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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que significa o Segundo Aspecto do Deus Trino?

Pergunta: O que significa o Segundo Aspecto do Deus Trino?

Resposta: Deus é uno, assim como a luz é una, mas, como a luz que passa através da atmosfera é refratada nas três cores primárias – vermelha, amarela e azul – também assim Deus, quando se manifesta ou se reflete na natureza, é triplo na Sua manifestação. Há primeiro o princípio da Criação, em seguida há o princípio da Preservação, e em terceiro lugar há o princípio da Dissolução das formas que foram criadas, por um determinado tempo, foram preservadas e utilizadas, e depois foram destruídas para que os materiais utilizados na construção possam ser usados na edificação de novas formas.

Esses três princípios de Deus receberam nomes diferentes nas diversas Religiões e, nos últimos anos, foi usada muita tinta para defender ou depreciar a ideia de uma Trindade, embora isso deveria ser evidente a qualquer pessoa que observasse a natureza com uma Mente ponderada e atenciosa. No Mundo Ocidental, nós chamamos o Segundo Aspecto do Deus Trino de Cristo de o princípio de preservação unificado; e em certo sentido isso é muito apropriado, porque o Cristo veio como o mestre do Amor e da Fraternidade Universal, a qual deveria substituir, por já ter passado a necessidade de existir, as nações que lutam umas contra as outras e Ele mesmo disse que haveria um estágio ainda mais elevado quando o reino, estabelecido por Ele, deveria ser entregue ao Pai e quando todos deverão ser um com Ele.

(Pergunta nº 74 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume 1” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Algumas Sugestões para um Exercício Esotérico de Retrospecção mais eficaz

Algumas Sugestões para um Exercício Esotérico de Retrospecção mais eficaz

Em primeiro lugar devemos buscar um ambiente que esteja de acordo com nosso desenvolvimento espiritual e, também, manter um bom sistema de estudos sobre os Ensinamentos Rosacruzes.

Podemos obter melhores resultados se nos acostumarmos a escutar músicas eruditas – ou similares que tenham harmonia, melodia e ritmo elevados – antes de deitar-se. Dessa maneira nossa Mente se torna mais fluida e elástica, nos mostrando as cenas mais nítidas para que possamos apreciar melhor nossas atitudes em toda a sua verdadeira natureza.

A Mente é chamada de “o caminho” na linguagem esotérica e é uma ponte entre o Ego e seus veículos. As condições em que mantemos essa ponte depende de nosso desenvolvimento espiritual.

Agora nos encostamos e iniciamos o relaxamento, nos concentrando devagar e mentalmente para nos percebermos, também, desde a ponta dos pés até a ponta do fio do cabelo na nossa cabeça. Essa concentração tem por objetivo conservar nossa Mente em um estado ativo-receptivo, para manter nossa consciência desperta durante todo a execução da Retrospecção.

O outro passo, é ler o seguinte (devemos memorizar):

  1. Devo tratar de reproduzir, em meu olho mental, tudo que tenha acontecido em cada cena, para julgar meus atos e comprovar se minhas palavras significaram tudo que queria ou se deram falsas impressões; se exagerei ou me reprimi ao relatar as experiências aos outros;
  2. Devo examinar minha atitude moral em cada cena;
  3. Ao comer, comi para viver ou vivi para comer? Ou o fiz para gratificar meu paladar?;
  4. Devo julgar a mim mesmo, criticando-me se merecer ou elogiando-me se disso for digno.

Dessa maneira, impressionamos nossa consciência, com a finalidade de poder assimilar melhor o benefício que obteremos da Retrospecção, a qual vamos iniciar devidamente preparados.

Temos de estabelecer, finalmente, que a Retrospecção vai mudando nosso caráter e, automaticamente, nosso destino, por isso dizemos que caráter é igual a destino. Essa é a explicação lógica das palavras de Cristo: “Buscai o Reino de Deus e Sua justiça, e o mais vos será dado por acréscimo.”.

(Publicado na Revista Joyas Espirituales da Fraternidad Rosacruz del Paraguay em octubre/1995 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Benefícios da Retrospecção

Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Benefícios da Retrospecção

Resumo dos benefícios da Retrospecção quando praticada à noite ao se deitar:

  • promove o completo e perfeito relaxamento do corpo;
  • aumenta o poder de devoção e sentimento (percepção) por verdade;
  • auxilia no conhecimento de como a Lei de Causa e Efeito opera na vida;
  • restaura a harmonia dos Corpos Denso, Vital, de Desejos e da Mente, mais rapidamente do que de outra maneira poderia ser feito;
  • promove um encurtamento do tempo despendido no Purgatório e Primeiro Céu;
  • potencializa o progresso na atitude e desenvolvimento;
  • ajuda a alcançar o controle de pensamento, que deve resultar de um esforço disciplinado para reconstituir mentalmente os eventos do dia.

Algumas vezes as pessoas perguntam se a Retrospecção é necessária quando alguém se arrepende imediatamente logo após realizar ações ou pronunciar palavras indesejáveis. No entanto, parece óbvio que seria impossível colher todos os benefícios pelo simples arrependimento de indesejáveis ações durante o dia, mesmo se a pessoa tiver tempo para realizá-lo. O fato de se arrepender imediatamente após alguém ter machucado outra pessoa, etc., é naturalmente favorável ao Estudante Rosacruz, mas como qualquer Aspirante sincero poderia tirar proveito disto? Se nesse momento não estiver aí nenhum arrependimento sincero, não haveria, provavelmente, nenhum incentivo para o real arrependimento no exercício noturno.

Deveria também ser entendido que, em alguns casos, a constante atenção despendida para os eventos do dia pode ser mais prejudicial do que útil. De fato, Max Heindel nos alertou para não sermos super ansiosos para realizarmos nossos deveres, nem sermos medrosos ou inquietos. Quando estamos muito inquietos, constantemente, estamos considerando nossas faltas e, fervorosamente ansiosos por erradicá-las; quando estamos com muita ansiedade para ver progresso e crescimento próprio, podemos nos equiparar a um garotinho que plantou uma semente e, diariamente, revira a terra para ver se a semente está crescendo e se transformando em uma planta. Nós sabemos que por sua ansiedade desapropriada, o garotinho se frustra o mesmo objeto que deseja obter; o Aspirante, quando está constantemente se colocando sob holofotes e revisando seus atos defeituosos com hipercrítica, está também desmoronando seu objetivo adiantando a consumação de suas esperanças. Mantendo-se em estado de repreensão de si mesmo tem o mesmo efeito de terceiros que ficam apontando seus defeitos.

O caminho do progresso espiritual é o caminho da autodisciplina: controle dos pensamentos, das palavras, dos sentimentos e das ações. Contra isso o “eu inferior” se rebela constantemente e oferece todos os tipos de desculpas para nos prevenir dessa realização, mas o aspirante sábio não presta atenção nele. Ele compreende que o exercício de Retrospecção requer o uso da Vontade, o mais elevado aspecto do Espírito (Espírito Divino), para controlar o pensamento e o sentimento para um definitivo e sequencial período de tempo.

Assim, por esta razão, juntamente com todas as demais razões mencionadas acima, o desempenho de sucesso é uma vitória espiritual para o Espírito, uma vitória que dá força e poder para o “Eu Superior”.

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

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Pergunta: Há alguma forma de não precisarmos renascer para aprender tudo o que precisamos?

Pergunta: Para os que foram educados dentro dos ensinamentos de espiritualismo e do “Swedenborgianismo”, é bastante fácil aceitar a ideia de uma vida futura e da eventual experiência purgatorial naquele lugar. Mas não é fácil para eles entender por que não é viável adquirir toda a experiência necessária para o progresso nos Mundos espirituais, sem ter de voltar ao plano físico para renascer em novos corpos. Se existir uma razão imperiosa para retornos periódicos na carne, como explicam os Rosacruzes, poderiam expô-la breve, mas detalhadamente?

Resposta: A necessidade para o renascimento constitui-se de duas fases, uma física e uma espiritual. Se os componentes minerais dos nossos Corpos não se cristalizassem, e se nos fosse possível mantê-los jovens e flexíveis por milhões de anos, não haveria necessidade de renascer. Poderíamos aprender as lições da vida ao longo da ininterrupta sucessão de eras. Mas, devido à nossa ignorância e ao abuso deste corpo, ele não dura muito mais de setenta, oitenta, noventa – quiçá cem – anos. Por essa razão, se vivêssemos aqui apenas uma vida curta tanto quanto a que vivemos, seríamos incapazes de aprender todas as lições que nos seriam ensinadas no ambiente em que estivéssemos, e isso representaria uma perda de energia. Nós, como seres humanos, não conceberíamos a ideia de criar uma escola aprimorada, provê-la com todo o equipamento necessário, para ensinar os alunos e diplomá-los após a terem frequentado por um só dia. Isso seria exatamente análogo a um sistema cósmico que exigisse a frequência dos alunos na escola da vida apenas por um dia. Em lugar disso, ao acabar o primeiro dia de aprendizado, enviamos a criança para casa para que assimile a sua lição, para preparar-se para o próximo dia de aula, e assim sucessivamente durante muitos dias e anos.

De forma similar, as Hierarquias Divinas, que orientam a nossa evolução, enviam-nos para a escola da Terra a cada dia de vida e, no término desse, somos chamados para o nosso lar celestial para descansar e preparar-nos para o próximo curso. Seria totalmente impossível para os nossos professores transmitir toda a sabedoria a ser assimilada pelo aluno, por mais precoce que fosse, se o tempo se restringisse a um só dia. Mas esse prazo estende-se a um sem número de dias sucessivos, que acabam perfazendo anos e, dessa forma, eles têm a possibilidade de transmitir-lhe, gradativamente, todo o seu conhecimento. Também isso ocorre na escola da vida: a sabedoria e o amor cósmicos não podem ser ensinados num período curto. Esse processo leva eras, pois as qualidades divinas não são plantações de cogumelos que podem ser colhidos de um dia para outro. Elas assemelham-se mais ao forte carvalho que requer um século para desenvolver-se e possui uma robustez e uma força que não se assemelham nem remotamente ao cogumelo.

Além disso, a constituição e as condições dos Mundos espirituais tornam-se inadequadas para as fases de progresso que o ser humano necessita aprender no Mundo Físico. Atualmente, a humanidade está desenvolvendo a Mente pelo uso do pensamento reto e correto, que deve manifestar-se por meio da ação correta, e isso pode ser realizado da melhor forma possível num reino onde as condições sejam firmes e rígidas. Quando um inventor visualiza uma máquina ou aparelho, este parece funcionar esplendidamente na sua Mente, mas as rodas, que giram tão lindamente no Mundo do Pensamento, onde a interpenetração é lei, geralmente provocam um atrito ao entrarem em contato uma com a outra e elas parecem obstruir-se mutuamente quando o modelo é criado em material físico. Isso mostra que o seu pensamento estava errado, e o inventor vê-se forçado a prosseguir o seu trabalho no sentido de corrigir o erro cometido, ou a abandonar o seu projeto. Assim, as condições físicas atuam como um agente corretivo e, ao mostrar-lhe o seu erro, torna-lhe possível aprender gradativamente a desenvolver o pensamento correto e a incorporá-lo numa máquina que deverá funcionar. De forma semelhante, uma pessoa que empreenda um projeto de negócios estuda detalhadamente como ele deverá funcionar, mas a marcha subsequente dos acontecimentos ensina-lhe frequentemente que errou em seus cálculos. Desse modo, perceberá, mediante seus erros, em que ponto o seu pensamento estava errado, e terá assim a oportunidade de corrigi-lo.

Essas coisas não podem ser aprendidas nos Mundos espirituais, onde é possível sair por uma janela ou subir pela lareira tão facilmente como sair por uma porta, pois nesse Mundo tudo é fluídico e plástico. Sendo divinos, temos infinitas possibilidades latentes em nós, somos deuses em formação. O pensamento é uma força criadora e, a menos que aprendamos a usá-lo de maneira correta, ele se tornará uma maldição ao invés de uma bênção, tanto para nós quanto para as criaturas que deveremos ajudar nas eras futuras. Nesse caso, seríamos incapazes e não poderíamos ajudá-los na criação de veículos apropriados, como fomos e somos ajudados por seres superiores a nós na escala da evolução, pois criaríamos monstruosidades. Por esse motivo, a escola da Terra é uma necessidade absoluta no sentido de ensinar-nos a pensar corretamente e, em consequência, criar corretamente por meio das substâncias cósmicas com as quais temos que trabalhar tanto as mais densas quanto as mais sutis.

(Pergunta nº 19 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

O Corpo Vital é feito de Éter e permeia o corpo visível como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas.
Esse corpo etéreo é nosso instrumento para a especialização da energia vital do Sol.
A propagação é uma faculdade do Corpo Vital.

