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A Casa do Nosso Pai – Nosso Grande Vizinho Próximo

Cristo considerou a morte o maior dos terrores e sabia que somente Ele poderia restaurar a fé do ser humano em uma vida imortal e lhe dar a certeza de ser um Espírito glorificado. Ele deixou essas palavras de conforto, que devem trazer consolo e fé a todos os que acreditem n’Ele: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, credes também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas: se não fosse assim, eu teria contado a vocês. E se eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e vos receberei para mim mesmo; para que onde eu estou, vós também estejais.” (Jo 14:1-3).

Quer saber mais sobre isso? É só acessar aqui: A Casa do Nosso Pai – Nosso Grande Vizinho Próximo

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Velocidade para Frente e para Cima

Dificuldades e influências aparentemente dissuasivas são as escadas de Deus. Elas são os meios pelos quais podemos subir para maiores alturas de realização espiritual e temos apenas que aceitá-las com o humor adequado para encontrar nelas fatores potentes na linha do avanço.

Um dos antigos disse que “mesmo que a figueira não floresça nem haja fruto na videira; mesmo que a safra de azeitonas decepcione e os campos não produzam alimento; mesmo que não haja ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.[1]. Isso tipifica com bastante precisão as experiências pelas quais a maioria de nós deve passar, se pretendemos ser fiéis à Luz Interior e atingir nosso mais alto Ideal Espiritual. Só podemos alcançar o grande e magnífico por meio do pequeno e aparentemente insignificante; portanto, devemos cumprir da melhor forma possível o dever que está mais próximo da nossa mão, ao mesmo tempo estando continuamente atentos às oportunidades que surgem. Se isso for bem feito e com espírito alegre, fará mais por nosso progresso do que qualquer outra coisa.

Cada fração da vida e do tempo tem igual grandeza e significância. Fidelidade agora significa oportunidades ampliadas no presente; mas o tempo de preparação é tão importante quanto o de fruição ou realização. Portanto, aproveite ao máximo a hora que passa! O verdadeiro caminho raramente ou nunca é aquele que oferece a maior promessa no início; em vez disso, apresenta a maior dificuldade e perplexidade.

Pelas experiências da nossa alma aqui no mundo, quando assumimos o primeiro peso da responsabilidade, somos confrontados com o Ideal, por um lado, e com os costumes e maneiras da vida terrena, por outro. É tão fácil viver no que pode ser chamado de “próximo”, no calor enganoso e na segurança aparente dos apegos terrestres e costumes estabelecidos; mas sempre, acima do barulho e do glamour da vida terrena, é ouvida a voz calma, baixa e insistente do Ideal; o lembrete de votos e experiências, a mão acenando, invariavelmente chamando para a frente, mostrando a Frente e o Alto, a meta.

Sempre acima da mundanidade “próxima” podemos ver e reconhecer a nossa Estrela Guia e se a Sua luz se torna indistinta, é somente pela distância que colocamos entre nós e ela. Mas aqueles que determinaram trilhar o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz e assumir alguma parcela de responsabilidade no trabalho de aperfeiçoamento humano, esses podem encontrar o Caminho e se qualificar para o serviço somente seguindo fielmente a Voz Interior, sem dar atenção ao murmúrio discordante dos costumes estabelecidos ou aos apelos das emoções inferiores. Pois cada fase da nossa vida aqui deve ocupar seu verdadeiro lugar e prestar sua própria assistência à Consecução do Ideal.

Nossa vida doméstica, nossa vida e métodos empresariais, nossa vida social e doméstica — tudo isso são fatores que não podem ser ignorados na busca da Vida e do Poder Espirituais. O verdadeiro Discípulo, portanto, vai se esforçar para elevar o tom das regras de vida e normas de conduta estabelecidas em seu ambiente até que elas coincidam com os impulsos do Ideal. Ele não pode dizer: “É o jeito da comunidade, portanto, é desculpável”. Ele só pode perguntar: “Está certo, isso faz meus semelhantes avançarem para o bem maior?”.

Em outras palavras, ele deve ter em sua natureza um elemento de implacabilidade e precisa ignorar a todo momento as consequências de suas decisões justas. Ele deve fazer o certo e seguir sua Estrela Guia, independentemente do resultado.

Portanto, o ponto de maior importância é ter um viés esmagador em favor do certo e da Verdade com uma determinação severa de segui-la fielmente e até o fim. Tal pessoa, frequentemente e especialmente no início, cometerá muitos enganos e erros de cálculo aparentes e muitas vezes verá, ou pensará que vê, onde poderia ter escolhido um curso mais reto; mas à medida que avança progressivamente e alcança o ponto onde a pequena Luz aparece como uma Chama Viva, ele será capaz de olhar para trás e ver, pela perspectiva do maior número de incidentes, como os erros de cálculo contribuíram para o resultado perfeito e como as curtas jornadas redundantes evitaram grandes catástrofes. Então ele saberá que, de fato, foi guiado “sobre charnecas e pântanos, sobre penhascos e torrentes[2] até que finalmente o Ideal o reivindicou completamente e as sombras desapareceram na Luz do Dia Eterno.

Você tem medo de se tornar justo demais? De arruinar seu negócio? Sua saúde? Ou de perder sua alma? Sua razão? Você acredita que é melhor se apegar ao pouco que tem? Você já ouviu o sofisma de que não pode ser honesto demais hoje em dia? Que você não pode ir longe demais? Que precisa ser moderado em todas as coisas? Outros também ouviram e falharam, ouviram e perderam o que tinham e eram — o que eles poderiam ter tido e sido. Eles se tornaram homens e mulheres comuns, pessoas satisfeitas com gostos e apetites banais, contentes em perseguir e ser perseguidos; pois ninguém pode seguir os preceitos do costume estabelecido com sucesso sem se tornar, em alguma medida, um parasita, fechando seus ouvidos à Voz Divina.

