Sim, tenho sofrido por alguns meses. Podem me perguntar: “Por que não me inscrevo no Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz, para me submeter à Cura Rosacruz?”. Eu já fiz isso imediatamente após o primeiro ataque agudo da doença que me acomete.
Acreditei que todos que fizeram a inscrição no Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz fossem rapidamente curados. Receio que não tenha estudado cuidadosamente as orientações que tive acesso de como tudo isso funciona. Estudando com mais atenção reparo que não encontro nenhuma declaração ali que me faça concluir que Cristo, nosso Grande Médico, curou ou mesmo aliviou todos que foram até Ele.
Lemos: “Ele curou muitos.”[1]. “Ele expulsou demônios.”[2]. “Ele ressuscitou dos mortos.”[3] Mas não consigo me lembrar de que esteja declarado em nenhum lugar que ele curou todos os que vieram a Ele com suas doenças e enfermidades; ou que as curas foram todas instantâneas.
As curas mais marcantes são registradas para nossa ajuda, e são mencionadas como milagres. Mas Cristo declarou distintamente “Seja feita segundo a tua fé”[4], e “A tua fé te salvou, vai em paz”[5]; mas lemos em outro lugar “A fé sem obras é morta.”[6] — uma fé morta não poderia ajudar na cura. Novamente lemos, “Ele não pôde fazer nenhuma obra poderosa ali por causa da incredulidade deles”[7], o que parece mostrar que uma fé viva e atuante tem muito a ver com a cura. Não colocando todo o trabalho no Irmão Maior, mas nós mesmos nos esforçando para encontrar a causa, para aprender onde transgredimos as Leis da Natureza, e nos pondo a trabalhar fielmente para ordenar nossas vidas de acordo com essas Leis. Então as forças Cósmicas podem trabalhar através de nós sem obstrução — sem causar doenças.
Repetidamente Cristo nos exorta a ter Fé que seja “fé viva”, não “fé cega”.
Você está me perguntando de onde vem o poder de curar? Cristo também responde a essa pergunta. “Por mim mesmo, nada posso fazer; o Pai faz as obras”[8]; e essa é a resposta de todos conectados com o trabalho de cura.
Você pergunta: “Se estou realmente tentando sinceramente seguir fielmente as Leis de Deus, por que não fui curado há muito tempo?”. Minha visão espiritual pode estar tão ofuscada pelo longo desuso que não consigo perceber claramente quando estou fazendo o certo ou o errado, e muitas vezes quando desejo fazer o certo, uma força parece me arrastar para o caminho oposto. Até que eu tenha desenvolvido a força de vontade para resistir a esses ataques, não posso caminhar firmemente para a frente; mas mesmo se pudesse, ainda assim minha oração sincera pode não ser respondida da maneira que desejo, porque as causas que foram postas em movimento não devem ser interrompidas apenas porque desejo ter facilidade; meu irmão e minha irmã também devem ser considerados.
Ah, não! Não há fatalismo nisso, apenas desejo de servir aos outros, em vez de atrapalhá-los para meu prazer e conforto.
Deixe-me contar um episódio que li na vida de um homem. Ele viveu muitos anos atrás, numa época em que as pessoas eram mortas se sua Religião não tivesse a aprovação dos que estavam no poder.
Ele era muito pobre, mas estava sempre ajudando os que estavam em apuros e sem querer nada em troca, e pregando uma nova doutrina nas ruas e nos lugares do campo, onde multidões vinham ouvi-lo; e quando descobriram que ele podia curar as pessoas, trouxeram muitos que estavam doentes, sentindo que de alguma forma milagrosa ele poderia curá-los, o que ele frequentemente fazia.
Ele não reivindicou nenhum poder próprio, mas em resposta a perguntas declarou que Deus trabalhou através dele. Aqueles em autoridade chamaram isso de profanidade e enviaram um guarda para prendê-lo.
Ele era o que chamamos de Clarividente e podia prever exatamente o que estava prestes a acontecer — ele sabia que os guardas o prenderiam, ele seria julgado, condenado e morto. Olhando para o futuro, sua coragem parecia falhar, então, no crepúsculo da noite, ele foi a um jardim solitário e orou a Deus para que, se possível, ele pudesse ser poupado dessa grande provação; ele orou com grande fervor, terminando com as palavras bem conhecidas: “não seja feita a minha vontade, mas a Tua”.
