“Convém-vos que Eu vá, porque se Eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém. Eu for, Eu vo-Lo enviarei.” (Jo 16:7)
Essas palavras de “consolo” ditas por Cristo a Seus Discípulos, justamente antes de ser conduzido à Sua crucificação, foram uma promessa de que alguém tomaria Seu lugar e seguiria a Sua obra.
A pergunta surge agora: “Quem é esse Consolador e como está continuando o trabalho de Cristo?”. Foi Cristo quem disse que o Consolador é o Espírito Santo, o qual será enviado pelo Pai em Seu Nome e nos recordará todas as coisas que Ele nos disse.
Conforme estudamos no Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”: “No Mundo mais elevado do sétimo Plano Cósmico habita o Deus do nosso Sistema Solar. Este grande Ser é de manifestação tríplice, semelhantemente ao Ser Supremo. Seus três aspectos são: Vontade, Sabedoria e Atividade, atribuições do Pai, do Filho e do Espírito Santo, respectivamente. Ao final do Período de Saturno um Senhor da Mente conseguiu aprender tudo que precisava aprender até o Período de Vulcano, alcançado o mérito de construir um Corpo com material do Mundo de Deus. Assim, se tornou responsável pelas atribuições divinas do ‘Pai’, por ser o mais elevado Iniciado da humanidade do Período de Saturno. Já ao final do Período Solar um Arcanjo conseguiu aprender tudo que precisava aprender até o Período de Vulcano, alcançado o mérito de construir um Corpo com material do Mundo de Deus Assim, se tornou responsável pelas atribuições divinas do ‘Filho’, Cristo, por ser o mais elevado Iniciado da humanidade do Período Solar. Ao final do Período Lunar um Anjo conseguiu aprender tudo que precisava aprender até o Período de Vulcano, alcançado o mérito de construir um Corpo com material do Mundo de Deus. Assim, se tornou responsável pelas atribuições divinas do ‘Espírito Santo’, Jeová, por ser o mais elevado Iniciado da humanidade do Período Lunar.”.
Não é nada fácil explicar verdades esotéricas de modo que possam ser compreendidas e cridas, o que sucede unicamente quando a Mente houver chegado a um certo estado de seu desenvolvimento, evoluindo para um Corpo, o Corpo Mental.
Essa é a base comum na qual toda Ciência e toda Religião deve encontrar, e a seu devido tempo encontrará a estrutura fundamental de todas as coisas, o começo da ciência da existência e da criação. Do “um” procede o “dois”, e desses, o terceiro desenvolve a sempre presente Trindade da Unidade. Dos três aspectos ou um total, provém o quarto, e mais tarde o sétimo, o nono e o décimo segundo, pois que o Universo está baseado em leis matemáticas que dirigem suas energias.
Em certos períodos de evolução um desses três princípios aparece como predominante, mas, sem dúvida, os outros dois estão presentes. A principal característica do Pai é o poder da Vontade; a do Filho ou Cristo é o Amor-Sabedoria; e a do Espírito Santo ou Jeová é a Atividade. De modo que na Atividade temos em certo grau, o poder do Amor-Sabedoria e da Vontade em uma ou outra forma. A Ciência e a Religião se encontram nesses fundamentos comuns, pois, que cada uma delas comprova a verdade da outra.
Nossa fé e nossa crença na existência estão baseadas sobre essa Trindade quando aceitamos a doutrina de que o ser humano é Espírito, Alma e Corpo e, portanto, feito à imagem de Deus, de acordo com o axioma hermético: “Assim como é em cima, é em baixo”.
Aceitando o fato de que o Consolador é o Espírito Santo ou Jeová, vejamos o que diz nosso livro de texto o “Conceito Rosacruz do Cosmos”, sobre a matéria. Informa-nos que Jeová, o Espírito Santo, foi o maior Iniciado do Período Lunar, líder dos Anjos e Regente de todas as Luas, incluindo a nossa.
O trabalho de Jeová é o de construir corpos e formas, por meio do endurecimento ou cristalização das forças lunares. Portanto, é o “dador dos filhos”, ou seja, o que proporciona o corpo ou a forma; os Anjos são Seus assistentes nessa tarefa. Os Anjos foram a humanidade no Período Lunar e são exímios construtores do Éter e trabalham especialmente com as plantas, que passaram pelo seu estado mineral naquele Período. O Corpo Vital é o veículo cotidiano dos Anjos e, portanto, são construtores do Corpo Vital que dá a forma ao Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano. Nesse trabalho são assistidos, também, pelos Senhores da Forma.
Agora, coordenemos essas coisas com o mistério da presente estação, a Páscoa da Ressurreição (Semana Santa), quando Cristo, por meio da Ressurreição, ascende ao céu.
Cristo, para o Cristão Místico, é o Senhor da Vida que está relacionado com tudo o que vive em nossa terra e na Páscoa dá Sua vida para nós e por nós, morrendo para a Terra e nascendo no Céu.
Quando Ele nos deixa, envia-nos o Consolador, o Espírito Santo, Jeová, O qual fornece as atividades necessárias para nós. Pois bem, Jeová é o construtor de corpos e formas, e por meio da Sua atividade temos as miríades de formas de plantas, animais e de seres humanos que aparecem em magnífica profusão durante os meses de março, abril, maio e meados de junho. Esse é o trabalho de Jeová como Senhor da Criação, e nesta época, cobre a vida dada por Cristo como Espírito Planetário, com a forma. É assim que o Consolador enviado pelo Pai, a pedido de Cristo, pode nos trazer ante nós todas as coisas que Cristo nos disse.
Cristo como Espírito morador do nosso Globo, desde o Natal até a Páscoa, tem eterizado a Terra em sua passagem desde o centro até a periferia da mesma, e é com esse Éter que Jeová e Seus Anjos modelam o invólucro etérico que fornece formo ao corpo ou forma da matéria física.
O Éter Crístico contém um ingrediente solar, uma força solar; assim sendo, ao criar essa forma de Éter, Jeová e Seus Anjos têm que receber a ajuda de alguns Arcanjos, os quais foram a humanidade do Período Solar e trabalham com a substância de desejos, que interpenetra o Corpo Vital.
É, pois, evidente, que nossa evolução está ligada com as forças Solares e Lunares e também, em menor grau, com os demais corpos celestiais. Portanto, o estudo da Divina Ciência da Astrologia Rosacruz deve merecer a devida consideração na investigação do mistério da vida.
Em geral, a humanidade hoje em dia, responde principalmente aos efeitos de Saturno, Vênus e Marte: “o Pai, o Filho e o Espírito Santo”, dos quais obtemos o poder da Vontade, do Amor-Sabedoria e da Atividade em suas várias formas e graus.
