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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Percebo que devemos aprender a conservar a força sexual criadora e transmutá-la em serviço e compaixão. Contudo, Max Heindel indica, em lugares diversos de suas obras, que quaisquer obrigações materiais já contraídas devem ser completamente realizadas, antes que tenhamos o direito de tentarmos começar uma vida inteiramente espiritual. Caso já tenhamos contraído essas obrigações com pessoas que ainda não estejam interessadas na vida espiritual e não possam se permitir proporcionar o material para o Corpo Denso de um Ego vindouro, tanto financeira como em saúde e entendimento a cada ano ou coisa parecida, qual deverá ser a nossa atitude?

Resposta: Como esta pergunta surgiu muitas vezes, de uns tempos para cá, talvez primeiro devamos mencionar as afirmações de Max Heindel que abarquem todo assunto do controle da natalidade. No Livro “Filosofia em Perguntas e Respostas” – volume II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, na Pergunta nº 37, ele discute o assunto por completo sendo que, de sua explanação, mencionamos algumas citações: “A questão da população, então, não está inteiramente controlada pelos indivíduos ou por leis humanas. As Hierarquias Criadoras, que guiam a nossa evolução, encarregam-Se da questão conforme necessário para que se reverta em maior benefício de todos os envolvidos e o número da população concerne mais a Elas do que a nós.

Isso não significa que não podemos ou não devemos exercer o controle de natalidade, como sugerido por aqueles que são os responsáveis por esse movimento. Também é verdade que é preciso ajudar as pessoas no lugar onde elas estão e não onde deveriam estar. Os Ensinamentos Rosacruzes enfatizam o fato de que “semelhante atrai semelhante” e, portanto, é um dever dos que estão bem desenvolvidos física, moral e mentalmente prover um ambiente adequado para tantos Espíritos Virginais da Onda de Vida humana que precisam, na medida que suas condições físicas e financeiras permitam. Esse dever incide ainda mais sobre aqueles que estão também espiritualmente desenvolvidos, pois um irmão ou uma irmã altamente espiritualizada não pode entrar na existência física por meio de pais impuros ou não desenvolvidos espiritualmente. Contudo, quando um casal conclui que a gravidez é prejudicial para a saúde da mãe, ou quando a carga financeira está acima das possibilidades do casal, então eles devem viver uma vida de continência, não favorecendo a natureza passional e nem procurar por meios artificiais impedir a vinda de Egos, tirando-lhes a oportunidade de renascimento proporcionada pela indulgência sexual de tal casal.

É evidente que isso requer um considerável desenvolvimento espiritual e autocontrole. São poucos os capazes de viver tal vida, e seria o mesmo que pregar a continência para um muro de pedra do que para um espécime comum da Humanidade. Ele não pode compreender a necessidade disso. Ele até acredita que essa abstinência interferiria na sua saúde, pois falsas declarações a respeito da necessidade de exercer a função natural levaram a muitos resultados deploráveis. Ainda que ele pudesse ser persuadido a se abster pelo bem do seu cônjuge e dos filhos que já trouxe ao mundo, provavelmente seria incapaz de se conter, particularmente porque as pessoas que vivem em modestas condições, geralmente, não têm possibilidades de ter dormitórios separados, por exemplo. Por essa razão, é necessário ensinar a essas pessoas o controle de natalidade por meios científicos. Contudo, reiteramos que, embora as pessoas sejam incapazes de entender a razão pela qual a continência deva ser praticada e são incapazes de praticá-la por falta de autocontrole, os ensinamentos espirituais devem ser fornecidos repetidamente para que, da mesma forma que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, com o tempo as gerações vindouras aprenderão a considerar sua própria força de vontade para conseguir dominar sua natureza inferior. Sem um programa educacional visando à emancipação espiritual, as informações a respeito dos métodos físicos para limitar a natalidade nos lares sobrecarregados são extremamente perigosas”.

No Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” encontramos as seguintes afirmações: “Se o desejo de castidade nasce numa pessoa que mantém relações matrimoniais com outra, as obrigações de tais relações não podem ser esquecidas. Seria um grave erro viver castamente debaixo de tais circunstâncias, procurando fugir do apropriado cumprimento do dever. A respeito desse dever há uma linha de conduta para os Aspirantes à vida superior, diferente da do ser humano comum.

Para a maioria da Humanidade, o matrimônio é como que a aprovação de uma licença para a gratificação dos seus desejos sexuais. Talvez seja assim aos olhos das leis humanas, mas à luz da verdadeira lei não, porque nenhuma lei feita pelos seres humanos pode reger esse assunto. A Ciência Oculta afirma que a função sexual nunca deve ser exercida para gratificar os sentidos, mas somente para a propagação. Portanto, é justo que o Aspirante à vida superior se negue ao ato com seu cônjuge, a menos que seu objetivo seja conseguir um filho. Mesmo assim, devem, ambos, gozarem perfeita saúde física, moral e mental. Em caso contrário, a união produziria um Corpo débil ou degenerado.

Sendo cada pessoa dona do próprio Corpo, é responsável, ante a Lei de Consequência, por qualquer mau uso resultante do abandono do Corpo a outrem, por fraqueza da vontade.“.

No Livro Maçonaria e Catolicismo – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, Max Heindel explica claramente como está de acordo com a evolução que o fogo espiritual espinhal suba dos órgãos geradores inferiores até os superiores (cérebro e laringe). Isso pode ser feito somente por meio de uma vida pura e com o uso das próprias faculdades em esforços mentais, emocionais e físicos construtivos, inclusive o serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada pessoa, que é a base da Fraternidade. Transcrevemos deste livro: “No seu presente estado, o ser humano se encontra sob o domínio da paixão infundida pelos Espíritos Lucíferos; por isso, para deleitar os sentidos, dirige para baixo, contrariamente à luz, a metade da sua força sexual criadora. Em sua alma profunda percebe que isso está errado; daí ele passa a ocultar o seu instinto criador num manto de vergonha e se sente ultrajado quando tal instinto é arrastado para a luz. Essa condição deve ser alterada para que se possa realizar um progresso espiritual… Deve-se aprender a elevar toda a força sexual criadora a fim de ser utilizada inteiramente sob a direção da inteligência“.

Fica bastante claro, por essas explanações, que a única solução real deste problema é o autodomínio. O atual emprego disseminado de contraceptivos, a fim de permitir uma licença sexual ilimitada, é perigoso, de fato, para se dizer o menos a respeito. É bom recordar que a destruição da Lemúrica (o lugar que habitamos na Época Lemúrica) e da Atlântida (o continente que habitamos na Época Atlante) ocorreu, em boa medida, devido ao fato da maioria da maioria de nós que também vivemos aqui naquelas Épocas abusarmos flagrantemente da função sexual criadora. A presente Humanidade estaria seguindo o mesmo caminho? Os que conhecem as verdades devem fazer tudo o que possam no sentido de divulgá-las. Como nos exortou Max Heindel, a solução está na educação. Os jovens precisam ser educados quanto às verdades reais no que concerne ao sexo. Certamente isso é assunto bastante vital, a base da evolução humana.

Agora, respondendo mais especificamente a pergunta: devemos, sem dúvida, tentar desempenhar todas as obrigações a que nos comprometemos com outras pessoas. Entretanto, em que medida isso deva ser aplicado em relação ao sexo é assunto a ser decidido pelo indivíduo de per si, à luz de suas circunstâncias e natureza particulares. O que para um seria o melhor, para outro não o seria. O discernimento, o julgamento e um ponto de vista impessoal são todos necessários para se tomar uma decisão sábia. A oração, também, poderá ser de muito valia, especialmente quando estiver aspirando de todo o coração.

