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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Nossa Maior Capacidade de Realizar qualquer coisa Via o Livre Arbítrio

Livre arbítrio e determinismo: em quais proporções cada um destes elementos entra no destino do ser humano?

A definição mais simples é dada pelas Religiões que admitem que Deus criou uma alma virginal à cada nascimento; a partir do momento em que ela é criada, esta alma é livre para escolher entre o bem e o mau; essa escolha determina a vida da alma por toda a eternidade.

Aquele que raciocina constata, imediatamente, que os seres humanos não são iguais desde o nascimento; o meio onde a criança nasceu age profundamente sobre o destino dela. Como consequência, todas as crianças não partem do mesmo ponto; a fortuna dos pais, o ambiente no qual aquela criança cresceu, e outras considerações ainda fazem com que o meio tenha uma influência considerável; a luta pela vida não é a mesma para todos; alguns parecem favorecidos e outros parecem sacrificados.

Nós estimamos que haja uma causa para tal diferença, dado que a ciência materialista admite que isso esteja ligado à evolução da vida nas formas, que é um efeito biológico dado ao acaso.

O Princípio da Causa e Efeito indica que a sorte não é nada além de um nome dado à uma lei pouco conhecida.

A Lei de Causa e Efeito é absoluta; ela é aplicada em tudo. É necessário refletir frequentemente, meditá-la por bastante tempo e admiti-la completamente. Nada escapa a essa Lei. Aplicando o princípio de tal Lei, nós consideramos o nascimento como um Efeito; nós concluímos que deve haver uma Causa pré-existente e que o acaso – inexistente por si só – não pode ser levado em conta.

No entanto, a cadeia de causas e efeitos não é uma repetição monótona. Há sempre um influxo contínuo de causas novas e originais. Esta é a espinha dorsal da evolução – a única realidade que lhe dá sentido e a converte em algo mais que a simples expansão de qualidades latentes. Este importante fator é o único que pode explicar de modo satisfatório o sistema a que pertencemos.

Com a divina prerrogativa do livre-arbítrio, temos o poder da iniciativa, de forma que podemos adotar uma nova linha de conduta a qualquer momento que queiramos!

Lembremo-nos que por muito degradado que seja um ser humano, tem sempre o poder de semear o bem, mas deve esperar até que essa semente possa florescer num ambiente propício. Cada um de nós, ainda que sujeito aos dias passados, é livre no que diz respeito ao amanhã. 

Há uma Parábola na Bíblia que nos auxilia a compreender e a aplicar melhor esse conceito:

Pois será como um homem que, viajando para o estrangeiro, chamou os seus próprios servos e entregou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, a outro um. A cada um de acordo com a sua capacidade. E partiu. Imediatamente, o que recebera cinco talentos saiu a trabalhar com eles e ganhou outros cinco. Da mesma maneira, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas aquele que recebera um só o tomou e foi abrir uma cova no chão. E enterrou o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos voltou e pôs-se a ajustar contas com eles. Chegando aquele que recebera cinco talentos, entregou-lhe outros cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me confiaste cinco talentos. Aqui estão outros cinco que ganhei’. Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’ “Chegando também o dos dois talentos, disse: ‘Senhor, tu me confiaste dois talentos. Aqui estão outros dois talentos que ganhei’. Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’ Por fim, chegando o que recebera um talento, disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. Assim, amedrontado, fui enterrar o teu talento no chão. Aqui tens o que é teu’. A isso respondeu-lhe o senhor: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que eu colho onde não semeei e que ajunto onde não espalhei? Pois então devias ter depositado o meu dinheiro com os banqueiros e, ao voltar, eu receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento que tem e dai-o àquele que tem dez, porque a todo aquele que tem será dado e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o fora nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!‘”  (Mt 25:14-30).

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Entendendo a Doutrina do Perdão dos Pecados

Popularmente se ensina, na Religião Cristã, que o Cristo morreu por nossos pecados e que se cremos n’Ele seremos perdoados. A incapacidade de crer – ou mesmo de compreender – o perdão dos nossos pecados levou muitos a crer exclusivamente na Lei de Causa e Efeito. Outros acham, ainda, que por causa das Religiões orientais ensinarem a Lei de Consequência e do Renascimento mais abertamente que as Religiões ocidentais, essas Religiões orientais são melhores, mais desenvolvidas e mais completas.

Procuraremos mostrar aqui como a Lei de Causa e Efeito ou a Lei de Consequência, muitas vezes chamada também de Lei de Compensação ou Lei de Retribuição, harmoniza-se perfeitamente com a Doutrina do Perdão dos Pecados, fornecida por Cristo, e como ambas agem de maneira vital na nossa evolução.

Na Bíblia, no Cap. 6, 7-9 da Epístola de Gálatas, é-nos dito: “Não vos enganeis; com Deus não se brinca porque tudo que o homem semear, isso também colherá.“, mostrando que a Lei de Causa e Efeito é uma realidade no nosso cotidiano e estamos sempre colhendo o que nós semeamos, nessa vida e nas vidas passadas.

Entretanto, podemos colher coisas boas se semeamos coisas boas, ou seja, podemos utilizar do nosso poder criador e colocar em ação causas não geradas antes, causas originais, que não tem nada a haver com o nosso passado, pois como também lemos na continuação em Gálatas (6,9-10): “Não nos cansemos de fazer o bem, pois no momento devido haveremos de colher (…). Enquanto dispomos de tempo, façamos bem a todos“.

Agora, sem dúvida existe um porquê das Religiões orientais possuírem apenas uma parte do ensinamento completo que se encontra na Religião Cristã. Todas as Religiões só existem porque existem pessoas que necessitam do grau de ensinamento que tais Religiões propõem. As Religiões orientais são Religiões muito antigas, dadas a todos nós num tempo em que todos nós precisávamos de tal tipo de ensinamento.