Quatro cores do Corpo Vital são indescritíveis, mas a quinta – que fica no meio das cinco – é similar ao matiz da flor de pessegueiro recém-aberta. Esta é realmente a cor do Corpo Vital.

Os Corpos Denso e Vital do ser humano estão em ordem, mas seus veículos superiores são ainda de forma ovoide.
Compõe-se de átomos etéreos prismáticos, que permanecem inalterados do berço ao túmulo.

A extensão do Corpo Vital do ser humano além do corpo físico é mais ou menos de uma polegada e meia. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa e tem uma cor parecida com a de uma flor de pessegueiro recém-aberta. É vista frequentemente por pessoas que possuem alguma clarividência involuntária.

O Corpo Vital tem exatamente a mesma forma que o Corpo Denso.

Corpo Denso é construído na matriz deste Corpo Vital, durante a vida pré-natal e com uma única exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital.

Através da vida toda, o Corpo Vital é o construtor e restaurador das formas densas. Se assim não fosse, se o coração etéreo não restaurasse o coração físico, logo este se romperia sob a tensão contínua com que o sobrecarregamos. Todos os abusos a que submetemos o Corpo Denso fazem o Corpo Vital reagir, no que está em seu poder, e ele esta permanentemente lutando contra a morte do Corpo Denso.

1. Para fazer download ou imprimir:

O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante

2. Para estudar no próprio site:

PREFÁCIO

O Corpo Vital tem funções, cor, forma, estrutura atômica e polaridade. Sua existência pode ser provada.

O ser humano, que é o Ego (um Espírito Virginal da onda de vida humana) é um ser complexo que possui 3 Corpos e um veículo no atual Campo de Evolução:

  • Corpo Denso, seu instrumento de ação;
  • Corpo Vital, condutor da “vitalidade” que faz possível a ação;
  • Corpo de Desejos, de onde vêm os desejos que compelem à ação;
  • Mente, que controla os impulsos, dando um propósito à ação

O objetivo da vida é transformar os poderes latentes do Ego em energia dinâmica, por meio da qual ele poderá controlar, perfeitamente, seus diferentes veículos e atuar como lhe pareça melhor.

Sabemos que o Ego não tem o domínio completo, pois, se assim fosse, não haveria guerra em nosso interior entre o Espírito e a carne, melhor dizendo, entre o Espírito e o Corpo de Desejos. É esta guerra que desenvolve o músculo espiritual, assim como a luta constrói o músculo físico.

Além do corpo visível do ser humano, conhecido como Corpo Denso ou Corpo Denso, que vemos com nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que são invisíveis para a grande maioria da Humanidade. No entanto, não são acessórios inúteis do Corpo Denso; pelo contrário, são muito importantes pelo fato de serem impulsionadores de toda ação. Se não existissem esses veículos sutis, o Corpo Denso ficaria inerte, insensível e morto.

O primeiro desses veículos sutis que chamamos de Corpo Vital por ser a avenida da vitalidade, que faz fermentar a massa morta de nossa envoltura mortal em seus anos de vida, e nos dá o poder de nos movermos.

Quando nosso corpo visível atual brotou, primeiramente no Espírito, era um pensamento-forma, porém, gradualmente, foi-se condensando e solidificando até se converter na cristalização química atual. O Corpo Vital foi o próximo emanado pelo Espírito, também como um pensamento-forma, e se encontra agora em seu terceiro grau de solidificação, que é o etéreo.

O Corpo Vital formado de Éter, o qual tomou a seu cargo a construção do Corpo Denso, por meio dos alimentos que ingerimos em nosso organismo. Ele governa todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando por meio do sistema nervoso simpático.

Outro veículo, ainda mais sutil, é o Corpo de Desejos; é o veículo de nossas emoções, sentimentos e desejos que gasta as energias acumuladas no Corpo Denso pelos processos vitais, graças ao controle que exerce sobre o sistema nervoso cérebro-espinhal ou voluntário. Durante sua atividade, o Corpo de Desejos está destruindo e rompendo continuamente os tecidos formados pelo Corpo Vital: é a guerra entre estes dois veículos que produz o que chamamos de consciência no Mundo Físico.

As forças etéreas do Corpo Vital operam de tal maneira que convertem em sangue a maior parte possível dos alimentos, e o sangue é a mais alta expressão do Corpo Vital.

Sumário

PREFÁCIO.. 3

CAPÍTULO 1 – AS QUATRO FORÇAS ELEMENTARES  6

1.   Preponderância do Éter Químico. 6

2.   Preponderância do Éter de Vida. 6

3.   Preponderância do Éter Luminoso. 7

4.   Preponderância do Éter Refletor. 7

CAPÍTULO 2 – DEDUÇÕES PARA O ASPIRANTE À VIDA SUPERIOR   13

CAPÍTULO 3 – FINALIDADES DA EVOLUÇÃO.. 20

CAPÍTULO 1 – AS QUATRO FORÇAS ELEMENTARES

Tendo em vista a constituição do Corpo Vital do ser humano, formado de quatro graus forças elementares, designados nos Ensinamentos Rosacruzes, respectivamente: Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor, cumpre que se note não agirem eles equilibradamente no ser humano comum. Em cada indivíduo há sempre preponderância de uma dessas forças elementares. Podemos praticamente dividir os seres humanos em quatro classes, de acordo com a preponderância de um desses Éteres, cujas características são as seguintes.

1)Preponderância do Éter Químico

Função preponderante: a digestiva

Todo o interesse da vida se inclina especialmente aos prazeres da alimentação; o apetite é fortemente estimulado e domina o caráter, se transformando com o tempo em vício, a gula. À proporção que se excede o apetite, estimula-se também o sensualismo, diminuindo-se gradativamente as funções dos Éteres Superiores, a sensibilidade e a mentalidade.

Defeitos consequentes: a preguiça, a indolência, o sensualismo.

2)Preponderância do Éter de Vida

Funções preponderantes: as perceptivas e todos os interesses se subordinam aos prazeres da sensualidade, que é fortemente estimulada. Para recuperar as forças perdidas constantemente nos excessos sexuais esses indivíduos são impelidos aos excessos da alimentação, ao abuso da carne e do álcool, estimulando-se assim as funções do Éter Químico, com as mesmas consequências observadas na classe anterior.

As piores consequências do abuso das funções sexuais se manifestam pela decadência das funções superiores, especialmente as mentais, tornando o ser humano incapaz de raciocinar perfeitamente. O idiotismo e os desiquilíbrios mentais são as últimas consequências desses excessos de função do Éter de Vida.

3)Preponderância do Éter Luminoso

Funções preponderantes: as perceptivas e emocionais

Caracterizam-se esses indivíduos pelos extremados desejos de sensações novas, de variações constantes em todas as direções. São extremamente curiosos; tudo querem ver e ouvir, satisfazendo assim sua sede terrível de sensações. São muito inclinados aos assuntos intelectuais, nos quais em geral se sobressaem, porém, são em geral incapazes de se estabilizar em qualquer ordem de ideias, porque não chegam nunca a examinar profundamente as questões. O que lhes interessa não são as ideias em si, o seu exato valor, mas simplesmente as emoções que elas despertam. À cata de sensações emoções são capazes de grandes esforços, mas uma vez alcançadas, correm em busca de outras, sem cessar nunca. Ao final vêm-se esgotados e sem firmeza em coisa alguma, porque em tudo foram superficiais é passageiros.

Seus defeitos principais são: a pretensão intelectual, a instabilidade, a imaginação desmedida, a mentira. Gostam especialmente de falar, de exibir-se e de tudo quanto possa proporcionar-lhes sensação.

4)Preponderância do Éter Refletor

Funções preponderantes: as mentais.

Nesta classe de indivíduos, todo interesse repousa em seus pensamentos e ideias. São concentrados e se descuidam constantemente das coisas materiais. Absorvidos em seus pensamentos e estudos esquecem-se até mesmo dos deveres sociais e das suas necessidades físicas. São os verdadeiros idealistas, constantemente examinando novas teorias e gerando novos pensamentos, mas que raramente conseguem levar a prática. Vivem em geral aborrecidos e desgostosos devido às dificuldades que encontram na realização das suas ideias. Fracassam geralmente em qualquer trabalho de ordem prática, tornando-se, por isso, nervosos e irritados.

Só se sentem, felizes em seu mundo de ideias, isolados do mundo e das coisas materiais. Quando lhes falta uma direção segura, enveredam para as extravagâncias mentais de toda ordem; deixam-se dominar por ideias errôneas e falsas, cujas consequências são fatalmente a desilusão e o desânimo intelectual que lhes abalará profundamente o seu Sistema nervoso e a saúde em geral.

Vê-se, pelo exposto, que o ser humano natural é a expressão desses Éteres de que se compõe o seu Corpo Vital, e manifesta em todas as suas ações as características de qualquer deles que se torne preponderante. Estimulado pelo Corpo de Desejos, qualquer desses Éteres pode desenvolver-se extraordinariamente, em detrimento dos demais, e isso significa um desequilíbrio, de consequências prejudiciais à livre manifestação do Ego.

No ser humano superior e equilibrado as funções dos Éteres são controladas pela razão, de maneira que não há preponderância de um sobre os outros. Entretanto, como todo ser humano nasce com a tendência natural para o excesso de um deles, cumpre que o Aspirante à vida superior procure reconhecer qual deles tem essa tendência, para poder dominá-lo inteligente e racionalmente.

Os excessos de alimentação, o estímulo constante do apetite, desenvolvem o Éter Químico que vai gradualmente dominando o indivíduo, tornando-o em pouco tempo escravo dessa força elementar que preside as funções digestivas.

Os excessos sexuais, o estímulo constante dos desejos sensuais; desenvolvem o Éter de Vida, que pouco a pouco se torna preponderante e escraviza o indivíduo às sensações eróticas, com graves consequências. O desperdício constante e pervertido das forças criadoras, as mais, sagradas do organismo, rebaixa perigosamente o grau de vitalidade de toda a constituição física, expondo o indivíduo a toda sorte de desequilíbrios orgânicos. Porém, o que torna mais deplorável esse estado é a terrível depressão mental que ocasiona. As faculdades mentais descacem espantosamente, causando muitas vezes o idiotismo e a loucura.

Os excessos de função do Éter Luminoso manifestam-se em excessos nervosos e em desejos imoderados de sensações, impedindo o indivíduo de concentrar-se- numa só ordem de ideias ou de aplicar-se à realização integral de qualquer plano. Tudo quanto exija firmeza de ideias e perseverança é considerado como um suplício, de que procuram ver-se livres. O excesso de energias do Éter Luminoso manifesta-se especialmente pela vontade exagerada de falar, de criticar, de exibir-se. Qualquer coisa ou qualquer, assunto só terá valor enquanto lhes proporcione alguma sensação agradável, estando prontas a abandonar o que quer que seja desde que cesse a sensação ou curiosidade que lhes despertava.

Essa manifestação exaltada do Éter Luminoso impede que o examinem detidamente as coisas, que avaliem o valor real de qualquer assunto ou estudo. Experimentando tudo superficialmente, pelo simples prazer de experimentar sensações novas, são incapazes de se estabilizar e de permanecer por muito tempo em qualquer trabalho ou ideal. E assim vêm passar os anos de sua existência na terra sem encontrar nunca satisfação em coisa alguma e sem realizarem nada de realmente útil a si mesmos ou a coletividade, antes pelo contrário, tornam-se muitas vezes perturbadores da paz e da ordem, porque levados pelo seu temperamento irrequieto e superficial, não são capazes de se sujeitar a qualquer disciplina.

Quando o Éter Refletor se torna excessivo é preponderante, as funções mentais prevalecem no indivíduo, que se sente constantemente dominado por toda sorte de pensamentos, sendo-lhe quase impossível cessar de pensar um só momento, levado pelo excesso desse Éter, que dia a dia se torna mais exigente, entrega-se o indivíduo à leitura excessiva, a estudos, de toda espécie onde possa encontrar novas ideias e pensamentos que lhe proporcionem constantes sensações mentais. Com o tempo forma-se em sua Mente um aglomerado desordenado de ideias próprias e alheias, e o seu maior prazer é revirar essa massa de elementos mentais que acumulou, como “um colecionador”. Para isso procura a solidão e se irrita facilmente, quando se vê perturbado pelos outros.

A maior parte desses indivíduos se torna cum o tempo cada vez mais insociável, descambando para os pessimismos, para as ideias negras que deixam dominar o seu campo mental já tão sobrecarregado sentem verdadeiro prazer em convencer os outros e arrastá-los às suas próprias ideias. Sofrendo profundamente sempre que alguém menospreze as suas opiniões. A grande falha de muitos destes indivíduos é que muitas vezes se deixam dominar por ideias “falsas, que procuram sustentar caprichosamente. Embora estudem muito, fazem-no pelo simples prazer de acumular conhecimentos e dar pasto à sua fome insaciável de sensações mentais.

