O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

O Corpo Vital é feito de Éter e permeia o corpo visível como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas.
Esse corpo etéreo é nosso instrumento para a especialização da energia vital do Sol.
A propagação é uma faculdade do Corpo Vital.

Quatro cores do Corpo Vital são indescritíveis, mas a quinta – que fica no meio das cinco – é similar ao matiz da flor de pessegueiro recém-aberta. Esta é realmente a cor do Corpo Vital.

Os Corpos Denso e Vital do ser humano estão em ordem, mas seus veículos superiores são ainda de forma ovoide.
Compõe-se de átomos etéreos prismáticos, que permanecem inalterados do berço ao túmulo.

A extensão do Corpo Vital do ser humano além do corpo físico é mais ou menos de uma polegada e meia. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa e tem uma cor parecida com a de uma flor de pessegueiro recém-aberta. É vista frequentemente por pessoas que possuem alguma clarividência involuntária.

O Corpo Vital tem exatamente a mesma forma que o Corpo Denso.

Corpo Denso é construído na matriz deste Corpo Vital, durante a vida pré-natal e com uma única exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital.

Através da vida toda, o Corpo Vital é o construtor e restaurador das formas densas. Se assim não fosse, se o coração etéreo não restaurasse o coração físico, logo este se romperia sob a tensão contínua com que o sobrecarregamos. Todos os abusos a que submetemos o Corpo Denso fazem o Corpo Vital reagir, no que está em seu poder, e ele esta permanentemente lutando contra a morte do Corpo Denso.

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O Corpo Vital e o Progresso Espiritual do Ser Humano – Por um Estudante

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PREFÁCIO

O Corpo Vital tem funções, cor, forma, estrutura atômica e polaridade. Sua existência pode ser provada.

O ser humano, que é o Ego (um Espírito Virginal da onda de vida humana) é um ser complexo que possui 3 Corpos e um veículo no atual Campo de Evolução:

  • Corpo Denso, seu instrumento de ação;
  • Corpo Vital, condutor da “vitalidade” que faz possível a ação;
  • Corpo de Desejos, de onde vêm os desejos que compelem à ação;
  • Mente, que controla os impulsos, dando um propósito à ação

O objetivo da vida é transformar os poderes latentes do Ego em energia dinâmica, por meio da qual ele poderá controlar, perfeitamente, seus diferentes veículos e atuar como lhe pareça melhor.

Sabemos que o Ego não tem o domínio completo, pois, se assim fosse, não haveria guerra em nosso interior entre o Espírito e a carne, melhor dizendo, entre o Espírito e o Corpo de Desejos. É esta guerra que desenvolve o músculo espiritual, assim como a luta constrói o músculo físico.

Além do corpo visível do ser humano, conhecido como Corpo Denso ou Corpo Denso, que vemos com nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que são invisíveis para a grande maioria da Humanidade. No entanto, não são acessórios inúteis do Corpo Denso; pelo contrário, são muito importantes pelo fato de serem impulsionadores de toda ação. Se não existissem esses veículos sutis, o Corpo Denso ficaria inerte, insensível e morto.

O primeiro desses veículos sutis que chamamos de Corpo Vital por ser a avenida da vitalidade, que faz fermentar a massa morta de nossa envoltura mortal em seus anos de vida, e nos dá o poder de nos movermos.

Quando nosso corpo visível atual brotou, primeiramente no Espírito, era um pensamento-forma, porém, gradualmente, foi-se condensando e solidificando até se converter na cristalização química atual. O Corpo Vital foi o próximo emanado pelo Espírito, também como um pensamento-forma, e se encontra agora em seu terceiro grau de solidificação, que é o etéreo.

O Corpo Vital formado de Éter, o qual tomou a seu cargo a construção do Corpo Denso, por meio dos alimentos que ingerimos em nosso organismo. Ele governa todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando por meio do sistema nervoso simpático.

Outro veículo, ainda mais sutil, é o Corpo de Desejos; é o veículo de nossas emoções, sentimentos e desejos que gasta as energias acumuladas no Corpo Denso pelos processos vitais, graças ao controle que exerce sobre o sistema nervoso cérebro-espinhal ou voluntário. Durante sua atividade, o Corpo de Desejos está destruindo e rompendo continuamente os tecidos formados pelo Corpo Vital: é a guerra entre estes dois veículos que produz o que chamamos de consciência no Mundo Físico.

As forças etéreas do Corpo Vital operam de tal maneira que convertem em sangue a maior parte possível dos alimentos, e o sangue é a mais alta expressão do Corpo Vital.

