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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Substituição dos Festivais que celebravam o Sol pela Celebração do Natal

Aos Cristãos comuns o festival natalino vem a ser a celebração da maior oferenda de Deus à nós: a vinda de um Redentor, uma época de grande júbilo, de felicidade e boa vontade transbordantes. Realmente, o mês de dezembro é a época mais apropriada para a celebração da vinda do Salvador.

Do mesmo modo com que o Solstício de Dezembro assinala o término do movimento descendente do Sol, salvando-nos assim de virmos a perecer de frio e fome, especialmente no hemisfério norte deste Planeta, assim também, quando Cristo veio, Ele deteve o movimento descendente da Humanidade e nos fez voltar à direção certa: para frente e para cima. Destarte, foi bastante apropriado que os antigos festivais solares – pré-Cristãos –, que celebravam o nascimento do Sol do novo ano, fossem substituídos pelo Natal.

Há também o retorno anual do Cristo, nesse período do ano, que não deve ser confundido com o Seu retorno, como prometera, no Corpo Vital de Jesus.

No momento da Crucificação, o Raio do Cristo Cósmico, que utilizava o corpo de Jesus, sobrepairou o Planeta Terra e nele adentrou. A cada ano, no Equinócio de Março, Ele recomeça o Seu retorno para os Mundos superiores e então celebramos a Páscoa. Inicia uma nova estação com o Sol nos céus do norte, misticamente chamado de “Polo Norte”, e retorna trazendo outro ano de suprimento do espiritualmente chamado Seu “sangue”, que, conforme lemos no Evangelho Segundo S. João 6:53[1], recebemos junto à nossa comida diária para limpeza de todo pecado, nutrindo o Cristo desperto, parcialmente desperto ou ainda adormecido dentro de nós (“A estes quis Deus tornar conhecida qual é entre os gentios a riqueza da glória deste mistério, que é Cristo em vós, a esperança da glória!” (Cl 1:27)). Isso começa a ser derramado sobre a Terra no Equinócio de Setembro, atinge a sua intensidade máxima na estação do Natal e cessa quando Ele retorna aos Mundos superiores, na Páscoa.

Naturalmente, quando isso está no auge, os impulsos de regozijo, do altruísmo e da boa vontade Crísticos são mais sentidos por nós. A isso se chama de espírito do Natal, sendo sua influência sentida por todos, em maior ou menor grau. Ele pode ser simbolizado por um ser humano idoso, de longa barba branca, com um corpo rotundo e natureza maravilhosamente benigna, alegre e generosa. Ele passou o verão no “Polo Norte” e traz aos “filhos dos homens” os presentes que esteve fazendo. S. Nicolau ou “Papai Noel” não é, realmente, um mito ou fábula, mas, sim um símbolo do grande fato que é o retorno anual do Cristo – ainda que hoje, por ignorância, muitos transformem o símbolo do “Papai Noel” em apelo comercial.

Um dos presentes trazidos por S. Nicolau, sobre o qual são pendurados os outros, é a árvore de Natal. O mais significativo a respeito da árvore de Natal é que ela é, ou deveria ser, um pinheiro. As árvores comuns, que perdem suas folhas no outono e apresentam novas na primavera, simbolizam os ciclos periódicos de morte e ressurreição do Corpo Denso por meio do renascimento; o pinheiro, porém, simboliza a vida eterna, a contínua consciência de que o Cristo veio para Se oferecer a nós.

A maioria de nós não receberá essa vida eterna, a não ser algum tempo após a Segunda Vinda de Cristo. A Bíblia diz que o último inimigo que deve ser destruído é a morte (“O último inimigo a ser destruído será a Morte, pois ele tudo colocou debaixo dos pés dele.” (ICor 15:26)). De fato, não mais existindo morte não haverá necessidade de renascimento.

O lenho dos pinheiros é comumente menos denso do que a madeira das árvores que deixam cair suas folhas. Isso está em acordo com o ensinamento de que nossos novos Corpos Densos serão menos cristalizados do que os atuais, de carne e sangue, que não podem herdar o Reino de Deus (ICor 15:50). Também a árvore de Natal tem as suas próprias luzes, proféticas de nossa futura e íntima ligação com a fonte de toda luz, de forma tal que os ensinamentos profanos serão quase, ou totalmente, desnecessários.

A história do “nascimento virginal”, na Bíblia, é um pormenorizado relato alegórico do que realmente sucederá a cada um de nós, quando tivermos “nascido novamente”, como Cristo explicou a Nicodemos, no Evangelho Segundo S. João (Jesus lhe respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer do alto não pode ver o Reino de Deus”. Disse-lhe Nicodemos: “Como pode um homem nascer, sendo já velho? Poderá entrar uma segunda vez no seio de sua mãe e nascer?”. Respondeu-lhe Jesus: “Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: deveis nascer do alto. O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito”. (Jo 3:3-8). Teremos então a mesma espécie de “chaves” que foram oferecidas a S. Pedro (“Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 16-19)) e seremos capazes de ver os Mundos superiores, chamados de Reino de Deus, e entrar neles, à semelhança do vento, em nossos novos corpos, “como fantasmas” chamados “Vestido Dourado de Bodas” ou “Manto Nupcial” – o Corpo-Alma – enquanto os Corpos Densos estão adormecidos durante a noite ou em outros momentos.

Alguns pais tentam fazer com que seus filhos creiam literalmente em S. Nicolau e, quando estes começam a pensar de outra maneira, a fé em seus pais é fortemente abalada. Alguns líderes religiosos nos fizeram crer em um literal nascimento virginal, tais como as afirmações de Buda, Tamuz e outros, assim chamados, líderes. Isso faz com que muitos percam a confiança nas Igrejas.

Outro ângulo da história do Natal, que se relaciona ao “nascer novamente”, é a estrela. S. Mateus nos diz que ela foi vista por “homens sábios”, mas não disse que foi vista por alguém mais[2]. S. Lucas não se refere a isso, absolutamente. Os “homens sábios” de hoje ainda seguem essa mesma estrela, a fim de que possam ser conduzidos até o nascimento de seus próprios “Cristos Internos”. Esse constrói para si, dentro do Corpo Denso e nele interpenetrando, o novo e etérico “corpo anímico”, o Corpo-Alma. Antes do seu “nascimento” ou formação, que é consumado sob a orientação e o controle dos Irmãos Maiores, está ligado ao Corpo Denso em sete pontos, cinco dos quais — a fronte, as palmas de ambas as mãos e as plantas de ambos os pés — configuram uma estrela.

Uma vez que, simbolicamente falando, o véu do templo foi rasgado em dois, todos podem aspirar agora ao “novo nascimento”, que S. Paulo chama de “o elevado chamado de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:14).

Do mesmo modo que o Sol do ano novo leva algum tempo para banir o frio do inverno, assim também é necessário certo tempo para que o Cristo limpe as condições adversas acumuladas em épocas anteriores a Ele. Quando consideramos que 2.000 anos correspondem a menos de um mês em um Ano Sideral, que tem aproximadamente 25.000 anos, e comparamos as condições não tão boas da atualidade com as muito piores de 2.000 anos atrás, sentimos que houve muito progresso. E o índice de melhora aumentará do mesmo modo que o grau de aquecimento aumenta à medida que realmente chegamos à “primavera”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: “Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.”

[2] N.R.: Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Com efeito, vimos a sua estrela no seu surgir e viemos homenageá-lo”. Ouvindo isso, o rei Herodes ficou alarmado e com ele toda Jerusalém. E, convocando todos os chefes dos sacerdotes e os escribas do povo, procurou saber deles onde havia de nascer o Cristo. Eles responderam: “Em Belém da Judéia, pois é isto que foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és o menor entre os clãs de Judá, pois de ti sairá um chefe que apascentará Israel, o meu povo”. Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e procurou certificar-se com eles a respeito do tempo em que a estrela tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: “Ide e procurai obter informações exatas a respeito do menino e, ao encontrá-lo, avisai-me, para que, também, eu vá homenageá-lo”. A essas palavras do rei, eles partiram. E eis que a estrela que tinham visto no seu surgir ia à frente deles até que parou sobre o lugar onde se encontrava o menino. 10Eles, revendo a estrela, alegraram-se imensamente. (Mt 2:2:10).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Três Reis Magos

Por que este número três?

Seria por causa de S. Mateus que só menciona três presentes: ouro, incenso e mirra – atribuindo-se, assim, simplesmente um presente para cada Rei?

O texto evangélico não diz mais, além do que os “Magos vieram do Oriente à Jerusalém” (Mt 2:1) onde perguntaram a todos pelo recém-nascido – “Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Com efeito, vimos a sua estrela no seu surgir e viemos homenageá-lo” (Mt 2:2).

