legendárias colinas de Montsalvat, na Espanha, onde vive uma fraternidade de cavaleiros do Santo Graal. O mago Klingsor teria construído um jardim mágico povoado com mulheres que, com seus perfumes e trejeitos, seduziriam os cavaleiros e faria com que eles quebrassem seus votos de castidade, e teria ferido Amfortas, rei do Graal, com a lança que perfurou o flanco de Cristo, e todas as vezes em que Amfortas olha em direção ao Graal sente a ferida arder. Tal redenção só poderia ser realizada por um “tolo puro” (“reine Tor” em alemão), significado da palavra “Parsifal”. Este, em sua primeira aparição na ópera, surge ferindo um cisne sagrado do bosque próximo ao castelo do Graal, e a todas as perguntas que os cavaleiros lhe fazem responde dizendo que não sabe de nada, nem ao menos seu nome.
Parsifal atravessa o jardim mágico de Klingsor e é seduzido pela misteriosa Kundry, que ora é uma fiel serva do Graal, ora é escrava de Klingsor. Ao beijá-la, sente os estigmas das feridas que afligiam Amfortas e, quando Klingsor atira a lança contra ele, Parsifal a agarra, faz com ela um sinal da cruz e todo o castelo mágico e seus jardins são destruídos. Tempos depois, tendo os cavaleiros se convencido de que ele é o “tolo puro” que traria a salvação, Parsifal cura as feridas de Amfortas e o substitui na condição de rei do Graal. Você pode assisti-la na íntegra com legendas em português (é só clicar em “CC”), aqui: https://youtu.be/vGzAEB-_2ZQ?si=yTD6jrVU2GCQR9GH
[2] N.R.: Nuages (Nuvens), primeiro movimento de Noturnos, é uma composição de Claude Debussy (1892 até 1899), evoca o aspecto imutável do céu e o movimento lento, solene das nuvens, que se dissolvem em tons de cinza com leves toques de branco. De acordo com Debussy, “‘Nuages” retrata o aspecto imutável do céu e o movimento lento e solene das nuvens, desaparecendo em tons de cinza levemente tingidos de branco. Você pode escutá-la aqui: https://youtu.be/dRN8RA5Vph8?si=Uvajp8DEb7YJ900n
[3] N.R.: “La Mer” L.109, (O Mar), é uma composição orquestral de Claude Debussy. Foi iniciada em 1903 na França e concluída em 1905. “La Mer” está dividido em três movimentos:
1. “De l’aube à midi sur la mer” (do amanhecer ao meio-dia no mar);
2. “Jeux de vagues” (Jogo das Ondas);
3. “Dialogue du vent et de la mer” (Diálogo do vento e do mar).
Você pode escutá-la aqui: https://youtu.be/FOCucJw7iT8?si=N070oCwJnAFJGNM5
[4] N.R.: A sinfonia nº 6 em Fá Maior, opus 68 de Ludwig van Beethoven, também chamada Sinfonia Pastoral, é uma obra musical precursora da música programática. Esta sinfonia foi completada em 1808.
Você pode escutá-la aqui: https://youtu.be/YZaLCiLj04M?si=sQ7bIgevWx9y89r5
[5] N.R.: Trata-se da A Sinfonia n.º 3 em lá menor, opus 56, conhecida como Sinfonia Escocesa (“Schottische”) (1829-1842). Você pode escutá-la aqui: https://youtu.be/Q-zoNEO55yU?si=mJ5NJvX8kcHTC7cD
[6] N.R.: Scheherazade (ou Sheherazade), op. 35, é uma suíte sinfônica composta por Nikolai Rimsky-Korsakov em 1888. Você pode escutá-la aqui: https://youtu.be/zY4w4_W30aQ?si=MGtdstQQQKWV6Uki
[7] N.R.: Wolfgang Amadeus Mozart; batizado Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart; (1756 –1791) foi um prolífico e influente compositor austríaco do período clássico.
[8] N.R.: Sinfonia é uma composição exclusivamente para orquestra, em forma de sonata, caracterizada por uma variedade de timbres e pela multiplicidade de executantes para cada instrumento. Sinfonia é uma palavra de origem grega que significa “Todos os sons juntos”. A palavra já existente sinfonia foi consolidada como conceito na música erudita a partir do barroco, evoluindo até emprestar a forma da sonata já existente, passando a apresentar características bastante diferentes do passado. No período clássico a sinfonia passou a ter três movimentos, sendo o segundo sempre um Adagio (lento). Após as contribuições de Ludwig van Beethoven, as sinfonias passaram a ter quatro movimentos.
[9] N.R.: Oratório é um gênero musical dramático, apresentado em forma de concerto, sem representação cênica, sem cenários e sem figurinos. Geralmente composto para solistas, coro e orquestra, às vezes com um narrador, geralmente trata de um assunto religioso (Bíblia), mas também pode lidar com temas seculares (mitologia ou história). Com a forma bastante próxima à da cantata e à da ópera, o oratório, geralmente, inclui uma abertura, recitativos acompanhados pela orquestra, recitativos secos com o cravo, árias e coros. Embora elementos dialógicos também estivessem presentes na lauda polifônica do final do século XVI, o oratório se origina do madrigal dialógico do início do século XVII.
[10] N.R.: Ópera (em italiano: significa obra, em latim, plural de “opus”, obra) é um gênero artístico teatral que consiste em um drama encenado acompanhada de música, ou seja, composição dramática em que se combinam música instrumental e canto, com presença ou não de diálogo falado. Os cantores são acompanhados por um grupo musical, que em algumas óperas pode ser uma orquestra sinfônica completa. O desenvolvimento das estruturas musicais anteriormente pelos mestres flamengos e venezianos serviu de suporte para que, no Barroco, surgisse uma nova forma musical, a ópera. O drama é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, tais como cenografia, vestuários e atuação. No entanto, a letra da ópera (conhecida como libreto) é normalmente cantada em lugar de ser falada.
[11] N.R.: Na origem do termo, sonata (do latim sonare) era a música feita para “soar”, ou seja, a música instrumental − em oposição à cantata, a música cantada. Sonata resumidamente é um tipo de composição musical para um único instrumento ou para pequeno conjunto. Normalmente, a sonata é dividida em três partes relacionadas entre si. Não tinha forma definida e, no Barroco, as sonatas eram compostas principalmente para solistas de instrumentos de sopro ou cordas acompanhados de baixo contínuo, que era o cravo com a mão esquerda (o baixo) reforçada por uma viola da gamba ou fagote. Domenico Scarlatti compôs sonatas para cravo solo com estrutura A-B. Com o passar do tempo, sonata passou a designar a forma musical definida por Carl Philipp Emanuel Bach (filho de J. S. Bach) e se tornou o modelo de música no Classicismo.