Sumário

PREFÁCIO.. 3

CAPÍTULO 1 – AS QUATRO FORÇAS ELEMENTARES  6

1.   Preponderância do Éter Químico. 6

2.   Preponderância do Éter de Vida. 6

3.   Preponderância do Éter Luminoso. 7

4.   Preponderância do Éter Refletor. 7

CAPÍTULO 2 – DEDUÇÕES PARA O ASPIRANTE À VIDA SUPERIOR   13

CAPÍTULO 3 – FINALIDADES DA EVOLUÇÃO.. 20

CAPÍTULO 1 – AS QUATRO FORÇAS ELEMENTARES

Tendo em vista a constituição do Corpo Vital do ser humano, formado de quatro graus forças elementares, designados nos Ensinamentos Rosacruzes, respectivamente: Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor, cumpre que se note não agirem eles equilibradamente no ser humano comum. Em cada indivíduo há sempre preponderância de uma dessas forças elementares. Podemos praticamente dividir os seres humanos em quatro classes, de acordo com a preponderância de um desses Éteres, cujas características são as seguintes.

1)Preponderância do Éter Químico

Função preponderante: a digestiva

Todo o interesse da vida se inclina especialmente aos prazeres da alimentação; o apetite é fortemente estimulado e domina o caráter, se transformando com o tempo em vício, a gula. À proporção que se excede o apetite, estimula-se também o sensualismo, diminuindo-se gradativamente as funções dos Éteres Superiores, a sensibilidade e a mentalidade.

Defeitos consequentes: a preguiça, a indolência, o sensualismo.

2)Preponderância do Éter de Vida

Funções preponderantes: as perceptivas e todos os interesses se subordinam aos prazeres da sensualidade, que é fortemente estimulada. Para recuperar as forças perdidas constantemente nos excessos sexuais esses indivíduos são impelidos aos excessos da alimentação, ao abuso da carne e do álcool, estimulando-se assim as funções do Éter Químico, com as mesmas consequências observadas na classe anterior.

As piores consequências do abuso das funções sexuais se manifestam pela decadência das funções superiores, especialmente as mentais, tornando o ser humano incapaz de raciocinar perfeitamente. O idiotismo e os desiquilíbrios mentais são as últimas consequências desses excessos de função do Éter de Vida.

3)Preponderância do Éter Luminoso

Funções preponderantes: as perceptivas e emocionais

Caracterizam-se esses indivíduos pelos extremados desejos de sensações novas, de variações constantes em todas as direções. São extremamente curiosos; tudo querem ver e ouvir, satisfazendo assim sua sede terrível de sensações. São muito inclinados aos assuntos intelectuais, nos quais em geral se sobressaem, porém, são em geral incapazes de se estabilizar em qualquer ordem de ideias, porque não chegam nunca a examinar profundamente as questões. O que lhes interessa não são as ideias em si, o seu exato valor, mas simplesmente as emoções que elas despertam. À cata de sensações emoções são capazes de grandes esforços, mas uma vez alcançadas, correm em busca de outras, sem cessar nunca. Ao final vêm-se esgotados e sem firmeza em coisa alguma, porque em tudo foram superficiais é passageiros.

Seus defeitos principais são: a pretensão intelectual, a instabilidade, a imaginação desmedida, a mentira. Gostam especialmente de falar, de exibir-se e de tudo quanto possa proporcionar-lhes sensação.

4)Preponderância do Éter Refletor

Funções preponderantes: as mentais.

Nesta classe de indivíduos, todo interesse repousa em seus pensamentos e ideias. São concentrados e se descuidam constantemente das coisas materiais. Absorvidos em seus pensamentos e estudos esquecem-se até mesmo dos deveres sociais e das suas necessidades físicas. São os verdadeiros idealistas, constantemente examinando novas teorias e gerando novos pensamentos, mas que raramente conseguem levar a prática. Vivem em geral aborrecidos e desgostosos devido às dificuldades que encontram na realização das suas ideias. Fracassam geralmente em qualquer trabalho de ordem prática, tornando-se, por isso, nervosos e irritados.

Só se sentem, felizes em seu mundo de ideias, isolados do mundo e das coisas materiais. Quando lhes falta uma direção segura, enveredam para as extravagâncias mentais de toda ordem; deixam-se dominar por ideias errôneas e falsas, cujas consequências são fatalmente a desilusão e o desânimo intelectual que lhes abalará profundamente o seu Sistema nervoso e a saúde em geral.

Vê-se, pelo exposto, que o ser humano natural é a expressão desses Éteres de que se compõe o seu Corpo Vital, e manifesta em todas as suas ações as características de qualquer deles que se torne preponderante. Estimulado pelo Corpo de Desejos, qualquer desses Éteres pode desenvolver-se extraordinariamente, em detrimento dos demais, e isso significa um desequilíbrio, de consequências prejudiciais à livre manifestação do Ego.

No ser humano superior e equilibrado as funções dos Éteres são controladas pela razão, de maneira que não há preponderância de um sobre os outros. Entretanto, como todo ser humano nasce com a tendência natural para o excesso de um deles, cumpre que o Aspirante à vida superior procure reconhecer qual deles tem essa tendência, para poder dominá-lo inteligente e racionalmente.

