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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Astrologia Rosacruz: Seus Ensinamentos e a Sua Ética

A Astrologia Rosacruz nos ensina: “Caráter é Destino”. Mas, consideremos que na maioria das vezes essa frase vem sendo repetida, sem que, entretanto, seja procurado ou compreendido o seu significado real.

Mas vejamos: o que a Astrologia Rosacruz nos ensina? Quais os princípios demonstráveis claramente?

Sejam quais forem as condições de nossas vidas – boas ou más – serão elas, nem mais nem menos do que uma reflexão exterior das condições existentes em nosso interior.

A Astrologia Rosacruz é uma Religião e ainda mais: é a mais elevada das práticas religiosas possíveis a serem seguidas pela humanidade, revelando-lhe o verdadeiro Deus, livrando-o de uma concepção antropomórfica, sentado num trono distante; mostra o Pai amoroso conhecido por nós somente pelos Seus atos e ações através de toda a vida.

A Astrologia Rosacruz rejeita a noção de um Ser vingativo punindo o transgressor e exigindo sacrifícios para anular o ato pecaminoso. Ignora tudo o que representa uma fé cega. Nada ensina daquilo que possa ser admitido como meio para eliminar todos os sinais das transgressões, facultando ao Ego se purificar por meio de obscuras aceitações de uma crença ou credo.

Segundo a Astrologia Rosacruz, nossas debilidades latentes ou manifestas devem ser sobrepujadas pela nossa própria volição. Ensina-nos ainda que não haverá fugas aos resultados dos erros cometidos. O ser humano é quem realiza a sua própria salvação. Eis porque se exige conhecimento ao invés de uma fé. Exige-se que saibamos, em vez de crer meramente.

Pede-se somente investigação para que suas verdades possam ser provadas, não forçando ninguém a aceitar seus ensinamentos, a não ser por meios lógicos.

A Astrologia Rosacruz ensina o ser humano a ser um Espírito imortal, posto aqui na vida terrena em uma escola de treinamento tendo deveres, os quais cumpridos zelosamente proporcionam condições para trabalhos progressivos e mais avançados. Ensina-nos que a vida é governada por leis imutáveis, as quais sendo transgredidas conduzem às perdas e dores. Ensina-nos que o ser humano pode ter a faculdade de escolha, possui uma responsabilidade pessoal; por isso, os efeitos das escolhas recairão sabre ele, isto é, ensina-nos que nossos próprios pecados nos punirão.

Se o indivíduo falha no cumprimento de seu dever nesse lapso de vida terrena, voltará novamente para corrigir seus erros, aprendendo e crescendo, ascendendo mais alto, aproximando-se, portanto, da divindade que tem dentro de si.

A Astrologia Rosacruz nos ensina que a vida está sujeita a um desenvolvimento progressivo, regulada pelas leis imutáveis da justiça eterna. O ser humano paga pelos erros cometidos, constituindo-se seu próprio salvador. Isso quer dizer que a justiça se manifesta através do próprio transgressor e não por força de um Deus irado. Esse é o ensinamento básico da Astrologia Rosacruz. Quem estuda essa ciência, sob o ponto de vista religioso, dificilmente deixa de penetrar em sua realidade.

Nenhum Estudante Rosacruz sincero da Astrologia Rosacruz poderá se empenhar em sua pesquisa sem que tarde ou cedo ouça o chamamento de levar avante a tarefa do desenvolvimento próprio e viver os princípios e a ética, preconizados pela ciência a que ele se devotou. Ser um representante da arte santa e, ao mesmo tempo, ser um escravo das paixões e dos vícios do ser humano não desenvolvido, realmente é ser desonesto, desleal, mentiroso e incoerente.

Não existe ensinamento mais dignificante, mais elevado e mais divino ministrado ao indivíduo, do que aquele emanado da Astrologia Rosacruz. Verdadeiramente os seus ensinamentos vem sendo retirados de seu Tabernáculo Sagrado e apresentado ao mundo sob a influência da Mente materializada do ser humano. A pérola vem sendo exibida àqueles que a conceituam frivolamente, apenas como um reflexo de Mentes supersticiosas. Para os puros em motivações, ela será constantemente uma salvaguarda sagrada, uma revelação esotérica.

Para aqueles que iniciam seu estudo, nesse ramo do ocultismo, surge uma voz: “está você preparado para seguir a verdade para onde quer que ela o leve?”. Muitos, sem dúvida, falham em compreender a responsabilidade inerente a um estudo oculto. Suponha-se que esse estudo leve o indivíduo até a porta da Iniciação, onde o problema da transmutação do ser humano inferior no superior leve-o a momentos de hesitação: “Isso é muito elevado para mim”. Estaria ele preparado para, honestamente, abrir a porta, disposto a que a verdade o conduzisse para estágios mais elevados, deveres mais pronunciados ou maiores responsabilidades? Vejamos o que a Astrologia Rosacruz nos ensina a esse respeito. Todos temos Saturno como representante do “Guardião do Portal”. Ele permanece vigilante sobre a ponte que liga a consciência inferior a superior. Em síntese, quem não tenha adquirido virtudes a um determinado grau, esbarrará sempre em Saturno. Todo aquele que procura a consciência superior deve se sujeitar a esse processo de provas e de vicissitudes por meio dos quais suas virtudes são testadas. Enumeremos de forma rápida esse processo de provas:

  1. Pureza física. Somente os corpos puros poderão refletir pensamentos puros;
  2. Emoções purificadas e sentimentos desapaixonados;
  3. Amor à verdade, paciência, perseverança, castidade, predisposição à meditação.

Finalmente, leva todos os indivíduos à verdadeira humildade, à condição em que tudo o que é material é renunciado, por que somente assim os poderes latentes do “Eu Superior” poderão cruzar a ponte construída por Saturno (a qual liga o Ego e a Personalidade). Eis porque dessa forma o ser humano se liberta do lado concreto da matéria, não mais ficando escravo da carne e à mercê das circunstâncias. Tendo conquistado a matéria, na sua forma mais ou menos sólida, pode deixar seu Corpo Denso à vontade e funcionar em planos mais sutis. Inverte suas esferas. Por isso, trabalha conscientemente com o Raio ao qual pertence.