Quanto a “o que possam ser alguns dos outros efeitos” de se tomar as pílulas anticoncepcionais, podemos apenas assinalar que algo tão contrário às Leis da Natureza deve ter alguns efeitos indesejáveis no Corpo Denso. De fato, cremos que alguns já foram referidos por cientistas médicos e médicas. Não nos esqueçamos, sobretudo, que os efeitos espirituais – incluindo-se o mental, o emocional e o moral – podem até mesmo ser mais deploráveis e perigosos do que os efeitos físicos.

(traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross” e Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1973 –Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Resultados de uma Morte em Circunstâncias Fatídicas

Quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude de circunstâncias fatídicas, tais como incêndio, desastre, subitamente pela queda de um edifício ou de uma montanha, numa batalha, ou quando em certos níveis de lamentações dos parentes ao redor de um morto recente se tornam impossível a pessoa recém-falecida se concentrar no Panorama da Vida recém-finda, então a fixação dos eventos nesse Panorama nos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, e a gravação desse Panorama no Átomo-semente no Corpo de Desejos não se efetua ou se efetua em uma qualidade tão baixa que não servirá para nada. Nesses casos a pessoa não perde a consciência. A colheita da vida perdeu-se.

Bem diferente de quando uma pessoa passa ao outro Mundo em circunstâncias comuns. Nesses casos o Átomo-semente do Corpo Denso é removido do coração e o Cordão Prateado rompido, e vem um período de inconsciência que dura até três dias e meio, e durante esse período o Panorama da Vida recém-findada é gravado totalmente e com ótima qualidade no Átomo-semente do Corpo de Desejos.

Na imensa maioria das vezes, quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude das circunstâncias fatídicas detalhadas acima, não houve fixação dos eventos do Panorama da Vida recém-finda nos veículos mais sutis, como acontece normalmente; assim a pessoa não passa pelo Purgatório; isto é, não colhe o que semeou, não há sofrimento em consequência de seus erros, e não há sentimentos de alegria e amor em vista do bem que praticou, no Primeiro Céu. Repetindo: a colheita da vida perdeu-se!

Para contrabalançar este grande desastre, o Ego, ao entrar em sua próxima vida terrena, é forçado a morrer na infância (no que se refere ao Corpo Denso) – eis aqui uma das razões da mortalidade infantil. Porém, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente (que normalmente não nascem senão quando o Corpo Denso tem sete, quatorze e vinte e um anos, respectivamente) permanecem com o Ego em transição, pois, o que não foi vivificado não pode morrer; o Ego permanece então no Segundo Céu de um a vinte anos, recebendo instruções e lições objetivas tais como lhes seriam ensinadas pelo Panorama de sua Vida passada, se não tivesse sido interrompido por uma circunstância fatídica. Desse modo renasce pronto a tomar seu lugar correto no Caminho de Evolução.

Há nessas considerações grandes soma de alimento espiritual. A grande percentagem de mortalidade infantil de nossos dias tem suas raízes, por exemplo, nas guerras de épocas anteriores. As perdas de vida foram relativamente pequenas, embora as mortes decorrentes de guerras patrióticas tivessem seu número bastante aumentado por duelos, rixas e querelas comuns, onde armas mortais foram usadas naqueles tempos. Não obstante a soma total dessas ocorrências parece insignificante, quando comparada à espantosa carnificina de nossos dias. E se isso tiver de ser corrigido da mesma maneira, as futuras gerações terão uma colheita de lágrimas. Mas, como já deixamos bem claro em outras ocasiões, cada lágrima derramada por alguém a quem amamos, está dissolvendo a crosta que recobre nossos olhos, até o dia em que possamos ver com bastante clareza a fim de penetrar o véu que agora nos separa daqueles a quem chamamos erradamente de mortos. Virá então a vitória sobre a morte, e estaremos aptos a exclamar: “Ó, Morte, onde está teu aguilhão? Ó Túmulo, onde está tua vitória?[1].

(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross” de fevereiro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: ICor 15:55

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual o efeito da morfina sobre aqueles que são viciados em seu uso? Quando uma pessoa que esteve doente por um longo tempo e, que por causa do sofrimento intenso, foi mantida inconsciente por meio de doses consideráveis de morfina por muitos dias, passa da vida terrena nessa condição, ela se torna consciente ao abandonar o Corpo? Qual a condição dessa pessoa comparada àquela que morre subitamente e em plena posse de todas as suas faculdades?

Resposta: O uso da morfina e de outros narcóticos em doses muito pequenas, como as que são geralmente tomadas pelo viciado em drogas, tem um efeito mortal sobre os nervos, tornando a pessoa (o Ego, que é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) menos sensível no corpo e mais parecido a situação de quando o Ego abandona o veículo físico. Sob tais condições, as faculdades mentais melhoram, e a pessoa sente tal bem-estar mental e físico que lhe parece estar no próprio paraíso, até que a reação começa a se manifestar; então, ela passa a sofrer coisas parecidas com: se sentir separada de Deus – como se rejeitado do amor e da misericórdia de Deus –, como se um fogo estivesse penetrando na alma sem destruí-la, um remorso perpétuo em uma constante roedura da consciência, sofrimento psicológico intenso com frustração, desespero, arrependimento e autoaversão e outras coisas afins; consequentemente, ingere doses maiores para recuperar a sensação anterior de bem-estar.

Quando a morfina é ministrada em grandes doses, ela produz um estado parecido ao da pessoa que desmaia sob o efeito de um anestésico. O autor conheceu várias pessoas que se enquadram nesse último caso, mas nunca observou uma que tivesse morrido sob a ação da morfina; portanto, ele não pode dar as informações direta solicitada. Mas as pessoas que morreram sob o efeito de anestésicos estavam tão conscientes quanto o ser humano comum após a ruptura do Cordão Prateado. Elas assistiram o desenrolar do Panorama da Vida recém-finda aqui da mesma forma que a pessoa que falece normalmente, e não tiveram experiências diferentes. Portanto, diríamos que alguém que falece sob o efeito da morfina, provavelmente, não passa por experiências mais desagradáveis devido à droga que lhe foi administrada antes da transição; e o primeiro sentimento seria o de grande alívio por ter escapado ao sofrimento inerente a qualquer doença grave que precede a morte do Corpo Denso. Esse sentimento de alívio é comum a todos aqueles que sofreram, não importa se consciente ou inconscientemente. Sentem-se profundamente gratos por isso ter passado, e dificilmente compreendem que não existem doenças na Terra dos mortos que vivem, para a qual eles vão ao deixar esse mundo.

(Pergunta nº 39 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Repostas” – Volume 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Conceitos Rosacruzes para Saúde e Cura

O Esoterismo, como preconizado pela Fraternidade Rosacruz, é um conhecimento transformador. É uma forma de espiritualidade elevada. Podemos considerá-lo como um “caminho para a salvação”. E, sim, existe um elo entre o Esoterismo da Fraternidade Rosacruz e a questão da doença ou enfermidade e da cura definitiva.