Os excessos de alimentação, o estímulo constante do apetite, desenvolvem o Éter Químico que vai gradualmente dominando o indivíduo, tornando-o em pouco tempo escravo dessa força elementar que preside as funções digestivas.

Os excessos sexuais, o estímulo constante dos desejos sensuais; desenvolvem o Éter de Vida, que pouco a pouco se torna preponderante e escraviza o indivíduo às sensações eróticas, com graves consequências. O desperdício constante e pervertido das forças criadoras, as mais, sagradas do organismo, rebaixa perigosamente o grau de vitalidade de toda a constituição física, expondo o indivíduo a toda sorte de desequilíbrios orgânicos. Porém, o que torna mais deplorável esse estado é a terrível depressão mental que ocasiona. As faculdades mentais descacem espantosamente, causando muitas vezes o idiotismo e a loucura.

Os excessos de função do Éter Luminoso manifestam-se em excessos nervosos e em desejos imoderados de sensações, impedindo o indivíduo de concentrar-se- numa só ordem de ideias ou de aplicar-se à realização integral de qualquer plano. Tudo quanto exija firmeza de ideias e perseverança é considerado como um suplício, de que procuram ver-se livres. O excesso de energias do Éter Luminoso manifesta-se especialmente pela vontade exagerada de falar, de criticar, de exibir-se. Qualquer coisa ou qualquer, assunto só terá valor enquanto lhes proporcione alguma sensação agradável, estando prontas a abandonar o que quer que seja desde que cesse a sensação ou curiosidade que lhes despertava.

Essa manifestação exaltada do Éter Luminoso impede que o examinem detidamente as coisas, que avaliem o valor real de qualquer assunto ou estudo. Experimentando tudo superficialmente, pelo simples prazer de experimentar sensações novas, são incapazes de se estabilizar e de permanecer por muito tempo em qualquer trabalho ou ideal. E assim vêm passar os anos de sua existência na terra sem encontrar nunca satisfação em coisa alguma e sem realizarem nada de realmente útil a si mesmos ou a coletividade, antes pelo contrário, tornam-se muitas vezes perturbadores da paz e da ordem, porque levados pelo seu temperamento irrequieto e superficial, não são capazes de se sujeitar a qualquer disciplina.

Quando o Éter Refletor se torna excessivo é preponderante, as funções mentais prevalecem no indivíduo, que se sente constantemente dominado por toda sorte de pensamentos, sendo-lhe quase impossível cessar de pensar um só momento, levado pelo excesso desse Éter, que dia a dia se torna mais exigente, entrega-se o indivíduo à leitura excessiva, a estudos, de toda espécie onde possa encontrar novas ideias e pensamentos que lhe proporcionem constantes sensações mentais. Com o tempo forma-se em sua Mente um aglomerado desordenado de ideias próprias e alheias, e o seu maior prazer é revirar essa massa de elementos mentais que acumulou, como “um colecionador”. Para isso procura a solidão e se irrita facilmente, quando se vê perturbado pelos outros.

A maior parte desses indivíduos se torna cum o tempo cada vez mais insociável, descambando para os pessimismos, para as ideias negras que deixam dominar o seu campo mental já tão sobrecarregado sentem verdadeiro prazer em convencer os outros e arrastá-los às suas próprias ideias. Sofrendo profundamente sempre que alguém menospreze as suas opiniões. A grande falha de muitos destes indivíduos é que muitas vezes se deixam dominar por ideias “falsas, que procuram sustentar caprichosamente. Embora estudem muito, fazem-no pelo simples prazer de acumular conhecimentos e dar pasto à sua fome insaciável de sensações mentais.

Fracassam quase sempre na vida prática porque se descuidam constantemente dos seus deveres sociais. Deixam muitas vezes de pôr em prática as suas ideias, por receio de vê-las malsucedidas, ou de ser forçado a reconhecer que são falhas e defeituosas.

Vê-se que nestas quatro funções naturais dos Éteres do Corpo Vital, junto aos desejos que brotam do Corpo de Desejos, podemos incluir todas as atividades do ser humano terrestre. Como forças naturais e irresponsáveis, elas impelem o ser humano a satisfazê-las, e quanto mais forem empregadas e excitadas, mais exigentes se tornam. O exercício imoderado de qualquer dessas funções naturais, longe de satisfazer, mais fortifica o Éter correspondente e o correspondente desejo, que acabam por escravizar o indivíduo.

A tendência natural dessas forças vivas do organismo é a REPETIÇÃO SISTEMÁTICA das sensações experimentadas, para crescerem continuamente de potencial.

O que o ser humano comum chama de “prazer” é simplesmente a satisfação dos impulsos cegos dessas forças elementares que o impelem mecanicamente, com impulso cada vez mais forte, mas que nunca se satisfazem. Enquanto o entendimento espiritual e a razão não se despertam no ser humano, para que possa dirigir inteligentemente sua conduta na vida, as forças elementares e os desejos governam e dominam as suas atividades, e como não há neles nenhuma direção superior, forçam o ser humano a satisfazê-los, sem maiores considerações.

