Há vários graus de visão espiritual. Um deles nos habilita a ver o Éter, normalmente invisível aos olhos físicos, com as miríades de seres que habitam esse reino. Outros e mais elevados graus nos proporcionam a faculdade de ver o Mundo do Desejo e até o Mundo do Pensamento, permanecendo, não obstante, no nosso Corpo Denso.
Entretanto, essas faculdades, ainda que valiosas quando se exercem sob o controle da nossa vontade, não são suficientes para se ler na “Memória da Natureza” com absoluta exatidão.
Para que isto seja possível e, também, para que possamos efetuar investigações necessárias com o objetivo de compreender como se tece e destece a teia do nosso destino é necessário possuirmos a faculdade de sair, por livre e espontânea vontade própria, do nosso Corpo Denso e funcionar fora dele, no Corpo-Alma, o qual é formado pelos dois Éteres superiores, estando também revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente.
Para saber mais de como se faz isso e o que se deve aplicar para alcançar esse objetivo, acesse esse material aqui:
A Teia do Destino: como Tece e Destece, o Efeito Oculto das Nossas Emoções, a Oração – uma Invocação Mágica e os Métodos Práticos de se Alcançar o Sucesso
É possível transmutar ferro em ouro! Essa, na realidade, magna verdade alquímica, foi explorada jocosamente num recente comercial da TV norte-americana, agrupada, sem muito critério, com crendices antigas como: “Se o destino do ser humano fosse voar, teria asas”, “A superfície da Terra é plana” e, por último, “Todas as ‘aspirinas’ são iguais”. O patrocinador finaliza, logicamente, decantando as qualidades de sua ‘aspirina’ “especial”. A química ensejou, naturalmente, verdadeiros milagres em nossa vida diária, porém, a alquimia é a verdadeira chave para os mistérios internos, esclarecendo o propósito da vida. Somente quando essas duas ciências se encontrarem, eclodirão descobertas definitivas no campo da química. Quando existir maior conhecimento do público a esse respeito, dando conta de que os problemas que afligem o Mundo Físico têm sua origem na desarmonia implantada nos Corpos invisíveis (aos olhos físicos), certamente teremos anúncios nos meios de comunicação com mais ou menos este teor: “Amigo, seu Corpo Vital anda esgotado e o seu Corpo de Desejos o impele para a destruição? Prove a Alquimia! Conheça o propósito da vida! Receba a sua herança espiritual! Use a Alquimia!”.
A Ciência, ou a Arte da Alquimia trata dos seguintes pontos do Grande Trabalho: 1. Encontrar o Elixir da Juventude; 2. Encontrar a Pedra Filosofal; e 3. Transmutar os metais inferiores em ouro.
Perseguidos, por reis e clérigos, em sua ânsia de glória, os alquimistas da Idade Média foram alvos do fogo da Inquisição, da prisão e da tortura. Quando as suas descobertas contrariavam ideias da época e sabendo que o conhecimento é uma arma perigosa, nas mãos daqueles cujos Corações e Mentes não são temperados com a pureza, sabedoria e compaixão, os alquimistas enterraram os seus segredos em lendas e mistérios.
O tesouro está agora à espera de todos aqueles que o desejam descobrir, através de uma vida pura, plena de devoção, trabalho, meditação e aplicação da Lei da Analogia, mencionada no axioma hermético: “Como é em cima assim é embaixo”.
O propósito de Deus e da Natureza é a perfeição. Todos os metais são, realmente, ouro em formação. Todos os seres humanos são, realmente, deuses em formação. Como alquimistas espirituais percebemos que é essa a nossa herança e aspiramos a servir. Porém, para servir eficientemente devemos, antes de mais nada, aperfeiçoar-nos através da transmutação da “natureza inferior” (metais comuns) em “natureza superior” (ouro).
Nós (o microcosmo) somos o Grande Trabalho (realizado pelos padrões do macrocosmo). Constituímo-nos, ao mesmo tempo, no próprio laboratório no qual o Trabalho está sendo efetuado. Nossas ferramentas são as nossas habilidades e os veículos aperfeiçoados em vidas passadas que trouxemos para essa existência. Nosso minério é formado das experiências da presente vida. NOTEM: as nossas reações a essas experiências e a utilização das oportunidades apresentadas determinam a quantidade de ouro extraído (imortal) do nosso minério, e a escória que sobra (o transitório). Temos uma abundância de minério à nossa disposição cuja diversificação é maravilhosa. Como a luz branca se refrata, quando entra na atmosfera, em sete raios e cores diferentes, há muitas oportunidades à nossa disposição! É claro que no Mundo Físico preferimos a alegria, riqueza, saúde e popularidade à dor, pobreza, sofrimento, doença e ostracismo. Porém, do ponto de vista espiritual, todas oferecem experiências de grande valor para a nossa alma. Um bastão parece torto quando colocado na água. Nós também quando mergulhados no materialismo temos de acautelar-nos a fim de que as nossas motivações na aquisição de conhecimentos e de experiência não sejam pervertidas como no exemplo do bastão refratado na água. Os escritos de Max Heindel nos ensinam que os quatro grandes motivos de toda ação humana são: Amor, a Fortuna, o Poder, a Fama. Ou seja, o desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo por que o ser humano faz ou deixa de fazer algo Contudo, devem ser usados na seguinte exaltada escala de valores: “o Amor pelo qual se deve aspirar é unicamente o da Alma; que abarca todos os seres, elevados e inferiores e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe; a Fortuna pela qual se deve lutar é somente a abundância de oportunidades para servir os semelhantes; o Poder que se deve desejar é o que atua melhorando a humanidade, e a Fama pela qual se deve aspirar é a que possa aumentar nossa capacidade de transmitir a boa nova, a fim de os sofredores poderem encontrar o descanso para a dor do seu coração”. Tanto chamemos a experiência de dor ou de júbilo, monotonia, medo ou felicidade, saibamos que se trata do minério do qual nós, seres imortais, extraímos o nosso ouro. E para se conseguir ouro requer-se a presença de todos os sete metais espirituais, conforme abaixo.
O CHUMBO
Esse é considerado o metal mais inferior. Com sua grande densidade, tem afinidade com o Planeta Saturno, e é pesado, como pesados são o trabalho, as lições e as responsabilidades advindas do Destino Maduro designadas por Saturno. O interesse exclusivo nas posses e na gratificação dos sentidos nos torna escravos do meio ambiente e assim, sujeitos às suas vicissitudes. Somos obrigados a fazer meia-volta, por meio do medo, da pobreza, da perda de entes queridos, das enfermidades, cristalização e morte. Como escreveu Goethe: “Quem nunca comeu seu pão abatido pela tristeza, quem nunca passou noites em claro esperando pelo amanhecer, esse não conhece ainda os poderes celestiais”.
Saturno é o grande mestre nesta escola da vida e, quando, finalmente, aprendermos a lição, não haverá mais repetição do sofrimento. Suportar a cruz com dignidade, exercitando o tato, a vigilância e a consideração, com disciplina e perseverança durante a adversidade constrói o caráter e, certamente, ajudará na purificação do chumbo espiritual.
O ESTANHO
Esse metal se encontra sob a influência da grande fortuna astral: Júpiter. Tratando-se de um Planeta dinâmico, encontramos grande dificuldade na assimilação de suas lições, como há dificuldade na assimilação das lições de Saturno. As ligas de estanho, os minérios com os quais devemos trabalhar, são: boa saúde, riqueza, prosperidade, popularidade e êxito na vida, aspectos altamente desejáveis do ponto de vista físico, porém, extremamente perigosos para a alma que pode morrer de inanição, caso um correto critério espiritual não seja aplicado pelo ser humano.
A riqueza acarreta grandes responsabilidades: dependendo de seu emprego tanto eleva, como corrompe. O estanho (abundância) sem o tempero de Mercúrio (intelecto) pode armar ciladas mortais. A extravagância, a arrogância e a indolência são sinais de estanho misturado com escórias. Até a partilha dos bens exige grande discernimento: é extremamente errado oferecer uma vida despreocupada à outrem, usurpando-lhe o direito às suas experiências dolorosas, que ajudam a construir o caráter.
O que auxilia a purificação do estanho espiritual é esse conjunto de qualidades: gratidão para tudo o que se possui, e um sincero e sábio dividir para o bem espiritual de todas as pessoas envolvidas.
