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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Seu Crescimento Espiritual na Fraternidade Rosacruz

Quanto mais estudamos a vida, seu propósito, origem e destino, mais compreendemos a verdade contida na antiga máxima de que “a Analogia é a chave dos Mistérios”. Outra expressão dessa grande verdade é “a Analogia é a Mestra da Natureza”. Um dos maiores instrutores espirituais expressa o seu pensamento no agora famoso axioma: “assim como é em cima, é embaixo”. Essa “fórmula para a sabedoria” nos ensina que existe um princípio unificante que sustenta toda a vida; isto é, o modelo divino, porque toda a vida manifesta repete a si mesma em todos os Planos. A repetição do modelo é evidente em cada um dos departamentos da Natureza. Desde o átomo até os Sistemas Solares e ainda nas gigantescas constelações do espaço encontramos leis e princípios análogos que governam a vida e a forma.

A compreensão dessa simplicidade ou uniformidade no desenho do Supremo Arquiteto para o Cosmos pode ser de grande benefício prático para nós, em nossa busca de conhecimento. Por exemplo, com frequência nos perguntam: em que constitui realmente o crescimento espiritual? Nossa resposta é que o crescimento espiritual é semelhante ou análogo ao crescimento físico. As plantas e os animais crescem pela adição de substância física aos seus corpos, células novas. O crescimento espiritual também é um assunto de acréscimo, de adição de substâncias. Na maioria de nós, os veículos superiores carecem de forma e densidade. São demasiado tênues e inorganizados para servir de instrumentos apropriados para a expressão consciente nos Planos internos. Bastante extraordinário é o nosso Corpo Denso, nosso veículo mais denso que está mais bem organizado e quase totalmente evoluído. Esse Corpo Denso é o nosso veículo mais antigo e mais bem coordenado; consequentemente, somos mais versáteis e eficientes nos trabalhos físicos do que nas atividades que se relacionam com as Regiões superiores nos Mundos suprafísicos. Temos, por exemplo, muitíssimo mais domínio sobre nosso veículo físico do que sobre o nosso Corpo de Desejos ou sobre a nossa Mente. O equilíbrio, a paz e o desenvolvimento cultural que anelamos são, em verdade, qualidades espirituais e essas nós só podemos adquirir por meio do crescimento — real aumento de densidade — do nosso Corpo de Desejos ou da nossa Mente.

A expansão da consciência também acontece em proporção à estatura de nossos veículos internos, pois os tênues e inorganizados Corpo de Desejos e a Mente dos nossos irmãos e irmãs que habitam Corpos primitivos são inteiramente inúteis como instrumentos de consciência nos elevados Planos espirituais.

Nossa literatura Rosacruz nos recorda várias vezes a necessidade de desenvolver o Corpo-Alma, o Dourado Manto Nupcial. Ela diz que a construção desse instrumento (o Templo) é um requisito para todo desenvolvimento espiritual; que primeiro devemos ter um veículo bem construído com os materiais de determinado plano antes de, conscientemente, podermos funcionar e fazer trabalho construtivo em tal plano. Em uma próxima Era, teremos que prestar nossa atenção consciente à construção do nosso Corpo de Desejos e da nossa Mente, assim como agora nos esforçamos para construir o Corpo-Alma, corpo que se constrói com os materiais da Região Etérica do Mundo Físico, a Nova Jerusalém, a qual será o seguinte passo da nossa expressão.

Desse modo veremos a Lei de Analogia manifestando-se. Como o crescimento espiritual é semelhante ao crescimento físico, envolve um acréscimo de substância. A repetição também é um fator nesse processo, porque é por meio dela que os materiais adquiridos novamente se organizam para funções específicas.

Alguns Estudantes Rosacruzes têm perguntado: “Qual é a relação existente entre essa mera adição de substâncias espirituais e as virtudes ou, assim chamadas, qualidades espirituais, que notamos em alguns homens e mulheres?”.

Foi-nos ensinado precisamente que o Primeiro Céu, que se situa nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo, é um lugar de paz, amor e harmonia. A beleza ali cobre o lado oposto como um manto; a unidade de toda a vida é evidente a todos que conscientemente funcionam nesse plano. Por conseguinte, quando desenvolvemos nossos veículos superiores até certo grau, ou densidade, chegamos a ser mais ou menos conscientes dessa beleza e harmonia e tendemos a expressar essas qualidades em qualquer coisa que façamos. Por exemplo, suponhamos uma mulher que é amada por todos pela sua afabilidade e encantos. Se diz que é — e de fato o é — muito espiritual. Embora ela não perceba o amor e a beleza dos Mundos celestes, sem dúvida devido ao seu altamente desenvolvido e bem-organizado Corpo-Alma, sente essas harmonias celestiais ao ponto de não poder evitar de expressá-las, sendo bondosa e considerada por todos. Ela sente a unidade de toda a vida tão intensamente que não tem outro desejo a não ser fazer o bem, servir e ajudar a todos os demais de todas as formas que lhe for possível.

Vemos então que as qualidades espirituais que admiramos nos outros e que temos a esperança de adquirir algum dia estão baseadas no volume e organização dos nossos veículos superiores. Dizem que os grandes Iniciados têm “em verdade auras imensas”.

O termo Corpo-Alma como se usa em nossa terminologia Rosacruz refere-se a esse veículo interno que é construído com os Éteres superiores (o Éter Luminoso e o Éter Refletor). Na vindoura Época Nova Galileia funcionaremos conscientemente nesse veículo, assim como atualmente encontramos expressão por meio do Corpo Denso. Naturalmente, devemos nos lembrar de que, enquanto esse Corpo é construído com substância etérica, sem dúvida em nosso presente estado serve como veículo de consciência no Mundo do Desejo também, justamente como nossos Corpos Densos, por meio do cérebro e do coração, atuam agora como uma base para a expressão do pensamento e do sentimento no plano físico.

Agora se faz evidente que os caminhos e meios para acrescentar volume ao Corpo-Alma devem ser encontrados, se queremos progredir espiritualmente. Sem dúvida, não temos que investigar muito. Nós, de fato, sempre soubemos o processo. Em todas as Épocas, líderes religiosos têm ensinado a necessidade de viver vidas de serviço, trabalhando sem egoísmo, para a família, tribo ou raça. Eles nem sempre explicaram como “dando aos outros” aumenta-se a estatura espiritual de uma pessoa e, sem dúvida, sempre afirmaram que “nossas únicas posses permanentes são as que damos aos demais”. Esse dar é, pois, a chave para todo o progresso espiritual. Nossa Filosofia Rosacruz acentua a advertência bíblica que diz: “O serviço amoroso e desinteressado aos demais é o caminho mais curto, mais seguro e mais agradável que conduz a Deus”.