[12] N.R.: Na música “Missa” é geralmente constituída somente do ordinário da missa, partes que até hoje continuam nas missas e cultos de várias igrejas tradicionais. O Ordinário contém as partes que são literalmente iguais em todas as missas ou cultos, ao contrário do Próprio (leituras, sermão, hinos, etc.) que traz em cada missa ou culto outros textos. Originalmente essas composições foram cantadas para o acompanhamento da Missa, no entanto, a partir do Renascentismo, surgiu a tendência de essas obras se descolarem de seu sentido litúrgico original e passaram a ser apresentadas como concertos em igrejas e teatros. Convém na música compor cinco partes, que são Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. Faltam, então, o Pai Nosso e a Bênção final, embora que sejam também parte inalterável da missa. Quase todos os compositores de missas optam pelo texto latim, porém o Kyrie continua em grego.
[13] N.R.: Franz Peter Schubert (1797 –1828) foi um compositor austríaco do fim do classicismo, com um estilo marcante, inovador e poético do romanticismo. Escreveu cerca de seiscentas peças musicais.
[14] N.R.: Sonho de uma Noite de Verão (em alemão: Ein Sommernachtstraum) é uma obra musical escrita pelo compositor Felix Mendelssohn, tendo por base a peça de teatro do mesmo nome escrita por William Shakespeare. Mendelssohn compôs esta obra em diferentes momentos da sua vida. Entre 8 de julho e 6 de agosto de 1826, quando a sua carreira estava no início, compôs uma abertura de concerto op. 21 e estreou-a em Szczecin em 20 de fevereiro de 1827. Em 1842, poucos anos antes da sua morte, escreveu música incidental (op. 61) para uma produção da obra de teatro, na qual incorporou a abertura existente. A música incidental, que inclui a famosa Marcha nupcial, foi escrita por uma ordem do rei Frederico Guilherme IV da Prússia. Você pode escutá-la aqui: https://youtu.be/PBTaHOuT1K4?si=6rLbu7_ORyjpvL34
[15] N.R.: A Paixão segundo São João, BWV 245 (em alemão: Johannes-Passion) é um oratório sacro de Johann Sebastian Bach. A peça foi composta em Leipzig, no dia 7 de abril, vésperas da Sexta-Feira Santa de 1724. Você pode escutá-la aqui, com legendas em português: https://www.youtube.com/watch?v=vdh7Wf3Uq-s
[16] N.R.: Johann Sebastian Bach (1685–1750) foi um compositor, cravista, mestre de capela, regente, organista, professor, violinista e violista oriundo do Sacro Império Romano-Germânico, atual Alemanha. Nascido numa família de longa tradição musical, cedo mostrou possuir talento e logo tornou-se um músico completo. Estudante incansável, adquiriu um vasto conhecimento da música europeia de sua época e das gerações anteriores.
Dentro da Filosofia Rosacruz, Alma é definida como o extrato espiritualizado ou a quintessência de cada um dos nossos três Corpos de Desejos, Vital e Denso.
Estes três Corpos são projeções materiais, alguns os chamam de reflexos, outros de sombras dos nossos três poderes essenciais na qualidade de Espírito (Tríplice Espírito).
Assim podemos dizer que faz parte do Plano Divino tornar a matéria física, a matéria etérica e a matéria de desejos espiritualizada. Portanto, esses estados de matéria devem ser espiritualizados. Esse trabalho gera a Tríplice Alma, correspondentes a cada veículo, a saber: Alma Consciente resultante da espiritualização do Corpo Denso; Alma Intelectual constituindo-se no extrato espiritualizado do Corpo Vital; Alma Emocional como sendo a quinta essência do Corpo de Desejos.
Nós, como um Espírito emanado de Deus, possuímos também as três qualidades inerentes: ao Poder Divino, expresso como Espírito Divino; o Amor-Sabedoria, que se manifesta como Espírito de Vida; o Movimento ou Atividade, manifestando-se como Espírito Humano.
Essa herança Divina de Deus para com seus filhos se manifesta de acordo com o grau de nossa consciência espiritual, de onde concluímos que no atual estado evolutivo da nossa Onda de Vida, a humana, essa manifestação se opera de uma maneira ainda imperfeita. Torna-se necessário um esforço no sentido de dinamizar e ativar tais poderes para que a nossa real natureza se manifeste em toda sua plenitude. A vida é um “vir a ser” constante, nos levando a realizar esse objetivo. Os preceitos Cristãos, como são apresentados pela Fraternidade Rosacruz, constitui meios seguros para se conseguir isso. Esse alvo deve ser atingido por etapas, etapas estas que determinam estados de consciência.
Por meio das nossas inúmeras existências estamos desenvolvendo e passando por estados sucessivos de consciência, desde a mais completa inconsciência à plena consciência de vigília.
Esses estados de consciência foram desenvolvidos através de diversas etapas. Assim é que no Período de Saturno o estado de consciência predominante era o de transe profundo; no Período Solar, sono sem sonhos; no Período Lunar, sono com sonhos. Na metade Marciana do Período Terrestre houve uma recapitulação dos Períodos anteriores, sendo que na Época Atlante houve a aquisição da Mente instintiva e na presente Época Ária surgiu o estado de consciência apoiado na razão e no pensamento. Não podemos pensar em formação de Almas sem considerarmos as faculdades de raciocinar e de pensar, as quais bem desenvolvidas equivalem a um processo iluminador, ou ainda, a ter mais consciência de vigília.
A presente etapa nos habilitará a alcançar a luminosidade e transparência da Sexta Época – a Nova Galileia. A nossa consciência deverá se sincronizar com esse processo de iluminação, de aparecimento gradual da transparência, processo iniciado no Período de Saturno, devendo atingir o seu ponto alto na Sexta Época.
Dentro do aspecto que nos caracterizará Época Nova Galileia devemos ressaltar o fato de que a vigília tenderá a se prolongar, o que implicará numa redução das horas de repouso e consequente aumento de atividade. Então chegaremos ao ponto essencial no cumprimento da finalidade da existência humana: a Atividade. Dessa forma nos sincronizaremos com Deus, que é sempre ativo.
Como não podemos fugir a essa conjuntura, nos tornaremos consciente de nossa filiação Divina, nos tornando luminosos, porque “Deus é Luz”. É óbvio que para alcançar esta fase gloriosa, necessitaremos de meios apropriados; auxílio este que em última análise é representado pelo Cristianismo Esotérico. Começamos a praticá-lo de modo imperfeito, restringindo o seu alcance e limitando, a princípio, a universalidade própria dos princípios outorgados pelo Grande Arcanjo, Cristo, aos nossos próprios interesses. Gradualmente, porém, a amplidão dos conceitos Cristãos vai se alargando na nossa consciência, e isto se evidencia mais ainda no Estudante Rosacruz ativo, que de início procura tornar a sua própria vida num serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós, para com os irmãos e as irmãs no seu entorno.
Desde os primeiros Períodos sempre houve um propósito: o alargamento da consciência. Esta expansão é uma constante. Todo processo de ampliação da nossa consciência depende de um veículo de expressão. A consciência de vigília, nossa característica na Época Ária, não seria possível ou não teria nenhuma utilidade se não existisse o Corpo Denso.
