A Atitude e a Aplicação no Trabalho da Vida
Vejam essa estória já famosa:
“Jerry era um tipo de pessoa que vocês iriam adorar. Ele sempre estava de alto astral e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém perguntava para ele: ‘Como vai você?’, ele respondia: ‘Melhor que isso, só dois disso!’.
Ele era o único gerente de uma cadeia de restaurantes, por quem todos os garçons seguiam seu exemplo. A razão disso era por causa de suas atitudes. Ele era naturalmente motivador. Se algum empregado estivesse tendo um mau dia, Jerry prontamente estava lá, contando ao mesmo como olhar para lado positivo da situação.
Seu estilo de ser realmente deixava-me curioso. Por isso, um dia perguntei para Jerry: ‘Eu não acredito! Você não pode ser positivo o tempo todo. Como você consegue?’. Ele respondeu: ‘Toda manhã eu acordo e digo para mim mesmo: Jerry você tem duas escolhas hoje. Escolher entre:
Então escolho estar de alto astral. A todo o momento que acontece alguma coisa desagradável, posso escolher:
– ser vítima da situação ou
– aprender algo com isso
Eu escolho aprender algo com isso.
A todo o momento que alguém vem reclamar da vida comigo, posso escolher:
Eu escolho apontar o lado positivo.’.
Então eu argumentei: ‘’Tá certo! Mas não é tão fácil assim!’. ‘É fácil sim’, disse Jerry. ‘A vida consiste em escolhas. Quando você tira todos os detalhes e enxuga a situação, o que sobra são escolhas, decisões a serem tomadas. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas irão afetar o seu astral. Você escolhe estar feliz ou triste, calmo ou nervoso. Em suma: você escolhe como viver a sua vida!’.
Eu refleti sobre o que Jerry disse. Algum tempo depois eu deixei o restaurante para abrir meu próprio negócio. Nós perdemos o contato, mas frequentemente, sempre que tinha que tomar uma decisão, eu pensava nele. Alguns anos mais tarde, eu ouvi dizer que Jerry havia feito algo que nunca se deve fazer tratando-se restaurantes: ele deixou a porta dos fundos aberta e foi rendido por três assaltantes armados. Enquanto ele tentava abrir o cofre, sua mão estava trêmula e errou a combinação para abertura. Os ladrões entraram em pânico, atiraram nele e fugiram. Por sorte Jerry foi encontrado relativamente rápido e foi levado às pressas ao pronto socorro local. Depois de dezoito horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo, Jerry foi liberado do hospital com alguns fragmentos de balas ainda em seu corpo. Eu me encontrei com Jerry seis meses após o acidente. Quando eu perguntei: ‘Como vai você?’. Ele respondeu: ‘Melhor que isso, só dois disso! Quer ver minhas cicatrizes?’.
Enquanto eu olhava as cicatrizes, eu perguntei o que passou pela mente dele quando os ladrões invadiram o restaurante. ‘A primeira coisa que veio à minha cabeça foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos…’, ele respondeu. ‘Então, depois quando eu estava baleado no chão, eu lembrei que eu tinha duas escolhas ou podia escolher:
Eu escolhi viver. ‘Eu perguntei: ‘Você não ficou com medo? Você não perdeu os sentidos?’. Jerry continuou: ‘Os paramédicos eram ótimos; eles ficaram o tempo todo me dizendo que tudo ia dar certo, que tudo ia ficar bem. Mas quando eles me levaram de maca para a sala de emergência e eu via as expressões nos rostos dos médicos e enfermeiras, eu fiquei com medo.’. Nos seus olhos eu lia: ‘Ele é um homem morto.’. ‘Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.’.
‘O que você fez?’, eu perguntei.
‘Bem, havia uma mulher grande e forte me fazendo perguntas. Ela perguntou se eu era alérgico a alguma coisa. Eu respondi que sim. Então eles pararam imediatamente para que eu continuasse minha resposta. Eu respirei fundo e respondi que era alérgico a balas…’.
Enquanto eles riam, eu disse: ‘Estou escolhendo viver; me operem como se estivesse vivo, não morto!’.
Jerry sobreviveu graças à experiência e habilidade dos médicos, mas também por causa de sua atitude espetacular.
Eu aprendi com ele que todos os dias temos que escolher:
A partir de então acho que atitude é tudo.”.
***
Esse livre arbítrio conquistado por cada um de nós, Egos – Espíritos Virginais da onda de vida humana manifestados –, é o grande propulsor da nossa Evolução. A vontade de melhorar sempre nos inclina a alterar as matérias: física, etérica, de desejos e mental continuamente, buscando aprender, com nossas experiências, como melhor utilizá-las. Isso implica numa mudança contínua da constituição dos nossos veículos: Corpo Denso, Vital, de Desejos e da Mente.
Aos poucos vamos tomando decisões corretas em todos os desafios que são colocados para nós. E isso reflete em alterações nas matérias que constituem nossos veículos. Temos que ter a consciência que nossa vida na Terra é um tempo de semear e que colheremos os frutos na nossa vida após a morte material. Com isso, nossas decisões devem estar em harmonia com esse objetivo. Como, então, devemos decidir qual o modo melhor de semear?
A situação em si, pouco importa. O que importa é a atitude. Se nos apercebermos, tal situação se repete através de infinitos matizes para inúmeras pessoas. Afinal, como lemos em Eclesiastes Capítulo 1 versículos de 9 a 11: “O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: nada há de novo debaixo do Sol. Mesmo que se afirme: ‘Olha: isto é novo’, eis que já aconteceu em outros tempos, muito antes de nós. Não ficou memória dos antepassados, Nem dos vindouros ficará lembrança para os que vierem depois”.
Além do mais, quer saibamos ou não, cada ato das nossas vidas apressa ou prolonga o fim dessa nossa existência terrestre, na medida em que a nossa atitude esteja ou não em harmonia com a lei. Se as decisões que tomamos nos levam para caminhos inadequados ao crescimento da nossa alma, nossa vida discordante destruirá o arquétipo.
Esse arquétipo nós mesmos construímos no Mundo do Pensamento, como molde vivente de tudo aquilo que escolhemos aprender nessa existência.
Enquanto estamos dispostos a aprender o que escolhemos, ou seja: nos dedicarmos sinceramente ao propósito da nossa existência, que é a aquisição de experiências, o nosso arquétipo vibrará harmoniosamente, reforçando as suas imagens:
Aumenta, assim, a vida desses veículos e, portanto, a nossa existência aqui. Se temos a plena consciência de que aqui é o tempo para semear o máximo possível para que colhamos o máximo possível na nossa existência após a morte física, então, nos esforçaremos o máximo para prolongar a nossa existência aqui, pois cada ano acrescentado de vida aumenta enormemente o nosso tesouro celestial.
Os anos adicionados darão mais tempo para o cultivo da Alma, e o fruto dos últimos anos poderá, facilmente, superar os colhidos na primeira parte da vida. Agora, para que façamos isso de modo mais eficiente possível, é indispensável cuidarmos dos nossos veículos com o maior zelo possível:
De modo a chegarmos a idades avançadas com veículos que ainda sejam eficazes para adquirir as experiências que se apresentarem.
Por fim, resta-nos a pergunta: Como saber quando semear? Ou em outras palavras: Como alcançar o máximo grau de realização nessa existência, de modo que quando terminar possamos aproveitar o máximo de todas as oportunidades que nos foram apresentadas?
Os Astros e os Signos relatam a história. Elas mostram nossas faculdades e o momento mais propício, tanto para plantar as sementes da Alma como para auxiliar e curar todas as nossas enfermidades. Por isso, a Fraternidade Rosacruz tem muito empenho no estudo da Astrologia Rosacruz. O conhecimento dessa escrita astral é a força para melhor agir, e assim obter um maior crescimento anímico, da Alma.
Utilizando a Astrologia Rosacruz como orientação para as nossas vidas, podemos deixar de nos arrastar pela corrente da vida governando conscientemente o fluxo e refluxo da matéria, dentro e fora do nosso ser. Deixaremos de ser joguetes das circunstâncias. Só assim viveremos na consciência solar, determinando nossas experiências pela radiação do nosso próprio centro, e não pela resposta aos impulsos e tendências externas, sejam dos nossos planetas no nosso tema, seja advinda das circunstâncias.
Afinal, como lemos numa oração bem antiga, que devemos sempre repetir quando notamos estarmos sendo levados pela corrente da vida:
Eu não sou meu Corpo Físico, senão o Ego que o usa.
Eu não sou meus desejos, senão o Ego que os controla.
Eu não sou meus pensamentos, senão o Ego que os cria.
Essas coisas não são senão expressões temporais de mim, o Eu Eterno.
Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz
É Tempo de Renovação Espiritual
O Ego, quando entrou pela primeira vez na posse de seus veículos, na Época Lemúrica, não possuía o cérebro, nem a laringe. Para suprir essa deficiência, metade da força criadora sexual foi desviada para cima e empregada para construir esses órgãos. Construindo o cérebro, o Ego poderia transmitir os seus pensamentos e construindo a laringe ele poderia se comunicar com os outros seres renascidos aqui na Região Química do Mundo Físico. Daí deduzimos que o pensamento é criador por derivar da força criadora sexual.
O ato de transmitir o pensamento aqui, uma vez esse pensamento criado pelo Ego, envolve não somente o emprego de cérebro físico, como também do cérebro etérico, do Corpo de Desejos e da Mente. Assim, o pensamento é a mola impulsora de toda atividade humana, através da Mente, para se expressar aqui.
Como disse Max Heindel: “Como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. De fato, o pensamento é a força criadora que permite ao Ego se expressar.
Com isso, nossos pensamentos passam a ter uma forte influência sobre nós, isto é, uma nova conduta em nossas disposições e em nossa vida íntima. Como também, esses pensamentos têm grande influência na sociedade a que pertencemos e na família com que moramos.
Quando nascemos neste Mundo Físico, o Ego acabou por construir Corpos de diferentes graus de cristalização e por ter essa estrutura cristalizada é dotado de limitações quanto ao que é capaz de fazer, mas, mesmo assim, é dotado também de forças e poderes latentes. Pois somente assim o Ego é capaz de atingir a meta da vida que é a evolução do inconsciente para o consciente, da desarmonia para a harmonia, da passividade para a criatividade. Isso passa a ser nossa obrigação diária, já que a meta da nossa vida é a evolução, e temos que desenvolver e empregar esses poderes no caminho para a perfeição.
Contudo, quando olhamos uma criancinha com seu pequeno corpo desamparado e dependente de sua mãe, torna-se difícil imaginá-lo como um ser humano crescido e capacitado para usar livremente seu corpo e dotado de todas as forças invisíveis, esteja pronto para manifestar-se no seu tempo apropriado. É graças a essas forças e poderes latentes que é possível a evolução no caminho espiritual.
A criança tem a Mente aberta e sempre pronta a receber novas ideias e experimentar novas maneiras de agir e de fazer coisas novas. Algumas crianças crescem e tornam-se preguiçosas e acomodadas, das quais muitas delas estão satisfeitas com sua situação atual e não se esforçam para mudar nada. Outras crescem com esperança e sonhos e pensam em atingir a maioridade rapidamente para realizar grandes coisas na vida.
Todavia, quando crescemos, muitas vezes, acontece que ao depararmos com repetidas frustrações, acabamos por perder um pouco dessas esperanças e sonhos.
Na Epístola de São Paulo aos Filipenses, cap. 4, 8, é nos sugerido o seguinte: “Quanto no mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro… se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai”.
Porém o verdadeiro Aspirante à vida superior deve e precisa usar sua força de vontade e continuar trabalhando até conseguir a sua meta, isto independe de idade ou desilusões encontradas no caminho. Temos que eleger o caminho que desejamos trilhar e persistir sempre nele, apesar dos tropeços.