Naquele tempo éramos de natureza mais espiritual do que somos hoje. Todos éramos conscientes que renascíamos, de tempo em tempo, aqui na Terra, sempre construindo novos corpos para evoluirmos mais.

Sabíamos que o nosso verdadeiro lar não era aqui na Terra, que aqui éramos peregrinos e considerávamos a nossa existência aqui: como ruim, desinteressante, restritiva e não dávamos muita atenção para tal existência.

Ou seja, ficávamos inseridos nos nossos veículos, mas vivendo uma realidade espiritual.

O nosso Planeta era insípido, mal-acabado, selvagem, não conquistado. Dominado por vulcões, desertos, terras áridas, terremotos, tormentas, tempestades; era impraticável qualquer tentativa de levar uma existência produtiva e construtiva num lugar assim. Passávamos nossa existência aspirando ao momento de voltar para o nosso verdadeiro lar. Enquanto estávamos de dentro, aprendendo a construir os órgãos e os sistemas do nosso Corpo Denso, ainda tínhamos o que fazer durante a estada nos nossos veículos.

Mas, quando tínhamos aprendido a construir todos os órgãos e sistemas dos nossos Corpos Denso e Vital, nada mais tínhamos que fazer.

Então, passamos a ser indolentes, preguiçosos, aspirando a terminar a existência aqui na Terra, para voltarmos para o nosso Lar. Insistíamos em não dar atenção a esse Mundo Físico e, em particular, ao nosso Planeta. Se tal situação continuasse, todo o trabalho de aprendizagem de construção dos dois veículos para funcionar no Mundo Físico tinha sido jogado fora. Pois, teríamos os dois veículos, mas se não os utilizássemos, a fim de os aperfeiçoarmos, rapidamente eles se cristalizariam e a atrofia total os fariam completamente inúteis.

Sabemos que para um Corpo funcionar em um determinado Mundo, necessitamos tomar material disponível desse Mundo. Como não estávamos focando nosso trabalho nesse Mundo Físico, então tínhamos material muito pobre para construir o Corpo Denso e o Corpo Vital. Portanto, nossos dois Corpos eram incompletos, cristalizados, lentos e ineficientes. Duravam muito pouco aqui na Terra. Não tínhamos material disponível. Assim, se não partíssemos para o domínio desse Mundo, todo trabalho, até então, estaria perdido. Tínhamos que dar continuidade ao nosso caminho, então chamado de Involução, mergulhando e conquistando o ponto mais denso que nós podíamos chegar nesse atual Esquema de Evolução: a Região Química do Mundo Físico.

Foi então que, quando estávamos numa Época, conhecida na terminologia Rosacruz, como Época Atlante, fomos divididos em nações e famílias, a fim de: se tornar mais fácil a orientação para a conquista desse Mundo; desmanchar o sentimento de fraternidade universal que tínhamos (lembrem-se: inocentes e inconscientes do Mundo Físico); atender os diferentes graus de evolução que cada um de nós temos; e tornarmos conscientes desse Mundo Físico, desenvolvendo a nossa individualidade.

Entramos no regime de Jeová (especialista na construção de Corpos Denso e Vital): das Religiões de Raça; da orientação dos Arcanjos, como Espíritos de Raça, de Tribo e de Família, agregando-nos em tais grupos; e dos Anjos, quando Jeová destacou para cada um de nós um Anjo da Guarda perdurando, tudo isso, o tempo necessário para que cada um de nós se torne suficientemente forte para nos emanciparmos de toda a influência externa.

Com todo esse esquema armado, partimos para dominar esse Mundo Físico: aprendemos a construir os pulmões. Com isso pudemos trabalhar em partes da Terra que nos dava mais mobilidade, mais poder de ação, e não mais no meio submerso, enevoado e embaçado da Atlântida; herdamos a Terra Prometida, que nos fala na Bíblia. Aliás, tal termo resultou porque logo após a implantação desse novo esquema houve a necessidade de apropriar um Planeta com as mínimas condições para a nossa aprendizagem.

Condensação das águas, inundações, afloramento de terra firme, foram delineando as partes do Planeta que seria povoada por nós. Quando tudo estava pronto, herdamos essa Terra Prometida.

Com a Terra Prometida foi nos dada a orientação encontrada em no Livro do Gênesis 1,28: “frutificai e repovoai a Terra“, ou seja: naquela época foi necessário construirmos Corpos Denso e Vital para que tivéssemos muitos irmãos e muitas irmãs renascidos aqui. Aprendemos a adquirir bens materiais a fim de focarmos mais no Mundo Físico, esquecendo temporariamente a existência de outra coisa que não a vida terrestre. Impuseram o matrimônio dentro da família, a fim de focarmos mais no Mundo Físico e facilitar a congregação nossa em família.

Estimularam o uso de bebidas fermentadas externamente (alcoólicas) e do fumo, a fim de focarmos mais no Mundo Físico, paralisando a nossa sensibilidade espiritual. Foram dadas as Leis com os seguintes argumentos: se obedecêssemos às ordens dadas pelos vários Espíritos de Raça, seríamos recompensados. Por outro lado, se transgredíssemos e desobedecêssemos às suas Leis, deveríamos pagar: passando fome, sendo acometidos por pestes e outras calamidades de ordem material.

Com isso focamo-nos mais no Mundo Físico, afinal sob esse regime não havia nenhuma promessa de paraíso, pois como lemos no Antigo Testamento: “mesmo os céus pertencem ao Senhor, mas a Terra Ele a deu aos filhos dos homens.“. E foi com todo esse estímulo e motivação que nos aplicamos com a maior diligência para tirar o melhor proveito possível de tudo, pensando ser essa vida aqui a única oportunidade de estarmos aqui.

O grande efeito disso aqui está a nossa volta: convertemos o ocidente num verdadeiro jardim, num paraíso para a evolução material no planeta Terra; construímos, nós mesmos, durante nossos renascimentos, uma Terra fertilíssima e rica de toda espécie e minerais que precisamos para nossas indústrias; e, assim, atingimos o nosso objetivo de conquistar a Região Química do Mundo Físico.