Desde o Natal até a Páscoa temos sido testemunhas do poder e amor mediante o sacrifício de Cristo, na Estação da Páscoa, com a cruz do Sol sobre o equador celestial, nós passamos do amor espiritualizado de Cristo através do Signo de Peixes que termina o trabalho de Cristo na Terra, e entramos no Signo de Áries, o Signo da atividade e, portanto, o poder de Jeová, e por esta razão temos esse período intenso de atividades na produção das formas. Assim é que o Consolador vem a nós para completar o trabalho feito por Cristo para nós. Enquanto esta época constitui o período especial em que o Consolador, por meio de Seu trabalho, se torna proeminente, não devemos esquecer que ocultos para nossa vista física se acham o Pai e o Filho guiando esse trabalho, pois que esses três aspectos de Deus estão mesclados e em realidade não separados, daí a razão da frase de Cristo: “Meu Pai e Eu somos um“. Assim como na Religião, é na Ciência. Existem em ambos o Exotérico e o Esotérico, porque é sempre o invisível que produz o visível, e disso somos conscientes quando passamos da própria consciência para a consciência cósmica.
Esta é a época da criação, do nascimento e por toda parte a natureza manifesta seus esforços para produzir abundantemente através de esforços materiais e com eles vêm as tentações de edificar tesouros aqui na Terra, o impulso da própria conservação do corpo, os desejos animais de Marte. Sem dúvida, esta é também a época da exaltação do Sol à medida que retorna aos céus levando-nos ao lar do Espírito, se seguimos a Cristo. À medida que procuramos ajudar a Cristo em Sua tarefa de levar o peso e a carga da Terra, sendo melhores Cristãos, oxalá que possamos trabalhar com o Consolador com maior interesse em benefício da humanidade. No passado tratamos de acrescentar brilho a alma, assim, no presente podemos melhorar o Corpo Denso ou forma para que a Luz da Alma ilumine nosso ser. Assim é que “possa nossa luz brilhar ante os seres humanos, para que vejam nossas boas obras e glorifiquem a nosso Pai que está no céu“.
“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro” – (I Jo 4:6).
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – janeiro/1983 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Autoridades têm dito que, de todas as leis físicas e espirituais, a Lei do Equilíbrio é a mais importante – é a lei fundamental da Criação. Dela depende a continuidade do Universo. Atuando tanto no microcosmo (o ser humano), como no macrocosmo (o nosso Universo) é absolutamente sábia e ampla; dela depende a estabilidade de toda a vida em manifestação.
É a causa fundamental e o efeito final da Lei dos Opostos, da Lei da Polaridade, da Lei da Periodicidade ou dos Ciclos, de todas as forças em oposição. Não poderia haver vida material, espiritual nem psíquica na forma, não fora a ação da Lei do Equilíbrio. As violações dessa lei, seja pelo ser humano ou pela Natureza, resultarão, inevitavelmente, em maiores ou menores catástrofes.
A Filosofia Rosacruz ensina que a evolução “é a história do progresso do Espírito no tempo”. Observando a evolução tal como se manifesta nos diversos fenômenos do nosso Universo, verificamos que seu caminho é espiral, sendo cada volta da espiral um ciclo para a obtenção do estado de equilíbrio.
Em maior escala, os ciclos ocorrem quando o Sol se move para trás, entre as 12 constelações, pelo movimento que chamamos de Precessão dos Equinócios. O clima, a flora e a fauna da Terra mudam lentamente, produzindo, essa mudança, um ambiente diferente para a Onda de Vida humana em cada época sucessiva, à medida que caminha para a Unidade com Deus, o Criador. Existe também o caminho cíclico do Planeta, cujos pontos de retorno são os Equinócios e os Solstícios. Daí o ocultista observar o Solstício de Junho e o Equinócio de Setembro, bem como o Natal e a Páscoa. Eles indicam o fluxo periódico das forças invisíveis que revestem nossa Terra, as quais, agindo em obediência à Lei do Equilíbrio, produzem no nosso globo as atividades físicas, morais e mentais.
Em menor escala, é por meio da ação da Lei do Equilíbrio que o ser humano “nasce e morre” atingindo, por fim, a síntese, a unificação final de todas as vidas passadas. O Espírito humano vence finalmente tudo o que tem obstruído o seu progresso na evolução; os desejos são postos sob o controle do Espírito por meio da vontade e da Mente; desaparece o sexo na assexualidade do Adepto. Quem se tornou responsável pela ação da Lei do Equilíbrio em si mesmo não é mais dominado pelas opiniões, pelos desejos ou experiências de qualquer outro ser – no Corpo Denso ou fora dele. Sua vida é dedicada ao propósito de conhecer e obedecer às leis oniscientes de Deus e caminha sempre para esse fim com harmonia interior e eficiência.
Os muitos alvos que hoje nos cercam são ofuscantes lembretes de que há premente necessidade de equilíbrio em nossas vidas e nos negócios do nosso mundo, se esse há de ser verdadeiramente uma grande sociedade. A facilidade com que as massas populares caem na histeria da adoração de um herói ou de uma atitude condenatória: de ficar possuída do medo da possibilidade de um ataque atômico (ou pior) ou da inflação monetária; de seguir um rumo à intolerância e de perseguição à raça e à religião; de enfatizar desordenadamente o sexo; de sucumbir à vida falsa dos narcóticos; de acentuar demasiado o lado material da vida em detrimento do lado espiritual – tudo isso são os sintomas bem como os resultados da falta de equilíbrio no interior dos seres humanos, desencadeando as forças de destruição. Muitos poucos existem que mantêm o equilíbrio tornando possível o verdadeiro progresso.
A história está repleta de relatos de clímax nacionais e internacionais que têm surgido periodicamente pela Lei dos Ciclos, em obediência à mais sábia Lei do Equilíbrio. Nessas ocasiões, os homens e mulheres que fazem surgir do caos a ordem e o progresso, são aqueles que conseguiram o equilíbrio dentro de si mesmos.
Durante os anos cruciais em que estamos atingindo novos e mais elevados valores e padrões, os homens e as mulheres que usam tanto as qualidades da Mente como as do Coração bem merecem nossa gratidão pelo serviço que prestam em ajudar a conservar nosso mundo em condição estável e a livrar-nos de possíveis catástrofes. Onde quer que estejam – e são encontrados praticamente em todos os caminhos da vida – estão servindo como canais autoconscientes aos nossos Irmãos Maiores, a quem tanto devemos.
