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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Lei do Renascimento para você se perguntar: é lhe dado tarefas fáceis ou difíceis?

Dentre vários ensinamentos que lemos nas Epístolas de São Paulo há um muito interessante para entendermos a questão do título: “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl 6:7). Estas palavras foram escritas pelo Iniciado o Apóstolo São Paulo em uma Epístola aos Gálatas, que eram um grupo de pessoas que habitava uma província da Ásia Menor. São Paulo leva a Religião Cristã aquela gente, a quem amou de maneira muito especial, congregando-os em uma Igreja. Estando deles ausente, apareceram certos “mestres”; dentre eles três judeus e trataram de persuadir aquela gente a desprezar a Religião Cristã, que lhes tinha sido ensinada por São Paulo, e voltaram à antiga forma de adoração.

São Paulo viu claramente que para os Gálatas o retroceder depois de terem visto a luz significava atraso, em lugar de progresso, e que suas consequências seriam o incorrer em uma pesada dívida com o destino, que requeria eternidades para eles a liquidarem.

Sendo São Paulo um Iniciado, conhecia perfeitamente as Leis do Renascimento e as de Causa e Efeito e, por isso, sabia muito bem que se este povo contraísse uma tal dívida, teria de pagá-la alguma vez e em alguma parte, ao preço de grande dor e de profunda angústia. Por esta razão, São Paulo proclamou a Lei de Causa e Efeito a essa gente, dando-lhe o conhecimento dela em termos inequívocos: “Não vos enganeis: Deus não pode ser iludido; tudo o que o homem semear, isso também colherá“.

Se o Renascimento não fosse um fato, numerosas afirmações da Bíblia, semelhantes à que acabamos de citar, seriam difíceis de aceitar. De fato, seria absolutamente impossível para um homem ou uma mulher inteligente aceitar muitos fatos da vida, nem sequer em mínima parte. Por todas as partes vemos no mundo pessoas semeando sem cessar, sementes de maldade, discórdia, ódio, desonestidade, decepções, etc. e, contudo, ostentam-se prósperos e florescentes, como o verde loureiro proverbial. Aqueles cujas vidas são piores, acham-se com frequência, ocupando os mais altos cargos; entretanto vemos oprimidos, homens e mulheres de vida santa e Cristã.

E qual a resposta a esses diversos e complexos problemas que, constantemente, a vida nos está apresentando? Não têm eles respostas alguma? E a morte? Ainda os resultados da morte são incertos. Aniquila a morte a consciência?

Como resposta a tais perguntas, a maioria das pessoas dirá: “Creio nisto ou naquilo, mas nada sei”.

Há uma resposta para cada problema que a vida nos apresenta; os precursores da grande escola da vida, que avançaram e progrediram, puderam nos dar estas respostas. Eles não dizem: “creio” ou “penso”, mas dizem: “sei” -“Eu sei”. E como sabem? Porque adquiriram conhecimento de primeira mão. E de que maneira o adquiriram? Por meio da perseverança, devoção, observação e discernimento.

Antes que um homem ou uma mulher possa entender a vida, há de achar-se disposto ou disposta a aceitar como uma hipótese eficaz a de que o Renascimento é um fato e que toda a manifestação se explica pela Lei de Causa e Efeito. Uma vez que uma pessoa permita que entrem na sua consciência estes dois grandes fatos, tem já um ponto de apoio ou de partida para seus raciocínios.

Se o Renascimento é um fato, então todos nós temos vivido várias vidas anteriores à atual, e temos passado por numerosas provas. Temos sido arrogantes, cruéis, opressores, tiranos, injustos? Tem havido ocasiões em que temos sido bondosos, tolerantes, sensíveis, serviçais etc.? Pois bem, na atualidade somos a soma de nossas experiências anteriores, ou melhor, a soma de nossas reações à todas as nossas experiências passadas.

Cada criatura humana de nossa Onda de Vida tem-se iniciado na grande escola da vida, na Grande Escola de Deus, com iguais oportunidades. Durante cada vida foram-nos dadas certas lições. Quando as tivermos aprendido perfeitamente, teremos ganho em conhecimento e inteligência e teremos avançado.

Quando recusamos fazer nosso trabalho, e dissipamos nosso tempo vivendo preguiçosa ou licenciosa e desordenadamente, não só debilitamos, então, nossa estrutura moral, deixando para o lado o trabalho, senão que ao deixar para mais tarde o que devíamos ter feito hoje mesmo, deixamos para o dia seguinte uma tarefa mais dura e mais difícil de executar; e já não estaremos tão preparados para ela como estávamos ao ser-nos dada a primeira lição.

Mas esse trabalho há de ser executado alguma vez, em alguma vida, porque estamos desenvolvendo nossos próprios deuses, que absoluta e necessariamente hão de alcançar seu desenvolvimento, mercê de nossos próprios esforços.

O desenvolvimento das potencialidades latentes, dentro de cada indivíduo, não pode comprar-se, não pode achar-se ou receber-se como se fosse um gracioso donativo.

Depende de nossos próprios esforços perseverantes e resolutos, o que este crescimento progressivo encerra, e só nós estamos em possibilidade de apressá-lo ou retardá-lo. O indivíduo que diz: “Não tive nunca uma oportunidade na minha vida”, está-se enganando. Cada incidente que ocorre, e sucedem-se dezenas deles diariamente, nos subministra a oportunidade de desenvolver em alguma extensão algum poder potencial latente, em nosso interior, e as provas que sofremos, vem precisamente com esse objetivo. Não são meros acidentes com que tropeçamos, mas oportunidades dadas por Deus mesmo, para nosso crescimento, às quais devemos estudar bem e aproveitar tudo o que pudermos. Uma vez que nos dermos conta disso, cada dia de nossa vida se converte em uma grande e gloriosa aventura. Os mais humildes acontecimentos tornam-se grandes e maravilhosas experiências. O gorjeio de uma ave fere nossos ouvidos, estimula nosso sentido da audição e desenvolve nossa apreciação da verdadeira harmonia expressa em sons. Um humilde gusano, uma humilde minhoca, arrasta-se pelo solo aos nossos pés; o sentido da vista entra em ação; a cor daquela criatura se nos revela; a sua forma, a sua maneira de locomoção. Nosso poder de observação se vigoriza; o nosso interesse se estimula; a nossa Mente entra em atividade.

Começamos a estudar a vida, a verificar a nossa mentalidade e acabamos por aprender que tudo aquilo que existe é uma parte de Deus, que lenta, mas seguramente desenvolve dentro de si próprio, a Divindade.

A vida não nos aparece já como um confuso labirinto. É uma escola onde toda a criatura vivente recebe um ensino alegre e intenso. Nada há nela de opaco ou privado de interesse. São a Lei e a Ordem, trabalhando unidos, harmoniosamente. É o Amor em manifestação; é a atividade que nos revela em miríades de demonstrações.

Por que vemos ocupar altos postos aqueles que, segundo todas as aparências, carecem de algum mérito? Suas lições por um dia na Escola da Vida exigirão esse ambiente particular? Mas ai daquele que abuse de seus altos privilégios! Esse está criando uma tremenda dívida de destino, que não lhe será fácil pagar. Por que vemos sofrer opressão a uma pessoa digna? É com o objetivo de que possa aprender valiosas lições que hão de ser usadas em proveito de seus semelhantes, em vidas futuras, nas quais ocupará postos de grande influência e poderio. Tal pessoa não cometerá nunca o erro que seu irmão ou sua irmã menos adiantado ou adiantada poderia cometer ao achar-se numa posição semelhante.

O homem ou mulher que semeia sementes de discórdia, ódio, desonestidade, engano, etc. não pode ter a esperança de escapar ao castigo da Lei.

Qualquer coisa que um homem semear, isso mesmo colherá“, seja durante sua vida atual, seja durante alguma outra vindoura, a não ser que se arrependa do seu mau comportamento.

Reformem-se enquanto puderem, reparem o mal que tenham cometido. A razão de que não vemos o malfeitor pagar suas dívidas é porque não estamos capacitados, no atual estado do nosso desenvolvimento, para segui-lo vida após vida e saber quando se vencem essas dívidas.

Algumas vezes pagam-se durante a vida em que se contraíram; outras vezes levam-se através de um ou mais Renascimentos, mas nunca ficam por saldar.

A Lei de Causa e Efeito, é ensinada pela Bíblia, ainda que expressa com diferente terminologia: “Qualquer coisa que um homem semear isso também colherá“. Nem esta Lei nem a Lei do Renascimento são realmente novas, como poderia comprovar qualquer estudante da Bíblia, cuidadoso e dotado de espírito analítico. Na atualidade, contudo, está lhe dando uma importância muito particular, por parte das escolas avançadas de preparação espiritual, devido a que um número considerável de seres humanos completou já as lições ensinadas por meio da Religião Cristã ortodoxa, e se encontram já prontos para uma etapa mais adiantada na senda do progresso. Essa etapa mais avançada lhes abrirá os Mundos invisíveis onde reside o Espírito, ou verdadeiro “EU”, durante os intervalos entre a morte e o novo renascimento, e os capacitará para seguirem as pisadas do Espírito, ainda que esse faça suas diversas viagens, da morte ao nascimento e vice-versa.