O FERRO
Esse metal é forte, firme e inflexível, sendo um dos mais úteis pelo fato de fortalecer os outros, com os quais se encontra combinado. A ferramenta construtiva do operário e a arma destrutiva do criminoso são feitas de ferro. Isso nos indica que a qualidade é obtida pela direção em que é usada essa energia. O ferro vibra harmonicamente com o Planeta Marte, o Planeta da energia dinâmica e da ação. Esse Planeta é o Regente do Corpo de Desejos e dos Signos Zodiacais Áries e Escorpião, cujos centros de energia são, respectivamente, “EU SOU” e “EU DESEJO”. Mal dirigida, essa energia se expressa por meio da cólera, do temperamento explosivo, da beligerância, das cabeçadas impulsivas, da concupiscência, vingança e do egoísmo voraz que tentará lograr as suas finalidades, sem levar em consideração os danos e a dor provocadas aos outros. Porém, o ser “egoísta”, na atualidade é “Ego-destruidor” porque “com a mesma medida com que medirdes, também sereis medidos.” (Lc 6:38).
Não podemos nos deixar levar por essa energia, tampouco tentar sufocá-la, já que sem ela não teríamos energia, seríamos temerosos e carentes de iniciativa. Os maiores pecadores podem transformar-se nos maiores santos, quando essa energia é redirecionada por meio da purificação dos desejos, do cultivo do equilíbrio, da coragem, e da superação firme e constante dos obstáculos que se encontram no caminho. Para a obtenção da Pedra Filosofal há grande necessidade de ferro espiritual, porquanto o trabalho requer dedicação positiva na conquista da natureza inferior, a dedicação enérgica e altruísta às necessidades dos outros, para que o Estudante Rosacrfuz seja um soldado das Forças da Luz e um operário diligente na Nova Jerusalém.
O COBRE
Esse metal tem afinidade vibratória com o Planeta Vênus, regente da atração, coalisão e harmonia. Às vezes, encontramos dificuldades extremas em tolerar alguma pessoa; a sua mera presença nos causa irritação. Isso é ainda mais desconcertante quando essa pessoa nos é estreitamente vinculada. Tal acontecerá até nos conscientizarmos de que essa pessoa é, realmente, o nosso “Professor”! Assim como um diapasão faz vibrar outro diapasão afinado em tom idêntico, haverá despertamento, em nosso caráter, de partes negativas, ao simples encontro dessa pessoa que nos enerva. Essa é a lei: o negativo deve ser eliminado e substituído pela compreensão e harmonia.
Vênus é também o Planeta da beleza e do amor. A sua energia não regenerada, ou seja, a escória do cobre, são manifestações de sensualidade, preguiça, dominação possesiva e egoísta de um outro ser. A oitava superior do amor se externa pela estética faculdade que reconhece o divino em toda a Criação, incluindo em seu amor a todos, formando uma Fraternidade Universal.
A admirável apologia de São Paulo à caridade (ICor 13[1]) representa, com perfeição, o amor transmutado, ou seja, o cobre purificado: “A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”.
O MERCÚRIO
Esse metal vibra em uníssono com o Planeta Mercúrio, o Planeta da Mente. Gotas dele (tão fugidio como os próprios pensamentos) podem penetrar substâncias impermeáveis a outros metais, unindo-as, da mesma forma que muitos de nossos pensamentos isolados podem formar um conceito organizado através dos processos mentais. Porém, devemos estar atentos à qualidade desses pensamentos, bem como, ao seu efeito sobre a nossa Alma!
A Mente, elo entre o Ego e o seu Tríplice Corpo, permite a percepção dele no mundo material, tirando proveito, dessa forma, das muitas e variadas lições à sua disposição, isso no caso de seu funcionamento normal. Como diz Max Heindel, no livro Conceito Rosacruz do Cosmos: “Nós mesmos, como Egos, funcionamos diretamente na substância sutil da Região do Pensamento Abstrato, que especializamos dentro da periferia da nossa aura individual. Dessa Região nós observamos, através dos sentidos, as impressões produzidas pelo mundo exterior sobre o Corpo Vital, como também os sentimentos e emoções gerados por elas no Corpo de Desejos e refletidos na Mente. Dessas imagens mentais formamos as nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato relativas aos assuntos a que se referem. Tais conclusões são ideias.”.
A Mente, esse veículo de recente aquisição, encontra-se numa necessidade premente de exercício e de disciplina. O estudo da matemática, da Astrologia Rosacruz, do Esquema, Obra e Caminho da Evolução e da música elevada (que tenha harmonia, ritmo e melodia que nos eleve às Regiões superiores do Mundo do Pensamento) são formas construtivas de ginástica mental de alto nível.
Os Exercícios Esotéricos matutino de Concentração e noturno de Retrospecção, recomendados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, são de inestimável valor para a aquisição de disciplina mental, pois empregam a faculdade de penetração do mercúrio. Passado algum tempo, a Mente consegue transpassar a parte exterior e contemplar o que há de mais íntimo no objeto estudado. O Exercício Esotérico de Retrospecção emprega a qualidade altamente refletora do mercúrio: quando corretamente executado, revela a escória de mercúrio, formada por razões pervertidas, falsas e egoístas de cada uma de nossos pensamentos, desejos, sentimentos, nossas emoções, palavras, nossos atos, nossas ações e obras. É mister que haja purificação dos minérios de mercúrio, como os nossos pensamentos, desejos, sentimentos, as nossas emoções, palavras, os nossos atos, as nossas ações e obras, visto que o incorreto uso da Mente dispersa a fonte da juventude, ou força vital ascendente.
A Tríplice Alma é afetada pela nossa reação às situações vividas. Devemos admitir o fato, uma vez constatado o erro, procurando, em seguida fazer a devida correção em todos os planos, por meio do arrependimento e da reforma íntima. Numa conclusão apressada, não percebemos os fatos, devido ao bloqueio exercido pelos nossos conceitos errados que obscurecem a luz da verdade.
A escória do mercúrio espiritual é removida por meio de exercícios mentais construtivos, do Exercício Esotérico do Discernimento e do uso correto das faculdades da comunicação.
A PRATA
Esse metal nobre sintoniza-se com a Lua, regente da natureza emocional, a qual, se purificada, transforma-se na “água viva” mencionada pelo Cristo, ou na “prata viva” dos alquimistas — o ELIXIR VITAE.
A Lua rege também a fecundação e o princípio da maternidade. O zelo para com um outro ser humano é um trabalho sagrado e que prepara o Estudante Rosacruz para trabalhos maiores. Os minérios da prata são formados pelas experiências domésticas do Estudante Rosacruz, no papel paterno ou materno, e dependem estritamente da harmonia ou não, desses relacionamentos. Quando há resistência, ou má vontade para com essas responsabilidades, ou preferências egoístas, ou emocionais, a prata carece de pureza.
Aqueles que temperam com o amor os alimentos para a sua família; cuidam dos pequeninos com luminosa alegria; exercitam a inteligência; promovem a harmonia doméstica e preenchem as necessidades dos seus dependentes por motivos altruístas e afeição sincera, estão juntando prata pura.
O OURO
Esse metal é o doador de vida da economia, indústria e comércio das nações; é regido pelo dador da vida: o Sol. O despotismo é uma forma de ouro alquímico impuro. Aquele em cujas mãos se encontra o poder, deverá preocupar-se com o seu sábio exercício, para a elevação de todos. Quando uma honra, ou uma posição elevada são negadas, a experiência deve ser vivida com dignidade e entendimento, a fim de purificar o ouro espiritual.
O nosso ouro é o Ego, a imperecível chispa da Divina Chama. O ouro transmutado (o Corpo-Alma, que nos oferece a imortalidade consciente) é um ouro mais refinado, porquanto a virtude tem mais valor que a inocência.
Quando todos os metais estão presentes, deve haver equilíbrio: quantidades iguais de prata e ferro, tornam os desejos altruístas e dão energia ao serviço. A fulgurante alegria e a beleza do cobre aliviam a pesada labuta do chumbo. Por sua vez, o chumbo equilibra a frivolidade do cobre, quando em excesso. O mercúrio tempera a abundância do estanho jupiteriano pelo Exercício Esotérico do Discernimento; uma quantidade correspondente de estanho neutraliza um excesso de mercúrio (orgulho intelectual), por intermédio de orações e obediência, aspirações elevadas e FILANTROPIA.
Após conseguido o equilíbrio entre os metais, eles resistirão à transmutação, a menos que haja remoção das respectivas características separadoras: isso se faz reduzindo todos os metais à Matéria Primordial, que é a substância primária da qual os Elohim formaram o Universo.