Fracassam quase sempre na vida prática porque se descuidam constantemente dos seus deveres sociais. Deixam muitas vezes de pôr em prática as suas ideias, por receio de vê-las malsucedidas, ou de ser forçado a reconhecer que são falhas e defeituosas.

Vê-se que nestas quatro funções naturais dos Éteres do Corpo Vital, junto aos desejos que brotam do Corpo de Desejos, podemos incluir todas as atividades do ser humano terrestre. Como forças naturais e irresponsáveis, elas impelem o ser humano a satisfazê-las, e quanto mais forem empregadas e excitadas, mais exigentes se tornam. O exercício imoderado de qualquer dessas funções naturais, longe de satisfazer, mais fortifica o Éter correspondente e o correspondente desejo, que acabam por escravizar o indivíduo.

A tendência natural dessas forças vivas do organismo é a REPETIÇÃO SISTEMÁTICA das sensações experimentadas, para crescerem continuamente de potencial.

O que o ser humano comum chama de “prazer” é simplesmente a satisfação dos impulsos cegos dessas forças elementares que o impelem mecanicamente, com impulso cada vez mais forte, mas que nunca se satisfazem. Enquanto o entendimento espiritual e a razão não se despertam no ser humano, para que possa dirigir inteligentemente sua conduta na vida, as forças elementares e os desejos governam e dominam as suas atividades, e como não há neles nenhuma direção superior, forçam o ser humano a satisfazê-los, sem maiores considerações.

É por isso que o ser humano comum, reproduz, como um instrumento passivo, todos os impulsos de suas tendências naturais, não chegando nem mesmo a perceber o estado de servidão com que se encontra, arrastado por toda sorte de desejos, tendências, opiniões, hábitos e vícios.

Ao despertar-se o entendimento espiritual, começa o ser humano a compreender a necessidade de dominar e controlar os impulsos de sua natureza inferior, tornando-se “senhor de si mesmo” e não um mero joguete de forças elementares que só devem agir sob a direção de sua VONTADE, para finalidades justas e convenientes ao seu próprio aperfeiçoamento. Para isso cumpre que procure todos os meios de desenvolver racionalmente a VONTADE, para impô-la às tendências inferiores, libertando-se da dominação que exerciam sobre ele.

O desenvolvimento da VONTADE só se efetua quando o ser humano procura decidida e sistematicamente examinar os seus impulsos e tendências naturais, negando-se a atender e traduzir em atos aqueles que a sua razão e consciência reconhecem como contrários e prejudiciais ao seu próprio desenvolvimento espiritual. 

Não há nenhum mal em atender-se RACIONALMENTE às funções naturais e às necessidades orgânicas, mas é um terrível erro fazer delas motivos de prazeres irracionais e de vícios escravizantes. Desequilibrar e perverter as funções naturais, para deixar-se depois escravizar-se por elas é colocar-se, sem dúvida, na mais desastrosa das condições, cujas consequências serão fatais ao destino espiritual do indivíduo.

Entretanto, é necessário considerar, que só gradualmente, com paciência e perseverança, irá o Aspirante conquistando o domínio de sua natureza inferior, à proporção que for desenvolvendo a VONTADE nas lutas e vitórias que for alcançando. Cada vitória, por menor que seja, aumentará o poder de sua VONTADE que assim irá, gradativamente se afirmando. Nesse trabalho de transcendental importância é preciso que o Aspirante saiba agir com calma e prudência. Que ele não julgue que alcançará uma vitória efetiva sem lutar, seriamente e talvez por muito tempo. Não convém agir violentamente contra as forças naturais, nem se restringir repentinamente. É preferível contentar-se, no princípio, com pequenas vitórias, que não provocarão grandes reações perigosas. A VONTADE crescerá assim gradativamente, mas, com segurança, preparando-se para as lutas maiores que possam surgir. Especialmente nas ocasiões de dificuldades naturais da vida, quando se sentir um abatimento moral, convém redobrar de atenção, porque certamente as forças elementares e os desejos desordenados procurarão se aproveitar desses momentos críticos para desfazer todos os esforços anteriores do Aspirante, com o intuito de desanimá-lo e readquirir sua dominação.

CAPÍTULO 2 – DEDUÇÕES PARA O ASPIRANTE À VIDA SUPERIOR

Das considerações do capítulo anterior, infere-se que os primeiros esforços do Aspirante à vida superior se destinam a liberar a sua consciência dos impulsos das forças elementares, que deve aprender a dirigir e controlar com inteligência.

Compreender as funções dos Éteres do Corpo Vital é o primeiro passo para sobrepor-se a eles. Como instrumentos do Ego, são úteis e necessários à vida terrestre, mas hão de se subordinar à vontade do ser humano, sendo dirigidos para a realização do ideal superior: a vida espiritual.

Em suas funções naturais, os Éteres atuam como forças irresponsáveis, segundo as suas linhas específicas, incapazes de responder a qualquer outra espécie de estímulo senão a de seu próprio plano.

É assim que as forças do Éter Químico, tendo por função natural a manutenção dos processos digestivos e a garantia de conservação do Corpo Denso, provocarão no ser humano os estímulos correspondentes, a fome, a sede, para que seja atendida a necessidade de alimentos, que servem de base às funções daquele Éter. Entretanto, o ser humano é o único responsável se, arrastado por desejos pervertidos, faz dessa função um prazer vicioso e se torna guloso, excitando e descontrolando as funções naturais desse Éter.

O mesmo acontece com a ação do Éter de Vida sobre os órgãos de geração. Em sua função normal ele se manifesta, a seu devido tempo, provocando no ser humano o estímulo que o leva ao emprego dos seus órgãos geradores, necessário para a perpetuação da onda de vida humana aqui. Em sua expressão natural o Éter de Vida age como energia altamente espiritual, encarregada da mais elevada função orgânica: gerar novos corpos. Para garantir a perpetuação da onda de vida humana aqui, a Natureza fez dessa função a mais profunda sensação que o ser humano pode experimentar. É tão poderoso esse estímulo das forças geradoras que a grande maioria dos seres humanos se vê arrastada por ela e incapaz de controlá-la. Entretanto, como uma força natural e necessária, ela se expressa de acordo com a lei de expansão criadora, sem outra finalidade que não seja a geração de novos corpos. Por infelicidade, é o ser humano rapidamente dominado pelo desejo de renovar continuamente o prazer da sensação e resvala para os excessos entregando-se à sensualidade, com todo o seu cortejo de perversões degradantes. Quanto mais excita a função desse Éter, mais forte, exigente e insaciável ele se torna, arrastando o indivíduo a toda sorte de abusos. Também não há nenhuma função que produza maiores consequências físicas, mentais e morais.

Como todas as forças naturais, o Éter de Vida pode ser controlado, dentro dos limites do razoável, devendo o Aspirante à vida superior considerar que sobre essas forças repousam todas as suas possibilidades de avanço efetivo. Se souber acumular racionalmente essas potentes energias e dirigi-las sabiamente sentirá em si mesmo maravilhosa expansão das faculdades superiores, que aumentarão consideravelmente sua capacidade de trabalho mental, ao mesmo tempo que melhorarão imensamente as suas condições físicas.

Entretanto, cumpre que se tenha em vista que o controle das forças criadoras exige muito cuidado por parte do Aspirante à vida superior. Só há um meio acertado de se conquistar o domínio e controle dessa maravilhosa força natural, e esse meio é o domínio perfeito da Mente, libertando-a de todos os pensamentos de sensualidade, ao mesmo tempo que se afastará de todos os ambientes sensuais, das conversas maliciosas, das leituras provocantes. Mantendo o Aspirante essa atitude, o Éter de Vida não encontrará estímulo para se expandir demasiadamente, ficando limitado em suas funções físicas. Começa então o seu extraordinário poder de regeneração, porque não sendo canalizado para os órgãos físicos, o Éter de Vida procura se expandir naturalmente em direção à reconstrução e renovação de todo o organismo, especialmente o cérebro, tornando-o um instrumento mais completo, mais poderoso e mais eficiente para o trabalho do Espírito. Um indivíduo nessas condições é capaz de gerar um pensamento realmente “poderoso” e a sua capacidade de realização se torna quase ilimitada. Contudo, deve o Aspirante à vida superior lembrar-se que enquanto não alcançar um perfeito domínio mental experimentará certamente reações, às vezes violentas, mas que há de procurar, com coragem e paciência, dominar. Qualquer descuido provocará a descida dessas energias para os órgãos físicos e a volta das tentações sensuais.

Os casados, especialmente, deverão gradual e sistematicamente restringir os impulsos habituais, aumentando aos poucos os períodos de abstinência, enquanto for possível, sem prejuízo para a saúde, até que se habituem a uma vida casta e livre de malícia.

Em si mesmo, o ato sexual é natural e santo, quando empregado para sua legitima finalidade: a procriação. Mas, quando se faz dele um motivo de prazer vicioso e desregrado, passa a ser a maior calamidade, a maior causa de decadências e degenerações físicas e mentais, que tornam a vida um calvário de dores e de misérias.

O Éter Luminoso produz no ser humano o desejo de sensações novas. Desperta a curiosidade, a sede de conhecimento do mundo exterior, de ver, de ouvir, de experimentar toda sorte de sensações mundanas. Sua função é a de receber, através dos órgãos dos sentidos, todas as sensações e transmiti-las ao cérebro, onde a consciência percebe tais sensações.

A sua principal característica é procurar constantemente novas impressões, sem se importar absolutamente com o seu valor, ou com as impressões anteriores, fazendo do ser humano um ser essencialmente curioso, ávido de coisas novas, sempre em busca de algo diferente e novo, que satisfaça esse impulso natural. Quanto mais esse Éter é excitado, mais forte e exigente se torna, e os indivíduos que se deixam dominar por ele se tornam incapazes de estabilizar-se; de se afirmar em qualquer assunto que seja. Sua curiosidade excessiva e seu insensato desejo de sensações novas não lhes permite concentrar-se em coisa alguma. São extremamente superficiais e irrequietos, tudo experimentando pelo único prazer de passar por sensações diferentes. Seu principal e mais grave defeito é tratar todos os assuntos com superficialidade, abandonando com a maior facilidade qualquer assunto, por mais importante que ele seja, desde que não lhe proporcione mais sensações. É por isso que apreciam as leituras sensacionalistas, os romances de aventuras, os esportes, as viagens, etc.

Resulta disso que não afirmam jamais os seus conceitos e raramente chegam a realizar alguma coisa de valor. São como eternas crianças, que nada podem considerar seriamente.

O desenvolvimento espiritual exige firmeza e perseverança. Só o tempo e o esforço continuado, numa só direção inteligente, podem produzir algum resultado real, e o Aspirante à vida superior há de aprender a dominar os impulsos do Éter Luminoso para poder concentrar-se, devidamente, no estudo e na prática dos exercícios espirituais.

Para isso cumpre que reaja contra à tendência natural de passar, sobretudo, superficialmente e se esforce em estudar e examinar as coisas com paciente atenção.  É preciso que se habitue a concentrar-se e meditar profundamente sobre as questões espirituais, até que encontre uma solução lógica e razoável. Deixar-se levar irrefletidamente pelos impulsos e curiosidades do Éter Luminoso é tornar impossível a estabilidade interna, é impedir o desenvolvimento do entendimento espiritual.

Queixa-se, a maior parte dos Estudantes Rosacruzes, de que lhe custa compreender o que estuda, mas o que não nota é que não chega nunca a concentrar-se bem em coisa alguma, que não tem parada nem sossego para examinar os assuntos profundamente e meditar sobre eles. Essa é a consequência fatal da falta de domínio sobre as forças desse Éter Luminoso que excita constantemente todo indivíduo e o faz correr em busca de sensações sempre novas e variadas.

O Éter Refletor se manifesta, por duas funções:

  1. modelar e organizar os pensamentos, revestindo com suas forças as ideias que surgem da Mente;
  2. registrar todos os acontecimentos da vida nas Memórias Consciente e Subconsciente.

