A Sala Leste do Templo pode ser chamada de Salão do Serviço, pois corresponde aos três anos de ministério de Cristo e contém toda a parafernália para o crescimento da alma, embora, como dito anteriormente, era mobiliado apenas com três peças principais.
Entre as principais delas está a Mesa dos Pães da Proposição.
“Faça uma mesa de madeira de acácia com dois côvados de comprimento, por um côvado de largura e um côvado e meio de altura. Cubra a mesa de ouro puro e aplique ao redor uma moldura de ouro. Faça ao redor dela um enquadramento com quatro dedos de largura e, ao redor do enquadramento, uma moldura de ouro. Faça também quatro argolas de ouro e coloque-as nos quatro cantos formados pelos quatro pés. Junto às molduras, ficarão as argolas por onde passarão os varais para se carregar a mesa. Faça os varais de madeira de acácia e cubra-os de ouro; com eles, poderá ser transportada a mesa. Faça pratos, bandejas, jarras e copos para as libações: tudo de ouro puro. E coloque para sempre sobre a mesa, diante de mim, os pães oferecidos a Deus.” (Ex 25:23-30 e 37:10-16).
“Pegue flor de farinha e asse com ela doze pães de oito litros cada um. Coloque-os, depois, em duas fileiras de seis, sobre a mesa de ouro puro, que está diante de Javé. Coloque incenso puro sobre cada fileira. Isso será o alimento oferecido como memorial, como oferta queimada para Javé. A cada sábado esses pães serão colocados permanentemente diante de Javé. Os filhos de Israel fornecerão os pães como aliança perpétua.” (Lv 24:5-9).
A Mesa dos Pães da Proposição estava colocada ao lado norte da sala, de modo a estar à mão direita do sacerdote quando este se encaminhasse ao segundo véu. Doze pães sem fermento eram continuamente mantidos sobre a mesa. Eram colocados em duas pilhas, um pão sobre o outro, e em cima de cada pilha havia uma pequena quantidade de incenso. Esses pães eram chamados os Pães da Proposição ou pão da face, porque foram colocados solenemente diante da presença do Senhor que habitava a Glória de Shekinah, atrás do segundo véu. Todos os sábados, os pães eram substituídos pelo sacerdote, sendo os velhos retirados e os novos colocados no mesmo lugar. Os pães retirados eram entregues aos sacerdotes para comer e ninguém mais tinha permissão de prová-los; também não era permitido comê-los em qualquer lugar fora do Santuário porque era santíssimo e, portanto, só poderia ser consumido por pessoas consagradas e em solo sagrado. O incenso que ficava sobre as duas pilhas dos Pães da Preposição era queimado, quando havia a troca dos pães como uma oferta queimada ao Senhor por um memorial em lugar do pão.
O Aspirante que chegasse à porta do Templo, “pobre, nu e cego”, era conduzido à luz do Candelabro de Sete Braços, obtendo um determinado grau de conhecimento cósmico para ser utilizado unicamente a serviço de seus semelhantes. A Mesa do Pães da Proposição simboliza esse conceito.
Originalmente, os grãos dos quais eram feitos esses Pães da Proposição foram fornecidos por Deus, mas foi a humanidade que os plantou, depois de ter arado e preparado o solo. Depois de plantados os grãos, ela devia cultivá-los e regá-los. Então, quando, de acordo com a natureza do solo e os cuidados recebidos, o que foi plantado produzisse os grãos, esses eram colhidos, debulhados, moídos e assados. Depois os anciãos servos de Deus tinham que levar os pães ao Templo, onde eram colocados diante do Senhor para “demonstrar” que eles tinham realizado seu árduo trabalho, durante todo um longo tempo, e prestado o serviço essencial.
Os grãos de trigo fornecidos por Deus e contidos nos doze pães representam as oportunidades para o crescimento da alma, que chegam a todos por meio dos doze departamentos da vida, representados pelas doze Casas do horóscopo e sob o domínio das doze Hierarquias Divinas, conhecidas como os Signos do Zodíaco. Contudo, é tarefa do Maçom Místico, o verdadeiro Construtor do Templo, abraçar essas oportunidades, cultivá-las e nutri-las para extrair delas o PÃO VIVO que nutre a alma.
No entanto, não assimilamos totalmente o nosso alimento físico; sobra um resíduo, uma grande porção de cinzas, após termos amalgamado a quintessência em nosso organismo. Similarmente, os Pães da Proposição não eram queimados ou consumidos diante do Senhor. Sobre cada uma das duas pilhas dos Pães da Proposição era colocada uma pequena porção de incenso. Isso foi concebido para que o aroma dos pães fosse percebido e para que, mais tarde, eles fossem queimados no Altar do Incenso. Dessa forma, o alimento da alma extraído do serviço diário pelo fervoroso Maçom Místico é lançado no moinho da Retrospecção, quando ele se retira para dormir e executa os exercícios científicos fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.
Há um dia em cada mês que é particularmente propício para extrair o incenso do crescimento da alma e queimá-lo diante do Senhor, de modo que possa exalar um suave aroma e ser amalgamado com o Corpo-Alma e fazer parte do dourado e radiante “traje nupcial”. Isso ocorre quando a Lua está se tornando Cheia. Então, a Lua está a leste e os céus estão inundados de luz, como estava a Sala Leste do antigo Templo de Mistérios Atlante, onde o sacerdote acumulava o pábulo da alma, simbolizado pelos Pães da Proposição e pela essência perfumada, que deleitava nosso Pai Celestial, tanto quanto agora.
No entanto, deixemos que o Maçom Místico observe atentamente que os Pães da Proposição não eram fantasias de sonhadores, nem produto de especulações sobre a natureza de Deus ou da luz. Eles eram o produto de um trabalho árduo e real, de um trabalho sistemático e organizado, e nos compete seguir o caminho do verdadeiro serviço, se desejamos acumular tesouros no céu. A menos que realmente trabalhemos e sirvamos a humanidade, não teremos nada para apresentar, nem pão para “ofertar”, na Festa da Lua Cheia. E no casamento místico do “Eu superior” com o “Eu inferior” nos encontraremos desprovidos do radiante e dourado Corpo-Alma, o traje místico nupcial, sem o qual a união com Cristo jamais pode ser consumada.
Note: o incenso aqui simboliza o extrato, o aroma do serviço que prestamos de acordo com as nossas oportunidades.
Outra nota importante: nesse Salão do Serviço, é ensinado ao Aspirante tecer a vestimenta luminosa de flama, a qual São Paulo chamou de “Soma Psuchicon”, ou Corpo-Alma (ICor 15:44), do aroma dos Pães da Proposição.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
As manifestações da Luz de Cristo, toda vibrante, linda e cheia de mistério, são tão numerosas que seria impossível apresentar mais que um resumo deste vasto assunto em um simples artigo.
À medida que oramos, dia após dia, as Luzes de Cristo, vibrando em cada um de nós, juntam-se e irradiam um raio luminoso que forma uma deslumbrante luz dentro e em volta de todo o local onde estamos orando. Pela mesma, razão, as Luzes de Cristo emanam do Templo de Cura de um Centro Rosacruz, mas num grau muito maior. Se analisarmos um pouco o assunto, verificamos que a maioria das coisas verdadeiramente belas da vida são criadas por intermédio da Luz de Cristo. Por outro lado, a Luz de Cristo é acionada pelo amor que manifestamos — amor por toda a Criação, que é uma manifestação de Deus.