O Método de Cura da Fraternidade Rosacruz tem fundamentos filosóficos. Por um lado, aceita os ganhos das ciências material sobre doença, anatomia, fisiologia e, por outro lado, se baseia em uma concepção do universo que abrange uma história do Universo, da Terra e da Humanidade; bem como da Astrologia Rosacruz, anatomia, fisiologia e das Leis que regem o ser humano e o Universo. Nesse sentido, sabemos que nós somos dotados de vários Corpos e veículos. O conceito de “Corpo” não deve ser entendido no sentido da anatomia clássica, ou seja, de elementos individualizados. O conceito de “Corpo” tem a ver com realidades virtuais, de Mundos e suas Regiões e não de conjuntos de órgãos, tecidos, sistemas e membros relacionados entre si. Se o Corpo Denso está ao alcance dos órgãos sensoriais, o mesmo ocorre com os outros Corpos que são apenas perceptíveis por quem desenvolveu a visão dos Mundos onde esses Corpos ou veículos funcionam. Por exemplo, quem desenvolveu a visão do Mundo do Desejo veem o Corpo de Desejos como uma espécie de “envelope ovoide que se estende 40 ou 50 centímetros para fora do Corpo Denso. Podemos resumir as funções de cada Corpo assim: Corpo Denso é o instrumento da ação nessa Região Química do Mundo Físico; Corpo Vital é o que proporciona a vitalidade, se compõe de Éteres e funcionamos nele na Região Etérica do Mundo Físico; Corpo de Desejos que estimula à ação; a Mente pela qual manifestamos nossos pensamentos aqui e que refreia os impulsos, proporcionando um objetivo à ação. Assim, somos um Ego (um Espírito Virginal manifestado aqui como um Tríplice Espírito) que agimos e reunimos as experiências da ação. A cada parte do Corpo Denso há a mesma parte no Corpo Vital. No Corpo de Desejos há centros de percepção que quando estão em atividade se parecem com vórtices permanecendo sempre na mesma posição relativa com respeito ao Corpo Denso.

Sabemos que o Universo atua e se transforma com energia. Essa energia é percebia por nós sob a forma de quatro Éteres do Corpo Vital, que são Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor. A densidade e a consistência deles é que determinam o estado de saúde. Por exemplo: o Éter Químico nos permite assimilar nosso alimento e a nos desenvolver, mas o Éter Refletor é o Éter da memória que armazena experiências passadas.

A energia solar entra no nosso Corpo Denso pelo baço etérico. De lá, por meio dos nervos etéricos, chega ao Plexo Celíaco, ou Plexo Solar, onde está o Átomo-semente do Corpo Vital. E aqui se transforma no Fluido Vital Solar. Esse Fluido é que mantém a saúde do nosso Corpo Denso. Quando não o temos suficiente, ficamos doentes ou enfermos.

Assim, a saúde resulta de vários elementos: a saúde é o resultado da harmonia entre todos os nossos componentes do nosso Corpo Denso e da harmonia cósmica (harmonia com as Leis de Deus). A doença é uma realidade cosmobiológica e espiritual. No entanto, há casos em que é necessário passar pela doença ou enfermidade para nos fazer mudar, mas sob essas circunstâncias a doença é um precursor de um desenvolvimento espiritual correspondente. Naturalmente, neste caso, a doença ou enfermidade deve ser considerada uma bênção e não uma maldição. Primeiro de tudo, ela decorre de uma falta de harmonia, ou seja, uma não conformidade com o que acabamos de descrever acima. Também pode resultar de uma condição de Destino Maduro. Por exemplo, muitas vezes as doenças nos órgãos que compõe o sentido da visão são causadas por crueldade extrema em uma vida passada.

No entanto, se a doença ou enfermidade é uma consequência de atos, ações ou obras de vidas passadas, não é uma punição, pois Deus não pune, e a doença tem um valor pedagógico. Dor e sofrimento são feitos para nos fazer aprender lições que não quisemos aprender de outra forma.

Não há causas hereditárias para a doença ou enfermidade, porque explicar o comportamento pela Lei da Hereditariedade cancela a responsabilidade e a hereditariedade é usada como um álibi para maus hábitos. O que parece ser “hereditariedade” é, na verdade, a expressão da Lei de Associação e quanto mais cedo reconhecermos que devemos vencer os nossos maus hábitos e cultivar a virtude em seu lugar, em vez de atribuí-los à Lei da Hereditariedade, tanto melhor para nós. Por outro lado, a doença ou enfermidade pode ser causada pelo consumo de bebidas alcoólicas e todas as formas tabaco.

O Método de Cura da Fraternidade Rosacruz está de acordo com a cosmobiologia. Nesse Método, existem dois tipos de remédios para doenças: aqueles da medicina clássica e, em um nível mais alto, aqueles que se baseiam principalmente no poder espiritual chamado de Panaceia Universal ou Panaceia de Cura. Nesse Método, os Curadores (que são todos Auxiliares Invisíveis) transmitem ao Paciente o Poder Divino ou a Força Divina de Cura. A Panaceia pode ser sempre utilizada para curar qualquer tipo de doença ou enfermidade. Com o seu uso as partículas cristalizantes que envolvem os centros espirituais do Corpo do Paciente são dissipadas.

Existem três fatores no Método de Cura Rosacruz: primeiro, o Poder Curador do nosso Pai Celestial; a seguir, o Curador, um Auxiliar Invisível e, por fim o ânimo obediente do Paciente sobre o qual possa agir o Poder Curador de Deus-Pai por intermédio do curador, de tal forma que dissipe todas as doenças ou enfermidades do Corpo. Assim, a cura decorre de um ato de fé que mobiliza o Paciente e o torna o agente de sua cura. Nesse sentido há uma distinção entre tratar (ato em que o Paciente é passivo, também chamado de remediar) e curar (processo em que o Paciente é ativo). O Paciente tem que compreender que a doença ou a enfermidade é a consequência da violação das Leis da Natureza, e se voltar ou continuar fazendo as mesmas coisas que fazia, a doença ou a enfermidade retornará. Note que o tratar ou remediar é um processo físico. Já o curar é radicalmente diferente porque, neste caso, se exige que o Paciente coopere espiritual e fisicamente com quem cura.

Foi assim que os milagres de Cristo-Jesus, “o mestre curador”, foram obtidos. Cristo mobilizava o Poder do Espírito para curar pessoas que tinham fé neste poder. Como evidência da necessidade de se ter fé no Método de Cura, podemos estudar na Bíblia: “E Ele não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13:58).

O Poder Divino é chamado de a Panaceia Universal. A Panaceia é enviada por Deus para curar o ser humano. Essa “essência espiritual” é enviada a nós e nos fornece um impulso para que nos recomponhamos e retomemos o controle das células do nosso Corpo para restabelecer o funcionamento físico harmonioso.

Podemos nos perguntar: como um Paciente pode se beneficiar da Panaceia Universal? Note que a Cura Rosacruz opera a partir da transferência. Há sim a necessidade do comprometimento do Paciente. Se pelo contrário, o Paciente não acredita no poder de cura do Curador, seria melhor chamar um médico ou uma médica em quem ele confie, porque a saúde e a doença dependem muito do estado de espírito da pessoa que sofre.

Uma ponte deve ser estendida entre os planos superiores e inferiores. Quando Cristo utilizou o Corpo de Jesus na Terra e curou os enfermos, Ele, que era o Senhor do Sol, encerrava em Si a síntese das vibrações dos Astros, da mesma maneira que a oitava musical contém todas as tonalidades da escala e, portanto, podia emitir de Si mesmo a influência astral corretiva necessária e suficiente em cada caso. Ele sentia a desarmonia e sabia imediatamente como desfazê-la em virtude de Seu exaltado desenvolvimento. Diferentemente dos Curadores de hoje, Cristo não precisava despertar um Poder de Dura. Ele não precisava de preparação prévia, mas alcançava resultados imediatos ao substituir, com harmonia, a discórdia astral causadora da doença ou enfermidade que ele queria curar. Só em um caso recorreu à lei superior e disse: “Levanta-te; teus pecados estão perdoados” (Lc 5:23-24 e Mc 2:9-11).