Segundo S. Mateus, os Magos encontraram o Menino Jesus e Maria em “Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes” (Mt 2:1). Quem seriam esses Magos? Max Heindel dá-nos uma resposta rica em detalhes de conhecimento oculto: “Nos tempos antigos antes da vinda de Cristo, somente uns poucos escolhidos podiam seguir o caminho da Iniciação” (do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz). Era um privilégio ao alcance de uma minoria, tais como os Levitas, Druidas, Trotes. Estes eram levados aos Templos, onde lá permaneciam. Casavam-se em condições determinadas. Alguns se preparavam para fins definidos, como por exemplo, desenvolver um apropriado afrouxamento entre os Corpos Vital e Corpo Denso, cuja separação é necessária para a Iniciação. Tem de haver esta separação para que se possam desprender os dois Éteres Superiores e deixar os outros dois Éteres Inferiores. Isso não se podia fazer com a Humanidade comum daquele momento evolutivo. A maioria das pessoas estava, ainda, muito aferrada ao Corpo de Desejos, e por isso, devia aguardar até mais tarde, quando as condições evolutivas dessa maioria fossem melhores.

Até àqueles que se encontravam reunidos nos Templos era perigoso o trabalho de libertá-los fora de certas épocas; e a mais longa noite do ano, a noite de Natal, era uma das mais apropriadas para a Iniciação.

Quando o maior impulso espiritual estava presente, havia melhor oportunidade para estabelecer contato com Ele, do que em qualquer outra parte do ano. Na Noite Santa do Natal era costume dos Seres Sábios – os Magos – que estavam, evolutivamente, acima da Humanidade comum, levar ao Templo aqueles que se estavam tornando sábios e, portanto, com direito a serem Iniciados. Realizavam-se determinadas cerimônias e os candidatos eram mergulhados numa espécie de transe. Naquele tempo não se lhes podia conceder a Iniciação em estado de completa vigília, como hoje. Quando despertada a sua percepção espiritual, podiam ver através da Terra que para a sua visão espiritual tornava-se transparente, por assim dizer, e viam a Estrela da Meia-Noite, o Sol espiritual do outro lado do globo terrestre.

Porém, essa estrela não brilhava somente nessa época. É mais fácil vê-la agora, porque Cristo alterou as vibrações da Terra e desde então o seu aperfeiçoamento se efetiva. Ele rasgou o véu do templo, e fez o Santo dos Santos – o lugar da Iniciação – accessível a todo aquele que, de coração devoto, queira alcançar a Iniciação. Desde então não mais foi necessário o transe ou estados subjetivos. Há uma chamada consciente dentro do Templo para todo aquele que deseja entrar.

Temos de considerar outra coisa: as oferendas dos Magos, postas aos pés do Salvador recém-nascido. Segundo a lenda um trouxe ouro, outro mirra e o terceiro incenso.

Sempre temos ouvido falar do ouro, como símbolo do Espírito. O Espírito é simbolizado deste modo no Anel dos Nibelungos[1]. Na primeira cena vemos o ouro do Reno. O rio é tomado como emblema da água e ali se vê o ouro brilhando sobre a rocha, simbolizando o Espírito Universal em perfeita pureza. Mais tarde roubam-no e o convertem em anel. Isto o fez Alberico, simbolizando a Humanidade na parte média da Atlântida em cuja época o Espírito penetrou nos veículos humanos. Depois o ouro foi adulterado, perdeu-se e foi à causa de toda a tristeza sobre a Terra. Os Alquimistas dizem ser possível transmutar os metais baixos ou vis em ouro puro; este é o modo espiritual de dizer que eles queriam purificar o Corpo Denso, refiná-lo e extrair dele a essência espiritual, pela sublimação dos instintos, e não pela sua supressão ou pelo recalcamento.

Portanto, o presente de um dos reis Magos, o ouro, simboliza o Espírito puro.

A Mirra é extraída duma planta aromática, cultivada na Arábia. Por esse motivo simboliza aquilo que extraímos de nós mesmos quando nos purificamos, libertando o nosso sangue da paixão que nos consome. Deste modo, nos convertemos em algo semelhante às plantas, na nossa castidade e pureza. Então, o nosso Corpo Denso se torna uma essência aromática. É certo que existem homens e mulheres tão santos que emitem de si um aroma agradável, e daí dizer-se que morreram em odor de santidade. A mirra representa a essência da alma, extraída da experiência realizada enquanto se vive em Corpos Densos. Por isso ela simboliza a Alma.

O incenso é uma substância física de um caráter muito sutil e usada muito amiúde, nos serviços religiosos, onde serve de veículo físico para as forças invisíveis, simbolizando assim o Corpo Denso.

Esta é a chave dos três presentes oferecidos pelos Magos, ou seja: o Espírito, a Alma e o Corpo.

Cristo afirmou: ” Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens” (Mt 19:21). Não deve ficar com coisa alguma. Tem que dar o Corpo, a Alma e o Espírito, tudo, pela Vida Superior para Cristo, não para um Cristo exterior, mas para o Cristo Interno, o Cristo que está dentro de cada um de nós. Os três Magos, segundo diz a lenda, eram: um amarelo, outro negro e outro branco. Representavam as três Raças existentes sobre a Terra: a Mongólia – amarela; da África – a negra; e do Cáucaso – a branca. A lenda demonstra que seu tempo todas as Raças se unirão na benéfica Religião do Cristo, porque “diante d’Ele todo o joelho se dobra” (Rm 14:11). E cada um, a seu tempo, será guiado pela Estrela de Belém.

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – dezembro/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.R.: O Anel de Nibelungo é, na mitologia nórdica, um anel mágico que daria ao seu portador um grande poder. Na Fraternidade Rosacruz, essa obra é estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que é o Purgatório, o que é Purgar e quais os Resultados Práticos para a Nossa Vida

A morte é a passagem do indivíduo de um Mundo para outro, uma remoção para outro plano onde vivemos sem qualquer alteração, pois apenas o nosso ambiente e as condições exteriores são alterados. Essa ida de um Mundo para outro é, geralmente, acompanhada por mais inconsciência ou menos. Quando despertamos no Mundo do Desejo, nós somos, com uma exceção, a mesma pessoa com todos os aspectos que tínhamos antes da morte. Qualquer um que nos visse lá iria nos reconhecer, se nos conheceu aqui, na Região Química do Mundo Físico.

Não há poder transformador na morte; o nosso caráter não muda! O ser humano perverso e o bêbado continuam perverso e bêbado; o avarento ainda é um avarento; o ladrão é tão desonesto como antes. Mas há uma grande e importante mudança em todos eles: todos perderam seu Corpo Denso e isso faz toda a diferença em relação à satisfação de seus vários desejos. O bêbado não pode beber nada, pois ele não tem estômago (nem físico e nem vital) e embora tente de todas as maneiras possíveis satisfazer o seu desejo de bebida alcoólica, é estritamente impossível e em consequência disso ele sofre as torturas de Tântalo[1] até que, finalmente, o desejo se queima por falta de satisfação, como acontece com todos os desejos, sentimentos e emoções, inclusive na nossa vida física aqui.

Note que não é uma Divindade vingadora que mede o sofrimento no Purgatório, nem um demônio que executa o julgamento; mas os desejos, sentimentos e as emoções malignos, cultivados em cada vida terrena por nós e incapazes de gratificação no Mundo do Desejo, é que causam o sofrimento, até que, com o tempo, eles são dissipados. Assim, o sofrimento é estritamente proporcional à força de cada hábito maligno praticado na vida recém-finda.

Enquanto nossos maus hábitos são tratados dessa maneira geral, nossas ações más e específicas são tratadas da seguinte maneira: no momento da morte, antes que nós, o Espírito ou Ego humano, vestido com a bainha da Mente e do Corpo de Desejos, seja inteiramente retirado da forma física, um Panorama da Vida prestes a terminar é gravado no Corpo de Desejos e esse panorama começa a se desdobrar para trás da morte ao nascimento, após nossa entrada no Purgatório, que está localizado nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. No Corpo de Desejos de alguns existe uma preponderância de matéria de desejo grosseira ou inferior e, em outros, de matéria de desejo fina ou superior; isso faz a diferença no nosso ambiente e status quando entramos no Mundo do Desejo após a morte, pois então a matéria do Corpo de Desejos, enquanto assume o aspecto e a forma do Corpo Denso que foi descartado, ao mesmo tempo se organiza de modo que a matéria mais sutil e pertencente às Regiões superiores do Mundo do Desejo forma o centro do veículo, enquanto a matéria das três Regiões inferior fica na periferia desse Corpo.

Quando mais uma vida terrena nossa termina, nós exercemos uma força centrífuga para nos libertarmos do nossos Corpos. Seguindo a mesma lei que faz um Planeta lançar ao espaço a parte de si mesmo que é mais densa e cristalizada, primeiramente descartamos o nosso Corpo Denso. E isso nós chamamos de “morte”. Esse é o momento em que o Panorama da Vida é gravado no nosso Corpo de Desejos. Quando entramos no Mundo do Desejo, essa força centrífuga continua a agir de modo a lançar a matéria mais grosseira ou inferior desse Corpo de Desejos para fora; assim somos forçados a permanecer nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, o Purgatório, até ser purgado dos desejos, sentimentos e emoções mais grosseiros que foram incorporados à nossa matéria de desejo. A matéria de desejo mais grosseira ou inferior está, portanto, sempre na periferia do nosso Corpo de Desejos, enquanto passamos pelo Purgatório, sendo gradualmente eliminada pela força centrífuga.