“Vem, raciocinemos juntos”, é um aviso que indica a nota-chave para um processo de recondicionar nossos mundos menores e maiores, porém, já que a razão é, de fato, o produto do egoísmo, deve, se queremos obter resultados mais satisfatórios, ser combinada com o amor e o reconhecimento da unidade de todas as criaturas. Com o tempo, a razão, que está sendo desenvolvida pelo Espírito Humano, terá levado o desejo por caminhos que conduzem à obtenção da perfeição espiritual; a natureza do desejo terá sido conquistada e a Mente seja emancipada, pelo amor, da sua escravidão ao desejo. Então a intuição, a faculdade do Espírito de Vida, será soberana. Hoje, no nosso mundo existem incontáveis oportunidades de obtenção do equilíbrio – Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são; e existem, ao mesmo tempo, muitas oportunidades para render-se aos desejos inferiores e obstruir o progresso próprio, bem como o dos outros. Cada indivíduo deve, afinal, fazer sua própria escolha do caminho que quer seguir: ou o caminho equilibrado da harmonia e do progresso, ou o caminho desequilibrado da discórdia e da disputa. Certamente nunca houve maior necessidade de pessoas equilibradas bem integradas. A compreensão da natureza real do ser humano e do seu propósito aqui na Terra fornece o mais poderoso incentivo para o caminho positivo.
A energia criadora do Espírito humano – uma centelha no interior da Chama Divina – é bipolar; a vontade é a qualidade masculina; a imaginação é a feminina. Como, regra geral, nascemos alternadamente em Corpos Densos masculino e feminino, dentro de cada um de nós, não importa o sexo que tenha o Corpo Denso, há a energia bipolar que por fim conduzirá a um equilíbrio perfeito! Desde o momento em que o onisciente Espírito Virginal foi diferenciado em Deus e enviado na longa jornada dentro e fora da matéria para obter a consciência própria e a onisciência divina, até o fim da sua peregrinação setenária, há um contínuo desenvolvimento para o equilíbrio espiritual que atinge seu clímax na Unidade com o Criador. Então, terá sido satisfeito o propósito da manifestação do Espírito diferenciado e ele estará pronto para posteriores glória e esplendor evolucionários.
Em algumas pessoas, tanto homens como mulheres, a qualidade imaginativa ou do coração é a mais forte, sendo tais pessoas grandemente devotadas e emocionais. Em outras, o intelecto governa, sendo tais indivíduos predominantemente frios e mentalistas. Em seus escritos, Max Heindel insiste na necessidade de desenvolvermos tanto a Mente quanto o Coração – de lutar pelo equilíbrio. Diz ele: “O Conceito Rosacruz do Cosmos teve grande aceitação devido a esse apelo ao intelecto e à satisfação que proporciona à Mente inquiridora. Poucos, entretanto, parecem aptos a transcender a concepção intelectual, e a menos que esse livro dê ao Estudante Rosacruz um ardente desejo de passar além do caminho do conhecimento e seguir o da devoção, é, no meu entender, um fracasso. O ocultista intelectual pode terminar na magia negra se segue o caminho do conhecimento só pelo conhecimento e não para servir. Na fusão do intelecto com a devoção está o verdadeiro equilíbrio, a única esperança real”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP).
A Harmonia das Esferas não está composta em um tom monótono e uniforme; varia constantemente de dia para dia, de mês para mês, conforme o percurso do Sol e dos Planetas através de cada Signo. Existem também variações anuais periódicas devido à Precessão dos Equinócios. Há real e infinita variedade na Música das Esferas, como realmente deve haver, pois a constante mudança da vibração espiritual é a base de toda evolução física e espiritual. Durante o meses de março e abril os tons dinâmicos e ativos de Áries e Marte propícios à germinação, renovação de vida e crescimento em todos os reinos, do ser humano à planta inclusive, predominam. Se pudéssemos ter uma leve ideia da Música das Esferas nessa época, ouviríamos canções de Páscoa como:
Jesus Cristo hoje ressuscitado, Aleluia!
Nosso dia santo triunfal, Aleluia!
Aquele que na Cruz pregado, Aleluia!
Sofreu para redimir nosso mal, Aleluia!
Cristo Jesus é a personificação do amor espiritual. Portanto, a música composta na tonalidade de Libra (Ré maior), Signo regidopor Vênus, o Planeta do amor, está em total harmonia com Sua vibração, e tende a elevar e harmonizar a própria vibração com a desse grande Ser.
Nos meses de junho e julho, os tons produzidos por Câncer e pela Lua predominam, estimulados pelos de Leão e do Sol, os quais tendem a amadurecer os processos iniciados pelos sons energizantes dos meses de março e abril. Durante os meses de junho e julho, o amor e a vida agem intensamente sobre os corações das pessoas, pois Câncer e Leão são Mestres na luta pela existência, enquanto o Sol é exaltado nos céus do Norte até ao máximo de seu poder na época do Solstício de Junho. Essa é a época em que o Cristo, tendo alcançado o trono do Pai (o Mundo do Espírito Divino) depois de ter completado Seu trabalho terrestre por mais um ano, é saudado pela hoste celestial, os Senhores da Sabedoria, que também habitam lá. Em honra a esse grande Ser, que deu Sua vida até à exaustão, é apropriado nos juntarmos àquele coro celeste cantando:
A nota-chave de Leão é Lá# maior. O Sol é seu regente e sua nota-chave é Vida. A nota-chave de Câncer é Sol# maior e sua palavra-chave é fecundação.
Nos meses de agosto e setembro temos os tons de Virgem, cuja nota-chave é Dó natural e a palavra-chave de Mercúrio é razão. Energizados pelos tons de Escorpião, cuja nota-chave é Mi maior, e pela palavra-chave de Marte que é energia dinâmica, preparam-se para o encontro com a força do raio de Cristo que se aproxima, na sua descida anual à Terra. As poderosas vibrações espirituais estão na atmosfera da Terra, e a humanidade poderia usá-las com maior proveito se conhecesse os fatos e redobrasse seus esforços para prestar serviço amoroso e desinteressado aos seus semelhantes. Apresentamos em seguida a letra e a música que podem ajudar o nosso desenvolvimento evolucionário:
Oh, adorem o Rei, todos que são gloriosos no além,
E, com gratidão, cantem Seu maravilhoso amor;
Nosso Amparo e Defensor, a Venerável dos Dias vem,
Envolvido em grande luz e cingido com louvor.
Verdadeiramente é assim, pois, à medida que Cristo desce para a Terra, uma canção harmoniosa, rítmica, vibratória, uma hosana é cantada pelas hostes celestiais enchendo a atmosfera da Terra e atuando sobre todos, como um impulso em direção à aspiração espiritual.
Durante dezembro, os tons do filantrópico Sagitário, nota-chave Fá maior, regido pelo otimista e benevolente Planeta Júpiter, cuja palavra-chave é “idealismo” e o quieto, metódico Capricórnio, nota-chave Sol maior, regido pelo conservador e perseverante Saturno, cuja palavra-chave é “obstrução” com suas sistemáticas atividades construtivas, preparam a Terra para receber o raio do amor de Cristo e nutri-la até que esteja preparada para a liberação no centro da Terra. Então, começa sua viagem para fora, em direção à periferia da Terra, alcançando-a na época do Equinócio de Março. Quando os dias são mais curtos e as noites mais longas, na Noite Santa, o raio do Espírito de Cristo alcança o centro da Terra. Aqui, Ele permanece três dias e três noites, libertando de Si mesmo a germinante força do Espírito Santo que, lentamente, vai permear a Terra e frutificá-la para outro ano.
Sem esse poder vitalizante, energizante, liberado pelo Cristo, a Terra permaneceria fria, estéril e sombria; todas as coisas viventes pereceriam, e todo progresso ordenado seria frustrado no que se refere ao nosso atual esquema de desenvolvimento. Portanto, seria mais apropriado que na época do Santo Natal emanássemos nosso sincero reconhecimento e adoração juntando-nos às hostes celestiais, entoando canções de louvor sintonizadas à música celestial dada a nós pelo grande músico e mestre Felix Mendelssohn:
Ouçam! Os Anjos mensageiros cantam;
Glória ao recém-nascido Rei;
Paz na Terra e suave misericórdia,
Deus e pecadores reconciliados;
Alegres, que todas as nações se levantem
O triunfo dos céus, compartilhem bem,
Com as hostes angelicais proclamem,
Cristo nasceu em Belém.
As Ondas de Vida Hierárquicas e os Signos zodiacais não têm sido os únicos auxiliares da humanidade para ajudá-la em sua evolução. Os Sete Espíritos diante do Trono: Marte, Mercúrio, Vênus, Terra, Saturno, Júpiter e Urano estão prestando um grande serviço à humanidade e, no momento, em contato muito íntimo com ela. Cada Planeta tem uma nota-chave própria, e é através do poder vibratório de cada uma delas que os Astros nos podem auxiliar.
Quando o Espírito inicia os preparativos para renascer, ele forma o Arquétipo criador de sua forma física no Segundo Céu, o Mundo do Pensamento Concreto, com a assistência dos Sete Espíritos diante do Trono. Esse Arquétipo é um modelo ou um molde sonoro, vibrante – uma cavidade oca posta em ação pelo Espírito com uma certa força que é proporcional ao tempo a ser vivido na Terra. Até que o Arquétipo cesse de vibrar, a forma correspondente construída dos elementos químicos da Terra continuará a existir. A Região do Pensamento Concreto é o reino do som, onde a Harmonia das Esferas, uma música verdadeiramente celestial, impregna tudo que lá existe, assim como a atmosfera da Terra circunda e envolve tudo, aqui. Podemos dizer que todas as coisas nessa região estão envolvidas e permeadas por música – viver e crescer mediante a música.
Tudo isto demonstra claramente que nossa música terrena não aconteceu por acaso, mas foi estabelecida sobre bases encontradas nos Mundos espirituais mais elevados, cuja origem está na palavra falada de Deus, o Criador de nosso Sistema Solar.
(Leia mais no Livro A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Fraternidade Rosacruz)
Abril de 1915
Como essa lição chegará a você no tempo da Páscoa, eu achei que poderia ser melhor dedicar essa Carta a esse assunto recorrente.
Você conhece a analogia entre o ser humano – que entra em seus veículos durante o dia, vive neles e trabalha por meio deles e, à noite, é um Espírito livre, sem os grilhões do Corpo Denso – e o Espírito de Cristo que reside em nossa Terra uma parte do ano. Todos nós sabemos que grilhão e prisão é esse Corpo Denso, como nós somos dificultados e restringidos pela doença, enfermidade e pelo sofrimento, pois não há ninguém entre nós que sempre está com uma saúde perfeita, de modo que nunca tenha experimentado a agonia da dor, especialmente aqueles que trilham o Caminho superior, espiritual.
Isso se assemelha com o que ocorre com o Cristo Cósmico que volta a Sua atenção para a nossa pequena Terra, focalizando a Sua Consciência nesse Planeta a fim de que possamos ter vida. Ele tem que animar, anualmente, essa massa morta (que nós cristalizamos fora do Sol); e isso é um grilhão, algo que prende ou impede e é uma prisão para Ele. Por conseguinte, é justo e apropriado que devemos nos regozijar quando Ele vem no Natal, todos os anos e nasce de novo em nosso mundo para nos ajudar a fermentar essa massa morta com a qual nos sobrecarregamos. Nessa ocasião, os nossos corações devem se voltar para Ele em gratidão pelo sacrifício que Ele faz por nossa causa desde o Solstício de Dezembro, passando pelos meses de janeiro, fevereiro até Equinócio de Março, permeando esse Planeta com a Sua vida para despertá-lo do sono cristalizador em que permaneceria se Ele não tivesse nascido para vivificá-lo.
Desde Solstício de Dezembro, passando pelos meses de janeiro, fevereiro até Equinócio de Março, Ele padece agonias e torturas, “gemendo, com dores de parto e esperando o dia da libertação”[1] que acontece na época que a Igreja Cristã denomina Semana Santa. Mas, compreendemos que, de acordo com os ensinamentos místicos, essa semana é precisamente a culminação ou o ápice do Seu sofrimento e que Ele se eleva de Sua prisão; de modo que quando o Sol cruza o Equador, Ele pende da Cruz e exclama: “Consummatum est!”[2] – “Está consumado!”. Isto significa que o trabalho d’Ele para aquele ano foi concluído. Não é um brado de agonia, mas é um brado de triunfo; uma exclamação de regozijo pela hora da libertação que chegou e por mais uma vez Ele poder Se elevar por algum tempo, livre dos grilhões do nosso Planeta.
Agora, querido amigo, querida amiga, o ponto que eu gostaria de chamar a sua atenção e que nós devemos regozijar com Ele nesta grande, gloriosa e triunfante hora, a hora da libertação quando Ele exclama: “Está consumado!”. Vamos sintonizar os nossos corações com esse grandioso acontecimento cósmico; vamos nos regozijar com Cristo, nosso Salvador, por Seu sacrifício anual ter, mais uma vez, sido completado; e vamos nos sentir gratos, no mais profundo do nosso coração, por Ele estar livre das correntes da Terra, e que a vida que derramou em nosso Planeta seja suficiente para nos levar até o próximo Natal.
Espero que esses conhecimentos possam proporcionar a você um motivo excelente para uma piedosa meditação da Páscoa e que lhes tragam abundante crescimento anímico.
(Carta nº 53 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Rm 8:22
[2] N.T.: Joa 19:30
SIGNO: Áries, o carneiro
QUALIDADE: Cardinal; ou energia cinética ou, ainda, consciência dirigida ativa e dinamicamente para o interesse em objetivos específicos.
ELEMENTO: Fogo; ou um entusiasmado e inspirado estado de consciência. Entre outras coisas, o elemento Fogo corresponde ao Éter, o Corpo Vital, a Região Etérica do Mundo Físico e o Tríplice Espírito.
ANALOGIA FÍSICA: chama
PLANETA REGENTE: Marte e expressa sua inata natureza mais livremente nesse signo. Representa a necessidade de: agir, como uma expressão da própria identidade individual e independência do ser e; se estabelecer e o impulso, à vontade e a motivação para completar seus desejos e vontades pessoais.
ANATOMIA ESOTÉRICA: representa o Espírito Humano.
ANATOMIA EXOTÉRICA: crânio, cérebro, olhos e mandíbula superior.
FISIOLOGIA: Marte governa os processos fisiológicos envolvidos: na regulagem da temperatura do corpo; na manutenção do calor do sangue; na energia muscular; na distribuição, no transporte e na utilização dos recursos energéticos dentro do corpo; na produção dos hormônios masculinos; na produção dos anticorpos; na ativação das defesas imunológicas; no metabolismo das proteínas; no catabolismo; na excreção; na função dos nervos motores e no hemisfério cerebral esquerdo.
TABERNÁCULO NO DESERTO: corresponde ao fogo de origem divina no Altar do Sacrifício. Esse fogo era a primeira coisa que era encontrada pela pessoa que se aproximava do Portal do Templo e simbolizava o fato de que as primeiras qualidades que o Aspirante à vida superior deveria cultivar eram: o entusiasmo, a coragem e o espírito pioneiro. Sem esse fogo de origem divina, sem esse regozijo, entusiasmo e coragem queimando dentro de nós, não poderemos aspirar por muito progresso no caminho espiritual.
LIÇÕES A APRENDER: Para obter o máximo das influências positivas de Áries e evitar o desenvolvimento das suas características indesejáveis, o seguinte deveria ser considerado: paciência e persistência quando nem todas as coisas saem exatamente como se espera; gentileza e cortesia no lidar com os outros; e o reconhecimento de que os seus próprios defeitos são possíveis fontes de obstáculos, atrasos e frustrações para alcançar o objetivo desejado.
MITOLOGIA GREGA: A mitologia grega tende a retratar o lado negativo de Áries. Ele é o deus da guerra e da maldade, enquanto Éris é a deusa da discórdia. Ainda, sem a impetuosidade desses dois, haveria muito pouco por se dizer sobre mitologia. Da mesma forma, sem o impulso para a ação e a auto expressão fornecida por Áries, nós logo tenderíamos à letargia onde pouco ou nada poderíamos alcançar.
CRISTIANIDADE CÓSMICA: Áries é o Signo da Páscoa e da Ressurreição. Como a tumba não pode segurar a Cristo, também nada pode segurar o estimulante, exuberante impulso de Áries para encontrar a expressão. Nova esperança aparece de repente no seio da humanidade quando o Sol passa por Áries, fornecendo a ela a coragem e energia para enfrentar as experiências do ano vindouro. E através do mundo o grito é bradado: “A morte é engolida na vitória!”. Como Cristo está liberado da cruz da Terra até o Equinócio de Setembro, Ele nos deixa com a força e a coragem para suportar nossa própria cruz e seguir o caminho da libertação através daquela experiência.
(Traduzido da Revista: Rays from the Rose Cross – abril/1978 pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Estudamos no seu livreto “A Interpretação Mística da Páscoa” de Max Heindel, que quando Cristo foi crucificado no Gólgota, Seu grande sacrifício pela Humanidade somente tinha começado: “Todos os anos, desde esse tempo, quando o Sol passa do Signo zodiacal de Virgem para o de Libra, o Espírito de Cristo, retornando à nossa Terra, toca a sua atmosfera. Ele começa a sua jornada de descida em torno de 21 de junho (varia entre 20 e 21 de junho, dependendo do ano), no Solstício de Junho, quando o Sol entra no Signo de Câncer. Ele chega ao centro da nossa Terra à meia-noite de 24 de dezembro. Aí Ele fica por três dias e, depois, começa a voltar. Esta volta completa-se Equinócio de Março (varia entre 20 e 21 de março, dependendo do ano). Desse Equinócio até o Solstício de Junho Ele está passando pelos Mundos espirituais e chega ao Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai, a 21 de junho (ou 20, dependendo do ano). Durante julho e agosto, quando o Sol está em Câncer e Leão, Ele reconstrói o seu veículo Espírito de Vida, que Ele trará ao mundo, novamente, e, com esse veículo, Ele voltará a rejuvenescer a Terra e os reinos de vida que nela evolucionam. Do Natal até a Páscoa Ele se dá a Si mesmo sem limitações nem medida, imbuindo com vida, não apenas as sementes adormecidas, mas todas as coisas sobre e dentro da Terra.”.
Numa manhã de uma quarta-feira, 21 de março, então Equinócio de Março, o Grande Espírito Solar Cristo se elevou da Terra. Se o Estudante Rosacruz atingiu a um grau de desenvolvimento no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é possível assistir a esse evento anual no Mundo do Desejo.
E junto a isso pode se ver uma quantidade de Seres Exaltados e de Liberados (seres humanos com todas as Iniciações Maiores e/ou a última a do Libertador). Continuando, e ver os Arcanjos, os Anjos e, em seguida, os Iniciados com Iniciações Menores e algumas Iniciações Maiores. Todos estarão rodeados por grandes e lindas auras de cores delicadas, de uma luz branca deslumbrante e de outra luz dourada que é impossível descrevê-las.
É possível ouvir a música das esferas e o canto dos Anjos. O mundo inteiro parece como uma grande esfera de luz branca e, quando Cristo sai da Terra, os seres que iam em procissão, em Sua direção, formaram um quadrado, com Ele no centro.
Os seres radiantes formam, ao redor do Cristo, cinco grandes quadrados de vários tamanhos, que parecem ser uma forte e poderosa guarda pessoal de grandes Seres em seus elevados veículos.
É possível observar o Cristo sair da Terra até se perder de vista.