Cristo, impregnado de Lei superior, portanto com Poder Divino, pôde curar restabelecendo uma harmonia que não se limita à harmonia biológica, mas tem a ver também com a harmonia cósmica que contribui para o funcionamento tanto dos Corpos como da Mente.

Sabemos que temos uma concepção biocósmica e o tratamento da doença ou enfermidade deve ser qualificado como tal. A cura passa, também, por um diagnóstico astrológico do Paciente, pois o Método de Cura da Fraternidade Rosacruz depende do conhecimento das dissonâncias astrais, que são a causa da doença ou da enfermidade, e do conhecimento da influência que remediará essa discórdia.

Ou seja, também é uma questão de Astroterapia que é tão útil quanto, de acordo com suas Leis de Compatibilidade e Receptividade, o Paciente se curar com menos esforço sob posições astrais favoráveis. Portanto, os Curadores levantam o horóscopo do paciente e então, conhecendo a doença ou enfermidade, eles entram em um estado de receptividade por meio de Exercícios Esotéricos Rosacruzes. Estes últimos são os meios mais eficientes para entrar em harmonia com Cristo. A prática desses Exercícios conduz a um dom de intuição que permite perceber o sofrimento dos outros, enquanto se encontra uma forma de lhes dar consolo e apoio.

Por que curar? Porque, do ponto de vista do ocultismo, o fato de vivermos ou morrermos é irrelevante, pois a morte não significa aniquilação, mas apenas uma mudança de consciência em relação a outras esferas. Prolongar a vida do veículo, que é o Corpo Denso aqui, permite reunir experiências e estender o desenvolvimento espiritual da pessoa aqui na Terra, que é o baluarte da evolução. O ato de curar é, portanto, tornado relativo. A vida aqui é importante, a saúde também, mas a vida aqui e a saúde vêm depois do desenvolvimento espiritual.

Na verdade, uma pessoa doente pode invocar energia por si mesma. A doença ou enfermidade física pode ser curada pelo poder espiritual, mas há que ter uma noção de “quantidade de Poder”, união de poderes introduzida pelo elemento social. Uma pessoa doente ou enferma recebe ajuda de um grupo de indivíduos: os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Esses irmãos são auxiliados mundialmente pelos Estudantes Rosacruzes e por qualquer pessoa que queira ajudar, a cada semana, quando a Lua passa por um Signo Cardinal – as chamadas Datas de Cura – que colocam seus pensamentos em uníssono em um momento chamado 18h30, independentemente dos fusos horários ou qualquer outro horário, pois o pensamento é um fluido transmitido por todo o Planeta que atingirá seu objetivo (se quiser se preparar para facilitar criar tais pensamentos de Cura, antes de se concentrar, oficie o Ritual do Serviço Devocional de Cura). O número de pessoas focadas nesse momento aumenta o poder espiritual em uma progressão geométrica.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como a Prática do Otimismo nos ajuda a Trilhar o Caminho

Seja otimista! Está aí um exemplo de você construir e manter formas do Mundo do Desejo colhida de materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo. Não deixe se perturbar pelos obstáculos quotidianos. Encara-os com coragem e os contorne serenamente. A calma e o bom senso são os meios eficientes para afastar as nuvens negras que toldam o seu semblante. Se algo atormenta a você, procure averiguar de onde provém. Por certo será criação sua, através do uso negativo que você fez da palavra ou do pensamento. Procura a causa dos seus males e tenta eliminá-los racionalmente.

Ninguém pode viver bem sem equilíbrio, portanto, se você cair ante as provas, não se desespere. Você é parcela de Deus e forças novas lhe reerguerão novamente. Enquanto você permanecer convicto de que é um Ego, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, nada poderá lhe derrubar, porém se você limitar ao sentido efêmero desta vida material, será sempre presa fácil da tristeza, do desânimo, do ódio e de uma infinidade de sentimentos mesquinhos.

Não maldiga as duras lutas que a vida impõe a você. Elas constituem meios de sua elevação espiritual, sacudindo o pó da sua consciência embotada, lhe arrancando da inércia que o acorrenta, lhe despertando para a vida espiritual, criando dentro de você mesmo novos anseios, ideais elevados, culminando pelo desabrochar do Cristo Interno. Assim, procura enxergar a vida através de um prisma diferente, que imprima em seu ser a coragem de lutar e a esperança, sempre a esperança, mesmo ante os maiores revezes.

Os problemas que surgem diariamente não devem ser encarados como dificuldades a superar, mas sim como oportunidade de agir. A ação bem dirigida, o trabalho executado com finalidade construtiva e o labor altruísta formam um poderoso dínamo que, inevitavelmente, preserva o equilíbrio em sua vida. Nunca estejas ocioso, pois assim permanecendo, as preocupações logo lhe assaltariam advindo o pessimismo, o medo, a angústia; estas tenebrosas paixões que lhe intoxicam espiritual e fisicamente. Não se deixe dominar por elas, mas as subjugue. Nós, seres humanos, nos dividimos em duas grandes classes: as dos ocupados e a dos extremamente preocupados. Enquadre-se na primeira dessas duas grandes classes, sempre!

Não se esqueça que cada momento é precioso no sentido de criar novas causas que determinem um porvir mais elevado. Por conseguinte, semeia o bem a cada instante, através do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta nos irmãos, nas irmãs e em nós – que é a base da Fraternidade. Esta é a magna chave do crescimento anímico, do crescimento da sua Alma. Utilize-a sempre.

Não desperdice seu tempo com futilidades. Empregue-o inteligente e altruisticamente em benefício daqueles que carecem de ajuda. Cada minuto aproveitado em obra de tal envergadura representa um grande passo no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Já imaginou o que poderia ser realizado em apenas um minuto? Num ínfimo espaço de tempo como este, se poderia realizar algo cuja grandiosidade se estenderia até por muito tempo. Uma simples, porém, sincera e calorosa, palavra de estímulo pronunciada em alguns poucos segundos, pode até evitar uma tragédia. São múltiplas as maneiras de servir, importando apenas o sentimento que dinamiza tal ação.

Assim, alimentando ideais elevados, se dedicando ao sublime mister de servir a Humanidade, indicando-lhes um meio de elevação espiritual, você se colocará numa posição em que as coisas passageiras deste mundo material não mais o afetarão, pois se harmonizará com as Leis de Deus. Então, poderá afirmar como o apóstolo S. Paulo: “Não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É justificável a atitude dos médicos que permitem que uma criança afetada com deficiência intelectual extrema e fisicamente indefesa morra, quando uma cirurgia ou um procedimento médico permitiria que ela vivesse? Uma pessoa afetada com deficiência intelectual extrema ou em um estado mental que impede a percepção, o comportamento e/ou a interação social normais – chegando a ser doente mental muito grave – ganhará alguma experiência compensadora no decorrer da vida dela? O Ego está consciente da deficiência da Mente e do Corpo durante tal vida? Em tais condições, ele consegue aprender alguma coisa? Podemos classificar uma pessoa afetada com insanidade como uma doença hereditária?

Resposta: Suponha que uma criança sofreu um acidente enquanto brincava, uma pancada na cabeça e, em consequência, tornou-se deficiente ou, talvez, tenha sido colocada estado de coma. Ninguém hesitaria nem por um só momento em submetê-la, por exemplo, a uma cirurgia de trepanação[1] para que, ao aliviar a pressão exercida no crânio, a criança pudesse ser trazida ao seu estado normal de consciência. Então, por que uma criança com alguma deficiência intelectual não deveria receber os mesmos cuidados, e tudo que estiver ao alcance para ajudá-la? Seria considerado um ato criminoso permitir que uma criança normal morra por falta de cuidados e é igualmente imperdoável e indefensável essa omissão no caso de uma criança que nasceu destinada a ter uma deficiência intelectual, pois quando o Ego passa pelo útero, a fim de adquirir as experiências desta vida física, é nosso dever apoiar os esforços dele de todas as maneiras possíveis.

