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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Um cirurgião sentirá no Purgatório todas as dores experimentadas pelos seus pacientes durante as operações realizadas por ele? Isso parece ser injusto, no caso de cirurgias necessárias.

Pergunta: Um cirurgião sentirá no Purgatório todas as dores experimentadas pelos seus pacientes durante as operações realizadas por ele? Isso parece ser injusto, no caso de cirurgias necessárias.

Resposta: Claro que não. Os sofrimentos no Purgatório são consequências de infrações morais e ressentimento dos que foram prejudicados. Um cirurgião que realiza uma operação está prestando um serviço que merece a gratidão do paciente operado e a imagem dessa operação no panorama da sua vida reverterá em seu benefício, no Primeiro Céu, acrescentada à gratidão da pessoa que foi beneficiada. Isto o tornará mais ambicioso em servir cada vez melhor o seu semelhante.

Por outro lado, os cirurgiões inescrupulosos, que convencem as pessoas a se submeter a certas operações para que sirvam de cobaias ou os que as tiram de instituições de caridade com esse propósito, serão certamente tratados com a severidade que merecem. Quanto ao Purgatório dos vivisseccionistas, testemunhamos alguns casos cujo sofrimento faria o do inferno ortodoxo, com o demônio e a forquilha, parecer um local de doce lazer. Contudo, não existem agentes externos de natureza violenta para punir tal ser. O que ele realmente sente é a agonia do animal torturado, que está contida no panorama da sua vida e que incide sobre ele com tríplice intensidade, pois a existência no Purgatório representa apenas um terço da duração da existência física. Essas pessoas não avaliam nem têm a mínima ideia do que estão acumulando para si próprias. Se essas câmaras de tortura fossem desativadas, haveria um horror a menos no mundo.

(Pergunta nº 27 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Método Rosacruz de Desenvolvimento

Método Rosacruz de Desenvolvimento

A Ordem Rosacruz possui um método de desenvolvimento espiritual científico comprovado por aqueles que se submeteram à prática de seus preceitos. Baseados em investigações espirituais profundas, realizadas pelo fundador da Ordem e seus doze discípulos, conhecidos por nós como Irmãos Maiores, esses sagrados seres não apenas alcançaram um consenso sobre as tendências pelas quais as Mentes da humanidade atual responderiam como estabeleceram um método que habilita o ser humano, enquanto renascido aqui, a: (1) quebrar o ciclo vicioso de produção de pecados (sofrimento e morte); (2) iniciar um processo de purificação pessoal; (3) tornar seus corpos ferramentas mais úteis para atividade do Ego; (4) antecipar aprendizados que estariam reservados somente a vidas futuras. Com efeito, o método Rosacruz de desenvolvimento permite intensificar o grau vibratório e a força espiritual de uma pessoa, capacitando-a a realizar importantes feitos na Grande Obra Divina. Talvez seja esse o motivo pelo qual Max Heindel, mensageiro direto da Ordem Rosacruz, considerou esse método como o ensinamento mais importante de obra descrita no livro O Conceito Rosacruz do Cosmos.  Para encontrarmos sentido nos preceitos propostos pelo Método Rosacruz de Desenvolvimento, faz-se necessário recapitularmos todo o procedimento ordinário de produção anímica humana.

Durante toda a vida, o ser humano constrói e semeia até o momento de sua morte ou passagem para os planos internos. Então, o período de sementeira ou expressão objetiva da vida cessa, iniciando um novo período de colheita denominado pela Fraternidade Rosacruz de estado subjetivo da vida. Os fatores que constituem a base para o período de colheita são os registros de todos os acontecimentos da vida em questão. Esses registros não fazem parte da memória comum do ser humano, utilizada na vida cotidiana, mas estão armazenados em um átomo localizado no ventrículo esquerdo do coração. Tal átomo é conhecido pelas Escolas de Sabedoria Ocidental como Átomo-semente do Corpo Denso.

Também, como é sabido entre os Estudantes Rosacruz, o Corpo Denso do ser humano comum tolda a capacidade do Ego em acessar e utilizar um poder espiritual que acumulou desde sua criação. No entanto, quando ocorre sua morte, esse poder é livremente acessado, mesmo que o Ego não esteja consciente desse fato. Assim, a pessoa fica capacitada para ler os registros do Éter Refletor (Região Etérica do Mundo Físico) que estão gravados no Átomo-semente mencionado. Esse processo constitui na apresentação de toda a vida do indivíduo como um panorama, que desfila à frente do Ego, mas em ordem inversa.

É importante compreendermos que os registros dos acontecimentos da vida não são relevantes para o desenvolvimento espiritual, mas sim o resultado das ações que são os produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do Ego) e corporal (vontade do “eu inferior”) do ser humano. Além disso, todas as ações resultantes dessa guerra possuirão uma classificação moral e pessoal dada pelo próprio Ego. São exatamente esses dois registros (resultado da guerra entre o Espírito e seus Corpos; e julgamento moral desse resultado) que constituem a base de registro daquilo que será revivido em ordem inversa durante o panorama da vida, logo após a morte, e formarão as experiências da vida purgatorial e das atividades no céu.

Mas antes que o Ego se aproxime do momento de sua morte, registros de suas atividades diárias estão ocorrendo em todo o momento da vida. A pergunta que surge então é: Como os registros ocorrem? Nós, enquanto Egos, sempre que temos vontade de realizar algo (pensamento, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras, ações, entre outros) imaginamos ou acessamos nosso repertório particular sobre tal assunto que está armazenado em nossa Memória Consciente. A partir desse acesso e imaginação, formamos uma ideia de execução de tal ação. A vontade inicial de execução é um atributo do veículo Espírito Divino do Ego; a imaginação é atributo do veículo Espírito de Vida e, por fim, a ideia fruto do veículo Espírito Humano. Perceba que o último produto desse processo (a ideia), que didaticamente atribuímos ao Espírito Humano, jamais existiria sem que houvesse trabalho prévio do Espírito de Vida (imaginação) e do Espírito Divino (vontade). Portanto, a ideia em si contém toda a atividade do Espírito Virginal manifestado, o Ego, que apesar de ser entidade única se manifesta de modo tríplice, como Deus que o criou.

Se aplicarmos a relação hermética nesse complexo procedimento, em que tudo que está embaixo está também em cima e vice-versa, Deus nosso criador, quando criou nosso Sistema Solar, também teve Vontade de criar (seu primeiro Aspecto que conhecemos como PAI). Essa vontade disparou o segundo aspecto Amor-Sabedoria (que conhecemos como FILHO ou CRISTO) no qual concebe os meios para que essa vontade possa ser expressa. Então, o segundo aspecto fornece o TOM ou Nota-Chave que emite vibrações que dão o molde para constituição de todas as coisas que deverão compor esse Sistema Solar. Finalmente, esse processo dispara o terceiro aspecto ou Atividade (que conhecemos como ESPÍRITO SANTO ou JEOVÁ) que atrai o material Divino (Substância Raiz-Cósmica) pondo-o em movimento para concretizar todas as coisas de acordo com a vontade do PAI e ditadas pelos moldes do FILHO. Assim, também, o VERBO é DEUS, estava no princípio com DEUS e se fez carne quando colocou todas as coisas em movimento para manifestar a vontade de DEUS. Uma vez que o VERBO fornece a Nota-Chave de tudo, nada do que tem sido feito foi feito sem ELE.