Porque quando essas forças dentro de nós são liberadas, elas podem produzir um efeito grandioso em prol do nosso crescimento espiritual. O que precisamos é estar atentos para canalizar essa força de forma adequada no sentido do bem e no emprego das leis espirituais.
Como lemos na Epístola de São Paulo aos Romanos (12:2) “Não sejas conformado a este mundo, mas sejas transformado pela renovação da tua Mente, para que possas comprovar que essa é boa, aceitável, e é a perfeita vontade de Deus”.
No livro escrito por Max Heindel: “A Teia do Destino” encontramos uma passagem que nos esclarece que desde a puberdade, e durante toda nossa vida, existe uma força espiritual que é gerada internamente e que poderá ser usada para três fins que são: “Geração, Degeneração e Regeneração”. Porém dependerá de nós a escolha do caminho para percorrer. Sabemos que no caminho da evolução não existe a possibilidade de ficar parado esperando as coisas acontecerem. Estas são as duas alternativas que nos apresentam e que são: a regeneração ou a degeneração.
Contudo, se algumas vezes perdemos nosso rumo aqui na Terra, esquecendo os valores reais e eternos diante de tantas coisas desanimadoras, é momento de nos conscientizarmos dessa nossa situação e passarmos a fazer um inventário das nossas atitudes e de nossa existência aqui e depois procurar os valores superiores e a maneira correta para renovarmos nossa força.
No Livro do Apocalipse, cap. 21:5 encontramos o seguinte: “E aquele que estava sentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas”, e acrescentou: “Escreve, porque estas palavras são muito dignas de fé e verdadeiras”.
Isso mostra que estamos regenerando. Ela se dá por meio do renascimento, quando o Ego passa pelo ciclo de manifestação para adquirir experiência e pelo ciclo de retração para um período de avaliação e planejamento.
Podemos chamar esses ciclos de manifestação e retração como nascimento e morte. Pela morte procurarmos eliminar as imperfeições mediante as experiências vivenciadas no Purgatório e no Primeiro Céu e pelo nascimento criamos um corpo novo e melhor para adquirirmos mais experiências. Todavia, não precisamos esperar a morte para nos regenerarmos e eliminar nossos maus hábitos. Podemos e devemos praticá-lo na nossa vida terrena mediante o Exercício da Retrospecção todas as noites, antes de dormir. Sabemos que para a maioria esse Exercício é muito difícil, mas devemos nos empenhar e muito nessa prática, pois somente assim conseguiremos a regeneração e perfeição independente do processo de renascimento físico e assim seguiremos o caminho da Iniciação não pelo caminho serpenteante do Caduceu de Mercúrio, mas pelo bastão desse símbolo.
No Evangelho Segundo São Mateus, cap. 10, 34 lemos: “Não penseis que vim trazer a paz à terra. Não vim trazer a paz e sim a espada”. Isso mostra que devemos eliminar o velho que está dentro de nós e nos adaptar ao novo processo, tanto aos costumes quantos as atitudes de vingança, vaidade, egoísmo e orgulho. Devemos aplicar essa espada dentro de nós mesmos e substituir essas atitudes por outras mais elevadas para que possamos nos transformar em seres mais sutis e elevados, sem interesses materiais e sem ambições terrenas.
Também, no Evangelho Segundo São Mateus, cap. 11, 29-30 lemos: “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração, e acharei o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é leve e meu peso é suave”. Sabemos que nossa habitação é o coração, então não devemos jamais fechar essa porta, pois se nos esforçarmos para melhorarmos e corrigirmos, com certeza, eliminaremos de nosso coração tudo o que seja inferior e negativo. E recordemos o conselho do mestre Cristo quando disse: “Imite a mim que sou manso e humilde de coração”.
O trabalho do Cristo anual nos auxilia no foco da renovação/regeneração e através do Espírito Planetário do Cristo estamos recebendo o impulso e crescimento para nos purificarmos. Sem esse impulso de vida cósmica não seria possível germinar semente alguma na Terra e não existiria o ser humano, o animal ou nenhuma outra forma de vida. As nossas vidas, embora sejam castigadas por duras provas, devemos vê-las como oportunidades gloriosas de progresso para busca da sabedoria e da verdade. Porque todos nós temos uma tarefa a ser cumprida neste mundo. Na verdade, temos capacidade para suportar e superar qualquer dificuldade, mas muitas vezes enfraquecemos diante dessas dificuldades e acabamos por esmorecer.
Contudo, um Estudante Rosacruz é um pioneiro nessa luta, precisa se esforçar e porque não se comprometer SEMPRE na busca do bom, nobre e verdadeiro para encher nossos corações de paz, amor, tolerância e compreensão e assim conseguir ajudar eficazmente para criar um mundo com condições melhores para nós e para nossos irmãos e irmãs? Lembremos que um verdadeiro Estudante Rosacruz está sendo constantemente observado por seres humanos visíveis (aqui renascidos) e invisíveis na nossa vida diária e muitos se espelhando nele para crescimento evolutivo de cada um deles.
Vamos aproveitar este período em que o Cristo está voltando o seu foco nesse Planeta onde, atualmente, é o Seu Regente, para que nos coloquemos metas a serem atingidas em nossos ideais espirituais como coisas simples do nosso dia a dia, porém, difíceis de serem eliminadas do nosso pensamento e do nosso coração como: ressentimento, divergências, medo, egoísmo, orgulho, apego ao passado e outras atitudes mais.
Porque isto são as tentações pequenas que se não as vencermos, certamente deixamos de nos estruturar para desempenhar um trabalho maior no caminho espiritual.
Para finalizar, sigamos o conselho de Cristo Jesus: coloquemos o “arado na terra” e não olhemos para trás, pois cada um receberá sua recompensa na medida justa de suas obras.
“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz”
Pergunta: Quais as causas da insanidade?
Resposta: Responder a essa pergunta requereria muitos volumes, mas podemos dizer que, do ponto de vista do ocultista, há quatro classes de insanidade.
A insanidade é sempre causada por uma ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o seu veículo Corpo Denso. Essa ruptura pode ocorrer entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, entre o Corpo de Desejos e a Mente, ou entre a Mente e o Ego. A ruptura pode ser completa ou apenas parcial.
Quando a ruptura acontece entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre esse e o Corpo de Desejos, temos pessoas com deficiência intelectual extrema. Quando a ruptura ocorre entre o Corpo de Desejos e a Mente, o comando é exercido pelo violento e impulsivo Corpo de Desejos e temos o maníaco delirante. Quando a ruptura se dá entre o Ego e a Mente, a Mente domina os outros veículos e temos o maníaco astuto, que pode enganar a pessoa que está cuidando dele fazendo-a acreditar que é perfeitamente inofensivo, enquanto trama algum plano ardiloso e diabólico. Repentinamente, ele pode revelar a sua mentalidade doente e causar uma terrível catástrofe.
Há uma causa de insanidade que seria aconselhável esclarecer, a fim de ser possível evitá-la. Quando o Ego está se preparando do Mundo invisível para um novo nascimento, várias classes de renascimentos disponíveis lhe são mostradas, em panoramas. Ele vê a vida futura nos seus maiores e mais importantes acontecimentos, como um filme rodando diante da sua visão. Geralmente, é-lhe dada a opção de escolha dentre as várias vidas apresentadas. Naquele momento, vê as lições que precisa aprender, o destino que gerou para si em vidas passadas, e qual a parte desse destino que terá de liquidar em cada um dos renascimentos oferecidos. Então, faz a sua escolha e é guiado pelos agentes dos Anjos do Destino para os pais e a família onde vai viver a sua vida futura.
Essa vista panorâmica se desenrola diante dele no Terceiro Céu, onde o Ego está sem nenhum dos seus Corpos e se sente espiritualmente acima das sórdidas considerações materiais. E muito mais sábio do que quando renasce aqui na Terra, onde se torna cego pela carne até um ponto inconcebível. Mais tarde, quando a concepção ocorreu e o Ego está prestes a entrar no útero materno, aproximadamente no décimo oitavo dia após esse acontecimento, começará o contato com o molde etérico do seu novo Corpo Denso, criado pelos Anjos do Destino, para formar o cérebro que imprimirá sobre o Ego as tendências necessárias para tecer seu destino.
Ali, o Ego vê novamente desfilar as imagens da sua vida futura, da mesma forma que o afogado percebe as imagens da sua existência passada — num lampejo. Nesse momento, o Ego já está parcialmente cego a respeito da sua natureza espiritual, e percebe que a vida futura será penosa e, então, frequentemente reluta em penetrar no útero e fazer as conexões cerebrais apropriadas. Procura se retirar rapidamente, e ao invés dos Corpos Vital e Denso ficarem concêntricos, o Corpo Vital, formado de Éter, pode ser parcialmente puxado acima da cabeça do Corpo Denso. Nesse caso, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Vital e o Corpo Denso é rompida e o resultado será uma idiotice congênita, epilepsia, dança de São Vito[1] e doenças nervosas similares.
A relação desarmoniosa entre os pais, o que às vezes existe, é frequentemente a gota d’água que leva o Ego a não querer entrar em tal ambiente. Por essa razão, nunca é demais convencer os prováveis pais que, durante o período de gestação, é da máxima importância que tudo deva ser feito para que a mãe permaneça num estado de satisfação e harmonia. A passagem pelo útero é um momento penosíssimo para o Ego; solicita toda a sua sensibilidade a um grau máximo e as condições desarmoniosas do lar em que vai entrar lhe serão, naturalmente, uma fonte adicional de desconforto, a qual pode resultar no terrível estado de coisas acima mencionado.
(Pergunta nº 44 do Livro “A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I”, de Max Heindel)
[1] N.T.: Coreia reumática de Sydenham (do grego khorea, dança) ou a dança de São Vito é um distúrbio neurológico que afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática, mais frequente entre meninas e/ou crianças e adolescentes. A descrição mais famosa da doença foi feita em San Vito, Itália, em 1686, por Sydenham no livro Schedula Monitoria.
“Homem, conhece-te a Ti Mesmo”
A sentença “homem, conhece-te a ti mesmo” estava escrita sobre a entrada de um templo grego de Mistérios, como indicação do fato de que é obrigatório para uma pessoa conhecer completamente os mistérios de sua própria natureza, que é muito mais profunda do que se aparenta.
E isso tem relação com o princípio encerrado no axioma hermético: “Assim como é em cima é embaixo”. Quando uma pessoa conhecer a si mesma, então poderá, por analogia, conhecer a Deus porque em verdade se disse, “O Homem foi feito à imagem e semelhança de Deus”.
Contudo, para conhecer a si mesmo não é somente necessário que o ser humano conheça o seu corpo físico, mas também todos os veículos invisíveis dele, que são as causas de seus pensamentos, sentimentos, desejos, emoções e palavras.
Uma pessoa não é apenas composta de um Corpo Denso, o físico; ela possui um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente. O estudo de todos esses veículos lhe proporciona uma ideia da grandeza espiritual dela, pois ela é uma centelha de Deus.
Portanto, pratiquemos essa frase “homem, conhece-te a ti mesmo” no nosso dia a dia.
(Publicado na Revista “O Encontro Rosacruz” – Fraternidade Rosacruz de Santo André-SP em abril/1982)
Aquela outra Vida: você sabe qual é e se está pronto para vivê-la?