Os Estudantes Rosacruzes algumas vezes perguntam: “Uma vez que podemos aumentar muito nossos poderes mentais e físicos sem levar em conta considerações éticas, porque o Aspirante à vida superior deve ser bondoso, amoroso, generoso e amar a fim de desenvolver os poderes do espírito?”. Uma resposta parcial foi dada anteriormente, quando dissemos: “Só o que damos aos outros é, em verdade, nosso”. Uma explicação mais ampla pode ser dada pelo uso da “analogia”. Por exemplo, uma lei física estabelece que “ação e reação são opostas e iguais”. Porém, para ser mais explícitos digamos que há um jovem que descobriu que sua força física é totalmente inadequada. Necessita músculos mais fortes. Assim, ele sabiamente busca o auxílio de um treinador físico. Tomou parte em um curso progressivo de exercícios físicos de natureza vigorosa. Uma vez que deseja intensamente possuir mais força, persiste em seus treinamentos até que realmente consegue ter êxito no desenvolvimento de músculos consideravelmente maiores e mais fortes. No decorrer do seu treinamento, sem dúvida aprendeu um fato importante; a saber, que não desenvolveu “músculos” durante seu período de exercícios. Na verdade, destruiu tecidos musculares a um grau mais rápido, enquanto duraram os exercícios. Foi durante os períodos de descanso ou nos intervalos dos exercícios que o real desenvolvimento ocorreu. Seu treinador lhe explicou que, pela demanda que fez sobre os músculos, o esforço intenso e requerido para executar os vários exercícios, a natureza, por assim dizer, veio em seu auxílio e construiu tecidos maiores e mais fortes em um esforço para diminuir a tensão extraordinária e a violência exigidas do corpo. Assim, nosso atleta aspirante aprendeu que somente se tornou forte dando sua força e energia para poder construir músculos maiores e mais fortes.

Assim sucede também nos assuntos do Espírito. Isso é a substância de todos os ensinamentos religiosos. Devemos dar sem egoísmo, se queremos chegar às alturas. Somos nós mesmos que temos de nos dar. Dar nosso amor, nosso afeto e nossas energias, porque “A dádiva sem o dador de nada serve”. No começo isso poderá talvez ser possível só como um dever, porém logo teremos de servir e nos dar propriamente pela alegria que isso proporciona. Os primeiros esforços do “construtor de músculos” foram dolorosos e exigiram grande força, porém logo conseguiu um estado em que tudo se convertia em prazer positivo, ao gastar suas energias na conquista. A felicidade, por si mesma, parece estar baseada em “dar”. Se nos falam dos “radiantes seres superiores”, “os que brilham” nos Planos superiores, pensamos neles como pessoas radiantes, felizes. Disso não temos a menor dúvida, porém deveríamos recordar que eles são radiantes porque “irradiam para fora”, constantemente permitem que brilhe a sua luz. Ao homem forte também lhe agrada exibir sua força e energia, pois como em todo departamento da vida, a reação de “dar” é de pura felicidade.

Algumas escolas de metafísica nos ensinam que no Espírito nós já somos perfeito e só temos que nos colocar em contato com esse “Eu Superior” a fim de conhecer a perfeição hoje e para sempre. Estamos de acordo que se busque sempre o conselho do “Eu Superior”, porém nos foi ensinado que somos apenas potencialmente perfeitos espiritualmente. Se o Tríplice Espírito fosse totalmente perfeito, não haveria necessidade dessa “Jornada através do Deserto”. Por meio de nossas atividades aqui, no Tríplice Corpo também extraímos ou libertamos uma “essência-energia” que se amalgama no Tríplice Espírito e, só assim, podemos nos converter de verdade em deuses, homens ou mulheres. O equilíbrio, a cultura, o encanto que todos buscamos não é o produto da perfeição física. Essas são qualidades espirituais e têm que ser buscadas por meio da conduta religiosa ou ética. Temos outro incentivo para o esforço espiritual, quando nos recordamos de que “o poder espiritual é muito maior que o poder mental, assim como este é muito maior do que o poder físico”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro de 1980-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que Mercúrio representa em um Horóscopo pela Astrologia Rosacruz

Mercúrio é o mais sensível de todas as vibrações dos Astros. Isto significa que ele é o mais afetado pelo Signo em que se encontra. Ambos os Signos de sua regência são comuns: Gêmeos e Virgem. Mercúrio como intelecto não é emocional. Pela regência do Signo ele é a raiz de padrões de relacionamentos fraternais, e a duplicidade de sua natureza aflora claramente na natureza de Urano, Regente do Signo da nona Casa de Gêmeos (quando Gêmeos está no Ascendente, então Aquário estará na nona Casa, cujo Regente é Urano), o qual é o símbolo da bipolaridade criadora.

O intelecto é também uma faculdade bipolar porque ambos os sexos devem exercitá-la em toda existência. Essa faculdade não é masculina e nem feminina, mas tão pouco é peculiar a um ou outro. Uma das evidências da fusão de polaridade é o desenvolvimento e exercício do intelecto por nós quando renascemos aqui como mulheres, assim como o cultivo da afabilidade e delicadeza no trato constitui um aprimoramento da nossa natureza quando renascemos aqui como homens. A Mente deve exercitar-se na coordenação e expressão dos poderes da emoção, do sentimento e do desejo em todas as oitavas evolutivas.

Mercúrio representa, como faculdade da razão, a consciência por meio da qual se aprende a Lei de Causa e Efeito. A Mente consciente observa o mundo material, de onde se desenvolve uma consciência da exteriorização de causas internas. Na mitologia o alípede Mercúrio era o mensageiro dos deuses para a humanidade. O termo “Os Deuses” é simplesmente uma fórmula simbólica de referir-se aos princípios de vida. Quando nós emergimos de uma pura reação de sentimentos, preparamos o caminho para retirar nossa consciência do mundo material e dos princípios que este expressa e por meio dos quais funciona.