Entretanto, tudo isso poderá ser obtido unicamente por meio da obediência às leis superiores – as Leis de Deus –, porque o ser humano prova a sua superioridade quando se conforma com a lei. A lei e o indivíduo devem ser unos, e à consumação com a lei devem ser espontâneos. Se assim não for, toda outra forma de consumação ou de obediência torna aspecto de compulsão, não sendo, portanto, natural. O ser humano se liberta pelo serviço, pela obediência, mostrando, assim, sua identificação com aquilo que serve e obedece.

Compreendemos a tremenda responsabilidade oriunda do conhecimento oculto?

Um novo tipo de ser humano surge lentamente em nosso meio. Milhares estão despertando à consciência de sua natureza espiritual e, consequentemente, de suas potencialidades. Os que estão no Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz devem estar atentos para instruir essa gente nova. Aí se localiza nossa responsabilidade. Levar nossos semelhantes àquilo que procuram; ministrar-lhes em certa medida a verdade que vem sendo privilégio receber; indicar-lhes o caminho que os levará ao conhecimento da divindade interna; ajudar a fortalecer a diminuta luz, que apenas está surgindo com o conhecimento e a sabedoria conducentes à unidade e a liberdade. Qual o melhor caminho que nos levará a essa realização, senão o conhecimento da Astrologia Rosacruz?

Que estupendas oportunidades essa ciência oferece àqueles que estão desejosos e prontos a auxiliar seus semelhantes. Que santa missão depara-se ante o Estudante Rosacruz. Que faremos a respeito? Estudamos egoisticamente, com o objetivo de sabermos mais do que os outros, para satisfação pessoal ou vaidade? Ou estudamos para tornarmo-nos atentos ao dever que se nos depara e a consequente responsabilidade? Se assim for, devemos nos sobrepor à vaidade, ao orgulho intelectual e as fraquezas similares, ampliando nossas Mentes à luz do amor.

O trabalho está à nossa frente. A taça das dores alheias deve ser sorvida de boa vontade, para que possamos oferecer a taça dos óleos curadores, da simpatia e da bondade. Se enfrentarmos com coragem o trabalho a ser executado, seremos recompensados com maior progresso, deveres mais superiores e maiores responsabilidades.

Os eventos da vida de Cristo-Jesus contêm os ensinamentos básicos da Astrologia Rosacruz. É o caminho de todo aquele que se esforça em tornar-se livre da dominação pela vibração astrológica. É a única via por meio da qual o ser humano livra-se das influências mundanas e torna-se acessível às influências superiores dos Astros. Esse é o Caminho da Vontade, por que é a Vontade o fator determinante. Todo mal do mundo é resultante da negação de Deus, o efeito do materialismo. Eis porque o dever de todos os Egos despertos é ajudar a melhorar essas condições pelo serviço amoroso e desinteressado, pela erradicação do mal interno, pelo encaminhamento de nossas vidas particulares a canais de reta conduta.

Todas as formas egoístas devem ser erradicadas. Não deve existir nenhuma obstrução pessoal em nosso estudo da Astrologia Rosacruz. O intelecto deve estar subordinado à auto-abnegação, à sinceridade, a lealdade de propósito.

A Ciência dos Astros ensina que o propósito da vida humana é manifestar Deus em todas as coisas, desenvolver a divindade em si mesmo. Aqueles que conhecem as verdades contidas na Astrologia Rosacruz, suas belezas e a justiça de Deus, revelando-se através de Seus “Administradores Astrais”, têm o dever de zelar para que essa ciência permaneça em seu lugar sagrado e em sua pureza original. Por ser uma ciência espiritual, procedamos para que assim permaneça.

A Astrologia Rosacruz revela o ser humano a si mesmo. Se você puder mirar todas as suas fraquezas e vícios é um ser humano de coragem! Tal é o que devemos fazer, se desejamos progredir pelo caminho da espiral que nos levará à divindade. Devemos tecer a veste da pureza e perfeição, trabalho daqueles que são conscientes do propósito da vida e já despertaram do materialismo entorpecente. Poderá ser realizado um trabalho glorioso com o auxílio da Astrologia Rosacruz – um estupendo e prazeroso trabalho. Oxalá, possamos usá-la dentro dessa finalidade brilhante.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Simbologia e Qualidades de Áries

A Época Ária pode ser dividida em três Eras, mas todas servem a Religião do Cordeiro. A primeira divisão abarca o tempo em que o Sol cruzou o Signo zodiacal de Áries, o cordeiro (Cristo), por Precessão dos Equinócios. Iniciou-se, portanto, quando o Equinócio de Março estava aparecendo aos sete graus de Áries. Os demais 23 graus de Áries (dos 8 aos 30 graus) pelos quais, o Sol por Precessão havia passado pertencem ao período do Velho Testamento, quando o povo eleito, os Judeus, estavam em cativeiro e perdido no deserto do mundo e a nova Religião Cristã não havia ainda encontrado seu lugar. Veio então o Cristo e inaugurou definitivamente o novo ensinamento. Veio, não para destruir as velhas profecias e a antiga Lei, senão para nos dar alguma coisa superior que venha complementar a velha Dispensação, quando os seres humanos hajam ultrapassado a Lei. O Signo oposto a Áries é Libra, a balança da justiça, que nos diz que na nova Religião virá um dia de juízo (Libra), quando Cristo voltar para julgar cada ser humano segundo os atos realizados na vida física.