Mas não foi possível alterar os eventos. Tudo aconteceu como ele havia previsto, e ele sofreu uma morte dolorosa nas mãos de seus perseguidores.
Eu recitei esta história para mostrar a você que as orações nem sempre são atendidas, mesmo as orações do melhor homem que já viveu. Ter feito isso naquele momento teria alterado todo o plano de salvação para a Humanidade; e pela mesma causa, em um grau extremamente minúsculo, nossas orações e preces para a remoção de nossos sofrimentos não podem ser respondidas, a menos que a lição tenha cumprido seu propósito, caso contrário, a ordem cósmica seria destruída.
Às nossas súplicas por saúde, ou por qualquer outra coisa, devemos acrescentar sinceramente: “Seja feita a Tua vontade”. Somos seres tão duros de coração que, muitas vezes, é somente por meio de doenças ou sofrimento que nós mesmos nos despertarmos para as realidades da vida, mas você pode ter certeza de que, assim que a lição for aprendida, o pecado expiado, a restrição será removida (Lição aprendida; Ensino suspenso).
Na Oração do Senhor – Oração do Pai-Nosso – pedimos que a vontade do Pai seja feita em nossos Corpos. Não é Seu plano que um de nós sofra de doença ou qualquer outra aflição, mas mesmo o mais sábio entre nós, por meio de nossa ignorância das Leis da Natureza, libera forças que causam sofrimento físico. Outros, sabendo qual é o caminho certo, persistem em tomar a estrada errada — esses, somos informados, serão “espancados com muitos açoites”[9]. Se um destes últimos nomeados (talvez eu mesmo) solicitar cura, pareceria justo para você se Deus removesse a aflição imediatamente, se eu não tivesse reconhecido onde havia quebrado a Lei de Deus, me arrependido da ofensa e desejado andar com mais cuidado no futuro?
Pelo que eu disse, você verá que não estou culpando ninguém, além de mim mesmo, pela minha falta de saúde perfeita. Quando eu me ajustar às Leis da Natureza, serei merecedor da cura.
Vamos nos esforçar para saber que podemos fazer,
O que eleva, enobrece é certo e verdadeiro,
Com amor a todos e ódio a ninguém,
Vamos evitar nenhum dever que deve ser feito.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
[1] N.T.: Mc 1:32
[2] N.T.: Lc 4:33-37
[3] N.T.: ICor 15:20
[4] N.T.: Mt 8:13
[5] N.T.: Mc 5:34
[6] N.T.: Tg 2:14
[7] N.T.: Mt 13:58
[8] N.T.: Jo 5:30-31
[9] N.T.: Lc 12:47
Resposta: Isso depende do estágio evolutivo desse Espírito humano. Uma pessoa que não tem o Corpo Denso é exatamente a mesma pessoa de antes, com exceção de que já não possui Corpo Denso. É perfeitamente possível a ela atravessar uma parede espessa ou uma montanha. Entretanto, não tem acesso aos diversos Estratos da Terra. É interessante registrar: muitos Clarividentes e sensitivos comuns, que podem fornecer informações sobre cenas do Mundo do Desejo, dão relatos escassos concernentes ao interior da Terra. Alegam que ao tentarem penetrar ali chocam-se contra uma intransponível muralha. Isso ocorre porque nosso Planeta é o Corpo de um grande Espírito e ninguém pode se aproximar de seu centro, a não ser por meio das Iniciações.