Há uma vida em que o ser humano pode viver que ultrapassa os limites das possibilidades visíveis. Como Jacob Boehme a nomeou, “A vida superagradável aos seus sentidos”, que é a vida superior e isenta de sentidos. Os sentidos nos amarram e nos afastam de uma vida plena de grande felicidade e prazer e de conhecimentos tangíveis de um futuro sem limites. Alcançamos uma leve apreciação dessa vida em momentos quando nossas Mentes estão desocupadas com as demandas dos sentidos. No mundo selvagem da natureza, na vasta extensão do oceano, entre colinas e montanhas. Então, se começa a desenvolver a posse de uma paz maravilhosa que acalma a agitação da Mente. Os caprichos e as necessidades da existência nos impedem de desfrutar sempre dessa bela paz, no entanto, uma vez tomado consciência de sua mensagem e das coisas da vida, que são consideradas tão vitais para a felicidade real, assumem um aspecto diferente. Acabam se tornando várias conquistas em nosso caminho na vida, pelo qual medimos nosso progresso.
Percebemos que os negócios de cunho material não têm importância em si mesmos, porém, são valiosos como lições de onde se deve extrair a verdade. Se falhamos em um empreendimento, não é um momento de entrar em depressão. Há uma lição a ser aprendida pela experiência. Por causa de nossas próprias falhas, tornamo-nos solidários com outras pessoas, em particular, que falharam em determinada direção. Quem aprecia tão bem as esperanças humanas e pode prontamente dar ao coração cansado essa feliz palavra de conforto, como alguém que falhou com frequência e mesmo assim manteve o senso de magnitude entre o fracasso e o sentido interno da vida? Os tropeços nos ensinam muitas coisas. Eles nos tornam infinitamente mais compassivos. Todavia, acima de tudo, o conhecimento de que todas provas em nossas vidas têm um grande valor intrínseco, que nunca pode ser diminuído, nos torna determinados a obter o maior benefício de todas as ocorrências e vicissitudes materiais.
Aquelas pessoas que conhecem o grande trabalho que se desenvolve depois de termos passado por essa existência terrena (e são milhões de renascimentos) sabem que a vida após a morte do Corpo Denso é cheia de energia palpitante, de planejamento, correção das falhas, preparação e repleta de oportunidades para estudos. O verdadeiro significado da vida com suas tristezas, seus sucessos, fracassos, medos, suas esperanças, alegrias e assim sucessivamente serão mostrados de maneira abrangente. A obtenção do conhecimento sobre nós mesmos e sobre os problemas externos nos leva, finalmente, ao autocontrole e à capacidade criativa, fazendo disso uma lição externa.
O vasto Esquema de Evolução em que todos nós estamos intimamente inseridos está, gradualmente, sendo revelado ante a Mente do ser humano. Naturalmente, essa manifestação transcendental de poderes inteligentes só pode ser superficialmente concebida.
Alguns Seres elevados estão, presentemente, fornecendo à humanidade um esboço desse Esquema nos trabalhos da Fraternidade Rosacruz. Hoje, a vida superagradável aos seus sentidos é vivida por milhares de Estudantes Rosacruzes que perceberam as verdades eternas da vida, embora muitas vezes ocultas. Quão frequentemente uma verdade é percebida pela intuição!
Viver a vida adequada nos habilita a provar que tudo o que nos é ensinado ajuda a acelerar nossa evolução sob a orientação de Deus.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross – jul/1916, traduzido e atualizado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Procurando a verdade: o risco de usar métodos errados e como esse conceito muda durante a nossa vida
Há 2.000 anos Pilatos indagou: “O que é a verdade?”.
As distintas formas de fé religiosa existentes são tentativas humanas de materializar seus conceitos internos sobre a verdade. A religião avança à medida que a visão humana se expande. O espírito interno clama por uma revelação mais completa. Uma nova Revelação surge em resposta a esse clamor e um conceito mais elevado de Deus começa a desabrochar na Mente do ser humano. Até hoje a religião não logrou alcançar uma oitava superior, mas nossas ideias relativas a ela são mais profundas. Cristo afirmou: “A verdade vos libertará”. A verdade é eterna e nossa busca por ela deve ser perdurável também. O Ocultismo não conhece “a fé de uma vez para sempre e relativa a todas as coisas”. Todas as Escolas de Ocultismo baseiam-se nas mesmas verdades fundamentais, passíveis de serem apreciadas sob diferentes ângulos, dando a cada um uma visão diferente. Assim, elas se completam.
Portanto, com o que atingimos por ora não é possível alcançar a verdade essencial. Em resposta à pergunta de Pilatos, devemos primeiro notar que a verdade seja um princípio subjetivo. Não pode ser encontrada no objetivo, se bem que esse contenha manifestações dela.
O erro consiste em pretendermos descobri-la totalmente nas coisas externas ou em alguma parte fora de nós mesmos. Nossa ideia sobre o que é verdade modifica-se à medida que progredimos, porque, à proporção que ascendemos, novas fases dela nos são apresentadas, etapas que não foram percebidas anteriormente.
Onde, pois, encontraremos a verdade? Não podemos encontrá-la neste mundo fenomenal, pontilhado de ilusões, no qual temos de proceder a constantes correções e mudanças, consciente ou inconscientemente. Sabemos que nossa visão nos engana, quando faz as coisas parecerem unidas no final de uma rua, por exemplo.
Com referência à indagação sobre onde encontraremos a verdade, a resposta só pode ser uma: dentro de nós mesmos.
É um assunto relativo ao próprio desenvolvimento interno, excluindo-se de qualquer outra fonte. A promessa de Cristo, “se vivermos a vida, conheceremos a doutrina”, é verdadeira no sentido mais literal. Os livros e os mestres podem despertar nosso interesse e nos incentivar a viver a vida. Contudo, só na medida em que julgarmos cuidadosamente suas ideias, antes dos preceitos constituírem parte de nossa vida interna, caminharemos na direção correta.
Conforme Max Heindel nos relatou, os Irmãos Maiores não lhe ensinaram tudo diretamente desde o primeiro curto período em que lhe proporcionaram o material para escrever O Conceito Rosacruz do Cosmos. A cada pergunta formulada, o Mestre indicava-lhe a direção em que poderia encontrar a informação necessária. Pelo uso de nossas próprias faculdades conseguiremos sempre os melhores dados ou informações.
A aspiração é o primeiro passo a ser dado para sairmos da escravidão para a liberdade, porquanto à medida que um ser humano deseje ascender, será libertado.
Somente por nossa aspiração à virtude dominamos os vícios. A fidelidade aos mandatos espirituais nos livra da sensualidade. A indiferença, entretanto, fará estiolar a mais bela flor do espírito.
Todo desenvolvimento oculto começa no Corpo Vital com o cultivo de faculdades objetivas e comuns tais como a observação, o discernimento, a razão, a justiça, o senso comum e o cultivo do intelecto. Todas essas qualidades, quando combinadas com oração e devoção, conduzem a estágios mais avançados, na jornada evolutiva. Essa preparação interna do Estudante deve ser realizada sem considerar as circunstâncias externas.
Os dois Éteres inferiores do Corpo Vital, o Químico e o de Vida, decrescem em quantidade e densidade à proporção que os dois superiores formam o Corpo Denso. Então um poder maior flui através nosso ser. Isso, às vezes, causa distúrbios no corpo denso, pois os Éteres inferiores mantêm a saúde física. Essa condição, não obstante, é transitória e tende a desaparecer. Observe-se, portanto, como é de máxima importância para os Estudantes de Ocultismo persistir em suas aspirações.
Se alguém tentar adquirir poderes ocultos sem ideais elevados ou objetivos altruístas, o resultado físico será deplorável. Um grande número de males físicos entre os Estudantes de Ocultismo deve-se a esse fato.
Todo pensamento egoísta ou de ódio imprime-se no sangue e nos pulmões, retardando o processo regenerativo. Por outro lado, os pensamentos de amor, justiça e harmonia constroem o Corpo Vital e aumentam a vitalidade do Corpo Físico. A regeneração, na maior parte dos indivíduos, ocorre em um grau vibratório muito baixo, porque, por via de regra, o homem comum injeta continuamente os mesmos pensamentos negativos em sua corrente sanguínea. Daí estar sempre acompanhado de dores e enfermidades.
No Estudante de Ocultismo, esse processo regenerativo se efetua muito mais rapidamente. E em muitos casos, a corrente sanguínea pode ser praticamente regenerada em curto tempo. Alguns dos velhos pensamentos, não obstante, estão sujeitos a reintroduzirem-se na corrente. Por isso, o processo segue repetindo-se até que estejamos completamente purificados de toda escória.
Temos de trocar a roupagem de nossos corpos impuros pela brilhante veste que estamos tecendo dia-a-dia. Esse é o processo alquímico do qual resulta a saúde perfeita. Quando formos “ouro puro”, quando a corrente sanguínea carregar só o puro, como os pensamentos de Cristo, então aparentemente operaremos milagres. Com a energia restante curaremos os demais, dissiparemos a desarmonia, a tristeza e o sofrimento, irradiaremos amor, paz e bons pensamentos. Então, transcenderemos os laços familiares e raciais sem deixar de cumprir todos os nossos deveres, porque nos teremos purificado desses sanguíneos. Nós nos sentiremos, então, universais.
O coração, grande distribuidor de sangue, não alimentará preferências, mas amará a tudo e todos sem considerar religião, cor ou casta.
Cristo disse: “Deveis nascer de novo”. Esse renascimento estende-se ao físico, conforme o axioma hermético “como é em cima, assim é embaixo”.
Depende apenas de cada um de nós a formação do veículo que nos capacitará a perceber a verdade nos Planos internos. Harmonizando nossas vidas com os princípios divinos, de acordo com a verdadeira religião, estaremos construindo o Corpo-Alma, o Dourado Traje de Bodas.
Uma vida de amor e serviço aos demais constrói o Corpo-Alma. Esta vivência não só atrai e elabora os dois Éteres superiores, o Refletor e o Luminoso, como a seu tempo produzirá uma separação que os diferenciará dos dois Éteres inferiores. Depois de completada essa separação, o Corpo-Alma encontra-se pronto para os voos da Alma. Isso constitui a cor azul-dourada do amor, que distingue o santo do ser humano comum.
Estamos recebendo ajuda para construir este Corpo-Alma, ajuda do Cristo, o Espírito Interno da Terra, por meio de suas emanações etéricas que, brotando do centro do globo, atravessam nossos Corpos Vitais. Mesmo depois de separados os Éteres superiores e inferiores, o Corpo-Alma prossegue crescendo, contanto que seja alimentado. Tal qual outro corpo, necessita de alimentação para crescer e permanecer em condições saudáveis. Porém se deixamos de alimentar o Cristo Interno, experimentaremos uma grande fome espiritual, muito mais intensa e dolorosa que a fome física. Conforme se ampliam nossos conceitos sobre a verdade, o Corpo Vital demanda uma classe de alimento mais elevado, em forma de boa literatura, arte, música e uma vida de compaixão e serviço ao próximo. Um conceito puramente intelectual da verdade não é suficiente, devendo-se consistir em um sentimento interno e espiritual. A razão e o discernimento são faculdades intelectuais; no entanto, o intelecto mais desenvolvido falharia sem assimilação espiritual: o coração e a Mente têm que cooperar entre si. Nem todos temos a mesma acuidade mental, donde a verdade concebida pela Mente não pode ser idêntica para todos. Contudo, o espírito é uno e quem é espiritualmente consciente conhecerá a verdade. Evidentemente, existe uma grande diferença entre o conhecimento da verdade e a posse de um mero conhecimento mental dela.
O caminho da preparação pessoal é o preço que pagamos pela verdade. A obtenção consciente dela é o resultado de viver a vida estritamente moral, consoante às normas espirituais. Não há outro meio.
Emerson disse: “O homem deve aprender a descobrir e observar esse facho de luz que resplandece através de sua Mente, oriundo de um lugar muito mais iluminador que o firmamento dos poetas e sábios”.
