A alimentação possui três elementos principais: proteínas, que reparam o tecido; carboidratos, que são convertidos em açúcar e fornecem energia; e gorduras, que são o suprimento de reserva energética armazenado no corpo para uso em emergências. A digestão também é tripla: na boca extraem-se os açúcares, mas a saliva não atua sobre as proteínas e as gorduras; no estômago, o suco gástrico converte proteínas em peptonas, mas não age sobre as gorduras e açúcares; no intestino, o suco pancreático decompõe as gorduras em partículas menores, que são misturadas com água (linfa) em um fluido semelhante ao leite, que é chamado de quilo. A digestão de açúcares e proteínas, realizada apenas parcialmente na boca e no estômago, também é concluída no intestino.
Os açúcares e as peptonas extraídos na boca, no estômago e no intestino são transportados ao fígado pela veia porta, e nesse órgão o material residual é extraído como bile e o fluxo de nutrientes limpos é canalizado ao coração pelas veias hepática e cava inferior, para atender às necessidades imediatas do corpo.
As gorduras, quando transformadas em quilo, são absorvidas pelos lácteos (portadores de leite), aderidas ao intestino, passam pelo duto torácico situado na frente da coluna vertebral e vão à veia subclávia esquerda. Lá, elas entram no sangue e vão para o coração. Quando mais alimento do que o necessário é ingerido, a gordura é armazenada para uso futuro.
A Lua rege os órgãos digestivos, a linfa e o quilo. Quando Saturno aflige a Lua, o metabolismo é obstruído, tanto a linfa como o quilo não são secretados em quantidade suficiente para manter o corpo sadio e as pessoas adquirem aparência murcha.
Marte controla os movimentos musculares e os músculos que são semelhantes em construção a um eletroímã; as correntes de desejos circulam em torno da origem, exercendo atração magnética sobre a inserção. Quando Urano está em Quadratura ou Oposição a Marte, o resultado é o reumatismo muscular; porém Saturno rege os ossos, produzindo o reumatismo articular. Marte é o responsável pela inflamação em ambas as doenças.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de setembro/1918 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Há alguns anos, um Estudante Rosacruz perguntava sobre a susceptibilidade ao câncer daqueles que se alimentavam de carne animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e afins). Queria ainda saber se os vegetarianos estariam totalmente isentos dessa doença.
Na verdade, as estatísticas médicas demonstram claramente que existem substâncias presentes na carne animal, em especial na carne animal vermelha, capazes de aumentar significativamente a incidência de câncer no ser humano. Tais tumores teriam localização preferencial na mama e no intestino grosso. Tribos africanas que se alimentam somente de vegetais fibrosos possuem baixíssimo índice de câncer de intestino. Praticamente zero. Quando sua alimentação é mudada para os padrões ocidentais essa incidência aumenta assustadoramente.
A carne animal libera, quando frita ou assada, uma substância denominada acroleína, com alto poder formador de tumores malignos. Isso sem contar os hormônios que conduz por terem sido injetados no animal vivo, por criadores inescrupulosos, no intuito de aumentar o peso desses animais.
Do ponto de vista oculto o Estudante Rosacruz deveria esperar que tais assertivas devem ser verdadeiras, pois o câncer consiste em um grupo de células do Corpo Denso que fugiu do controle e da orientação do Ego.
Tal fato representa uma forma de anarquia. São células amotinadas que se rebelaram contra o capitão. Além disso, são células de natureza predatória, e conseguem viver independentemente das demais células do corpo humano. Retiram seu alimento não só da corrente sanguínea como também dos tecidos ao redor. Procuram sobreviver sempre às custas do resto do corpo. O câncer cresce e interfere com os processos corporais e, se não diagnosticado, leva com certeza à morte.
Antes que uma partícula de alimento possa ser assimilada e se tome parte integral do corpo, a individualidade da célula deve ser conquistada pelo Ego do corpo que se alimenta. Não é possível existirem dois mestres em um mesmo corpo. A subordinação da individualidade da célula alimentar surge durante o processo de digestão. As células de um animal são muito mais individualizadas do que as de um vegetal, pois, o animal possui Corpo de Desejos e seus desejos e paixões atingem todas as células do corpo dele. Isso torna muito mais difícil subjugar as células de um animal, quando a sua carne é ingerida pelo ser humano, do que subjugar as células de um vegetal. Além do mais, as células animais nunca são totalmente subjugadas, permanecem sempre prontas a se amotinarem tão logo uma oportunidade lhes seja dada. Tudo isso por conta da natureza de desejo do animal, impressa sobre essas células.
Os vegetais, por sua vez, não têm Corpo de Desejos e, como consequência, têm menor incentivo para escapar do controle do Ego após terem sido ingeridos.
Fica fácil perceber, pelo que foi dito, que aqueles que ingerem carne animal têm muito mais dificuldade para realizar a tarefa de manter as células subjugadas quando comparados com os vegetarianos.
Além disso, quando a vitalidade se toma baixa por qualquer razão, as células animais não perdem a oportunidade de se amotinar, criando assim a possibilidade de formar tumores cancerosos.
Esses fatos permitem ao Estudante Rosacruz concluir, mesmo sem dados estatísticos conhecidos, que aqueles que se alimentam de carne têm maior probabilidade de apresentar câncer, quando comparados com aqueles que se alimentam exclusivamente em um regime ovolactovegetariano.
(Por H Petito – Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – maio-junho/1995)
A fim de reduzir o “estresse”, precisamos primeiramente reconhecê-lo e entender como ele atua. Apenas após isso é que poderemos aplicar técnicas inteligentes para reduzir essa condição. O “estresse” pode representar qualquer coisa que ameace, incite, amedronte ou preocupe. Qualquer desvio físico ou psíquico pode somatizar uma forma de estresse, e esse desvio pode ser negativo ou positivo. Mesmo a proximidade de um evento muito importante, na vida da pessoa, pode induzir ao estresse.