O nadir desse mergulho na Região Química do Mundo Físico, conhecido como Nadir da Materialidade, foi atingido por nós ainda no final da Época Atlante. Ou seja, a conquista total dessa Região já foi feita por nós.

Em outras palavras, já no início da presente Época Ária, que é a Época a seguinte a Época Atlante, como conhecida na terminologia Rosacruz, deveríamos estar no caminho de volta em direção a conquista da Região Etérica do Mundo Físico.

Mas, e esse é um “mas” importantíssimo, havia alguns perigos de apego, de esquecimento, de revolta e de perdição que tal esquema poderia propiciar para nós. Além, obviamente, de que, nós sendo criadores potenciais divinos, dificilmente aceitaríamos ser guiados em tudo, por um longo tempo, por seres externos.

E foi aí que nos atrasamos: com a Lei de Jeová, onde a transgressão deveria ser paga, acumulamos muitas dívidas, porque estávamos sempre transgredindo.

Com isso, cada existência aqui no Mundo Físico estava servindo somente para pagar dívidas. Não sobrava tempo para criarmos nada de original. Somos muito teimosos e curiosos.

Somente sob a Lei de Causa e Efeito não poderíamos mais evoluir: apegamo-nos demais na conquista de bens materiais. Assim, aos poucos, o egoísmo e a autossatisfação tornaram-se soberanos e as boas ações, que são a base da vida celestial onde se realiza o progresso espiritual, foram negligenciadas; quanto mais inteligentes nos tornávamos, mais a astúcia e a cobiça estimulavam-nos a acumular um tesouro na Terra, sem o menor pensamento dirigido para o tesouro do céu, tão necessário para o progresso espiritual; com pouco material para construir Corpos Denso e Vital mais sutis, esses foram se cristalizando cada vez mais e se isso continuasse indefinidamente, a evolução teria sido paralisada, a Terra cristalizada; ainda tomamos a rédea da nossa evolução, atendendo os apelos dos Espíritos Lucíferos, entretanto, usando e abusando da força sexual criadora divina, o que aumentou o grau de cristalização dos nossos Corpos. E, assim, mais uma vez, precisamos de ajuda externa para evitar que nós nos perdêssemos nesse Esquema de Evolução.

E veio, então, o Cristo, que teve como premissa principal mudar a máxima “olho por olho, dente por dente” para “amai os vossos inimigos“.

Ele trouxe a Doutrina do Perdão dos Pecados, que resolveu o nosso problema de transgredir a Lei e acumular dívidas a serem pagas sob a Lei de Causa e Efeito.

Vamos ver como ela permite que façamos isso: obviamente deve haver uma base sólida nessa Doutrina. Vamos a ela: quando observamos em torno de nós notamos os diferentes aspectos da natureza, encontramos com outras pessoas com as quais convivemos e mantemos várias transações e todas as visões, sons e cenas observamos por meio de nossos órgãos dos sentidos. Mas muitos detalhes nos escapam, pois, nossa atenção é, muitas vezes, dividida. Perdemos grande parte das experiências por falta da nossa aplicação.

Além disso, essa nossa Memória Consciente que utilizamos para essas observações, lamentavelmente falha. Mas temos outro tipo de Memória, a Subconsciente. Vejamos como ela funciona: o Éter, contido no ar que respiramos, leva, consigo, até os pulmões e daí até o sangue uma pintura fiel e detalhada de tudo que está em nossa volta: cenas, sentimentos, desejos, palavras e atos. O sangue, saturado por essas imagens etéricas gravadas, chega até o nosso coração. No ventrículo esquerdo do coração, num local chamado ápice se encontra o Átomo-semente do nosso Corpo Denso. Todas as imagens trazidas pelo sangue são gravadas nesse Átomo-semente. Desse Átomo-semente, tais imagens são refletidas no Éter Refletor do nosso Corpo Vital, onde está a Memória Subconsciente. Ou seja: essa Memória possui a recordação de todas as imagens que nós vivemos compostas dos atos, sentimentos, desejos e pensamentos. É esse arquivo de imagens que compõe o Panorama da Vida que revivemos quando morremos e que é a base de toda nossa aprendizagem nos Mundos Espirituais após a morte.

Todos os atos, pensamentos, sentimentos e desejos bons e maus que fizemos para os outros, lá estão gravados. Pelos considerados maus, sofremos no Purgatório e muito teremos que expiar numa nova vida devido essas más ações, tais como restrições, doenças, dificuldades e atraso evolutivo. Os atos bons, por outro lado, são assimilados no Primeiro Céu e formam a base das nossas qualidades, caráter, alegria, oportunidades e avanço evolutivo, para a próxima vida.

E é exatamente na eliminação das imagens que compõe o que passaremos no Purgatório, que atua a Doutrina do Perdão dos Pecados. Se cada um nós, examinarmos todos os dias, as imagens que vivemos e, a cada uma que fizemos mal aos outros com um caráter: piedoso, devoto, com uma disposição de arrependimento e de reforma íntima, tentando ou com novas ações, ou com orações, ou com nova disposição, ressarcir o prejuízo evolutivo causado por nós aos outros, conseguiremos apagar as imagens dos nossos erros que estão registrados no Átomo-semente do Corpo Denso, sejam tais erros por comissão ou por omissão. Está aqui a imensa importância do Exercício de Retrospecção!

Ou seja, após a morte, tais imagens não estarão mais lá para fazerem parte do Panorama da Vida e, consequentemente, não estarão no Purgatório e, nem como novas causas de restrições, doenças, dificuldades e atraso evolutivo a serem expiadas numa nova vida. Afinal: lição aprendida, ensino suspenso.