O dilema naturalmente surge na Mente do Estudante: quantos conhecem a verdade, quando a encontram?
Em Cartas aos Estudantes, Max Heindel nos dá a resposta quando trata do exercício de Retrospecção. Segundo o Mestre, se for possível que esse exercício seja praticado sinceramente pelas pessoas mais depravadas, durante seis meses e ininterruptamente, elas serão regeneradas. Os mais zelosos testemunham os benefícios dessa prática, particularmente em relação às faculdades mentais e à memória.
Ademais, por esse juízo imparcial de si mesmo, noite após noite, o Estudante aprende a distinguir o verdadeiro do falso em um grau impossível de se obter por outros meios. Dentro de nós encontra-se o único tribunal da verdade. Se nos habituarmos a colocar nossos problemas diante desse tribunal, persistentemente, com o tempo desenvolveremos um sentido superior da verdade, facultando-nos a perceber se uma ideia avançada é falsa ou verdadeira. A menos que estabeleçamos esse tribunal interno da verdade, vagaremos de um lugar a outro falando mentalmente durante toda nossa vida, conhecendo um pouco mais no final do que no princípio ou, talvez, menos. Portanto, o Estudante nunca deve rejeitar ou aceitar, nem seguir às cegas qualquer pessoa, mas procurar estabelecer o tribunal dentro de si mesmo.
Temos outro método pelo qual podemos diferenciar a verdade da imitação. Há pessoas, exímias fabricantes de imitações de artigos legítimos, tentando enganar compradores incautos. Esses, a menos que disponham dos meios para conhecer o artigo genuíno, correm o risco de serem ludibriados. Nesse aspecto o buscador da verdade corre o mesmo risco. O colecionador amiúde guarda seu tesouro em um lugar especial, deleitando-se com ele a sós. Frequentemente, anos mais tarde ou após sua morte, descobre-se que algumas das peças guardadas e muito apreciadas eram grosseiras imitações sem valor algum; assim também, aquele que encontra algo que entende por verdade pode enterrá-lo em seu próprio peito, percebendo depois de muitos anos que houvesse sido enganado por uma imitação. Por isso, torna-se necessária uma prova final para eliminar toda possibilidade de decepção. A questão é: como descobri-la e aplicá-la? A resposta é tão simples como eficiente: pelo método.
Os colecionadores descobrem que uma peça seja pura imitação porque a exibem para quem conhece a original. Se expõem seus acervos ao público, ao invés de mantê-los em segredo, prontamente saberão se têm peças falsas ou legítimas. Assim como a preocupação em ocultar os objetos colecionados favorece e estimula a fraude por parte dos comerciantes de raridades, inescrupulosos, da mesma forma o desejo de guardar para si os conhecimentos pode facilitar o trabalho dos traficantes das imitações ocultas do saber. Como poderíamos comprovar o valor de uma ferramenta, senão pelo uso? Nós a compraríamos, se o vendedor exigisse que a mantivéssemos guardada, em vez de utilizá-la? Seguramente que não!
Insistiríamos em empregá-la em nosso trabalho para constatar se serviria ao fim que lhe destinamos. Uma vez comprovada sua utilidade, nós nos sentiríamos satisfeitos em tê-la adquirido.
Considerando esse princípio, por que comprar certos artigos, se os comerciantes fazem questão de ocultá-los? Se fossem legítimos, não haveria necessidade de mantê-los em segredo. E, a menos que possamos utilizá-los em nossas vidas diárias, não terão valor algum.
Todo aquele que encontra a verdade deve empregá-la no trabalho do mundo para assegurar que sua legitimidade resista à prova e dar aos outros a oportunidade de compartilhar o tesouro encontrado.
Portanto, é mister observarmos a exortação do Cristo: “DEIXAI QUE BRILHE VOSSA LUZ”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1975)
O Emblema Rosacruz: uma maravilhosa fonte de inspiração para a meditação
O simbolismo é o meio pelo qual o espírito tenta se expressar à Mente do ser humano. É o nosso meio de comunicação com os outros. A palavra é o símbolo de uma ideia e, portanto, a literatura, a música, a arte, o teatro, a dança ou muitas outras técnicas simbolizam a ideia que uma Mente deseja transmitir a outra.
Em épocas passadas, as Mentes mais altamente evoluídas transformaram a ideia de Deus em imagem ou outra forma para os menos evoluídos. Muitas vezes o ser humano mais jovem adorava o símbolo, não sendo capaz de entender o espírito da forma.
Hoje, a palavra Deus significa muito para alguns de nós; contudo, não adoramos a palavra, mas o ideal que ela traz à Mente. Até a meditação sobre a palavra Deus pode dar muito alimento ao espírito. Quanto mais podemos obter a partir de um símbolo mais rico como o Emblema Rosacruz? Ele é dado a nós como alimento espiritual. Não há transubstanciação, de modo que a coisa em si seja santa, embora saibamos que um emblema usado há anos gradualmente absorva algumas das vibrações do serviço em que é usado. Ele então as exterioriza novamente para que alguém sensível possa sentir. O ideal por trás de um símbolo pode ser de grande valor espiritual na vida daqueles que o usam de maneira compreensiva.
Hoje, temos no idioma uma pequena palavra de apenas uma letra e ela representa o ser humano inteiro — Corpo, Mente e Espírito. É usada pelo ser humano para representar qualquer uma das suas partes ou o todo, de acordo com seu conhecimento. Essa palavra, ou símbolo, foi usada para representar o corpo do ser humano, quando sua consciência começava a enxergar o fato de que ele tivesse um corpo físico. Esse é o braço inferior da cruz. Quando a compreensão do ser humano sobre si mesmo foi além, ele adicionou um braço ao topo e depois o outro, fazendo o tau ou “T”. Essa é a Chave Egípcia da Vida. A linha horizontal simboliza a vitalidade humana e sua natureza emocional. Quando começamos a pensar, o topo foi adicionado, criando a verdadeira cruz romana. Isso completa o quádruplo veículo material do ser humano — Corpo Denso ou Químico, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente. É nessa cruz de matéria que o espírito do ser humano tem sido crucificado desde a fundação do mundo e nós aí permaneceremos até os dias de libertação, quando conheceremos a “liberdade gloriosa dos Filhos de Deus”. Até agora, enquanto nossos ideais permanecem materialistas, a cruz é negra, símbolo da matéria; mas quando espiritualizarmos nossos ideais através do serviço aos outros, embranqueceremos a cruz. Hoje a humanidade é, em termos simbólicos, uma cruz branca com uma linha preta sobre ela. Estamos reconhecendo os direitos alheios, os ideais de fraternidade e autossacrifício pelos outros estão crescendo. A cruz branca e pura simboliza a casta vida dedicada de um servo da humanidade, um ajudante invisível. A cruz da Rosacruz possui três meios círculos no final de cada braço, totalizando doze. Esse é o símbolo do ser humano cósmico, do qual o humano é o microcosmo. Representa as doze Hierarquias que hoje se manifestam como Signos do Zodíaco e ensina o ser humano a governar esse veículo quádruplo no qual trabalham junto ao Ego. São necessárias doze bolas para cobrir uma bola do mesmo tamanho; do mesmo jeito, os grandes mestres espirituais tiveram doze discípulos e o Ego tem doze faculdades psíquicas que cobrem o ser humano espiritual.
Aparentemente, do centro da cruz irradia a estrela de cinco pontas com uma ponta para cima. Este é o símbolo do Manto Nupcial que cada ser humano está tecendo para si próprio por meio de atos amorosos e altruístas realizados através do corpo. À medida que a cruz se torna mais branca, a estrela surge mais luminosa, até chamar a atenção de um dos Grandes e Amorosos, que colocará o ser humano em contato com a Escola de Mistérios onde ele terá um crescimento muito mais rápido em espiritualidade do que se estivesse sozinho na jornada para Deus. A estrela é dourada e está próxima da cor do amor de Cristo, que deve ser o motivo da ação. O amarelo é símbolo do Segundo Aspecto da Deidade, o Filho ou Cristo; mas atualmente a humanidade não pode manifestar o amarelo puro do amor de Cristo. Precisamos transformá-lo na cor laranja do ouro. Necessitamos desenvolver o Corpo-Alma, ou, nas palavras de Cristo, o Manto Nupcial, antes que o Filho possa nascer em nós ou que possamos participar da festa do casamento. Atrás da estrela e da cruz está um campo infinito feito de azul, que é o símbolo do puro Espírito do mesmo jeito que o céu azul simboliza o caos do qual surgiu a manifestação. Esse é o Primeiro Aspecto da Divindade, o Pai. Cristo disse que Ele devesse submeter todas as coisas a Si mesmo para, então, entregar o Reino ao Pai. Sabemos pouco sobre o que esse Reino deva ser ou sobre seus poderes e esse pouco chega a nós por intermédio dos ensinamentos do Filho. Portanto, o azul é tingido de amarelo e não é puro, sendo mais como a turquesa, muito translúcido e cheio de vida.
Pendurada na cruz está a coroa de sete rosas vermelhas, vagens com sementes desprovidas de paixão, o símbolo do poder criativo e divino do sexo purificado e elevado a uma posição superior. O vermelho simboliza o Terceiro Aspecto da Deidade, o Espírito Santo. Essa é a única cor pura mostrada no símbolo e, hoje, a humanidade é capaz de pensar de forma abstrata, que é o poder do Espírito Santo. A vida do ser humano está no sangue e, portanto, devemos purificar e elevar a vibração do sangue mediante uma vida de serviço ativo, antes que possamos manifestar a Estrela da Esperança e atrair o Mestre para nós. Assim como a rosa é o produto mais elevado do mundo das flores, o ser humano alcança a mais alta posição que possa conseguir quando transmuta as forças impuras da vida do sangue cheio de paixão na força criativa da vida limpa do Espírito de Vida.
Assim, vemos que o emblema Rosacruz seja um símbolo da evolução passada da humanidade, da sua posição atual e dos ideais pelos quais ela deve trabalhar no futuro. É uma maravilhosa fonte de inspiração para a meditação.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross em 05/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)
Pergunta: Poderiam esclarecer o problema da percepção? Como o vidente sabe a respeito dos planos superiores? Isto é, (a) como ele distingue entre um pensamento-forma emanado da sua própria Mente, (b) o pensamento-forma emanado de alguma outra pessoa quer esteja encarnada ou não, (c) de entidades espirituais reais?
Resposta: Contrariamente à opinião das pessoas que nada sabem a esse respeito, isto é puramente uma questão de treinamento. É absolutamente errado supor que, pelo fato de uma pessoa ter desenvolvido a visão espiritual, tornando-se capaz de ver coisas nos Mundos geralmente invisíveis à visão humana comum no presente estágio de evolução, essa faculdade a leve também a saber tudo. Na realidade, ela nada sabe até ter adquirido o conhecimento através da investigação. A Lei de Analogia, que é a chave-mestra para todos os mistérios, deverá tornar isto claro. “Assim como é em cima, assim é embaixo”. Vemos o aparelho de telefone, sabemos como fazê-lo funcionar tirando o receptor, colocando-o no nosso ouvido e falando através do transmissor. Sabemos até, de forma vaga, que ele opera por meio da eletricidade, mas o mecanismo permanece um mistério para a grande maioria.