A PEDRA FILOSOFAL
Os alquimistas concordaram com os princípios básicos do trabalho a ser realizado, porém os seus métodos diferem. Segundo Max Heindel, “cada pedra tem sua individualidade própria, correspondendo à Individualidade do filósofo que a produziu. Por esse motivo, é difícil produzir uma fórmula generalizando o trabalho, sendo aconselhável dar indicações individuais àqueles que adquiriram, pelo menos, o direito à sua elaboração.”.
A arte da Alquimia Espiritual pode ser aprendida, mais não ensinada. Deve ser uma experiência pessoal e mística. Os seguintes degraus, enunciados por Paracelso, contêm farto material para meditação:
Obtém-se, dessa maneira a pedra que transforma em ouro tudo que por ela é atingido, e todo o corpo é impregnado com a iluminação do Cristo Interno, a Pedra Filosofal viva, que os alquimistas chamam de estado de “tinctura”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.T.: ICor 13: 1Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine.2Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, eu nada seria. 3Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria. 4A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. 5Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. 6Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. 7Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá.9Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia. 10Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá. 11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança. 12Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido. 13Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.
INTRODUÇÃO
Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.
Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.
Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).
Para que serve audiolivro?
O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:
O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.
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Quando consideramos o intrincado e maravilhoso processo que se desenrola nos Mundos invisíveis, envolvendo as atividades de Anjos e seus auxiliares para trazer um Ego de volta a um Corpo Denso, e todas as causas e efeitos passados que entram neste evento, não é concebível destruir o veículo criança que está em formação.
Tudo começa quando estamos no Terceiro Céu (que se situa na Região Abstrata do Mundo do Pensamento), sem nenhum desses nossos Corpos e nem a Mente, mas com um nível de consciência muito mais ampla do que a que temos aqui e que nos faz, dentre outras coisas, a compreender em toda a sua plenitude qual é a nossa missão, o que temos que aprender ainda e quanta coisa temos que consertar na próxima vida. É sim uma consciência divina! E são esses três pontos os principais que nos faz ter uma vontade divina enorme para renascer.
Quando chega a nossa vez (mormente, em torno de 1000 anos, contando o tempo terrestre) contemplamos alguns Panoramas de Vida – somente com os eventos principais – possíveis de vivermos na próxima vida (isso devido à nossa teia de destino).
Note uma coisa importantíssima: a vida que viveremos no próximo renascimento aqui na Terra já começou!
Uma vez escolhido o Panorama de Vida (lembremos: estamos com a consciência divina e com o contato direto com os Anjos do Destino que nos ajudam), começamos a “descer” e passando pelas Regiões Concreta do Mundo do Pensamento colhemos tanto material quanto temos afinidades (“semelhante atrai semelhante”) para construir a nossa próxima Mente. Para isso utilizamos o Átomo-semente da Mente.
Depois “descemos” mais um pouco e entramos no Mundo do Desejo. Da mesma forma, colhemos de cada um das sete Regiões desse Mundo colhemos tanto material quanto temos afinidades (“semelhante atrai semelhante”) para construir o nosso próximo Corpo de Desejos. Para isso utilizamos o Átomo-semente do Corpo de Desejos.
Depois “descemos” mais um pouco e entramos na Região Etérica do Mundo Físico. Da mesma forma, colhemos de cada um das quatro Regiões Etéricas do Mundo Físico colhemos tanto material quanto temos afinidades (“semelhante atrai semelhante”). Para isso utilizamos o Átomo-semente do Corpo Vital. Só que aqui, além desse processo, contamos com a ajuda de outros seres que estão na fase de habitar o Segundo Céu e que se dedicam a construção de Arquétipos de Corpos, de outros seres conhecidos como Espíritos da Natureza e, também, nós mesmos (o que somos, um Ego) construímos o nosso próximo Corpo Vital (átomo por átomo copia do próximo Corpo Denso). Esse novo Corpo Vital é a soma de todos os outros que já criamos (desde o Período Solar) e mais algo original que não é resultado dos Corpos Vitais anteriores.
No momento em que a fecundação (resultado da relação sexual entre nosso futuro papai e nossa futura mamãe) os Anjos do Destino depositam o “molde” do Corpo Vital na matriz do útero da mamãe e coloca o Átomo-semente na cabeça do espermatozoide que fecundará o óvulo.
A partir daí o Corpo de Desejos da mamãe trabalha por um período de 18 a 21 dias no embrião, enquanto o Ego permanece fora, em seu Corpo de Desejos e em sua Mente, mas sempre em íntimo contato com a mãe. Após esse período o Ego entra no útero da mãe e toma posse do seu Corpo Denso (sim, já é um Corpo Denso!). Assim, a partir desse momento o Ego já não pode mais sair do seu Corpo Denso, ficando ligado à mãe no ambiente uterino até o momento de nascer aqui.
Nós, Estudantes Rosacruzes, conforme aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes, temos a certeza de que o aborto é uma interferência de caráter destrutivo, é uma violação às leis naturais, às leis da Natureza e quando se refere à Natureza, refere-se a Deus. Cremos que tudo no Universo é planejado e tem um propósito, portanto, o nascimento, a vida e a morte obedecem a traçados muito sábios que correspondem a todas as necessidades do ser humano em evolução, visando o seu progresso, o seu crescimento anímico, a dilatação de sua consciência e o seu bem final.
Cremos que cada vez que renascemos para mais um dia de aprendizado na Escola da Experiência, que é a vida física, tem ano, mês, dia, hora e local para cumprir o nosso destino, para aprender as lições que precisa e dar mais um passo no caminho em espiral, evolutivo, rumo à perfeição. Cremos na imortalidade do Espírito e consideramos o aborto um assassinato, atitude causa um sofrimento lamentável e um rompimento desastroso na trajetória eterna de cada um de nós, quando ocorre um aborto provocado.
(*) Se você quiser se inteirar com mais detalhes sobre esse assunto é só acessar esse link: https://fraternidaderosacruz.com/tag/aborto/
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Quando estudamos o magnetismo, estamos lidando com uma força invisível e normalmente podemos, na melhor das hipóteses, afirmar a forma como ela se manifesta no Mundo Físico, como é o caso sempre que lidamos com qualquer força. O Mundo Físico é o mundo dos efeitos; as causas estão escondidas da nossa vista, embora estejam mais próximas do que nossas mãos ou pés. A força está ao nosso redor, é invisível e vista apenas pelos efeitos que produz.
Se pegarmos um prato com água, como ilustração, e deixá-lo congelar, veremos uma miríade de cristais de gelo, belas figuras geométricas. Essas mostram as linhas ao longo das quais a água foi congelada; são linhas de força que estavam presentes antes que água congelasse; mas eram invisíveis até que as condições apropriadas fossem fornecidas e elas se tornassem manifestas.
Da mesma forma, existem linhas de força entre os dois polos de um ímã; elas não são vistas nem sentidas até que tragamos ferro ou limalha de ferro para o lugar onde elas estão; então elas se manifestarão organizando as limalhas em um padrão ordenado. Ao criar as condições apropriadas, podemos fazer com que qualquer uma das forças da natureza mostre seus efeitos — movendo nossos carros, carregando mensagens na velocidade da luz por milhares de quilômetros etc. —, mas a força em si é sempre invisível. Sabemos que o magnetismo viaja sempre em ângulo reto em relação à corrente elétrica com a qual se manifesta; sabemos a diferença entre as manifestações da corrente elétrica e da corrente magnética, tão dependentes uma da outra, mas também nunca vemos; embora sejam os servos mais valiosos que temos hoje.
O magnetismo pode ser dividido em magnetismo “mineral” e “animal”, embora na realidade sejam apenas um; mas, o primeiro tem muito pouca influência sobre o tecido animal, enquanto o último é geralmente impotente no trabalho com minerais.
O magnetismo mineral é derivado diretamente das magnetitas, que são usadas para magnetizar o ferro; esse processo confere ao metal, assim tratado, a propriedade de atrair o ferro. Esse tipo de ímã é muito pouco usado pois seu magnetismo se esgota, porque é muito fraco em relação ao seu volume e, principalmente, porque a força magnética não pode ser controlada em um ímã chamado “permanente”.
O eletroímã também é um ímã mineral. É simplesmente um pedaço de ferro enrolado em muitas voltas de fio elétrico; a força do ímã varia conforme o número de voltas do fio e a força da corrente elétrica que passa por ele.