Há nove Estratos terrestres em torno do coração central, o décimo por assim dizer. Nos Mistérios (ou Iniciações) Menores há nove graus. E em cada grau o candidato se habilita a penetrar em um Estrato. Depois de se alcançar a nona Iniciação Menor, a próxima é chamada de primeiro Mistério (ou Iniciação) Maior ou Cristã. E aqui temos quatro Mistérios (ou Iniciações) Maiores ou Cristãs. A primeira Iniciação Maior ensina tudo quanto possamos conhecer do Período Terrestre. A segunda Iniciação Maior enseja o conhecimento a ser obtido pela Humanidade no Período de Júpiter. A terceira Iniciação Maior compreende a sabedoria a ser lograda no Período de Vênus. E a quarta Iniciação Maior encerra o progresso do atual Esquema de Evolução. O Iniciado que alcançou a quarta Iniciação Maior se encontra na mesma situação equivalente ao da Humanidade no Período de Vulcano. Então saberá o que a Terra contém agora e em suas manifestações futuras. Os Mistérios Menores ensejam ensinamentos referentes ao desenvolvimento da Humanidade nos três Períodos anteriores ao atual Período Terrestre.
Esses segredos permanecem velados às pessoas até que possam desvendá-los por si próprias, na forma conveniente. Assim, nenhum Espírito humano, sem Corpo Denso ou não, pode observar o que há no interior da Terra, sem que a Iniciação específica haja despertado suas faculdades latentes.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz outubro/1974 – Fraternidade Rosacruz SP)
Na Memória da Natureza, situada no Mundo do Espírito de Vida, está guardado todo o conhecimento e todos os acontecimentos do passado de tudo que existe, inclusive dos nossos pensamentos, desejos, sentimentos, nossas emoções, palavras, obras, ações e nossos atos; todos os mistérios do futuro também estão ali registrados. Para obter essas informações, basta que o Estudante Rosacruz cultive dentro de si a verdadeira espiritualidade, processo que será acompanhado naturalmente, nesta vida terrena ou em uma vida posterior, pelo desenvolvimento do sexto sentido (ou Clarividência) e do Corpo-Alma, uma subdivisão do Corpo Vital.
Um Clarividente devidamente desenvolvido pode localizar na Memória da Natureza a história de qualquer acontecimento passado que ele queira investigar, mesmo que tenha ocorrido há milhões de anos. O futuro também é um livro aberto para ele. Por meio do Corpo-Alma é possível entrar conscientemente nos Mundos invisíveis, enquanto o Corpo Denso (o físico) é deixado para trás em um estado de sono; e, nesse estado, recolher desses Mundos conhecimentos relativos às leis e condições de cada um deles.
Aqueles que duvidam das afirmações acima serão convencidos da veracidade delas se investigarem suficientemente; no entanto, a prova final da possibilidade de possuir tais poderes pode somente ser encontrada quando uma pessoa começa a desenvolvê-los por si própria. Muitos milhares de pessoas possuem atualmente esses poderes e o número aumenta anualmente. O cientista materialista de hoje é incapaz de lançar qualquer luz no assunto, pois só a Ciência espiritual pode resolver problemas espirituais.
Mas, a Ciência material pode verificar muitos dos fatos extraídos da Memória da Natureza (ou seja, os efeitos) pela Ciência oculta e, desse modo, ser um valioso aliado dessa última.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: De várias maneiras. Em primeiro lugar, muitas pessoas têm grande medo da morte; o simples fato de mencionar a palavra “morte” provoca arrepios nas costas delas e, assim, sempre evitam o assunto. O medo da morte gera pensamentos-forma de uma natureza hedionda e quando uma pessoa abandona o Corpo Denso, por ocasião da morte para entrar nos Mundos invisíveis, ela vê essas formas terríveis cercando-a como muitos demônios e, às vezes, a levam quase à insanidade. No entanto, eles são a progênie da pessoa, dos quais ela não poderá se livrar, até que aprenda que eles não têm o poder sobre as pessoas e que, destemidamente, os mande embora. Então, eles desaparecem como o orvalho diante do Sol.
O ser humano que tem cultivado a Clarividência voluntária durante a sua vida terrena é, às vezes, atormentado, no primeiro momento de sua entrada nos Mundos invisíveis, por várias entidades elementais, que assumem as formas mais hediondas. Essas reconhecem no neófito um possível futuro mestre e procuram desviá-lo do propósito do Clarividente pela intimidação; mas, como ele é normalmente ajudado por alguém mais elevado que o está acompanhando e que o esclarece que esses seres não têm poder sobre ele, o Clarividente rapidamente supera o medo. Quando mais tarde ele deixa seu Corpo Denso na hora da morte e entra nos Mundos invisíveis, ele já está familiarizado com muitas das visões e cenas de lá; acima de tudo, ele não tem nenhum medo do que possa impedi-lo.