A Luz de Cristo pertence a todo indivíduo — a todos, tanto às pessoas livres como aos escravos. É difícil, para nós que somos livres, conceber que há neste mundo homens e mulheres que são escravos. Esses seres não são donos de seus corpos físicos, mas possuem a centelha da Luz de Cristo dentro de seus corações.
É essa centelha que eventualmente os libertará de toda escravidão. Os Raios de Cristo constituem o princípio ativo da nutrição e do crescimento em todas as obras da Natureza. O lavrador experiente leva em consideração esses Raios quando são refletidos pela Lua, na ocasião do plantio. O ser humano que faz curas leva em conta os Raios de Cristo que vêm diretamente do Sol.
Cristo é a concretização do Princípio da Sabedoria, e à medida que Cristo se forma dentro de nós, alcançamos o perfeito estado de saúde. A cura espiritual deriva do emprego das diversas categorias de vibrações dos Raios de Cristo. A força curativa empregada por Jesus Cristo sempre esteve ao alcance da humanidade, de acordo com o preparo do ser humano para tornar-se um canal receptor e transmissor da força curativa.
Na medida em que damos, assim também recebemos. Por isso, se quisermos receber essa grande força curativa, precisamos, por nossa vez, distribuí-la à humanidade sofredora, tornando-nos, assim, um canal adequado para a passagem dessa força.
Antes da vinda de Cristo o caminho da Iniciação não estava franqueado a todos, mas somente aos poucos escolhidos. Os Discípulos que estivessem preparados para a Iniciação elevavam-se a um estado de exaltação no qual eles transcendiam as condições físicas. Para a sua visão espiritual, a Terra sólida se tornava transparente e eles viam o Sol da meia-noite: “a Estrela”, a Estrela Crística, a Estrela de Cristo. Essa é a Estrela que brilhou para o Místico na escuridão da noite. A Estrela fulgurante está sempre presente para ajudá-lo, e sua alma ouve o cântico profético: “Paz e Boa Vontade a todos”. Isso se aplica a todos, sem exceção. Não há lugar para um único inimigo ou rejeitado! É de admirar que seja difícil educar a humanidade para conceber um nível tão elevado? Existe melhor caminho para demonstrar a beleza e a necessidade da paz e da boa vontade e do amor do que se contrastando com o estado atual de guerras, egoísmo e ódio?
Diz-se que a Estrela de Belém surgiu na ocasião do nascimento de Jesus e guiou os três Reis Magos (que representam o povo da Terra) até o Salvador. A natureza da Estrela tem sido motivo de muita especulação. A maioria dos cientistas materialistas consideram-na um mito, mas todo Místico conhece a Estrela bem como a Cruz — não somente como símbolos ligados à vida de Jesus e de Jesus Cristo, como nas suas próprias experiências da vida.
No momento em que o Grande Espírito do Cristo Solar se livrou do veículo físico de Jesus na Crucificação, uma enorme onda de luz espiritual inundou a Terra. Naquele momento o Caminho da Iniciação foi franqueado a todos que o buscassem.
Essa onda de luz espiritual tinha um brilho tão ofuscante que as massas disseram que o Sol se tinha obscurecido. O Sol não se obscureceu. Foram as fortíssimas vibrações causadas pela luz excessiva que cegaram o povo. Esse foi o espetáculo mais vibrante dos Raios de Cristo até hoje registrado.
Os raios do Sol Espiritual e invisível possibilitam o crescimento anímico sobre diferentes partes da Terra sucessivamente, assim como os raios do Sol físico possibilitam o crescimento da forma. Esse impulso espiritual também se dirige na mesma direção que o Sol físico — do Leste para o Oeste. Isso explica a onda de espiritualidade que se disseminou sobre a Terra, dirigindo-se do Oriente para o Ocidente compreendendo numerosas Religiões até que finalmente vem atingir o Mundo Ocidental, onde assume a forma elevada da Religião Cristã. E assim como o brilho do Sol ultrapassa a estrela mais brilhante dos céus, assim também num futuro muito remoto a verdadeira Religião de Cristo substituirá e obscurecerá todas as outras Religiões.
Todas as Religiões foram fornecidas à humanidade pelos Anjos do Destino, que conhecem as necessidades espirituais de cada classe, nação e povo, mas agora essas Religiões já serviram ao fim a que se destinavam, qual seja, servir de ponto de partida para a compreensão do Cristianismo Esotérico que ainda não foi ensinado publicamente nem o será enquanto a humanidade não atravessar a fase materialista e estiver preparada para recebê-la. No decorrer da Sexta Época vindoura, ou Nova Galileia, a Luz de Cristo unificadora, sob a forma de Religião Cristã, abrirá os corações dos seres humanos, assim como seu entendimento espiritual está aumentando agora.
O Cristianismo, como conhecemos, teve início há mais 2.000 anos, mas o verdadeiro Cristianismo sempre existiu e sempre existirá, simplesmente porque há um só Filho de Deus, o Cristo Cósmico. Todas as outras Religiões, encerrando somente uma parte daquilo que o Cristianismo possui em proporções maiores, têm apenas conduzido a humanidade para a Religião Cristã. Quando Cristo apareceu em estado físico e uniu-Se à esta Terra, a verdadeira Religião já em existência recebeu o nome de Cristã. Somente por intermédio da percepção consciente do Cristo interior pode a verdadeira compreensão espiritual do Cristianismo raiar sobre o mundo.
Toda a humanidade se está tornando sensível a mais uma oitava de visão, porque o Éter que circunda a Terra está ficando mais denso e o ar mais rarefeito. Isso é verdade especialmente em certas partes do mundo, no Sul da Califórnia entre outras, e a nossa Sede mundial é particularmente favorecida nesse aspecto. A esse respeito, é digno de nota o fato de que a magnificência da Aurora Boreal do Norte congelado está se tornando mais frequente e mais potente nos seus efeitos sobre a Terra. Nos dias primordiais da Era Cristã esse fenômeno era desconhecido, mas com o decorrer do tempo, à medida que a Onda de Cristo, que penetra na Terra durante parte do ano, transmite uma quantidade cada vez maior de sua própria vida à massa terrestre inerte, os Raios Etéricos Vitais tornam-se visíveis de intervalos a intervalos. Depois tornam-se cada vez mais numerosos, e agora estão começando a perturbar as nossas atividades elétricas, cujas funções são, às vezes, completamente alteradas pela irradiação desses raios.
As correntes relativamente fracas e invisíveis produzidas pelos Espíritos-Grupo das plantas, e os fortíssimos raios de força produzidos pelo Espírito de Cristo, ora visíveis sob a forma da Aurora Boreal, tiveram até agora mais ou menos a mesma natureza que a eletricidade estática, ao passo que as correntes produzidas pelos Espíritos-Grupo dos animais e que circundam a Terra, podem ser comparadas à eletricidade dinâmica, a qual deu à Terra a sua força de movimento em Eras passadas. Agora, porém, as correntes de Cristo estão se tornando cada vez mais poderosas e sua eletricidade estática vai sendo libertada, transformando-se assim em dinâmica. O impulso etérico que elas produzem iniciará uma nova Era e os órgãos sensoriais que a humanidade possui atualmente, precisam acomodar-se a essa transformação. Com o decorrer do tempo e à medida que Cristo, através de Sua intervenção benéfica, atrai uma quantidade cada vez maior do Éter interplanetário para a Terra, tornará o globo mais luminoso e caminharemos num mar de luz devido ao constante contacto com essas vibrações benéficas de Cristo. E, também, nos tornaremos luminosos. Então a vista humana, tal como ela se constitui, não terá utilidade para nós, motivo por que ela está começando a modificar-se e nós estamos passando pelo “incômodo” que acompanha qualquer reconstrução. Ainda com referência à Aurora Boreal (os poderosos raios de força produzidos pelo Espírito de Cristo) e seus efeitos sobre nós, esses raios se difundem através de todas as partes da Terra, que é o corpo de Cristo, partindo do centro para a periferia, mas não são visíveis nas regiões habitadas do mundo, porque esses raios são absorvidos pela humanidade, assim como os raios do Espírito-Grupo das plantas são absorvidos pela flor. Esses raios constituem o “impulso interior” que lenta, mas, seguramente, vai impelindo a humanidade a adotar uma atitude de altruísmo.