Como Signo Cardeal ou Cardinal, Áries tem como palavra-chave: Atividade. Assim, exprime ação e iniciativa, o que está de acordo com o fato de, com a entrada do Sol em Áries, se iniciar um Ano Novo espiritual. Áries é governado por Marte, cuja característica é energia dinâmica. Tais qualidades, quando fortes num horóscopo, conferem aos nativos confiança própria, certa agressividade radical em seus pensamentos e ações – pouco dispostos a seguir opiniões alheias –, capacidade para ganhar e prodigalidade no gastar o dinheiro, energia para dirigir, mas falta de habilidade para fazer coisas originais. Radicais, dependem muito da orientação que tenham recebido na infância e juventude de seus pais, porque isso determina o rumo de sua ação para sua ruína ou elevação. Portanto, Áries marca o início de vida e por isso é o primeiro Signo do Zodíaco, o marco inicial do ano astrológico. Os sábios do antigo Egito diziam que sob os auspícios do marciano Signo de Áries, onde o Sol, o dador da vida, fica Exaltado, a vida surge, depois de um período de nove meses. Quando o místico Sol da vida passa através do úmido e frutífero Signo lunar, Câncer, o Átomo-semente do Corpo Denso do Ego é plantado. Segue-se a gestação inconsciente do embrião com o trânsito do Sol pelos Signos de Leão, Virgem e Libra. Ao entrar no segundo Signo aquoso, Escorpião, surge o primeiro sinal de vida no feto, o qual morre para a vida espiritual e é preso por Marte, então, ao Corpo Denso, através do Cordão Prateado. Depois, o Sol da vida prossegue pelos Signos de Sagitário, Capricórnio e Aquário e ao entrar no terceiro Signo aquoso, Peixes, abre as comportas (as águas da placenta) e o Ego nasce para mais um dia na escola do mundo. Durante o período gestatório, Marte deu ao corpo, especialmente em forma de hemoglobina, o ferro e pela primeira respiração começa a oxidação dessa substância para produzir o calor, sem o qual não poderia o Ego se manifestar no corpo. Este mesmo ferro é que permite a ação e desenvolvimento da consciência. Essa operação é continuada durante toda a vida e, assim, o raio marciano exerce a tarefa de suplementar o Sol na manutenção da chispa vital, até que a existência termine no Signo de Escorpião, o oitavo Signo, da morte. Ali mesmo, onde o Ego teve sua primeira manifestação de vida, ele recebe a mortal picada de Escorpião e Marte e seu amigo Saturno cortam o Cordão Prateado liberando a alma, que volta a sulcar, como a águia, os céus, em busca das esferas celestiais, seu verdadeiro lar. Esse desfecho do Ego simboliza a morte do redentor (o Sol da vida) entre os dois ladrões (Saturno e Marte).

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – março/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Transfiguração na Iniciação Cristã Mística e Cristã Ocultista

O verdadeiro Cristão Místico é facilmente distinguido. Ele jamais ocupa os seis dias da semana para se preparar para uma grande alocução para emocionar seus ouvintes no domingo, mas gasta, igualmente, todos os dias num humilde esforço de cumprir a vontade do Mestre, independentemente dos aplausos externos. Assim, inconscientemente, ele trabalha sempre em direção ao grande clímax que, na história dos mais nobres de todos os que percorreram esse caminho, é conhecido como “Transfiguração”.

A Transfiguração é um processo alquímico pelo qual o Corpo Denso, formado pela química dos processos fisiológicos, se converte na pedra viva, tal como é mencionado na Bíblia. Os alquimistas medievais, que buscavam a Pedra Filosofal, não estavam preocupados na transmutação de tais impurezas em ouro significativo, mas visavam o objetivo maior conforme narramos acima.

A umidade concentrada nas nuvens cai na terra em forma de chuva, quando suficientemente condensada e é novamente evaporada pelo calor do Sol em novas nuvens. Essa é a fórmula cósmica original.

O espírito também se condensa em matéria e se torna mineral, mas, embora seja cristalizado numa forma tão dura quanto a pedra, a vida ainda permanece, e pela alquimia da natureza, trabalhando por meio de outra corrente de vida, os constituintes minerais densos do solo são transmutados numa estrutura mais flexível no vegetal, que serve como alimento ao animal e ao ser humano. Essas substâncias se tornam corpos sencientes pela alquimia da assimilação. Quando notamos as mudanças na estrutura do corpo humano, evidenciadas pela comparação dos sãs[1], chineses, indianos, latinos, celtas e anglo-saxões, evidentemente está claro que o Corpo Denso do ser humano está, atualmente, passando por um processo de refinamento com a erradicação das substâncias mais rudimentares e grosseiras. Com o tempo, pela evolução, esse processo de espiritualização tornará nosso corpo radiante e transparente pela Luz que brilhará internamente, radiante como o rosto de Moisés, como o corpo de Buda e o de Cristo na Transfiguração. Presentemente, a luz do Espírito interno residente está efetivamente obscurecida por nosso Corpo Denso, mas podemos ter esperanças advindas da ciência da química. Não há nada na terra tão raro e precioso quanto o rádio[2], o extrato luminoso do denso mineral negro chamado pechblenda[3]; e nada há mais precioso e tão raro como o extrato do corpo humano, o Cristo radiante. Presentemente, estamos trabalhando para desenvolver o Cristo interno, mas quando o Cristo dentro de nós estiver plenamente desenvolvido, Ele brilhará através do corpo transparente como a Luz do Mundo.

É um fato anatômico, comumente conhecido, que a medula espinhal está dividida em três seções, através das quais os nervos motor, sensorial e simpático são controlados. Astrologicamente, são regidos por Marte, Mercúrio e a Lua, respectivamente, que são Hierarquias divinas que desempenham papel importante na evolução humana através dos sistemas nervosos citados. Entre os antigos alquimistas, esses eram designados pelos três elementos alquímicos: sal, enxofre e mercúrio. Entre eles, e acima deles, está colocado o Fogo Espiritual espinhal de Netuno. Ele ascende na coluna serpentina através da medula espinhal até os ventrículos do cérebro. Na grande maioria da humanidade, o Fogo Espiritual ainda é extremamente fraco. Porém, quando ocorre um despertar espiritual em alguém é como uma conversão genuína, ou melhor ainda, pelo Batismo do Cristão Místico, como uma queda constante e  intensa do Espírito vindo dos céus, que é um fato real, intensifica o Fogo Espiritual espinhal numa extensão quase inacreditável e, imediatamente, inicia um processo de regeneração, em que as substâncias grosseiras do Tríplice Corpo do ser humano são gradualmente eliminadas, tornando os veículos mais permeáveis ​​e prontamente adaptáveis aos impulsos espirituais. Quanto mais desenvolvido o processo, mais eficientes eles se tornam na “vinha do Mestre”.

O despertar espiritual que inicia esse processo de regeneração no Cristão Místico, que se purifica pela oração e pelo serviço, evidentemente, chega também para aqueles que buscam Deus por meio do conhecimento e do serviço, mas atua de forma diferente, o que é observado pelo investigador espiritual. No Cristão Místico, o Fogo Espiritual espinhal regenerador está concentrado, principalmente, no segmento lunar da medula espinhal, que governa os nervos simpáticos sob a regência de Jeová. Portanto, seu crescimento espiritual é alcançado pela fé, tão simples, infantil e inquestionável como nos dias da primitiva Atlântida, quando os seres humanos ainda não tinham Mentes. Assim, ele atrai a grande Luz da Deidade branca refletida por meio de Jeová, o Espírito Santo, e adquire toda a sabedoria do mundo, sem necessidade de trabalhar por ela intelectualmente. Isso, gradualmente, transmuta seu corpo na branca Pedra Filosofal, a alma diamante.