Antes que um indivíduo possa chegar a essa etapa adiantada, há de construir um veículo que lhe permita funcionar nos Mundos invisíveis. Esse veículo se constrói determinando uma separação entre os dois Éteres inferiores (o Químico e o de Vida) dos Éteres superiores (Luminoso e Refletor), que são os veículos da percepção dos sentidos e da memória; podem então usar-se como tal, o veículo a que se chama o Corpo-Alma.

Em consequência, a “Senda da Preparação” precede a capacidade de adquirir conhecimento de primeira mão, o conhecimento direto.

O amoroso e abnegado serviço aos outros, a perseverança, a devoção, a observação e o discernimento são os meios de alcançá-lo. O serviço amoroso e abnegado aos outros atrai automaticamente ao indivíduo os dois Éteres superiores, a saber; o Luminoso e o Refletor, com os quais se constrói o “Corpo-Alma”.

O Éter Químico e o Éter de Vida são capazes de se encarregar das funções vitais do Corpo Denso, durante o sono. Mais tarde tem lugar uma separação entre estes dois Éteres inferiores e os dois Éteres superiores. Quando esses dois últimos Éteres que compõem o “Corpo-Alma” já se espiritualizaram o suficiente, por meio da observação, do discernimento e do serviço, uma simples fórmula, dada por um Mestre espiritual, capacita o Aspirante à vida superior a levar consigo o “Corpo-Alma” à vontade, junto com o seu Corpo de Desejos e a sua Mente. Fica assim equipado com seus veículos de percepção sensorial e de memória.

Qualquer conhecimento que possua no Mundo Físico está, então, à sua disposição para usá-lo nos Mundos invisíveis, e quando de novo entra em seu Corpo Denso, traz consigo, ao cérebro físico, memórias de suas experiências adquiridas durante seu funcionamento longe do próprio corpo e naqueles altos lugares.

Quando o indivíduo tenha construído esse veículo no qual funciona, pode visitar os Mundos invisíveis e fica com liberdade para explorá-los a seu gosto, e aprender neles as causas que produzem todos os efeitos que se manifestam no plano físico.

Pode, então, acompanhar uma criança, da morte ao renascimento e comprovar assim que a reencarnação é um fato.

Pode então compreender a vida e seu objetivo, e trabalhar em harmonia com todas as Leis da Natureza; e dessa maneira tem já em suas mãos não só o método de acelerar sua própria evolução, senão também o de ajudar os outros a fazerem outro tanto.

Todo o nosso progresso depende de que aprendamos as lições que se nos apresentam em nossa vida diária, sem ter em conta que sejam fáceis ou difíceis. Devemos agradecer cada lição e pôr-nos prontamente a aprendê-la. E devemos agradecer especialmente às difíceis e desagradáveis, pois indicam que fizemos consideráveis progressos no passado e que, por consequência, estamos já capacitados para aprendê-las. Às almas jovens e pouco experimentadas não são dadas tarefas difíceis para executar.

Cada dia está cheio de oportunidades que, nos tornam os donos delas e se as aproveitarmos tanto quanto possível, nos permitirão avançar rapidamente pelo caminho do verdadeiro desenvolvimento.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – setembro/1979 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Espírito Oculto: Saturno

Os astrólogos mundanos falam de Plutão, Netuno, Urano, Saturno e Marte como sendo maléficos, enquanto Vênus e Júpiter são qualificados de benéficos. No Reino de Deus nada há que seja realmente malévolo. O que assim aparente ser, nada mais é que um bem em gestação. Tampouco devemos acreditar que as inerências de algum Astro, seja qual for, constituem um obstáculo ao ser humano.

Retornamos várias vezes a este Mundo com o propósito de obter certas experiências, necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual. E quanto mais tratemos de compreender as influências Astrais (do Sol, da Lua e dos Planetas), mais facilmente concluiremos que são fatores potentíssimos para ajudar-nos a colher as referidas experiências.

Por exemplo: Saturno é o depurador. Quando nos afastamos do caminho da retidão, ele surge para deter-nos, impedindo-nos de prosseguir na transgressão.

Quem sabe, coube-nos uma herança e a malbaratamos em todos os sentidos, inclusive fisicamente. Surge, então, um Aspecto astrológico de Saturno, representado por uma enfermidade ou doença, confinando-nos ao leito. Sujeitamo-nos a uma dieta rigorosa. Nosso organismo repousa. E quando nos erguemos, somos um novo ser. Durante todo esse tempo tivemos a oportunidade de meditar sobre a vida que temos levado. Em caso afirmativo aproveitamos a lição, porque então saberemos como agir, evitando aquilo que possa causar enfermidades ou doenças.

Quando dilapidamos nossa herança, podemos acabar com os bolsos vazios. Talvez nem tenhamos onde pedir auxílio. Então, veremo-nos obrigados a pensar e abrir um caminho pelo nosso próprio esforço. Nossos talentos foram inúteis quando desperdiçamos o dinheiro. Na pobreza temos que explorá-los, que empregá-los, para realizar nossa parte na obra do Mundo. Perdemos nossa herança, mas o Mundo ganhou um trabalhador. Se a lição foi aprendida, a influência de Saturno foi uma benção!

E assim sucede com tudo aquilo que em um horóscopo possa parecer um mal. Além disso, quanto mais nos desenvolvemos espiritualmente, tanto menos seremos afetados adversamente por esses Planetas ou Aspectos chamados “maléficos”. Veremos que, na realidade, esses Aspectos são “adversos” (Quadratura, Oposição e algumas Conjunções). Ajudam-nos a nos emendar, a nos esforçar, a persistir, a retomarmos a direção para Deus, a nos colocar em linha com a nossa evolução e a entendermos que devemos servir amorosa e desinteressadamente a divina essência do irmão e da irmã que estão ao nosso redor, no nosso dia a dia.

Saturno não gera desastres ao ser humano espiritualizado, mas apenas persistência; não enfermidades ou doenças, mas fortaleza. E dessa maneira, conformando-nos às Leis da Natureza – que são as Leis de Deus –, vivendo em harmonia com os Astros, os dominaremos e modificaremos nossas existências enquanto renascidos aqui.

A maior parte da humanidade deixa-se arrastar pelas influências Astrais. Porém, quanto mais vivemos nos dedicando a nossa vida espiritual em uma Escola de Mistérios como a Fraternidade Rosacruz, tanto mais nos converteremos em um fator que se deve ter em conta, e “as predições do astrólogo fracassarão em proporção direta à nossa realização espiritual”.

Os Astros são nossos auxiliares evolutivos. Não são corpos de matéria morta, mas corpos viventes e vibrantes de grandes Inteligências Espirituais que, na Religião Cristã, são chamados de Sete Espíritos ante o Trono.

Conforme nos modificamos, muda também sua influência sobre nós, porém a ela não escapamos pelo simples incidente de morrer. Quando a aurora de uma nova vida despontar, surgiremos com um novo horóscopo. Se empenharmo-nos em um desenvolvimento espiritual para aprender as lições que esses Espíritos Planetários trataram de nos ensinar nas vidas passadas, teremos novos Aspectos e novas posições do Sol, da Lua e dos Planetas que nos ajudarão no Caminho da Evolução, trafegando por Esquema de Evolução e nos realizando nessa Obra de Evolução.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Antigas e Modernas Escolas de Mistérios ou de Iniciação

Nas Antigas Escolas de Mistérios as formas de adoração mais amplamente disseminadas foram as de Ísis, Orfeu, Dionísio, Ceres e Mitras. Muitas nações bárbaras receberam seu conhecimento dos Mistérios em honra dessas divindades. Os Mistérios de Elêusis, celebrados em Atenas, em honra de Ceres, absorveram, por assim dizer, todos os outros. Estenderam-se através do Império Romano e ainda além de seus limites. Aristides chamou-os de “o templo comum de todo o mundo”.

Não é surpreendente dar-se conta que os ensinamentos desses antigos Mistérios têm relação pelo menos com os da Ordem Rosacruz, quando se trata dos Mistérios ou Iniciações Menores. Platão afirmou que o objetivo dos Mistérios era converter a alma à sua pureza primitiva e a esse estado de perfeição o qual havia perdido. A pureza moral e a elevação da alma eram requisitos indispensáveis aos Iniciados. Esses eram considerados os únicos indivíduos afortunados, os possuidores de incomuns virtudes, talvez viessem da Índia, porque todas velhas nações eram acordes em chamar a Ásia de o “berço da raça humana”. E a Filosofia Rosacruz ensina que os Semitas Originais, a quinta Raça atlante, surgiu do continente condenado, sendo conduzida a vagar pelo deserto de Gobi, até que uma nova Terra fosse preparada para eles. Durante esse intervalo de sua peregrinação, a maioria desobedeceu às instruções recebidas, deveriam manter puro seu sangue, casando-se com as “filhas dos homens”, enquanto as tribos fiéis extraviaram-se e pereceram. Mas, embora seus corpos morressem, renasceram na Terra Prometida, tal como é hoje, na forma da Raça Ária.

A corrente de vida humana fluiu para a Índia, China, Egito, Arábia e Fenícia. Assim, os Semitas Originais chegaram a ser a semente das sete Raças da presente Época. No Egito, toda Religião, ainda que em suas piores formas, era em menor ou maior grau um Mistério. A teologia popular e superficial deixava um anelo insatisfeito nas almas. A Religião, não obstante, poderia suprir e satisfazer os pensamentos mais profundos e as aspirações do ser. Nota-se aí um paralelo com condições atuais.

