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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Diagrama: O Simbolismo Rosacruz

Quando investigamos o significado de qualquer mito, lenda ou símbolo de valor oculto é absolutamente necessário entendermos que, assim como todo objeto do mundo tridimensional deve ser examinado de todos os ângulos para dele obtermos uma compreensão completa, igualmente todos os símbolos têm também certo número de aspectos. Cada ponto de vista revela uma fase diferente das demais, e todas merecem igual consideração.

Visto em toda sua plenitude, esse maravilhoso símbolo contém a chave da evolução passada do ser humano, sua presente constituição e desenvolvimento futuro, mais o método de sua obtenção. Quando ele se apresenta com uma só rosa no centro simboliza o espírito irradiando de si mesmo os quatro veículos: os Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente significando que o espírito entrou em seus instrumentos, convertendo-se em espírito humano interno.

No entanto, houve um tempo em que essa condição ainda não havia sido alcançada, um tempo em que o Tríplice Espírito pairava acima dos seus veículos, incapaz de neles entrar. Então a cruz erguia-se sem a rosa, simbolizando as condições prevalecentes no começo da terça parte da Época Atlante.

Houve também um tempo em que faltava o madeiro superior da cruz. A constituição humana era, pois, representada pela Tau (T), isto na Época Lemúrica, quando o ser humano só dispunha dos Corpos Denso, Vital e de Desejos e carecia da Mente. O que predominava, então, era a natureza animal. O ser humano seguia os seus desejos sem reserva.

Anteriormente ainda, na Época Hiperbórea, só possuía os Corpos Denso e Vital, faltando o de Desejos. Então o ser humano, em formação, era análogo às plantas: casto e sem desejos. Nesse tempo sua constituição não podia ser representada por uma cruz; era simbolizada por uma coluna reta, um pilar (I).

Esse símbolo foi considerado fálico, indicando a libertinagem do povo que o venerava. Por certo é um emblema de geração, mas geração não é absolutamente sinônimo de degradação. Longe disso. O pilar é o madeiro inferior da cruz, símbolo do ser humano em formação, quando era análogo às plantas. A planta é inconsciente de toda paixão ou desejo e inocente do mal. Gera e perpetua sua espécie de modo tão puro, tão casto, que propriamente compreendida é um exemplo para a decaída e luxuriosa humanidade, a qual deveria venerá-la como um ideal. Aliás, o símbolo foi dado às Raças primitivas com esse objetivo. O Falo e o Yona, empregados nos Templos de Mistério da Grécia, foram dados pelos Hierofantes com esse espírito. No frontispício do templo colocavam-se as enigmáticas palavras: “Ser humano, conhece a ti mesmo”. Esse lema, bem compreendido, é análogo ao da Rosacruz, pois mostra as razões da queda do ser humano no desejo, na paixão e no pecado, e dá a chave de sua liberação do mesmo modo que as rosas sobre a cruz indicam o caminho da libertação.

A planta é inocente, porém, não virtuosa. Não tem desejos nem livre escolha. O ser humano tem ambas as coisas. Pode seguir seus desejos ou não, conforme queira, para aprender a dominar-se.

Enquanto foi como as plantas, um hermafrodita, ele podia gerar por si, sem cooperação de outrem; mas ainda que fosse tão inocente e tão casto como as plantas, ele era também como elas: inconsciente e inerte. Para poder avançar, necessitava que os desejos o estimulassem e uma Mente o guiasse. Por isso, a metade de sua força criadora foi retida com o propósito de construir um cérebro e uma laringe. Naquele tempo o ser humano tinha a forma arredondada. Era curvado para dentro, semelhante a um embrião, e a laringe atual era então uma parte do órgão criador, aderindo à cabeça quando o Corpo tomou a forma ereta. A relação entre as duas metades pode-se ver ainda hoje na mudança de voz do rapaz, expressão do polo positivo da força geradora, ao alcançar a puberdade. A mesma força que constrói outro Corpo, quando se exterioriza, constrói o cérebro quando retida. Compreende-se isso claramente ao sabermos que o excesso sexual conduz à loucura. O pensador profundo sente pouquíssima inclinação para as práticas amorosas, de modo que emprega toda sua força geradora na criação de pensamentos, ao invés de desperdiçá-la na gratificação dos sentidos.

Quando o ser humano começou a reter a metade de sua força criadora para o fim já mencionado, sua consciência foi dirigida para dentro, para construir órgãos. Ele podia ver esses órgãos, e empregou a mesma força criadora, então sob a direção das Hierarquias Criadoras, para planejar e executar os projetos dos órgãos, assim como agora a emprega no mundo externo para construir aeroplanos, casas, automóveis, telefones, etc. Naquele tempo o ser humano era inconsciente de como a metade daquela força criadora se exteriorizava na geração de outro Corpo.

A geração efetuava-se sob a direção dos Anjos, que em certas épocas do ano, agrupavam os humanos aptos em grandes templos, onde se realizava o ato criador. O ser humano era inconsciente desse fato. Seus olhos ainda não tinham sido abertos, e embora fosse necessária a colaboração de uma parceira, que tivesse a outra metade ou o outro polo da força criadora indispensável à geração, cuja metade ele retinha para construir órgãos internos, em princípio não conhecia sua esposa. Na vida ordinária o ser humano estava encerrado dentro de si, pelo menos no que tangia ao Mundo Físico. Isto, porém, começou a mudar quando foi posto em íntimo contato, como acontece no ato gerador. Então, por um momento, o espírito rasgou o véu da carne e Adão conheceu sua esposa. Deixou de conhecer-se a si mesmo,quando sua consciência se concentrou mais e mais no mundo externo, e foi perdendo a sua percepção interna, a qual não poderá ser readquirida plenamente enquanto necessitar da cooperação de outro ser para criar, e não tenha alcançado o desenvolvimento que lhe permita utilizar, de novo e voluntariamente, toda sua força criadora. Então voltará a conhecer-se a si mesmo, como no tempo em que atravessava o estágio análogo ao vegetal, mas com esta importantíssima diferença: usará sua faculdade criadora conscientemente, e não será restringido a empregá-la só na procriação de sua espécie, mas poderá criar o que quiser. Outrossim, não usará os seus atuais órgãos de geração: a laringe, dirigida pelo espírito, falará a palavra criadora através do mecanismo coordenador do cérebro. Assim, os dois órgãos, formados pela metade da força criadora, serão os meios pelos quais o ser humano se converterá finalmente em um criador independente e autoconsciente.

Mesmo presentemente o ser humano já modela a matéria pela voz e pelo pensamento ao mesmo tempo, como vimos nas experiências científicas em que os pensamentos criaram imagens em placas fotográficas, e noutras em que a voz humana criou figuras geométricas na areia, etc. Em proporção direta ao altruísmo que demonstre, o ser humano poderá exteriorizar a força criadora que retiver. Isto lhe dará maior poder mental e o capacitará a utilizar-se de tal poder na elevação dos demais, ao invés de tentar degradá-los e sujeitá-los à sua vontade. Aprendendo a dominar-se, cessará de tentar dominar aos outros, salvo quando o fizer temporariamente para o bem deles,jamais para fins egoísticos. Somente aquele que se domina está qualificado para orientar aos demais e, quando necessário, é competente para julgá-los no modo que melhor lhes convenha.

Vemos, portanto, que, a seu devido tempo, o atual modo passional de geração será substituído por um método mais puro e mais eficiente que o atual. Isto também está simbolizado pela Rosacruz, em que a rosa se situa no centro, entre os quatro braços. O madeiro mais comprido representa o Corpo; os dois horizontais, os dois braços; e o madeiro curto superior representa a cabeça. A rosa branca está colocada no lugar da laringe.

Como qualquer outra flor, a rosa é o órgão gerador da planta. Seu caule verde leva o sangue vegetal, incolor e sem paixão. A rosa de cor vermelho-sangue mostra a paixão que inunda o sangue da Raça humana, embora na rosa propriamente dita o fluido vital não seja sensual, mas sim casto e puro. Ela é, por conseguinte, excelente símbolo dos órgãos geradores em seu estado puríssimo e santo, estado que o ser humano alcançará quando haja purificado e limpo seu sangue de todo desejo, quando se tenha tornado casto e puro, análogo a Cristo.

Por isso os Rosacruzes esperam, ardentemente, o dia em que as rosas floresçam na cruz da humanidade; por isso os Irmãos Maiores saúdam a alma Aspirante com as palavras de saudação Rosacruz: “Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz”; e é por esse motivo que essa saudação é usada nas reuniões dos Núcleos da Fraternidade pelo dirigente, ocasião em que os Estudantes, Probacionistas e Discípulos presentesrespondem à saudação dizendo: “E na vossa também”.

Ao falar de sua purificação, São João (IJo 3:9) diz que aquele que nasce de Deus não pode pecar, porque guarda dentro de si a sua semente. Para progredir é absolutamente necessário que o Aspirante seja casto. Todavia, deve-se ter bem presente que a castidade absoluta não é exigida enquanto o ser humano não tenha alcançado o ponto em que esteja apto para as Grandes Iniciações, e que a perpetuação da Raça é um dever que temos para com o todo. Se estivermos aptos: mental, moral, financeira e fisicamente, podemos executar o ato da geração, não para gratificar a sensualidade, mas como um santo sacrifício oferecido no altar da humanidade. Tampouco deve ser realizado austeramente, em repulsiva disposição mental, mas sim numa feliz entrega de si mesmo, pelo privilégio de oferecer a algum amigo que esteja desejando renascer, um Corpo e ambiente apropriados ao seu desenvolvimento. Desse modo estaremos também o ajudando a cultivar o florescimento das rosas em sua cruz.

UM LEMBRETE MUITO IMPORTANTE:

A EXPOSIÇÃO PÚBLICA DO SÍMBOLO ROSACRUZ QUE CONTÉM A ROSA BRANCA VISÍVEL deve ser feita publicamente somente nos momentos em que os Rituais Rosacruzes (do Templo, de Cura, dos Equinócios e Solstícios, de Véspera da Noite Santa) forem oficiados com mais um detalhe: descobri-lo depois do Hino Rosacruz de Abertura e recobri-lo antes do Hino Rosacruz de Encerramento.

E Após o Ritual o Símbolo Rosacruz deve ser guardado, em local apropriado, não visível publicamente.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Causas das Adversidades do Aspirante à Vida Superior

Vamos ver a razão das provas que afligem o Aspirante à vida superior. Perceba a necessidade de abordar esse assunto porquanto, frequentemente, muitos Estudantes Rosacruzes indagam as causas dos sofrimentos que passaram a atormentá-los a partir do momento em que deram os primeiros passos no caminho da espiritualidade.

Considere que as adversidades ocorrem para o bem da alma aspirante, que constituem um sinal de progresso, devendo ser motivo de regozijo. Elas possibilitam-lhe uma rápida liquidação das dívidas contraídas debaixo da Lei de Causa e Efeito. Aceleram o processo de libertação que, no caso do ser humano comum, prolonga-se por várias existências.

As provas não devem ser encaradas como um sofrimento imposto pelas Hierarquias Criadoras, mas sim como um forte medicamento de efeito rápido e eficaz, um aprendizado acima de tudo. Indicam as mudanças que devem acontecer no caráter do Estudante Rosacruz, se efetivamente ele deseja trilhar a senda espiritual.

A evolução ocorre basicamente na consciência da pessoa, elevando-lhe a natureza de seus pensamentos, sentimentos, palavras e atos.

Não basta ao Aspirante à vida superior ampliar seu cabedal de conhecimentos. Isso diz respeito apenas à intelectualidade. É mister vivenciar esses conhecimentos, sem o que os resultados serão nulos. O conhecimento em si mesmo nada produz sem uma efetiva reforma de caráter. A esse respeito, o Cristo proclamou com muita sabedoria: “Não se coloca vinho novo em odres velhos, nem remendo novo em tecido velho”.

As provações geram, também, outros benefícios. Elas, por exemplo, fortalecem o indivíduo, fazendo-o desenvolver recursos de sobrevivência e criatividade. Com o passar do tempo ensejam autoconfiança, qualidade indispensável para o desenvolvimento anímico.

A vida ensina que o crescimento do indivíduo depende da somatória das pequenas vitórias morais do dia a dia. Enquanto outros decidirem por ele, não aprenderá a caminhar com os próprios pés, nem a voar com as próprias asas.

O Aspirante à vida superior deve assumir a responsabilidade pelos seus atos, agindo por vontade própria. Ação é o que muda o rumo das coisas. Ele deve aprender as lições e harmonizar-se com as leis divinas, não aceitando o sofrimento como uma punição, mas considerando-o um estímulo ao seu crescimento.

(Publicado no ECOS novembro-dezembro/2003 da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Considerações Sobre Transplantes

O assunto relativo aos transplantes tem sido objeto de indagações, dúvidas e discussões polêmicas.

A posição da Fraternidade Rosacruz é de rejeitar essa prática por razões de fundo espiritualista. Mas, mesmo de um ponto de vista científico materialista, este assunto é igualmente polêmico, com várias posições contrárias assumidas por cientistas e médicos de renome, conforme mostraremos a partir deste artigo.

De forma a melhor estruturar a apresentação, consideraremos primeiramente os aspectos concernentes ao receptor e ao doador dos órgãos transplantados.

De acordo com a lei que rege os transplantes, “o transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso pelo receptor, após o aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento”. Parágrafo único: “Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz, ou cujas condições de saúde impeçam ou comprometam a manifestação válida de sua vontade, o consentimento de que trata este artigo será dado por um de seus pais ou responsáveis legais”. (Lei nº 9434/97). A obtenção do consentimento esclarecido de um paciente como preliminar de qualquer procedimento investigativo e terapêutico é, nos dias de hoje, um dever legal e um imperativo moral. O consentimento esclarecido não é um mero papel assinado pelo interessado dizendo que concorda com o procedimento. Ele exige informações amplas, claras, honestas e acessíveis, exige a compreensão plena de quem as recebe.

Portanto, a lei exige que o receptor esteja consciente do passo que ele vai dar e de suas consequências.

Os transplantes de órgãos podem originar-se de outras espécies animais (xenotransplante), de seres humanos vivos (alotransplante intervivos) ou de seres humanos mortos (alotransplante de doador cadáver). A obtenção de órgãos de doador vivo tem sido muito utilizada, mas é questionável desde o ponto de vista ético. Este tipo de doação somente tem sido aceito quando existe relação de parentesco entre doador e receptor.