Aprendemos sobre uma ação quando percebemos seu efeito; aprendemos acerca de nossa própria consciência como fonte de todas nossas ações e expressões. Se somos avessos à força da razão – se é que alguém pode sê-lo completamente –, então recusamos a descobrir a nossa consciência à voz de Mercúrio. Se assim procedemos não analisamos e não relacionamos as nossas ações com os efeitos produzidos. Não estudamos as coisas e as outras pessoas como manifestação da lei, não nos integramos, portanto, na forma. Permanecemos num torvelinho desenfocado de reações emocionais, sem controle e sem direção. As Quadraturas entre os Astros e Mercúrio representarão a potencialidade para sermos irrazoável.

Tenha isto em sua Mente quando analisar o seu tema astrológico utilizando a Astrologia Rosacruz. Mercúrio é o meio pelo qual aprendemos a desintegrar as obstruções e a concretizar ideais!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1975 – Fraternidade Rosacruz – SP)


(Revista Serviço Rosacruz – 07/75 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Cuidado Indispensável com o nosso Corpo mais evoluído e, como reflexo, o Cuidado com os outros Corpos e a Mente

O Espírito conta com vários instrumentos para sua manifestação e aquisição de experiências: o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente. São ferramentas da mais elevada importância. De sua qualidade depende o trabalho que se pode realizar em cada existência.

A formação dos Arquétipos desses veículos antecede cada vida terrestre. O seu grau de aperfeiçoamento é a medida dos esforços e cuidados despendidos em pretéritos renascimentos.

Esses veículos, embora compostos de matéria diferenciada em densidade e vibração, interrelacionam-se. A ação de cada um reflete nos demais. Assim é que estados mentais depressivos e emoções descontroladas podem debilitar o Corpo Vital, sujeitando o Corpo Denso a enfermidades e doenças. Explosões emocionais, vias de regra, interferem no processo digestivo. A gastrite nervosa tornou-se uma doença comum nas modernas e desumanas civilizações urbano-industriais. Por outro lado, as condições do Corpo Denso também influem no estado psicoemocional das pessoas.

Como o Corpo Denso é o mais antigo e desenvolvido dos veículos do Espírito, nele devem centrar-se grande parte dos nossos cuidados. Qualquer profissional, para bem desempenhar suas funções, jamais prescindirá de conservar seus equipamentos e instrumentos de trabalho em perfeitas condições de uso. Paradoxalmente, uma minoria apenas mostra-se consciente e zelosa em manter o Corpo Denso como o mais útil – na presente fase de evolução – instrumento a serviço do Espírito.

A superlotação dos hospitais, sanatórios e clínicas, o faturamento em escala crescente das indústrias farmacêuticas confirma o que foi dito. Apesar do grande avanço científico, a humanidade continua enferma. Percebe-se como a negligência com o Corpo Denso se contrapõem tratamentos inadequados.

Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental recomendam um trabalho preventivo em relação à saúde física.

Prescrevem hábitos de higiene e uma dieta natural como primeiras medidas para evitar enfermidades. Não seria mais lógico evitar ou abandonar o uso do fumo do que onerar o orçamento familiar com medicamentos (que provocam efeitos colaterais) ou qualquer outro tratamento das vias respiratórias? O tabagismo é reconhecido pela ciência como um dos hábitos causadores do câncer. Igualmente desastrosos são as bebidas alcoólicas e as drogas: debilitam o organismo, provocam dependência e podem converter o viciado num verdadeiro farrapo humano.

Como o objetivo dos Ensinamentos Rosacruzes é ensejar condições de elevação do ser humano, a Fraternidade Rosacruz considera como ponto de honra em seu trabalho divulgar as linhas mestras da saúde corporal, emocional e mental. Várias obras de Max Heindel abordam esse assunto, destacando-se o Conceito Rosacruz do Cosmos e Princípios Ocultos de Saúde e Cura.

Outro elemento valioso para se estabelecer um seguro esquema individual de preservação da saúde é o estudo da Astrologia Rosacruz espiritual. Essa ciência, talvez a mais antiga de todas, oferece, pelo estudo do tema natal do indivíduo, a possibilidade de se conhecer o quadro geral de suas tendências. Obviamente, as condições de saúde figuram nesse quadro, tornando viável uma ação preventiva. Isso é válido, igualmente, para os aspectos emocional e mental.

Embora o Corpo Denso mereça cuidados especiais, os demais veículos também são importantes no contexto geral da nossa evolução. Devem ser estudados com profundidade para que o nosso desenvolvimento ocorra harmoniosamente. A diligência nesse trabalho determina o progresso do Aspirante à vida superior.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – agosto/1984-Fratenidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Bom Formador de Opinião a partir de Poucas Evidências ou até Nenhuma Evidência

Max Heindel

Durante uma palestra em Portland, Oregon, alguns anos atrás ainda em 1908, este escritor foi um convidado do Sr. George Kyle, que era, na época, vice-presidente da Ferrovia Oregon and Northern. A família havia contraído o “germe astrológico” e estava gravemente infectada com a “doença”, mas o Sr. Kyle, como convinha a um homem de negócios obstinado, ficou indiferente, até uma noite em que estávamos sentados à mesa, na sala de jantar, e o horóscopo de uma jovem veio para análise. Era evidente que ela fosse mais do que anticonvencional, mas o escritor interveio, dizendo que ela nunca teve chance e foi usada na infância por quem deveria tê-la protegido; ou seja, o pai. As circunstâncias eram conhecidas por alguns dos presentes e eles concordaram que o padrasto era o responsável por ela ser assim.

Esse teste atingiu a Mente do Sr. Kyle. Ele viu que devia haver algo na Astrologia ou que aquela afirmação íntima nunca poderia ser feita por alguém que não conhecesse as circunstâncias. Ele começou a fazer perguntas, parecendo um tanto desapontado quando lhe disseram que era necessário saber a hora e, se possível, o minuto exato do nascimento para fazer um horóscopo correto, porque ele disse que isso o impedia, pois também não sabia. Foi então explicado a ele que existe um método de acertar um horóscopo, como se acerta um relógio: se você acertar uma hora de forma adiantada, o relógio continuará a estar muito à frente do tempo real. Se você definir no horóscopo um ou dois Signos da mesma forma, continuará a haver muitos Signos, ou o número correspondente de meses, à frente nas previsões.