Com isso concluímos que somente a doutrina da Lei de Causa e Efeito não satisfaz as necessidades do verdadeiro Aspirante a Vida Espiritual. Mas a Doutrina Cristã, composta da Lei de Consequência e a do Perdão dos Pecados, fornece um ensino mais completo do método empregado pelos grandes Líderes que ajudam a humanidade para nos levarmos para frente e para cima no Caminho da Evolução.

Afinal, com a Doutrina do Perdão dos Pecados cada um de nós temos a força necessária para lutar, apesar dos repetidos fracassos e para conseguir a subjugação da nossa natureza inferior que insiste em conquistar a, já muito bem conquistada, Região Química do Mundo Físico.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há alguma Relação entre a Hereditariedade e a Enfermidade?

Resposta: Lamentavelmente as pessoas atribuem suas más qualidades a hereditariedade, culpando seus pais por elas, ao passo que o mérito das boas qualidades atribui a si mesmos. Contudo, o fato mesmo de diferenciarmos o que se herda do que é propriamente nosso demonstra que existem dois aspectos da natureza humana: a forma e a vida.

Somos atraídos ao nascer e viver com as pessoas que convivem conosco devido a Lei de Causa e Efeito (ou Consequência) e a lei de Associação (ou Atração). A mesma lei que faz com que os músicos procurem a companhia de outros músicos e ser reúnam nas salas de concertos, ou que os apostadores se juntem nos hipódromos ou nas casas de jogo ou que as pessoas estudiosas se reúnam nas bibliotecas ou nos centros de cultura, também faz com que as pessoas de tendências e gostos semelhantes nasçam na mesma família.

Quando ouvimos uma pessoa dizer: “Sei que sou extravagante, mas não posso evitá-lo, é característica da minha família”.

Isso é a expressão da Lei de Associação (Atração) e quanto mais cedo reconhecermos que devemos vencer os nossos maus hábitos e cultivar a virtude em seu lugar, em vez de atribui-los alei da Hereditariedade, tanto melhor para nós.

O ser humano é essencialmente Espírito e vem para o Mundo Físico, em cada novo renascimento, equipado com uma natureza mental e moral que é absolutamente sua, tomando dos seus pais somente os materiais necessários para formar o seu corpo físico, o Corpo Denso.

Portanto, a hereditariedade só é verdadeira no que se refere aos aspectos materiais do Corpo Denso, mas, não relativamente às qualidades anímicas que são absolutamente individuais.

O Ego que renasce faz algum trabalho em seu Corpo Denso, incorporando nele a quinta essência das suas qualidades anímicas físicas passadas (para a grande maioria das pessoas é um trabalho bem pequeno em comparação com o que herda dos pais). De qualquer modo, nenhum corpo é uma mistura exata das qualidades dos pais, embora o Ego se veja limitado a utilizar os materiais fornecidos geneticamente pelo Corpo do pai e da mãe. Daí um músico renascer onde possa obter o material preciso para formar mãos ágeis e ouvidos delicados com suas sensitivas fibras de Corti e o ajuste correto dos três canais semicirculares. A composição destes materiais está, todavia, sob o controle do Ego, até o ponto citado.

No feto, na parte inferior da garganta, bem por cima do esterno, existe uma Glândula Endócrina chamada Glândula Timo, que é maior durante o período da gestação e que vai se atrofiando gradualmente com o crescimento da criança e sua função desaparece quase que completamente em torno dos quatorze anos, em geral, quando os ossos já estão devidamente formados. A ciência tem ficado muito intrigada com a utilidade dessa Glândula e várias teorias foram propostas a respeito. Uma dentre essas teorias, sustenta que essa Glândula fornece o material necessário à formação dos corpúsculos vermelhos do sangue, até que os ossos estejam devidamente formados na criança, de modo que esta possa fabricar seus próprios corpúsculos. Essa teoria é correta. Durante seus primeiros anos, o Ego que habita o corpo da criança não está na plena posse do mesmo e reconhecemos que a criança não é responsável pelos seus atos, pelo menos antes dos sete anos e, às vezes, até os quatorze. Durante este período a criança não é responsável legalmente pelos seus atos e assim deve ser, porque o Ego que está no sangue só pode agir adequadamente no sangue de sua própria criação, de modo que no corpo infantil, no qual o sangue é fornecido pelos pais mediante a Glândula Timo, a criança na realidade não é dona de si mesma.

É por esse motivo também que as crianças não falam de si como “eu”, mas se identificam com sua família. São o “filhinho da mamãe ou a filhinha do papai”. As criancinhas dizem: “Maria quer isto” ou “Joãozinho quer aquilo”, porém tão logo alcancem a idade da puberdade e começam a gerar seus próprios corpúsculos sanguíneos, começam a ouvir de forma positiva: “Eu farei isto”, “Eu quero aquilo”. Desde esse momento começam a afirmar a sua própria individualidade e a se distinguir de sua família.

Em vista de tudo isto, podemos concluir que o sangue, bem como o corpo, durante os anos da infância é herdado dos pais. Por esse motivo a tendência a certas enfermidades também vem com o sangue: não a enfermidade, mas a tendência. Depois dos quatorze anos, quando o Ego começa a gerar seus próprios corpúsculos sanguíneos, dependerá muito da própria pessoa o fato de tendências se manifestarem ou não.

(Extraído do livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Palavra Criadora

A) Na Bíblia, no Gênesis, Capítulo 1, Versículo 1, encontramos: “No princípio Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Disse Deus: Faça-se a Luz e a luz foi feita”.

B) No evangelho de São João, Capítulo 1, Versículo 1, lemos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus”.

No Versículo 14, complementa-se: “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos sua glória, a glória que um Filho Único recebe do seu Pai cheio de graça e de verdade...”.

C) Ainda em São João, no Capítulo 19, Versículo 30 lemos: “Havendo Jesus tomado do vinagre disse: TUDO ESTÁ CONSUMADO! (Consumatum est). Inclinou a cabeça e rendeu o espírito”.