Durante esse tempo, o Panorama da Vida é, gradualmente, desdobrado para trás, da morte ao nascimento, como dito acima, a uma taxa de, aproximadamente, três vezes a velocidade da nossa vida física, de modo que alguém que tivesse sessenta anos no momento da morte viveria sua vida no Mundo do Desejo em vinte anos. No Purgatório, enquanto o Panorama da Vida que acabou se desenvolve, o bem contido nele não causa qualquer impressão em nós, mas todo o mal reage sobre nós de tal forma que, nas cenas em que nós fizemos outro ser sofrer, nós próprios nos sentimos sofrendo como o ser que fizemos sofrer sofreu. Sofremos toda a dor e angústia que nossa vítima sentiu; como a velocidade da vida é triplicada aqui, o sofrimento também é! E ainda mais agudo, pois o Corpo Denso tem uma vibração tão lenta que diminui até mesmo o sofrimento, mas no Mundo do Desejo, quando estamos sem o veículo físico, o sofrimento é muito mais intenso e quanto mais nítida a impressão panorâmica da vida passada for gravada no Corpo de Desejos no momento da morte, mais sofreremos e mais claramente sentiremos em nossas vidas futuras que a transgressão deve ser evitada, ou que “vida do transgressor é dura e sofrida” (Pb 13:15).

Assim, somos purgados de todo tipo de mal, pois a missão do Purgatório é erradicar os nossos hábitos prejudiciais, tornando nossa gratificação impossível. É por causa do nosso sofrimento lá que aprendemos a agir gentilmente, honestamente e com tolerância para com os outros aqui. Quando nascemos de novo, estamos livres dos maus hábitos e nova obra, ação ou todo novo ato malignos que cometemos vem do livre-arbítrio. Às vezes, essas tendências nos tentam, proporcionando-nos uma oportunidade de nos posicionar do lado da misericórdia, da compaixão, da paciência e da virtude, contra o vício e a crueldade.

Mas para indicar o ato, a ação ou a obra correta e nos ajudar a resistir às armadilhas e artimanhas da tentação, temos o sentimento resultante da expurgação de hábitos malignos e da expiação dos atos errados de vidas passadas: a consciência moral produzida pelo sofrimento purgatorial. Se dermos atenção a esse sentimento e nos abstermos do mal a tentação cessará: nós nos libertaremos dela para sempre. Se cedermos, porém, experimentaremos um sofrimento mais agudo do que antes até que finalmente tenhamos aprendido a viver pela Regra de Ouro (Mt 7:12), porque o “caminho do transgressor é muito difícil”. Logo, o Purgatório tem influência fundamental no Crescimento da Alma.

Entretanto aprendemos na Fraternidade Rosacruz que há um benefício inestimável em conhecer o método e o objetivo dessa purgação, porque assim somos capazes de evitá-la, vivendo nosso Purgatório aqui e agora, dia a dia, avançando muito mais rápido do que seria possível de outra forma. Um exercício é fornecido na última parte do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, cuja intenção é a purificação como ajuda para o desenvolvimento da visão espiritual. Consiste em refletir sobre os acontecimentos do dia após se retirar para dormir, à noite, e julgar cada incidente para verificar se agimos corretamente ou não. Se dessa maneira superarmos conscientemente nossas fraquezas, também faremos um avanço muito objetivo na Escola da Evolução. Mesmo se falharmos em corrigir nossas ações, teremos um imenso benefício ao julgar a nós mesmos, gerando assim aspirações para o bem que, com o tempo, certamente darão frutos em forma de ações corretas.

Arrependimento e reforma íntima também são fatores poderosos para encurtar a existência purgatorial, pois a natureza nunca desperdiça esforços em processos inúteis. Quando percebemos o erro de certos hábitos ou atos em nossa vida e determinamos erradicar esse hábito e compensar o erro, nós drenamos suas imagens da Memória ou Mente Subconsciente e eles não estarão no Purgatório para nos julgar após a morte. Mesmo que não sejamos capazes de fazer a restituição por um erro cometido, a sinceridade do nosso arrependimento será suficiente. A indenização pode ser oferecida à nossa vítima de outras maneiras.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916, e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Em sua história, conta-se que, ousando testar a omnisciência dos deuses, roubou os manjares divinos e serviu-lhes a carne do próprio filho Pélope num festim. Como castigo foi lançado ao Tártaro, onde, em um vale abundante em vegetação e água, foi sentenciado a não poder saciar sua fome e sede, visto que, ao aproximar-se da água essa escoava e ao erguer-se para colher os frutos das árvores, os ramos moviam-se para longe de seu alcance sob a força do vento. A expressão suplício de Tântalo refere-se ao sofrimento daquele que deseja algo aparentemente próximo, porém, inalcançável, a exemplo do ditado popular “Tão perto e, ainda assim, tão longe”.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como cultivar a importantíssima virtude, para o Estudante Rosacruz, da paciência

Vocês precisam de paciência para que, depois de terem feito a vontade de Deus, possam receber a recompensa”[1].

Sem dúvida, S. Paulo viu a impaciência dos “Pequeninos”, como os Estudantes de hoje, ansiosos para “colher onde não haviam semeado” e se queixam de seu lento progresso. Primeiro a natureza e depois o espiritual, o crescimento do anterior e a analogia do superior. São necessários vinte e oito anos de vida terrestre para fazer da personalidade do ser humano um bebê primogênito; isto é, um indivíduo fisicamente adulto e seguro. É provável que um ser eterno e imortal possa desenvolver e definir um caráter cristão e uma profunda raiz espiritual em poucos anos?

O Espiritual só pode se desenvolver quando a Natureza cede, pois em um jardim a planta preferida floresce exatamente na proporção em que as ervas daninhas são arrancadas e o cultivo é restabelecido.

Nosso Salvador Cristo não prometeu transformar o ser humano. Ele prometeu “Poder” para se tornarem Filhos de Deus e “acreditar em Seu nome”. O poder de se tornar uma árvore ou flor perfeita está em uma semente, o pequeno começo do crescimento espiritual, está na “crença n’Ele”.

O jardineiro tem um trabalho a fazer: manter todas as ervas daninhas afastadas e cultivar a terra. A vida cresce na semente.

Quando alguém aceita a Cristo com o coração, ele dá a vida que crescerá para a perfeição espiritual para o cultivo. Os frutos do Espírito são todas as belas qualidades da alma que tornam uma vida nobre e útil, porém, não são vistas ao mesmo tempo produzidas em sua plenitude. A aparente mudança pode ser grande em relação à de um mundano – egoísta, mercenário, vaidoso e impuro – porém, leva tempo para desenterrar as velhas raízes e ervas daninhas, cujas sementes tendem a ter uma periodicidade de aparecer.

Muitos que se consideram firmemente estabelecidos no bem-estar, são pegos dormindo e derrubados por algum defeito do passado por falta de vigilância. A espiritualidade, em seus estágios iniciais, é facilmente desviada do coração por influências mundanas; ninguém precisa de uma amamentação mais prolongada para manter seu poder afetivo. O cérebro é o elo de conexão e os pensamentos mentais devem estar focados para alcançar seu ideal, a fim de se manter longe das muitas tentações que o mundo oferece, especialmente aos jovens.

Os Ensinamentos Rosacruzes apelam para os Cristãos que, de certa forma, se afastaram dos desejos da natureza e que, talvez, tenham sido plenamente experimentados e provados que estão carentes das qualidades que satisfazem a alma; contudo, a Natureza morre lentamente, as exigências da santidade são difíceis e, especialmente nos Cristãos com mais idade física, retroceder não é incomum. Muitos chegam a qualquer novo ensinamento para os obter “os pães e os peixes”, enquanto que um grande número se unem a uma igreja popular para curar seus males corporais e permanecer ali a fim de continuar recebendo as bênçãos da saúde. Esse motivo parece ser depreciativo para o crescimento da alma, mas, não se pode entrar em contato com a Espiritualidade sem sentir sua influência para a elevação; e assim, com o tempo, aqueles que chegam por razões egoístas podem se tornar seguidores sinceros da fé. Há muitas almas vacilantes indo de um culto a outro para encontrar descanso para as solas dos pés, e onde a Verdade for encontrada em maior medida, a grande multidão virá para o “pão da vida”. Elas podem ser muito sinceras, honestas, mas de modo alguns estão prontas para a Iniciação. As plantas que, às vezes, dão flores e frutos em abundância precisam ser transplantadas várias vezes antes de mostrarem seu verdadeiro vigor e, quando finalmente chegam ao lar permanente, ainda precisam esperar longos meses e até anos de desenvolvimento, antes que o fruto nasça. Somente a maturidade do tempo traz a produtividade total.