Quando olhamos para os dias anteriores ao nascimento do Salvador, verificamos que o altruísmo, em qualquer sentido da palavra, era desconhecido. Cada criatura humana pensava em si mesma — gananciosa, indiferente e licenciosa. Mas, com a presença do Salvador, na Terra, os raios benéficos foram atraídos e lentamente, muito lentamente, mas, com segurança, todas as vibrações, começaram a manifestar-se e no decorrer dos milênios que se passaram, o amor e a generosidade para com nossos semelhantes positivaram-se.
À medida que o ser humano progride espiritualmente e absorve uma quantidade cada vez maior da Luz de Cristo, consequentemente aumenta, cada vez mais, a presença dessa luz na Terra. Isso explica todas as nossas grandes instituições de ensino e de caridade, bem como a enorme generosidade que existe em toda parte.
Certamente é grande o mérito da humanidade pela prática de tanto altruísmo e de sua constante intensificação. Tudo isso é a manifestação da inesgotável Luz de Cristo; a Luz impregnante que torna a alma produtiva e, finalmente, se realizará a Imaculada Concepção e o Cristo nascerá dentro de cada um de nós. Então caminharemos na luz, porque Ele está sempre na luz e nós amaremos uns aos outros.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP em Novembro/1969)
Resposta: Na realidade, há uma conexão muito íntima, porque ambos são um e o mesmo fato. Jamais existiu o Jardim do Éden localizado no plano físico. As condições edênicas existiram somente nos reinos Etéricos. A humanidade que habitava o Jardim do Éden não tinha ainda um Corpo Denso (com os componentes sólidos, líquidos e gases) como temos hoje e, portanto, não poderia viver em um Corpo Denso nem habitar uma Região Química do Mundo Físico. E mesmo quando já tinha um Corpo Denso até a metade da Época Atlante, nossa consciência não era de vigília, ou seja, não tinha a consciência da existência desse Corpo Denso em seu meio na Região Química do Mundo Físico. Somente após a Queda, o ser humano “desceu” à existência física e tomou “roupagens de pele”, como nos conta a Bíblia, ou seja, passamos a habitar a Região Química do Mundo Físico.
Quando o ser humano se elevar deste plano da geração ao de sua completa regeneração, ele ascenderá aos reinos edênicos citados no Livro do Apocalipse como a Nova Jerusalém. Aí então, o ser humano não se alimentará mais do fruto da Árvore do Bem e do Mal (a Árvore do Conhecimento), mas sim da Árvore da Vida. Doenças, pobreza, velhice e morte terão acabado, uma vez que ele alcançará a sua divina herança: a imortalidade consciente.
Esse glorioso estado será alcançado não só por um povo ou por seguidores dessa ou daquela Religião, mas por toda a humanidade. Ou, nas palavras do Apocalipse, “as folhas da Árvore foram utilizadas para a saúde das nações”. Real e verdadeiramente, um exaltado destino espera por toda a Onda de Vida Humana.
(Do livro “Questions and Answers on the Bible” – Corinne Heline)
O maior perigo do Aspirante Rosacruz que está trilhando o Caminho Rosacruz é se prender na armadilha do egoísmo, e sua única proteção deve advir do cultivo das faculdades da fé, da devoção e da compaixão para com todos. É difícil, mas pode ser feito, e quando isso acontece, a pessoa se torna uma maravilhosa força para o bem do mundo.
Afinal: “Considerai como crescem os lírios no campo, eles não trabalham, nem fiam; e, contudo, digo-vos que nem Salomão com toda a sua glória se vestia como um deles. Se a erva que hoje está no campo e amanhã lançada ao forno Deus veste assim, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Vós, pois, não procureis o que haveis de comer ou beber, e não andeis com o espírito preocupado. Porque são os seres humanos do mundo que buscam todas essas coisas. Mas o vosso Pai sabe que tendes necessidade delas. Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo“.
Nicodemos ao ouvir Cristo falar-lhe sobre a necessidade do renascimento, perguntou: “Como pode ser isso?”. Com nossas Mentes inquiridoras, nós também ansiamos por mais luz sobre diversos ensinamentos que apontam para o nosso futuro. Como seria útil se pudéssemos perceber esses ensinamentos manifestados e enquadrados nos eventos físicos do quotidiano. Então, teríamos uma base mais firme para sustentar nossa fé e aceitar coisas ainda desconhecidas.
O método de trabalho da Fraternidade Rosacruz é o de correlacionar os fatos espirituais com os fatos físicos, de modo a apelar, primeiro, para a razão e, só depois, estabelecer a fé. Desse modo torna-se mais possível iluminar as almas que buscam esclarecimentos sobre os mistérios da vida.
A fé deve ser demonstrada por meio de obras. Não importa qual seja a nossa situação na vida: se estamos numa escala social alta ou baixa; se somos ricos ou pobres; se estamos ocupados em colocar lâmpadas elétricas para evitar eventuais quedas e acidentes; se temos o privilégio de ocupar uma tribuna mostrando aos outros uma luz espiritual, ensinando os caminhos da alma. Não importa se as mãos estão sujas ou limpas, talvez encardidas pelo trabalho mais humilde de cavar o canal do esgoto para conservar a saúde da nossa comunidade; talvez macias e brancas para cuidar dos enfermos.
O fator determinante para decidir a qualidade do trabalho, se é espiritual ou material, é nossa atitude ao executá-lo.
Há uma Parábola que ajuda nesse assunto: A Figueira Estéril e Seca. Fé e Oração
“De manhã, ao voltar para a cidade, teve fome. E vendo uma figueira à beira do caminho, foi até ela, mas nada encontrou, senão folhas. E disse à figueira: ‘Nunca mais produzas fruto!’. E a figueira secou no mesmo instante. Os discípulos, vendo isso, diziam, espantados: ‘Como assim, a figueira secou de repente?’. Jesus respondeu: ‘Em verdade vos digo: se tiverdes fé, sem duvidar, fareis não só o que fiz com a figueira, mas até mesmo se disserdes a esta montanha: ‘Ergue-te e lança-te ao mar’, isso acontecerá. E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis.’” (Mt 21:18-22)
Que as Rosas floresçam em vossa cruz
Lemos na Bíblia, em Gênesis, 1:27 que os Elohim formaram o “homem à sua semelhança”, isto é, fizeram-nos macho e fêmea como Eles (os Elohim). Ali temos a descrição da nossa Época Atlante.
Quem eram esses Elohim? Eram, nada mais nada menos, que as Hierarquias Criadoras que, nesse primeiro capítulo do Gênesis, foram chamados de Elohim: “Eloh”, um nome feminino em que a letra “h” indica o gênero e “Im”, a desinência de plural masculino.
Portanto, trata-se de uma hoste de seres bissexuais, masculino-femininos, expressões da energia dual criadora, positivo-negativa. Pois Deus é um ser composto.