Similarmente, podemos voltear um interruptor elétrico, as luzes cintilarem, e os motores começarem a funcionar. Vemos o fenômeno, mas não conhecemos as forças subjacentes até que tenhamos investigado e adquirido o posterior conhecimento. As mesmíssimas condições prevalecem e num grau muito maior no Mundo do Desejo, devido à plasticidade superlativa da matéria de desejo e à facilidade com que ela se modifica assumindo as mais diferentes formas segundo a vontade do Espírito que a anima, seja ele super-humano ou elemental. Por essa razão, mesmo a pessoa que tem controle voluntário da sua visão espiritual requer um treinamento completo e deve desenvolver a faculdade de ver além da forma, a vida que a anima. É somente após ter desenvolvido essa faculdade que ela estará livre de engano e capaz de distinguir a verdadeira natureza e estado de todas as coisas e seres que vê no mundo invisível. Para tornar isto o mais eficiente possível e ter e certeza de não haver ilusões, é necessário cultivar o grau de visão espiritual que pertence à região concreta do Mundo do Pensamento, onde os arquétipos podem ser vistos.
Para tornar isto claro, podemos recordar que a visão física varia, de forma que há certos seres que veem perfeitamente em condições que para nós pareceriam obscuras. Por exemplo, as corujas e morcegos. Os olhos dos peixes são estruturados de maneira a poderem ver debaixo da água. Os órgãos da visão espiritual são também capazes de sintonizar diversas vibrações. Cada frequência de vibração produz um grau diferente de visão e revela ao pesquisador um determinado reino da natureza. Por uma extensão ligeiramente maior da visão física, os Éteres e os seres tornam-se ali plenamente visíveis. Esse grau da visão pode ser comparado ao raio-X, pois os objetos que aparecem sólidos à visão física são facilmente penetrados pela visão etérica.
Quando alguém olha para uma casa com a visão etérica, vê diretamente através da parede. Se quiser saber o que está ocorrendo num aposento no lado mais distante da casa em relação ao ponto em que se encontra, os raios etéricos dos seus olhos atravessarão as paredes e os objetos que se encontrarem no caminho, e ele passa a vê-los tão claramente como se a casa fosse de vidro. Esse grau de visão pode ser aplicado ao corpo humano, e é possível, com essa faculdade, ver através de toda a estrutura orgânica e observar as suas funções em plena atividade. O autor também achava, até recentemente, que o estratagema comum de se ler uma carta encerrada num envelope selado, talvez no bolso de outra pessoa, realizava-se da mesma maneira. No entanto, estimulado pelos artigos sobre psicometria da nossa revista, pegou uma carta endereçada a ele mesmo e tentou a experiência, no que teve sucesso total, pois foi-lhe mostrada, sentada em seu quarto, tanto a pessoa que tinha escrito a carta como todo o seu conteúdo. Logo depois, ele tentou a visão etérica com outra carta para averiguar como diferir o resultado, e teve grande dificuldade em decifrar o que estava escrito porque a carta havia sido dobrada. Parecia haver uma massa conglomerada de riscos de tinta, e foi necessário o uso do grau mais elevado de visão que penetra o Mundo do Desejo antes da carta poder ser lida.
Quando alguém olha para um objeto com a visão necessária para ver o Mundo do Desejo, mesmo os objetos mais sólidos podem ser vistos por e através de todos os lados, com a diferença de que quem os vê, é como se estivessem vindo de todas as direções. Pensamentos-forma, tais como os que foram mencionados pelo consulente, provavelmente são revestidos deste material, porque nenhum pensamento-forma pode compelir à ação a não ser por intermédio desta força — a substância que chamamos matéria de desejo — e ninguém, a não ser quem tenha estudado a questão, pode imaginar quantas pessoas são movidas por pensamentos-forma que acreditam ser seus, mas que, na realidade, se originaram no cérebro de outrem. É dessa forma que a opinião pública é formada. Grandes pensadores, que possuem ideias definidas a respeito de algo particular, irradiam aqueles pensamentos-forma. Outros pensadores, menos positivos e não contrários à opinião expressa nesses pensamentos-forma errantes, conseguem captá-los pensando que se originaram dentro de si. Assim, gradualmente, o sentimento cresce e o que começou na Mente de um único homem, passa a ser aceito por grande parte de uma comunidade.
Para conhecer positivamente a origem de tais pensamentos-forma errantes, seria necessário um estudo por meio do grau de visão apropriada para atuar na Região do Pensamento Concreto, onde a ideia original tomou forma. Ali, todos os objetos sólidos aparecem como cavidades vazias de onde uma nota-chave básica é continuamente tocada, assim, quem os vê, também ouve deles a história completa da sua existência. Pensamentos-forma que não se cristalizaram ainda em ação concreta ou ser físico, não se apresentam ao observador como uma cavidade, mas ali, os pensamentos não são silenciosos. Eles falam uma linguagem inconfundível e transmitem, de uma forma muito mais precisa do que as palavras, a sua intenção, até que a energia despendida pelo seu criador se esgote. Como vibram no tom peculiar à pessoa que lhes deu origem, é comparativamente fácil para o ocultista treinado investigar sua fonte.
Quanto ao parágrafo “c” da sua pergunta, não ficou muito claro o que questionou. Se deseja saber como distinguir os pensamentos das verdadeiras entidades espirituais dos nossos próprios pensamentos, o método anterior pode ser aplicado a todos os seres sem qualquer distinção. Mas, se quer saber como podemos distinguir as entidades espirituais reais dos pensamentos-forma, a resposta é que os pensamentos-forma são destituídos de espontaneidade. Eles são mais ou menos parecidos a autômatos. Eles movimentam-se e agem em uma única direção, de acordo com a vontade do pensador que é a força motivadora que os impulsiona. As ações objetivas das entidades espirituais são espontâneas e mutáveis, da mesma forma que o são as nossas ações ou táticas sempre que o desejarmos ou quando nos pareça desejável mudá-las.
(Perg. 64 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
A concentração consiste em enfocar o pensamento num só objeto. É o meio pelo qual construímos uma imagem clara, objetiva e vivente da forma, acerca da qual desejamos adquirir conhecimento.
Concentração é uma palavra que confunde a muitos, e que só tem significado para poucos. Por isso tentaremos esclarecer o seu significado.
O dicionário dá várias definições, todas aplicáveis à nossa ideia. Uma delas é: “fazer convergir para um centro”. Outra definição, esta aplicável à química, é: “reduzir à máxima pureza e intensidade, removendo os constituintes sem valor”.
Aplicadas ao nosso problema, uma das definições acima nos diz que se fizermos convergir os nossos pensamentos para um centro, para um ponto, aumentamos o seu vigor, sob o mesmo princípio pelo qual o poder dos raios solares aumenta quando focalizados num ponto através de uma lente de aumento.
Eliminando na ocasião todos os outros assuntos de nossa Mente, a força total do nosso pensamento fica disponível para ser usada em atingir o objetivo, ou para resolver o problema sobre o qual nos concentramos.
Há 4 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
3. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas/featured
aqui:
4. Para estudar no próprio site:
CURSO PARA AUXILIAR O EXERCÍCIO DE CONCENTRAÇÃO
Textos Organizados por
Ger Westenberg
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
originais fornecidos e autorizados pelo próprio autor da Rosicrucian Fellowship Center de Amsterdam, Holanda, nos idos 1920, coletado por Ger Westenberg.
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Sumário
PRIMEIRA LIÇÃO – Para a primeira semana
SEGUNDA LIÇÃO – Para a segunda, terça e quarta semanas
TERCEIRA LIÇÃO – Para a quinta semana
QUARTA LIÇÃO – Para a sexta semana
QUINTA LIÇÃO – Para a sétima semana
SEXTA LIÇÃO – Para a oitava semana
SÉTIMA LIÇÃO – Para a nona semana
OITAVA LIÇÃO – Para a décima semana
NONA LIÇÃO – Para a décima-primeira e décima-segunda semanas
DÉCIMA LIÇÃO – Para a décima-terceira semana
DÉCIMA PRIMEIRA LIÇÃO – Para a décima-quarta semana
DÉCIMA SEGUNDA LIÇÃO – Para a décima-quinta semana
DÉCIMA TERCEIRA LIÇÃO – Para a décima-sexta semana
DÉCIMA QUARTA LIÇÃO – Para a décima-sétima semana
A concentração consiste em enfocar o pensamento num só objeto. É o meio pelo qual construímos uma imagem clara, objetiva e vivente da forma, acerca da qual desejamos adquirir conhecimento.
“Concentração é uma palavra que confunde a muitos, e que só tem significado para poucos. Por isso tentaremos esclarecer o seu significado. O dicionário dá várias definições, todas aplicáveis à nossa ideia. Uma delas é: ‘fazer convergir para um centro’. Outra definição, esta aplicável à química, é: ‘reduzir à máxima pureza e intensidade, removendo os constituintes sem valor’. Aplicadas ao nosso problema, uma das definições acima nos diz que se fizermos convergir os nossos pensamentos para um centro, para um ponto, aumentamos o seu vigor, sob o mesmo princípio pelo qual o poder dos raios solares aumenta quando focalizados num ponto através de uma lente de aumento. Eliminando na ocasião todos os outros assuntos de nossa Mente, a força total do nosso pensamento fica disponível para ser usada em atingir o objetivo, ou para resolver o problema sobre o qual nos concentramos. Podemos, pois, ficar tão absorvidos em nosso tema que se um canhão fosse disparado acima de nossa cabeça não o ouviríamos. Há pessoas que ficam tão perdidas na leitura de um livro que se esquecem de tudo o mais. O Aspirante à visão espiritual deve adquirir a faculdade de se tornar igualmente tão absorvido na ideia sobre a qual se concentra que possa excluir o mundo dos sentidos da sua consciência, e assim dar toda a sua atenção ao mundo espiritual. Quando aprender a fazer isso, verá o lado espiritual de um objeto ou de uma ideia, iluminado pela luz espiritual, e assim obterá um conhecimento da natureza interna das coisas como jamais foi sonhado por um ser humano mundano.
Atingido esse ponto de abstração, os centros de percepção do Corpo de Desejos começam a girar lentamente dentro do Corpo Denso, tomando, portanto, seus próprios lugares. Com o tempo isto se tornará cada vez mais definido, necessitando cada vez menos esforço para pô-los em movimento.”
“Na vida corrente o Ego está dentro de seus Corpos, dirigindo suas forças para o exterior. Toda a vontade e energia humanas estão empenhadas na tarefa de dominar o mundo externo. Em nenhum momento ele é capaz de livrar-se das impressões do ambiente externo e trabalhar livremente sobre si mesmo nas horas de vigília. Porém durante o sono, quando se apresenta essa oportunidade, porque o Corpo Denso perde a consciência do mundo, o Ego fica fora dos seus Corpos. Se o ser humano tiver que agir sobre os seus veículos, há de ser quando esteja alheio ao mundo externo, como no sono, contanto que o espírito permaneça dentro e no pleno controle de suas faculdades, como sucede nas horas da vigília. Enquanto não obtiver esse estado é impossível ao Espírito atuar internamente e sensibilizar devidamente os seus veículos.
Tal estado é a concentração. Quando a pessoa nela se submerge, seus sentidos ficam inativos, aparentemente na mesma condição que no sono profundo, se bem que o espírito permanece dentro, plenamente consciente. A maioria das pessoas já experimentou esse estado, pelo menos em certo grau, quando absorvidas na leitura de algum livro. Em tais ocasiões vivem as cenas descritas pelo autor, e perdem toda noção do seu ambiente. São insensíveis a todo som, às palavras que lhes dirigem e a tudo que as rodeia. Contudo, estão plenamente conscientes do que leem do mundo invisível criado pelo autor, vivendo neles e sentindo o bater dos corações dos diferentes personagens da narrativa. Não estão independentes, mas sim ligados à vida que alguém criou para elas no livro.
O Aspirante à vida superior cultiva a faculdade de absorver-se à vontade em qualquer assunto que escolha, ou melhor, geralmente não num assunto, mas num simples objeto que ele mesmo imagine.”