A primeira função compreende a formação dos pensamentos, que são ideias revestidas das forças desse Éter, tornando-se como seres distintos que se movem continuamente dentro da aura humana. Uma vez modelado e animado pelas forças do Éter Refletor, o pensamento começa imediatamente a agir interiormente, impelindo o ser humano à realização da ideia que lhe serve de impulso inteligente, procurando todos os meios possíveis de aumentar o seu poder e realizar-se através do seu criador. Cada vez que o indivíduo volta a pensar sobre uma determinada ideia, fornece-lhe novo reforço desse Éter Refletor, tornando-se cada vez mais poderoso o pensamento primitivo formado por essa ideia. Quanto mais forte se torna, mais atua sobre o seu criador, levando-o, por fim, à prática da respectiva ideia. É assim que, sem quase o notar, o ser humano comum é invariavelmente arrastado pelos pensamentos que cria e alimenta, tornando-se mero instrumento das ideias que sustenta, sejam elas certas ou errôneas. Sem o entendimento espiritual não passa o ser humano de um instrumento dos pensamentos que lhe ocupam o campo psíquico e que o impelem constantemente à execução dos atos correspondentes. O que torna essa questão ainda mais importante é que o ser humano comum é sempre afetado e impressionado por ideias e sugestões alheias que recebe, consciente ou inconscientemente, e que se desenvolvem em seu interior, alimentadas pelo seu próprio Éter Refletor, tornando-se, muitas vezes, elementos preponderantes em sua vida, embora sejam até mesmo contrários aos seus próprios desígnios e interesses.

O terrível poder da sugestão é ainda pouco compreendido. Desconhecendo os processos de funcionamento do Éter Refletor o ser humano comum é dominado pelos pensamentos que alimenta, quer sejam próprios ou de outrem, e muitas vezes se vê perturbado pela ação provocante de pensamentos desagradáveis que inadvertidamente vem conservando e contra os quais luta e se esforça por eliminar da consciência.

Pelo exposto pode-se avaliar quão necessário é aprender-se a controlar as funções desse Éter Refletor, evitando-se cuidadosamente que as suas forças continuem a alimentar ideias inconvenientes e prejudiciais. Examinando atentamente as ideias que surgem em nosso campo mental, ou que recebemos dos outros, poderemos distinguir as que merecem ser alimentadas ou as que devem ser repelidas. Enquanto é simplesmente “uma ideia” ela não causará maiores inconvenientes, porque não possui a força dinâmica do Éter Refletor. Mas se for admitida e alimentada por algum tempo, revestindo-se de forças etéricas, então se tornará propriamente um “pensamento”, cada vez mais poderoso. Desde que sejam alimentadas, as ideias-pensamentos seguirão invariavelmente o seu curso, crescerão e se desenvolverão até conseguirem a força suficiente para impelir o ser humano à ação.

O que felizmente equilibra a situação no ser humano comum é que os seus estados mentais não possuem estabilidade, variando constantemente, de maneira que os pensamentos não recebem um reforço constante e eficiente por longo tempo, sendo logo substituídos por outros de diferentes vibrações. Mas, se por infelicidade qualquer pensamento conseguir se afirmar mais fortemente, dominando os demais e monopolizando o campo da consciência, então veremos o que se costuma chamar de “mania”, e da mania à loucura vai apenas um passo. Não importa qual seja o pensamento; se ele se tornar preponderante a tal ponto que chegue a dominar todo o campo da consciência, então impedirá que nela se manifestem quaisquer outras ideias. Dominado por uma única ideia-pensamento cessa toda liberdade do Ego, arruinando-se por completo o seu desenvolvimento atual. As pessoas negativas, de vontade fraca, as que abusam de bebidas alcoólicas, podem facilmente cair nessa desgraçada condição, quando qualquer das suas ideias se desenvolve demasiadamente pela repetição constante, tornando-se um pensamento demasiado fortificado pelas energias do Éter Refletor.

O desenvolvimento espiritual exige a prática da concentração, na criação de ideias-pensamentos superiores e poderosas, que possam servir de auxiliares na conquista da Iluminação e da Iniciação. Entretanto, o Aspirante à vida superior há de manter-se sempre como senhor absoluto dos pensamentos desenvolvidos e dos seus estados mentais, e isso requer um preparo inteligente. É necessário, antes de tudo, desenvolver a consciência e a vontade, numa direção absolutamente justa e racional.

Qualquer desvirtuamento ou má intenção na criação dos pensamentos-formas acarretará invariavelmente consequências desastrosas, a qualquer praticante.  O único caminho legítimo é o do amor e da fraternidade. É o caminho de Cristo.

CAPÍTULO 3 – FINALIDADES DA EVOLUÇÃO

Dominar e dirigir sabiamente as energias vivas que funcionam em seus Corpos Vital, de Desejos e na Mente é o legítimo trabalho da Evolução a que todo ser humano é chamado e que, necessariamente, há de executar e completar algum dia.

Todo o processo evolutivo é uma questão de desenvolvimento da consciência e da vontade, para a conquista da liberdade espiritual, e ser livre espiritualmente significa “controlar e dirigir” as forças naturais que se manifestam na constituição humana, conduzindo-as inteligentemente para a plena realização do mais alto ideal, a própria iluminação.

Ao descer à Terra, o Espírito Humano tem uma finalidade: constituir uma consciência pessoal, que possa funcionar independentemente das Inteligências Criadoras que dirigem Evolução. Só através do Corpo Denso isso se torna possível. Porém, uma vez despertada essa consciência pessoal nascida no meio terrestre, ela é envolvida por todas as atrações e apegos da vida mundana, por todas as forças inferiores que dominam o mundo e se torna quase incapaz de atender à voz do seu próprio Espírito interior, deixando-se dominar pela terrível teia de ilusões mundanas e desejos inferiores que a escravizam.

Se durante a vida terrestre a consciência humana não conseguir reconhecer essa situação, se não se esforçar por se libertar das ilusões terrenas e se não quiser atender à voz do “Eu superior”, terá fracassado a primeira finalidade do Espírito, que será forçado a voltar à Terra e constituir novos Corpos, se personalizando novamente, para tentar mais uma vez a prova.

O Espírito Humano tem absoluta necessidade de uma consciência pessoal, e para isso constitui os Corpos terrestres, em que ela desperta e funciona, porém a consciência pessoal, dominada pelas condições terrestres, não reconhece o seu próprio criador, nem procura atender aos seus desígnios superiores, se entregando aos atrativos, aos prazeres e ilusões da vida terrestre, abandonando os interesses superiores do seu Espírito.

Nessas condições se encontram quase todos os seres humanos na Terra. Todos têm uma vaga impressão de um destino espiritual, de uma necessidade superior, mas que absolutamente não querem considerar seriamente, porque a infinidade de interesses terrestres, de apegos, de ilusões, de prazeres e de vícios lhes rouba todo tempo e toda alma. Para atender às contínuas exigências da vida terrestre, o ser humano abandona, quase por completo, os interesses do seu próprio Espírito, criando toda sorte de elementos mundanos que, longe de satisfazê-lo, cada dia se tornam mais dominantes.

A grande dificuldade, e o mais sério perigo para o ser humano, é que o ambiente terrestre não oferece à nova personalidade criada nenhuma orientação realmente superior antes, pelo contrário, a educação mundana, os exemplos, as necessidades materiais, ocupam toda a mentalidade do ser humano, desde a infância, forçando-o a deixar esquecidos e abandonados os seus interesses espirituais e impulsos superiores que provêm do seu Ego

De maneira que a primeira questão que se apresenta a todo ser humano, que deseja progredir espiritualmente, é vencer a oposição natural da mentalidade mundana formada desde a infância e que, agora, procura, a todo transe, mantê-lo afastado e descrente dos seus interesses espirituais. Nessa verdadeira luta interior contra o materialismo que procura dominá-lo, não encontra o ser humano nenhum apoio exterior, porque todo o mundo apoia e sustenta a mentalidade mundana, sendo incapaz como é, de reconhecer, as necessidades e ideais superiores. Nem mesmo os parentes e amigos apoiarão os esforços do ser humano que procura evoluir espiritualmente, e sem dúvida se oporão, classificando essas coisas de “excentricidades e manias”.

É necessário que o Aspirante à vida superior considere essas atitudes como absolutamente naturais, sendo inútil pretender que a mentalidade mundana admita e leve a sério as suas necessidades espirituais. Não podendo compreender, não se interessa a mentalidade mundana por coisa alguma superior. De nada valerão argumentos, discussões, nem aborrecimentos, que só prejudicarão os seus esforços. A luta há de ser inteiramente interior, contra suas próprias dúvidas, seus desejos e ilusões mundanas, seu egoísmo material e as sugestões que recebe do exterior, mas que procuram dominá-lo. Não são as coisas exteriores que nos afetam, mas as impressões que elas causam dentro de nós.

Pretender impor aos outros os seus pontos de vista superiores tem sido sempre a mais dolorosa falha de muito Estudantes, que por falta de experiência e de previsão julgam possível modificar a mentalidade de pessoas que absolutamente não se interessam pelos assuntos espirituais. O receio de se ver isolado mentalmente dos indivíduos que o rodeiam, dos seus próprios parentes e amigos a quem ama, faz com que o Estudante se esforce por convencê-los, para se sentir ao menos compreendido e consolado. Entretanto, essa atitude, com raras exceções, lhe trará amargas desilusões.

Os problemas espirituais são absolutamente individuais. Cada ser humano há de resolvê-los por si mesmo e internamente, sendo necessário que se prepare para enfrentar as oposições naturais e sistemáticas da “mentalidade mundana”, para a qual as questões espirituais não apresentam nenhum interesse.

Não deve o Aspirante à vida superior se admirar, nem se aborrecer, diante da oposição de indivíduos que o rodeiam, cuja mentalidade, dominada pelos interesses mundanos de toda ordem, é ainda incapaz de raciocinar espiritualmente.

A única atitude legítima e conveniente é a de reserva e tolerância, se evitando a todo transe provocar qualquer espécie de questões e de desarmonias, que viriam certamente prejudicar e talvez inutilizar todos os seus esforços.

O que é preciso evitar sempre, com o maior cuidado, é provocar a formação de um ambiente francamente antipático e contrário aos seus interesses superiores. Se os que o rodeiam tomarem a peito uma oposição sistemática e caprichosa, o Estudante se verá, certamente num círculo de terríveis provas morais que dificilmente poderá vencer. Se não formos prudentes e pacientes com a opinião alheia, certamente atrairemos constantes reações de toda espécie que dificultarão ainda mais a nossa marcha.

Não temos nenhum direito de exigir, de quem quer que seja, que adote os nossos pontos de vista, que aceite as nossas opiniões, por melhor que elas sejam, nem que nos acompanhe no caminho que encetamos. Algumas vezes tentamos entusiasmar os outros, para não nos sentirmos isolados, sozinhos, em nossa aventura espiritual, mas é quase certo que não encontraremos outras pessoas capazes de nos entenderem; a não ser os nossos verdadeiros companheiros de ideal, os amigos que fazem parte da nossa corrente espiritual. Será fácil compreender o motivo. É que os que se ligaram à nossa corrente e acompanham a orientação da Fraternidade Rosacruz vão, gradualmente e quase insensivelmente modificando a sua mentalidade, libertando-a dos velhos conceitos materialistas e mundanos. Um indivíduo mundano, por melhor que ele seja, desconhecedor dos princípios de verdadeira fraternidade que vimos constituindo, dificilmente poderá considerar as razões que nos aninam. Cuidemos muito de não forçar o entendimento dos outros, especialmente daqueles que não demonstram um verdadeiro interesse em aprender. Há uma regra fácil e útil para seguir nesses casos: não falar sem ser perguntado. Diz o Evangelho: “Aquele que pede, ser-lhe-á dado.”.

Esperemos pacientemente que nos perguntem por que só aquele que pergunta, ou que procura demonstra interesse em aprender, e está em condições de alcançar o conhecimento. Não pense nunca que o falar demais trará alguma vantagem nesse sentido. Quanto mais falarmos inoportunamente, tanto mais perturbaremos àqueles que não estão dispostos a aprender e, tanto mais provocaremos dificuldades para nós mesmos.

As descrenças e dúvidas daqueles que nos rodeiam, os seus sorrisos de escárnio, as suas malícias e graças serão outras tantas sugestões contrárias, que poderão, talvez, perturbar a nossa confiança e a nossa estabilidade, se ainda não alcançamos a firmeza e o pleno entendimento.

Evitemos sempre a triste mania de querer nos exibir fazendo dos conhecimentos espirituais um motivo de vaidade. Tudo o que falarmos movidos tão somente por essa egoística intenção será fatalmente prejudicial a nós mesmos e aos que nos ouvem. Além disso, toda ostentação vaidosa só atesta a falta do verdadeiro conhecimento. É por isso que não poderão produzir resultados superiores; levam em si o germe da desconfiança e de dúvida.

Quando for oportuno, falemos simplesmente com o sincero desejo de esclarecer os nossos semelhantes, e aquilo que dissermos produzirá os mais benéficos frutos. Não temamos falar, e falar claramente, quando for oportuno, mas guardemo-nos de pretender convencer os outros com discussões e críticas ao seu modo de pensar, porque com discussões e críticas só conseguiremos aborrecer aos outros e a nós mesmos.