É por isso que o ser humano comum, reproduz, como um instrumento passivo, todos os impulsos de suas tendências naturais, não chegando nem mesmo a perceber o estado de servidão com que se encontra, arrastado por toda sorte de desejos, tendências, opiniões, hábitos e vícios.

Ao despertar-se o entendimento espiritual, começa o ser humano a compreender a necessidade de dominar e controlar os impulsos de sua natureza inferior, tornando-se “senhor de si mesmo” e não um mero joguete de forças elementares que só devem agir sob a direção de sua VONTADE, para finalidades justas e convenientes ao seu próprio aperfeiçoamento. Para isso cumpre que procure todos os meios de desenvolver racionalmente a VONTADE, para impô-la às tendências inferiores, libertando-se da dominação que exerciam sobre ele.

O desenvolvimento da VONTADE só se efetua quando o ser humano procura decidida e sistematicamente examinar os seus impulsos e tendências naturais, negando-se a atender e traduzir em atos aqueles que a sua razão e consciência reconhecem como contrários e prejudiciais ao seu próprio desenvolvimento espiritual. 

Não há nenhum mal em atender-se RACIONALMENTE às funções naturais e às necessidades orgânicas, mas é um terrível erro fazer delas motivos de prazeres irracionais e de vícios escravizantes. Desequilibrar e perverter as funções naturais, para deixar-se depois escravizar-se por elas é colocar-se, sem dúvida, na mais desastrosa das condições, cujas consequências serão fatais ao destino espiritual do indivíduo.

Entretanto, é necessário considerar, que só gradualmente, com paciência e perseverança, irá o Aspirante conquistando o domínio de sua natureza inferior, à proporção que for desenvolvendo a VONTADE nas lutas e vitórias que for alcançando. Cada vitória, por menor que seja, aumentará o poder de sua VONTADE que assim irá, gradativamente se afirmando. Nesse trabalho de transcendental importância é preciso que o Aspirante saiba agir com calma e prudência. Que ele não julgue que alcançará uma vitória efetiva sem lutar, seriamente e talvez por muito tempo. Não convém agir violentamente contra as forças naturais, nem se restringir repentinamente. É preferível contentar-se, no princípio, com pequenas vitórias, que não provocarão grandes reações perigosas. A VONTADE crescerá assim gradativamente, mas, com segurança, preparando-se para as lutas maiores que possam surgir. Especialmente nas ocasiões de dificuldades naturais da vida, quando se sentir um abatimento moral, convém redobrar de atenção, porque certamente as forças elementares e os desejos desordenados procurarão se aproveitar desses momentos críticos para desfazer todos os esforços anteriores do Aspirante, com o intuito de desanimá-lo e readquirir sua dominação.

CAPÍTULO 2 – DEDUÇÕES PARA O ASPIRANTE À VIDA SUPERIOR

Das considerações do capítulo anterior, infere-se que os primeiros esforços do Aspirante à vida superior se destinam a liberar a sua consciência dos impulsos das forças elementares, que deve aprender a dirigir e controlar com inteligência.

Compreender as funções dos Éteres do Corpo Vital é o primeiro passo para sobrepor-se a eles. Como instrumentos do Ego, são úteis e necessários à vida terrestre, mas hão de se subordinar à vontade do ser humano, sendo dirigidos para a realização do ideal superior: a vida espiritual.

Em suas funções naturais, os Éteres atuam como forças irresponsáveis, segundo as suas linhas específicas, incapazes de responder a qualquer outra espécie de estímulo senão a de seu próprio plano.

É assim que as forças do Éter Químico, tendo por função natural a manutenção dos processos digestivos e a garantia de conservação do Corpo Denso, provocarão no ser humano os estímulos correspondentes, a fome, a sede, para que seja atendida a necessidade de alimentos, que servem de base às funções daquele Éter. Entretanto, o ser humano é o único responsável se, arrastado por desejos pervertidos, faz dessa função um prazer vicioso e se torna guloso, excitando e descontrolando as funções naturais desse Éter.

O mesmo acontece com a ação do Éter de Vida sobre os órgãos de geração. Em sua função normal ele se manifesta, a seu devido tempo, provocando no ser humano o estímulo que o leva ao emprego dos seus órgãos geradores, necessário para a perpetuação da onda de vida humana aqui. Em sua expressão natural o Éter de Vida age como energia altamente espiritual, encarregada da mais elevada função orgânica: gerar novos corpos. Para garantir a perpetuação da onda de vida humana aqui, a Natureza fez dessa função a mais profunda sensação que o ser humano pode experimentar. É tão poderoso esse estímulo das forças geradoras que a grande maioria dos seres humanos se vê arrastada por ela e incapaz de controlá-la. Entretanto, como uma força natural e necessária, ela se expressa de acordo com a lei de expansão criadora, sem outra finalidade que não seja a geração de novos corpos. Por infelicidade, é o ser humano rapidamente dominado pelo desejo de renovar continuamente o prazer da sensação e resvala para os excessos entregando-se à sensualidade, com todo o seu cortejo de perversões degradantes. Quanto mais excita a função desse Éter, mais forte, exigente e insaciável ele se torna, arrastando o indivíduo a toda sorte de abusos. Também não há nenhuma função que produza maiores consequências físicas, mentais e morais.