No entanto, o escritor disse: “Eu sou um bom formador de opinião mesmo com poucas ou até nenhum evidência e, geralmente, sou capaz de situar as pessoas em seus lugares adequados”. Você está, em minha opinião, sob a regência de Sagitário; podemos fazer um horóscopo de teste para o meio desse Signo, calcular alguns eventos em sua vida e ver se isso se encaixa nas características gerais. Assim foi feito e começamos a contar ao Sr. Kyle quais eram seus hábitos, seus pontos fracos e fortes. Com tudo isso ele concordou. Em seguida, calculamos o dia exato em que ele recebeu a vice-presidência da ferrovia em que serviu. Isso também foi descoberto na hora, de modo que não houve, nesse caso, a necessidade de fazer dois ou três horóscopos, antes que o certo fosse feito.

Mas, enquanto estávamos lendo, o Sr. Kyle, que é muito perspicaz, apontou para o símbolo de Netuno e disse: “Mas o que é isso, Sr. Heindel? Posso ver que você está fugindo disso o tempo todo e não parece querer dizer algo sobre isso”. Isso mostrou sua penetração, pois era realmente verdade. Netuno foi colocado em tal posição e com Aspectos de tal forma que parecesse implicar que o sujeito cometeria traição em algum momento da sua vida, estando sujeito à prisão e escândalo público por causa disso.

Parecia uma ideia tão exagerada que não nos importamos de expressá-la. Em outras palavras e para nossa vergonha, duvidamos das “estrelas”; contudo, quando pegos, rimos admitindo que tal fosse o caso. As indicações mostravam traição e provável prisão. Então todos riram, pois, é claro, a ideia parecia tão ridícula para eles quanto para o escritor.

Entretanto, de repente uma mudança pareceu vir primeiro em um rosto e depois em outro, até que todos ficaram muito sérios. Nós nos olhamos mudos de admiração e espanto. Finalmente, o Sr. Kyle disse: “Bem, afinal isso também está certo”. Ele então disse ao escritor que alguns anos atrás ele havia sido chamado para Transvaal, África do Sul, a fim de construir uma ferrovia lá. Isso foi na época em que o ataque Jamieson foi realizado. O Sr. Kyle estava envolvido naquele caso e apenas uma fuga apressada do Transvaal o salvou de ser preso. Além disso, ele também admitiu que, há alguns anos, enquanto estava empenhado na construção de um trecho da Estrada de Ferro Canadense do Pacífico, o governo canadense alegou que havia uma conspiração de sua parte para contratar mão-de-obra americana em detrimento e exclusão dos canadenses. Naquela época, houve uma discussão considerável nos jornais, ele nos disse, e finalmente ele foi forçado a deixar o país vizinho e voltar para os Estados Unidos.

Assim, como de costume, os Astros tinham falado a verdade e o escritor se envergonhou de confessar que, apesar da sua ostentada fé nelas, não teve coragem suficiente para externar a sua mensagem, quando lhe parecia estar fora de todas as probabilidades.

Há nisso uma lição tanto para o jovem Astrólogo Rosacruz como para os mais velhos: você pode estar absolutamente certo de que a “Mensagem das Estrelas” é verdadeira até o âmago. Acredite nas “estrelas” e você sempre encontrará sua fé justificada.

(Publicada na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro de 1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Autossugestão como Cura para os Vícios de Bebidas Alcoólicas, Drogas, para Doenças e para os Maus Hábitos

O primeiro grande passo para a cura é o desejo de estar bem e livre da escravidão a uma doença ou hábito tirano. Quem não deseja saúde e felicidade? No entanto, existem aqueles que estão tão perdidos que não se importam. Nesse caso, os amigos devem desejar, ter vontade e agir por eles. Mesmo eles não estão sempre disponíveis. Mas quem almeja estar bem tem que decidir estar bem; ou seja, deve ter a vontade de aprender o que fazer para estar bem e, então, colocar em prática as ações que levam à saúde; pois curar-se é uma coisa e aprender a ficar bem é outra. Essas duas coisas trabalham juntas e é uma pequena vantagem ser curado e, então, por meio da repetição de antigas faltas na vida, cair novamente na rotina da doença.

Não basta você querer bem a si mesmo. Você pode destruir o seu corpo, o seu cérebro e até a sua alma violentamente, mas terminará em um estado pior do que o anterior. Você precisa querer fazer o trabalho necessário e isso é simples, quando você o entende.

Na verdade, é o mesmo método que há muito tempo está em uso por diferentes escolas de cura, desde o Cristo até os tempos modernos. Alguns chamam de cura pela fé; alguns, de curativo mental; alguns, cura mental; outros, cura divina e ainda outros de autossugestão. Qualquer ajuda que uma pessoa possa dar a si mesma por outros meios ela deve aproveitar, pois muitos, bastante desejosos e ávidos de estar bem, são incapazes de usar o pensamento abstrato e precisam de algo mais concreto e definido para ancorar o pensamento.

Por isso, utilizemos qualquer medida higiênica, banho, dieta, exercícios e mesmo alguns medicamentos leves para acompanhar a autossugestão. Porque é na Mente que o verdadeiro trabalho é feito. A Mente que age por alguém, assim que obtém permissão ou ordens. Na verdade, é o “Deus interior”, o poder por trás do trono da Mente ativa e comum. Essa “Mente automática” aguarda o seu regozijo, fará o que você disser e começará hoje a curá-lo. Você deve fazer a conexão. Configure a conexão e o processo continuará. Por um momento parece que o processo fica parado; um pequeno movimento da sua vontade e o processo começa a caminhar, seguindo para onde é enviado. Essa é a ideia. Você inicia a “Mente automática” e ela vai aonde você a envia. Por muito tempo você esteve na trilha mental errada, pensando que estivesse doente e falando sobre doença: todos os seus processos automáticos funcionaram nessa trilha.

Agora mude para outra faixa, dizendo: “Estou bem” ou “Estou melhorando”. Imediatamente esse poder, esse “servo em seu cérebro”, atua em todo o seu corpo para curá-lo, para cumprir suas ordens. Se você não fala sobre seus problemas, se pensa neles o mais levianamente possível, se pondera sobre a misericórdia que recebe e se sente grato por ela, então você está fazendo uso desses princípios da Ciência Cristã, que são de valor prático e real ajuda. Essa é a ideia em si: impedir pensamentos ruins para ter pensamentos bons, nutridos de material das Regiões superiores do Mundo do Pensamento.