Se queremos realmente prestar um grande serviço aos nossos semelhantes e conquistar, ao mesmo tempo, um elevado merecimento, falemos pouco sobre as questões espirituais e somente quando for oportuno.

F I M

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Ciência Sagrada das Estrelas

A Ciência Sagrada das Estrelas

Deus é um escritor; o Espaço é sua página; as estrelas, Seu alfabeto; os meteoros, Suas vírgulas; os vastos ciclos do Tempo, Suas frases.

— Francis Merchant

A Religião da Sabedoria pode ser encontrada, em sua forma mais elevada e pura, na Ciência das Estrelas. Nos tempos antigos, antes que a humanidade descesse às profundezas atuais do materialismo, a Astronomia e a Astrologia eram uma só. O universo externo era corretamente concebido como a manifestação exterior de um Espírito Criador, interior e todo penetrante que chamamos de Deus. Quando adoravam o Sol, a Lua e as Estrelas, eram os sublimes Espíritos Cósmicos que residiam nos orbes celestes que os povos reverenciavam.

Em nossa época, o estudo das estrelas é realizado, em grande parte, vazio de espírito. Por meio de telescópios cada vez mais poderosos, perscrutamos o espaço incomensurável, mapeando as posições e os cursos de incontáveis corpos celestes. No entanto, como um dos personagens de Shakespeare observa na obra: Trabalhos de amores perdidos.

Esses Padrinhos terrenos das luzes do Céu

Que dão nome às estrelas que fixas são

Não aproveitam suas noites brilhantes mais

Do que aqueles que caminham sem saber o que são.

A Astronomia deveria ter, como uma das suas funções, a de ler a literatura escrita por Deus no Livro do Céu sobre a atividade de todas as criaturas do universo. Não apenas o que aconteceu no passado e o que está acontecendo no presente são expressos aí, mas o que acontecerá no futuro também. Uma vez que dominemos a Astronomia, portanto, Deus terá o prazer de nos contar tudo sobre o mundo.

A Grande Educação de Deus pode ser tocada pelo ser humano através dos fenômenos naturais da Natureza, sempre que ele abre a porta da sua Mente e se une ao Grande Espírito do universo. Vista por essa luz, a vida de todas as criaturas, para não falar da humanidade, deve ser conduzida de acordo com o “espírito sol-lua-estrela”; ou seja, o símbolo de Deus.

A melhor forma de ler a Astronomia é fazer dos céus estrelados um objeto de estudo científico e, então, tentar apreender o espírito de cada um dos corpos celestes que aparecem em seu exterior. De acordo com minha explicação, o mais importante é interpretar de modo espiritual a aparência externa da esfera celestial.

Tal interpretação pode ser facilmente compreendida tomando uma pessoa como exemplo. Mesmo quando a encontramos pela primeira vez, podemos falar sua idade, trabalho, caráter, expectativa de vida, destino e muitas outras coisas, observando sua aparência externa.

Também pode-se buscar o Grande Espírito no órgão ativo do universo por meio de sua aparência externa. Quando se pratica a Astronomia com isso em mente, a pessoa será capaz de perceber claramente que todas as coisas no universo são criadas quando os espíritos duais do Céu e da Terra são combinados. A origem da atividade dos fenômenos naturais produzidos pelo Deus-Natureza é a missão principal atribuída à Astronomia.

Os corpos celestes são, de fato, feitos de matéria física; porém, na realidade, eles nada mais são do que o vaso do espírito. Aqueles interessados em, e que tentam dominar a, Astronomia, portanto, devem se devotar à compreensão do significado da espiritualidade dos corpos celestes. A ciência da Astronomia pode se animar e provar seus méritos, sendo apreendida espiritualmente em sua visão profunda, em vez de ser estudada materialmente por meio de observação e cálculo. Ao fazer isso, a pessoa pode ver o Poder de Deus exibindo sua atividade na Natureza, por meio da qual todas as coisas são criadas pelo Céu e pela Terra, vivendo suas vidas de acordo com ela.

Para alcançar o Mundo de Deus o ser humano deve entrar pela porta da substância nos corpos celestes e, partindo daí, adentrar o íntimo do espírito. Deus exerce Seu Poder de várias maneiras, desde a criação do macrocosmo, que é o maior evento, até a perfeição de uma molécula microscópica, o menor. No Mundo de Deus, porém, não há ideia de tamanho, sendo tudo o mesmo, espiritualmente.

O ser humano é constituído de modo a viver de acordo com a Vontade Divina, centrando-se em Deus Pai, a Quem deve sua vida. O mais significativo para ele é, logo, fazer a Vontade Divina através da Astronomia.

A Ciência da Astronomia deve ser uma derivação do Mundo de Deus, incorporando todos os dados necessários para esse propósito. Ela permite ao ser humano esclarecer o princípio indispensável à vida humana. É por isso que é chamada de rainha das ciências.

É a Religião que estuda a realidade do universo, em aspecto espiritual; é a Astronomia que estuda o número do universo, no lado físico, e tenta apreender seu Grande Espírito. Seguindo caminhos diferentes, as duas chegam ao mesmo cume. Isso explica claramente o fato de que Religião e Astronomia são uma só. A ciência da Astronomia pode muito bem ser considerada um método de exposição da Religião e não apenas um ramo da ciência.

Vemos que o Sol e a Lua podem deixar tudo claro, ao se combinarem. Consequentemente, um calendário é ainda mais valioso, considerando que é composto da força do Sol, da Lua e das estrelas. Um calendário significa não apenas a passagem do tempo, mas também o conhecer a novidade lendo a velhice.

O estudo da aparência mais externa dos corpos celestes nada mais é do que a “Astronomia feita pelo ser humano” e está longe da realidade. E, no entanto, o astrônomo de hoje, sem exceção, parece se dedicar a esse gênero de Astronomia. Os segredos da Astronomia não podem ser dominados apenas pelo conhecimento humano, assim como a misteriosa essência da Religião não pode ser apreendida meramente por seu estudo filosófico. Com o conhecimento humano isolado de Deus, ninguém pode romper sua própria barreira e se comunicar com Ele, não importa o quanto tente.

A Astronomia, como equivalência à Religião, deve conter espiritualidade. O estudo da Astronomia, portanto, deve ser realizado tanto do ponto de vista espiritual quanto do físico para transmitir a Vontade Divina à Terra e traduzir em ação o domínio do Céu: caso contrário, não contribuirá para a elevação espiritual da humanidade.

A simples visão de um calendário mostra claramente as relações entre a Natureza e o ser humano, que são misteriosas demais para a ciência fornecer uma solução clara. Religião e Astronomia formam um par de “contra espelhos”: são espelhos um para o outro. Quando o mundo de hoje é refletido neles, eles mostram vividamente que o poder da “Religião astronômica” não é outro senão o Poder de Deus.

(Publicado na Revista New Age Interpreter – Corinne Heline – second quarter, 1962 – traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Método Rosacruz de Desenvolvimento

Método Rosacruz de Desenvolvimento

A Ordem Rosacruz possui um método de desenvolvimento espiritual científico comprovado por aqueles que se submeteram à prática de seus preceitos. Baseados em investigações espirituais profundas, realizadas pelo fundador da Ordem e seus doze discípulos, conhecidos por nós como Irmãos Maiores, esses sagrados seres não apenas alcançaram um consenso sobre as tendências pelas quais as Mentes da humanidade atual responderiam como estabeleceram um método que habilita o ser humano, enquanto renascido aqui, a: (1) quebrar o ciclo vicioso de produção de pecados (sofrimento e morte); (2) iniciar um processo de purificação pessoal; (3) tornar seus corpos ferramentas mais úteis para atividade do Ego; (4) antecipar aprendizados que estariam reservados somente a vidas futuras. Com efeito, o método Rosacruz de desenvolvimento permite intensificar o grau vibratório e a força espiritual de uma pessoa, capacitando-a a realizar importantes feitos na Grande Obra Divina. Talvez seja esse o motivo pelo qual Max Heindel, mensageiro direto da Ordem Rosacruz, considerou esse método como o ensinamento mais importante de obra descrita no livro O Conceito Rosacruz do Cosmos.  Para encontrarmos sentido nos preceitos propostos pelo Método Rosacruz de Desenvolvimento, faz-se necessário recapitularmos todo o procedimento ordinário de produção anímica humana.

Durante toda a vida, o ser humano constrói e semeia até o momento de sua morte ou passagem para os planos internos. Então, o período de sementeira ou expressão objetiva da vida cessa, iniciando um novo período de colheita denominado pela Fraternidade Rosacruz de estado subjetivo da vida. Os fatores que constituem a base para o período de colheita são os registros de todos os acontecimentos da vida em questão. Esses registros não fazem parte da memória comum do ser humano, utilizada na vida cotidiana, mas estão armazenados em um átomo localizado no ventrículo esquerdo do coração. Tal átomo é conhecido pelas Escolas de Sabedoria Ocidental como Átomo-semente do Corpo Denso.

Também, como é sabido entre os Estudantes Rosacruz, o Corpo Denso do ser humano comum tolda a capacidade do Ego em acessar e utilizar um poder espiritual que acumulou desde sua criação. No entanto, quando ocorre sua morte, esse poder é livremente acessado, mesmo que o Ego não esteja consciente desse fato. Assim, a pessoa fica capacitada para ler os registros do Éter Refletor (Região Etérica do Mundo Físico) que estão gravados no Átomo-semente mencionado. Esse processo constitui na apresentação de toda a vida do indivíduo como um panorama, que desfila à frente do Ego, mas em ordem inversa.

É importante compreendermos que os registros dos acontecimentos da vida não são relevantes para o desenvolvimento espiritual, mas sim o resultado das ações que são os produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do Ego) e corporal (vontade do “eu inferior”) do ser humano. Além disso, todas as ações resultantes dessa guerra possuirão uma classificação moral e pessoal dada pelo próprio Ego. São exatamente esses dois registros (resultado da guerra entre o Espírito e seus Corpos; e julgamento moral desse resultado) que constituem a base de registro daquilo que será revivido em ordem inversa durante o panorama da vida, logo após a morte, e formarão as experiências da vida purgatorial e das atividades no céu.

Mas antes que o Ego se aproxime do momento de sua morte, registros de suas atividades diárias estão ocorrendo em todo o momento da vida. A pergunta que surge então é: Como os registros ocorrem? Nós, enquanto Egos, sempre que temos vontade de realizar algo (pensamento, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras, ações, entre outros) imaginamos ou acessamos nosso repertório particular sobre tal assunto que está armazenado em nossa Memória Consciente. A partir desse acesso e imaginação, formamos uma ideia de execução de tal ação. A vontade inicial de execução é um atributo do veículo Espírito Divino do Ego; a imaginação é atributo do veículo Espírito de Vida e, por fim, a ideia fruto do veículo Espírito Humano. Perceba que o último produto desse processo (a ideia), que didaticamente atribuímos ao Espírito Humano, jamais existiria sem que houvesse trabalho prévio do Espírito de Vida (imaginação) e do Espírito Divino (vontade). Portanto, a ideia em si contém toda a atividade do Espírito Virginal manifestado, o Ego, que apesar de ser entidade única se manifesta de modo tríplice, como Deus que o criou.

Se aplicarmos a relação hermética nesse complexo procedimento, em que tudo que está embaixo está também em cima e vice-versa, Deus nosso criador, quando criou nosso Sistema Solar, também teve Vontade de criar (seu primeiro Aspecto que conhecemos como PAI). Essa vontade disparou o segundo aspecto Amor-Sabedoria (que conhecemos como FILHO ou CRISTO) no qual concebe os meios para que essa vontade possa ser expressa. Então, o segundo aspecto fornece o TOM ou Nota-Chave que emite vibrações que dão o molde para constituição de todas as coisas que deverão compor esse Sistema Solar. Finalmente, esse processo dispara o terceiro aspecto ou Atividade (que conhecemos como ESPÍRITO SANTO ou JEOVÁ) que atrai o material Divino (Substância Raiz-Cósmica) pondo-o em movimento para concretizar todas as coisas de acordo com a vontade do PAI e ditadas pelos moldes do FILHO. Assim, também, o VERBO é DEUS, estava no princípio com DEUS e se fez carne quando colocou todas as coisas em movimento para manifestar a vontade de DEUS. Uma vez que o VERBO fornece a Nota-Chave de tudo, nada do que tem sido feito foi feito sem ELE.