No “Conceito Rosacruz do Cosmo”, temos no Capítulo 16: “A Palavra Criada”.

“A Mente é o instrumento mais importante que o espírito possui, um instrumento especial na obra da criação. A laringe espiritualizada e perfeita, falará a Palavra Criadora, mas a Mente aperfeiçoada decidirá quanto à forma particular e volume de vibração. A Imaginação será a faculdade espiritualizada que dirigirá a criação.

… Atualmente só podemos formar imagens mentais que tenham relação com a forma, porque a Mente humana começou seu desenvolvimento neste Período Terrestre, e está no estado ou forma “mineral”. Por esse motivo, nossos labores estão limitados às formas minerais…

…Seguir-se-á um longo intervalo de atividade subjetiva durante o qual os Espíritos Virginais absorverão todos os frutos do período setenário de Manifestação. Passado esse intervalo, submergir-se-ão em Deus, de Quem vieram, para ao alvorecer de outro Grande Dia, reemergirem como seus Gloriosos Colaboradores. Durante a passada evolução as possibilidades latentes foram transmutadas em poderes dinâmicos. Tendo adquirido Poder de Alma e Mente Criadora, frutos de sua peregrinação através da matéria, terão avançado da impotência à onipotência, da ignorância à onisciência.”

Em “Estudos de Astrologia”, de Elman Bacher, tomo I, Capítulo VII, temos:

O Planeta Mercúrio – A faculdade do intelecto por meio da qual interpretamos, identificamos, classificamos, analisamos e avaliamos as coisas da Terra, atribui-se simbolicamente ao planeta Mercúrio. Representa, como Princípio da Identificação, o “dar nomes” (Adão dava nome à criação), a “criação de palavras”, e a objetivação dos pensamentos em palavras e escritas. É o símbolo da comunicação e da percepção conscientes.

A substância que chamamos mercúrio é pesada, entretanto é de qualidade liquescente; nossos pensamentos quando estão desorganizados ou desfocados são também liquescentes e passageiros. Indo rapidamente de uma impressão a outra, de “cima-baixo”, “sim-não”, “quente-frio”. Entretanto, quando nossos padrões de pensamento estão organizados, temos a faculdade de decidir definitivamente e incorporá-los em uma espécie de exteriorização concreta definida, em palavras isoladas ou em suas extensões em orações (frases). Essa exteriorização é o que chamamos de linguagem – a faculdade universal da incorporação do pensamento. A liquescência de Mercúrio se vê de muitas maneiras pelas quais se pode identificar uma coisa específica: sua precisão se observa na “solidez” com que é identificada uma palavra ou oração específica.

Mercúrio identifica o abstrato assim como o concreto. É por meio de Mercúrio que compreendemos o concreto, mas é por meio de outras faculdades planetárias que entendemos o abstrato. Mercúrio, entretanto, é a raiz básica do nosso desenvolvimento, de compreensão, desde o mais concreto, literalmente, até o mais intangível abstrato.

Analisemos o símbolo planetário de Mercúrio:

Uma cruz (matéria, manifestação, estrutura, concreto, encarnação) e sobre ela um círculo (perfeição, terminação) que por sua vez tem sobre si um semicírculo voltado para cima (instrumentação, receptividade de instrução ou inspiração).

Diz-se que os Senhores de Vênus e os Senhores de Mercúrio foram os mestres que instruíram a humanidade nascente, nos princípios da linguagem, artes e ofícios e as ciências, pelas quais a humanidade aprendeu a funcionar com eficácia sempre crescente no mundo material. Em resumo, Mercúrio é o elo (mensageiro) entre os deuses (princípios) e a humanidade. É por meio de Mercúrio que nós aprendemos primeiro a natureza objetiva e qualidade das coisas e logo a consciência dos princípios abre essa nossa consciência à realidade subjetiva, em ambas as oitavas estamos aprendendo. À primeira nos integramos por meio da identificação, na segunda conhecemos mediante a experiência que dá a compreensão.

São manifestações de Mercúrio: aprender a falar, ler e escrever em outros idiomas. Representa, como faculdade da razão, a raiz por meio da qual se aprende a Lei de Causa e Efeito. A Mente consciente observa o mundo material, de onde desenvolve uma consciência da exteriorização de causas internas.

Resumindo, devemos utilizar objetivamente as qualidades de Mercúrio, sem emoção e de forma concisa. Fatos, não crenças; exposições, não implicações; provas realizáveis, não simplesmente utilizá-las às cegas e credulamente aceitas pela preguiça mental.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de julho-agosto de 1993)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Significado da Sentença “Eu não vim trazer a Paz, mas uma Espada” proferida por Cristo

Pode ser difícil para nós nos reconciliarmos com estas palavras: “Eu não vim trazer a Paz, mas uma Espada”. Elas foram ditas por nosso bendito Salvador, Cristo-Jesus. No entanto, há uma explicação para a Sua declaração que nos permite saber o verdadeiro significado. Somente quando entendemos o que significa essa declaração, a paz pode reinar em nossa Terra. No Evangelho Segundo São João, 10:16, é dito: “Tenho outras ovelhas que não são deste rebanho: também as trago e elas ouvirão a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor”. Não há dúvida quanto ao significado: que todos os povos devem, por fim, entrar em um estado de unidade sob Seu governo.

Voltando aos nossos registros históricos vemos que houve conflito, ódio, contenda e, como resultado, sofrimento e guerra por causa das diferenças de ideais dos diferentes povos, religiões, culturas, governos, línguas e até mesmo características físicas. Essas diferenças levaram a um sentimento de separação entre os povos que, por causa do egoísmo do ser humano imperfeito, resultou em competição e turbulência contínuas, inclusive nos tempos atuais. Qual é a solução para o problema de estabelecer condições pacíficas em todo o mundo?