Analise as lágrimas de qualquer um dos verdadeiros Santos que se mantiveram na fé e terminaram o caminho para Deus; o caminho deles, certamente, não foi de rosas. Morrer diariamente para si mesmo, para as paixões da Natureza inferior, para a adoração material; sacrifícios diários na cruz do Corpo Denso, com olhos fixos no Senhor, com Cristo interno repleto no coração, com todos os presentes no altar na consagração à Humanidade. Os Cristãos são compostos de vários tipos e qualidades, parecido com os tipos das embarcações marítimas: alguns parecem apenas com barcos a remo amarrados à costa, com medo de se aventurar sozinhos; outros mais ousados, mas com medo de águas profundas; outros, então, como um navio veloz para passageiros, preparado para a viagem, bem equipado, o Capitão em seu posto, de olho na bússola. E mesmo assim, algumas vezes, batem em uma rocha ou falham em resistir a um vendaval, e afundam. Existem outros que parecem submarinos que exploram os segredos das profundezas.

Tais são os Adeptos na Fraternidade Rosacruz, talvez profundamente envolvidos nos segredos do governo, em missões importantes, guardiões avançados na pesquisa, difíceis de se encontrar, difíceis de destruir, vencedores do inimigo das almas. Depois, existem as aeronaves; essas são símbolos dos Irmãos Maiores, que navegam em outro elemento. Pois, Eles estão no ar, na atmosfera clara de um ar rarefeito, e enxergam além das brumas que escondem o passado e o futuro da nossa visão limitada. Esses tipos de pessoas não surgiram em um só dia. Há muito tempo de desenvolvimento entre o barco a remo frágil e o submarino ou a aeronave.

A paciência deve ter seu ciclo de trabalho terminado: a alma deve crescer de maneira ordenada, primeiro a folha, depois a espiga e depois a espiga cheia de milho. Um dia de cada vez, uma falha superada, um ato altruísta, um pensamento amoroso verdadeiramente universal; através de todos e de cada um de nossos passos no “Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz”. Não adianta se preocupar, não adianta se apressar; é uma daquelas situações onde é melhor fazer isso bem devagar, pois se você fizer isso muito depressa, você cometerá erros. Somente o tempo e a paciência podem curar a alma de sua incapacidade e levá-la à estatura total de “Uma pessoa em Cristo Jesus[2]. A sequoia, a maior árvore do mundo, leva milhares de anos para atingir sua altura elevada, e as outras árvores de mais de cem anos parecem pequenas mudas delas, em comparação.

Estruturas fortes e permanentes avançam lenta e seguramente, contudo, são construídas para durar, suportar os vendavais, o estresse da vida. Aos Estudantes da Filosofia Rosacruz é muito bom o manter essas verdades, constantemente nas suas Mente (e não aumentar os encargos da sede de um Centro Rosacruz, escrevendo com espírito de crítica, de impaciência, como alguns que conheço. O escritor está longe, e mesmo assim, acaba entrando em contato com outros Estudantes que também demonstram essa falta de compreensão da vida). Os meios de crescimento, cultivo e poder da alma estão nas nossas mãos, em nossos lares e no ambiente ao nosso redor. Aqui e agora é o nosso lugar e hora para começar de novo, a cada dia abençoado para desenvolver um corpo espiritual, para preparar as glórias prometidas aos fiéis até o fim. “Você tem pouca força se cair no dia da adversidade[3].

(Publicado na: Rays From The Rose Cross – janeiro/1916 – e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

[1] N.T.: Hb 10:36

[2] N.T.: IICor 12:2

[3] N.T.: Pb 24:10

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Poderia nos dizer algo acerca do método Rosacruz de curar aos enfermos?

Resposta: Em cada um dos quatro Evangelhos vemos que Cristo pregou o Evangelho da saúde. Curou a todos os que chegaram a Ele e enviou aos seus Discípulos ao mundo com dois mandamentos: Pregar o Evangelho e Curar ao Enfermo.

Estes dois mandamentos são dados também aos Rosacruzes, que são médicos da alma, porque a enfermidade se manifesta primeiro no Corpo Vital, que é o veículo da alma, e a cura se manifesta mais por meio deste veículo invisível aos olhos físicos.

Durante o sono, quando nos libertamos do nosso Corpo Denso e podemos funcionar nos Mundos espirituais, a cura é mais rapidamente adquirida. Os Estudantes Rosacruzes, a partir do nível de Probacionistas, podem ser treinados para esse trabalho particular.

Vamos aqui contar um evento que ocorreu em Mount Ecclesia, lá pelos idos de setembro de 1914:

“Você não pode me vender vinte e cinco libras de sua farinha de trigo integral?”, disse uma vozinha melancólica, vinda de uma jovem que parou com o seu cavalo em frente ao prédio da Administração; “Mamãe está doente, e não há outra ajuda para ela.” A falante era filha de um homem de Oceanside, cuja esposa sofreu por muitos anos de constipação crônica (que é uma condição caracterizada por dificuldade persistente em evacuar, com fezes duras e ressecadas, e sensação de bloqueio no trato gastrointestinal inferior), a quem o médico havia dito que havia apenas um remédio para ela, ou seja, ir para outro lugar; ele havia esgotado toda sua habilidade com ela e não podia fazer mais nada. Algum tempo antes, dissemos ao homem para usar farinha de trigo integral e, como resultado, sua filha nos disse que sua mãe estava bem desde então. Mas o único empório em Oceanside não encomenda farinha de trigo integral moída para ninguém, exceto quando recebe um pedido grande de Mount Ecclesia. Como consequência, o suprimento da família não pôde ser reposto e o problema retornou. A menina também nos disse que toda a família se sentiu muito melhor desde que eles adotaram a dieta que havíamos prescrito para sua mãe, e é claro que não podíamos nos recusar a dar a farinha, embora nosso próprio suprimento estivesse escasso. Também demos a ela um remédio para aliviar a condição em que a mãe se encontrava, e ela foi embora feliz.”.

Estamos dizendo isso para que você saiba algo sobre como fazemos a cura. Não é totalmente uma questão espiritual. Usamos meios físicos, sempre que possível. Há momentos até mesmo em que enviamos nossos pacientes a um médico para que eles possam obter alívio rápido dele por um certo tratamento, que não podemos dar tão prontamente por outros métodos.

A dieta dos pacientes também recebe atenção cuidadosa, pois naturalmente, como o Corpo Denso é construído de substâncias físicas (Sólidos, Líquidos e Gasosos), estamos fornecendo “remédios” por meio do alimento certo. Mas, além disso, a cura é realizada pelos Irmãos Maiores, por meio de um grupo de Auxiliares Invisíveis, que eles estão instruindo.

Quem, então, são esses Auxiliares Invisíveis? Seria a próxima pergunta; e a isso podemos responder que eles são Probacionistas ativos, fiéis e Cristãos que durante o dia vivem uma vida digna de utilidade e, assim, se adaptam ou ganham para si o mérito de poderem ser úteis por meio da instrumentalidade dos Irmãos Maiores à noite, quando estão dormindo. Esses Probacionistas são reunidos em grupos de acordo com as Leis de Compatibilidade e de Receptividade Sistemática e, claro, de suas habilidades. Eles estão sob a instrução de outros Probacionistas que são profissionais da saúde (médicos, médicas, enfermeiros, enfermeiras, terapeutas e afins), e todos eles trabalham sob a orientação dos Irmãos Maiores, que naturalmente são os que lideram todo o trabalho. Certas qualificações são necessárias antes que esse grupo de Auxiliares Invisíveis possa trabalhar com um paciente. Em primeiro lugar, eles devem ter parte do eflúvio do Corpo Vital do paciente.

Isso é obtido fazendo com que o paciente escreva, toda semana, uma data (na “Data de Cura”) e uma assinatura, podendo, adicionar uma pequena carta consistindo de algumas palavras ou algumas linhas com caneta à base de tinta nanquim líquida que tem uma ponteira em forma de uma fenda cônica ou paralela no centro (que serve para transportar a tinta para baixo) – ou uma caneta tipo “mosquitinho”, que é conhecida como canetas bico de pena, que utilizam uma ponteira chamada de pena para imitar o efeito da escrita do antigo bico de pena); isso garante a gravação do eflúvio do Corpo Vital no papel em uma quantidade adequada para permanecer por mais de um mês em um grau suficiente para poder ser “lido”. Isso é importante, pois o eflúvio do Corpo Vital é um condutor maior de magnetismo e eletricidade do que se um lápis ou outro tipo de caneta fosse usado. O Éter, que assim impregna o papel no qual o paciente escreve semana após semana, dá uma indicação de qual é a condição naquele momento específico e fornece uma chave de entrada para o organismo do paciente. É algo que ele deu voluntariamente e com o propósito expresso de fornecer acesso para os Auxiliares invisíveis. Sem que o paciente faça sua parte a esse respeito, os Auxiliares Invisíveis são incapazes de fazer qualquer coisa com ele ou ela; por isso que é da maior importância manter as assinaturas semanais e o envio ao fim das Datas de Cura do mês para o Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz.