A eletricidade está ao nosso redor em um estado difuso, sem uso para fins industriais até que seja comprimida e forçada através de fios elétricos por poderosos eletroímãs. Devemos ter magnetismo em primeiro lugar antes que possamos obter qualquer eletricidade. Antes que um novo gerador elétrico seja iniciado, os “campos”, que nada mais são do que eletroímãs, devem ser magnetizados. Se isso não for feito, eles podem girá-lo até a rachadura da destruição, na velocidade que quiserem, e ele nunca acenderá uma única lâmpada ou moverá um grão de peso; tudo depende do magnetismo estar lá primeiro. Depois que esse magnetismo for iniciado, ele deixará um resíduo, quando o gerador for desligado, e esse chamado “magnetismo residual” será o núcleo de força a ser construído cada vez que os geradores forem reiniciados.
Todos os Corpos Densos de planta, animal e ser humano não passam de “mineral” transformado. Em primeiro lugar, todos eles vieram do Reino mineral e a análise química dos Corpos Densos das plantas, dos animais e dos seres humanos revela esse fato além de qualquer objeção. Além disso, sabemos que as plantas obtêm seu sustento do solo mineral e tanto o animal quanto o ser humano estão “comendo mineral” quando consomem plantas como alimento; mesmo quando o ser humano come os animais, ele está comendo compostos minerais e, portanto, obtém com seu alimento tanto as substâncias minerais quanto a força magnética que elas contêm.
Essa força é o que vemos se manifestando como a hemoglobina, a matéria vermelha do sangue, que atrai o oxigênio vital quando entra em contato com ele nos milhões de minúsculos capilares dos pulmões, separando-se quando passa pelos capilares, que, por todo o corpo, conectam as artérias e as veias. Por que isso é assim? Para entender devemos nos familiarizar um pouco mais com a forma como o magnetismo se manifesta nos usos industriais. Há sempre dois campos, ou um múltiplo de dois campos, em um gerador ou motor — cada campo alternativo ou ímã sendo “polo norte” e todos os outros, “polo sul”. Se desejamos operar dois ou mais geradores “em múltiplo” e forçar a eletricidade no mesmo fio, o primeiro requisito é que a corrente magnética nos ímãs do campo corra no mesmo sentido.
Se não fosse esse o caso, não correriam juntos; eles gerariam correntes indo em sentidos opostos, queimando seus fusíveis. Isso ocorreria porque os polos de um gerador, que deveriam ter atraído, repeliram ou vice-versa. O remédio é trocar as pontas do fio que magnetiza os campos; então a corrente magnética em um gerador se tornará como a corrente do outro e ambos funcionarão suavemente juntos.
Condições semelhantes prevalecem na cura magnética: um certo tom vibratório e polaridade magnética foram infundidos em cada um de nós, quando as forças astrais (do Sol, da Lua e dos Planetas) passaram por nossos Corpos (Denso, Vital e de Desejos) e pela Mente e nos deram o batismo astral, no momento em que respiramos de forma completa pela primeira vez. Isso é modificado durante nossa peregrinação pela vida, mas o impulso inicial permanece imperturbável e, portanto, o horóscopo do nascimento essencialmente retém o poder para determinar nossas simpatias e antipatias, bem como todos os outros assuntos. Mais ainda, seus pronunciamentos são mais confiáveis do que nossos gostos e desgostos conscientes.
Às vezes, podemos conhecer uma pessoa e aprender a gostar dela, embora tenhamos a sensação de que ela tem uma influência hostil sobre nós, a qual não podemos explicar e, portanto, nós nos esforçamos para deixar de lado; mas uma comparação entre o seu horóscopo e o nosso revelará a razão e se formos sábios, prestaremos atenção ao seu aviso ou, tão certo quanto os Planetas circulantes se movem em suas órbitas ao redor do Sol, viveremos para lamentar nosso desrespeito a essa caligrafia na parede.
Mas, também há muitos casos em que não sentimos a antipatia entre nós e uma determinada pessoa, embora o horóscopo a revele; se virmos os sinais, ao comparar os dois horóscopos, poderemos nos sentir inclinados a confiar em nossos sentimentos, em vez de confiar no roteiro estelar dos horóscopos. Com o tempo, isso também levará a problemas, pois a polaridade astral certamente se manifestará com o tempo, a menos que ambas as partes estejam suficientemente evoluídas para “governar suas estrelas” em grande medida.
Essas pessoas são poucas e distantes entre si em nosso atual estágio de evolução. Portanto, faremos bem se usarmos nosso conhecimento da escrita estelar para comparar nossos horóscopos com aqueles que pelo menos entram intimamente em nossas vidas. Isso pode poupar tanto a eles quanto a nós muita miséria e mágoa. Aconselhamos este curso particularmente no que diz respeito a um curandeiro e seus pacientes ou a um possível parceiro ou uma possível parceira para um relacionamento conjugal.
Quando uma pessoa está doente, a resistência está no ponto mais baixo e, por isso, ela é menos capaz de resistir às influências externas. Assim, as vibrações do curador têm efeito praticamente irrestrito e mesmo que ela possa ser animada pelo mais nobre dos motivos altruístas, desejando derramar sua própria vida em benefício do paciente, se suas “estrelas” forem adversas no nascimento, seu tom vibratório e o magnetismo tendem a ter um efeito hostil sobre o paciente. Portanto, é de primeira necessidade que qualquer curador tenha um conhecimento de Astrologia Rosacruz e da Lei da Compatibilidade, pertença ele àqueles que reconhecidamente curam por magnetismo e imposição de mãos, ou às escolas regulares de profissionais de saúde, porque também infundem suas vibrações na aura do paciente e ajudam ou atrapalham de acordo com a concordância entre a sua polaridade astral e a do paciente.
O que foi dito a respeito do curador aplica-se com força dez vezes maior ao enfermeiro e a enfermeira, pois ele ou ela está com o paciente praticamente o tempo todo e seu contato é muito mais íntimo.
Para curador, o profissional de saúde e paciente a compatibilidade é determinada pelo Signo Ascendente, pelo Planeta Saturno e pela Sexta Casa. Se os seus Signos Ascendentes concordarem em natureza, de modo que todos tenham Signos de Fogo na cúspide de primeira Casa ou todos tenham Ascendentes com Signos de Terra, de Ar ou de Água, eles serão harmoniosos, mas se o paciente tiver Ascendente com Signos de Água, um curador ou um profissional de saúde com Ascendente com Signos de Fogo têm um efeito muito prejudicial.
Também é necessário ver se Saturno, no horóscopo do curador ou do profissional de saúde, não está em um dos graus do Zodíaco dentro da sexta Casa do paciente.
No que diz respeito à relacionamentos conjugais, a polaridade astral é mostrada principalmente pela consideração da Lua e de Vênus femininos no horóscopo de um homem, pois descrevem suas atrações pelo sexo oposto; no horóscopo de uma mulher, o Sol e Marte masculinos têm um significado semelhante. Se esses Astros estiverem harmoniosamente configurados e os Signos nas cúspides da sétima Casa dos possíveis parceiros concordarem, a harmonia prevalecerá, especialmente se o Sol, Vênus ou Júpiter de uma pessoa estiver na Sétima Casa da outra. Mas se os Astros mencionados afligem um ao outro, ou as sétimas Casas das partes estão em desarmonia, ou se Saturno, Marte, Urano ou Netuno de um está em algum grau incluído na sétima Casa do outro, é a escrita óbvia indicando que a polaridade astral é desarmônica e que a tristeza está reservada para eles, se permitirem que suas emoções evanescentes os unam em um vínculo de infelicidade; pois é fácil mudar os fios do campo em dois geradores elétricos para que suas polaridades coincidam, mas é extremamente difícil inverter a polaridade astral de uma pessoa para fazê-la concordar com a recebida por outra em seu batismo astral.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: Um médium é um Clarividente negativo ou involuntário e está sob o controle de um Espírito que se encontra no Mundo do Desejo. Ele ou ela corresponde à vítima de um hipnotizador no Mundo Físico. No caso do hipnotizador, ele é visto por sua vítima quando está em estado de vigília, enquanto o médium não vê o Espírito que o controla até que o médium tenha sido expulso do seu corpo. Então, o médium é revestido com seu Corpo de Desejos e, portanto, normalmente é incapaz de se lembrar das suas experiências vivenciadas.
Todas as suas experiências ocorrem enquanto o Corpo Denso estava em transe. É o Ego envolto pela Mente e pelo Corpo de Desejos que abandona o Corpo Denso, e a mesma separação ocorre também no sono normal sem sonhos, porém, com a diferença de que o Corpo Denso não é simplesmente abandonado na cama, mas o Espírito controlador, normalmente, entra no Corpo Denso do médium, tomando posse e usando-o a seu bel prazer, sendo muitas vezes em grande detrimento do médium. Pois, quando tal Espírito foi um bêbado ou um libertino durante a vida terrena, frequentemente, ele usará o corpo do médium para satisfazer seu desejo por bebida alcoólica ou por seus instintos inferiores e sensuais.
