A filosofia oculta ensina: o ser humano é realmente “feito à imagem e semelhança” (ESPIRITUAL) de Deus, sendo dotado, em potencial, de todos os Seus poderes. Assim, o espírito é tríplice, como Deus. Seu Espírito Divino corresponde ao atributo da Vontade, em Deus: seu Espírito de Vida corresponde ao aspecto Sabedoria, de Deus, e o seu Espírito Humano corresponde ao princípio da Atividade, no seu Criador. Isso demonstra que o princípio Crístico encontra-se no interior do ser humano e a sua contraparte é o Corpo Vital, ou etérico.
É o trabalho especial, por assim dizer, o programa de nossa época, permitir o desenvolvimento do nosso Cristo interno, a fim de que possa brilhar através das trevas de nosso mundo materialista e de nossos corpos inferiores, tecendo o Vestido Dourado de Bodas, o “soma psuchicon” mencionado por São Paulo.
O Espírito de Vida contém registros indeléveis de todas as faculdades, talentos e sabedoria alcançados pelo Tríplice Espírito nas vidas passadas. Esse registro, chamado hoje de “Memória Supraconsciente”, manifesta-se como consciência, caráter e, às vezes, como “orientador” compelindo-nos à ação vez por outra frontalmente contrária à nossa razão e desejos. Pode também, imprimir sua mensagem diretamente no Éter Refletor do Corpo Vital. Essa mensagem é levada pelo sangue até o coração, de onde é transmitida ao cérebro através do nervo pneumogástrico. O impulso é chamado de “intuição” e traz ao corpo humano, chamado por São Paulo de “veste da corrupção”, as frequências de alta vibração do Mundo do Espírito de Vida, instando a Personalidade a obedecer a Lei do Amor, que é o Caminho da Libertação.
Astrologicamente falando, o poder da intuição é governado pelo Planeta Urano, e pelo Signo Aquário.
Pessoas que têm esses aspectos fortemente marcados em seus horóscopos, são notavelmente intuitivas. Elas lutaram nas vidas passadas para cultivar um interesse e um amor impessoal, abrangendo não somente a família, a comunidade ou povo, mas sim TODOS OS SERES HUMANOS, sem diferença de casta, credo ou cor. É objetivo da humanidade ocidental ampliar, fortalecer, e intensificar o impulso da INTUIÇÃO, porque ela há de tomar o lugar da razão, como o tribunal mais elevado do ser humano. Isso ajudará, e muito, para se chegar a uma solução dos problemas que a humanidade enfrenta hoje, e que são o resultado da escravidão do ser humano às ordens de sua mente, impregnada de desejos egoístas e inferiores.
Para esquematizar o método próprio para o desenvolvimento da faculdade da intuição, o Aspirante deve conhecer, em primeiro lugar, o funcionamento do Corpo Vital, — a contraparte do Espírito da Vida.
É composto de quatro Éteres, e interpenetra os átomos do corpo físico. Os dois Éteres inferiores – Químico e de Vida – são o canal das forças responsáveis pela assimilação, crescimento e propagação. Os dois Éteres superiores, — o Luminoso e o Refletor — são formados novamente em cada vida, e sua qualidade depende da natureza e quantidade de serviço que o indivíduo prestou aos seus semelhantes. Purificamos os nossos Corpos de Desejos através da oração, pureza de pensamentos, e concentração, sensibilizando ao mesmo tempo o Corpo Vital, enquanto que amando e servindo aos nossos semelhantes, tecemos o Dourado Manto Nupcial formado pelos dois Éteres superiores — o elo entre o Espírito de Vida (morada do Cristo) e o coração. Há uma correlação entre esses fatores: quanto maior e mais luminoso o Dourado Manto Nupcial, mais forte é a faculdade da intuição. Funcionamos nesse veículo luminoso quando o nosso corpo físico repousa adormecido e saímos do corpo, consciente ou inconscientemente. É através desse mesmo veículo que o ser humano é “ressuscitado” e pode “ascender” aos mundos superiores após a “morte”. Assim, despertamos a voz interna, formando esse veículo resplandecente do qual São Paulo falava e atingimos a libertação, no mais profundo sentido da palavra.
É de particular importância para quem deseja desenvolver a faculdade da intuição notar no “Pai Nosso” — que é uma fórmula algébrica para a elevação e purificação de todos os veículos do ser humano — a petição do Espírito da Vida, para a sua contraparte, o Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores”. Essa oração ensina a doutrina da remissão dos pecados nas palavras “perdoai as nossas dívidas” e a doutrina da Lei de Consequência nas palavras “como nós perdoamos”, fazendo de NOSSA ATITUDE PARA COM OS OUTROS a medida de nossa emancipação. É óbvio, dessa maneira, que o Estudante desejoso de obter a intuição ensejada pelo Espírito de Vida (Cristo) deverá e com bastante assiduidade cultivar uma atitude de PERDÃO!
Num futuro remoto, quando a humanidade, como um todo, tenha desenvolvido suficientemente seus poderes coletivos mediante um RETO VIVER COLETIVO, o Cristo estará finalmente livre, podendo retirar-se definitivamente do Planeta.
Da mesma forma, quando um indivíduo desenvolver os seus atributos divinos suficientemente poderá sair de seus veículos físicos, de sua “prisão” e estará apto a executar maiores trabalhos nos Mundos invisíveis, vestido como já vimos do seu luminoso veículo etérico.
A Páscoa é assim: não somente o tempo da Libertação do nosso Espírito Planetário o Cristo, um sacrifício que deveria evocar em nós o máximo de gratidão e confiança.
É também a magna segurança para as nossas almas de que algum dia cada ser humano, como Cristo em formação, será libertado da prisão do Corpo Denso e da Personalidade.
O Espírito Interno, que é o “Homem Real”, aprende vida após vida, em ciclos sem número, a viver de acordo com as Leis de Deus, transcendendo finalmente a ilusão dos sentidos, e se libertando, no mais profundo sentido da palavra, da ignorância, do sofrimento e da morte, e entrando num outro estado de consciência, glorificado, iluminado e cheio de paz.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1975-Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP)
Novembro de 1913
Frequentemente, recebemos solicitações de auxílio de pessoas que, infelizmente, pertenciam a sociedades onde elas se submetiam ao domínio dos espíritos de controle que, no momento, os assombram e os perseguem chegando ao ponto de se tornarem um fardo na vida delas. Também recebemos solicitações de auxílio de pessoas que frequentaram sociedades onde ensinavam exercícios de respiração hindus. A impaciência de ingressar nos Mundos invisíveis leva muitas pessoas a praticar estes exercícios, cuja natureza perigosa desconhecem, quando percebem é tarde demais e aí experimentam problemas tano na saúde física como na espiritual. Então, vem até nós a procura de alívio que, felizmente, conseguimos fornecer a todos que se aplicaram, até mesmo aqueles que estavam à beira da insanidade.
E é por isso que a literatura da Fraternidade Rosacruz está repleta de advertências sobre o evitar todos os exercícios respiratórios tais como preconizados pelas escolas orientais, os quais são impróprios às pessoas que vivem no lado ocidental do Planeta. É com muita e profunda tristeza que ouvimos falar de um Estudante que está, agora, doente como consequência desses tipos de exercícios respiratórios. Portanto, cremos que será conveniente afirmarmos, mais uma vez, a diferença entre os métodos oriental e ocidental, para que fique bem claro o por que é sensato evitar tais exercícios.
Em primeiro lugar, é necessário ter a percepção clara de que a evolução do espírito e a evolução da matéria andam de mãos dadas. O espírito evolui renascido em veículos densos de matéria e trabalhando com o material encontrado no Mundo Físico. Assim, o espírito progride e, também, a matéria está sendo aprimorada porque o espírito trabalha sobre ela. Naturalmente, os espíritos mais avançados atraem para si material mais refinado do que aqueles que estão atrasados no caminho da evolução, e os átomos nos corpos de pessoas mais altamente evoluídas são mais sensíveis do que as daquelas que existentes em povos primitivos.
Entretanto, os átomos das pessoas que vivem no ocidente respondem às ondas vibratórias que ainda não foram contatadas por aquelas pessoas que habitam em corpos orientais. Os exercícios respiratórios são usados para despertar os átomos adormecidos do aspirante oriental, e o trajeto enérgico desse tratamento se faz necessário para aumentar o tom de vibração. O índio americano ou o bosquímano[1] podem executar esses exercícios impunemente durante vários anos, contudo, é uma questão totalmente diferente quando uma pessoa, com um corpo altamente sensibilizado como o ocidental, segue tal tratamento. Os átomos de seu corpo já foram sensibilizados pela evolução natural; e quando esta pessoa recebe um ímpeto adicionado de exercícios respiratórios, os átomos simplesmente se rebelam, e se torna extremamente difícil trazê-los ao devido repouso novamente.
Aqui pode ser útil mencionar que o autor teve uma experiência pessoal nesse assunto. Anos atrás, quando ele começou a trilhar o Caminho espiritual e estava imbuído da impaciência que é a característica comum a todos os buscadores sedentos pelo conhecimento, ele leu sobre os exercícios respiratórios publicados por Swami Vivekananda[2] e começou a seguir as suas instruções, na esperança de que, após dois dias, o Corpo Vital se separaria do Corpo Denso. Isso produziu uma sensação como deslizar no ar, não sendo possível manter os pés em terreno sólido e todo o Corpo parecia vibrar num tom altíssimo. O bom senso o resgatou. Os exercícios foram interrompidos, porém, foram duas semanas para que recuperasse a condição normal de andar firmemente no chão e cessassem as vibrações anormais.
Na parábola, foi dito que alguns foram rejeitados porque não tinham o traje nupcial. A menos que nós desenvolvamos, primeiramente, o Corpo-Alma, qualquer outra tentativa de entrar nos Mundos invisíveis resultará em um desastre; e qualquer instrutor que diz ter a capacidade para conduzir as pessoas aos reinos invisíveis não é confiável. Existe apenas um caminho – paciente persistência em fazer o bem.
(Cartas aos Estudantes – nº 36 – do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel)
[1] N.T.: Khoisan ou Khoi-San é a designação unificadora de dois grupos étnicos do sudoeste de África que partilham algumas características físicas e linguísticas distintas da maioria Bantu da África. Esses dois grupos são os san, também conhecidos por bosquímanos ou boximanes e que são caçadores-coletores, e os khoikhoi, que são pastores e que foram chamados hotentotes pelos colonizadores europeus. Aparentemente, estes povos têm uma longa história, estimada em vários milhares (talvez dezenas de milhares) de anos, mas agora estão reduzidos a pequenas populações, localizadas principalmente no deserto do Kalahari, na Namíbia, mas também no Botsuana e em Angola.
[2] N.T.: Swami Vivekananda (1863-1902), nascido Narendranath Dutta foi o principal discípulo do místico do século XIX Sri Ramakrishna Paramahamsa e fundador da Ordem Ramakrishna. É considerado uma figura chave na introdução do Vedanta e do Yoga no Ocidente, sobretudo na Europa e América.
Procurando a verdade: o risco de usar métodos errados e como esse conceito muda durante a nossa vida
Há 2.000 anos Pilatos indagou: “O que é a verdade?”.
As distintas formas de fé religiosa existentes são tentativas humanas de materializar seus conceitos internos sobre a verdade. A religião avança à medida que a visão humana se expande. O espírito interno clama por uma revelação mais completa. Uma nova Revelação surge em resposta a esse clamor e um conceito mais elevado de Deus começa a desabrochar na Mente do ser humano. Até hoje a religião não logrou alcançar uma oitava superior, mas nossas ideias relativas a ela são mais profundas. Cristo afirmou: “A verdade vos libertará”. A verdade é eterna e nossa busca por ela deve ser perdurável também. O Ocultismo não conhece “a fé de uma vez para sempre e relativa a todas as coisas”. Todas as Escolas de Ocultismo baseiam-se nas mesmas verdades fundamentais, passíveis de serem apreciadas sob diferentes ângulos, dando a cada um uma visão diferente. Assim, elas se completam.
Portanto, com o que atingimos por ora não é possível alcançar a verdade essencial. Em resposta à pergunta de Pilatos, devemos primeiro notar que a verdade seja um princípio subjetivo. Não pode ser encontrada no objetivo, se bem que esse contenha manifestações dela.
O erro consiste em pretendermos descobri-la totalmente nas coisas externas ou em alguma parte fora de nós mesmos. Nossa ideia sobre o que é verdade modifica-se à medida que progredimos, porque, à proporção que ascendemos, novas fases dela nos são apresentadas, etapas que não foram percebidas anteriormente.
Onde, pois, encontraremos a verdade? Não podemos encontrá-la neste mundo fenomenal, pontilhado de ilusões, no qual temos de proceder a constantes correções e mudanças, consciente ou inconscientemente. Sabemos que nossa visão nos engana, quando faz as coisas parecerem unidas no final de uma rua, por exemplo.
Com referência à indagação sobre onde encontraremos a verdade, a resposta só pode ser uma: dentro de nós mesmos.
É um assunto relativo ao próprio desenvolvimento interno, excluindo-se de qualquer outra fonte. A promessa de Cristo, “se vivermos a vida, conheceremos a doutrina”, é verdadeira no sentido mais literal. Os livros e os mestres podem despertar nosso interesse e nos incentivar a viver a vida. Contudo, só na medida em que julgarmos cuidadosamente suas ideias, antes dos preceitos constituírem parte de nossa vida interna, caminharemos na direção correta.
Conforme Max Heindel nos relatou, os Irmãos Maiores não lhe ensinaram tudo diretamente desde o primeiro curto período em que lhe proporcionaram o material para escrever O Conceito Rosacruz do Cosmos. A cada pergunta formulada, o Mestre indicava-lhe a direção em que poderia encontrar a informação necessária. Pelo uso de nossas próprias faculdades conseguiremos sempre os melhores dados ou informações.
A aspiração é o primeiro passo a ser dado para sairmos da escravidão para a liberdade, porquanto à medida que um ser humano deseje ascender, será libertado.
Somente por nossa aspiração à virtude dominamos os vícios. A fidelidade aos mandatos espirituais nos livra da sensualidade. A indiferença, entretanto, fará estiolar a mais bela flor do espírito.
Todo desenvolvimento oculto começa no Corpo Vital com o cultivo de faculdades objetivas e comuns tais como a observação, o discernimento, a razão, a justiça, o senso comum e o cultivo do intelecto. Todas essas qualidades, quando combinadas com oração e devoção, conduzem a estágios mais avançados, na jornada evolutiva. Essa preparação interna do Estudante deve ser realizada sem considerar as circunstâncias externas.
Os dois Éteres inferiores do Corpo Vital, o Químico e o de Vida, decrescem em quantidade e densidade à proporção que os dois superiores formam o Corpo Denso. Então um poder maior flui através nosso ser. Isso, às vezes, causa distúrbios no corpo denso, pois os Éteres inferiores mantêm a saúde física. Essa condição, não obstante, é transitória e tende a desaparecer. Observe-se, portanto, como é de máxima importância para os Estudantes de Ocultismo persistir em suas aspirações.
Se alguém tentar adquirir poderes ocultos sem ideais elevados ou objetivos altruístas, o resultado físico será deplorável. Um grande número de males físicos entre os Estudantes de Ocultismo deve-se a esse fato.
Todo pensamento egoísta ou de ódio imprime-se no sangue e nos pulmões, retardando o processo regenerativo. Por outro lado, os pensamentos de amor, justiça e harmonia constroem o Corpo Vital e aumentam a vitalidade do Corpo Físico. A regeneração, na maior parte dos indivíduos, ocorre em um grau vibratório muito baixo, porque, por via de regra, o homem comum injeta continuamente os mesmos pensamentos negativos em sua corrente sanguínea. Daí estar sempre acompanhado de dores e enfermidades.
No Estudante de Ocultismo, esse processo regenerativo se efetua muito mais rapidamente. E em muitos casos, a corrente sanguínea pode ser praticamente regenerada em curto tempo. Alguns dos velhos pensamentos, não obstante, estão sujeitos a reintroduzirem-se na corrente. Por isso, o processo segue repetindo-se até que estejamos completamente purificados de toda escória.