Quanto à utilização de órgãos de doador cadáver, o problema inicial foi o estabelecimento de critérios para caracterizar a morte do indivíduo doador. Primeiramente o critério era o cardiorrespiratório, depois, se tornou encefálico.

Aqui cabe uma pergunta: “Querer viver às custas do sacrifício de outros, sejam animais ou humanos, é correto”?

Como dissemos acima, o critério de morte para a utilização de órgãos destinados a transplantes foi mudado de cardiorrespiratório para encefálico porque, no primeiro, quando o coração e a respiração do indivíduo param, órgãos e tecidos começam a se degenerar. “Alguns órgãos como o coração, os pulmões e o fígado deterioram-se tão rapidamente que eles devem ser obtidos de corpos vivos”, disse o Dr. David Hill, anestesista britânico.

Sobre o critério de morte encefálica, o Dr. Paul Byme, ex-presidente da Associação Médica Católica do Vaticano diz que “em um paciente com morte encefálica, o coração bate, o corpo está quente, órgãos vitais como o fígado e os rins estão funcionando e há respiração, embora sustentada por um ventilador mecânico”.

Em maio de 2000, a Revista dos Anestesistas do Royal College of Anaesthetistis da Inglaterra recomendou, em seu editorial, a realização de anestesia geral nos doadores de órgãos para eles não sentirem DOR com a retirada de seus órgãos, devido à arbitrariedade dos critérios declaratórios de morte encefálica. Esta atitude foi determinada pelo fato de os anestesistas saberem que o paciente que tem órgãos retirados para transplante, a partir de como esta declaração de morte para fins de transplante é feita atualmente, reage dramaticamente à sensação de dor. Se o paciente está morto, por que fazer anestesia geral nos doadores de órgãos? E, na conclusão do editorial desta revista médica, lê-se: “Se uma pessoa não está morta, não deveria ter seus órgãos retirados.”

Quando uma pessoa morre. “os veículos superiores – Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente – podem ser vistos abandonando o Corpo Denso com um movimento em espiral, levando consigo a alma de um Átomo-semente denso. Não o átomo em si, mas as forças que, através dele, atuavam. O resultado das experiências vividas no Corpo Denso durante a existência que acaba de terminar ficou impresso neste átomo particular. Esse Átomo-semente despertará somente na aurora de uma outra vida física para servir novamente de núcleo como núcleo de mais um Corpo Denso a ser usado pelo mesmo Ego, por isso o amado Átomo-semente.

O Ego, durante três dias e meio, vê de trás para diante, todas as cenas de sua vida passada, impressas no Átomo-semente, panorama da vida, que servirá de base para sua permanência no Purgatório e no Primeiro Céu onde purgará o que foi errado e se fortalecerá com o que foi certo.

Assim como o bebê que vai nascer precisa de cuidados especiais para que seu Corpo Denso se forme perfeitamente e, na hora do nascimento, não aconteça nada que o prejudique, assim também o ser que abandona seu Corpo Denso, o físico, por ocasião da morte precisa de cuidados e, principalmente, de muita tranquilidade para que sua atenção não seja desviada da retrospecção do panorama da vida recém-finda e a consequente gravação, no Corpo de Desejos, das imagens contidas neste panorama, que constituirão a base das experiências depois da morte. Deste panorama dependerão o desenvolvimento da consciência e o incentivo para uma boa conduta nas vidas futuras. O impedimento, por qualquer motivo, da retrospecção eficiente do panorama da vida, implica em perda das experiencias da última vida e atraso na evolução do Ego. Para compensar este lamentável fato, o Ego tem a oportunidade de renascer e morrer, ainda criança, para ser enviado a uma escola especial nos mundos espirituais, recuperando assim parte da perda. Esta é uma das causas da mortalidade infantil que causa tanto sofrimento aos casais que desejam muito ter um filho.

A perda do panorama da vida acontece por vários motivos, entre os quais:

a) Quando o Espírito é incomodado por muitas lamentações por parte da família.

b) Quando a morte é por acidente:

c) Quando o corpo é cremado antes dos três dias e meio após a morte.

Vemos, portanto que uma morte natural e tranquila e o respeito aquele que partiu, fornece ao Ego condições de aproveitar as experiências que teve em sua vida e se preparar melhor para o futuro renascimento.

Vejamos, agora, o aspecto espiritual da situação do receptor do órgão transplantado. Acreditamos que as condições que dão origem a órgãos doentes resultam das próprias ações das vidas anteriores. Um órgão comprometido (coração, fígado, pulmões, rins, olhos, etc.) é somente o sintoma do problema que deve ter causa nas vidas passadas. A troca de partes não resolve o problema. A mudança de vida (pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, ações), focada mais na parte espiritual dessa vida, sim.

Tirar a vida do animal para prolongar a vida humana é eticamente errado. Deus dá a vida animal ou humana. Os mais evoluídos e individualizados são menos receptivos à troca de partes de seu corpo. O sistema imunológico protege a pessoa contra a intromissão de muitas substâncias e há razões metafísicas e biológicas para a rejeição individual de tecidos, órgãos e fluidos de outros.

Construímos nossos próprios corpos e eles refletem nosso próprio estado de consciência. Aquele que recebe um órgão de uma pessoa ou de um “banco” pode se beneficiar temporariamente, mas, a menos que ele viva a partir de então para transmutar a parte de sua natureza que resultou no órgão danificado, ele não terá este benefício na sua próxima vida.

Continuando a pesquisa feita sobre o assunto dos transplantes, coletamos algumas informações sobre pacientes que receberam transplantes.

Será que um transplante de órgãos pode mudar a atitude, o temperamento e os gostos do receptor? Parece que sim. Um executivo que recebeu um coração de um doador que era fã de uma determinada cantora começou a chorar quando ouviu uma canção cantada por ela algumas semanas depois da operação. Um outro executivo, agora com 70 anos, que recebeu um coração de um rapaz de 14 anos que morrera num acidente, começou a gostar de comer doces, o que nunca fizera antes, e a gostar de esportes radicais como ciclismo, caiaque e esqui. Uma mulher desenvolveu o gosto por comida mexicana depois da operação e disse ter voltado da mesma com um profundo sentimento de raiva. Seis meses após a operação, contatando a família do doador, ela pôde compreender o que estava sentindo. Ele era um rapaz que adorava comida mexicana e que tinha morrido numa briga.

Esses fatos mostram que os transplantes interferem com um aspecto essencial à evolução humana, especialmente em seu estágio atual, que é a individualidade. A incorporação de personalidades estranhas ao caráter desses receptores certamente fará com que, em próximas vidas, as lições previstas para uma determinada vida tenham que ser retomadas.

Isto posto, como acreditamos que tudo no nosso Universo segue um planejamento divino e que o destino de cada um e todos obedece a normas concernentes à evolução humana e suas necessidades, visando o progresso e o crescimento anímicos, nós, os espiritualistas, devemo-nos colocar em planos diametralmente opostos à prática dos transplantes, não só pelo respeito à vida, como também por serem violações às leis naturais (e, ainda, às leis humanas), já que tais práticas interferem no aprendizado do Espírito, nesta Escola que é a vida física, rumo ao desenvolvimento de sua consciência e à perfeição.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz do Rio de Janeiro-RJ – julho-agosto-setembro-2005)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pequena História da Fraternidade Rosacruz e sua ligação com a Ordem Rosacruz

A antiga Fraternidade Rosacruz consistia de seres altamente espiritualizados, puros e de incomensurável sabedoria. Eram alquimistas médicos e matemáticos, doze indivíduos do século XIV, que foram orientados por um ser conhecido como “Cristão Rosa Cruz”.