Jeová era e é uma dessas Hierarquias Criadoras, portanto, um Elohim. Sua presença aparece mais explícita a partir do segundo capítulo do Gênesis no texto hebraico. E não poderia ser de outra maneira, pois sua parte especial no trabalho da Criação começa efetivamente a partir dali. Jeová é o Guia dos Anjos, a Onda de Vida que atingiu o “grau de humanidade” do Período Lunar, e é o regente da Lua atual. O trabalho de Jeová é a construção de corpos ou formas concretas, por meio das forças lunares cristalizantes e endurecidas. Seu trabalho é multiplicar o que existe sobre o nosso Planeta Terra. Portanto, Ele é o dador de crianças e os Anjos são os mensageiros nesta obra. Jeová também não é somente o “Deus dos Judeus”. Ele é também o autor de todas as Religiões de Raça que nos conduzem ao Cristianismo. Como Deus de Raça, tem características que o faz ser um Deus ciumento e zeloso, como um feitor que nos obriga a fazer isto ou aquilo, ou nos proíbe de fazer outras coisas.
Pela sua Lei, quem não obedece é expulso, sofre e é abandonado. É a Lei do “Olho por Olho, Dente por Dente”. Assim, no Velho Testamento temos a história de toda a nossa descida até a esse Mundo Físico: nossa transgressão as leis de Jeová, como Jeová nos guiou no passado e como nos guiará no futuro até que alcancemos o Reino dos Céus; e é justamente aqui que vamos buscar a origem das duas tendências que operam atualmente no mundo: de um lado, a de buscar compreender tudo e do outro, a de aceitar tudo como é.
Vamos começar dizendo que o relato bíblico tem pontos coincidentes e pontos discrepantes com respeito à Lenda Maçônica.
No capítulo 1 de Gênesis, 22, diz-se que Deus criou Eva, o ser feminino. A Lenda Maçônica diz que Jeová criou Eva. E que o Espírito Lucífero Samael se uniu a ela. Mas este foi expulso por Jeová e forçado a deixá-la antes do nascimento do fruto dessa união, Caim. Ora, Samael é um dos espíritos marcianos que, liderados por Lucífer, ajudou a humanidade incipiente a comer da Árvore do Conhecimento.
Aquele ensinamento relatado na Bíblia em Gênesis 3:1-8, nada mais era do que chamar a atenção da humanidade que ela poderia procriar sozinha, sem a ajuda dos Anjos ou de Jeová. Motivo pelo qual foram expulsos do paraíso.
Voltando a Lenda Maçônica, temos que depois Jeová criou Adão para ser companheiro de Eva. E dessa união nasceu Abel. Assim, Caim ficou sendo filho de natureza semidivina, fruto da união de um espírito de Lúcifer, Samael, com um ser humano, Eva. Abel ficou sendo filho da união de dois seres humanos: Adão e Eva.
Pelo fato de Samael ter que abandonar Eva, mesmo antes do nascimento de Caim, este, então, ficou conhecido como “Filho da Viúva”. Afinal, Samael nunca assumiu sua função de marido ou de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho de uma viúva.
Já como Adão permaneceu com Eva mesmo após o nascimento de Abel, este ficou conhecido como “Filho do Homem”. Afinal, Adão assumiu sua função de marido e de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho do homem.
Essa diferença desses dois seres tornou o principal diferencial de toda a nossa evolução. Caim, por ser um produto semidivino, tinha o impulso divino da criação. Abel, por ser um produto totalmente humano, contentava em aceitar tudo como estava.
Como lemos na Bíblia, Gênesis 4:2: “Abel tornou-se pastor e Caim lavrador“. Abel contentava-se em guardar rebanhos, criados também por Jeová. Abel e esses rebanhos se alimentavam do alimento vegetal que crescia naturalmente, sem esforço nenhum de Abel, ou seja, uma dádiva dos deuses. Caim, não. Tinha o desejo dominante de criar algo. Não se sentia satisfeito enquanto não realizasse algo por iniciativa própria. Portanto, ele: plantou as sementes que achou, fez crescer o grão e ofereceu a Jeová o fruto do trabalho de suas mãos.
Mas, como lemos em Gênesis 4:3-5: “… ofereceu Caim frutos da Terra em oblação ao Senhor. Abel, de seu lado, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e das gorduras dele; e o Senhor olhou, com agrado, para Abel e sua oblação, mas não olhou para Caim, nem os seus dons“.
Ora, Abel fazia tudo que Jeová dizia. Era obediente e, portanto, harmonioso num regime de Leis. Estava satisfeito em aceitar o seu modo de vida, cônscio de sua descendência divina, gerada sem esforço e iniciativa própria.
Por outro lado, Caim não era obediente e, portanto, desarmonioso num regime de Leis. Imbuído com a dinâmica energia marcial herdada de seu divino antecessor, era agressivo, progressista e possuidor de grande iniciativa, mas impaciente à repressão ou autoridade, tanto humana como divina. Reluta em aceitar ideias pela fé e inclina-se a provar tudo à luz da razão.
Em consequência, criou-se uma animosidade entre Caim e Abel, e como lemos em Gênesis 4:8: “Caim disse então a Abel, seu irmão: ‘Vamos ao campo’. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre seu irmão e matou-o“.
Ao saber do que Caim tinha feito Jeová o amaldiçoou, como lemos em Gênesis 4:11: “De ora em diante, serás maldito e expulso da Terra… E tu serás peregrino e errante sobre a Terra… E o Senhor pôs em Caim um sinal na sua fronte“.
Assim, Caim perdeu sua visão espiritual e foi aprisionado no Corpo Denso, através do sinal em sua fronte, lugar onde se diz que Caim foi marcado. Ele vagou como filho pródigo na relativa escuridão do mundo material, esquecido do seu estado divino.
Então, Adão conheceu outra vez Eva e ela deu à luz a Seth, como lemos em Gênesis 4:25: “Deus deu-me uma posteridade para substituir Abel, que Caim matou“. Seth tinha as mesmas características de Abel, e as transmitiu aos seus descendentes, os Filhos de Seth, que continuavam a confiar inteiramente em Jeová e viviam pela fé e não pelo trabalho.
Por outro lado, os descendentes de Caim, os Filhos de Caim, através da árdua e enérgica diligência nos trabalhos do mundo, adquiriram: a sabedoria mundana e o poder temporal. Tornaram-se mestres na arte da política, governantes temporais. Enquanto os Filhos de Seth, tomando o Senhor por guia, tornaram-se canais para a sabedoria divina e poder espiritual. Tornaram-se mestres na arte do sacerdócio, guias espirituais.
A animosidade entre Caim e Abel perpetuou-se de geração a geração entre seus respectivos descendentes. E não poderia ser de outro modo, pois essas gerações deram origem a duas correntes de ações no mundo: uma classe, como governantes temporais, aspirava elevar o bem-estar físico da humanidade através da conquista do mundo material; enquanto a outra classe, como sacerdotes ou guia espiritual, estimulava seus seguidores a abandonar o mundo perverso e a buscar consolo em Deus.
Assim, formaram-se duas escolas: uma visa formar mestres trabalhadores, peritos no uso de ferramentas com as quais possam tirar seu sustento da terra, e a outra produz mestres mágicos, hábeis no uso da palavra para fazer invocações e, dessa forma, ganham aqui o apoio daqueles que trabalham e rezam para que eles alcancem o céu.