O Ego adquire experiência por meio de uma vida onde ele se manifesta aqui com alguma deficiência intelectual, mas o Ego em si mesmo nunca tem ou terá alguma deficiência intelectual. O que produz a deficiência intelectual é uma conexão falha ou imprópria entre os vários veículos dele, isto é, entre a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso. Quando a conexão entre os centros cerebrais do Corpo Denso e o Corpo Vital é imperfeita, temos o deficiente intelectual, frequentemente um melancólico, mas geral e inteiramente inofensivo. Quando a conexão defeituosa é entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, as condições são um tanto semelhantes, mas incluem a classe de pessoas cujo controle muscular é defeituoso ou falho (imperfeito em forma, estrutura ou função), como na epilepsia, na dança de São Vito[2], etc. Quando a conexão entre o Corpo de Desejos e a Mente é rompida ou falha, temos o maníaco delirante, violento e perigoso. E quando a conexão entre o Ego e a Mente é defeituosa ou falha (imperfeita em forma, estrutura ou função), temos o que poderíamos chamar de um ser humano sem alma, o mais perigoso de todos, dotado de uma astúcia que é usada, geralmente, em algum momento inesperado, da forma mais diabólica.

Se considerarmos o Corpo, ou os diferentes Corpos ou veículos, como instrumentos musicais nos quais o Ego se expressa, então, quando cada conexão é perfeita , o Ego pode produzir uma sinfonia de vida mais ou menos bela, de acordo com o seu estágio evolutivo. Mas quando as conexões se apresentam falhas ou estão rompidas, o Ego é como um músico forçado a exercer o seu talento com um instrumento onde, por exemplo, faltam várias cordas e, em consequência, ele é incapaz de produzir nada além de sons dissonantes. Para o músico, seria torturante ser forçado a tocar num instrumento tão defeituoso; e o mesmo ocorre com o Ego aprisionado num Corpo cujo controle normal lhe foi tirado. Por razões que podem ser procuradas em vidas passadas, ele é forçado a permanecer dentro de um Corpo que não pode controlar, e sofre mais ou menos intensamente de acordo com o seu estágio evolutivo; assim, ele está aprendendo uma determinada lição na escola da vida, que é necessária para torná-lo perfeito. E uma condição triste, mas embora o tempo de uma vida pareça ser muito longo, é apenas um momento fugaz dentro na vida infinita do Espírito; e podemos nos consolar com o conhecimento de que quando tal Ego retornar à Terra, ele terá um Corpo normal, desde que, é claro, a lição tenha sido aprendida.

Com relação à última parte da pergunta, se a deficiência intelectual é ou não hereditária, podemos responder afirmativa ou negativamente, de acordo com a fase do problema que estamos considerando. Do ponto de vista espiritual não é hereditária, pois, como já foi dito, a deficiência intelectual não é um defeito do Ego. Devido a um desvio de seu caráter, ele não consegue construir um Corpo ou um veículo normal e, por associação, é atraído para uma família que sofre de problemas semelhantes. Isto se baseia no mesmo princípio de que pessoas de carácter semelhante sempre buscam a companhia uma das outras; como diz o velho ditado: “cada qual com o seu igual”. Os músicos se reúnem em casas de shows, nos concertos e outros lugares afins. Eles, também, buscam nascer em famílias de músicos, porque lá encontrarão os instrumentos que necessitam – como dedos longos e esguios e um ouvido com canais semicirculares dispostos de forma adequada – o que lhes conferirá condições para se expressar por meio da música. Os esportistas e os jogadores se reúnem em pistas de corridas e nas casas de jogo. Os ladrões têm seus refúgios, e assim por diante. Da mesma forma, aqueles com um certo defeito de caráter são atraídos por famílias que tem o mesmo defeito. Portanto, se encararmos o problema de deficiência intelectual pelo lado da forma, pode-se dizer que ela é hereditária.

Muitos cientistas, que só consideram o assunto inteiramente do ponto de vista da forma, são da opinião que ao limitar a reprodução dos deficientes intelectuais, podem erradicar as doenças. Mas, assim como as secreções suaves do Corpo do caracol são expelidas gradualmente para que se cristalizem formando a concha dura e pedregosa que ele carrega nas costas, também os atos do Ego que, gradualmente, se cristalizam em um Corpo dentro do qual o Espírito deve residir até que surtam o efeito desejado. O alívio nunca será conseguido trabalhando apenas com e sobre o Corpo Denso, da mesma forma que um caracol doente nunca será curado, se tratarmos apenas a concha.

Emerson[3] disse verdadeiramente que: “todo ser humano é um canalha quando fica doente”, pois foi descoberto quebrando as Leis da Natureza. Os deficientes intelectuais estão nessa categoria, e se quisermos curá-los, precisamos usar os meios espirituais de educação. Todos os outros métodos são simplesmente paliativos; eles não alcançam a fonte ou a causa da doença.

(Pergunta nº 40 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Repostas” – Volume 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: é um procedimento cirúrgico que consiste em fazer um ou mais furos no crânio. Pode ser usada para: Descompressão craniana, Acessar estruturas cerebrais, Implantar dispositivos.

[2] N.T.: Ou Coreia reumática de Sydenham ou dança de São Guido é um transtorno neurológico que afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática, mais frequente entre meninas e/ou crianças e adolescentes. A descrição mais famosa da doença foi feita em San Vito, Itália, em 1686, por Sydenham no livro Schedula Monitoria.

[3] N.T.: Ralph Waldo Emerson (1803-1882) foi um famoso escritor, filósofo e poeta estadunidense. Conhecido por ter sido o criador da escola de filosofia “transcendentalista” norte-americana. A citação faz parte do seu ensaio “Considerações” de sua coleção “A Conduta da Vida”.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho

Tantas pessoas ouvem e veem o termo “o Caminho”, mas quanto à sua localização, poucos sabem ou parecem se importar. Toda a Humanidade deve, mais cedo ou mais tarde, chegar ao lugar onde a entrada dele está escondida. No primeiro portão, guardando a entrada do Caminho, sacrifícios são exigidos e é o Ego (o que realmente você é, ou seja, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana) que os exige. Aparentemente, você é chamado a fazer esses sacrifícios pelo bem dos outros, mas eles são realmente para o bem final da sua própria alma. Esse fato é escondido do neófito até que ele tenha feito os sacrifícios. Há muitos portões pelos quais você tem que passar antes de chegar ao teste final. Em cada um deles, você deve ser capaz de desistir de algo.

Lembre-se que as coisas que são valiosas para você no Mundo exterior, absolutamente, não têm nenhum valor no Caminho. Orgulho e ambição são duas coisas que são “excesso de bagagem” e quanto mais cedo forem deixadas de lado, mais cedo você encontrará o Caminho. Muitas coisas que eram úteis no mundo serão um fardo no Caminho.

Os portões para o Caminho não podem ser revelados a você por outra pessoa; mas outra pessoa pode fornecer as regras pelas quais você pode encontrá-los. Depois de ter passado pelo primeiro portão, certifique-se de que seus motivos estejam certos, porque se você tiver o mínimo de egoísmo restante, achará ainda mais difícil eliminá-lo.