Temos de trocar a roupagem de nossos corpos impuros pela brilhante veste que estamos tecendo dia-a-dia. Esse é o processo alquímico do qual resulta a saúde perfeita. Quando formos “ouro puro”, quando a corrente sanguínea carregar só o puro, como os pensamentos de Cristo, então aparentemente operaremos milagres. Com a energia restante curaremos os demais, dissiparemos a desarmonia, a tristeza e o sofrimento, irradiaremos amor, paz e bons pensamentos. Então, transcenderemos os laços familiares e raciais sem deixar de cumprir todos os nossos deveres, porque nos teremos purificado desses sanguíneos. Nós nos sentiremos, então, universais.
O coração, grande distribuidor de sangue, não alimentará preferências, mas amará a tudo e todos sem considerar religião, cor ou casta.
Cristo disse: “Deveis nascer de novo”. Esse renascimento estende-se ao físico, conforme o axioma hermético “como é em cima, assim é embaixo”.
Depende apenas de cada um de nós a formação do veículo que nos capacitará a perceber a verdade nos Planos internos. Harmonizando nossas vidas com os princípios divinos, de acordo com a verdadeira religião, estaremos construindo o Corpo-Alma, o Dourado Traje de Bodas.
Uma vida de amor e serviço aos demais constrói o Corpo-Alma. Esta vivência não só atrai e elabora os dois Éteres superiores, o Refletor e o Luminoso, como a seu tempo produzirá uma separação que os diferenciará dos dois Éteres inferiores. Depois de completada essa separação, o Corpo-Alma encontra-se pronto para os voos da Alma. Isso constitui a cor azul-dourada do amor, que distingue o santo do ser humano comum.
Estamos recebendo ajuda para construir este Corpo-Alma, ajuda do Cristo, o Espírito Interno da Terra, por meio de suas emanações etéricas que, brotando do centro do globo, atravessam nossos Corpos Vitais. Mesmo depois de separados os Éteres superiores e inferiores, o Corpo-Alma prossegue crescendo, contanto que seja alimentado. Tal qual outro corpo, necessita de alimentação para crescer e permanecer em condições saudáveis. Porém se deixamos de alimentar o Cristo Interno, experimentaremos uma grande fome espiritual, muito mais intensa e dolorosa que a fome física. Conforme se ampliam nossos conceitos sobre a verdade, o Corpo Vital demanda uma classe de alimento mais elevado, em forma de boa literatura, arte, música e uma vida de compaixão e serviço ao próximo. Um conceito puramente intelectual da verdade não é suficiente, devendo-se consistir em um sentimento interno e espiritual. A razão e o discernimento são faculdades intelectuais; no entanto, o intelecto mais desenvolvido falharia sem assimilação espiritual: o coração e a Mente têm que cooperar entre si. Nem todos temos a mesma acuidade mental, donde a verdade concebida pela Mente não pode ser idêntica para todos. Contudo, o espírito é uno e quem é espiritualmente consciente conhecerá a verdade. Evidentemente, existe uma grande diferença entre o conhecimento da verdade e a posse de um mero conhecimento mental dela.
O caminho da preparação pessoal é o preço que pagamos pela verdade. A obtenção consciente dela é o resultado de viver a vida estritamente moral, consoante às normas espirituais. Não há outro meio.
Emerson disse: “O homem deve aprender a descobrir e observar esse facho de luz que resplandece através de sua Mente, oriundo de um lugar muito mais iluminador que o firmamento dos poetas e sábios”.
O dilema naturalmente surge na Mente do Estudante: quantos conhecem a verdade, quando a encontram?
Em Cartas aos Estudantes, Max Heindel nos dá a resposta quando trata do exercício de Retrospecção. Segundo o Mestre, se for possível que esse exercício seja praticado sinceramente pelas pessoas mais depravadas, durante seis meses e ininterruptamente, elas serão regeneradas. Os mais zelosos testemunham os benefícios dessa prática, particularmente em relação às faculdades mentais e à memória.
Ademais, por esse juízo imparcial de si mesmo, noite após noite, o Estudante aprende a distinguir o verdadeiro do falso em um grau impossível de se obter por outros meios. Dentro de nós encontra-se o único tribunal da verdade. Se nos habituarmos a colocar nossos problemas diante desse tribunal, persistentemente, com o tempo desenvolveremos um sentido superior da verdade, facultando-nos a perceber se uma ideia avançada é falsa ou verdadeira. A menos que estabeleçamos esse tribunal interno da verdade, vagaremos de um lugar a outro falando mentalmente durante toda nossa vida, conhecendo um pouco mais no final do que no princípio ou, talvez, menos. Portanto, o Estudante nunca deve rejeitar ou aceitar, nem seguir às cegas qualquer pessoa, mas procurar estabelecer o tribunal dentro de si mesmo.
Temos outro método pelo qual podemos diferenciar a verdade da imitação. Há pessoas, exímias fabricantes de imitações de artigos legítimos, tentando enganar compradores incautos. Esses, a menos que disponham dos meios para conhecer o artigo genuíno, correm o risco de serem ludibriados. Nesse aspecto o buscador da verdade corre o mesmo risco. O colecionador amiúde guarda seu tesouro em um lugar especial, deleitando-se com ele a sós. Frequentemente, anos mais tarde ou após sua morte, descobre-se que algumas das peças guardadas e muito apreciadas eram grosseiras imitações sem valor algum; assim também, aquele que encontra algo que entende por verdade pode enterrá-lo em seu próprio peito, percebendo depois de muitos anos que houvesse sido enganado por uma imitação. Por isso, torna-se necessária uma prova final para eliminar toda possibilidade de decepção. A questão é: como descobri-la e aplicá-la? A resposta é tão simples como eficiente: pelo método.
Os colecionadores descobrem que uma peça seja pura imitação porque a exibem para quem conhece a original. Se expõem seus acervos ao público, ao invés de mantê-los em segredo, prontamente saberão se têm peças falsas ou legítimas. Assim como a preocupação em ocultar os objetos colecionados favorece e estimula a fraude por parte dos comerciantes de raridades, inescrupulosos, da mesma forma o desejo de guardar para si os conhecimentos pode facilitar o trabalho dos traficantes das imitações ocultas do saber. Como poderíamos comprovar o valor de uma ferramenta, senão pelo uso? Nós a compraríamos, se o vendedor exigisse que a mantivéssemos guardada, em vez de utilizá-la? Seguramente que não!
Insistiríamos em empregá-la em nosso trabalho para constatar se serviria ao fim que lhe destinamos. Uma vez comprovada sua utilidade, nós nos sentiríamos satisfeitos em tê-la adquirido.
Considerando esse princípio, por que comprar certos artigos, se os comerciantes fazem questão de ocultá-los? Se fossem legítimos, não haveria necessidade de mantê-los em segredo. E, a menos que possamos utilizá-los em nossas vidas diárias, não terão valor algum.
Todo aquele que encontra a verdade deve empregá-la no trabalho do mundo para assegurar que sua legitimidade resista à prova e dar aos outros a oportunidade de compartilhar o tesouro encontrado.
Portanto, é mister observarmos a exortação do Cristo: “DEIXAI QUE BRILHE VOSSA LUZ”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1975)
Como construir uma Virtude
Existe em nosso vocabulário uma palavra encantadora que reflete um estilo de vida: essa palavra, essa conquista, é a VIRTUDE. Infelizmente, nos instáveis tempos que atravessamos ela quase perdeu seu significado real. Até já é considerada antiquada. No entanto, representa uma expressiva realização para todo aspirante à vida espiritual.
Muitas pessoas admiram mais a inocência do que a virtude. Isso vem de longe. Até pouco tempo atrás, as mulheres eram educadas exclusivamente para a maternidade e o lar. Considerava-se prendada a mulher que ignorasse as malícias do mundo e se conservava em pureza infantil. Quando se casava, submetia-se inteiramente ao marido, chamava-o de “Senhor Fulano” e não se metia em seus negócios. Se ficasse viúva, sua inocência a convertia em presa fácil dos espertalhões, que se valiam de suas assinaturas em endossos avais e procurações para despojá-las.
Hoje em dia, as mulheres partiram para uma autoafirmação extremada. É natural de toda transição. Mas não representa virtude, porque é degradante. A experiência as reconduzirá à virtude pela dor. Então poderão desfrutar retamente a igualdade de direitos que já está quase inteiramente conquistada com o direito ao voto, ao exercício de cargos públicos elevados ou tantos outros. Porém a igualdade terá de respeitar as características de cada sexo.
A inocência ainda é cultivada em muitas crianças e conservada em muitas mulheres. É um estado de inexperiência que ignora algumas necessidades, estando alheio às experiências e provas que amadurecem e consolidam o caráter.
Parsifal, o herói da ópera de Wagner, era inocente quando tropeçou pela primeira vez nos guardiões do Graal, em Monte Salvat. A toda pergunta que fazia Gurnemanz, ele respondia: “Não sei”. Sua inocência era uma pureza imatura que teria de mudar com os impactos e cicatrizes da batalha da vida.
Os neófitos da vida espiritual acreditam que as Forças Superiores devem protegê-los de toda experiência difícil, sem compreender que as adversidades lhes aparecem como efeito de sua conduta egoísta. Cabe aos expositores deixar bem claro a necessidade de eliminar os traços indesejáveis do caráter, de purificar os Corpos e concentrar os esforços em um equilíbrio entre os interesses espirituais e materiais, dando “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Espiritualidade não é a busca de fenômenos, não é a tentativa de eliminar as desarmonias físicas ou psíquicas por meio de “passes”, imposição de mãos e “trabalhos espirituais”, partindo da suposição egoísta de que todo mal é mandado pelos outros. Espiritualidade é o cultivo das faculdades latentes do espírito por meio de um reto pensar, um nobre sentir e um correto agir: trabalho incessante, paciente, perseverante e diário de orar e vigiar contra o único adversário (etimologicamente chamado de demônio ou Satanás), dentro de nós, que nos tenta a repetir e consolidar os vícios adquiridos através de muitas vidas de erro…
Vejam como agem as pessoas comuns: quando se tornam conscientes de sua “falta de graça” ou desgraça, tornam-se abrumadas, tristes, pessimistas, revoltadas, inseguras diante dos desafios! Como se abraçam carinhosamente às suas antigas emoções para se autojustificar e defender o direito de ser como são, a regalia de não mudar, decretando com isso sua cristalização, adiando a prova, desistindo de “passar de ano” na Escola da vida!
A tentação é uma necessidade: são os exames da vida por intermédio dos quais mostramos estar, ou não, preparados para adentrar os graus de consciência mais elevados. Ser tentado não significa viver em pecado. Desculpar nossas debilidades e nos comprazer no erro: isso, sim, é pecado. Agindo desse modo, mostramos não ser virtuosos. Virtude é conhecer o bem, o mal e escolher voluntária e gostosamente o bem, sem recalques. Notem que na “Oração do Senhor”, popularmente conhecida como “Pai Nosso”, somos ensinados a pedir: “Não nos deixeis cair em tentação”. A tentação existe, mas devemos superá-la pouco a pouco, até que a atração de repetir um hábito desapareça e já não nos constitua um desejo. Isso nos leva a compreender que a tentação tenha sua raiz em algum hábito errôneo formado no passado. A um beberrão o jogo pode não constituir tentação nem a bebida, ao jogador. Cada um tem seu ponto fraco a superar.
Como espiritualistas, façamos a nós mesmos esta pergunta: qual é o propósito da evolução?
Nossos estudos respondem: é a aquisição e o correto uso do conhecimento aliado ao amor para formarmos a Sabedoria com a qual desenvolveremos nossos poderes latentes rumo à perfeição a que somos chamados — “Sede vós perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito”. Isso corresponde à semente que dilui sua personalidade, ao se desmanchar na terra para converter-se na árvore da qual veio.
Esse processo de evolução é indispensável, como teste, na vida de todos. Precisamos encontrar nossa fortaleza. Nosso Eu Superior não aceita subterfúgios, porque já está cansado dos tormentos que se prolongam vida após vida, sob o domínio da natureza inferior.
Verdade é que muitas vezes cedemos à tentação. É pena. Mas isso não nos impede de alcançar a virtude. “O único fracasso é deixar de lutar.” — diz Max Heindel. O que nos pode distanciar da virtude é a falta de arrependimento. A contrição sincera e positiva lava a transgressão com lágrimas e abre a porta da reforma para se alicerçar um caráter virtuoso sobre o qual podemos edificar uma vida espiritual autêntica e estável. Esse penoso esforço deixa profundas impressões que mais tarde são transmitidas ao Átomo-semente durante a gravação do panorama da vida sobre nosso Corpo Vital. No estágio post-mortem, essas impressões são gravadas no Corpo de Desejos como “consciência” para o crescimento da alma e a firmeza contra as tentações de futuras existências.
Assim, devemos compreender e aceitar os desafios, especialmente as tentações, vendo nelas boas oportunidades de nos livrar de hábitos e atividades retardantes. Ao vencê-los, podemos desarraigar características anticrísticas, tendências adversárias ao nosso crescimento anímico.
O caminho do transgressor é duro. Ele provoca reações da Lei Divina mantenedora da harmonia universal. Tais reações lhe são dolorosas, mas também amorosas, porque advertem: “Retorne ao caminho da retidão. Endireite a sua vereda, antes que lhe ocorram coisas piores”. Por meio da dor compreendemos que ninguém pode fugir de Deus, “em Quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Ao tomarmos consciência desse Poder passamos a admirá-Lo, não por medo, mas pela alegria de descobrir que o mundo tem um Supremo Diretor que é muito justo e a Quem, prazerosamente, desejamos servir. Daí começamos a ser justos, convictamente. Fazemos o bem pelo amor ao Bem. Então nos tornamos VIRTUOSOS.
Os seres humanos têm o privilégio da liberdade relativa, da escolha e do conhecimento para isso. Tais capacidades são aprimoradas pela experiência. A ave Fênix da Sabedoria, que nasce das cinzas do conhecimento e do amor sempre renovados e melhorados, mostra que vale a pena passar pelo fogo da dor e pelos arranhões da batalha. O diabo (adversário criado pelos maus hábitos da nossa natureza) pode e sempre nos tenta. Contudo, quando escolhemos profundamente o melhor curso de ação, podemos dominar a tentação e agir em harmonia com o bem universal. Desse modo nos tornamos aptos à união final e consciente com os guias Espirituais da humanidade por meio do despertar de nossa Deidade.
Um fato bem estabelecido é este: nossas vidas futuras se decidem AGORA. É certo que neste momento estamos ajustando antigas dívidas e relações. No entanto, não importa quão severos sejam os condicionamentos atuais do destino, sempre contamos com uma margem de livre-arbítrio para criar melhores condições futuras. Os guias espirituais se preocupam demais com essa possibilidade de redenção e tudo fazem para permiti-la. Um ponto importante é o modo como agimos diante das provas. Esse é um dos fatores decisivos da regeneração. Dar-se logo por vencido e buscar uma saída fácil não remedia coisa alguma. Não que sejamos masoquistas, nada disso. Devemos, isto sim, aceitar o desafio e nele ver uma boa oportunidade para exercitar os músculos da alma, dar mais flexibilidade e tolerância ao nosso caráter e testar nossas fibras.