Da progênie semidivina de Caim descendem várias gerações de filhos que originaram todas as artes e ofícios e as cidades e a habilidade para se trabalhar com fogo. Deve-se a eles: essa nossa indomável coragem de ousar; essa nossa inquebrantável vontade de fazer e esse nosso diplomático discernimento de saber calar.
Vejamos na Bíblia, em Gênesis 4:19-22: “Ada deu à luz a Jabel e Jubal. Jabel foi construtor das tendas. Jubal foi o pai de todos aqueles que tocam a cítara e os instrumentos de sopro. Sela deu à luz Tubal-Caim, o pai de todos aqueles que trabalham o cobre e o ferro“.
Já da progênie humana de Abel descendem várias gerações de filhos que originaram todo tipo de sacerdócio e de guia espiritual, tais como: Noé, Abraão, Isaac, Jacó, Davi, Salomão, Jesus.
Em Gênesis 4:26, lemos: “Seth também teve um filho a quem chamou de Enós. Foi então que se começou a invocar o nome do Senhor“. Enós é considerado o Iniciador da Religião ou do culto a Deus.
Um exemplo da união dessas duas forças para a construção de algo extremamente elevado e espiritual podemos achar na construção do Templo do Rei Salomão (em IReis 5:9-32 e 6:1-38).
O Rei Salomão era descendente dos Filhos de Seth, “Filho do Homem”. Salomão era o ser humano mais sábio que existia no mundo. Nele concentrava toda a sabedoria divina de todos os Filhos de Seth que o precederam. Como descendente dos filhos de Seth, Salomão não era especialista na construção concreta do Templo. O seu papel foi o de instrumento realizador do plano divino revelado a Davi por Jeová. Por isso, Salomão buscou a cooperação do Rei Hiram de Tyro, descendente dos filhos de Caim, “Filho da Viúva”.
Esse por sua vez escolheu Hiram Abiff para ser o mestre de todos que trabalhavam na construção. Hiram Abiff era o mais habilidoso artífice no trabalho do mundo. Nele se concentrava toda a arte e ofício de todos os Filhos de Caim que o precederam. Assim, a habilidade material dos Filhos de Caim foi tão necessária para a construção deste Templo como o era a concepção espiritual dos Filhos de Seth.
E, portanto, durante o período de construção, as duas classes uniram forças, esqueceram a inimizade latente.
Essa foi de fato a primeira tentativa de unir os Filhos de Caim e os Filhos de Seth. Se essa união tivesse alcançado sucesso, nossa história teria sido provavelmente alterada substancialmente. E por que não deu certo?
Porque quando Hiram Abiff, descendente dos Filhos de Caim, “Filho da Viúva”, estava perto de acabar a obra prima do Templo, que seria o Mar Fundido, os Filhos de Seth, “Filho do Homem”, tentaram apagar o fogo utilizado por Hiram Abiff, jogando água e por pouco não conseguiram. Com isso frustrou o plano divino de reconciliação entre essas duas classes.
Mas esses dois personagens, expoentes maiores das duas classes hoje existentes – “Filho do Homem” e o “Filho da Viúva” – continuaram trabalhando nesse objetivo de reconciliação, renascendo de tempos em tempos, trabalhando tanto de um lado como do outro.
Salomão renasceu como Jesus de Nazaré, o “Filho do Homem”.
Hiram Abiff renasceu, nos tempos de Jesus de Nazaré, como Lázaro e, depois como Christian Rosenkreuz.
Jesus, o “Filho do Homem”, trabalhou e trabalha até hoje entre as igrejas, onde a Religião é cultivada e o ser humano é conduzido de volta a Deus por meio do caminho sincero da devoção.
Christian Rosenkreuz, o “Filho da Viúva”, trabalha com todas as potências do mundo, as indústrias e a ciência, a fim de efetuar a união das forças temporais e espirituais, a “cabeça e o coração”, que deve ser realizada antes que o Cristo, Filho de Deus, possa vir novamente.
Pois, na época que isso ocorrer, no Reino do Cristo, só haverá um regente. Cristo será ambos: Rei e Sacerdote ou como fala São Paulo na sua Epístola aos Hebreus 5:6-10 e 7:1-18: Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, desempenhando o duplo ofício de cabeça espiritual e temporal.
Enquanto isso, nós estamos sendo educados para alcançar essa união. Nossos dirigentes devem se aproximar cada vez mais desse ideal: sendo sábios o suficiente para governar um estado e bons o bastante para guiar o coração dos seres humanos.
E é essa a condição que Christian Rosenkreuz, o “Filho da Viúva” e Jesus, o “Filho do Homem”, se esforçam por trazer ao estado e as igrejas atuais.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
(*) Pintura: The Body of Abel Found by Adam and Eve-1826-William Blake
O Candelabro era de ouro puro; ele era todo cinzelado: pedestal, haste, cálices, botões e flores formarão com ele uma só peça. Dos seus lados saiam seis braços, três de cada lado. Cada braço tinha três cálices, com formato de flor de amêndoa, com botão e flor; e três cálices com flor de amêndoa no outro lado, com botão e flor. Assim eram os seis braços saindo do candelabro. Mas o tronco do candelabro tinha quatro cálices com formato de flor de amêndoa, com botão e flor: um botão sob os dois primeiros braços que saíam do candelabro, um botão sob os dois braços seguintes, e um botão sob os dois últimos braços; assim se tinha com os seis braços que saíam do candelabro. Os botões e os braços formarão uma só peça com o candelabro. E tudo será feito com um bloco de ouro batido. Havia também sete lâmpadas, de modo que ficavam elevadas e iluminavama parte dianteira.
Quando o sacerdote se posicionava no centro da Sala Leste do Tabernáculo, o Candelabro de sete Braços ficava à sua esquerda em direção ao sul.
“Faça um candelabro de ouro puro; ele será todo cinzelado: pedestal, haste, cálices, botões e flores formarão com ele uma só peça. Dos seus lados sairão seis braços, três de cada lado. Cada braço terá três cálices, com formato de flor de amêndoa, com botão e flor; e três cálices com flor de amêndoa no outro lado, com botão e flor. Assim serão os seis braços saindo do candelabro. Mas o tronco do candelabro terá quatro cálices com formato de flor de amêndoa, com botão e flor: um botão sob os dois primeiros braços que saem do candelabro, um botão sob os dois braços seguintes, e um botão sob os dois últimos braços; assim se fará com os seis braços que saem do candelabro.Os botões e os braços formarão uma só peça com o candelabro. E tudo será feito com um bloco de ouro batido. Faça também sete lâmpadas, de modo que fiquem elevadas e iluminem a parte dianteira.” (Ex 25: 31-40 e 37: 17-24).
Isso simbolizava o fato de que os sete dadores de luz, ou Planetas que trilham a dança do círculo místico ao redor da órbita central, o Sol, deslocam-se na estreita faixa abrangendo oito graus de cada lado do caminho do Sol, que é chamado de Zodíaco. “Deus é luz” e os “Sete Espíritos diante do Trono” são Ministros de Deus; portanto, eles também são mensageiros da luz para a humanidade.
Além disso, como os céus ficam iluminados, quando a Lua em suas fases chega à ‘plenitude’ na parte oriental dos céus, também a Sala Leste do Tabernáculo ficava cheia de LUZ, indicando visivelmente ali a presença de Deus e Seus sete ministros, os Anjos Estelares.