“A primeira prática a efetuar-se é a fixação do pensamento em um ideal e assim mantê-lo, sem permitir que se desvie. Tarefa sumamente difícil, ela deve ser realizada regularmente pelo menos até que se possa alcançar algum progresso. O pensamento é o poder que empregamos na formação de imagens, cenas, pensamentos-formas, de acordo com as ideias internas. É o nosso poder principal, e temos de aprender a mantê-lo sob nosso absoluto controle de modo a produzirmos não absurdas ilusões induzidas pelas circunstâncias exteriores, mas sim imaginações verdadeiras geradas pelo espírito, internamente.
Os céticos dirão que tudo é imaginação, mas, como já vimos antes, se o inventor não imaginasse o telefone, etc., não possuiríamos tais coisas. De modo geral suas imaginações não foram corretas ou certas no início. Se o tivessem sido, os inventos teriam funcionado com todo o êxito desde o princípio, sem aqueles muitos fracassos e experiências aparentemente inúteis que quase sempre precedem o aparecimento de um instrumento ou máquina utilitária e prática. Tampouco é correta a princípio a imaginação do ocultista novato. A única maneira de imaginar-se corretamente é conseguida pela prática ininterrupta, dia após dia, exercitando-se o pensamento, pela vontade, a manter-se enfocado sobre um assunto, objeto ou ideia, excluindo tudo o mais. O pensamento é um grande poder que costumamos desperdiçar. Permitimo-lo fluir sem qualquer objetivo, do mesmo modo que a água se despeja no precipício sem aproveitamento na movimentação de uma turbina.
Os raios do Sol difundidos sobre a superfície da Terra produzem apenas um calor moderado. Contudo, se alguns poucos forem concentrados através de uma lente, serão capazes de produzir fogo no ponto focal.
A força do pensamento é o meio mais poderoso para obter-se conhecimento. Se for concentrada sobre um assunto, abrirá caminho através de qualquer obstáculo e resolverá o problema. Possuindo-se quantidade necessária de energia mental, nada existe que esteja além do poder da compreensão humana. Enquanto a desperdiçamos, é uma força de pouca utilidade, mas tão logo estejamos prontos a enfrentar as dificuldades para dominá-la, todo conhecimento poderá ser nosso.
Ouvimos com frequência pessoas exclamarem petulantemente: “Oh! Não posso pensar em cem coisas ao mesmo tempo! “. Na realidade era exatamente isso o que estavam fazendo e que lhes causou o aborrecimento de que se queixam. As pessoas vivem pensando constantemente em cem coisas diferentes daquela que têm em mãos. Todo êxito é alcançado através da concentração persistente no objetivo desejado.
Isto é algo que o Aspirante à vida superior deve aprender positivamente. Não há outro caminho. A princípio se achará pensando em tudo quanto há debaixo do Sol, ao invés de pensar no Ideal sobre o qual tenha decidido concentrar-se, mas isso não deve desanimá-lo. Com o tempo verá que já é mais fácil cerrar os sentidos e manter firmemente os pensamentos. Persistência, persistência, sempre PERSISTÊNCIA e vencerá por fim. Sem ela, entretanto, não pode esperar resultado algum. Não será de nenhuma utilidade fazer os exercícios duas ou três manhãs ou semanas, e deixar de fazê-los por outro tanto tempo. Para serem eficazes devem ser praticados fiel e ininterruptamente todas as manhãs.
As imagens produzidas pelo Aspirante serão a princípio obscuras e de fraca semelhança, mas depois, pela concentração, poderá evocar imagens mais reais e viventes do que as coisas do Mundo Físico.”
“Quando o Aspirante estiver apto a formar tais imagens, e já conseguindo manter a Mente sobre as imagens assim criadas, poderá tentar o desaparecimento súbito da imagem, mantendo a Mente firme, sem pensamento algum, esperando o que possa surgir nesse vazio.
Talvez nada apareça durante muito tempo, mas o Aspirante deve ter o cuidado de não criar visões por si mesmo. Se a prática for seguida fiel e pacientemente todas as manhãs, chegará o dia em que no momento que faça desaparecer a imagem, o Mundo do Desejo que o rodeia abrir-se-á aos seus olhos internos como num relâmpago. A princípio pode não ser mais do que um mero vislumbre, contudo não deixa de ser um sinal daquilo que virá mais tarde, sempre que o deseje.”
Só depois de ter praticado a Concentração durante algum tempo, enfocando a Mente sobre um objeto simples, construindo um pensamento-forma vivente por meio da faculdade imaginativa, o Aspirante pode aprender pela Meditação tudo o que se refere ao objeto assim criado. Se assim não o fizer, será infrutífero tentar executar o exercício de Meditação!
Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil
Selecione um lugar adequado onde possa ficar sem ser perturbado por 15 minutos. Sente-se calmamente e foque sua Mente em um pensamento agradável. Deixe um relógio, um bloco de notas e uma caneta perto de você. Anote exatamente o momento que iniciar. Feche seus olhos, pense sobre o assunto escolhido e tente não se esquecer dele. Você irá observar no menor tempo que pensará em outra coisa.
Faça três colunas verticais no papel e escreva na primeira coluna o assunto no qual está concentrado, na segunda coluna o tempo decorrido, e na terceira coluna o que você pensou quando descobriu que estava pensando em algo diferente.
O assunto da Concentração | Tempo decorrido | Pensamento diferente do assunto | |
Início | Final | ||
Árvore | 8h20 | 8h21 | Sapato |
Você deverá repetir esse exercício várias vezes, no entanto quando tiver uma dor de cabeça deverá parar por um tempo.
Para essa primeira experiência, o assunto no qual irá se concentrar deve ser simples e insignificante, por exemplo uma moeda, uma caneta, uma folha ou uma simples flor. Você deve mudar o assunto de tempo em tempo.
Avalie sua anotação no final da semana, e você irá chegar à conclusão de que sua concentração sempre foi limitada por uma das seguintes razões: impaciência, medo de alguma coisa, falta de clareza, inquietação física, dor de cabeça, clareamento do seu pensamento, distúrbios externos, etc.
Você, então, perceberá que seus pensamentos são inquietos e reagem rapidamente a cada distúrbio do exterior e de seu corpo, de forma que eles (os pensamentos) deixam o assunto da concentração e chamam a atenção para outras coisas.
É normal o principiante fazer um esforço para manter o assunto da concentração com todas as forças, trazendo o pensamento sobre o assunto novamente sempre que o pensamento vagar.
ISTO NÃO É BOM!
O caminho correto é: escolher o assunto da concentração e então passar todos os tipos de outros pensamentos em revista e não os remover, entretanto não perder o contato com ele.
Na próxima lição veremos as diretrizes de como você consegue trazer seu pensamento de volta a um assunto que desaparece.
Antes de se sentar para o exercício, para trazer de volta o assunto que estava fora de seus pensamentos, primeiramente você deve decidir, definitivamente, qual será o assunto do seu exercício de concentração e por quanto tempo deverá durar. Algumas pessoas se sentam primeiro e depois começam a escolher o assunto e depois de decidido por algo eles mudam para algo diferente, porque o anterior não era importante o suficiente e, no final, descobrem que o tempo que separaram para fazer o exercício já se passou e não produziram nada. É melhor primeiro definir exatamente qual será o assunto, e depois dizer a si mesmo: “Vou focar meus pensamentos por 15 minutos nisso ou naquilo e eu não vou fazer nada com outros assuntos durante este tempo.”.
É de grande importância que você forme uma imagem do que você vai fazer. Faça na sua fantasia uma representação clara disso.
Pratique a seguinte lição todos os dias, durante três semanas, antes de seguir adiante. Não importa qual assunto escolheu, mas, temporariamente, não use imagens ou símbolos complicados. O assunto deverá ser modificado a cada dois dias, pelo menos.
Vamos a um exemplo: suponha que você escolheu como assunto de concentração uma vaca. Comece a pensar sobre todos os tipos de coisas, sem perder a imagem da vaca. Significa que você está pensando em todas as coisas conectadas com a vaca, por meio de uma das quatro linhas de pensamento que foram anexadas. Assim, feche seus olhos, faça, em pensamento, a imagem da vaca e siga as seguintes etapas:
1ª: Objeto e classe ou categoria e outros objetos da mesma classe. Pense que a vaca é um animal, um animal de quatro patas, um mamífero como um cachorro, um gato, etc. Continue, até que tenha esgotado todas as possibilidades em sua Mente. Não se satisfaça até que tenha colocado tudo a sua frente.
2ª: Inteira ou parcialmente. Pense, cuidadosamente, sobre as partes da vaca; o nariz, os olhos, a orelha, os joelhos, os cascos, etc. e até nos órgãos internos.
3ª: Objeto e qualidade. Você, primeiramente, pensa sobre as qualidades físicas da vaca, as proporções, a altura, cor, forma, agilidade, os hábitos. Depois sobre as qualidades de pensamento e desejo, tanto quanto eles têm a ver com o assunto.
4ª: Experiências. Por exemplo: vacas, como você se lembra delas. Suas experiências com vacas que estejam em sua memória. Nessa classe também ocorre coisas que tenham conexão com o assunto, como leite, queijo, manteiga, fazendas e prados.
Somente, então, tudo o que poderia ser trazido à sua memória, que tenha conexão com o assunto, foi colocado à sua frente. Não faça este trabalho de uma forma distraída, porque irá notar que seus pensamentos tentaram, por centenas de vezes, seguir seu próprio caminho sobre um dos assuntos trazidos por você, entretanto sempre foram trazidos de volta ao assunto da concentração – a vaca.
Portanto, essa lição nos ensina a trazer os pensamentos de volta ao assunto, ao invés do antigo hábito de perambular, a fim de que exista o hábito de fazer os pensamentos retornarem ao ponto original até que se tenha o poder de manter o pensamento fixo, em um ponto por um longo tempo. O resultado é: pensar mais correta cuidadosamente.
Exercite seu pensamento, foque em certo ponto da seguinte forma. Abra um livro qualquer, numa tentativa aleatória e anote a primeira palavra de um assunto no qual seus olhos fixarem. Este assunto deve ser seu ponto de partida. Pegue outra página e então anote a primeira palavra. Este deve ser o destino. Inicie agora sucessivamente do ponto de partida até seu destino. Por exemplo: primeiro você viu a palavra “tribunal de justiça” e depois a palavra “portal”. Você deve pensar, iniciando com “tribunal de justiça” e finalizar com “portal”. Isto se prova ser fácil porque você pensa num tribunal da justiça em particular que você sabe que tem um grande salão notável.
Segundo caso. A primeira palavra “casaco” a segunda palavra “brilhar”. Fácil, novamente, se você pensar em um casaco noturno, bordado com azeviche. Suponha que ao invés da palavra ser “brilhar” seja “fruta”. Você não pensa agora em um casaco noturno, mas, ainda pensando, você tem uma cobertura/revestimento, uma casca de laranja/casca, então “fruta”.
Um terceiro exemplo. A primeira palavra “confusão” e a segunda palavra “parede”. Você pode agora pensar em conexão com “confusão” em muitas palavras, no entanto, neste caso você pensa numa luta na Idade Média, contra uma parede de um antigo castelo.
Esses exercícios ajudam a aprender a entender como o pensamento, direcionado pela vontade, funciona de fato. Estes exercícios irão te ajudar a fixar seus pensamentos em um certo objeto/alvo.
Você encontrará força na vida para suprimir de modo mais fácil as depressões, sendo capaz de mudar seu pensamento diretamente de um assunto para outro.
Sente-se em seu quarto e olhe cuidadosamente em sua volta; observe bem todos os pequenos objetos que contém neste aposento.
Feche seus olhos agora e deixe todos os pensamentos passarem novamente por seus pensamentos e sua imaginação até que tenha passado tudo novamente.
Pegue agora o alfabeto e deixe todas as letras passarem, em ordem sucessiva, em seu pensamento, de A até Z, inclusive.