(Pergunta nº 145 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” -Volume 1, Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)
Antes de mais nada, lembremos sempre: “os Anjos do Destino estão acima de todo o erro e dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”.
E esse “dar” significa garantir que os efeitos das causas colocadas em prática por cada um sejam sentidos por seu respectivos autores:
1) Causa boa implica efeito bom
2) Causa má implica efeito mal
Simples assim!
Lembre-se sempre que a doença é a consequência da violação das Leis da Natureza, das Leis de Deus, da Lei Divina.
Podemos dizer que a doença é uma manifestação da ignorância, o único pecado, e que a cura é uma demonstração do conhecimento aplicado, que é a única salvação.
Quando a pessoa busca apenas remediar a doença e continua praticando as mesmas coisas que fazia, violando as Leis da Natureza, a doença poderá retornar.
O remediar é um processo físico. “Curar definitivamente” é radicalmente diferente porque, nesse caso, se exige que o paciente coopere espiritual e fisicamente com quem cura.
Com a quantidade de “remédios” que temos hoje é muito mais fácil remediar do que buscar a cura definitiva, né?
No entanto, para manter o equilíbrio das Leis da Natureza, um “dia a conta chega”.
Onde esse vírus está mais fazendo estrago?
Em pessoas que “remediam”, ou seja, que “tomam remédios”, ao invés de buscar a cura definitiva (como está preconizada pela Fraternidade Rosacruz – se você quiser mais informações sobre ela, clique aqui: Como curam os Rosacruzes os enfermos)
Estudando a Filosofia Rosacruz (já no seu Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz) a gente aprende que o Corpo Vital interpenetra o Corpo Denso, estendendo-se além da sua periferia cerca de quatro centímetros.
Os pontos do Corpo Vital entram nos centros vazios dos átomos densos, enchendo-os com força vital, o que os faz vibrar em grau muito mais intenso do que o dos minerais da Terra, que não estão assim animados nem acelerados.
Durante o dia o Corpo Vital especializa o fluido solar incolor que nos rodeia, por meio do baço. Essa vitalidade impregna todo o Corpo e pode ser vista, pelo Clarividente, como um fluido de cor rosa pálido, sendo transmutado depois de penetrar no Corpo Denso. Flui por todos os nervos e quando é irradiado pelos centros cerebrais em grandes quantidades, move os músculos para os quais os nervos se dirigem.
O excesso é irradiado e ao se estender além do Corpo Denso (cerca de 4 centímetros) o protege contra a entrada de bactérias, fungos, vírus e outros patógenos. No entanto, quando estamos doentes, essa especialização do fluido solar pelo Corpo Vital não é tão eficiente. Não há excesso para ser irradiado e, assim, ficamos à mercê da entrada de bactérias, fungos, vírus e outros patógenos. (Ver mais? Livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura – Max Heindel)
Agora vamos ver um pouco sobre as “causas” específicas das doenças desencadeadas por esse vírus (que se diga de passagem, sempre existiu!):
Resumindo: uma bela mistura de “fugir” da cura definitiva e viver por meio de “remédios” para continuar criando e vivendo à base da enorme quantidade dos desejos, sentimentos e emoções que enumerei acima. Chegando a um nível onde há que ter uma sacudida para voltar ao equilíbrio das Leis da Natureza. Veja, que como sempre aconteceu: haverá aqueles que sofrerão e aqueles que não sofrerão. Aqueles que repensarão e se corrigirão e aqueles que insistirão no erro (“dessa eu escapei”). Aqueles que estarão envolvidos totalmente e aqueles que “nem escutarão sobre – apesar de ter ouvido falar”.
De qualquer modo, nós, Cristãos esotéricos, oremos por todos os irmãos e irmãs, sejam em que situação estejam e sempre, mas sempre mesmo, terminemos a nossa oração com: “seja feita a Sua vontade, meu Deus, e não a minha“.
Tomemos todos os cuidados físicos necessários, conforme muito bem colocados pelos nossos irmãos e irmãs profissionais da saúde, que tanto se sacrificam pelos irmãos e irmãs que estão sofrendo e sofrerão e oremos por eles também.