A solução é viver de acordo com as Leis imutáveis de Causa e Efeito e Renascimento, que trazem a cada pessoa exatamente o que ela mereceu. Os Anjos do Destino não cometem erros — precisamos colher o que plantamos. Só então poderá haver paz no mundo. Cada indivíduo criou aquilo que veio a ele e apenas ele mesmo pode mudar sua vida ou resgatar suas dívidas. Isso também se aplica às nações. A menos que enfrentemos a vida com pleno conhecimento desses fatos, não poderemos trazer paz ao nosso mundo.

Sempre conosco estão as Forças da Luz e do Amor. “Todo aquele que quiser” pode abrir seu coração ao influxo divino e enviá-lo novamente à humanidade. O sábio olhará para a vida de Cristo-Jesus e terá coragem. Uma vida perfeitamente positiva. Ele viveu de forma construtiva. Ele amou. Ele curou. Ele ensinou. Ele forneceu o poder e apontou o caminho para a unificação de todos os seres humanos em paz e amor. Seu caminho é o único caminho para a paz permanente.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de jul-ago/1995 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Lei de Causa e Efeito: cada causa que geramos gera um efeito

Lei de Causa e Efeito – É a Lei de Consequência. A causa é primária; o efeito é secundário. Só pode manifestar-se o efeito, se as causas entrarem em ação. É necessária e suficiente para aprendermos todas as lições que precisamos, desde que saibamos trabalhar com ela.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Benefícios da Retrospecção

Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Benefícios da Retrospecção

Resumo dos benefícios da Retrospecção quando praticada à noite ao se deitar:

  • promove o completo e perfeito relaxamento do corpo;
  • aumenta o poder de devoção e sentimento (percepção) por verdade;
  • auxilia no conhecimento de como a Lei de Causa e Efeito opera na vida;
  • restaura a harmonia dos Corpos Denso, Vital, de Desejos e da Mente, mais rapidamente do que de outra maneira poderia ser feito;
  • promove um encurtamento do tempo despendido no Purgatório e Primeiro Céu;
  • potencializa o progresso na atitude e desenvolvimento;
  • ajuda a alcançar o controle de pensamento, que deve resultar de um esforço disciplinado para reconstituir mentalmente os eventos do dia.

Algumas vezes as pessoas perguntam se a Retrospecção é necessária quando alguém se arrepende imediatamente logo após realizar ações ou pronunciar palavras indesejáveis. No entanto, parece óbvio que seria impossível colher todos os benefícios pelo simples arrependimento de indesejáveis ações durante o dia, mesmo se a pessoa tiver tempo para realizá-lo. O fato de se arrepender imediatamente após alguém ter machucado outra pessoa, etc., é naturalmente favorável ao Estudante Rosacruz, mas como qualquer Aspirante sincero poderia tirar proveito disto? Se nesse momento não estiver aí nenhum arrependimento sincero, não haveria, provavelmente, nenhum incentivo para o real arrependimento no exercício noturno.

Deveria também ser entendido que, em alguns casos, a constante atenção despendida para os eventos do dia pode ser mais prejudicial do que útil. De fato, Max Heindel nos alertou para não sermos super ansiosos para realizarmos nossos deveres, nem sermos medrosos ou inquietos. Quando estamos muito inquietos, constantemente, estamos considerando nossas faltas e, fervorosamente ansiosos por erradicá-las; quando estamos com muita ansiedade para ver progresso e crescimento próprio, podemos nos equiparar a um garotinho que plantou uma semente e, diariamente, revira a terra para ver se a semente está crescendo e se transformando em uma planta. Nós sabemos que por sua ansiedade desapropriada, o garotinho se frustra o mesmo objeto que deseja obter; o Aspirante, quando está constantemente se colocando sob holofotes e revisando seus atos defeituosos com hipercrítica, está também desmoronando seu objetivo adiantando a consumação de suas esperanças. Mantendo-se em estado de repreensão de si mesmo tem o mesmo efeito de terceiros que ficam apontando seus defeitos.

O caminho do progresso espiritual é o caminho da autodisciplina: controle dos pensamentos, das palavras, dos sentimentos e das ações. Contra isso o “eu inferior” se rebela constantemente e oferece todos os tipos de desculpas para nos prevenir dessa realização, mas o aspirante sábio não presta atenção nele. Ele compreende que o exercício de Retrospecção requer o uso da Vontade, o mais elevado aspecto do Espírito (Espírito Divino), para controlar o pensamento e o sentimento para um definitivo e sequencial período de tempo.

Assim, por esta razão, juntamente com todas as demais razões mencionadas acima, o desempenho de sucesso é uma vitória espiritual para o Espírito, uma vitória que dá força e poder para o “Eu Superior”.

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Epigênese e a Lei de Causa e Efeito

Cartas de Max Heindel: A Epigênese e a Lei de Causa e Efeito

Novembro de 1917

Alguns erros são tão frequentemente cometidos pelos Estudantes que se precisa chamar a atenção deles de tempos em tempos. O erro mais frequente é a ideia equivocada de que tudo o que nos acontece é o resultado ou efeito de alguma causa ou ação que nós mesmos fizemos no passado, geralmente, em alguma vida anterior a esta. Teoricamente, os Estudantes sabem que essa atitude é errada. Eles estão conscientes que, além do destino trazido conosco de existências anteriores, para liquidá-lo nesta vida, todos os dias estamos exercendo uma influência causal pelos nossos atos. Uma parte considerável dos atos praticados neste Corpo Denso irá resultar em efeitos antes que a morte termine com nossa permanência no nosso ambiente atual, ao passo que os atos que não forem liquidados serão retidos e formarão a base do destino de uma existência futura, em que poderemos colher o que tenhamos semeados. Esse destino transferido de uma vida para outra é mostrado em nosso horóscopo e nos fornece certas características, tendências ou linhas de menor resistência. No entanto não podemos ignorar que esse destino do passado nos fornece certo viés ou certa tendência para uma determinada linha de ação. Entretanto, há um relativo livre arbítrio em uma grande porcentagem das nossas ações, deixando espaço para o exercício da Epigênese, a atividade divina criadora que é a base da evolução.