A Fraternidade Rosacruz esforça-se em ensinar a Religião Cristã com a pureza dos primeiros tempos, sem obscurecê-la com a teologia e dogmatismo do Cristianismo popular. E por meio desses Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, o Estudante Rosacruz obtém o conhecimento de como se tornar um Aspirante à vida superior, se preparando para as Iniciações Menores e depois para as Iniciações Maiores ou Cristãs na Ordem Rosacruz.

Há outra coisa em comum entre os antigos Mistérios e os do nosso tempo. Os poderes reverenciados nesses Mistérios dizem respeito à realidade dos deuses da Natureza. Os Mistérios ensinavam a doutrina da Divina Unidade. A essência de todos os antigos Mistérios girava em torno do conceito de um Ser inacessível, uniforme e eterno. Eram um drama sagrado exibindo alguma lenda significativa das transformações da natureza do Universo visível, na qual se revelava a Divindade. O método da sugestão indireta por meio da alegoria ou símbolo é mais eficaz que a linguagem. O mesmo método Cristo, nosso Mestre e Salvador, usou em Suas pregações populares durante Seu ministério. Os espetáculos dos Mistérios continham sugestões, quando não lições adaptadas para contribuir à elevação do caráter dos espectadores, ensejando-lhes vislumbrar algo do propósito da existência.

Sem dúvida, as cerimônias de Iniciação foram originalmente poucas e simples. Porém, como as grandes verdades da primitiva revelação se dissiparam da memória dos povos e a perversidade estendeu-se sobre a Terra, chegou a ser necessária a discriminação, requerendo-se mais tempo de prova e experiência aos candidatos. Pelo revelado nas grandes obras pictóricas, em especial nas obras Cristãs, os escritores deduziram que os Mistérios não só existem originalmente, como também se mantiveram rodeados de uma essência de pureza.

Antigamente, as cerimônias da Iniciação celebravam-se na quietude da noite, bem no “interno” da Terra ou no centro de uma pirâmide. Inumeráveis cerimônias, algumas aterradoras e outras plenas de inspiração, foram agregadas de tempos em tempos aos símbolos dos conhecimentos originais. No livro Cristianismo Rosacruz de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz, conferência n.º 9, lemos: “As investigações baseadas nas imperecíveis imagens encontradas na Memória da Natureza, fixam a data da construção da grande pirâmide de Gizeh em 250.000 anos A.C., aproximadamente, quando era empregada como templo de Iniciação nos Mistérios e era o lugar onde se guardava um grande talismã”.

Encontramos vários Mistérios na Idade Média. Os Trotes do norte da Rússia ensinavam uma fase dos Mistérios do mundo. Os outros eram os Cavaleiros da Távola Redonda do rei Artur, e os Druidas da Irlanda. No norte da Espanha existiu o Mistério do Santo Graal. A lenda de Parsifal faz alusão aos Santos Cavaleiros, moradores do Castelo de Monte Salvat.

Na conferência n.º 17 do livro “Cristianismo Rosacruz” lemos: “Esse Mistério era custodiado por um grupo de santos cavaleiros residentes no Castelo de Monte Salvat e seu grande propósito era proclamar à humanidade, as grandes verdades espirituais em forma inteligível, apresentando por meio de imagens o que o intelecto não poderia compreender diretamente”. Os antigos Mistérios (os da Idade Média) e os de hoje são o trabalho de grandes instrutores que nos guiam em nossa evolução.

Na Fraternidade Rosacruz, o Estudante Rosacruz pode obter uma sabedoria e compreensão incomensuráveis desde que se esforce por viver a vida.

Que possamos ser guiados na busca da perfeição, não por ganância ou vaidade pessoal, mas como trabalhadores na “Vinha do Senhor”, o Cristo, nosso Salvador.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cartas de Augusta Foss Heindel: A Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz: Nosso Supremo Ideal

Augusta Foss Heindel

Nossa missão é dar a conhecer publicamente os Ensinamentos dos Irmãos Maiores dessa Ordem e, mediante a aplicação deles em nossa vida diária, poder chegar a possuir: uma Mente Pura – um Coração Nobre – um Corpo São.

Antes de entrar na explicação desses Ensinamentos Rosacruzes, bom será que digamos algumas palavras acerca dos Irmãos Maiores e do lugar que ocupam na evolução da humanidade.

Por razões que se dirão mais adiante, os Ensinamentos Rosacruzes advogam uma visão dualista: sustentam que cada um de nós é um Espírito encerrando em si mesmo todos os poderes de Deus, como a semente encerra a planta, e que esses poderes se desenvolvem lentamente em uma série de existências dentro de um corpo terreno que melhora gradualmente; sustentam, além disso, que referido desenvolvimento se tem processado sob a direção de Seres exaltados que dirigem, ainda hoje, nossos passos, embora essa tutela vá diminuindo à medida que gradualmente adquirimos intelecto e vontade. Esses Seres Excelsos, se bem que invisíveis a nossos olhos físicos, constituem, entretanto, poderosos fatores em todos os assuntos da vida, dando aos diferentes grupos humanos lições que impulsionam o desenvolvimento dos poderes espirituais deles com o máximo grau de eficiência. De fato, a Terra pode ser comparada a uma vasta escola de treinamento, na qual existem Discípulos de várias idades e diferentes habilidades ou disposições, como ocorre em qualquer de nossas escolas. Existem os selvagens, vivendo e adorando sob as mais primitivas condições, vendo Deus numa pedra ou num pedaço de madeira. Assim, sob o progresso que cada um de nós realiza para diante e para cima na escala da civilização, encontramos uma concepção mais alta da Deidade até florescer, em nosso mundo ocidental, na formosa Religião Cristã, que nos proporciona, atualmente, a inspiração espiritual e o incentivo necessário para melhorar. Os Seres, que a Religião Cristã conhece sob o nome de Anjos do Destino, proporcionaram a cada grupo humano as diferentes Religiões que conhecemos, e sua maravilhosa previsão capacita-Os para verem a direção de algo tão instável como a Mente humana, podendo assim determinar que passos são necessários para guiar nosso desenvolvimento a respeito de linhas convenientes ao bem universal mais elevado.

Estudando a história das antigas nações veremos que, cerca de seiscentos anos antes de Cristo, uma grande onda espiritual surgiu nas costas orientais do Oceano Pacífico, onde a grande Religião de Confúcio acelerou o progresso da nação chinesa. Na mesma época a Religião de Buda começou a conquistar milhões de adeptos na Índia, e mais a oeste temos a sublime filosofia de Pitágoras. Cada sistema era apropriado às necessidades particulares do povo ao qual se aplicava.

Veio então o período dos céticos, na Grécia, e mais tarde, caminhando para Oeste, a mesma onda espiritual se manifesta na Religião Cristã da Idade Média, quando o dogma de uma Igreja dominante impôs sua crença em toda a Europa Ocidental.

É Lei do Universo que à uma onda de despertar espiritual siga sempre um período de materialismo duvidoso, e cada uma dessas fases é necessária para que o Espírito receba igual desenvolvimento, tanto em seu intelecto como em seu coração, sem ir demasiado longe em nenhuma das direções.

Os Grandes Seres, anteriormente mencionados, que cuidam de nosso progresso, tomam sempre medidas para preservar a humanidade desse perigo.

Quando previram a onda de materialismo que começou no século dezesseis com o nascimento da ciência moderna, tomaram medidas para proteger o Ocidente, como haviam anteriormente salvaguardado o Leste contra os céticos, que se viram contidos pelas Escolas de Mistérios.

No século treze surgiu na Europa Central um grande Mestre espiritual cujo nome simbólico foi CHRISTIAN ROSENKREUZ, isto é — CRISTÃO ROSACRUZ — que fundou a misteriosa Ordem Rosacruz, em relação à qual tantas suposições têm sido feitas sem que grande coisa haja chegado ao mundo em geral, uma vez  que se trata da Escola de Mistérios do Oeste e se abre, unicamente, àqueles que alcançaram o estado de desenvolvimento espiritual necessário a serem “ iniciados nos seus segredos relativos à Ciência da Vida e do Ser

Se alcançamos um desenvolvimento tal que nos permita deixar nosso Corpo Denso e encetar um voo anímico pelo espaço interplanetário, veremos que o átomo físico primário é de forma esférica, como nosso Planeta, isto é — um globo. Se tomamos um determinado número de globos de igual tamanho e os agrupamos em torno de um deles, necessitaremos exatamente doze para ocultar o décimo-terceiro. Também assim os doze visíveis e o décimo-terceiro oculto – o UNO — são cifras que revelam uma relação cósmica; como todas as Ordens de Mistérios estão baseadas em linhas cósmicas, todas se compõem de doze membros reunidos em torno de um décimo-terceiro que é o Líder invisível.

São sete as cores do espectro: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta. Entre o violeta e o vermelho, porém, existem outras cinco cores invisíveis aos olhos físicos, mas que se descobrem pela visão espiritual. Em toda Ordem de Mistérios existem igualmente sete Irmãos que, às vezes, aparecem no mundo a fim de realizar o trabalho necessário para o progresso daqueles a quem servem. Entretanto, cinco Irmãos nunca são vistos fora do Templo. Eles ensinam e trabalham com aqueles que já passaram por certos estados de desenvolvimento espiritual e que podem, portanto, dirigir-se ao Templo em seus corpos espirituais — fato esse que se ensina na primeira Iniciação, que costuma ter lugar no exterior do Templo, por não ser conveniente a todos visitá-lo fisicamente.