Os Auxiliares Invisíveis também são obrigados a fazer algo semelhante e pelo mesmo motivo. No momento em que assumem o compromisso, eles juram naquele casamento místico dos “Eu superior” e “eu inferior” que dedicarão suas vidas, na medida em que forem consistentes com seus deveres no mundo, para ajudar a Humanidade; e por esse voto eles ficam sob a proteção dos Irmãos Maiores, que estão na mesma posição em relação a essa dupla: o “Eu superior” e o “eu inferior”, sendo assim que os Irmãos Maiores concordam em preservar a integridade da união, desde que as condições sejam mantidas.

Uma das obrigações que os Probacionistas ativos, fiéis e Cristãos assumem é enviar a cada mês à Mount Ecclesia um relatório dos Exercícios que realizaram, e esse relatório, se escrito em caneta à base de tinta nanquim líquida que tem uma ponteira em forma de uma fenda cônica ou paralela no centro, absorve os eflúvios de suas mãos diariamente quando entram em contato com o papel e isso fornece aos Irmãos Maiores a chave pela qual eles são capazes de direcionar os Probacionistas durante o sono.

Somos exatamente os mesmos depois que dormimos, como somos durante nossas horas de vigília. Se durante o dia tentamos se esquivar de tudo que deveríamos fazer e não fazemos, a fim de obter tudo para nós mesmos, para cultivar em todas as ocasiões a natureza inferior e seguindo agindo de formas afins a isso, não somos selecionados como Auxiliares Invisíveis só porque simplesmente nos retiramos para dormir à noite; mas se durante o dia nos esforçamos sinceramente e com todo o nosso coração e alma para agarrar cada oportunidade que surge em nosso caminho para servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos nossos irmãos e das nossas irmãs, focando na divina essência oculta neles e em nós – que é a base da fraternidade, ou melhor, se procuramos oportunidades para ajudar aos outros — se, em vez de perguntar: “O que posso obter com isso?”, tentamos ver em cada fase da vida uma oportunidade de ajudar; se, em vez de dizer: “Por que devo fazer isso, aquilo ou aquela outra coisa?” aprendemos a dizer: “Se uma coisa tem que ser feita, por que eu não deveria fazê-la?; se aprendermos a considerar todas as coisas como honrosas na linha de trabalho e do serviço e nunca menosprezamos nada como servil, mas estivermos tão prontos para ir e fazer o serviço mais inferior quanto o serviço mais elevado, como o vemos — então também à noite ganharemos a oportunidade de entrar em contato com o trabalho sob a orientação dos Irmãos Maiores nesta gloriosa obra de Cura Rosacruz.

Escrevi este pequeno artigo para responder a uma pergunta que nos chegou de várias fontes. Parece ser a impressão geral de que a Cura Rosacruz é executada por Max Heindel e por Augusta Foss Heindel, mas essa é uma impressão absolutamente errada. Pessoalmente, somos apenas os representantes dos Irmãos Maiores. Mount Ecclesia é o foco por onde eles trabalham, mas são eles que fazem o trabalho. O resto de nós trabalha apenas sob a orientação deles. Claro, no final, reconhecemos também que eles são servos e que, na análise final, é nosso Pai Celestial que é o Grande Médico, e a quem devemos dar todo o louvor.[1]

(Publicado na Revista Echoes from Mount Ecclesia de 10 de setembro de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Quer saber mais sobre a Cura Rosacruz? Encontre material para estudos aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/como-curam-os-rosacruzes-os-enfermos/

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Audiobook – Arquétipos – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

Os Arquétipos são criados por forças arquetípicas que trabalham nas quatro Regiões inferiores do Mundo do Pensamento Concreto.

Arquétipos vivem, movem-se e criam, como a qualquer coisa mecânica feita pelo ser humano – mas sem racionalidade.

Quando o Arquétipo é construído e colocado em vibração, e enquanto a forma continuar vibrando, a vida é sustentada. Quando o Arquétipo cessa de vibrar, a forma se desintegra.

Se quiser saber mais sobre esse interessante assunto é só acessar aqui: Audiobook – Arquétipos – Dos Escritos de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Simbolismo de Natal e como devemos aproveitar esse momento único no ano

Bem no fundo do nosso coração existe o anseio místico que foi implantado no primeiro Natal, quando a luz de Cristo fixou um lugar definido dentro e sobre este denso Planeta Terra.

A história do nascimento de Cristo quer seja entendida literal, mística ou simbolicamente, traz a cada um de nós uma verdade fundamental que eleva todo o nosso ser a uma altura não alcançada até então, à medida que nossas faculdades espirituais evoluem e funcionem para perceber e aceitar tal verdade.

Para o Aspirante à vida superior, as palavras de Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6) carregam um significado transcendente. Parsifal pergunta: “Quem é o Graal?”. E a resposta indica uma elevada percepção espiritual:

Se tu foste por Ele convidado,

De ti o fato não será afastado…

À terra para Ele nenhum caminho conduz,

E a busca só nos afasta mais d’Ele, até,

Quando Ele próprio o Guia não é.

Uma verdadeira interpretação da lenda do Natal requer, antes de tudo, um entendimento. Por mais obscuro que ela seja no início, o nascimento do menino Jesus na manjedoura, no estábulo entre os animais, simboliza o primeiro e tênue nascimento da consciência de Cristo dentro de nós.

A minúscula chama interior, que é a chama de Cristo, está adormecida dentro de nós. Ela agora recebe um estímulo suficiente para crescer e se ampliar até que, afinal, nos tornemos um fator poderoso na nossa própria e o primeiro passo em direção a Deus-Pai, por meio do Cristo, o Deus-Filho.

Já alcançamos um estágio nesse Esquema de Evolução que percebemos o nosso veículo de expressão, um conjunto de Corpos e uma Mente, já o vivificamos, de modo que, entre os “animais” da nossa natureza inferior, na manjedoura ou no local de alimentação das nossas faculdades animais, o “bebê” da Consciência Crística nasce. A manjedoura, o berço do Menino Jesus, é um lugar de santuário.

Uma grande manifestação solar se concretiza no Natal. Os grupos de forças que compõem essa manifestação foram personalizados ao longo dos tempos. A história bíblica, quando interpretada corretamente, contém uma aproximação da verdade real. Toda a história do Natal é um símbolo universalmente aplicável.

Em uma data, que hoje chamamos de 25 de dezembro, nasceu o Irmão Maior Jesus, o ser humano que teve a benção de ceder seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital – depois, quando tinha 30 anos de idade – ao Cristo, a Luz do Mundo, o portador da Luz espiritual para todos nós. Desde a antiguidade, muitos mitos dizem respeito ao nascimento do “Cristo místico”. Quer tenha nascido em uma caverna, um estábulo ou em outro lugar, esse nascimento tem dois grandes significados simbólicos:

1. O nascimento da “paz na terra aos homens de boa vontade”. A entrega de uma nova Lei a nós, expressa aqui: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13:34).

2. O nascimento da consciência Crística para aqueles que, verdadeiramente, aspiram às alturas da verdade espiritual. Nenhuma contradição pode contrariar essa verdade universal.

Em sentido Cósmico, o Natal celebra a descida da Luz Divina, o Espírito penetrando e permeando a matéria. No sentido humano, é a descida do Filho de Deus, a Luz Espiritual, à matéria, a entrada do “Ego no Corpo Denso”.

A Véspera de Natal, entre 24 e 25 de dezembro, é considerada a noite mais sagrada do ano, porque nessa meia-noite as influências espirituais são as mais fortes. Na Iniciação, o candidato, por meio da visão espiritual, vê a mística Estrela de Belém, o Sol espiritual que brilhou na Noite Santa, que o conduz ao Cristo interior. Em seu coração ecoa uma canção profética e imortal: “Paz na terra e boa vontade para os homens. (Lc 2:14). Alegrai-vos, filhos da Terra, porque hoje vos nasceu um Rei” (Lc 2:11), os Serafins cantaram naquela Noite Santa, muito tempo atrás.

Presentes foram trazidos para o nascimento de Jesus no casebre do pastor — preciosas dádivas de ouro, incenso e mirra: poder espiritual, sabedoria e movimento foram derramados sobre a criança recém-nascida, a Luz Crística no coração humano, o bebê nos braços de sua mãe, a grande mãe Terra que carrega, nutre e preserva o minúsculo veículo vital. Esses dons, ou qualidades, foram derramados pelos gloriosos Magos dos reinos Cósmicos, que abençoam e enriquecem cada nascimento espiritual e individual.

Esses poderes, em relação à e irradiados pela luz prateada da esplêndida Estrela Crística, derramam sobre nós, ainda que fracos e sofredores, sua influência e força estimulantes, sem as quais o curso nesse Esquema de Evolução seria, para cada um de nós, muito mais difícil e prolongado.