No entanto, para deixar mais claro todos os seus traços ruins são de sua própria autoria. Suas boas características também são de sua autoria. Qualquer pensamento que você tem se espalha de um pensamento para todos os outros da mesma qualidade, de modo que, por exemplo, os que tem relação com bebidas alcoólicas estabelecem todas as “qualidades animais” da Mente, enquanto a verdadeira Religião fixa as boas qualidades. Lembrando que o seu cérebro é o meio pelo qual a sua Mente “lê e escreve” as condições advindas dos seus sentidos, pode-se dizer que as células cerebrais têm pequenas antenas que se tocam. Assim, qualquer pensamento que seja enviado à Mente desperta uma certa célula de acordo com sua espécie, ela põe a próxima em movimento e assim por diante, e se for um pensamento ruim então, até que todas as características ruins estejam em movimento; um pensamento baixo, animalesco, desanimador ou amedrontador mostra dolorosamente como os covardes e os enfermos se tornam cada vez mais covardes. Você deve eliminar todos os pensamentos fracos e desencorajadores, substituindo-os por pensamentos corajosos e esperançosos, porque dois pensamentos não podem estar no mesmo lugar ao mesmo tempo.

Assim, afaste o pensamento impuro, mantendo em mente o somente o pensamento puro.

Qualquer hábito cederá a esse plano. Ele fortalece a cada dia o novo caminho até que o antigo caminho vai sumindo por não ser mais usado. Assim é que pessoas com desejo por drogas, o hábito mais compulsivo que se conhece, podem se livrar da escravidão delas.

Você pode se curar dos vícios de bebida alcoólica, do fumo, das drogas, de doenças ou qualquer tipo de aflição simplesmente seguindo estas linhas: “deseje, tenha vontade e aja de acordo”. Resumindo, leve o pedido à sua Mente e não deixe outro pedido entrar nela de soslaio. O pedido irá para todas as partes do corpo e a cura ocorrerá.

O próximo grande passo em direção à saúde é o relaxamento. Um desapego, um descanso de toda a tensão nervosa e ansiedade. Pense em você como um bebê nos braços da sua mãe. O bebê não pensa na próxima refeição ou no futuro. Ele não sabe de coisa alguma, mas sente amor. O amor, então, é a grande qualidade a perceber, pois “nenhum pássaro cai no chão sem nosso Pai permitir” e “Ele cuida de todos”. Além disso, “n’Ele está a vida e Ele veio para que tenhamos vida em abundância. N’Ele está a Vida e a Sua Vida é a luz dos homens. Ela ilumina todo homem que vem ao mundo”.

Isso não significa que você deva fazer nada; significa que você deva relaxar e descansar no oceano de amor e vitalidade que inunda o mundo e que é suficiente para todos.

Saiba que a saúde é natural e a doença é uma vergonha e um pecado e sempre vem da ignorância das Leis de Deus.

Se ficarmos apenas um pouco enfermos por nossa própria culpa, talvez por culpa de nossa mãe ou pai, logo poderemos fazer o que é certo, superar o problema, ficar curados e sermos muito mais fortes do que nunca ou do que antes. Mas temos que começar descobrindo em que ponto está a falha, consertando-a.

Até o presente, podemos ter sido descuidados ou até criminosos ao maltratar nosso corpo. Esquecemos que ele não nos pertence para abusar; “Não sabeis que sois o templo do Espírito Santo? Se alguém destruir o Templo, Deus o destruirá”. Isso não significa que Deus está zangado com a pessoa e a pune. Significa que a natureza (que é o lado materno de Deus) tem as suas leis e é obrigação nossa obedecê-las; se ela não as obedece, sofre. Ela paga caro por uma vida eufórica, banhada de prazeres, com uma alimentação excessiva e errada, com a perda imprudente de sono ou qualquer que seja o pecado dela, ou tenha sido.

Então, se ela quiser ficar boa, ela deve recomeçar de forma certa, desfazer o que está errado e construir o que é certo. Isso é exatamente o que acontece quando você saca o dinheiro da sua conta bancária, quando tem o “dinheiro contado”; você deve economizar centavo por centavo até sair dessa situação. A Natureza fará isso por você, assim que você começar a economizar vitalidade; ou seja, a relaxar. Pare de se preocupar e diga: “Sei que há vida suficiente para todos nós, muito mais vida do que pode haver. Há tudo para mim que posso usar e reivindico minha parte. Eu ficarei bem. Eu obedecerei. Farei o que é certo ao meu pobre corpo abusado. Minha vontade governará minha casa de vida e trabalhará com a natureza para me curar”. Ella Wheeler Wilcox diz:

Fale sobre saúde; o conto que nunca muda

Sobre doença fatal está desgastado e envelhecido.

Você não pode ser interessante, nem encantar, nem agradar

Por insistir naquela doença de acorde menor.

Diga que você está bem ou que está tudo bem com você

E Deus ouvirá suas palavras e as tornará verdadeiras.

Essa é a ideia do Cientista Cristão, quando ele diz: “Deus é Bom. Deus é Vida, Luz, Verdade, Espírito, Substância, Inteligência, Onipotência, Onipresença, Onisciência. Sou filho do Deus vivo, harmonioso, destemido e livre; eu represento a sabedoria, a força e a integridade. Eu sou um Espírito, um com Ti — Oh, Deus! — e em Ti eu vivo, eu me movo e eu tenho o meu ser. Tu me curas e me livras da doença, do pecado e da morte”.

Jesus Cristo é o meu Salvador, meu médico e meu irmão; Ele não só salva minha alma, mas cura todas as minhas doenças”.

Até mesmo o cientista ou médico profissional que é honesto afirma: “Deixe os remédios artificiais de lado, use os remédios da Natureza, viva uma vida simples e fique bom”. Se você puder ser curado, terá vitalidade suficiente para fazer o trabalho. A vitalidade do seu corpo foi desperdiçada pelo aborrecimento, alimentação, euforia, excesso de trabalho, exagero, engorda: tudo aquilo em que você cometeu excesso.

Então pare, pare. Jejue alguns dias. Talvez você possa mudar seu hábito alimentar para duas refeições por dia, permanentemente. Vá para a cama cedo e durma conforme o seu caso possa exigir (veja as tabelas sobre idade e tempo de sono ideal). Cada um tem seu próprio modo de recuperar a saúde; pelo menos relativamente.

Um único dia pode ser suficiente para uns. Alguns podem precisar de uma semana, um mês, um ano. E alguns, nesta vida, nunca ficarão inteiramente bem, mas podem ficar muito melhores. Alguns surpreendem a todos, ao se recuperar totalmente.

A vitalidade, se canalizada corretamente, trará a cura e, de forma rápida ou lenta, com certeza conquistará a vitória.

(Publicada na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro de 1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Metal que soa ou o Sino que tine

… ainda que eu fale a língua dos homens e dos Anjos, se eu não tiver amor, serei como o metal que soa ou o sino que tine.” (ICor 13).