Não vá agora o leitor imaginar que essa Iniciação faz do Estudante um Rosacruz, como tampouco a admissão de um estudante na Universidade o torna membro dessa Faculdade. Nem mesmo após passar os nove graus desta ou de outra Escola de Mistérios, se é um Rosacruz. Os Rosacruzes são Hierofantes dos Mistérios (ou Iniciações) Menores e além deles existem, ainda, escolas em que são ensinados Mistérios (ou Iniciações) Maiores. Todos aqueles que já concluíram os Mistérios Menores e são alunos dos Mistérios Maiores são chamados Adeptos; mas, nem mesmo eles alcançaram a privilegiada situação dos doze Irmãos da Rosacruz ou dos Hierofantes de qualquer Escola de Mistérios Menores, assim como o Estudante que acaba de graduar-se na Universidade não desfruta da posição e do reconhecimento devidos aos catedráticos.

Em outro artigo falaremos sobre a Iniciação, mas devemos salientar aqui que a porta de uma genuína Escola de Mistérios não se abre com chave de ouro, mas tão somente como recompensa pelos serviços meritórios realizados em prol da humanidade. Todo aquele que se anuncia a si mesmo como um Rosacruz, ou se encarrega de instruir a troco de dinheiro, se acredita a si mesmo como charlatão por qualquer desses dois atos.

Nos séculos decorridos desde a formação da Ordem Rosacruz seus membros têm trabalhado secreta e silenciosamente, esforçando-se por moldar o pensamento da Europa Ocidental mediante obras de Paracelso, Boehme, Bacon, Shakespeare, Fludd e outros. Diariamente à meia-noite, quando as atividades físicas do dia estão em seu mais baixo refluxo e os impulsos espirituais em seu fluxo superior, enviam de seu Templo vibrações que agitam e comovem a alma a fim de contrabalançar o materialismo e para impulsionar o desenvolvimento das forças do espírito. À suas atividades respondemos nós e delas nos beneficiamos, assim como a ciência materialista, que se vai espiritualizando lenta e gradativamente.

(de Augusta Foss Heindel – Traduzido e Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto de 1969 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Simbologia e Qualidades de Áries

A Época Ária pode ser dividida em três Eras, mas todas servem a Religião do Cordeiro. A primeira divisão abarca o tempo em que o Sol cruzou o Signo zodiacal de Áries, o cordeiro (Cristo), por Precessão dos Equinócios. Iniciou-se, portanto, quando o Equinócio de Março estava aparecendo aos sete graus de Áries. Os demais 23 graus de Áries (dos 8 aos 30 graus) pelos quais, o Sol por Precessão havia passado pertencem ao período do Velho Testamento, quando o povo eleito, os Judeus, estavam em cativeiro e perdido no deserto do mundo e a nova Religião Cristã não havia ainda encontrado seu lugar. Veio então o Cristo e inaugurou definitivamente o novo ensinamento. Veio, não para destruir as velhas profecias e a antiga Lei, senão para nos dar alguma coisa superior que venha complementar a velha Dispensação, quando os seres humanos hajam ultrapassado a Lei. O Signo oposto a Áries é Libra, a balança da justiça, que nos diz que na nova Religião virá um dia de juízo (Libra), quando Cristo voltar para julgar cada ser humano segundo os atos realizados na vida física.

Como Signo Cardeal ou Cardinal, Áries tem como palavra-chave: Atividade. Assim, exprime ação e iniciativa, o que está de acordo com o fato de, com a entrada do Sol em Áries, se iniciar um Ano Novo espiritual. Áries é governado por Marte, cuja característica é energia dinâmica. Tais qualidades, quando fortes num horóscopo, conferem aos nativos confiança própria, certa agressividade radical em seus pensamentos e ações – pouco dispostos a seguir opiniões alheias –, capacidade para ganhar e prodigalidade no gastar o dinheiro, energia para dirigir, mas falta de habilidade para fazer coisas originais. Radicais, dependem muito da orientação que tenham recebido na infância e juventude de seus pais, porque isso determina o rumo de sua ação para sua ruína ou elevação. Portanto, Áries marca o início de vida e por isso é o primeiro Signo do Zodíaco, o marco inicial do ano astrológico. Os sábios do antigo Egito diziam que sob os auspícios do marciano Signo de Áries, onde o Sol, o dador da vida, fica Exaltado, a vida surge, depois de um período de nove meses. Quando o místico Sol da vida passa através do úmido e frutífero Signo lunar, Câncer, o Átomo-semente do Corpo Denso do Ego é plantado. Segue-se a gestação inconsciente do embrião com o trânsito do Sol pelos Signos de Leão, Virgem e Libra. Ao entrar no segundo Signo aquoso, Escorpião, surge o primeiro sinal de vida no feto, o qual morre para a vida espiritual e é preso por Marte, então, ao Corpo Denso, através do Cordão Prateado. Depois, o Sol da vida prossegue pelos Signos de Sagitário, Capricórnio e Aquário e ao entrar no terceiro Signo aquoso, Peixes, abre as comportas (as águas da placenta) e o Ego nasce para mais um dia na escola do mundo. Durante o período gestatório, Marte deu ao corpo, especialmente em forma de hemoglobina, o ferro e pela primeira respiração começa a oxidação dessa substância para produzir o calor, sem o qual não poderia o Ego se manifestar no corpo. Este mesmo ferro é que permite a ação e desenvolvimento da consciência. Essa operação é continuada durante toda a vida e, assim, o raio marciano exerce a tarefa de suplementar o Sol na manutenção da chispa vital, até que a existência termine no Signo de Escorpião, o oitavo Signo, da morte. Ali mesmo, onde o Ego teve sua primeira manifestação de vida, ele recebe a mortal picada de Escorpião e Marte e seu amigo Saturno cortam o Cordão Prateado liberando a alma, que volta a sulcar, como a águia, os céus, em busca das esferas celestiais, seu verdadeiro lar. Esse desfecho do Ego simboliza a morte do redentor (o Sol da vida) entre os dois ladrões (Saturno e Marte).

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – março/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Simbologia e Qualidades de Peixes

Peixes é o 12º Signo do Zodíaco e, portanto, nele termina o ano astrológico. Signo Comum, a palavra-chave de sua natureza é: Flexibilidade.

Cristo foi o grande e bom Pastor (Áries), mas chamou a Seus Discípulos “pescadores de homens”, porque o Sol, por Precessão dos Equinócios, estava, então, abandonando o Signo de Áries, o Cordeiro, e entrava em Peixes, o Signo dos peixes. Portanto, se abria uma nova fase da Religião Ária, a Religião Cristã. Para mostrar essa transição, de Áries para Peixes, em que surgiu a Religião Cristã, os bispos da Igreja Católica usam um cajado (Pastor, Áries) e uma mitra, chapéu em forma de uma cabeça de peixe (Peixes).

No Novo Testamento não se faz menção ao touro ou ao cordeiro, mas, em compreensão, alude muitas vezes aos peixes. Encontramos também ali a Virgem Celestial (Virgem), mui proeminente, e a espiga de trigo de Virgem (que rege os grãos). É o pão da vida, conquistado por meio da pureza imaculada. Deste modo, a realização do ideal Cristão está indicada no Zodíaco pelos dois Signos Comuns Opostos, Peixes e Virgem. Aí encontramos a explicação do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes[1], isto é, o ideal Cristão dado como alimento para uma nova Era, a multidão.

Na Era de Virgem, a nova Religião do Cordeiro, Áries, não teria sido possível ainda. Moisés, o primitivo líder, não poderia então levar o povo escolhido a “Terra Prometida”. Isto ficou para ser feito por Josué, o filho de Nun. Ora, Josué, em hebraico, significa “Jesus” e Nun significa “Peixes”. Deste modo ficou profetizado que a Religião do Cordeiro (Áries) alcançaria sua proeminência durante a passagem do Sol, por Precessão dos Equinócios, pelo Signo de Peixes (os peixes).

Esta profecia foi totalmente cumprida, pois, durante os mais de 2.000 anos transcorridos desde o nascimento de Jesus, a Religião do Ocidente vem sendo ensinada por um sacerdócio celibatário, adorado na Virgem Imaculada, simbolizada pelo Signo celestial de Virgem, oposto a Peixes. Este mesmo sacerdócio tem se alimentado de peixes e proibido o uso de carne (Áries, Touro) em determinados dias.

Quando os filhos de Israel abandonaram as orlas de carne do Egito, onde o touro foi degolado, fizeram-no pelo sangue do cordeiro (Áries), com que se pintaram as portas das casas israelitas que deveriam passar ilesas pela peste.