Se formos alvo desse vírus, obedeçamos fielmente às instruções dos nossos irmãos e irmãs profissionais da saúde, nos remediando, e depois com toda a nossa vontade busquemos a cura definitiva para as causas acima apontadas na nossa vida.
Com a proximidade da Era de Aquário, esse tipo de evento vai se tornando cada vez mais constante, pois sempre haverá dois caminhos para progredirmos: pelo amor ou pela dor. Sempre cabe a cada um de nós escolher – livre arbítrio – mas, também, devemos, cada um de nós, lidar com as consequências da escolha. Deus é infinitamente bom para garantir isso!
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Pergunta: Como poderão ser despertados os órgãos de percepção espiritual?
Resposta: Por meio do treinamento esotérico, cujos métodos são parcialmente expostos ao público.
Pergunta: Para sensibilizar tais órgãos é necessário que a corrente ascendente esteja ativa?
Resposta: Na maioria das pessoas pouco existe de corrente ascendente. Isso ocorre porquanto uma parte da força sexual criadora, que deveria ser usada legitimamente no processo de perpetuação da espécie, é desperdiçada na gratificação dos sentidos.
Pergunta: Quando se evidencia tal desenvolvimento?
Resposta: Quando o Aspirante à vida superior começa a dominar esses impulsos rasteiros e devotar-se à práticas espirituais, com esforço e sinceridade. Então, o Clarividente treinado pode observar a ascensão da força sexual criadora não utilizada.
Pergunta: Que direção toma essa corrente?
Resposta: Ela se eleva em proporções cada vez maiores, atravessando o coração e a laringe, ou o cordão espinhal e a laringe, ou ainda ambos, para então passar entre as Glândulas Pituitária e Pineal, em direção ao ponto situado na raiz, o “Vigilante Silencioso”.
Pergunta: Qual o caminho percorrido normalmente pela corrente?
Resposta: Ela não segue um caminho com a completa exclusão do outro. Em geral, um caminho é percorrido pelo maior volume da corrente, de acordo com o temperamento do Aspirante à vida superior. Quando o candidato à vida superior possui tendências ocultistas, isto é, procura desenvolver-se seguindo linhas puramente intelectuais, a corrente passa pelo cordão espinhal e somente uma pequena parte atinge o coração. Quem procura desenvolver-se pela devoção, procurando sentir as coisas antes de conhecê-las, enquadra-se entre os místicos, nos quais, as correntes fluem para cima através do coração.
Pergunta: Essa corrente é o único requisito necessário?
Resposta: Essa corrente em si mesma não é tudo. Mesmo que atinja as proporções do Niágara e flua até o soar das trombetas do Juízo Final, ela por si só não dotará o Aspirante à vida superior de visão interna.
Podemos conceituá-la como um pré-requisito para o trabalho consciente nos Mundos internos, devendo ser cultivada em alguma extensão antes que o verdadeiro treinamento esotérico possa iniciar-se.
Pergunta: Quando o Aspirante à vida superior estaria pronto para o início do treinamento esotérico?
Resposta: Quando tenha vivido a vida dentro de elevados padrões morais e espirituais por tempo suficiente para formar a corrente de força anímica. Ao qualificar-se para receber instruções esotéricas, ser-lhe-ão ministrados determinados Exercícios Esotéricos a fim de que coloque em vibração a Glândula Pituitária.
Pergunta: Como isso se processa?
Resposta: A vibração faz com que o Glândula Pituitária desvie levemente a linha de força mais próxima. Com o aumento da vibração, as linhas de força vão sendo gradativamente desviadas até atingirem a Glândula Pineal estabelecendo-se como que uma ponte entre os dois órgãos. Essa é a ponte entre o Mundo exterior e o Mundo do Desejo. Quando construída, o ser humano torna-se um Clarividente, podendo dirigir sua visão para onde lhe aprouver.
Pergunta: Torna-se dessa maneira um Clarividente treinado?
Resposta: Não é ainda um Clarividente treinado, mas um Clarividente Voluntário.
Pergunta: Como poderemos compará-lo com o médium?