Os Magos, elevados Iniciados, foram atraídos para o lugar sagrado por sua percepção interior e pelo conhecimento do evento cósmico que aconteceria: o nascimento do “Salvador do mundo”. Os três Reis Magos representam aqueles Egos avançados que foram reunidos em propósito comum das três Raças primárias. Seus dons significam as várias faculdades ou invólucros humanos que entram no processo de manifestação. Eles são conduzidos pela gloriosa Estrela ao “Salvador do Mundo”, cujo objetivo da forma física era fornecer um veículo material e etérico para um Espírito universal, o Cristo.

Um dos Reis Magos trouxe ouro, designado simbolicamente como o emblema do Tríplice Espírito.

O outro trouxe o incenso, que é uma substância física de natureza muito leve, frequentemente usada em serviços religiosos, simbolizando o nosso Tríplice Corpo.

E o outro trouxe mirra. É o extrato de uma planta aromática muito rara. Simboliza aquilo que nós (por meio do nosso Tríplice Espírito), trabalhando sobre o nosso Tríplice Corpo, extraímos por meio da experiência no Mundo Físico: a Tríplice Alma.

Maria, a mãe, era o foco da luz, o sagrado crisol etérico onde acontecia a transmutação dos elementos. Ela representa o ideal da pureza, devoção e humildade que torna possível o renascimento do mais evoluído dos Egos humanos.

Os pastores que viram a Estrela caracterizam a visão interior do Fogo Divino, conforme esse Fogo vem para aqueles no plano terrestre, cuja piedade abriu a janela da alma e ativou a Clarividência. O discernimento deles lhes permitiu ver a glória nos Céus e sentir os impulsos espirituais irradiando da Estrela maravilhosa.

A Estrela que simboliza a chama de forças concentradas para trazer à expressão material uma apresentação física do Logos, o “Salvador do mundo”.

Naquele dia o ar estava reverentemente silenciado, como se prendesse a respiração, pois naquele momento estava arrebatadoramente focado em Belém (que significa nascimento). Silêncio, solidão e adoração desenvolvem o olho perspicaz, o ouvido interno e o Espírito sensível.

Especialmente neste Natal não devemos centralizar nosso pensamento nessas verdades? Não devemos meditar sobre a verdadeira interpretação da sublime narrativa do Natal, aprofundando nosso conhecimento e avivando nossa compreensão sobre esse evento místico? Não devemos centrar nossos esforços na expansão de nossa capacidade de servir?

Celebremos este Natal prestando ao Menino Jesus o amor e a homenagem que Lhe são devidos, além dos nossos dons e bênçãos.

Regozijemo-nos com os pastores: “Porque vimos a Sua Estrela no oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2:2). Ele, que ilumina a cada um de nós que viemos ao mundo, permanecendo iluminando o nosso Caminho (querendo a gente ou não).

Afinal, como símbolo da Verdade e da Vida, a Estrela de Belém revela o caminho que conduz a Deus-Pai. Pois foi Cristo que nos ensinou: “Para onde Eu vou, vós também ireis” (Jo 14:2).

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross novembro/dezembro/1995 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Você: um Vegetariano por Convicção ou Modismo?

O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz nos oferece, em suas páginas, preciosos conhecimentos sobre a “Ciência da Nutrição” e “Lei de Assimilação”. Abordando esses temas de um ângulo eminentemente científico, Max Heindel demonstra como o corpo humano (o nosso Corpo Denso), habitualmente, passa por um processo de decaimento precoce. Esse processo tem como causa uma alimentação inadequada, incapaz de manter a boa qualidade do fluido sanguíneo, além da flexibilidade e desobstrução do sistema circulatório.

No tópico intitulado “Vivei e Deixai Viver”, o fundador da Fraternidade Rosacruz analisa o problema de um ponto-de-vista exclusivamente moral. É uma das mais belas páginas da literatura Rosacruz. Não há como duvidar de que a Humanidade viveria em condições mais saudáveis e felizes se observasse estes princípios enunciados no Conceito: “A primeira lei da Ciência Oculta é ‘não matarás’. O Aspirante à vida superior deve ter isto muito em conta. Não podendo criar sequer uma partícula de barro, não temos o direito de destruir nem a forma mais insignificante. Todas as formas são expressões da Vida Una, da Vida de Deus. Não temos o direito de destruir a forma pela qual a Vida está adquirindo experiência, e obrigá-la a construir um novo veículo”.

Quando esses ensinamentos foram publicados, no início do século XX, pouco se conhecia a respeito da importância da alimentação como fator de equilíbrio físico-orgânico. A alimentação vegetariana era outra ilustre desconhecida. Só mesmo pessoas ligadas a escolas Esotéricas (como a Fraternidade Rosacruz) é que a adotavam de fato e com motivos lógicos.

Com o decorrer do tempo, muitos passaram a compreender que seus problemas de saúde são, na maioria das vezes, criados por vícios ou dieta alimentar errada. Compreendem, mas não se aprofundam na questão. E quando se aprofundam, quase sempre lhes falta coragem e determinação para mudar. Consequentemente, veem-se obrigados a carregar um rosário de doenças e enfermidades pela vida afora.

No que diz respeito ao ser humano comum – aquele que não está nem aí com outras coisas, senão deixar a vida levar por meio de prazer e sempre fazer o que deseja, independente das consequências –, esse quadro não é de espantar. O que nos deixa pasmos é saber que aqueles que estudam o Esoterismo sério – e que querem alcançar o autodomínio e a realização espiritual Cristã, como preconizados, por exemplo, pela Fraternidade Rosacruz –, não obstante o conhecimento que têm, enfrentam esses problemas.

O Estudante Rosacruz sabe perfeitamente que somos, essencialmente, Espírito, um Ego humano (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui). Que o seu veículo físico – o Corpo Denso – é um meio de se expressar, aprender, adquirir experiências e expandir sua consciência. O Corpo Denso, portanto, é um Templo Divino – um Templo de Deus – e como tal deve ser preservado. A vida evolui através da forma. Quanto mais sensível a forma, maiores serão as possibilidades da vida expressar sua natureza divina.

É desejável, à luz dessa Verdade, viver o maior número de anos possível, com boa saúde, lucidez e disposição para trabalhar e aprender. É a única maneira de tornar um renascimento aqui proveitoso.

Certos conhecimentos básicos sobre alimentação são imprescindíveis, além de rudimentos de Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano.

O organismo humano requer, para o seu perfeito desenvolvimento e funcionamento, uma variedade balanceada de alimentos, diariamente. Sua estrutura deve ser, por conseguinte, reparada constantemente.

Um automóvel, mesmo tendo o seu tanque cheio de combustível, não poderá percorrer grandes distâncias se lhe faltar, por exemplo, óleo. Mesmo que suficientemente abastecido de óleo, gasolina ou álcool, se o radiador não contiver água, o motorista poderá ter uma surpresa desagradável.

Podemos, por analogia, comparar o Corpo Denso a um automóvel. A máquina humana resistirá por algum tempo desprovida de, por exemplo, vitaminas ou de sais minerais, mas essa carência não poderá se manter indefinidamente. Cedo ou tarde os resultados de uma dieta insuficiente ou desequilibrada surgirão em forma de doença ou enfermidade. Não é de se estranhar, portanto, que o item “saúde” absorva dotações cada vez maiores nos orçamentos das nações, dos países, dos governos.

O fator determinante de uma alimentação saudável é, sem dúvida alguma, seu teor qualitativo. O organismo não necessita de grandes quantidades de alimentos, mas de dietas balanceadas. Uma das causas da morte prematura é a alimentação irracional. Em geral, as pessoas que gozam de boa situação socioeconômica comem em demasia, mas não sabem escolher os alimentos. Acabam obesas e doentes.

Vivemos hoje em sociedades cada vez mais sofisticadas pelo aprimoramento tecnológico. Isso nos é benéfico à medida que nos traz conforto, racionalização de tempo, rapidez de comunicação e transporte, aquisição de conhecimentos e outros benefícios; contudo, esse processo avassalador de modernização também pode gerar distorções, se não for suficientemente compreendido. E essas distorções se evidenciam também na área alimentar.

Toda essa imensa gama de produtos alimentícios comercializados nos supermercados e no comércio em geral, geralmente, representam danos à saúde humana. A despeito das reiteradas advertências feitas por médicos, nutrólogos e nutricionistas conscienciosos, é alarmante o consumo de refrigerantes, carnes animais (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar e afins), alimentos enlatados (principalmente derivados de carne animal), ultraprocessados, refinados (açúcar, por exemplo), corantes, margarinas, alimentos ditos beneficiados (trigo e arroz brancos, por exemplo), estimulantes (chás, café, “energéticos”), bebidas alcoólicas, e tantos outros até “disfarçados” de saudáveis. Tudo isso, em maior ou menor grau, é prejudicial à saúde, mas é importante destacar a nocividade da carne animal, tanto orgânica como espiritualmente.

Não somos um ser naturalmente carnívoro, e isso já foi comprovado, anatômica e fisiologicamente pela Ciência. Não dispomos de garras e presas como alguns espécimes animais, para matar e esquartejar, nem seu aparelho digestivo permite digerir a carne animal com facilidade, eliminando rapidamente as toxinas.