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – fevereiro/1964 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: “Jesus, ouvindo isso, partiu dali, de barco, para um lugar deserto, afastado. Assim que as multidões o souberam, vieram das cidades, seguindo-o a pé. Assim que desembarcou, viu uma grande multidão e, tomado de compaixão, curou os seus doentes. Chegada a tarde, aproximaram-se dele os seus discípulos, dizendo: “O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si”. Mas Jesus lhes disse: “Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer”. Ao que os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. Disse Jesus: “Trazei-os aqui”. E, tendo mandado que as multidões se acomodassem na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu e abençoou. Em seguida, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.” (Mt 14:13-21)

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Sete Razões ou Motivos para a necessidade da vinda de Cristo pela Primeira Vez entre Nós

  1. Sair do separatismo (necessário em um momento e nos fornecido pelas Religiões de Raça) para a unidade (por meio do veículo unificante Espírito de Vida do Cristo); as Religiões separatistas do Espírito Santo devem dar lugar à unificante Religião do Filho, a Religião Cristã. Para isso, também, inaugurou a doutrina do Perdão dos Pecados.
  2. Alterar a direção da nossa aprendizagem que era de fora para dentro (Lei Jeovística) para de dentro para fora (Lei do amor e do serviço à quintessência do ser humano); a lei deve ceder lugar ao Amor, e as raças e nações separadas devem unir-se numa Fraternidade Universal.
  3. Durante o estado de individualização, o pináculo da separatividade ilusória, a humanidade necessita de ajuda extra, mas os atrasados necessitam ainda de um auxílio especial. Para conferir esse auxílio especial, a fim de redimi-los, foi preparada a missão de Cristo. Ele disse que tinha vindo buscar e salvar os que estavam perdidos.
  4. Possibilitar a todos os seres humanos o direito de buscar as Iniciações; abriu o caminho da Iniciação para todos os que quisessem alcançá-lo.
  5. Fornecer aos seres humanos as 4 Iniciações Maiores (além das 9 Iniciações Menores que já eram possíveis) ou Iniciações Cristãs.
  6. Ensinar como curar um ser humano de problemas como a obsessão, pois na época em que Ele veio a obsessão era prevalecente e de crescimento marcante no mundo, o que provocava um atraso substancial tanto para o obsessor (quando era ser humano) como para quem estava sendo obsediado.
  7. Purificar o Corpo de Desejos do Planeta (o Mundo do Desejo) a fim de que pudéssemos, como já ocorre atualmente, ter material mais abundante das regiões superiores do Mundo do Desejo, único modo de termos desejos, sentimentos e emoções como filantropia, idealismo, altruísmo, fraternidade, cooperação, servir amorosa e desinteressadamente, etc.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como trabalhar neste Final da Era de Peixes para alicerçar nosso Desenvolvimento Espiritual

Cristo foi o Grande Pastor, mas chamou Seus Discípulos para serem “pescadores de homens”, pois o Sol, por Precessão, estava saindo do Signo do Carneiro e entrando no de Peixes, o Signo dos peixes.

Por conseguinte, uma nova fase da Religião Ária estava começando.

O Novo Testamento, pois, não menciona o Touro ou o Carneiro, mas inúmeras são as referências aos peixes.

Também encontramos a Virgem Celestial proeminente, e a espiga de trigo de Virgem é o Pão da Vida, a ser conseguido somente por meio da pureza imaculada.

Por isso Cristo alimentou a multidão com peixes (Peixes) e pães (Virgem).

A Religião do Carneiro haveria de se projetar durante a passagem do Sol por Precessão através do Signo de Peixes, os peixes. É a Religião Cristã.

Essa profecia vem se cumprindo, pois, durante os mais de 2.000 anos que passaram; desde o nascimento de Jesus, a Religião ocidental tem sido ensinada por sacerdotes celibatários, os quais adoram uma virgem imaculada, simbolizada pelo Signo celestial de Virgem, o Signo oposto a Peixes.

Já nos quinhentos anos, aproximadamente, que faltam para a Era de Aquário introduzir-se definitivamente, nós faremos, com toda probabilidade, grandes progressos tanto vencendo a luxúria da carne quanto a vontade de se alimentar dela.

Pois Virgem, a imaculada virgem celestial, e as espigas de trigo contidas no Signo mostram esses dois ideais como proveitosos ao crescimento anímico na era atual.

Júpiter, o Planeta da benevolência e da filantropia, Regente de Peixes, tem sido um fator proeminente na promoção do altruísmo durante os dois últimos milênios.

Isso tudo começou lá atrás, ao findar a Época Atlante, quando o Sol, por Precessão, deixou o Signo de Touro e entrou em Áries (o Cordeiro). A humanidade entrou, então, na Época Ária que compreende as Eras de Áries, Peixes e Aquário.

Cristo surgiu na Era de Peixes e a lição que trouxe foi a do Amor, o que ainda deverá ser devidamente aprendido na Era seguinte – a de Aquário.

Por isso ele é que nos está ajudando a entrarmos na Era de Aquário, a Era da Fraternidade Universal.

Os seres humanos mais avançados já estão sentindo o impulso em direção a esses ideais.

Há muitas parábolas que Cristo nos deixou sobre como trabalhar na Era de Peixes para alicerçar o nosso desenvolvimento oculto.

Uma delas é a da casa sobre a rocha e a casa sobre a areia:

Todo aquele que ouve essas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha.

Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha.

Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.

Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande sua ruína!”. (Mt 7:24-28)

 Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Simbologia e Qualidades de Aquário

Quando o Sol entrar por Precessão dos Equinócios no Signo celestial de Aquário, o Aguador, virá uma nova fase da Religião do Cordeiro, a Religião Cristã. Esotericamente, o ideal que devemos perseguir está indicado no Signo oposto: Leão.
A Lua, habitação de Jeová – o Regente autocrático das Raças e o dador de Leis – está em Exaltação em Touro. Quando o Sol transitou, por Precessão dos Equinócios, pelo Signo de Touro, todas as Religiões de Raça, mesmo a fase mosaica da Religião Ária do Cordeiro, pediam uma vítima propiciatória para cada transgressão da Lei.
Mas, o Sol está em Exaltação em Áries e ao entrar nesse Signo, por Precessão dos Equinócios, o grande Espírito Solar, Cristo, veio como um Sumo Sacerdote da Religião Ária e revogou o sacrifício de outros ao oferecer-se a Si mesmo como um sacrifício perpétuo pelos pecados do mundo.
Observando o ideal maternal de Virgem, durante a Era de Peixes, e seguindo o exemplo de Cristo como um serviço de sacrifícios, a Imaculada Concepção converte-se numa experiência real para cada um de nós, e Cristo, o Filho do Homem (Aquário) nasce internamente.
Deste modo, gradualmente a terceira fase da Religião Cristã se manifestará e um novo ideal será encontrado no Leão de Judá (Leão). Valor e convicção, fortaleza de caráter e virtudes semelhantes, farão de nós, realmente o Rei da Criação, digno da confiança e do afeto dos Reinos de vida inferiores ao nosso, bem como do amor das divinas Hierarquias Criadoras que sobre nós estão.
Assim, a mensagem mística da nossa evolução está marcada em caracteres de fogo no campo celestial, onde qualquer investigador pode ler. E quando estudemos o propósito de Deus, revelado no Zodíaco, aprenderemos a nos conformarmos inteligentemente com Seus desígnios e, desse modo, abreviar o dia da emancipação do nosso limitado ambiente atual, para sermos perfeitamente, livres como Egos, sobrepondo-nos à lei do pecado e da morte, por meio de Cristo, o Senhor do Amor e da Vida.
Todos nós podemos e devemos decifrar a mensagem e resolver o mistério do Universo.
A entrada do Sol em Aquário, em que teremos mais estreita união com o Cristo, por uma forma elevada da Religião Cristã, está indicada, além do Zodíaco, no Evangelho Segundo São Lucas: “Respondeu-lhes: “Logo que entrardes na cidade, encontrareis um homem levando uma bilha de água. Segui-o até à casa em que ele entrar. Direis ao dono da casa: ‘O Mestre te pergunta: onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos?” (22:10-11), no Evangelho Segundo São Marcos: “Enviou então dois dos seus discípulos e disse-lhes: “Ide à cidade. um homem levando uma bilha d’água virá ao vosso encontro. Segui-o. Onde ele entrar, dizei ao dono da casa: ‘O Mestre pergunta: Onde está a minha sala, em que comerá a Páscoa com os meus discípulos?’ E ele vos mostrará, no nadar superior, uma grande sala arrumada com almofadas. Preparai-a ali para nós.” (14:13-15) e no Evangelho Segundo São Mateus: “Ele respondeu: ‘Ide à cidade, à casa de alguém e dizei-lhe: ‘O Mestre diz: o meu tempo está próximo. Em tua casa irei celebrar a Páscoa com meus discípulos’.” (26:18), pois o Cristo Solar é simbolizado na Astrologia pelo Sol, quer na evolução da humanidade como das nações e do mundo.
Aquário, às vezes, é representado por uma mulher derramando água de um cântaro; outras vezes por um menino e outras, ainda, por um homem. O correto é o de um rapaz, que simboliza o Cristo já crescido no ideal dentro de nós; a água que se derrama sob controle do cântaro, pelo rapaz, significa o equilíbrio das emoções. Será, pois, a Era do amor racional, inteligente, o equilíbrio entre o Coração e a Mente, preconizado nos Ensinamentos Rosacruzes.
A palavra-chave de Aquário, como Signo fixo, é: ESTABILIDADE.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1964-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que jornais como Wall Street Journal valoriza a Religião?

Em 3 de novembro de 1906, The Wall Street Journal publicou um editorial sobre esta questão: “Existe um declínio de fé?”. Ele mostra que o efeito da Religião é um fator de longo alcance na vida empresarial do mundo e levou a certos pensamentos que apresentaremos após o leitor ter lido o artigo que, abaixo, reimprimimos.

Existe um declínio de fé?