Resposta: A faculdade de um Clarividente Voluntário difere muito daquela possuída pelo médium. Esse é um Clarividente Involuntário, podendo ver somente aquilo que surgir ante a sua visão de uma forma negativa. O Clarividente Voluntário encontra-se em contato contínuo com os Mundos internos. Esse contato estabelece-se debaixo de sua vontade. Aprende a controlar a vibração da Glândula Pituitária, o que lhe permite manter-se em contato consciente com qualquer das regiões dos Mundos internos em que deseje penetrar.
Pergunta: Isso se realiza no estado de transe?
Resposta: Não lhe é necessário ficar em tal estado ou em qualquer outra condição anormal a fim de ascender a sua consciência ao Mundo do Desejo. Basta apenas desejar ver e os Mundos internos se descortinarão ante sua visão.
Na medida do seu desenvolvimento e aprimoramento de caráter, outros Exercícios Esotéricos ser-lhe-ão ministrados a fim de possibilitar-lhe construir um veículo com que possa funcionar nos planos internos conscientemente.
(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – maio/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Resposta: Sim, todas são Clarividentes, pelo menos durante o primeiro ano das vidas delas. O período de tempo em que elas conservarão essa faculdade dependerá, em grande parte, da espiritualidade e, também, do ambiente em que vivem, pois, a maioria das crianças comunica tudo o que veem para as pessoas com mais idade e a faculdade da Clarividência acaba sendo afetada pela atitude dessas pessoas. Muitas vezes, as crianças são ridicularizadas, mas nada disso afeta a natureza sensível desses pequeninos. Pois, logo aprendem a excluir as cenas que provocam a reprovação das pessoas com mais idade ou, pelo menos, aprendem a guardar essas experiências só para si. Quando são ouvidas, muitas vezes, revelam coisas maravilhosas e, assim, é possível traçar como foi uma vida anterior delas por meio dessas informações. Isso acontece, particularmente e com mais facilidade, se a criança morreu na vida anterior dela ainda criança, uma vez que o tempo de estada dela nos Mundos invisíveis foi de um a vinte anos, de modo que é possível verificar esta informação. Crianças que, em suas vidas anteriores, morreram na infância são muito mais aptas a lembrar do passado e a serem Clarividentes do que aquelas que, em vidas anteriores, não morreram como crianças, porque o Corpo Vital e o Corpo de Desejos não nascem na mesma época em que ocorre o nascimento do Corpo Denso da criança, mas nascem aos sete e aos quatorze anos de idade, respectivamente, e o que não foi vivificado não pode morrer, de forma que, se uma criança falece antes do nascimento do Corpo Vital ou do Corpo de Desejos, não irá para o Segundo e Terceiro Céus, mas permanecerá no Mundo do Desejo e, assim, renascerá com o mesmo Corpo de Desejos e a mesma Mente que possuía em sua vida anterior, estando, consequentemente, muito mais apta a se lembrar de tudo que aconteceu. O autor se deparou com um desses exemplos anos atrás no sul da Califórnia.
Um dia em Santa Bárbara, Califórnia, um homem chamado Roberts procurou um Clarividente treinado e teósofo e, também, conferencista, para pedir-lhe ajuda num caso muito invulgar. O Sr. Roberts passeava pela rua no dia anterior, quando uma menina de uns três anos correu para ele, abraçou-lhe os joelhos, chamando-o “papai”. O Sr. Roberts indignou-se, julgando que alguém procurava atribuir-lhe a paternidade da criança. Entretanto, a mãe da criança chegou rapidamente e, tão surpresa quanto o Sr. Roberts, tentou levá-la. Contudo, a menina não queria largá-lo, insistindo em que o Sr. Roberts era seu pai. Devido a circunstâncias que depois mencionaremos, o Sr. Roberts não pôde afastar essa cena do pensamento, resolvendo procurar o Clarividente, que o acompanhou até a casa dos pais da menina. Esta, ao vê-lo, correu novamente para ele, chamando-o outra vez de papai. O Clarividente, a quem chamaremos “X”, primeiramente conduziu a menina para perto da janela a fim de verificar se a íris do seu olho se dilatava e contraia-se conforme se afastasse ou se aproximasse da luz. Isso comprovaria se alguma outra entidade que não fosse a legítima dona estava de posse do Corpo da menina, posto que o olho é a janela da Alma e nenhuma entidade “obsessora” pode controlar essa parte do Corpo. Concluindo que a menina era normal, o Clarividente passou cuidadosamente a inquirir a pequena. Depois de paciente trabalho efetuado durante a tarde, e com intermitência para não a cansar, eis, abaixo, o que ela contou.
