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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Apocalipse – Uma Introdução

Revelação de Jesus Cristo: Deus lha concedeu para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve. Ele a manifestou com sinais por meio de seu Anjo, enviado ao seu servo João, o qual atesta tudo quanto viu como sendo a Palavra de Deus e o Testemunho de Jesus Cristo. Feliz o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia, se observarem o que nela está escrito, pois o Tempo está próximo.” (Ap 1:1-3).

Na interpretação das Sagradas Escrituras e particularmente no Livro da Revelação ou Apocalipse, nós – antes de mais nada – devemos compreender que é indispensável investigar as verdades ocultas sob a “veste”, em que se escondem internamente, como Max Heindel nos adverte no livro Conceito Rosacruz do Cosmos:

“Deve-se também notar que os que originalmente escreveram a Bíblia não pretenderam dar a verdade de maneira a poder tê-la quem quisesse. Nada estava mais distante de sua Mente do que a ideia de escrever ‘um livro aberto de Deus’. Os grandes ocultistas que escreveram o Zohar (considerado como um dos trabalhos mais importantes da Cabalá, no misticismo judaico. E faz parte dos livros que seriam canônicos para os judeus) são muito categóricos nesse ponto. Os segredos do Thorah não podem ser compreendidos por todos, como provará a citação seguinte: ‘Ai do ser humano que vê no Thorah (Ou Torah, ou, ainda, Torá é o nome dado aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, o Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e que constituem o texto central do judaísmo) – a lei – só um simples recitativo de palavras comuns! Porque, em verdade, se fosse só isso, poderíamos escrever, ainda hoje, um Thorah muito mais digno de admiração. Contudo, não é assim. Cada palavra do Thorah tem um elevado significado e um mistério sublime…. Os versos do Thorah são como as vestes do Thorah. Ai daquele que toma essas vestes do Thorah pelo próprio Thorah! Os simples só notam os ornamentos e os versos do Thorah. Nada mais percebem. Não veem o que está encerrado nessas vestiduras. O ser humano mais esclarecido não presta atenção alguma às vestes, mas sim ao Corpo que encerram’”.

A significância do Cristianismo tal como Cristo ensinou só foi fornecida para os “seres humanos mais instruídos” – como nos diz São Paulo em suas Epístolas, aos “homens espirituais” (“…não vos pude falar como a homens espirituais, mas tão-somente como a homens carnais, como a crianças em Cristo. Dei-vos a beber leite, não alimento sólido, pois não o podíeis suportar. Mas nem mesmo agora podeis, visto que ainda sois carnais.” (ICor 3:1-3)), isto é, para os Iniciados, nos seus ensinamentos relacionados com a origem, a evolução e futuro desenvolvimento do ser humano e do universo. Aí temos a chave dos segredos íntimos da Bíblia. São João foi um daqueles grandes Iniciados que tão zelosamente seguiram Aquele que disse: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim” (Jo 14:6), isto é, aqueles que estão aptos a lerem na Memória da Natureza (no Mundo do Pensamento e no Mundo do Espírito de Vida) e que adquiriram informações não existentes em nenhuma outra fonte. No livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” é enunciado que o bom amado São João simboliza a Iniciação de Vênus. Dessa forma a “Revelação” de São João ou a “visão” das imagens – símbolos – são para aqueles que têm olhos para ver o registro sublime do passado, do presente e do futuro da humanidade, o microcosmos, ou o Deus em formação, e o universo ou o macrocosmo. Essas condições englobam não somente as mudanças materiais nos Corpos visíveis (Corpos Densos) do ser humano e da Terra, como também as metamorfoses menos perceptíveis nos íntimos recessos do ser humano, à medida que ele progride desde a argila a Deus. “A vinda de Cristo como Espírito Planetário Interno de nossa Terra abriu, em toda a sua extensão, as portas da Iniciação para ‘todo aquele que quiser’ e para todo aquele que ouve o perene chamamento: ‘Venham a Mim’ estar entre aqueles ‘redimidos’ a respeito do qual São João profeticamente se refere.

Essa é apenas uma pequena parte da Revelação de São João. Seu total significado somente poderá ser conhecido (porque não pode ser transmitido) por aquele que se dispuser a viver uma vida Cristã-Rosacruz. Essas informações que damos aos irmãos e as irmãs são apenas informações, a direção para a consecução do grau de verdadeiro e real Cristão. Somente quando conhecermos o nosso Cristo Interno seremos realmente Cristãos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Árvore da Vida e a Sua Significância Oculta

E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio de sua praça e de uma e outra margem do rio estava a Árvore da Vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro e os seus servos O servirão. E verão o seu rosto e nas suas testas estará o seu nome. E ali não haverá mais noite e não necessitarão de lâmpada, nem de luz do Sol, porque o Senhor Deus os alumia; e reinarão para todo o sempre.“. (Ap 22 :1-5).

Deus, o Arquiteto de nosso Sistema Solar, é Trino. Seus atributos são: Poder; Amor; Movimento. O aspecto de Sabedoria é o que expressa Cristo Cósmico – o mais alto Iniciado do Período Solar. Um raio do Cristo Cósmico penetrou na Terra, tornando-se, desde então, seu Espírito Planetário interno e, daí por diante tem infundido na humanidade os sentimentos de altruísmo para aquisição de uma consciência idêntica à Sua. Comumente Cristo usa o Espírito de Vida como veículo de expressão mais inferior de sua natureza. Funcionando conscientemente no Mundo do Espírito de Vida, o primeiro dos Mundos universais (onde desaparece toda a separatividade; onde a Fraternidade é uma constante), Ele se reflete no Corpo Vital dos seres humanos, assim como aquele Mundo (o Seu) se reflete na Região Etérica do Mundo Físico da nossa Terra. Foi ao Reino de Cristo e à Sua Consciência que São João se referiu, ao falar do “rio puro da água da vida“.

Igualmente, pela boca de São João, o Cristo exprimiu a mesma ideia, ao dizer: “Mas aquele que beber da água que Eu lhe der, nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna“; e mais ainda, quando disse no Evangelho Segundo São João, capítulo 7, versículo 37: “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba“.

A Árvore da Vida é a “faculdade de regeneração da força vital”, possível por meio da nova “taça de vinho místico” mencionada como o ideal a ser atingido na futura Época, a Nova Galileia – um órgão etérico na parte interna da cabeça e da laringe, construído pela força libertada e sublimada, o qual, à vista espiritual, aparece como o caule de uma flor que ascende da parte inferior do tronco. Esse cálice ou a taça da semente é o verdadeiro órgão criador, capaz de pronunciar a palavra de vida e de poder.

“A palavra atual é gerada e produzida pelos movimentos imperfeitos dos músculos os quais regulam a laringe, a língua e os lábios para que o ar que vem dos pulmões torne possível determinados sons. Porém, o ar é um meio denso difícil de manipular, em comparação com as mais refinadas forças da natureza, tais como a eletricidade, que se movimenta no Éter. Quando esse novo órgão tiver sido desenvolvido, tornar-se-á possível falar a palavra de vida e infundir vitalidade em substâncias que atualmente são inertes. Presentemente, aqueles que beberem da taça da abnegação, que podem usar sua força no serviço aos demais, estão construindo esse órgão, juntamente com o Corpo-Alma, que é o manto nupcial. Estão aprendendo a usar na forma menor de Auxiliar Invisível, quando se encontram fora do Corpo Denso à noite, muitas vezes sem que isso possa ser transmitido à Memória Consciente. Com o maior desenvolvimento e consciência iniciática, então ensinam a falar a palavra de poder, que remove as doenças e proporciona tecidos saudáveis.” (Max Heindel).

Na Nova Galileia a humanidade viverá no ar, em seus corpos luminosos, numa Terra feita de Éter. O Amor e a Fraternidade prevalecerão e o Cristo (que terá vindo pela segunda vez) reinará como Melquisedeque (Rei e Sacerdote).

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – setembro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Razões Visíveis e Esotéricas para o Equinócio de Setembro

Razões Visíveis: No Equinócio de Setembro o Sol “cruza” o equador celeste de Norte para Sul – como sabemos a Astrologia funciona em projeção geocêntrica e consultando as Efemérides Planetárias verificaremos que à medida que os dias se vão aproximando de Setembro, a declinação do Sol vai reduzindo: passa de 23º 26′ para 0º.

Essas razões físicas são as partes visíveis que verificamos como evidências de que o Equinócio de Setembro é o momento em que, mais uma vez, estamos no tempo da estação da Primavera, para o hemisfério sul (e, portanto, da estação do Outono, para o hemisfério norte).

Razões Esotéricas: a passagem do Sol por Libra, a balança, simboliza o trabalho do Cristo para restabelecer o equilíbrio das forças que insistimos em desequilibrar, por meio das atividades discordantes nos seis meses que se passaram (de março até setembro).

É quando o Cristo Cósmico toca a atmosfera do nosso Planeta, “descendo” do Mundo do Espírito de Vida. Este Mundo estabelece um vínculo comum entre os Planetas do nosso Sistema Solar e, do mesmo modo que para ir-se da América à África é necessário se ter um meio de locomoção, assim também se requer um veículo apropriado ao Mundo do Espírito de Vida, sob controle consciente, para se poder viajar de um a outro Planeta. Sem esse veículo, conscientemente, é impossível tal viagem!

É bom lembrar que Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, emprega, geralmente, o Espírito de Vida como Seu veículo inferior, pois tem seu lar lá no Mundo do Espírito de Vida. Funciona tão conscientemente no Mundo do Espírito de Vida como nós, aqui, no Mundo Físico.