Os animais que se alimentam de carne animal preferem-na ao natural, sem qualquer preocupação com seu sabor e odor. Já o ser humano procura dissimulá-la com temperos, para evitar a repugnância que causa (ainda que não admita de pronto!).

O fato da carne animal ser uma grande fonte de proteínas não quer dizer que seja imprescindível numa dieta alimentar. Há outras fontes de proteínas mais puras e baratas, cujo valor proteico nada lhe fica a dever.

A carne animal é muito mais excitante do que nutritiva. Quem ingere carne animal diariamente, em quantidade não moderada, e suprimi-la bruscamente um dia, mesmo que a substitua por alimentos mais saudáveis, padecerá nesse dia de uma sensação profunda de debilidade, como se estivesse em jejum prolongado. Essa sensação de fraqueza, entretanto, não é provocada por insuficiência alimentar, mas pela supressão do excitante. Fenômeno idêntico ocorre com outros excitantes, tais como o fumo, os “energéticos”, as drogas e o álcool.

A carne animal também é tóxica. Alguns venenos que ela contém são ensejados pela sua toxidez e outros porque são ácidos. E esse quadro se agrava quando a carne animal é obtida de animais doentes ou fatigados. E tem mais: no momento do abate, quando o animal se desespera ao perceber seu fim, seu organismo segrega várias substâncias que impregnam a carne, conferindo-lhe nocividade.

Felizmente, os princípios da alimentação vegetariana, natural, encontram receptividade cada vez maior, principalmente entre os jovens. Cresce, notavelmente, o número de publicações defendendo essa dieta alimentar. Em qualquer cidade de porte médio é comum encontrarmos pelo menos um restaurante vegetariano ou produtos vegetarianos para aquisição, além das feiras com produtos orgânicos e até “direto da horta”. O vegetarianismo deixou de ser sinônimo de excentricidade. Os vegetarianos, hoje, são pessoas respeitadas e admiradas.

A alimentação vegetariana, além de purificar e fortalecer o organismo, plasma um caráter mais elevado. Se tomarmos como amostragem um grupo de pessoas convictamente vegetarianas, verificaremos, com raríssimas exceções, que:

  1. Não são dominadas por vícios, isto é, não bebem, não fumam, não usam drogas. Algumas talvez ainda tomem refrigerantes, mas estão conscientes de que isso é prejudicial à saúde;
  2. Raramente se enfermam. Conservam permanentemente boa disposição para o trabalho, para a prática de esportes e de exercício de atividades intelectuais;
  3. São pessoas dotadas de grande acuidade mental. São muito sensíveis, apreciadoras de música erudita, de artes plásticas, de literatura, de poesia, de teatro e de outras formas elevadas de expressão do espírito;
  4. Entre os vegetarianos encontramos grande número de espiritualistas, das mais variadas correntes, todos preocupados com o autoaperfeiçoamento e com os destinos da Humanidade;
  5. São pessoas calmas, equilibradas, pacíficas e pacifistas. Gostam da natureza e da vida ao ar livre. Quando os meios de comunicação noticiam a descoberta de pessoas extremamente longevas, centenárias, habitualmente evidenciam-se como causas dessa sobrevivência uma vida tranquila, alimentação natural, isenta de carnes.

Há alguns anos, uma entidade britânica, a London Vegetarian Association, realizou uma interessante experiência: submeteu 10.000 crianças ao regime vegetariano simultaneamente, outra organização, a London Country Council, manteve outras 10.000 crianças no carnivorismo, regime alimentar do qual a carne é um dos componentes. Decorridos seis meses as 20.000 crianças passaram por rigorosos exames médicos. Constatou-se que o estado geral de saúde dos vegetarianos era bem melhor. Adquiriram peso maior e músculos mais fortes.

A London Vegetarian Association ficou incumbida, então, pelo Conselho Municipal de Londres, de alimentar igual número de crianças pobres daquela cidade, às expensas da Prefeitura.

Apesar de grandes avanços e mais amplas informações sobre a alimentação vegetariana, ainda predominam preconceitos intensamente arraigados numa sociedade tradicionalista como a nossa. Muita gente rejeita a alimentação vegetariana imputando-lhe falta de sabor. Outros afirmam que é “fraca”, desprovida de elementos nutritivos, tornando as pessoas igualmente “fracas” e desnutridas. Isso é puro preconceito e desinformação. Ora, todo alimento cárneo deve ser bem condimentado, pois na realidade o que não tem sabor algum é a carne animal em seu estado natural, ou seja, crua.

Para tornarmos um vegetal saboroso basta adicionarmos-lhe um tempero leve, isto quando se trata de legumes e verduras. Eis porque os carnívoros acham os vegetais insonsos. A diferença está na condimentação.

Quanto ao argumento de que o vegetarianismo enfraquece as pessoas, nada é mais irreal. São muitos os exemplos de esportistas consagrados, campeões, verdadeiros mitos que adotavam ou adotam uma dieta vegetariana. São igualmente numerosos os casos de pessoas longevas que atribuem seu excelente estado de saúde a uma dieta à base de vegetais.

Para ilustrar essas considerações, vamos a mais um exemplo concreto.

Numa daquelas regiões quase inacessíveis do Himalaia, vive um povo meio primitivo chamado hunza. Em 1947, um médico e fisiólogo inglês, Sir Robert McCarrison, esteve naquelas paragens, designado que foi pelo Serviço Sanitário da Índia Britânica, para verificar o estado geral de saúde daquela gente. Qual não foi seu espanto ao constatar a longevidade daquelas pessoas e a quase inexistência de enfermidades em seu meio.

Meticulosos estudos realizados pelo Dr. McCarrison, abrangendo condições climáticas, ambientais, hereditárias, culturais, alimentares, levaram-no a concluir que a dieta comum àquele povo continha o segredo da longevidade.

Os hunza alimentavam-se de cereais, frutas, legumes, leite, queijo e outros produtos naturais. Não conheciam as maravilhas da sociedade de consumo, tais como o açúcar refinado, o café, refrigerantes, bebidas alcoólicas, conservas e carne.

Além de todos esses dados registrados pelo Dr. McCarrison, algo mais despertou-lhe a atenção: a relação entre os hábitos alimentares, o caráter e a vida moral daquele povo. Os hunza são sóbrios em tudo, ativos, resistentes à fadiga, alegres, pacíficos, tolerantes e fraternais.

Poderíamos ainda enriquecer este nosso trabalho com grande e variado número de exemplos, capazes de comprovar as excelências da alimentação vegetariana. Preferimos, entretanto, não o fazer por razões de ordem prática, além do que outros aspectos da questão merecem ser abordados.

A Fraternidade Rosacruz, divulgadora autorizada dos Ensinamentos Rosacruzes, afirma convictamente que o regime alimentar ideal é o vegetariano, sob todos os aspectos. Respaldando essas afirmações encontramos ensinamentos nas obras de Max Heindel, nas revistas Rays From The Rose Cross, nas Revistas Serviço Rosacruz e outras publicações editadas pelos Grupos e Centros Rosacruzes no mundo. Há, ainda a mencionar, a facilidade crescente na aquisição de produtos naturais, pois além das lojas especializadas na comercialização desses artigos, podemos encontrá-los também nos supermercados.

Há casos de Estudantes Rosacruzes que, tendo adotado a dieta vegetariana, tempos após, retornam à dieta carnívora, alegando sentirem-se debilitados e enfermos. Dois aspectos na questão merecem uma análise acurada:

1.O Estudante Rosacruz pode não ter efetuado a transição de uma dieta para outra de uma forma racional e equilibrada. Talvez tenha passado de uma forma repentina para o regime vegetariano, sem balancear devidamente sua ração alimentar diária. Não esqueçamos um ensinamento elementar: a natureza não dá saltos. Não admite processos repentinos. A carne animal deve ser abandonada aos poucos.

    A afirmação, muito comum por sinal, de que a carne animal deve ser “substituída” encerra uma visão equivocada do problema. Para “substituir” a carne animal há quem ingira quantidades exageradas de alimentos ricos em proteínas, tais como soja, ovos, laticínios. O organismo humano requer uma certa quantidade diária de proteínas, mas não um superprovimento. O superprovimento gerará problemas, sem dúvida alguma.

    A carne animal não deve ser “substituída”. Deve ser abolida gradativamente. O Estudante Rosacruz simplesmente deve adotar uma dieta equilibrada, provendo-se de dosagens corretas de sais minerais, vitaminas, hidratos de carbono, proteínas e calorias adequadas ao tipo de atividade que exerce;

    2.Este é o aspecto mais delicado do tema. De início queremos propor uma questão: que razões devem realmente levar o Estudante Rosacruz a adotar a alimentação vegetariana?

      Alguns o fazem pela necessidade de gozar boa saúde.

      Outros inspiram-se em considerações de ordem ética ou princípios relativos ao respeito à vida.

      Na realidade, as duas razões são importantes, mas a segunda é fundamental e mais relevante.

      Devemos ser vegetarianos por amor, por respeito à vida de outros seres. Não temos o direito de contribuir, direta ou indiretamente, para a matança de indefesos animais.

      A compaixão, acima de tudo, deve nortear nossos passos na decisão de mudar nosso regime alimentar.

      Do Estudante Rosacruz não se pode esperar atitudes dúbias ou pusilânimes. A firmeza de convicções é fator importante no crescimento anímico.

      Se esses argumentos ainda não são convincentes, que o Estudante Rosacruz tome a iniciativa de visitar um matadouro. Seguramente ficará estarrecido com o que lhe será dado a observar. As más vibrações, o odor nauseabundo, as cenas de horror que por certo notará naquela casa da morte deverão incomodá-lo bastante. Mas, se tudo isso ainda não for suficiente, então que assista ao abate. Impossível a uma pessoa dotada de um mínimo de sensibilidade não ficar chocada com o desespero, a dor e agonia do animal na hora da morte. Há quem diga que os olhos de um carneiro chegam a verter lágrimas ao perceber o que o aguarda.

      Não! Absolutamente não! Não podemos concordar com essa violência. Essa agressão às leis da vida só pode implicar sofrimento para o ser humano.

      A evolução é fundamentalmente uma questão de consciência. Nosso estado de consciência determina o que somos e manifestamos, nossa sensibilidade e pensamentos. Determina principalmente nosso estado de saúde.

      Se, em nossa consciência, admitimos a necessidade de conservar limpos e puros nossos corpos; se, intransigentemente, defendemos o direito à vida e a não-violência, podemos estar certos de que tudo isso repercutirá positivamente no corpo físico. Nossa consciência projetará equilíbrio e harmonia sobre nosso organismo, em forma de boa saúde.

      Portanto, se o Estudante Rosacruz se tornar vegetariano por convicção, não haverá o que temer. E o que é mais importante: sua atitude constituirá um sólido exemplo para outros. A redenção da Onda de Vida humana começa por aí.

      (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1988 – Fraternidade Rosacruz-SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      A Fonte da Verdade: desenvolvimento da “voz intuitiva” por meio do Exercício Esotérico noturno de Retrospecção

      O Ancião ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade. Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma. Pois fiquei sobremodo alegre pela vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade, como tu andas na verdade. Não tenho maior alegria do que essa, a de ouvir que meus filhos andam na verdade.” (IIIJo 1:4).

      Nestes versículos o Apóstolo do Amor realça a diferença entre o regime Jeovístico e a Nova Dispensação Cristã. Contrastando com os meios externos de se encontrar a verdade, próprios da Dispensação Mosaica, hoje existe a “lei da liberdade”, ou seja, a lei “inserida” no nosso coração por intermédio de Cristo. A voz da verdade (a intuição) ecoa desde o coração, proporcionalmente ao desenvolvimento do princípio do Amor-Sabedoria. A Filosofia Rosacruz esclarece cientificamente o processo por meio do qual a inspiração intuitiva opera e como ela pode ser cultivada. A intuição é uma faculdade espiritual – a faculdade do Espírito de Vida – inerente a todos nós, mas expressando-se melhor quando o Corpo Vital é positivo.

      O sangue, ao passar pelo coração, ciclo após ciclo, hora após hora, durante toda a vida, grava as recordações no Átomo-semente do Corpo Denso, enquanto permanecem frescas. Prepara um arquivo fidelíssimo da vida que, depois na existência post-mortem, se imprimirá indelevelmente no Átomo-semente do Corpo de Desejos, base para a nossa vida no Purgatório e Primeiro Céu. O coração está permanentemente em estreito contato com o Espírito de Vida, o espírito do amor e da unidade, o que o torna, o foco do amor altruísta.

      Depois das recordações passarem ao Mundo do Espírito de Vida, em que se encontra a verdadeira Memória da Natureza, não volta através dos lentos sentidos físicos, mas diretamente através do quarto Éter (Éter Refletor) contido no ar que respiramos. O Espírito de Vida pode ver muito mais claramente no seu Mundo do que nos Mundos mais densos. No elevado Plano, que lhe é próprio, está em contato com a Sabedoria Cósmica e, em qualquer situação, sabendo imediatamente o que há de fazer, envia sua mensagem de orientação e de ação ao coração. Esse logo a retransmite ao cérebro por meio do nervo pneumogástrico ou nervo vago. Assim se formam as “primeiras impressões”, os impulsos intuitivos, sempre bons porque emanam diretamente da fonte de Amor e Sabedoria Cósmica.

      A fonte da verdade que “está dentro de nós” é o Princípio do Espírito de Amor-Sabedoria. A manifestação dessa “voz interna” demanda pureza de vida e serviço amoroso prestado aos demais. Isto atrai o Éter Refletor do Corpo Vital por meio do qual a mensagem intuitiva é impressa, nos tornando mais sensível a sua influência.

      Max Heindel afirma que o Exercício Esotérico noturno de Retrospecção é de grande valia para o desenvolvimento da “voz intuitiva”, porque nesse julgamento imparcial de si mesmo, noite após noite, o Aspirante à vida superior consegue discernir entre a verdade e o erro, o que não seria possível por outro meio.

      (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – outubro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      Pergunta: Você disse que Mercúrio é incolor e neutro na influência dele. Isto não indicaria que os seres que evoluem no Campo de Evolução no Planeta Mercúrio estão em um estágio muito inferior de desenvolvimento e, sendo assim, como poderia eles têm uma influência sobre a Mente da Humanidade de modo a promover a razão?

      Resposta: Durante as primeiras três e meia Revoluções do Período Terrestre, a influência de Marte foi primordial para nos galvanizar à ação, mas, desde os meados da Época Atlante, quando a Mente foi fornecida a todos nós, a Evolução e a Epigênese (o exercício do nosso talento criativo original) estão, gradualmente, nos levando em direção a Deus. Enquanto a influência de Marte era primordial, como já foi dito, a influência mercurial era quase nula, pois o Planeta Mercúrio estava em obscuridade, passando a um dos repousos planetários periódicos, do qual começou a emergir durante a Época Atlante, quando os Senhores de Mercúrio foram chamados por Jeová para ajudá-lo a contrabalançar a influência dos Espíritos Lucíferos sobre a Humanidade. Desde então, a influência de Mercúrio vem aumentando constantemente, mas levará ainda muitos milênios antes que toda a influência dele se faça sentir. Não há processos repentinos na Natureza e leva muito tempo para um Planeta entrar em repouso ou para sair de um período de obscuridade. Não podemos esquecer, também, que não estamos mentalmente qualificados para aproveitar ao máximo as vibrações mercuriais tais como existem atualmente, pois os seres que evoluem no Campo de Evolução do Planeta Mercúrio estão muito além do nosso estágio de desenvolvimento, embora eles, tanto quanto todos os outros Planetas, estejam seguindo linhas de Evolução diferentes comparadas as que se desenvolvem na Terra.

      Quanto à cor de Mercúrio, podemos dizer que quando alguém está no Corpo Denso e focaliza a sua visão no Mundo do Pensamento Concreto, a primeira cor que vê é o azul-escuro ou índigo, algo semelhante à cor intensa do núcleo azul de uma chama de gás. Às vezes, a cor parece mais escura do que em outras, embora, provavelmente, isso seja devido às condições do observador, mas dá uma impressão de totalmente vazio. O sentimento e a sensação são algo semelhante àquela que tem uma pessoa que esteve exposta a uma luz solar intensa e que, rapidamente, entra em casa. A visão deve se adaptar às condições internas da casa e, até que o faça, tudo aparece preto ou escuro. Então, gradualmente, a pessoa percebe uma luz branca sobre e através de todas as coisas.

      Toda a Região do Pensamento Concreto é, basicamente, de um branco deslumbrante e brilhante, ou talvez incolor, e aí as diferentes coisas assumem uma cor que se destaca ainda mais nítida e brilhante devido à luz totalmente incolor que permeia toda a Região. É, provavelmente, devido a essa claridade absolutamente cristalina que não há percepção espacial possível. A Mente é formada dessa matéria mental incolor e, por ser perfeitamente neutra, é capaz de mostrar outras coisas em suas verdadeiras cores.

      Talvez possamos explicar melhor o assunto pela ilustração de um binóculo. Se usarmos um de qualidade inferior, veremos que o vidro não é muito nítido e que as lentes mostram várias cores. Por isso, os objetos sobre os quais essas lentes estão focalizadas são vistos de forma indistinta, com suas cores distorcidas; mas, se conseguirmos um instrumento de primeira qualidade, por assim dizer, cromático, ele não apresentará quaisquer cores nas lentes e poderá, portanto, transmitir as verdadeiras cores dos objetos sobre os quais está focalizado. Sendo perfeitamente claro e absolutamente neutro, pode ser focalizado sobre objetos distantes. Os raios mercuriais são singularmente bem adaptados para expressar a faculdade mental pela razão semelhante de que eles próprios são incolores.

       (Pergunta nº 122 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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