Aquele que se esforça para viver a vida da cruz deve se empenhar para cultivar um atributo acima de todos os outros. Seu crescimento deve ser um pouco adiantado a cada passo na aquisição de conhecimento, poder, saúde; na verdade, todas as coisas que contribuem para a evolução — e isso é Amor. Para cada passo no avanço intelectual, deve-se dar dois no avanço do cultivo do amor. Só assim o discípulo pode escalar o caminho espinhoso com segurança. Sim, até flores brotarão ao longo do caminho para aliviar seus pés que estão sangrando, se a luz do amor arder inabalavelmente no altar do seu coração.

À medida que, aos poucos, nossos olhos se abrem para o interior da vida e vemos que cada pessoa está sofrendo por causa de seus próprios preconceitos, atos ou fraquezas e que não podemos ajudá-la, que só pelo sofrimento ela está disposta a aprender, é provável que haja um endurecimento no coração do aspirante que nada pode suavizar, exceto o óleo do amor.

Não alcançamos sabedoria no primeiro degrau do caminho, nem ainda no segundo, nem no terceiro… O que pensamos ser sabedoria muitas vezes é apenas conhecimento. É apenas pela ligação contínua do conhecimento com o amor em nossa natureza que alcançamos a sabedoria.

Ainda que eu fale a língua dos homens”, embora eu tenha alcançado o domínio de todas “as línguas dos homens” — que poder e conhecimento isso implica; ainda assim, aos olhos do grande Coração eu sou apenas “o sino que tine”: oco, duro, brilhante e, talvez, polido; mas com a falsa luz de reflexão. Não tenho luz própria ou verdadeira para iluminar o caminho para os passos vacilantes de outras pessoas.

A sede de conhecimento nunca é saciada e, a menos que a pressão contínua seja exercida sobre a natureza do amor — o amor puro e compassivo do Eu Superior —, o amor pelo conhecimento afogará tudo o mais. E o Discípulo vai despertar de vergonha algum dia, ao descobrir que em sua busca clamorosa por conhecimento ele tem pisado nas flores do amor, até que elas, sob seus pés, dificilmente sejam reconhecidas. Então ele tem que derrubar sua estrutura e construir novamente.

Ele deve abrir repetidamente seu coração e deixar as comportas do amor banharem sua superfície endurecida até que, mais uma vez, seja como a terra macia na primavera, em que o menor passo ou o suspiro mais suave deixará uma impressão e o coração responderá com compaixão e amor. O coração de uma pessoa é como um jardim; as flores não crescerão até sua beleza completa, se a terra for deixada para endurecer em torno das raízes. O solo deve ser continuamente agitado e amolecido; assim, o nosso coração deve ser continuamente cutucado com o garfo do espírito para quebrarmos a presunção do conhecimento e fazer o amor crescer forte e belo como seu arquétipo no Céu.

E embora eu “fale em línguas dos Anjos” — ainda assim, não sou mais do que “um sino que tine”. Embora eu tenha até mesmo alcançado o estágio acima do humano e tenha muito conhecimento do Céu e da Terra — ainda estou oco por dentro e cheio de vazio. Dentro de mim estão as trevas, pois o grande Coração não disse que “Deus é Amor”? Ele também não disse que “Deus é Luz”? Nos termos da Álgebra, “duas grandezas iguais a uma terceira grandeza são iguais entre si”; portanto, “Amor é Luz”. E se não há amor em mim, então não há luz. Não consigo ver um único passo do caminho — talvez eu nem mesmo esteja no caminho; de tão estreito e reto que ele é, um passo para o lado e já estou no caminho sinuoso do prazer.

Portanto, desde o início, quando alguém decide que irá “viver a vida”, a primeira coisa a ser feita é cultivar o amor devocional.

Plante a pequenina semente do amor verdadeiro em seu coração, cuide dela e alimente-a — oh, tão cuidadosamente — com atos de amor, pensamentos e palavras amáveis; a cada dia e a cada hora deixe-a crescer ao Sol do amor de Cristo, Ele, o do grande Coração. Quando o coração estiver cansado de lutar e do aparente pequeno sucesso, abra bem o seu coração, mantenha a sensação de que o coração esteja exposto ao brilho do Seu Amor, o Seu Amor Divino, que está sempre pronto para ser derramado sobre você, se você quiser, apenas abra seu coração para isso. Não pense, apenas sinta o doce bálsamo do Seu Amor derramando-se e curando todas as feridas do seu coração.

Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei”. E você se levantará com a Mente e o Espírito revigorados, com energia renovada para tomar a sua Cruz.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro de 1916 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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Carta de Max Heindel: Deus – A Fonte e a Meta da Existência

Janeiro de 1918

Novamente nos encontramos no começo de um Ano Novo, e existe um costume nessa época de transformarmos as nossas aspirações em resoluções. E como Estudantes dos Ensinamentos Rosacruzes necessariamente interessados no assunto sobre o crescimento espiritual, pensei que as seguintes considerações, talvez, possam ser muito proveitosas neste momento. 

Na Mente de muitas pessoas a palavra “santidade” se tornou associada a uma expressão facial de tristeza ou melancolia e a uma atitude mental hipócrita, de modo que as pessoas no mundo, geralmente, são muito reservadas em relação àqueles que fazem profissões de santidade. Mas, é claro que essa não é a verdadeira realidade. O ser humano realmente santo não é um desmancha-prazeres; ele não é indolente no mundo dos negócios; ele cumpre plenamente com seu dever, em casa ou no trabalho, coloca seu coração em tudo que faz; ele é um exemplo digno de fidelidade e, geralmente, é respeitado por todos que o conhecem, porque suas ações valem mais do que palavras e do que elogios. Ele é cuidadoso ao lidar com seus semelhantes, se esforçando para não dever nada a ninguém, a não ser amor; sempre pronto e ansioso em ajudar os outros – ele é, de fato, um bom exemplo de pessoa em todos os relacionamentos da vida.