Para você, nesta hora, a mais sagrada em razão do que ela contém, vem a Voz Divina falando através destas páginas, mostrando também de dentro de você uma e a mesma coisa. Velocidade para frente! Levante-se e espalhe ao vento a sua prudência egoísta, sua autopiedade, sua autoestima e seus apegos terrenos que estão desaparecendo… Porque você chegou à entrada do Caminho Reto e Estreito, para frente e para cima. A vida espiritual e interior começa onde a vida sensorial e exterior termina. Portanto, se levante-se “tome a sua Cruz e Me siga[3]!

Preste atenção a isto, pois é a senha da futura Dispensação: o bem e a verdade abrem seu seio ao impulso de forças opostas em todos os lugares; sua oposição é desarmada e perdida por meio do amor que eles derramam sobre elas.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de dezembro de 1916, e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T. : Hc 3 :17-19

[2] N.T.: Ez 47:11

[3] N.T.: Lc 9:23

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A Casa do Nosso Pai – Gamma Beta – Fraternidade Rosacruz

Notemos que os Ensinamentos Rosacruzes nos esclarece que tais ensinamentos não se limitam, apenas, a meros conceitos e símbolos a respeito da Luz. Estudando-os profundamente aprendemos que há o conceito da existência absoluta e consciente da divina Luz humana por todas as partes. Essa Luz é a essência do próprio Amor, é a Criação Onipotente, com a qual edificamos nosso ser espiritual, que existia antes que o mundo fosse feito, segundo as palavras de Cristo.

Aquele que sacrifica, crucificando o seu pequeno “eu” na cruz, alcança o Cristo, pois, não nos exortou Ele, porventura, a que tomássemos nossa cruz e O seguíssemos? Que cada qual tome, pois, sua Cruz, o “eu egoísta”, não olhe para trás, nem queira despedir-se dos seus, se realmente deseja seguir ao Senhor Cristo e retornar à Casa do Pai. “Quem vê a mim, vê ao Pai que me enviou”.

E para isso, Cristo considerou a morte o maior dos terrores e sabia que somente Ele poderia restaurar a fé do ser humano em uma vida imortal e lhe dar a certeza de ser um Espírito glorificado. Ele deixou essas palavras de conforto, que devem trazer consolo e fé a todos os que acreditem n’Ele: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, credes também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas: se não fosse assim, eu teria contado a vocês. E se eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e vos receberei para mim mesmo; para que onde eu estou, vós também estejais.” (Jo 14:1-3).

1. Para fazer download ou imprimir:

A Casa do Nosso Pai – Por Gamma Beta – Fraternidade Rosacruz – Introdução – C.1-Uma Viagem Celestial

A Casa do Nosso Pai – Por Gamma Beta – Fraternidade Rosacruz – C.2-Nossa Estação Inicial

A Casa do Nosso Pai – Por Gamma Beta – Fraternidade Rosacruz – C.3-Uma Pequena Estação de Interesse

A Casa do Nosso Pai – Por Gamma Beta – Fraternidade Rosacruz – C.3-Nosso Grande Vizinho Próximo

2. Para estudar no próprio site:

A CASA DO NOSSO PAI

Por

Gamma Beta

Fraternidade Rosacruz

Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido de acordo com:

1ª Edição em Inglês, 1916, Rays from the Rose Cross Magazine

Pelos Irmãos e pelas Irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

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INTRODUÇÃO

Os céus declaram a glória de Deus; e o firmamento mostra a obra de Suas mãos.” (Sl 19:1). “Na casa do meu Pai há muitas moradas.” (Jo 14:2). A versão revisada admite a seguinte leitura: “Na casa do meu Pai há muitos lugares de morada”. Continuando este versículo, Cristo nos ensina: “Vou preparar um lugar para vocês”. O sentido do texto é que na Casa de Deus – isto é, no Universo de Deus – estão as “mansões” ou “lugares de habitação” nos quais devemos habitar, se formos considerados dignos de morar com Deus.

Este texto pode ser considerado astronômico; e como muitos outros, quanto maior for o nosso conhecimento da estrutura do universo, mais claramente veremos e compreenderemos o seu significado. Embora o próprio astrônomo compreenda apenas vagamente a esmagadora grandeza da Casa do Nosso Pai, sua concepção está muito acima da ideia do observador casual.

Embora ele fosse de fato um astrônomo ousado, que não se esquivaria da tarefa de explicar este e outros textos semelhantes, ainda assim ele pode, com algum grau de inteligência, direcionar a Mente do buscador sincero para caminhos que estão resplandecentes com a glória de Deus.

Pergunte a um astrônomo, que acredita em Deus, qual é o tamanho da Casa do Nosso Pai. Instantaneamente ele verá em sua imaginação incontáveis milhões de mundos, sistemas, constelações, aglomerados e agregações em nosso universo; ou melhor, no universo visível aos olhos físicos; e ele está razoavelmente certo de que, além deste, outros universos existem, universo após universo, infinito após infinito, indescritíveis em dimensões e duração, estendem-se por um espaço insondável e infinito… Faria isso até que sua imaginação ficasse atordoada e sua Mente cambaleante gritassem: “Pare!”. Pois a Mente finita encontra aqui o incompreensível e a vastidão impensável da Natureza que desafiam o astrônomo.