Voltando ao nível da ação humana, quando uma ideia é, então, concebida, necessita ser direcionada sobre os corpos ou instrumentos do Ego para poder ser manifestada. O instrumento que projeta essa ideia sobre os Corpos é o veículo Mente. Nesse ponto, uma das três direções de ação será necessariamente utilizada: (1) ação imediata; (2) ação postergada e (3) ação imediata, mas por processo positivo da telepatia, negativos da hipnose ou da obsessão. Aqui, vamos descrever apenas a ação imediata ou item (1).

Assim, quando uma ideia é concebida, deverá ser projetada sobre o Corpo de Desejos para poder ser expressa. Nesse ponto, um dos dois sentimentos, Interesse ou Indiferença, deverá ser despertado. O Interesse pode ativar tanto a Força de Atração quanto a de Repulsão, já a Indiferença não produzirá nenhuma barreira da personalidade, o que deixará a manifestação dependente da própria força espiritual da ideia para ser expressa ou não. No caso da ativação do sentimento de Interesse, a ideia será revestida de material de desejos semelhante à natureza da ideia. Após essa união entre ideia e desejos, poderá atuar sobre os centros nervosos voluntários, mas ainda em nível etérico. Somente após ser também revestido de Éter, poderá ativar a força física para que ocorra expressão na Região Química do Mundo Físico. Note que essa direção empregada é simplesmente a condição ideal para crescimento anímico do Ego. Sua vontade é respeitada e potencializada por seus instrumentos que lhe obedecem. O resultado dessa ação é o sucesso, bem como o sentimento positivo pessoal de concretização da ação serão registrados no Átomo-semente pelo Éter Refletor.

Por outro lado, quando uma ideia desperta a Força de Repulsão, toda a vontade de expressão do Ego pode ficar comprometida. Por exemplo, se uma pessoa alimentou por toda a sua vida o sensualismo, estabeleceu hábitos semelhantes em seu Corpo Vital e boa parte da densidade de matéria de desejos de seu Corpo de Desejos também será sensualista. Isso revela uma tendência a responder de modo sensualista a muitas situações do cotidiano. Se no decorrer de sua vida, o diapasão interno espiritual da pessoa for acionado, compreenderá que tal hábito não mais possui sentido e procurará não mais alimentá-lo. Assim, seu Ego irá conceber uma ideia de pureza e devoção e tentará projetá-la sobre sua Mente para que seus Corpos respondam a essa solicitação. No entanto, tal ideia, ao chegar dentro do Corpo de Desejos, se deparará com os antigos hábitos sensualistas que tentaram expulsar e aniquilar a ideia de retidão e pureza. Se a energia espiritual (do Ego) for forte, poderá romper caminhos por meio dos centros cerebrais e executar a ação reta. No entanto, se a força dos corpos for mais poderosa, a Força de Repulsão prevalecerá. Essa é a guerra entre a força espiritual e os corpos, entre a natureza superior e inferior.

Como já mencionado, o Átomo-semente registra o resultado das ações que são produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do Ego) e corporal (vontade do eu inferior) do ser humano. Também registra o resultado quando não há guerra, ou quando a Força de Atração foi disparada. Além disso, todas as ações resultantes dessa guerra terão uma classificação moral e pessoal dada pelo próprio Ego. O resultado de todo esse processo é que constituirá todo o panorama que formará a base de crescimento anímico (produção da Alma). Como descrito por Max Heindel, há casos extremos em que a produção anímica é praticamente anulada pela força dos corpos, ou seja, a vontade, a imaginação e a ideia do Ego, praticamente não conseguem espaço de expressão na vida do indivíduo, sendo esse a vítima de seu eu inferior o tempo todo. São as pessoas que possuem um Corpo Vital tão denso (preenchido mais com Éteres inferiores) e um Corpo de Desejos tão cheio de material das três regiões inferiores do Mundo do Desejo que impedem toda a ação do Ego.

Logo que a morte ocorre, os veículos superiores abandonam o Corpo Denso. Os primeiros ficam presos ao último por meio do Cordão Prateado. O tempo em que o Ego permanece nesse estado pode variar entre algumas horas e três dias e meio. É nessa condição que o panorama inverso mencionado anteriormente ocorre. Os arquivos que foram registrados no Átomo-semente iniciam um processo que constitui uma espécie de filme que se desenrola de trás para frente, revelando ao Ego, primeiramente, os efeitos e depois as causas de suas ações.

Como a vida purgatorial faz parte do Mundo do Desejo (ausente de memória da vida precedente) e não da Região Etérica, o Purgatório apenas exercerá benéficos sobre o Ego se ele for capaz de transferir as informações contidas nesse panorama para o Átomo-semente do Corpo de Desejos. A maneira pela qual essa transferência ocorre depende da atenção que o Ego despende sobre o filme que o panorama lhe revela. Quanto mais nítida for sua observação, maiores impressões serão formadas no Átomo-semente do Corpo de Desejos. Caso não preste a devida atenção, não ocorrerá à transferência mencionada – ou ela será gravada com baixa qualidade – e suas experiências serão perdidas ou não aproveitadas totalmente.

Observe, pois que se nesse importante momento da exibição do panorama houver eventos que favoreçam a distração do Ego, tais como lamentos ou teatros histéricos, ou se o Corpo Denso for submetido a procedimentos cirúrgicos ou de autópsia, perdas incalculáveis para seu desenvolvimento anímico poderão ocorrer. Conclui-se, portanto, que a oração, a serenidade e os desejos de incentivo para que a passagem do Ego aos Mundos internos seja tranquila constitui ambiente favorável para que o Ego cresça e evolua. Quanto mais conscientizarmos as pessoas sobre tais processos, mais serviços à evolução dos irmãos e irmãs prestaremos.

Após a contemplação do panorama da vida e a transferência das experiências ao Corpo de Desejos, inicia-se a vida purgatorial. Muitos Estudantes Rosacruzes acreditam que são apenas os maus hábitos ou pecados que constituem a permanência no Purgatório. De fato, são esses os motivos, mas uma análise mais profunda e psicológica revela que também existem outros fatores implícitos. Por exemplo, desejos de apego a objetos, vícios, dinheiro, pessoas e ilusões de assuntos não terminados constituem fatores determinantes para permanência do Ego no Purgatório. Esse apego promove um desejo intensíssimo de retornar e dar continuidade à vida mundana recém-finda. Assim, o desejo de retorno é também a origem e razão da permanência.  

A purgação ocorre exatamente porque o Ego busca satisfazer seus desejos ou vícios antigos, ou de continuar os assuntos que julga inacabados. Torna-se, desse modo, vítima de seu próprio desejo. O dependente químico, o sensualista, o fumante, o avarento, o chefe de família apegado, entre outros, sofrem. Por estarem observando oportunidades para alimentar seus antigos hábitos, mas não conseguirem realizá-los, sofrem ardentemente. Por não terem outra escolha, aprenderão, com o tempo, a não mais alimentarem tais desejos antigos e essa atitude será a chave para abrir a porta da liberdade e deixar esse estado purgatorial.

Esse também é um dos motivos pelos quais as Escolas de Mistérios Orientais instruem seus adeptos a matarem o desejo. Se não tiverem apego algum, não passarão pelo Purgatório. Não percebem, no entanto, que ao matar o desejo, matam também a produção anímica e crescimento moral. É muito mais vantajoso dominar o desejo e direcioná-lo à produção de experiências positivas do que matá-lo e permanecer inerte. “Não se tira a têmpera do aço que forma uma espada ou faca”. Se assim o fizermos, apesar da espada ou faca não mais constituir uma arma que fere, não mais poderá cortar e ser útil para os propósitos nobres de quem os quer utilizar.

Toda a purificação feita no estado purgatorial gerará um agudo sentimento e noção daquilo que é correto e o que não deve ser feito em próximas oportunidades de vida (a voz interna discernimento). Mesmo que as experiências de vidas passadas sejam esquecidas em vidas futuras, o sentimento subsistirá e constituirá a “voz silenciosa” que nos adverte, ainda que não saibamos o porquê, mas quanto mais clara tenha sido a experiência purgatorial (dependente da contemplação do panorama), mais claramente ouviremos essa voz da consciência.

No Primeiro Céu, todas as ideias que não puderam ser concretizados em função das limitações da matéria o serão. Além disso, por ser a região onde há apenas sentimentos altruístas e sublimes, todas as boas ações ou motivos pelo qual o Ego buscou ser nobre na última vida serão revividos para servir de reforço para continuar. Esse reforço constitui um poder anímico que capacitará o Ego a aprimorar seus Corpos para vidas futuras, tornando-os mais sensíveis na capitalização e utilização de materiais mais sublimes e espirituais nas próximas existências objetivas. Mas a aplicação real desse crescimento anímico só ocorre no Segundo Céu.

A partir do estudo e da recapitulação ocorre todo o processo natural de desenvolvimento e crescimento anímico humano e é possível identificar elementos que podem ser otimizados ou potencializados para que ocorra um avanço ou adiantamento desse processo. O Estudante Rosacruz deve observar que não podemos compelir ou forçar elementos como nos convém, mas esses devem seguir as forças das leis naturais que operam suas manifestações.

A indagação que o Fundador da Ordem Rosacruz e seus doze discípulos provavelmente vivenciaram foi de como criar um método que respeitasse o curso das leis naturais e, ao mesmo tempo, propiciasse ao Aspirante à vida superior um seguro adiantamento de produção anímica, sem lhe gerar problemas de saúde ou desequilíbrios mentais e espirituais. Também para que não ficasse na dependência de aproveitar tudo o que vivenciou apenas com a chegada da morte, passagem pelo Purgatório e Primeiro Céu

Seguindo a lógica, é possível obter maravilhosos resultados da natureza por meio da aplicação de métodos científicos que obedecem à harmonia e suas Leis. Por exemplo, é possível fazer brotar duzentos pés de uma planta onde antes, pelos antigos métodos rústicos, nenhum conseguia subsistir. A lógica é que se somos capazes de aplicar tais métodos para benefícios materiais, também seremos capazes de aplicá-los para obtermos benefícios espirituais.

Desse modo, os materiais e as leis naturais que dão base para todos os acontecimentos relativos ao panorama da vida, vida purgatorial e no Primeiro Céu são:

(1) um Átomo-semente capaz de registrar tudo o que ocorre no dia a dia da pessoa, independentemente de sua consciência desse fato;

(2) um Éter que permita tal registro;

(3) um estado ou condição em que o Ego está prestes a deixar o Corpo Denso e levar consigo seus veículos superiores;

(4) uma atenção e memória para registrar todos os fatos que são recapitulados;

(5) a situação que cada fato imprima sobre o Átomo-semente do Corpo de Desejos o resultado da guerra entre o Espírito e seus Corpos; e julgamento moral desse resultado;

(6) que todo esse processo ocorre de modo inverso ou de trás para frente;

(7) a presença da Lei de Consequência.

É sabido que o ar que respiramos está cheio de Éter e, por meio de cada inspiração que efetuamos, todo Éter contido nesse ar será transmitido ao sangue pelos pulmões e passará também pelo coração. Nessa passagem o Éter (agora no sangue) fará seu papel de transmitir ao Átomo-semente todos os quadros de ações vivenciados pelo Ego naquele momento. Assim, contemplamos os itens (1) e (2) em nosso processo de entender o Método Rosacruz de adiantamento espiritual.

A próxima pergunta é: será que não há oportunidades durante a vida objetiva, ou seja, antes da morte, que simule condições semelhantes ao estado que o Ego está prestes a deixar o Corpo Denso e levar consigo seus veículos superiores (3)? De fato, há! E elas ocorrem todos os dias. Tudo que está embaixo está também em cima e vice-versa. Se cada dia representa uma parcela de toda a vida do Ego e cada noite representa o trabalho interno do Ego realizado depois da morte, sempre haverá um momento em cada dia que simule a condição do item 3. É exatamente pouco antes de entrarmos efetivamente no sono, mas já repousando na cama, que o Corpo Denso relaxado, porém consciente, está prestes a entrar nos Planos internos. Pouco antes de atravessarmos essa fronteira, se formos capazes de direcionarmos nossa atenção e memória num processo que simule o panorama da vida que se desenrola no sentido inverso, verificando primeiramente os efeitos e depois as causas das ações (item 4), seremos capazes de reproduzir o panorama da vida. A vantagem é que somente os eventos daquele dia que acabamos de viver deverão ser relembrados.