Como dissemos, teoricamente todos os Estudantes conhecem isso perfeitamente bem. Mas, ao nos relacionar com os problemas práticos da vida cotidiana parecem que, persistentemente, tomam a atitude de que tudo o que acontece é o desdobramento de algo que já existiu. Isso é particularmente verdadeiro para aqueles que estudaram as Religiões orientais antes de dedicarem-se aos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Com essa atitude mental de ignorar a Epigênese, eles retardam o crescimento da alma deles alheios ao elevado grau de prejuízo que estão ocasionando ao seu próprio desenvolvimento anímico. Na verdade, está acontecendo com eles algo muito parecido ao que acontece com o materialista durante sua existência post-mortem, quando ele permanece na Região Limítrofe[1] entre o Purgatório e o Primeiro Céu, numa monotonia terrível de se contemplar. A Região Limítrofe é, por assim dizer, um redemoinho fora do fluxo da vida, onde o progresso está com todas as suas atividades ou movimentos cessados. O materialista está ali por causa de sua negação da existência post-mortem, o que o colocou fora de contato das correntes espirituais que geram movimento e ação durante esta existência.

Da mesma forma, quando enfatizamos, constantemente, a Lei da Causa e Efeito e de forma consistente e persistentemente ignoramos a Lei da Epigênese, nos colocamos fora dessa última linha de ação, e nossas oportunidades para exercer a iniciativa da Epigênese são negligenciadas na maioria das vezes, o que resulta em nos tornamos cada vez mais estéreis, à medida que os anos passam. Contrariamente, se nos esforçarmos, inteligentemente, quando considerarmos os problemas da vida, exemplificados nas ações daqueles que nos rodeiam, assim como nas nossas próprias ações, procurando o princípio da Epigênese e observando funcionamento dela, com certeza encontraremos oportunidades para ações de iniciativas que se abrem ante nós, em uma quantidade que nunca seria possível crer. Observando a maneira como a Epigênese se aplica em outras vidas, podemos aprender o modo de aplicá-la na nossa própria.

Espero que você mantenha sempre esse pensamento bem perto de você e que, com isso, possa colher muitos benefícios por meio da prática persistente desse princípio.

 (Carta nº 84 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Ela está localizada na quarta Região do Mundo do Desejo, entre o Purgatório (localizado nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo) e o Primeiro Céu (localizado nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo); uma espécie de fronteira – nem céu nem inferno. Aqui estão as pessoas honestas e corretas, incluindo o materialista; que não causaram danos a ninguém, mas que estiveram tão intensamente imersos nos seus negócios materiais que não tiveram tempo de pensar na vida superior, na vida espiritual. Para essas pessoas, o Mundo do Desejo é um estado indescritível de monotonia. O suicida também permanece nessa região até completar o tempo de vida que tinha programado no seu arquétipo. Nessa Região, as pessoas geralmente estão fora do alcance de qualquer ajuda e sofrem muito mais do que qualquer outra pessoa. Até quando? Até ela chegar à conclusão de que há vida espiritual, se arrepender sinceramente de não ter considerado isso durante o seu último renascimento e desejar intensamente reformar essa sua posição. Ou seja: só depende dela e de mais ninguém. Uma vez isso alcançado, pelo seu próprio esforço e força de vontade, ela parte para o Purgatório e segue no Ciclo de Vidas e Mortes, como qualquer outro ser humano.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O ser humano que comete suicídio permanece mais tempo no Purgatório que as pessoas que morrem naturalmente?

Pergunta: O ser humano que comete suicídio permanece mais tempo no Purgatório que as pessoas que morrem naturalmente?

Resposta: Quando o Ego se prepara para renascer, desce através do Segundo Céu, onde é ajudado pelas Hierarquias Criadoras a criar o arquétipo para os seus futuros corpos e veículos. Infunde nesse arquétipo uma vida que durará certo número de anos. Esses arquétipos são espaços ocos e têm um movimento sonante, vibratório, que atrai para si o material do Mundo Físico, colocando todos os átomos do corpo numa vibração sintonizada com a de um pequeno átomo localizado no coração, o Átomo-semente, que, a exemplo de um diapasão, dá o tom a todo o resto do material no corpo. No momento em que uma vida toda foi vivida na Terra, as vibrações no arquétipo cessam, o Átomo-semente é removido, o Corpo Denso começa a se decompor e o Corpo de Desejos, no qual o Ego funciona quando está no Purgatório e no Primeiro Céu, assume a forma do Corpo Denso, o físico. Então, o ser humano começa no Purgatório o seu trabalho de expiação dos maus hábitos e ações praticadas na Terra. Em seguida, no Primeiro Céu passa pela assimilação do bem praticado durante sua última existência material.

O que antecede dá ideia do que sucede comumente quando o curso da natureza não é perturbado. Mas, o caso do suicida é diferente. O Átomo-semente foi removido no processo, mas o arquétipo oco ainda continua vibrando. Por essa razão, ele sente como se também estivesse oco e experimenta um suplício interior que pode ser comparado à aflição causada por uma fome intensa. Material para a construção de um Corpo Denso está todo ao seu redor, mas falta-lhe o padrão do Átomo-semente. Por isso, é-lhe impossível assimilar essa matéria e construir um corpo com ele. Essa horrível sensação de vazio será mantida pelo tempo que a sua vida deveria ter durado. Dessa maneira, a Lei de Causa e Efeito ensina-lhe quanto é errado não comparecer às aulas da escola da vida, e essa falta não passará impunemente. Na vida seguinte, quando as dificuldades cercarem o seu caminho, recordará os sofrimentos do passado resultantes do suicídio – ainda que não se lembre exatamente dos fatos -, e enfrentará uma nova experiência para alcançar seu crescimento anímico.