“Quem acredita em uma vida futura é um cidadão de dois mundos. Ele se move neste mundo, mas seus pensamentos e inspirações mais elevadas estão fixas no futuro. Para tal pessoa o que acontece aqui e agora não é sem importância, mas é infinitamente menos importante do que o que acontecerá no futuro. Ele considera sua vida aqui apenas uma preparação para a vida futura. Suas experiências aqui, sejam de alegria ou tristeza, são de valor para ele apenas porque o capacitam a atender melhor às demandas eternas da vida após a morte. Ele não é indiferente às recompensas que podem advir, neste mundo, para a indústria, o esforço e a oportunidade; mas, fracasso, doença, pobreza, abuso — o que isso significa para uma pessoa que acredita que vai desfrutar dos privilégios sublimes da eternidade? Ele mede tudo pelo infinito. Riqueza, luxo, poder, distinção — ele pode não desprezar isso, mas os considera apenas temporários — meros deleites que são dados como testes para o seu caráter.”

“A fé na vida eterna aplaina todas as desigualdades e injustiças da vida presente, sob o grande peso do infinito. Faz com que os pobres se sintam ricos e dá aos desafortunados uma sensação de herança do Todo-Poderoso. Isso faz com que os ricos tenham um senso de grande responsabilidade e tutela.”

“Mas não é necessário para esta discussão considerar se tal fé é razoável ou não. The Wall Street Journal não se preocupa com discussões teológicas. Não está a favor de, ou contra, credo algum, porém bastante interessado nos efeitos econômicos e políticos de qualquer mudança no pensamento, nos hábitos e na vida dos seres humanos. Se houve um declínio acentuado na fé religiosa, esse fato deve ter um significado profundo e de longo alcance, porque altera as condições básicas da civilização e torna-se um fator nos mercados. Ele muda os padrões e afeta os valores das coisas que são compradas e vendidas, dizendo respeito aos interesses imediatos daqueles que nunca tiveram tal fé, quase tanto quanto diz respeito à vida daqueles que tiveram fé e a perderam.”

“A questão, portanto, é de importância prática, imediata e tremenda para Wall Street, tanto quanto para qualquer outra parte do mundo. Houve um declínio na fé e na vida futura? Em caso afirmativo, em que medida isso é responsável pelos fenômenos especiais de nossos tempos? A busca ávida por riqueza repentina; o luxo e a ostentação desavergonhados; a extravagância grosseira e corruptora; “o mau uso de grandes fortunas”; a indiferença à lei; o crescimento da corrupção; os abusos do grande poder corporativo; a agitação social; a disseminação da demagogia; os avanços do socialismo; os apelos ao amargo ódio de classe… Para descobrir que conexão existe entre a decadência na fé religiosa e a agitação social do nosso tempo, devido, por um lado, ao uso opressor do poder financeiro e, por outro, à agitação das classes, pode ser proveitosa a investigação por uma comissão de especialistas do Governo, se for possível para ele entrar em tal empreendimento.”

“Quaisquer que sejam as crenças pessoais de um ser humano, ninguém prefere fazer negócios com uma pessoa que realmente não acredita em uma vida futura. Se houver menos pessoas com essa fé no mundo, isso fará uma grande diferença; e se a fé deve continuar a declinar, isso exigirá ajustes. Certamente existem, na superfície, muitos sinais desse declínio. Talvez, se for possível sondar profundamente o assunto, possamos descobrir que a fé ainda seja grande, mas não se expresse mais da maneira antiga. Mas, somos obrigados a aceitar as indicações superficiais. Essas incluem uma queda na frequência à igreja; o abandono do culto familiar; a entrega do domingo, cada vez mais, ao prazer e ao trabalho; a separação dos religiosos da educação secular sob as severas exigências do não-sectarismo; o crescimento de uma geração não instruída, ao contrário dos nossos pais, no estudo da Bíblia; a secularização de uma parte da própria igreja; e sua incapacidade de ganhar a confiança do povo trabalhador. Se esses são realmente sinais de decadência da fé religiosa, então, de fato, não há problema mais importante diante de nós do que descobrir algum substituto adequado para a fé ou tomar medidas imediatas para conter um declínio que contém em si as sementes de desastre nacional.”

Agora, à luz dos Ensinamentos Rosacruzes vamos tentar compreender os métodos ocultos que promovem a fé.

Sim, há uma razão oculta para o declínio da fé e é inútil falar sobre remédio antes que a causa seja encontrada, pois nenhuma medida aleatória levará a humanidade de volta e permanentemente ao caminho da retidão. Vamos primeiro considerar algumas das causas comumente dadas e depois entenderemos melhor aquela que é científica e oculta.

Frequentemente, ouvimos dizer com desprezo que a razão pela qual as igrejas permanecem vazias é que o padre, o pastor ou o ministro não tem uma mensagem nova, mas está continuamente revisando as velhas histórias da Bíblia. A censura perde força quando se pergunta: “Aprendemos a Bíblia de cor?”. Esperamos que uma criança repita a tabuada indefinidamente até que saiba e possa aplicá-la. É mais importante que conheçamos a Bíblia completamente do que a criança se lembre da tabuada; portanto, a repetição é necessária.

Os atenienses, na Colina de Marte, sempre procuravam alguma coisa nova que lhes desse o que discutir, mas algo mais é necessário para o crescimento da alma. São Paulo especificamente nos informa que embora possamos conhecer todos os mistérios e todo o conhecimento, se não tivermos amor, isso vale nada para nós.

A reprovação dos bancos vazios repousa particularmente sobre as igrejas católicas e as protestantes de todas as denominações e pode não ser impróprio, portanto, fazer uma comparação entre o seu método e o método da igreja Cristã primitiva, lá no início do Cristianismo, como comunicado por Cristo Jesus. Se estamos ansiosos para aprender, devemos colocar o preconceito de lado e nos esforçar para ver os méritos e deméritos de cada um, de maneira imparcial.

Vamos, primeiro, olhar para a igreja católica ou protestante comum ou tradicional, em que o padre, pastor ou ministro se esforça para levar o Evangelho ao povo. Quase todos os bancos estão vazios e entre os presentes as mulheres superam os homens em seis para um ou mais. O padre, pastor ou ministro geralmente é sincero e se esforça para ser eloquente, quando se dirige à Deidade em oração. Mas ele ouviu a reprovação da repetição tantas vezes que teme que um serviço se assemelhe a outro, ainda que seja no mínimo grau. Uma nova oração, um novo sermão, uma nova canção do coro, tudo o mais novo possível para escapar daquela censura terrível. Ele quase se torna uma pilha de nervos por causa do pensamento assustador de que seu povo pode considerá-lo “velho”.

A seguir, vamos a uma igreja católica ou protestante “popular” para ver quais métodos ela usa. O padre, pastor ou ministro nessas igrejas é sempre “progressivo” e “atualizado”. Algumas vezes, há um salão, um ginásio ou alguma coisa que promova atividades físicas, de dança, de entretenimento anexado ao estabelecimento. Todas as noites da semana há uma reunião ligada a algum entretenimento. Há piqueniques, festas, bailes e jantares na igreja. Algumas vezes pode haver reuniões para homens e reuniões para mulheres, encontros de jovens e até para crianças geralmente são combinadas, de modo que o todo seja uma fantasmagoria deslumbrante, sem momento algum de tédio durante a semana — e no domingo, ah! esse é o verdadeiro mimo, a grande atração, então o padre, pastor ou ministro se diverte como só ele sabe. Ele é auxiliado por um coral alegre e feliz, às vezes acompanhado dos mais diversos instrumentos (de preferência os mais modernos), treinados por um regente ou um animador de festas. A música não é particularmente religiosa (muitas vezes “adaptadas” e com ritmos que “agitem”), pois toda boa música recém-vinda do mundo celestial fala ao ser espiritual e desperta as memórias do nosso lar eterno; mas é um prazer para o amante da música e atrai centenas.

Entre a abertura e o encerramento do programa musical vem o chamado “sermão”. Como exemplo relatamos um fato em que certa vez uma pessoa ficou horrorizada ao entrar em uma igreja e ver no púlpito esta inscrição: “Não prego o evangelho”. As outras palavras da frase, “Ai de mim, se”, estavam escondidas do outro lado do púlpito e o efeito deve ter sido surpreendente, para dizer o mínimo.

Mas é um lema que pode estar no púlpito de mais de uma Igreja “popular” ou “progressista”, pois embora o “sermão” possa começar com uma citação da Bíblia, geralmente essa é a única referência à palavra de Deus. O resto é uma excelente oratória sobre qualquer tópico relativo a uma questão local ou nacional que seja vívida; ou, se houver escassez de fontes sociais e políticas, há sempre os problemas de temperança e pureza. É verdade que estão velhos e gastos, “como os Evangelhos”, mas promovendo um show, enlouquecendo e estimulando a ações no mínimo de gosto duvidoso, ainda é possível apelar para o cansado gosto por sensacionalismo que é, em última instância, desenvolvido pela maioria dos seus ouvintes. Mas a essa altura, o padre, pastor ou ministro “progressista” recebe um chamado para construir outra igreja, em outro lugar.

Isso é universalmente admitido: sob o pastorado contínuo de uma pessoa, os frequentadores da igreja perdem o interesse. Não porque seus padres, pastores ou ministros não sejam sinceros e trabalhadores, a grande maioria é exemplar em todos os sentidos, mas de alguma forma eles não conseguem manter seu controle sobre o povo. Algumas denominações atribuem as igrejas sob sua jurisdição a seus padres, pastores ou ministros por determinado período e, ao final desse tempo, transferem-nos a outra seção para trabalhar lá por algum tempo.