Voltando ao nível da ação humana, quando uma ideia é, então, concebida, necessita ser direcionada sobre os corpos ou instrumentos do Ego para poder ser manifestada. O instrumento que projeta essa ideia sobre os Corpos é o veículo Mente. Nesse ponto, uma das três direções de ação será necessariamente utilizada: (1) ação imediata; (2) ação postergada e (3) ação imediata, mas por processo positivo da telepatia, negativos da hipnose ou da obsessão. Aqui, vamos descrever apenas a ação imediata ou item (1).

Assim, quando uma ideia é concebida, deverá ser projetada sobre o Corpo de Desejos para poder ser expressa. Nesse ponto, um dos dois sentimentos, Interesse ou Indiferença, deverá ser despertado. O Interesse pode ativar tanto a Força de Atração quanto a de Repulsão, já a Indiferença não produzirá nenhuma barreira da personalidade, o que deixará a manifestação dependente da própria força espiritual da ideia para ser expressa ou não. No caso da ativação do sentimento de Interesse, a ideia será revestida de material de desejos semelhante à natureza da ideia. Após essa união entre ideia e desejos, poderá atuar sobre os centros nervosos voluntários, mas ainda em nível etérico. Somente após ser também revestido de Éter, poderá ativar a força física para que ocorra expressão na Região Química do Mundo Físico. Note que essa direção empregada é simplesmente a condição ideal para crescimento anímico do Ego. Sua vontade é respeitada e potencializada por seus instrumentos que lhe obedecem. O resultado dessa ação é o sucesso, bem como o sentimento positivo pessoal de concretização da ação serão registrados no Átomo-semente pelo Éter Refletor.

Por outro lado, quando uma ideia desperta a Força de Repulsão, toda a vontade de expressão do Ego pode ficar comprometida. Por exemplo, se uma pessoa alimentou por toda a sua vida o sensualismo, estabeleceu hábitos semelhantes em seu Corpo Vital e boa parte da densidade de matéria de desejos de seu Corpo de Desejos também será sensualista. Isso revela uma tendência a responder de modo sensualista a muitas situações do cotidiano. Se no decorrer de sua vida, o diapasão interno espiritual da pessoa for acionado, compreenderá que tal hábito não mais possui sentido e procurará não mais alimentá-lo. Assim, seu Ego irá conceber uma ideia de pureza e devoção e tentará projetá-la sobre sua Mente para que seus Corpos respondam a essa solicitação. No entanto, tal ideia, ao chegar dentro do Corpo de Desejos, se deparará com os antigos hábitos sensualistas que tentaram expulsar e aniquilar a ideia de retidão e pureza. Se a energia espiritual (do Ego) for forte, poderá romper caminhos por meio dos centros cerebrais e executar a ação reta. No entanto, se a força dos corpos for mais poderosa, a Força de Repulsão prevalecerá. Essa é a guerra entre a força espiritual e os corpos, entre a natureza superior e inferior.

Como já mencionado, o Átomo-semente registra o resultado das ações que são produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do Ego) e corporal (vontade do eu inferior) do ser humano. Também registra o resultado quando não há guerra, ou quando a Força de Atração foi disparada. Além disso, todas as ações resultantes dessa guerra terão uma classificação moral e pessoal dada pelo próprio Ego. O resultado de todo esse processo é que constituirá todo o panorama que formará a base de crescimento anímico (produção da Alma). Como descrito por Max Heindel, há casos extremos em que a produção anímica é praticamente anulada pela força dos corpos, ou seja, a vontade, a imaginação e a ideia do Ego, praticamente não conseguem espaço de expressão na vida do indivíduo, sendo esse a vítima de seu eu inferior o tempo todo. São as pessoas que possuem um Corpo Vital tão denso (preenchido mais com Éteres inferiores) e um Corpo de Desejos tão cheio de material das três regiões inferiores do Mundo do Desejo que impedem toda a ação do Ego.

Logo que a morte ocorre, os veículos superiores abandonam o Corpo Denso. Os primeiros ficam presos ao último por meio do Cordão Prateado. O tempo em que o Ego permanece nesse estado pode variar entre algumas horas e três dias e meio. É nessa condição que o panorama inverso mencionado anteriormente ocorre. Os arquivos que foram registrados no Átomo-semente iniciam um processo que constitui uma espécie de filme que se desenrola de trás para frente, revelando ao Ego, primeiramente, os efeitos e depois as causas de suas ações.

Como a vida purgatorial faz parte do Mundo do Desejo (ausente de memória da vida precedente) e não da Região Etérica, o Purgatório apenas exercerá benéficos sobre o Ego se ele for capaz de transferir as informações contidas nesse panorama para o Átomo-semente do Corpo de Desejos. A maneira pela qual essa transferência ocorre depende da atenção que o Ego despende sobre o filme que o panorama lhe revela. Quanto mais nítida for sua observação, maiores impressões serão formadas no Átomo-semente do Corpo de Desejos. Caso não preste a devida atenção, não ocorrerá à transferência mencionada – ou ela será gravada com baixa qualidade – e suas experiências serão perdidas ou não aproveitadas totalmente.

Observe, pois que se nesse importante momento da exibição do panorama houver eventos que favoreçam a distração do Ego, tais como lamentos ou teatros histéricos, ou se o Corpo Denso for submetido a procedimentos cirúrgicos ou de autópsia, perdas incalculáveis para seu desenvolvimento anímico poderão ocorrer. Conclui-se, portanto, que a oração, a serenidade e os desejos de incentivo para que a passagem do Ego aos Mundos internos seja tranquila constitui ambiente favorável para que o Ego cresça e evolua. Quanto mais conscientizarmos as pessoas sobre tais processos, mais serviços à evolução dos irmãos e irmãs prestaremos.

Após a contemplação do panorama da vida e a transferência das experiências ao Corpo de Desejos, inicia-se a vida purgatorial. Muitos Estudantes Rosacruzes acreditam que são apenas os maus hábitos ou pecados que constituem a permanência no Purgatório. De fato, são esses os motivos, mas uma análise mais profunda e psicológica revela que também existem outros fatores implícitos. Por exemplo, desejos de apego a objetos, vícios, dinheiro, pessoas e ilusões de assuntos não terminados constituem fatores determinantes para permanência do Ego no Purgatório. Esse apego promove um desejo intensíssimo de retornar e dar continuidade à vida mundana recém-finda. Assim, o desejo de retorno é também a origem e razão da permanência.  