Vivera com seu pai, o Sr. Roberts, e outra mamãe numa casinha solitária, de onde não se via nenhuma outra casa. Próximo havia um riacho, em cuja margem cresciam algumas flores (nesse momento a menina correu para fora, trazendo na volta umas pequenas flores de salgueiro) e havia uma tábua sobre esse riacho, tendo sido advertida para não o cruzar, pois havia o perigo de cair nele. Um dia o pai abandonou-as, a ela e à mãe, para não mais voltar. Quando acabaram os alimentos sua mãe deitou-se na cama, onde ficou muito quieta. Por fim, disse singularmente: “então eu também morri, mas não morri. Eu vim para cá”.
Era a vez de o Sr. Roberts contar a sua história: há dezoito anos vivera em Londres, onde o pai era cervejeiro. Apaixonando-se pela jovem criada da casa, o pai se opôs, mas ele se casou e fugiu com ela para a Austrália. Ali rumaram para o campo, construíram uma pequena granja e edificaram uma casinha junto a um riacho, exatamente como dissera a menina. Então, eles tiveram uma filha. Um dia, quando ela tinha perto de dois anos, o pai saiu cedo com destino a uma clareira, algo distante da casa. Ali um homem armado lhe deu voz de prisão, alegando que ele fora o autor do roubo de um banco justamente na noite em que deixara a Inglaterra. O Sr. Roberts pediu, então, que lhe fosse permitido ver sua mulher e filhinha. O guarda recusou, julgando se tratar de uma armadilha para fazê-lo cair nas mãos dos confederados, e obrigou-o, de arma apontada, a caminhar até a costa. Dali foi enviado à Inglaterra e submetido a julgamento, quando pôde provar sua inocência.
Muito tempo se passou até que as autoridades atendessem seus constantes rogos para que fossem buscar sua esposa e filha, as quais já presumia quase mortas de fome naquele país selvagem e isolado. Mais tarde, uma expedição foi enviada à cabana e não encontraram mais que os esqueletos de ambas. Entrementes, o pai do Sr. Roberts havia morrido e, embora o houvesse deserdado, seus irmãos dividiram com ele a herança. Então, completamente aniquilado, viajou para a América.
O Sr. Roberts exibiu na ocasião algumas fotos suas, de sua esposa e da filha. Por sugestão do Sr. “X” foram elas misturadas com certo número de outras e mostradas à menina, que sem vacilar assinalou as fotografias de seus antigos pais, mesmo tendo o Sr. Roberts mudado bastante em seu aspecto físico.
(Pergunta 139 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Resposta: Neste Mundo Físico todas as formas são estáveis e não mudam facilmente. O Mundo do Desejo é muito diferente a esse respeito. Os contos de fadas, como a metamorfose dos camundongos da Cinderela, etc., são fatos reais no Mundo do Desejo, pois as aparências mudam conforme a vontade de vida que as anima, com a rapidez de um relâmpago, o que é muito desconcertante para quem entra nesse Mundo, como um neófito. Portanto, é necessário que o Clarividente seja treinado, a fim de não de escapar do encantamento pela forma, que está sempre mudando e assumindo múltiplas aparências em instantes. Quando somos capazes de perceber a vida que anima a forma, não importa que aspecto ela toma naquele momento, pois não somos mais enganados, nem ludibriados. Como todos os outros no Mundo do Desejo, os Elementais têm essa faculdade de mudar a forma deles, e isso explica as muitas histórias ou visões estranhas que são consideradas verdadeiras por Clarividentes não treinados. Nada pode ser feito para impedir que os Elementais mudem a forma deles, mas podemos afastá-los de nós, da mesma maneira que expulsamos um felino seresteiro que fica debaixo da janela do nosso quarto.
(Pergunta nº 123 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Resposta. Não exatamente. O Espírito do nosso “irmão menor”, o animal, ainda não evoluiu a ponto de poder “entrar totalmente” em um Corpo Denso. Portanto, o animal não tem Espírito residente (totalmente concentrizados) nem tem um conjunto completo de veículos, como o ser humano. Ele possui um Corpo Vital e um Corpo de Desejos, mas esses não estão inteiramente alinhados com o Corpo Denso, especialmente a cabeça. Por exemplo, a cabeça etérica de um cavalo se projeta muito além e acima da cabeça física do Corpo Denso.
Por essa razão, cavalos, cães, gatos e outros animais domesticados sentem o Mundo do Desejo, embora nem sempre percebam a diferença entre o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. Um cavalo se assustará ao ver uma figura invisível ao cocheiro; um gato fará os movimentos de se esfregar contra pernas invisíveis de uma pessoa desencarnada. O gato vê o “fantasma” – uma pessoa que não tem Corpo Denso –, porém sem perceber que ele não tem pernas densas que estejam disponíveis para fins de fricção. O cão, muitas vezes, sentirá que algo está errado e que ele não entende sobre a aparência de um dono “morto” cujas mãos ele não pode lamber. Ele uivará de um jeito lamentoso e se esgueirará em um canto com o rabo entre as pernas.
O ser humano, por outro lado, habita dentro dos seus Corpos e dos seus veículos (todos os pontos de todos os Corpos estão concentrizados) e todos apresentam alinhamento adequado entre si. Isso lhe permite colocar seus veículos sob seu controle e, por meio da disciplina e do Treinamento Esotérico (como mostrado e ensinado na Fraternidade Rosacruz), desenvolvê-los como instrumentos de Clarividência voluntária ou positiva.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1978 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: O que uma pessoa vê depende da sensibilidade do seu olho. Algumas pessoas podem distinguir objetos a uma distância que para outras pessoas já são invisíveis. Os artistas percebem tons de cores que as pessoas comuns não conseguem distinguir e algumas pessoas são até daltônicas; há ainda aqueles que não podem ver – são os cegos.
As pessoas que podem ver mais longe ou distinguir os tons mais delicados de cores são mais Clarividentes, ou possuem uma visão mais clara do que o restante das pessoas.
A maioria de nós é capaz de ver muitas coisas em nosso ambiente, mas sabemos muito pouco sobre as coisas que vemos apenas por que as vemos. Tivemos que ser “iniciados” no uso do telefone, da bicicleta, do automóvel, do piano, etc.
Mas, embora saibamos como usar esses instrumentos em circunstâncias normais, não estamos tão familiarizados com sua construção para que possamos construí-los ou repará-los quando estiverem avariados. Antes de nos qualificarmos para esse trabalho, devemos fazer um curso de treinamento especial, e se nos aplicarmos de todo o coração, podemos nos tornar Adeptos em nossa linha especial.
Se aplicarmos essa ilustração ao problema que surge a nossa frente, podemos entender que um Clarividente é uma pessoa, cujo sentido da visão se estendeu de tal forma, que ele percebe um outro mundo, que é invisível à maioria de nós, e que ele é capaz de ver tudo lá.
Contudo, ele não “sabe tudo a respeito” das coisas que vê ali, utilizando apenas da percepção, da mesma forma que nós não sabemos tudo a respeito das coisas que vemos nesse Mundo (ou seja: na Região Química do Mundo Físico). Ele deve se aplicar para obter esse conhecimento. Assim, gradualmente, se tornará um Iniciado, que compreende as coisas que vê, e poderá manipular algumas delas sob circunstâncias normais, da mesma forma que somos capazes de tocar um piano ou andar de bicicleta quando aprendemos essas artes.
Será necessário um treinamento maior para que o Iniciado se capacite a exercer poderes sobre as coisas e sobre as forças dos Mundos invisíveis como um Adepto.
Consequentemente, o Clarividente é aquele que vê nos Mundos invisíveis; o Iniciado vê os Mundos invisíveis e compreende o que vê, enquanto o Adepto vê, conhece e tem poder sobre as coisas e forças dos Mundos invisíveis.
(Pergunta nº 131 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)