Rogamos ao Estudante Rosacruz que note, de modo particular, este ponto porque o Mundo do Espírito de Vida é o primeiro Mundo Universal. Nesse mundo cessa a diferenciação e começa a manifestar-se a unidade, pelo menos quanto ao nosso Sistema Solar. É onde a Sabedoria flui no seu cotidiano. É onde a Fraternidade faz parte do dia a dia. E de onde tomamos, via a intuição, a solução perfeita para qualquer problema que temos aqui. É o lugar onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza. É o Reino do Amor.

É a partir do Mundo do Espírito de Vida que começa a volta do Cristo, com foco de atenção ao nosso Planeta, onde ele, mais uma vez, dá toda a Sua luz, toda a Sua vida e todo o Seu amor para vivificar esta massa morta (que nós cristalizamos do Sol) anualmente, e isto constitui um grilhão, um empecilho, uma prisão para Ele; por isso os nossos corações deveriam ficar voltados para Ele, neste tempo, em gratidão, pelo sacrifício que Ele faz por nossa causa, compenetrando este Planeta com Sua vida para renovar todo o material que insistimos em cristalizar anualmente, o qual permaneceria se Ele não nascesse no seu interior para vivificá-lo!

Sem esta infusão anual de vida e energia divina, todas as coisas vivas sobre a nossa Terra pereceriam imediatamente e todo o progresso ordenado seria frustrado, pelo menos no que diz respeito à nossa linha atual de desenvolvimento. É a “queda” (ou descida) do Raio Espiritual do Sol nesses quatro meses que dá origem às atividades mentais e espirituais nos quatro meses seguintes.

A mesma força germinadora que ativa a semente na terra e a prepara para produzir sua espécie em múltiplo, agita também a Mente humana e promove as atividades altruístas que fazem o mundo melhor.

Assim é que as poderosas vibrações espirituais da onda Crística, doadora de vida, estão na atmosfera terrestre durante os meses que temos pela frente e podem ser, por nós, usadas com muito maior proveito, se soubermos disso e se redobrarmos nossos esforços, o que não faríamos se desconhecêssemos esse fato. O Cristo ainda está gemendo e sofrendo as dores do parto, esperando pelo dia da Sua libertação, pela “manifestação dos Filhos de Deus” (Rm 8:19); e apressamos verdadeiramente esse dia, cada vez que alimentamos nossos veículos superiores com pensamentos, sentimentos, desejos e emoções utilizando somente materiais das Regiões superiores dos respectivos Mundos, isto é, cada vez que participamos da ceia simbolizada pelo “pão e vinho místicos”.
Todas as vezes que nos damos a nós mesmos no serviço amoroso e desinteressado aos outros – focando esse serviço na divina essência oculta em cada irmão e em cada irmã (que é o que realmente somos e nos faz filhos e filhas de Deus –, desenvolvemos mais o  nosso Corpo-Alma, que é constituído pelos Éteres superiores do nosso Corpo Vital e que é o veículo fundamental para ajudarmos efetivamente o Cristo. Atualmente é o Éter Crístico que mantém a Terra flutuando no espaço, porém, lembremo-nos que se quisermos apressar o dia de Sua libertação, devemos desenvolver em número suficiente nossos próprios Corpos-Alma até ao ponto em que possamos manter a Terra flutuando. Dessa forma poderemos tomar conta da carga de Cristo e libertá-Lo das limitações da existência física.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cristo: Sua Trajetória e Sua Missão para nos salvar

Há milhões de anos atrás, um grandioso Ser solar que havia cumprido as Leis da sua esfera de ação com a máxima perfeição, tornou-se o Iniciado mais elevado da Onda de Vida dos Arcanjos. Esse Ser, chamado o Cristo Cósmico, funciona, normalmente, num veículo feito de substância do Mundo do Espírito de Vida, Mundo esse onde cessa toda a separatividade. Seu trabalho também se harmoniza e se relaciona com outros dois Grandes Elevados Iniciados de outras Ondas de Vida que também colabora com Deus na evolução criadora do Sistema Solar no Mundo de Deus.

No início da nossa jornada no Período de Saturno (o primeiro Período de um total de sete, que compõe o nosso atual Esquema da Evolução) foi fornecido o Átomo-semente do Corpo Denso, a nós, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana. Nessa jornada ou Esquema de Evolução, depois desse Período, passamos pelos Períodos Solar e Lunar e chegando ao início do Período Terrestre (o quarto Período). Lembramos, aqui, que cada Período é composto de 7 Globos e de 7 Revoluções em torno desses Globos de densidades diferentes. Nesse momento, nosso Campo de Evolução ainda estava no Sol. Com o tempo, verificou-se que o desenvolvimento desses Espíritos Virginais da Onda de Vida humana não acompanhava, com a mesma rapidez, os demais, atrasando a evolução do conjunto todo. Assim, os Planetas: Urano, Saturno, Júpiter, Terra, Marte, Vênus e Mercúrio foram expelidos do Sol, um a um, de forma a servirem de campo de atividades e evolução dos Espíritos Virginais em seus diferentes estados de desenvolvimento; cada um a distância exata necessária e com o tamanho e composições ideais para ser o melhor Campo de Evolução para cada grupo de Espíritos Virginais. Assim é que se formou o nosso Planeta, a Terra, separada do Sol, Campo de Evolução da nossa Onda de Vida humana.

A um certo tempo de evolução, já aqui no Planeta Terra, passamos a ser guiados e orientados pela terceira manifestação da Divindade ou o terceiro aspecto de Deus, nosso criador – o Espírito Santo, Jeová, o Iniciado mais avançado da Onda de Vida Angélica. É dele a autoria de todas as Religiões de Raça que serviu (e ainda serve, em algumas circunstâncias específicas) para nos conduzir a humanidade do Período Terrestre. Esse auxílio, prestado a toda humanidade nesta fase de desenvolvimento, teve a participação ativa de hostes de Arcanjos (como Espíritos de Raça) e Anjos (como Mensageiros e Anjos da Guarda) e foi prestado a partir de fora da Terra. Ou seja, foi necessário que as orientações para as nossas atividades na Região Química do Mundo Físico nessa época fossem dirigidas através de fontes exteriores.

Quando chegamos à metade quarta Revolução desse Período Terrestre, houve a necessidade de haver mais segmentações no nosso Campo de Evolução, a fim de facilitar a aprendizagem das lições que estavam reservadas para nós. Essas segmentações são chamadas de Épocas. Durante a Época Lemúrica e Atlante (a terceira e quarta das 7 Épocas, respectivamente) foi acrescentado um novo veículo em nossa evolução: a Mente. Também, foi na Época Atlante que surgiram, para nós, os seres atrasados da Onda de Vida dos Anjos, chamados Espíritos Lucíferos (ou Anjos Lucíferos ou, ainda, Anjos caídos). Eram atrasados porque não conseguiam evoluir no Esquema de Evolução dos Anjos sem a necessidade de um cérebro – tal como os Anjos que nunca precisaram de um – mas também não conseguiam construir um, já que, originalmente, os Anjos não necessitam. Naquela Época a nossa consciência ainda estava ligada aos planos superiores (ou seja: não estamos com a nossa consciência de vigília, focada na Região Química do Mundo Físico, como temos hoje). Os Espíritos Lucíferos sugeriram para nós que o cérebro era uma estrutura física, capaz de auxiliar-nos a entender como criar outros Corpos Densos, aqui nesse Mundo Físico, sem se sujeitar a direção de Jeová e dos Anjos (que era como era feito até então) e, assim, seríamos dono de nós mesmos e conheceríamos o bem e o mal.

Consequentemente, a grande maioria de nós (e não todos!) aceitou a sugestão e passou a viver dessa maneira: usando e abusando da força sexual criadora. Logo, derivando para ambições egoístas, aprendendo a mentir, a praticar a astúcia desenfreadamente, a desenvolver a vontade do “eu inferior”, a se revoltar contra os preceitos de Jeová. Sob a Lei de Consequência (ou Lei de Causa e Efeito) tivemos castigos severos por desobediência a essa Lei. Fomos divididos em Raças e essas em nações. A fim de entender que o “caminho do transgressor é sofrido” e nos dar a oportunidade da escolha, sempre que preciso, uma Raça era utilizada para guerrear contra outra: uma que obedecia aos preceitos do seu Senhor (Jeová) contra outra que insistia em não obedecer. E o objetivo aqui era que cada um controlasse o seu Corpo de Desejos.

Como quando o Átomo-semente da Mente foi dado a nós, estávamos acostumados a caminhar somente pelo desejo inferior (satisfazendo-o a qualquer custo e preço), então associamos a Mente juvenil um instrumento da natureza de desejos. Conclusão: facilmente a Mente se tornou um meio de justificar e arquitetar pensamentos que evidenciasse o nosso “eu inferior” (a Personalidade) e deixou de servir o “Eu Superior” (a Individualidade). Renascimentos e renascimentos aqui praticando o abuso da força sexual criadora, por meio de ondas de paixões, desejos inferiores, sensualidades, astúcias e mentiras nos assolou e criamos dívidas e mais dívidas de Destino Maduro (aquele que só há uma maneira de pagar: expiando). Até que a cristalização do nosso Corpo Denso (e a incapacidade do nosso Corpo Vital em vivificá-lo) se tornou de tal grau que quase não era possível evoluir nele; assim como a própria Terra – o nosso Campo de Evolução – foi-se cristalizando em grande intensidade até que surgiu o perigo de que toda a nossa evolução humana poderia chegar a um grau tão alto de cristalização que poderia surgir à segunda Lua da Terra!