E na Sexta Época como será expressa a nossa consciência? A Filosofia Rosacruz nos ensina que se expressará em uma forma mais elevada do que aquela que expressamos no Período Solar – consciência de sono com sonhos – mas, conscientemente, isto é, nossa visão será interna e externa, simultaneamente.
E como cada estado de consciência pressupõe o uso de um novo veículo, a Filosofia Rosacruz nos ensina que para a Sexta Época necessitaremos de um novo veículo, o Corpo-Alma, o Vestido Dourado de Bodas, formado pelos dois Éteres Superiores do Corpo Vital (Éter Luminoso e Refletor). Este Corpo luminoso está se formando pela ação Crística do amor, isto é, justa e somente pelo serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós, para com os irmãos e as irmãs no seu entorno. S. Paulo designou essa forma de serviço quando afirmou: “Não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). A perfeita luminosidade vivia nele!
A fórmula número um está expressa por: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15:12), representando uma forma de vivência que elabora o Corpo-Alma. Portanto, o amor será uma atividade peculiar à Sexta Época.
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz de junho/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)
O nosso Caminho de Evolução está, indissoluvelmente, unido às Hierarquias Zodiacais (ou Hierarquias Criadoras) que regem os Planetas e os Signos do Zodíaco. Nos livros A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz e Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz aprendemos que essas Hierarquias Criadoras determinaram diferentes graus de controle da nossa evolução, assim como a evolução do Reino animal e do Reino vegetal, e que guiam a evolução da vida e da forma nos outros Reinos também.
Enquanto o Sol passar através do Signo de Capricórnio, de 22 de Dezembro a 21 de Janeiro, agiremos bem em estudar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, no que se refere às diferentes fases da manifestação, relacionadas com esses símbolos espirituais.
Cada Estrela, Planeta, a Lua ou o Sol é o corpo de uma entidade que se manifesta por meio de raios de energia que compenetram todo o espaço. O Signo de Capricórnio está relacionado com as Hostes Arcangélicas – Hierarquia Criadora dos Arcanjos – e o Sol, com o Cristo.
Os Arcanjos operam mediante corpos compostos da substância do Mundo do Desejo, porém, seus poderes chegam a muitos Mundos que se acham por cima e por baixo desse nosso Mundo Físico. O Senhor da Terra é o Cristo, o mais elevado Iniciado de todos os Arcanjos. Uma das funções dos Arcanjos é ser Espíritos de Raça sobre a Terra, e têm influência sobre nós, através do Corpo de Desejos humano; outra de suas funções é ser os Espíritos-Grupo dos animais, meio pelo qual atuam como guias da evolução dessa Onda de Vida.
À medida que a Terra gira em torno do Sol se converte em um ponto focal dos raios solares, em combinação com cada Signo do Zodíaco, e essas Hierarquias Criadoras estimulam as atividades espirituais na Terras.
Todo fenômeno da Natureza tem um especial propósito espiritual, que nos ensina que o grande ciclo da Precessão dos Equinócios, que equivale a um período de 25.868 anos, marca a evolução e a queda dos povos, das nações e suas Religiões. Durante o trânsito precessional do Sol através de um Signo, que dura aproximadamente 2.156 anos, realiza-se um trabalho especial com uma nação, povo ou um grupo de nações, como pudemos constatar nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais, que são os resultados da separatividade nacional entre as nações, porque durante a Precessão dos Equinócios, através do Signo de Peixes, o resultado será a unidade.
O trânsito anual do Sol, através dos Signos, marca as mudanças das estações e dos processos vitais em todas as formas viventes. No entanto, o impulso espiritual incorporado nesse acontecimento está sempre se dirigindo para despertar o gênio adormecido de um Espírito individualizado.
Durante o período que antecedeu a Era Cristã, o Espírito Santo teve a seu cargo a nossa evolução e os Arcanjos e os Anjos também estiveram sob seu domínio trabalhando, principalmente, sobre o nosso aspecto emocional e de desejos; por isso foram estabelecidas a beleza e a diversidade dos tipos nacionais. O patriotismo foi a suprema expressão do Amor e da Devoção restrito a um povo ou nação. O patriotismo e os aspectos nacionais da Religião nos cegaram com respeito à realidade de um só Deus com muitos nomes.
Com o advento da Era Cristã, os Arcanjos e os Anjos prestaram obediência a Cristo, e o Espírito de Cristo se converteu no Espírito Interno da Terra ou Espírito Planetário. Agora, todas as Hierarquias Criadoras trabalham com Cristo para nos ajudar a converter o patriotismo em Fraternidade Universal.
As comunicações e o intercâmbio internacional teceram uma grande trama ou Teia do Destino, que nos envolve em tantos interesses internacionais bastante comuns a nós todos, que as barreiras nacionais estão se apagando gradualmente ante a ameaça dos horrores de uma possível guerra nuclear. Por isso precisamos despertar gradualmente o sentido comum do ideal da “Paz sobre a Terra e boa vontade entre os homens” (Lc 2:14).
Existência sobre existência, todos nós estamos dando um pouco mais de expressão terrena à verdade espiritual da Fraternidade entre cada um de nós; essa é a nossa resposta ao chamamento de nosso Redentor, o príncipe da Paz, o Senhor do Amor. Felizmente a Religião progrediu um pouco, trocando a idolatria, que é a adoração da forma, pelo misticismo, que é a adoração aos ideais mais elevados. O governo está progredindo desde o despotismo (governo absoluto de um só indivíduo) para a república democrática, na qual prevalece o grupo do governo com representação popular. A Ciência está conseguindo se libertar do controle estatal e religioso, e está servindo ao nosso bem-estar, em campos cada vez mais amplos. A Arte, todavia, ainda não chegou à sua completa posse, mas está conseguindo progredir. Chegará o dia em que conseguiremos despertar para a necessidade de incorporar a beleza em cada expressão da vida.
Cada ano, ao nascer o raio do Cristo na Terra, é dado um novo impulso de vida a toda criatura vivente, e quando relacionamos essa verdade com os Ensinamentos Rosacruzes, de que é em Capricórnio que se dão os grandes impulsos evolutivos, nos será possível compreender a importância da paciente estação, no que se refere à política, à economia, às finanças e aos empregos.
A analogia, chave-mestra de todos os mistérios espirituais em qualquer Mundo, nos ensina que o Espírito da Terra (um Raio do Cristo Cósmico) se encontra dentro dela mesma, desde o Solstício de Dezembro até o Equinócio de Março. Durante esse tempo, a Terra se encontra cheia do Amor do Cristo, de uma forma mais íntima. Na época do Equinócio de Março, Ele sai em seus veículos superiores, para fortalecer-se em Espírito, mediante a Comunhão com o Pai; por isso todas as criaturas dão visível expressão à Vida e ao Poder com os quais Sua vinda enche a Terra. Isso é análogo a nossos estados alternativos de vigília e de sono. Trabalhamos em nossos Corpos Denso durante o dia e saímos dele durante o sono noturno, mas as forças vitais continuam ativas dentro do Corpo Denso, de maneira que ao despertarmos pela manhã, para um novo dia, nos encontramos ativos e renovados.