Certos tipos de estresse são necessários, sem eles teríamos a inércia física e mental.
A moderação, em tudo na vida, é bem indicada para o tratamento ou prevenção do estresse, tanto físico quanto psicológico.
O “estresse” físico pode surgir por meio de um ferimento, um vírus, uma acentuada mudança de temperatura, por exaustão ou certos alimentos, principalmente os irritantes. O “estresse” psicológico usualmente se manifesta quando há uma ameaça de mudança ao modo de vida e ou à segurança. A resposta a essas ameaças ou mudanças é o “estresse” psicológico, que reflete o medo, especialmente da perda e das mudanças e doenças.
Obviamente, a pessoa que reconhece que a mudança é essencial para o progresso e que consegue transmutar qualquer sensação de medo em pensamentos positivos e em atividades construtivas, certamente estará mais qualificada para suportar esse tipo de ”estresse”. Seja a fonte do “estresse”, física ou psicológica, o corpo responde fisiologicamente da mesma maneira. Além disso, o corpo não distingue os fatores estressantes. A única diferença está na resposta, no grau de reação.
Situações de “estresse” fazem soar o sistema de alarme do corpo. As mensagens caminham pelo sistema nervoso central, atingem, no cérebro, o hipotálamo, esse estimula a glândula hipófise (pituitária) e as glândulas suprarrenais. Então, o sistema pituitário adrenal libera hormônios, principalmente adrenalina, na corrente sanguínea. Essa reação involuntária, por sua vez, eleva a pressão arterial, a frequência respiratória, o número de batimentos cardíacos e o metabolismo, aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos e interfere com as atividades digestivas. Esse sistema de defesa é denominado de “reação de alarme”, porque prepara a pessoa para a ação, seja para a defesa própria ou para fugir da ameaça. Uma vez cessado o alarme, e a situação solucionada de uma maneira ou outra, o corpo então se normaliza.
O sistema de defesa trabalha tão bem, que não opera com ameaças ocasionais que desaparecem a tempo, mas somente quando esse sistema falha é que a doença ocorre. O “estresse” necessita ser liberado. O próximo passo é a adaptação.
Se o “estresse” é constante e não é liberado, o sistema de defesa se esgota da mesma forma que o indivíduo. Todas as vezes que come e permanece sob estresse constante, surgem consequências como: palpitações e doenças cardíacas, dores nas costas, dor de cabeça, úlceras, urticária, resfriados, asma, colite, artrite e outras doenças.
Antes do desenvolvimento de qualquer doença que se manifeste após “estresse”, o corpo “dá notícias” com alguns sintomas que alertam sobre o desequilíbrio das condições normais. Tais sintomas incluem: irritabilidade, tensão muscular, dor na nuca e nas costas, dor de cabeça, insônia, fadiga, depressão, apatia, dependência do álcool ou drogas, excesso ou falta de apetite, diarreia, cãibras, flatulência (excesso de gases), prisão de ventre, receios infundados, inquietação, coceiras, dificuldade de concentração ou para seguir rotinas, sensação de inadequação, perda da autoestima e autopiedade.
Sintomas como esses indicam que forçamos em demasia a nós mesmos, além do nível saudável de funcionamento e ignorar tal fato pode levar-nos a uma grave condição. Qualquer fator estressante põe em movimento o mecanismo humano de “estresse”, porém dependerá das características individuais das pessoas quais órgãos serão mais atingidos, se o coração, os rins, o trato gastrointestinal ou o cérebro. A “ligação mais fraca” do organismo físico será o primeiro a romper-se sob a influência do “estresse”.
Três modelos particulares de “estresse “são identificados:
TIPO “A”: compreende aqueles que externalizam seu “estresse”, eventualmente podem sofrer de problemas como obesidade, hipertensão, úlceras, derrames cerebrais ou ataques cardíacos. Geralmente são pessoas muito críticas, excitáveis, perseguidoras do sucesso, continuamente bombardeadas com períodos curtos de “estresse”, pois nunca têm tempo para relaxar.
TIPO “B”: compreende aqueles resistentes ao “estresse”, reagem calmamente a ele e sempre sabem como controlar suas respostas. Expressam ainda serenidade, otimismo e moderação.
TIPO “C”: compreende aqueles que internalizam o “estresse” causando disfunção do sistema imunológico, ocasionando doenças como artrite, câncer, resfriados e depressões. Têm a tendência para reprimir seus sentimentos e emoções.
Há concordância entre os especialistas nesse campo, que muitos problemas relacionados ao “estresse” podem ser evitados se for dada atenção especial a três fatores de bem-estar individual: atitude, exercício e dieta.
Atitude apropriada compreende qualidades como pensamento positivo, otimismo, aspirações e respostas amáveis e solícitas em relação aos seres humanos. O exercício apropriado está relacionado às necessidades particulares, idade, energia e fraqueza, características do trabalho e modo de vida individual. Quanto à dieta, novamente as necessidades são individuais. Alguns cuidados, entretanto, podem ser observados entre a dieta e o “estresse”.
A humanidade primitiva parece não ter sofrido de “estresse” como o conhecemos hoje. Os estudos antropológicos indicam que os hábitos dietéticos daquela época se centravam principalmente nos alimentos naturais. Tais como frutas e outros vegetais e grãos. Não havia a paixão de consumir produtos animais. Ocorria baixa ingestão de gorduras, ausência de carboidratos (açúcares) refinados e cafeína além de baixas fontes de sal.
Sabe-se hoje que gorduras, carboidratos refinados, cafeína e sal são os 4 mais importantes indutores de “estresse”; de todos derivam-se várias doenças degenerativas.