A purgação ocorre exatamente porque o Ego busca satisfazer seus desejos ou vícios antigos, ou de continuar os assuntos que julga inacabados. Torna-se, desse modo, vítima de seu próprio desejo. O dependente químico, o sensualista, o fumante, o avarento, o chefe de família apegado, entre outros, sofrem. Por estarem observando oportunidades para alimentar seus antigos hábitos, mas não conseguirem realizá-los, sofrem ardentemente. Por não terem outra escolha, aprenderão, com o tempo, a não mais alimentarem tais desejos antigos e essa atitude será a chave para abrir a porta da liberdade e deixar esse estado purgatorial.

Esse também é um dos motivos pelos quais as Escolas de Mistérios Orientais instruem seus adeptos a matarem o desejo. Se não tiverem apego algum, não passarão pelo Purgatório. Não percebem, no entanto, que ao matar o desejo, matam também a produção anímica e crescimento moral. É muito mais vantajoso dominar o desejo e direcioná-lo à produção de experiências positivas do que matá-lo e permanecer inerte. “Não se tira a têmpera do aço que forma uma espada ou faca”. Se assim o fizermos, apesar da espada ou faca não mais constituir uma arma que fere, não mais poderá cortar e ser útil para os propósitos nobres de quem os quer utilizar.

Toda a purificação feita no estado purgatorial gerará um agudo sentimento e noção daquilo que é correto e o que não deve ser feito em próximas oportunidades de vida (a voz interna discernimento). Mesmo que as experiências de vidas passadas sejam esquecidas em vidas futuras, o sentimento subsistirá e constituirá a “voz silenciosa” que nos adverte, ainda que não saibamos o porquê, mas quanto mais clara tenha sido a experiência purgatorial (dependente da contemplação do panorama), mais claramente ouviremos essa voz da consciência.

No Primeiro Céu, todas as ideias que não puderam ser concretizados em função das limitações da matéria o serão. Além disso, por ser a região onde há apenas sentimentos altruístas e sublimes, todas as boas ações ou motivos pelo qual o Ego buscou ser nobre na última vida serão revividos para servir de reforço para continuar. Esse reforço constitui um poder anímico que capacitará o Ego a aprimorar seus Corpos para vidas futuras, tornando-os mais sensíveis na capitalização e utilização de materiais mais sublimes e espirituais nas próximas existências objetivas. Mas a aplicação real desse crescimento anímico só ocorre no Segundo Céu.

A partir do estudo e da recapitulação ocorre todo o processo natural de desenvolvimento e crescimento anímico humano e é possível identificar elementos que podem ser otimizados ou potencializados para que ocorra um avanço ou adiantamento desse processo. O Estudante Rosacruz deve observar que não podemos compelir ou forçar elementos como nos convém, mas esses devem seguir as forças das leis naturais que operam suas manifestações.

A indagação que o Fundador da Ordem Rosacruz e seus doze discípulos provavelmente vivenciaram foi de como criar um método que respeitasse o curso das leis naturais e, ao mesmo tempo, propiciasse ao Aspirante à vida superior um seguro adiantamento de produção anímica, sem lhe gerar problemas de saúde ou desequilíbrios mentais e espirituais. Também para que não ficasse na dependência de aproveitar tudo o que vivenciou apenas com a chegada da morte, passagem pelo Purgatório e Primeiro Céu

Seguindo a lógica, é possível obter maravilhosos resultados da natureza por meio da aplicação de métodos científicos que obedecem à harmonia e suas Leis. Por exemplo, é possível fazer brotar duzentos pés de uma planta onde antes, pelos antigos métodos rústicos, nenhum conseguia subsistir. A lógica é que se somos capazes de aplicar tais métodos para benefícios materiais, também seremos capazes de aplicá-los para obtermos benefícios espirituais.

Desse modo, os materiais e as leis naturais que dão base para todos os acontecimentos relativos ao panorama da vida, vida purgatorial e no Primeiro Céu são:

(1) um Átomo-semente capaz de registrar tudo o que ocorre no dia a dia da pessoa, independentemente de sua consciência desse fato;

(2) um Éter que permita tal registro;

(3) um estado ou condição em que o Ego está prestes a deixar o Corpo Denso e levar consigo seus veículos superiores;

(4) uma atenção e memória para registrar todos os fatos que são recapitulados;

(5) a situação que cada fato imprima sobre o Átomo-semente do Corpo de Desejos o resultado da guerra entre o Espírito e seus Corpos; e julgamento moral desse resultado;

(6) que todo esse processo ocorre de modo inverso ou de trás para frente;

(7) a presença da Lei de Consequência.

É sabido que o ar que respiramos está cheio de Éter e, por meio de cada inspiração que efetuamos, todo Éter contido nesse ar será transmitido ao sangue pelos pulmões e passará também pelo coração. Nessa passagem o Éter (agora no sangue) fará seu papel de transmitir ao Átomo-semente todos os quadros de ações vivenciados pelo Ego naquele momento. Assim, contemplamos os itens (1) e (2) em nosso processo de entender o Método Rosacruz de adiantamento espiritual.

A próxima pergunta é: será que não há oportunidades durante a vida objetiva, ou seja, antes da morte, que simule condições semelhantes ao estado que o Ego está prestes a deixar o Corpo Denso e levar consigo seus veículos superiores (3)? De fato, há! E elas ocorrem todos os dias. Tudo que está embaixo está também em cima e vice-versa. Se cada dia representa uma parcela de toda a vida do Ego e cada noite representa o trabalho interno do Ego realizado depois da morte, sempre haverá um momento em cada dia que simule a condição do item 3. É exatamente pouco antes de entrarmos efetivamente no sono, mas já repousando na cama, que o Corpo Denso relaxado, porém consciente, está prestes a entrar nos Planos internos. Pouco antes de atravessarmos essa fronteira, se formos capazes de direcionarmos nossa atenção e memória num processo que simule o panorama da vida que se desenrola no sentido inverso, verificando primeiramente os efeitos e depois as causas das ações (item 4), seremos capazes de reproduzir o panorama da vida. A vantagem é que somente os eventos daquele dia que acabamos de viver deverão ser relembrados.

Mas, lembre-se que as imagens produzidas devem ser transmitidas para o Corpo de Desejos (item 5). Caso contrário, apenas fortalecerá a memória dos fatos vividos e nenhum crescimento moral ocorrerá. Para que sejam transmitidos para o Corpo de Desejos, o Aspirante à vida superior deve, a cada vez que o resultado da guerra entre Espírito e seus Corpos seja reproduzido diante de seus “olhos mentais”, julgar moral e pessoalmente o resultado. Se ocorreu de acordo com suas aspirações espirituais ou não. Caso positivo deve se vangloriar e reviver o Primeiro Céu; caso negativo deve sinceramente se arrepender e fazer queimar sua personalidade no Altar do Sacrifício. Deve também prometer sacrificá-la, assim como os animais eram queimados e sacrificados nesse Altar, quando da época do Tabernáculo no Deserto, a primeira Igreja.