Como todas as forças naturais, o Éter de Vida pode ser controlado, dentro dos limites do razoável, devendo o Aspirante à vida superior considerar que sobre essas forças repousam todas as suas possibilidades de avanço efetivo. Se souber acumular racionalmente essas potentes energias e dirigi-las sabiamente sentirá em si mesmo maravilhosa expansão das faculdades superiores, que aumentarão consideravelmente sua capacidade de trabalho mental, ao mesmo tempo que melhorarão imensamente as suas condições físicas.

Entretanto, cumpre que se tenha em vista que o controle das forças criadoras exige muito cuidado por parte do Aspirante à vida superior. Só há um meio acertado de se conquistar o domínio e controle dessa maravilhosa força natural, e esse meio é o domínio perfeito da Mente, libertando-a de todos os pensamentos de sensualidade, ao mesmo tempo que se afastará de todos os ambientes sensuais, das conversas maliciosas, das leituras provocantes. Mantendo o Aspirante essa atitude, o Éter de Vida não encontrará estímulo para se expandir demasiadamente, ficando limitado em suas funções físicas. Começa então o seu extraordinário poder de regeneração, porque não sendo canalizado para os órgãos físicos, o Éter de Vida procura se expandir naturalmente em direção à reconstrução e renovação de todo o organismo, especialmente o cérebro, tornando-o um instrumento mais completo, mais poderoso e mais eficiente para o trabalho do Espírito. Um indivíduo nessas condições é capaz de gerar um pensamento realmente “poderoso” e a sua capacidade de realização se torna quase ilimitada. Contudo, deve o Aspirante à vida superior lembrar-se que enquanto não alcançar um perfeito domínio mental experimentará certamente reações, às vezes violentas, mas que há de procurar, com coragem e paciência, dominar. Qualquer descuido provocará a descida dessas energias para os órgãos físicos e a volta das tentações sensuais.

Os casados, especialmente, deverão gradual e sistematicamente restringir os impulsos habituais, aumentando aos poucos os períodos de abstinência, enquanto for possível, sem prejuízo para a saúde, até que se habituem a uma vida casta e livre de malícia.

Em si mesmo, o ato sexual é natural e santo, quando empregado para sua legitima finalidade: a procriação. Mas, quando se faz dele um motivo de prazer vicioso e desregrado, passa a ser a maior calamidade, a maior causa de decadências e degenerações físicas e mentais, que tornam a vida um calvário de dores e de misérias.

O Éter Luminoso produz no ser humano o desejo de sensações novas. Desperta a curiosidade, a sede de conhecimento do mundo exterior, de ver, de ouvir, de experimentar toda sorte de sensações mundanas. Sua função é a de receber, através dos órgãos dos sentidos, todas as sensações e transmiti-las ao cérebro, onde a consciência percebe tais sensações.

A sua principal característica é procurar constantemente novas impressões, sem se importar absolutamente com o seu valor, ou com as impressões anteriores, fazendo do ser humano um ser essencialmente curioso, ávido de coisas novas, sempre em busca de algo diferente e novo, que satisfaça esse impulso natural. Quanto mais esse Éter é excitado, mais forte e exigente se torna, e os indivíduos que se deixam dominar por ele se tornam incapazes de estabilizar-se; de se afirmar em qualquer assunto que seja. Sua curiosidade excessiva e seu insensato desejo de sensações novas não lhes permite concentrar-se em coisa alguma. São extremamente superficiais e irrequietos, tudo experimentando pelo único prazer de passar por sensações diferentes. Seu principal e mais grave defeito é tratar todos os assuntos com superficialidade, abandonando com a maior facilidade qualquer assunto, por mais importante que ele seja, desde que não lhe proporcione mais sensações. É por isso que apreciam as leituras sensacionalistas, os romances de aventuras, os esportes, as viagens, etc.

Resulta disso que não afirmam jamais os seus conceitos e raramente chegam a realizar alguma coisa de valor. São como eternas crianças, que nada podem considerar seriamente.

O desenvolvimento espiritual exige firmeza e perseverança. Só o tempo e o esforço continuado, numa só direção inteligente, podem produzir algum resultado real, e o Aspirante à vida superior há de aprender a dominar os impulsos do Éter Luminoso para poder concentrar-se, devidamente, no estudo e na prática dos exercícios espirituais.