Embora alguma gordura vegetal seja necessária para prover o organismo com os graxos (que se formam a partir das gorduras) essenciais, seu excesso, entretanto, pode desequilibrar o organismo. Quando o organismo não consegue armazenar o excesso de gordura, as reações químicas transformam-se em agentes estressantes. Além disso, esse excessivo nível de gorduras constitui risco maior para doenças cardíacas e câncer.
Esse excesso pode prejudicar também a disponibilidade do oxigênio. Em condições normais os capilares dos pulmões só permitem a passagem de um glóbulo vermelho de cada vez, no momento de captar o oxigênio que entra pelos pulmões. O excesso de gordura, bem como o álcool e o tabaco, faz com que esses glóbulos apresentem maior dificuldade para desempenhar essa função. Os açúcares refinados, além de perderem suas vitaminas, são rapidamente assimilados pelo organismo e armazenados sob a forma de gordura.
Por outro lado, os açúcares naturais presentes nas frutas frescas, e nos vegetais ou grãos, têm sua assimilação mais lenta e preservam seus minerais e suas vitaminas, tão necessárias para o metabolismo.
A cafeína pode estimular a base de certos hormônios que iniciam reações como nervosismo, irritabilidade, agitação, dor de cabeça, respiração rápida, tremores, insônia e zumbido nos ouvidos. Muitos desses são clássicos sintomas de “estresse”.
Muitos alimentos contêm grande quantidade de sódio (sal de cozinha), cloreto de sódio. Quando o sal, como tempero, é adicionado a esses alimentos, as pessoas terminam por ingerir sal em excesso. O sódio é essencial ao corpo físico, pois auxilia as reações de outros minerais; juntamente com o potássio, auxilia na manutenção do equilíbrio básico. O sódio é encontrado principalmente no líquido extracelular (fora das células) enquanto o potássio é encontrado no interior das células.
Um excesso de sódio leva à perda de potássio desencadeando “estresse” como resposta. Certos nutrientes essenciais são consumidos em maior quantidade na presença do “estresse”. São eles: as vitaminas do complexo B, vitaminas A, B, C, D e os minerais cálcio, magnésio, potássio, zinco, ferro, selênio e cromo. Conclusão: o “estresse” representa um estado psicofisiológico que pode ter manifestações ou repercussões em diferentes órgãos ou sistemas do Corpo Denso. Isto significa que o “estresse” varia em suas manifestações conforme a pessoa. Devemos, pois, aprender a controlar e dirigir nosso “estresse” de uma maneira lógica, porquanto, assim procedendo, preveniremos distúrbios físicos e psicológicos.
(Por H Petito – Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – maio-junho/1995)
Max Heindel afirmou que o mito foi o recurso utilizado pelos Divinos Líderes da humanidade para orientá-la em sua infância espiritual. O vocábulo mito origina-se do grego Mythos que quer dizer relato. É um relato em linguagem simbólica capaz de projetar os arquétipos de verdades espirituais na consciência humana. Em sua obra “Mistérios das Grandes Óperas”, Max Heindel revela o significado oculto de vários mitos oriundos da Europa setentrional.
Os mitos confundem-se com as próprias religiões. Todas as grandes religiões mediterrâneas e asiáticas possuem sua mitologia. A Bíblia, tanto quanto outros livros sagrados, contém mitos.
Os mitos contam histórias sagradas, fatos ocorridos em tempos imemoriais. Relatam como, graças aos Seres sobrenaturais, uma realidade passou a existir, como algo começou a ser. São, geralmente, uma narrativa de uma criação, seja do Cosmos, seja de uma cultura, de uma nação ou de um comportamento. Explicam não apenas a origem do mundo, dos animais, das plantas e da humanidade, mas também de todos os acontecimentos através dos quais o ser humano converteu-se no que é hoje.
Como os mitos transmitem arquétipos de verdades cósmicas, é comum encontrarmos o mesmo relato em civilizações e religiões diferentes que se desenvolveram em épocas distintas e locais bem diferentes uns dos outros. É o caso do mito da Sagrada Família. O mesmo enredo da história cristã de Maria, José e Jesus se repete em tempos e épocas diferentes. Na antiga religião egípcia fala-se do salvador, o deus sol Horus, filho de Isis (uma virgem) e Osiris, Semiramis com Tammuz. No norte da Europa, Baldur (ou Balder), filho da virgem Freya (Frigga), nasce entre animais, numa estrebaria, sendo conduzido às montanhas para fugir dos perigos que o ameaçavam. Saga idêntica é a de Krishna, na Índia e Quetzacol entre os astecas, na América pré-colombiana.
São muito comuns, também, entre várias civilizações, os mitos do “fim do mundo”. A Bíblia fala de Noé e de como ele sobreviveu ao Dilúvio. Em outras culturas o mundo foi destruído por um cataclismo e a humanidade aniquilada, com exceção de um casal ou de alguns sobreviventes. Esses mitos transmitem a ideia de que o mundo deve ser tanto quanto devemos recriá-lo e regenerá-lo ciclicamente. Mostram o final de um ciclo já exaurido em suas possibilidades evolutivas e o início de um novo, com lições inéditas para todos nós. Essa ideia de que o Cosmos encontra-se ameaçado se não for recriado inspirava a principal festividade dos índios californianos.
A função do mito é de revelar arquétipos, dando significado ao mundo e à existência humana, mostrando também a sacralidade inerente a todas as coisas.
A verdade é que a vinda do Cristo se constituiu no único e maior evento na história espiritual da humanidade. Todos os mitos, lendas e vidas de seres humanos de poder espiritual que precederam a Cristo serviram para preparar a consciência humana para aquele evento; apenas anteciparam um vislumbre daquilo que viria.