Note que o panorama foi seguido de maneira inversa obedecendo ao padrão natural da morte (item 6). Desse modo, os registros que estavam armazenados no Átomo-semente são revividos antecipadamente no final de cada dia. Consequentemente eles serão apagados, pois já cumpriram seu propósito de fazer o Ego crescer animicamente. Perceba o leitor que o Aspirante à vida superior antecipa o estabelecimento da harmonia que desequilibrou durante seu dia. Assim, a Lei de Consequência também desempenhará seu papel.

Se esse poderoso método for sistematicamente empregado diariamente sob as condições necessárias para tal, ao fim da vida poucos registros estarão impregnados no Átomo-semente. Assim, o panorama que deveria desenrolar para o Ego já terá cumprido seu propósito. Tanto o Purgatório quanto o Primeiro Céu poderão ser evitados e o tempo que deveria ser despendido para ocorrência desse processo de produção anímica poderá ser empregado em serviços ou aprimoramentos que fogem à nossa capacidade de imaginação. Além disso, antes que a morte ocorra, o Aspirante à vida superior estará apto a: (1) quebrar o ciclo vicioso de produção de pecados (sofrimento e morte); (2) a iniciar um processo de purificação pessoal; (3) tornar seus corpos ferramentas mais úteis para atividade do Ego; (4) a antecipar aprendizados que estariam reservados somente a vidas futuras. Conforme mencionado anteriormente, com esse método, o Aspirante à vida superior poderá intensificar o grau vibratório e sua força espiritual, capacitando-se a realizar importantes feitos na Grande Obra Divina, semelhantes àqueles desenvolvidos por pessoas consideradas santas. Esse é o motivo pelo qual Max Heindel, mensageiro direto da Ordem Rosacruz, considerou esse método como o ensinamento mais importante de todo O Conceito Rosacruz do Cosmos.

Que Deus lhe ajude a iniciar o processo de Retrospecção – o nome do Exercício Esotérico noturno descrito acima – o quanto antes, para que as maravilhas celestes possam ser concretizadas em sua vida e nas daqueles que estão entrelaçados em sua Teia do Destino.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

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Pergunta: É possível espiritualizar nossos lares, abençoando-os?

Pergunta: É possível espiritualizar nossos lares, abençoando-os?

Resposta: Certamente que sim. Podemos e devemos formar uma atmosfera espiritual em nossos lares, devotando uns poucos momentos, todos os dias, a uma prece sincera de ação de graças e consagração. Assim fazendo, formaremos uma vibração que atrai hóspedes invisíveis e benéficos, bem como Anjos e colaboradores, para nosso meio familiar, auxiliando, assim, a torná-lo um lugar de conforto, inspiração, força e paz, onde todos se sintam bem. As crianças que crescem em tais lares, de harmonia e facilidade provenientes de uma vida devocional, são enormemente fortificadas para as experiências da vida, pois essas vibrações constroem em seus Corpos Vitais uma fortaleza espiritual.

Os Estudantes Rosacruzes que conhecem o poder do pensamento têm o grande privilégio e responsabilidade de empregar seus conhecimentos, dons mentais e emocionais para impregnar com essas vibrações elevadas os seus lares, lugares de trabalho ou qualquer edifício em que entrem.

Atente-se bem: se ocupamos um cômodo em um hotel ou casa que nos tenha hospedado, a primeira coisa que devemos fazer é transmitir ao local uma bênção para todos os que já ali estiveram; depois, devemos impregná-lo com pensamentos de paz e harmonia, a fim de que todos os que venham ali depois de nós sejam abençoados pelas emanações amorosas que deixamos.

Qualquer pessoa com alguma sensibilidade espiritual percebe isso ao entrar em um lugar. Tão importante maneira cristã de agir deverá ser compreendida um dia pela humanidade inteira, quando nos convencermos de que realmente “os pensamentos são coisas”.

(Pergunta dos leitores, publicado na Revista Serviço Rosacruz dezembro/1965)

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Algumas Palavras sobre a Simbologia do Natal em Nós

Algumas Palavras sobre a Simbologia do Natal em Nós

Estamos nos aproximando do Natal, época de grande significado para nós, Estudantes Rosacruzes.

Façamos um pequeno histórico da vida do ser humano e de sua relação com o acontecimento ocorrido há dois mil anos, a fim de entendermos a ligação entre Deus e a humanidade e outras coisas.

Por certo, o caro leitor já deve ter pensado no significado mais profundo do Natal e na sua importante ligação com a vida dos seres humanos. De fato, existe algo de profundamente grande nesse elo entre o Natal e a humanidade.

Falam os Evangelhos de um ser de elevada evolução, Jesus de Nazaré, nascido em Belém, cidade da Palestina. Nasceu Ele, por falta de estalagem, em lugar humilde, uma manjedoura onde se dava alimento aos animais.

Pensemos no que isso representa em nossa vida. Não é só um fato ocorrido há mais de dois mil anos, encarado apenas historicamente e sem relação alguma com a atualidade. Nada disso. Pensemos bem nessas coisas e não nos será difícil descobrir que elas dizem respeito a nós mesmos.

Em primeiro lugar, o nascimento de Jesus em uma manjedoura simboliza a profunda humildade que os seres humanos devem considerar em sua vida. Jesus foi o perfeito exemplo e Cristo demarcou, com os fatos do Seu ministério, os passos que toda a humanidade, a seu tempo, deverá percorrer conscientemente para voltar ao Pai.

Desde o Período de Saturno, os Espíritos Virginais (a Hierarquia Zodiacal de Peixes) têm, vida após vida, desenvolvido e aperfeiçoado seus veículos, inclusive a Mente, que proporcionará ao ser humano, cada vez mais, a consciência de si mesmo como indivíduo. Através da Mente e do desenvolvimento da razão, chave dessa Época, a Ária, iremos descobrir dentro de nós uma réplica da história de Jesus e mais profundamente sentiremos a relação que existe entre nossas vidas e a daquele amado Irmão Maior da humanidade.

A meditação sobre o Natal vai levá-lo a reconhecer algo muito sério que a grande maioria dos irmãos e irmãs não alcançou ainda e o Cristianismo popular, por isso (em parte), não explica.

Bethlehem (Belém) significa “casa de carne” em hebraico (“casa do pão” em grego antigo) e é o símbolo do corpo material, que é composto de elementos químicos. Mesmo já domesticados, dentro desse corpo existem os “animais dos nossos instintos”, porque a manjedoura de nosso coração não abriga apenas sentimentos elevados. Ali, sob o influxo divino evolutivo, destinado um dia a abrigar um “Cristo adulto”, nasce Jesus, o espírito interno que surge mais definidamente dentro de nós, após tantos anos de escravidão, filho de José, a Vontade educada, e de Maria, a Imaginação pura. Desses dois atributos primeiros da Divindade surge o Verbo que se fez carne.