Por outro lado, aqueles cujas Mentes são fortes e insistentes em saber a razão do porquê de cada sentença e dogma, o Fogo Espinhal da regeneração atuará sobre os segmentos do vermelho Marte e do incolor Mercúrio, buscando infundir o desejo com a razão para purificar a antiga paixão primordial, para que se torne casta como a rosa e, assim, transmuta o corpo na alma rubi, a vermelha Pedra Filosofal, provada pelo Fogo, purificada, uma individualidade criativa em desenvolvimento.

Todos os que estão buscando o Caminho, seja pelo caminho do ocultista ou pelo do misticismo, estão tecendo o “Dourado Manto Nupcial” por esse trabalho por dentro e por fora. Em alguns, o ouro é extremamente pálido e em outros é profundamente vermelho. Mas, finalmente, quando o processo da Transfiguração tiver sido concluído, ou melhor, quando estiver próximo a isso, os extremos se fundirão e os corpos transfigurados terão uma cor equilibrada, pois o ocultista deve aprender a lição com profunda devoção, e o Cristão Místico deve aprender como adquirir conhecimento por seus próprios esforços, sem a necessidade de recorrer à fonte universal de toda a sabedoria.

Essa perspectiva nos fornece uma visão mais profunda da Transfiguração relatada nos Evangelhos. Devemos nos lembrar claramente que os veículos de Jesus foram transfigurados, temporariamente, pelo residente Espírito de Cristo. Mas, mesmo considerando a enorme potencialidade do Espírito de Cristo em efetuar a Transfiguração, é evidente que Jesus devia ser de um sublime caráter, sem igual. A Transfiguração como é vista na Memória da Natureza revela o Seu corpo com uma brancura deslumbrante, assim evidenciando a sua comunhão com o Pai, o Espírito Universal. Há uma grande diversidade em como tais resultados atualmente são alcançados, porém, no reino de Cristo, essas diferenças desaparecerão gradualmente, e uma cor uniforme, indicando tanto o conhecimento como a devoção, será alcançada por todos. Essa cor corresponderá à cor rosa, vista pelos ocultistas como o Sol Espiritual, o veículo do Pai. Quando isso for alcançado, a Transfiguração da humanidade estará completa. Então, seremos um com nosso Pai, e Seu reino terá chegado.


[1] N.T.: ou bushmen são membros de várias etnias de caçadores-coletores da África Austral, cujos territórios abrangem Botsuana, Namíbia, Angola, Zâmbia, Zimbábue e África do Sul. Há uma diferença linguística significativa entre os povos que vivem nesses lugares. Eles contribuem uma riqueza de informações para os campos da antropologia e da genética. Um amplo estudo sobre a diversidade genética africana concluído em 2009 descobriu que os “sãs” estavam entre as cinco populações com os níveis mais altos medidos de diversidade genética entre as 121 populações africanas distintas amostradas. Os “sãs” são um dos catorze povos ainda existentes da chamada “população ancestral” existentes, a partir do qual todos os seres humanos modernos conhecidos descendem.

[2] N.T.: um elemento químico de símbolo Ra, número atômico 88 (88 prótons e 88 elétrons) com massa atómica [226] u, pertencente à família dos metais alcalino-terrosos, grupo 2 ou IIA da classificação periódica dos elementos. À temperatura ambiente, o rádio encontra-se no estado sólido. É um metal altamente radioativo encontrado em minerais de urânio como na pechblenda. As suas aplicações são derivadas do seu caráter radioativo. Foi usado em medicina, porém substituído por radioisótopos mais eficientes. Foi descoberto por Marie Curie e seu marido Pierre em 1898 na pechblenda/uranita.

[3] N.T.: Descoberta por Antoine Henri Becquerel, a pechblenda é uma variedade, provavelmente impura, de uraninita. Dela é retirado o urânio, que é constituinte de muitas rochas. É extraído do minério, purificado e concentrado sob a forma de um sal de cor amarela, conhecido como “yellowcake”.

(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro  Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Calendário: Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil–2022–Abril

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O Ritual do Serviço

Saibamos ou não, a repetição é uma constante em nossas vidas. Consideremos tanto os permanentes ciclos anuais de nascentes e poentes do Sol, quanto as nossas próprias rotinas diárias, sempre seguindo o mesmo programa: acordar executar um número de tarefas numa certa correlação e dormir.

Algumas pessoas fazem alusão à palavra “ritual” ou, respectivamente “rotina”, como atos repetitivos, maçantes, cerimoniais sem sentido, ou mesmo tarefas rotineiras monótonas, que devem ser “suportadas” e não obrigatoriamente executadas com um certo grau de boa vontade. Nossa interpretação da palavra “ritual” pode, certamente, ter esse tipo de conotação, se assim desejamos. Porém, se em nosso modo de ver, “ritual” equivale à “coisa monótona” não percebemos, infelizmente, o ritual em sua luz real e verdadeira, e afastamos uma poderosa ferramenta, que nos ajudará a construir o nosso progresso.

Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental são claros e enfáticos a respeito da essencialidade da repetição para o desenvolvimento e espiritualização do Corpo Vital. Assim escreve Max Heindel: “A nota-chave do Corpo Vital é a repetição. Isso é fácil entender, quando levamos em conta que apesar de o Corpo Vital ter a faculdade de movimentar o Corpo Denso, só poderá conseguir movimentos satisfatórios mediante impulsos similares e repetidos. O Corpo Vital aprende a adaptar-se à coordenação dos movimentos do Corpo Denso, sob comando do espírito”. O bebê não caminha com perfeição, na sua primeira tentativa, e nem o músico chega a ser um instrumentista perfeito, após suas primeiras aulas de música. A repetição é indispensável para que os dedos do instrumentista e os pezinhos do bebê possam se movimentar como o Ego deseja. Nossos Ensinamentos Rosacruzes ainda dizem: “As escolas Ocultistas de todas as idades têm estabelecido como alvo a possibilidade de treinamento do Corpo Vital, por meio do trabalho com a sua nota-chave: a repetição”. Para essa finalidade, foram elaborados vários rituais correspondendo aos vários estágios evolutivos da humanidade. Dessa maneira conseguiu-se um progresso espiritual lento, porém seguro, independentemente da percepção, ou não, do ser humano, de que estava sendo “esmerilhado”. Os Serviços Devocionais do Templo e de Cura da Fraternidade Rosacruz são também conduzidos por cerimoniais ritualísticos.