Não tolere outros pensamentos durante o exercício. Se isso acontecer, inicie novamente, até ser bem-sucedido.
Sente-se novamente e faça uma caminhada em pensamento por uma estrada ou rua bem conhecida, observando todos os pequenos detalhes que você possa se lembrar quando passa devagar. Volte (ainda na sua imaginação) pelo mesmo caminho, novamente, até ser bem-sucedido.
Faça uma nova caminhada da mesma forma todos os dias, e quando seus pensamentos tentarem divagar, recomece.
Desta forma você treina seus pensamentos a seguirem uma linha fixa, ou em outras palavras, a focarem em uma série de pensamentos particulares determinados por você mesmo.
Ao invés de ir por uma determinada estrada ou rua em seus pensamentos, tentemos lembrar de algum acontecimento e reviver isto em nosso pensamento novamente.
Suponha, por exemplo, que você se levantou em uma certa manhã, tomou seu café da manhã, entrou no ônibus, conversou no ônibus com o Sr. ou a Sra. X, chegou no seu trabalho, fez suas obrigações/trabalho, etc. Continue neste caminho relembrando todos os acontecimentos do dia.
Se seus pensamentos tentarem divagar, recomece.
Vamos seguir, agora, para a terceira parte desse exercício no qual você tenta manter seu pensamento sob controle.
Fixe seu pensamento em um determinado som, por exemplo o tique-taque do relógio. Pergunte-se a si mesmo qual é a causa disso. O ir e vir do pêndulo e o movimento da correia dentada causa isso.
Tente voltar em seu pensamento a uma série de imagens, seguindo o relógio em vários percursos. Veja como o relógio estava pendurado (na parede), como veio para sua casa, de onde veio, como as partes foram feitas. Com outras palavras, veja, em pensamento, tudo como foi a causa desde o início até o presente momento.
Naturalmente não faz diferença se as imagens estão certas ou erradas. O ponto principal é que seus pensamentos vão ao longo de uma série de componentes/constituintes da imagem, sem esquecer algo ou qualquer coisa.
Siga esse caminho, todo dia dessa semana, na sua imaginação, o curso dos acontecimentos de um objeto em seu ambiente, cuidando para que seus pensamentos não se dispersem para outros objetos.
Sente-se, e faça, novamente, na sua imaginação, uma caminhada na estrada bem conhecida e chegando a um prédio que você goste, pare e olhe para ele. Tente retratá-lo em detalhes, sem desviar sua atenção.
É realmente uma tarefa difícil fazer isso da primeira vez. Se observar que seus pensamentos querem divagar desse assunto a todo custo, tente ver esse prédio de outro ângulo então, de outro lugar/ponto, por exemplo do outro lado/oposto da rua e, também, escolha outro lugar de partida. Você notará/observará que você sabe muito pouco dos detalhes do prédio do qual você deveria ser bem familiar.
Deixe seu pensamento, em calma total, descansar sobre esse assunto (o prédio) que você ainda está tentando segurar, como se lembrasse de um sonho nebuloso.
Nesse exercício não é o sucesso em recordar o objeto, mas o desenvolvimento de seu pensamento-forma (trabalhando com o pensamento), que é o objetivo.
Sente-se diante de uma parede do quarto que você normalmente utiliza. Observe tudo muito bem: os objetos que estão pendurados lá e as formas de todas estas coisas.
Feche seus olhos agora e tente retratar/expressar tudo de repente/num flash. Você ainda pensa/acha que a figura não está clara e incompleta.
Tente agora sucessivamente retratar as diferentes partes e você verá que as figuras irão se tornar mais claras.
Prossiga. Retrate para você mesmo a forma de uma pessoa/indivíduo. Sem dúvida irá parecer muito indefinido para você, entretanto se você começar com uma parte pequena da figura, essa parte será muito mais clara, enquanto o resto começa a desaparecer.
Independentemente do tipo de figura você irá escolher para treinar desta forma, uma parte continuará a escapar. Pratique, portanto, o seguinte método regularmente e pense/mentalize a descrição/delineação durante 2 semanas.
Selecione a figura/imagem de certa pessoa que você honra sinceramente como, por exemplo, o Cristo e estude uma pequena parte de seu rosto. Foque em um dos olhos da figura/imagem. Feche seus olhos agora e pense sobre essa parte e repita várias vezes até que você veja diretamente/de vez com mais clareza. Foque no outro olho da figura/imagem e faça-o ficar forte/claro também em sua figura de pensamento.
Depois disto, faça uma figura com os dois olhos da figura/imagem, ao mesmo tempo. Prossiga da mesma forma com o nariz. Primeiro, separadamente, só o nariz; depois junto com os olhos. Compare sua figura de pensamento com o original, juntando parte a parte ao todo até que você tenha a face completa claramente em seu pensamento, e você possa retratar “o todo” sem dificuldade.
Esse trabalho, eu imagino, levará 14 dias, até que você seja bem-sucedido. Você finalmente estará capacitado a usar seu poder de pensamento muito mais facilmente com um resultado positivo.
Existe uma gravura de Jesus, sentado perto de um poço e ensinando. Tente formar uma imagem/figura e a segure/mantenha.
Comece agora a fazer a imagem mais nítida ignorando algumas partes do entorno, como a multidão/massa de pessoas, o poço, etc. Você observará como o todo (imagem) ficará mais nítido quando você reduz/deixa de fora os entornos.
Continue dessa forma até que fique com a imagem do Mestre. Ainda continuando, você exclui mais, até o corpo, até que só sobre com a cabeça e até somente a face.
Mantenha-se firme nessa cena e comece lentamente a estender a cena/quadro até que a figura inteira esteja intacta novamente.
Coloque no centro da sala, a aproximadamente meio metro de sua cadeira, um objeto muito conhecido de seu ambiente diário, por exemplo uma pequena estátua.
Feche seus olhos após ter dado uma olhada de perto e imagine, em seu pensamento, como se estivesse olhando para ela. Suponha agora que você está olhando para ela do lado inverso, de tal forma que pareça estar sentado do outro lado do objeto. Forme, portanto, uma boa imagem do lado de trás.
Quando isso foi bem-sucedido também, tente fazer as duas imagens ao mesmo tempo como se estivesse olhando ambos os lados ao mesmo tempo.
Tente ver o objeto de cima, imagine a si mesmo que está olhando para baixo do teto. Faça a mesma coisa vendo o objeto do chão, assim veja o objeto de todos os lados.
Tente agora sumarizar todos em um pensamento-visão e veja o objeto totalmente como é.
Logicamente isso é muito difícil, entretanto perfeição não é exigido, apenas que você, em seu grande exercício/esforço, dê o seu melhor.
Pegue um objeto, por exemplo, uma caixa de fósforos. Olhe-a mais de perto, abra-a e olhe bem seu conteúdo. Coloque-a agora na sua frente e feche seus olhos e tente visualizá-la de todos os lados e, também, seu conteúdo.
Tente agora manter todas as ideias e imagens sobre isto, e manter em seu pensamento, ao mesmo tempo.
Projete sua atenção agora no meio dessas imagens unidas e veja tudo de fora. Agora lentamente estendendo sua esfera, de tal forma que esteja tudo dentro de você, e você forme/constitua o todo.
Faça isto com vários objetos, como uma flor, fruta, um copo de água, sua cabeça e por último seu coração.
Você descobrirá que é capaz de criar imagens de uma forma muito mais fácil do que anteriormente e que seu pensamento não vague tão facilmente.
O passo seguinte consiste numa série de experimentos em criar imagens.
Feche seus olhos e veja um espaço vazio.
Pronuncie em pensamento, o nome de Cristo, repetindo constantemente e tente agora distinguir a forma. De repente a forma irá aparecer/surgir em seu pensamento.
Agora você deve começar regularmente pensando em imagens sem usar palavras. Tente lembrar as coisas dessa maneira em seu pensamento. Quando você chegar mais longe, pode ocorrer a ausência de palavras e nós tenhamos que pensar nas realidades, de modo que, no final, o pensamento e a experiência não mais se dividam uns dos outros.
Tente agora pensar nas seguintes imagens, sem usar palavras, por exemplo em sucessão: cavalo, vaca, leite, luar, Lua, etc. Quando você tiver expressado o cavalo, e ver bem todas as partes, mude/transfira no segundo objeto, mas assim, que a imagem do cavalo desaparece lentamente surge uma vaca.
Então, o leite vem da vaca e, à imagem de um fluxo de leite, a imagem da vaca desaparece da vista. Continuando, você vê o fluxo de leite se transformar lentamente em um feixe/linha de luz da lua em uma área (superfície) de água escura, etc.
F I M
Nós somos o que pensamos de nós mesmos e não o que os outros pensam de nós!
Um dos grandes mistérios da vida em nossa Terra é a separação entre o Mundo físico e o espiritual. Vivemos em um mundo material, de que nos apercebemos através de nossos sentidos, os quais, não obstante, possuem consciência limitada desse Mundo físico. Por essa razão, a maioria da humanidade não se apercebe dos reinos invisíveis e não parece particularmente interessada em aprender coisas que a eles digam respeito. Isso deve-se em parte, indubitavelmente, ao fato de que os cientistas se têm negado sistematicamente a considerar a existência de qualquer coisa que não possa ser registrada pelos sentidos ou por dispositivos mecânicos inventados para tal fim.
Não obstante, existem atualmente muitos cientistas, psicólogos e pessoas letradas de gabarito, em qualquer campo de atividade, que demonstraram, por meio de seus escritos, terem aceito a premissa de um Espírito imortal no ser humano, que não perece com o corpo. Encontram-se alusões a verdades esotéricas na prosa e na poesia tanto do passado como do presente. O ser humano, atualmente, está se tornando maduro, espiritualmente, e, nas poucas décadas vindouras deste século, essas verdades tornar-se-ão as mais vastamente conhecidas e disseminadas. No crescente interesse quanto à astrologia e à filosofia esotérica em todo o mundo, evidencia-se ter chegado o tempo em que a ciência deverá iniciar sérias investigações nesse domínio.
Quando deixamos nosso corpo físico, por ocasião da morte, nascemos no Mundo do Desejo, a região mais próxima da Terra. O Mundo do Desejo compreende sete Regiões, das quais, as três mais inferiores constituem a área onde está o Purgatório, onde somos purgados de nossos pecados e quedas, quando morremos nessa vida. Há alguns que não deverão despender tempo algum nessa região: dessa maneira, é justo do mesmo modo considerarmos de quando em vez o que lá nos poderia acontecer. A matéria de desejos envolve todas as sete regiões do Mundo do Desejo e serve de material para a encarnação do desejo. O desejo é o grande incentivo da ação e, à medida que o ser humano se esforça em preencher os seus desejos, ganha experiência e conhecimento e, esperançosamente, alguma sabedoria. O desejo não pode ser realizado sem o pensamento e os pensamentos assim engendrados tomam forma e perduram conforme a intensidade do desejo. O Mundo dos Desejo é uma região de luz e cor eternamente mutáveis, na qual as forças dos animais e do ser humano misturam-se com as forças de muitas Hierarquias de seres espirituais.
Do mesmo modo que os nossos corpos físicos se derivam do mundo material em que vivemos, assim também a nossa existência mental e espiritual depende da presença mental e espiritual de outros seres além de nós. Embora não possamos vê-los, nossas proximidades estão repletas de presenças espirituais, boas e más, de acordo com o tipo que atrairmos, em virtude de nossas atitudes perante a vida e nossos semelhantes.