Mas, lembre-se que as imagens produzidas devem ser transmitidas para o Corpo de Desejos (item 5). Caso contrário, apenas fortalecerá a memória dos fatos vividos e nenhum crescimento moral ocorrerá. Para que sejam transmitidos para o Corpo de Desejos, o Aspirante à vida superior deve, a cada vez que o resultado da guerra entre Espírito e seus Corpos seja reproduzido diante de seus “olhos mentais”, julgar moral e pessoalmente o resultado. Se ocorreu de acordo com suas aspirações espirituais ou não. Caso positivo deve se vangloriar e reviver o Primeiro Céu; caso negativo deve sinceramente se arrepender e fazer queimar sua personalidade no Altar do Sacrifício. Deve também prometer sacrificá-la, assim como os animais eram queimados e sacrificados nesse Altar, quando da época do Tabernáculo no Deserto, a primeira Igreja.

Note que o panorama foi seguido de maneira inversa obedecendo ao padrão natural da morte (item 6). Desse modo, os registros que estavam armazenados no Átomo-semente são revividos antecipadamente no final de cada dia. Consequentemente eles serão apagados, pois já cumpriram seu propósito de fazer o Ego crescer animicamente. Perceba o leitor que o Aspirante à vida superior antecipa o estabelecimento da harmonia que desequilibrou durante seu dia. Assim, a Lei de Consequência também desempenhará seu papel.

Se esse poderoso método for sistematicamente empregado diariamente sob as condições necessárias para tal, ao fim da vida poucos registros estarão impregnados no Átomo-semente. Assim, o panorama que deveria desenrolar para o Ego já terá cumprido seu propósito. Tanto o Purgatório quanto o Primeiro Céu poderão ser evitados e o tempo que deveria ser despendido para ocorrência desse processo de produção anímica poderá ser empregado em serviços ou aprimoramentos que fogem à nossa capacidade de imaginação. Além disso, antes que a morte ocorra, o Aspirante à vida superior estará apto a: (1) quebrar o ciclo vicioso de produção de pecados (sofrimento e morte); (2) a iniciar um processo de purificação pessoal; (3) tornar seus corpos ferramentas mais úteis para atividade do Ego; (4) a antecipar aprendizados que estariam reservados somente a vidas futuras. Conforme mencionado anteriormente, com esse método, o Aspirante à vida superior poderá intensificar o grau vibratório e sua força espiritual, capacitando-se a realizar importantes feitos na Grande Obra Divina, semelhantes àqueles desenvolvidos por pessoas consideradas santas. Esse é o motivo pelo qual Max Heindel, mensageiro direto da Ordem Rosacruz, considerou esse método como o ensinamento mais importante de todo O Conceito Rosacruz do Cosmos.

Que Deus lhe ajude a iniciar o processo de Retrospecção – o nome do Exercício Esotérico noturno descrito acima – o quanto antes, para que as maravilhas celestes possam ser concretizadas em sua vida e nas daqueles que estão entrelaçados em sua Teia do Destino.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Atitude e a Aplicação no Trabalho da Vida

A Atitude e a Aplicação no Trabalho da Vida

Vejam essa estória já famosa:

“Jerry era um tipo de pessoa que vocês iriam adorar. Ele sempre estava de alto astral e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém perguntava para ele: ‘Como vai você?’, ele respondia: ‘Melhor que isso, só dois disso!’.

Ele era o único gerente de uma cadeia de restaurantes, por quem todos os garçons seguiam seu exemplo. A razão disso era por causa de suas atitudes. Ele era naturalmente motivador. Se algum empregado estivesse tendo um mau dia, Jerry prontamente estava lá, contando ao mesmo como olhar para lado positivo da situação.

Seu estilo de ser realmente deixava-me curioso. Por isso, um dia perguntei para Jerry: ‘Eu não acredito! Você não pode ser positivo o tempo todo. Como você consegue?’. Ele respondeu: ‘Toda manhã eu acordo e digo para mim mesmo: Jerry você tem duas escolhas hoje. Escolher entre:

  • estar de alto astral ou
  • estar de baixo astral

Então escolho estar de alto astral. A todo o momento que acontece alguma coisa desagradável, posso escolher:
– ser vítima da situação ou
– aprender algo com isso

Eu escolho aprender algo com isso.

A todo o momento que alguém vem reclamar da vida comigo, posso escolher:

  • aceitar a reclamação ou
  • apontar o lado positivo da vida para a pessoa.

Eu escolho apontar o lado positivo.’.

Então eu argumentei: ‘’Tá certo! Mas não é tão fácil assim!’. ‘É fácil sim’, disse Jerry. ‘A vida consiste em escolhas. Quando você tira todos os detalhes e enxuga a situação, o que sobra são escolhas, decisões a serem tomadas. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas irão afetar o seu astral. Você escolhe estar feliz ou triste, calmo ou nervoso. Em suma: você escolhe como viver a sua vida!’.

Eu refleti sobre o que Jerry disse. Algum tempo depois eu deixei o restaurante para abrir meu próprio negócio. Nós perdemos o contato, mas frequentemente, sempre que tinha que tomar uma decisão, eu pensava nele. Alguns anos mais tarde, eu ouvi dizer que Jerry havia feito algo que nunca se deve fazer tratando-se restaurantes: ele deixou a porta dos fundos aberta e foi rendido por três assaltantes armados. Enquanto ele tentava abrir o cofre, sua mão estava trêmula e errou a combinação para abertura. Os ladrões entraram em pânico, atiraram nele e fugiram. Por sorte Jerry foi encontrado relativamente rápido e foi levado às pressas ao pronto socorro local. Depois de dezoito horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo, Jerry foi liberado do hospital com alguns fragmentos de balas ainda em seu corpo. Eu me encontrei com Jerry seis meses após o acidente. Quando eu perguntei: ‘Como vai você?’. Ele respondeu: ‘Melhor que isso, só dois disso! Quer ver minhas cicatrizes?’.

Enquanto eu olhava as cicatrizes, eu perguntei o que passou pela mente dele quando os ladrões invadiram o restaurante. ‘A primeira coisa que veio à minha cabeça foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos…’, ele respondeu. ‘Então, depois quando eu estava baleado no chão, eu lembrei que eu tinha duas escolhas ou podia escolher:

  • viver ou
  • morrer

Eu escolhi viver. ‘Eu perguntei: ‘Você não ficou com medo? Você não perdeu os sentidos?’. Jerry continuou: ‘Os paramédicos eram ótimos; eles ficaram o tempo todo me dizendo que tudo ia dar certo, que tudo ia ficar bem. Mas quando eles me levaram de maca para a sala de emergência e eu via as expressões nos rostos dos médicos e enfermeiras, eu fiquei com medo.’. Nos seus olhos eu lia: ‘Ele é um homem morto.’. ‘Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.’.

‘O que você fez?’, eu perguntei.

‘Bem, havia uma mulher grande e forte me fazendo perguntas. Ela perguntou se eu era alérgico a alguma coisa. Eu respondi que sim. Então eles pararam imediatamente para que eu continuasse minha resposta. Eu respirei fundo e respondi que era alérgico a balas…’.

Enquanto eles riam, eu disse: ‘Estou escolhendo viver; me operem como se estivesse vivo, não morto!’.

Jerry sobreviveu graças à experiência e habilidade dos médicos, mas também por causa de sua atitude espetacular.

Eu aprendi com ele que todos os dias temos que escolher:

  • viver a vida na sua plenitude,
  • viver por completo.

A partir de então acho que atitude é tudo.”.

***

Esse livre arbítrio conquistado por cada um de nós, Egos – Espíritos Virginais da onda de vida humana manifestados –, é o grande propulsor da nossa Evolução. A vontade de melhorar sempre nos inclina a alterar as matérias: física, etérica, de desejos e mental continuamente, buscando aprender, com nossas experiências, como melhor utilizá-las. Isso implica numa mudança contínua da constituição dos nossos veículos: Corpo Denso, Vital, de Desejos e da Mente.

Aos poucos vamos tomando decisões corretas em todos os desafios que são colocados para nós. E isso reflete em alterações nas matérias que constituem nossos veículos. Temos que ter a consciência que nossa vida na Terra é um tempo de semear e que colheremos os frutos na nossa vida após a morte material. Com isso, nossas decisões devem estar em harmonia com esse objetivo. Como, então, devemos decidir qual o modo melhor de semear?

A situação em si, pouco importa. O que importa é a atitude. Se nos apercebermos, tal situação se repete através de infinitos matizes para inúmeras pessoas. Afinal, como lemos em Eclesiastes Capítulo 1 versículos de 9 a 11: “O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: nada há de novo debaixo do Sol. Mesmo que se afirme: ‘Olha: isto é novo’, eis que já aconteceu em outros tempos, muito antes de nós. Não ficou memória dos antepassados, Nem dos vindouros ficará lembrança para os que vierem depois”.

Além do mais, quer saibamos ou não, cada ato das nossas vidas apressa ou prolonga o fim dessa nossa existência terrestre, na medida em que a nossa atitude esteja ou não em harmonia com a lei. Se as decisões que tomamos nos levam para caminhos inadequados ao crescimento da nossa alma, nossa vida discordante destruirá o arquétipo.

Esse arquétipo nós mesmos construímos no Mundo do Pensamento, como molde vivente de tudo aquilo que escolhemos aprender nessa existência.

Enquanto estamos dispostos a aprender o que escolhemos, ou seja: nos dedicarmos sinceramente ao propósito da nossa existência, que é a aquisição de experiências, o nosso arquétipo vibrará harmoniosamente, reforçando as suas imagens:

Aumenta, assim, a vida desses veículos e, portanto, a nossa existência aqui. Se temos a plena consciência de que aqui é o tempo para semear o máximo possível para que colhamos o máximo possível na nossa existência após a morte física, então, nos esforçaremos o máximo para prolongar a nossa existência aqui, pois cada ano acrescentado de vida aumenta enormemente o nosso tesouro celestial.

Os anos adicionados darão mais tempo para o cultivo da Alma, e o fruto dos últimos anos poderá, facilmente, superar os colhidos na primeira parte da vida. Agora, para que façamos isso de modo mais eficiente possível, é indispensável cuidarmos dos nossos veículos com o maior zelo possível:

  • Para a Mente, alimentos superiores, como pensamentos e ideias altruístas, construtivas e ordenadas, conhecimento aplicado, domínio próprio e decisões harmonizadas com a lei;
  • Ao Corpo de Desejos, alimentos superiores, como desejos, emoções e sentimentos altruístas, edificantes, virtuosos, forças construtivas, entusiasmos, paciência, tolerância e afins;
  • Ao Corpo Vital, alimentos superiores, como repetição de coisas boas, formação de bons hábitos, amor, estabilidade e equilíbrio e afins;
  • Ao Corpo Denso, alimentos que supram as reais necessidades físicas, proteínas, vitaminas, sais minerais, compostos de fibras, grãos, frutas, legumes, verduras, muita água; praticando exercícios físicos, equilibrando todos os nove sistemas que compõe o nosso Corpo Denso.

De modo a chegarmos a idades avançadas com veículos que ainda sejam eficazes para adquirir as experiências que se apresentarem.

Por fim, resta-nos a pergunta: Como saber quando semear? Ou em outras palavras: Como alcançar o máximo grau de realização nessa existência, de modo que quando terminar possamos aproveitar o máximo de todas as oportunidades que nos foram apresentadas?

Os Astros e os Signos relatam a história. Elas mostram nossas faculdades e o momento mais propício, tanto para plantar as sementes da Alma como para auxiliar e curar todas as nossas enfermidades. Por isso, a Fraternidade Rosacruz tem muito empenho no estudo da Astrologia Rosacruz. O conhecimento dessa escrita astral é a força para melhor agir, e assim obter um maior crescimento anímico, da Alma.

Utilizando a Astrologia Rosacruz como orientação para as nossas vidas, podemos deixar de nos arrastar pela corrente da vida governando conscientemente o fluxo e refluxo da matéria, dentro e fora do nosso ser. Deixaremos de ser joguetes das circunstâncias. Só assim viveremos na consciência solar, determinando nossas experiências pela radiação do nosso próprio centro, e não pela resposta aos impulsos e tendências externas, sejam dos nossos planetas no nosso tema, seja advinda das circunstâncias.

Afinal, como lemos numa oração bem antiga, que devemos sempre repetir quando notamos estarmos sendo levados pela corrente da vida:

Eu não sou meu Corpo Físico, senão o Ego que o usa.

Eu não sou meus desejos, senão o Ego que os controla.

Eu não sou meus pensamentos, senão o Ego que os cria.

Essas coisas não são senão expressões temporais de mim, o Eu Eterno.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

É Tempo de Renovação Espiritual

É Tempo de Renovação Espiritual

O Ego, quando entrou pela primeira vez na posse de seus veículos, na Época Lemúrica, não possuía o cérebro, nem a laringe. Para suprir essa deficiência, metade da força criadora sexual foi desviada para cima e empregada para construir esses órgãos. Construindo o cérebro, o Ego poderia transmitir os seus pensamentos e construindo a laringe ele poderia se comunicar com os outros seres renascidos aqui na Região Química do Mundo Físico. Daí deduzimos que o pensamento é criador por derivar da força criadora sexual.