Há quem se queixe de que uma estrutura formal, em constante repetição, torna qualquer serviço divino monótono, e que o fato de ter de falar e ouvir sempre a mesma coisa não estimula os participantes. Essas pessoas não entendem, porém, que realmente o nosso Corpo de Desejos, que nós sentimos como a nossa “natureza emocional”, está sempre à “procura de novidades”. A inconstante natureza de desejos é facilmente atraída de uma emoção à outra, sendo assim potencialmente destrutiva, se não estiver devidamente controlada. Os serviços religiosos em que são utilizados tanto a oratória de grandes efeitos emocionais ou hipnóticos, quanto outros detalhes, nas respectivas liturgias, são particularmente atraentes aos Corpos de Desejos dos participantes. “Eles reagem ao teor emocional do serviço religioso, sentindo-se praticamente em levitação. O efeito, porém, é puramente temporário, e um novo contato com essa liturgia emocional causará mesmo arroubo religioso, arrependimento, ou qualquer outro sentimento que estava sendo induzido no grupo. Assim, o serviço ‘cheio de novidades’, não teve efeito duradouro nos participantes. Por outro lado, o efeito repetitivo da cerimônia ritualística é sentido no Corpo Vital que é de natureza mais estável, apesar de não se obter resultados tão dramáticos em termos de impressões recebidas pelo participante.”

Muitos se revoltaram contra a disciplina da rotina do trabalho diário. “Ah se eu pudesse não trabalhar hoje”, dizem, “Há tanta coisa por fazer aqui em casa”, ou “Há tanta coisa que eu faria para me realizar, em vez dessa droga de emprego” ou “como gostaria de ficar em casa e não fazer NADA!”. Não há dúvida, uma mudança de vez em quando é necessária e é perfeitamente lícito “não fazer nada” por um curto espaço de tempo num merecido descanso. Necessitamos da disciplina de um dia de trabalho, para nos manter, por assim dizer, dentro dos nossos “eixos” de produtividade, apesar de não pensarmos assim. Somos, realmente, extremamente criativos com que “poderíamos fazer se tivéssemos tempo à nossa disposição”. Porém muitos de nós verificariam que se não fôssemos obrigados a trabalhar para viver, ou cuidar de nossos lares, ficaríamos anestesiados por uma preguiça aguda. Há poucos dentre nós que têm bastante autodisciplina e força de vontade para permanecer em altos níveis de produtividade e aspiração, faltando o estímulo do dever. A tentação de “diminuir o ritmo” ou sair na perseguição de “passatempos” é, geralmente, grande demais para poder ser vencida com êxito, por uma certa duração de tempo. Assim sendo, mesmo se as férias e dias feriados são justos, é também uma boa coisa muitos serem forçados pelas circunstâncias a trabalhar para viver, ou tomar conta dos afazeres domésticos seguindo assim um ritual do trabalho.

Da mesma forma, deveríamos fazer um esforço para instituir o que chamamos de “ritual do serviço” dentro da rotina de nossas vidas diárias. Muitas pessoas partidárias entusiastas da ideia do serviço, ficam devendo o que se esperaria delas em termos de “obras” de serviço. Gostariam de ajudar o seu semelhante de uma ou outra maneira; quando chega a hora da implementação desse objetivo, acabam por achar que “não dispõem de tempo necessário”. Mediante uma observação mais criteriosa, porém, poderá se verificar que teriam tempo, se soubessem dividi-lo de maneira mais criteriosa.

Poucos são, realmente, tão ocupados com responsabilidades para com suas famílias, ou para com eles mesmos, que não possam doar, pelo menos algumas horas da semana para o serviço em benefício da humanidade. Não que as nossas responsabilidades para com as famílias que constituímos não sejam uma forma de serviço. Pelo contrário, servimos no seio da família. Há, porém, uma diferença, entre providenciar por meio do trabalho o sustento físico da família, ou trabalhar longas horas simplesmente para alcançar um mais “alto padrão de status social”, acomodações mais luxuosas, aumentar o poder e o prestígio no mundo, etc.

Da mesma forma, nossas responsabilidades legítimas para com a nossa pessoa são, de direito, somente aquelas que dizem respeito ao crescimento anímico, ao progresso evolutivo e à manutenção das necessidades básicas de nossa existência física. Não são consideradas nessa categoria de legitimidade muitas das atividades egoístas para as quais devotamos tanto tempo e energias. De fato, o crescimento anímico é uma de nossas responsabilidades legítimas, e visto que tal crescimento anímico é adquirido mediante o serviço para com os outros, é nosso dever incorporá-lo na rotina de nossas atividades como não olvidamos de alimentar-nos, dormir, trabalhar por dinheiro e do nunca esquecido lazer.

O ritual do serviço, mesmo tendo certas características repetitivas, não requer em absoluto a execução do mesmíssimo serviço, sempre de forma semelhante e a mesma hora do dia. Pelo contrário, o serviço, para ser realmente de primeira ordem deve ser executado quando e onde for verificada a necessidade, sem planejamentos prévios ou programações. Lógico, é excelente devotar um dia particular de cada semana para trabalhar no hospital mais próximo, creche ou instituição parecida. No resto da semana, porém, não temos o direito de ignorar tais ocasiões de servir dando preferência sempre aos nossos interesses pessoais.

Se sabemos que “teremos que servir” como sabemos que “teremos de “comer” ou “dormir”, estaremos mais alertas a discernir as oportunidades para o serviço, conforme apareçam.  Incorporadas ficarão, então, às nossas vidas, tal um verdadeiro “ritual do serviço”, a ser repetido muitas vezes. Se determinarmos não deixar um dia passar sem, de alguma forma ter servido alguém, e seguramos esse propósito firmemente em nossas Mentes, ao despertarmos veremos como nossa atenção se voltará automaticamente para as oportunidades de servir que nos foram dadas. Depois de certo tempo, quando nosso campo de ação ficar maior, quando servirmos automaticamente, dia a dia, em cada ocasião que nos for apresentada, então o fato e não a ideia de serviço nos será como um reflexo, espontâneo e natural.