Nós não podemos impressionar as pessoas com toda a seriedade necessária de que esse Corpo Denso – o corpo físico – é nosso instrumento mais valioso, e que é um erro enorme abandoná-lo à mercê de um hipnotizador ou de um Espírito de controle. No caso dos médiuns, há um perigo ainda maior, pois às vezes não é um Ego humano comum que exerce o poder de controle, mas um Elemental que, normalmente, não pode atuar no Mundo Físico. Quando o médium, após a sua morte, entra no Mundo do Desejo, o Elemental já obteve tal poder sobre o Corpo de Desejos do médium que poderá roubar esse veículo do seu próprio dono. O Corpo de Desejos é o veículo em que se origina o incentivo para a ação e, portanto, quando um Ego é privado desse veículo, não há nada que o faça renascer aqui. O Elemental pode se apoderar desse Corpo de Desejos por milhões de anos e, assim, enquanto o resto da humanidade está progredindo, o infeliz Ego, privado do seu Corpo de Desejos, permanece inerte e estará distante de todos os seus semelhantes, até que esteja liberto da escravidão dessa entidade. Portanto, a mediunidade é o maior perigo para a alma que o autor conhece ou é capaz de conceber, exceto a prática da magia negra.
(Pergunta nº 120 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
O pensamento pertence ao mais elevado poder do Espírito, que é a vontade. Portanto, à medida que os poderes potenciais da vontade se desenvolvem, assim também acontece com o poder do pensamento; e tempo virá em que o ser humano, por meio do poder de pensamento e da imaginação, será capaz de criar coisas por meio da palavra falada. Todas as coisas na natureza foram criadas por meio da Palavra de Deus, que se fez carne. O som (a música), ou pensamento falado, será a próxima força da humanidade em manifestação, uma força que fará da humanidade seres humanos criadores como Deus.
No entanto, esse passo para frente não pode ser realizado até que o desenvolvimento do ser humano na escola da vida o tenha preparado para usar esse enorme poder para o bem de todos, independentemente do interesse próprio. Portanto, é extremamente necessário que cada indivíduo aprenda, por si mesmo, como realizar esse desenvolvimento da maneira mais rápida e segura. O ser humano tem conhecimento do método, mas depende especificamente dele se colocará isso em prática ou não. Os poderes potenciais do ser humano, o Espírito, são: a Vontade, que é o poder de fazer, instigar a ação; Sabedoria, que é, conjuntamente, o poder de atração, coesão e união e Atividade, que é o poder da germinação, criação e desenvolvimento.
Um dos maiores auxiliares do Espírito, no desenvolvimento de seus poderes potenciais para a eficiência dinâmica, é a música, pois manifesta esses mesmos poderes de Deus em um estado aperfeiçoado. Seu poder da vontade está expresso na melodia, seu poder de Sabedoria está expresso na harmonia e seu poder de Atividade está expresso no ritmo. O poder do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com a Vontade, e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de sua vontade. O Espírito de Vida do ser humano está correlacionado com o Sabedoria e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de suas potencialidades de Sabedoria.
O poder do Espírito Humano do ser humano desenvolve sua habilidade para criar. O poder ou a Vontade do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com o Corpo Denso, e o poder do Espírito Humano está correlacionado com o Corpo de Desejos. Isso fornece três fontes diretas, das quais o Espírito obtém ajuda no desenvolvimento de seus poderes potenciais. Não há ajuda maior no desenvolvimento dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois ela é composta das três partes, que a correlacionam aos poderes potenciais do Espírito.
Não existe nenhuma ajuda maior no desabrochar dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois é composta das três partes que a correlacionam às potencialidades do Espírito. A boa música eleva a vibração de cada uma das fontes de desenvolvimento do Espírito, a saber, o Espírito Divino, o Espírito de Vida, o Espírito Humano e o elo da Mente que une o Espírito aos seus: Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos. O despertar da vibração dessas sete fontes de poder desenvolve os poderes do Espírito. No entanto, músicas discordantes abaixam sua vibração, cuja continuação resultará em perda de poder e desintegração dos quatro veículos inferiores.
Faremos um resumo do porquê e como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais do Espírito:
E, agora, um resumo do porquê e como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais de cada Corpo e da Mente:
Para cada um do Tríplice Espirito e do Triplice Corpo há os acordes de cada nota-chave. Vamos ver quais são esses acordes: o piano não é o resultado do esforço do ser humano para reproduzir os tons do seu próprio eu interior, mas é um produto da percepção do ser humano materializada na música e, consequentemente, é um instrumento puramente terrestre. Portanto, não é apenas um instrumento interessante, mas um instrumento valiosíssimo para aqueles verdadeiros músicos que são capazes de contatar a autêntica música do Mundo celestial, trazê-la à Terra e fazendo com que o ser humano produza um instrumento capaz de reproduzi-la. O piano é o instrumento que preenche quase todo o espectro de frequência, e é um dos únicos.
Ainda que todos os instrumentos mecânicos e o rádio sejam de grande utilidade, nunca substituirão o piano, para aqueles que aprenderam o valor dos acordes correlacionados ao desenvolvimento do Espírito e de todos os seus veículos. O teclado do piano apresenta para o executante suas 88 teclas (52 brancas e 36 pretas), que produzem 124 notas.
As teclas brancas produzem 52 (5+2) dos 124 (1+2+4) tons, e as teclas pretas produzem 72 (7+2) tons.
As notas são essas – e a frequência (em Hertz – Hz) de cada uma delas, considerando o padrão: Lá em 440 Hz:
Nove é o número da humanidade e sete (3+4) é o número dos três (3) poderes espirituais do ser humano (N.R: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), mais seus quatro (4) veículos – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.
Existem cinco (5) linhas na pauta musical e quatro (4) espaços – 5 + 4 = 9 – e temos outra vez o número da humanidade:
Existem sete notas na escala musical: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, que mudam de posição na pauta. Por exemplo, se a escala é Dó natural, o primeiro Dó é encontrado na linha acrescentada abaixo da pauta (isso na clave de Sol):
Se há um sustenido do Dó, ele deve ser indicado junto da nota, ou na armadura, logo depois da clave de Sol, no espaço entre a terceira e quarta linhas da pauta. Isto nos indicará que estamos no tom de Ré Maior (escala com dois sustenidos: Fá # e Dó #):
Se há um bemol – por exemplo: Sib – ele deve ser indicado logo depois da armadura da clave de Sol, na terceira linha da pauta. E teremos, então, o tom de Fá Maior, sendo que a nota Fá será escrita no primeiro espaço da pauta (entre a primeira e segunda linhas):
A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior) que tem cinco bemóis, a saber: Sol bemol, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior), que tem 3 bemóis, a saber: Lá bemol, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), que tem 6 sustenidos, a saber: Lá sustenido, Dó sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Câncer é Lá sustenido Maior, que tem 4 bemóis, a saber, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Leão é Si sustenido Maior, que tem 2 bemóis, a saber, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Virgem é Dó natural Maior e não tem sustenido ou bemol.
A nota-chave de Libra é Ré Maior, e tem 2 sustenidos, ou seja, Fá sustenido, Dó sustenido.
A nota-chave de Escorpião é Mi Maior e tem 4 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido e Ré sustenido.
A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem 1 bemol, a saber, Si bemol.
A nota-chave de Capricórnio é Sol Maior e tem 1 sustenido, a saber, Fá sustenido.
A nota-chave de Aquário é Lá Maior e tem 3 sustenidos, Fá sustenido, Dó sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Peixes é Si Maior, e tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido, Ré sustenido, Lá sustenido (Mi e Si são as únicas não sustenidos).
A música contém dentro de si os três grandes poderes primários de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade; e são esses poderes dinâmicos combinados que têm sido usados pelo Criador desde o início da manifestação.
São João, o grande revelador, cita que no princípio era o Verbo; e Max Heindel afirma que foi o majestoso ritmo da Palavra de Deus que transformou a substância primitiva, Arche, nas numerosas formas que compõem o mundo dos fenômenos; e além disso, que essa Palavra de Deus ainda soa para manter as órbitas em marcha e para impeli-las à frente em seus caminhos circulares; e que a Palavra Criadora continua a produzir formas de eficiência cada vez maiores como um meio de expressar a vida e a consciência. É a enunciação harmoniosa das sílabas consecutivas na Palavra Criadora Divina que marca os estágios sucessivos no desenvolvimento, tanto do mundo quanto do ser humano; e quando a última sílaba for soada e a Palavra completa pronunciada, a humanidade terá alcançado o grau mais próximo da perfeição, tanto quanto é possível no atual esquema de evolução.
Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, fato este conhecido por todos os estudantes ocultistas avançados. Eles percebem que os doze semitons na escala cromática estão correlacionados com os doze Signos do Zodíaco, e que as sete teclas brancas, ou tons inteiros, no teclado do piano estão correlacionados com os Sete Espíritos diante do Trono, comumente designados como: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano, que trabalham por meio das vibrações enviadas por eles mesmos. O ocultista avançado estabelece uma relação entre: os Signos do Zodíaco, a caixa de ressonância da harpa cósmica e os sete Planetas para com as cordas, cujos planetas emitem sons diferentes à medida que passam pelos vários Signos Zodiacais e, portanto, influenciam a humanidade de várias maneiras.
Um fato surpreendente, até desconhecido e não percebido, é que cada indivíduo é, em si mesmo, um instrumento musical, onde várias partes de sua composição total estão correlacionadas, através de tons vibratórios, aos Sete Espíritos diante do Trono e aos doze Signos do Zodíaco, todos os quais são guiados e dirigidos pelo Criador do nosso Sistema Solar. É por essa razão que a música é um fator de grande poder no desenvolvimento das potencialidades do ser humano. Sem isso, não poderia haver manifestação e, portanto, nenhum progresso. Aqui encontramos a razão oculta para a admoestação dos iluminados: “Homem, conhece a si mesmo”. Assim que cada indivíduo chegar à compreensão consciente de sua verdadeira natureza, ele possuirá a chave de todo o progresso futuro.
(trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Resposta: Suponhamos que uma criança normal receba durante seus folguedos um forte golpe na cabeça, tornando-se, consequentemente, um anormal, ou entrando em estado de coma, não haveria hesitação em proceder-se a uma cirurgia craniana para lhe restaurar o estado normal de consciência.
Analogamente, qual o motivo para não se dedicar iguais cuidados a um bebê recém-nascido? Será criminoso permitir a morte da uma criança por falta de cuidados médicos, independentemente de sua idade. É igualmente lamentável o descuido para com um recém-nascido, uma vez que após a passagem do Ego pelo útero materno, a fim de adquirir experiências na escola da vida, assumimos a responsabilidade de ajudá-lo em seus esforços para a manutenção da vida, de todos os modos possíveis.
Pergunta-se: O Ego haure experiências de uma vida transcorrida num estado de insalubridade mental? SIM. O Ego, em si mesmo, não está sujeito à loucura ou à insanidade. Há, isso sim, ligações defeituosas entre os vários veículos, a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso, que se manifestam em estados de loucura ou insanidade.
Quando a ligação imperfeita se produz entre os terminais cerebrais e o Corpo Vital, o resultado será uma criança “idiota”, em muitos dos casos, melancólica, mas geralmente inofensiva. Quando a anomalia se registra entre o Corpo de Desejos e o Corpo Vital, observaremos condições quase similares, notando-se casos como a epilepsia, dança de São Vito (doença Coreia reumática de Sydenham), etc. A loucura de natureza violenta resulta de uma ligação imperfeita entre o Corpo de Desejos e a Mente. Quando há conexão imperfeita entre o Ego e a Mente, teremos então um indivíduo que poderíamos classificar de “desalmado”, o mais perigoso de todos. Ele se caracteriza pela astúcia, que usará do modo mais diabólico possível.
Se considerarmos o corpo, ou os vários corpos do ser humano como um instrumento musical sobre o qual o Ego executa a sua partitura, ele conseguirá uma sinfonia de maior ou menor beleza de acordo com a sua condição evolutiva. Quando há, porém, conexões defeituosas ou mesmo interrompidas, o Ego se encontra na mesma posição de um grande músico forçado a executar a sua música num instrumento com um número incompleto da cordas. Só conseguirá emitir sons dissonantes. Para o músico, a execução em tais condições seria uma tortura. É exatamente essa a posição de um Ego encarnado numa Personalidade mentalmente insana. Por motivos oriundos de vidas passadas deverá utilizar um corpo incapaz de ser controlado. O sofrimento é maior ou menor, conforme o grau de evolução, podendo, dessa maneira, assimilar as suas lições na escola da vida, em sua escala rumo à perfeição. É, de fato, uma triste condição. Não devemos, porém, olvidar que a duração de uma vida, um longo período para nós, constitui um momento fugaz para o espírito. E caso tenha assimilado bem a sua lição, poderá retornar à Terra, no próximo renascimento, em um corpo sem esses problemas.
Quanto à última parte da pergunta, se podemos considerar a loucura ou insanidade como uma doença hereditária podemos responder tanto na afirmativa como na negativa, dependendo do aspecto do problema a ser considerado. Do ponto de vista espiritual, conforme mencionado, a insanidade não é um defeito do Ego. Não poderá, contudo, devido às suas falhas de caráter, construir um corpo que não expresse essa insanidade. Assim sendo, será encaminhado a uma família de idênticas tendências, segundo o princípio da atração dos semelhantes. Os músicos geralmente se congregam em teatros, auditórios e conservatórios. Procuram sempre renascer em família de músicos. Assim renascerão dotados de certas faculdades como dedos longos e ágeis, fibras de Corti extremamente delicadas, ensejando-lhes sensibilidade em sua expressão musical. Os jogadores se reúnem nos hipódromos, cassinos etc. Os malfeitores também têm seus grupos, similarmente, pessoas com iguais defeitos serão atraídas para famílias com idênticos problemas.
Assim, examinando o problema pelo ângulo da forma trata-se, de fato, de mal hereditário. Alguns cientistas analisam a questão através de um enfoque exclusivamente materialista. Defendem o ponto de vista segundo o qual deve-se limitar ou impedir o nascimento de débeis mentais, ensejando-se, dessa maneira, a erradicação completa do mal. Desconhecem, entretanto, a analogia entre o ser humano e o caracol. Assim como a substância fluida do corpo do caracol produz a sua casa (que ele carrega consigo), assim os antigos atos do Espírito cristalizam-se num corpo o qual deverá habitar até seu desgaste completo.
Não haverá solução através de terapias dirigidas somente para o Corpo Denso, como um caracol doente não poderia ser curado por meio de aplicações em sua casa. Como disse Emerson: “O doente não é mais do que um pecador pagando abertamente suas transgressões para com as leis naturais”. Os insanos pertencem a essa categoria, para ajudá-los devemos aplicar meios espirituais de educação, pois todos os outros métodos não passam de paliativos que poderão amenizar o sofrimento, sem, contudo, atingir a fonte da moléstia.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: Em primeiro lugar, obviamente que a grande maioria dos médiuns não percebem o perigo que há. Sobretudo, eles não estão conscientes do enorme perigo que os ameaça após a morte. O Corpo de Desejos poderá permanecer sob o comando do Espírito de Controle. Se tentassem frear a influência do Espírito de Controle, enquanto ainda estão aqui no corpo, notariam que essa entidade tem um controle extremamente forte sobre eles, controle esse que será muito difícil de se romper, e eles deveriam perceber que, naturalmente, quando chegar a morte e eles retornarem a este mundo aqui com esses Espíritos de Controle, o perigo ainda será maior.
O autor conheceu alguns casos em que os médiuns hesitaram e tentaram escapar das ciladas dos Espíritos de Controle, mas não conseguiram romper a forte influência dessas entidades. Eles ficaram desamparados e indefesos. Os médiuns procuraram o autor em busca de ajuda e lhe disseram que eram quase irresistivelmente compelidos por esses Espíritos de Controle a cometer suicídio e assassinato; esclareceram haver implorado e sugerido que esses Espíritos de Controle os deixassem em paz, mas foi em vão. Existem casos conhecidos, também, em que os Espíritos de Controle arrastaram impiedosamente suas vítimas para fora da cama no meio da noite, contra a vontade delas e as forçaram a ouvir suas importunações. Muito raramente se ouve dizer que demonstrem alguma misericórdia. Embora o autor tenha conhecido médiuns que adoeceram por causa de tal procedimento, somente soube de um caso em que a doença do médium induziu os Espíritos de Controle a ouvir seu apelo e deixá-lo em paz por alguns meses, enquanto ele se recuperava.