Até o Cristo foi tentado! Quanto Amor tem o excelso Cristo para permitir que Sua Consciência Se deixasse envolver por uma onda de vida manchada de pecados e ritmo evolucionário tão lento! As satânicas promessas de poder sobre todos os reinos do mundo e sua glória jamais poderiam tentar Aquele que já era o mais elevado Iniciado dos Arcanjos. O Cristo submeteu-Se a essa indignidade para mostrar à humanidade que a tentação é uma parte da nossa experiência, aqui na Terra. É claro: um Anjo rebelde nunca poderia tentar um elevado Arcanjo. As tentações de Cristo assumem diferentes significados, quando recordamos que Ele estava usando o Corpo Denso e o Corpo Vital de Jesus de Nazaré. Os corpos humanos estão sujeitos a determinadas características físicas como a fome. Assim, a ideia de converter as pedras em pão, depois de quarenta dias (simbólicos) de jejum, poderia constituir uma tentação à natureza HUMANA do seu corpo. No entanto, converter pedras em pão também encerra outro significado: o de usar os poderes alquímicos de Iniciado para proveito próprio, em todos os assuntos. O Cristo jamais havia passado, em Sua evolução, por condições QUÍMICAS e DURAS como nós. Seu veículo mais inferior é o Corpo formado de matéria emocional, o Corpo de Desejos. Portanto, Ele precisava conhecer as condições terrenas para compreender a consciência humana. Quando foi levado ao pináculo do Templo, recebeu a tentação do poder: “Tudo isso te darei, se prostrado me adorares”. Através dos Átomos-sementes dos Corpos Denso e Vital de Jesus, o Cristo precisava avaliar o impacto dessa tentação: submeter o Espírito ao mundo em troca de um domínio efêmero, a barganha “da progenitura por um prato de lentilhas”. Finalmente, a exibição de poder em que tantos espiritualistas caem! “Lança-Te daqui abaixo e os Anjos designados para proteger-Te virão amparar-Te na queda.” Dessas tentações saiu o Cristo consciente da condição humana, cheio de compaixão para converter-Se, através de Seu sacrifício, no ÚNICO SER A POSSUIR UMA CADEIA COMPLETA DE VEÍCULOS QUE LIGAM “O HOMEM AO PAI CELESTIAL”.
No Velho Testamento, no livro de Jó, vemos que Jó foi tentado por Satanás, com permissão de Deus. Embora fosse Jó “perfeito, reto, temente a Deus, apartado do mal”, foi experimentado o suficiente para bradar a Deus, em meio a sua angústia, não cessando de clamá-Lo até que o Senhor lhe apareceu com perguntas bem interessantes. Se você se interessa, leia os últimos capítulos do Livro de Jó (a humanidade) na Bíblia, em situação bem desvantajosa. Elas conduziram Jó à compreensão e arrependimento que o livraram de sua miséria.
O propósito da tentação é apenas testar se os erros passados foram mesmo vencidos e convertidos em caráter, em virtude. Quando caímos, diante das mesmas provas, é sinal de que não as vencemos ainda. Em tal caso, a dor purgatorial é bem mais profunda para que a consciência a registre mais nitidamente. Só desse modo, ao defrontarmos idênticas provas em seguinte encarnação, teremos força interna para batalhar e vencer. Ninguém pode fugir ao propósito evolutivo sem retrogradar. Se desejamos evitar a dor e a tristeza, cada vez mais aumentadas pela fuga e irresponsabilidade, precisamos nos converter em SENHORES DE NÓS MESMOS. Como está no Livro do Apocalipse: “Há um livro doce ao paladar, mas amargo ao estômago”. As satisfações, o egoísmo e as seduções de nossa natureza inferior são efemeramente gostosas; depois, convertem-se em sofrimento e fel. Quando compreendemos e adquirimos o valor para viver consoante as Leis Divinas, tornamo-nos virtuosos e desfrutamos a paz, harmonia e os demais talentos que lhe são inerentes e se oferecem a “todos os escolhidos”.
A dor purgatorial anterior nos adverte contra a repetição dos abusos e as presentes vitórias só se incorporam em nós como caráter ao serem assimiladas e reunidas no Átomo-semente, no Primeiro Céu, onde desfrutamos as alegrias dessas vitórias. Depois, no Terceiro Céu, nosso espírito as incorpora como Alma, o poder anímico determinante para nossa conduta futura. Que isso nos sirva de estímulo para lutar o bom combate e encarar com decisão hercúlea as características que estorvam este templo que estamos edificando para o ESPÍRITO. Vejam como respiramos aliviados, ao remover um fardo ou uma falta pelo domínio de nós mesmos! Começamos assim, por pequenas vitórias. Ao racionalizar e eliminar os aspectos sutis desses erros, sentimo-nos leves e felizes, desejosos, mais do que nunca, de nos livrar do imã do apego ou vício que nos atrai às provas e afasta de nossa legítima herança de paz.
Pouco a pouco, cresce dentro de nós um forte propósito de purificação. No entanto, lembremos: quanto mais fortes nos tornamos e quanto mais tentações vencemos, tanto mais sutis e manhosas elas se tornam.
Os vizinhos e amigos observam atentamente os Aspirantes da Luz, esperando deles sempre as virtudes de um caráter íntegro. Contudo, as virtudes que ninguém vê, as mais delicadas, internas, que os Aspirantes sinceros e iluminados não mostram, que foram acumulando modestamente com as pequenas vitórias nas lutas interiores, essas constituem o mais valioso material para TECER O DOURADO MANTO NUPCIAL ou O CORPO DO CRISTO INTERNO, o Corpo-Alma.
“Deus dá o fardo segundo as nossas forças.” Praticantes sinceros e iluminados não precisam, todos, de duras experiências físicas ou emocionais. Entretanto, podemos, cada um em seu particular grau de consciência, preparar-nos, em tempos de paz, para vencer a luta, quando ela chegar. Recomendamos o hábito, o exercício de criar imagens mentais, imaginando situações difíceis e criando soluções cristãs para sobrepujá-las. Isso nos prepara para “melhores escolhas e decisões”, principalmente em emergências que possam aparecer em nossa vida. Muitas pessoas que manejam habilmente as situações são as que, amorosa e calmamente, preparam-se para superar problemas, analisando-os como um enxadrista, de vários ângulos, dos seus e dos de outras pessoas. São admiráveis qualidades que atualmente muitos possuem e resultam do trabalho feito em vidas passadas. A virtude é a essência de todo o bem de vidas pregressas: é a percepção de tudo que se constitui em estímulo para o Espírito esforçar-Se cada vez mais ardentemente no caminho evolutivo rumo à Liberdade Espiritual.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1973)
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
Para acessá-lo (formatado e com as figuras): ECOS nº 44 – Janeiro de 2020 (Corpo Denso, Astrologia Rosacruz, 1ª Epístola aos Tessalonicenses – Cap. 1 – Revoluções Solares e Lunares do Período Terrestre)
Para acessar somente os textos:
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas, edita o informativo: Ecos.
Inauguração do novo modelo do Ecos
Estamos inaugurando esse mês o novo modelo do Ecos do Centro Rosacruz de Campinas, baseado no propósito que tinha Max Heindel quando criou o boletim periódico “Echoes” em Junho, 1913 que era manter os Estudantes dos Ensinamentos Rosacruzes em conexão com a atividades realizadas na Sede em Oceanside, e dessa forma mantê-los unidos em um propósito comum: construir, “sem o som de martelo”, o templo da Alma que é a verdadeira Ecclesia.
O objetivo desse periódico será o de informar aos Estudantes e interessados nos Ensinamentos Rosacruzes, as atividades e estudos que acontecem na nossa sede em Campinas, e convidar os interessados a unirem-se a nós presencialmente ou através desse conteúdo.
Atividades gerais ocorridas no mês de Janeiro:
Resumo das Atividades em forma de Estudos e Reuniões ocorridas em nosso Centro:
Dia 12/janeiro – 16 h: Estudo de Astrologia Rosacruz
Dia 12/janeiro – 17 h: Estudo da Bíblia segundo os ensinamentos Rosacruzes
Dia 19/janeiro – 16 h: Reunião do Estudante Regular – Apenas para Estudantes Regualres
Dia 19/janeiro – 17 h: Estudo de Filosofia Rosacruz – (Conceito Rosacruz): Revolução Solar
Dia 16/janeiro – 16 h: Reunião de Probacionistas– Apenas para Probacionistas
Dia 26/janeiro – 17 h: Estudo de Filosofia Rosacruz – (Conceito Rosacruz): Revolução Lunar
Realização dos Rituais Devocionais (incluindo o Hino de Abertura, o Signo do mês solar e Hino de Encerramento).
Dia 02, 10, 16 e 22/janeiro – Rituais do Serviço de Cura e demais dias do mês – Rituais do Serviço do Templo
Assuntos abordados durante os Estudos desse mês:
Estudo de Astrologia Rosacruz
Simpatias e Antipatias – Física, Moral e Espiritual
São Paulo diz: o ser humano é espírito, alma e corpo. Assim, a simpatia/antipatia deve ser considerada nas 3 dimensões: física, moral e espiritual.
FÍSICA – pela comparação do Signo Ascendente dos 2 e suas respectivas Triplicidades: Signos de Fogo (Áries, Leão e Sagitário) combinam com os de Fogo e de Ar (Gêmeos, Libra e Aquário); os de Terra (Touro, Virgem e Capricórnio) com os Terra e de Água (Câncer, Escorpião e Peixes). Demais combinações não combinam. Ou seja: Fogo e Ar não combinam com Água e nem com Terra.
MORAL – Marte e Vênus. Se Vênus no horóscopo de uma pessoa estiver no mesmo Signo e grau que Marte no horóscopo da outra pessoa: simpatia, ainda que com riscos de “posse”.
ESPIRITUAL – Sol e Lua. Se o Sol no horóscopo de uma pessoa estiver no mesmo Signo e grau que da Lua no horóscopo da outra pessoa: simpatia.
(*) respeitando os 6 graus (entre Planetas) e 8 graus (com Lua e Sol) de órbita de influência.
Relacionamento ideal simpático: combinação dos dois horóscopos em todos esses particulares, sendo que a felicidade dependerá do grau de concordâncias, conforme indicado. Existem uniões em que as pessoas se harmonizam fisicamente, mas possuem características totalmente diferentes em outros aspectos, e vice-versa. Portanto, os dois horóscopos devem ser examinados globalmente para se ter uma interpretação confiável.
Outras causas para Relacionamentos localizados: Configurações entre os 2 horóscopos benéficas em determinadas Casas: interesses em comum levam a “relacionamentos de interesse, simpáticos ou antipáticos”.
Em geral: ASC em Gêmeos são, de modo geral, de uma disposição muito gentil e afável, com muita facilidade de relacionamento. São capazes de se adaptar a outras pessoas e a circunstâncias, de modo que se tornam tudo para todos.
Estudos da Bíblia sob a óptica dos Ensinamentos Rosacruzes
1ª Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses – Capítulo 1
Nesse capítulo São Paulo faz uma introdução, para falar sobre a importância dos ensinamentos oferecidos por Cristo. Ele prepara os Tessalonicenses para receber algumas verdades como:
São Paulo escreveu essa epístola sobre a importância de viver para Cristo, ou seja, de viver sob os nossos ensinamentos, principalmente no que se refere a mudança de comportamento diante das coisas do mundo.
O que é esperado de nós para a segunda vinda de Cristo?
Baseado no texto: A Segunda Vinda de Cristo – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/72 – Fraternidade Rosacruz SP
Ele fala também sobre dar Graças à Deus.
Qual a relação entre a Lei e a Graça?
Baseado no texto: A LEI E A GRAÇA – Qual a relação entre elas e como utilizá-las no dia a dia? Do site https://fraternidaderosacruz.com/
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Estudos de Filosofia Rosacruz:
O que é o Corpo Denso?
É nossa ferramenta para a ação.
Primeiro veículo construído, tendo passado por grande período de evolução.
Está atualmente no seu quarto estágio de desenvolvimento e alcançou maravilhoso grau de eficiência e oportunamente atingirá a perfeição.
É o corpo mais perfeito que temos.
É o mais organizado dos veículos do ser humano.
Lembrando que o Germe do Corpo Denso foi dado pelos Senhores da Chama, durante a primeira Revolução do Período de Saturno.
Construído na matriz do Corpo Vital, durante a vida pré-natal, é cópia exata, molécula por molécula do Corpo Vital.
O Corpo Denso não poderia se formar se não houvesse um Corpo Vital para modelar a sua forma física.
Há também um Átomo-semente do Corpo Denso para atuar como determinador da quantidade e qualidade da matéria designada para construir esse Corpo Denso.
A Revolução Solar do Período Terrestre
Em forma de Estudo Dirigido (tente responder essas perguntas – as respostas estão no fim desse texto)
https://fraternidaderosacruz.com/tag/ocultismo/ – Para acessá-lo, clique O Conceito Rosacruz do Cosmos
Desde a Revolução Solar do Período Terrestre, o _____________ ligou-se muito firmemente com o _____________ na maioria das pessoas, porém não tanto nas chamadas ___________. Nessa débil conexão está a diferença entre a pessoa psíquica e a comum ou ___________ de tudo que não sejam as impressões dos cinco sentidos.
Respostas:
Mais Referência, Estudo dirigido da Elsa Glover:
https://rosanista.users4.50megs.com/library02/rourcc01.htm
A Revolução Lunar do Período Terrestre
É uma recapitulação do Período Lunar – e muitas de suas condições prevaleceram (em escala superior) idênticas às do Globo D daquele Período.
No Período Lunar o objetivo era adquirir o germe do Corpo de Desejos, e iniciar a atividade germinal do terceiro aspecto do tríplice espírito no ser humano – o Espírito Humano – o Ego.
Na revolução do Globo D daquele Período os Senhores da Individualidade irradiaram de si a substância com que ajudaram o inconsciente ser evolucionante, a construir e adaptar-se a um Corpo de Desejos germinal. Ajudaram-no também a incorporar este Corpo de Desejos germinal ao conjunto Corpo Vital-Corpo Denso que já possuía.
Na Revolução Lunar do Período Terrestre houve a mesma divisão do Globo em duas partes, com o objetivo de permitir aos seres mais altamente evoluídos, a oportunidade de progredir em seu próprio passo e ritmo, progresso esse impossível a seres como os da nossa humanidade. O primeiro germe da personalidade separada foi implantado na parte superior do corpo de Desejos pelos Senhores da Mente.
Nesta Revolução os Arcanjos e os Senhores da Forma se encarregaram de reconstruir o Corpo de Desejos. Este Corpo foi dividido em duas partes tendo assim o Corpo de Desejos Superior e o de Desejos Inferior. Os Desejos Inferiores são os desejos de procriação e sobrevivência. Os Arcanjos atuaram nesta parte imprimindo os desejos puramente animais.
Os desejos de gratidão e altruísmo são exemplo de desejos superiores.
O Corpo de Desejos é um ovoide inorganizado, tendo em seu centro o Corpo Denso como uma gema de ovo com sua clara ao redor. No ovoide há certo número de centros sensoriais, os quais foram surgindo a partir de princípios do Período Terrestre. Esses centros se assemelham a remoinhos em uma corrente.
A preparação nesta Revolução Lunar foi a de fazer uma concentração do maior número de vórtices na cabeça para o Espírito Humano poder se conectar mais facilmente ao Corpo de Desejos.
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Emblema Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO E CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura: Fevereiro: 6, 12, 19, 26
E servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades. (Ex 23:25)
Reflexão para o mês de Fevereiro:
“Muitos tíbios ou fracos dizem”:
Que vida feliz leva aquele homem! Como é rico e grande! Quão poderoso e elevada posição!
Considera, porém, os bens celestes e verás que as coisas temporais são nada, muito incertas e incômodas, porque nunca vivem sem temores e cuidados os que as possuem.
A felicidade do homem não consiste na abundância dos bens temporais; basta-lhe a mediania.
Verdadeira miséria é viver na terra.
Quanto mais espiritual um homem quiser ser, tanto mais amarga se lhe torna a presente vida, porque melhor conhecerá e mais claramente verá as fraquezas da natureza humana corrompida.
Comer, beber, velar, dormir, descansar, trabalhar e estar sujeito a muitas outras necessidades da natureza, é grande miséria e aflição para o homem fervoroso que, de boa vontade, desejaria estar isento e livre de todo pecado.
Thomas de Kempis
O Estudante mediano está familiarizado com a escala diatônica de sete tons e com a escala cromática de doze tons na música.
Ele também está familiarizado com a escala de cores de sete tons conhecida como espectro.
Poucas pessoas, no entanto, sabem que à medida que a visão humana se sensibiliza e se desenvolvem instrumentos mais refinados para a investigação, uma escala de cores de doze tons será revelada.
Aqueles que possuem capacidade de explorar reinos internos veem neles muitas cores bonitas que são, atualmente, invisíveis para os olhos físicos comuns, algumas delas muito requintadas para descrição.