Podemos observar, de passagem, a luz do Candelabro de Ouro, que era clara e a sua chama sem odor, e compará-la com a esfumaçada chama no Altar dos Sacrifícios que, em certo momento, gerava escuridão ao invés de dissipá-la. Mas, há um significado ainda mais profundo e sublime nesse símbolo do fogo, que não entraremos em discussão até tratarmos da Glória de Shekinah, cujo brilho deslumbrante pairava sobre o Propiciatório na Sala Ocidental. Antes de entrarmos nesse assunto, precisamos compreender todos os símbolos que estão entre o Candelabro de Ouro e o sublime Fogo do Pai, que era o ponto mais elevado do Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum), a parte mais sagrada do Tabernáculo no Deserto.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Resposta: Não; a Estrela de Belém brilha à meia-noite em todas as noites, como brilhou na noite registrada na Bíblia, e pode ser vista por qualquer um entre os sábios de hoje, embora seja oculta aos demais.
A chave do mistério é a seguinte:
Os Evangelhos não são simplesmente relatos da vida de um indivíduo; eles retratam, dramaticamente e em símbolos, os incidentes no caminho da realização espiritual; eles são fórmulas de Iniciação.
Todos os anos, desde meados de junho até meados de setembro, quando a Terra se esforça para produzir o pão da vida para todos os que vivem nela, o Sol, que se encontra elevado nos céus e mais distante da Terra, emite seus raios vitais em direção ao nosso Planeta. Então, todas as atividades físicas estão em primeiro plano e o ser humano é absorvido pelas ocupações materiais necessárias à sua existência. Mas, desde meados de dezembro até meados de março, quando o Sol está abaixo do Equador e mais perto da Terra, a natureza está inativa, e as influências espirituais que o Sol emite são as mais potentes. Quando a escuridão física aumenta, a luz espiritual brilha com mais intensidade e culmina com o nascimento de salvadores, entre vinte e quatro e vinte e cinco de dezembro, quando o Sol inicia sua jornada em direção ao norte para salvar a humanidade do frio e da fome que resultariam se permanecesse nas latitudes meridionais.
Nesta noite particular, as vibrações espirituais são as mais fortes do ano. É, por excelência, a Noite Santa do ano. Nesta noite é a mais fácil para o neófito se sintonizar, conscientemente, com as vibrações espirituais. Portanto, era costumeiro conduzir os neófitos aos Templos nessa Noite Santa. Lá eles entravam em transe sob a orientação de homens sábios e eram ensinados a deixar seus corpos, conscientemente, por um ato de vontade própria. Então, a Terra se tornava transparente diante dos seus olhares fixos e atentos e, por detrás dela, viam o Sol da meia-noite – a estrela flamejante. Claro que não era o Sol físico, mas o Sol espiritual que é a verdadeira Estrela de Cristo, pois o Cristo Cósmico é o mais elevado Iniciado entre os luminosos espíritos solares, os Arcanjos.
(Pergunta nº 94 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Para entrar no Templo propriamente dito há um véu que pende diante do Templo Místico. Após ter subido os primeiros degraus do caminho, o Aspirante encontra-se bem frente ao véu. Ele entra na Sala Leste do Santuário, chamado Lugar Santo (ou Sanctum).
Não havia janelas ou quaisquer aberturas no Tabernáculo para deixar penetrar a luz do dia, porém, essa sala nunca ficava escura. Noite e dia era brilhantemente iluminada por lamparinas. O mobiliário simbolizava o método pelo qual o Aspirante podia adquirir o crescimento da alma pelo serviço.
Esse mobiliário era composto de três objetos principais: o Altar do Incenso, a Mesa dos Pães da Proposição e o Candelabro de Ouro,do qual procediam as luzes.
Não era permitido ao israelita comum entrar nesse lugar sagrado e nem contemplar os objetos. Ninguém, a não ser um sacerdote, podia passar pelo véu externo e entrar nessa primeira sala.
(…) Fora do <segundo> véu, no lado norte, coloque a mesa <dos pães da proposição>; e, no lado sul, diante da mesa, coloque o candelabro. (…) Faça também um altar de madeira de acácia para queimar incenso. (…) Faça um candelabro de ouro puro; ele será todo cinzelado: pedestal, haste, cálices, botões e flores formarão com ele uma só peça. Dos seus lados sairão seis braços, três de cada lado.(Ex 26:35; 30:1-6 e 37:25-29;25:31-40 e 37:17-24).
O Candelabro de Ouro ou Candelabro de Sete Braços estava colocado na parte sul do Lugar Santo, de modo que se encontrava do lado esquerdo de qualquer pessoa que estivesse no meio da sala. Era inteiramente de ouro puro e constituído de uma base vertical, haste central que se elevava, juntamente com seis braços. Esses braços começavam em três pontos diferentes da haste central e arqueavam-se em três semicírculos de diâmetros diferentes, simbolizando os três Períodos de desenvolvimento (Períodos de Saturno, Solar e Lunar) pelos quais o ser humano passou antes do Período Terrestre, que estava, então, a menos da metade. Esse último Período era representado pela sétima luminária do Candelabro. Cada um dos sete braços terminava num candeeiro, e esse candeeiro era suprido com o mais puro azeite de oliva, o qual foi elaborado por um processo especial. Ao sacerdote foi exigido o devido cuidado para que no Candelabro nunca faltasse luz. Todos os dias as lamparinas eram examinadas, limpas e abastecidas com azeite, e assim podiam manter-se acesas perpetuamente.
A Mesa dos Pães da Proposição estava colocada ao lado norte da sala, de modo a estar à mão direita do sacerdote quando este se encaminhasse ao segundo véu. Doze pães sem fermento eram continuamente mantidos sobre a mesa. Eram colocados em duas pilhas, um pão sobre o outro, e em cima de cada pilha havia uma pequena quantidade de incenso. Esses pães eram chamados os Pães da Proposição ou pão da face, porque foram colocados solenemente diante da presença do Senhor que habitava a Glória de Shekinah, atrás do segundo véu. Todos os sábados, os pães eram substituídos pelo sacerdote, sendo os velhos retirados e os novos colocados no mesmo lugar. Os pães retirados eram entregues aos sacerdotes para comer e ninguém mais tinha permissão de prová-los; também não era permitido comê-los em qualquer lugar fora do Santuário porque era santíssimo e, portanto, só poderia ser consumido por pessoas consagradas e em solo sagrado. O incenso que ficava sobre as duas pilhas dos Pães da Preposição era queimado, quando havia a troca dos pães como uma oferta queimada ao Senhor por um memorial em lugar do pão.
O Altar do Incenso ou Altar de Ouro era o terceiro objeto do mobiliário da Sala Leste do Templo. Ficava no centro da sala, isto é, a meio caminho entre as paredes norte e sul, em frente ao segundo véu. Nenhuma carne jamais foi queimada nesse altar e nenhum sangue jamais fora derramado sobre ele, exceto em ocasiões muito solenes, e apenas os seus chifres eram marcados com a mancha vermelha. A fumaça que era vista no topo, nunca foi outra senão a fumaça do incenso queimado. Isso acontecia todas as manhãs e todas as noites, preenchendo o Santuário com uma nuvem de fragrância agradável que impregnava todo o ambiente interior e que se estendia por todo o país de todos os lados por milhas ao redor. Pelo fato de o incenso ser queimado todos os dias foi chamado: “um perpétuo incenso diante do Senhor”. Não era simplesmente um incenso comum queimado, mas um composto disso com outras especiarias doces, elaborado sob a direção de Jeová para este fim especial e por isso considerado santo, de modo que nenhum ser humano poderia fazer uso dessa composição para si. O sacerdote era encarregado de zelar para que nenhum incenso estranho fosse oferecido no Altar de Ouro, isto é, nenhum outro que não tivesse a composição sagrada. Esse Altar estava colocado diretamente diante do véu, do lado de fora, mas diante do Propiciatório, que estava dentro da sala do segundo véu. Por isso, quem ministrasse no Altar do Incenso não podia ver o Propiciatório por causa do véu interposto, mas devia olhar nessa direção e para ela orientar o fluxo do incenso. Era costume, quando a nuvem fragrante do incenso se erguia por cima do templo, que todas as pessoas que estivessem no Átrio do Santuário enviassem suas preces a Deus, cada uma silenciosamente dentro de si.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
O primeiro dos Dez Mandamentos dados por Deus a Moisés foi: “amar a Deus sobre todas as coisas“. Que também pode ser interpretado como: “não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20:1-3).