O egoísmo, a cobiça e o materialismo devem ceder lugar a pensamentos e ações elevados, como resposta ao chamado do princípio de Cristo, nos trazendo melhores condições. Capricórnio, podemos dizer, que é o Signo da engenharia (entendendo o conceito de engenharia como a aplicação do conhecimento científico, econômico, social e prático, com o intuito de planejar, desenhar, construir, manter e melhorar tudo a nossa volta e continuamente), de todas as classes de engenharia do mundo e que estão trabalhando para despertar milhões de seres humanos, livrando-os da pobreza e doença ou enfermidade, que infelizmente avassala nosso Globo. Mediante métodos melhores de cultivar a Terra, de construir estradas, do correto cuidado do Corpo Denso, os “engenheiros educativos” estão ajudando a afastar a ignorância e a estimular o impulso interno do Espírito, elevando-o ao mais sublime nível de consciência.
Verdadeiramente, estamos no amanhecer de uma nova Era, porque todos os que receberam a iluminação por meio dos Ensinamentos Rosacruzes deverão estar na vanguarda de um novo pensamento que promete, em sua plenitude, a emancipação dos antigos métodos em que havia o aproveitamento de muitos para o benefício de poucos. É nosso dever pensarmos em termos de um bem maior, em benefício de muitos; devemos nos adaptar à nova ordem de coisas, por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focado na divina essência oculta em cada um de nós, para cada irmão ou irmã no nosso entorno. É conveniente que possamos pensar de nós mesmos como um corpo de paz espiritual, fazendo todo o possível, servindo de exemplo, e exaltando os mais altos ideais de vida onde quer que estejamos.
Durante milhares de anos quase todo o nosso esforço sobre a Terra tem sido centralizado em obter alimento, vestimenta e abrigo. Contemplemos a visão da Época que se aproxima rapidamente, na qual poderemos obter as coisas com o mínimo esforço e, assim, teremos mais tempo, dedicando uma maior porção de nosso poder criador, reflorindo os lugares desérticos da Terra, colocando beleza na vida, afastando a enfermidade, a doença e o crime, cooperando com seres mais evoluídos e estudando o mais amplo significado da vida.
Pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, como também é conhecida a Fraternidade Rosacruz, aprendemos que esta é a Revolução Marte-Mercúrio do Período Terrestre. Marte é o símbolo do guerreiro, do trabalhador, do desejo, da paixão, da energia dinâmica, do impulso e da força centrífuga de repulsão, como claramente ficou esclarecido nas palavras-chaves e nas características das Eras passadas. Mas, agora, estamos entrando na metade de Mercúrio do Período Terrestre. Mercúrio é o símbolo do pensador, do escritor, da razão, da lógica, da relatividade, da habilidade mental e das trocas rápidas, por isso as massas dos povos devem aprender a pensar sem serem confundidas pelo sentimento, desejo e emoção.
Ao nosso redor, ainda que invisíveis para muitos, os Grandes Seres estão em seus postos, orientando-nos para um bem maior. Quando nos desviamos da Lei Divina, sofremos, nos redimimos e então poderemos dar o passo seguinte em direção à Luz.
Cristo veio para salvar os que haviam se perdido. Podemos vender nossa herança por um prato de lentilhas, não encontrar felicidade, mas olhando para além da tirania das coisas, contemplaremos os Seres mais evoluídos, sorrindo, amando-nos e sempre prontos a nos inspirar os eternos valores do real. Perdemos a nossa Personalidade na matéria em favor do que realmente somos, Individualidade, porém, sendo essencialmente divinos, nos redimimos, nos esforçando em purificar o ambiente em que vivemos, submergindo na harmonia espiritual por meio da Luz do Cristo. As nações e os povos são guiados por meio de uma Lei Divina, para a verdadeira Fraternidade. Assim como nos redimimos do egoísmo e do materialismo, o poder de quando alcançamos a luz é muito maior que o mal do irrecuperável, a pessoa dissolveu a sua alma, por isso é chamado de desalmado. As pessoas boas do mundo inteiro fracassaram em estabelecer a paz sobre a Terra, porque sua bondade era demasiado passiva, mas o verdadeiro Cristão (Místico ou Ocultista) está sempre ativo em todos os planos de expansão.
Não fiquemos inativos no bem-obrar. O processo de redenção, todavia, segue adiante. Lentamente estamos sendo redimidos, cada vez mais, pelo poderoso raio de Amor de Cristo, a todos que ainda apreciam o separatismo. Nosso é o privilégio de apressar esse processo, por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focado na divina essência oculta em cada um de nós, para cada irmão ou irmã no nosso entorno.
Tratemos de abrir nossos corações para que penetre neles o fermento do Amor Fraternal, e nos esforcemos para sentir com toda sua beleza e maravilha, a unidade de cada um para com todos.
(Da Revista O Encontro Rosacruz, traduzido da Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1963, de abril/1991)
Março de 1916
De tempos em tempos, ficamos chateados ao receber cartas de Estudantes Rosacruzes domiciliados em países que estão em guerra1, nos repreendendo por não tomarmos partido por não defendermos o lado deles. Não houve um só dia, desde que se iniciou este amargo conflito[1], que não tenhamos lamentado profundamente esta pavorosa mortandade, embora reconfortados pelo conhecimento de que ele está ajudando, como nenhuma outra coisa o poderia fazer, a quebrar a barreira entre os vivos e os mortos. Assim, a guerra contribuirá muito para abolir o pesar, que agora as pessoas experimentam, quando se veem separadas dos seus entes amados. Além disso, o sofrimento atual está afastando a maioria dos povos ocidentais dos prazeres do mundo, reconduzindo-os à devoção a Deus. Não houve uma só noite em que não tivéssemos trabalhado diligentemente com os mortos e os feridos, aliviando suas angústias mentais e suas dores físicas.
O patriotismo foi muito bom em outros tempos – bem antigamente –, mas Cristo disse: “Antes de Abraão, Eu sou”[2] (Ego sum). As raças e as nações, incluídas no termo “Abraão”, são fatos evanescentes, mas o “Ego”, que existiu antes de Abraão, o “pai da raça”, ainda existirá quando as nações forem uma coisa do passado. Portanto, a Fraternidade Rosacruz prescinde das diferenças nacionais e raciais, se esforçando por unir todos os seres humanos em um vínculo de amor para que travem a Grande Guerra – a única guerra em que, inflexivelmente e sem trégua, um verdadeiro Cristão deve lutar – a guerra contra a sua natureza inferior. S. Paulo disse: “Eu sei que o bem não mora em mim, isto é, na minha carne. Pois o querer o bem está ao meu alcance, não, porém o praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero. Ora, se eu faço o que não quero, já não sou eu que estou agindo, e sim o pecado que habita em mim. Verifico pois esta lei: quando eu quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Eu me comprazo na lei de Deus segundo o homem interior; mas percebo outra lei em meus membros, que peleja contra a lei da minha razão e que me acorrenta à lei do pecado que existe em meus membros. Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte?”.[3]
S. Paulo não descreve aqui com muita precisão o estado de toda alma aspirante? Não todos sofremos espiritualmente por causa do conflito que se desenrola dentro de nós? Eu espero que haja uma só resposta a essas perguntas, isto é, que esta guerra interna está sendo travada feroz e incansavelmente por cada Estudante da Fraternidade Rosacruz; pois onde não há luta, há uma indicação segura de coma espiritual. E o Corpo de Pecado tem, então, a vantagem. Mas, quanto mais feroz for a luta, mais esperançoso será nosso estado e progresso espiritual.