Devemos lembrar que Ele (ainda que somente um raio do Cristo Cósmico) ficou confinado na Terra por seis meses e sentiu as tristezas, os pecados e sofrimentos de toda a vida durante esse período. A aura de Cristo iluminou toda a Terra.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Resposta: Certamente parece que a mídia secular e nacional (a local um pouco menos) está se esforçando para marginalizar a “Religião”. Foi ainda mais surpreendente, portanto, que todos os três principais jornais semanais, em sua edição da Páscoa apresentassem uma imagem de Jesus Cristo em suas capas. A legenda da revista Time era “A busca por Jesus”; da revista U. S. News & World Reports foi “Em busca de Jesus”; a cobertura da revista Newsweek foi intitulada “Repensando a Ressurreição”.
De acordo com todas as três histórias de capa, a Ressurreição não é exatamente o que milhões de Cristãos, por mais de vinte séculos, assumiram. A Newsweek relatou: “Alguns estudiosos que não acreditam na Ressurreição… dizem que o corpo apodreceu em uma cova anônima; outros, que foi lançado aos cães selvagens”. A Time opinou: “A Ressurreição pode não ter ocorrido”; e: “Não mais de 20 por cento dos ditos e até menos dos atos atribuídos a Jesus são autênticos. Entre os refugos: “a Oração do Senhor, os ditos da cruz e quaisquer reivindicações de Jesus à divindade… e sua Ressurreição corporal”. E a U. S. News & World Report, jogando com sensacionalismo ultrajado, escreveu: “Ele foi talvez o primeiro comediante judeu de pé… Um Sócrates judeu — ou talvez um Lenny Bruce… Um animal político”.
Lamentavelmente, as três revistas não nos dizem em que base as conclusões dos estudiosos revisionistas foram alcançadas, além das observações cáusticas de que “eles aplicam as ferramentas críticas de hoje: corte de texto, especulação psicológica e agressão aos colegas. E então eles dão saltos de fé, muitas vezes sua própria criação.”, complementa a Newsweek.
Diz um ditado popular: “o diabo está nos detalhes”. Embora muitas vezes também seja real que as verdades duras também estejam nos detalhes. Portanto, vamos examinar alguns detalhes que os “revisionistas bíblicos modernos” parecem ter negligenciado:
1. Profecia do Antigo Testamento: O “Carpinteiro de Nazaré” afirmou ser o Messias há muito esperado (Joa 4:25-26). Foi profetizado séculos antes do Seu nascimento e que Ele nasceria em Belém e Ele nasceu (Miq 5:2; Mt 2:6; Lc 2:4-7). Suponha que César Augusto não tivesse emitido o decreto da tributação do mundo romano; mas, ele o fez e isso ajudou a cumprir a profecia. “Certamente a ira do homem te louvará.” (Sl 76:10).
2. Naturalmente, muitas crianças podem ter nascido em Belém. Mas aquele que seria o Messias tinha que nascer em um tempo específico: “Saiba, portanto, e entenda que desde o surgimento do mandamento para restaurar e edificar Jerusalém até o Messias, o Príncipe, serão sete semanas mais sessenta e duas semanas” (Dn 9:25). Na profecia bíblica, um dia representa um ano (Nm 14:34, Ez 4:6). Portanto, essas “sete semanas mais sessenta e duas semanas”, ou 69 semanas, traduzem-se em 483 anos.
O mandamento referido em Daniel 9:25 surgiu em 457 A.C. (Esd 7:11-28). Adicionando 483 anos a 457 A.C. nós temos 27 D.C. Como os “revisionistas bíblicos” mencionados acima admitem, Jesus nasceu em 4 A.C. Assim, em 27 D.C., quando Jesus foi batizado, iniciando Seu ministério messiânico (onde cedeu, por livre e espontânea vontade, os seus Corpos Denso e Vital ao Arcanjo, mais elevado Iniciado do Período Solar, o Filho, Cristo, tornando-se a partir de então Cristo Jesus), a data confirmada ganhou vida pelo fato de ser “o décimo quinto ano do reinado de Tibério César”, Ele “começou a ter cerca de trinta anos de idade”, e foi reconhecido pela lei judaica a se qualificar como adulto. Assim, o Messias apareceu a tempo (Lc 3:1-23). Seria tudo isso mera coincidência?
Há muitos que, embora neguem que Jesus seja o Messias, o Cristo, o Ungido e a Luz do Mundo (fazendo uma confusão entre Jesus, Cristo, o Filho, o Messias), aceitam-no voluntariamente como um bom homem e grande mestre. Mas, isso não pode ser feito. Pois se Ele não era realmente Quem afirmava ser, Ele não passava de um mentiroso, impostor e hipócrita, fazendo afirmações falsas e fantásticas. Devemos abraçá-Lo como o que Ele afirmou ser ou rejeitá-Lo inteiramente; não há outro caminho. Se alguém escolhe o último curso, há muito que precisa ser explicado. Por exemplo, como um “mero carpinteiro”, um membro do tão difamado povo judeu, foi capaz de alcançar tal fama e exercer tanta influência? Além disso, onde Ele obteve Seus maravilhosos ensinamentos? Por que, embora Ele nunca tenha escrito um único livro, Ele se tornou o assunto de mais livros do que qualquer outra pessoa na história do mundo? Por que foi Ele, e não outro, que dividiu o tempo e a história com as designações A.C. e D.C.?
3. O poder da Sua Ressurreição. Suponha, como afirmado por alguns e mencionado acima, que não houve Ressurreição e Seu corpo “apodreceu” ou “foi jogado aos cães selvagens” — como podemos explicar a tremenda mudança na vida de Seus seguidores, do medo abjeto à coragem surpreendente? Deve ter sido necessário algo extraordinário para que isso acontecesse. É fácil entender essa transformação, se também for aceito que Seus Discípulos perceberam que Ele realmente ressuscitou dos mortos, que Ele era de fato Quem afirmava ser. Se essa enorme mudança em suas vidas não foi operada pela Ressurreição, qual foi o fator energizante?
Há também isto: os três Evangelhos sinóticos — São Mateus, São Marcos, São Lucas — assim como as Epístolas de São Paulo, foram escritos durante a vida dos contemporâneos de Cristo Jesus, conforme reconhecido da edição de Páscoa de 1996 da Newsweek. Como seus autores ousaram escrever o que escreveram sobre a Ressurreição, enquanto alguns que poderiam ter refutado essa ocorrência ainda estavam vivos? E como explicar a dramática conversão do apóstolo São Paulo, de perseguidor persistente a pregador de poder, senão pelo fato de que Cristo ressuscitado realmente lhe apareceu no caminho de Damasco? (Veja os primeiros versículos do Livro Atos dos Apóstolos, Capítulo 9, na Bíblia).