Esses seres trabalharam secretamente e formaram uma fraternidade conhecida como “Ordem Rosacruz”.

Os conhecimentos de tal Ordem foram ministrados à apenas alguns sábios, sendo que nada foi revelado até o ano de 1614, data da publicação da Fama Fraternitatis, o primeiro manifesto Rosacruz. Essa sociedade secreta ainda existe e ainda trabalha pela elevação da humanidade. Somente aqueles que possuem um amplo desenvolvimento espiritual são admitidos como membros no círculo interno do movimento Rosacruz.

Tais “médicos da alma” engajados no controle interno deste grande movimento estão intimamente associados à evolução do mundo. Esses irmãos trabalham de forma secreta, incansável e abnegadamente pelo bem da humanidade.

Em 1908, Max Heindel, que era de origem dinamarquesa, após ser testado em sinceridade de propósitos e desejo desinteressado em ajudar seus semelhantes, foi escolhido como o mensageiro dos Irmãos Maiores, para transmitir os ensinamentos Rosacruzes ao Ocidente, preparando a humanidade para a futura Era de Fraternidade Universal. Por meio de intensa autodisciplina e devoção ao serviço ele conquistou o grau de Irmão Leigo no Caminho para a Iniciações na exaltada Ordem Rosacruz.

Sob a direção dos Irmãos Maiores da Rosacruz, gigantes espirituais da raça humana, Max Heindel escreveu o Conceito Rosacruz do Cosmos, um livro que marcou época se tornando uma referência marcante para todos os pesquisadores da tradição ocultista ocidental e aspirantes à espiritualidade.

Por meio de seu próprio desenvolvimento ele foi capaz de verificar por si mesmo muitos aspectos dos ensinamentos recebidos dos Irmãos Maiores, sintetizados no Conceito Rosacruz do Cosmos, fornecendo um conhecimento adicional mais tarde corporificado em seus numerosos livros.

Uma das condições básicas na qual os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental foram dados a Max Heindel era que nenhum preço poderia ser estabelecido para eles. Tal condição foi fielmente observada por ele até o fim de sua vida terrestre e tem sido cuidadosamente cumprida pelos dirigentes da Fraternidade Rosacruz (The Rosicrucian Fellowship). Ainda que os livros da Fraternidade sejam vendidos a preços acessíveis, que garantam a continuidade de suas publicações, os cursos por correspondência e os serviços devocionais e de cura são inteiramente gratuitos. A Fraternidade Rosacruz é mantida através de doações voluntárias de seus Estudantes Rosacruzes e simpatizantes, não havendo taxas ou mensalidades obrigatórias.

Passado um determinado tempo e estando ainda tais ensinamentos sob a sua responsabilidade, foi instruído a retornar à América e revelar ao público tais ensinamentos, até então secretos. Nessa época, a humanidade tinha alcançado o estágio mais avançado da Religião Cristã, quando os mistérios (que Cristo menciona no Evangelho Segundo São Mateus 13:11 e Evangelho Segundo São Lucas em 8:10) tinham que ser ministrados a muitos e não apenas para alguns.

Quando Max Heindel chegou à América, ele publicou esses elevados conhecimentos em seu livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” que foi traduzido em diversas línguas e continua a ser editado em várias partes do mundo. Também estabeleceu a Fraternidade Rosacruz como uma Escola Preparatória para a verdadeira, eterna e invisível (pois está na Região Etérica do Mundo Físico) Ordem Rosacruz, a Escola de Mistérios do Mundo Ocidental.

Ainda que a palavra “Rosacruz” seja usada por várias organizações, a Fraternidade Rosacruz não tem nenhuma conexão com estas.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Aborto

O aborto é um assunto em evidência, tema de permanente discussão entre pessoas através de todos os veículos de comunicação e discutido até na justiça. É necessário que os estudantes das verdades mais profundas da vida sintam-se inteiramente conscientes da necessidade imperativa de uma maior compreensão dos fatores e das deploráveis consequências dessa prática não cristã.

Em alguns países, o aborto foi legalmente permitido somente se o bem-estar da mãe assim exigisse. É do conhecimento de todos que o aborto foi e é, muitas vezes, executado ilegalmente e de maneira não científica, sendo esse, sem dúvida, um dos fatores que levou ao movimento de legalização do aborto nos Estados Unidos da América do Norte. Mas, tornando-o “legal”, de forma alguma diminuem as implicações morais, embora possa reduzir a proporção de casos em que ocorram danos e perigos físicos à mãe.

Uma vez que este assunto é de importância vital para toda a Onda de Vida Humana, tanto para a presente quanto para a futura, e como suas consequências são tão ilimitadamente deploráveis e contrárias ao desenvolvimento espiritual, todo indivíduo adulto certamente se beneficiaria se considerasse o assunto de maneira aberta, em todos os seus aspectos físicos e espirituais. Além dos esclarecimentos das leis dos seres humanos, sobressaem-se, entre as verdades dos Ensinamentos Cristãos Esotéricos, a teoria do Renascimento e a Lei de Consequência. A teoria do Renascimento ensina que cada Ego é uma parte integrante de Deus e está desenvolvendo todas as possibilidades divinas, assim como a semente desenvolve-se numa planta e que, através de repetidas existências em corpos cada vez mais desenvolvidos, essas possibilidades latentes vão-se expandindo em poderes dinâmicos.

Ninguém se perde nesse processo e toda a Humanidade alcançará a meta da perfeição e da religação com Deus. O que somos, o que temos, todas as nossas boas qualidades são o resultado das nossas ações passadas. O que nos falta ainda é uma superioridade física, mental e moral que poderá ser nossa no futuro. O que fornece experiências essenciais para nosso progresso. Se não nos é permitido renascer em um corpo físico, não temos experiências.

Outro ponto muito útil que deve ser considerado em conexão com a prática do aborto é a santidade do poder criador no ser humano. Esse poder é o Espírito Santo de Deus e do ser humano, a que se refere a Bíblia em vários lugares (Mt 1:18; Mc 1:8; Lc 1:15; Jo 14:26; At 2:4, etc.), poder que é usado para criar não só corpos físicos, mas também, em grau mais elevado, talentos em literatura, poesia, arte, música, ciências, etc. O mau uso desse poder santo para a gratificação dos sentidos é a “grande transgressão” mencionada no Salmo 19:13. Esse é o “pecado” (ação contrária à lei Espiritual), que não é perdoado, mas precisa ser reparado mediante o sofrimento em Corpos e Mentes doentes e incapacitadas. Como Cristo-Jesus disse explicitamente: “todo pecado e blasfêmia serão perdoados ao homem; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada ao homem.” (Mt 12:31).

Quando acontece a impregnação do óvulo, o Corpo de Desejos da mãe trabalha sobre ele por um período de dezoito a vinte e um dias, sendo que o Ego permanece fora da matriz, em seu Corpo de Desejo e sua Mente, sempre em íntimo contato com a mãe. Após esse período, o Ego entra no útero da mãe. Os veículos, em forma de “campânula” juntam-se sobre a cabeça do Corpo Vital e a “campânula” fecha-se na base, tomando uma forma ovoide.

Realizado isso, o Ego encontra-se definitivamente ligado e envolvido pela carne e já não à mãe até o momento do nascimento. No atual grau do nosso desenvolvimento, o Espírito influencia, conscientemente, muito pouco seu futuro veículo, mas está presente todo o tempo e ajuda inconscientemente na formação de seu instrumento. Começa, para o Ego, a nova vida terrestre dentro do útero da mãe, e não somente no momento do seu nascimento.

A Fraternidade Rosacruz é, veementemente, contra o aborto pelo respeito sacrossanto à vida e crê que o aborto é um atentado contra essa própria vida.

Crê que o aborto é uma interferência de caráter destrutivo, é uma violação às leis naturais, às leis da Natureza. E quando se refere à Natureza, refere-se a Deus.

Crê que tudo no Universo é planejado e tem um propósito, portanto, o nascimento, a vida e a morte obedecem às necessidades de cada ser em evolução, visando ao seu progresso, ao seu crescimento anímico, à dilatação de sua consciência e ao seu bem final.

Crê que cada vez que o Espírito renasce para mais um dia de aprendizado na Escola da Experiência, que é a vida física, tem ano, mês, dia, hora e local para cumprir o seu destino. Para aprender as lições que precisa e dar mais um passo no caminho em espiral, evolutivo, rumo à perfeição. E crê que a evolução é a história do progresso do Espírito no tempo e só se consegue essa história através das várias experiências na Terra, vivendo a vida.

Crê que uma vida é concebida e preparada muito antes da sua formação no ventre materno.

Crê que o corpo físico – o Corpo Denso-, que se forma durante os meses de gestação, é o instrumento de trabalho para o Ego que o guia.

Crê que interromper o processo da gestação é:

  • Contrariar os planos de Deus;
  • Rebelar-se contra o Criador;
  • Violar uma lei básica da Natureza;
  • Atentar contra a vida e a trajetória de um ser;
  • Repudiar um Espírito que desceu ao ventre materno para o renascimento; e
  • Sujeitar-se à Lei de Consequência.

Crê na imortalidade do Espírito. Portanto, a Fraternidade Rosacruz é contra o aborto que considera um assassinato, da mesma forma que é contra a pena de morte, a eutanásia e o suicídio. Todas essas atitudes causam um sofrimento lamentável e um rompimento desastroso na trajetória eterna de um ser humano.

Crê que, quando os Ensinamentos Cristãos relativos à verdadeira natureza do nascimento forem mais conhecidos, quando houver maior conhecimento e consciência do trabalho de cada Ego antes de renascer, e quando houver um entendimento mais elevado da finalidade de um renascimento, então, cada pessoa esclarecida sobre este assunto será totalmente CONTRA O ABORTO.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo – SP de janeiro-fevereiro/1998)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

História da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – A Casa do Estudante Rosacruz em Campos do Jordão-SP

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Como a Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil foi criada como um Grupo de Estudos informal, depois passou para um Grupo de Estudos formal e, finalmente, para um Centro Rosacruz, autorizado e certificado pela The Rosicrucian Fellowship-Mount Ecclesia, Oceanside, California, USA, como um Centro Fraternal afiliado, pelos Probacionistas Hélio de Paula Coimbra e Maria JoséA. S. de P. Coimbra, ambos oriundos da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de São Paulo – SP, vamos apresentar, inicialmente, um resumo história da Fraternidade Rosacruz no Brasil, focando nas sementes que frutificaram como a Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de São Paulo – SP. Isso até a data de fundação do Grupo de Estudos em Campinas-SP-Brasil.

Casa Rosacruz de Campos do Jordão

Nos princípios de 1959 o então presidente da Fraternidade Rosacruz visitou o dr. Domingos Pimentel – já conhecido porque já estudava os Ensinamentos Rosacruzes — e fez palestra ao grupo de amigos que ele reunia em uma sala de seu consultório. No dia seguinte visitou sua chácara na Vila Britânia, a um quilometro da Vila Abernéssia, e lá no alto do morro se extasiou com o belo panorama. Dr. Pimentel se propôs doar à Fraternidade Rosacruz 1.000 metros quadrados lá, para a construção de uma obra Rosacruz que: congregasse os irmãos em conclaves; servisse de frente para trabalhos assistenciais; servisse para férias escolares de crianças pobres etc.

O Conselho Diretor recebeu jubilosamente a doação. Mas não havia recursos para a construção, porque não podíamos desviar o que destinávamos a finalidades mais imediatas e importantes. O irmão Pimentel compreendeu e cedeu a casa de sua chácara para ensejar aos irmãos conhecerem o local e se inspirarem à uma campanha, pró-construção da obra. Nessa casa, oferecida amorosamente, tivemos encontros inesquecíveis. Várias caravanas, de diretores e estudantes lá estiveram.

Chácara do Dr. Pimental – Reuniões sobre a Construção da Casa – 1960
Chácara do Dr. Pimental – Reuniões sobre a Construção da Casa – 1961
Chácara do Dr. Pimental – Reuniões sobre a Construção da Casa – 1961
(Dr Pimentel, sentado, de bigode)
Morro que fica acima da Casa do Estudante Rosacruz – 1961

Só em 1962 se definiu um grupo diretamente interessado na construção, dividido em duas partes: uma, de mulheres, encarregadas de realizarem bazares e outras promoções, para reunir fundos; outra, de homens, para incumbir-se da construção.

Em julho de 1962 uma caravana de São Paulo lá foi lançar a pedra fundamental.

Dois anos depois, em julho de 1964, com os recursos duramente reunidos, inclusive de donativos individuais, lá foi a ofensiva para dar o primeiro lance: José Gabriel da Rocha como mestre pedreiro; David Dias dos Santos, João Tralei e Edmundo Teixeira, para carregar água e servirem de serventes. Era um período de férias e deixámos os alicerces e uma faixazinha de parede, prontos.

Depois contratamos um pedreiro-empreiteiro. Em fins de outubro de 1964 a casa estava telhada. Uma caravana foi festejar a realização, entre 31 de outubro e 2 de novembro de 1964.

Fotos da Casa em construção – 1965
Fotos da Casa em construção – 1966
Fotos da Casa em construção – 1966
Fotos da Casa em construção – 1966

Seguiu-se um período difícil, penoso, de acabamento, valorizado pela fibra de alguns e amorosa colaboração de outros: João Augusto da Silva deu e colocou os vidros; o amigo Porfírio Madeira e o irmão José Goncalves Siqueira ofertaram as tintas; Nelson Marques pintou-a; duas irmãs deram as cortinas; irmãos compraram as camas-beliches; Fouad Sahão deu uma geladeira em bom estado; José Augusto Pinto Coelho deu o fogão e outras coisas.

Ao mesmo tempo, as irmãs apoiavam o esforço, buscando meios, com bazares e com doações. Desse modo pudemos comprar os colchões, travesseiros, moveis, chuveiros, aquecedores “Junkers”, rouparia, etc. Ganhamos muita miudeza.

Em maio de 1966 foi elaborado o regulamento provisório, mais tarde (1973) redigido definitivamente com a experiência do uso.

A Comissão da Casa do Estudante Rosacruz de Campos de Jordão diligenciou licença da família Matarazzo para conseguir passagem pela propriedade deles, encurtando o acesso a Casa.

Em outubro de 1966 entrou 0 primeiro casal de caseiros a cuidá-la.

Finalmente, em 6 de janeiro de 1967, às 18:30 horas, uma grande caravana de São Paulo procedeu a sua inauguração.  O irmão Pimentel foi convidado como padrinho para desfazer a fita de entrada. Orfeão, presente, cantou o Hino Rosacruz Abertura.

Inauguração da Casa – 6 de janeiro de 1967

O então presidente, irmão Antonio Munhoz, fez a leitura do ofício devocional em seguida dedicou a Casa a memória de Max Heindel, cujo 48º aniversário de passamento transcorria naquele dia. Depois falou das finalidades da Casa.

Seguidamente, o irmão David Dias dos Santos fez sentida prática devocional. Depois falaram quase todos os presentes, exprimindo seu sentir ante a expressiva realização da família Rosacruz brasileira.

O irmão Juvenal Nascimento de Araújo, que veio do Rio de Janeiro, com filme colorido registrou a cerimônia de inauguração e muitos recantos bonitos da cidade mais alta do Brasil. O irmão Alexandre Rodrigues tirou inúmeras fotos. Assim, naqueles dias que ficamos lá hospedados, recolhemos um rico documentário dessa obra, para que todos possam ver o que estão perdendo (os que ainda não foram lá).

Apenas 20% do custo total da obra ficou para ser coberto pelos cofres da Fraternidade Rosacruz. Este fato ressalta 0 espírito de equipe dos irmãos que tomaram a cargo essa difícil missão. Dentre eles destacamos saudosamente os companheiros que já se foram: David Dias dos Santos e Joao Tralci.

O amigo Porfirio Madeira, de Marilia, continuava doando tintas para as pinturas periódicas de conservação da Casa.

Desde então, aquele aprazível e saudável recanto foi posto à disposição dos irmãos da Fraternidade Rosacruz a preços acessíveis, suficientes para cobrir as despesas de manutenção o e conservação.

A Casa do Estudante Rosacruz de Campos do Jordão é uma sólida e atraente construção, de 172 metros quadrados, plantada no alto de um morro, isolada, tendo de dois lados pinheirais a lhe vivificar a atmosfera com ozona; doutro lado o campo; e lá embaixo o panorama bonito, onde nasce o Sol. Caminhos abertos pelos morros convidam a passeios inspiradores e saudáveis.

A casa dispõe de quatro quartos de 4×4; uma sala de 8×4 com mesa grande que serve para as refeições; cozinha de 3×4 com dois fogões a gás (incluídos no custo da temporada) e quatro banheiros, tendo todos eles, água aquecida com aquecedor.

O local da casa está a uma altitude de 1.800 metros acima do nível do mar num clima considerado o segundo melhor do mundo, segundo uma comissão mundial de turismo.

A Sede Central do Brasil permite que ela seja usada por pessoas recomendadas sob responsabilidade de irmãos.

Nós, que estudamos e avaliamos os benefícios da vida natural, para compensar os desgastes dos grandes centros, higiene mental e reabastecimento vital, contamos hoje com este privilégio, mercê dedicação e idealismo de uma equipe que soube enfrentar e sobrepor os desafios da realização.

Detalhe de móveis em 1977
Detalhes da Casa em junho de 1980
Detalhes da Casa em junho de 1980
Detalhes da Entrada da Casa em junho de 1980
Detalhes da Entrada da Casa em junho de 1980
Detalhes da Entrada da Casa com irmãos em reunião em junho de 1980
Detalhes da Entrada da Casa com irmãos em reunião em junho de 1980
Detalhes da Casa em junho de 1980
Detalhes da Casa em junho de 1980
Obras no acesso à Casa em junho de 1980
Detalhe da cozinha em 16 de outubro de 1982
Detalhe do quarto em 16 de outubro de 1982
Irmãos e Irmãs em reuniões em 16 de outubro de 1982

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Fontes:

  • Revista Serviço Rosacruz de 1962, de setembro de 1976 e de outubro de 1980 – Fraternidade Rosacruz – SP – São Paulo
  • Entrevistas com Estudantes Rosacruzes
  • Notas nos Versos dos originais das fotografias em papel
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O terceiro fator nesse Esquema de Evolução que quando não atua ou se torna inativa no indivíduo, na família, nação ou no povo começa a degeneração

Nos dias atuais dá-se muito valor à criatividade. Em alguns campos de atividade humana a ausência do poder criativo causa verdadeiras crises. Quando surge alguém, capaz de inovar ao descobrir algum aspecto inusitado de alguma coisa, recebe o epíteto de “revolucionário”. Isso sem considerar que de tempos em tempos espíritos avançados promovem transformações radicais em seus campos de atuação. Trazem soluções novas, abrem perspectivas nunca dantes imaginadas, rompem novos caminhos, inaugurando patamares mais elevados dentro de determinados ramos de atividade ou conhecimento. A esse processo criativo original os Ensinamentos Rosacruzes chamam de Epigênese.

Há grande tendência em admitir que tudo é resultado de qualquer coisa pré-existente. Isso constitui grande equívoco e desconhecimento das leis que regem a evolução em todos os níveis. Se fosse verdade, não haveria margem para esforços novos e originais, promotores de novas causas.

A Epigênese é a base real da evolução, ou seja, o único elemento a dar-lhe significado, convertendo-a em algo mais que simples desdobramento ou desenvolvimento de qualidades latentes. Não fosse assim, a face da Terra seria um painel por demais monótono e desolador, habitada por seres estereotipados, como que saídos de uma linha de montagem de uma indústria. Incapazes de descobrir novos caminhos, os seres acabariam por perder sua identidade com o Supremo Criador de todas as coisas. Tornar-se-iam imitadores, grotescos imitadores, ao invés de imprimirem a marca da originalidade em seus trabalhos.

A Epigênese, é bom ressaltar, é uma faculdade do Espírito, não da persona (personalidade). Sua capacidade epigenética melhora ou aperfeiçoa a forma, tornando-a elemento maleável e utilizável.

O progresso não é simplesmente desenvolvimento, nem tampouco involução: há um terceiro fator, a Epigênese, completando o trinômio. Quando ela não atua, ou torna-se inativa no indivíduo, na família, nação ou raça, cessa a evolução e começa a degeneração. Isso se aplica também às ideias, aos sistemas, as organizações, etc. Se, pelo menos, não se reciclarem periodicamente perdem sua eficiência e, consequentemente, sua razão de ser.

É interessante notarmos como as dificuldades são fatores capazes de exigir muito da capacidade epigenética das pessoas. Os seres humanos acomodam suas vidas aos princípios ou características da sociedade que pertençam. Com o passar do tempo essas “formas” (características) tornam-se obsoletas. Sobrevêm, então, as crises. A maioria propõe sempre soluções velhas, desgastadas, sem nenhuma eficácia. Quem propõe uma solução inédita, original, resultante de seu espírito criativo, consegue, via de regra, resolver o problema. As crises, portanto, não devem assustar. Indicam que o agrupamento, ou a própria pessoa, encontra-se em fase de transição, de transformação. Quando, porém, o ser humano reage negativamente as soluções novas propostas, quando insiste em formulações bolorentas e ultrapassadas, acaba gerando o impasse. Aí, só mesmo o sofrimento surge como meio de solucionar a questão. E, diga-se de passagem, é um meio irracional. Denota teimosia e inadaptabilidade.

Há, entretanto, outro aspecto a ser considerado: nem tudo o que é novo merece aceitação. Nem sempre representa uma lídima aspiração do Espírito. Talvez não passe de uma manifestação da natureza inferior, ávida de reconhecimento, desejosa de satisfazer a vaidade, o orgulho e a ilusão do ser humano pouco evoluído.

Que o “Tribunal Interno da Verdade”, no dizer de Max Heindel, julgue e decida sempre!

(Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de junho/1980)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Liderança ou Emancipação?

Por ser um movimento aquariano, a Fraternidade Rosacruz dispensa, em seu meio, a figura do líder. Sua renovada mensagem procura estimular o trabalho de equipe, sendo que as qualidades individuais se completem e os esforços se somem em torno de um ideal comum. Substitui-se a imposição pelo consenso. Delibera-se a partir do livro debate.

Opta-se pelo trabalho em grupos, ao invés da ação unipessoal. Todo esforço comunitário nada mais é do que uma expressão antecipada da próxima Era, a de Aquário.

No entanto, a consecução desse objetivo maior tem sido uma tarefa das mais difíceis, pois apenas uma minoria encontra-se preparada para tal.

Essa elevada aspiração não será concretizada sem prévia transposição de alguns obstáculos. Removê-los consiste em árduo trabalho, porque arraigados estão na própria natureza humana. O ser humano acomodou-se, desde vidas passadas, a obedecer, transferindo a outrem a responsabilidade de decisão. As comunidades primitivas eram chefiadas pelos mais fortes e corajosos fisicamente. Essa foi a gênese da liderança.

Os modernos líderes reúnem atributos tais como inteligência, visão e, principalmente, uma personalidade forte e arrebatadora. Como raras vezes esses atributos vêm temperados com amor, vias de regra, transformam-se numa tirania, ostensiva ou sub-reptícia.

Tais lideranças, obviamente, acabam por se tornarem nocivas ao grupo. Não obstante, a força da inércia é tão grande, a ponto de as pessoas se acomodarem até àquilo que lhes é prejudicial.

Os povos do oriente, com algumas exceções, é claro, tanto política como religiosamente, encontram dificuldades para se libertar da necessidade de liderança. Basta atentar-nos para suas comunidades religiosas e constatarmos como se obedece fielmente ao chefe ou guru. Não há meio termo. Entretanto, alguns líderes mais avançados, não se atribuem essa condição. Conscientes de sua missão procuram apenas indicar o caminho a seu povo, respeitando-lhe, ao máximo, o livre arbítrio. Mas como a humanidade não resiste ao fascínio de uma personalidade magnética, nem sempre lograram se livrar de seu carisma.

O estudo do carisma constitui um interessante exercício para os modernos psicólogos. O que torna um indivíduo um líder? A grosso modo, uma personalidade forte, atraente, destemida, oratória fluente, somadas a outras qualidades pessoais devidamente inseridas num contexto todo especial – as condições vigentes são importantes – são os ingredientes básicos do espírito de liderança. Certos fenômenos conjunturais servem de campo fértil ao surgimento dessa postura.

Não é justo, entretanto, omitir um ponto importante: alguns seres humanos se converteram em líderes face à sua elevada formação espiritual. Muitas vezes esses são fisicamente frágeis e pouco atraentes, às vezes até com uma voz desagradável, lembrando muito mais um mendigo do que um líder, sabe se impor ao respeito dos seus e do mundo, graças à sua bondade natural. É esse sentimento humanitário que confere a posição de um líder, quando há necessidade de um verdadeiro nessa Era, a de Peixes.

Seja qual for a sua origem, a liderança tende a dar lugar a algo mais elevado. Aos poucos o ser humano vai aprendendo a se libertar de tutelas, assumindo responsabilidades na sociedade em que vive. Quanto maior seu avanço espiritual, tanto mais acentuada sua emancipação em relação a pessoas e sua participação na vida comunitária.

As decisões tomadas em conjunto são, comprovadamente, mais sensatas. Havendo consenso, as responsabilidades pelos erros e acertos serão divididas, evitando-se, ou pelo menos minimizando-se cisões ou traumatismos na coletividade.

Para muitos, esse ideal avançado é considerado como utópico. Nós, Estudantes da Fraternidade Rosacruz, todavia, não pensamos assim. Utopia é a verdade que não foi levada à prática. A distância não torna uma meta inatingível. Tanto estamos convencidos disso, que a Fraternidade Rosacruz tem sido uma das vanguardeiras do desenvolvimento espiritual sem lideranças. Líder é o Cristo, nosso paradigma e Luz do Mundo. Mas, se alguém entre nós deseja destacar que comece sendo o “servo de todos”. Que procure, sinceramente, se identificar com nosso ideário. Tornar-se-á, então, o “maior”, no bom sentido.

Pode ocorrer que Estudantes novos ou menos avisados, impressionarem-se com as qualidades de algum membro mais antigo. Elegendo-o como modelo, acabam, não raro, por decepcionarem-se, tão logo lhe constatem falhas de caráter. Esquecem-se que ele é um ser humano, lutando por aprimorar-se, sujeito a quedas. Se assim não fosse ele não seria membro da Fraternidade, mas sim da Ordem Rosacruz. E mesmo os membros da Ordem, embora se encontrem acima do ser humano comum, também evoluem e queimam etapas.

Alguns Estudantes Rosacruzes – e até simpatizantes – se empolgam com os palestrantes ou conferencistas, deixando-se fascinar por um carisma de que, às vezes, eles nem se dão conta. Quando, no momento de uma maior intimidade, lhe descobrem o lado humano, chegam a desiludir e abandonar o ideal, como se a Fraternidade Rosacruz fosse os seus membros. É uma pena que isso, às vezes, aconteça.

Os palestrantes ou conferencistas, ao tomarem a posição de expositores para falar sobre a nossa amada filosofia, carregam uma grande responsabilidade sobre os ombros. Fazem-nos desprendidamente, conscientes de suas possibilidades e limitações. Procuram apenas colaborar no esforço de divulgação. Não são líderes, não se arvoram em “mestres”, nem se julgam “donos da verdade”. Apenas aspiram a que os Estudantes entendam este posicionamento: numa palestra ou conferência o importante não é o conferencista ou palestrante, mas a mensagem por ele transmitida. Não se conceda destaque ou louvor a “quem fala”, mas ao “que fala”. Como disse Descartes: “É preciso tornar as pessoas discípulas da verdade e não sectárias, obstinados do que o expositor ensina”.

Esperamos, assim, que todos os Estudantes Rosacruzes procurem emancipar de quaisquer influências externas, consolidando, dessa forma, a Fraternidade Rosacruz como a precursora da Era de Aquário.

(Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de 1/79)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “coração” – místico, devoção – e a “cabeça” – intelecto, razão

Um dos maiores encantos e vantagens reais daquele que trilha o Caminho do desenvolvimento espiritual pela “cabeça” – intelecto, razão – é o grande valor que ela tem como local de retiro mental. Quando um ser humano fez o seu melhor, suportou todas as tensões e sofrimentos da vida mundana e está cansado, sua Mente volta-se com alegria para a ajuda satisfatória proporcionada pelo intelecto. Aquelas coisas que pareciam encher seu horizonte com a sombra negra da dúvida e do medo, então se reduzem à pequenez e a própria vida assume um aspecto mais animador.

O intelecto é universal, em sua aplicação. A pessoa que trilha o Caminho do desenvolvimento espiritual pela “cabeça” – intelecto – tem uma solução racional ou até científica para os mistérios da vida. Ela exige uma explicação semelhante da Religião. A fé, para ela, é assunto de conhecimento. A pessoa que trilha o Caminho do desenvolvimento espiritual pelo “coração” – místico, devoção – deseja um apelo voltado ao coração e não à Mente. Ela não está tão preocupada com o verdadeiro “por quê?” ou “para quê?” de uma ocorrência ou afirmação, mas, sim, com o valor de suas propriedades emocionais.

A primeira se preocupa com a verdadeira razão física de um milagre; a segunda, com a apreciação da maravilha e da beleza real que acompanham sua manifestação. Uma daria ajuda a um semelhante não tanto por compaixão, mas principalmente porque tal ato estaria de acordo com sua própria concepção intelectual da relação da pessoa com a pessoa. A outra, é claro, agiria com sincera simpatia e um desejo emocional de ajudar o necessitado.

A pessoa simpática, que sente amor por todas as criaturas de Deus e não considera nenhuma delas muito pequena ou mesquinha para ajudar, é um tipo bonito e cada traço do seu rosto simboliza uma graça espiritual. Verdadeiramente, o espírito molda a carne à sua semelhança e expressão de suas próprias qualidades.

Atualmente, o intelecto e as realizações materiais dele resultantes parecem ser de importância soberana. Certamente, é um método excelente para atingir certas qualidades de alma que são necessárias; contudo, a história de todas as pessoas que desenvolveram o intelecto e a vontade às custas da emoção e da intuição tem sido de tristeza, decepção e negação espiritual.

Mas, novamente e ao contrário, aqueles que desenvolvem somente pelo “coração” e ignoram a cultura da força de vontade e do intelecto estão, igualmente, sujeitos à tristeza e ao desapontamento.

Um caráter bem equilibrado, nem muito desenvolvido intelectualmente nem devocionalmente, é a coisa certa e um dos assuntos principais de um Estudante Rosacruz que se aplica em aprender e praticar os ensinamentos da Filosofia Rosacruz.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Início dos Trabalhos para a Construção do Primeiro Edifício em Mount Ecclesia

Novembro de 1911

Esse mês me afasto da minha prática habitual de dedicar exclusivamente a revisão da Carta ao Estudante da lição do mês anterior, para que possa lhes contar sobre a cerimônia que tivemos em Mt. Ecclesia no dia 28, quando iniciamos as obras da primeira construção no terreno da nossa Sede permanente. Tenho certeza de que todos estavam conosco em espírito, que estão ansiosos por saber notícias a este respeito, e sei que o discurso que faremos nos proporcionará um contato mais próximo.

Nossa primeira ideia era abdicar de qualquer exposição ou cerimônia externa. Queríamos evitar todas as despesas desnecessárias, pois, os nossos recursos atuais não são suficientes para terminar construção interna do edifício, e teremos que ser parcimoniosos, por algum tempo, até que as circunstâncias nos sejam mais favoráveis.

A minha intenção era ir lá sozinho e realizar o serviço mentalmente, mas me pareceu um tanto frio, apático, desanimado e desolador não ter um amigo presente para se regozijar comigo naquela ocasião importantíssima, nem sequer a minha querida companheira de trabalho – Sra. Augusta Foss Heindel. Além disso, como esse é um assunto muito importante da Fraternidade Rosacruz e não um assunto pessoal, senti que a oportunidade de participar deveria ser dada aos membros. O pensamento cresceu em mim até que decidi submeter ao conselho do Mestre; e que cordialmente o aprovou, e então, fizemos uma celebração de maneira simples, mas apropriada, e enviamos convites aos amigos que estavam mais próximos.

Erigimos uma grande cruz do mesmo estilo do nosso Símbolo, e nos três extremos superiores pintamos, em letras douradas, as iniciais: C R C. Como sabem, essas letras representam o nome simbólico de nosso grande Líder, definido em nosso Símbolo como Christian Rosenkreuz, que transmite uma ideia de beleza e de uma vida superior, muito diferente da escuridão ou do lugar sombrio da morte, geralmente associada à cruz negra.

Ao mesmo tempo que escavávamos o terreno para o início da construção, decidimos fixar essa cruz e plantar uma roseira trepadeira, para que simbolizassem a vida verdejante dos diferentes Reinos de vida viajando para esferas superiores ao longo do caminho em espiral da evolução.

No dia 27, a Sra. Augusta Foss Heindel e eu partimos para Oceanside, já próximos à exaustão pelo esforço em nos locomover para empacotar tudo. Caíram as primeiras chuvas da estação e, por isso, ficamos apreensivos sobre o efeito dela na cerimônia; mas, ao olharmos para as montanhas quase escondidas pelas nuvens no leste, vimos o maior e mais glorioso arco-íris que jamais tínhamos visto – na verdade, um duplo arco-íris – cuja sua base meridional parecia estar diretamente sobre Mt. Ecclesia.

Nossa responsabilidade em ajudar milhares de corações cansados para que possam suportar seus fardos com bravura tem, frequentemente, parecida estar além das nossas forças; no entanto, sempre encontramos nossas forças renovadas, quando olhando para dentro; e dessa vez parecia que toda a Natureza queria nos alentar, dizendo: “Coragem, lembrem-se que o Trabalho não é vosso, mas de Deus; confiai inteiramente n’Ele; Ele apontará o caminho”. Assim, nos demos as mãos e tomamos um novo ânimo com as novas forças para continuarmos com a bela obra, da qual Mt. Ecclesia há de ser o centro.

O dia da cerimônia foi um dia perfeito na Califórnia; o Sol brilhava num céu sem nuvens. Para onde quer que dirigíssemos o olhar a partir de Mount Ecclesia, oceanos, vales e montanhas pareciam sorrir. Tanto os trabalhadores quanto os membros visitantes estavam extasiados ante a beleza incomparável do local da Sede. Aqueles que estão presentes foram: Annie R. Atwood, de San Diego; Ruth E. Beach, de Portland, OR; Rachel M. Cunningham, Rudolf Miller e John Adams, de Los Angeles; George Kramer, de Pittsburgh, PA; Wm. M. Patterson, de Seattle, WA; Sra. Heindel e eu.

Na hora marcada, iniciei a escavação no terreno para construir a Sede. Todos ajudaram a escavar para colocar a cruz, que foi fixada por Wm. Patterson. A Sra. Augusta Foss Heindel plantou a roseira, que depois foi regada por todos os presentes. Que ela cresça e que floresça para adornar o despojar da cruz e ser a inspiração para a pureza de vida que apagará todos os pecados passados, não importa quão escura possa ter sido a vida. A alocução – como deveria ter sido feito – constitui a lição desse mês. As circunstâncias ocasionaram algumas modificações.

(Carta nº 12 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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