Assim se verá que a mediunidade, uma vez iniciada, não é mais uma questão de escolha dos médiuns; pois, eles perdem o poder de excluir os Espíritos que os controlam. Enquanto eles cumprem as ordens de seus obsessores, permanecendo dóceis, eles podem até não sentir nada; mas, deixe um deles tentar recuar, e ele (ou ela) logo sentirá o freio e a espora do obsessor, que os usará impiedosamente.
(Pergunta nº 130 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
A obsessão é um estado na qual um Espírito desencarnado toma possessão permanente do Corpo Denso e Vital de uma pessoa, depois de haver expulsado seu dono. Porém, algumas vezes ocorre que um indivíduo que tem algum vício, como o de embriagar-se, apresenta como desculpa que estampa obsidiado. Quando isso acontece, quase sempre se pode ter a certeza de que não é mais que um pretexto. Um ladrão que rouba algo aqui no Mundo Físico não vai divulgar seu furto; nem uma entidade obsessora vai proclamar esse feito. A essas entidades não importa absolutamente o que se pense da pessoa, cujo corpo tenham roubado, nem têm motivos para divulgar sua condição e arriscar um exorcismo.
Existe uma maneira infalível para determinar se uma pessoa está possessa por meio do diagnóstico do olho. “Os olhos são as janelas da alma“[1]. Somente o dono verdadeiro é capaz de contrair e dilatar a íris do olho. Se um indivíduo realmente está possesso, a íris dos seus olhos não se dilatará quando entrar num quarto escuro ou quando se fixar em um objeto distante. Também não se contrairá quando sair ao sol ou quando se fixar em letras pequenas. Em resumo, a íris dos seus olhos não responde nem à luz nem à distância, quando e pessoa está possessa. Não obstante, existe uma enfermidade chamada “ataxia locomotriz” na qual a íris não responde à distância, porém responde à luz. Os Espíritos apegados à Terra sentem atração pelas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, a qual interpenetra os Éteres do Mundo Físico. Esses Espíritos estão em estreito contato com as pessoas terrestres que se encontram em melhores condições para a execução de seus projetos infames. Normalmente, permanecem nesse estado apegados à Terra por cinquenta, sessenta ou setenta e cinco anos, porém, sabe-se de casos muitos raros em que tais espíritos permaneceram assim por séculos. As investigações de Max Heindel indicam que não há limite às suas ações ou ao tempo em que podem ficar apegados à Terra. Porém, durante esse período estão acumulando muitos pecados, sofrimento pelo qual não podem escapar, porque seu Corpo Vital imprime em seu Corpo de Desejos um arquivo das suas más ações. Quando se desprendem da Terra e entram na existência purgatorial – no Purgatório que se localiza especificamente nas três Regiões inferiores –, enfrentam-se com a justa recompensa que bem merecem. Naturalmente esse sofrimento aumenta conforme o tempo que permaneceram em suas práticas nefandas depois da morte do Corpo Denso, que é outra prova de que “mesmo que os moinhos de Deus moam muito lentamente, o fazem com precisão”.
Quando o Espírito, por fim, abandona o Corpo de Pecado e sobe ao Segundo Céu, este Corpo de Pecado não se desintegra tão rápido como o faz normalmente o cascão de pessoas normais.
Isto acontece porque o elo dos Corpos Vital e de Desejos dão ao Corpo de Pecado uma consciência que é notável. O cascão não pode raciocinar, porém tem uma astúcia tal que dá a impressão de estar animado por um Espírito, por um Ego, e isso o capacita a levar uma vida individual por muitos séculos. O Espírito liberto entra no Segundo Céu, mas por não ter feito nada na Terra para merecer uma longa permanência ali ou no Terceiro Céu, fica somente o tempo suficiente para criar um novo ambiente para si, e logo volta a renascer muito mais breve do que o normal, a fim de satisfazer suas ânsias pela vida material que tanto o atrai.
Quando este Ego retorna à Terra é natural que o cascão da sua vida anterior se adira a ele e permaneça assim durante a vida inteira como um demônio. As investigações a esse respeito provaram que esta classe de entidades sem alma era muito comum nos tempos bíblicos. Foi a eles a que se referiu nosso Salvador quando falou dos demônios, que eram a causa das possessões e enfermidades descritas na Bíblia. A palavra grega “daimon” os descreve com precisão.
No Conceito Rosacruz do Cosmos vemos que o Ego, o ser humano verdadeiro, é um Tríplice Espírito que funciona em um Tríplice Corpo, contando com a Mente como o elo, e que somente um, o Corpo Denso, pode-se ver com os olhos físicos. São Paulo cita no ICor 15:40: “... e há corpos celestiais e corpos terrestres…”. E no capítulo 15:44, “Há corpo animal e há corpo espiritual“. Os Ensinamentos Rosacruzes reconhecem os corpos natural e espiritual, mencionados por São Paulo, mas também afirmam que estes dois corpos são interpenetrados por um corpo invisível chamado de Corpo Vital, o qual mantém a saúde do Corpo Denso, restaurando e recompondo o que ser humano destrói com seus desejos durante o dia. Além disso, coloca que cada corpo do ser humano corresponde a certo Mundo invisível que o rodeia e que o Mundo e o corpo correspondente estão compostos do mesmo tipo de matéria. Os diferentes planos de existência – o químico, o etérico e o de desejos – são de diferentes densidades e se interpenetram. Por exemplo, no Mundo do Desejo a densidade da matéria a faz atuar de uma forma similar ao fumo; o mais pesado se adere às regiões baixas da Terra, enquanto que o mais puro e rápido ascende ao ar.
Durante a vida física, o ser humano desenvolve seus corpos invisíveis constantemente por seus pensamentos, sentimentos, desejos e emoções. Caso seus desejos se fundem numa vida de sensações, se passa seu tempo com prazeres inúteis, para sua própria satisfação, se não aspira a outra coisa que não seja o dinheiro, então seu Corpo de Desejos pode ser comparado ao fumo negro e pesado. Depois de passar à vida de além-túmulo, será atraído para uma região chamada Purgatório, a mais próxima do Mundo Físico. Neste lugar tem que purgar-se de todos os seus desejos impuros; tem que limpar o Corpo de Desejos antes de poder subir à região superior chamada Primeiro Céu.
Se conduzíssemos um ser humano culto e sensível, que tenha levado uma vida pura e decente, para os guetos de uma cidade e o obrigássemos a viver em tal ambiente, sofreria, adoeceria e voltaria com seus afins na primeira oportunidade. Igualmente, se a um ser humano inferior e degradado que sempre viveu num ambiente de imundície, entre pessoas desonestas, o obrigássemos a viver num palácio entre pessoas cultas, ficaria deslocado e voltaria à sua antiga guarida, tão logo quanto possível.
As condições são semelhantes no Mundo do Desejo. O ser humano que levou uma vida pura e espiritual, ao morrer, fica nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo (onde se localiza o Purgatório) por muito pouco tempo. Tão rápido como se desprende de seu Corpo Denso, sobre à matéria mais sútil desse Mundo. Porém, aquele que não conheceu a pureza, que não pensou no mais além, é como o vapor negro e pesado: se adere ao plano físico. Prefere frequentar os antigos lugares, principalmente se guardou rancor contra alguém e quer se vingar. Ficará apegado à Terra até que consiga seu intento, frequentará o mesmo lugar onde vive seu inimigo, ou onde houver reuniões que se evoca os Espíritos desencarnados (e, muitas vezes, até por desconhecimento, os Elementais[2]), até conseguir influenciar alguma pessoa débil e negativa e levar a termo seu plano de vingança. Muitas vezes se lê no relato de um ladrão a alegação, ante o juiz, de que lhe sobreveio uma sensação repentina e não pode mais evitar o delito, alguma força o obrigou a fazê-lo. Os Espíritos desencarnados, frequentemente, incitam um alcoólatra a beber porque, dessa forma, os degenerados do Mundo do Desejo recebem certa satisfação.
É um fato interessante que os espíritos Elementais, sub-humanos, às vezes se apegam a certos indivíduos, à uma família, ou mesmo a uma sociedade religiosa. Não obstante, os veículos desses Elementais não consistem de um Corpo de Pecado composto com um Corpo Vital e Corpo de Desejos entrelaçados, senão do Éter obtido de um médium de natureza moral inferior, uma vez que o Éter assim obtido está em decomposição e, por lhes ser difícil conservar seu veículo, obrigam a quem servem que os alimente com comidas e incenso. Como esses Elementais não podem assimilar os alimentos físicos, vivem das emanações e odores que estas pessoas emitem através do fumo e do incenso. Isto é uma prova de que um ideal nobre não nos protege quando violamos as Leis de Deus, assim como não podemos evitar uma queimadura se colocarmos as mãos numa estufa quente, seja qual for o nosso motivo. Mas quando um médium está movido por desejos nobres e por uma devoção religiosa intensa, é difícil que as entidades malévolas se apoderem do seu Corpo Vital por muito tempo; se cansam rapidamente do esforço e buscam outra vítima que seja mais de conformidade com sua natureza.