Para evitar esta calamidade foi necessário um novo nível de ajuda espiritual que viesse até nós. Cristo, o Espírito do Sol, era o único que poderia nos ajudar, porque ele trabalha e domina totalmente a substância do Mundo do Espírito de Vida, o primeiro Mundo debaixo para cima onde cessa toda a separatividade, onde a fraternidade é um cotidiano, a partir do amor ágape – o amor verdadeiramente desinteressado e focado na divina essência do ser a que amamos. E isso foi feito por meio de um grande sacrifício cósmico. Ele, como qualquer outro Arcanjo, só conseguia construir, como veículo mais inferior, o Corpo de Desejos. Mas Ele precisava estar entre nós (viver o nosso dia a dia, para mostrar como a partir do nosso interior poderíamos sair dessa situação que nós mesmos nos colocamos), para sentir a dificuldade que estávamos sentindo e, assim, nos prescrever exatamente o que devíamos fazer para sair desse estágio perigoso. Assim, precisava se adaptar à existência material. Para isto teve que recorrer aos Corpos Vital e Denso de um ser humano. O mais indicado, pelo seu grau de evolução, foi o ser humano de Jesus. Ele cedeu, voluntariamente nesse renascimento, o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital à Cristo.

O Corpo Denso e o Corpo Vital de Jesus foram aperfeiçoados e sutilizados em sua juventude e até aos 30 anos de idade pelos Essênios, de forma a sintonizarem-se com as vibrações elevadíssimas para que mais tarde esses veículos pudessem ser cedidos por Jesus, no Batismo, a Cristo, quando as ligações entre o Corpo de Desejos de Cristo e os Corpos Denso e Vital de Jesus foram feitas. Esse foi o Seu primeiro passo do sacrifício cósmico: entrar nesses veículos (Vital e Denso). A dualidade deste maravilhoso “Ser” conhecido por Cristo-Jesus tornou-se única entre todos os Seres dos sete Mundos que compõe o universo. Só Ele possui os doze veículos que unem diretamente o ser humano no Corpo Denso a Deus. Ninguém melhor do que Ele podia compreender, com maior compaixão, a nossa posição e as nossas necessidades e nos trazer alívio total.

Nos três anos de seu ministério, Cristo-Jesus ensinou a verdadeira Religião Cristã Esotérica: a unificação futura de todos nós. O amor impessoal, focado na divina essência de um ser, e a Fraternidade Universal são os dois grandes mandamentos de Amor que constituem o alicerce imediatamente necessário à nossa evolução espiritual.

A Crucificação ocorreu no momento em que Cristo-Jesus deu o passo final e se tornou o Espírito Planetário da Terra. O sangue que jorrou da coroa de espinhos e dos ferimentos do seu Corpo Denso penetrou no Planeta Terra libertando Cristo dos veículos de Jesus e tornando-O o Espírito Interno da Terra. Nesse instante a Terra foi permeada com o Seu Corpo de Desejos que lavou os pecados do mundo, não do indivíduo. Assim, purificou o Corpo de Desejos que estava contaminado da Terra – o Mundo do Desejo –, libertando-a das influências negativas, inferiores e cristalizantes que se haviam acumulado e sendo tão nefastas para a humanidade. A partir deste momento, todos nós, com vontade e esforço, temos condições de purificar os nossos veículos e acelerar o nosso desenvolvimento espiritual – se quisermos –, pois foi possível o acesso a esta substância espiritual pura.

Devido a este extraordinário sacrifício, Cristo agora vive parte do ano limitado e oprimido na nossa Terra, aguardando o Dia de Sua Libertação. Esse tempo é marcado pelo Equinócio de Setembro quando Cristo toca a atmosfera da Terra e termina no Equinócio de Março, que marca o fim do trabalho na Terra voltando ao seio do Pai, para preparar o seu retorno no próximo ano.

Cristo sente todo ódio, raiva, egoísmo, astúcia, discórdia e todos os outros desejos, sentimentos e outras emoções, tomando os materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que nós geramos todos os dias. Mas, Ele recebe também uma extraordinária ajuda dos Irmãos Maiores que trabalha, diariamente, para transmutar todo o mal em forma de pensamentos, sentimentos, palavras, atos, obras e ações em fatores positivos através de Sua força de vida. Mesmo sabendo que a maioria de nós não está ciente deste trabalho, nós como Estudantes Rosacruzes devemos procurar não expressar estes desejos, sentimentos e outras emoções, tomando os materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Se não o fizermos aliviaremos o sofrimento do nosso Salvador Cristo e apressaremos a Sua libertação.

A nossa dívida com o Cristo é imensa, e se quisermos começar a saldá-la, mesmo que muito modestamente, comecemos a praticar na nossa vida diária o serviço amoroso e desinteressado, servindo a divina essência do irmão e da irmã que vive ao nosso lado, no nosso cotidiano, seja quem for. Assim teceremos o Corpo-Alma, o veículo que encontraremos com Ele na Sua segunda vinda e nos possibilitará dar o próximo passo para frente e para cima nesse Esquema de Evolução. A decisão é nossa!

“Que as rosas floresçam em vossa cruz”

 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Bom Pastor e as Ovelhas desse e de Outros Apriscos

Estudando a Filosofia Rosacruz, compreendemos que estamos em um Esquema de Evolução e nele há um Caminho de Evolução que “nos leva de volta para Deus”, de “onde viemos e para onde estamos voltando”.

Sabedor disso, surge a pergunta: o que devo fazer para não mais me desviar? Essa é a pergunta de todo o Aspirante a vida espiritual e a resposta é sempre a mesma, nos fornecida por Cristo: amar seus semelhantes de maneira que queira sempre ajudá-los e servi-los com amor, sabendo que todos somos filhos de Deus; procurar fazer sempre o bem pelo simples prazer de fazer o bem, cooperando assim com o trabalho do Cristo pela redenção da humanidade.

Afinal, Cristo nos ensinou que: “Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas.” (Jo 10:11).

E, mais: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: devo conduzi-las também; elas ouvirão a minha voz; então haverá um só rebanho, um só pastor.” (Jo 14:16).

Mas, nos avisou que há outros que podem nos distanciar da Evolução: “quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas soube por outro lugar, é ladrão e assaltante; o que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre: as ovelhas ouvem a sua voz e ele chama as suas ovelhas uma por uma e as conduz para fora. Tendo feito sair todas as que são suas, caminha à frente delas e as ovelhas o seguem, pois conhecem a sua voz. Elas não seguirão um estranho, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. (Jo 14:1-5).

Porém, se Deus faz nascer o sol para o justo e para o injusto; se Ele mora no coração de todo ser, mesmo naqueles que não O ama; quem somos nós para fazer menos? Devemos, portanto, fazer com que o nosso amor e a nossa Luz chegue a cada irmão e a cada irmã, para que com o nosso exemplo, possamos fazê-lo retornar ao Caminho que o leva a Deus. Esse caminho reto e estreito, para cima e para frente: o Caminho da Evolução. Cristo, nessa passagem, nos dá o motivo pelo qual Ele é “a verdadeira Luz”.

Para entender o que significa ser “bom pastor”, bem como “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil”, façamos uma viagem a um longínquo passado no nosso Caminho de Evolução. Atualmente estamos no quarto Período do nosso Esquema de Evolução, o Período Terrestre. Como todos os outros Períodos, este tem 7 Globos (nomeados de A, B, C, D, E, F e G), por onde nós passamos 7 vezes (também chamado de 7 Revoluções). Durante a nossa peregrinação pela quarta Revolução no Globo D, tivemos mais divisões no nosso Caminho de Evolução. Tais divisões são conhecidas como Épocas. Estamos na quinta Época, conhecida como Época Ária.

Na primeira Época, a Época Polar, nós formamos, por assim dizer, nosso Corpo Denso. Na segunda Época, a Época Hiperbórea, nós vitalizamos esse Corpo Denso por meio da interpenetração de um Corpo Vital. Com isso, na segunda Época, nós possuíamos um Corpo Denso e um Corpo Vital. Éramos hermafroditas, ou seja, éramos uma unidade criadora. Toda nossa força criadora nós projetávamos de nós mesmos. Nada guardávamos para nós. Expressávamos o amor na forma mais pura, como os Anjos o fazem.

Com o decorrer do tempo, houve a necessidade de construirmos um cérebro e uma laringe. Para isso, foi necessária uma divisão da bipolar força criadora: metade foi destinada para a construção destes novos órgãos e a outra metade continuou sendo usada para a geração. A partir daí cada um de nós teve que buscar a cooperação de outro ser para a geração e a própria continuação de se renascer aqui (Houve a divisão dos sexos e a necessidade de buscar seu polo oposto: se renascido como homem, busca quem estava renascido como mulher, e vice-versa).

Começamos a amar egoisticamente para gerar novos Corpos e a amar egoisticamente também para expressar o pensamento aqui na Região Química do Mundo Físico, porque desejamos obter conhecimento. E como semelhante atrai o semelhante, atraímos para nós mesmos seres de mesma natureza.

Como em toda Onda de Vida, a dos Anjos também possuía uma classe de seres atrasados, conhecidos como Espíritos Lucíferos, Anjos Lucíferos ou, ainda, Anjos caídos. Os Anjos fazem parte de uma Onda de Vida que não necessita de cérebro para obter o conhecimento. Porém, esses atrasados precisavam e, o pior, não tinha a capacidade de construir um. Estavam a meio caminho entre os Anjos e o ser humano. Eram os Espíritos Lucíferos. Então, quando desenvolvemos um cérebro esses seres perceberam uma oportunidade de prosseguir a sua evolução. Precisavam descobrir como penetrar no cérebro humano.

Enquanto isso, nós prosseguíamos no nosso Esquema de Evolução. Estávamos na terceira Época, a Época Lemúrica. Não tínhamos a menor consciência do nosso Corpo Denso. Nossa consciência não apresentava o nível da atual de desenvolvimento ou consciência de vigília na Região Química do Mundo Físico. Quando renascidos como seres do sexo feminino, éramos estimulados a expressar o polo negativo da força criadora, a imaginação. É graças à imaginação que, quando renascidos como seres do sexo feminino – mulher – conseguimos formar um corpo em sua matriz.

Naquela Época toda a nossa consciência estava enfocada nos Mundos espirituais. Quando renascidos aqui como seres do sexo feminino, observávamos, ainda que muito vagamente, que nós e os outros seres humanos possuíamos um Corpo Denso e, que muitas vezes, os que estavam ao seu redor perdiam esse Corpo Denso; isso a confundia muito. A imperfeita percepção do Mundo Físico nos impossibilitava de revelar aos outros que eles haviam perdidos seus Corpos Densos!

Os Anjos não nos davam informações sobre o porquê desta imperfeita percepção. Foi aí que surgiram os Espíritos Lucíferos. Esses seres entraram pela coluna vertebral até próximo ao cérebro quando renascíamos como seres do sexo feminino – mulher. Contou-nos o que acontecia, tornando-nos consciente do nosso Corpo Denso. Pediu-nos, quando renascíamos como seres do sexo feminino – mulher – para falarmos aos seres do sexo masculino – homem – e ensinou-nos como, juntos, podíamos criar novos corpos quando quiséssemos. Por causa da consciência interna, voltada aos Mundos espirituais e, também, porque os Espíritos Lucíferos tinham entrado pela medula espinhal, enquanto renascíamos como seres do sexo feminino – mulher – nós vimos estes Espíritos associando-os como serpentes. A partir daí nós tomamos para nós mesmos o direito de praticar o ato gerador a nossa vontade, ignorantemente. Comemos o fruto da “Árvore do Conhecimento” e conhecemos o bem e o mal. E mediante o contínuo abuso dessa força sexual criadora, chegando à degeneração, a nossa consciência ficou tão focada no Mundo Físico que hoje uma boa parte de nós considera essa vida terrestre como a única e tememos a morte por desconhecer o que há do outro lado.

Se, por um lado deixamos de ser um autômato, convertendo-nos num ser que consegue expressar seu pensamento aqui, por outro tornamo-nos sujeito a tristeza, dor e morte, vivemos em peregrinação sem paz e sem tranquilidade.

Cristo veio ao mundo para salvar-nos do pecado, da tristeza e morte. “Rasgou o véu do templo” e abriu a Iniciação para todos que quiserem. Todos, agora, têm acesso aos mistérios ocultos e podem conhecer todo o Esquema de Evolução!

Assim, Ele chamou a si mesmo de a “verdadeira Luz“. Aos que vieram antes dele, chamou de “ladrões e bandidos”, porque roubaram de nós a paz, tranquilidade e visão espiritual!

Vejamos, agora, a revelação da simbologia presente nestes versículos: “Como o Pai me conhece, assim Eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho outras ovelhas que não são desse aprisco; importa que eu as trouxesse. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10:15-16).

Com estas palavras Cristo nos revela, em símbolos, a amplitude da sua obra: a Fraternidade Universal!

No seu lar celestial, que é o Mundo do Espírito de Vida, Cristo executa a primeira parte da sua obra. O Mundo do Espírito de Vida é o mundo que se difunde pelo espaço interplanetário e interpenetra todos os Astros (Planetas, satélites naturais e outros corpos siderais) do nosso Sistema Solar. É o primeiro Mundo, debaixo para cima, onde cessa toda a separatividade. É onde a Fraternidade é um cotidiano.

O veículo mais inferior que o Cristo possui, com o qual é mais acostumado a funcionar, é composto por materiais do unificante Mundo do Espírito de Vida (apesar de que, como um ser da Onda de Vida dos Arcanjos, Ele ter a capacidade de construir um Corpo de Desejos, mais denso do que um corpo construído de material do Mundo do Espírito de Vida).

Portanto, o trabalho específico do Cristo no Sistema Solar, é o de correlacionar todos os Astros e os seres vivos que neles habitam, numa Fraternidade Universal, unindo-os como irmãos, filho de Deus. Essas são as “outras ovelhas que não são desse redil <aprisco>”.

Outra parte do trabalho do Cristo ocorre quando Ele alcança o Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai. O Mundo do Espírito Divino é o Mundo que correlaciona todos os Astros de todos os Sistemas Solares do Universo. Nesse Mundo, o trabalho do Cristo é o de correlacionar todos esses Astros e seus seres vivos numa Fraternidade Universal.

A terceira parte do trabalho do Cristo é desenvolvida aqui na Terra. Cristo como o Regente do Planeta e o guia da humanidade específica seu trabalho em unir-nos numa Fraternidade tendo Cristo como Irmão Maior. Quando isso ocorrer, o amor se fará altruísta e a Fraternidade Universal se realizará completamente e cada um trabalhará para o bem de todos. Estaremos na Sexta Época, a Época da Nova Galileia.

Atualmente, do centro do Planeta Terra Ele envia o impulso para o arrependimento e a reforma íntima de cada um de nós, e graças a esse seu sacrifício anual estamos nos tornando mais puros e regenerados. Essas também são as “outras ovelhas que não são desse aprisco” e “haverá um só rebanho e um só pastor“.

Note que em “eu sou a porta; se alguém entrar por mim será salvo; entrará, sairá e encontrará pastagens” temos um motivo para buscarmos sempre à consolação e o amparo divino, desapegando-nos de toda consolação exterior, baseada no próprio ser humano ou nas coisas materiais, porque “o mercenário e o que não é pastor, de quem as ovelhas não são próprias, vê vir o lobo, deixa as ovelhas, foge e o lobo arrebata, porque é necessário e porque não se importa com as ovelhas“. Perceba a esperança e a segurança que o Cristo nos dá! Semelhante à outra passagem quando ele diz: “estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28:20), então, o que falta é estarmos com Ele!

Note que em “como o Pai me conhece, assim eu conheço o Pai e dou minha vida pelas minhas ovelhas” fica clara a perfeita harmonia entre o Filho (Deus Filho) e o Pai (Deus Pai).

E a esperança e a confiança que tanto procuramos, nós podemos encontrar quando Ele disse: “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10:30). E, realmente, o Cristo dá a Sua vida pelas suas ovelhas senão vejamos o sacrifício anual que um ser com tal grau de onisciência, onipresença e onipotência se submete, ao ficar confinado às baixas e cristalizantes vibrações do nosso Planeta Terra, dando Sua vida, Seu amor e Sua luz para que nos possamos continuar existindo e progredindo.

Lembramos sempre que “Cristo mesmo preparou o caminho para quem o deseje” e Ele ajudará e abençoará a todo verdadeiro investigador que deseje trabalhar pela Fraternidade Universal, sempre, aqui, agora até a sua realização total!

                                                                       Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “Pão e o Vinho” Místicos

Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a Páscoa; e Cristo Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos. Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? Respondeu-lhes: Quando entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem, levando um cântaro de água; segui-o até a casa em que ele entrar. E direis ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a Páscoa. E, chegada a hora, pôs-se Cristo-Jesus à mesa, e com ele os Apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão; pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. Então havendo recebido um cálice, e tendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; porque vos digo que desde agora não mais bebereis do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus. E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: Tomai e comei Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, e dando graças, deu-lhes dizendo: Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que é derramado por muitos para o perdão dos pecados”. (Lc 22:1-20)

Durante o percurso nesse Esquema de Evolução resolvemos tomar as rédeas do nosso desenvolvimento quando, como vemos na Bíblia: “comemos o fruto da Árvore do Conhecimento do bem e do mal”. Daí por diante abusamos demais da força sexual criadora, tornamo-nos egoístas e começamos a ter sofrimentos incalculáveis.

Foi então que a Religião de Jeová foi dada para corrigir esse estado de coisas. Jeová, o mais elevado Iniciado dos Anjos, que exerce o papel do Espírito Santo no nosso Sistema Solar. Ele recebe da Lua o impulso da vida, provindo do Mundo do Espírito de Vida e o reflete sobre a Terra em forma de Religião de Raça e de Leis.

Rebelamos demais contra a Lei o tempo todo. Enchemos a nós mesmos de pecado e todo o nosso Planeta Terra, campo da nossa evolução, da nossa aprendizagem.

Sob esse sistema, infelizmente, o egoísmo, gerado por nós, cristalizou o nosso Planeta Terra em tal extensão que as vibrações espirituais quase cessaram. A evolução estava estagnada e o sangue tão impregnado de egoísmo que a Raça humana corria o perigo de degenerar.

Esse sistema funcionou, como dizia os evangelhos, até São João Batista, o precursor do Cristo: “Arrependei-vos porque o Reino dos Céus está próximo (…) Eu vos batizo com água para o arrependimento (…), Mas Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:2,11)

Então encarnou Cristo, aliás, uma centelha, uma chispa do Cristo Cósmico, no corpo de Jesus, por ocasião do Batismo no Rio Jordão.

São João Batista, “o mais elevado dos nascidos de mulher”, como alto Iniciado essênio, reconheceu a grandiosidade de Jesus bem como a magnitude do alto a que era chamado ministrar na incorporação da Chispa Crística: “Eu não sou digno de desatar suas sandálias” (Mt 3:11)

Cristo Jesus veio e mudou a máxima até então vigente de: “olho por olho, dente por dente” para “amai vossos inimigos”.

Na última sessão esotérica do Cristo com seus Discípulos, descrita na Bíblia como a Última Ceia, no qual foi celebrada a nova aliança, não havia a carne do cordeiro (Áries), como era exigido na Lei de Moisés. Tampouco havia vinho, mas apenas pão, um produto vegetal, e o fruto da videira, outro vegetal. O suco recém-extraído da uva não contém um espírito proveniente da fermentação e decomposição, mas é um alimento vegetal puro e nutritivo. Assim, os seguidores da doutrina esotérica foram instruídos por Cristo a adotarem uma dieta que não incluísse carne, nem bebida alcoólica.

Supõe-se geralmente que o cálice usado por Cristo na Última Ceia continha vinho, no entanto, não há fundamento na Bíblia para essa suposição. Foram dados três relatos sobre a preparação desta Páscoa. Enquanto São Marcos e São Lucas declaram que os mensageiros foram enviados a uma determinada cidade para procurar um homem transportando um cântaro de água, nenhum dos Evangelistas disse que o cálice continha vinho.

O uso da água na Última Ceia também se harmoniza com os requisitos astrológicos e éticos. Pelo movimento de Precessão dos Equinócios, o Sol estava deixando Áries, o Signo do Cordeiro, entrando em Peixes, um Signo aquático. Uma nova nota de aspiração iria soar, uma nova fase de elevação humana devia ser introduzida durante a Era Pisciana que se aproximava. A autoindulgência iria ser superada pelo espírito da renúncia. O pão, sustento da vida, feito da semente imaculadamente gerada, não alimenta as paixões como a carne; também o nosso sangue, diluído na água, não altera tão bruscamente como quando está saturado de vinho. Portanto, o pão e a água são alimentos adequados e símbolos de ideais durante a Era Peixes-Virgem. Eles representam a pureza.

Assim, o Cálice da Nova Aliança mencionado como a representação do ideal da futura época, a Nova Galileia, é um órgão etérico formado dentro da cabeça e da garganta pela força sexual não gasta que, à visão espiritual, assemelha-se à haste de uma flor, elevando-se da parte inferior do tronco. Este cálice é realmente um órgão criador, capaz de enunciar a palavra de vida e de poder.

Atualmente, a palavra é articulada por movimentos musculares desajeitados que regulam a laringe, a língua e os lábios para que o ar, proveniente dos pulmões, emita determinados sons, mas o ar é um meio pesado quando comparado às forças mais sutis da natureza, como a eletricidade que se move no Éter. Quando este novo órgão tiver evoluído, terá o poder de pronunciar a palavra de vida, de infundir vitalidade em substâncias até hoje inertes. Este órgão está sendo hoje formado por nós, através do serviço amoroso e desinteressado prestado ao irmão e à irmã, focando justamente na divina essência de cada irmão e irmã com quem convivemos.

Lembremo-nos que Cristo não deu o cálice à multidão, mas aos Seus Discípulos, que eram os Seus mensageiros e servidores da Cruz. Atualmente, aqueles que “bebem do Cálice” do autossacrifício, os que colocam sua vida ao serviço dos outros, estão construindo esse órgão, o Corpo-Alma, o “Dourado Manto Nupcial”, o soma psuchicon, que disse São Paulo em sua Primeira Epístola aos Coríntios (15:44). Eles estão aprendendo a usá-lo em pequena escala como Auxiliares Invisíveis, quando deixam seus corpos à noite e é nessas circunstâncias que aprendem a proferir a palavra de poder que remove a doença, a enfermidade e repara órgãos, tecidos e até sistemas inteiro do Corpo.

Com o derramamento do sangue de Jesus no Calvário e a penetração do Cristo no Globo Terrestre, através desse veículo físico, nosso Planeta foi purificado. O esplendor que se emanou deixou os circunstantes ofuscados e se diz que houve trevas.

Em outras palavras: o Cristo Cósmico manifestou-se por meio de Jesus para nos salvar. Purificar o sangue do egoísmo é o Ministério do Gólgota, que começou quando o sangue de Jesus foi derramado, continuou através das guerras das nações Cristãs, sempre que os seres humanos lutavam por ideal, e durará até que, por contraste, os horrores da guerra tenham imprimido suficientemente, no gênero humano, a beleza da Fraternidade.

Cristo entrou no Planeta Terra pelo Gólgota. Está novamente “fermentando” o Planeta, fazendo-o responder às vibrações espirituais, mas o Seu sacrifício não se consumou em um só momento pela morte para, dessa forma, nos salvar, como geralmente se crê. Ele ainda está “gemendo, labutando e esperando o dia da Sua libertação”, para a “manifestação dos Filhos de Deus”, como disse São Paulo, e, na verdade, nós apressaremos esse dia cada vez que participarmos do alimento para os nossos corpos superiores, simbolizados pelos místicos “pão e vinho”. Poderíamos ser muito mais eficazes, acelerando a nossa própria libertação e apressando o “dia de Nosso Senhor”, se o fizéssemos sempre “em Sua memória”.

Depois o Cristo subiu até o Mundo do Espírito Divino, o plano do Pai do nosso Sistema Solar para fortificar-se. É o que significa “descer aos infernos e subir aos céus, onde se encontra a direita do Pai”.

Desde então, como prometera, Cristo estará conosco até “a consumação dos séculos”, isto é, até que terminem estes tempos de aperfeiçoamento terrestre para uma nova Época, ainda uma chispa d´Ele volta todos os anos, começando a descer em setembro, fecundando toda a natureza.

Pelo Natal, Ele está novamente no centro do nosso Planeta Terra espargindo seu impulso de vida e de amor a toda criatura viva. Depois vai se retirando e pela Páscoa retorna a Seu plano, no Mundo do Espírito de Vida.

E assim, segue o Cristo, dando o seu Corpo e o seu Sangue como o “pão e o vinho” místicos, respectivamente, que nos alimenta fisicamente e espiritualmente a custa de muita dor e sofrimento, até que consigamos suplantar as leis do pecado e da morte pelo amor, que restaurará a imortalidade e que é a essência do ensinamento Cristão.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Calendário: Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil–2022–Julho

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Nove Sinfonias de Beethoven – Correlacionadas com as Nove Iniciações Menores – Sexta Sinfonia

Por Corinne Heline

CAPÍTULO VI – SEXTA SINFONIA – FÁ MAIOR – OPUS 68

“Existe música no suspiro de um junco,

Existe música no alvoroçar de um riacho,

Existe música em todas as coisas, se o homem tiver ouvidos.

A Terra é somente o eco das esferas.”

Lord Byron[1]

A Sexta Sinfonia é uma das melhores peças musicais em toda classe de música absoluta. Beethoven nem uma vez transgrediu os grandes princípios da forma e do equilíbrio nessa Sinfonia. O movimento de abertura é um verdadeiro retrato campestre cheio de tônicas e dominantes da alegria do verão. O aroma do riacho com seu sonolento e repetido desenho na corrente das cordas é o refrão sempre soando na Natureza.

Romaine Rolland em “Beethoven”.

Beethoven foi um grande poeta que segurou a natureza com uma das mãos e o homem com a outra.

Autor Desconhecido

A Sexta Sinfonia foi terminada em 1808 e primeiramente apresentada em Viena no mesmo ano.

Há um triângulo cósmico composto por Deus, o Ser Humano e a Natureza. O ser humano é o pequeno deus no Grande Indivíduo. Quanto mais próximo o ser humano entra em sintonia com Deus, mais profundamente ele penetra nos mistérios da natureza.

É bastante significativo que, para a Sexta ou Sinfonia da Natureza, Beethoven tenha escolhido o tom de Fá Maior. Fá é a nota-chave musical da Terra e que verde é a sua cor. Estudantes de musicoterapia estão cientes do fato de que o uso de composições musicais nessa tonalidade produzirão efeitos benéficos sobre várias formas de tensão nervosa e sobre nítidos e prolongados efeitos da insônia. Qualquer pessoa que tenha ficado cansada ou debilitada por excesso de tensão e que tenha passado apenas uma só noite numa floresta de pinheiros, respirando sua suave fragrância, não duvida da força curadora da natureza nem dos efeitos rejuvenescedores da cor verde, pois, na verdade, essa é a cor da vida.

Em seu livro “Essais De Technique Et D’Esthetique Musicales”, Elie Poirée[2] observa que a Sinfonia Pastoral de Beethoven que está escrita em Fá Maior tem a “cor-auditiva” correspondente à cor verde. Compreendendo como ele compreendia a profunda importância espiritual das diferentes tonalidades, Beethoven escolheu com o maior cuidado a nota-chave de cada uma das nove Sinfonias.

Também deve-se notar o fato de que a nota-chave da Sexta Sinfonia está correlacionada com Virgem, o sexto Signo do Zodíaco. Virgem é um Signo feminino e pertence à triplicidade da Terra. Está, portanto, afinado com a Mãe Natureza. Seu símbolo é a virgem segurando um feixe de trigo. Entre as notas-chaves espirituais de Virgem, está o “Serviço” por meio do som e da beleza. Esses atributos também caracterizaram os motivos musicais da bela Sexta Sinfonia de Beethoven ou, como é popularmente chamada, a Sinfonia Pastoral.

Nessa Sinfonia, que é verdadeiramente “um Hino sublime à Natureza”, Beethoven procurou transcrever algo das harmonias existentes nas operações do triângulo cósmico de “Deus, Natureza e Ser Humano”. Daí, ela exprimir muito mais que uma viagem através dos bosques ou uma caminhada entre cenas silvestres. Na repentina tempestade de verão, tão graficamente expressa no quarto movimento, Beethoven está descrevendo a batalha pela supremacia entre os Espíritos da Natureza que sempre ocorre numa tempestade. O trovão é a voz do Ar, o relâmpago, do Fogo, e a chuva, da Água, sendo a tempestade a sua luta pelo domínio sobre a Terra. Essa é uma magnífica visão e um som magnífico para aqueles que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir. A linda canção no Finale é uma transcrição direta para a percepção humana da música daqueles Seres Celestiais que guiam e dirigem a vida e as atividades de toda a natureza. Como Beethoven mesmo declarou, “Nos campos, parece que eu ouço cada árvore repetindo ‘Sagrado, Sagrado, Sagrado’”.

Do segundo movimento, o Andante, chamado pelo compositor de “Uma Cena perto de um Riacho”, Vincent d´Indy[3] diz: “É a mais admirável expressão da natureza genuína em existência”, acrescentando que “só há algumas poucas passagens em Siegfried e em Parsifal de Wagner que podem ser comparadas com ela”. A propósito da comparação aqui feita, pode ser lembrado que Wagner, em seu trabalho, procurou combinar em seus dramas musicais o que Beethoven procurou expressar em suas Sinfonias, e Shakespeare em seus dramas. Pode ser que Wagner, em suas passagens sobre a natureza, tenha se inspirado na Sinfonia Pastoral de Beethoven.

Ainda citando Vincent d´Indy em seu comentário sobre o segundo movimento: “Enquanto o fluxo do riacho proporciona base para todo o segundo movimento, melodias adoráveis brotam expressivamente e o tema feminino do allegro inicial emerge de novo sozinho, como se estivesse inquieto com a falta de seu companheiro. Cada seção do movimento é completada pela entrada de um tema de algumas notas, puras como uma prece. É o artista que fala, que reza, que ama e que se delicia em coroar as partes de seu trabalho com um tipo de aleluia. Esse tema expressivo termina as exposições sobre os passos do desenvolvimento, no meio dos quais as tonalidades obscuras provocam uma sombra por cima da Terra. Então, seguindo os episódios leves do canto dos pássaros, o tema é repetido três vezes, para concluir com uma afirmação comovente”.

A mensagem dessa Sinfonia, como Beethoven disse, é “Uma aproximação ao conhecimento de Deus através da Natureza”.

Um escritor definiu admiravelmente a fé de Beethoven que era cósmica e não cega, dizendo: “A Natureza era a Divindade para Beethoven; dela, ele tinha aprendido a aceitar todos os fenômenos como reflexões da Mente de Deus. Ele se sentia um ser escolhido de revelação sobrenatural, um herói, um salvador que tinha sofrido e, elevando-se, tinha sentido a vida divina dentro dele… À doutrina da Natureza em Deus e Deus na Natureza, de Deus imanente no universo, ele acrescentou uma mística compreensão de Deus como habitando em um simples indivíduo artístico e criativo”.

Há uma grande Sinfonia soando para sempre através da natureza, uma rara Sinfonia de harmonia e beleza que é inaudível para os ouvidos humanos e invisível para os olhos humanos até que se tenha elevado a consciência ao ponto onde ela possa se comunicar com os poderes que funcionam no lado interno da vida. O som do vento nas árvores, o estrondo da tempestade, o tamborilar da chuva, o melancólico chamado do cuco e o terno som da canção do rouxinol que são tão graficamente transcritos nessa Sinfonia, não são mais do que um aspecto da beleza e da harmonia da natureza. Em sons musicais refinados e Etéricos, o compositor transmite a música rarefeita do brotar da tenra grama, o desdobrar das pétalas das flores, o movimento das novas forças vitais nas folhas que brotam, no movimento rítmico dos Espíritos do Ar e no canto alegre de seres angelicais – todas essas coisas delicadas e intangíveis que pertencem ao lado oculto da natureza, Beethoven expressou no segundo e terceiro movimentos com tal delicadeza e beleza que suas maiores interpretações provavelmente não conseguiram descrever.

Beethoven era um filósofo musical profundo que possuiu não só a faculdade de perceber o lado vital da natureza, mas também teve o incomparável dom de transcrever algo da linguagem espiritual para que todos a ouvissem. Todos, no entanto, não desenvolveram a sensibilidade para perceber os tons superiores espirituais que ele foi capaz de colocar dentro de suas composições divinamente inspiradas. Mas, eles estão lá esperando reconhecimento, enquanto a humanidade se eleva suficientemente em consciência para acompanhar o compositor aos planos dos quais ele retirou sua sublime inspiração. Nesse meio tempo, aqueles que não são ainda capazes de compartilhar completamente em tudo o que o compositor experimentou na criação de seus trabalhos imortais são, no entanto, beneficiários do que eles realmente ouvem num maior sentido vital do que geralmente é reconhecido.

A música origina-se no Mundo celeste e, se o ser humano está ciente do fato ou não, ela serve para preservar nele, embora de maneira muito tênue, alguma recordação das esferas divinas das quais ele veio e para as quais ele está destinado a voltar. Torna-se um fator importante prevenir o ser humano de cair no esquecimento de seu verdadeiro lar.

E assim, ouvindo a Sinfonia Pastoral de Beethoven, o Ego humano é realmente colocado em contato com mais do que impressões de natureza externa qualquer que possa ser o grau de sua percepção consciente do que é então conectado. Lá está; ela colide com seus veículos mais sutis e deixa uma impressão que é refinadora, sensibilizadora, construtiva e redentora.

Portanto, não é somente música da natureza, como esse termo é geralmente compreendido, que Beethoven deu ao mundo em sua Pastoral. Não é uma tentativa de descrever programaticamente cenas físicas e efeitos atmosféricos. Para aqueles que podem perceber as nuances espirituais desta criação sinfônica, melodias alegres de pássaros transportam comunicações angélicas, águas correntes carregam uma paz interior, os campos abertos expandem os horizontes, enquanto florestas são transformadas em grandes catedrais e montanhas em elevadas cidadelas de Deus.

A SEXTA INICIAÇÃO

A nota-chave espiritual da Sexta Sinfonia é “unidade”. Seis é um número que expressa luz, amor e beleza. Esses são os humores musicais prevalecentes da Sexta Sinfonia.

A Sexta Sinfonia está relacionada com a sexta camada da Terra. É o Estrato Ígneo. Nessa conexão, não temos que considerar o fogo no sentido literal, pois esta sexta camada é luminosa. O ocultista entende a diferença entre Fogo e Chama. Fogo é uma força espiritual e Chama é o aspecto material daquela força. Moisés esteve diante da sarça ardente que não era consumida, o que significa que ele esteve na presença do ser espiritual da Luz que queimava, mas não se consumia.

Essa sexta camada da Terra reflete as forças espirituais daquele plano elevado que é conhecido metafisicamente como o Mundo da Consciência Crística. É o plano no qual todo o sentido de separatividade foi transcendido e a verdadeira universalidade de toda a vida é realizada. Aqui, a unidade completa prevalece. Se, em obediência à admoestação de São João, nós andamos na luz como Ele está na luz, teremos fraternidade entre todos. Este é o efeito da música da Sexta Sinfonia que podemos supor que foi escrita sob a inspiração da sublime visão da inclusiva e harmoniosa fraternidade existente nesse plano espiritual elevado.

Beethoven estava sempre nutrindo em seu coração o ideal da fraternidade humana. Era profundo e intenso; isso tocava o incomum e o cósmico. Na Sexta Sinfonia estão projetadas essas qualidades com relação à Natureza, a exteriorização de Deus no qual nós vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. É sobre esse mesmo ideal de fraternidade que ele leva o ouvinte nas asas do êxtase para os altos planos da glória no Finale da sua Nona Sinfonia poderosa. É só quando esse estado de consciência está desenvolvido que as glórias internas da Natureza podem ser reveladas e o sublime trabalho da Sexta Iniciação pode ser empreendido com sucesso.

Como foi dito anteriormente, depois da quinta Iniciação, o trabalho se torna tão elevado que pouco pode ser dito sobre ele. Para interpretar algo sobre a Sexta Iniciação, Beethoven invocou o Espírito da Natureza. Ao estudar a natureza com reverência e devoção cada vez mais crescentes, mais seus sublimes mistérios são revelados ao ser humano, e mais próximo ele se afina com Deus. Um sábio mestre advertiu os aspirantes que procuram entrar nos profundos mistérios da vida dizendo que eles “estudassem a natureza, pois ela contém a marca da divindade”.

Beethoven considerava essa admoestação. É como ele expressou sua fé na sabedoria a ser aprendida, um texto que ele copiou de forma a tê-lo sempre com ele e, também, diante dele. Assim: “O ser pode corretamente denominar a Natureza de escola do coração; ela nos mostra claramente nossos deveres para com Deus e nosso vizinho. Portanto, eu desejo me tornar um discípulo dessa escola e oferecer a Ele o meu coração. Desejoso de instrução, eu tentaria obter aquela sabedoria que nenhuma desilusão pode rebater; eu ganharia um conhecimento de Deus e através desse conhecimento, eu obteria um antegozo da felicidade celestial”.

A Sexta Iniciação está relacionada com a Iniciação do Fogo. O segredo da vida está conectado com o fogo e é nessa Sexta Iniciação que a pessoa chega diante dessa poderosa verdade. Aqui, ela aprende a distinguir a chama do fogo. A chama é reconhecida pelos cinco sentidos físicos, enquanto o espírito do fogo é percebido só através das faculdades espirituais. Aquele que conhece os segredos da Iniciação do Fogo pode passar sem se queimar através da chama. Vários exemplos disso estão registrados no mais profundo dos livros ocultos, a Bíblia. Tal é a trasladação de Elias para o céu numa carruagem de fogo, a passagem dos três homens sagrados através do fogo como está escrito no Livro de Daniel e as línguas de fogo que estão colocadas nas cabeças dos Discípulos em Pentecostes. Essas são todas descrições dos vários estágios ou aspectos da Iniciação pelo Fogo, e todas relatam, em certo grau, o Sexto Mistério.

Os ciclos de renascimentos através dos quais o espírito individualizado tem que passar é o processo pelo qual as potencialidades divinas são despertadas e desenvolvidas em chama vivente. Essa é a luz a que São João se referiu quando disse: “Se nós andamos na luz como Ele está na luz, teremos fraternidade uns com os outros”. É só quando o ser humano desperta essa luz em si mesmo que ele pode conhecer o verdadeiro significado da fraternidade. A humanidade não pode oferecer ao Criador maior presente do que aquele de manifestar uma fraternidade universal e um mundo unido.


[1] N.T.: George Gordon Byron (1788-1824), conhecido como Lord Byron, foi um poeta britânico e uma das figuras mais influentes do romantismo.

[2] N.T.: Elie Émile Gabriel Poirée (1850-1925) – compositor e crítico musical francês

[3] N.T.: Paul Marie Théodore Vincent d’Indy (1851-1931) foi um compositor e professor francês.

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Aqui a Sexta Sinfonia em MP3:

Beethoven- Symphony #6 In F, Op. 68, ‘Pastoral’ (Pastoral) in F Op 68
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Cristo já não se encontra no Sol? E se Ele vive no coração da Terra, como já ouvimos muitos ensinarem, como Espírito Planetário, como poderá Ele vir, se já está aqui?

Detalhando melhor a minha dúvida: Sabemos que Cristo, por ocasião do Equinócio de Setembro, envia um dos Seus Raios e atinge o centro da Terra, em 24 e 25 de dezembro, no Solstício de Dezembro, época em que se comemora o Natal. Muito bem. Agora, em determinada lição lemos o seguinte: “O Corpo Vital de Jesus, por meio do qual o Cristo entrou na Terra, é Seu único meio de VOLTAR ao Sol. Portanto, a segunda VINDA será no Corpo Vital de Jesus”. Então Cristo já não se encontra no Sol? E se Ele vive no coração da Terra, como já ouvimos muitos ensinarem, como Espírito Planetário, como poderá Ele vir, se já está aqui? E se Ele está confinado à Terra, como Espírito Terrestre, que força é essa que nos vem pela época de Natal, sabendo-se que ela vem de fora para depois penetrar até o centro do Planeta? Não é do próprio Cristo, que tem Sua morada no Sol? Então, como podem conciliar-se essas duas afirmações ao mesmo tempo; isto é, Cristo enviando um Raio de Sua Consciência anualmente, enquanto aprendemos que Ele voltará ao Sol através do Corpo Vital de Jesus? Se esse Raio, que chamamos de Cristo, somente teve entrada no corpo da Terra por ocasião da morte de Cristo-Jesus no Gólgota, de onde então nos vinha a vida, essa força que vemos fazer tudo ressurgir e regozijar-se pujantemente, dando novo alento e novas cores à Natureza?

Resposta: Cristo, como o mais elevado Arcanjo, o mais elevado Iniciado da Onda de Vida arcangélica, embora sendo perito manipulador do Corpo de Desejos, que é o corpo mais denso dos Arcanjos, tem seu veículo costumeiro, seu plano de ação, no Mundo do Espírito de Vida, o PRIMEIRO PLANO CÓSMICO, onde não há divisão e de onde a vida interpenetra tudo, onde reina a fraternidade no cotidiano. Ora, esse impulso de vida e de amor, emanado para toda a criação do Mundo do Espírito de Vida, é um impulso do Filho, o Segundo Aspecto da Trindade em nosso Sistema Solar, obra que está a cargo de Cristo, graças à sua elevação. Mas o impulso dessa vida sobre nosso Planeta foi diferente, antes e depois do acontecimento do Gólgota. Antes do Gólgota governava Javé ou Jeová, o mais elevado Iniciado dos Anjos, que exerce o papel do Espírito Santo em nosso Sistema Solar. Ele recebia, na Lua, o impulso de vida provindo do Mundo do Espírito de Vida e o refletia sobre a Terra em forma de Religião de Raça e de Leis. Esse sistema funcionou, como dizem os Evangelhos, até João, o Batista, precursor do Cristo. Então encarnou Cristo, aliás, uma centelha, uma chispa do Cristo Cósmico, no corpo de Jesus, por ocasião do Batismo no Jordão. João Batista, o mais elevado dos nascidos de mulher, como elevado Iniciado dos Essênios, reconheceu a grandiosidade de Jesus, o “vaso divino”, bem como a magnitude do ato a que era chamado a ministrar, da incorporação da Chispa Crística.

Com o derramamento do sangue de Jesus Cristo no Calvário e a penetração do Cristo em nosso Globo, nosso Planeta foi purificado. O esplendor que se emanou deixou os circunstantes ofuscados e se diz que houve trevas. Depois, o Cristo subiu até o Mundo do Espírito Divino, o Plano do Pai do nosso Sistema Solar, para fortificar-Se. É o que significa “baixar aos Infernos e subir aos Céus, onde se encontra a destra de Deus”, como aprendemos no “Credo”. Desde então, como prometera Cristo estar conosco até a consumação dos séculos — isto é, até que terminem estes tempos de aperfeiçoamento terrestre para uma nova época —, ainda UMA CHISPA DELE volta todos os anos, começando a descer no Equinócio de Setembro e fecundando toda a natureza. Pelo Natal Ele está novamente no centro do nosso globo, espargindo seu impulso de vida e amor a todas as criaturas vivas (plantas, animais, seres humanos). Depois Ele Se retira e no Equinócio de Março retorna ao Seu Plano.

Do exposto tiramos as seguintes conclusões.

a) A vida sempre interpenetrou a criação, porque Deus, como um Todo, está em toda parte. Mas, segundo a evolução de cada pessoa, como de cada Planeta ou estrela, assim esse impulso é assimilado. Antes de Cristo esse impulso nos vinha como impulso de Javé ou Jeová, a primeira ajuda dada a nós. Ele veio inaugurar o segundo passo, a segunda ajuda, diferentemente dada; isto é, já não por intermédio da Lua, mas diretamente, como impulso de vida e de amor.

b) Funcionando de um PLANO CÓSMICO que tudo interpenetra, tem o Cristo essa capacidade de, por assim dizer, dividir Sua Individualidade e funcionar ao mesmo tempo em vários lugares. É o início da faculdade de estar em toda parte, que todo Iniciado atinge quando chega a funcionar no Mundo do Espírito de Vida.

c) A segunda vinda de Cristo, que não será provisória, mas definitiva, porque teremos criado a condição de funcionar em Seu Reino, em Sua Aura, em Seu Plano de Consciência, será pelo Corpo Vital de Jesus, o instrumento de que necessita, porque, como Arcanjo, jamais criou neste Plano físico.

d) O Verdadeiro Espírito Planetário não é o Cristo. Agora Ele está sendo, até que a Terra seja capaz de levitar sozinha, graças à elevação de um certo número de pessoas capazes de sustentar este Campo de Evolução. Então o Espírito Planetário exercerá a sua função, pois todo Planeta tem seu Espírito interno.

e) O Sol, como centro do nosso Sistema Solar, é o foco da irradiação da Trindade Criadora desse Sistema. Como o Pai funciona no Mundo do Espírito Divino, o Filho no Mundo do Espírito de Vida e o Espírito Santo na Região Abstrata do Mundo do Pensamento, vemos que esses três Planos constituem a atmosfera principal do Sol e através dela essa Trindade age sobre os Planetas, satélites e todos os seres criados que estão em evolução nesse Esquema, Caminho e Obra de Evolução.

Aconselhamos o perguntante a reler no Conceito Rosacruz dos Cosmos esses pontos e extrair, das entrelinhas, as conclusões que expusemos e outras ainda, exercitando desse modo a sua capacidade epigenética.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder de Expressão do Cristo

Não é possível para nós, por mais desenvolvido que estejamos no caminho da realização espiritual, expressarmos com palavras o que sentimos quando meditamos sobre o poder de expressão do Cristo. Esse estudo devotado nos colocará em contato direto com elevados conceitos que poderá nos abrir horizontes inimagináveis. Além disso, o contato com esses conceitos enriquece nosso próprio repertório de expressão que deve, cada vez mais, tornar-se puro, belo e verdadeiro.

No “Conceito Rosacruz do Cosmos”, de Max Heindel, lemos: “Cristo-Jesus possui os doze veículos que formam uma ininterrupta cadeia desde o Mundo Físico até o próprio Trono de Deus. Portanto, Ele é o único Ser do Universo que está em contato, ao mesmo tempo, com Deus e com o ser humano. É capaz desta mediação porque experimentou, pessoal e individualmente, todas as condições e conhece todas as limitações incidentais à existência física”.