Um argumento contra a Ressurreição, ouvido às vezes, é que os Discípulos, em uma espécie de conspiração, roubaram o corpo de Jesus, esconderam-no e depois alegaram que Ele ressuscitou. Mas, isso apresenta grandes problemas. O corpo foi guardado por soldados romanos; os Discípulos teriam arriscado suas vidas para tirar o corpo daqueles soldados, mesmo que todos estivessem dormindo profundamente. E nesse caso, os Discípulos sem dúvida os teriam despertado.
E mesmo se — milagre dos milagres! — os Discípulos pudessem, de alguma forma, conseguir o corpo sem despertar os soldados, eles teriam passado o resto de suas vidas pregando e enfrentando perigos em favor do que eles sabiam ser uma mentira? Os homens já arriscaram suas vidas voluntariamente pelo que sabiam ser uma falsidade? Raríssimo é o fato de pessoas morrerem pelo que sabem ser falso! O relato bíblico da Ressurreição não é nada menos do que autenticável por si mesmo?
Há um testemunho auxiliar e vivo, bem conhecido, de que a teoria de uma conspiração por parte dos Discípulos não se sustenta. Recorde-se que houve uma vez uma conspiração para encobrir o escândalo de Watergate, nos EUA. Mas nem todos os que estavam “engajados” ficaram de boca fechada; a verdade surgiu. Um dos homens envolvidos, que cumpriu pena na prisão e posteriormente aceitou a fé cristã, foi Charles Colson. É certo que, às vezes, acontece que as pessoas, ao serem pegas, “aceitam a religião” na esperança de receber uma sentença mais leve ou obter a boa opinião dos outros. No entanto, Charles Colson, um ex-fuzileiro naval e ex-conselheiro do presidente Nixon, não se tornou Cristão não por alguma dessas razões. Ele percebeu por que a conspiração de Watergate falhou. Assim também era irrealista a teoria de uma conspiração dos Discípulos de Cristo; falsidades não inspiram as pessoas a “ser duras”. Requer fé aceitar a mensagem Cristã? Para alguns, talvez. Mas não tanto quanto para rejeitá-la!
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio-junho/1997 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: Sim, as festas anuais têm a mais profunda significância oculta. Do ponto de vista material, os Astros não passam de massas de matéria circulando em suas órbitas em obediência às chamadas “leis cegas”, mas para os ocultistas eles aparecem como Grandes Espíritos, movendo-se no espaço como nos movemos no mundo.
Quando uma pessoa é vista gesticulando, atribuímos certo significado aos seus gestos. Se ela balança a cabeça, sabemos que está negando uma determinada proposição, mas se ela acena a cabeça, inferimos que ela concorda. Se ela acena, com as palmas das mãos voltadas para ela, sabemos que está sinalizando para alguém vir até ela, mas se ela virar as palmas para fora, entendemos que está alertando alguém para se afastar. No caso do universo, geralmente não pensamos que haja qualquer significado para a posição alterada dos Astros, mas para o ocultista há o significado mais profundo em todos os fenômenos variados do céu. Eles correspondem aos gestos da pessoa nesse exemplo.
Krisma, palavra do grego antigo, significa ungido, e qualquer pessoa que tivesse uma missão especial a cumprir era ungida nos tempos antigos. Quando, nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, o Sol está mais próximo da Terra – atingindo o Trópico de Capricórnio – os impulsos espirituais são os maiores em todo o Planeta. Porém, para nosso bem-estar material é necessário que o Sol se afaste mais da Terra e, assim falamos da época em que o Sol começa se afastar mais da Terra a partir do dia 25 de dezembro, o aniversário do Salvador, ungido para nos salvar da fome e do frio que adviriam se o Sol permanecesse sempre no ponto mais perto da Terra.
À medida que o Sol segue em direção ao Equador, passando pelo Signo de Aquário, o “Homem com um cântaro vertendo água”, a Terra é inundada de chuva, simbolizando o batismo do Salvador. Em seguida, vem a passagem do Sol pelo Signo de Peixes, os peixes, no mês de março. No passado, as reservas do ano passado foram todas consumidas e a comida do ser humano era escassa, por isso temos o longo jejum da Quaresma, em que o “comer peixe” simbolizava essa característica da jornada solar. Em seguida, vem a Páscoa, quando o Sol passou pelo Equador. Essa é a época da Páscoa, quando o Sol está em seu nó oriental, e essa travessia do Equador é simbolizada pela crucificação ou crucifixão, assim chamada, do Salvador; o Sol então passa pelo Signo de Áries, o Carneiro, e se torna o Cordeiro de Deus, que é dado para a salvação do mundo quando as plantas começam a brotar. No entanto, para que o sacrifício possa ser benéfico ao ser humano, Ele (o Sol) deve ascender aos céus onde Seus raios terão o poder de amadurecer a uva e o milho, e assim temos a festa da Ascensão do Salvador ao Trono do Pai, que ocorre no Solstício de Junho – quando o Sol atinge o Trópico de Câncer. Lá o Sol permanece por três dias, quando se diz “De lá ele retornará”, entra em vigor quando o Sol começa sua passagem em direção ao nó ocidental. No momento em que entra no Signo de Virgem, a Virgem, temos a Festa da Assunção e, depois, quando sai do Signo de Virgem, o nascimento da Virgem que parece, por assim dizer, nascer do Sol.
A festa judaica dos Tabernáculos ocorria na época em que o Sol cruzava o Equador em sua passagem para os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, e essa festa era acompanhada pela “pesagem do milho e a colheita do vinho”, que eram as dádivas do Deus Solar aos seus devotos humanos.
Assim, todas as festas do ano estão ligadas aos movimentos das estrelas no espaço.
(Pergunta nº 89 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pode o leitor imaginar música silenciosa? Sim, é essa, provavelmente, a melhor forma de descrevê-la, se tentarmos compará-la com os vulgares sons do mundo e dos sentidos físicos, pois essa música nunca pode ser ouvida por aqueles que se encontram limitados ao plano físico. Contudo, é sem dúvida uma realidade, e é possível entrar em contato com ela se tivermos desenvolvido um pouco os nossos sentidos mais elevados. Nada existe criado que não esteja continuamente fazendo soar a sua tônica especifica, reunindo todas as suas partículas.
Essa nota tônica é um som musical que deve a sua origem à Palavra dita por Deus.
Esta música silenciosa sentimos tão suavemente, como o som de uma distante melodia lentamente se tornando realidade! Certamente nos espantaria se não fosse a sua indescritível beleza e a sua nunca ultrapassada consonância de sons.
E depois, também, parece não vir de parte alguma, contudo, encontra-se em toda a parte. Sua origem é a revivificante força da vida anualmente desprendida pelo grande Cristo, d’Ele próprio, quando se extingue o ano velho e o novo ano nasce alegremente. As suas meias-vozes são os suspiros do ano que finda, ao dar lugar ao novo.
Os seus sons elevados expressam a liberdade da revivificante força da vida, tão generosamente dada a toda a criação. A melodia entoa o poder protetor do Pai, dando sentido a toda a criação concedendo a vontade necessária para fazê-la fruir nesse sentido. As incitantes palpitações desta música silenciosa entoam o harmonioso chamamento de amor de Cristo, envolvendo tudo o que se encontra dentro da Sua amorosa proteção, do ser mais elevado ao mais humilde, a todos igualmente saudando: “Vinde a mim, todos vós que lutais e suportais uma pesada carga, e Eu vos darei repouso… Pois o meu jugo é suave e a minha carga é leve”.
Há, também, um movimento rítmico para diante que por toda a parte demanda ação, expressando-se por uma ordenada manifestação. Criação por toda a parte, criações novas e aperfeiçoadas substituindo o que é velho e já não tem valor na economia da natureza — vibração rítmica, incessante, avançando sempre em frente, sempre construindo tudo o que existe.
Mas escute! Gradualmente, o tema sinfônico vai-se modificando; o tom é mais elevado, mais coercivo; arrebata e redemoinha; subitamente, a força da vida despertada em seres adormecidos brota impetuosamente num glorioso panorama de cor, vida e beleza, enquanto os obscuros portais da prisão da Terra se abrem de par em par, e se ergue um Cristo radioso para saudar a nascente órbita do dia. Manhã de Páscoa, e o prelúdio à vida renovada entoada pelos Espíritos da Natureza vão-se modificando, enquanto o Cristo vivo começa lentamente a elevar-se.
A música, suave e lenta, ganha volume e tempo, enquanto as hostes angélicas, que literalmente enchem o ar permeado de Éter, se lhes sobrepõem. Soa uma oitava mais alta, e o poder, a beleza e a ação da música intensificam-se, sem, todavia, perder nada de delicadeza da execução.
O tema, flutuando para frente e para cima, sugere um sentimento de delicadeza, adaptabilidade, inocência, bondade, paz, amparo afetuoso, tudo qualidades inatas das hostes angélicas, delas fluindo em sons musicais, vibratórios, entrelaçando-se em inúmeros desenhos formados pela combinação de harmoniosos sons.
Desejaríamos deter-nos aqui e sentirmo-nos parte de toda esta maravilhosa harmonia, mas já uma modificação se opera no tema sinfônico. Cristo chegou ao Mundo Celestial e as hostes arcangélicas O cercam de um harmonioso poder vibratório que agita a alma e que se expressa em inúmeras cores que coruscam e cintilam com uma estonteante rapidez, formando indescritíveis desenhos de formas celestiais. Aqui, o som torna-se cor, e a cor torna-se som, interpenetrando-se e intercambiando-se num todo vasto, vibrante, que glorifica e vivifica todas as coisas tocadas pelo seu incessante movimento. A avassaladora sinfonia se expressa agora em formas de arte, altruísmo e filantropia, em tão estranhas cores e sons como só esta tão elevada região pode produzir. Esta música desenvolve no indivíduo a capacidade artística, enquanto se encontra neste primeiro Mundo Celestial – o Primeiro Céu – , entre os renascimentos aqui no plano físico, despertando o altruísmo, expresso em filantropia.
Não obstante nos sentimos já maravilhados, Cristo eleva-se mais alto, e alcança a região da pura música, o segundo Mundo Celestial – o Segundo Céu –, onde são feitas as formas arquetípicas de tudo o que existe neste Mundo Físico, por meio do poder e harmonia incorporados na Palavra de Deus. Aqui, os sons vibratórios da Música das Esferas introduzem na grande sinfonia o seu poder construtivo e as suas harmonizantes vibrações, e o alcance do tema aumenta, indo para além do espaço ilimitado, glorioso, supernal, divino, transformando ideias em formas e colocando notas tônicas da grande escala arquetípica, de acordo com as missões que lhes são destinadas. Aqui, por meio do poder incorporado na Palavra, padrões vivos, vibrantes, não só constroem, mas também sustêm todas as formas materializadas do mundo físico.
Enquanto nós, sustendo a respiração, ouvimos e meditamos no estupendo alcance do plano divino, o Criso se eleva ainda mais alto, e os poderosos sons fundem-se numa grande, gloriosa unidade, no lar de Cristo, o Mundo do Espírito da Vida, e num esmagador, supernal acorde musical, ouvimos a voz de Cristo ascendido, a personificação do amor, proferir, em tons da mais suave música celestial, “Consummatum est” (Foi consumado). E, enquanto as últimas e arrebatadoras notas flutuam para além do espaço visível, aparece uma visão apenas vista pelos “homens de boa vontade”. É o glorificado, compassivo Cristo, penetrando no Mundo do Espírito Divino, o verdadeiro lar de Deus-Pai. Quem, vendo-O ao longe, for ao Seu encontro, certamente louvará as palavras encantadas: “Tu és o meu amado Filho, no qual eu tenho muita satisfação”.
Insuspeita por muitos, no alto do Pai, uma melodia ainda mais sublime se faz ouvir, em preparação para ser trazida à Terra por Cristo, no seu próximo momentoso regresso, por altura do Natal, para aqui desprender novamente o seu formidável poder construtivo, beneficiando todas as criaturas. Se esta harmonia celestial deixasse de vibrar por um só momento, todo o Sistema Solar seria destruído, mas tal não pode suceder, pois a sinfonia celestial é tão duradoura como o próprio Deus. A Palavra Criadora musical e a harmoniosa enunciação de cada sílaba consecutiva é que marcam os sucessivos graus na evolução do mundo e do ser humano.
Além disso, quando a última sílaba tiver sido pronunciada e a Palavra completa tiver soada, teremos alcançado a perfeição como seres humanos e uma duradoura união com o Criador do plano divino, para nos tornarmos membros permanentes do grande coro orquestral cujo Diretor e Guia é Deus. Então, não só ouviremos a música divina, melodiosa, infinita, como seremos também um em verdade com o grande e harmonioso poder criador de Deus.
Poucos conhecem o fato de que o poder e a harmonia da Música das Esferas são a base de toda a evolução. Sem ela não existiria progresso. Poucos são que presentemente compreendem que uma vez os ouvidos humanos se tenham sintonizado com essa grande sinfonia celestial, o ser humano terá a “chave” de todo o progresso, e a sinfonia anual da Páscoa será para ele uma alegria antecipada, demasiado grande para ser expressa por palavras mortais. Então, verdadeiramente, o seu eu espiritual proclamará: “Glória a Deus nos céus”.
(Publicado na revista Serviço Rosacruz de março/1972 – Fraternidade Rosacruz – São Paulo – SP)