(Pergunta nº 58 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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A Lei de Consequência ou de Causa e Efeito é necessária e suficiente para nós?

Sabemos que a Lei de Consequência ou Lei de Causa e Efeito não apenas determina nosso estado individual de saúde física e mental, mas também as relações que constituem nossos ambientes. Porém, se deixarmos o prisma de percepção subjetiva (o de sofrimento e doença pessoal) e enxergarmos a ação dessa Lei num contexto mais abrangente, vemos que podemos trabalhar com ela de dois modos nas situações que enfrentamos na nossa vida.

Vamos a uma situação hipotética para ilustrar os dois modos: em um renascimento passado, uma pessoa estava tão voltada para si que acabou por negligenciar conforto, simpatia, amor e amizade àqueles que eram seus dependentes. Tal atitude provocou uma desarmonia que deverá ser, então, reequilibrada. Dessa situação, duas possíveis e genéricas condições futuras poderão restabelecer a harmonia do universo.

Na primeira situação, o Ego faz a decisão de pagar pela negligência cometida – escolhendo no Terceiro Céu, quando já está para “descer” para um novo renascimento – renascendo com um desejo ardente de receber grande simpatia e conforto de seus familiares, ou seja, com uma forte carência afetiva. Nessa opção, nasce em um ambiente que para ele, sob o seu ponto de vista, é cercado de pessoas que sofrerão a tentação de negligenciá-lo, para também sentir o que fez outros sentirem no passado. Os Anjos do Destino, que estão acima de todo erro, sabem fazer isso com sabedoria que está, atualmente, fora do nosso alcance. Note: isso é como ele “vê” tais pessoas. Para outros, tais pessoas são amáveis e prestativas. Um estudo dos horóscopos envolvidos aclara muito tais situações.

Não há fórmulas certas e não possuímos a capacidade de entendimento suficiente para determinar, com certeza, os meios pelo qual a Lei de Consequência busca harmonizar os desequilíbrios que um Ego gerou. Contudo, conforme ensinado por Max Heindel no capítulo 6 do livro “A Teia do Destino”, cada ato de cada indivíduo produz uma determinada vibração no universo, que reflui sobre ele e sobre outros ao seu redor. Utilizando o caso ilustrativo acima, é possível chegar numa indagação que constitui o título do presente artigo.

Contudo, se olharmos somente do ponto de vista coletivo, três perguntas surgem:

  • as negligências da atual família serviriam apenas de instrumento para a Lei de Causa e Efeito e, portanto, indubitavelmente positivas ao Ego devedor, sem causar nenhum destino doloroso para tal família?
  • os atuais familiares, ao serem negligentes, estão gerando novos desequilíbrios que deverão ser expiados no futuro, independentemente de estarem servindo de benefício para o Ego que veio com o propósito de expiar? Ou ainda,
  • a negligência é tanto benéfica e maléfica para os realizadores?

A melhor resposta para a pergunta (1) é, obviamente, que isso não poderia ocorrer, já que a toda Causa deve gerar um Efeito e o fato das pessoas da família negligenciar o Ego devedor faria com que essas pessoas gerassem uma Causa cujo Efeito será danoso para elas, já que todo relacionamento deve terminar em amor.

Isso complementa a resposta à pergunta (2), no entanto, cabendo ressaltar que o Ego devedor aqui também tem que terminar tais relacionamentos com amor, demonstrando que aprendeu a lição e, portanto, o ensino pode ser suspenso.

Já a resposta à pergunta (3) é logicamente “não”. Negligenciar pessoas em um relacionamento jamais é realizá-lo com amor. Portanto, a negligência em um relacionamento sempre significará que a lição ainda não foi aprendida e, portanto, o ensino não pode ser suspenso.

A Lei de Consequência ou de Causa e Efeito é necessária e suficiente para aprendermos todas as lições que precisamos, desde que saibamos trabalhar com ela e, no caso de relacionamentos, gerarmos Causas baseadas no amor incondicional que redundará em Efeitos de fraternidade entre as pessoas.

Acrescentando a isso ainda sempre temos uma margem significativa de livre arbítrio em cada situação vivenciada, independentemente de ela estar relacionada com nossas responsabilidades de débitos com a Lei. O fato de a família ter uma tendência de negligenciar o Ego, não significa que deverá fazê-lo. Pelo contrário, se usar sua Epigênese (originalidade sem relação com causas passadas) e se esforçar para não seguir tal tendência (ou tentação), poderá promover condições muito mais favoráveis para que esse Ego harmonize seus desequilíbrios.

Vamos a uma segunda situação de vida para esse Ego devedor: a família negligenciada pelo Ego escolhe renascer ao seu lado, com a tendência de amá-lo fortemente e dar para ele todo o carinho que ele não foi capaz de dar. Em outras palavras, ele receberá tudo aquilo que decidiu ignorar no passado. Aqui, o amor dos familiares será muito mais eficiente para fazer o Ego reestabelecer a harmonia necessária para que expie suas faltas. Afinal: “O amor é o cumprimento da Lei”. Esse é o fator determinante para que o progresso espiritual continue.

Assim, vemos que há muitos outros meios benéficos que o nosso livre-arbítrio possibilita para trabalhar com a Lei de Consequência, sem cair na amarra de não se chegar a um fim comum de harmonia. A Lei trabalha por meio da dor com o propósito de despertar a nossa consciência para outros focos da existência: o amor e o desapego material.

Trabalhar com amor, de modo original, para frente e para cima, nos permitirá que identifiquemos nossas tendências ou tentações que escolhemos sofrer nesta vida e, uma vez identificada, poderemos usar a Lei da Epigênese, para criar condições favoráveis para que as desarmonias do passado possam ser equilibradas pelo amor.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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