Quanto mais não podemos deduzir de tão sublimes ensinamentos à luz da Filosofia Rosacruz, que tudo nos alumia? Em tão curto espaço não poderíamos nos estender.

(por David Dias dos Santos, publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1966)

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Proteção aos Reinos Inferiores: apele para sua razão e sentimento para cumprir um dos Dez Mandamentos na íntegra, “não matarás!”

Proteção aos Reinos Inferiores: apele para sua razão e sentimento para cumprir um dos Dez Mandamentos na íntegra, “não matarás!”

O dia 21 de setembro é particularmente dedicado às árvores, formas de expressão no Mundo Físico dos mais adiantados espíritos da onda de vida vegetal, ainda não individualizados, e por essa razão evoluindo sob a custódia de Espíritos-Grupo Angélicos.

Os poetas e prosadores têm decantado, sobremaneira, os benefícios que o ser humano aufere à custa das árvores. Constâncio Vigil assim as expressa sobre a árvore: “Cópia do Universo, e toda serenidade, beleza e harmonia“.

Os governos da maioria dos países se encontram, atualmente, empenhados numa campanha de incentivo ao reflorestamento, oferecendo inúmeras vantagens àqueles que aderirem a ela.

Louvamos tais atitudes, e não podemos deixar e reiterar nosso apoio a quaisquer movimentos dessa natureza, porém, nosso objetivo vai mais além. Não só exaltamos a magnitude da proteção ao Reino vegetal, como também propugnamos pelas mesmas atenções a todos os Reinos da natureza.

A vida no Mundo Físico manifesta-se por meio da forma, e é mister que essa se aprimore para que aquela venha a manifestar-se com mais desenvoltura. Nossa ação é importante no aperfeiçoamento de tudo quanto nasce, cresce, vive e se transforma na face da Terra. Partindo do princípio de que somos representantes de um Reino superior ao mineral, vegetal e animal, assumimos a responsabilidade de contribuir para que a manifestação da Vida, através daqueles Reinos, realize-se em ascensão constante.

A diligência e o esmero empregados no trabalho executado com os minerais contribuem para a sua ascensão. O Reino vegetal, nós o sabemos, é extremamente dadivoso. Contudo, quando se fala em proteção aos Reinos inferiores, nossa atenção volta-se para o Reino animal, contra o qual são perpetrados verdadeiros crimes.

Sob o pretexto de obter alimentos, o ser humano dedica-se a matança dos mais elevados representantes da escala animal, com isenção plena de compaixão, às vezes com frieza e sadismo deplorável. Não temos o direito de restringir a vida a seres que estão a um passo da individualização. Se necessitamos de alimentos, os mais adequados a nossa constituição encontram-se no Reino vegetal, pródigo em variedade e qualidade.
A Filosofia Rosacruz é objetiva no sentido de ensinar que toda partícula alimentar que ingerimos contém vida e, antes que esta partícula seja agregada ao nosso organismo pelo processo da assimilação, é necessária que a dominemos e sujeitemos a nós mesmos, o que trará harmonia ao corpo. Quanto mais individualizada for a partícula, tanto mais dificuldade haverá para que seja assimilada. O animal possui Corpo de Desejos.

Cada célula que compõe seu corpo possui uma alma individual, compenetrada pelas suas paixões e desejos. Eis porque a carne, como alimento, requer intenso esforço orgânico no processo de assimilação. Inclusive, a própria dentição humana não é apropriada a preparar tal tipo de alimento para ser trabalhado pelo aparelho digestivo. Então, seremos coerentes com a nossa própria condição de seres racionais, se procurarmos alimentos no Reino vegetal, sendo os mesmos menos individualizados, e amplamente adequados às nossas necessidades, substituindo, com maiores vantagens, os elementos nutritivos oriundos da dieta carnívora, principalmente pela facilidade com que são assimilados. Estudos científicos empreendidos sem preconceitos demonstraram ser o ser humano um animal frugívoro (que deve alimentar-se de frutas, folhas e raízes). Isso foi evidenciado pela anatomia comparada.

Analisando os fatos à Luz da Ciência Oculta, não nos causa estranheza que uns sem número de enfermidades venha afligindo a humanidade. As consequências só podem ser funestas quando os atos humanos colidem com as Leis da Natureza. Estas regem a conservação da vida, da espécie e da saúde.

Muitas debilidades orgânicas poderiam ser erradicadas pela adoção da dieta vegetariana.

Muitos podem objetar, afirmando que truncamos o desenvolvimento de um vegetal tirando-lhe a vida para usá-lo como alimento. Porém, isto pode ser esclarecido. Quando a fruta está madura, realizou o seu propósito de servir como matriz para o amadurecimento da semente. Se não é utilizada como alimento apodrece e perde-se. Além disso, está destinada a servir de alimento ao animal e ao ser humano, proporcionando-se assim, à semente, oportunidade de crescimento ao espalhar-se em solo fértil. E deste modo não se arrebata à vida, mas ampliam-se as possibilidades de que ela se manifeste.

Se a matança de animais com a finalidade de se obter alimentos constitui algo abominável, tal ato praticado por mera recreação ou esporte torna-se profundamente execrável porque envolve violência, sadismo e, evidentemente, covardia por tratar-se de vítimas irracionais.

A Filosofia Rosacruz apela para a razão e sentimento do Estudante Rosacruz, no sentido de que seja observada a primeira Lei da Ciência Oculta: “Não matarás”. Cada um deve compenetrar-se de sua responsabilidade como protetor dos mais fracos, inspirando-se nas belas elucidações de Max Heindel, contidas no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e nas piedosas palavras de Ella Wheeler Wilcox:

“Eu sou o defensor do meu irmão e lutarei a sua luta; falarei a palavra em nome do animal e da ave, até que o mundo saiba o que deve fazer”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Purgatório visto como a “cura da alma”

O Purgatório visto como a “cura da alma”

Ninguém deve temer o Purgatório, já que ele é um “hospital para alma”. Nele as pessoas moralmente enfermas recebem o cuidado necessário para “restaurar a saúde”. Certamente que nesse cuidado pode incluir uma espécie de “cirurgia” que frequentemente é dolorosa para o Ego, já que é realizada, mediante a ação da força de Repulsão; força essa que predomina nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, onde se localiza o Purgatório.

Os fabricantes de instrumentos da maldade devem aprender a elevar-se acima de seus desejos; já que a escravidão dos apetites físicos é vencida pela completa impossibilidade de gratificá-los. Os “demônios” da crença ortodoxa são vistos no Purgatório como uma força inferior da onda de vida comparada à dos insetos e répteis do Mundo Físico, porém menos perigosos devido ao fato de que são mais dóceis à vontade do Ego e ás forças psíquicas. Um simples ato de determinação, uma elevação de consciência mediante a oração, não de caráter angustioso, suplício (ainda que essa também tenha seu poder), mas da oração tranquila que nasce de uma Mente elevada afasta rapidamente esses elementais, enquanto o corpo doente não é tão facilmente dissipado.

A base da vida no Purgatório são as cenas em que a alma errou e são revividas, e ela se vê no lugar daquele que prejudicou e sofre como sofreram aqueles que ela lesou na vida terrena, da  mesma forma que a base da vida enquanto encarnados neste Mundo Físico é o panorama da vida que escolhemos no Terceiro Céu. Mesmo porque no Purgatório vivemos, em média, 1/3 do tempo vivido aqui e nesse período temos muito que compensar por meio do arrependimento e reforma íntima.

O que ocorre, às vezes, é os Auxiliares Invisíveis encontrarem pessoas que estão no Purgatório e que lhe pedem que vá as suas famílias para dizer-lhes para viver vidas boas e fazer o seu melhor para não ter que sofrer depois que eles passarem pela morte. E, obviamente, eles não vão, porque de nada adiantaria (como não adianta, na maioria das vezes, a gente ser testemunhas oculares das mazelas dos nossos pais, familiares e entes próximos e, mesmo assim, a gente continua fazendo o que é errado!).

Vamos falar um pouco sobre como é o processo da experiência purgatorial, quanto à sua constância em sentirmos os sofrimentos e as dores purgantes encadeando um sofrimento após o outro durante toda a nossa existência nesse lugar. Usemos a Lei de Analogia para entendermos como funciona lá, estudando como funciona aqui. Suponhamos que uma pessoa que sofre intensamente, por um curto período de tempo, geralmente sente a dor muito agudamente. Agora uma outra pessoa que sofre durante anos sucessivos, embora a dor infligida possa ser igualmente intensa, não parece senti-la na mesma proporção que a primeira pessoa. Isso ocorre porque a segunda pessoa se acostumou a ela e, de certa forma, o seu Corpo Denso se adaptou à dor; por isso, o sofrimento não é tão intensamente sentido nesse caso quanto no primeiro.

A mesma coisa ocorre na experiência purgatorial: se uma pessoa foi muito dura, cruel, indiferente quanto aos demais, egocêntrica, causadora de muita dor e sofrimentos nos outros, então o seu sofrimento no Purgatório será muito rigoroso e intensificado pelo fato de que a experiência purgatorial seja de menor duração do que a vida vivida na Terra; mas a dor é intensificada proporcionalmente. Comparando com o caso acima se a experiência dessa pessoa fosse contínua ou a dor gerada por um ato fosse imediatamente seguida por outra, grande parte do sofrimento seria perdido para a pessoa, pois não seria sentida em toda a sua intensidade. Por esse motivo, às experiências lhe chegam em ondas, com períodos de descanso, para que o sofrimento seguinte possa ser profundamente sentido. Alguns podem achar que isso seja cruel e que a dor infligida, ao utilizar-se desse artifício para intensificar o sofrimento, seja desnecessária. Porém não é assim. Esse sofrimento resultará um bem maior, pois Deus nunca busca desforra ou vingança, mas apenas almeja ensinar a pessoa pecadora a não mais reincidir no erro. Por isso, ela deve expiar todos os pecados cometidos. Isso irá ensiná-la a respeitar, em vidas futuras, os sentimentos alheios e a ser misericordiosa com todos. Portanto, é necessário que a dor seja altamente sentida para a conservação da energia e para que a pessoa possa se purificar e se tornar melhor, o que não aconteceria, caso a dor fosse contínua e o sofrimento, correspondentemente amenizado.

As experiências do Purgatório são gravadas no Átomo-semente do Corpo de Desejos como fruto da vida passada e depois na forma de um sentido moral purificado que o Ego leva consigo e conduz depois ao próximo renascimento para atuar como consciência e estimular o desenvolvimento das virtudes ao conceito de justiça e misericórdia.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Pergunta: O que acontece quando um suicida vive apegado à Terra?

Pergunta: Lembra-se de Outram Court, um ex-estudante que cometeu suicídio? Bem, deixei completamente de pensar nele, pois acreditava estar seguro, onde se encontrava. Mas um dos meus colegas me contou que assistiu a uma sessão espírita em uma dessas noites e que Outram Court se apresentara. Para provar sua identidade ele insistia em falar inglês, embora também soubesse espanhol; como nenhum dos presentes entendia inglês, houve um atraso até que encontrassem um espírito conhecedor de ambas as línguas. Outram disse que ainda estava vivendo na casa do meu vizinho, onde se matara; estava sofrendo as torturas da fome e queria que lhe dessem comida. Mais tarde, durante a entrevista, passou a falar espanhol.

Desejo saber o que posso fazer. O pior é que não consigo me lembrar de coisa alguma que acontece durante o meu sono. E desejo tanto lembrar! O que posso fazer?

Resposta: Esta questão abre o vasto assunto da transição anormal para o além, tanto por acidente como por desígnio, juntamente às sensações experimentadas pelas pessoas que passaram pela porta da morte, que se comunicam através dos médiuns e pelo fato curioso que muitas das pessoas que chamamos de mortas não têm consciência de ter perdido seus corpos físicos.

Para elucidar a questão é necessário mencionar primeiro alguns fatos que dizem respeito ao ser humano e ao mundo em que vivemos. A observação diária, tanto quanto as pesquisas científicas, provam que a matéria existe e que se movimenta em condições que não podemos ver. A água evapora devido ao calor do Sol e se condensa novamente em forma de chuva. O Éter é tão necessário para transmitir a luz e a eletricidade como o ar, para a transmissão do som. O vento invisível, que é o ar em movimento, é tão seguramente uma força cósmica quanto a eletricidade, que se move no reino ainda mais sutil do Éter. Resumindo, estamos cercados por Mundos invisíveis de força e matéria que são tão real como o Mundo que conhecemos através dos nossos sentidos físicos.

Ao mesmo tempo que comemos as substâncias provenientes deste mundo denso, que é a Região Química do Mundo Físico, para sustentar os nossos corpos visíveis, assimilamos certa quantidade de matéria pertencente aos Mundos invisíveis, o que forma um revestimento para o Espírito, quando ele abandona o envoltório mortal. “O vento sopra onde quer e ouvimos a sua voz; mas não sabe de onde ele vem nem para onde vai: assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.

Sob condições normais, a saída do Espírito do corpo já inútil pode comparar-se à queda da semente da fruta madura. Mas quando o Espírito rompe a ligação antes do tempo previsto para a colheita através da morte, o veículo espiritual imaturo não pode ascender aos reinos superiores. Fica pairando nas proximidades do local que frequentava, tão ávido pelo sustento físico quanto a semente bruscamente arrancada da fruta verde. Pela própria natureza das coisas, a vontade não pode ser gratificada e uma intensa sensação de fome provocará no suicida o mais doloroso suplício. Às vezes, consegue um breve e temporário alívio, ao inalar os aromas de pratos muito condimentados.