Como já foi mencionado, o ritual do serviço é, ou deveria ser caracterizado por certas qualidades indispensáveis. Como ideal deveria ser encarado o elemento da espontaneidade, que permite o pleno uso de cada oportunidade de serviço. O nosso “olhar do outro lado”, as nossas racionalizações, ou escusas “justificadas” por atividades, aparentemente urgentes, mas atualmente egoístas, não entrarão mais em nosso esquema de serviço. Faremos o máximo de cada oportunidade recebida pelo simples motivo que ela existe e, também, nos encontramos no mesmo lugar, sendo esse o tempo certo e o lugar certo para servir. Poderemos não julgar o trabalho envolvido particularmente atraente e talvez seja até necessário deixarmos de lado umas férias planejadas com muito carinho, a fim de que a tarefa seja executada. Já que a necessidade para o serviço existe e veio ao nosso encontro, faremos o melhor possível para remediá-la com o máximo de naturalidade.

A segunda qualidade, ideal para o ritual de serviço, é a alegria. Um serviço efetuado quando resmungamos por fora e estamos eivados de ressentimentos por dentro só tem um efeito parcial. O beneficiário sente nosso estado negativo e o seu alívio é diminuído pelas nossas reações indesejáveis. Igualmente, o servidor de má vontade não tem a atenção completamente voltada para a tarefa, uma parte dele está em desacordo, em conflito, parte dos pensamentos que deveria se voltar ao caso em pauta, redemoinha ao redor dos seus sentimentos menos desejáveis. Aquele que serve alegremente, dá o que tem de mais elevado em termos de potencialidades. Cada fibra de seu ser contribui à boa execução e os resultados são esplêndidos. Ele serve porque quer, não porque é empurrado pela sua consciência. As correntes, em seu Corpo de Desejos, não são cortadas pelo efeito congelador dos sentimentos negativos, permitindo que a pessoa produza o máximo em termos de Epigênese e ação. Sua qualidade de serviço é, portanto, infinitamente superior, à qualidade produzida pelo colega de pouca boa vontade.

A alegria, como a espontaneidade, são qualidades que não podem florescer no Estudante Rosacruz da noite para o dia. É muito humano o ser incomodado pelo apelo da consciência, mesmo se a pessoa procura atendê-lo. É tão humano ficar irritado quando os próprios os planos vão por água abaixo por causa das necessidades de um outro ser humano. É tão humano, também, o fato de se permitir que o cansaço ou os problemas pessoais oprimam o otimismo. Uma atitude alegre, em tempo integral, não se obtém, como já foi mencionado, da noite para o dia. Contudo, na medida em que o Aspirante à vida superior desenvolva a terceira qualidade necessária para o ritual do serviço, aprenderá a manter seu otimismo em níveis sempre mais elevados.

A terceira qualidade é o sentimento e a expressão do amor. Fala-se muito em nossos Ensinamentos Rosacruzes a respeito do serviço amoroso, que é a mais pura e aceitável forma de agir. O mandamento de amor, o Mandamento do Cristo, é o mais elevado pináculo evolutivo que pode ser atingido pela humanidade de nossos tempos. Definimos como “amor” o sentimento fraterno harmonizado com o amor universal, reconhecedor de que toda Vida procede de Deus e que todos somos parte desse glorioso Uno. Esse amor, levado às suas mais elevadas expressões, nos incentivaria um dia a dar até nossas vidas pelos nossos semelhantes. Esse amor que engendra o altruísmo, dá mais valor aos problemas do seu irmão e da sua irmã do que aos próprios problemas.  Essa é, portanto, a qualidade que nos encoraja a tirar o máximo de resultados na hora de auxiliarmos o nosso irmão e a nossa irmã, e oferecer a nossa vida para o seu bem-estar.

Quando esse sentimento cria certa força dentro de nós, tanto a espontaneidade, quanto a alegria ficarão, automaticamente, integradas em nosso ritual de serviço. Se realmente amamos aos nossos irmãos e as nossas irmãs, no sentido expressado por Cristo-Jesus, nossas vidas serão marcadas por uma maneira de ser alegre, espontânea e serviçal, sem outras digressões.

É essa a meta final, porque sabemos que “o serviço amoroso e desinteressado é o caminho mais curto, mais seguro e mais alegre que nos conduz a Deus”. Quando aprendemos a palmilhar esse caminho exclusivamente, sem digressões e alterações de um lado ou de outro, o ritual do serviço será a nossa segunda natureza. Dará sentido às nossas vidas, contentamento íntimo, produzirá crescimento anímico e será a nossa mais importante atividade dentre todas as nossas atividades terrenas. Então, e somente então, os nossos Corpos Vitais ficarão gloriosamente espiritualizados, e nossos Corpos-Alma, formados pelos dois Éteres superiores de nosso Corpo Vital, serão poderosos e radiantes, de fato. Os nossos Corpos de Desejos, hoje tão afinados com tudo que é “diferente” “sensacional”, ou simplesmente novo, serão vistos como uma ferramenta útil e bela pelo sincero Aspirante à vida superior.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Dieta Vegetariana versus a razão de nos terem dado Carne Animal e Bebidas Alcoólicas para nossa Evolução

Deus disse: “Eu vos dou todas as ervas que dão semente, que estão sobre toda a superfície da terra, e todas as árvores que dão frutos que dão semente: isso será vosso alimento.” (Gn 1:29). Essa foi o primeiro tipo de alimentação que nos foi dado para a nossa evolução.

Entretanto, a nossa alimentação foi adaptada pouco a pouco em nossa evolução. Quando fomos dotados de intelecto, ao curso da Época Atlante, a carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios e afins) foi incorporada à nossa alimentação a fim de nos auxiliar no reparo de tecidos destruídos pela expressão do pensamento aqui, enquanto renascidos, principalmente em se tratando de pensamentos grosseiros e materialistas. Mas o que era necessário e suficiente, naqueles tempos em que estávamos aprendendo como lidar com o nosso Corpo Vital na sua função de reparo do Corpo Denso, não é mais desejável nos dias atuais. Pois já aprendemos a um nível de eficácia tal que tal reparo é executado sem a necessidade de envenenarmos nosso Corpo Denso.