1. Para fazer download ou imprimir:
Livro: A Terapia das Cores – por Corinne Heline
2. Para estudar no próprio site:
A TERAPIA DAS CORES
Por
Corinne Heline
Fraternidade Rosacruz
Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido de acordo com:
1ª Edição em Inglês, 1962, Color Therapy – Issued by New Age Interpreter
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP
www.fraternidaderosacruz.com
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
ÍNDICE
O ESPECTRO E A AURA HUMANA.. 5
O VALOR TERAPÊUTICO DAS CORES. 10
TEMPLOS DE CORES DO FUTURO.. 13
A PSICOLOGIA DAS CORES NA VIDA DIÁRIA.. 17
As Cores na Educação da Nova Era. 19
Prognóstico Baseado nas Cores. 22
Meditação Baseada nas Cores. 26
Equivalentes Tonais de Forma e Cor. 31
Lumia — Uma Nova Forma de Arte. 35
O Estudante mediano está familiarizado com a escala diatônica de sete tons e com a escala cromática de doze tons na música. Ele também está familiarizado com a escala de cores de sete tons conhecida como espectro. Poucas pessoas, no entanto, sabem que à medida que a visão humana se sensibiliza e se desenvolvem instrumentos mais refinados para a investigação, uma escala de cores de doze tons será revelada. Aqueles que possuem capacidade de explorar reinos internos veem neles muitas cores bonitas que são, atualmente, invisíveis para os olhos físicos comuns, algumas delas muito requintadas para descrição.
No entanto, o poder e a magia da cor estão no limiar de revelações de longo alcance. À medida que os músicos da Nova Era estão experimentando uma escala musical de doze tons, os artistas, sintonizados com os ritmos da Nova Era, em breve começarão a trabalhar com um espectro de doze tons. O professor Nicholas Roerich[1], possivelmente o principal artista de nosso tempo em razão de sua alta realização espiritual, empregou, como somente um artista mestre poderia, cores astrais anteriormente desconhecidas em suas criações magníficas. Ele colocou a impressão de sua luminosidade em suas telas usando a luz de uma maneira nunca tentada. Para citar suas próprias palavras: “A cor soa o comando do futuro. Tudo de preto, cinza e enevoado já sublima a consciência da humanidade. É preciso refletir novamente sobre as lindas cores das flores que sempre anunciaram as épocas do renascimento”.
Talvez a definição mais profundamente mística de cor seja a dada por Goethe nestas palavras: “As cores são os sofrimentos da luz”. À medida que os ritmos vibratórios da luz branca e pura — que contém todas as cores dentro de si — são reduzidos, as cores se manifestam. Portanto, é definitivamente um fato que as cores nascem através dos sofrimentos da luz.
Existem três cores principais: azul, amarelo e vermelho. É através do azul que Deus-Pai manifesta o Princípio da Vontade, enquanto Cristo manifesta o Princípio da Sabedoria através do amarelo. Vermelho é a cor pela qual o Espírito Santo manifesta o Princípio da Atividade. Portanto, temos uma Santíssima Trindade de cores em toda a Terra.
As cores secundárias do espectro são laranja, verde, roxo e índigo. Laranja é uma combinação de vermelho e amarelo. Verde é uma combinação de amarelo e azul. Roxo é uma combinação de vermelho e azul. Índigo é uma combinação de laranja, verde, azul e roxo. Um estudo das várias combinações de cores em relação ao desenvolvimento físico, mental, moral e espiritual do ser humano é um assunto muito fascinante.
Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
Roxo
Índigo
Preto
Deus, o Pai do nosso universo, manifesta-Se através do Raio Azul; portanto, azul é uma cor infinita. O Glorioso que Se manifesta através do Raio Branco está além de todos os Planetas, estrelas e constelações. Ele, nós identificamos apenas como o Ser Supremo.
Do ponto de vista de seu valor terapêutico, os vermelhos são estimulantes e revigorantes para o Corpo Denso do ser humano. Os amarelos vitalizam e aceleram suas atividades mentais. Os verdes são tranquilos e calmantes para o sistema nervoso. Os azuis são inspiradores, dando tom espiritual a toda sua composição. Os roxos aceleram e sublimam todos os processos de seu Corpo, Mente e Espírito. Cada indivíduo possui seu próprio espectro, o índice de cores de seu personagem, conhecido como sua aura.
Uma pessoa de elevado idealismo, cujos pensamentos, palavras e ações são dedicados à melhoria do mundo, não terá em sua aura os vermelhos escuros do sensualismo, os cinzas sem graça do medo e do pessimismo ou os tons escuros e enlameados do ódio e da malícia. Sua aura será luminosa com vermelho claro e brilhante, amarelo claro, azul delicado, roxo vibrante.
A aura humana é um identificador preciso de caráter. Nela não pode haver subterfúgios, hipocrisia, engano. O sábio americano Ralph Waldo Emerson[2], certa vez, escreveu algo nesse sentido: “Eu não consigo ouvir o que você diz porque o que você ‘é’ está gritando muito alto nos meus ouvidos”. Em um estudo da aura humana, podemos parafrasear essa afirmação em: “Não consigo ouvir o que você diz, porque o que vejo em sua aura proclama bem alto o que você realmente é”.
Assim, é evidente que cada experiência e todo evento da vida de um ser humano estejam em sintonia com a cor. O poeta mais requintado da Inglaterra, John Keats[3], escreveu que a vida é uma cúpula de muitas cores iluminada pela luz branca da Eternidade.
Em todas as verdadeiras escolas esotéricas, os Estudantes aprendem uma técnica para criar e manter uma aura de luz como proteção do Corpo, da Mente e da Alma contra todas as influências malignas, sejam elas dirigidas consciente ou inconscientemente. Essa aura é uma armadura eficaz contra todas as formas de ataque psíquico ou invasão. Embora o método seja simples, ele fornece um meio eficaz e poderoso para afastar influências psíquicas adversas, como magnetismo mental malicioso, magia negra e vampirismo psíquico, sendo este último a retirada da força magnética.
O método consiste em formar uma imagem mental de si mesmo cercado por uma aura de pura, clara e cintilante de luz. Essa imagem deve ser alimentada com a determinação de que sirva ao propósito para o qual foi criada. Um pouco de prática nos permitirá sentir que na presença e no poder dessa luz branca esteja realmente a radiação do Espírito Divino — o Espírito que é o mestre de todas as coisas.
Um Mestre disse uma vez: “O ensino oculto mais elevado e mais profundo é o de que a luz branca nunca deve ser usada com a finalidade de um ataque ou ganho pessoal, mas pode ser adequadamente empregada por qualquer pessoa a qualquer momento para autoproteção contra influências psíquicas adversas, independentemente de quem as tenha usado. É uma armadura espiritual e pode ser empregada de maneira construtiva quando e onde for necessária” [4].
Em nossos escritos, tem sido frequentemente afirmado que a religião da Nova Era estará centrada na Iniciação. Tanto a cor quanto a música terão um papel importante em seu trabalho. Haverá Templos de Cores em que os Discípulos e os Iniciados receberão ensinamentos mais avançados do que o público em geral que não está pronto para receber. A instrução espiritual de toda a civilização contém “carne para os fortes e leite para bebês”[5].
Esses Templos de Cores consistirão em sete estruturas com as sete cores do espectro e cada edifício será dividido em sete compartimentos.
O desenvolvimento das cores sempre esteve em harmonia com a evolução humana. O mais primitivo dos povos não tinha senso de cor; ele estava ciente apenas do preto e do branco. Dizem que na época de Homero[6], por volta de 900 a.C., a humanidade se tornou consciente de três cores: vermelho, laranja e amarelo. Também no épico escandinavo, o Edda[7], o arco-íris é referido como tendo apenas três cores. Só na Idade de Ouro da Grécia a adorável luz verde foi claramente percebida. As cores mais altas e espirituais se tornaram visíveis muito mais tarde. Isso não ocorreu até o ser humano ter desenvolvido certas faculdades espirituais que lhe permitissem estudar as leis espirituais.
Entre os Templos de Cores do futuro, haverá um Templo Vermelho que consistirá em sete compartimentos, desde tons fundamentais de vermelho claro até delicados tons de rosa suave. Aí, um Discípulo aprenderá como transformar pureza em poder. Pensamos na pureza como uma virtude, nunca como um poder. No entanto, o Cristo ensinou que somente os puros de coração teriam a capacidade de ver Deus. Dizia-se de Sir Galahad[8], o Cavaleiro perfeito, tinha o poder de dez porque seu coração era puro.
No Templo Laranja será travada a batalha entre a personalidade (vermelho) e a sabedoria (amarelo). Essa será a arena da Grande Superação. Em um compartimento de laranja-ouro ou laranja-ouro luminoso, um Discípulo acabará por compreender o significado das palavras proferidas por Salomão, o grande rei da sabedoria: “Aquele que é lento para irar-se é melhor que o poderoso; e aquele que governa uma cidade, melhor do que aquele que toma uma cidade”.
O trabalho do Templo Amarelo será dedicado em grande parte ao desenvolvimento da Mente. Na pura glória de seu compartimento mais elevado, um Discípulo aprenderá o significado completo de iluminar ou Cristificar a Mente e compreenderá o significado da instrução de São Paulo para seus Discípulos: “Que essa Mente esteja em você, a qual também estava em Cristo-Jesus”[9].
Tanto os Discípulos quanto os Iniciados estudarão as maravilhas da vida no Templo Verde, onde aprenderão a extrair certas forças vitais da natureza e serão ensinados a transferir essas forças vitais para os Corpos Densos através do baço, com o objetivo de rejuvenescê-los e regenerar. Assim, eles serão capazes de superar as doenças e a cristalização agora vistas como os estragos da velhice. Em meio à glória da luz verde prateada que ocupa o compartimento mais elevado desse Templo, um Iniciado estará diante do próprio mistério da vida mesma e compreenderá o profundo significado das palavras do Mestre: “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância”[10].
Trabalhos de lei espiritual serão estudados no Templo Azul. As operações dessa lei são hoje consideradas milagres. Banhados nos requintados tons de azul do compartimento mais elevado do Templo Azul, os Iluminados estudarão o funcionamento dessa lei nos reinos mais elevados com os quais o Planeta Terra está sintonizado.
Afirmamos anteriormente nesse texto que todo o poder do Raio Índigo ainda não se manifestou. Nos Templos de Cores da Nova Era, no entanto, esse Raio entrará em pleno funcionamento. Desse modo, os Iniciados viajarão à vontade pelo espaço cósmico para entrar em contato e comungar com os moradores de outros Planetas. Então, Saturno não será mais considerado o Planeta da obstrução como é hoje, mas será visto como o descobridor e o caminho para os Iluminados.
A lei espiritual que governa os reinos mais elevados continuará sendo estudada no Templo Roxo, mas agora essa lei será rebaixada, trazida para o plano terrestre e aqui manifestada. Sensibilizado pelo requintado Raio Orquídea de seus compartimentos superiores, o ser humano se tornará um cidadão autoconsciente de dois mundos. Ele será capaz de passar à vontade da Terra para o Céu e atender pedidos de serviço em qualquer domínio onde for necessário. Ele então se juntará a São Paulo e outras almas emancipadas no canto triunfante: “Ó morte, onde está o teu aguilhão? Ó sepultura, onde está a tua vitória?”[11].
Nesse estudo dos Templos das Cores do futuro, propositadamente, ilustramos os vários passos por meio de citações da Bíblia, porque desejávamos demonstrar quão verdadeiramente a Bíblia é o Grande Livro do Mistério da Vida.
Com tanta frequência ouve-se os Estudantes avançados observar: “Deixei a Bíblia para trás quando deixei a Igreja Ortodoxa. Agora que sou estudante de pensamento oculto ou superior, superei a Bíblia”. Tal declaração evidencia um completo mal-entendido do propósito e da mensagem da Bíblia. Nunca se pode superar esse livro maravilhoso. Quanto mais se desenrola o progresso espiritual, mais a Bíblia revela seus maravilhosos tesouros espirituais.
Para o ser humano, a Bíblia será o livro supremo da vida até o fim de sua evolução nesse Planeta. Não antes da conclusão desse grande ciclo encarnacional, ele compreenderá totalmente o significado da promessa bíblica: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”[12].
Pelo pedido da Sabedoria Divina, a Natureza circunda a humanidade com uma variedade infinita de cores, um fato maravilhoso que muitas vezes é dado como certo. A riqueza de cores da natureza é tanto o resultado de um projeto inteligente quanto as cores de uma tela. No entanto, elas nunca foram tão ricas e significativas como são hoje. A evolução pertence a toda a natureza e isso inclui seu esquema de cores, que passou por muitas mudanças desde o primeiro amanhecer da vida neste planeta.
Somente quando o ser humano se torna conhecedor da psicologia das cores ele começa a perceber a beneficência divina que adapta os tons naturais ao seu status no tempo, lugar e na circunstância. A própria humanidade é parte integrante do grande esquema da natureza; ela não é uma coisa à parte e intuitivamente toma para si o que a natureza fornece abundantemente. As tendências das cores usadas na vida cotidiana parecem triviais; mas na realidade, elas têm suas raízes profundas na psique humana.
Toda mulher possui uma afinidade com certas cores. Essas são as cores com as quais ela deve se cercar não apenas usando-as em seu vestuário, mas na decoração de sua casa; e, se possível, no seu escritório ou local de trabalho.
Nunca tenha medo de experimentar cores até encontrar a mais agradável. Ao subirmos a escada da conquista espiritual de modo mental, moral e físico, descobrimos que também estamos elevando nosso grau de sensibilidade à cor e à luz. A escritora certa vez conheceu uma jovem que era bastante materialista em sua visão da vida. Ela se vestia em grande parte com vermelho e tinha o apartamento pintado de vermelho claro. Mais tarde, tornou-se estudante de filosofia, passando a maior parte do dia nas bibliotecas da cidade em que vivia. Ela não sabia qualquer coisa sobre a psicologia das cores naquela época, porém intuitivamente mudou a decoração de sua casa para amarelos dourados e brilhantes. Mais tarde, ela se tornou uma estudante de metafísica e mudou suas cores para o mais suave azul e azul-marinho. Nos seus últimos anos, ela se tornou uma estudante profunda do ocultismo e escreveu muitas coisas sobre as verdades suprafísicas. Foi então que ela viveu, se moveu e se voltou apenas pelo delicado, quase tênues, tons da Nova Era simbolizados pelos tons das orquídeas, de roxo acinzentado passando por rosa púrpura até o roxo avermelhado forte. Tão bonito e espiritual foi a atmosfera do seu apartamento que qualquer um podia quase ouvir a música dos seus acompanhantes angelicais.
À medida que as pessoas percebem cada vez mais a importância de se cercar das cores psicologicamente certas, a decoração de interiores se torna uma profissão mais popular para homens e mulheres. Por exemplo, um decorador pegará uma sala com exposição ao norte e, em vez de paredes brancas ou cinzas que apresentam uma aparência fria e triste em uma luz norte, pintará as paredes de amarelo pálido e brilhante. A luz de um fogo ardente em uma lareira abrirá à sala uma atmosfera tão encantadora e aconchegante que a falta da luz solar direta dificilmente será perceptível.
Uma pessoa nervosa ou que sofra de insônia se beneficiará muito pintando o cômodo ocupado com os suaves tons de verde da floresta no início da primavera. Uma pessoa solitária, que não faz amigos com facilidade e deixa de atrair companheirismo, será beneficiada por um ambiente feito em tons de rosa, variando de matizes brilhantes a entretons de flor de pêssego. Para uma pessoa envolvida em trabalhos criativos ou para um estudante metafísico que fique muito tempo em oração ou meditação, recomenda-se o azul mais suave, uma cor que pareça conter em si a chave do infinito.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a cada ano tem-se demonstrado um interesse crescente pela experimentação de cores em várias escolas, tanto públicas quanto privadas. Em algumas de nossas cidades americanas, as escolas foram construídas de acordo com especificações elaboradas em conjunto por arquitetos, educadores e psicólogos. Os especialistas posteriores cuidaram para que a cor e a luz fossem adequadamente incorporadas nas estruturas. As lousas eram verdes, o giz era amarelo, as paredes tinham três tons delicados. Almoços infantis eram servidos em pratos de plástico de muitos tons. A luz entra nas salas através de paredes e tetos construídos em grande parte com tijolos de vidro. Assim, a beleza e o brilho estão chegando com o amanhecer de um dia verdadeiramente novo. Durante as próximas décadas, à medida que o ser humano chegar a uma percepção maior da potência da cor nos assuntos humanos, certamente ela será usada cada vez mais nas salas de aula.
O tema da cor seguirá o padrão do espectro solar, mas com a adição da flor de pêssego, do roxo, preto e branco. Nas primeiras séries serão dadas instruções em salas de escarlate claro e brilhante. À medida que as faculdades mentais das crianças sejam despertadas e estimuladas, as séries intermediárias serão ensinadas em salas de amarelo claro ou verde claro. Quando os Estudantes estiverem prontos para estudos científicos e abstratos, estes serão ministrados em salas decoradas com vários tons de azul, índigo e roxo. A essa altura, os estudos sobre percepção extra-sensorial terão se tornado uma parte essencial do currículo escolar regular. Os estudantes que estiverem prontos para estudar assuntos como o desenvolvimento de telepatia, clarividência, clariaudiência e afins receberão instruções em salas de cor malva mais suave e todas as requintadas tonalidades das orquídeas (do roxo acinzentado, passando pela rosa púrpura até o roxo avermelhado forte).
Declarações e sugestões de inovações tão interessantes e de longo alcance ecoaram mais de uma vez através dos tempos. Um poeta do século XI canta:
“Sol, Nuvem e Chuva geram o Arco —
Que moral está chamando aqui?”
As cores estão sendo usadas nas fábricas por seu efeito psicológico nos trabalhadores. Descobriu-se que ambientes mais claros significam maior produção de trabalho de alta qualidade e menos acidentes. Um caso grave de “tristeza” deve-se frequentemente à grande quantidade de cinzas ou marrons deprimentes nos arredores.
Em uma fábrica perto de Londres, a falta entre as mulheres empregadas subiu a um ritmo alarmante. Um especialista em cores foi chamado e percebeu que a iluminação fizesse o rosto das mulheres parecer azul e doentio. Um olhar no espelho e elas sentiram-se doentes. Uma camada de bege quente sobre as serpentinas de cor cinza-ferro neutralizou esse efeito e o problema das ausências foi resolvido.
Os seguintes e interessantes trechos da Revista Popular Science Monthly são ilustrativos da crescente conscientização da indústria sobre o poder e a eficácia das cores:
“As garotas de uma fábrica no centro-oeste com ar-condicionado reclamavam de sentir frio, embora a temperatura fosse mantida em 22,2º C. Quando as paredes verde-azuladas foram repintadas com uma cor quente de coral, no entanto, suas queixas cessaram. Em outra fábrica, os trabalhadores que levantavam caixas pretas de metal, cheias de canos de sarça, reclamavam que doía as costas. Em um fim de semana, o chefe pintou as caixas com um tom de verde pálido. Na segunda-feira de manhã, vários homens comentaram: ‘Essas novas caixas são leves e fazem uma diferença real’”.
Tais evidências dos poderes enganosos e persuasivos da cor não são novidade para a ciência. A pessoa comum subestima a temperatura de uma sala azul e superestima a temperatura de uma sala vermelha, julgando que os objetos de coloração escura sejam mais pesados do que realmente são. Nos últimos dez anos, a ciência da engenharia de cores aplicou esses e outros fenômenos de cor a trabalhos práticos de larga escala.
Enquanto o vermelho induz à ação, o verde — a cor da natureza — parece promover uma sensação de bem-estar. A Ponte Blackfriars[13], em Londres, era famosa por suicídios. Quando o ferro preto foi repintado de verde brilhante, os suicídios da ponte caíram em mais de um terço.
Os proprietários de navio economizam milhões de dólares por causa da descoberta feita pela Scripps Institution of Oceanography de que as cracas, organismos marinhos que sujam os navios ao se prenderem no casco, gostam particularmente de cores escuras e se instalam em número muito menor em cascos verdes claros ou brancos. Uma maneira simples, certamente, de diminuir a “conta de craca” anual de US$ 100.000.000,00 dos navios americanos.
A experiência em tempo de guerra desenvolveu um programa completo de cores para a indústria, com resultados tão impressionantes que centenas de fábricas estão adotando. Os gerentes atribuem aumentos de produção de 15% a 30% apenas à seleção científica de cores.
A consciência de massa expressa sua percepção das cores sobretudo em roupas, iluminação, decorações e outras mídias. E os eventos também têm seus elementos de cores próprias. Quando são de caráter universal e carregados de profundo significado, rapidamente se traduzem através da consciência humana em cores correspondentes no plano da expressão. As constantes conversas sobre guerra durante 1939 e seu surto real antes do final daquele ano fizeram do vermelho a moda predominante no uso de roupas. À medida que a guerra se espalhou em 1940, o vermelho ganhou popularidade. Chapéus, vestidos, casacos e bolsas escarlates eram visíveis em qualquer grande aglomeração. Isso estava de acordo com as exigências da natureza, pois o vermelho brilhante é a cor relacionada à força, coragem, iniciativa e atividade física. É a radiação do próprio valor, uma qualidade necessária para o êxito do julgamento do conflito.
Vermelho é uma cor marcial. Quando o deus da guerra paira sobre uma nação, ele acena uma bandeira vermelha. Quando pensamentos-formas de guerra envolvem um povo, sua reação psicológica se manifesta como predominância do escarlate no mundo da moda.
À medida que a guerra avançava, era necessário algo mais. O estresse e a tensão de 1942 e 1943 tendiam a quebrar o espírito de luta do ser humano. Os construtores da moral se tornaram outra necessidade. Aqui, novamente, a cor teve um papel indispensável. Os tons mais brilhantes que se possa imaginar vieram à tona; quanto mais flagrantes e vívidos, melhor. Então, seguiu-se uma temporada de roxos reais, fúcsias brilhantes e magentas ricas, frequentemente usados juntos nas combinações mais impressionantes. Alguns eram bastante chocantes e serviam para dar vibração ao espírito humano, elevando-o acima da dúvida e da tristeza, da depressão e do desespero. Eles tiveram o efeito de desviar o olhar mental para a direção do revestimento prateado das nuvens. Tudo isso foi um indicativo dos dias mais brilhantes do outro lado da provação.
O ano de 1944 foi um ano de cor pastel. As combinações de cores brilhantes e climáticas foram sucedidas por tintas requintadamente suaves e macias. A necessidade de seu efeito curativo havia chegado. Após longos meses de guerra, o suspense, a agonia de esperar por notícias e o desgosto evidenciado pela exibição muito frequente de uma estrela dourada — as pessoas não podiam mais tolerar o efeito galvânico de cores vivas. A vitória na frente de batalha já foi concedida, sua realização é só uma questão de tempo. Portanto, em vez de um incitamento contínuo à ação, uma atitude de equilíbrio era essencial para concluir o conflito e fazer as pazes. Essa postura foi a mensagem que os tons pastéis introduziram nesse importante trabalho.
As tonalidades da cor pastel encontraram uma bela expressão nas decorações da época de Natal de 1944. Em algumas de nossas mais famosas lojas de departamento nas grandes cidades, os temas decorativos para as vitrines e os interiores não estavam nos vermelhos e verdes convencionais, nem nos delicados tons de arco-íris. De acordo com essa tendência, houve pelo menos um exemplo importante em que o tradicional Papai Noel foi substituído por Anjos de prata. Comentando a mudança, o gerente de um desses empórios expressou a esperança de que essa inovação em seu esquema de cores diminuísse nos compradores de Natal o estresse e a ansiedade da tensão nervosa.
Com a conclusão da guerra em 1945, os pensamentos estavam sendo direcionados para curar as rachaduras que ela havia trazido e para efetivar unidades maiores entre pessoas e nações. Um Mundo se tornou quase um lema da época. Portanto, embora a necessidade de consolo e cura em matizes de cor pastel ainda estivesse presente e ficasse na vanguarda da moda, a cor que então veio a dominar foi um lindo azul, o azul descrito como azul empoeirado ou cinza. Esta é a sombra suave e enevoada de um céu de junho, a cor que pertence à cura, ao idealismo, aspiração e sonhos de dias melhores em um mundo melhor.
Pode-se dizer que o ano de 1946 viu o nascimento de um novo mundo, pois a bomba atômica soara a morte do antigo. O pensamento principal em muitas Mentes e a palavra em milhares de lábios era que tivéssemos chegado a um ponto de virada em que a escolha era entre um mundo ou nenhum. A consciência do povo estava tão preocupada como nunca com as relações internacionais. E mais uma vez a tendência no pensamento dos seres humanos se refletiu nos modos predominantes da estética. Citamos uma nota de moda daquele dia: “As estampas da primavera contam sua própria história. Existem as viagens de Gulliver e a influência chinesa foi fortemente marcada. Um estilista exibiu uma blusa chinesa com decorações russas para ser usada com uma faixa espanhola.” — Outra evidência de que nos vestimos como sentimos e pensamos.
Como dissemos, o vermelho foi a cor dominante durante os primeiros anos da guerra, o vermelho da destruição. Mas o vermelho também é a cor da iniciativa e da ação; portanto, para a construção de um novo mundo, o vermelho ainda tinha trabalho a fazer e estava em evidência. Agora, porém, ele apareceu em uma combinação apropriada à sua função construtiva. Amarelo dourado é a cor unificadora, aquilo que aglutina. Uma nota da moda nesse período afirma que o vermelho dourado (tomate) estava sendo mostrado extensivamente e fez com que a feira se tornasse extremamente popular. A influência do amarelo fundido com o vermelho se refletiu nos esforços para estabelecer as Nações Unidas como uma organização que funcionasse com sucesso; outra evidência das forças da cor que estão em ação sob a superfície, tornando-se expressamente manifestas em nosso ambiente cotidiano.
Agora, o ouro no coração da humanidade deve transmutar o vermelho da guerra e conquistar o vermelho dourado da estrela do dia em que a humanidade possa “andar na luz como Ele está na luz”[14] e assim ter uma comunhão verdadeira e duradoura, uns com os outros.
Em outubro de 1949 as últimas notas da moda listavam vermelho como a cor mais popular. Mulheres elegantemente vestidas usavam conjuntos completos de vermelho — chapéu, paletó, bolsa e sapatos. Azul marinho, preto e marrom, antes tão amplamente usados no inverno, estavam sendo substituídos pela cor marciana. Foi então lembrado que a última vez que o vermelho foi o decreto da moda foi no inverno de 1940 e 1941; e que, fiel à sua significação, anunciou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, imediatamente após o ataque do Japão a Pearl Harbor. Perguntou-se, então, se um retorno ao vermelho na moda feminina pressagiasse eventos de natureza semelhante ou se fosse apenas uma transferência dos anos sanguinários tão recentemente encerrados. “O tempo dirá” foi a conclusão do artigo.
E assim foi. Em 1950, os Estados Unidos se envolveram em outro conflito sangrento, na Coréia. As cores certamente falam uma linguagem profética, se pudermos interpretá-las corretamente.
Nesses dias de extremo perigo e estresse, se de repente a moda decretar que o vermelho brilhante seja o tom da cor predominante da próxima temporada, à luz dos prognósticos de cor do passado, poderíamos supor que o deus da guerra esteja pairando muito perto.
Até que chegue o momento em que algum inventor da Nova Era traga à Terra um verdadeiro órgãos de cores, os Aspirantes considerarão necessário fazer seu próprio trabalho de experimentação, seguindo os passos do músico ou clarividente que possa estabelecer algumas regras básicas e simples. Mostramos em outro lugar as correlações entre os esquemas de cores e atividades de vários tipos. Resta dar uma técnica simples para fazer uso pessoal e direto da cor, uma arte que possa ser combinada com a música que o próprio Aspirante escolher.
É sempre possível comprar lâmpadas coloridas da cor que se deseja usar. No entanto, os Estudantes da Verdade que estejam aprendendo a entender algo dos maravilhosos poderes de concentração e visualização estão começando, criativamente, a partir de “banhos de cores” diários na mediação, pois as cores físicas são as sombras mais simples das formações vitais e poderosas de cores do mundo espiritual.
As cores mais propícias à meditação espiritual estão na faixa entre as cores violeta e ametista; também azul-violeta e azul-escuro profundo do índigo; essas cores correspondem aos centros espirituais de força, na cabeça. Leonardo da Vinci disse que o poder da meditação aumentaria 10 vezes, se ela fosse feita sob os raios de luz violeta que caíam através dos vitrais de uma igreja tranquila.
O azul é uma cor calmante, tranquilizante e, portanto, excepcionalmente boa para meditação, especialmente em assuntos espirituais e altruístas. Incentiva uma tranquilidade mental altamente receptiva à inspiração espiritual. É especialmente a cor do humor devocional e estimula o desejo de exercícios devocionais. É a cor da Madonna – a Virgem Maria com o Menino Jesus.
No trabalho da meditação, o ambiente deve ser tão calmo quanto as condições permitirem e sempre, se possível, deve haver um plano de fundo para música relaxante e tranquila. Deve-se assumir uma postura completamente relaxada, reclinando-se em um sofá ou sentando-se em uma cadeira confortável. Depois que as tensões corporais são relaxadas, devemos visualizar a cor apropriada ao tema escolhido para a meditação e imaginá-la em ritmos suaves, como as ondas do mar. Primeiro, as ondas cobrem os pés; depois, sobem para os joelhos; a seguir, para a cintura, o coração, a garganta; finalmente, elas cobrem a cabeça. Assim, nós nos banhamos e lavamos nessa harmonia de cores por 10, 15, 20 ou mesmo 30 minutos de cada vez, fechando-nos completamente ao mundo exterior e vivendo em um verdadeiro mar de cores. O efeito é estimulante e renovador.
Até que nos familiarizemos completamente com a arte do banho de cor, é melhor manter a Mente completamente inativa. No entanto, depois de ficar à vontade com o processo, ele nos ajudará a meditar sobre algum poema inspirador e favorito ou uma passagem bem amada das Escrituras, como: “Fique quieto e saiba que Eu sou Deus.”[15]; “Ele me leva ao lado das águas tranquilas.”[16]; “Certamente, a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na casa do Senhor para sempre.”[17].
Esse método de meditação baseado nas cores é aplicável à cura de outras pessoas e de nós mesmos. Pode ser usado em clínicas de cura espiritual onde cada um dos 12 Signos, os nove Planetas (mais a Lua) sejam representados por um Curador que trabalhe com os pacientes cujos horóscopos sejam harmoniosos com o seu próprio[18]. Esses grupos de cura se tornarão centros focais para um influxo de tremendo poder espiritual: um poder tão vasto e um espírito tão poderoso que os que zombam permanecerão para louvar e, talvez, até orar!
Para o esoterista a visão de cores significa que o olho espiritual da Clarividência se tornou consciente das cores vivas, que são um fenômeno básico do Mundo do Desejo. No Mundo do Desejo – emoções, sentimentos e desejos são visíveis em formações objetivas —, nuvens de cores exibem as qualidades da vida da alma de toda a raça humana. Aqui também são vistas as formações de cores criadas pelas emoções cósmicas de Anjos, Arcanjos e outros seres cósmicos, bem como pelos animais e pelos espíritos da natureza que trabalham nos reinos vegetal e mineral.
No mais elevado dos Mundos suprafísicos pelos quais passamos nesse atual momento da evolução, o Mundo do Pensamento, a qualidade básica é o som, pois esse é o reino da Música das Esferas e aqui as canções arquetípicas da criação ressoam no espaço. O Mundo de Desejo e o Mundo do Pensamento não são separados um do outro. Em vez disso, eles se interpenetram e os padrões de cores vistos no Mundo do Desejo são, de fato, “animados” pelas harmonias do Mundo do Pensamento.
Onde pensamentos e emoções são complexos e altamente civilizados, o som e os padrões de cores são correspondentemente intrincados. Esses padrões do Mundo do Desejo, que variam a partir de simples manchas de cor como pequenas nuvens que, quando agrupadas, assemelham-se a massas ondulantes de nuvens, são nuvens de emoções coletivas que, às vezes, surgem e rolam sobre vastas multidões de pessoas. É nesses blocos de nuvens que os grandes Arcanjos que guiam a evolução das raças e nações podem, de vez em quando, ser vistos dirigindo suas acusações aos da raça ou nação — como muitos videntes os descreveram na literatura sagrada em todo o mundo.
A emocionante música marcial de canções patrióticas envia exércitos para a batalha em uma onda de escarlate, vermelho e dourado combinados com lâminas de luz reluzente e mutável, representando a justa indignação e um forte espírito de autodefesa. Não é de surpreender que essas lâminas de luz, na aura, sejam confundidas com lanças e espadas reais nas mãos de guerreiros sobrenaturais, embora geralmente essas lâminas circundem seus corpos em uma espécie de auréola. Tal é a representação da alta coragem moral, mas não da excitação de raiva mostrada como relâmpagos na aura contra um fundo preto e escarlate.
Onde os processos de pensamento são claramente definidos, como em um intelecto treinado, as formas de pensamento são nítidas e claras. A aura humana também revela essa linha de desenvolvimento, sendo nublada e indefinida nos contornos das pessoas comuns; porém clara de contorno, radiantemente transparente, brilhante e com cores vivas, nas pessoas de cultura superior.
Em um artigo não-assinado e publicado na Revista Rays from the Rose Cross, em outubro de 1915, supostamente escrito por Max Heindel, que era seu editor, lemos: “Quando aprendemos a controlar nosso senso de visão para poder olhar para um ser humano sem ver sua forma física, então sua fotosfera ou aura poderá ser vista em todo o seu esplendor, pois as cores da Terra são opacas em comparação aos fogos vivos e espirituais que cercam todo humano e dele emana. O jogo cintilante da aurora boreal nos dá uma ideia de como essa fotosfera ou sombra age; ela está em movimento incessante, dardos de força e chamas estão constantemente sendo disparados de todas as partes e particularmente ativos ao redor da cabeça; as cores e os tons dessa atmosfera áurica mudam a cada pensamento ou movimento”.
O pensamento-forma adequado, que tem a ver com ideias dissociadas de um sentimento ou emoção, também mostra que exista uma relação entre a forma (ou o desenho) e o tom, pois os tons arquetípicos soam continuamente no Mundo do Pensamento. Os cientistas ocultos indicam, há muito tempo, que deve haver uma analogia física muito conhecida nesse processo do mundo celestial. Se a areia for colocada sobre uma folha de vidro ou latão e, ao redor da sua borda, for friccionado um arco de violino, o som fará com que a areia forme padrões que, na ciência da acústica, são chamados de “as figuras de Chladni”[19]. As figuras variam quando a placa é curvada em um ponto ou outro.
Nas condições densas e rígidas do Mundo Físico, esses três processos — som, cor e desenho ou forma — são separados um do outro. No Mundo do Desejo, ocorrem simultânea e automaticamente, em consonância com as leis que governam os reinos internos. Assim, pode acontecer que, quando um Auxiliar Invisível estiver acordado no Mundo do Desejo, enquanto seu Corpo Denso dorme na Região Química do Mundo Físico, ele repentinamente pode perceber que a música está fluindo dos objetos a sua volta.
Talvez ele acorde em seu Corpo-Alma e se encontre em uma galeria de arte onde vê belas imagens de Cristo reproduzidas através dos poderes reflexivos do Mundo do Desejo. Enquanto ele as contempla, há uma explosão de música como a de um grande órgão de tubos. Ela é derramada pelas imagens e parece preencher todo o espaço. O que é essa música? É a dimensão mais alta das imagens, o equivalente a elas em termos de som — como é conhecido no céu superior, onde o som domina. Em outras palavras, os quadros de Cristo pintados com música.
Como vivemos o tempo todo não apenas no Mundo Físico, porém nas dimensões superiores da alma que o interpenetram, todos nós temos um profundo conhecimento intuitivo desses fatos sobre o Mundo do Desejo. Isso sempre foi conhecido pelos membros das Escolas de Mistério. Platão ensinou que o amor à beleza é apenas a lembrança da alma, daquilo que ela conhecia antes de ser envolta em carne.
O compositor russo Scriabin[20] estava profundamente interessado no estudo da cor e da música. No momento de sua transição, ele estava trabalhando no que esperava ser sua obra-prima, uma sinfonia na qual as duas seriam misturadas. Sua ideia era colocar uma tela no palco, acima da orquestra. À medida que a sinfonia fosse realizada, as cores apareciam simultaneamente na tela. Sua morte foi uma grande perda para a arte da Nova Era de combinar cor e música, pois ele foi um pioneiro talentoso nesse campo de empreendimento tão fascinante. A tabela a seguir é a correlação de Scriabin entre notas musicais e cores, como ele as viu.
Nota Musical | Cor Relacionada |
C | Vermelho |
C# | Violeta |
D | Amarelo |
D# | Brilho do Aço |
E | Azul Perolado e Brilho do Luar |
F | Vermelho Escuro |
F# | Azul Brilhante |
G | Laranja Rosado |
G# | Roxo ou Púrpura |
A | Verde |
A# | Brilho do Aço |
B |
Azul Suave |
“Você tem seus olhos, você tem seus ouvidos: olhe com seus olhos para as coisas da Natureza, ouça com seus ouvidos o que acontece na Natureza; o espiritual se revela através da cor e do tom, e quando você olha e ouve, você não pode deixar de sentir como ele se revela neles.”
No rádio, a pergunta foi feita recentemente: “O que é a verdade?”. Um cientista físico respondeu: “A verdade é apenas aquilo que possa ser evidenciado através da percepção sensorial”. Como o ser humano pode ser cego e covarde! Toda a Natureza está se esforçando para lhe revelar algo sobre os maravilhosos milagres que o cercam, mas ele se contenta em viver na estreita prisão de seus cinco sentidos.
As pessoas admiram o arco-íris com os olhos abertos. Contudo se você olhar para o arco-íris com um pouco de imaginação, poderá ver seres elementares. Tais seres elementares estão cheios de atividade e demonstram isso de maneira notável. Aqui, no amarelo, você vê alguns deles saindo do arco-íris, saindo continuamente. Eles se movem e, quando atingem a extremidade inferior do verde, são atraídos para o amarelo novamente. Para quem o vê com imaginação, todo o arco-íris manifesta um fluxo que sai do espírito e, desaparecendo, volta novamente para ele, por dentro. É como uma dança espiritual; de fato, uma valsa espiritual maravilhosa para observarmos. E você também pode ver como os Seres espirituais saem do arco-íris com um medo terrível e como entram com uma coragem invencível. Quando você olha para o vermelho-amarelo, vê o medo se esvaindo e, quando olha para o azul-violeta, sente existir muitíssima coragem e bravura no coração desses Seres.
Agora imaginem para si mesmos: diante de mim não existe um simples arco-íris! Seres estão saindo dele e entrando nele, aparecendo e desaparecendo — aqui, ansiedade e medo; lá, coragem… E agora, aqui o arco-íris recebe uma certa espessura e você será capaz de imaginar como isso dá origem ao elemento Água. Nesse elemento aquoso, os seres espirituais vivem, seres que são na verdade uma espécie de cópia dos Seres da Terceira Hierarquia”.
Todas as manifestações de cores que ocorrem nos reinos interno e externo desse Planeta Terra estão sob a supervisão e direção das três grandes Hierarquias, a saber: Sagitário, os Senhores da Mente; Capricórnio, os Arcanjos; Aquário, os Anjos.
Evidentemente, o poeta Robert Browning[21] havia desenvolvido algumas de suas faculdades ocultas, o que lhe permitiu penetrar nos reinos internos, quando escreveu:
“Apenas a obstrução do prisma mostra corretamente
o segredo do raio de sol:
Quebra sua luz em arco de joias para um cobertor branco.
Assim, pode surgir uma glória de um defeito.”[22]
Durante as últimas décadas, vários instrumentos foram inventados com o objetivo de sincronizar cores e tons. Entre as mais bem-sucedidas dessas invenções está a do Sr. Thomas Wilfred[23], chamado Clavilux. Muitas pessoas, lendo essas linhas, recordam o interesse agradável com que compareceram às apresentações do Clavilux. A descrição do trabalho do Sr. Wilfred foi obtida com permissão da edição de agosto de 1962 do The Journal of Borderland Research (O Jornal de Pesquisa da Fronteira), conforme abaixo.
“Uma forma de arte completamente nova, chamada Lumia, foi criada para a sala de recepção dos escritórios de Clairol, em Nova York, na Quinta Avenida, nº 666, pelo Sr. Thomas Wilfred. As cores em movimento são projetadas em uma tela de três metros para dar a ilusão de uma pintura abstrata sendo criada no espaço, à medida que os matizes e as formas passam por uma série predeterminada de padrões. As cores vivas, movendo-se lenta e constantemente pela tela, em combinação com tons mais delicados, criam uma experiência visual incomum que possa ser vista por segundos, minutos ou horas. A procissão das constelações de cores está programada para durar um ano, 34 semanas, 22 horas e 10 minutos; em seguida, ela recomeça, repetindo exatamente a composição.
A “luz móvel” é chamada Estudo em Profundidade, Obra 152. O Sr. Wilfred criou anteriormente 151 composições. Essas outras obras estão no Museu de Arte Moderna, no Museu Metropolitano de Arte, no Museu de São Francisco e muitas em coleções particulares. A composição Lumia de Clairol é a maior, terá a maior duração e é a primeira em um escritório”.
Uma composição Lumia registrada em 1955, presente do Sr. e da Sra. Julius Stulman para o Museu de Arte Moderna, em Nova York, é interessante:
“Lumia, a arte da luz, foi desenvolvida por Thomas Wilfred, que fez experimentos por anos, durante o primeiro quarto de século. Em 1921, ele completou seu Clavilux, um instrumento que consiste em vários projetores poderosos com um teclado semelhante a um órgão e que controla a forma, a cor e o movimento projetados em uma grande tela branca. Em 1922, em Nova York, Wilfred apresentou seu primeiro recital Lumia usando o Clavilux e, durante 20 anos, ofereceu recitais de Clavilux pelos Estados Unidos, Canadá e Europa. Em 1930, ele fundou o Instituto de Arte da Luz para o estudo e desenvolvimento desse novo método. O Instituto manteve laboratórios e um recital em Nova York até os anos da guerra.”.
Thomas Wilfred continua seu trabalho com Lumia, criando composições e gravando-as para repetição automática em instrumentos do tipo “Aspiração”, como mostrado no Museu de Arte Moderna. O artista descreve esse trabalho como um tema de 397 variações. Os ciclos de forma e cor têm duração diferente. Assim, toda vez que o ciclo da forma se repete, ele o faz com um tratamento diferente de cores — uma coincidência quase ocorre a cada duas horas e 32 minutos. Toda a composição tem uma duração de 42 horas, 14 minutos e 11 segundos.
Sobre Lumia, a arte da luz, diz Wilfred:
“O ser humano construiu com pedra, esculpiu em mármore, pintou com pigmentos moídos, soprou através de juncos, puxou cordas, cantou, dançou, escreveu e falou. Assim, nossas sete belas artes cresceram junto à nossa civilização. Suas ferramentas e meios de comunicação eram simples e próximos. Um meio, porém, desafiava as tentativas de aproveitamento do ser humano: a Luz, a maior força natural que nossos sentidos podem captar, a fonte e a manutenção de toda vida e crescimento.
Mas, com o advento da eletricidade, um caminho se abriu e agora uma grande e nova época começa na estética. Nasceu uma oitava forma de arte importante para se juntar às sete aceitas: a arte da luz. Foi nomeada Lumia. Aqui, a luz é o único meio de expressão do artista. Ele deve moldá-la por meios ópticos, quase como um escultor molda a argila; ele deve adicionar cor e, afinal, movimento à sua criação.
O movimento, que é a dimensão do tempo, exige que o artista seja um coreógrafo no espaço, um dançarino por procuração, cujo corpo não tem peso e pode assumir a forma desejada. Isso ele consegue manipulando as teclas deslizantes da forma, da cor e do movimento no console (mesa de controle) do órgão de um instrumento Clavilux. Um sistema de notação especial é usado. As teclas acionam combinações ópticas em uma bateria de projeções poderosas e o resultado é exibido em uma grande tela branca.
O compositor do Lumia também pode gravar suas obras para repetição automática em armários independentes que se assemelham a aparelhos de televisão. O objetivo do artista é transformar a tela em uma grande janela com vista para o espaço infinito, um palco imaginário de dimensões astronômicas e, por fim, tocar nesse palco uma música visual e silenciosa feita de forma, cor e movimento.
Mais informações podem ser obtidas com Thomas Wilfred, em West Nyack, Nova York”.
Talvez os sensitivos sejam os mais beneficiados pelos instrumentos de cores da Nova Era e a quantidade de sensitivos está se multiplicando rapidamente — o que significa que toda a população um dia necessitará da cura diretamente trazida do céu para a Terra dessa maneira. Filhos de anos tenros e aqueles que ainda não nasceram podem ser influenciados por cores que afetem a vida de suas mães. Os poderes latentes em cores e tons têm possibilidades quase infinitas para beneficiar a humanidade. Quando esse fato for largamente aceito, o trabalho com as cores e os tons será o fator mais importante nos programas de tratamento diário de hospitais e escolas. Quando pais, médicos e professores forem sábios o suficiente para empregar os valores construtivos das cores no lugar de tecidos opacos e das tendências atuais e flagrantes da música, uma nova era na cultura, na cura e na educação será aberta a todos, especialmente às crianças. Aqueles de inteligência média se tornarão precoces e os problemas de delinquência diminuirão rapidamente. Uma geração mais sábia e mais responsável abençoará a Terra.
Que a seguinte lista de composições ajude os Estudantes a selecionar músicas para seus períodos de meditação. Meditação de Thaïs de Massenet[24]; Ave Maria, Bach-Gounod[25]; Música do Graal de Wagner[26]; Missas[27] e Evangelhos[28] tocados por vários compositores; hinos favoritos de um humor terno[29].
Azul, azul-violeta, lavanda e roxo devem ser usados com as músicas de fundo devocionais acima mencionadas. A meditação para o desenvolvimento do poder interior exige música iniciática e tons de azul, índigo, violeta, roxo ou ametista. Abaixo, algumas composições sugeridas:
O Ciclo do Anel[30] — Wagner; Parsifal, Lohengrin[31] — Wagner;
Orfeu e Eurídice[32], Alceste[33] — Gluck; A Flauta Mágica[34] — Mozart;
Thaïs[35] — Massenet; Aida[36] — Verdi; as Nove Sinfonias de Beethoven[37];
O Lago dos Cisnes[38], A Bela Adormecida[39] — Tchaikovsky.
Além disso, existem ótimas gravações de leituras dos grandes clássicos da literatura e religião, tanto em prosa quanto em poesia, que sejam úteis à meditação, quando acompanhados de cores e composições musicais adequadas.
FIM
[1] N.T.: Nikolai Konstantinovich Rerich (1874-1947), Nicholas Roerich, na grafia inglesa, foi um pintor, escritor, historiador, poeta e professor espiritual (líder intelectual) russo.
[2] N.T.: Ralph Waldo Emerson (1803-1882) foi um famoso escritor, filósofo e poeta estadunidense.
[3] N.T.: John Keats (1795-1821) foi um poeta inglês.
[4] N.T.: Os instrutores da Ordem Rosacruz ensinam a seus Discípulos a se protegerem contra as influências malévolas dos demais, mediante a formação e manutenção de uma “aura protetora”, que é para o Corpo, a Alma e o Espírito uma verdadeira armadura impenetrável contra qualquer influência negativa dirigida consciente ou inconscientemente. Essa Aura proporciona um sensível, mas muito poderoso, meio de proteção contra todo o tipo de ataques ou influências psíquicas maléficas, não importa como nem de onde venham.
A formação desta “Aura Protetora” se realiza mediante um esforço de vontade formando uma imagem mental de si mesmo rodeado de uma Aura pura e clara de luz branca brilhante. A luz branca é o símbolo e a radiação do Espírito, e o Espírito tem absoluta potestade sobre todas as coisas. Com um pouco de prática se chega a sentir realmente a presença e o poder desta “Aura Protetora”.
Um Mestre disse: “o mais alto e mais profundo dos ensinamentos ocultistas é que a luz branca nunca dever ser utilizada para atacar ou para ganhos pessoais, mas ser pode ser usada para proteger a si mesmo contra as influências psíquicas adversas, não importa por quem foram exercidas. Essa é a armadura do Espírito, e pode ser empregada de tal maneira, quando e onde quer que seja necessário”.
O “fogo de Cristo” também tem uma elevadíssima potência protetora e é de grande ajuda quando se percebem presenças indesejáveis, pedindo a Cristo que nos rodeie com Seu fogo purificador e protetor.
[5] N.T. ICor 3:2
[6] N.T.: Homero foi um poeta épico da Grécia Antiga, ao qual tradicionalmente se atribui a autoria dos poemas épicos Ilíada e Odisseia.
[7] N.T.: Eddas, Edas ou simplesmente Edda, é o nome dado a duas coletâneas distintas de textos do séc. XIII, encontradas na Islândia, e que permitiram iniciar o estudo e a compilação das histórias referentes aos deuses e heróis da mitologia nórdica e germânica: A Edda em prosa e a Edda em verso.
[8] N.T.: Galahad (também conhecido por Galaaz ou Gwalchavad) é um personagem lendário das histórias do Ciclo Arturiano. Galahad era um dos Cavaleiros da Távola Redonda do Rei Artur e um dos três que conseguiu alcançar o Santo Graal. Era o filho de Lancelote e de Helena de Carbonek.
[9] N.T.: ICor 2:16
[10] N.T.: Jo 10:10
[11] N.T.: ICor 15:55-57
[12] N.T.: Jo 8:32
[13] N.T.: é uma ponte rodoviária e rodoviária sobre o rio Tamisa, em Londres, entre a Waterloo Bridge e a Blackfriars Railway Bridge, que leva a estrada A201.
[14] N.T.: IJo 1:7
[15] N.T.: Sl 46:10
[16] N.T.: Sl 23:2-4
[17] N.T.: Sl 23:6
[18] N.T.: Para isso utiliza-se a metodologia de Cura Rosacruz que é praticada nos Departamentos de Cura de Cada Centro Rosacruz autorizado pelo mundo.
[19] N.T.: Os nós de vibração de uma placa elástica fina formam linhas caracteristicas da frequência específica que foi animada. A materialização dessas linhas com um pó, geralmente o pó de lycopodium, forma as figuras de Chladni. O nome das figuras origina-se do físico alemão Ernst Chladni.
[20] N.T.: Alexander Nikolayevich Scriabin (1872-1915) foi um compositor e pianista russo que iniciou com um estilo de composição tonal semelhante à linguagem harmônica de F. Chopin e desenvolveu, de forma independente à Segunda Escola de Viena, mas através de suas crenças espirituais, uma linguagem musical altamente atonal que pode atualmente ser comparada com composições dodecafônicas e serialistas. Ele hoje é considerado uma das figuras mais importantes da escola russa de composição do início do período moderno, tendo influenciado outros compositores como Sergei Prokofiev e Igor Stravinsky.
[21] N.T.: Robert Browning (1812- 1889) foi um poeta e dramaturgo inglês.
[22] N.T.: do poema Deaf and Dumb de Robert Browning.
[23] N.T.: Traduzido do inglês-Thomas Wilfred, nascido em Richard Edgar Løvstrøm, foi músico e inventor. Ele é mais conhecido por sua arte leve, que ele chamou de lumia, e seus projetos para órgãos de cores chamados Clavilux. Wilfred não gostava do termo “órgão colorido” e cunhou a palavra “Clavilux” do latim, que significa “luz tocada por chave”.
[24] N.T.: Thaïs é uma ópera em três atos de Jules Massenet (1842-1912 – foi um compositor francês) para um libreto em francês de Louis Gallet, com base no romance homônimo de Anatole France. Foi apresentada pela primeira vez no teatro da Ópera de Paris em 16 de março de 1894, com a soprano norte-americana Sybil Sanderson, para quem Massenet escreveu o papel-título. Ambientada no Egito durante a época romana, conta a história de Athanaël, um monge cenobita que tenta converter Thaïs, uma cortesã de Alexandria e devota de Vênus, à Cristandade, embora sem muito êxito. A meditação, passagem mais famosa da ópera, é executada como interlúdio entre duas cenas do segundo ato, e faz parte do repertório clássico tradicional, sendo executada normalmente como peça de concerto.
[25] N.T.: A Ave Maria de Bach/Gounod é uma das composições mais famosas e gravadas sobre o texto em latim da Ave Maria. A peça é composta por uma melodia do compositor romântico francês Charles Gounod especialmente projetada para se sobrepor ao Prelúdio No. 1 em C maior, BWV 846, do Livro I de J.S. Bach, O Cravo Bem Temperado, escrito cerca de 137 anos antes.
[26] N.T.: da ópera Parsifal, ópera de três atos com música e libreto do compositor alemão Richard Wagner. Estreou no Bayreuth Festspielhaus em Bayreuth no mês de julho de 1882. É vagamente baseada em Parzival, atribuído a Wolfram von Eschenbach, um poema épico do século 13 do cavaleiro arturiano Parzival (Percival) e sua busca pelo Santo Graal (século XII).
[27] N.T.: Algumas das mais importantes Missas são a Missa em Si Menor, de Bach; a Missa Nelson, de Haydn; a Grande Missa em dó menor, de Mozart; a Missa Solemnis, de Beethoven; a Petite Messe Solennelle, de Rossini; a Deutsche Messe, de Schubert; a Missa em Fá Maior, de Bruckner e a Missa Glagolítica, de Janáček (esta, de maneira nada ortodoxa, é cantada em eslavo antigo). Compositores como Palestrina, Charpentier, Bach, Haydn, Mozart, Gounod e Bruckner escreveram um grande número de missas. Michael Haydn compôs mais de 40 missas.
Outra espécie de missa é o Réquiem, a Missa de Defuntos (o Requiem, de Mozart, o Requiem für Mignon, de Schumann, o Requiem, de Verdi, o Réquiem Alemão, de Brahms, o War Requiem, de Britten e o Requiem, de Webber).
Além disso, há obras sobre partes da missa ou outros textos litúrgicos, como o Gloria (Vivaldi e Poulenc), o Magnificat (Bach), o Te Deum (Charpentier, Purcell, Haydn, Mozart, Nunes Garcia, Berlioz e Bruckner), o Stabat Mater (Vivaldi, Pergolesi, Rossini e Dvořák) e o Exsultate, jubilate (Mozart), entre outros.
[28] N.T.: Alguns exemplos: A Paixão segundo Mateus BWV 244 (em latim: Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Evangelistam Matthaeum; em alemão: Matthäus-Passion), mais conhecida em países católicos como Paixão segundo São Mateus, é um oratório de Johann Sebastian Bach, que representa o sofrimento e a morte de Cristo segundo o Evangelho de Mateus.
Baseado no Evangelho de São João: O Oratório de Natal BWV 248, é um oratório de Johann Sebastian Bach compilado para ser apresentado na igreja durante a época do Natal.
Paixão Segundo São Mateus composta em 1746 por Georg Philipp Telemann.
[29] N.T.: Exemplos: Hinos Rosacruz de Abertura e de Encerramento dos Rituais do Templo e de Cura.
[30] N.T.: Der Ring des Nibelungen (O Anel dos Nibelungos) é um ciclo de quatro óperas épicas do compositor alemão Richard Wagner. Elas são adaptações dos personagens mitológicos das sagas nórdicas e do Nibelungenlied.
[31] N.T.: Lohengrin é uma ópera romântica em três atos de Richard Wagner, que também foi responsável pelo libreto. A história de Percival (ou Parsival) e seu filho Lohengrin, o cavaleiro do cisne, provém da literatura medieval germânica, especialmente do Parzival, de Wolfram von Eschenbach, e da sua continuação anônima, Lohengrin, inspirada na saga de Garin Le Lorrain (ou Garin le Loherin), a qual integra a Gesta dos Lorenos, ciclo de cinco canções de gesta dos séculos XII e XIII, escritas em loreno românico.
[32] N.T.: é uma ópera de Christoph Willibald Gluck (1714-1787 – compositor musical alemão) baseada no mito de Orfeu, com libreto por Ranieri de’ Calzabigi.
[33] N.T.: Alceste, Wq. 37, é uma ópera de Christoph Willibald Gluck de 1767. O libreto foi escrito por Ranieri de ‘Calzabigi e baseado na peça Alcestis de Euripides.
[34] N.T.: é uma ópera (singspiel) em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto alemão de Emanuel Schikaneder.
[35] N.T.: Thaïs é uma ópera em três atos de Jules Massenet (1842-1912 – foi um compositor francês) para um libreto em francês de Louis Gallet, com base no romance homônimo de Anatole France. Foi apresentada pela primeira vez no teatro da Ópera de Paris em 16 de março de 1894, com a soprano norte-americana Sybil Sanderson, para quem Massenet escreveu o papel-título. Ambientada no Egito durante a época romana, conta a história de Athanaël, um monge cenobita que tenta converter Thaïs, uma cortesã de Alexandria e devota de Vênus, à Cristandade, embora sem muito êxito. A meditação, passagem mais famosa da ópera, é executada como interlúdio entre duas cenas do segundo ato, e faz parte do repertório clássico tradicional, sendo executada normalmente como peça de concerto.
[36] N.T.: é uma ópera em quatro atos, com música de Giuseppe Verdi e libreto de Antonio Ghislanzoni.
[37] N.T.: as nove sinfonias de Ludwig van Beethoven são um dos pilares de sua obra, representando todas as suas fases composicionais e estéticas e sendo também um fundamento de toda a música sinfônica mundial. Sinfonia nº 1, em Dó Maior; Sinfonia nº 2, em Ré Maior; Sinfonia nº 3, em Mi bemol Maior, “Eroica”; Sinfonia nº 4, em Si bemol Maior; Sinfonia nº 5, em Dó menor; Sinfonia nº 6, em Fá Maior, “Pastoral”; Sinfonia nº 7, em Lá Maior; Sinfonia nº 8, em Fá Maior; Sinfonia nº 9, em Ré menor, “Coral” (é uma das mais aclamadas obras da história da música. Finalizada em 1824 após sete anos de composição, sendo a única sinfonia de seu terceiro e último período composicional, a obra prima conclui sua carreira reunindo toda a sua inspiração, criatividade e capacidade. A estreia ocorreu em Viena, regida por Beethoven que, agora plenamente surdo, voltava aos palcos após 12 anos de afastamento. A obra e o compositor foram ovacionados. A orquestração desta sinfonia é a maior de todas, incluindo agora também uma percussão mais encorpada e, é claro, o coro e os quatro solistas vocais. A escolha da poesia “Ode à Alegria”, de Friedrich Schiller, mostra a preocupação de Beethoven a respeito do conteúdo que sua sinfonia deveria oferecer. A poesia, assim como a música, é positiva, esperançosa e repleta de idealismo.).
[38] N.T.: é um balé dramático em quatro atos do compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovski e com o libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer.
[39] N.T.: é um balé de um prólogo e três atos do compositor russo Tchaikovsky, o libreto de Marius Petipa e Ivan Vsevolojsky, e coreografia de Marius Petipa baseado no conto de fadas do escritor francês Charles Perrault.
O Problema da Memória e da Recordação
Com a intensidade do seu entusiasmo, ao estudar pela primeira ver os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental da Rosacruz, os Estudantes experimentam muitos despertares breves nos planos internos da Natureza. Frequentemente regressam ao corpo pela manhã, depois de uma noite de trabalho nos planos internos, com recordações confusas, recordações de ter visto o Mestre ou os Irmãos Leigos, e entre suas experiências mais comuns está a de lhes terem sido mostradas linhas ou páginas impressas, as quais esperava-se que lessem. Algumas vezes isso é lido exatamente como se lê um livro com os olhos no Mundo Físico. Outras vezes o impresso desaparece e o leitor encontra-se vivendo ele mesmo à narração que havia começado a ler nos planos astrais. Tudo é excessivamente claro e vívido no momento em que sucede, mas ao despertar começa a se desvanecer na memória e causa decepção perceber que se pode recordar apenas um esboço muito pobre do que foi visto e, às vezes, nem isso. Outras vezes a experiência não é totalmente lembrada ao despertar, e logo, no curso do dia, ou talvez, dias ou semanas depois, recorda-se subitamente que tal ou qual acontecimento sucedeu no mundo da alma, durante as horas em que o corpo esteve adormecido.
O Estudante acredita firmemente que quando chegue a ser Probacionista, sua memória será mais brilhante e que recordará tudo o que experimente nos planos internos. Agora, é certo que o Probacionista que vive uma vida intensamente devocional, ao mesmo tempo que conserva sua Mente alerta e concentrada, descobrirá certamente que tenha feito algum progresso, mas novamente deparar-se-á com a decepção ao perceber que a memória e a consciência estão bloqueadas. Poderá, então, desiludir-se e chegar à conclusão de que não alcançará a meta nesta vida, e voltar aos caminhos do mundo.
É bom, portanto, que o Estudante saiba que a memória plena da experiência do mundo interno é raramente alcançada, e isso não acontece senão muito tempo depois da primeira Iniciação, e que ainda assim, é necessário algum esforço para alcançar a plenitude da recordação do mundo da alma, no Mundo Físico.
Max Heindel mesmo nos fala a respeito disso em seus primeiros escritos, e como esses nem sempre são acessíveis ao Estudante de hoje, queremos aproveitar a oportunidade e copiar de nossa revista Rays from the Rose Cross, de novembro de 1945, em que esse problema foi tratado:
Pergunta: — Algumas vezes tenho recordações do trabalho que faço no mundo da alma, durante a noite, mas me incomoda o fato de não poder lembrar sempre a experiência completa. Quanto tempo se passará antes de que possa recordar inteiramente as experiências noturnas?
Resposta: — Essa aberração da memória da alma continua até depois da primeira Iniciação e ainda por esse tempo não é imediatamente corrigida. Max Heindel relata que, depois de sua Iniciação na Europa, encontrou certo número de Irmãos Leigos presentes ao Serviço do Templo em seus Corpos-Almas, entre eles um homem a quem designa como Sr. X. Max Heindel escreve: “Falamos a respeito de muitas coisas em comum interesse e o Sr. X disse ao que escreve que vivia em certa cidade da América do Norte e que esperava que nos encontrássemos ali em alguma oportunidade. Isso foi cordialmente acolhido por mim, porque eu acreditava que quando me encontrasse com o Sr. X, no corpo físico, tal cavalheiro explicaria multas coisas que eu, sendo um jovem neófito, não sabia, porque nesta época não estava preparado para recordar todas as experiências do mundo invisível com a consciência física”.
Note-se que essa afirmação foi feita depois que Max Heindel havia já tomado sua primeira Iniciação: ele, contudo, chamava-se a si mesmo um jovem neófito, e disse que, todavia, não estava preparado para recordar todas suas experiências dos planos internos. Essa capacidade é adquirida mediante a prática contínua, e a primeira Iniciação não confere automaticamente a plena memória contínua das experiências obtidas fora do corpo. Podemos esclarecer dizendo que o desenvolvimento da memória total do Espírito é parte do trabalho da Iniciação; mas a Iniciação propriamente dita não acontece subitamente, mas é a culminação de uma série ascendente de experiências com seu desenvolvimento espiritual concomitante.
O Estudante deve entender que a Iniciação é algo mais que ser liberado do corpo pela primeira vez. Esse é unicamente o primeiro passo da primeira Iniciação. Segue muito trabalho ulterior, como o elevar-se a planos mais altos, e ler nos registros da Memória da Natureza concernentes à Época Polar e à Revolução de Saturno, deste Período Terrestre. Essa leitura da Memória da Natureza não é feita simplesmente como um estudo de história: faz surgir na consciência as forças que trabalharam, então, no ser humano e as faz atuantes mais uma vez, com a vontade de vigília do neófito. Deve-se notar também que o simples fato de sair do corpo, ainda que com plena consciência de vigília, não é a Iniciação. A Iniciação consiste em fazer com que o neófito saia do corpo à vontade e com plena consciência. Há algumas pessoas que foram iniciadas em vidas anteriores e se recordam da maneira de fazer isso; mas esses casos são raros.
Recordação do trabalho feito nos planos internos durante a noite é registrada no Átomo-semente e é lembrado inteiramente depois da morte, quando o Espírito é liberto do corpo.
Contudo, Max Heindel adverte muitas vezes que o fato de ser simplesmente um membro da Fraternidade Rosacruz não abrirá nunca, nem nesta, nem em mil vidas, as portas das faculdades superiores, inclusive a falha recordação das experiências noturnas no Mundo do Desejo. Deve-se fazer um trabalho definido. As faculdades intelectuais e imaginativas devem ser treinadas, e a intuição espiritual que é o dom do Espírito do Cristo Interno, o Princípio do Espírito de Vida, deve Ser conduzida a certo grau de maturidade.
Todo o trabalho é feito pelo Espírito Virginal, que é o verdadeiro Ser Humano, o Eu Sou, feito à imagem e semelhança de Deus. Esse Espírito, como sabemos, possui três “potências” ou “princípios” que se ativam nos planos cósmicos correspondentes à sua natureza, e em cada um desses planos revestem-se a si mesmos com o que pode ser chamado “envolturas” da substância do plano, ainda que à palavra envoltura não expresse adequadamente a ideia pretendida. Essas três potências do Espírito Virginal são o Espírito Divino, o Espírito de Vida (Amor) e o Espírito Humano. Desses, tem se dito outras vezes nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que: o Espírito Humano trabalha na Mente como Razão; o Espírito de Vida trabalha na Mente sob a forma de Intuição e que o Espírito Divino trabalha na Mente como Epigênese, que é o poder criador da Divindade, o poder mediante o qual o Espírito faz nascer novas iniciativas e progressos para a evolução. A Epigênese é a que torna possível que o Espírito inicie novas linhas de progresso e desenvolvimento. É ela que capacita o ser humano para “reger suas estrelas”.
Assim como o Espírito Humano se manifesta como Razão, e o Espírito de Vida como Amor e Intuição, assim O Espírito Divino se manifesta como Vontade Criadora.
Em todos os casos a Mente é a ponte, e a essência anímica de toda experiência chega ao Espírito por essa ponte. Não há outro caminho, diz Max Heindel. Com um pouco de reflexão, perceberemos como isso é certo. Se a Mente é descartada, o ser humano regride a um estado animal, ou ainda vegetal.
A Mente humana funciona no Mundo do Pensamento, que está dividido nas duas “regiões”: a Região do Pensamento Concreto e a Região do Pensamento Abstrato. A Memória da Natureza pertencente ao Período Terrestre encontra-se na região intermediária do Mundo do Pensamento, onde também têm seu lugar as forças arquetípicas. Essa Região das Forças Arquetípicas, que é o lugar da Memória da Natureza pertencente o Período Terrestre é, consequentemente, a “memória” do Espírito da Terra. As primeiras nove Iniciações dos Mistérios Menores revelam tudo que está oculto nesse registro. A primeira Iniciação Maior, que faz do Iniciado um Adepto, revela, então, o mistério da própria Mente. Esse é um mistério que pertence a “Deus, O Pai” — O aspecto Pai dos Logos Solar, que é o Líder dos Senhores da Mente. Nesse “mistério da Mente” está a solução dos problemas do Bem e do Mal, da “Queda do Homem” e da Ilusão.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – jul./ago./88)
Pergunta: Como um Iniciado pode criar um novo Corpo adulto, pronto para ser usado, antes de abandonar o antigo?
Resposta: O consulente compreenderá que não é pelo fato de alguém ter-se tornado ciente dos Mundos invisíveis e talvez ter aprendido a atuar no Corpo-Alma, que isso o torne capaz de realizar esse feito. Isso requer um desenvolvimento espiritual vastíssimo, e somente aqueles que estão muito evoluídos atualmente conseguem realizar essa proeza. No entanto, diz-se que o método é o seguinte:
Quando o alimento é ingerido por uma pessoa, seja ele Adepto ou ignorante, a lei de assimilação o levará primeiro a absorver cada partícula e integrá-la ao seu próprio ser. Deve subjugar e conquistar a vida celular individual antes que ela se torne parte do seu Corpo.
Quando isso é feito, a célula permanece com ele por um tempo mais longo ou mais curto, de acordo com a constituição e o lugar na evolução da vida que habita nele. A célula composta de tecido e que foi antes incorporada num Corpo animal, além de ter sido interpenetrada por um Corpo de Desejos, tem a vida mais evoluída. Em consequência, ela reafirma-se rapidamente, e abandona o Corpo que a tinha assimilado.
Disso resulta que uma pessoa que segue uma alimentação carnívora precisa reabastecer-se com alimentos mais frequentemente. Tal matéria não seria adequada ao propósito de construir um Corpo que terá de esperar um certo tempo antes que o Adepto o ocupe. Uma alimentação constituída de legumes, frutas e nozes, principalmente quando estão maduras e frescas, é interpenetrada por uma grande quantidade do Éter que compõe o Corpo Vital da planta. São muito mais fáceis de ser absorvidas e incorporadas à constituição do Corpo. Além disso, permanecem aí muito mais tempo antes que a vida celular individual se autoafirme. Por conseguinte, o Adepto que desejar construir um Corpo pronto para ser usado antes de deixar o antigo, naturalmente o formará por meio de vegetais frescos, frutas e nozes que serão ingeridas pelo Corpo que usa diariamente e onde ficarão sujeitas à sua vontade — uma parte de seu ser.
O Corpo-Alma de tal homem ou mulher é naturalmente muito volumoso e muito poderoso. Ele retira uma parte dele, e faz um molde ou matriz no qual acrescenta diariamente partículas supérfluas para a nutrição do Corpo que está usando. Assim, aos poucos, tendo assimilado um considerável excedente de material novo, ele também pode retirar material do veículo que está usando e incorporá-lo ao novo Corpo. Gradualmente, com o passar do tempo, ele transmuta um Corpo em outro. Ao chegar ao ponto em que o velho Corpo está tão debilitado que é notado pelo Mundo externo, causando comentários, ele já deverá ter equilibrado a matéria de tal forma que o novo Corpo esteja pronto para ser usado. Ele pode sair do antigo e entrar no novo. Mas, ele não faz isso simplesmente com o propósito de continuar a viver na mesma comunidade. É-lhe possível, em razão do seu grande conhecimento, usar o mesmo Corpo durante muitos anos de maneira que continuaria a parecer jovem, pois esse Corpo não está sujeito ao desgaste causado por nós, simples mortais, pelas paixões, emoções e desejos.
Contudo, quando cria um novo Corpo, segundo consta ao autor, é sempre com o propósito de abandonar o meio em que vive e empreender o seu trabalho num novo ambiente.
Eis a razão pela qual ouvimos falar sobre homens como Cagliostro, St. Germain e outros, que apareciam um dia num determinado lugar, executavam uma missão importante e desapareciam. Ninguém sabia de onde vinham ou para onde iam, mas todos os que os conheceram prontificaram-se a testemunhar sobre suas notáveis qualidades, seja com o propósito de difamá-los ou louvá-los.
Os Irmãos Maiores ensinam que Christian Rosenkreuz tem um Corpo físico, ou talvez uma série de Corpos que usou continuamente desde que a Ordem foi fundada no século XIV. Mas, embora o autor tenha falado com vários Irmãos Leigos de alto grau, nenhum deles jamais admitiu ter visto Christian Rosenkreuz. Todos nós sabemos que ele é o décimo terceiro membro da Ordem e é sentido nas reuniões do Templo como uma presença, mas não é visto nem ouvido, segundo testemunho de todos que o autor teve a ousadia de questionar.
A maneira pela qual os Irmãos Maiores se referem ao seu chefe ilustre foi sempre reticente, e pareceria ser uma curiosidade excessiva perguntar qualquer coisa além daquilo que estão dispostos a responder. Sabemos, contudo, que o seu trabalho está relacionado com o governo do mundo. Embora não sejamos capazes de apontar qualquer personagem no atual palco mundial como sendo este grande Espírito, temos certeza que ele está aqui, executando a sua tarefa. Conta-se que ele usou a vestimenta de uma dama da Corte Francesa anterior à revolução e trabalhou árdua e honestamente para impedir aquela catástrofe iminente, ainda que sem sucesso.
Embora acreditemos na verdade desse fato, é apenas um indício. Se tivéssemos que indicar esse grande líder atualmente, iríamos encontrá-lo exercendo mais o poder atrás do trono em algum lugar, do que como titular de um dos cetros do poder no mundo de hoje.
(Perg. 69 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Éter: A Nova Fronteira
Nesta lição trataremos da Região Etérica do Mundo Físico. Se bem que o Éter não seja visível para a grande maioria das pessoas, pertence, ainda assim, ao plano físico e é considerado como matéria física. O Éter envolve os átomos físicos como uma aura que os rodeia, interpenetra e protege todo o tempo. Os átomos físicos nadam num mar de Éter. Quando os desejos de uma pessoa tenham esgotado a estes átomos, o Corpo de Desejos atrai, do Sol e por meio do baço, a vitalidade necessária para revivificá-los. O Corpo Denso está constantemente sofrendo mudanças e seus átomos necessitam constante renovação. O Corpo de Desejos está sempre em estado cambiante e em rodamoinho, mas os átomos etéricos prismáticos do Corpo Vital assumem uma posição estacionária, permanecendo sempre no mesmo lugar desde o nascimento até a morte, se bem que estejam, ao mesmo tempo, pulsando e enviando suas forças com sua influência protetora através do Corpo Denso inteiro. Acontece o mesmo com relação aos Éteres planetários da Terra, das plantas e dos animais.
O Éter está dividido em quatro estados de crescente vibração, a saber: o Éter Químico, o Éter de Vida, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, cada um deles desempenhando funções específicas. O Éter Químico, que é o mais denso, pode ser visto como uma bruma azul que rodeia as montanhas. Especialmente é este o caso ao amanhecer e ao anoitecer, quando as forças vitais da Terra são mais fortes. O Éter Químico tem dois polos. O polo positivo atua na assimilação dos elementos nutritivos, no crescimento ou na acumulação de tais elementos no corpo e na conservação da forma. Estas funções involuntárias são executadas sob a direção dos Espíritos da Natureza que têm a seu cargo a construção das formas minerais dos quatro reinos. As forças que trabalham pelo polo negativo controlam a eliminação e a excreção das toxinas e dos catabólitos. O Éter Químico é o construtor e o limpador. Podemos compará-lo à enfermeira, que alimenta, cuida e restaura a saúde, mas também limpa, purifica e elimina todos os detritos. Os Éteres Químicos e de Vida encontram-se e rodeiam as folhas e a vegetação apodrecidas, os corpos mortos do animal e do ser humano, até que a decomposição tenha destruído inteiramente os átomos físicos, que são devolvidos ao reino mineral.
O Éter de Vida é um fator determinante na propagação da espécie. As forças que atuam pelo polo positivo deste Éter, trabalham durante a gestação através da matriz colocada pelos Anjos no útero da mãe, para dar à luz um novo Ego. O sexo é determinado antes de que esta matriz seja colocada no útero. Se a matriz é constituída por átomos etéricos positivos, atraem para si átomos físicos de polaridade negativa, os quais constroem um corpo feminino; mas, se a matriz é feita de átomos etéricos negativos, então constrói um corpo masculino. O polo negativo do Éter de Vida permite ao macho produzir o sêmen.
Os cientistas estão lutando por compreender as leis que determinam o sexo. Até agora têm sido capazes de controlar em certo grau o sexo de várias espécies, mas, ao que se refere à onda de vida humana fica mais difícil. Se bem que seja possível trabalhar com as ondas de vida mais jovens, que estão sob o controle dos Espíritos-Grupo, devemos recordar que o ser humano é um ser individualizado e é o senhor de seu próprio destino. Seu destino, resultado das vidas passadas, está escrito no diminuto átomo-semente, do qual extraem os Anjos Arquivistas (ou Anjos do Destino ou Senhores do Destino) o núcleo para a matriz, que é feito especialmente para acomodar-se a cada Ego particular, quando este está pronto para o renascimento, e o sexo é determinado pela escolha feita quando o Ego está ainda no Terceiro Céu (na Região do Pensamento Abstrato). Portanto, um cientista com o fim de controlar o sexo de qualquer ser humano teria que ser sapientíssimo e poderoso, e começar a controlar as circunstâncias dos mundos internos e ainda das vidas anteriores ao presente renascimento desse Ego.
O Éter Luminoso e as forças que trabalham através do seu polo positivo geram calor e movimento; também controlam a circulação da seiva nas plantas, do sangue nas artérias e veias e do fluido rosado nos nervos motores. As forças que trabalham através do polo negativo fazem funcionar os sentidos, manifestando-se como funções passivas da sensação, audição, visão, olfato e paladar. Também constroem e nutrem os órgãos sensoriais (particularmente o olho) e seus correspondentes nervos. Esta é também a avenida de depósito para os pigmentos e matéria colorante, não apenas do sangue, do cabelo e da pele do animal e do ser humano, mas também das folhas e pétalas das plantas e das flores.
O Éter Refletor é a avenida através da qual a Mente do ser humano se comunica com o cérebro físico. Também registra ou reflete todos os acontecimentos que tenham sucedido, algum dia, nas vidas passadas e presentes do ser humano. Tudo faz uma impressão que é registrada sobre este Éter em forma de memória. Também reflete impressões e formas de pensamentos armazenadas na verdadeira Memória da Natureza, que se encontra nos reinos superiores. Existem, pelo menos, três principais níveis de memória: a memória subconsciente do Éter Refletor, que tem assento no sangue; a memória consciente no Mundo do Pensamento, mas que também é refletida no Éter Refletor, tratando estas duas classes de memória com a presente vida terrestre, e a memória supraconsciente no Mundo do Espírito de Vida, que pode evitar a Mente e impressionar ao Éter Refletor diretamente em forma de lampejos de intuição, tratando esta última classe de memória, essencialmente com as atividades das vidas passadas.
Até recentes décadas a Ciência tem conhecido muito pouco a respeito destes Éteres, mas várias de suas especialidades modernas, tais como a Astronomia, a Astrofísica, a Biologia, a Bioquímica, a Física Nuclear e as Ciências do Espaço para citar apenas algumas têm-se esforçado em estudar e compreender coisas tais como a transmissão da luz, a gravidade, as comunicações espaciais, a fotossíntese, a reprodução celular, a engenharia genética, a fusão nuclear, as estruturas subatômicas, e assim sucessivamente, as quais estão sob o ordenado controle dos Éteres. Neste último terço da Era de Peixes a Ciência vai se tornar mais forte e finalmente nos levará a redescobrir a perfeita ordem subjacente no Mundo Físico, revelando a maravilhosa sabedoria de Deus — seu Criador — com Quem logo devemos aprender a trabalhar e viver em harmonia.
Mediante orações repetidas e concentração tem sido atraídos os Éteres superiores ao Templo de Cura de Mount Ecclesia, e agora o banham, com um poder que aumenta a cada dia. Quando nos colocamos em sintonia, atraímos para nós um mar destes Éteres superiores e nos convertemos em poderosos agentes de Cristo e de seu bálsamo curador, para ajudar a humanidade. Assim como os atlantes tiveram que desenvolver os pulmões com a finalidade de respirar acima da atmosfera carregada de névoa, assim nós devemos desenvolver o Corpo Anímico, composto dos Éteres superiores, o que permitirá que nos elevemos sobre a densa atmosfera para flutuar à vontade, através dos Éteres, a fim de ajudar a humanidade que sofre.
Nossos astronautas do presente estão simplesmente indicando o caminho, e à falta de um Corpo-Alma devem colocar-se em um traje espacial. Contudo, quando regeneramos nossas vidas e com alegria nos damos para servir desinteressadamente à humanidade, construímos o novo traje espacial etérico, o Corpo-Alma, o qual rapidamente nos abrirá a Nova Fronteira do Espírito: o Espaço.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – Jul/Ago/88)