Aqui, nos Estados Unidos da América, ouvimos falar muito sobre “neutralidade”, “preparação” com fins “defensivos”. Na guerra mais nobre que devemos travar, não pode haver “neutralidade”. Ou há paz, e “a carne” nos governa e nos mantém em sujeição abjeta, ou há guerra travada agressivamente tanto pela “carne” quanto pelo Espírito. E enquanto continuarmos vivendo nesse “corpo de morte”, essa guerra prosseguirá, pois até mesmo Cristo foi tentado, e não podemos esperar uma situação melhor do que Ele.
“Preparação” é um ato edificante. Cada dia torna-se mais necessário nos preparar, pois, da mesma maneira que um inimigo físico tenta encurralar e emboscar um adversário mais poderoso, em vez de se arriscar em uma batalha aberta, assim também as tentações que nos afligem no “Caminho” se tornam mais sutis a cada ano que passa.
Escritores, como Tomás de Kempis[4], costumavam falar de si mesmos como “vermes vis” e usar termos como “auto-humilhação”, porque conheciam o sutil e imenso perigo da “autoaprovação”. Mas, mesmo isso pode ser levado longe demais, e podemos sentir que somos “muito, muito bons” e até “mais santos” que os demais, porque abusamos de nós mesmos; e podemos fazer isso pelo prazer que sentimos ao ouvir outras pessoas nos contradizerem. Na verdade, as armadilhas do Corpo de Desejos são inescrutáveis.
Há uma maneira de estar preparado, e ela é segura: “Olhe para Cristo”, e conserve a sua Mente ocupada em todos os momentos de vigília quando não estiver envolvido em seu trabalho diário, estudando como você pode servi-Lo. Esforce-se, por todos os meios disponíveis, para executar de forma prática as ideias assim concebidos. Quanto mais de perto imitarmos Cristo, mais lealmente seguiremos os ditames do “Eu Superior”, mais seguramente venceremos a natureza inferior e venceremos a única batalha guerra que vale a pena vencer.
(Carta nº 64 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: refere-se à Primeira Guerra Mundial
[2] N.T.: Jo 8:58
[3] N.T.: Rm (7:18-24)
[4] N.T.: também conhecido como Tomás de Kempen, Thomas Hemerken, Thomas à Kempis, ou Thomas von Kempen (1380-1471), Monge e escritor alemão. Tomás de Kempis produziu cerca de quarenta obras representantes da literatura devocional moderna. Destaca-se o seu livro mais célebre, Imitação de Cristo, composto por quatro volumes, no qual apela a uma vida seguida no exemplo de Cristo, valorizando a comunhão como forma de reforçar a fé.
O simbolismo é o meio pelo qual o Espírito tenta se expressar na Mente em que ele está se manifestando. É o nosso meio de comunicação com os outros. A palavra é o símbolo de uma ideia e, assim, toda a literatura, a música, a arte, a dança, todo o drama ou muitas outras coisas simbolizam a ideia que uma Mente deseja transmitir a outra.
Em épocas passadas, as Mentes mais altamente evoluídas transformaram a ideia de Deus em imagem ou outra forma para os menos evoluídos. Muitas vezes as pessoas menos desenvolvidas espiritualmente adoravam o símbolo, não sendo capaz de aprender sobre o que é Espírito e o que é Forma.
Hoje, a palavra “Deus” significa muito para alguns de nós; contudo, não sentimos ou expressamos reverência e adoração a palavra, mas o ideal que ela traz à Mente. Até a meditação sobre a palavra “Deus” pode fornecer muito alimento ao Espírito. Então, imagine quanto mais podemos obter como alimento ao Espírito a partir de um Símbolo tão rico como o Símbolo Rosacruz! Ele é fornecido a nós como alimento espiritual. Não há transubstanciação, para acharmos que a coisa em si seja santa, embora saibamos que um Símbolo utilizado há anos gradualmente absorva algumas das vibrações do Serviço para que é usado. Ele, também, exterioriza novamente para todos os que o utilizam, de modo que uma pessoa sensível às vibrações espirituais pode senti-las. O ideal por trás de um Símbolo pode ser de grande valor espiritual nas vidas daqueles que o utilizam de maneira compreensivamente.
Atualmente, temos uma pequena palavra de apenas uma letra e ela nos representa inteiramente: Corpo, Mente e Espírito. É usada por nós para representar qualquer uma das nossas partes ou o todo, de acordo com o nosso conhecimento. Esta “palavra”, ou Símbolo, foi usada para representar o nosso Corpo, quando nossa consciência começava a enxergar o fato de que nós tínhamos um Corpo Denso: a letra “I”. Esse é o braço inferior da cruz. Quando a nossa compreensão sobre nós mesmos foi além, adicionamos um braço ao topo e depois o outro, fazendo o “tau[1]” ou “T”. Essa é a Chave Egípcia da Vida. Essa linha horizontal simboliza a nossa vitalidade e nossa natureza emocional. Quando começamos a manifestar nossos pensamentos aqui, o topo foi adicionado, criando a verdadeira cruz romana. Isso completa o nosso quádruplo veículo – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente. É nessa cruz de matéria que o Ego tem sido crucificado desde a fundação do mundo, e nós aí permaneceremos até os dias de libertação, quando conheceremos a “liberdade gloriosa dos Filhos de Deus”[2]. Até agora, enquanto nossos ideais permanecem materialistas, a cruz é negra, símbolo da matéria; mas quando espiritualizarmos nossos ideais por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós, tornaremos a cruz branca. Atualmente, a Humanidade é, em termos simbólicos, como uma cruz branca com uma linha preta contornando-a. Estamos reconhecendo os direitos dos outros, os ideais de fraternidade e o autossacrifício pelos outros estão crescendo. A cruz branca e pura simboliza a casta vida dedicada de um servo da Humanidade, um Auxiliar Invisível. A cruz do Símbolo Rosacruz possui três meios círculos no final de cada braço – por isso é uma cruz trilobada –, totalizando doze. Esse é o símbolo do ser humano cósmico, do qual o humano é o microcosmo. Representa as doze Hierarquias Criadoras que se manifestam como Signos do Zodíaco e nos ensina a governar esse veículo quádruplo, no qual trabalham junto conosco, o Ego. São necessárias doze esferas para cobrir uma esfera do mesmo tamanho; do mesmo jeito, os grandes mestres espirituais tiveram doze Discípulos e o Ego tem doze faculdades psíquicas que cobrem o ser humano espiritual.