Depois de chegar ao último estágio, o neófito deve colocar sua própria alma na balança, antes que ele possa passar pelo Guardião do portão. Ele será questionado se quer continuar sozinho e se desenvolver, ou se deseja parar onde está e ajudar os outros; se ele escolher continuar, ele falhará em seu teste, mas ele nem saberá que falhou. No entanto, quem, neste último portão, estiver disposto a sacrificar seu próprio progresso para ajudar os outros, descobrirá que este foi o último teste para ver se cada pedaço de egoísmo foi erradicado.

Você descobrirá que ficar para trás para ajudar os outros pode, por muito tempo, parecer algo ruim, pois aqueles a quem você quer ajudar podem recusar a sua ajuda; eles talvez pensem que você esteja interferindo em seus assuntos e podem até tratá-lo com desprezo. Mas isso também é um teste, já que é necessário observar se você pode permanecer na ingratidão e injustiça e, ainda assim, estar disposto a continuar. A alma neste estágio deve ser crucificada por experiências desse tipo. Depois que permite que isso aconteça, uma grande paz se seguirá, junto de uma felicidade além das palavras. Então o neófito, que é um Aspirante à vida superior, saberá que algo foi ganho e não pode ser tirado.

Após essa avaliação, a dualidade que constantemente incomodava o neófito não está mais em evidência, pois o “Eu superior” e o “eu inferior” se tornaram um. Não há palavras que possam descrever o estado de consciência resultante dessa fusão: ele precisa ser experimentado para ser compreendido.

O Discípulo agora não precisa de algo que esteja fora de si mesmo, pois conhece a Lei e se tornou um com ela. Ele não se preocupa quando vê seus amigos passando por experiências amargas, porque sabe que apenas dessa maneira a consciência da sua própria Divindade será revelada a eles.

E se tornou uma seta no Caminho, que nada mais é do que o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz!

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de março de 1921, e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Arquétipos: o Original de Todos os Seus Corpos

Frequentemente ouvimos, entre os Estudantes Rosacruzes, falar da palavra “Arquétipo”, referindo-se ao modelo ou padrão original de alguma coisa, mas quantos de nós sabem da existência de um Arquétipo para cada indivíduo no mundo? Que a construção do Corpo Denso é exatamente uma cópia do referido Arquétipo?

Se nossos Corpos não são perfeitos, o erro deve se encontrar num Arquétipo defeituoso e, assim sendo, é bom saber a causa de imperfeição e como pode ser corrigida. Nós, o Ego, com o auxílio das Hierarquias Criadoras, particularmente os Senhores da Mente, formamos, na Região do Pensamento Concreto, o Arquétipo (que é um pensamento-forma) de um nosso futuro Corpo Denso, antes de cada renascimento aqui. Esse Arquétipo é um modelo que vibra harmoniosamente, formado pelo poder da Música das Esferas. Pomos em vibração o Arquétipo com certa quantidade de nossa própria energia de vida e tal quantidade de energia vital fornecerá a duração da nossa vida terrena, de acordo com seu impulso maior ou menor. Quando esse impulso cessa, o Arquétipo deixa de vibrar e o Corpo Denso morre, começando a se decompor, por lhe faltar a força vital e coesiva.

É a Lei de Causa e Efeito que rege a duração da nossa vida aqui. Em cada renascimento são dadas a nós várias oportunidades para o nosso avanço espiritual. Se as aproveitamos, a vida continua. Uma vida repleta de serviços amorosos e desinteressados (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada irmão e irmã – que é a base da Fraternidade – é, algumas vezes, prolongada por novo impulso vital no Arquétipo. Ordinariamente, a duração da vida é determinada no Terceiro Céu, ao nos prepararmos para um renascimento aqui. Todavia, sob certas circunstâncias adversas ou favoráveis pode ser ela prolongada ou encurtada.

Por exemplo, quando desdenhamos as oportunidades de crescimento e enveredamos por um caminho perigoso em que podemos nos tornar singularmente mau, nossa vida terrestre é encurtada. Mas, isso sucede apenas quando já nos encontramos num beco sem saída. Então, as Hierarquias Criadoras, agindo por misericórdia, destroem o Arquétipo, finalizando, assim, a nossa manifestação terrena, para que nos reforcemos moralmente num aprendizado no Primeiro Céu.

O movimento harmonioso da vibração do Arquétipo é que atrai para si o material do Mundo Físico e fixa os átomos todos do Corpo Denso, fazendo-os vibrar em sintonia com o Átomo-semente daquele Corpo. Nenhum Corpo Denso pode ser formado sem o padrão do Átomo-semente.

O suicida, quando morre o Corpo Denso, leva o Átomo-semente dele. Mas, como o Arquétipo continua vibrando e tende a atrair matéria física, estando carente do Átomo-semente, fica impossibilitado de assimilar o material e utilizá-lo no Corpo Denso. Devido ao fato de ser o Arquétipo oco, nesse caso o Ego experimenta um sentimento de vazio desesperador que não cessa até que pare de vibrar tal Arquétipo, o que ocorre quando está marcada a morte natural dessa pessoa aqui na Terra. Então o Arquétipo se desintegra. Nós construímos um Arquétipo para cada vida.

Na região da medula oblongada, na parte superior do cordão espinhal há uma chama que pulsa e vibra de um modo maravilhoso. Sua cor varia segundo a natureza do indivíduo no qual é observada. É nela que o Arquétipo toca a nota-chave do Átomo-semente do Corpo Denso. Esse som muda através da vida e conforme ele vai mudando, também o Corpo Denso vai experimentando transformações.

Algumas vezes, certo número de Forças Arquetípicas trabalha juntas para criar uma espécie individual de plantas ou animais, como ocorre com o ornitorrinco da Austrália. Em tais casos as notas-chaves de todas se combinam em um só acorde e este acorde é a nota-chave da forma assim criada. Na Região do Pensamento Concreto, quando se deseja conhecer determinada coisa, basta concentrar a atenção no Arquétipo dela. Ele, por assim dizer, emitindo um som, imediatamente fornece uma iluminada compreensão de cada uma das fases de sua natureza, dando uma visão de se haver vivido através das próprias experiências, juntamente com as coisas que se investiga. Não fora a enorme dificuldade que ela apresenta, essa informação poderia ser utilizada imediatamente. Contudo, essa informação, essa película da vida da coisa, chega-nos de modo global e com tal rapidez, num abrir e fechar de olhos, sem começo nem fim e, assim, para usar essa informação arquetípica, aqui no Mundo Físico, temos que ordená-la cronologicamente, com um princípio e um fim, de modo a torná-la inteligível aos seres humanos. Esta é uma tarefa assaz difícil, a grande dificuldade de que falamos atrás.

A qualidade do material que se reúne para a construção de um corpo depende do Átomo-semente; a quantidade depende da requerida pelo Arquétipo. O Arquétipo determina nossa forma, altura, nosso peso e nossa aparência física. De fato, é um modelo vivo do Corpo Denso. Todo ato nosso tem um efeito no Arquétipo do nosso Corpo Denso. Se o ato está em harmonia com as Leis da Vida – que são as Leis de Deus – e sintonizado com a Evolução, fortalece-o e prolonga a vida, na qual obterá o máximo de experiência, alimentando e fazendo crescer a nossa alma de forma extraordinária, mas sempre segundo sua posição relativa na vida e sua capacidade de assimilação. Contrariamente, se aplicamos nossas capacidades de modo destrutivo, contrariando as Leis de Deus, o Arquétipo se debilita e se destrói facilmente.

Moisés foi levado à montanha (um lugar elevado, Iniciação) e lhe foi ensinado ali certo modelo (Arquétipo) do Tabernáculo do Deserto. Esse Arquétipo foi construído pelas Hierarquias Criadoras, nos Mundos celestes.

O Arquétipo é influenciado pela natureza da vida passada. Quando nos esforçamos sinceramente, pela verdade e retidão, criamos ao nosso redor pensamentos-formas de natureza semelhante e, deste modo, nossa Mente atua num ambiente harmonizado com a verdade, centro de nossa Aura. Agindo assim, quando morremos mais uma vez aqui e chegamos ao Segundo Céu, nos encontramos dispostos a construir um novo Arquétipo que, intuitivamente, delineamos com as forças vibratórias da retidão e da verdade e tais linhas de força vibratória criarão harmonia no novo veículo, que manifestará saúde, felicidade, eficiência e amor. Ao contrário, se na nossa vida terrena malbaratamos os nossos talentos, descuidamos da verdade, exercitamos a astúcia, o extremo egoísmo indiferente à felicidade dos demais, seguramente, ao chegarmos no Segundo Céu, veremos as coisas de modo falso, deturpado, sem entender nada. Em consequência, construiremos um Arquétipo dentro de linhas que conterão o erro, ineficiência e a falsidade manifestados no Corpo, em detrimento dos vários órgãos físicos. Sob tais circunstâncias, as vibrações que deveriam resultar na construção de Trígonos e Sextis em nosso horóscopo natal se desviam das linhas construtoras exatas, até que as encontre novamente, quando, então, o Ego começa de novo a trabalhar no Arquétipo.

As formas que vemos a nosso redor são figuras de som cristalizadas, isto é, resultado das Formas Arquetípicas que trabalham por meio dos Arquétipos na Região do Pensamento Concreto.

É curioso que a ocorrência do suicídio na vida de uma pessoa e os consequentes sofrimentos, por nós referidos atrás, geram o medo mórbido da morte nos renascimentos seguintes.

Quando uma pessoa que se suicidou em vida anterior, morre aqui na vida seguinte, sente tal ânsia de voltar ao Mundo Físico que, frequentemente, comete o crime de obsessão, da maneira mais irrazoável e estúpida. E, como há sempre pessoas negativas, facilmente influenciáveis, procura oportunidade para se refugiar num Corpo Denso, expulsando o Ego residente. Outras vezes, não encontrando tal oportunidade, apesar dos negativos que existem por aí, sucede uma coisa horrível, absurda: com tal ânsia de retornar ao mundo, o Ego do antigo suicida retira a posse do Corpo de um animal de seu legítimo dono, para nele entrar. Encontra-se, então, sob a terrível necessidade de viver uma existência animal, pura e simplesmente. Se o animal está sujeito a crueldades, o Espírito humano obsessor sofre horrivelmente; se o animal é sacrificado para alimento, o ser humano, dentro dele, vê e compreende tudo o que se relaciona com o ato que se vai realizar e tem que passar pelas horripilantes experiências dessa morte. Esta é uma das explicações de casos curiosos de animais que se ajoelham diante da morte ou dão mostras de uma estranha consciência do ato, pois tais casos sucedem com relativa frequência, como pode verificar alguém que seja clarividente e visite nossos grandes matadouros.

Nenhum Espírito humano pode nascer no corpo de um animal, mas é-lhe possível neutralizar a relação do Espírito animal com sua forma e tomar posse dela por certo tempo.

Esses fatos determinaram a necessidade de educarmos o mundo sobre a grande verdade de que a morte aqui, assim como o nascimento aqui, são apenas acontecimentos correntes na vida imortal de nós, o Ego, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – agosto/1971 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como pode ser conquistada a Clarividência Voluntária?

Resposta: Tudo o que podemos dizer aqui é indicar os primeiros passos conducentes à aquisição dessa faculdade. O primeiro exercício desenvolve a concentração mental – é o Exercício Esotérico Rosacruz matutino da Concentração – e a ocasião mais indicada para iniciar e desenvolver essa prática é pela manhã logo ao despertar. Antes que os cuidados do dia nos assoberbem, pomo-nos relaxados e cômodos, apenas a Mente vigilante é enfocada nesse exercício. Nessa ocasião, recém-chegados dos Mundos internos, mais facilmente poderemos trazer à Mente as impressões e imagens que lá tivemos.

A técnica é a seguinte: não se movimente. Relaxado e cômodo focalize mentalmente o exercício. O estado relaxado do Corpo Denso não apenas objetiva a confortável posição, mas principalmente a permitir a cada músculo do Corpo Denso não ficar em estado de tensa expectativa. A tensão muscular frustra os objetivos do exercício. Ao se por tenso, o Estudante Rosacruz desperta e dá ênfase ao Corpo de Desejos, que se expressa pelos músculos estriados (ou voluntários) e tendões do corpo, o qual impede a calma necessária à concentração mental.

Primeiramente, devemos fixar nosso pensamento firmemente num ideal ou em algo elevado, sem desviar-se. Alguns exemplos são: o Símbolo Rosacruz, uma rosa, os cinco primeiros versículos do Evangelho Segundo de S. João, entre outros. É tarefa difícil, mas devemos persistir com entusiasmo, sem esmorecimentos, até que a possamos realizar bem, o esforço compensa, pois leva seguramente a resultados maravilhosos.  Veja: qualquer objeto poderá ser utilizado, de acordo com o temperamento e a capacidade mental do Aspirante à vida superior, contanto que puro e edificante. A lembrança do Cristo poderá ser um motivo de concentração. As flores, particularmente, poderão servir a este propósito. Se é a figura de Cristo-Jesus, devemos imaginá-lo como um Cristo real, dotado de expressão. Assim, deve tudo ser construído como ideal vivente e não estático e morto. Se escolhermos uma flor devemos, em imaginação, tomar a semente, enterrá-la no solo e fixarmo-nos neste quadro. No momento veremos a semente brotar, estendendo suas raízes que penetram na terra em forma espiralada. Dos seus principais ramos percebemos inúmeras radículas projetarem-se em todas as direções. Depois vemos a haste se projetar para cima rompendo a superfície da terra, surgindo como um diminuto pedúnculo. Um diminuto raminho surge da haste principal. Depois outro raminho. E mais outros, até o despontar de alguns botões. Presentemente, o que desperta mais a atenção são inúmeras folhas. Surge depois um botão no topo. Este botão cresce até que as pétalas de uma rosa vermelha surjam ao lado das folhas verdes, impregnando o ar com perfume dulcíssimo.

Veja: a concentração é um processo gradual. O primeiro quadro que o Aspirante à vida superior constrói será, naturalmente, obscuro e pobre. A pouco e pouco, através do exercitamento, poderá sobrepujar essas limitações, construindo, então, uma imagem real e viva.

Quando o Aspirante à vida superior se tornar apto a formar tais quadros e sobre eles mantiver a Mente enfocada, poderá retirá-los rapidamente do campo mental, conservando-se alheio a qualquer pensamento, na expectativa do que surgirá em lugar da imagem. Durante algum tempo, talvez, nada venha a ocorrer. Contudo, exercitando-se fiel e pacientemente todas as manhãs, tempo virá em que, ao afastar o quadro que tenha imaginado, o Mundo do Desejo se abrirá a seus olhos internos. A princípio poderá ser uma rápida visão, porém será uma mensagem daquilo que virá oportunamente.

Afinal o pensamento foi conquistado pelo emprego de metade de nossa força sexual criadora. Portanto, é também criador. Ele representa o poder de formar imagens, quadros, formas, mentais, segundo as ideias que internamente suscitamos. O pensamento é nosso principal poder. Nosso destino de seres racionais é de obter sobre ele absoluto domínio. Qualquer um, devidamente orientado, pode antecipar essa meta gloriosa e descortinar possibilidades inacreditáveis. O controle sobre a Mente permite a manifestação de imaginações reais, geradas por nós mesmos, o Ego, e não simples ilusões induzidas inconscientemente por condições exteriores.