Além do mais, da mesma forma que a polpa adere ao caroço quando este é arrancado violentamente da fruta ainda verde, alguns dos Éteres inferiores, e mesmo gases do corpo morto, aderem aos veículos superiores do suicida, ficando ele quase em um estado material, suscetível às sugestões grosseiras e sensuais em uma proporção não sentida pelas pessoas, enquanto estão no Corpo Denso. Se sua natureza é tal que sente prazer nisso, ele poderá afundar no mais profundo lamaçal do inferno, com grande prejuízo para seu bem-estar espiritual. No entanto, se tem aversão pelo que é grosseiro e sensual, a atmosfera de bestialidade na qual o suicida se encontra chocará a sua sensibilidade na proporção do seu refinamento, como muitos já expressaram ao autor. Disseram que o inferno ortodoxo, com o seu demônio, seria uma diversão suave, se comparado com o que sentiram. Alguns descrevem a dor, que comparamos a uma fome permanentemente insatisfeita ou uma dor de dentes que é persistente e latejante, mas que é sentida no corpo todo, ao invés de limitar-se à região dental.

A experiência de Outram Court confirma os ensinamentos anteriores dos Rosacruzes. Ele ainda está apegado à Terra, na mesma casa onde viveu, e o seu Corpo de Desejos evidentemente permanece muito denso, tão denso que, às vezes, ele não pode compreender que já morreu, vendo claramente o Mundo Físico e as pessoas; provavelmente senta-se à mesa com elas e tenta compartilhar o seu alimento, ou pelo menos o seu aroma. Não devemos estranhar que frequente as reuniões espíritas desses camaradas, pois essas pessoas estão em um estágio inferior de desenvolvimento, são muito sensuais e praticam, sem que estejam conscientes, a magia negra sob o pretexto de entrar em comunicação com os espíritos.

Há duas maneiras de ajudar tal Ego: uma é por comunicação direta com ele, à noite, usando a razão para lhe mostrar que ele está cometendo um erro que irá prejudicá-lo no futuro. Aconselhá-lo a suportar a dor pacientemente, até que o arquétipo sucumba na época em que deveria acontecer a sua morte. Podemos ou não ser bem-sucedidos, mas vale a pena tentar. Se o autor da carta estiver consciente a respeito do que lhe acontece à noite, poderia ter ido discutir o assunto com Outram Court exatamente como o faria, caso ambos se encontrassem no Corpo Denso. Apesar de não ter essa consciência, nada o impede de ajudá-lo. É a vontade que determina as nossas ações tanto lá como aqui e, se o consulente fixar de modo firme o seu pensamento, antes de dormir, no objetivo desejado, preparando-se com argumentos e concentrando todo o seu ser para ajudar Outram Court, este pensamento, o último antes do adormecer, será também o primeiro a penetrar nos Mundos invisíveis onde os que dormem e os que falecem encontram-se e conversam. Este pensamento passa a ser um tipo de “ideia fixa” que o acompanhará durante a noite, excluindo todos os outros pensamentos e desejos; sem dúvida, os resultados serão benéficos.

Outro método, para aqueles que não estão treinados na Concentração, é a Oração. Esse é um método apropriado para o presente caso, pois a atitude da prece frequentemente atua como um guia para essa pessoa e causa mudança no seu estado mental, o que a favorece espiritualmente. Então, os pensamentos-forma da oração tomam o lugar do Auxiliar Invisível. No entanto, são muito facilmente postos de lado, o que não os torna tão eficientes, e não podem emitir argumentos.

Aconselhamos sempre uma combinação desses dois métodos para os que não estão suficientemente treinados. Rezem pela pessoa que querem ajudar, estejam dentro do corpo ou fora dele, vivos ou mortos. Pensem no que gostariam de lhes dizer, antes de adormecer. Quando cruzarem a “Terra do Sonho”, se não estiverem ainda conscientes e não puderem interceder nem argumentar, seus sentimentos a respeito causarão alguma impressão e, se sustentados por algum tempo, o efeito será certamente perceptível.

Nosso amigo diz na sua carta que a mãe de Outram Court não compreendeu que ela própria já estava morta. Ninguém que tenha perdido o Corpo Denso pensa em si mesmo como “morto”. Na realidade, os chamados “mortos” se sentem muito mais vivos do que nós. Quando falecem normalmente, não sentem a doença nem a dor. Portanto, não podemos esperar que adotem o nosso ponto de vista, que é considerar o Corpo Denso como sendo o próprio ser humano, quando esse corpo é apenas uma vestimenta que usamos e gastamos. Suas consciências estão inteiramente focalizadas nos seus corpos espirituais, não tendo qualquer recordação do denso veículo que descartaram. Por outro lado, o suicida sente a cada momento a sensação de fome provocada pelas tentativas do corpo arquetípico de atrair para si matéria física. No entanto, sua sensação de não estar morto tem uma origem bem diferente da sensação similar da maioria daqueles que vivem agora nos Mundos invisíveis.

(Pergunta nº 11 em uma carta endereçada a Max Heindel, de Porto Rico, publicada no Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2″ – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: O ser humano que comete suicídio permanece mais tempo no Purgatório que as pessoas que morrem naturalmente?

Pergunta: O ser humano que comete suicídio permanece mais tempo no Purgatório que as pessoas que morrem naturalmente?

Resposta: Quando o Ego se prepara para renascer, desce através do Segundo Céu, onde é ajudado pelas Hierarquias Criadoras a criar o arquétipo para os seus futuros corpos e veículos. Infunde nesse arquétipo uma vida que durará certo número de anos. Esses arquétipos são espaços ocos e têm um movimento sonante, vibratório, que atrai para si o material do Mundo Físico, colocando todos os átomos do corpo numa vibração sintonizada com a de um pequeno átomo localizado no coração, o Átomo-semente, que, a exemplo de um diapasão, dá o tom a todo o resto do material no corpo. No momento em que uma vida toda foi vivida na Terra, as vibrações no arquétipo cessam, o Átomo-semente é removido, o Corpo Denso começa a se decompor e o Corpo de Desejos, no qual o Ego funciona quando está no Purgatório e no Primeiro Céu, assume a forma do Corpo Denso, o físico. Então, o ser humano começa no Purgatório o seu trabalho de expiação dos maus hábitos e ações praticadas na Terra. Em seguida, no Primeiro Céu passa pela assimilação do bem praticado durante sua última existência material.