O ato de transmitir o pensamento aqui, uma vez esse pensamento criado pelo Ego, envolve não somente o emprego de cérebro físico, como também do cérebro etérico, do Corpo de Desejos e da Mente. Assim, o pensamento é a mola impulsora de toda atividade humana, através da Mente, para se expressar aqui.

Como disse Max Heindel: “Como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. De fato, o pensamento é a força criadora que permite ao Ego se expressar.

Com isso, nossos pensamentos passam a ter uma forte influência sobre nós, isto é, uma nova conduta em nossas disposições e em nossa vida íntima. Como também, esses pensamentos têm grande influência na sociedade a que pertencemos e na família com que moramos.

Quando nascemos neste Mundo Físico, o Ego acabou por construir Corpos de diferentes graus de cristalização e por ter essa estrutura cristalizada é dotado de limitações quanto ao que é capaz de fazer, mas, mesmo assim, é dotado também de forças e poderes latentes. Pois somente assim o Ego é capaz de atingir a meta da vida que é a evolução do inconsciente para o consciente, da desarmonia para a harmonia, da passividade para a criatividade. Isso passa a ser nossa obrigação diária, já que a meta da nossa vida é a evolução, e temos que desenvolver e empregar esses poderes no caminho para a perfeição.

Contudo, quando olhamos uma criancinha com seu pequeno corpo desamparado e dependente de sua mãe, torna-se difícil imaginá-lo como um ser humano crescido e capacitado para usar livremente seu corpo e dotado de todas as forças invisíveis, esteja pronto para manifestar-se no seu tempo apropriado. É graças a essas forças e poderes latentes que é possível a evolução no caminho espiritual.

A criança tem a Mente aberta e sempre pronta a receber novas ideias e experimentar novas maneiras de agir e de fazer coisas novas. Algumas crianças crescem e tornam-se preguiçosas e acomodadas, das quais muitas delas estão satisfeitas com sua situação atual e não se esforçam para mudar nada. Outras crescem com esperança e sonhos e pensam em atingir a maioridade rapidamente para realizar grandes coisas na vida.

Todavia, quando crescemos, muitas vezes, acontece que ao depararmos com repetidas frustrações, acabamos por perder um pouco dessas esperanças e sonhos.

Na Epístola de São Paulo aos Filipenses, cap. 4, 8, é nos sugerido o seguinte: “Quanto no mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro… se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai”.

Porém o verdadeiro Aspirante à vida superior deve e precisa usar sua força de vontade e continuar trabalhando até conseguir a sua meta, isto independe de idade ou desilusões encontradas no caminho. Temos que eleger o caminho que desejamos trilhar e persistir sempre nele, apesar dos tropeços.

Porque quando essas forças dentro de nós são liberadas, elas podem produzir um efeito grandioso em prol do nosso crescimento espiritual. O que precisamos é estar atentos para canalizar essa força de forma adequada no sentido do bem e no emprego das leis espirituais.

Como lemos na Epístola de São Paulo aos Romanos (12:2) “Não sejas conformado a este mundo, mas sejas transformado pela renovação da tua Mente, para que possas comprovar que essa é boa, aceitável, e é a perfeita vontade de Deus”.

No livro escrito por Max Heindel: “A Teia do Destino” encontramos uma passagem que nos esclarece que desde a puberdade, e durante toda nossa vida, existe uma força espiritual que é gerada internamente e que poderá ser usada para três fins que são: “Geração, Degeneração e Regeneração”. Porém dependerá de nós a escolha do caminho para percorrer. Sabemos que no caminho da evolução não existe a possibilidade de ficar parado esperando as coisas acontecerem. Estas são as duas alternativas que nos apresentam e que são: a regeneração ou a degeneração.

Contudo, se algumas vezes perdemos nosso rumo aqui na Terra, esquecendo os valores reais e eternos diante de tantas coisas desanimadoras, é momento de nos conscientizarmos dessa nossa situação e passarmos a fazer um inventário das nossas atitudes e de nossa existência aqui e depois procurar os valores superiores e a maneira correta para renovarmos nossa força.

No Livro do Apocalipse, cap. 21:5 encontramos o seguinte: “E aquele que estava sentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas”, e acrescentou: “Escreve, porque estas palavras são muito dignas de fé e verdadeiras”.

Isso mostra que estamos regenerando. Ela se dá por meio do renascimento, quando o Ego passa pelo ciclo de manifestação para adquirir experiência e pelo ciclo de retração para um período de avaliação e planejamento.

Podemos chamar esses ciclos de manifestação e retração como nascimento e morte. Pela morte procurarmos eliminar as imperfeições mediante as experiências vivenciadas no Purgatório e no Primeiro Céu e pelo nascimento criamos um corpo novo e melhor para adquirirmos mais experiências. Todavia, não precisamos esperar a morte para nos regenerarmos e eliminar nossos maus hábitos. Podemos e devemos praticá-lo na nossa vida terrena mediante o Exercício da Retrospecção todas as noites, antes de dormir. Sabemos que para a maioria esse Exercício é muito difícil, mas devemos nos empenhar e muito nessa prática, pois somente assim conseguiremos a regeneração e perfeição independente do processo de renascimento físico e assim seguiremos o caminho da Iniciação não pelo caminho serpenteante do Caduceu de Mercúrio, mas pelo bastão desse símbolo.

No Evangelho Segundo São Mateus, cap. 10, 34 lemos: “Não penseis que vim trazer a paz à terra. Não vim trazer a paz e sim a espada”. Isso mostra que devemos eliminar o velho que está dentro de nós e nos adaptar ao novo processo, tanto aos costumes quantos as atitudes de vingança, vaidade, egoísmo e orgulho. Devemos aplicar essa espada dentro de nós mesmos e substituir essas atitudes por outras mais elevadas para que possamos nos transformar em seres mais sutis e elevados, sem interesses materiais e sem ambições terrenas.

Também, no Evangelho Segundo São Mateus, cap. 11, 29-30 lemos: “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração, e acharei o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é leve e meu peso é suave”. Sabemos que nossa habitação é o coração, então não devemos jamais fechar essa porta, pois se nos esforçarmos para melhorarmos e corrigirmos, com certeza, eliminaremos de nosso coração tudo o que seja inferior e negativo. E recordemos o conselho do mestre Cristo quando disse: “Imite a mim que sou manso e humilde de coração”.

O trabalho do Cristo anual nos auxilia no foco da renovação/regeneração e através do Espírito Planetário do Cristo estamos recebendo o impulso e crescimento para nos purificarmos. Sem esse impulso de vida cósmica não seria possível germinar semente alguma na Terra e não existiria o ser humano, o animal ou nenhuma outra forma de vida. As nossas vidas, embora sejam castigadas por duras provas, devemos vê-las como oportunidades gloriosas de progresso para busca da sabedoria e da verdade. Porque todos nós temos uma tarefa a ser cumprida neste mundo. Na verdade, temos capacidade para suportar e superar qualquer dificuldade, mas muitas vezes enfraquecemos diante dessas dificuldades e acabamos por esmorecer.

Contudo, um Estudante Rosacruz é um pioneiro nessa luta, precisa se esforçar e porque não se comprometer SEMPRE na busca do bom, nobre e verdadeiro para encher nossos corações de paz, amor, tolerância e compreensão e assim conseguir ajudar eficazmente para criar um mundo com condições melhores para nós e para nossos irmãos e irmãs? Lembremos que um verdadeiro Estudante Rosacruz está sendo constantemente observado por seres humanos visíveis (aqui renascidos) e invisíveis na nossa vida diária e muitos se espelhando nele para crescimento evolutivo de cada um deles.

Vamos aproveitar este período em que o Cristo está voltando o seu foco nesse Planeta onde, atualmente, é o Seu Regente, para que nos coloquemos metas a serem atingidas em nossos ideais espirituais como coisas simples do nosso dia a dia, porém, difíceis de serem eliminadas do nosso pensamento e do nosso coração como: ressentimento, divergências, medo, egoísmo, orgulho, apego ao passado e outras atitudes mais.

Porque isto são as tentações pequenas que se não as vencermos, certamente deixamos de nos estruturar para desempenhar um trabalho maior no caminho espiritual.

Para finalizar, sigamos o conselho de Cristo Jesus: coloquemos o “arado na terra” e não olhemos para trás, pois cada um receberá sua recompensa na medida justa de suas obras.

“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quais as Causas da Insanidade?

Pergunta: Quais as causas da insanidade?

Resposta: Responder a essa pergunta requereria muitos volumes, mas podemos dizer que, do ponto de vista do ocultista, há quatro classes de insanidade.

A insanidade é sempre causada por uma ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o seu veículo Corpo Denso. Essa ruptura pode ocorrer entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, entre o Corpo de Desejos e a Mente, ou entre a Mente e o Ego. A ruptura pode ser completa ou apenas parcial.

Quando a ruptura acontece entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre esse e o Corpo de Desejos, temos pessoas com deficiência intelectual extrema. Quando a ruptura ocorre entre o Corpo de Desejos e a Mente, o comando é exercido pelo violento e impulsivo Corpo de Desejos e temos o maníaco delirante. Quando a ruptura se dá entre o Ego e a Mente, a Mente domina os outros veículos e temos o maníaco astuto, que pode enganar a pessoa que está cuidando dele fazendo-a acreditar que é perfeitamente inofensivo, enquanto trama algum plano ardiloso e diabólico. Repentinamente, ele pode revelar a sua mentalidade doente e causar uma terrível catástrofe.

Há uma causa de insanidade que seria aconselhável esclarecer, a fim de ser possível evitá-la. Quando o Ego está se preparando do Mundo invisível para um novo nascimento, várias classes de renascimentos disponíveis lhe são mostradas, em panoramas. Ele vê a vida futura nos seus maiores e mais importantes acontecimentos, como um filme rodando diante da sua visão. Geralmente, é-lhe dada a opção de escolha dentre as várias vidas apresentadas. Naquele momento, vê as lições que precisa aprender, o destino que gerou para si em vidas passadas, e qual a parte desse destino que terá de liquidar em cada um dos renascimentos oferecidos. Então, faz a sua escolha e é guiado pelos agentes dos Anjos do Destino para os pais e a família onde vai viver a sua vida futura.

Essa vista panorâmica se desenrola diante dele no Terceiro Céu, onde o Ego está sem nenhum dos seus Corpos e se sente espiritualmente acima das sórdidas considerações materiais. E muito mais sábio do que quando renasce aqui na Terra, onde se torna cego pela carne até um ponto inconcebível. Mais tarde, quando a concepção ocorreu e o Ego está prestes a entrar no útero materno, aproximadamente no décimo oitavo dia após esse acontecimento, começará o contato com o molde etérico do seu novo Corpo Denso, criado pelos Anjos do Destino, para formar o cérebro que imprimirá sobre o Ego as tendências necessárias para tecer seu destino.

Ali, o Ego vê novamente desfilar as imagens da sua vida futura, da mesma forma que o afogado percebe as imagens da sua existência passada — num lampejo. Nesse momento, o Ego já está parcialmente cego a respeito da sua natureza espiritual, e percebe que a vida futura será penosa e, então, frequentemente reluta em penetrar no útero e fazer as conexões cerebrais apropriadas. Procura se retirar rapidamente, e ao invés dos Corpos Vital e Denso ficarem concêntricos, o Corpo Vital, formado de Éter, pode ser parcialmente puxado acima da cabeça do Corpo Denso. Nesse caso, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Vital e o Corpo Denso é rompida e o resultado será uma idiotice congênita, epilepsia, dança de São Vito[1] e doenças nervosas similares.

A relação desarmoniosa entre os pais, o que às vezes existe, é frequentemente a gota d’água que leva o Ego a não querer entrar em tal ambiente. Por essa razão, nunca é demais convencer os prováveis pais que, durante o período de gestação, é da máxima importância que tudo deva ser feito para que a mãe permaneça num estado de satisfação e harmonia. A passagem pelo útero é um momento penosíssimo para o Ego; solicita toda a sua sensibilidade a um grau máximo e as condições desarmoniosas do lar em que vai entrar lhe serão, naturalmente, uma fonte adicional de desconforto, a qual pode resultar no terrível estado de coisas acima mencionado.

(Pergunta nº 44 do Livro “A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I”, de Max Heindel)


[1] N.T.: Coreia reumática de Sydenham (do grego khorea, dança) ou a dança de São Vito é um distúrbio neurológico que afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática, mais frequente entre meninas e/ou crianças e adolescentes. A descrição mais famosa da doença foi feita em San Vito, Itália, em 1686, por Sydenham no livro Schedula Monitoria.

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