Muito pode ser dito a favor e contra esses vários esquemas, mas isso está além da presente discussão. Apenas um remédio para a falta de interesse parece ter potência suficiente para encontrar a aprovação geral como produtor de entusiasmo pelo menos temporário: shows, o avivamentos.

Lá, as pessoas se aglomeram para ouvir um estranho, sempre de personalidade forte, dominante e agressiva, com uma voz que pode falar em oitavas, desde um baixo chamado de súplica, pegando o pecador esmagado, até o grito de clarim que soa como o estalar da desgraça para os recalcitrantes. Como o padre, pastor ou ministro “progressista”, ele é habilmente auxiliado por uma equipe treinada, coro e conjunto musical, todos arranjados para fazer um poderoso apelo às sensações, desejos e emoções. As pessoas são “convertidas” aos milhares e a Religião (?) ganha uma nova vida naquela comunidade.

Mas, infelizmente, apenas por um tempo. É um fato que não precisa mais do que uma simples declaração: depois de pouco tempo, apenas uma pequena e lastimável porcentagem dos convertidos permanecem e o pobre padre, pastor ou ministro deve continuar trabalhando para manter a aparência de Religião em uma comunidade cada vez mais negligente com os assuntos espirituais.

Esse estado de coisas tornou-se tão notório que relativamente e cada vez mais menos pessoas entram para seminários ou escolas de preparação para pastores e ministros. Há, portanto, um declínio de frequentadores na igreja e de padres, pastores ou ministros que, se continuar, pode ter apenas um fim: a extinção da igreja católica ou protestante “desse tipo”. Não olhe somente no seu país, mas observem outros países.

Quando investigamos os métodos da igreja católica tradicional – deixando de lado a questão dos dogmas e outras particularidades que são corretas para o Cristianismo popular e que trabalham muito mais pelo coração do que pela Mente –, para fins de comparação e para chegar à conclusão correta a respeito do seu poder de atração, devemos primeiro notar o contraste absoluto entre o serviço ali e aquele nas igrejas protestantes “populares”. Se ouvirmos por um momento o que é dito nas denominações protestantes “populares”, descobriremos que cada pastor ou ministro tem um tema diferente; mas podemos ir a qualquer igreja católica tradicional, em qualquer parte do mundo, e descobriremos que todos estão usando o mesmo ritual no altar, em determinado dia.

O que o padre pode dizer do púlpito é insignificante perto de todo esse fato importante, pois as palavras são vibrações e elas são criativas, como demonstrado quando areia e esporos formam figuras geométricas em resposta à voz de um cantor. A missa cantada em inúmeras igrejas católicas tradicionais espalhadas pelo mundo reverbera com poder cumulativo por todo o universo como um poderoso hino, afetando todos os que estão em sintonia com ela, aumentando seu fervor religioso e lealdade à sua igreja de maneira inacessível aos isolados e casuais esforços de indivíduos, por mais sinceros que sejam.

O ritual tem um poder cumulativo. Há um efeito oculto do esforço concentrado e obtido pelo uso de leituras idênticas em todas as igrejas católicas no mundo, de modo que o efeito cumulativo pode ser sentido por cada católico que está sintonizado com elas. Esse efeito seria muito mais forte, se o serviço fosse realmente oculto e cantado com certa intensidade, como é na missa.

Assim, para resumir esta fase do assunto, as tentativas individuais e persistentemente contínuas de pregadores protestantes “populares” para guiar seu povo mediante sermões novos e originais são um fracasso, enquanto esforços centrados em rituais uniformes, repetidos ano após ano, conforme apresentado, por exemplo, pela igreja católica tradicional, mantêm um mínimo do Cristianismo Popular, a terceira das quatro Dispensações.

Para compreender esse mistério e aplicar o remédio com inteligência, é necessário compreender a constituição de uma pessoa, tanto durante os anos de crescimento como na idade adulta.

Além do corpo visível da pessoa, que vemos com nossos olhos físicos, existem outros veículos, mais refinados, que não são vistos pela grande maioria da humanidade; no entanto, eles não são apêndices supérfluos do corpo físico, mas, na verdade, muito mais importantes pelo fato de serem as fontes de toda ação. Sem esses veículos mais refinados, o corpo físico – o Corpo Denso – seria inerte, sem sentido e morto.

O primeiro desses veículos chamamos de Corpo Vital, porque é a avenida da vitalidade que fermenta a massa inerte do corpo mortal nos anos de vida e nos dá força para nos mover.

O segundo é o Corpo de Desejos, a base das nossas emoções e sentimentos, o corpo que estimula o corpo visível a agir. Esses três veículos, juntamente com a Mente, constituem a Personalidade, que é então percebida pelo espírito.

Cada um dos Corpos que nomeamos tem sua própria natureza essencial e podemos dizer que a palavra-chave do Corpo Denso é “Inércia”, pois ele nunca se move, a menos que seja impelido por esses corpos invisíveis e mais sutis. A palavra-chave do Corpo Vital é “Repetição”. Isso é facilmente compreendido, quando consideramos que, embora ele tenha o poder de mover o corpo, é apenas por impulsos repetidos e do mesmo tipo que aprendemos a coordenar os movimentos do corpo conforme nós, o Ego – o Espírito Virginal da Onda de Vida Humana manifestado –, desejamos. Se formos a um instrumento musical como um órgão pela primeira vez e nos esforçarmos para tocar, não seremos imediatamente capazes de mover os dedos da maneira desejada para produzir os tons adequados; executar até os mais simples movimentos coordenados dos dedos, necessários para fazer a harmonia apropriada, requer nossos esforços repetidos. Por causa dessa necessidade de repetição, é uma máxima oculta que todo desenvolvimento oculto começa com o treinamento do Corpo Vital.

O Corpo de Desejos, que sentimos como nossa natureza emocional, por outro lado, está sempre buscando algo novo. Esse desejo de mudança de condição, mudança de cenário, mudança de humor, o amor pela emoção e sensação ocorre devido às atividades do Corpo de Desejos, que se assemelha ao mar durante uma tempestade, cheio de ondas, sacudindo-se para cá e para lá, ao acaso e sem desígnio, onde cada onda é poderosa e destrutiva, porque é desenfreada e sem fidelidade ao poder dirigente e central.

A Mente, na verdade, é o foco através do qual o Ego se esforça para subjugar a Personalidade e guiá-la de acordo com a habilidade adquirida durante seu período evolutivo. Mas, atualmente, apenas uma quantidade muito pequena de pessoas pode fazer isso; a maioria é, portanto, guiada principalmente por seus sentimentos, desejos e emoções, sem muita receptividade à razão ou ao pensamento racional.

Reconhecendo o grande e maravilhoso poder das emoções, dos desejos e sentimentos e sua receptividade ao “ritmo”, que pode ser aceito como sua palavra-chave, a teologia progressiva, também chamada de “moderna”, se dirigiu ao Corpo de Desejos, e concentrou seus esforços em apelos a esse veículo. É essa parte da nossa natureza que gosta das diversões do sensacional pastor, ministro ou padre do “teatro de variedades”. É esse veículo que balança e geme sob o discurso rítmico do revivalista, ele próprio vibrante de emoção. Subindo e descendo na medida bem calculada da voz do falante, a unidade de tom é logo estabelecida, um estado de hipnose real em que a vítima não pode evitar de se converter, “se arrependendo do caminho do pecado que, até então, trilhou,” do mesmo jeito que a água não pode evitar correr morro abaixo. Eles percebem de forma poderosa, mas breve, a enormidade dos seus pecados e estão igualmente ansiosos para começar uma vida melhor; contudo, infelizmente a próxima onda de atração em sua natureza emocional lava tudo o que o pregador disse, todas as suas resoluções, e eles ficam exatamente onde estavam antes, para grande desgosto e tristeza desse mesmo pregador, seja pastor, padre ou ministro.

Assim, todos os esforços para elevar a humanidade pelo trabalho sobre o instável Corpo de Desejos são, e sempre devem se mostrar, fúteis. Isso, as Escolas de Mistérios, como o é a Fraternidade Rosacruz, de todas as épocas reconheceram e, portanto, dedicaram-se à mudança no Corpo Vital, trabalhando em sua natureza, que é a repetição. Para esse propósito, todas as verdadeiras Escolas de Mistérios escreveram vários rituais adequados à humanidade em diferentes estágios do desenvolvimento dela e, dessa forma, promoveram o crescimento da alma de modo lento, mas seguro, independentemente do ser humano estar ciente de que estivesse sendo estimulado internamente dessa maneira. Por exemplo, o Antigo Templo de Mistérios dos Atlantes, que chamamos de Tabernáculo no Deserto – e que tanto estudamos na Fraternidade Rosacruz –, tinha certos ritos que foram prescritos no monte, pela Hierarquia Divina ou Criadora que era o mestre deles naquele momento. Certos ritos eram realizados durante os dias da semana; outros eram, especificamente, usados no Sabbath e, afinal, mais alguns eram praticados nos festivais nos dias da Lua Nova e no grande festival solar. Não era permitido a pessoa alguma, incluindo o Sumo Sacerdote, alterar esse ritual, que poderia resultar ao transgressor dores, sofrimentos e até pena de morte.