Mas essa vida de retidão mundana não é, por si só, uma prova de santidade. Existem muitas pessoas esplêndidas no mundo que são modelos vivos por razões de ética e se comportam de maneira que exige o respeito de todos os que as conhecem. Também são solidários e se destacam, de acordo com a sua posição, em todas as boas obras. No entanto, repetimos, não é essa a prova. A prova que mostra a diferença entre o homem ou mulher que é meramente modelo e o santo é encontrado nas horas de lazer, quando o que chamamos de dever foi totalmente cumprido no devido tempo. Nesse momento é que descobriremos os caminhos da parte mundana e os da parte sagrada. O ser humano de Mente mundana, nessas ocasiões se voltará para a recreação, diversão e para os prazeres a fim de dar vazão à sua energia ou, talvez, buscará algum passatempo favorito, de acordo com a inclinação da sua Mente e com seus próprios meios. Podem ser simples jogos, esportes, canto e música, teatros, festas ou qualquer outro meio que ele possa encontrar para lhe proporcionar um agradável passatempo.

Contudo, o ser humano santo é como o aço tocado pelo ímã e desviado, pela força, de apontar para o polo. Quando o coração tenha sido tocado pelo imã do amor de Deus, o dever pode e o desvia para as obrigações mundanas, a qual demanda todos os cuidados legítimos. O ser humano santo não se descuida de sua obrigação mundana, mas cumpre seu dever, fazendo-o melhor e mais conscientemente do que antes de se entregar a Deus. Ao mesmo tempo, inconscientemente, ele sente o desejo de voltar à comunhão com o Pai, de maneira análoga à agulha de aço imantada que, desviada do norte, exerce uma pressão na direção ao polo. No momento em que o chamado do dever foi perfeitamente cumprido e removida a pressão com o passar do tempo, os pensamentos do ser humano santo, automaticamente, se voltam para o Divino. O trajeto de ida e volta do trabalho nada mais é do que uma oportunidade para meditação. O tempo que emprega quando espera por alguém, também é utilizado da mesma forma. Em resumo, para o ser humano santo não há um só momento de relaxamento para os assuntos mundanos, pois seus pensamentos estão a todo instante voltado para sua fonte e objetivo – Deus.

Ouvimos falar de pessoas que estudaram leis, enquanto se deslocavam para ir e voltar do trabalho; outros aprenderam idiomas utilizando os momentos livres, quando a maioria das pessoas desperdiçam com pensamentos inúteis, vagos e sem objetivos. Aprendamos uma lição com eles e, durante o próximo ano, pratiquemos o hábito de direcionar os nossos pensamentos para Deus, enquanto estivermos nos momentos de folga. Se praticarmos isso fielmente, nos encontraremos muito mais avançados no caminho do crescimento anímico.

(Carta nº 86 – do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

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Carta de Max Heindel: A Dívida de Gratidão do Mestre

Janeiro de 1916

Estamos, agora, no encerrar de mais um ano das nossas vidas e no começo de um novo ano, e me ocorreram alguns pensamentos em relação a essas divisões de nossas vidas terrestres.

Quando Cristo, no final de Seu ministério, participou da última ceia com Seus Discípulos, lavou os pés deles apesar dos protestos de alguns que achavam isso humilhante para o Mestre. No entanto, esse gesto foi o símbolo de uma atitude da Mente que é de grande significância como um fator para o crescimento anímico. Se não existisse o solo mineral, o Reino Vegetal seria uma impossibilidade, assim como o Reino Animal não poderia existir se as plantas não lhe dessem os recursos necessários. Então, vemos que na natureza o superior se alimenta e é dependente do inferior para o seu desenvolvimento e a consequente evolução. Embora seja um fato que os Discípulos eram instruídos e ajudados por Cristo, assim também é um fato que eles eram um meio para o progresso e o avanço evolutivo do próprio Cristo; e era em reconhecimento a esse fato que Ele humilhou a Si mesmo reconhecendo a Sua dívida para com eles, servindo-os da maneira mais humilde que se possa imaginar.

Foi um grande privilégio para o autor transmitir a vocês, assim como a milhares de outras pessoas, as instruções esotéricas dos Irmãos Maiores durante o ano que terminou, e nisso foi ajudado, direta ou indiretamente, por todos os que trabalham em Mount Ecclesia. Aqueles que colaboraram na imprensa, nos escritórios ou em qualquer dos nossos departamentos compartilham também desse privilégio, e agradecemos a todos que nos proporcionam essas oportunidades para o crescimento anímico e que vieram a nós para que pudéssemos ajudá-los e servi-los.

Nós acreditamos que tenhamos sido de alguma serventia a esse respeito, e pedimos as suas orações para que possamos ser servidores mais eficazes no próximo ano que se inicia.

E sobre vocês, querido amigo e querida amiga? Durante o ano que se finda tiveram, também, oportunidades para servir os outros a sua volta de uma maneira similar à que tivemos? Vocês utilizaram o que conseguiram obter como conhecimentos que lhes transmitimos para iluminar os que estiveram em contato com vocês? Não é necessário subirmos a um púlpito, literal ou metaforicamente, em nenhum momento para falar ao coração dos outros. Frequentemente é muito mais eficaz fazê-lo de formas mais silenciosas, para que as pessoas não suspeitem que estamos tentando mostrar algo a elas. Confiamos que tenham aproveitado as suas oportunidades o melhor possível no ano que passou, e oramos para que possam entrar no ano novo com um espírito de serviço ainda maior, e que isso possa provar a si mesmos ser muito mais frutífero para o crescimento da alma do que o conseguido no ano ora findo.

(Do Livro: Carta nº 62 do Livro “Cartas aos Estudantes”-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

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Sugestão para o seu Exercício Esotérico de Meditação nesse período: A Parábola do Semeador

A Bíblia é um dos maiores livro de Mistérios de todos os tempos. Há poucos que se dão conta de suas insondáveis profundidades. Cristo disse: “a fim de que vendo, vejam e não percebam; e ouvindo, ouçam e não entendam” (Mc 4:12).

Na mais antiga simbologia a palavra “barco” se referia à alma, e a palavra “mar” se referia às correntes psíquicas. Diz-se que Cristo Jesus se sentou em uma barca e ensinava o povo que estava na margem. Isso significa que ensinava aos que estavam nos planos internos e aos que estavam nos planos externos, posto que sua missão era instruir tanto os encarnados como os desencarnados.

Quando Cristo terminou de expor a Parábola do Semeador, disse: “Quem tem ouvidos, ouça”. O semeador é o Mestre; as sementes são as verdades que vai disseminando. Os Estudantes e os Discípulos, que são a terra, as recebem de acordo com sua capacidade de compreensão e, de acordo com ela, usam os ensinamentos. Também disse o Senhor que alguns receberam (e produziram) trinta ou, em outras palavras, só puderam aceitar uma interpretação literal. Outros receberam (e produziram) sessenta e são os que alcançaram os significados mais profundos. O compreender que a Bíblia é o livro de texto supremo da vida há de ser uma das primeiras conquistas do verdadeiro Discípulo Cristão.