Muitas Religiões exotéricas (que preconizam o Cristianismo popular) ensinam que Jesus Cristo é Deus. E de fato Ele É, pois possui estatura espiritual criadora tamanha que ganhou o privilégio de assumir o segundo aspecto do Deus Trino (o aspecto que conhecemos por Filho), correspondente ao segundo aspecto, o Verbo ou o Unigênito, do Ser Supremo que deu origem a todos os Sete Planos Cósmicos (veja mais detalhes no Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos de Max Heindel, Diagrama 6). Assim, Cristo é também Deus, assim como o Pai e o Espírito Santo (Jeová) são também Deus.

Pelo estudo dos Períodos que deram origem a nossa manifestação é possível verificar que a Onda de Vida da qual Cristo faz parte é conhecida, entre os Estudantes Rosacruzes, como Arcangélica, ou seja, dos Arcanjos. Estes seres têm o Corpo de Desejos como seu veículo inferior no qual funcionam conscientemente (assim como nós temos o Corpo Denso como nosso veículo inferior pelo qual funcionamos conscientemente). Seu veículo mais sutil se encontra no Mundo dos Espíritos Virginais. Se observarmos o poder de expressão consciente dos Senhores da Mente, a Onda de Vida do Período de Saturno, verificaremos que estes possuem seu corpo mais denso no Mundo do Pensamento Concreto em que funcionam conscientemente, um Corpo Mental. Estes seres também possuem seus veículos mais sutis no Mundo dos Espíritos Virginais, mas em regiões mais superiores do que a dos Arcanjos.

Independente das regiões de expressão, todos os seres ordinários de uma Onda de Vida possuem sete veículos de expressão. No entanto, esse padrão de sete veículos parece não ocorrer entre os Iniciados de um Período. Estes se esforçaram ao ponto de desenvolverem corpos além daqueles que seus irmãos de mesma Onda de Vida normalmente empregam para se expressar. Cada novo corpo superior se robusteceu ao ponto de poder ser utilizado como nova expressão consciente.

Vamos utilizar o exemplo do ser humano que despertou seu interesse pela vida espiritual. Com o tempo, percebe que o objetivo de sua vida é criar um novo corpo de expressão consciente, que é o Corpo-Alma. O ser humano que atualmente já desenvolveu esse Corpo, pode conscientemente funcionar no Corpo Denso (como todos) e, também, funcionar na Região Etérica do Mundo Físico. Conforme ele se desenvolve no Caminho da Iniciação, poderá funcionar conscientemente em outros corpos mais elevados do que o Corpo-Alma. Um Irmão Maior, por exemplo, que é um ser humano que antecipou todas as lições da evolução, é capaz de funcionar conscientemente em seu veículo mental – pois já criou o Corpo Mental, e não somente o veículo Mente – sendo seu funcionamento equiparado a de um Senhor da Mente (superior aos Anjos e Arcanjos). No entanto, seria um erro dizer que este ser humano elevado seja equivalente a um Senhor da Mente. Este último é um Ser muito mais antigo e com outra concepção de evolução, bastante diferente do modelo de evolução humano. Do mesmo modo, seria um erro até mesmo compará-lo aos Arcanjos e Anjos.

Quando verificamos o poder de expressão do Cristo, verificamos que, por Ele ser um Arcanjo, também possui capacidade de funcionar conscientemente em um Corpo de Desejos. Mas conforme foi galgando Iniciações durante o Período Solar foi conquistando corpos e consciência mais elevados do que seus irmãos Arcanjos comuns. Em outras palavras, conquistou maiores poderes de expressão. Chegou ao ponto de possuir o Corpo mais inferior de funcionamento consciente no Mundo do Espírito de Vida, assim como os Senhores da Individualidade (a Hierarquia Criadora de Libra).

Quando alguém ganha a capacidade de funcionar conscientemente em um corpo mais sutil, significa que dominou totalmente o funcionamento do corpo anterior. Assim, quando conquistou a capacidade de funcionar conscientemente no Corpo Mental, significa que Cristo dominou seu Corpo de Desejos em sua plenitude, ou seja, não mais necessitava funcionar nesse Mundo com o objetivo de evoluir, pois tinha aprendido todas as lições. Se necessitasse utilizar esse Corpo para alguma ocasião específica, o faria com os materiais mais puros existentes neste Mundo. Quando ganhou a funcionalidade consciente no Espírito Humano, a mesma regra se aplicou em relação ao Corpo Mental. Ou seja, Cristo tem um Corpo Mental tão robusto que é capaz de focalizar e extrair conhecimento diretamente dos Arquétipos e com eficácia e capacidade jamais sonhada por qualquer ser humano (com exceção dos Irmãos Maiores que podem funcionar nesse Corpo Mental, mas que constitui sua máxima de expressão). Quem tem essa capacidade mental é capaz de extrair, imediatamente e com o poder da vontade, toda a vida de um conceito ou pensamento-forma, pois sabemos que os arquétipos entoam informações, o tempo todo, sobre sua origem e sobre o que de fato são. Quando Cristo ganhou a estatura de funcionar conscientemente no Corpo Espírito de Vida, significa que já possuía Corpo Espírito Humano perfeito, que é um corpo composto de materiais das ideias. Com o Seu corpo inferior no Mundo do Espírito de Vida, Mundo que possui a verdadeira Memória da Natureza, Cristo tem acesso imediato a toda história desse Sistema Solar criado por Deus. É o acesso direto à memória consciente de Deus. Quando Cristo ganhou a estatura de funcionar conscientemente no Corpo Espírito Divino, significa que já possuía Corpo Espírito de Vida perfeito, que é um corpo composto de materiais do Mundo do Espírito de Vida, o primeiro Mundo de baixo para cima onde cessa toda separatividade, onde a Fraternidade Universal é o cotidiano.

Como é possível notar, Cristo não possui apenas três corpos, que são as contrapartes de sua expressão Trina enquanto Ego. Em verdade, enquanto cada ser ordinário de uma Onda de Vida pode funcionar conscientemente em apenas um corpo (exemplo: ser humano ordinário só pode funcionar no Corpo Denso conscientemente), Ele, por sua vez, pode funcionar conscientemente em cinco diferentes corpos (Corpo de Desejos, Corpo Mental, Corpo Espírito Humano, Corpo Espírito de Vida e Corpo Espírito Divino). Finalmente tem seu Ego no Mundo de Deus.

No momento do Batismo do Jordão, o Espírito de Cristo “desceu dos Céus” até o Mundo do Desejo, Corpo que pode construir e se expressar conscientemente. No entanto, como Ele não é de uma Onda de Vida que funcione em Corpos inferiores aos do Mundo do Desejo, não possui o conhecimento de construção dos mesmos. Foi aí que Jesus, que é um ser humano muito elevado, cedeu para Cristo o seu Corpos Vital e o seu Corpo Denso. Com essa posse, Cristo teve capacidade de funcionar conscientemente em sete Corpos (Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos, Corpo Mental, Corpo Espírito Humano, Corpo Espírito de Vida e Corpo Espírito Divino). Um amplo leque de materiais e de expressões que é inconcebível para nós que podemos expressar apenas ações, palavras, desejos e pensamentos.

Aqui a aplicação do axioma hermético “como é em cima, assim também é embaixo” se faz necessário para entendermos a relação de Cristo para conosco e entendermos o Corpo que devemos utilizar para iniciarmos nossa caminhada rumo a realização espiritual. O Grande Ser Supremo se expressa de modo Trino (Poder, Verbo e Movimento). Deus nosso Pai, criador do nosso Sistema Solar, se expressa também de modo Trino (Pai, Filho e Espírito Santo). E isso não poderia ser de outro modo. Conforme já mencionado, Cristo ganhou a estatura que lhe permite assumir o Segundo aspecto de nosso Deus (o aspecto Filho). O ser humano, por ser imagem e semelhança de Deus, também se manifesta de modo trino (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano). O segundo aspecto do ser humano é exatamente o Espírito de Vida, que tem seu material de expressão no Mundo do Espírito de Vida, o mesmo Mundo pelo qual Cristo (também segundo Aspecto de Deus) pode funcionar conscientemente. Verdadeiramente, aquilo que é material de expressão do Ego para o ser humano é material de expressão consciente para o Cristo. Os veículos mais sutis de Cristo (seu Ego) estão em comunhão com o Mundo de Deus. Por isso o “Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

A contraparte ou oitava inferior do Mundo do Espírito de Vida é exatamente a Região Etérica do Mundo Físico. Como Cristo é “o caminho, a verdade e a vida”, devemos nos esforçarmos para termos um corpo que é uma oitava inferior ao Seu Corpo de Espírito de Vida. Assim, mesmo dentro de nossa pequenez e limitação, podemos construir um Corpo que vibra no mesmo tom do Corpo Espírito de Vida de Cristo, mas uma oitava inferior. Esse é o nosso Corpo-Alma que é o mais suscetível a responder as influências deste segundo aspecto de nós, o Ego. Note que o Corpo-Alma é composto do mesmo material do Corpo de Cristo. Por isso se diz que todo desenvolvimento esotérico começa no Corpo Vital.

A mais profunda devoção e meditação de todo o Poder de Expressão do Cristo, que se sacrifica anualmente para nos salvar, pode nos ajudar a entrar em contato mais íntimo com Ele. Deste modo, poderemos responder mais intensamente as Suas vibrações, que são anualmente derramadas. Essa meditação constitui material importantíssimo que nos ajudará a quebrar paradigmas e a ampliar nossa compreensão sobre o amplo leque de materiais que um Ser pode possuir. 

Que nesta época santa do ano possamos meditar, profundamente, sobre a constituição de Cristo, sua Religião universal (a Religião Cristã) que é o caminho, a verdade e a vida. Com isso, poderemos corresponder com uma vida mais intensa de serviço amoroso e desinteressado para com nossos irmãos e nossas irmãs!

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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