Também entre outros povos antigos encontramos evidências de um ritual — os hindus, os caldeus e os egípcios o usavam em seus serviços religiosos; entre os últimos temos, por exemplo, o chamado Livro dos Mortos como uma evidência do valor oculto e do escopo de tais serviços ritualísticos. Mesmo entre os gregos, embora fossem notoriamente individualistas e ansiosos por dar expressão à sua própria concepção, encontramos o ritual nos mistérios. Mais tarde, durante a chamada Era Cristã, temos o mesmo ritual de inspiração ocultista na igreja católica como meio de promover o crescimento anímico por meio do trabalho no Corpo Vital.

Tudo isso não quer dizer que não houve abusos dentro desses vários sistemas de Religião, nem que os Sacerdotes sempre foram homens Santos e que suas mãos estiveram limpas e imaculadas, quando ministravam o Sacrifício ou o ritual. É fato que os abusos, às vezes, se tornavam tão grandes que fossem necessárias reorganizações. O movimento protestante foi inaugurado por Martinho Lutero para fugir dos abusos que surgiram dentro da igreja católica. Mas, todos esses sistemas tinham em si o cerne da verdade e do poder no fato de trabalharem para o desenvolvimento do Corpo Vital e, portanto, por mais corruptos que fossem os Sacerdotes, o ritual sempre reteve seu grande poder. Consequentemente, quando os “reformadores” abandonaram o ritual, eles estavam exatamente na mesma posição que os atenienses da Colina de Marte, sendo forçados a buscar continuamente algo novo. Em cada denominação há um desejo pela verdade; cada uma das seitas hoje luta para resolver o problema da vida à sua própria maneira, no entanto, cada uma toca uma nova nota de maneira aleatória e, portanto, todas estão falhando, enquanto, por exemplo, a igreja católica, com todos os seus abusos, ainda exerce uma influência maravilhosa sobre seus adeptos, por causa do poder do ritual.

É de conhecimento oculto que o nascimento é um evento quádruplo e que o nascimento do Corpo Denso é apenas uma etapa desse processo. O Corpo Vital também passa por um desenvolvimento análogo ao crescimento intrauterino do Corpo Denso; ele nasce por volta do sétimo ano de vida. Durante os próximos sete anos, o Corpo de Desejos amadurece e nasce por volta do décimo quarto ano, quando chega a adolescência. A Mente nasce por volta dos vinte e um, quando começa a idade da responsabilidade do homem e da mulher. Esses fatos ocultos são bem conhecidos, de uma forma ou de outra, pela igreja católica.

Enquanto os padres, pastores ou ministros dessas igrejas “progressivas”, “modernas” ou “atualizadas” trabalham sobre a natureza emocional, que está sempre em busca de algo novo e sensacional, sem perceber a futilidade da luta e o fato de que esse veículo é o mais desenfreado, o que leva as pessoas dessas igrejas a buscar algo novo e sensacional, a igreja católica, de alguma forma ocultamente informada, concentra seus esforços nas crianças. “Dê-nos a criança até o sétimo ano e ela será nossa para sempre”, dizem eles, e estão certos, focando na catequese.

Durante esses sete anos importantes, eles impregnam os flexíveis Corpos Vitais pela repetição. As muitas orações repetidas, os rituais, o tempo e a melodia dos vários cantos, tudo isso têm efeito poderoso no Corpo Vital que está em crescimento. Tampouco importa que o ritual esteja em língua desconhecida, pois para o Ego essa mensagem vibratória é um cântico de cor divina, inteligível a todos os espíritos. Nem importa que a criança repita isso como um papagaio, sem entender, desde que repita o que lhe é dado. Quanto mais, melhor, pois essas vibrações ocultas são, assim, incorporadas ao seu Corpo Vital, antes de ele se estabelecer, e aí permanecerão por toda a vida. Cada vez que uma missa é entoada pelos servos da igreja, em qualquer parte do mundo, o poder vibratório e cumulativo do seu esforço agita aqueles que têm as linhas de força afins em seus Corpos Vitais de tal maneira que são atraídos para a igreja com uma força, geralmente, irresistível. Isso segue o mesmo princípio de que, quando um diapasão é tocado, outros de afinação idêntica começam a cantar.

Alguns católicos se voltaram contra a igreja católica, mas subconscientemente e no íntimo permaneceram católicos até o dia da morte, pois o Corpo Vital é extremamente difícil de mudar e as linhas de força embutidas nele, durante seu período de gestação, são praticamente mais fortes do que a vontade de qualquer indivíduo.

Segue-se, portanto, que se mudássemos a tendência do mundo, de buscar o prazer e a gratificação dos sentidos, excluindo a Religião, faríamos bem em começar com as crianças pequenas. Se as reunirmos no altar, ensinarmos a amar a casa de Deus, agregarmos certas orações universais e partes do ritual na formação de seus Corpos Vitais, cultivando em todos o ideal de reverência por um lugar sagrado, então, aos poucos construiremos em torno da estrutura de pedra física um templo invisível de Luz e Vida; (isso tem significado literal, porque tais templos são visíveis à visão espiritual), como descreve Manson, no livro “The Servant in The House” de Charles Rann Kennedy, nas seguintes palavras:

“Temo que você não considere isso uma preocupação totalmente substancial. Tem que ser visto de certa maneira sob certas condições. Algumas pessoas nunca veem isso… Você deve entender que esta não seja uma pilha de pedras e madeira morta ou sem sentido. É uma coisa viva. Ao entrar, você ouve um som, o som de um poderoso poema entoado. Ouça por bastante tempo e você aprenderá que é feito de batidas de corações humanos. Da música sem nome das almas dos seres humanos; isto é, se você tiver ouvidos. Se você tiver olhos, verá a própria igreja, um mistério iminente de formas e sombras que saltam do chão à cúpula. O trabalho de um construtor incomum”.

“Seus pilares sobem como troncos musculosos de heróis e a doce carne humana de homens e mulheres é moldada em torno de seus baluartes, forte, inexpugnável. Os rostos das crianças riem de cada pedra angular; seus admiráveis vãos e arcos são as mãos unidas de companheiros; nas alturas e nos espaços estão inscritas as inúmeras reflexões de todos os sonhadores do mundo. Ainda está sendo construído, sendo construído… Às vezes, a obra avança em trevas profundas; às vezes, em luz ofuscante. Agora sob o peso de uma angústia indescritível; aqui, ao som de grandes risos e gritos heroicos como o brado de um trovão. Às vezes, durante a noite pode-se ouvir as pequenas marteladas dos companheiros trabalhando na cúpula, os companheiros que subiram”.

Quando tivermos construído tal igreja, descobriremos que qualquer um que entre estará mais do que ansioso para permanecer “em sintonia com o infinito”.

Lembremos que como Estudantes Rosacruzes é sumamente importante termos um coração nobre, pois se formos só pelo conhecimento intelectual, estaremos deixando de praticar uma das máximas que São Paulo nos ensina na Bíblia, qual seja: o conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica (e o amor só se sente com um coração nobre, e jamais com um coração duro). Normalmente quem caminha só pelo intelecto deprecia a Religião Cristã (aqui hoje entendida como Cristianismo Popular, já que com seu coração duro nem consegue conceber o que seria, de fato, o Cristianismo Esotérico), porque acham que falta a ela uma concepção intelectual do Universo.

Afinal: “ainda que eu conheça todos os mistérios e toda a ciência, se não tiver Amor, serei como o metal que soa ou como o sino que tine” e este amor deve ser utilizado no serviço e no auxílio aos nossos semelhantes.

Por fim, como lemos, relemos e estudamos no livro de Max Heindel Carta aos Estudantes: “Espero que todos os Estudantes Rosacruzes compreendam que vivemos numa terra Cristã e, assim, somos Cristãos de coração. Todos somos Cristos em formação. A natureza do amor está desabrochando em todos nós, portanto, por que não nos identificarmos com uma ou outra das igrejas cristãs que acalentam o ideal de Cristo? Alguns dos melhores Estudantes Rosacruzes da Fraternidade Rosacruzes são membros ativos de igrejas Cristãs. Muitos estão famintos pelo alimento que temos para lhes dar. Não podemos compartilhar desse alimento com eles mantendo-nos afastados. Prejudicamo-nos pela negligência em não aproveitar a grande oportunidade de ajudar na elevação da igreja cristã.

Naturalmente, não há coação nisto. Não pedimos que se unam ou cuidem da igreja, mas se formos até ela com espírito de ajuda, afirmo-lhes que experimentarão um maravilhoso crescimento de alma em um curto espaço de tempo. Os Anjos do Destino, que dão a cada nação e povo a Religião mais apropriada às suas necessidades, nos colocaram em uma terra Cristã, porque a Religião Cristã favorece um amplo crescimento anímico. Mesmo admitindo que a igreja tenha sido obscurecida pelo credo a pelo dogma, não devemos permitir que isto nos impeça de aceitar os ensinamentos que são bons, porque isso seria tão infrutífero como centralizar a nossa atenção sobre as manchas do Sol recusando ver a sua luz gloriosa. Medite sobre este assunto, querido amigo e amiga, a tomemos por lema deste mês; Maior Utilidade, para que possamos crescer, empenhando-nos sempre no aperfeiçoamento das oportunidades surgidas.”

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro/1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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