Para isso cumpre que reaja contra à tendência natural de passar, sobretudo, superficialmente e se esforce em estudar e examinar as coisas com paciente atenção.  É preciso que se habitue a concentrar-se e meditar profundamente sobre as questões espirituais, até que encontre uma solução lógica e razoável. Deixar-se levar irrefletidamente pelos impulsos e curiosidades do Éter Luminoso é tornar impossível a estabilidade interna, é impedir o desenvolvimento do entendimento espiritual.

Queixa-se, a maior parte dos Estudantes Rosacruzes, de que lhe custa compreender o que estuda, mas o que não nota é que não chega nunca a concentrar-se bem em coisa alguma, que não tem parada nem sossego para examinar os assuntos profundamente e meditar sobre eles. Essa é a consequência fatal da falta de domínio sobre as forças desse Éter Luminoso que excita constantemente todo indivíduo e o faz correr em busca de sensações sempre novas e variadas.

O Éter Refletor se manifesta, por duas funções:

  1. modelar e organizar os pensamentos, revestindo com suas forças as ideias que surgem da Mente;
  2. registrar todos os acontecimentos da vida nas Memórias Consciente e Subconsciente.

A primeira função compreende a formação dos pensamentos, que são ideias revestidas das forças desse Éter, tornando-se como seres distintos que se movem continuamente dentro da aura humana. Uma vez modelado e animado pelas forças do Éter Refletor, o pensamento começa imediatamente a agir interiormente, impelindo o ser humano à realização da ideia que lhe serve de impulso inteligente, procurando todos os meios possíveis de aumentar o seu poder e realizar-se através do seu criador. Cada vez que o indivíduo volta a pensar sobre uma determinada ideia, fornece-lhe novo reforço desse Éter Refletor, tornando-se cada vez mais poderoso o pensamento primitivo formado por essa ideia. Quanto mais forte se torna, mais atua sobre o seu criador, levando-o, por fim, à prática da respectiva ideia. É assim que, sem quase o notar, o ser humano comum é invariavelmente arrastado pelos pensamentos que cria e alimenta, tornando-se mero instrumento das ideias que sustenta, sejam elas certas ou errôneas. Sem o entendimento espiritual não passa o ser humano de um instrumento dos pensamentos que lhe ocupam o campo psíquico e que o impelem constantemente à execução dos atos correspondentes. O que torna essa questão ainda mais importante é que o ser humano comum é sempre afetado e impressionado por ideias e sugestões alheias que recebe, consciente ou inconscientemente, e que se desenvolvem em seu interior, alimentadas pelo seu próprio Éter Refletor, tornando-se, muitas vezes, elementos preponderantes em sua vida, embora sejam até mesmo contrários aos seus próprios desígnios e interesses.

O terrível poder da sugestão é ainda pouco compreendido. Desconhecendo os processos de funcionamento do Éter Refletor o ser humano comum é dominado pelos pensamentos que alimenta, quer sejam próprios ou de outrem, e muitas vezes se vê perturbado pela ação provocante de pensamentos desagradáveis que inadvertidamente vem conservando e contra os quais luta e se esforça por eliminar da consciência.

Pelo exposto pode-se avaliar quão necessário é aprender-se a controlar as funções desse Éter Refletor, evitando-se cuidadosamente que as suas forças continuem a alimentar ideias inconvenientes e prejudiciais. Examinando atentamente as ideias que surgem em nosso campo mental, ou que recebemos dos outros, poderemos distinguir as que merecem ser alimentadas ou as que devem ser repelidas. Enquanto é simplesmente “uma ideia” ela não causará maiores inconvenientes, porque não possui a força dinâmica do Éter Refletor. Mas se for admitida e alimentada por algum tempo, revestindo-se de forças etéricas, então se tornará propriamente um “pensamento”, cada vez mais poderoso. Desde que sejam alimentadas, as ideias-pensamentos seguirão invariavelmente o seu curso, crescerão e se desenvolverão até conseguirem a força suficiente para impelir o ser humano à ação.

O que felizmente equilibra a situação no ser humano comum é que os seus estados mentais não possuem estabilidade, variando constantemente, de maneira que os pensamentos não recebem um reforço constante e eficiente por longo tempo, sendo logo substituídos por outros de diferentes vibrações. Mas, se por infelicidade qualquer pensamento conseguir se afirmar mais fortemente, dominando os demais e monopolizando o campo da consciência, então veremos o que se costuma chamar de “mania”, e da mania à loucura vai apenas um passo. Não importa qual seja o pensamento; se ele se tornar preponderante a tal ponto que chegue a dominar todo o campo da consciência, então impedirá que nela se manifestem quaisquer outras ideias. Dominado por uma única ideia-pensamento cessa toda liberdade do Ego, arruinando-se por completo o seu desenvolvimento atual. As pessoas negativas, de vontade fraca, as que abusam de bebidas alcoólicas, podem facilmente cair nessa desgraçada condição, quando qualquer das suas ideias se desenvolve demasiadamente pela repetição constante, tornando-se um pensamento demasiado fortificado pelas energias do Éter Refletor.