Aparentemente, do centro da cruz irradia a estrela dourada de cinco pontas com uma ponta para cima. Este é o Símbolo do Manto Nupcial – Corpo-Alma – que um de nós está tecendo para nós próprios por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós. À medida que a cruz se torna mais branca, a estrela surge mais luminosa, até chamar a atenção de um dos Grandes e Compassivos Seres, que colocará a pessoa em contato com a Escola de Mistérios (Iniciações), a Ordem Rosacruz, onde ela terá um crescimento muito mais rápido em espiritualidade do que se estivesse sozinha na jornada para Deus. A estrela é dourada e está próxima da cor do amor de Cristo, que deve ser o motivo da ação. O amarelo é símbolo do segundo Aspecto da Deidade, o Filho ou Cristo; mas atualmente a Humanidade não pode manifestar o amarelo puro do amor de Cristo. Precisamos transformá-lo na cor laranja-avermelhada. Necessitamos desenvolver o Corpo-Alma ou, nas palavras de Cristo, o Manto Nupcial, antes que o Filho possa nascer em nós ou que possamos participar da festa do Casamento Místico. Atrás da estrela e da cruz está um campo infinito feito de azul celeste, que é o símbolo do puro Espírito do mesmo jeito que o céu azul simboliza o caos do qual surgiu a manifestação. Esse é o primeiro Aspecto da Divindade, o Deus-Pai. Cristo disse que Ele deve submeter todas as coisas a Si mesmo para, então, entregar o Reino ao Pai. Sabemos pouco sobre o que esse Reino deva ser ou sobre seus poderes e esse pouco chega a nós por intermédio dos ensinamentos do Filho. Portanto, o azul é tingido de amarelo e não é puro, sendo mais como a turquesa, muito translúcido e cheio de vida.
Pendurada na cruz está a coroa de sete rosas vermelhas, com sementes desprovidas de paixão, o símbolo da força sexual criadora e divina purificada e elevada a uma posição superior. O vermelho simboliza o terceiro Aspecto da Deidade, o Espírito Santo. Essa é a única cor pura mostrada no símbolo e, hoje, a Humanidade é capaz de manifestar o seu pensamento abstratamente, que é o poder do Espírito Santo. A nossa, do Ego, vida está no sangue e, portanto, devemos purificar e elevar a vibração do sangue mediante uma vida de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós, antes que possamos manifestar a Estrela da Esperança e atrair o Mestre para nós. Assim como a rosa é o produto mais elevado do mundo das flores, também nós, que transmutamos as forças impuras da vida do sangue cheio de paixão na força criadora da vida pura do Espírito de Vida, alcançamos o mais elevado estado humano.
Assim, vemos que o Símbolo Rosacruz é um símbolo da nossa evolução passada, da nossa posição atual e dos ideais pelos quais devemos trabalhar no futuro. É uma maravilhosa fonte de inspiração para a Meditação.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross em 05/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)
[1] N.T.: Tau (Τ ou τ; em grego: ταυ) é a décima nona letra do alfabeto grego.
[2] N.T.: Rm 8:21
Resposta: A Força de Atração domina soberana as substâncias mais sutis das três Regiões superiores do Mundo do Desejo. Mas ela também está presente, até certo ponto, na matéria mais densa das três Regiões inferiores, onde age contra a Força de Repulsão, ali dominante. A desintegradora Força de Repulsão destruiria imediatamente todas as formas que penetrassem nessas Regiões inferiores, se não fosse contrabalanceada. Nas Regiões inferiores, onde o poder da Força de Repulsão é enorme, ela dilacera as formas ali construídas de maneira terrível. Ela não é, contudo, uma forçavandálica. Nada na natureza é vandálico. Tudo o que assim parecer está apenas trabalhando para o bem, como acontece com a Força de Repulsão em seu trabalho nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo. As formas ali existentes são criações demoníacas, construídas pelas nossas paixões e nossos desejos mais grosseiros.
A tendência de todas as formas existentes no Mundo do Desejo é crescer, e para isso atraem a si tudo o que lhes é de natureza semelhante. Se esta tendência para a atração predominasse nas Regiões inferiores, o mal desenvolveria como erva daninha. Haveria, pois, anarquia em lugar de ordem no Cosmos. Isto é obstado pelo poder preponderante da Força de Repulsão. Quando uma forma de desejo grosseiro está sendo atraída por outra de mesma natureza, há uma desarmonia em suas vibrações, ocorrendo um efeito mútuo desintegrador. Assim, pois, em lugar de unir e amalgamar mal com mal, elas agem com mútua destrutividade. Dessa maneira o mal no mundo é conservado dentro de limites razoáveis. Quando entendermos a obra dessas forças gêmeas poderemos compreender a máxima oculta: “Uma mentira é assassina e suicida no Mundo do Desejo”. Os alcóolatras, que estão no Mundo do Desejo após morrerem mais uma vez aqui, tentam, na realidade, elaborar as bebidas alcoólicas de que necessitam, pois sabem que é possível plasmar a matéria de desejos naquilo que eles queiram. Mas, todos declaram unanimamente, que as bebidas alcoólicas que fabricam dessa maneira não lhes dão satisfação.
Tais bebidas alcoólicas podem imitar perfeitamente o gosto, mas não tem o poder de deixá-los bêbados. O máximo que podem fazer, a fim de terem a sensação de estarem embriagados, é induzirem nos Corpos de Desejos de irmãos e de irmãs que tomam bebidas alcoólicas e que ainda estão no Mundo Físico. Estão, pois, frequentemente visitando bares, botequins e quaisquer lugares em que se consomem bebidas alcoólicas, e se esforçando por induzir os frequentadores desses lugares a consumirem doses excessivas de bebidas alcóolicas.
Eles também dizem sentir grande satisfação ao aspirar os odores dos Corpos Densos dos irmãos e das irmãs alcoólatras. E quanto mais pesada e acre for a atmosfera dos lugares em que se consomem bebidas alcoólicas, tanto mais satisfação eles obtêm. Se os pobres coitados que visitam tais lugares pudessem ver a tática repugnante dos réprobos invisíveis que os rondam, certamente despertariam, e isso seria um auxílio para todos os que não tivessem ido demasiadamente longe. Mas, graças a Deus (tanto pelos irmãos e pelas irmãs alcóolatras visíveis quanto pelos invisíveis) é impossível criar um antro de vício usando a matéria de desejos, pois a Força de Repulsão a destruiria tão logo fosse criada.
(Publicado na Revista Rosacruz – novembro/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude de circunstâncias fatídicas, tais como incêndio, desastre, subitamente pela queda de um edifício ou de uma montanha, numa batalha, ou quando em certos níveis de lamentações dos parentes ao redor de um morto recente se tornam impossível a pessoa recém-falecida se concentrar no Panorama da Vida recém-finda, então a fixação dos eventos nesse Panorama nos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, e a gravação desse Panorama no Átomo-semente no Corpo de Desejos não se efetua ou se efetua em uma qualidade tão baixa que não servirá para nada. Nesses casos a pessoa não perde a consciência. A colheita da vida perdeu-se.
Bem diferente de quando uma pessoa passa ao outro Mundo em circunstâncias comuns. Nesses casos o Átomo-semente do Corpo Denso é removido do coração e o Cordão Prateado rompido, e vem um período de inconsciência que dura até três dias e meio, e durante esse período o Panorama da Vida recém-findada é gravado totalmente e com ótima qualidade no Átomo-semente do Corpo de Desejos.
Na imensa maioria das vezes, quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude das circunstâncias fatídicas detalhadas acima, não houve fixação dos eventos do Panorama da Vida recém-finda nos veículos mais sutis, como acontece normalmente; assim a pessoa não passa pelo Purgatório; isto é, não colhe o que semeou, não há sofrimento em consequência de seus erros, e não há sentimentos de alegria e amor em vista do bem que praticou, no Primeiro Céu. Repetindo: a colheita da vida perdeu-se!
Para contrabalançar este grande desastre, o Ego, ao entrar em sua próxima vida terrena, é forçado a morrer na infância (no que se refere ao Corpo Denso) – eis aqui uma das razões da mortalidade infantil. Porém, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente (que normalmente não nascem senão quando o Corpo Denso tem sete, quatorze e vinte e um anos, respectivamente) permanecem com o Ego em transição, pois, o que não foi vivificado não pode morrer; o Ego permanece então no Segundo Céu de um a vinte anos, recebendo instruções e lições objetivas tais como lhes seriam ensinadas pelo Panorama de sua Vida passada, se não tivesse sido interrompido por uma circunstância fatídica. Desse modo renasce pronto a tomar seu lugar correto no Caminho de Evolução.
Há nessas considerações grandes soma de alimento espiritual. A grande percentagem de mortalidade infantil de nossos dias tem suas raízes, por exemplo, nas guerras de épocas anteriores. As perdas de vida foram relativamente pequenas, embora as mortes decorrentes de guerras patrióticas tivessem seu número bastante aumentado por duelos, rixas e querelas comuns, onde armas mortais foram usadas naqueles tempos. Não obstante a soma total dessas ocorrências parece insignificante, quando comparada à espantosa carnificina de nossos dias. E se isso tiver de ser corrigido da mesma maneira, as futuras gerações terão uma colheita de lágrimas. Mas, como já deixamos bem claro em outras ocasiões, cada lágrima derramada por alguém a quem amamos, está dissolvendo a crosta que recobre nossos olhos, até o dia em que possamos ver com bastante clareza a fim de penetrar o véu que agora nos separa daqueles a quem chamamos erradamente de mortos. Virá então a vitória sobre a morte, e estaremos aptos a exclamar: “Ó, Morte, onde está teu aguilhão? Ó Túmulo, onde está tua vitória?”[1].
(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross” de fevereiro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: ICor 15:55
O Esoterismo, como preconizado pela Fraternidade Rosacruz, é um conhecimento transformador. É uma forma de espiritualidade elevada. Podemos considerá-lo como um “caminho para a salvação”. E, sim, existe um elo entre o Esoterismo da Fraternidade Rosacruz e a questão da doença ou enfermidade e da cura definitiva.
O Método de Cura da Fraternidade Rosacruz tem fundamentos filosóficos. Por um lado, aceita os ganhos das ciências material sobre doença, anatomia, fisiologia e, por outro lado, se baseia em uma concepção do universo que abrange uma história do Universo, da Terra e da Humanidade; bem como da Astrologia Rosacruz, anatomia, fisiologia e das Leis que regem o ser humano e o Universo. Nesse sentido, sabemos que nós somos dotados de vários Corpos e veículos. O conceito de “Corpo” não deve ser entendido no sentido da anatomia clássica, ou seja, de elementos individualizados. O conceito de “Corpo” tem a ver com realidades virtuais, de Mundos e suas Regiões e não de conjuntos de órgãos, tecidos, sistemas e membros relacionados entre si. Se o Corpo Denso está ao alcance dos órgãos sensoriais, o mesmo ocorre com os outros Corpos que são apenas perceptíveis por quem desenvolveu a visão dos Mundos onde esses Corpos ou veículos funcionam. Por exemplo, quem desenvolveu a visão do Mundo do Desejo veem o Corpo de Desejos como uma espécie de “envelope ovoide que se estende 40 ou 50 centímetros para fora do Corpo Denso. Podemos resumir as funções de cada Corpo assim: Corpo Denso é o instrumento da ação nessa Região Química do Mundo Físico; Corpo Vital é o que proporciona a vitalidade, se compõe de Éteres e funcionamos nele na Região Etérica do Mundo Físico; Corpo de Desejos que estimula à ação; a Mente pela qual manifestamos nossos pensamentos aqui e que refreia os impulsos, proporcionando um objetivo à ação. Assim, somos um Ego (um Espírito Virginal manifestado aqui como um Tríplice Espírito) que agimos e reunimos as experiências da ação. A cada parte do Corpo Denso há a mesma parte no Corpo Vital. No Corpo de Desejos há centros de percepção que quando estão em atividade se parecem com vórtices permanecendo sempre na mesma posição relativa com respeito ao Corpo Denso.
Sabemos que o Universo atua e se transforma com energia. Essa energia é percebia por nós sob a forma de quatro Éteres do Corpo Vital, que são Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor. A densidade e a consistência deles é que determinam o estado de saúde. Por exemplo: o Éter Químico nos permite assimilar nosso alimento e a nos desenvolver, mas o Éter Refletor é o Éter da memória que armazena experiências passadas.
A energia solar entra no nosso Corpo Denso pelo baço etérico. De lá, por meio dos nervos etéricos, chega ao Plexo Celíaco, ou Plexo Solar, onde está o Átomo-semente do Corpo Vital. E aqui se transforma no Fluido Vital Solar. Esse Fluido é que mantém a saúde do nosso Corpo Denso. Quando não o temos suficiente, ficamos doentes ou enfermos.
Assim, a saúde resulta de vários elementos: a saúde é o resultado da harmonia entre todos os nossos componentes do nosso Corpo Denso e da harmonia cósmica (harmonia com as Leis de Deus). A doença é uma realidade cosmobiológica e espiritual. No entanto, há casos em que é necessário passar pela doença ou enfermidade para nos fazer mudar, mas sob essas circunstâncias a doença é um precursor de um desenvolvimento espiritual correspondente. Naturalmente, neste caso, a doença ou enfermidade deve ser considerada uma bênção e não uma maldição. Primeiro de tudo, ela decorre de uma falta de harmonia, ou seja, uma não conformidade com o que acabamos de descrever acima. Também pode resultar de uma condição de Destino Maduro. Por exemplo, muitas vezes as doenças nos órgãos que compõe o sentido da visão são causadas por crueldade extrema em uma vida passada.
No entanto, se a doença ou enfermidade é uma consequência de atos, ações ou obras de vidas passadas, não é uma punição, pois Deus não pune, e a doença tem um valor pedagógico. Dor e sofrimento são feitos para nos fazer aprender lições que não quisemos aprender de outra forma.
Não há causas hereditárias para a doença ou enfermidade, porque explicar o comportamento pela Lei da Hereditariedade cancela a responsabilidade e a hereditariedade é usada como um álibi para maus hábitos. O que parece ser “hereditariedade” é, na verdade, a expressão da Lei de Associação e quanto mais cedo reconhecermos que devemos vencer os nossos maus hábitos e cultivar a virtude em seu lugar, em vez de atribuí-los à Lei da Hereditariedade, tanto melhor para nós. Por outro lado, a doença ou enfermidade pode ser causada pelo consumo de bebidas alcoólicas e todas as formas tabaco.
O Método de Cura da Fraternidade Rosacruz está de acordo com a cosmobiologia. Nesse Método, existem dois tipos de remédios para doenças: aqueles da medicina clássica e, em um nível mais alto, aqueles que se baseiam principalmente no poder espiritual chamado de Panaceia Universal ou Panaceia de Cura. Nesse Método, os Curadores (que são todos Auxiliares Invisíveis) transmitem ao Paciente o Poder Divino ou a Força Divina de Cura. A Panaceia pode ser sempre utilizada para curar qualquer tipo de doença ou enfermidade. Com o seu uso as partículas cristalizantes que envolvem os centros espirituais do Corpo do Paciente são dissipadas.
Existem três fatores no Método de Cura Rosacruz: primeiro, o Poder Curador do nosso Pai Celestial; a seguir, o Curador, um Auxiliar Invisível e, por fim o ânimo obediente do Paciente sobre o qual possa agir o Poder Curador de Deus-Pai por intermédio do curador, de tal forma que dissipe todas as doenças ou enfermidades do Corpo. Assim, a cura decorre de um ato de fé que mobiliza o Paciente e o torna o agente de sua cura. Nesse sentido há uma distinção entre tratar (ato em que o Paciente é passivo, também chamado de remediar) e curar (processo em que o Paciente é ativo). O Paciente tem que compreender que a doença ou a enfermidade é a consequência da violação das Leis da Natureza, e se voltar ou continuar fazendo as mesmas coisas que fazia, a doença ou a enfermidade retornará. Note que o tratar ou remediar é um processo físico. Já o curar é radicalmente diferente porque, neste caso, se exige que o Paciente coopere espiritual e fisicamente com quem cura.
Foi assim que os milagres de Cristo-Jesus, “o mestre curador”, foram obtidos. Cristo mobilizava o Poder do Espírito para curar pessoas que tinham fé neste poder. Como evidência da necessidade de se ter fé no Método de Cura, podemos estudar na Bíblia: “E Ele não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13:58).
O Poder Divino é chamado de a Panaceia Universal. A Panaceia é enviada por Deus para curar o ser humano. Essa “essência espiritual” é enviada a nós e nos fornece um impulso para que nos recomponhamos e retomemos o controle das células do nosso Corpo para restabelecer o funcionamento físico harmonioso.
Podemos nos perguntar: como um Paciente pode se beneficiar da Panaceia Universal? Note que a Cura Rosacruz opera a partir da transferência. Há sim a necessidade do comprometimento do Paciente. Se pelo contrário, o Paciente não acredita no poder de cura do Curador, seria melhor chamar um médico ou uma médica em quem ele confie, porque a saúde e a doença dependem muito do estado de espírito da pessoa que sofre.
Uma ponte deve ser estendida entre os planos superiores e inferiores. Quando Cristo utilizou o Corpo de Jesus na Terra e curou os enfermos, Ele, que era o Senhor do Sol, encerrava em Si a síntese das vibrações dos Astros, da mesma maneira que a oitava musical contém todas as tonalidades da escala e, portanto, podia emitir de Si mesmo a influência astral corretiva necessária e suficiente em cada caso. Ele sentia a desarmonia e sabia imediatamente como desfazê-la em virtude de Seu exaltado desenvolvimento. Diferentemente dos Curadores de hoje, Cristo não precisava despertar um Poder de Dura. Ele não precisava de preparação prévia, mas alcançava resultados imediatos ao substituir, com harmonia, a discórdia astral causadora da doença ou enfermidade que ele queria curar. Só em um caso recorreu à lei superior e disse: “Levanta-te; teus pecados estão perdoados” (Lc 5:23-24 e Mc 2:9-11).
Cristo, impregnado de Lei superior, portanto com Poder Divino, pôde curar restabelecendo uma harmonia que não se limita à harmonia biológica, mas tem a ver também com a harmonia cósmica que contribui para o funcionamento tanto dos Corpos como da Mente.
Sabemos que temos uma concepção biocósmica e o tratamento da doença ou enfermidade deve ser qualificado como tal. A cura passa, também, por um diagnóstico astrológico do Paciente, pois o Método de Cura da Fraternidade Rosacruz depende do conhecimento das dissonâncias astrais, que são a causa da doença ou da enfermidade, e do conhecimento da influência que remediará essa discórdia.
Ou seja, também é uma questão de Astroterapia que é tão útil quanto, de acordo com suas Leis de Compatibilidade e Receptividade, o Paciente se curar com menos esforço sob posições astrais favoráveis. Portanto, os Curadores levantam o horóscopo do paciente e então, conhecendo a doença ou enfermidade, eles entram em um estado de receptividade por meio de Exercícios Esotéricos Rosacruzes. Estes últimos são os meios mais eficientes para entrar em harmonia com Cristo. A prática desses Exercícios conduz a um dom de intuição que permite perceber o sofrimento dos outros, enquanto se encontra uma forma de lhes dar consolo e apoio.
Por que curar? Porque, do ponto de vista do ocultismo, o fato de vivermos ou morrermos é irrelevante, pois a morte não significa aniquilação, mas apenas uma mudança de consciência em relação a outras esferas. Prolongar a vida do veículo, que é o Corpo Denso aqui, permite reunir experiências e estender o desenvolvimento espiritual da pessoa aqui na Terra, que é o baluarte da evolução. O ato de curar é, portanto, tornado relativo. A vida aqui é importante, a saúde também, mas a vida aqui e a saúde vêm depois do desenvolvimento espiritual.
Na verdade, uma pessoa doente pode invocar energia por si mesma. A doença ou enfermidade física pode ser curada pelo poder espiritual, mas há que ter uma noção de “quantidade de Poder”, união de poderes introduzida pelo elemento social. Uma pessoa doente ou enferma recebe ajuda de um grupo de indivíduos: os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Esses irmãos são auxiliados mundialmente pelos Estudantes Rosacruzes e por qualquer pessoa que queira ajudar, a cada semana, quando a Lua passa por um Signo Cardinal – as chamadas Datas de Cura – que colocam seus pensamentos em uníssono em um momento chamado 18h30, independentemente dos fusos horários ou qualquer outro horário, pois o pensamento é um fluido transmitido por todo o Planeta que atingirá seu objetivo (se quiser se preparar para facilitar criar tais pensamentos de Cura, antes de se concentrar, oficie o Ritual do Serviço Devocional de Cura). O número de pessoas focadas nesse momento aumenta o poder espiritual em uma progressão geométrica.
Que as rosas floresçam em vossa cruz