Porque os animais são nossos jovens irmãos e, como nós, eles constroem formas no intuito de adquirir experiência no mundo material. Privando-os de seu Corpo Denso, nós atrapalhamos o seu progresso.

É verdade, entretanto, que certos animais matam para se alimentar. Mas tal luta pela vida entre diferentes espécies tem por objetivo despertar a consciência ainda obscura dos seus participantes. E ela não pode ser comparada à caça praticada pelo ser humano moderno, nem à matança sistemática organizada nos abatedouros.

A despeito do aspecto moral da morte dos animais, não se deve esquecer que a carne de cadáveres contém os venenos da putrefação. O sangue venoso contém igualmente substâncias tóxicas que são a origem de diferentes doenças.

Os animais que nós comemos são mais avançados que os vegetais e as células das quais eles são constituídos possuem uma certa individualidade que nós, o Ego humano, deve dominar antes de poder assimilá-las. Como resultados, tem-se uma fadiga do organismo e uma fraqueza prematura do Corpo Denso.

Além disso, no momento em que um animal é morto bruscamente, suas paixões ficam na carne que nós comemos, assim como os desejos recorrentes do Espírito-Grupo que incita à reprodução, porque o principal objetivo de um Espírito-Grupo é o de perpetuar sua espécie. Se juntamos a isso a influência dos Espíritos Lucíferos, que excitam os instintos baixos da natureza humana, nós compreendemos facilmente por que o ser humano é tão fortemente impulsionado a desperdiçar sua força sexual criadora.

Por todas essas razões a comida carnívora, que encorajou a agressividade e astúcia do ser humano primitivo indolente, deve agora ser abandonada. Porque os comedores de carne são necessariamente assassinos. Se eles não matam eles mesmos os animais que comem, eles o fazem para os outros, evitando assim de “sujarem as mãos”.

Na lenda do Santo Graal, no começo da narrativa, Parsifal mata um ganso. Mas, quando ele toma consciência da gravidade desta ação maldosa, ele se arrepende de seu gesto, quebra seu arco e se torna “inofensivo”. Todos aqueles que querem progredir no sentido espiritual devem possuir essa qualidade e se abster de comer carne animal. Eles devem igualmente se abster de tomar bebidas alcoólicas.

Assim que a humanidade tomou plena consciência do Mundo Físico, após o dilúvio e a dissipação da névoa espessa que recobria Atlântida, o vinho (aqui símbolo das bebidas alcoólicas) foi, ele também, incorporado à sua alimentação. A Bíblia nos diz que isto começou no momento em que “Noé planta a vinha”.

O álcool tem como efeito entorpecer, adormecer o Ego humano e de neutralizar a atividade da Hipófise (Corpo Pituitário) e da Glândula Pineal (Epífise Neural), que são os órgãos da percepção espiritual. Estes se tornam incapazes de vibrar em harmonia com os Mundos superiores e, assim nós perdemos pouco a pouco consciência de tudo o que não pertencia ao Mundo material (necessário naquele momento da evolução para dominarmos a Região Química do Mundo Físico e, assim, tornarmo-nos especialistas na matéria química, assim como os Anjos são especialistas na matéria Etérica e os Arcanjos na matéria de Desejos).

Quando tínhamos o conhecimento dos Mundos espirituais – naquele momento desse Esquema de Evolução –, não levávamos suficientemente a sério a nossa passagem pelo Mundo Físico. E, assim, para fazermos esquecer, durante alguns renascimentos, nossa verdadeira natureza e nossa estadia nos Mundos celestes o vinho (as bebidas alcoólicas) foram incorporado a nossa alimentação. Além desse efeito adormecedor, as bebidas alcoólicas desempenharam um importante papel para dominar as células da carne animal, pois possuem uma certa individualidade, antes de assimilá-las como alimentos para nós.

Imaginando que possuíamos apenas uma única e curta vida, concentramos nossos esforços no desenvolvimento do Mundo material e aprende, assim, as lições que só podem lhe ser ensinadas nesse Mundo Físico. Desenvolvemos, em particular, nossas faculdades intelectuais aplicadas aqui, nos esforçando para descobrir e utilizar as Leis da Natureza a fim de melhorar nossas condições de existência ou de satisfazer o alcance do nosso objetivo que, como já dissemos acima, era de dominarmos a Região Química do Mundo Físico e, assim, tornarmo-nos especialistas na matéria química.

Aprendemos, igualmente – mesmo que não nos demos conta disso –, a nos conformar às Leis da moral Divina, cuja transgressão é, também, perigosa assim como aquela das leis físicas, porque tal transgressão tem como consequência os sofrimentos do Purgatório e seus eventos infelizes do destino.

O consumo de bebidas alcoólicas apresenta, entretanto, inúmeros inconvenientes. O Ego humano não tem o poder de dominar as vibrações muito rápidas do álcool e não pode assimilar tal substância. Nos casos de embriaguez, o álcool toma perigosamente o controle da Personalidade. Não obstante, muitas pessoas apreciam seus efeitos eufóricos e abusam dessa bebida no detrimento de sua saúde.

Na interpretação literal das “Bodas de Caná”[1] – que lemos na Bíblia –, nós consideramos que o “Cristo transformou a água em vinho”.

Na verdade, o significado profundo destas “Bodas” é o “Casamento Místico”, no qual a realização é completamente incompatível com o consumo de álcool. Mas se nós nos apegamos à explicação corriqueira, nós podemos dizer que o Cristo ratificou o uso do vinho no que concerne à humanidade comum. E são por essas razões que nós acabamos de explicar tal questão.

Entretanto, nós assistimos agora ao fim da Era do vinho, porque o momento é chegado para tomarmos conhecimento da nossa verdadeira natureza. Não é mais concebível que passemos nossa vida toda sem saber de onde viemos, para onde vamos e o que temos a fazer na Terra. É por isso que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz deram todas as explicações necessárias que concernem a condição humana na Cosmogonia dos Rosacruzes (relatada no livro Conceito Rosacruz do Cosmos).