O desenvolvimento espiritual exige a prática da concentração, na criação de ideias-pensamentos superiores e poderosas, que possam servir de auxiliares na conquista da Iluminação e da Iniciação. Entretanto, o Aspirante à vida superior há de manter-se sempre como senhor absoluto dos pensamentos desenvolvidos e dos seus estados mentais, e isso requer um preparo inteligente. É necessário, antes de tudo, desenvolver a consciência e a vontade, numa direção absolutamente justa e racional.

Qualquer desvirtuamento ou má intenção na criação dos pensamentos-formas acarretará invariavelmente consequências desastrosas, a qualquer praticante.  O único caminho legítimo é o do amor e da fraternidade. É o caminho de Cristo.

CAPÍTULO 3 – FINALIDADES DA EVOLUÇÃO

Dominar e dirigir sabiamente as energias vivas que funcionam em seus Corpos Vital, de Desejos e na Mente é o legítimo trabalho da Evolução a que todo ser humano é chamado e que, necessariamente, há de executar e completar algum dia.

Todo o processo evolutivo é uma questão de desenvolvimento da consciência e da vontade, para a conquista da liberdade espiritual, e ser livre espiritualmente significa “controlar e dirigir” as forças naturais que se manifestam na constituição humana, conduzindo-as inteligentemente para a plena realização do mais alto ideal, a própria iluminação.

Ao descer à Terra, o Espírito Humano tem uma finalidade: constituir uma consciência pessoal, que possa funcionar independentemente das Inteligências Criadoras que dirigem Evolução. Só através do Corpo Denso isso se torna possível. Porém, uma vez despertada essa consciência pessoal nascida no meio terrestre, ela é envolvida por todas as atrações e apegos da vida mundana, por todas as forças inferiores que dominam o mundo e se torna quase incapaz de atender à voz do seu próprio Espírito interior, deixando-se dominar pela terrível teia de ilusões mundanas e desejos inferiores que a escravizam.

Se durante a vida terrestre a consciência humana não conseguir reconhecer essa situação, se não se esforçar por se libertar das ilusões terrenas e se não quiser atender à voz do “Eu superior”, terá fracassado a primeira finalidade do Espírito, que será forçado a voltar à Terra e constituir novos Corpos, se personalizando novamente, para tentar mais uma vez a prova.

O Espírito Humano tem absoluta necessidade de uma consciência pessoal, e para isso constitui os Corpos terrestres, em que ela desperta e funciona, porém a consciência pessoal, dominada pelas condições terrestres, não reconhece o seu próprio criador, nem procura atender aos seus desígnios superiores, se entregando aos atrativos, aos prazeres e ilusões da vida terrestre, abandonando os interesses superiores do seu Espírito.

Nessas condições se encontram quase todos os seres humanos na Terra. Todos têm uma vaga impressão de um destino espiritual, de uma necessidade superior, mas que absolutamente não querem considerar seriamente, porque a infinidade de interesses terrestres, de apegos, de ilusões, de prazeres e de vícios lhes rouba todo tempo e toda alma. Para atender às contínuas exigências da vida terrestre, o ser humano abandona, quase por completo, os interesses do seu próprio Espírito, criando toda sorte de elementos mundanos que, longe de satisfazê-lo, cada dia se tornam mais dominantes.

A grande dificuldade, e o mais sério perigo para o ser humano, é que o ambiente terrestre não oferece à nova personalidade criada nenhuma orientação realmente superior antes, pelo contrário, a educação mundana, os exemplos, as necessidades materiais, ocupam toda a mentalidade do ser humano, desde a infância, forçando-o a deixar esquecidos e abandonados os seus interesses espirituais e impulsos superiores que provêm do seu Ego

De maneira que a primeira questão que se apresenta a todo ser humano, que deseja progredir espiritualmente, é vencer a oposição natural da mentalidade mundana formada desde a infância e que, agora, procura, a todo transe, mantê-lo afastado e descrente dos seus interesses espirituais. Nessa verdadeira luta interior contra o materialismo que procura dominá-lo, não encontra o ser humano nenhum apoio exterior, porque todo o mundo apoia e sustenta a mentalidade mundana, sendo incapaz como é, de reconhecer, as necessidades e ideais superiores. Nem mesmo os parentes e amigos apoiarão os esforços do ser humano que procura evoluir espiritualmente, e sem dúvida se oporão, classificando essas coisas de “excentricidades e manias”.

É necessário que o Aspirante à vida superior considere essas atitudes como absolutamente naturais, sendo inútil pretender que a mentalidade mundana admita e leve a sério as suas necessidades espirituais. Não podendo compreender, não se interessa a mentalidade mundana por coisa alguma superior. De nada valerão argumentos, discussões, nem aborrecimentos, que só prejudicarão os seus esforços. A luta há de ser inteiramente interior, contra suas próprias dúvidas, seus desejos e ilusões mundanas, seu egoísmo material e as sugestões que recebe do exterior, mas que procuram dominá-lo. Não são as coisas exteriores que nos afetam, mas as impressões que elas causam dentro de nós.

Pretender impor aos outros os seus pontos de vista superiores tem sido sempre a mais dolorosa falha de muito Estudantes, que por falta de experiência e de previsão julgam possível modificar a mentalidade de pessoas que absolutamente não se interessam pelos assuntos espirituais. O receio de se ver isolado mentalmente dos indivíduos que o rodeiam, dos seus próprios parentes e amigos a quem ama, faz com que o Estudante se esforce por convencê-los, para se sentir ao menos compreendido e consolado. Entretanto, essa atitude, com raras exceções, lhe trará amargas desilusões.

Os problemas espirituais são absolutamente individuais. Cada ser humano há de resolvê-los por si mesmo e internamente, sendo necessário que se prepare para enfrentar as oposições naturais e sistemáticas da “mentalidade mundana”, para a qual as questões espirituais não apresentam nenhum interesse.

Não deve o Aspirante à vida superior se admirar, nem se aborrecer, diante da oposição de indivíduos que o rodeiam, cuja mentalidade, dominada pelos interesses mundanos de toda ordem, é ainda incapaz de raciocinar espiritualmente.

A única atitude legítima e conveniente é a de reserva e tolerância, se evitando a todo transe provocar qualquer espécie de questões e de desarmonias, que viriam certamente prejudicar e talvez inutilizar todos os seus esforços.

O que é preciso evitar sempre, com o maior cuidado, é provocar a formação de um ambiente francamente antipático e contrário aos seus interesses superiores. Se os que o rodeiam tomarem a peito uma oposição sistemática e caprichosa, o Estudante se verá, certamente num círculo de terríveis provas morais que dificilmente poderá vencer. Se não formos prudentes e pacientes com a opinião alheia, certamente atrairemos constantes reações de toda espécie que dificultarão ainda mais a nossa marcha.

Não temos nenhum direito de exigir, de quem quer que seja, que adote os nossos pontos de vista, que aceite as nossas opiniões, por melhor que elas sejam, nem que nos acompanhe no caminho que encetamos. Algumas vezes tentamos entusiasmar os outros, para não nos sentirmos isolados, sozinhos, em nossa aventura espiritual, mas é quase certo que não encontraremos outras pessoas capazes de nos entenderem; a não ser os nossos verdadeiros companheiros de ideal, os amigos que fazem parte da nossa corrente espiritual. Será fácil compreender o motivo. É que os que se ligaram à nossa corrente e acompanham a orientação da Fraternidade Rosacruz vão, gradualmente e quase insensivelmente modificando a sua mentalidade, libertando-a dos velhos conceitos materialistas e mundanos. Um indivíduo mundano, por melhor que ele seja, desconhecedor dos princípios de verdadeira fraternidade que vimos constituindo, dificilmente poderá considerar as razões que nos aninam. Cuidemos muito de não forçar o entendimento dos outros, especialmente daqueles que não demonstram um verdadeiro interesse em aprender. Há uma regra fácil e útil para seguir nesses casos: não falar sem ser perguntado. Diz o Evangelho: “Aquele que pede, ser-lhe-á dado.”.

Esperemos pacientemente que nos perguntem por que só aquele que pergunta, ou que procura demonstra interesse em aprender, e está em condições de alcançar o conhecimento. Não pense nunca que o falar demais trará alguma vantagem nesse sentido. Quanto mais falarmos inoportunamente, tanto mais perturbaremos àqueles que não estão dispostos a aprender e, tanto mais provocaremos dificuldades para nós mesmos.

As descrenças e dúvidas daqueles que nos rodeiam, os seus sorrisos de escárnio, as suas malícias e graças serão outras tantas sugestões contrárias, que poderão, talvez, perturbar a nossa confiança e a nossa estabilidade, se ainda não alcançamos a firmeza e o pleno entendimento.

Evitemos sempre a triste mania de querer nos exibir fazendo dos conhecimentos espirituais um motivo de vaidade. Tudo o que falarmos movidos tão somente por essa egoística intenção será fatalmente prejudicial a nós mesmos e aos que nos ouvem. Além disso, toda ostentação vaidosa só atesta a falta do verdadeiro conhecimento. É por isso que não poderão produzir resultados superiores; levam em si o germe da desconfiança e de dúvida.

Quando for oportuno, falemos simplesmente com o sincero desejo de esclarecer os nossos semelhantes, e aquilo que dissermos produzirá os mais benéficos frutos. Não temamos falar, e falar claramente, quando for oportuno, mas guardemo-nos de pretender convencer os outros com discussões e críticas ao seu modo de pensar, porque com discussões e críticas só conseguiremos aborrecer aos outros e a nós mesmos.

Se queremos realmente prestar um grande serviço aos nossos semelhantes e conquistar, ao mesmo tempo, um elevado merecimento, falemos pouco sobre as questões espirituais e somente quando for oportuno.

F I M

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Fraternidade Rosacruz de Campinas administrator

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