Depois Ele acrescentou que houve outros que receberam (e produziram) cem; esses são os Iniciados, que captaram as verdades em sua totalidade. Eles são a boa terra, na qual as sementes caem, crescem e produzem fruto. Algumas sementes, no entanto, caem sobre o caminho e são devoradas pelos pássaros, ou seja, são captadas pelos emocionalmente inseguros e, por isso, não lhes puderam proporcionar um porto seguro espiritual.

Aconselha-se a todo Discípulo que aprenda a contatar com seu próprio ser interior e, por meio da oração e meditação, a despertar e a incrementar seus poderes. Um Aspirante capaz converte esse centro (interno) no ponto focal a partir do qual trabalha para atrair o bom, o verdadeiro e o formoso. Há de ter cuidado, no entanto, de não se ver circunscrito pela estreiteza do pensamento ou o fanatismo da interpretação. Esse centro, o mais recôndito de si mesmo, se não for cultivado com persistência e perseverança, a pessoa tenderá a ter que enfrentar a decepção e a desilusão. Quando isso sucede, o neófito não só abandona as coisas do espírito, mas também obstrui o caminho para os outros. A advertência bíblica no Evangelho Segundo São Lucas em 9:62 ratifica isso: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus”.

De acordo com a parábola, outras sementes caíram entre as rochas e morreram por falta de umidade. Esse é o símbolo da pessoa puramente mental, aquela cujo coração ainda não foi despertado. A Mente, só, nunca poderá resolver os problemas da vida, nem ensinar a outros como fazê-lo, porque isso só se pode conseguir por meio do amor de um coração espiritualizado.

Algumas das sementes caíram entre espinhos e os espinhos cresceram e as afogaram. Os espinhos representam os desejos inferiores. Desde os dias da antiga Atlântida, a Mente humana está mais intimamente ligada à natureza de desejo do que ao espírito, o que contrário ao plano divino. Por isso, em uma grande maioria, a humanidade é mais motivada pelo desejo do que pela razão. Essa motivação egoísta deu origem a atual situação caótica do mundo: as raças, as nações e os indivíduos estão tão desgarrados pela dissenção e confusão que a humanidade se aproxima de um estado geral de pânico e desespero.

Um dos objetivos principais das sucessivas vidas sobre a Terra é que o ser humano liberte sua Mente dos laços de sua natureza de desejos para que a Mente se converta em um instrumento do espírito. Há de voltar uma e outra vez até que tenha aprendido a lição. As pessoas cujas vidas estão mais motivadas pela razão que pelo desejo são exceções e, entre elas, as que se guiam pelo intelecto espiritualmente iluminado são extremamente raras.

Por fim, parte das sementes caíram em terra boa e frutificaram produzindo cem por um. Isso se refere aos poucos que alcançaram o equilíbrio entre o Coração e a Mente, estado superior que é o ideal Crístico para toda a humanidade. Quando um Aspirante aprende a equilibrar essas duas forças, é digno de receber e disseminar os Mistérios do Reino de Deus.

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Consciente ou inconscientemente estamos construindo um novo Corpo: para que, para quando e por quê?

A parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, é a que podemos chamar de Corpo-Alma; quer dizer, ela é a que está mais intimamente ligada ao Corpo de Desejos e a Mente e, também, a mais receptiva ao toque do Espírito do que se acha a parte formada pelos dois Éteres inferiores.

O Corpo-Alma é o veículo do intelecto, e responsável por tudo que faz do indivíduo, um ser humano.

Nossas observações, nossas aspirações, nosso caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito nesses dois Éteres superiores, que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e hábitos.

Outrossim, do mesmo modo que o Corpo Denso assimila partículas de alimento e assim adquire carne, os dois Éteres superiores assimilam nosso bem agir durante a vida e assim também crescem em volume.

De acordo com nossos feitos nessa vida atual, aumentamos ou diminuímos desse modo à bagagem que trouxemos ao nascer.

Se nascermos com um bom caráter, expresso nesses dois Éteres superiores, não nos será fácil mudá-lo porque o Corpo Vital tornou-se muito, muito firme durante as miríades de anos em que o desenvolvemos.

Por outro lado, se fomos frouxos, negligentes e indulgentes em relação aos hábitos que consideramos maus, se formamos um mau caráter em vidas anteriores, aí vai ser difícil superá-los porque isso estabeleceu a natureza do Corpo Vital, e anos de constante esforço serão precisos para mudar sua estrutura.

É por isso que os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental afirmam que todo desenvolvimento místico tem início no Corpo Vital.

Cada vez que prestamos serviço a alguém nós aumentamos o brilho de nosso Corpo-Alma.

É o Éter de Cristo que atualmente movimenta o nosso globo, e é bom lembrar que se desejamos um dia trabalhar pela Sua libertação, precisamos que um número suficiente desenvolva seus Corpos-Alma ao ponto em que eles possam fazer a Terra flutuar. Então, poderemos carregar Seu fardo e libertá-Lo da dor da existência física.

A Parábola do Banquete Nupcial é muito bem aplicada nesse contexto:

O Reino dos Céus é semelhante a um rei que celebrou as núpcias do seu filho. Enviou seus servos para chamar os convidados para as núpcias, mas estes não quiseram vir. Tornou a enviar outros servos, recomendando: ‘Dizei aos convidados: eis que preparei meu banquete, meus touros e cevados já foram degolados e tudo está pronto. Vinde às núpcias’. Eles, porém, sem darem a menor atenção, foram-se, um para o seu campo, outro para o seu negócio, e os restantes, agarrando os servos, os maltrataram e os mataram. Diante disso, o rei ficou com muita raiva e, mandando as suas tropas, destruiu aqueles homicidas e incendiou a cidade. Em seguida, disse aos servos: ‘As núpcias estão prontas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às encruzilhadas e convidai para as núpcias todos os que encontrardes’. E esses servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons, de modo que a sala nupcial ficou cheia de convivas. Quando o rei entrou para examinar os convivas, viu ali um homem sem a veste nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem a veste nupcial?’ Ele, porém, ficou calado. Então disse o rei aos que serviam: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o fora, nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes’. Com efeito, muitos são chamados, mas poucos escolhidos”. (Mt 22:2-14 Lc 14:20-24)

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

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