Na infância, o sangue costuma subir de temperatura até um nível anormal. Nos anos seguintes, durante o período de crescimento, frequentemente acontece o contrário, porém, durante a desenfreada e impetuosa adolescência, as paixões e a cólera quase sempre expulsam o Ego, devido ao superaquecimento do sangue. Com efeito, dizemos que ebulição da cólera faz a pessoa “perder a cabeça”, ou seja, incapacita-a para o raciocínio. Isto é precisamente o que acontece quando a paixão, a raiva ou a cólera esquentam o sangue, assim expulsando o Ego de seus corpos. É com acerto que se costuma dizer que um indivíduo em tal estado tenha “perdido o controle de si mesmo”. O Ego se encontra fora de seus veículos e eles estão privados da influência direta de seu pensamento, cuja função consiste, em parte, em frear os impulsos. O grande perigo de tais arranques é que algum Espírito desencarnado poderá tomar posse do corpo antes que seu dono volte a entrar nele. A isto se chama possessão. Somente o ser humano que é equânime e que não permite que seu sangue se aqueça, pode pensar corretamente.
Quando alguém morre durante uma briga, com ira ou desejos de vingança, seguirá apegado a seu inimigo por certo tempo. Às vezes, ocorre que um Espírito desencarnado incita uma pessoa negativa do Mundo Físico a executar a vingança que deseja realizar, levando-a a cometer o crime planejado por aquele Espírito.
Nos anos vindouros, quando a humanidade estiver mais iluminada e os juízes, advogados e jurados possuírem mais conhecimentos em relação ao estado post-mortem, não condenarão o criminoso à morte, pois compreenderão que um assassino que passa ao além sem a necessária retrospecção e a quem se joga ao Mundo do Desejo sem preparação, é na verdade, um perigo maior para a sociedade do que o seria em carne e osso. Sem o Corpo Denso, o criminoso se assemelha a um animal selvagem fora de sua jaula. Tem um maior campo de atuação para levar sua vida de crimes, mesmo porque não poderão vê-lo os que “tem olhos de ver, mas não veem”. Se em vez de abrirem a jaula, as autoridades tentassem amansar o animal selvagem, o resultado seria muito melhor. Deveriam colocar o delituoso onde se pudesse lhe ensinar uma vida melhor, pois desse modo salvariam muitas pessoas dos crimes que poderiam cometer sob a influência deste tipo de espíritos invisíveis, ainda apegados à Terra e cheios de ódios e desejos.
É também por isso que a pena de morte, ao invés de servir de freio, na realidade fomenta ainda mais o crime.
A humanidade está escandalizada pela onda de crimes que percorre o mundo todo. Nenhum país está livre de sua influência, especialmente as cidades grandes.
Muitas vezes se pergunta: qual é a origem desta degeneração? O ocultista conhece as razões. Ele conhece as condições do Mundo do Desejo.
Sabe que as Regiões inferiores do Mundo do Desejo estão repletas de Espíritos apegados à Terra, em estreito contato com o Mundo Físico. Estes Espíritos nutriam ódio e desejos muito fortes quando foram arrojados a uma nova vida. Tais Espíritos guardam seus desejos inferiores e buscam sua satisfação.
No Mundo do Desejo existem também muitos Espíritos nobres que compreendem estas condições e permanecem nas Regiões inferiores com o objetivo de auxiliar aos débeis, ensinando-os e levando-os por vias mais retas. Porém, da mesma forma que os assistentes sociais das grandes cidades do Mundo Físico, esses auxiliares podem somente alcançar um número limitado. Há pessoas na Terra que são nobres e altruístas, e quando estão fora do Corpo Denso, enquanto dormem, prestam auxílio amoroso a estes, como Auxiliares Invisíveis. Nesse campo, estão muito ativos os Probacionistas da Fraternidade Rosacruz. Eles também fazem trabalho social na região purgatorial.
Caso um Espírito malévolo obtenha satisfação de seus baixos desejos, influenciando a uma pessoa débil ou a um médium de quem possa alimentar sua natureza inferior, então será necessário a este Espírito muito mais tempo para superar seus desejos e ficaria apegado à Terra até que estivesse totalmente purgado. Se um indivíduo morre antes de superar sua natureza inferior, vive com gente parecida por algum tempo com o fim de satisfazer suas ânsias, seja pelo tabaco, licor ou o sangue, mesmo o luxurioso pode obter algum prazer influenciando outros a que executem atos sensuais, para que possa gozar da satisfação experimentada por eles. Assim como o Espírito abandona seu Corpo Denso ao morrer, da mesma forma descarta seu Corpo de Desejos quando termina suas experiências no Mundo do Desejo. Depois, passa ao Segundo Céu.
O cascão de desejos descartado pelo assassino requer muito mais tempo para desintegrar-se que o de uma alma avançada. O cascão, ou seja, o Corpo de Desejos descartado, o qual possui uma certa consciência individual, é atraído para junto daqueles a quem o Ego tinha formado laços, ou seja, com quem esteve em relação na vida terrestre. Estes cascões podem ser usados por Elementais, os quais por sua vez se apegam a algum médium e se fazem passar por Lincoln, Wagner ou outro personagem famoso que, sem dúvida, já passaram ao Segundo Céu há muito tempo.
O suicida, aquela alma que por desalento destrói o Corpo Denso, é um dos mais desgraçados dos Espíritos apegados à Terra. Ele destrói o templo que é a morada do Deus vivente. O ser humano durante sua vida terrestre prepara o material com o qual constrói a matriz, ou seja, o arquétipo do corpo que irá usar em sua próxima vida. Cada órgão está fortificado ou debilitado segundo seus aspectos na presente vida. Ignora que seus excessos ou abusos produzirão reações e o deixarão com um corpo debilitado em uma vida futura. Uma vida casta e singela constrói um corpo são. “Aquilo que o homem plantar, isto mesmo ele colherá“[3]. Vemos que o ser humano não se transforma pela morte; um pecador não se converte em santo pelo fato de trocar de roupa. Aquilo que o indivíduo semeou em sua vida, deve colher algum dia, em algum lugar, mas tem a oportunidade de arrepender-se e purgar-se de seus pecados enquanto se encontra nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo.
Também, pode optar por estacionar nesta região depois da morte, vampirizando os demais e frequentando os lugares que o atraíram durante a vida terrestre. Pode roubar o corpo de alguma alma débil, para continuar com sua vida libertina e satisfazer seus desejos inferiores. No entanto, algum dia terá que pagar pelas faltas cometidas, cedo ou tarde, por sofrimentos ou tristezas, terá que limpar-se de todos seus pecados e aproximar-se de Deus em corpo purificado e espiritualizado.
Ninguém que mantenha uma atitude mental positiva pode chegar a ser possuído por um Espírito desencarnado ou por um Elemental, porque enquanto se faz valer sua Individualidade, isto é suficiente para impedir que venha algum intruso. Mas sempre há grande perigo onde houver reuniões que se evoca os Espíritos desencarnados (e, muitas vezes, até por desconhecimento, os Elementais), onde os assistentes se colocam em estado negativo. A melhor maneira para evitar a possessão é a de sempre manter uma atitude positiva. Alguém que tenha inclinações negativas não deveria jamais assistir a àquelas reuniões, servir-se de bolas de cristal e outros instrumentos que sempre aparecem com nomes “modernos”, mas que tem a mesma intenção: evocar os Espíritos desencarnados. Isso é prejudicial em todos os casos, pois os que passaram ao além possuem trabalho a fazer e não se deveria fazê-los voltar para cá.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – maio/1986-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.T.: Lc 11:34
[2] N.R.: Além das Hierarquias Divinas e das quatro Ondas de Vida de Espíritos Virginais que se acham evolucionando agora no Mundo Físico por meio dos Reinos Mineral, Vegetal, Animal e Humano, existem ainda outras Ondas de Vida que se manifestam nos Mundos invisíveis. Entre elas existem certas classes de espíritos sub-humanos que são chamados Elementais. Ocorre algumas vezes de um desses Elementais tomarem posse de um Corpo de Pecado ou de algum outro e deste modo confere uma inteligência extra a tal ser.
[3] N.R.: Gl 6:7