Além disso, estes Dez Mandamentos é um magnífico sumário da melhor legislação antiga. Entretanto, Cristo-Jesus conseguiu ainda apresentar-nos uma síntese que mais do que genial deve ser qualificada como divina. Esses 10 mandamentos estão contidos nos dois preceitos: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:40).
Embora dados por Deus no Antigo Testamento, são estes Dez Mandamentos o fundamento da moral Cristã, porque foram explicitamente ratificados por Cristo e seus Apóstolos: “não julgueis que vim destruir a lei ou os profetas. não vim a destruí-los, mas sim a dar-lhes cumprimento.” (Mt 5:17 e Rom 8:7).
E por falar em Lei, estas, em sua maioria, se constituem de proibições. O motivo é que a Lei é uma súmula do que devemos observar obrigatoriamente. O resto fica por conta do livre arbítrio de cada indivíduo e do seu modo de ser.
O Primeiro Mandamento deixa subentender a onipresença de Deus. De fato, Ele está em toda a criação e além dela. Dependendo do grau de consciência do Reino de Vida ou do indivíduo em evolução, a manifestação de Deus é vista de uma ou de outra maneira.
Durante a chamada Involução, curva descendente que nos levou do nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais, a esse Mundo Físico estávamos sob um processo de desenvolvimento inconsciente. O foco era o interesse pessoal de se desenvolver, de formar os nossos veículos para que pudéssemos trabalhar nos diversos Mundos. E foi assim que nos afastamos da compreensão da onisciência de Deus.
Por outro lado, foi esse foco no interesse pessoal que nos fez avançar no Caminho da Evolução. Com esse afastamento da compreensão da onisciência de Deus, criamos outros deuses, acreditando que estes são verdadeiros, tais como: Riquezas, Poder e Fama.
Parece que nos esquecendo da existência de outro Mundo senão esse Mundo Físico, (aliás, nem todo o Mundo Físico, senão somente a Região Química), criamos, cortejamos, idolatramos e buscamos esses deuses desse Mundo.
Entretanto, o Primeiro Mandamento nos instrui a não termos outros deuses. E é certo que ninguém pode servir a dois senhores: ou servimos a Deus ou servimos ao Mundo! Por isso exorta, insistentemente, o Apóstolo São Pedro que: “vivamos neste mundo como estrangeiros e peregrinos” (1Pdr 2:11).
Agora, isso não quer dizer que devemos ser materialmente pobres, ou que recusemos cargos importantes relacionados ao nosso trabalho, ou que, ainda, fujamos da fama e que nos afastemos do amor. Pelo contrário, ao exercermos essas habilidades, mostremo-nos desapegados, tratando-as como uma administração de talentos que temos o privilégio de receber de Deus para melhor evoluirmos. Nada disso nos pertence!
Quando nos é colocado uma oportunidades como essa a disposição, é para que multipliquemos nossos talentos. É para usarmos como exemplos para os nossos irmãos mais débeis. Como podemos ver na Parábola dos Talentos em no Evangelho Segundo São Mateus 25:14-30. Somos somente depositários dessas habilidades!
Todo esse apego a tais habilidades, buscando enfocá-las nesse Mundo Físico fazia sentido durante a Involução. Lá sim, era espantosa a nossa avidez em acumular bens seja por meio: do poder, da fama, da fortuna ou do egoísmo. Isso é totalmente coerente e explicável, naqueles tempos. Isso porque estávamos somente sob o regime de Jeová. Esses bens acumulados se convertiam em sinais externos de que estávamos vivendo conforme suas diretrizes, suas Leis. No entanto, o processo de involução e conquista da Região Química do Mundo Físico já constituiu nossos objetivos de vida na Terra e já usufruímos de toda a experiência que esse estágio poderia nos oferecer! Estamos há muito tempo na Evolução, a curva ascendente que está nos levando desse Mundo de volta ao nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais.
Então, agora, quando recebemos de Deus o privilégio de administrar esses talentos o objetivo é outro. Não precisamos mais acumular esses bens para mostrar a Jeová que estamos vivendo sob suas Leis!
Já aprendemos a construir os nossos veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente. Já estamos utilizando-os para nosso progresso. Já estamos funcionando sob a diretriz do Cristo.
Nesse caminho ascendente da Evolução o objetivo é outro: a aquisição de experiência através da sutilização dos nossos Corpos. E como se sutiliza um Corpo? Através da obtenção da quintessência extraída de cada um deles, trabalhando na parte superior de cada um. Assim, não os deixaremos que eles se cristalizem. Utilizar os nossos Corpos para servir é sutilizá-los.
Por outro lado, utilizar os nossos Corpos para acumular é cristalizá-los. Mais uma vez: isso não significa que devemos ser pobres materialmente ou que recusemos cargos influentes ou que fujamos a fama ou que nos afastemos do amor.
Afinal, muitas vezes, a pobreza material não é virtude; é sinal de omissão, de irresponsabilidade ou de dívidas contraídas em vidas anteriores e pagas nesta! Virtude, sim, é ter e não possuir.
O fato de termos posses materiais deve ser encarado como privilégio dado por Deus de podermos administrar essas posses, mostrando-nos desapegados delas creditando tudo a Deus. Mas, não nos preocupemos em adquirir mais e mais posses materiais. Lembremo-nos que a única fortuna pela qual “devemos lutar é somente a abundância de oportunidades para servir os nossos irmãos”. Essa orientação pode ser buscada no Evangelho Segundo São Lucas 12:27: “Olhai como crescem os lírios: eles não trabalham, nem fiam e, contudo, eu vos afirmo que nem Salomão em toda a sua glória se vestia como um deles. Se, pois, ao feno do campo, que hoje é e amanhã é lançado no forno, Deus veste assim quanto mais a vós, Homens de pouca fé?“
Ou, ainda de outra forma no Evangelho Segundo São Mateus 6:33: “Buscai, pois primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça e, todas essas coisas se vos acrescentarão“.
Muitas vezes a ausência do poder pode ser sinônimo: de egoísmo, de comodismo ou de restrição nesta vida como consequência do abuso do poder em vidas anteriores. O poder é um talento dado por Deus para que possamos auxiliar nossos irmãos no Caminho da Evolução.
O poder aqui mencionado não é aquele usado para tirar vantagem de um irmão ou de uma irmã mais débil. Não é aquele que, aliado a astúcia, nos faz esmagar o irmão ou a irmã que precisa de ajuda tirando dele tudo o que podemos para proveito próprio. Se a nós foi dado o privilégio de exercer esse poder, ele deve ser usado para melhorar a humanidade, para nos ajudar a discernir onde podemos aplicá-lo e servir melhor e mais eficientemente, com amor e sincero profundo sentimento de serviço. Ilusório acharmos que o poder que adquirimos aqui e que julgamos com o qual influenciar o nosso entorno é verdadeiro. “qual sombra acaba a vida do homem.” (Sl 143:4).