Toda nossa atividade mental é devida aos estímulos que atraímos, tanto do reino espiritual como do físico. E mesmo o que poderíamos considerar como sendo um pensamento único e original, passou a existir em decorrência de sugestão vinda dos mundos invisíveis ou do nosso próprio mundo material. O campo de consciência do ser humano é, em grande parte, uma zona elétrica passiva em torno dele, até que as vibrações nele penetrem graças a algum estímulo externo.
Cada vibração engendrará uma resposta nessa zona e se incorporará às vibrações congêneres, formando, desta maneira, combinações que fazem nascer um pensamento. Desse modo, cada pensamento está sujeito a crescer, como uma planta, à medida que procura afinidades, interna e externamente. Se o ardor e a intensidade do interesse desvanecem, o pensamento debilita-se e morre, por falta de nutrição. Poderá, contudo, deixar nódulos na memória, que poderão tornar a despertar, se alguma ocasião assim o exigir. Muitos pensamentos estão pairando e não são lembrados; mas, quando os nossos pensamentos forem atiçados pelo interesse e pela concentração, tornam-se parte viva da consciência, existindo mesmo após terem sido expelidos da Mente originadora e podem se manifestar novamente, quando invocados, ou afetar algumas outras Mentes receptivas.
Destarte, podemos ver rapidamente como a atenção concentrada de muitas pessoas fortalece as vibrações de uma forma de pensamento, e isso é a base dos desvarios coletivos e da psicologia que influencia a Mente das massas. Uma forma de pensamento viva, embora possa não estar mais ligada ao seu criador, persistirá durante tempo em que ache um campo de atenção. Torna-se uma realidade no Mundo do Desejo, através da atenção concentrada de uma ou mais Mentes. Assim, é impossível ao ser humano impingir no Éter formações de pensamento que possam existir mais ou menos independentemente dele. Essas formações poderão ser poderosas, tanto para o bem como para o mal, na conformidade de seus conteúdos.
Uma vez que os pensamentos similares criados se unem e crescem, e podem tornar-se contínuos e até mesmo permanentes, no Mundo do Desejo, certas ideias implantadas na Mente do ser humano poderão afetar sua evolução e retardar o seu desenvolvimento espiritual, durante algum tempo. Exemplo disso são as crenças religiosas incutidas nas Mentes humanas durante séculos, por parte de um sacerdócio dominador. Uma Religião que não propicia modificações ou aceitações de novas ideias manterá os seus membros unidos doutrinariamente, bem como ligados à Terra. Felizmente, mesmo sob uma crença desorientada, a verdadeira adoração e aspiração espiritual são reconhecidas e obterão uma justa recompensa.
Se a atividade mental de alguém, na Terra, tiver sido prejudicial ou ignóbil, a própria pessoa se encontrará em uma condição dolorosa quando tiver de deixar o corpo físico. As formas ruins de pensamentos vêm em detrimento, não apenas dos viventes, mas também dos nossos mortos, que devem permanecer durante certo tempo na região contígua à nossa Terra, no Purgatório. Muitos, embora fora do corpo, são tão involuídos, que procuram agir lá do mesmo modo que fizeram no Corpo Denso. Podem avaliar os nossos pensamentos e vibrações etéricas, que se misturarão com as suas, caso se harmonizem. No Mundo do Desejo somos como pensamos, e criamos o nosso próprio céu ou inferno lá, conforme o modo em que pensarmos aqui. Tanto o bem como o mal vivem após a morte, ocorrendo que nosso sofrimento no Purgatório é autoinfligido, porque é resultado de nossa própria criação.
A Atração e a Repulsão são as forças ativas no Mundo do Desejo. A afinidade de pensamento é a única coisa que governa a condição do Espírito quando ele adentra essa região. Ali nenhum pensamento poderá ser ocultado. Uma ideia torna-se visível a todos no momento de seu início. Poderá atrair apenas formas de pensamentos com as quais esteja de acordo; o bem atrairá a sua própria espécie, misturar-se-ão e fortalecerão um ao outro. Os pensamentos maus tentarão unir-se com outros maus pensamentos, mas, sendo auto-afirmativos, têm um efeito oposto e tornam-se mutuamente destrutivos. Desse modo o mal é reprimido. No Purgatório, a força repulsiva é dominante, porém a força de Atração ganhará à medida que o Espírito se limpar. Até mesmo na região mais inferior dos desejos sexuais encontra-se algum bem e os Anjos procuram desenvolvê-la.
Não há modificação na natureza de uma pessoa, após a morte. O mentiroso poderá tentar enganar ainda, mas como nada pode ser ocultado, o seu verdadeiro caráter será revelado. O louco ainda é um louco, o autoindulgente ainda procura gratificar os seus desejos. Um sacerdote cerimoniosamente piedoso procurará criar uma atmosfera de pavor reverente para si próprio, tal como gozou na terra e, desse modo, estultificar realmente o seu próprio progresso, bem como o de seus seguidores. Muitos sacerdotes e pregadores religiosos pertencem a essa categoria. Conforme procurem desempenhar o mesmo papel no Mundo do Desejo, por eles desempenhados na Terra, convocam um seguidor e ensinam a letra da lei entre os perversos, que suportam o seu ministério antes com paciência, do que com agrado. Alguns Espíritos, cujas posições na Terra permitiram-lhes fazer algum bem inadvertidamente, dali colherão pouco benefício, mas sofrerão severamente devido a não terem aproveitado muitas oportunidades de praticar o bem, por eles desprezadas. Os que apregoaram as suas caridades perante o público ou visaram adquirir a boa vontade dos seres humanos, procurarão desesperadamente atingir o final dos seus castigos, fazendo promessas extravagantes a fim de conseguir os seus intentos. Uma vez que suas verdadeiras atitudes não podem ser escondidas, recebem pouca atenção. Todas as emoções negativas que uma pessoa possa abrigar são aqui exibidas.
Todas as invejas e ciúmes, ódios e animosidades serão exibidos e o Espírito sofrerá, em consequência. A pessoa insincera achar-se-á em uma prisão de fadiga e frustração. Destarte, devemos compreender que o nosso modo de pensar e as nossas atitudes secretas em relação a nossos semelhantes devem ter mais influência em nossa situação após a morte do que o fariam nossos bons atos.
Inclinamo-nos a pensar que todos os seres espirituais sejam de uma ordem elevada: existem, porém, muitos seres de variados estágios evolutivos cuja missão é a de servir a seu Deus, ajudando no processo purgativo. As suas tarefas parecem repreensíveis e cruéis, mas tudo é governado por leis divinas. Podem eles fatigar suas vítimas e delas zombar até que elas, em desespero, apelam a uma força mais alta, pedindo auxílio. Os seus trabalhos fazem parte necessária da purga. Os próprios elementais permanecem inocentes e não contaminados por essas atividades. Muitas vezes o alcoólatra, quando sofre o “deliruim tremens”, ou o toxicômano, quando estiver fortemente afetado, veem esses elementais sob estranhas formas; também são vistos por aqueles que procuram os reinos elevados, através da meditação ou de certos exercícios, sem o necessário respaldo de uma vida construtiva.
Somos esclarecidos de que no Mundo do Desejo não há tempo e nem espaço, da forma que conhecemos aqui. Considerou alguma vez o que isso significa realmente? Lemos essas palavras e talvez as aceitemos como verdades, mas pensamos realmente no que elas desejam exprimir? Ausência de TEMPO significa que nada do passado, presente e do futuro poderá ser trazido, agora, e ausência de ESPAÇO denota que nada poderá se manifestar, de modo algum. Então há de existir alguma força que governa o que deve manifestar-se em um dado lugar, em um certo momento: é o PENSAMENTO. Essa força do pensamento, que é uma atividade constante e contínua do Ego humano, através da Mente, permanece ainda indisciplinada e é utilizada de modo mais descuidado. Cada vez mais ouvimos afirmações como “Os pensamentos são coisas”, “um ser humano é aquilo que pensa em seu coração”. Somente o pensamento poderá controlar a nossa situação no outro lado e, realmente, também no mundo material. Os hábitos de pensamentos que tivermos cultivado durante o nosso período de vida na Terra controlarão a nossa condição após a morte.
Por isso é muitíssimo importante adquirirmos um controle sobre nossos pensamentos negativos. A pessoa amedrontada encontrará, com a maior certeza, elementais que a manterão em servilismo e em sofrimento até que, em desespero, sobrepuje seu temor e descubra que ele desaparece fazendo isso. Se uma pessoa acolhe, continuamente, pensamentos desagradáveis e grosseiros, em relação a seus semelhantes, atrairá outra entidade desagradável para atormentá-lo, até que percebe o que deverá vencer em si própria a fim de livrar-se deles.
Todas as formas de pensamento más aguardarão no purgatório para encarar seu criador, e este deverá viver com elas até que possa desintegrá-las por meio de um arrependimento e regeneração sinceros. Max Heindel se refere a essa região como um lugar de criaturas demoníacas, que se dilaceram e despedaçam de modo terrível.
Somente o espírito de abnegação apresenta um modo de se escapar desses reinos obscuros. Embora caído, um vislumbre de amor e de compaixão trará um anelo interior à procura do “caminho da ascensão”.
A alma caída deverá desenvolver determinações benévolas em seu próprio pensamento. “Semelhante atrai semelhante” é a lei gravitacional que cria a condição do Espírito, em conformidade com suas inclinações na Terra. Assim é realizada a divisão dos aptos e dos inaptos, dos puros e dos impuros e dos santos dos não santos. Porém, eles não ficam separados eternamente, porque pode-se encontrar uma presença, um chamado que trará um novo acréscimo de formas de pensamento, tanto para o santo como para o pecador. É essa abundância de oportunidades, ofertadas por meio do amor de Deus, a esperança do pecador e a mortificação do santo. O ser humano pode aceitar a direção de Anjos ou de demônios e a sua escolha cria seu céu ou inferno.
O eterno ajustamento da vontade do ser humano à vontade de Deus é ativo em todas as fases do ser, a física, a emocional, a mental e a espiritual. O sacrifício ou expiação, por meio do Corpo de Desejos através da dor e no qual o ser humano pode sobrepujar o seu sofrimento, está agindo sempre. Não há descanso ou escapatória. Há ministros amorosos no Mundo do Desejo, aguardando poderem ajudar ao ligado às coisas terrenas, àqueles que ainda se encontram na Terra. Tão logo uma pessoa se inteire de seu Eu espiritual e realize o seu “status”, seja na Terra ou no Purgatório, recebe oportunidade de progredir. A interatividade de um Espírito avançado com outro menos avançado melhorará os pensamentos criados pelo último. Foi-nos dito que há um ministério de Anjos para auxiliar esse esforço. Aqui na Terra, atraímos os visitantes angélicos em todos os nossos momentos de esforços espirituais.
No Mundo do Desejo não há uma pessoa segregada de outra: todas são uma só, cada uma dentro da aura da presença da outra e são vistas ou deixam de sê-lo de acordo com a sensitividade de cada um. Somente o nosso desenvolvimento espiritual separa-nos dos seres dessa região. Devemos imaginar o Espírito individual como um sol em torno do qual giram os pensamentos criados por ele próprio. O Espírito é o criador de cada pensamento e está sujeito ao seu comando. O pensamento está separado de seu criador, porém a ele está ligado pela Lei de Atração. Em nosso cosmos de pensamentos desempenhamos o mesmo papel de Deus em relação à Sua criação. Está à nossa escolha se nossa atividade mental nos torna colaboradores ou não do plano de Deus.
Um Deus de Amor não pune por vingança; desse modo, está ao nosso alcance mitigar ou eliminar a experiência purgatorial, mediante o exercício da Retrospecção e do arrependimento e da reforma sinceras. A citação “Ame teu próximo como a ti mesmo” é mais do que uma simples máxima: trata-se de uma lei científica e obedecê-la deve ser o primeiro mandamento nos assuntos relativos a nossas vidas.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1970)