Não seria, todavia, necessário imaginar que é suficiente parar de comer carne animal e de tomar bebidas alcoólicas para obter os poderes espirituais. Esses são desenvolvidos apenas pela santidade da vida e das ações caridosas e desinteressadas – ou seja: serviço amoroso e desinteressado aos nossos irmãos e as nossas irmãs, com que temos a nossa rede de relacionamentos durante toda uma vida aqui –, mas uma alimentação apropriada, sem o consumo da carne animal e sem tomar bebidas alcoólicas é um acompanhamento indispensável. Ademais, os nossos Corpos Densos foram impregnados destas substâncias durante inúmeras gerações e um certo tempo se faz necessário para eliminar completamente os efeitos delas na construção dos nossos Arquétipos e, consequentemente, dos nossos Corpos aqui. Até para uma pessoa deixar de se alimentar usando carnes animais o processo pode não ser imediato, mas aos poucos.

De qualquer forma, como o consumo da carne animal e das bebidas alcoólicas atrapalham esse processo, nenhum “comedor de carne animal” ou “tomador de bebidas alcoólicas” pode adquirir a consciência pessoal dos Mundos espirituais.


[1] N.T.: “No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus foi convidado para o casamento e os seus discípulos também. Ora, não havia mais vinho, pois o vinho do casamento tinha-se acabado. Então a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Que queres de mim, mulher? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Havia ali seis talhas de pedra para a purificação dos judeus, cada uma contendo de duas a três medidas. Jesus lhes disse: “Enchei as talhas de água”. Eles as encheram até à borda. Então lhes disse: “Tirai agora e levai ao mestre-sala”. Eles levaram. Quando o mestre-sala provou a água transformada em vinho — ele não sabia de onde vinha, mas o sabiam os serventes que haviam retirado a água — chamou o noivo e lhe disse: “Todo homem serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já estão embriagados serve o inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora!”. Esse princípio dos sinais, Jesus o fez em Caná da Galileia e manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele.” (Jo 2:1-11).

(Traduzido do: Un Régime Végétarien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix, pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Flores e suas Origens – Uma das inúmeras atividades angélicas

Cada flor carrega uma marca Estrelada, declarou o clarividente iluminado, Paracelso. Do Zodíaco veem os verdadeiros segredos de Deus. Os Anjos Estrelares são os transmissores e as flores se tornam símbolos de suas comunicações. Quanto mais próxima for nossa comunhão com os Anjos, mais profundo será o nosso entendimento dos mistérios do Reino Vegetal, a Onda de Vida das Plantas, e maior será a nossa compreensão do ministério espiritual do mundo das flores.

Cada uma das Hierarquias Zodiacais cria seus próprios padrões de flores cósmicas nos reinos celestes. Esses padrões estão em conformidade com a forma, o tamanho, a cor e o tom – cada flor canta – com a nota-chave do seu Signo. Esses protótipos cósmicos são perfeitos em todos os detalhes. Nos céus mais elevados, eles vivem e florescem em uma beleza tão maravilhosa que inspirou muitas lendas que lhe proporciona uma forma humilde para trazer à Terra uma leve concepção de sua glória transcendente dos Mundos superiores e, também, o significado deles para os povos da Terra. Imbuídos de vida eterna, eles nunca desaparecem, mas vivem e florescem com um esplendor cada vez maior através dos tempos.

É a partir desses padrões perfeitos nos Mundos celestiais, que os Anjos constroem os reflexos que nós, que vivemos na Terra, conhecemos como flores e que, quando assim compreendidos, nos tornamos um dos mais sublimes mestres terrestres. Cada família de flores têm seu próprio trabalho especial para realizar. Cada planta traz, no fundo de seu coração, uma mensagem para a família humana.

Acesse o livro que detalha cada uma e sua significância esotérica aqui: Os Jardins Mágicos – por Corinne Heline

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma descrição detalhada da Segunda Iniciação Menor

George du Maurier descreve nesse Livro: “Peter Ibbetson” como um prisioneiro pode reviver as ocorrências de sua infância, se vendo a si mesmo, a seus companheiros de brinquedo, a seus pais, a todo o seu ambiente pela reprodução do registro etérico de sua vida infantil, e até de vidas passadas.

Qualquer um que conheça o segredo de como se colocar em contato com tais imagens, pode encontrar e ler a vida das pessoas com as quais mantém contato.

Sobre isso, podemos ler no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos: “Quando chega o tempo de passar ao segundo grau (a segunda Iniciação Menor), ao neófito é solicitado dirigir sua atenção às condições da segunda Revolução do Período Terrestre, conforme registradas na Memória da Natureza. Então, em plena consciência, observa os progressos alcançados nesse tempo pelos Espíritos Virginais, tal como Peter Ibbetson (o herói da obra “Peter Ibbetson”, de George du Maurier, cuja leitura recomendamos por ser uma descrição gráfica de certas fases de subconsciência) observava sua vida infantil durante as noites em que ‘sonhava de verdade’.”.

E isso só é possível porque, do mesmo modo que sabemos que os movimentos da humanidade de hoje podem ser reproduzidos, graças à câmara cinematográfica, mesmo depois que se tenham transcorridos muitos anos da morte de seus verdadeiros atores, também, iluminados pelas últimas descobertas, podemos preparar nossas Mentes para aceitar a ideia de que existe um registro automático de cada vida humana e também das vidas de comunidades, preservado, no que podemos chamar, por falta de melhor denominação, na Memória da Natureza.

Essa nos mostra os estados de evolução alcançados por todos os seres viventes e proporciona aos ministros de Deus, os Anjos Relatores, a perspectiva necessária de nos ajudar no esforço para alcançarmos a sabedoria, o conhecimento e o poder; eis os motivos pelos quais estas lições são necessárias para nosso avanço no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

Acesse-o aqui: Livro: Peter Ibbetson – George Du Maurier

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Audiobook: O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

O áudio-livro é um livro em áudio, também chamado de livro falado ou ainda audiobook. O áudio-livro é ideal para irmãos e irmãs que querem ler, porém, não possuem tempo. E, também, para os irmãos e irmãs que possuem alguma deficiência visual ou dificuldades na leitura. Nesse audiobook vamos aprender sobre o Corpo Vital. Ele é o nosso condutor da “vitalidade” que faz possível a ação. O Corpo Vital é feito de Éter e permeia o corpo visível como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas. Esse corpo etéreo ou etérico é nosso instrumento para a especialização da energia vital do Sol. A propagação é uma faculdade do Corpo Vital. Quatro cores do Corpo Vital são indescritíveis, mas a quinta – que fica no meio das cinco – é similar ao matiz da flor de pessegueiro recém-aberta. Esta é realmente a cor do Corpo Vital.

Outros audiobooks já publicados a sua disposição, todos em MP3:

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