Muitas vezes a ausência de fama significa: comodismo, apatia, egoísmo, medo ou covardia. As oportunidades nos são dadas de acordo com o nosso grau de desenvolvimento. Se esse requer nossa exposição, devemos aproveitar para darmos um bom exemplo de como devemos viver a vida. O saber que estamos sendo observados e comentados deve ser encarado como grande responsabilidade de administrar um talento dos mais importantes. Afinal, aprendemos que: “um exemplo vale mais do que mil palavras”.
Mas a fama aqui não é o desejo de ser: cortejado, paparicado, aparecer nas colunas sociais, ser tido como exemplo intelectual num grupo ou ser reconhecido como um guru, um orientador, um guia espiritual. A fama que fazemos referência aqui é aquela que todos nós devemos aspirar, ou seja, aquela que possa aumentar a nossa capacidade de transmitir a Boa Nova, a fim dos sofredores poderem encontrar o descanso para a dor de seu coração.
Afinal, a fama desse mundo é transitória. Busquemos a graça de Deus! Pois toda a fama temporal e toda grandeza humana, comparada com a glória de Deus não passa de vaidade. Como estudamos no Evangelho Segundo São João 5:44: “busquem os judeus a fama uns dos outros, eu busco aquela que vem só de Deus“. O perigo de todo esse processo é sermos envolvidos pela vaidade, orgulho pessoal e desvirtuar esse importante talento, tornando-nos um guru ou um guia para um determinado grupo, fato totalmente contrário por quem seguem os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, a Fraternidade Rosacruz.
Lembremo-nos da importantíssima premissa do método Rosacruz de conhecimento direto: “O método Rosacruz procura desenvolver, desde o princípio no aspirante, a confiança em si, o domínio próprio o esclarecimento a respeito de sua própria natureza e Deus que o criou.”. Se queremos que seja assim conosco, ajudemos a despertar nos nossos irmãos e em nossas irmãs essa mesma diretriz desde o momento primeiro!
Muitas vezes o afastamento do amor significa: uma opção pela vida em egoísmo, ou em amor familiar, ou em amor escolhido como se tivéssemos sabedoria suficiente para saber quem está certo ou errado quem supostamente “mereceria” o nosso amor. O amor-próprio nos prejudica mais que qualquer outra coisa no mundo.
Cada coisa pode nos prender mais ou menos a esse mundo material, segundo o amor que temos para com essa coisa. Se o nosso amor for puro, simples e bem ordenado, tenhamos a certeza de que de nenhuma dessas coisas seremos escravo.
Portanto, o amor que devemos buscar, cultivar, aspirar e vivenciar é aquele “unicamente da alma, que abarca todos os seres elevados e inferiores e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe”.
Pois: “nada há estável debaixo do Sol, onde tudo é vaidade e aflição de espírito.” (Ecle 1:14).
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
O Lavabo de Bronze, no Tabernáculo no Deserto, era um grande lavatório redondo, mantido sempre cheio de água. É dito na Bíblia que estava sobre as costas de doze grandes bois, também feitos de bronze e que as partes posteriores desses 12 grandes bois estavam voltadas para o centro do lavatório. Entretanto, na Memória da Natureza parece que esses animais não eram grandes bois, mas representações simbólicas dos doze Signos do Zodíaco. Naquele tempo, a humanidade estava dividida em doze grupos, um grupo para cada Signo zodiacal. Cada animal simbólico atraia um raio particular e, tal como a água benta usada atualmente nas igrejas católicas é magnetizada pelo padre, durante a missa, assim também a água desse Lavabo era magnetizada pelas Hierarquias divinas que guiavam a humanidade.
“Faça uma bacia de bronze, com a base de bronze, para as abluções. Coloque-a entre a tenda da reunião e o altar; depois a encha de água. Nela, Aarão e os filhos dele lavarão as mãos e os pés. Eles se lavarão com água, quando entrarem na tenda da reunião, para que não morram; farão o mesmo quando se aproximarem do altar para oficiar, para queimar uma oferta a Javé.” (Ex 30:18-20).
Não pode haver dúvida quanto ao poder da água benta preparada por alguém que tenha um caráter muito forte e magnético. Ela adquire ou absorve os eflúvios do Corpo Vital de quem a preparou, e as pessoas que a usam se tornam receptivas às suas sugestões em um grau proporcional à sensibilidade delas. Consequentemente, o Lavabo de Bronze, nos antigos Templos de Mistérios Atlante, onde a água era magnetizada pelas Hierarquias divinas de poder imensurável, era um fator poderoso para guiar o povo de acordo com os desejos desses poderes instituídos.
Por isso, os sacerdotes estavam perfeitamente sujeitos aos mandatos e ordens de seus líderes espirituais invisíveis, e por meio deles, o povo foi guiado cegamente. Era exigido dos sacerdotes que lavassem as mãos e os pés antes de adentrar no Tabernáculo. Se essa ordem não fosse obedecida, a morte aconteceria imediatamente, assim que o sacerdote entrasse no Tabernáculo. Portanto, podemos dizer que, como a palavra-chave do Altar de Bronze era “justificação”, então a ideia central do Lavabo de Bronze era “consagração”.
“Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”[1]. Temos o exemplo do jovem rico[2] que perguntou a Cristo o que ele deveria fazer para ser perfeito. Ele afirmou que havia cumprido a lei, mas quando Cristo lhe ordenou: “Segue-me”, ele não pôde, pois possuía muitas riquezas que o prendiam tão firme como uma prensa. Como a grande maioria, ele ficaria feliz se pudesse somente escapar à condenação e, como muitos, ele não estava muito interessado em se esforçar para alcançar a merecida recompensa pelo serviço. O Lavabo de Bronze é o símbolo da santificação e consagração a uma vida de serviço. Assim como Cristo iniciou Seus três anos de ministério por meio das águas batismais, assim também, o Aspirante ao serviço no antigo Templo devia se santificar na corrente sagrada que fluía do Mar Fundido. E o Maçom místico que se esforça para construir um templo “sem ruído de martelo” e nele servir deve, também, se consagrar e se santificar. Ele deve estar disposto a desistir de todos as posses terrenas para poder seguir o Cristo Interno. Embora ele possa preservar seus bens materiais como um depósito sagrado e usá-los como um administrador sábio usaria as posses de seu patrão. E devemos estar realmente prontos para obedecer ao Cristo Interno quando Ele disser: “Siga-Me”, ainda que a sombra da cruz apareça sombria no final, pois, para os propósitos superiores, sem esse total desapego da vida para a Luz não pode haver progresso. Do mesmo modo, como o Espírito desceu sobre Jesus quando ele emergiu da água batismal da consagração, também o Maçom místico, que se banha no lavabo do Mar Fundido, começa a ouvir vagamente a voz do Mestre dentro do seu próprio coração, lhe ensinando os segredos do Ofício para que ele possa usá-los em benefício dos outros.
[1] N.T.: Mt 22:14
[2] N.T.: Aí alguém se aproximou dele e disse: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?”. Respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só. Mas se queres entrar para a Vida, guarda os mandamentos”. Ele perguntou-lhe: “Quais?”. Jesus respondeu: “Estes: Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho; honrarás pai e mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Disse-lhe então o moço: “Tudo isso tenho guardado. Que me falta ainda?”. Jesus lhe respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me”. O moço, ouvindo essas palavras, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens. (Mt 19:16-30; Lc 18:18-30)
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz