Resposta: Há algumas pessoas que acreditam que a Bíblia é totalmente exata, palavra por palavra, do começo ao fim. Além disso, se houver controvérsia, elas argumentam como se a Bíblia tivesse sido originalmente escrita em inglês e como se cada palavra significasse justamente o que expressa, e nada mais.
Na realidade, a Bíblia tem sido traduzida, transcrita, editada e reeditada tantas vezes que, naturalmente, surgiram interpolações. Algumas foram inseridas involuntariamente, devido a algum lapso ocasional por parte do copista. Também houve casos em que as interpolações foram colocadas intencionalmente, a fim de apoiar uma determinada doutrina na qual o copista acreditava e que não estava claramente enunciada. Entre os estudiosos nessa área é bem reconhecido que apenas um esboço geral dos ensinamentos originais permanece conosco atualmente.
Em todas as Religiões sempre foi dado às multidões um lado exotérico. Esse continha os ensinamentos mais elementares, mas uma opção para adquirir um conhecimento mais profundo foi fornecido àqueles que se prepararam, no decorrer de suas vidas, a compreender tais os mistérios. Podemos nos lembrar do conselho de Cristo aos Seus discípulos: “A vós foi dado o mistério do Reino de Deus; aos de fora, porém, tudo acontece em parábolas.” (Mc 4:11), como uma indicação que há um procedimento semelhante na Religião Cristã.
Entre esses mistérios estava a Doutrina do Renascimento, que você perceberá que Cristo-Jesus deve tê-la ensinado por meio do seguinte diálogo. Ele perguntou-lhes: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” (Mt 16:13). E os Discípulos responderam: “Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas.” (Mt 16:14). Todos esses personagens já haviam morrido e seus Corpos já deviam estar decompostos nos túmulos. Ainda assim, encontramos pessoas que creem ser Jesus um deles renascido. Se esse princípio do Renascimento estivesse errado, teria sido um dever de Cristo-Jesus, como Mestre, corrigir Seus discípulos e, provavelmente, Ele teria dito: “Que bobagem! Como posso ser um deles? Eles já partiram há séculos!”. Ao invés de tudo isso, Ele pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. (Mt 16:15)
No caso de Elias, Ele ensinou essa doutrina abertamente, pois Ele disse aos Seus Discípulos se referindo a João Batista: “…ele é o Elias que deve vir.” (Mt 11:14). Não há nenhum equívoco, mas uma afirmação direta: “Esse é Elias”. Essa declaração foi reiterada mais tarde, quando deixavam o Monte da Transfiguração, pois naquela ocasião, Cristo disse aos Seus Discípulos: “Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram.” (Mt 17:12). Então: “os Discípulos entenderam que se referia a João Batista.” (Mt 17:13).
(Pergunta nº 104 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Resposta: Essa pergunta, se feita por um cético, proporciona-lhe uma grande satisfação, pois ele vê nela uma justificativa para sua ideia de que todas as seitas estão erradas em suas crenças e que a Bíblia é um conglomerado de bobagens, só que na verdade a caso é exatamente o contrário. Nós não defendemos a Divindade desse Livro, nem sustentamos que ele é a Palavra de Deus de capa a capa; reconhecemos o fato de que se trata de uma tradução deficiente dos originais e de que existem muitas interpolações, que foram inseridas em momentos diferentes para apoiar várias ideias, mas, no entanto, o próprio fato de tanta verdade ter sido reunida num espaço tão pequeno a faz uma fonte de constante admiração para o ocultista, que sabe o que esse Livro realmente é e o verdadeiro ocultista tem a chave do seu significado.
Há um fato que o cético não consegue perceber. A ideia dele é que se uma determinada interpretação é verdadeira, todas as outras interpretações devem necessariamente ser falsas. Esta ideia está enfaticamente errada. A verdade tem várias facetas e é eterna; a busca pela verdade também deve ser abrangente e interminável. Podemos comparar a verdade a uma montanha, e as várias interpretações dessa verdade a diferentes caminhos que conduzem ao cume. Muitas pessoas estão percorrendo todos esses caminhos e cada um pensa que seu caminho é o único enquanto está ainda percorrendo as primeiras partes do caminho; vê-se apenas uma pequena parte da montanha e pode-se, portanto, ter razão em clamar aos seus irmãos ou as suas irmãs: “Vocês estão errados; venham no meu caminho; esse é o único que leva ao topo.”. Mas à medida que todas essas pessoas vão caminhando mais e mais para cima, elas verão que os caminhos convergem no topo e que são todos um no final.
Pode-se dizer, com maior ênfase, que nenhum sistema de pensamento, que tenha sido capaz de atrair e reter a atenção de um grande número de pessoas durante um tempo considerável, ficou sem a sua versão da verdade; e quer percebamos isso ou não, existe em cada “seita” o cerne do Ensinamento Divino que, gradualmente, os leva para cima, em direção ao topo da montanha e, portanto, devemos praticar a máxima tolerância para com cada crença.
(Pergunta nº 73 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Saturno, o grande justiceiro, já se encontra no umbral da nova Era para ensinar lições de humildade e serviço, ainda que às custas de dor e sacrifício. É o tempo em que nós deveremos vencer a nossa natureza inferior até nos transformarmos em “super-seres humanos”. Através das preservações saturninas, pela purificação de sua natureza mais grosseira, aprenderemos suas lições, nos preparando para viver num mundo novo. Somente se formos esclarecidos seremos conclamados pelas Hierarquias Criadoras a colaborar no insano trabalho de consolidação da nova Era, a de Aquário.
Obviamente, cada um de nós possui dons naturais para executar algum trabalho especial na evolução, e quando nos achamos envolvidos nessa tarefa, encontramos uma invulgar satisfação. Entretanto, quando invadimos um campo alheio, produzimos confusões e fracassos. Sempre existem, entre nós, os invasores. São irmãos e irmãs fracassados que interferem nos esforços dos mais fortes, tratando de usurpar os talentos desses. Os fortes, postados na vanguarda da evolução, são nossos atuais líderes no desenvolvimento espiritual. Ao invés de estorvar o plano evolutivo, esses colaboram com ele. É com essas pessoas fortes que as Hierarquias trabalharão. São as pedras angulares do progresso dos autênticos aquarianos.
O nascimento de um mundo novo ocorre sempre em meio a mazelas, verdadeiros escombros, que estorvam e devem ser removidos. Isso acontece por meio de muito sofrimento. Um irmão ou uma irmã rebelde se perguntará sempre: Por que me ocorrem tantas experiências dolorosas? A resposta é essa: porque não age de acordo com as leis da evolução, as Leis de Deus. Tais rebeldias, amiúde inconscientes, ocasionam, via de regra, a perda dos bens amealhados egoisticamente. O novo deve substituir o velho. Quem não segue a nova corrente perece, inevitavelmente. Tal é a realidade da vida que está às portas e projeta sua sombra sobre a civilização atual. Tudo isso nada mais é que a realização de uma profecia. Acaso Cristo não a revelou quando afirmou: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens?”[1].
Relembrando a nossa história pode-se observar que, em certas etapas da evolução, produzimos uma grande depravação tal como a descreve a Bíblia. Os grandes pecados sempre precederam o despertamento dos povos (os nossos despertamentos!) à vida espiritual. Os esforços para nos elevar provocam uma resistência encarniçada das forças do mal (sim! Elas existem e foram criadas por nós!) que, então, redobram sua oposição ao bem, na tentativa de destruí-lo. Contudo, isso não deve nos alarmar, pois a Vontade Divina preside sempre tudo aquilo que é Bom e Verdadeiro, de tal forma a não deixar perder-se nenhum valor autêntico.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – setembro/1986 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Mt 24:30
Outubro de 1916
Uma das características humanas mais usuais é a de elogiar aquilo que nos agrada e depreciar o que nos causa aversão, mas confio que você tenha aprendido, na lição do mês passado, o único grande e glorioso fato de que no Reino do Pai todas as coisas cooperam para o bem[1]. Aqueles, entre nós, que estão satisfeitos por terem uma alimentação baseada em vegetais, ovos, mel e lácteos e não sentem desejos por bebidas alcóolicas, geralmente são muito propensos a menosprezar nossos irmãos e nossas irmãs que ainda usam alimentos baseados em carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) como alimento e tomam bebidas alcoólicas com um sentimento de “eu sou mais santo do que eles”; mas você, sem dúvida, percebeu pelo que ficou dito na lição anterior, que tal sentimento é totalmente gratuito. A carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) e as bebidas alcoólicas tiveram uma participação muito importante no progresso do mundo e, se não fossem eles, não estaríamos hoje desfrutando de muitas comodidades e dispositivos que economizam tempo e trabalho e que tornam a vida no Mundo Ocidental muito mais fácil do que nos tempos primitivos. Nem chegou o momento em que esse tipo de alimentação e o uso das bebidas alcoólicas deixou de serem necessários completamente; tanto a alimentação baseada em carne animal como o uso das bebidas alcoólicas são necessários na vida de muitas pessoas. Além disso, e como aprendemos estuando a Bíblia, não é o que entra pela boca o que contamina, mas o que sai dela[2]; e a atitude de desdém arrogante por aqueles que ainda consomem a carne animal na sua alimentação ou que estão sujeitos ao vício do alcoolismo é muito mais nociva ao crescimento espiritual do que o fato de ainda utilizá-los.
Portanto, não censuremos os outros, pelo contrário, tentemos ver a questão sob o ponto de vista deles, e permitamos o pleno uso do seu livre arbítrio, tal como desejamos usar o nosso. Tampouco devemos impor nossos pontos de vista, nem procurar converter ao nosso modo de viver os que não estão preparados para isso. A mudança deve partir de dentro, e não deve ser ditada pela consideração de que os alimentos vegetais são saudáveis, nem tampouco pela aceleração espiritual que se obtém mediante a alimentação sem carne animal. O motivo mais elevado deve ser a compaixão pelas pobres vítimas que são assassinadas para satisfazer os apetites.
No entanto, podemos dizer com toda a segurança que comer carne animal em demasia e, como todos os compostos de nitrogênio, tais como a nitroglicerina, o algodão-pólvora e outros explosivos, os alimentos baseados em carne animal são extremamente nefastos e perigosos para o nosso organismo. Por isso, faremos bem se incentivarmos a moderação no consumo para as pessoas com quem estamos em contato. A ciência está suficientemente ciente desses fatos e preparada para fornecer amplo apoio a qualquer um que empreenda essa missão. Podemos não salvar as vidas de muitos animais pregando moderação aos nossos irmãos e às nossas irmãs, como faríamos se pudéssemos convertê-los a uma “dieta sem sangue”, mas se o nosso motivo é evitar a tragédia ao máximo possível, esse será o caminho mais sábio. Também, se pudermos inculcar um espírito de compaixão pelos animais, o desejo pela carne animal desaparecerá mais rápido do que imaginamos – e mais: completamente – ante o espírito do amor.
(Cartas aos Estudantes – nº 10 – do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Rm 8:28
[2] N.T.: Mat 15:11
Em 23 de julho de 1865, nascia na fria Aarhus a capital da Dinamarca, em um nobre solar, o menino Carl Louis Fredrick Grasshoff.
Quarenta e quatro anos mais tarde, já longe da sua pátria e com o simples nome de Max Heindel, essa predestinada criatura recebia uma sublime missão: ser o mensageiro dos Irmãos Maiores, o transmissor dos ensinamentos rosacruzes para o mundo ocidental.
Qual foi o merecimento de tão elevado encargo? Sem dúvida alguma o seu indescritível impulso interno de encontrar a verdade, o seu virtuoso caráter e constância, o seu amor para com os seus semelhantes. Mesmo em contato com a mais profunda verdade, não ficou satisfeito enquanto não transmitiu (mesmo sob tremendos sacrifícios) os luminosos ensinamentos ao mundo. Foi levada a público a maravilhosa Filosofia Rosacruz, explicando com clareza os mistérios da vida, dando-nos fé, consolo e esperança em uma vida futura.
Que valioso privilégio nos concederam os Irmãos Maiores através de Max Heindel. Ele plantou uma fecunda semente — a Fraternidade Rosacruz —, que germinou, cresceu, tornou-se uma frondosa árvore, floresceu e frutificou. Sob ela nos abrigamos. Suas flores perfumam as nossas vidas e seus saborosos frutos alimentam a nossa alma.
Bem sabemos e avaliamos a responsabilidade que nos cabe, pois “a quem muito foi dado, muito lhe será pedido”. Embora ainda sejamos imperfeitos, podemos nos converter em Auxiliares dos Irmãos Maiores, “pregando o Evangelho e curando os enfermos”. A que missão mais sublime poderemos aspirar do que ajudar as criaturas de Deus e a evolução espiritual do mundo?
Riquezas materiais, honras e glórias são artigos temporais e efêmeros; porém os valores espirituais que acumulamos são o tesouro da alma (que a traça não rói e a ferrugem não destrói) e jamais os perderemos.
O Conceito Rosacruz do Cosmos e a Bíblia nos ensinam que Cristo abriu o “CAMINHO” para todos. Suas irradiações espirituais procuram tocar o coração, despertando o Espírito e o impulsionando à ação. Esforcemo-nos, pois, até ao limite de nossas capacidades para nos tornarmos receptivos a essas elevadas vibrações. Harmonizemo-nos com os princípios da nova Era, como Cristo nos ensinou.
No transcurso do centésimo quinquagésimo novo natalício de Max Heindel, elevemos nossos profundos sentimentos de gratidão ao Pai Celestial e aos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz pelas bênçãos que recebemos através desse iluminado amigo.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Junho de 1913
Um dos pontos de maior importância nessa lição mensal, e sobre o qual existe um mal-entendido generalizado, tem a ver com a vinda de Cristo e ao veículo que Ele usará. A Bíblia fornece esse ensinamento muito claramente e os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes estão em total acordo com ela; daí difere radicalmente da concepção atual e comum sobre esse assunto, tanto a da maioria dos Cristãos como entre aqueles que, involuntariamente ou por outras razões, apresentam falsos Cristos para enganar os incautos. É, portanto, de vital importância que os Estudantes da Escola Ocidental devem compreender este assunto completa e inteiramente, por isso, nós reiteraremos, resumidamente, os pontos de fundamental importância dos Ensinamentos Rosacruzes contidos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em alguns outros livros da Fraternidade Rosacruz.
Cristo é o mais elevado Iniciado do Período Solar; a Terra era, então, formada de matéria de desejos e o Corpo mais denso do Arcanjo Cristo era formado deste material.
Ninguém pode formar um veículo de material que ele não tenha aprendido a moldar; por isso, o Espírito Cristo trabalhou com a nossa Humanidade de fora da Terra, da mesma forma que os Espíritos-Grupo guiam os animais, até que Jesus, voluntariamente, cedeu o seu Corpo Denso e seu Corpo Vital no Batismo. O Espírito Cristo, então, desceu e entrou nesses dois veículos e, usando esses dois Corpos para viver no Mundo Físico, forneceu o Seu ministério aos seres humanos, até que o Corpo Denso foi destruído no Gólgota, quando Ele se tornou o Espírito Interno e permanentemente presente da Terra. O Corpo Vital de Jesus foi guardado para o uso especial, para esperar o segundo advento de Cristo.
Cristo nos advertiu contra os imitadores, e surge a questão: “Como podemos distinguir o falso do verdadeiro?”. S. Paulo nos fornece informações bem definidas que, se prestarmos bem atenção nelas, estaremos salvos totalmente de enganos.
S. Paulo nos ensina (ICor 15:50): “Digo-vos, irmãos: a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus”. Ele insiste que esse Corpo será mudado à imagem do próprio veículo de Cristo (Fp 3:21[1]), e em (IJo 3:2[2]) encontramos o mesmo testemunho.
Assim, é evidente que qualquer pessoa que venha em Corpo Denso, se proclamando que é Cristo, é ou um demente, e digno de compaixão, ou um impostor, que merece desprezo e reprovação. Nem ficamos incertos quanto à natureza do veículo no qual encontraremos Cristo e seremos semelhantes a Ele. Na Primeira Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses (4:17[3]) é-nos dito que encontraremos o Senhor no ar. Portanto, necessariamente devemos ter um veículo de textura mais delicada do que a do nosso Corpo Denso atual. A transformação exigirá séculos, no que diz respeito à maioria das pessoas.
Na Primeira Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses (5:23[4]), São Paulo diz que o ser completo humano consiste de Espírito, Alma e Corpo. Quando finalmente abandonarmos o Corpo Denso, como Cristo o fez, nós funcionaremos num corpo chamado soma psuchicon (Corpo-Alma), como dito na Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios 15:44[5]. Em nossa literatura, esse é o Corpo Vital, um veículo feito de Éter, capaz de levitação e da mesma natureza do Corpo usado por Cristo depois da Crucificação. Esse veículo não está sujeito à morte, como o nosso Corpo Denso e é, finalmente, transmutado em Espírito, como aprendemos em nossa literatura e é confirmado na Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios, no Capítulo 15.
Por conseguinte, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental estão em perfeita concordância com a Bíblia quando afirmam, mais enfaticamente, que Cristo nunca voltará “na carne” (isto seria um retrocesso para Ele). Da mesma maneira que a larva rompe o seu casulo que a aprisiona e se transforma em uma borboleta que voa entre as flores – processo deslumbrante de animada beleza – assim algum dia nós nos livraremos desse invólucro mortal que nos prende à Terra e ascenderemos ao céu como almas viventes, radiantes de glória, ansiosas por encontrar o nosso Salvador na “terra das almas”, o Novo Céu e a Nova Terra. Este é um dos pontos principais da doutrina da Escola Rosacruz, e nós confiamos que nossos Estudantes se esforçarão por assimilar totalmente este assunto, para que possam “dar uma razão” à fé deles.
(Cartas aos Estudantes – nº 31 – do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: “…que transfigurará o nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso, pela força que lhe dá poder de submeter a si todas as coisas”.
[2] N.T.: “Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas o que nós seremos ainda não se manifestou. Sabemos que por ocasião desta manifestação seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é.”
[3] N.T.: “em seguida nós, os vivos que estivermos lá, seremos arrebatados com eles nas nuvens para o encontro com o Senhor, nos ares.”
[4] N.T.: “O Deus da paz vos conceda santidade perfeita; e que o vosso ser inteiro, o espírito, a alma e o corpo sejam guardados de modo irrepreensível para o dia da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”
[5] N.T.: “…semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo psíquico, há também um corpo espiritual.”. Na versão inglesa, o versículo 44 diz: “Existe um Corpo natural e um Corpo espiritual”; mas o Novo Testamento não foi escrito em inglês e, como os tradutores nada sabiam dos ensinamentos internos, não tinham ideia de como traduzir a palavra grega que para eles parecia sem sentido, por isso, a traduziram como a compreenderam. A palavra que é usada e traduzida como “corpo natural” é soma psuchicon. Soma é uma palavra grega que, todos concordam, é Corpo – não há dúvidas quanto a isto. Mas Psuchicon – psuche – (psyche) – a alma – um Corpo-Alma do qual nunca ouviram falar; provavelmente pareceu-lhes tolice, de maneira que traduziram a palavra como “Corpo natural”. É verdade que S. Paulo diz na 1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:23, que o ser de todo ser humano é Espírito, Alma e Corpo, mas, provavelmente, eles interpretaram Alma e Espírito como sinônimos. Existe, porém, uma grande diferença, como é explicado nos Mistérios Rosacruzes: este Corpo-Alma é o veículo a que S. Paulo se refere e no qual encontraremos Cristo. É composto de Éter e, portanto, capaz de levitação e de passar por paredes, uma vez que toda matéria densa é permeada com Éter. Os Auxiliares Invisíveis o usam hoje, como Cristo o fez.
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS realizadas pelos Estudantes Rosacruzes, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos que foram objetos de exposições, publicações e em Reuniões públicas de Estudos durante o mês anterior.
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1.Para acessar a Edição digital (com a formatação e as figuras em melhor qualidade)
clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Abril de 2024
2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:
Maio – Sol transitando pelo Signo de Gêmeos (maio/junho) 4
7/04 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo VIII – A Obra da Evolução: Recapitulação. 7
21/04 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo VIII – A Obra da Evolução: O Período Lunar 12
Alguns Artigos Publicados nas nossas redes sociais no mês de Abril: 17
É tempo de adotarmos uma postura altruísta. 17
A Morte e a Teoria do Renascimento. 19
Os Ensinamentos Rosacruzes na nossa Evolução. 20
Deixando de lado o que impede nosso crescimento espiritual 22
3.Pergunta: Por que existem animais carnívoros?. 24
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA.. 26
Datas de Cura: Maio: 05, 11, 19, 26. 26
As Reuniões de Estudos presenciais abertas ao público ocorrem na nossa Sede própria situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP – Brasil, aos domingos às 16 h e/ou às 17 h. Em seguida temos a oficiação do Ritual do Serviço Devocional do dia.
Se você quiser participar presencialmente é só nos avisar antecipadamente pelo WhatsApp: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail: fraternidade@fraternidaderosacruz.com
É uma oportunidade ímpar de você estar estudando com pessoas que têm o mesmo ideal Rosacruz!
-Dia 07/04 – 16 h – Estudo Bíblico Estudos Bíblicos Rosacruzes – Evangelho Segundo São Mateus 5,17-19
17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. VIII – A Obra da Evolução: Recapitulação
-Dia 14/04 – 16 h – Estudo de Astrologia Rosacruz – Reunião Reservada
17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. VII – O Caminho da Evolução: Revoluções e Noites Cósmicas
-Dia 21/04 – 16 h – Reunião do Estudante Regular – Reunião reservada
17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. VIII – A Obra da Evolução: O Período Lunar
-Dia 28/04 – 16 h – Reunião do Probacionista – Reunião reservada
17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. VIII – A Obra da Evolução: O Período Solar – P.1
Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/
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A Hierarquia Criadora de Gêmeos projeta um modelo cósmico para o nosso Planeta Terra de uma grande paz, uma paz que sobre passa toda a compreensão e que será a herança da vindoura Humanidade Crística.
Esse conceito de paz – que ainda não compreendemos em sua plenitude – pode ser um pouco quando vemos que é a mesma paz e o mesmo equilíbrio que se refere S. Paulo e que lhe permitiram dizer: “Nenhuma dessas coisas (do mundo externo) me comovem, pois Deus mora em meu coração”.
E quando o Sol transita pelo Signo de Gêmeos, a constelação imprime no Corpo-templo humano uma dupla influência. Governa todas as dualidades do Corpo: Pulmões, ombros, baços e mãos, em particular. Contém, também, o arquétipo cósmico do perfeito andrógino, onde as potencialidades masculinas e femininas estão em equilíbrio. Essa é a consecução dos Iniciados nos Grandes Mistérios de Cristo. Essa aquisição produz a imunidade ante a enfermidade e a passagem do tempo. E como sua consciência não se interrompe, esteja ou não na carne, nunca experimentam a morte, tal como nós a concebemos, já que sua consciência está centrada na imortalidade ininterruptamente!
“Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento”
-1ª Dispensação (Jeovística) – Ensinamentos para adorarmos a Deus por meio do medo, a Quem começamos a pressentir.
–O que fazemos: sacrifícios físicos – inclusive humanos, para agradá-lo; fetichismo.
-2ª Dispensação (Jeovística) – Ensinamentos para olharmos a Deus como doador de todas as coisas; esperar d’Ele benefícios materiais.
–O que fazemos: sacrifício do nosso melhor bem material, por avareza: esperamos que Deus nos dê cem por um. E para nos livrar do castigo imediato: pragas, guerras, etc. Ex.: peço um carro novo e prometo acender uma vela de 5 metros.
-3ª Dispensação (Cristã/ Cristianismo Popular) – Ensinamentos para adorarmos a Deus com orações e a vivermos em boa vida.
–O que fazemos: cultivamos a fé num Céu onde obteremos recompensar no futuro; abstemos do mal, para que possamos nos livrar do castigo futuro do inferno ou “coisa parecida”.
-4ª Dispensação (Cristã/ Cristianismo Esotérico) – Ensinamentos para agirmos bem sem pensar na recompensa ou no castigo: simplesmente porque “é justo agir retamente”.
–O que fazemos: amamos o bem por ser o bem. Procuramos ordenar nossa conduta de acordo com esse princípio. Não temos em conta o benefício ou desgraça presente.
“… porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só “i”, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado”.
-Quando o céu e a Terra passarão?
Quando nós nos emanciparmos totalmente através do conceito Uraniano de Amor. O Amor de Urano, é o amor ágape, amor incondicional, amor de Cristo. Representa o amor superior, demonstrado através do altruísmo. O amor sem egoísmo pela humanidade e para com o próximo.
Portanto, quando nos emanciparmos completamente pelo Amor, nos elevaremos além da Lei e nos converteremos a nós mesmos numa Lei.
E quando conseguiremos nos emancipar através do amor, e nos convertemos, a nós mesmos em Lei?
Quando estivermos vivendo na Era de Aquário, e para isso precisaremos construir o Corpo Alma. Aí expressaremos o amor Uraniano (Amor Crístico, Ágape).
Ou pelo Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, tivermos atingido o nível de
Adepto. Nesse momento, o estudante Rosacruz já libertou da roda de nascimentos e mortes, portanto ele já se tornou a lei em si.
“… será chamado o menor no Reino dos Céus (…) será chamado grande no Reino dos Céus”
–Reino dos Homens: é um conjunto de leis e procedimentos que nós criamos. Inclusive nós achamos que temos o direito de julgar os outros baseados nessas leis e procedimentos. É o reino que nós construímos.
-Reino de Deus: é o nosso Sistema Solar (Planetas, suas Luas, o Sol e todos os corpos celestes até o limite do Sistema Solar).
É a negação do Reino dos homens. É um conjunto das Leis da Natureza, Leis divinas e Leis de Deus. Temos as Leis de Deus que são dadas nos 10 mandamentos, no Sermão da Montanha. Temos todas as Leis de Deus para vivermos no Reino de Deus. Temos que ter todas essas leis internalizadas para vivermos no Reino de Deus.
-Reino dos Céus: é todo o Esquema, a Obra e Caminho de Evolução no qual estamos inseridos.
-Menor no Reino dos Céus: aqueles que violarem um só desses menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo:
–Lutam tenazmente para adquirir conhecimento
–Não hesitam em usar qualquer meio, inclusive violar tal conhecimento
–Juntam e recolhem para si mesmo vasto repertório intelectual
-Maior no Reino dos Céus: aqueles que praticarem os ensinamentos e ensinarem os outros a fazerem o mesmo:
–Compreenderam a responsabilidade de viver os Ensinamentos Cristãos
–Levam esses Ensinamentos aos outros por meio do exemplo nas suas vidas
–Compreendem e vivenciam diligentemente as oportunidades
Para saber mais, assista a 10ª Reunião Estudos Bíblicos Rosacruzes-FRC em Campinas no nosso Canal no YouTube aqui:
10-Reunião de Estudos Bíblicos Rosaruzes-7mabr24-5to Capítulo do Evangelho Segundo São Mateus P.5
-É a atividade que é feita, nessa Obra de Evolução, antes que uma próxima atividade se inicie. Devido a “espirais dentro de espirais” a Recapitulação ocorre:
–Entre um Globo e o próximo,
–Entre uma Revolução e a próxima,
–Entre uma Época e a próxima,
–No nosso desenvolvimento intrauterino, etc.
-É quando extraímos o que é essencial de alguma atividade feita anteriormente num determinado período ou tempo.
-Essas atividades dentro dos Períodos se processa, cada vez, em um grau superior daquele estado de progresso que se recapitula.
2.Efeito das Espirais
-Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que Evolução é “a história do progresso do Espírito no Tempo”.
Por toda a parte, podemos observar os variados fenômenos do Universo, vemos que o Caminho de Evolução é uma espiral.
-Cada volta da espiral é um ciclo. Cada ciclo funde-se com o seguinte e, como as espirais são contínuas, cada ciclo é o produto melhorado do precedente e o criador de estados sucessivos de maior desenvolvimento.
–Quando observamos este Caminho de Evolução do ponto de vista físico, vemos uma espiral. Mas, quando observamos pelo caminho da Lemniscata conseguimos ver tanto no lado físico como no espiritual (diagrama do Caduceu de Mercúrio).
É importante ter em mente que a evolução se move numa espiral, mas, nunca se repete na mesma condição e segue sempre um aperfeiçoamento progressivo.
–Qual o efeito das espirais em nossas vidas?
São as oportunidades dadas pela Sabedoria Divina, mostrando que não devemos desanimar se cairmos pelas provas que nos são apresentadas, pois elas retornarão até que tenhamos aprendido a lição, ou seja, o ensino somente será suspenso, quando a lição for aprendida.
As espirais nos permitem repetir o mesmo acontecimento, mas em patamares diferentes, e se não aprendemos com ele, perdemos as oportunidades de crescimento e, podemos retroceder com sofrimento e dor.
Mas por outro lado, se erramos e nos corrigimos, elaboramos os passos seguintes com mais força, mais determinação e evoluímos e, podemos seguir em passos largos de crescimento, mas sempre, para frente e para cima.
O importante que precisamos saber é que: essas provas retornam cada vez mais difíceis quando insistimos em procrastinar ou postergar a aprendizagem das lições que nós mesmos escolhemos lá no Terceiro Céu.
Ressaltamos a importância dos exercícios de Retrospecção a noite e o de Concentração matutina que nos ajudam a tomarmos consciência das nossas quedas e tentarmos acertar na próxima vez dentro da próxima espiral que virá com certeza.
–Como entender o efeito de uma espiral?
O efeito de uma espiral é apenas mais uma etapa preparatória para alcançarmos outro degrau na espiral evolutiva.
Sempre devemos ter em mente que novos modelos de desenvolvimento estão em processo de gestação e a evolução não estaciona. Não existe inércia no processo evolutivo.
Nós como seres humanos que só conseguimos funcionar com uma Consciência de vigília na Região Química do Mundo Físico, estamos atrasados neste Esquema de Evolução, mas, à medida que procuremos estar atentos com redobrado cuidado no aproveitamento das nossas oportunidades que surgem, e assim, aprendermos as lições de cada dia e extrair delas a experiências que nelas contêm, certamente, irão aparecer mais e mais.
3.Atividade Própria de Cada Período
-Sabemos que cada Período trás na sua caminhada evolutiva um desenvolvimento peculiar. Para que possamos entender as atividades ou o trabalho de cada Período, se faz necessário dizermos que qualquer atividade própria de um Período específico, só começa quando termina o trabalho de Recapitulação das respectivas Revoluções como já vimos anteriormente.
É uma volta completa pelos 7 Globos ou a passagem pela onda de vida que está evoluindo (a nossa, por exemplo), UMA VEZ passado por todos os 7 Globos, em 3 Mundos ou Regiões desses Mundos de diferentes densidades.
Detalhamos aqui as atividades da Onda de Vida humana nos Períodos:
–Primeira Revolução de qualquer Período é conhecida como “Revolução de Saturno” e o trabalho é sempre efetuado no Corpo Denso.
–Segunda Revolução, conhecida como “Revolução Solar” e o trabalho é efetuado no Corpo Vital.
–Terceira Revolução, conhecida como “Revolução Lunar” e o trabalho será efetuado no Corpo de Desejos.
–Quarta Revolução, conhecida como “Revolução Terrestre” será na quarta Revolução do Período de Júpiter e o trabalho será efetuado na Mente.
–Quinta Revolução de qualquer Período como “Revolução de Júpiter” que acontecerá na quinta Revolução do Período de Vênus e o trabalho será no nosso Espírito Humano.
–Sexta Revolução de qualquer Período será a “Revolução de Vênus” que acontecerá somente no Período de Vulcano na sexta Revolução, e o trabalho a ser modificado será no nosso Espírito de Vida.
–Sétima Revolução, ou “Revolução de Vulcano”, desenvolve especialmente alguma atividade relacionada com o Espírito Divino, porque o seu desenvolvimento iniciou-se numa sétima Revolução.
Para saber mais, assista a 177ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP- em:
O Caminho de Evolução é o modo como percorremos o Esquema de Evolução. Espirais dentro de espirais é um conceito aplicado aqui importantíssimo.
O esquema evolutivo é efetuado através destes cinco Mundos em sete grandes Períodos de Manifestação, durante os quais o Espírito Virginal ou vida que está evoluindo, se converte primeiramente em ser humano, depois em Deus.
Começamos no início da primeira Revolução do Período de Saturno, passando pelos sete Globos que a compõe, depois de completar essa primeira Revolução vamos para uma Recapitulação dessa Revolução e depois vamos para a segunda Revolução do Período de Saturno, passando pelos sete Globos que a compõe. E assim o fazemos até a sétima Revolução do Período de Saturno.
Ao terminar esse Período, mergulhamos nos cinco Globos da Noite Cósmica. Depois de passar pelo quinto Globo, começamos na primeira Revolução do Período Solar, passando pelos sete Globos que a compõe, depois de completar essa primeira Revolução vamos para uma Recapitulação dessa Revolução e depois vamos para a segunda Revolução do Período Solar, passando pelos sete Globos que a compõe. E assim o fazemos até a sétima Revolução do Período Solar. Ao terminar esse Período mergulhamos nos cinco Globos da Noite Cósmica. E assim vamos trilhando o Caminho da Evolução até o final da sétima Revolução do Período de Vulcano.
2.Revoluções:
Revolução: É uma volta completa pelos 7 Globos ou a passagem pela Onda de Vida que está evoluindo (a nossa, por exemplo) UMA VEZ por todos os 7 Globos, em 3 Mundos ou Regiões desses Mundos de diferentes densidades.
Revolução, passando pelos sete Globos que a compõe, depois de completar essa primeira Revolução vamos para uma Recapitulação dessa Revolução e depois vamos para a segunda Revolução, passando pelos sete Globos que a compõe.
É um momento nesse Esquema de Evolução que tem lugar tanto entre as Revoluções como entre os Períodos, onde é um momento de repouso e assimilação. Reafirmamos que uma Noite Cósmica não deve ser considerada um período de inatividade. Não é uma existência inerte
Quando a onda da vida completou suas sete voltas ao redor dos sete Globos, ou sete Revoluções, o primeiro Dia da Criação termina, e então segue uma Noite Cósmica, de descanso e assimilação, após a qual o novo Período amanhece.
Quando falamos entre Períodos há seis Noites Cósmicas. Em cada Noite Cósmica entre Períodos há cinco Globos obscuros nos quais nós habitamos.
Nos 2 primeiros Globos obscuros de uma Noite Cósmica, as Ondas de Vida que estão evoluindo vão se transformando em uma massa homogênea, se liberando da “forma”. Mantém-se a Individualidade, mas todos se tornam “um”, como Deus o é.
No terceiro Globo obscuro de uma Noite Cósmica todos os indivíduos das Ondas de Vida que estão evoluindo, têm a oportunidade de obterem todo o conhecimento que deveria ter obtido no Período precedente. É a parte mais importante de uma Noite Cósmica.
Nos dois últimos Globos obscuros, todos os indivíduos das Ondas de Vida que estão evoluindo começam a preparação para mergulharem no próximo Período desse Esquema de Evolução.
É durante uma Noite Cósmica que os Globos são novamente transferidos a um grau mais abaixo (quando estamos evoluindo entre o Período de Saturno até o Período Terrestre) e a um grau mais acima (quando estamos evoluindo entre o Período Terrestre até o Período de Vulcano).
Quando chega a Noite Cósmica, todas as coisas manifestadas transformam-se numa massa homogênea, o Cosmos converte-se novamente em Caos, semelhante à noite de sono entre dois dias de vida humana, e o intervalo de descanso entre duas vidas terrestres. Esta Noite Cósmica de descanso não é um intervalo de descanso passivo, mas o tempo de preparação para a atividade que deve ser desenvolvida no próximo Período em que o ser humano deve mergulhar mais fundo na matéria.
Esse retorno periódico da matéria à substância primordial habilita o Espírito a evoluir. Se o processo cristalizante de manifestação ativa continuasse indefinidamente, ofereceria um insuperável obstáculo ao progresso do Espírito. Quando a matéria se cristaliza a ponto de se tornar demasiada pesada e dura, o Espírito, nela não podendo agir, se retira para recuperar a energia já exaurida. É como uma broca que vai furando metais duros: deve parar e ser guardada durante algum tempo para recuperar-se. As forças químicas na matéria, livres da energia cristalizante do Espírito em evolução, convertem o Cosmos em Caos, isto é, devolvem a matéria ao seu estado primordial, para que os Espíritos Virginais regenerados possam recomeçar o seu trabalho na aurora de um novo Dia de Manifestação.
As experiências obtidas nos Períodos e Revoluções capacitam o Espírito a reconstruir, com relativa rapidez, até o ponto ultimamente alcançado. Além disso, facilitam o progresso ulterior promovendo as alterações que as experiências acumuladas lhe ditam.
Para saber mais, assista a 174ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP- em
1.O Período Lunar
Refere-se ao 3º Período entre os 7 que compõem todo este Esquema de Evolução.
Nós, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana, iniciamos nosso processo de Evolução no Período de Saturno, e a cada Período, viemos caminhando em busca de adquirir nossos 3 Corpos, além de despertar nosso Tríplice Espírito, o que aconteceu até o fim do Período Lunar.
-O elemento que define o Período Lunar: A grande característica do Período Lunar era a “umidade”.
Um núcleo ardente, ao entrar em contato com o espaço exterior, gerava uma umidade densa; esta umidade, que transformada em vapor quente esfriava na periferia e voltava ao núcleo.
Era, na verdade, uma névoa ígnea, e os ocultistas chamam este cenário de “Água”.
-O Trabalho que o define: Neste Esquema de Evolução no Período Lunar, eram essencialmente dois os objetivos:
–Adquirir o germe do Corpo de Desejos,
–Iniciar a atividade germinal do 3°aspecto do Tríplice Espírito: O Espírito Humano.
-Ondas de Vidas evoluindo no Período Lunar: Onda de vida humana, animal e vegetal. Os vegetais iniciaram sua jornada evolutiva nesse Período, recebendo do germe do Corpo Denso.
No final do Período Lunar, antes de acessarmos o Período Terrestre, já tínhamos neste projeto evolutivo, 3 Reinos evoluindo juntos:
–Onda de Vida Humana com os Corpos: Denso, Vital e de Desejos; o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano.
–Onda de Vida Animal com os Corpos: Denso e Vital.
–Onda de Vida Vegetal com apenas o Corpo Denso.
-As 7 Revoluções
–A 1ª Revolução do Período Lunar: refere-se ao Período de Saturno (sempre em todos os Períodos) e, consequentemente, ao Corpo Denso. Esse Corpo veio evoluindo deste a sua aquisição.
Nesta Revolução, os Senhores da Sabedoria cooperando com os Senhores da Individualidade, reconstruíram o germe do Corpo Denso, que havia desenvolvido os órgãos sensoriais, digestivos, as glândulas etc. (todos em estado embrionário).
A reconstrução do Corpo Denso foi necessária para que ele pudesse ser interpenetrado por um Corpo de Desejos e que também pudesse desenvolver-se nele, um sistema nervoso, músculos, cartilagens e um esqueleto rudimentar.
–2ª Revolução do Período Lunar: refere-se ao Período Solar.Nessa revolução o Corpo Vital foi modificado, para que pudesse ser interpenetrado por um Corpo de Desejos e, também, para acomodá-lo ao sistema nervoso, músculos, esqueleto etc.
Os Senhores da Sabedoria, ajudaram também os Senhores da Individualidade neste trabalho.
–As 3ª e 4ª Revoluções do Período Lunar: Apenas a partir da 3ª Revolução é que começa o trabalho específico do Período lunar.
Os Senhores da Individualidade, irradiaram a substância que ajudou a Humanidade (inconsciente) a construir e adaptar-se a um Corpo de Desejos germinal.
Também a auxiliaram a incorporar este Corpo de Desejos germinal, ao conjunto Corpo Vital, mais o Corpo Denso (que já possuía).
–A Quinta Revolução do Período Lunar: Os Senhores da Individualidade, eram superiores a Humanidade, e para completarem sua evolução, trabalharam com o veículo inferior (Corpo de Desejos), mas não tinham condições de fazê-lo com o veículo superior, e assim, aqui surgem voluntariamente os Serafins para despertar o germe do 3°Aspecto do Espírito: o Espírito Humano.
—A Sexta Revolução do Período Lunar: Da mesma maneira que os Senhores da Individualidade foram ajudados pelos Serafins a despertar o germe do Espírito Humano, já na 6ª Revolução, os Querubins os auxiliaram a vincular o germe do Espírito humano ao Espírito de vida.
–A Sétima Revolução do Período Lunar: o Espírito Humano foi vinculado ao Espírito Divino, e desta vez, os Senhores da Individualidade contaram novamente os Senhores da Chama.
Assim, o Ego separado, (Tríplice Espírito) passou a existir.
Para saber mais, assista a 179ª Reunião Dominical-FRC – Campinas-SP em:
1.O Período Solar:
-Os Globos do Período Solar:
-Todas as Ondas de Vida evolutivas continuavam na massa ígnea central, da qual se formaram os Planetas do nosso atual sistema, inclusive a Terra;
-A massa ígnea central alcançou o estado de fogo brilhante e luminoso: assim, não havia necessidade de iluminação externa, a luz estava dentro;
-“Ar” é a que mais se aproxima da verdadeira ideia sobre as condições prevalecentes;
–Portanto, o segundo Elemento da Natureza que nos foi oferecido para o nosso desenvolvimento foi: AR;
–Assim: no Período Solar já contávamos com 2 elementos da natureza para evoluirmos: o FOGO e o AR.
–Os Globos do Período Solar, eram como esferas luminosas, brilhantes e de consistência análoga à dos gases atuais
–Com propriedade de absorver e utilizar qualquer imagem ou som que se projetasse sobre sua superfície
–Sensibilidade muito maior do que o nosso Planeta Terra atual: a sensibilidade não estava atenuada pelas condições duras e densas da Região Química do Mundo Físico atual
–A crosta do “Planeta” era formada pela Onda de Vida animal junto com os Atrasados da Nossa Onda de Vida, a humana
–Planeta Terra descrito aqui como: um nevoeiro incandescente de brilhante luminosidade
–O Período Solar se refere ao segundo dia da criação.
-As 7 Revoluções
–Primeira Revolução ou Revolução Saturno do Período Solar:
–Nós, Espíritos Virginais (divididos em 2 grupos):
2.“Adiantados”: Possuíam: Corpo Denso e Espírito Divino despertado
Estado de inconsciência análogo a de sono sem sonhos
Consciência semelhante ao do Vegetal
3.“Atrasados”: Devido a cristalização, possuíam somente Corpo Denso
Estado de inconsciência análogo ao de transe mais profundo
Consciência semelhante à do Mineral
–Senhores da Chama junto com os Senhores da Sabedoria:
Alteraram o nosso Corpo Denso para:
Permitir a sua interpenetração por um Corpo Vital;
Fornecer a capacidade do Corpo Denso desenvolver as glândulas e o tubo digestivo.
–Uma nova Onda de Vida começou sua atividade:
Atualmente conhecido como Animais, nossos Irmãos Menores;
Estado de inconsciência análogo ao dos médiuns no transe mais profundo;
Consciência semelhante à do Mineral
–Arcanjos: Trabalharam com os Animais da mesma forma que nós, atualmente, trabalhamos com a onda de vida Mineral
Para saber mais, assista a 178ª Reunião Dominical-FRC – Campinas-SP em:
178ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP- 28abr24-Termos Rosacruzes no Texto_C8_Período Solar-P.1
Hoje com a proximidade da Era de Aquário ainda nos deparamos com duas realidades aqui no Mundo Físico, infelizmente.
Por um lado, vemos pessoas deixando de lado aquele individualismo egocêntrico, alimentador da Personalidade, para assumirem uma postura mais altruísta diante dos problemas que afligem a sociedade.
Está se estabelecendo um consenso em torno da ideia nesta frase: “numa sociedade, o que não beneficia a todos, efetivamente não beneficia a ninguém”.
(*) Pintura: Bansky
Isso é muito claro nos Ensinamentos do Cristo, pois mais importante que fazer orações e adoração nas sinagogas, igrejas e templos, é amar ao próximo, é servir, é ajudar.
Esse hábito dava prestígio na sociedade judaica, era motivo de apreciação, porém a renúncia aos bens materiais, prestígio, autoridade, poder, fama, em benefício de outrem, constituía um penoso sacrifício. Mas isso ficou para trás.
Voltando aos nossos dias, verificamos como muitos fatores ainda tendem a impedir pessoas de fazerem coisas sagradas, fazerem o bem, se desprenderem de suas posses materiais (como se fossem “suas” e não bens a administrar), do poder, da fama, do materialismo.
Muitas pessoas, por mais sensíveis que pareçam ser diante do sofrimento alheio, muitas vezes cai na tentação de não sacrificar seus interesses pessoais, sua comodidade, para prestarem ajuda a alguém. Isso é muito triste.
A renúncia ainda é um pesado fardo para muita gente.
Muitas pessoas não querem renunciar a pontos de vista, suportar idiossincrasias de seus companheiros, ser humilde, bondoso, altruísta.
Enquanto houver Cristãos verdadeiros, fiéis ao Cristo nos Seus Ensinamentos, há esperança de materialistas, egocentristas, vencerem o egoísmo, dispondo-se a trabalharem em grupo pelo bem comum.
Hoje as máscaras estão caindo e cada vez mais mostra-se o caráter do ser humano, as coisas estão vindo à tona, mostrando a verdade.
Quem não quiser ver, quem não quiser ouvir, ajudar, servir, “pagará para ver” no Purgatório, com certeza. E com muita tristeza!
Fazer o bem é aqui, é agora!
A Verdade dentro de nós
A maioria das pessoas no mundo não conhece a verdade sobre as coisas espirituais, e acham difícil quebrar as crenças e ações convencionais.
Se queremos achar a Verdade, precisamos quebrar as crenças comuns e procurar a Verdade dentro de cada um de nós.
A maioria não quer negar a si mesmo, pegar sua cruz e seguir o Cristo.
As dificuldades são necessárias, afinal escolhemos no Terceiro Céu, com a ajuda dos Anjos do Destino, os Anjos Relatores. Eles dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento, então não há erro.
Quando procuramos a verdade e trilhamos o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, encontramos forças das quais não devemos fugir para que possamos nos fortalecer e encarar as batalhas, sozinhos, mas confiantes.
Encontrar oposição e críticas é importante também; nos obriga a nos julgar e aprender, se temos a certeza do bem, do correto, críticas não devem nos preocupar, devemos ser firmes e seguir em frente.
Cristo enviou Seus Discípulos e os preveniu: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto sedes prudentes como as serpentes e simples como as pombas.” (Mt 10:16).
Assim devemos fazer também, seguir os passos de Cristo e favorecer o que é verdadeiro, belo, bom e justo, e crescendo espiritualmente.
Somos confortados nas realizações e nas provas; Deus está conosco!
Permanecendo em qualquer circunstância por tudo o que é correto e verdadeiro, desenvolvemos forças internas que muito nos capacitarão.
Precisamos desenvolver a Luz dentro de nós, fazer crescer o Cristo interno!
Para os nossos irmãos e as nossas irmãs materialistas, a morte é o fim de tudo. Para os nossos irmãos e as nossas irmãs que vivenciam o Cristianismo popular é um passo no caminho que leva ao céu ou ao inferno, ao Purgatório ou ao limbo. Para alguns de nossos irmãos e nossas irmãs a morte é “apenas a passagem para outro tipo de vida, outra dimensão, outro ‘universo paralelo’”.
Há os que afirmam que viemos do além, vivemos aqui alguns anos, passamos pelo portal da morte e voltamos para esse além, permanecendo então lá para sempre; que nossa felicidade ou desgraça é ali determinada para toda a eternidade, pelas ações que tenhamos praticados aqui, no curto espaço de tempo da vida terrestre.
Na Fraternidade Rosacruz estudamos a Teoria do Renascimento – onde vimos que cada um de nós é uma parte integrante de Deus, contendo em nós todas as potencialidades divinas, do mesmo modo que a semente contém a planta; que por meio de repetidas existências em Corpos terrestres de qualidade gradualmente melhor, as possibilidades latentes se convertem lentamente em poderes dinâmicos; que ninguém se perde nesse processo, mas que todos nós alcançaremos, por fim, a meta da perfeição e a união, novamente, com Deus, nosso Criador. Há, portanto, a necessidade de repetidos renascimentos aqui para que possamos aprender a trabalhar conscientemente no Mundo Físico (Região Química e Etérica) e dominar totalmente os materiais da Região Química do Mundo Físico, a fim de nos tornarmos especialistas em Matéria Química (como os Anjos são especialistas em Matéria Etérica, os Arcanjos em Matéria de Desejos e os Senhores da Mente em Matéria Mental).
Nada na Natureza foi criado para se perder. Deus criou tudo e viu que era bom.
Na Bíblia vemos todo o processo da criação (no Livro do Gênesis).
Deus é Onisciente e, portanto, desenvolveu um plano perfeito para todas as Ondas de Vida.
Olhando a Natureza ao nosso redor, vemos por toda a parte o esforço lento e perseverante para atingir a perfeição.
Não vemos nenhum processo súbito de criação ou mesmo de destruição.
O que vemos sempre é Evolução.
Temos, como Egos, Espíritos Virginais da Onda de Vida Humana, um Tríplice Corpo, um Tríplice Espírito e um veículo Mente, todos muito bem-organizados e suficientes, sempre evoluindo.
A vida aqui é espiral dentro de espiral e sempre para frente e para cima.
Tudo ao nosso redor é movimento, é vida!
Todas as atividades visam produzir vida nova por toda a parte.
Todas as coisas se movem em ciclos progressivos para que possam aproveitar plenamente todas as oportunidades de progresso oferecidas pelo Universo.
Cada vez aqui renascidos, evoluímos em conjunto, trazemos nossos defeitos para corrigirmos e nossas virtudes para ajudar. Estamos sempre a evoluir.
A mesma lei que desperta a vida na planta para que cresça outra vez, traz o ser humano de volta para adquirir novas experiências e avançar ainda mais para a meta da perfeição.
A Teoria do Renascimento que ensina a necessidade de repetidas incorporações em veículos de crescente perfeição, está em perfeito acordo com a evolução e com os fenômenos da Natureza, bem diferente do que explanam os materialistas, os teólogos, os cientistas, os religiosos que vivem o Cristianismo popular.
O que somos, o que temos e todas as boas qualidades são o resultado das nossas próprias ações passadas. O que agora nos falta física, moral ou mentalmente, pode ser nosso no futuro.
A Lei de Deus é para todos os Reinos, para todas as Ondas de Vida.
Vejamos os ciclos alternantes, nas modestas plantinhas, nas sequoias gigantes, na abóbada celeste, nas nebulosas ígneas, nos Sistemas Solares. O Sol que se levanta a cada manhã, mas a cada dia progride em sua jornada anual, tudo é movimento, tudo caminha, tudo é progresso, nada se perde!
Deus é Pai, é criador, jamais criaria qualquer coisa ou seres para se perder no Caminho da Evolução.
A nossa vida é feita de etapas como também mudamos nos períodos setenários, muito importantes para nossa evolução.
Aqui na Fraternidade Rosacruz, para quem é assíduo, persistente nos estudos, nos Cursos de formação, nos Exercícios Esotéricos Espirituais, essas etapas são visíveis.
A primeira etapa é com o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, composto de 12 lições, que deverá ser muito bem-feito, pois é a base para os outros (Curso de Ensinamentos Bíblicos, Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz e de Astrologia Rosacruz). Muitos Estudantes acham que é um Curso simples, querem fazer rapidamente, mas não é assim.
Há que se ter muita dedicação, hoje com as redes sociais temos muitas e rápidas informações (no site, no YouTube, Facebook, Instagram, Pinterest).
Devemos em paralelo, estudar (não é só ler) o livro: “O Conceito Rosacruz do Cosmos” que é a obra básica dos Ensinamentos Rosacruzes, observar os Termos Rosacruzes (bem diferente de palavras com o mesmo conceito). Não é nada simples!
O Estudante Rosacruz, que é um Aspirante à vida superior, deve também ir investigando o que estuda, deve ir se aprofundando cada vez mais, pois nossa caminhada deve ser paralela à nossa aplicação na vida diária. Ninguém deve ficar somente na teoria.
O Mundo é uma grande Escola. Devemos ter entusiasmo, desejo de saber, curiosidade em aplicar os Ensinamentos Rosacruzes e ter paciência com nossos irmãos e nossas irmãs, nossos familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho.
Estamos nos aproximando da Era de Aquário e devemos, portanto, transformar o “homem velho”, no “homem novo”, de que falava S. Paulo.
A transformação pode ser lenta, mas deve ocorrer, como na mudança de hábitos, persistente e insistentemente.
Há que se fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, pois eles constroem a musculatura espiritual necessária para o Estudante.
A oficiação dos Rituais dos Serviços Devocionais ajuda na formação dos hábitos de concentração, oração e foco no objetivo.
Há que ter muita persistência e muita força de vontade.
Nesses períodos setenários, devemos ir fazendo uma revisão nas nossas vidas, ver as mudanças já ocorridas (com o nosso Corpo Denso (o corpo físico), nossas atitudes, nossa paciência, como estamos servindo e tratando os nossos semelhantes, os degraus que já subimos).
Uma pessoa dotada de senso moral, com hábitos sadios, despida de todo egoísmo, todo materialismo, sensualidade, desejo de fama, poder, posses, caminhará a passos largos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
Muitas pessoas já trazem uma bagagem espiritual de outras vidas, o que as ajudará num crescimento rápido, e até chegarem à Iniciação.
Para os que acham o processo lento, lembrem-se: “Os moinhos de Deus moem devagar, mas moem muito fino”.
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que nada nos pode revelar a natureza de Deus tão claramente como esse símbolo: “Deus é Luz”, uma linda inspiração divina de incomensurável valor nos ensinada por S. João Evangelista.
Todo local reverenciado pela prece, amor, pensamentos de Cura, paz, adoração, em que se oficia os Rituais do Serviço Devocional da Fraternidade Rosacruz é um local sagrado, e a elevamos com certeza para “procurar a Luz”.
Se tomarmos essas três palavras como tema de meditação, com certeza, encontraremos uma rica recompensa, ali nos banhamos numa fonte espiritual de inesgotável profundidade, e nos aproximamos do nosso Pai Celestial. Podemos perguntar: “De onde vem a luz?”. No primeiro capítulo do Gênesis vemos: “O Espírito de Deus movia-se sobre as águas. E Deus disse: Faça-se a Luz, e a Luz se fez. Deus viu a Luz e que era boa. Deus chamou à luz dia, e a escuridão, noite”.
Também ao buscarmos a Luz na Escola de Sabedoria Ocidental, sabemos que Amor e Serviço devem ser o nosso lema, pois foi isso que nos deixou o Cristo.
Amando e servindo aos nossos semelhantes, atraímos mais Éteres superiores (mais elevados), o de Luz e o Refletor, substâncias imprescindíveis para construirmos o Corpo-Alma, o radiante traje de Luz, que usamos para viver conscientemente nos Mundos espirituais.
Todos sabemos o que pode fazer em nossas vidas o poder da luz espiritual e o amor sincero, puro, real e verdadeiro.
Amar e servir erradica de nossas Mentes todos os pensamentos de medo, egoísmo, cobiça, poder, ódio, vingança, pois só vemos e vivemos na luz, afinal “se andarmos na Luz como Deus está na Luz, seremos fraternais uns com os outros”!! Essa sentença faz parte do Ritual do Serviço Devocional – O Serviço do Templo, realizado diariamente por todos os Estudantes Rosacruzes.
Se usarmos a nossa força de vontade repetidas vezes, em buscar a Luz, em viver na Luz, uma modificação alquímica se realizará em nós.
Sempre repita para si: “Deus é Luz”. E em quaisquer circunstâncias, procure vislumbrar a Luz, pois “se andamos na luz, como Ele na luz está, seremos fraternais uns com os outros. Aquele que ama a seu Irmão está na luz, mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas e não sabe por onde caminha, porque as trevas lhe cegaram os olhos!
Cristo nos recomendou “Orar sem cessar”. Isso não significa que vamos nos ater a fazer somente isso, nos recolhendo, nos ausentando. Não, não é isso.
Cristo nos ensinou que o nosso modo de viver, de pensar, os nossos hábitos, nossas palavras e ações devem ser sempre puras, cheias de bondade, que devemos ser fraternos, amigos para todas as horas e ocasiões.
Nosso viver deve ser a expressão verdadeira de uma Oração bem-feita.
Devemos eliminar de nós tudo o que não nos convém; crenças equivocadas, emoções negativas, pensamentos impuros, hábitos perniciosos.
Entremos dentro de nós, periodicamente, façamos uma bela faxina, nos livremos de medos, eliminemos justificativas desnecessárias (deixando, portanto, de servir, de ajudar), fazer-se de humilde (ser falso), usar a timidez como desculpa para não fazer o que tem que ser feito ou falado.
Precisamos deixar sair tudo o que impede nosso crescimento espiritual.
Procuremos colocar nesse lugar, agora limpo, somente o que for bom, belo, verdadeiro, altruísta, elevado e que ajudará qualquer irmão ou irmã.
Vamos nos fechar para tudo o que for negativo, impuro, imoral, sensual, tanto no nosso modo de falar, de pensar e de agir.
A partir dessa limpeza no nosso interior, no nosso cérebro, no nosso coração, virão bons hábitos, seremos sempre corretos, verdadeiros, veremos o bem em tudo e em todos, aí faremos aos nossos semelhantes somente o que gostaríamos que também nos fizessem.
Parece uma tarefa difícil, mas não é. Basta querermos, e é importante.
Lembrem-se que temos as Hierarquias Criadoras ou Hierarquias Zodiacais nos ajudando o tempo todo, nos encorajando, nos fortalecendo no Caminho do bem.
Usemos toda nossa força de vontade possível nessa tarefa, afinal, Deus, nosso Pai e criador, está a nos observar e a nos ajudar, sempre!
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1.Pergunta: A apologia à pobreza não seria contrária a abundância que o Universo pode nos proporcionar sendo a prosperidade um dom de Deus??
Resposta: O irmão e a irmã que se desenvolvem espiritualmente nunca serão pobres, pois sempre terão o que precisam para bem-viver enquanto estão renascidos aqui. Exercem as suas funções no Mundo aqui, e sempre serão remunerados com o que precisam, nem mais, nem menos, afinal “o operário é digno do seu salário’. A prosperidade que Deus nos dá é e sempre será a espiritual; jamais a material. A material deixou de ser a milhões de anos atrás quando acabou a Época Atlante e começou a Época Ária, a que aqui estamos. É só estudar com atenção o que o Cristo ensinou. Cristo pregou a riqueza material? E justamente não pregou porque ele sabe que essa fase já passou. Para conquistamos a Região Etérica do Mundo Físico é necessário prosperidade espiritual, abundância em qualidades espirituais desenvolvidas por cada um de nós.
2.Pergunta: Por que a obtenção das experiências que Max Heindel se refere precisam estar associadas ao sofrimento físico e material?
Resposta: Não deveria, mas nós, em nossos renascimentos anteriores, criamos tantas dívidas com o destino – se negando a aprender o que deveríamos, atrapalhando a evolução de muitos irmãos e irmãs, procrastinando lições que nós mesmos escolhemos lá no Terceiro Céu e, depois, aqui fizemos de tudo para não as aprender – que para a grande maioria de nós só restou aprender essas lições por meio do sofrimento. Ele é físico e material, porque é por meio desses “efeitos”, aqui na Região Química do Mundo Físico, que enxergamos as “causas” que são espirituais – e sempre são! Exemplo: se hoje tenho dificuldades financeiras é porque em alguma das minhas vidas anteriores “usei e abusei e mal usei” os recursos financeiros que eu tinha facilidade em obter. Gerei uma dívida, pois há outra máxima Cristã que nos ensina: “a quem muito é dado, muito é exigido”. Então, nessa vida, quando estou escolhendo o panorama dela no Terceiro Céu, se tenho a chance, escolho as condições que me ajuda a ter as dificuldades financeiras a fim de que pelo “sofrimento material” eu consiga aprender a lição de que a “vida do transgressor é dura” e gere a consciência suficiente e necessária que aprenderei em como ser eficaz e utilizar os recursos financeiros somente para servir amorosa e desinteressadamente o irmão e a irmã que estão no nosso entorno. Infinitos exemplos como esses podem ser dados. Reflita!
3.Pergunta: Por que existem animais carnívoros?
Resposta: Os nossos irmãos menores que chamamos de “animais” são Espíritos Virginais também, só que da Onda de Vida animal. Existem animais carnívoros pela mesma razão que nós, seres humanos, até a Época Atlante também tínhamos que ser carnívoros. E o objetivo deles serem carnívoros, também é o mesmo objetivo de ter sido necessário nós, seres humanos, até a Época Atlante também termos sido carnívoros: a conquista da Região Química do Mundo Físico, ou seja, aprender todas as lições que são próprias dessa Região, utilizando o melhor Corpo Denso que se pode para tal.
4.Pergunta: Todos os humanos atuais pertencem à Raça Ária, menos os remanescentes de outras Raças?
Resposta: Todos os seres humanos atualmente têm a capacidade de construir um Corpo Denso com as características descritas pelo Conceito Rosacruz do Cosmos, do que chamamos “Raças Árias”, que teve como berço a Ásia Central (todas elas são derivadas da Raça Semitas Originais, a quinta e mais importante das 7 Raças Atlantes). Mas também são capazes de construir um Corpo Denso com as características descritas pelo conceito do que chamamos Raça Babilônio-Assírio-Caldaica, Persa-Greco-Latina, Céltica e Teuto-Anglo-Saxônica e, graças à vinda do Cristo que promoveu – e promove – a miscigenação das Raças, pode construir um Corpo Denso com traços de quaisquer uma dessas Raças, bem como de reminiscências das Raças Atlantes e da Raça Lemúrica.
5.Pergunta: Vocês conseguem ler a Memória da Natureza? Vocês têm acesso direto ao conhecimento dos Mundos Sutis e acreditam por experiência própria ou, como eu, acreditam apenas de forma indireta e teórica no que os livros de Max Heindel afirmam?
Resposta: Como podemos ler ainda no Conceito Rosacruz do Cosmos o primeiro voto do Iniciado é o silêncio. Assim, “quem fala, não é Iniciado; é um charlatão”. Além disso, veja o que Max Heindel nos orienta, também no Conceito: “Diz uma antiga lenda que a procura de um tesouro deve ser feita no sossego da noite e em perfeito silêncio. Pronunciar uma só palavra enquanto o tesouro não estiver completamente escavado causaria, inevitavelmente, o seu desaparecimento. É uma parábola mística que se refere à procura da iluminação espiritual. Se bisbilhotarmos ou contarmos aos outros as experiências de nossas horas de concentração perdê-las-emos. Elas não podem suportar a transmissão oral, por isso dissolver-se-ão em nada. Precisamos, pela meditação, extrair delas o pleno conhecimento das leis cósmicas ocultas. Portanto, a experiência própria não deve ser comentada, haja vista que ela é apenas o invólucro que esconde a semente que contém. A lei é de valor universal, como vai ficar evidente, porque pode explicar os fatos e ensinar-nos como aproveitar oportunidades de determinadas condições e a evitar outras. A critério do seu descobridor, e para benefício da humanidade, ela pode ser revelada livremente. A experiência que revelou a lei aparece, então, em sua verdadeira luz como sendo apenas de interesse passageiro, não mais digna de nota. Por isso o Estudante Rosacruz precisa considerar tudo o que acontece como sagrado, e deve conservá-lo rigorosamente para si”.
A partir do Grau: Discípulo – ainda na Fraternidade Rosacruz -, somente quem é, sabe se o outro também é um Discípulo, mas não sabe quem é Irmão Leigo, Irmã Leiga, Adepto ou Irmão Maior. O mesmo ocorre entre os Irmãos Leigos ou Irmãs Leigas (que sabem que são os Irmãos Leigos ou as irmãs leigas e os Discípulos, mas não sabem quem é um Adepto ou Irmão Maior). E, também, o mesmo ocorre entre os Adeptos (que sabem que são os Adeptos, Irmãos Leigos ou Irmãs leigas e os Discípulos, mas não sabem quem é Irmão Maior). Por isso que você pode viver a vida inteira tendo ao lado alguém que já esteja a partir do Discipulado e nunca saberá que ele é um, a não ser que você alcance o Grau que ele está.
No Caminho Rosacruz, conforme você vai avançando e seja um Estudante Rosacruz praticante (pasme, mas muito não o são!), é natural você ter acesso a informações que quem não está no Caminho não tem. E esse acesso vai aumentando conforme o Grau que você vai, por mérito, aumentando. Assim, um Discípulo tem muito mais acesso que um Probacionista que, por sua vez, tem muito que o Estudante Regular, sendo o Estudante Preliminar reservado somente o acesso pelo meio escrito. Isso porque, conforme você vai aceitando as “verdades prováveis” fornecidos pelos Ensinamentos Rosacruzes e as colocam em prática no seu dia a dia (aqui está o segredo que muitos não fazem, ou fazem tentando barganhar ou adquirir “coisas materiais” ou, ainda, fazem um certo tempo depois desistem ou caem em um mesmismo cristalizante), tais “verdades” começam a ser provadas pelo Estudante Rosacruz atuante e começa um círculo virtuoso para frente e para cima que dura o tempo que o Estudante Rosacruz se mantém atuante.
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, às 18h30, os Estudante Rosacruzes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o Serviço de Cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura: Maio: 05, 11, 19, 26
“Iahweh o guarda, dá-lhe vida e felicidade na terra, e não o entrega à vontade dos seus inimigos! Iahweh o sustenta no seu leito de dor, tu afofas a cama em que ele definha.” (Sl 42:3-4))
*Se você está doente e entende que precisa de ajuda, recorra ao Método de Cura Rosacruz, já utilizado por milhares de pessoas. O processo começa com o preenchimento de um Formulário que deve ser preenchido com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA. As instruções detalhadas se encontram aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/formulario-para-solicitacao-de-auxilio-de-cura-fraternidade-rosacruz/
**Se você conhece alguém que esteja doente e quer ajudá-la começa por oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura nas Datas de Cura.
As instruções detalhadas se encontram aqui:
Maio de 1913
Na lição do mês passado, vimos o valor da dissonância na música; também, o papel correspondente do mal no mundo, isto é, enfatizamos por contraste a beleza e a harmonia do bem. Assim, à primeira vista, pode parecer que o mal aparente foi concebido por Deus, o Autor e Arquiteto do nosso sistema – como se Ele fosse responsável por toda a dor, todo sofrimento, toda tristeza e angústia sob os quais o mundo todo geme. No entanto, esse não é o caso. A Bíblia diz claramente que os Elohim, que são os agentes de Deus, “viram que isso era bom” quando o trabalho foi concluído. O nosso livro Conceito Rosacruz do Cosmos[1] e [2] e as Conferências 13[3] e 14[4] do livro Cristianismo Rosacruz explicam detalhadamente o relato da Bíblia de como o aparente mal entrou através dos Espíritos de Lúcifer; e que quando o mal entrou, as forças que trabalham para o bem o utilizaram para servir a um propósito benéfico e para alcançar um bem maior do que seria possível sem esse fator.
Na última parte da Época Lemúrica e nos primeiros tempos da Época Atlante, nós éramos puros e inocentes – o dócil protegido dos Anjos guardiães que guiaram todos cada passo o nosso caminho do desenvolvimento.
Nós não possuíamos a razão; essa era desnecessária quando só havia um caminho a seguir, pois nesse estado não havia escolha. Os Senhores de Vênus foram enviados para promover a bondade, o amor e a devoção. Se nenhum fator perturbador tivesse entrado, essa Terra teria permanecido um paraíso, e nós teríamos permanecido nela como uma bela flor. A dor, o sofrimento, a tristeza, a angústia e as doenças seriam desconhecidas. Sob o regime dos Anjos lunares e dos Senhores de Vênus, automaticamente, nós teríamos nos tornados sábios, porque não teria tido outra alternativa. Quando os Espíritos de Lúcifer abriram os nossos olhos para outra direção e os Senhores de Mercúrio promoveram a razão para nos guiar, tornamo-nos potencialmente maior que ambos, como exigido àqueles que seguem o caminho espiral da evolução.
Assim, equipado com as faculdades de escolha e da razão, é nossa prerrogativa gloriosa se elevar até o pináculo da maior perfeição possível nesse Esquema de Evolução. Por isso, Cristo disse: “Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço; e obras maiores que estes farão.”[5].
Aprendamos, do mito de Fausto[6], a seguir os passos dos nossos preceptores, usando o aparente mal para alcançar um bem maior; aprendamos a não ser vencidos pelo mal, mas a vencê-lo e transmutá-lo em bem. Há um ditado que diz que “o que quer que seja, é o melhor”[7]. Se isso fosse verdade, não haveria incentivo para lutar por algo mais elevado, melhor ou maior. As palavras do Salvador nos impelem a avançar e as lendas, como a do mito de Fausto, nos ensinam como utilizar as forças aparentemente destrutivas e subversivas.
A quem muito é dado, muito lhe será exigido. Os Estudantes da Fraternidade Rosacruz, que recebem os avançados Ensinamentos avançados da Sabedoria Ocidental, são particularmente compromissados a fazer os maiores esforços. Que nos esforcemos com todas as nossas forças para viver à altura do nosso grande privilégio.
P.S. Muitos novos Estudantes foram adicionados a nossa lista desde que pedimos suas orações diárias para os trabalhadores em Mount Ecclesia. Assim, sentimos que servirá a um bom propósito reiterar o pedido de que nos incluam em suas devoções para que a Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz possa se tornar um Centro Espiritual mais eficiente. Como sabem pelos prospectos enviados, estamos prestes a abrir a Escola de Cura e, neste passo importante, sentimos como nunca a necessidade da Graça Divina. Ajudem-nos, por favor, para que possamos ser bem-sucedidos.
(Cartas aos Estudantes – nº 30 – do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Os Espíritos Lucíferos
Esses espíritos eram uma classe de atrasados da Onda de Vida dos Anjos. No Período Lunar estavam muito além da grande massa que atualmente constitui os mais avançados da nossa Humanidade. Não progrediram tanto como os Anjos, que eram a Humanidade pioneira do Período Lunar, entretanto, estavam tão avançados do que a nossa Humanidade atual que era impossível para eles tomar um Corpo Denso como nós fizemos; ainda mais, eles não poderiam obter conhecimento sem o uso de um órgão interno, um cérebro físico. Estavam a meio caminho entre o ser humano, que tem cérebro, e os Anjos que não necessitam dele – em uma palavra, eram semideuses.
Eles estavam, assim, em uma situação muito séria. O único caminho que puderam encontrar para se expressarem e adquirir conhecimento foi usar o cérebro físico do ser humano. Através dele podiam se fazer compreender por um ser físico dotado de cérebro, o que os Anjos não podiam fazer.
Como dissemos, o ser humano, na última parte da Época Lemúrica, não podia ver o Mundo Físico, tal como nós o vemos atualmente, pois estava inconsciente do Mundo exterior. O Mundo do Desejo lhe era muito mais real. Tinha a consciência do sono com sonhos do Período Lunar, uma consciência pictórica interna. Os Lucíferos não encontraram dificuldade alguma em se manifestarem a essa consciência interna e lhe chamar a atenção para a forma exterior, que antes o ser humano não tinha percebido. Ensinaram-lhe como podia deixar de ser simplesmente o escravo dos poderes exteriores e como poderia se converter em seu próprio dono e senhor, se parecendo aos deuses, “conhecendo o bem e o mal”.
Outrossim, fizeram compreender que não devia ter apreensão quanto à morte do Corpo; que possuía em si a capacidade de formar novos Corpos, sem necessidade da intervenção dos Anjos. Todas essas coisas os Lucíferos disseram com o único propósito de que o ser humano dirigisse sua consciência ao exterior, para que eles aproveitassem e adquirissem conhecimentos conforme o ser humano os fosse obtendo.
Estas experiências resultaram em dor e sofrimento, o que, antes, o ser humano não conhecia, mas deram também a inestimável bênção da emancipação das influências e direção alheias e o ser humano iniciou a evolução de seus poderes espirituais. Essa evolução, um dia, permitir-lhe-á construir por si próprio, com tanta sabedoria como os Anjos e os outros Seres que o guiaram antes de exercitar sua vontade.
Antes dos seres humanos serem iluminados pelos Espíritos Lucíferos não conheciam enfermidades, nem dor, nem morte. Essas coisas foram o resultado do emprego ignorante da faculdade propagadora e de seu abuso na gratificação dos sentidos. Os animais em estado selvagem são livres de enfermidades e dores, porque se propagam sob o cuidado e direção dos sábios Espíritos-grupo, nas épocas do ano propícias a tal objetivo. A função sexual tem por única finalidade a perpetuação das espécies e não a gratificação dos desejos sensuais, seja qual for o prisma pelo qual se examine a questão.
Se o ser humano continuasse sendo um autômato guiado por Deus, não teria conhecido, até hoje, nem a enfermidade, nem a dor, nem a morte, mas também não teria obtido a consciência cerebral e a independência resultante da iluminação proporcionada pelos Espíritos Lucíferos, os “dadores da luz”. Eles abriram o entendimento e ensinaram a empregar a obscura visão para obter conhecimento do Mundo Físico, o qual estavam destinados a conquistar.
Desde esse tempo, duas forças agem no ser humano. Uma, a dos Anjos, se dirige para baixo, para a propagação e, por meio do Amor, forma novos seres na matriz. Os Anjos são, portanto, os perpetuadores da Raça. A outra força é a dos Espíritos Lucíferos, os investigadores de todas as atividades mentais. Dirige para cima, para o trabalho cerebral, a outra parte da força sexual.
Os Lucíferos são também chamados “serpentes”. Diversas mitologias assim os representam. Diremos mais sobre eles quando chegarmos à análise do Gênese. No momento já dissemos o bastante para encaminhar a investigação para o progresso evolutivo que trouxe o ser humano desde os tempos remotos, através das Épocas Atlante e Ária, até nossos dias.
O que temos dito acerca da iluminação dos lemurianos se aplica somente à minoria daqueles que viveram na última parte daquela Época, e foram a semente das sete Raças atlantes. A maior parte dos lemurianos era análoga aos animais, e as formas ocupadas por eles degeneraram para as dos selvagens e antropoides atuais.
Recomendamos ao Estudante gravar cuidadosamente que as formas é que degeneram. Devemos sempre recordar que há uma distinção importantíssima entre os Corpos (ou formas) de uma Raça, e os Egos (ou vidas) renascentes nesses Corpos de Raça.
Quando nasce uma Raça, as formas, animadas por certo grupo de espíritos têm a inerente capacidade de evoluir somente até certo grau. Na Natureza nada pode parar. Quando uma Raça atinge o limite de sua evolução, os Corpos ou formas dessa Raça começam a degenerar, caindo de forma para forma até a Raça extinguir-se.
A razão disso não se encontra longe. Novos Corpos de Raça aparecem flexíveis e plásticos, que proporcionam, aos Egos neles renascentes, grande margem de condições para melhorar esses veículos e, por consequência, eles mesmos progredirem. Os Egos mais avançados nascem nesses Corpos e melhoram-nos o mais que podem. Contudo, sendo esses Egos unicamente aprendizes, não podem evitar que esses veículos se cristalizem lentamente, até chegar ao limite mínimo de eficiência que esse Corpo seja capaz de proporcionar. Então, novas formas são criadas para proporcionar aos Egos de uma nova Raça maior margem de experiência e desenvolvimento. Os Corpos descartados se convertem em habitações de Egos menos avançados, que os aproveitam como degraus do largo caminho do progresso. Desta sorte, os antigos Corpos de uma Raça vão sendo empregados por Egos de crescente inferioridade, e degeneram gradualmente, até que já não haja Egos suficientemente inferiores que possam obter algum proveito do renascimento em tais Corpos. As mulheres se tornam estéreis e os Corpos da Raça morrem.
Podemos facilmente mostrar esse processo por meio de certos exemplos. A Raça teutônica-anglo-saxônica (especialmente o ramo americano) tem um Corpo mais brando e flexível e um Sistema Nervoso mais sensível do que qualquer outra Raça dos tempos atuais. Os indianos e os negros, por terem Corpos muito mais endurecidos e Sistema Nervoso mais rude, são muito menos sensíveis aos ferimentos. Um indiano continua lutando depois de receber ferimentos, cujo choque bastaria para derrubar ou matar um branco, enquanto o indiano se restabelece imediatamente. Os aborígines australianos (Bushmen) são um exemplo palpável da morte de uma Raça, devido à esterilidade, apesar de todos os esforços que o governo britânico vem fazendo para perpetuá-los.
Diz-se que onde entra a Raça branca as outras Raças desaparecem. Os brancos têm sido acusados de terríveis opressões sobre as outras Raças, tendo massacrado multidões de nativos indefesos e desprevenidos, como prova a conduta dos espanhóis com os antigos peruanos e mexicanos, se temos que apontar um entre tantos exemplos. As obrigações resultantes de tais abusos de confiança, de inteligência e de poder serão pagas até o último centavo, por aqueles que neles incorreram. Todavia, ainda que os brancos não tivessem massacrado, escravizado, martirizado e maltratado as antigas Raças, elas desapareceriam, sem bem que mais lentamente. Tal é a Lei da Evolução, a ordem da Natureza. No futuro, quando os Corpos das Raças brancas forem habitados por Egos que atualmente ocupam Corpos das Raças vermelha, negra, amarela ou parda, terão degenerado tanto que também desaparecerão, para serem substituídos por outros e melhores veículos.
A Ciência fala unicamente de evolução. Porém, não considera as linhas de degeneração que, lenta, mas seguramente, estão destruindo os Corpos, levando-os a tal extremo de cristalização que já não podem ser utilizados.
[2] N.T.: A “Queda do Homem”
Ainda sobre a análise do Gênesis, podemos juntar mais algumas palavras sobre “a Queda”, à base do Cristianismo popular. Se não tivesse havido queda não haveria necessidade de “plano de salvação”.
Quando em meados da Época Lemúrica se efetuou a separação dos sexos (na qual trabalharam Jeová e seus Anjos), o Ego começou a agir ligeiramente em seu Corpo Denso, criando órgãos internos. Naquele tempo, o ser humano não tinha plena consciência de vigília, tal como possui hoje, mas com metade da força sexual, construiu o cérebro para expressão de pensamento, na forma já indicada. Estava mais desperto no Mundo Espiritual do que no Físico, mal podia ver seu Corpo e era inconsciente do ato de propagação. A afirmação da Bíblia de que Jeová adormeceu o ser humano, nesse ato é correta. Não havia nem dor nem perturbação alguma relacionada com o parto. Sua obscura consciência do ambiente não o inteirava, ao morrer, da perda do Corpo nem, ao renascer, da entrada noutro Corpo Denso.
Recorde-se: os Espíritos Lucíferos eram uma parte da Humanidade do Período Lunar, os atrasados da Onda de Vida dos Anjos. Eram demasiado avançados para tomarem um Corpo Denso físico, mas necessitando de um “órgão interno” para aquisição de conhecimento podiam trabalhar por meio deum cérebro físico, coisa fora do poder dos Anjos ou de Jeová.
Esses espíritos entraram na coluna espinhal e no cérebro e falaram à mulher, cuja imaginação, conforme já se explicou, tinha sido despertada pelas práticas da Raça Lemúrica. Sendo a consciência predominantemente interna, pictórica, e porque tinham entrado em seu cérebro por meio da medula espinhal serpentina, a mulher viu aqueles espíritos como serpentes.
No preparo da mulher estava incluído assistir e observar as perigosas lutas e feitos dos seres humanos que se exercitavam no desenvolvimento da vontade. Muito frequentemente os Corpos morriam nas lutas.
A mulher se surpreendia ao ver essas coisas tão raras e tinha obscura consciência de que algo estranho acontecia. Embora consciente dos espíritos que perdiam seus Corpos, a imperfeita percepção do Mundo Físico não lhe dava poder para revelar aos amigos que seus Corpos físicos tinham sido destruídos.
Os Espíritos Lucíferos resolveram o problema “abrindo-lhe os olhos”. Fizeram-na ciente dos Corpos, o seu e o do homem, e ensinaram-na como podiam conquistar a morte, criando Corpos novos. A morte não poderia mais dominá-los porque, como Jeová, teriam o poder de criar à vontade.
Assim, Lúcifer abriu os olhos da mulher, e ela, vendo, ajudou o homem a abrir o seu. Desta maneira, de forma real, se bem que obscura, começaram a “conhecer” ou a se perceberem uns aos outros e, também, ao Mundo Físico. Fizeram-se conscientes da morte e da dor, aprendendo a diferenciar o ser humano interno da roupagem que usava e renovava cada vez que era preciso dar um novo passo na evolução. O ser humano deixou de ser um autômato. se converteu num ser que podia pensar livremente, à custa de sua imunidade à dor, às enfermidades e à morte.
Interpretar o comer do fruto como um símbolo do ato gerador não é uma ideia absurda, como demonstra a declaração de Jeová (que não é um capricho, mas a declaração formal das consequências que adviriam do ato): morreriam e a mulher teria seus filhos com dor e sofrimento. Jeová sabia que o ser humano, agora com a atenção fixada em sua roupagem física, perceberia a morte, e que, não tendo ainda sabedoria para refrear as paixões e regular a relação sexual pelas posições dos Astros, o abuso da função produziria o parto com dor.
Para comentadores da Bíblia sempre tem sido um enigma relacionar o comer de uma fruta com o nascimento de uma criança. A solução é bem fácil quando se compreende que o comer a fruta simboliza o ato gerador, ato pelo qual o ser humano se converte em algo “semelhante a Deus”, conhece sua espécie e se capacita para gerar novos seres.
Na última parte da Época Lemúrica, quando o ser humano se arrogou o direito de praticar sem peias o ato gerador, foi sua poderosa vontade que lhe permitiu realizá-lo. “Comendo da árvore do conhecimento” quando quisesse, se capacitou para, livremente, criar um Corpo novo ao perder o antigo veículo.
Geralmente, a morte é considerada algo temível. Se o ser humano também tivesse “comido da árvore da Vida” teria aprendido o segredo de vitalizar perpetuamente seu Corpo, o que teria sido ainda pior. Nossos Corpos atuais não são perfeitos, mas os desses tempos antiquíssimos eram excessivamente primitivos. Por isso, foi bem fundada a medida quando as Hierarquias Criadoras impediram o ser humano de “comer da árvore da vida”, impedindo de renovar o Corpo Vital. Se o tivesse conseguido ter-se-ia feito imortal, mas não poderia mais progredir. A evolução do Ego depende da evolução dos seus veículos. Se não pudesse obter novos e mais perfeitos veículos por meio de sucessivas mortes e renascimentos, ter-se-ia estagnado. É máxima oculta: quanto mais frequentemente morremos, melhor poderemos viver. Cada nascimento proporciona uma nova oportunidade.
Como vimos, o ser humano obteve o conhecimento por via cerebral, com o concomitante egoísmo, à custa do poder de criar sozinho, e a vontade livre à custa da dor e da morte. Quando aprender a empregar a inteligência para o bem da Humanidade, adquirirá poder espiritual sobre a vida, e se guiar-se-á por um conhecimento inato muito superior à atual consciência manifestada por via cerebral, tão superior a esta como a sua consciência de hoje é superior à consciência animal.
A queda na geração foi necessária à construção do cérebro, que é um meio indireto de adquirir conhecimento. Será sucedido pelo contato direto com a Sabedoria da Natureza. Então, sem cooperação alguma, o ser humano poderá utilizar esta Sabedoria na geração de novos Corpos. A laringe falará novamente a “Palavra perdida”, ou “Fiat Criador”, outrora empregada pelos antigos lemurianos sob a direção dos grandes instrutores, para criar vegetais e animais.
Será um criador de verdade e não na forma relativa e convencional do presente. Empregando a palavra apropriada ou a fórmula mágica poderá criar um Corpo novo.
[3] N.T.: CONFERÊNCIA Nº 13 – OS ANJOS COMO FATORES DA EVOLUÇÃO
Quando falamos de evolução, a ideia disso no ocidente é, principalmente, focada no materialismo. Acostumamo-nos a olhar a matéria pelo ponto de vista puramente científico: que o nosso Sistema Solar procede daquilo que, uma vez, foi uma incandescente nebulosa, cujas correntes foram geradas e postas em um movimento a partir de um movimento espontâneo. Essa nebulosa assumiu a forma esférica e lançou de si anéis conforme se contraía. Esses anéis se romperam e formaram, assim, os Planetas que se esfriaram e se solidificaram. Pelo menos um Planeta – nossa Terra – espontaneamente gerou organismos simples que mais tarde, pelo processo evolutivo, se tornaram cada vez mais complexos, elevando-se na escala através dos Radiados (ouriços, estrelas do mar, etc.), depois pelos Moluscos (ostras, mexilhões, etc.) e daí pelos Articulados (caranguejos, lagostas, etc.) até as espécies vertebradas. Após percorrer as quatro classes de vertebrados – Peixes, Répteis, Aves e Mamíferos – esse impulso evolutivo espontâneo alcançou o seu mais elevado estágio no ser humano, que é considerado a fina flor da evolução – a mais elevada inteligência do Cosmos.
O cientista materialista expressará desprezo ou impaciência com tudo aquilo que sugere a existência de um Deus, ou mesmo de qualquer outro agente externo, como totalmente desnecessária para explicar o universo. Em apoio a essa sua posição, ele pega uma vasilha com água e despeja nela um pouco de óleo. A água representa o espaço, e o óleo a nebulosa incandescente. A seguir, ele começa a mexer o óleo, girando-o na vasilha até formar uma “bola” no centro, e essa vai engrossando mais nas bordas, formando um anel, até se desprender desse anel. Isto formará uma esfera menor e revolve sobre a massa central como um Astro em volta do Sol. Então, o cientista pode, triunfalmente, se voltar e indagar com um sorriso compassivo: “Agora, você viu quão natural é isso, como é supérfluo o seu Deus?”
Na verdade, é de causar pasmo a constatação de quão obtusas podem ser as mais brilhantes inteligências quando influenciadas por noções preconcebidas. É de pasmar também que alguém, capaz de idealizar essa excelente demonstração, seja ao mesmo tempo incapaz de ver que ele próprio representa, em sua experiência, o Autor do nosso sistema a quem chamamos Deus, porque a experiência jamais teria sido imaginada, nem o óleo jamais teria sido posto a girar sobre a água, formando algo semelhante a um sistema planetário, não fora o pensamento e a ação atuarem sobre a matéria. Por isso, ao invés de provar a “superficialidade” da existência de Deus, sua demonstração da teoria nebular prova, no sentido mais amplo, a absoluta necessidade de uma Causa Primeira – seja ela chamada Deus ou tenha qualquer outro nome. Percebendo isto foi que Herbert Spencer, o grande pensador do século XIX, rejeitou esta teoria. Contudo, foi por sua vez incapaz de explicar satisfatoriamente a origem do sistema solar independentemente da mesma, que considerou falha. A ciência, pois, embora não queira reconhecê-lo, também apoia a teoria da origem do mundo que requer a ação inteligente de um ser ou seres estranhos à matéria do universo: um Criador ou Criadores.
Propriamente compreendida, essa teoria está em perfeita harmonia com a Bíblia que nos fala de um certo número de diferentes Seres que tomam parte ativa na evolução da Terra e das criaturas que nela vivem. Ouvimos falar de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Tronos, Principados, Poder das Trevas, Poder dos Ares, etc., de modo que a Mente indagadora não pode deixar de perguntar: “Quem são todos eles? que papel desempenharam no passado? e qual o seu trabalho no presente?” Porque a Mente indagadora não pode acreditar que os Anjos sejam seres humanos transformados pela morte em entidades espirituais cujo único prazer e única tarefa consiste em soprar uma trombeta e dedilhar uma harpa, quando na vida terrena eram incapazes até de distinguir uma nota de outra. Tal suposição contraria a razão e está em desacordo com todos os métodos da Natureza, que exige que nos esforcemos para desenvolver nossas faculdades.
Os ensinamentos ocultos – em harmonia com a Bíblia e com as modernas teorias científicas – e que se encontram no Capítulo “Análise Oculta do Gênesis” de “O Conceito Rosacruz do Cosmos” dizem que o corpo que agora é a Terra nem sempre foi tão denso e sólido como no presente, mas que já passou por três Períodos de desenvolvimento antes de chegar ao atual Período Terrestre, e que, “após este, haverá ainda mais outros três antes de completar-se nossa evolução”.
Durante os três Períodos precedentes à nossa atual condição, isto que agora é a Terra, juntamente com o ser humano sobre ela, foram ambos gradativamente solidificados a partir de um sutil estado etéreo até outro de densidade muito maior do que é presentemente. Enquanto a “Involução” – o processo de consolidação – prosseguia, o Espírito que agora é o Ego humano construía um corpo ou um veículo para cada grau de densidade. Trabalhava inconscientemente, mas nisso era ajudado por diferentes Hierarquias espirituais, tais como os Tronos, os Querubins e os Serafins.
Quando o máximo de densidade foi alcançado, o Espírito teve a consciência despertada para si mesmo como um Ego separado no mundo material. Este foi o ponto decisivo para o retorno, pois, uma vez consciente, o Espírito não pode continuar submergindo-se na matéria. Assim, à medida que sua consciência espiritual paulatinamente desponta, ele também aos poucos espiritualiza seus corpos, deles extraindo a alma que é a essência do poder de cada um.
Deste modo, ele se elevará gradativamente das regiões materiais mais densas, juntamente com a Terra, durante o resto do Período Terrestre e nos três Períodos subsequentes.
Nos primórdios da evolução, o tríplice “Espírito Virginal” estava “desnudo” e era inexperiente. Sua Involução implicava na construção de corpos, o que ele conseguiu inconscientemente com a ajuda de poderes superiores. Quando seus corpos foram concluídos e o Espírito tornou-se consciente, então a Evolução teve início. Mas esta exige crescimento anímico, que só pode ser alcançado mediante os esforços individuais do espírito no ser humano, o Ego, que ao final desta fase possuirá poder anímico como fruto de sua peregrinação através da matéria. E será daí uma Inteligência Criadora.
Os Rosacruzes deram aos sete Períodos de desenvolvimento os nomes dos Astros que regem os dias da semana porque, usando o termo em seu sentido mais amplo, tais Períodos são os Sete Dias da Criação. Significam também metamorfoses da Terra, nada tendo a ver com os Astros no céu, exceto que as condições que eles representam aproximam-se das dos Astros de mesmo nome, como segue: 1) Período de Saturno; 2) Período Solar; 3) Período Lunar; 4) Período Terrestre (cuja primeira metade é chamada “Marciana” e a segunda “Mercurial”, segundo o exposto no “Conceito Rosacruz do Cosmos”); 5) Período de Júpiter; 6) Período de Vênus; 7) Período de Vulcano.
Nossa evolução começou na Terra como ela era no quente e escuro Período de Saturno, em que a matéria era constituída de uma substância gasosa extraída da Região do Pensamento Concreto. Ali, o Espírito Divino (que é o mais elevado aspecto do tríplice “Espírito Virginal”, feito à semelhança de Deus) foi despertado pelos Senhores da Chama, também chamados Tronos no esoterismo Cristão, os quais irradiaram de si próprios o germe do pensamento-forma como contraparte material do Espírito Divino. Este pensamento-forma foi mais tarde aperfeiçoado e consolidado na forma do Corpo Denso do ser humano, pelo que o seu mais elevado Espírito e o mais inferior dos seus corpos são frutos do Período de Saturno.
No Período Solar, a Terra alcançou a densidade do Mundo do Desejo, convertendo-se em algo assim como um nevoeiro incandescente de brilhante luminosidade. Então, os Querubins despertaram o segundo aspecto do Espírito Virginal tríplice: o Espírito de Vida. Sua contraparte – o Corpo Vital – nasceu aí como pensamento-forma e foi feito para interpenetrar o Corpo Denso germinal que se tinha consolidado e alcançado a mesma densidade da Terra. Foi, portanto, formado de matéria de desejos.
Ao fim das condições a que chamamos Período Solar, o ser humano possuía um duplo espírito e um duplo corpo.
No Período Lunar, a densidade da Terra aumentou a tal ponto que alcançou o estado de matéria que constitui a chamada Região Etérica. Era então um núcleo ígneo envolto em vapor e recoberto por uma atmosfera de nevoeiro quente ou de gás também vaporoso e quente. Quando a água esquentava pela proximidade com o núcleo ígneo, dele se afastava evaporando-se para o exterior; e quando resfriada pelo contato com o espaço externo, o vapor tornava a descer em direção ao núcleo ígneo.
Dessa substância úmida é que se formou o corpo mais denso dos “homens aquáticos”. O pensamento-forma do Corpo Denso havia se consolidado em um gás úmido; o pensamento-forma do nosso atual Corpo Vital havia descido até o Mundo do Desejo, pois da matéria desse Mundo foi formado, conforme vimos anteriormente. O pensamento-forma do nosso atual Corpo de Desejos foi acrescentado a esse duplo corpo no Período Lunar, tendo sido os Serafins que despertaram aí o terceiro aspecto do Espírito Virginal: o Espírito Humano. Foi então que o Espírito Virginal se tornou um “Ego”, de modo que, ao fim do Período Lunar, o ser humano nascente possuía um Tríplice Espírito e um Tríplice Corpo, a saber:
1) o Espírito Divino e sua contraparte – o Corpo Denso;
2) o Espírito de Vida e sua contraparte – o Corpo Vital;
3) o Espírito Humano e sua contraparte – o Corpo de Desejos.
O Tríplice Corpo é a “sombra” do Tríplice Espírito, lançada na Região do Pensamento Concreto nos três Períodos que precederam o atual Período Terrestre. Desde ali, todos esses pensamentos-forma condensaram-se: 1 grau o Corpo de Desejos, 2 graus o Corpo Vital e 3 graus o Corpo Denso, antes de alcançarem sua presente densidade.
Os Senhores da Chama (Tronos), os Querubins e os Serafins trabalharam para o ser humano voluntariamente e por puro Amor. De uma evolução como a nossa, eles nada podiam aprender. Agora que já se retiraram no atual Período Terrestre, os “Poderes” (Exusiai) do Cristianismo Esotérico – chamados Senhores da Forma pelos Rosacruzes – assumiram um encargo especial, porque este é um Período eminentemente da “Forma” e foi esta Hierarquia espiritual quem deu a todas as coisas suas atuais, definidas e nítidas formas concretas, as quais eram incipientes e indistintas nos Períodos anteriores.
Além das Hierarquias espirituais mencionadas, houve outros que ajudaram, mas vamos ater-nos somente aos seres que alcançaram no desenvolvimento a condição de humanos nos três Períodos precedentes. Esses seres avançaram naturalmente, de modo que os homens do Período de Saturno estão agora três passos à frente dos humanos atuais, sendo conhecidos como “Senhores da Mente”. A humanidade do Período Solar encontra-se dois passos adiante de nós e são chamados “Arcanjos”. E a humanidade do Período Lunar acha-se apenas um passo à nossa frente: são os “Anjos”.
Os Períodos são dias da Criação e, entre cada dois Períodos, há um intervalo de repouso ou atividade subjetiva – uma Noite Cósmica, análoga à noite de sono restaurador que desfrutamos entre um dia e outro de nossa vida terrena. Quando a vida evoluinte emerge do “Caos” na aurora de um novo Período, efetua-se em primeiro lugar uma recapitulação um grau à frente do trabalho realizado nos Períodos anteriores, antes de iniciar-se a obra do novo Período. Assim é alcançado o apogeu da perfeição capaz de ser atingida.
Portanto, a evolução do ser humano sobre a Terra, tal como se acha agora constituída, divide-se em “Épocas”, nas quais ele primeiro recapitula o seu passado, indo depois em frente às condições que prefiguram desenvolvimento e que só alcançarão expressão plena em Períodos futuros.
Na primeira – ou Época Polar – “Adão” ou humanidade – foi formado de “terra”. Atravessava ele aquela fase puramente mineral do Período de Saturno em que possuía somente o Corpo Denso, modelado por ele próprio sob a orientação dos Senhores da Forma. Estava submerso no então escuro e gasoso Astro que acabava de emergir do caos, “sem forma e vazio”, como diz a Bíblia. Pois, do mesmo modo que as framboesas são formadas de pequenas bagas, assim foi a nossa “mãe Terra” formada da multidão de corpos densos parecidos com minerais de todos os reinos, e as correntes de vida que se expressavam como minerais, animais e homens, trabalhavam para libertá-los.
Na segunda – ou Época Hiperbórea – disse Deus: “Haja luz”, e o calor transformou-se em uma nuvem incandescente idêntica àquela do Período Solar. Nessa Época, foi o Corpo Denso do ser humano interpenetrado por um Corpo Vital, ficando a flutuar de um lado para outro sobre a Terra ígnea como uma enorme coisa em forma de saco. O ser humano era então como as plantas porque dispunha dos mesmos veículos que estas possuem agora, enquanto os Anjos o auxiliavam a organizar seu Corpo Vital, conforme continuam fazendo até o presente.
Isso pode parecer uma anomalia, já que os Anjos são a humanidade do Período Lunar, no qual o ser humano obteve seu Corpo de Desejos. Mas não é, porque somente no Período Lunar a Terra evoluinte condensou-se em Éter, tal como o que agora forma a substância de nosso Corpo Vital. A humanidade de então (os atuais Anjos) aprenderam ali a construir seus corpos mais densos de matéria etérea, assim como aprendemos a construir os nossos com matéria sólida, líquida e gasosa da Região Química. E nisso os Anjos tornaram-se peritos, conforme seremos também na construção de nossos corpos densos ao fim do Período Terrestre.
Eles estão, portanto, especialmente preparados para ajudar as outras ondas de vida em funções que digam respeito às importantes expressões do Corpo Vital. Ajudam assim na formação e manutenção das plantas, dos animais e do ser humano, relacionando-se muito de perto com a assimilação, crescimento e propagação desses reinos. Os Anjos anunciaram o nascimento de Isaac ao fiel Abraão, mas foram também os arautos da destruição de Sodoma por abusar-se ali das funções criadoras. O Anjo Gabriel (não Arcanjo, de acordo com a Bíblia) predisse os nascimentos de Jesus e João. Outros Anjos já haviam anunciado os nascimentos de Samuel e Sansão.
Os Anjos atuam particularmente nos corpos vitais dos vegetais porque a corrente de vida que anima esse reino iniciou sua evolução no Período Lunar, quando os Anjos eram humanos e trabalhavam com os vegetais do mesmo modo que agora trabalhamos com os minerais. Há, portanto, uma afinidade especial entre o Anjo e o Espírito-Grupo das plantas. Pode-se assim explicar a enorme assimilação, crescimento e fecundidade das plantas. O ser humano também alcançou enorme estatura na segunda Época – ou Época Hiperbórea – que estava principalmente a cargo dos Anjos. A mesma coisa se dá com a criança em sua segunda Época setenária de vida, porque então os Anjos podem trabalhar mais amplamente sobre ela de maneira que, ao fim dessa Época, aos quatorze anos, a criança alcança a puberdade e torna-se apta a reproduzir sua espécie – também com a ajuda dos Anjos.
A terceira – ou Época Lemúrica – apresentava condições análogas ao Período Lunar, embora mais densas. O núcleo ígneo da Terra ficava ao centro. Envolvendo-o, havia uma fervilhante camada de água em ebulição que, por sua vez, era envolvida na parte mais externa por uma atmosfera vaporosa de “neblina ardente”, pois assim “havia Deus dividido a terra das águas”, segundo o Gênese. Com a umidade mais densa do vapor, podia o ser humano viver em ilhas com crostas sólidas em formação espalhadas num mar de águas ferventes. Sua forma era então completamente firme e sólida, possuía tronco e membros e a cabeça começava a formar-se. O Corpo de Desejos foi acrescentado e aí o ser humano passou ao encargo dos Arcanjos.
Temos aqui outra vez o que se parece com uma anomalia, pois os Arcanjos foram a humanidade do Período Solar, Período em que nasceu o Corpo Vital, quando o ser humano não possuía ainda Corpo de Desejos. A dificuldade, porém, se desvanece quando recordamos que cada veículo nosso é a sombra de um dos aspectos do Espírito, conforme dissemos anteriormente, e que tais veículos não foram dados por essas Hierarquias. Estas simplesmente ajudam o ser humano no aperfeiçoamento de determinado veículo, dada a sua especial aptidão para trabalhar com a matéria dele. Os Arcanjos são educadores do nosso Corpo de Desejos, pois se fizeram peritos na construção e uso de tal veículo quando eram humanos no Período Solar. Neste Período, eles construíram o seu corpo mais denso com “matéria de Desejos”, da mesma forma que agora construímos nosso corpo mais denso com matéria química mineral.
Os Arcanjos são também o principal apoio do Espírito-Grupo animal, porque os atuais animais começaram como minerais no Período Solar. Na Época Lemúrica, o ser humano encontrava-se em idêntica situação à daqueles na Época atual: o Espírito estava fora do corpo que tinha de dirigir, ainda que os corpos de todos já estivessem sido impregnados com o germe da personalidade individual, conforme esclareceremos a seguir. Deste modo, os homens não eram tão fáceis de guiar como os animais do presente, pois o espírito separado de cada um destes ainda está inconsciente. O desejo então predominava, necessitando por isso de uma forte sujeição. Isto foi feito em alguns dos mais dóceis entre a nascente humanidade da Época Lemúrica, sendo que estes, no devido tempo, vieram a ser instrutores dos demais. A grande maioria, contudo, não recebeu tal vantagem.
Na quarta – ou Época Atlante – teve início o verdadeiro trabalho do Período Terrestre. O Tríplice Espírito estava destinado a entrar no Tríplice Corpo e converter-se num Espírito interno para alcançar pleno domínio sobre seus veículos, mas faltava ainda o elo da Mente. Tal elo, nós o devemos aos Senhores da Mente que haviam antes impregnado os corpos com a sensação de personalidade separada. Esta preponderou sobre a primitiva sensação de unidade com o todo, possibilitando a cada um colher experiências individuais de condições semelhantes.
Os Senhores da Mente alcançaram o estado humano no Período de Saturno. Não eram “deuses” vindos de uma evolução anterior como os Querubins e os Serafins. Daí a tradição oriental de os chamar de “A-suras” – “Não-deuses” – e a Bíblia os denominar “Poderes das Trevas”, em parte porque procederam do escuro Período de Saturno e em parte porque os considera como o mal. São Paulo apóstolo fala do nosso dever de lutar contra eles.
São Paulo estava certo, mas é bom compreendermos que não existe nada absolutamente de mal, e que no passado eles foram os benfeitores do gênero humano. O mal não é outra coisa senão o bem mal colocado ou não desenvolvido. Por exemplo: suponhamos um especialista em fabricação de órgãos que construa um, todo especial – sua obra-prima. Neste caso, ele é uma encarnação do bem. Mas se ele leva o órgão até a igreja e, mesmo não sendo músico, insiste em tocá-lo substituindo o organista, então ele representa o mal.
Quando os Senhores da Mente eram humanos no Período de Saturno e a Terra era constituída de substância da Região do Pensamento Concreto, aí começamos nossa evolução como minerais. Então, os Senhores da Mente aprenderam a construir seus corpos mais densos com esses minerais, do mesmo modo que agora construímos nossos corpos dos presentes minerais. Assim, especializaram-se no uso dessa “matéria mental”, estabelecendo também, portanto, uma relação extraordinariamente íntima conosco.
Chegado o tempo em que o Tríplice Corpo estava pronto para que o Espírito nele habitasse, o ser humano precisou da Mente para servir como elo entre o Espírito e o corpo. Mas isto os deuses não lhe podiam dar. Era demasiado para eles. Os Arcanjos e os Anjos ainda não podiam criar, mas os Senhores da Mente já haviam alcançado o terceiro Período além daquele em que tinham sido humanos, tornando-se, pois, Inteligências Criadoras. Assim, puderam naturalmente preencher a lacuna irradiando de si a substância de que está formada a nossa Mente.
Procedendo de tal forma, nossa Mente tinha de ser, como é de fato, naturalmente separatista e inclinada a ressentir-se da autoridade. Devia ser o instrumento do infante Espírito no governo do Tríplice Corpo e um freio ao desejo imoderado. Contudo, ela veio acrescentar ao desejo a poderosa astúcia, depois paixão e malvadez, sendo por si mesma mais difícil de domar que um potro selvagem. À Mente, agrada mais dominar o inferior do que obedecer ao superior. Por conseguinte, a paixão e a perversidade predominaram na Época Atlante. A raça degenerou e então tornou-se imperiosa a criação de outra e sob diferentes condições.
Entretanto, a atmosfera quente e vaporosa da Lemúria havia-se esfriado e condensado, convertendo-se em espesso nevoeiro na Época Atlante. Ali viveram os “niebelungen” (“filhos da névoa”) das velhas lendas, que foram os atlantes. Então, Deus ordenou que “as águas se juntassem em um lugar e que aparecesse a terra seca”. A névoa condensou-se gradualmente, caindo em torrentes e inundando os vales da Atlântida. A raça perversa pereceu, com exceção de uns poucos, conhecidos depois como “o povo eleito”, e escolhidos para serem o núcleo da atual raça ariana e herdarem a terra prometida: a Terra como é agora constituída. Estes poucos foram salvos conforme relatado diversamente nas histórias de Noé e Moisés, este tirando o povo de Deus do Egito (Atlântida) e guiando-o através do Mar Vermelho (o dilúvio ou inundação atlântica), onde o Faraó (o malvado rei atlante) pereceu com todos os seus seguidores.
As Hierarquias espirituais têm sido seriamente embaraçadas em seus esforços para ajudar o ser humano desde a Época em que este recebeu a luz da razão e se lhe abriu o entendimento, porque então tinha de lidar com assuntos dos quais não possuía o menor conhecimento, como por exemplo a propagação da espécie. Por ignorar as Leis Cósmicas que a regiam, o parto tornou-se doloroso e a morte converteu-se na experiência mais frequente e desagradável. Severas medidas impuseram-se, portanto, para controlar a natureza inferior. Isto foi feito por Jeová, o mais alto Iniciado do Período Lunar e regente dos Anjos, auxiliado nessa tarefa pelos Arcanjos, que são os Espíritos de Raça (Dn 12:1).
Jeová ajudou o ser humano a controlar a Mente e a dominar o Corpo de Desejos impondo leis e decretando castigos para as transgressões. O temor de Deus opôs-se então aos desejos da carne, e assim foi o pecado manifestado ao mundo.
Os Arcanjos, como Espíritos de Raça, lutavam a favor ou contra uma nação por intermédio de outra para castigar aquela em que houvesse pecado (Dn 10:20).
Eram os Anjos que faziam vicejar ou secar os trigais e vinhedos; os que aumentavam ou diminuíam os rebanhos; os que multiplicavam ou reduziam a família, conforme fosse necessário recompensar ou punir o ser humano por sua obediência ou transgressão às leis do Chefe dos Espíritos de Raça – Jeová. Sob o reinado deste, todas as religiões de raça – Confucionismo, Taoísmo, Budismo, Judaísmo, etc. – floresceram e atuaram no Corpo de Desejos como Religiões do Espírito Santo. Jeová ajudou o ser humano a dominar o Corpo de Desejos porque este foi obtido no Período Lunar.
Mas a Lei conduz ao pecado, pois é separatista. Além disso, o ser humano deve aprender a agir bem independentemente do medo. Portanto, Cristo, o mais alto Iniciado do Período Solar, veio para ensinar a Religião do Filho, que atua sobre o Corpo Vital, obtido no Período Solar. Ele ensinou que o Amor é superior à Lei. O amor perfeito lança fora o temor e liberta a humanidade do racismo, da casta e do nacionalismo, conduzindo-o à Fraternidade Universal, que será um fato quando o cristianismo for vivenciado.
Quando o cristianismo haja espiritualizado plenamente o Corpo Vital, um passo ainda mais elevado será dado com a Religião do Pai, o qual, como o mais alto Iniciado do Período de Saturno, ajudará o ser humano a espiritualizar o corpo que obteve nesse Período: o Corpo Denso. Então, até a Fraternidade Universal será superada. Não haverá mais eu ou tu, porque todos serão conscientemente “Um” em Deus, e o ser humano terá sido emancipado da tutela dos Anjos, dos Arcanjos e dos Poderes ainda maiores.
[4] N.T: Lúcifer: Tentador ou Benfeitor
Ao olharmos o mundo ao nosso redor, constatamos que não há fato mais evidente do que aquele expresso pelo poeta hebreu: “Poucos são os dias do homem, e plenos de desgraça”. E perguntamo-nos, naturalmente: “Por que deve ser assim?”
O teólogo afirma que Deus decretou que sofrêssemos porque nossos primeiros pais pecaram ao serem tentados pelo diabo. E procura justificar Deus nesta frase burlesca: “Na queda de Adão, todos pecamos.” Mas por que o comer-se uma maçã, como causa, deve merecer o castigo do parto doloroso como efeito? Isto tem sido sempre um enigma difícil para os comentaristas da Bíblia. E como poderia um Deus sábio e amoroso decretar tanta miséria sobre toda a raça humana só pela tão irrelevante falta de um casal? Isto é tão difícil de entender que justifica até certo ponto a Robert Ingersoll quando exclamou: “Um Deus honesto é a obra mais nobre do homem!”
Semelhante anomalia nasce naturalmente da falta de conhecimentos ocultos e da consequente interpretação materialista dessa mina de informação esotérica que é a Bíblia.
Para conseguirmos um esclarecimento verdadeiro no que tange à dor e à tristeza, devemos, de início, basear-nos na informação puramente oculta, procurando ver então que luz lança a Bíblia sobre a mesma.
Recordemos que quatro grandes Épocas ou Idades precederam a nossa presente Época Ária: a Polar, a Hiperbórea, a Lemúrica e a Atlante.
Na Época Polar, o homem dispunha apenas de um Corpo Denso precariamente organizado. Daí que estivesse inconsciente e imóvel como os minerais que agora são assim constituídos. Na Época Hiperbórea, seu Corpo Denso foi envolvido por um Corpo Vital, ficando o Espírito “flutuando” fora. Os efeitos de tal natureza podem ser constatados pelo exame dos vegetais que, no presente, são analogamente constituídos.
Neles, podemos ver a repetição permanente, a formação de talos e folhas em sucessão alternada que prolongar-se-iam infinitamente caso não houvesse outra influência. Mas, como a planta não tem um Corpo de Desejos separado, o Corpo de Desejos da Terra, o Mundo do Desejo, endurece o vegetal e impede em determinado ponto o seu excessivo crescimento para cima. A força criadora, impedida de expressar-se no fazer a planta crescer mais ainda, busca outra saída: forma as flores nessa planta e encaixa-se na semente, de forma que possa crescer de novo em outra planta.
Na Época Hiperbórea, em que o homem se encontrava em condições idênticas, seu Corpo Vital fazia-o crescer a gigantescos tamanhos. Agindo sobre ele, o Mundo do Desejo levava-o a expelir sementes parecidas com esporos, das quais outro Ego humano apoderava-se ou eram utilizados pelos Espíritos da Natureza na construção de corpos para os animais que começavam a emergir do Caos (a onda de vida mais avançada começa primeiro, no início de um período, e retorna por último ao Caos: as ondas de vida que se seguem – animal, vegetal e mineral – começam mais tarde e retornam mais cedo).
Portanto, na Época Hiperbórea, quando o homem era constituído identicamente aos vegetais, seu Corpo Vital formou vértebra sobre vértebra e teria continuado a formá-las caso um Corpo de Desejos individual não houvesse sido dado na Época Lemúrica. Este corpo começou a endurecer a estrutura e a restringir a tendência a um maior crescimento. Como resultado, o crânio, a flor que se encontra na ponta do caule (da coluna vertebral), estava incipientemente formado.
Contrariada em seus esforços para construir uma forma maior, tornou-se necessária à força criadora no Corpo Vital buscar uma nova saída pela qual pudesse continuar a crescer em outro ser humano. O homem então tornou-se hermafrodita, capaz de gerar sozinho um novo corpo.
A planta não tem Corpo de Desejos individual, daí não sentir paixão. Apenas estende seu órgão criador – a flor – casta e inocentemente em direção ao Sol, uma das coisas mais belas e encantadoras que existem.
No ser humano, o Corpo de Desejos individual deve necessariamente produzir a paixão e o desejo, a menos que seja subjugado de algum modo. Por conseguinte, o ser humano, tanto figurada quanto literalmente, é o inverso da casta planta, pois é apaixonado, tem órgãos criadores voltados para a Terra e deles se envergonha. A planta toma seu alimento por baixo, pela raiz; o ser humano se alimenta por cima, pela cabeça. O ser humano inala o vivificante oxigênio e exala o deletério dióxido de carbono. Este é absorvido pela planta que lhe extrai o veneno e devolve ao ser humano o princípio vitalizante.
Com a finalidade de controlar a paixão e prevenir o abuso da função criadora, diversas medidas foram tomadas pelos Líderes encarregados da Evolução.
Esta criatura semianimal de meados da Época Lemúrica, embora horrenda em seu aspecto, era, no entanto, um diamante bruto, destinada a tornar-se mais tarde o instrumento perfeito e o formoso templo de um Espírito interno. Para isto, era preciso um mecanismo de controle, um cérebro, e um segundo sistema nervoso, capazes ambos de serem comandados pela Vontade, que era a força do morador em perspectiva, o Ego.
O total da força criadora podia ter sido usado com esse propósito, mas, como o uso de qualquer ferramenta causa o seu desgaste, um plano para substituir o instrumento gasto quando abandonado pelo Espírito, na morte, foi também idealizado, e assim a força criadora em cada ser humano foi dividida: metade continuou fluindo para cima, como antes, para construir um cérebro e uma laringe, através dos quais o Espírito pode controlar seus instrumentos e expressar-se em pensamentos e palavras; e a outra metade foi impelida para baixo, aos órgãos criadores, para reprodução.
Este arranjo valeu mais para prevenir os abusos, já que tornou mais difícil a geração. Antes da separação dos sexos, cada um podia gerar sem ajuda. Depois da divisão, fez-se necessário a cada um procurar a cooperação de outrem que possuísse a metade oposta da força sexual necessária à reprodução.
A mudança de voz dos rapazes na puberdade mostra a relação que existe entre os órgãos criadores e a laringe. Uma vez que metade da força sexual constrói o cérebro, aquele que se super-excede no uso do sexo converte-se em idiota. Por outro lado, o pensador profundo, particularmente o espiritualista, sente pouca ou nenhuma inclinação para o coito, já que emprega a maior parte de sua energia criadora no cérebro.
Apenas os Anjos trabalharam com o homem na Época Hiperbórea, quando este dispunha somente do Corpo Denso e do Corpo Vital, mas, na Época Lemúrica, – quando o Corpo de Desejos lhe foi acrescentado – os Arcanjos também começaram a participar do trabalho, ajudando o infante Espírito humano a controlar seus futuros veículos. Assim, pois, neutralizaram eles o Corpo de Desejos de tal modo que o mesmo só se tornava sexualmente ativo em determinadas épocas do ano. Na última parte da Época Lemúrica e princípio da Época Atlante, o cérebro e o sistema cérebro-espinhal haviam evoluído o suficiente para permitir que o elo da Mente fosse estabelecido. Então, o Ego começou a penetrar aos poucos em seus corpos, tornando-se assim um espírito interno em meados da Época Atlante, plenamente consciente de seu ambiente externo. Antes que a entrada nos corpos fosse completada – especialmente na última parte da Época Lemúrica – a consciência do homem estava voltada para dentro, sendo ele mais consciente do mundo espiritual. Nascimento e morte eram, portanto, inexistentes para, do mesmo modo que o brotar, secar e cair de uma folha não existe para a planta. Sua consciência permanecia continuamente nos mundos internos quer tivesse ou não um corpo, pois era inconsciente deste, embora utilizando-o por completo, à semelhança do que ocorre no uso de nosso estômago e pulmões, isto é, utilizamo-los inconscientemente.
Nas aludidas épocas do ano, os Arcanjos suspendiam sua influência restritiva sobre os Corpos de Desejos. Então, os Anjos conduziam os seres humanos a grandes templos, onde o ato gerador era realizado nos momentos estelares mais propícios. As viagens de lua-de-mel de nossos dias são reminiscências atávicas daquelas migrações com propósitos geradores e mostram a relação que tinham com os corpos celestiais pela denominação “lua-de-mel”.
Quando a propagação havia sido efetuada, o Corpo de Desejos era novamente neutralizado. Em consequência, o parto era totalmente indolor, conforme se dá atualmente com os animais, que se encontram em idênticas condições.
Esse era um estado livre de cuidados, mas o homem era extremamente limitado em sua consciência, sendo guiado e controlado independentemente de sua vontade por agentes externos. Se tais condições houvessem prevalecido, o homem continuaria sendo um autômato guiado por Deus. Nunca poderia tornar-se uma Inteligência Criadora autoconsciente – conforme está destinado a ser – até que afastasse toda sujeição e atuasse em sua própria salvação.
Por conseguinte, exaltados Guias de uma evolução mais avançada foram enviados para instruir o homem e despertá-lo para conhecer o mundo externo ou material. Drásticas medidas impuseram-se, então, naturalmente, e por seguidas eras. Os meninos eram exercitados no desenvolvimento da Vontade, que era a contraparte espiritual de sua força criadora positiva. Faziam-nos carregar pesados fardos, ensinando-os a fortalecerem os braços pela vontade. Os rapazes eram obrigados a se enfrentarem em lutais brutais; seus membros eram estropiados; seus corpos eram queimados ou empalados, etc., num esforço para despertar o Ego à consciência do Corpo Denso e do mundo externo.
As mulheres eram conduzidas às imensas florestas em formação que vicejavam luxuriantes no solo úmido e quente. Eram expostas à fúria das tempestades e furacões que assolavam a Terra na Época Lemúrica e levadas a contemplar as erupções vulcânicas, o que produzia imagens ante sua visão interna. Faziam-nas presenciar também lutas ferozes entre os homens com o objetivo de despertar-lhes a Imaginação.
Imaginação é o polo espiritual negativo da força criadora, que reflete na consciência interna as cenas do mundo externo como se fossem sonhos. Deste modo, as mulheres foram as primeiras a dar-se conta da existência do Mundo Físico e do Corpo Denso, pelo que começaram a pregar o evangelho do corpo do homem, a quem falaram daquela obscura percepção inicial da existência física.
Em nossos dias, aqueles que começaram a sentir a alma e por isso tentam pregar o evangelho do mundo espiritual onde o Espírito vive, geralmente encontram a barreira da incredulidade e do ridículo, tal como aconteceu às mulheres lemúricas quando tentaram convencer seus contemporâneos de que tinham um Corpo Denso.
Entre as observações feitas por essas videntes, estava o fato de que às vezes o homem perdia o seu corpo, o qual se desintegrava. Elas podiam continuar a vê-lo no mundo espiritual conforme o viam antes, mas como ele se havia ido da existência material, isso as deixava confusas.
Dos Anjos, nenhuma informação elas podiam obter, pois, ainda que estes atuassem sobre o Corpo Denso, não o faziam diretamente, mas usavam o Corpo Vital como transmissor, não se podendo fazer entender por um ser que raciocinasse cerebralmente. Os Anjos conseguiram o conhecimento sem precisar utilizar o raciocínio, pois externaram todo o seu amor em seu trabalho, recebendo em troca torrentes de Sabedoria Cósmica. O ser humano também cria pelo amor, embora seu amor seja egoísta. Ele ama porque deseja. A cooperação na propagação é um exemplo, porque nisso ela participa somente com a metade da força criadora. A outra metade é conservada egoisticamente para manter seu próprio órgão pensante – o cérebro – e utiliza-se dessa metade também egoisticamente para pensar, porque deseja conhecimento. Daí, ele precisar esforçar-se e raciocinar para obter sabedoria. No devido tempo, porém, ele alcançará um estado muito superior ao dos Anjos e Arcanjos. Então, haverá ultrapassado a necessidade dos órgãos criadores inferiores: criará por meio da laringe, podendo “fazer do verbo carne”.
Naquela fase, a mulher também não podia raciocinar, pois, tendo sido a Mente dada pelos Poderes das Trevas, era naturalmente obscura. De forma que, antes de poder ser utilizada para correlacionar fatos, precisava ser iluminada. Somente depois de ter isso acontecido, pôde o homem lançar a “Luz da Razão” sobre os seus problemas.
É aqui que pela primeira vez ouvimos falar de “Lúcifer” – o “Portador de Luz” – que falou à mulher e ajudou-a a solucionar o enigma, indicando-lhe como, com a cooperação do homem, poderia ela exercer a função criadora independentemente dos Anjos, de modo a prover de novo corpos àqueles que os tivessem perdido, escapando dessa maneira à morte.
Ele pergunta se Deus os havia proibido de comer os frutos das árvores. É-lhe dito, então, que haviam sido proibidos de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal sob pena de morrerem.
Que a árvore do conhecimento é uma expressão simbólica da função geradora, torna-se evidente quando recordamos quão limitada era a consciência humana naquela época. O homem não conhecia ou não se dava conta de nada fora de si mesmo; seus olhos ainda não haviam sido abertos; sua consciência era interna, como a consciência pictórica dos nossos sonhos, exceto em que não era confusa. Mas achava-se tão alheio ao mundo e aos seres externos, como em nossos dias estamos do mundo espiritual, salvo nas ocasiões em que era conduzido aos templos e posto em íntimo contato sexual com outro ser humano. Então, por um momento, o Espírito rompia o véu da carne e homem e mulher se conheciam um ao outro em Corpo Denso. Para o Iniciado, a Bíblia registra isso de maneira maravilhosamente iluminadora quando usa a mesma expressão em muitas passagens, tais como: “Adão conheceu sua mulher”, e na pergunta de Maria: “Como poderei conceber, visto que não conheço homem? As dores do parto são, pela lógica, mais uma penalidade pela violação de uma regra de relação sexual do que um castigo por se haver comido uma maçã.
A serpente disse à mulher: “É certo que não morrereis, porque Deus sabe que no dia em que dela comerdes abrir-se-vos-ão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal “. Este último era ainda desconhecido para o homem.
Seguindo o conselho, a mulher obteve a cooperação do homem e, mediante a força de vontade, libertaram seus corpos de desejos. Esta faculdade era então muito mais poderosa que agora, porque é lei que toda nova faculdade sempre é adquirida à custa do enfraquecimento de outro poder anterior, como quando se adquiriu a faculdade de pensar ao preço da metade da força criadora. A força de vontade do homem era tal que a preocupação de Deus “receando que o homem comesse também da árvore da vida e se tornasse imortal” estava plenamente justificada, pois, tivesse ele se apoderado do segredo para renovar o Corpo Vital e o denso, teria sido capaz de criar um corpo e vitalizá-lo para sempre. Então, a morte não teria verdadeiramente existido, mas tampouco teria havido qualquer evolução. E, como o homem então não sabia – e não sabe até agora – construir um corpo perfeito, a posse daquele segredo teria sido, com efeito, a maior de todas as calamidades. A morte não é uma desgraça, mas um amigo, quando chega naturalmente, porque liberta-nos de um ambiente cujo proveito já haurimos e de um corpo que já nos tolhe. Isto para que possamos ter outra oportunidade de aprender novas lições em novo e melhor corpo.
O uso desenfreado da função sexual resultou em fazer o homem cada vez mais consciente do seu corpo. “Seus olhos foram abertos” e sua atenção focalizou-se mais e mais no Mundo Físico até que, gradativamente, todos se esqueceram dos mundos superiores, chegando muitos a descrer de que o homem habita um espírito imortal. A morte do corpo converteu-se para eles em uma coisa terrível, uma tremenda calamidade, a despeito de todas as afirmações em contrário, pois acreditavam na aniquilação total. Assim, ainda que a palavra de Lúcifer fosse verdadeira quanto à criação de um novo corpo, a palavra do Anjo o fora ainda mais, porque de fato a morte não existiu até o homem haver perdido sua consciência dos mundos superiores.
Quanto ao anátema: “Em dores darás à luz teus filhos”, não se trata absolutamente de uma maldição. A frase bíblica é apenas o enunciado dos efeitos que inevitavelmente resultariam do abuso ou uso ignorante da função criadora.
Enquanto essa se realizava sob a sábia orientação dos Anjos, em certas épocas do ano em que as forças cósmicas entre os planetas eram mais favoráveis, o parto efetuava-se sem dor, mas, como o homem era e é ignorante desses fatores, a transgressão às suas regras resultou em dor.
Por conseguinte, o cérebro e o órgão vocal foram adquiridos ao custo da metade da força criadora. A emancipação da guia dos Anjos, o poder de iniciativa na ação para a escolha do bem ou do mal, e a consciência do mundo material, isso tudo é nosso ao preço da tristeza, da dor e da morte.
Mas todas as coisas no mundo trabalham para o bem no reino de Deus. Mesmo aquilo que é mal transmuta-se, por meio de sutilíssima alquimia espiritual, em trampolim para um bem maior.
Tendo sido exilado do Jardim do Éden – a Região Etérea – por ter aprendido a conhecer o mundo material mediante repetidos abusos sexuais que focalizaram sua atenção aqui, o homem começou a ter seu Corpo Denso endurecido por esse crescente uso do Corpo de Desejos. Então, precisou de alimento e abrigo. Deste modo, impunha-se a habilidade física, a destreza, para que seu corpo fosse sustentado. A fome e o frio, portanto, foram os látegos do mal que despertaram essa habilidade, pois forçaram o homem a pensar e agir no sentido de prover suas próprias necessidades. E assim, gradativamente, ele aprendeu a ser prudente. Aprendeu a acumular para essas contingências antes mesmo que elas surgissem, porque os tormentos da fome e do frio já o haviam ensinado a prevenir-se. Assim é que a sabedoria é sofrimento cristalizado. Quando podemos serenamente contemplar os sofrimentos nossos que ficaram para trás, extraindo deles as lições que trouxeram, então eles se convertem em fontes de sabedoria e de futuros regozijos, porque através deles é que aprendemos o conhecimento aplicado, a única salvação. Isto pode parecer uma asserção indelicada e duvidosa, mas, se experimentarmos meditar sobre o assunto, concluiremos que ela é tão absolutamente verdadeira e possível de demonstrar como dois e dois são quatro.
Sobre a pergunta: “Quem são esses Lucíferes?” (pois, embora a Bíblia pareça referir-se a uma pessoa apenas, é um erro considerarmos essa singularidade; o mesmo se dá com referência a Deus no singular, no primeiro capítulo do Gênese), esta classe de Seres pertence a uma onda de vida que alcançou um estado evolutivo muito superior ao de nossa humanidade no Período Lunar, mas que ficou um pouco aquém do desenvolvimento alcançado pelos Anjos. Os Lucíferes são semideuses, mas não puderam possuir um Corpo Denso como o homem, nem puderam adquirir experiências, conforme acontece com os Anjos. Precisavam para isso de um cérebro e de uma medula espinhal. Portanto, quando o homem havia construído tais instrumentos, foi para proveito deles que o instigaram a usá-los sem demora.
Naquela época, a incipiente consciência do homem estava voltada para dentro. Por isso, ele via seus órgãos internos e os construía com a mesma força que agora se exterioriza para construir casas, navios, etc., e os músculos externos de seu corpo. Deste modo, a mulher, que estava mais avançada em tal direção em virtude de ter exercitado sua Imaginação, viu a inteligência encarnada em sua medula espinhal serpentina, de maneira que, num estado posterior, quando o homem recordou essa experiência, a serpente pareceu-lhe a semelhança mais próxima daquilo que desejava exprimir a respeito.
Esta ideia transparece por toda a Bíblia. No Capítulo XIV do livro do profeta Isaías, ele é chamado Lúcifer (a “estrela da manhã”), rei de Babel-On (a “porta do Sol”), cidade situada sobre sete colinas, com domínio sobre o Mundo.
A humanidade deixou então de agir uniformemente, dividindo-se em diversas nações guerreiras. Isto foi a geratriz de todos os males imagináveis, e que a Revelação denomina “Rameira” ao descrever sua queda.
Como suprema antítese, ouvimos falar de uma outra “Luz do Mundo”, de outra “luminosa estrela da manhã”, de uma luz verdadeira (Cristo) que se erguerá após a queda da Babilônia e reinará para sempre na cidade da paz – Jer-u-salem – também chamada “Noiva”. Esta descerá dos céus e terá doze portais que nunca se fecharão, embora a preciosa árvore da vida esteja lá dentro. Iluminação externa não existe, pois nela toda a luz está dentro, e a noite não existe.
Essa cidade é verdadeiramente maravilhosa, e a maior antítese da outra, jamais imaginável. Mas o que significam essas duas cidades, já que uma interpretação literal para ambas está fora de cogitação? Admitindo-se que a Babilônia tenha existido, tal cidade não era literalmente conforme a descreveram. Por outro lado, a futura “Nova Jerusalém” é contrária a todas as leis conhecidas da natureza. Estas duas cidades devem, portanto, ser apenas simbólicas.
A fim de decifrarmos seu significado, consideremos as duas cidades situadas no alto de sete colinas ou montes, posição que oferece uma especial vantagem à observação. Moisés foi à “montanha” e “viu” e “ouviu”, o mesmo acontecendo àqueles que subiram ao “monte” da transfiguração. Daniel compara a Babilônia à cabeça da estátua que Nabucodonosor viu em sonhos. E na cabeça humana existem sete pontos de observação: dois olhos, dois ouvidos, dois orifícios nasais e uma boca. Sobre estes, situa-se o cérebro, de onde o “dador de Luz” – a razão – governa o pequeno mundo, o microcosmo, assim como o Grande dador de Luz – Deus – governa o macrocosmo.
A razão é produto do egoísmo, pois é gerada pela Mente dada pelos “Poderes das Trevas” em um cérebro construído pela metade da força sexual egoisticamente acumulada, e que foi estimulada pelos egoístas Lucíferes. Por conseguinte, ela é a “semente da serpente” e, embora possa ser convertida em sabedoria mediante a dor e a tristeza, deve, contudo, dar lugar a algo superior: a intuição, que significa “ensino que provém de dentro”. Sendo uma faculdade espiritual, a intuição faz-se presente de modo equitativo em todos os Espíritos – quer estejam estes funcionando num corpo masculino, quer num corpo feminino – muito embora manifeste-se mais enfaticamente nos Egos encarnados em organismos femininos, pois nestes a contraparte do Espírito de Vida (o Corpo Vital) é masculina ou positiva. Sendo, pois, uma faculdade do Espírito de Vida, a intuição pode apropriadamente ser chamada “semente da mulher”, de onde emanam todas as tendências altruísticas e, mediante as quais, todas as nações do mundo, lenta, mas seguramente, agrupar-se-ão até formarem uma Fraternidade Universal de amor sem preconceito de raça, sexo ou cor.
Nosso cérebro, entretanto, não é um todo homogêneo. Divide-se em duas metades, e, de acordo com os fisiologistas, a grande maioria das pessoas utiliza-se principalmente de apenas um desses hemisférios cerebrais: o esquerdo. O outro hemisfério, o direito, é ativo só parcialmente. O coração também se situa no lado esquerdo do nosso corpo, mas começa a dirigir-se para o lado “direito”. O cérebro “direito” tornar-se-á cada vez mais ativo de modo que, em consequência destas duas alterações fisiológicas, o caráter do homem será completamente modificado. O lado esquerdo está sob o domínio dos Lucíferes e entregue ao egoísmo, mas o Ego terá, por sua vez, crescente domínio sobre ele à medida que o lado direito do cérebro vá conquistando o poder de atuar sobre o corpo inteiro como “critério reto”.
Que esteja havendo uma mudança no coração que faz dele uma anomalia, um enigma, não é novidade para os fisiologistas. Temos duas grandes classes de músculos. Uma delas está sob o controle da vontade, como por exemplo os músculos dos braços e das mãos. Estes são estriados em dois sentidos: longitudinal e transversal. Os músculos involuntários que respondem pelas funções que estão fora do alcance da vontade e que não podem ser acionados pelo desejo são estriados apenas no sentido longitudinal. Mas, destes, o coração é a única exceção. Ele não está sob o domínio do desejo, contudo começa a mostrar estrias transversais como um músculo voluntário.
No devido tempo, essas estrias transversais ter-se-ão desenvolvido plenamente, e o coração estará sob o nosso controle. Então seremos capazes de dirigir a corrente sanguínea para onde queiramos fazê-lo. Poderemos ainda limitar o suprimento normal do sangue para o hemisfério cerebral esquerdo, provocando, desta maneira, a queda de Babilônia, a cidade de Lúcifer.
Quando o sangue puder ser enviado para o hemisfério cerebral direito, estaremos construindo a Nova Jerusalém. Por enquanto, preparamo-nos para aquela era, construindo as estrias transversais no coração por meio de ideais altruísticos ou, no caso do discípulo, enviando para lá as correntes sexuais através do caminho da direita do coração.
Recordemos que os Querubins despertaram o Espírito de Vida – a fonte do amor divino – cuja contraparte é o Corpo Vital, o meio de propagação, e que, quando o homem foi expulso da Região Etérea com suas quatro camadas de éter, o Jardim do Éden, por ter usado indevidamente a força sexual, um Querubim postou-se à sua entrada empunhando uma espada flamejante. O uso apropriado da força sexual constrói um órgão que dará ao homem a chave dos Mundos internos e o ajudará a criar por meio do pensamento. Então, a tristeza e a dor não mais existirão e ele terá entrado na senda que conduz à Cidade da Paz – Jer-u-salem.
A Lemúrica sucumbiu pelo fogo, em meio a terríveis cataclismas vulcânicos, surgindo em seu lugar a Atlântida. No devido tempo, esta foi sepultada sob as águas, dando lugar à Ariana – a Terra como a vemos na atual Época Ária – e que logo passará. As Salamandras começam a avivar o fogo na forja, a fim de que se façam “um novo Céu e uma nova Terra” a que as Escolas de Mistério do Ocidente chamam de “Nova Galileia”.
Nas duas primeiras épocas, o homem desenvolveu um Corpo e o vitalizou; na Época Lemúrica, desenvolveu o Desejo; a época Atlante produziu a Habilidade; e o fruto da Época Ária é a Razão.
Na Nova Galileia, a humanidade terá um corpo muito mais delicado e etéreo que agora, a Terra também será transparente e, como resultado, esses corpos responderão mais facilmente aos impactos espirituais da Intuição. Tais corpos não conhecerão o cansaço, daí não precisarem das noites para repouso, as quais também não existirão. Os doze nervos cranianos, que são os portais para o trono da consciência, nunca estarão fechados. Além disso, a Nova Galileia será formada de éter luminoso e transmitirá luz solar. Essa será uma terra de paz (Jer-u-salem), pois a Fraternidade Universal unirá todos os seres de toda a Terra no Amor. A morte não poderá existir porque a árvore da vida – a faculdade de gerar energia vital – será possibilitada através do já referido órgão etéreo da cabeça, o qual estará aperfeiçoado naqueles que desde agora estão sendo escolhidos para serem os precursores da humanidade nessa Era vindoura.
Fala-se dessa raça futura como sendo a “Raça de Cristo”. Entenda-se, porém, que tal denominação não se deve ao Cristo externo, mas sim porque a humanidade de então terá desenvolvido o princípio Crístico dentro de si, agindo somente pelos ditames do espírito através da Intuição, de modo que tudo o que fizer será feito por Amor. Somente por tal progresso individual pode a salvação da Raça ser efetuada, pois, conforme Angelus Silesius:
“Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém,
Se não nascer dentro de ti, tua alma ficará perdida.
Em vão olharás a Cruz do Gólgota
A menos que dentro de ti Ela seja novamente erguida.”
[5] N.T.: Jo 14:12
[6] N.T.: Ao mencionar o nome de Fausto, a maioria da gente culta pensa na adaptação teatral desta ópera, feita por Gounod. Alguns admiram a música, mas o argumento não parece impressionar ninguém, de modo particular. Tal como se apresenta nesta ópera, a história parece ser demasiadamente comum: um homem sensual atraiçoa uma donzela ingênua e abandona-a, depois, para que expie sua loucura e sofra o resultado do seu excesso de confiança. A magia e bruxaria de algumas cenas da obra são consideradas, pela maioria das pessoas, como fantasias de um autor, aí introduzidas para dar às ações sórdidas mais vigor e interesse. Quando Fausto é levado por Mefistófeles aos infernos e Margarida sobe ao céu nas asas angelicais, no final, as pessoas imaginam que esta é a moral que convém para concluir dignamente a obra. Todavia, pouca gente sabe que a ópera de Gounod está baseada no drama de Goethe (um poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, dividido em duas partes. Está redigido como uma peça de teatro com diálogos rimados, pensado mais para ser lido que para ser encenado. É considerado uma das grandes obras-primas da literatura alemã.). Os que estudaram esse drama, forma dele uma ideia muito diferente da que o argumento da ópera sugere. Somente os poucos místicos iluminados veem na obra de Goethe a mão inequívoca de um companheiro Iniciado e iluminado e reconhecem, perfeitamente, a grande significação cósmica da obra. É preciso compreender, claramente, que a história de Fausto é um mito, tão antigo como a Humanidade. Goethe apresentou-o numa forma mística apropriada, esclarecendo um dos mais antigos problemas da atualidade: a relação e a luta entre a Maçonaria e o Catolicismo, já examinada, sob outro ponto de vista, num livro anteriormente publicado “A Maçonaria e o Catolicismo-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz”.
[7] N.T.: do livro: “Whatever is, is best: A collection of poems” de Ella Wheeler Wilcox, cuja frase: “Não, o que quer que seja, é o melhor”, foi dita por Theophilus Lindsey, teólogo e clérigo unitário inglês (3 de novembro de 1808), a um amigo que sugeriu que Lindsey foi fortalecido pelo ditado: “Tudo o que é, está certo”.