O pensamento é o mais poderoso meio de obtenção do conhecimento. Se o concentrarmos sobre um assunto, ele abrirá caminho através dos obstáculos e resolverá o problema.

Nada está além da humana compreensão, quando chegamos a controlar e utilizar a força do pensamento. Geralmente dissipamos, dispersamos e enfraquecemos o pensamento-forma e em tal caso será de pouca utilidade, porque não atrai nem suscita no plano mental os dados necessários à global compreensão do assunto em foco. Todavia, uma vez estejamos devidamente preparados para o reto uso do poder mental, todo o conhecimento estará a nossa disposição. A importância disso só o avaliará devidamente o que tenha vislumbrado os resultados da Concentração. O Aspirante à vida superior não pode se furtar a essa meta. A princípio ficará aborrecido porque, ao tentar concentrar, a Mente foge e notará que pensa em tudo a que se encontra sob o Sol, em vez de fixar no ideal ou objeto proposto. Mas não deve desanimar. Com o tempo e perseverança o domínio se tornará menos difícil e os seus sentidos vão se disciplinando, até conseguir relativa concentração do foco mental.

O principal fator de êxito para lograrmos concentrar bem é a persistência; seguido de perto pela perseverança, obstinação, repetição, até vencer a luta. O que é mais difícil traz frutos mais valiosos. Sem persistência resultado algum poderá ser obtido. É inútil fazermos esse Exercício Esotérico Rosacruz em uma, duas ou três manhãs ou mesmo semanas, para, depois negligenciá-los, falhando, interrompendo, reiniciando. Para ser efetivo, o exercício deverá ser feito fielmente todas as manhãs, sem nenhuma falha. Melhor ainda se for à mesma hora e lugar porque se irá formando uma força vital que auxiliará e abreviará a meta. E uma vez conquistado um bom resultado, devemos continuar o exercício, pois a natureza não admite inação. “O exercício assegura o resultado, como a função faz o órgão”. Toda função que só interrompe, vai retrocedendo e se atrofiando. O Exercício Esotérico metódico e constante mantém em ascensão e evolução todas as coisas.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz maio/1968 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Sei que o Ego sobrevive à morte da Personalidade, porém, ele é imortal? No Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz consta o seguinte: “Na sétima Revolução do Período Lunar os Senhores da Chama voltaram a ajudar o ser humano, cooperando com os Senhores da Individualidade para vincular o Espírito Humano ao Espírito Divino. Dessa forma o Ego separado – o Tríplice Espírito – veio à existência.”. Se o Ego veio à existência tão recentemente, ele teve um começo, e como tudo aquilo que teve um princípio deve ter um fim, então ele não é imortal. Se o Ego é um Tríplice Espírito, o que vem a ser então o Espírito Virginal que o absorverá no fim do Período de Vulcano?

Resposta: Para entendermos isso, vamos relembrar o significado da palavra Ego na Filosofia Rosacruz. No mesmo livro Conceito Rosacruz do Cosmos, citado acima, estudamos os seguintes trechos:

“Antes do princípio do Período de Saturno, os Espíritos Virginais, atualmente seres humanos, estavam no Mundo dos Espíritos Virginais. Eram ‘Todo-Conscientes’ como Deus, em Quem (não de Quem), se diferenciavam. Contudo não eram autoconscientes. A aquisição dessa faculdade é, em parte, o objetivo da evolução, que submerge os Espíritos Virginais num oceano de matéria de crescente densidade, o que os priva por fim da consciência do Todo.”.

“Dessa maneira, no Período de Saturno os Espíritos Virginais foram submersos no Mundo do Espírito Divino e encerrados em tênue envoltura da substância desse Mundo, no qual penetraram parcialmente por meio da ajuda dos Senhores da Chama. No Período Solar os Espíritos Virginais foram submersos no Mundo do Espírito de Vida, ainda mais denso, ficando assim mais cegos para a consciência do Todo, envolvidos, como estavam, por um segundo véu da substância desse Mundo. E nesse segundo véu penetraram parcialmente ainda com a ajuda dos Querubins. O sentimento de Unidade com o Todo também não foi perdido porque o Mundo do Espírito de Vida é um Mundo universal, interpenetrando e sendo comum a todos os Astros de um Sistema Solar. No Período Lunar, porém, os Espíritos Virginais se aprofundando mais em matéria ainda mais densa, entraram na Região do Pensamento Abstrato, onde se lhes agregou o mais opaco dos seus véus, o Espírito Humano. Daí em diante o Espírito Virginal perdeu a consciência do Todo.”.

“E assim o Espírito Virginal se viu encerrado num Tríplice véu, sendo o véu externo, o Espírito Humano, o que efetivamente o cegou a unidade da Vida, convertendo-o em um Ego e mantendo a ilusão de separatividade adquirida durante a Involução. A Evolução dissolverá gradualmente essa ilusão, trazendo de volta a consciência do todo, enriquecida pela consciência de si mesmo.”.

Ante o exposto, concluímos que o termo Ego designa certa fase do desenvolvimento do Espírito Virginal, indicando a fase de despertamento dos seus três aspectos e dos véus de substância dos Mundos do Espírito Divino, do Espírito de Vida e da Região do Pensamento Abstrato (veículos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano, respectivamente). A última substância mencionada é de natureza separatista, obscurecendo a visão do Espírito Virginal, embora isso não altere sua condição de imortalidade. Com o tempo essa ilusão de separatividade desaparecerá, e o Tríplice Espírito readquirirá a consciência global, acrescendo-se ainda a autoconsciência. Por conseguinte, o Ego é imortal. Não podemos adotar o termo Ego corretamente, sem incluir nele o Espírito Virginal como causa essencial interna. Usamos o mencionado termo para indicar o Tríplice Espírito mais o resultado da Involução.

Com referência à última pergunta, afirmamos ser o Espírito Virginal inerentemente Tríplice. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, possuindo implicitamente os princípios da Vontade, Sabedoria e Atividade, para os quais correspondem as designações Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano, respectivamente. Esses princípios ou aspectos do Espírito foram despertados em determinados Períodos durante a jornada involutiva (primeira parte desse Esquema de Evolução), dando origem aos respectivos veículos ou Corpos, por meio das experiências adquiridas através desses veículos, desenvolve-se a Tríplice Alma que será absorvida pelo Tríplice Espírito. Além disso, o Espírito Divino absorverá o Espírito Humano ao final do Período de Júpiter; o Espírito de Vida ao final do Período de Vênus e a Mente ao final do Período de Vulcano. Afirmar-se que o Espírito Virginal será absorvido pelos Espíritos Divino, de Vida e Humano não é de todo correto. O Espírito Divino, um dos aspectos do Tríplice Espírito, absorverá os outros dois aspectos, porém os três estarão em íntima relação, uns com os outros. Não poderíamos afirmar que o Espírito Virginal absorveria os Espíritos Divino, de Vida e Humano, porque nesse caso ele absorveria a si mesmo.

Assim, o Espírito Virginal, que deverá absorver a Tríplice Alma e a Mente ao final do Período de Vulcano, é essencialmente o mesmo que iniciou a peregrinação no Período de Saturno, e adquirirá Poder Anímico e a Mente Criadora como fruto de sua peregrinação através da matéria. Avançará da impotência à onipotência, da inconsciência à omnisciência.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz janeiro/1968 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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