O que antecede dá ideia do que sucede comumente quando o curso da natureza não é perturbado. Mas, o caso do suicida é diferente. O Átomo-semente foi removido no processo, mas o arquétipo oco ainda continua vibrando. Por essa razão, ele sente como se também estivesse oco e experimenta um suplício interior que pode ser comparado à aflição causada por uma fome intensa. Material para a construção de um Corpo Denso está todo ao seu redor, mas falta-lhe o padrão do Átomo-semente. Por isso, é-lhe impossível assimilar essa matéria e construir um corpo com ele. Essa horrível sensação de vazio será mantida pelo tempo que a sua vida deveria ter durado. Dessa maneira, a Lei de Causa e Efeito ensina-lhe quanto é errado não comparecer às aulas da escola da vida, e essa falta não passará impunemente. Na vida seguinte, quando as dificuldades cercarem o seu caminho, recordará os sofrimentos do passado resultantes do suicídio – ainda que não se lembre exatamente dos fatos -, e enfrentará uma nova experiência para alcançar seu crescimento anímico.

(Pergunta nº 58 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Se a vida de uma pessoa tiver muitos revezes e ela se empenhar ao máximo para cumprir todos os seus deveres, será a sua próxima vida vivida sob circunstâncias mais fáceis e mais suportáveis?

Pergunta: Se a vida de uma pessoa tiver muitos revezes e ela se empenhar ao máximo para cumprir todos os seus deveres, será a sua próxima vida vivida sob circunstâncias mais fáceis e mais suportáveis? Ou, no caso de ser uma alma evoluída deverá passar por mais provações a fim de aprender a ajudar e curar a humanidade?

Resposta: No início da sua evolução, muito seres humanos cometeram os crimes mais atrozes, sendo movidos exclusivamente pelo egoísmo, sem considerar os sentimentos dos demais. Nesses tempos primitivos, muitos de nós demonstrávamos astúcia e crueldade, raramente praticando uma boa ação. De fato, os registros mostram que, naquele tempo, muitos seres humanos passavam o intervalo entre as vidas terrenas nas Regiões do Purgatório, expiando os crimes cometidos por eles durante suas vidas físicas e não havia indícios de vida celestial. Essa era a situação mencionada na Bíblia nos seguintes termos: “perdidos nas transgressões e no pecado”. Por isso, tornou-se necessária a vinda do Cristo à Terra a fim de elevar as vibrações e fazer com que o altruísmo pudesse, gradualmente, sobrepujar o egoísmo, proporcionando a todos nós, em consequência, uma vida celestial que poderia nos fazer progredir no nosso caminho evolutivo.

Fica evidente que, durante aquele período de degradação e pecado, muitos seres humanos acumularam muitas dívidas e obrigações pesadas uns com os outros e que devem liquidá-las por meio do amor, da bondade e do serviço.

Cada um de nós carrega esse fardo do passado e é isso que constitui o assim chamado Guardião do Umbral. É dito, e é verdade, que “os moinhos de Deus moem devagar, mas moem extraordinariamente bem”; por isso, cada transgressão à Lei merece uma justa retribuição. A dívida do passado deve ser paga e, no intervalo entre duas vidas terrenas, os quadros daquela parte a ser paga através dos processos normais de evolução nos são apresentados. Depois, permitem-nos escolher nosso futuro conforme as oportunidades que nos são mostradas.

Portanto, se o Ego for evoluído, ele escolherá a vida mais penosa para conseguir livrar-se, o mais rapidamente possível, do fardo e da dívida que acumulou no passado. Quanto mais rápido isso acontecer, mais cedo o Espírito estará preparado para prosseguir em direção a uma missão mais elevada. Por outro lado, é dito que “Deus controla o vento para a ovelha tosquiada”. As almas mais fracas, incapazes de aguentar fardos muito pesados, terão o que chamamos de vidas mansas, em que pagarão suas dívidas em parcelas, um pouco de cada vez; mas levarão proporcionalmente mais tempo para serem libertadas. Vemos que há uma excelente razão para Jó ser chamado de amigo e favorito de Deus e para entender que “o Senhor castiga a quem ama”. Dando-nos o que podemos suportar, de acordo com o nosso pedido e consentimento, as grandes Hierarquias Criadoras encarregadas da evolução estão realmente nos protegendo. Por isso, Cristo chamou de abençoados os que fossem perseguidos em Seu nome e, como Ele enfatizou, mais ainda quando essa perseguição fosse injusta.

Sobre a questão do sofrimento, à luz do ocultismo, este é um dos mais poderosos raios de esperança para aquele que foi agraciado com este conhecimento. Ele nos dará forças para suportar todas as aflições. Merecemos tudo o que nos acontece e, se assimilarmos a lição, ajudando e prestando o serviço requerido a cada caso particular, podemos ter a certeza de estarmos tanto liquidando as dívidas do passado como acumulando tesouros no Céu, os quais se reverterão em poder anímico que nos manterá no caminho da retidão nas vidas futuras.

(Pergunta nº 23 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. 2” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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A Evolução e Imortalidade: elementos indispensáveis na busca pela Verdade Universal

A Evolução e Imortalidade: elementos indispensáveis na busca pela Verdade Universal

Uma grande quantidade de pensamento e energia é gasta no esforço para descobrir a “Verdade”, mas parece que nossas energias estão, em sua maior parte, indo para a direção errada.

Depois de passar por períodos de Judaísmo, Catolicismo, Protestantismo, Budismo e outras fases religiosas não conseguimos chegar à finalidade, em nossa busca pela verdade.

Cada doutrina contém, sem dúvida, sua própria verdade; porém não toda a verdade universal que o mundo está buscando de forma contínua. Não é possível que a causa real disso seja devido ao fato de que a verdade universal não tenha um objetivo? Não sendo um produto completo, mas algo sujeito à lei da evolução, que se desdobra para sempre nas páginas da história?

Não é um fato que a Verdade Universal, que a Ciência, a Religião e a Filosofia se empenham em revelar, esteja escrita nas estrelas do céu? Nesse caso, parece que a grande pergunta seja como ler as estrelas e dar uma interpretação verdadeira, livre de todas as influências externas, para essas verdades irrevogáveis e sempre presentes na constelação ou nos Planetas.

Não é possível que a Astrologia, em seu sentido moderno, associada à Astronomia e assuntos afins dos quais realmente faz parte, seja a mais próxima, e poderíamos até dizer, a única, solução para tal pergunta? Nesse caso, “A Ciência das Estrelas” é, sem dúvida, a Religião do futuro e o único poder governante que revelará a desejada Verdade.

Em resposta à pergunta “Podemos prever o futuro?”, eu diria, no sentido de “leitura da sorte”, como geralmente é entendida, decididamente NÃO. A Ciência Astral pode predizer algumas tendências e computar certos cálculos matemáticos que mostrarão a probabilidade dos eventos, conforme a compreensão do tempo em que a predição é feita; no entanto, nenhuma ciência, seja oculta, social, econômica, divina ou mecânica, pode expressar toda a verdade universal, porque toda a verdade é inexistente. Devemos esperar o desdobramento da evolução até que chegue o momento adequado e a imortalidade deve ser levada em consideração. Com muita frequência, esquecemos o grande fato da imortalidade, tanto na ciência quanto na religião. No entanto, esses dois elementos, Evolução e Imortalidade, são indispensáveis na busca pela Verdade Universal.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1918 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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