Muitas vezes ouvimos a palavra “universo”. Qual é o significado dessa palavra? Evidentemente de algo muito grande, pois geralmente é o grande ponto final, algo vasto e ilimitado. O que é o universo? Podemos entender isso? Examinemos este assunto e vejamos se podemos saber alguma coisa sobre a Casa do Nosso Pai, pois certamente é conveniente usar a Mente que Deus nos deu a graça de possuir para aumentar nosso conhecimento sobre a Sua glória. Além disso, não é um pecado não usarmos nossa inteligência para conhecer tudo que pudermos sobre o grande Mestre Construtor e Suas obras, que Ele tão convidativamente espalhou diante de nós?

UMA VIAGEM CELESTIAL

Façamos na imaginação uma viagem de observação e vejamos por nós mesmos um pouco da Casa do Nosso Pai com seus muitos “lugares de morada”. Não temos tempo para detalhes, mas selecionamos imediatamente um ponto de partida. Para isso o astrônomo naturalmente se volta para o Sol, que é o grande centro de onde recebemos a luz e o calor que tornam o nosso Planeta Terra habitável para esse Mundo Físico que temos.

A questão da velocidade com que devemos viajar é mais difícil; mas assumindo que temos escolha neste assunto, em breve resolveremos este ponto tão importante. A velocidade da ferrovia, de um quilômetro por minuto, está totalmente fora de cogitação, pois nosso tempo é curto e a viagem é longa; além disso, queremos voltar a tempo de contar algo do que veremos. Existe a bala de canhão; ela viaja aproximadamente a trinta quilômetros por minuto! Mas isso também é muito lento. Temos luz? Sim, temos!

Viajaremos na velocidade inconcebível da própria luz; pois devemos viajar com velocidade infinita em uma jornada infinita e a luz viaja a 299.337,984 km em um único segundo de tempo. Isso equivale a mais de 17.702.784 km em um único minuto (186.000 vezes 60 é igual a 17.960.279,04 km).

Temendo que o nosso desempenho incomum produza excitação indevida nos mundos que estamos prestes a visitar, enviaremos um mensageiro para anunciar a nossa vinda. Selecionaremos para esse propósito uma bala de canhão que viaja a uma velocidade de mais de 64.373,76 km por dia; e para que tenha bastante tempo, daremos um início de cem anos para ela. Como queremos ser perfeitamente justos em tudo o que fazemos nesta maravilhosa jornada, inclusive “começar de forma justa”, não partiremos do Sol, mas, sim, do centro desse vasto globo.

Enquanto estivermos em uma posição tão cômoda, descobriremos algo sobre as enormes dimensões do Sol. Ele é quase cento e dez vezes maior que a nossa Terra. Seu diâmetro é tão vasto que, se ele fosse uma concha, a Terra poderia ser colocada no centro e a Lua poderia viajar em sua órbita habitual; então estaria apenas a meio caminho entre a Terra e a superfície da nossa gigantesca estrela, sendo o seu diâmetro de, aproximadamente, 1.393.691,9 km.

NOSSA ESTAÇÃO INICIAL

A partir do centro do Sol nós direcionaremos a nossa excursão para a estrela fixa mais próxima, assumindo que todos os Planetas estão nessa direção; veremos quais serão as nossas experiências. Agora, então, tudo pronto, vamos!

Na prodigiosa velocidade em que estamos avançando, menos de três batidas do relógio e já nos encontraremos totalmente longe do Sol, a milhares de quilômetros em nosso caminho até o Planeta mais próximo, Mercúrio; em aproximadamente três minutos nós o alcançaremos. Mercúrio está a uma distância aproximada de 57.936.384 km do Sol e tem aproximadamente 4.828,032 km de diâmetro. Seu ano é igual a oitenta e oito dos nossos dias; portanto, suas estações duram apenas vinte e dois dias, se é que ele tem alguma estação; pois você deve lembrar que ele recebe uma grande quantidade de calor e luz do Sol, que para os mercurianos é duas vezes e meia maior do que é para nós, da Terra. Nossa tremenda velocidade nos transporta pelo “Mensageiro dos Deuses” tão rapidamente que não temos tempo de examiná-lo de perto; em menos de três minutos cruzaremos a órbita de Vênus!

Aqui encontraremos um mundo surpreendentemente semelhante ao nosso, em muitos aspectos. Vênus está apenas a 41.842.944 km mais perto do Sol do que nós; e como estamos a 149.668.992 km de distância, esta “mansão”, com mudanças muito moderadas nas condições de sua atmosfera, talvez seja tão habitável quanto a Terra para a vida que conhecemos.

Vênus tem apenas 321.869 km de diâmetro a menos do que a Terra (todas as distâncias aqui e dimensões são dadas em forma de números inteiros) e seu ano é igual a duzentos e vinte e cinco dos nossos dias; até onde os astrônomos sabem, a vida é tão provável em Vênus como no nosso Planeta. Mas se descobrirmos muito sobre ele, devemos contar aos astrônomos; pois estão muito ansiosos para saber mais sobre a condição de todos os Planetas.

Num instante Vênus fica para trás; olhando para trás, notamos que o Sol está ficando menor, enquanto à frente vemos duas estrelas brilhantes — ou o que aparenta ser estrelas —, uma das quais é maravilhosamente cintilante e a outra está próxima dela. Nós nos aproximamos delas com a velocidade da luz e elas logo fizeram uma oferta justa para rivalizar com o próprio Sol em brilho, pois ele a essa distância tem menos da metade do tamanho que o vimos em Mercúrio e nos dá menos de um quarto da luz e do calor que ele derrama naquele Planeta.

Em pouco mais de dois minutos alcançamos nossas duas estrelas e descobrimos que esse objeto maravilhoso é a Terra e que a estrela companheira é a Lua. Devemos ter cuidado aqui, pois se nos aproximarmos demais poderemos ser atraídos para sua superfície, como muitos meteoritos aventureiros (popularmente chamados de “estrelas cadentes”) que se aproximam demais. Mas nossa velocidade é nossa segurança. Podemos nos aproximar da superfície e a gravitação não será capaz de superar uma velocidade como a nossa.

UMA PEQUENA ESTAÇÃO DE INTERESSE

Um sentimento de admiração reverencial toma conta de nós à medida que nos aproximamos deste pequeno ponto no grande Universo de Deus, ponto que chamamos de Terra. Aqui está um pequeno mundo, talvez o único em toda a Casa do Nosso Pai onde o pecado esteja fortalecido. Acredito que seja absolutamente único neste aspecto, em toda a extensão do Seu domínio. Acreditar no contrário é duvidar da sabedoria e do amor de Deus. Mas o pecado está aqui porque veio algum dia de alguma forma; mas ele é como uma planta que deve ser “arrancada pela raiz”, pois “não foi plantada pelo Pai[1]. Então o Grande Sacrifício foi feito para que a Terra fosse reabastecida com seres dignos de serem chamados de filhos do grande Criador para que a Casa do Nosso Pai pudesse, novamente, se tornar limpa e o Universo pudesse ser restaurado como era quando veio das mãos do Grande Arquiteto. É difícil para mim acreditar que toda a Onda de Vida humana fosse digna de tal sacrifício; mas um Universo limpo é digno desse sacrifício.

Passamos pela Terra com relutância, pois aqui temos a história da vida e das provações do Filho de Deus; temos Sua promessa, Seu ensino, Seu exemplo; temos tudo que o coração do Cristão possa desejar. Aqui também está sendo encenado o grande drama do pecado e da justiça, da vida e da morte. Vemos a luta dos santos e nos perguntamos por que o julgamento demora tanto. Mas nem tudo o que vemos é negro e triste; pois Deus tem um povo aqui neste pequeno mundo. Os santos estão aqui; aqui estão aqueles que guardam todos os Mandamentos de Deus.

Os oito minutos em que nos é permitido ir do Sol à Terra já passaram e devemos partir rapidamente, se quisermos ver as dimensões gloriosas da Casa do Nosso Pai. Uma estrela brilhante surge à frente e em menos de quatro minutos nos encontramos em Marte. Nossa (aparente) estrela é o pequeno Planeta Marte, com duas pequenas luas de, aproximadamente, 8 e 11 quilômetros de diâmetro — na verdade, são pequenas mansões.

Encontramos um mundo com 6.437,376 km de diâmetro e os grandes telescópios, que deixamos para trás, podem mostrar claramente seu alto mar e continentes, seus polos nevados e suas regiões equatoriais nas quais a neve nunca aparece — tal como na nossa Terra. O dia marcial é um pouco mais longo que o nosso, mas seu ano é tão longo quanto seiscentos e oitenta e sete dos nossos dias. O Sol parece consideravelmente menor e a sua luz e calor são aproximadamente a metade que a Terra recebe, de acordo com os dados do nosso Planeta e nos quais devemos basear as nossas conclusões.

Depois de observarmos apressadamente os fatos acima, passamos pelo Planeta avermelhado e logo estamos percorrendo um grande número de pequenos mundos chamados asteroides. Aproximadamente setecentos foram descobertos desde o primeiro dia do século XIX e pode haver outros milhares que escaparam dos perspicazes astrônomos da Terra. Seu diâmetro médio é, provavelmente, inferior a quarenta quilômetros — mais mansões para bebês!

Acompanhar esses pequenos mundos tornou-se uma tarefa pesada e um grande incômodo para os astrônomos, que passam por várias dificuldades e colocar a atenção em cada um deles para entender o que é cada um, como se comportam, do que são feitos. Podemos ter a certeza de que esses “pequenos Planetas” fazem parte do grande Plano de Deus, caso contrário não estariam onde estão.


[1] N.T.: Mt 15:13

NOSSO GRANDE VIZINHO PRÓXIMO

Não temos tempo, contudo, para procurar novos asteroides, pois estamos agora prestes a visitar o “gigante do Sistema Solar”, Júpiter. Levaremos mais de meia hora para alcançá-lo vindos de Marte, ou aproximadamente quarenta e quatro minutos desde o Sol. Teremos um pouco de tempo para procurar cometas, pois podemos encontrar um a qualquer momento na jornada dele de ida ao Sol ou de volta. No entanto, os cometas não são muito importantes e apenas foram mencionados para mostrar que não nos esquecemos desses visitantes terríveis. Mas Júpiter é digno da nossa maior admiração.

Balançando em uma órbita majestosa, exigindo doze dos nossos anos para um dos seus, ele segue seu caminho majestoso, um verdadeiro gigante. Seu diâmetro médio é de aproximadamente 140.012,93 km e ele tem o tamanho de mil, trezentos e nove mundos como o nosso, juntos. Ele tem oito luas[1], três das quais são maiores que a nossa; na verdade, uma delas é maior que Mercúrio e rivaliza com Marte em tamanho.

Também notamos que uma grande mudança ocorreu em nosso Sol; ele parece ter apenas um quinto do diâmetro, ou um vigésimo quinto da área, que tinha quando nós o vimos da Terra; ele fornece apenas um vigésimo quinto da quantidade de luz e calor para os jupiterianos, em relação a quanto recebemos na Terra.

Poderíamos encontrar aqui muitas coisas interessantes, se tivéssemos tempo de parar; mas a nossa tremenda velocidade nos faz percorrer Júpiter em um piscar de olhos; assim, antes de perceber nós já estamos atravessando o enorme abismo de mais de 650 milhões de quilômetros que separa as órbitas de Júpiter e do seu irmão mais velho, Saturno — a nossa próxima estação.


[1] N.T.: em 1916

Em Publicação…

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Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático – Nosso Trabalho em Nossos Corpos: Consciente e Inconscientemente

Pergunta:  De onde o pintor tira sua inspiração?

Resposta: Principalmente do Mundo das cores – o Mundo do Desejo.

Pergunta:  Por que a música é diferente e superior a todas as outras artes?

Resposta:  Isso pode ser compreendido quando refletimos que uma estátua ou uma pintura, quando criada, é permanente, enquanto a música é mais elusiva e deve ser recriada cada vez que a ouvimos, se quisermos ter toda a fidelidade do criador.

Pergunta:  A música pode ser aprisionada por dispositivos mecânicos?

Resposta:  Sim, mas a música assim produzida perde muito da doçura comovente que possui quando vem fresca do seu próprio Mundo.

Pergunta:  Qual é o órgão sensorial mais perto da perfeição do nosso Corpo Denso?

Resposta:  O ouvido.

Pergunta:  Por que o ouvido está mais perto da perfeição do que o olho?

Resposta:  Porque o ouvido ouve todos os sons sem distorção, enquanto o olho frequentemente distorce o que vemos.

Pergunta:  Além do ouvido musical, o que mais o músico deve aprender a construir?

Resposta:  Uma mão longa e fina com dedos finos e nervos sensíveis.

Pergunta:  Por que ninguém pode habitar um Corpo mais eficiente do que ele é capaz de construir?

Resposta:  Porque primeiro aprendemos a construir um Corpo de certo nível e depois aprendemos a viver nele. Dessa forma, aprendemos a discernir seus defeitos e nos é ensinado a remediá-los.

Pergunta:  Em que trabalhamos inconscientemente durante a nossa vida pré-natal?

Resposta:  Na construção dos nossos Corpos.

Pergunta:  Quando trabalhamos conscientemente na construção dos nossos próprios Corpos?

Resposta:  Quando atingimos o nível onde a quintessência dos nossos Corpos anteriores já foi totalmente assimilada e não temos mais lições a aprender aqui; então trabalhamos conscientemente na construção dos nossos Corpos.

Pergunta:  O que fornece poder a nós para construir Corpos para uma nova vida aqui?

Resposta:  Quanto mais avançamos e quanto mais trabalhamos em nossos veículos, com o objetivo de torná-los imortais, mais poder temos para construir Corpos para uma nova vida aqui.

Pergunta:  Quando um Estudante Rosacruz avançado no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz começa a construir conscientemente os seus próprios Corpos?

Resposta:  Algumas vezes, assim que o trabalho durante as três primeiras semanas (que pertence exclusivamente à mãe) é concluído.

Pergunta:  Quando a “Epigênese” começa?

Resposta:  Quando o período de construção inconsciente termina, temos a chance de exercer nosso nascente poder criador. Então, o verdadeiro e original processo criador começa.

Pergunta:  Onde aprendemos a construir nossos veículos?

Resposta:  Nos Mundos celestes.

Pergunta:  E onde aprendemos a usar nossos veículos?

Resposta:  No Mundo Físico, renascidos aqui na Região Química do Mundo Físico.

Pergunta:  O que a Natureza nos fornece e nos ensina?

Resposta:  A Natureza fornece todas as fases da experiência, de maneira tão maravilhosa e com uma sabedoria tão consumada que, à medida que aprendemos a ver mais profundamente seus segredos, ficamos mais impressionados com nossa própria insignificância e ganhamos uma reverência cada vez maior por Deus.

Pergunta:  O que pode ser deduzido da grande complexidade da natureza?

Resposta:  A existência factual de um Autor Divino e inteligente do Universo.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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O Prazer de Servir

Toda a natureza é um anelo de “serviço”.

Serve a nuvem; serve o vento; serve o sulco.

Onde houver uma árvore para plantar, plante-a você; onde houver um erro para corrigir, corrige-o você; onde houver uma tarefa que todos recusam, aceite-a você.

Seja quem tira a pedra do caminho, o ódio dos corações e as dificuldades dos problemas.

Há alegria de ser sincero e de ser justo; porém, há mais que isso: a formosa, a imensa alegria de servir.

Como seria triste o mundo se tudo já estivesse feito, se não houvesse uma roseira para plantar, uma iniciativa para tomar!

Não seduzam você as obras fáceis. É belo fazer tudo que os outros se recusam a executar.

Não cometa, porém, o erro de pensar que só tem merecimento executar as grandes obras; há pequenos préstimos que são bons serviços: enfeitar uma mesa, arrumar uns livros, pentear os cabelos de uma criança.

Aquele é quem critica, este é quem destrói, seja você quem serve.

O servir não é próprio de seres inferiores. Deus, que nos dá o fruto e a luz, serve. Poderia chamar-se: o Servidor.

E tem seus olhos fixos em nossas mãos e nos pergunta todos os dias: “serviu você hoje? A quem? A árvore, ao seu amigo, a sua amiga, a sua mãe, a seu pai, a um desconhecido ou desconhecida?”.

Lembremo-nos sempre o “modelo de serviço” preconizado pela Fraternidade Rosacruz: “serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e à irmã ao seu lado, esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta que está dentro deles e dentro você”. Afinal, é essa divina essência oculta a base da Fraternidade!

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – agosto/1964 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Desde que comecei a estudar os Ensinamentos Rosacruzes e estou tentando viver uma vida melhor, parece que os problemas e as dificuldades desabaram sobre mim de uma maneira que nunca experimentei antes, e parece que aqueles que estão mais próximos de mim, por parentesco, são os que particularmente me põem à prova. Às vezes, sinto que estou crescendo espiritualmente, outras vezes parece que a vida é um fracasso. Qual é a situação real, e qual é a razão dessas provações?

Resposta: Quando um navio está navegando rio abaixo, a favor da correnteza, os motores operam sem esforço aparente, e o navio avança rapidamente. Da mesma maneira, quando um automóvel desce uma ladeira, o motor é capaz de carregar peso sem esforço e ele progride sem problemas. Mas, quando um navio deve navegar rio acima, contra a correnteza, ou quando um automóvel deve subir uma ladeira, isso requer um gasto considerável de esforço, e o progresso não é tão rápido. Há obstáculos a serem superados. Cada pedrinha no solo é sentida, etc.

Da mesma forma ocorre com o Espírito. Enquanto nos deixamos levar pela correnteza da vida e vamos a favor da maré da humanidade, tudo parecerá correr suavemente e não há obstáculos e nem problemas. No entanto, no momento em que deixamos a correnteza e nos esforçamos para seguir o caminho em direção à vida superior, nós enfrentamos o desacordo do curso geral da humanidade e, claro, aqueles que estão mais próximos de nós serão os que, naturalmente, provocarão maior atrito conosco. Assim, esses parecem ser a oposição, e retardar o nosso progresso em todas as ocasiões possíveis. Eles parecem se esforçar ao máximo para obstruir o nosso caminho, e nós sentimos isso mais intensamente, porque pensamos que aqueles que estão mais próximos, mais no dia a dia e mais queridos devem ser os primeiros a apreciar os nossos esforços, e nos apoiar nisso. No entanto, não é assim. Não devemos esperar isso deles. Eles estão seguindo a correnteza, indo a favor da maré. Nós estamos indo contra ela, e o atrito é tão absolutamente necessário quanto o atrito da água contra o navio que está navegando rio acima, contra a correnteza.

Ao caminhar à beira-mar, em uma praia com pedregulhos, você pode notar que os pedregulhos se tornaram arredondados e lisos, sim até mesmo polidos, graças ao atrito constante contra as outras pedras. Durante eras e eras, todas os cantos ásperos foram desgastados, e eles têm aquela superfície que é tão peculiar aos pedregulhos ao longo da praia. Podemos comparar esses pedregulhos à humanidade em geral. Pelo atrito um contra o outro por eras e eras, os cantos mais pontiagudos irão se desgastando e, finalmente, nos tornaremos arredondados, lisos, polidos e tão belos quanto o são os pedregulhos daquela praia. Mas, considere um diamante bruto: não podemos conseguir aquele polimento pelo processo lento comum, a exemplo dos pedregulhos da praia. O lapidário se encarrega dele, esmerilha-o e há um ruído estridente sempre que a pedra é tocada pelo esmeril.

No entanto, toda vez que um grito estridente alto como que expressando uma dor é emitido, há um pedaço áspero da superfície desgastado e, em seu lugar, aparece uma superfície polida brilhante. Ocorre o mesmo com o Ego que aspira a algo mais elevado. Deus é o lapidário que dá polimento à pedra, e não é nada agradável quando a parte áspera está sendo tirada de nós, quando somos pressionados contra o esmeril da angústia e tristeza mais profundas, bem como da miséria causada por grande infortúnio. Entretanto, de tudo isso sairemos cintilantes e brilhantes como diamantes. Portanto, não deixe seu coração ser perturbado, pois as angústias e tristezas profundas, bem como as tribulações que se apresentam e bloqueiam seu caminho são apenas o esmerilhamento da pedra pelo lapidário. Você pode ter certeza de que, qualquer que seja a sensação atual, o resultado será bom, pois Deus é AMOR. Embora Ele aplique as medidas mais severas no presente momento, no futuro isso o deixará polido e resplandecente.  

(Pergunta 143 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

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Diagrama 6 – O Ser Supremo, os Planos Cósmicos e Deus

O Diagrama 6 nos mostra os sete Planos Cósmicos, quem habita quais Planos, como estão compostos e como o axioma hermético “assim como em cima, é embaixo” trabalha em sua plenitude.

Tenha-se, porém em mente que os Planos Cósmicos não estão acima uns dos outros, no espaço, mas que os sete Planos Cósmicos se interpenetram uns aos outros. São estados de espírito-matéria compenetrando-se uns aos outros, pelo que o Ser Supremo, Deus e os outros Grandes Seres não se encontram distantes no espaço. Eles permeiam cada parte dos seus próprios Reinos e até Reinos de maior densidade do que os seus próprios. Todos estão presentes em nosso Mundo, e de fato “mais próximos de nós do que os nossos pés e mãos”. Sobre o Ser Supremo é uma verdade literal que “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, porque nenhum de nós pode existir fora das Grandes Inteligências que, com Sua Vida, interpenetram e sustentam o nosso Mundo.

O Ser Supremo é emanado do Absoluto.

O Absoluto está além de toda a compreensão. Nenhuma expressão ou símile daquilo que somos capazes de conceber pode dar uma ideia adequada. Manifestação implica limitação. Portanto, o melhor modo de podermos caracterizar o Absoluto é como Ser Ilimitado, ou Raiz da Existência.

Dessa Raiz da Existência – o Absoluto – procede o Ser Supremo, na aurora da Manifestação. Esse é o UNO.

O Ser Supremo é o Grande Arquiteto do Universo.

No primeiro Capítulo de São João, esse grande Ser é chamado Deus. Desse Ser Supremo emanou o Verbo, o Fiat Criador, “sem o qual nada do que foi feito se fez”. Esse Verbo é o Filho unigênito nascido do Pai (o Ser Supremo) antes de todos os Mundos, mas positivamente não é o Cristo. Grande e glorioso como Cristo é, elevando-se muito acima da mera natureza humana, Ele não é esse Exaltado Ser. Certamente o “Verbo se fez carne”, não no sentido limitado da carne de um Corpo, mas carne de tudo quanto existe nesse e em milhões de outros Sistemas Solares.

No primeiro Plano Cósmico o primeiro aspecto do Ser Supremo pode ser caracterizado como PODER. Desse procede o segundo aspecto, o VERBO, e de ambos procede o terceiro aspecto, o MOVIMENTO.

O primeiro aspecto do Ser Supremo, PODER, concebe ou imagina o Universo antes do começo da manifestação ativa, incluindo os milhões de Sistemas Solares e as grandes Hierarquias que habitam os seis Planos Cósmicos de existência além do sétimo, o campo da nossa evolução. Esta Força também dissolve tudo o que se tem cristalizado sem mais possibilidade de ulterior crescimento. Quando chega o final da manifestação ativa, ela reabsorve em Si mesma tudo que existe, até o alvorecer de outro novo Período de Manifestação.

O segundo aspecto do Ser Supremo, VERBO, manifesta-se na matéria como forças de atração e coesão, dando-lhe a capacidade de combinar-se em várias classes de formas. Esse é o Verbo, o “Fiat Criador”. Modela a Substância-Raiz-Cósmica primordial de modo semelhante ao que produz as figuras geométricas por meio de vibrações musicais, como antes se indicou o mesmo som originando sempre as mesmas figuras. Assim, o grande e primordial “Verbo” trouxe a existência, em sutilíssima matéria todos os diferentes mundos e suas miríades de formas que, desde esse tempo, foram copiadas e trabalhadas em pormenores pelas inúmeras Hierarquias Criadoras.

Entretanto, o “Verbo” não podia fazer isso antes do terceiro aspecto do Ser Supremo, MOVIMENTO, preparar e despertar do seu estado normal de inércia a Substância-Raiz-Cósmica, pondo os inumeráveis átomos inseparáveis a girar em seus eixos, colocando esses eixos em diferentes ângulos uns em relação aos outros, e dando a cada estrutura atômica diferente “grau de vibração”.

Os diferentes ângulos de inclinação dos eixos e as intensidades vibratórias permitem à Substância-Raiz-Cósmica formar diferentes combinações. Tais combinações constituem a base dos sete grandes Planos Cósmicos. Havendo diferentes inclinações dos eixos e diferentes intensidades vibratórias em cada um desses Planos, as condições e combinações de cada um dos planos são diferentes das de qualquer outro, em consequência da atividade do “Único Engendrado”.

Desse tríplice Ser Supremo procedem os Sete Grandes Logos. Estes contêm, em si mesmos, todas as grandes Hierarquias, as quais se diferenciam mais e mais conforme vão se difundindo através dos vários Planos Cósmicos. Há quarenta e nove Hierarquias no Segundo Plano Cósmico; no terceiro há trezentas e quarenta e três Hierarquias. Cada uma destas é, por sua vez, capaz de divisões e subdivisões setenárias. Desse modo, no Plano Cósmico inferior, o sétimo, em que se manifestam os Sistemas Solares, o número de divisões e subdivisões é quase infinito.

Vamos nos fixar no detalhamento do sétimo Plano Cósmico: no Mundo mais elevado do sétimo Plano Cósmico habita o Deus do nosso Sistema Solar e os Deuses de todos os outros Sistemas Solares do Universo.

Deus é o Grande Arquiteto do Sistema Solar.

Estes grandes Seres também são de manifestação tríplice, semelhantemente ao Ser Supremo. Seus três aspectos são: Vontade, Sabedoria e Atividade.

Cada um dos sete Espíritos Planetários que procedem de Deus e têm a seu cargo a evolução da vida em um dos sete Planetas, é também tríplice e diferencia em si mesmo Hierarquias Criadoras que seguem uma evolução setenária. O processo evolutivo originado por um dos Espíritos Planetários difere dos métodos de desenvolvimento empregados pelos outros.

Pode-se acrescentar que, pelo menos no particular esquema planetário ao qual pertencemos, o nosso Sistema Solar ou o Reino de Deus, as entidades mais evoluídas nos primeiros estágios, as que alcançaram elevado grau de perfeição em evoluções anteriores, assumem as funções do Espírito Planetário original e continuam a evolução.

O Espírito Planetário original retira-se de toda participação ativa, mas continua guiando os seus Regentes.

Os ensinamentos que se seguem referem-se a todos os Sistemas Solares, porém atendo-nos especialmente ao Sistema Solar particular a que pertencemos, o que vem a seguir o vidente suficientemente treinado pode comprovar por si mesmo mediante investigação pessoal na Memória da Natureza.

De acordo com o axioma Hermético “como em cima, assim é embaixo” e vice-versa, os Sistemas Solares nascem, morrem e tornam a nascer, em ciclos de atividade e repouso, tal como acontece ao ser humano.

Há uma constante alternação de atividades em todos os domínios da Natureza, correspondentes às alternâncias do fluxo e refluxo do dia e da noite, do verão e do inverno, da vida e da morte.

No princípio de um Dia de Manifestação é ensinado que um Grande Ser (designado no Mundo Ocidental pelo nome de Deus e com outros nomes em outras partes da Terra), limita-se a Si mesmo em certa porção do espaço no qual Ele decide criar um Sistema Solar para evoluir e dilatar a Sua própria consciência.

Ele inclui em seu próprio Ser hostes de gloriosas Hierarquias, para nós, de incomensurável poder e esplendor espirituais. Elas são o fruto de passadas manifestações desse mesmo Ser e, também, de outras Inteligências, em graus decrescentes de desenvolvimento que chega a incluir as que não alcançaram um estado de consciência tão elevado como o de nossa humanidade atual. Estas últimas, portanto, não serão capazes de terminar sua evolução nesse Sistema. Em Deus, esse grande Ser coletivo, estão contidos seres menores de todo grau de inteligência e estado de consciência, desde a onisciência até uma inconsciência mais profunda, ainda, que a condição do transe mais profundo.

Durante o período de manifestação com o qual estamos relacionados, esses vários graus de seres trabalham para adquirir mais experiência do que a que possuíam no começo desse período de existência. Aqueles que, em manifestações anteriores alcançaram um grau de desenvolvimento maior, ajudam os que ainda não desenvolveram consciência alguma, induzindo-lhes um estado de consciência própria a partir do qual podem estes, por si mesmos, dar prosseguimento à obra. Quanto aos que principiaram sua evolução num anterior Dia de Manifestação, mas não tinham avançado bastante quando esse Dia findou, prosseguem agora a tarefa, do mesmo modo que continuamos com o nosso trabalho, a cada manhã, a partir do ponto em que o deixamos na noite anterior.

Todavia, nem todos esses diferentes Seres continuam sua evolução no início de uma nova manifestação. Alguns precisam esperar até que tenham sido criadas, pelos que os precederam, as condições necessárias ao seu progresso ulterior.

Não há nenhum processo instantâneo na Natureza. Tudo se desenvolve com extraordinária lentidão. Contudo, embora lentíssimo, esse progresso é absolutamente seguro e alcançará a suprema perfeição. Tal como existem estágios progressivos na vida humana – infância, adolescência, virilidade e velhice – assim também existem no macrocosmo diferentes estágios correspondentes a diversos períodos da vida microcósmica.

Uma criança não pode tomar a cargo os deveres da paternidade ou da maternidade. Suas pouco desenvolvidas condições físicas e mentais incapacitam-na para tal mister. O mesmo acontece com os seres menos desenvolvidos no princípio de manifestação. Precisam esperar até que os mais evoluídos criem para eles as condições apropriadas. Quanto menor o grau de inteligência de um ser que está evoluindo tanto maior a dependência de ajuda externa.

No princípio os seres mais avançados – aqueles que mais evoluíram – atuam sobre aqueles que estão num grau de menor consciência. Mais tarde entregam-nos a entidades menos evoluídas, que então podem levar esse trabalho um pouco mais adiante. Por último, a consciência própria é despertada, e a vida que está evoluindo se converte em Ser Humano.

Conforme vimos, existem sete Mundos:

  1. Mundo de Deus
  2. Mundo dos Espíritos Virginais
  3. Mundo do Espírito Divino
  4. Mundo do Espírito de Vida
  5. Mundo do Pensamento
  6. Mundo do Desejo
  7. Mundo Físico

Cada um deles tem um grau, uma “medida” diferente, de vibração. No Mundo mais denso (o Físico) a medida vibratória, incluindo as ondas luminosas que vibram centenas de milhões de vezes por segundo, não obstante é infinitesimal quando comparada à rapidíssima vibração do Mundo do Desejo, o mais próximo do Físico. Para se ter uma ideia sobre o sentido e a rapidez vibratória talvez o mais fácil seja observar as vibrações caloríficas que irradiam de uma estufa muito quente ou de um radiador de vapor próximo de uma janela.

Tenha-se sempre em mente que esses Mundos não estão separados pelo espaço ou pela distância, como está a Terra dos demais Planetas. São estados de matéria, de distinta densidade e vibração, tal como são os sólidos, os líquidos e os gases do nosso Mundo Físico, compenetrando-se uns aos outros, pelo que Deus e os outros Grandes Seres mencionados não se encontram distantes no espaço. Eles permeiam cada parte dos seus próprios Reinos e até Reinos de maior densidade do que os seus próprios. Todos estão presentes em nosso Mundo, e de fato “mais próximos de nós do que os nossos pés e mãos”. É uma verdade literal que, tal qual no macrocosmo com o Ser Supremo, aqui no sétimo Plano Cósmico em relação a Deus: “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, porque nenhum de nós pode existir fora das Grandes Inteligências que, com Sua Vida, interpenetram e sustentam o nosso Mundo.

Esses Mundos não são criados instantaneamente, no princípio de um Dia de Manifestação, nem duram até o fim dele, mas assim como a aranha tece sua teia fio por fio, Deus também vai diferenciando um Mundo após outro, dentro de Si Mesmo, conforme as necessidades exijam novas condições no esquema de evolução em que Ele está empenhado. Desse modo se diferenciaram, gradualmente, todos os sete Mundos, conforme se encontram atualmente.

Os Mundos superiores são criados em primeiro lugar, e como a involução objetiva infundir a vida em matéria de crescente densidade para a construção das formas, os mundos mais sutis condensam-se gradualmente e novos Mundos são diferenciados em Deus para estabelecer o elo entre Ele mesmo e os Mundos que se consolidam. No devido tempo o ponto de maior densidade, o nadir da materialidade, é atingido. Desse ponto começa a vida a ascender para os Mundos superiores, no decorrer da evolução. Isto vai deixando despovoados os Mundos mais densos, um a um. Quando um Mundo realizou o objetivo para o qual foi criado, Deus põe fim à sua existência, então supérflua, fazendo parar dentro de Si a atividade particular que trouxe à existência e sustentou esse Mundo.

Os Mundos superiores (mais sutis, mais etéreos, mais próximos da perfeição) são os primeiros a serem criados e os últimos a serem eliminados, enquanto os três Mundos mais densos em que se efetua nossa atual fase evolutiva são, comparativamente falando, fenômenos fugazes, inerentes à imersão do Espírito na matéria.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

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