Em Cristo temos aquilo que foi enunciado; temos a realização daquilo que foi preparado. Em Cristo Jesus temos a verdadeira presença de Deus na Terra; a presença do Criador em Sua Criação. Todos os que vieram antes foram apenas Seus servidores. Todos os que vierem depois, seguirão Suas pegadas.
Portanto, se somos capazes de perceber corretamente isso dentro de nós mesmos, reconhecemos que certos mitos, lendas e vidas de seres humanos de poder espiritual prepararam o ser humano para entender essa verdade: “que ante o nome de Jesus Cristo todo joelho se dobra e toda boca deve confessar que Jesus Cristo é o Senhor, para a Glória de Deus Pai.”
(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – setembro-outubro/1993)
Quem pode contemplar a majestade dos céus sem que sua intuição lhe diga que existe um Deus de cujo poder, todo ser humano e toda constelação dependem totalmente para preservação e segurança?
O céu noturno com sua pompa de estrelas é um espetáculo que convida o observador a se contemplar, revelando a ele um pouco da sabedoria oculta que o indica ser tão grande e duradouro quanto todas as legiões da Via Láctea.
Quão imponentes são os céus salpicados de sóis flamejantes — Sirius, Arcturus, Vega, Capella, Rigel, Procyon, Betelgeuse, Altlair, Aldebaran, Spica, Pollux e Deneb e sua miríade de companheiros.
Como são belos os céus, brilhando com as constelações velozes — Andrômeda, Cassiopeia, Corona Borealis e seus numerosos parentes.
No entanto, o ser humano, um pigmeu microcósmico, é uma contraparte deles, pois ele é um universo vivo tão impressionante quanto o universo físico em que vive. Assim como é em cima, é embaixo!
Os problemas humanos perdem um pouco do seu volume, quando ficamos uma hora tranquila em comunhão com as estrelas. Experimente!
A fria indiferença delas mostra um gracioso conforto e uma garantia tranquila de que estará tudo bem conosco, assim como estará com elas.
Por todos os meios, leia a literatura celestial, porque esse estudo inspirador enriquece nossa reverência por Deus, o criador, e aumenta nossa benevolência para com a humanidade.
(Publicado na revista Rays from the Rose Cross de novembro-dezembro/1995 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Depois que Deus preparou o material para Sua Habitação, Ele o colocou em ordem. Cada parte do Sistema foi compenetrada por Sua consciência, mas com uma modificação: a consciência difere em cada parte ou divisão. A Substância-Raiz-Cósmica é posta diferentes taxas de vibração e, portanto, diferentemente constituída em suas várias divisões ou regiões.
O que vimos acima é o modo pelo qual os Mundos vêm à existência:
Eles são adaptados para servir aos diferentes propósitos no esquema evolutivo, da mesma maneira como os diferentes cômodos numa casa são equipados para servir os propósitos da vida diária no Mundo Físico.
Conforme vimos, existem sete Mundos. Cada um deles tem um grau, uma “medida” diferente, de vibração. No Mundo mais denso (o Físico) a medida vibratória, incluindo as ondas luminosas que vibram centenas de milhões de vezes por segundo, não obstante é infinitesimal quando comparada à rapidíssima vibração do Mundo do Desejo, o mais próximo do Físico. Para se ter uma ideia sobre o sentido e a rapidez vibratória talvez o mais fácil seja observar as vibrações caloríficas que irradiam de uma estufa muito quente ou de um radiador de vapor próximo de uma janela.
Tenha-se sempre em mente que esses Mundos não estão separados pelo espaço ou pela distância, como está a Terra dos demais Planetas. São estados de matéria, de distinta densidade e vibração, tal como são os sólidos, os líquidos e os gases do nosso Mundo Físico. Esses Mundos não são criados instantaneamente, no princípio de um Dia de Manifestação, nem duram até o fim dele, mas assim como a aranha tece sua teia fio por fio, Deus também vai diferenciando um Mundo após outro, dentro de Si Mesmo, conforme as necessidades exijam novas condições no esquema de evolução em que Ele está empenhado. Desse modo se diferenciaram, gradualmente, todos os sete Mundos, conforme se encontram atualmente.
O esquema evolutivo é efetuado através destes cinco Mundos em sete grandes Períodos de Manifestação, durante os quais o Espírito Virginal ou vida que está evoluindo, se converte primeiramente em ser humano, depois em Deus.
No princípio da manifestação Deus diferencia dentro de Si Mesmo (não de Si mesmo) esses Espíritos Virginais, como chispas de uma Chama da mesma natureza, capazes de se expandirem até se converterem, eles também, em Chamas. A Evolução é o processo fomentador que conduz a tal fim.
Antes do início de sua peregrinação através da matéria, o Espírito Virginal encontra-se no Mundo dos Espíritos Virginais, o mais próximo ao mais elevado dos sete mundos. Possui Consciência Divina, mas não consciência de si. Esta, o Poder Anímico e a Mente Criadora, são faculdades que se adquirem pela evolução.
Na terminologia Rosacruz os nomes dos sete Períodos são os seguintes:
Não se deve pensar que os Períodos acima tenham algo a ver com os Planetas que se movem em suas órbitas em torno do Sol, juntamente com a Terra. De fato, nunca se repetirá suficientemente que não há relação alguma entre esses Planetas e esses Períodos. Os Períodos são, simplesmente, encarnações passadas, presentes ou futuras da nossa Terra, “condições” através das quais ela passou, está agora passando ou passará no futuro.
O Período de Saturno é o primeiro dos sete Períodos. Nesse primeiro estágio os Espíritos Virginais dão o primeiro passo na evolução da Consciência e da Forma. Esse impulso evolutivo dá sete voltas ao redor dos sete Globos, A, B, C, D, E, F e G, na direção indicada pelas setas.
Os Globos do Período de Saturno eram formados de substância muito mais rarefeita e sutil que a da nossa Terra. O Globo mais denso desse Período estava situado na mesma parte do Mundo do Pensamento ocupada pelos Globos mais sutis do Período atual – a Região do Pensamento Concreto. Estes Globos não tinham consistência, no sentido atual da palavra. “Calor” é a única palavra que mais se aproxima da ideia do que era o antigo Período de Saturno. De tão escuro, uma pessoa que conseguisse entrar no seu espaço nada poderia ver. Tudo em torno dela seria escuridão, mas poderia sentir o seu calor.
Primeiramente uma parte da evolução se realiza no Globo A, situado no Mundo do Espírito Divino, o mais sutil dos cinco mundos que formam o nosso campo de evolução. Então, gradualmente, a vida que está evoluindo é transferida ao Globo B, que se situa no Mundo do Espírito de Vida, algo mais denso, onde ela passa por outro estágio evolutivo. No devido tempo, a vida que está evoluindo está pronta para entrar na arena do Globo C, composto da substância ainda mais densa da Região do Pensamento Abstrato, onde está situado. Depois de aprender as lições correspondentes a esse estado de existência, a onda de vida segue até o Globo D, formado da substância da Região do Pensamento Concreto, onde também está situado. Esse é o grau mais denso de matéria alcançado pela onda de vida durante o Período de Saturno.
Desse ponto a onda de vida é levada para cima novamente, ao Globo E, situado na Região do Pensamento Abstrato tal como o Globo C, embora as condições não sejam as mesmas. Esse é o estágio involucionário de modo que a substância dos mundos se faz cada vez mais densa. Ao longo do tempo tudo tende a fazer-se cada vez mais denso e mais sólido. Entretanto, como o caminho evolutivo é uma espiral, é claro que, ainda que se passe pelos mesmos pontos, nunca mais se apresentam as mesmas condições, mas outras em plano superior e mais avançado.
Completado o trabalho no Globo E, efetua-se o passo seguinte para o Globo F, situado no Mundo do Espírito de Vida como o Globo B, dali subindo ao Globo G. Quando se efetuou esse trabalho, a onda de vida deu uma volta em torno dos sete Globos; uma vez para baixo e outra para cima, através dos quatro Mundos, respectivamente. Esta jornada da onda de vida denomina-se uma Revolução, e sete Revoluções formam um Período. Durante um Período a onda de vida dá sete voltas descendo e subindo através de quatro Mundos.
Quando a onda de vida deu sete voltas em torno dos sete Globos, completando as sete Revoluções, terminou o primeiro Dia da Criação. Seguiu-se uma Noite Cósmica de repouso e assimilação, depois da qual teve início o Período Solar.
Como a noite de sono entre dois dias da vida humana e o intervalo de repouso entre duas vidas terrestres, esta Noite Cósmica, de repouso, depois de completado o Período de Saturno, não foi um tempo de inatividade, mas uma fase de preparação para a atividade a ser desenvolvida no próximo Período Solar, em que o ser humano em formação precisava submergir mais profundamente na matéria. Portanto, fizeram-se necessários novos Globos, cujas posições nos sete Mundos tinham que ser diferentes das ocupadas pelos Mundos do Período de Saturno. A preparação desses Globos novos e as demais atividades subjetivas estiveram a cargo dos espíritos que estão evoluindo durante o intervalo entre os Períodos – a Noite Cósmica. Como isso se processa podemos ver a seguir:
Quando a onda de vida deixou o Globo A, no Período de Saturno, pela última vez, esse Globo começou a desintegrar-se lentamente. As forças que o criaram foram transferidas do Mundo do Espírito Divino (em que se encontrava o Globo A no Período de Saturno) ao Mundo do Espírito de Vida (em que se encontrava o Globo A no Período Solar). Isto é mostrado no Diagrama 8.
Quando a onda de vida deixou o Globo B, no Período de Saturno, pela última vez, também começou ele a desintegrar-se. Então suas forças, tal como acontece ao Átomo-semente de um veículo humano, foram empregadas no Período Solar como núcleo para o Globo B, passando esse Globo a situar-se na Região do Pensamento Abstrato.
Da mesma maneira, as forças do Globo C foram transferidas para a Região do Pensamento Concreto, atraindo dessa Região a substância necessária para a construção de um novo Globo C no próximo Período Solar. O Globo D foi semelhantemente transmutado e colocado no Mundo do Desejo. Os Globos E, F e G, na ordem indicada, foram transferidos analogamente. Como resultado (como mostra o Diagrama 8) no Período Solar todos os Globos estavam localizados um grau mais abaixo na matéria densa do que estavam no Período de Saturno, pelo que a onda de Vida, depois de emergir da Noite Cósmica de repouso, entre a última atividade no Globo G do Período de Saturno e a nova atividade do Globo A do Período Solar, achou-se em novo ambiente, com oportunidade para novas experiências.
As condições durante o Período Solar diferiam radicalmente das do Período de Saturno. Em lugar dos “Globos-Calor” do último, os Globos do Período Solar eram esferas luminosas, brilhantes, de consistência análoga à dos gases. Estas grandes esferas gasosas continham tudo que havia sido desenvolvido no Período de Saturno e, analogamente, as Hierarquias Criadoras permaneciam em sua atmosfera. Em vez da qualidade refletora, semelhante ao eco, do Período de Saturno, esses Globos tinham, até certo ponto, a qualidade de absorver e trabalhar sobre qualquer imagem ou som que se projetasse sobre suas superfícies. Pode-se dizer que eles eram coisas “captáveis”.
A onda de vida agora circula sete vezes em torno dos sete Globos durante o Período Solar, descendo e subindo sete vezes através dos quatro Mundos ou Regiões em que esses Globos estão situados. Efetua sete Revoluções no Período Solar, da mesma forma que no de Saturno.
Quando a onda de vida abandonou o Globo A, no Período Solar, pela última vez, esse Globo começou a desintegrar-se. Suas forças foram transferidas à Região do Pensamento Abstrato, mais densa, onde formaram um Planeta para ser utilizado no Período Lunar. Da mesma maneira as forças dos demais Globos foram transferidas e serviram de núcleo para os Globos do Período Lunar, como mostra o Diagrama 8, sendo o processo exatamente o mesmo que se observou quando os Globos passaram dos lugares ocupados no Período de Saturno para as posições ocupadas no Período Solar. Desta maneira os Globos do Período Lunar ficaram um grau mais abaixo na matéria do que estavam no Período Solar, situando-se o mais inferior (o Globo D) na Região Etérica do Mundo Físico.
Depois do intervalo da Noite Cósmica entre o Período Solar e o Período Lunar, a onda de vida começou seu curso no Globo A desse último, completando no devido tempo suas sete Revoluções, como anteriormente.
Assim como a característica principal dos escuros Globos do Período de Saturno foi descrita pelo termo “Calor”, e a dos Globos do Período Solar como “Luz”, ou calor resplandecente, assim a característica principal dos Globos do Período Lunar pode ser descrita como “Umidade”. O ar, tal como o conhecemos, não existia então. No centro estava o núcleo ígneo, ardente. Próximo a ele e em consequência de contato com o frio do espaço exterior, havia umidade densa. Pelo contato com o núcleo ígneo central essa umidade densa transformava-se em vapor quente, que se lançava para a periferia, esfriava e tornava ao centro novamente. Por isso os cientistas ocultistas chamam “Água” aos Globos do Período Lunar, e descrevem a atmosfera daquele tempo como “Névoa Ígnea”. Esse foi o cenário do novo passo da vida que está evoluindo.
Então, durante outra Noite Cósmica, os Globos foram novamente transferidos a um grau mais abaixo, ficando o Globo mais denso situado na Região Química do Mundo Físico, como mostra o Diagrama 8.
Esse é o Período Terrestre e o Globo inferior e mais denso (o Globo D) é nossa Terra atual.
Os Globos do Período Terrestre estão situados nos quatro estados mais densos de matéria: a Região do Pensamento Concreto, o Mundo do Desejo e as Regiões Química e Etérica do Mundo Físico (veja-se o Diagrama 8). O Globo mais denso, o D, é nossa Terra atual.
Quando falamos de “mundos mais densos” ou de “estados mais densos de matéria”, deve-se tomar o termo em sentido relativo. Em caso contrário implicará numa limitação do Absoluto, o que seria um absurdo. Densidade e subtilidade, acima e abaixo, lesse e oeste são palavras de significação relativa ao nosso próprio estado ou posição.
A onda de vida aqui, como de costume, parte também do Globo A, depois da Noite Cósmica que se seguiu ao Período Lunar. No atual Período Terrestre já circulou três vezes em torno dos sete Globos e está agora no Globo D, em sua quarta Revolução.
Aqui na Terra, na atual quarta Revolução, há alguns milhões de anos atrás, alcançou-se a maior densidade de matéria – o nadir da materialidade. Daqui para diante a tendência é elevar-se para uma substância mais rarefeita. Durante as três Revoluções e meia que faltam para completar esse Período, as condições da Terra tornar-se-ão gradualmente mais etéreas, de forma que no próximo Período – o de Júpiter – o Globo D voltará, de novo, a localizar-se na Região Etérica, conforme estava no Período Lunar, elevando-se os demais Globos de modo correspondente.
No Período de Vênus estarão situados nos mesmos Mundos em que os Globos estavam no Período Solar. Os Globos do Período de Vulcano terão a mesma densidade e estarão situados nos mesmos Mundos em que estavam os Globos do Período de Saturno. Tudo isso é mostrado no Diagrama 8.
Quando a onda de vida completar sua obra no Período Terrestre e a Noite Cósmica que se seguirá tenha passado, fará suas sete Revoluções em torno dos Globos do Período de Júpiter. Seguir-se-á então a costumeira Noite Cósmica com suas atividades subjetivas; depois virão as sete Revoluções do Período de Vênus seguidos de outro repouso, e finalmente o último dos Períodos do nosso esquema atual de evolução – o Período de Vulcano. A onda de vida também fará suas sete Revoluções aqui, e no fim da última Revolução todos os Globos dissolver-se-ão. A onda de vida será reabsorvida por Deus durante um período igual ao empregado por todos os sete Períodos de atividade. Deus mesmo imergirá então no Absoluto durante a Noite Universal de assimilação e preparação para outro Grande Dia.
Outras evoluções maiores seguir-se-ão, mas só podemos tratar dos sete Períodos mencionados.
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
“Ninguém, acendendo uma candeia, coloca-a em lugar secreto, nem debaixo do alqueire; mas no castiçal, para que os que entrem vejam a luz” (Lc 11: 33).
“Vós sois a luz do mundo… Assim, resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5: 14:16).
Quando alguém faz o compromisso consciente de seguir a Cristo, ele se torna uma luz que brilha em um mundo de trevas. Ou seja, começa a irradiar uma luminosidade espiritual que cresce com o tempo até se tornar esplendorosa e brilhante. A afirmação de que uma candeia é colocada à vista do público se refere ao fato de que o Cristão, de posse da luz espiritual, deve deixá-la brilhar diante de todos os seres humanos, a fim de que a luz possa ser acesa neles.
Assim, vemos que o indivíduo Crístico tem a obrigação de “pregar o Evangelho”. Os Cristãos que trabalham nos moldes da Fraternidade Rosacruz têm uma obrigação particular a esse respeito, por causa do seu conhecimento intelectual sobre assuntos espirituais, o que pode aumentar muito a eficácia da sua fé e de suas boas obras.
“Divulgar os Ensinamentos”, em sentido espiritual, refere-se a uma técnica baseada no princípio envolvido no exemplo de dois diapasões do mesmo tom. Quando um é tocado próximo ao outro, esse último começa a vibrar no mesmo tom daquele. Da mesma forma, a espiritualidade em um indivíduo evoca a espiritualidade do outro. Naturalmente, o primeiro deve possuir um grau de semelhança com o Cristo em si mesmo ou seus esforços para “pregar o Evangelho” ao segundo indivíduo não provocarão uma resposta espiritual.
Torna-se claro, então, que a dimensão espiritual deve ser buscada seriamente; do contrário, não teríamos um “Evangelho” verdadeiro para pregar. Promulgar um conjunto de escritos, o estabelecimento de organizações, a distribuição de livros ou a solicitação de aumento no número dos membros pode nos fazer acreditar que estamos cumprindo nossa obrigação; no entanto, a menos que experimentemos o Cristo como uma presença viva em nossas vidas diárias, tais atividades externas servem apenas para nos desviar da verdadeira obrigação, que é acender a luz em nossos corações e compartilhá-la.
“Porque Deus, que ordenou que a luz brilhasse das trevas, brilhou em nossos corações para nos dar a luz do conhecimento da Sua glória na face de Jesus Cristo.” (IICor 4:6).
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de julho-agosto/1995 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Deus esteve presente entre nós na forma de um homem, através do Filho, o Cristo. Jesus era o homem e a partir do batismo no Jordão passava a atuar o Deus-Homem, Cristo Jesus. Com a crucifixão no Gólgota, Cristo libertou-se do corpo de Jesus e incorporou-se à Terra. Esse foi um fato único na história que operou uma decisiva mudança em nosso planeta. Desde então a presença de Cristo é uma constante entre nós. “O amor de Cristo envolve a todos, não importa como a nós ou a Ele O chamarmos”.
E esse Sublime Ser que mudou nossa história, deixou-nos um profundo ensinamento espiritual em que se fundamenta a originalidade do cristianismo e o diferencia de outros sistemas filosóficos e religiosos que o precederam: é através do próximo que se chega a Deus.
Enquanto, tanto no oriente como no ocidente, se busca a Deus mediante orações, meditações, mística transcendental etc., Cristo Jesus nos exortar a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Essa é a chave de ouro, é a máxima que precisamos aprender em nosso atual período evolutivo e que nos capacitará a passarmos para o próximo.
O verdadeiro Amor é dar o melhor de nós sem esperar nada em troca. Quando sentimos sinceramente que em essência somos iguais a tudo que nos cerca e que somos partes integrantes de um todo maior, é sinal de que o Amor está nos ajudando a suplantar a ilusão da separação criada pela personalidade – a famosa dicotomia que nos faz crer que estamos separados dos demais e de Deus.
A pessoa que aprende a amar desinteressadamente a seu próximo, seja ele mineral, vegetal, animal ou outra pessoa, torna-se capaz de estender esse Amor também para os outros seres, em um processo gradativo cujo ápice é a conquista do AMOR UNIVERSAL. “Então, não mais existirá em nós o que entendíamos ser a escuridão, pois andaremos na LUZ.”
(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de setembro-outubro de 1993)
Quando acompanhamos o Espírito humano através de um Ciclo de Vida, do nascimento à morte e dessa ao renascimento, podemos ver quão imutável é a lei que governa cada um dos seus passos e quão rodeado ele se encontra pelo mais amoroso desvelo dos grandes e gloriosos Seres que são os ministros de Deus. Esse conhecimento é da máxima importância para os pais, já que uma boa compreensão do desenvolvimento que se efetua em cada período setenário capacita-os a trabalharem inteligentemente com a Natureza, podendo conquistar mais confiança do que aqueles pais que desconhecem os Ensinamentos dos Mistérios Rosacruzes.
O Corpo de Desejos é uma aquisição ainda mais recente do ser humano composto e só nasce em torno dos quatorze anos, na puberdade, enquanto a Mente só nasce em torno dos vinte e um anos, idade em que a lei reconhece e fixa a maioridade do indivíduo.
As tendências para a criança ser tentada em praticar o mal, de modo geral, não se manifesta até que o Corpo de Desejos nasça e suas correntes comecem a jorrar para fora do fígado. Essa é a época em que sentimentos e paixões começam a exercer domínio sobre o rapaz ou a moça, quando a matriz da matéria de desejos que protegia o nascente Corpo de Desejos é removida. Quando os desejos e emoções são libertados, o adolescente atinge o período mais perigoso de sua vida, aquele do ardor da juventude, entre os quatorze e os vinte e um anos. O Corpo de Desejos está, então, desenfreado e a Mente, como ainda não nasceu não pode atuar como um freio.
Nos seus primeiros anos de vida, a criança vê-se como uma propriedade de sua família, ela está subordinada aos desejos de seus pais e em maior grau do que após os quatorze anos. O motivo é que existe na garganta do feto e da criança uma glândula chamada Timo, a qual, sendo maior antes do nascimento, vai diminuindo de tamanho através dos anos da infância até desaparecer numa idade que varia de acordo com as características da criança. A finalidade desse órgão no corpo humano tem intrigado os anatomistas, que ainda não chegaram a um acordo sobre o seu verdadeiro papel. Supõem, contudo, que antes do desenvolvimento da medula dos ossos, a criança não é capaz de produzir seu próprio sangue e, portanto, a glândula Timo, contendo a essência fornecida pelos pais, responde pelo fabrico do sangue necessário desde os primeiros anos até a idade em que ela, já adolescente, possa produzi-lo por si mesma como parte da família e não como Ego. Mas a partir do momento em que passa a fabricar seu próprio sangue, o Ego inicia sua autoafirmação. Deixa então de ser “o menininho da mamãe” ou “a menininha do papai”, e passa a ter sua própria identidade. Chega então à idade crítica em que os pais começam a colher o que semearam. A Mente ainda não nasceu; nada mais consegue deter a natureza de desejos; e tudo passa, pois, a depender dos exemplos ministrados por eles ao adolescente em seus primeiros anos de vida. Nesse período, a fase da autoafirmação, o sentimento de “Eu sou eu” é mais forte do que em qualquer outra idade e, portanto, as ordens autoritárias devem ceder lugar a conselhos. É o tempo em que devemos ensiná-lo a investigar as coisas por conta própria e desse modo fazê-lo formar opiniões individuais a respeito. Procuremos gravar sempre nele a necessidade de investigar cuidadosamente antes de julgar e, também, o fato de que quanto mais fluídicas ele puder conservar suas opiniões, mais capacitado estará também para examinar novas ideias e adquirir novos conhecimentos.
Reafirmamos isso porque tão logo a criança alcance a puberdade e comece a produzir seus próprios corpúsculos de sangue, então ouvimos a menina ou o menino dizer: “Eu” quero fazer isto ou “Eu” quero fazer aquilo. Daí por diante as crianças começam a afirmar sua própria identidade e começam a emancipar-se da família. Através dos anos da infância, tanto o sangue, como o corpo, sendo uma herança dos pais, fazem com que as tendências para as doenças também estejam presentes. Não as doenças propriamente, mas apenas as tendências. Após os quatorze anos fica dependendo, em grande parte, do próprio Ego, a manifestação ou não dessas tendências em sua vida.
Na maioria das vezes esse é um período de provas, que não chega a ser tão difícil para o jovem que aprendeu a reverenciar seus pais ou mestres, pois esses podem, então, ser para ele uma âncora de apoio contra a erupção de seus sentimentos. Se ele se habituou a confiar na palavra dos mais velhos, e esses sempre lhe deram ensinamentos sábios, ele terá desenvolvido um inerente senso da verdade que o guiará com segurança. Porém, na mesma medida, se houve falha nisso, poderá estar sujeito a situações perigosas.
Assim, durante o período da adolescência os pais precisam ser tolerantes ao máximo, pois em nenhuma outra época o ser humano necessita tanto de simpatia quanto nos 7 anos que medeiam os 14 e os 21 anos, quando a natureza de desejos é irreprimível.
Para o adolescente que foi educado desde criança segundo os princípios de educação Rosacruz expressos pelos métodos resumidos de dos zero aos sete anos (veja mais detalhes aqui: https://fraternidaderosacruz.com/educando-nossos-filhos-naturais-ou-espirituais-dos-0-aos-7-anos/) os dois lemas que se aplicam nesse período são um para os pais e outro para a criança: Exemplo e Imitação; e dos sete aos quatorze anos (veja mais detalhes aqui: https://fraternidaderosacruz.com/educando-nossos-filhos-naturais-ou-espirituais-dos-7-aos-14-anos/): Autoridade e Aprendizado, esse período não será tão crítico, uma vez que seus pais podem, então, significar o amparo que ele precisa para superar os obstáculos próprios dessa fase até a maioridade, quando nasce a Mente.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Interessante o artigo publicado na “Seleções do Reader’s Digest “ (de abril de 2002), onde uma equipe de cientistas pesquisaram sobre quais os motivos que levam crianças à decisão de fumar.
Entre os motivos de rebeldia e de pais fumantes, a pesquisa mostrou um outro fator surpreendente: uma ligação direta entre a quantidade de cigarros que as crianças vêem nos filmes, e a decisão de tentarem fumar.
A equipe de cientistas liderados por um pediatra, Dr. James Sargent do Centro Médico de Dartmouth, questionou quase 5.000 estudantes na idade entre 9 a 15 anos, sobre filmes que já haviam assistido. A equipe calculou então o número de cenas que envolviam cigarros em cada um destes filmes.
As crianças expostas ao maior número dessas cenas se mostram 2,5 vezes mais propensas a começarem a fumar do que as menos expostas.
Aqui há dois fatores que poderemos analisar à luz dos Ensinamentos Rosacruzes:
Às consequências físicas que o cigarro causa aos fumantes, é de conhecimento de todos, vamos pois analisar os efeitos do tabagismo sob o ponto de vista espiritual.
Max Heindel, na obra “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Volume 2, pergunta 138”, nos informa que certa vez estava ele no Templo (etérico) Rosacruz na Alemanha quando ficou surpreso ao ver um homem que tinha conhecido nos Estados Unidos. Ambos conversaram um certo tempo, estando os dois em seus respectivos Corpos Etéricos. Ao voltar à América, Max Heindel encontrou-se (fisicamente) com aquele Sr., e comentou com ele sobre o encontro dos dois no Templo Rosacruz. Qual não foi a surpresa de Max Heindel ao ser informado por aquele homem de que ele não lembrava-se do encontro ou de sua estada no Templo.
Max Heindel nos informa que, apesar de ser um Irmão Leigo, aquele Sr. fumava cigarros e usava drogas que lhe obscureciam o cérebro, a tal ponto que lhe era impossível recordar algo de suas experiências fora do Corpo Denso.
Após ser aconselhado a deixar estes vícios, aquele homem passou um certo tempo de abstinência, mas não conseguiu dominar totalmente o vício, ficando impedido de qualquer tipo de conscientização da vida superior.
Este fato nos exorta a considerar nosso corpo como o Templo de Deus, como está inserido no lema Rosacruz, “Uma Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são”.
(Colaboração do Centro Rosacruz de Santo André-SP, publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – mai-jun/2002)